Anuário Frutícola

Transcrição

Anuário Frutícola
Fruticultura
Anuário Brasileiro da
99771808493145
ISSN 1808-4931
Brazilian
Fruit
Yearbook 2014
Inor Ag. Assmann
1
expediente
Publishers and Editors
Robispierre Giuliani
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor-presidente: André Luís Jungblut
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
Diretor-Comercial: Raul José Dreyer
Diretor-administrativo: Jones Alei da Silva
Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib
Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
E-mail: [email protected]
[email protected]
Site: www.editoragazeta.com.br
ANUÁRIO BRASILEIRO DA
Fruticultura
2014
Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Cleiton Evandro dos Santos, Benno
Bernardo Kist, Cleonice de Carvalho, Erna Regina Reetz e Marluci Drum;
supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut;
fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e
divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira
Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Robispierre
Giuliani; edição de fotografia, tabelas e arte-final: Márcio Oliveira Machado;
marketing: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut;
supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado;
distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).
ISSN 1808-4931
Ficha
A636
Anuário brasileiro da fruticultura 2013 / Cleiton Evandro
dos Santos ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora
Gazeta Santa Cruz, 2013.
136 p. : il.
ISSN 1808-4931
1. Frutas – Cultivo – Brasil. I. Santos, Cleiton Evandro dos.
CDD : 634.0981
CDU : 634.1(81)
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
2
É permitida a reprodução de informações
desta revista, desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of this magazine
is allowed, provided the source is cited.
3
sumário
Summary
118
036
destino: SÃO paulo
em ANO DE COPA
008 PRODUÇÃO
Production
Inor Ag. Assmann
006 APRESENTAÇÃO
Introduction
Destination: São Paulo
Sílvio Ávila
In year of World Cup
026 MERCADO
Market
FRUTAS
042 PRINCIPAIS
Main Fruit
PESQUISA
082 Research
096 AÇÕES
Actions
118 ESPECIAL
Special
Sílvio Ávila
134 EVENTOS
Events
094
País aproveita a Copa do Mundo de 2014
Um panorama completo de São Paulo, o
para divulgar suas frutas entre os turistas.
maior polo de produção de frutas do Brasil.
Country takes advantage of the 2014 World
A complete panorama of São Paulo, largest
Cup to show its fruits to the tourists.
fruit production pole in Brazilian territory.
DE OLHO NO PARREIRAL
With an eye on the vineyard
Boas práticas agrícolas ajudam a
garantir mais qualidade nos vinhos.
Good agricultural practices
ensure more quality wines.
4
Apresentação
Introduction
O Brasil é o País do futebol, e em 2014 essa afirmação torna-se mais atual do que nunca, com a
dá bola
realização da Copa do Mundo. Mas é igualmente
a terra em que a produção de riquezas através
do agronegócio ostenta um dos melhores e
maiores índices em âmbito global. No cenário
das atividades primárias, o cultivo de frutíferas
coloca-se em destaque. Assim como ocorre
nos estádios e nas novas arenas erguidas
nas diversas regiões nacionais, eis aí uma
nação que dá bola para uma alimentação
sadia e de qualidade absoluta.
Com mais de duas dezena de espécies
de frutas de forte importância econômica e
social, algumas delas com projeção regional e outras com amplo mercado nacional
e internacional, o Brasil tem investido em
P
m
aís q
U
ue
tecnologias que ampliaram a produtividade
e a qualidade. Hoje, o volume de colheita por
área e os aspectos gerais que garantem o
apelo junto aos consumidores avançam em
níveis muito superiores aos do crescimento
da extensão ocupada com pomares. Isso de-
monstra o acerto do trabalho de pesquisa e a
determinação dos produtores de introduzir novos
sistemas em suas plantações.
Em ao menos uma dezena de frutas o Brasil tem
presença sólida no mercado internacional. Segmen-
tos como os citros, a maçã, o melão, a manga, o ma-
mão, a banana, o abacaxi e a uva, além do forte apelo de
espécies como o açaí, colhido na Amazônia, movimentam
a economia, geram empregos e renda, e impulsionam o
desenvolvimento regional. Muitas dessas frutas poderão ser
conhecidas ou provadas pelos visitantes internacionais que
estarão no Brasil por ocasião da Copa do Mundo, em junho e
julho. E é bem provável que, uma vez degustadas, passem a
se tornar cada vez mais presentes na vida da população.
Pois isso, enquanto a bola rola nos gramados e a Copa do
Mundo entusiasma os torcedores, no café da manhã e nas demais refeições as pessoas poderão descobrir e comprovar que
não existe qualidade de vida sem frutas. Na hora de servir à
mesa, os brasileiros poderão aproveitar o evento máximo do
esporte global para deixar bem claro que esse País (como
reza um trocadilho da língua portuguesa) dá bola para o que
o paladar de todos encontra de melhor: frutas saborosas e
nutritivas. Prove você também. E aprove.
6
Sílvio Ávila
7
A Country that keeps
the ball rolling
Brazil is the country of football, and in 2014, as FIFA World
Cup host, it is more true than ever. It is equally the land in
which the production of wealth through agribusiness boasts
one of the highest and best global standards. In the scenario
of primary activities, fruit farming occupies a prominent position. Just like what happens in stadiums and newly built
arenas throughout several national regions, Brazil is a nation
where healthy food and absolute quality really matter.
With upwards of two dozen fruit species of strong economic and social relevance, some of them only regionally
projected, but others greatly relevant at home and abroad,
Brazil has invested in technologies that have expanded both
productivity and quality. Now, the volume harvested per area,
along with the general aspects that attract consumers from
all walks of life, are soaring at a much faster pace compared
to the areas devoted to orchards. This attests to the right
path of all research works and to the determination of the
farmers to introduce new systems in their plantations.
Tens of Brazilian fruits have steadily worked their way into
the international marketplace. Segments like citrus, apples,
melons, mangoes, papayas, bananas, pineapples and
grapes, along with such enticing fruits as the açaí, harvested
in the Amazon region, drive the Brazilian economy, generate
jobs and income, and propel regional businesses. International visitors attracted by the World Cup, arriving in June and
July, will have a chance to know and taste all these fruits. And
it is very likely that, once tasted, these fruits will become part
of the healthy diets of these people.
That is why, while the ball is rolling along the football fields,
with the world cup matches creating an atmosphere of excitement among the fans, at breakfast and other meals, people will have a chance to find out for themselves that there
is no quality of life without fruits. While serving the tables,
Brazilians could take advantage of the highest global sports
event to make it clear that (as the Portuguese saying goes)
the Country keeps the ball rolling for all people to find the best
for their palates: delicious and nutritive fruits. You, too, are
invited to try them, and give your approval.
Sílvio Ávila
produção
Introduction
Mantendo
a forma
Fruticultura nacional vivencia contratempos em
algumas espécies mas mantém a produção acima
das 40 milhões de toneladas desde 2004
N
o grande mapa do agronegócio global, a importância
do Brasil é inquestionável. E nesse terreno da economia, a fruticultura bate um bolão. O segmento tem
garantido colheita superior a 40 milhões de toneladas
de frutas frescas desde 2004. O resultado confere ao País o
posto de terceiro maior produtor mundial de frutas. A China e a
Índia despontavam na frente, em 2011, com 214,678 milhões
de toneladas e 87,360 milhões de toneladas, respectivamente.
O Brasil obteve produção recorde em 2011, com o montante de
8
44,955 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O total de frutas apurado pelo órgão público corresponde ao
volume produzido pelas 20 principais espécies plantadas. Depois do desempenho recorde de 2011, os pomares nacionais
ofertaram volumes menores, mas ainda acima das 40 milhões
de toneladas. Conforme o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf),
dados preliminares apontavam que a produção de frutas frescas
deveria somar 40,253 milhões de toneladas em 2013, volume
inferior às 42,416 milhões de toneladas colhidas no ano anterior.
O recuo leva em consideração a estimativa de queda para
a safra da laranja no ano em destaque. A fruta cítrica lidera a
lista das 20 principais e chegou a ostentar 19,811 milhões de
toneladas em 2011. De acordo com o IBGE, o desempenho
do laranjal proporcionou 16,303 milhões de toneladas em 2013,
1,708 milhão de toneladas a menos do que em 2012.
Enorme contingente de pequenos produtores de laranja estavam abandonando a cultura no Estado de São Paulo, maior polo
9
Quedas seguidas
das safras de
laranja refletem-se
na produção geral
Declines in the
production of oranges
reflect on general volumes
da fruta no País, como enfatiza o Panorama da Cadeia Produtiva da Frutas 2012, publicado em outubro de 2013 pelo Ibraf. O
documento também ressaltava que os números oficiais e os do
sistema privado sobre os resultados projetados eram desiguais,
dificultando análises e entendimento comerciais, especialmente
entre produtores independentes e agroindústrias de suco.
AJUSTES A soma total das frutas também seria desfavorecida pelo menor resultado de outras frutíferas representativas,
segundo previa o IBGE. Para as safras de abacaxi, uva e maçã
eram estimadas quedas de 268 mil toneladas, 102 mil toneladas
e 113 mil toneladas, respectivamente. De acordo com técnicos
da cadeia da maçã, em 2012 principalmente a cultivar Gala teve
ciclo biológico muito curto, acompanhado por geadas tardias em
outubro e granizo nos dois últimos meses do ano, o que provocou queda na colheita. A Associação Brasileira dos Produtores de
Maçã (ABPM) projetava rendimento total de 1,05 milhão de toneladas em 2013, com recuo de 11% em relação ao ano anterior.
Os indícios demonstravam que o ano de 2013 também não
foi nada bom para os produtores de maracujá. A safra foi estimada em 420 mil toneladas da fruta, o que representa redução
de 16% em relação ao colhido em 2012, como destaca o Ibraf.
A diminuição esperada deve-se à ocorrência de doenças por
virose e à seca recorrente no Nordeste.
FRUTAS NA ÁREA
O cultivo de frutas abrangia área de 2,143 milhões de
hectares em 2012, com recuo de 4,07% no comparativo com a
temporada anterior. Além do pomar menor, também a queda de
produção de espécies significativas contribuiu para a redução do
total de frutas colhidas no Brasil em 2012.
A bananeira foi outra frutífera importante que diminuiu a
produção. O total de 6,902 milhões de toneladas significou
queda de 5,83% sobre o resultado de 2011. A laranja e a banana
compõem mais de 60% do volume nacional de frutas frescas.
Colheitas menores igualmente foram verificadas nas lavouras
de melancia (-5,42%), coco-da-baía (-0,41%), mamão (-18,15%)
uva (-1,77%) e maracujá (-15,92%). Em compensação, as safras
de abacaxi e de melão registraram altas de 8,34% e de 15,23%,
nessa ordem.
Inor Ag. Assmann
Staying
in shape
National fruit farming
business experiences
setbacks in some species
but keeps production at
upwards of 40 million
tons a year since 2004
O
n the huge global agribusiness map, the role played
by Brazil is unquestionable. And in this field of the
economy, fruit farming performs extremely well.
The segment has ensured the production of upwards of 40 million tons since 2004. The result grants Brazil the
position as third biggest global fruit producer. China and India
came first in 2011, with 214.678 million tons and 87.360 million
tons, respectively. Brazil commemorated a record production
of 44.955 million tons in 2011, according to figures released by
the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE).
The total amount of fruits ascertained by the public organ
corresponds to the volume produced by the 20 most planted
species. After the record performance in 2011, smaller volumes were picked from the national orchards, but still above
40 million tons. According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf),
preliminary data pointed to 40.253 million tons in 2013, volume
inferior to the 42.416 million tons harvested in the previous year.
This reduction takes into account the smaller orange crop
in the year in question. The citric fruit is on top of the list of the
20 most sold fruits, and reached the considerable amount of
19.811 million tons in 2011. From IBGE sources, the perfor-
10
mance of the orange plantations translated into 16.303 million
tons in 2013, down 1.708 million tons from 2012.
A big number of small-scale orange growers had been in
the process of abandoning their orange orchards in the State
of São Paulo, biggest orange belt in the Country, a fact that is
attested by the 2012 Fruit Supply Chain Panorama, published
in October 2013, by Ibraf. The document also clarifies that the
official numbers do not match the numbers released by the
private sector in terms of projected results, making any analyses and commercial understanding very difficult, especially between independent growers and juice agri-industries.
ADJUSTMENTS The sum of the fruits is also supposed
to lose ground to the results of other representative fruit species, according to IBGE sources. For such crops as pineapples,
grapes and apples, reductions of 268 thousand tons, 102 thousand tons and 113 thousand, respectively, were estimated.
Technicians of the apple supply chain, in 2012, refer to smaller
biological cycles experienced mainly by the Gala variety, followed by frost conditions in October and hailstorms in the two
last months of the year, resulting into smaller crops. The Brazilian
11
SALADA DE FRUTAS | Fruit salad
Association of Apple Growers had projected a performance of
1.05 million tons in 2013, down 11% from the previous year.
There is every indication that 2013 was a rather bad year
for passion fruit growers. The crop is estimated at 420 thousand tons, down 16% from 2012, Ibraf sources confirm. The
anticipated reduction stems from virus diseases and recurrent
drought conditions in the Northeast.
AREAS DEVOTED TO FRUIT
In 2012, an area of 2.143 million tons was devoted to fruit farming,
down 4.07% in comparison to the previous year. Besides smaller
orchards, the smaller production volumes harvested from significant
species were also a factor in the smaller fruit crop in Brazil, in 2012.
The banana crop equally receded in volume. The total of 6.902
million tons meant a reduction of 5.83% from the 2011 result.
Oranges and bananas make up for upwards of 60% of all fresh fruits
in Brazil. Smaller harvests equally occurred in the watermelon fields
(-5.42%), Bahia coconut (-0.41%), papaya (-18.15%) grape (-1.77%)
and passion fruit (-15.92%). On the other hand, the pineapple and
melon crops were up 8.34% and 15.23%, in that order.
Produção brasileira de frutas
Fruta
2012
2013 *
Área (ha)Volume (t) Volume (t)
Laranja
762.76518.012.56016.303.752
Banana
490.4236.902.1846.931.137
Abacaxi **
66.5763.453.3781.556.807
Melancia
96.6012.079.5472.079.547
Coco-da-baía 259.7371.954.3541.879.974
Mamão
32.9011.517.6961.517.696
Uva
82.8971.514.7681.412.854
Maçã
38.6891.339.7711.226.555
Manga
48.2441.208.2751.208.275
Limão
73.6901.175.7351.175.735
Tangerina
52.023959.672959.672
Maracujá
59.246776.097776.097
Melão
22.810575.386575.386
Goiaba
15.231345.332345.332
Pêssego
19.199232.987232.987
Abacate
9.615159.903159.903
Caqui
8.173158.241158.241
Figo
2.92528.01028.010
Pera
1.66821.99021.990
Marmelo
149704704
Total
2.143.56242.416.59040.253.628
* Estimativa ** Conversão: 1 fruto = 2,5 kg (região Sul/Sudeste, exceto Paraná,
1,6 kg, e Santa Catarina, 1,67 kg), 2,1 kg (região Centro-Oeste) e 1,8 kg (demais
regiões). Fonte: FNP Fonte: IBGE. Elaboração: Ibraf.
Inor Ag. Assmann
Riquezas
que
florescem
Presentes em todo o território brasileiro, as frutas
seguem tendo no Sudeste, especialmente em
São Paulo, a sua principal área de produção
A
s frutíferas brasileiras crescem, florescem e frutificam
em todo o território nacional. Em quantidades e em
variedades diferentes, as frutas estão presentes em
todas as 27 unidades federativas do Brasil. A atividade congrega cerca de 5,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 34% da força de trabalho empregada no meio rural, de
acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).
12
O setor integra principalmente pequenas e médias propriedades. Nas regiões secas do País, o cultivo de frutas é garantido durante o ano todo com o uso de modernos sistemas de irrigação.
A produção adota as boas práticas agrícolas, em conformidade
com os principais requisitos de preservação do meio ambiente,
de segurança alimentar e de segurança do trabalho.
Um total de 22 espécies de frutas são investigadas pela pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo abrange abacate,
abacaxi, banana, caqui, castanha de caju, coco-da-baía, figo,
goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, melancia, melão, noz, pera, pêssego, tangerina e uva.
O Estado de São Paulo é o maior produtor de frutas frescas
do Brasil, ofertando mais de 40% do total nacional. Em 2012,
os paulistas garantiram 17,146 milhões de toneladas de fru-
13
tas, do total de 42,416 milhões toneladas, segundo o IBGE. A
produção gerou R$ 5,589 milhões, do valor total de R$ 20,956
milhões, 6,5% abaixo da soma acumulada em 2011. O Estado
lidera na colheita de laranja, banana, limão, tangerina, goiaba
e abacate.
No mesmo ano, a segunda maior contribuição partiu do
Estado da Bahia, com total de 4,748 milhões de toneladas. A
renda obtida foi de R$ 2,715 milhões. As frutas mais produzidas
em solo baiano são coco-da-baía, mamão, manga e maracujá.
Por sua vez, Minas Gerais, que em 2011 ocupava a quarta
posição no ranking, passou para o terceiro lugar em 2012. Os
produtores mineiros ofertaram 2,839 milhões de frutas neste último ano, com acréscimo de 149.232 toneladas em relação ao
volume do ano anterior. A atividade gerou receita de R$ 1,829
milhão. O Estado tem a segunda maior produção de limão, tangerina e abacate.
Já o Rio Grande do Sul caiu da terceira para a quarta posição em 2012, com total de 2,677 milhões de toneladas, recuo
de 100.900 toneladas. Os valores obtidos com o desempenho
dos pomares chegaram a R$ 1,851 milhão. Os gaúchos são os
principais produtores de melancia, uva e pêssego.
PUJANÇA
Em 2012, também obtiveram volumes superiores a um
milhão de toneladas de frutas, em ordem decrescente, os
estados do Pará, do Paraná, de Santa Catarina, do Ceará, de
Sergipe, de Pernambuco e do Espírito Santo. Pernambuco
apresenta o décimo melhor volume de frutas (1,219 milhão de
toneladas), mas é o quinto do páreo em receita, com R$ 1,129
milhão. O Estado dispõe de grande polo de fruticultura irrigada
nos arredores de Petrolina.
O Estado da Paraíba concentra a maior safra de abacaxi do
País. Também os estados de Santa Catarina e do Rio Grande
do Norte ostentam, pela ordem, os maiores volume de maçã
e de melão. Ceará se destaca na produção de pedúnculo do
caju, que é a fruta fresca do cajueiro. Caso se considere ainda
o volume do pedúnculo de cajú, o Ceará salta para a quarta
posição nacional em produção de frutas.
Inor Ag. Assmann
SUPRIMENTO | Supply
Produção brasileira de frutaS por Estado (t)
Estado
20112012
São Paulo
19.186.64917.146.263
Bahia
5.401.6254.748.262
Minas Gerais
2.690.4502.839.682
Rio Grande do Sul
2.778.6202.677.720
Pará
1.656.8001.743.095
Paraná
1.567.8261.715.517
Santa Catarina
1.529.8371.578.662
Ceará
1.374.6451.350.537
Sergipe
1.270.0951.254.952
Pernambuco
1.392.8551.219.778
Espírito Santo
1.176.7761.139.480
Rio Grande do Norte
861.191945.743
Paraíba
854.672813.976
Goiás
759.792794.268
Rio de Janeiro
673.832722.749
Amazonas
385.202377.349
Mato Grosso
216.991221.406
Maranhão
219.196202.879
Tocantins
209.275201.570
Alagoas
186.064149.833
Piauí
155.300140.220
Acre
114.024113.600
Rondônia
93.68296.754
Mato Grosso do Sul
69.89668.712
Roraima
59.52068.172
Amapá
35.01743.759
Distrito Federal
34.34541.657
Total
44.954.17642.416.590
Fonte: IBGE/Elaboração Ibraf.
14
210x275_mundolog.indd 1
27/02/14 10:08
Inor Ag. Assmann
Where
wealth
thrives
Fruits are present in the
entire Brazilian territory,
but it is in the Southeast,
especially in São Paulo,
that the biggest area is
devoted to them
B
razilian fruit trees grow, flourish and bear fruit in the
entire national territory. In different amounts and varieties, they are present in all 27 federative units of
Brazil. There are about 5.6 million people involved in
fruit farming, representing 34% of the rural workforce, according to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf).
The sector comprises small and medium farms for the most
part. In the dry regions throughout Brazil, fruit growing goes on
year round, with the use of modern irrigation systems. Everywhere good agricultural practices are in place, in compliance
with environment preservation, food safety and workplace
safety standards.
In all, 22 fruit species are being studied by the Municipal Agricultural Production Department (PAM) of the Brazilian Institute of
Geography and Statistics (IBGE). The study comprises avocado,
pineapple, banana, persimmon, cashew nut, common coconut,
fig, guava, Orange, lemon, apple, papaya, mango, passion fruit,
quince, watermelon, melon, nut, pear, peach and grape.
16
The State of São Paulo is the biggest fresh fruit producer
in Brazil, accounting for upwards of 40% of the entire national
crop. In 2012, the fruit growers of São Paulo supplied 17.146
million tons of fruits, of a total of 42.416 million tons, according
to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE).
The volume generated revenue of R$ 5.589 million, of a total
value of R$ 20.956 million, down 6.5% from the amount accumulated in 2011. The State is leader in the production of
oranges, bananas, lemons, tangerines, guavas and avocados.
In the same year, the second-largest contribution came
from Bahia, with a total of 4.748 million tons. Revenue reached
R$ 2.715 million. The most produced fruits in Bahia are com-
17
THRIVING BUSINESS
mon coconut, papaya, mango and passion fruit.
On the other hand, Minas Gerais, which ranked fourth in 2011,
progressed to number 3 in 2012. The fruit producers of Minas
Gerais supplied 2.839 million tons in 2012, representing an increase of 149,232 tons from the volume of the previous year. The
activity generated revenue of R$ 1.829 million. The State is the
second largest producer of lemons, tangerines and avocados.
Rio Grande do Sul dropped to number 2 in 2012, with a total
of 2.677 million tons, representing a decrease of 100,900 tons.
Revenue derived from the performance of the orchards amounted
to R$ 1.851 million. The people of Rio Grande do Sul are the biggest consumers of watermelons, grapes and peaches.
In 2012, the states of Pará, Paraná, Santa Catarina, Ceará,
Sergipe, Pernambuco and Espírito Santo, in decreasing order, also
harvested volumes in excess of a million tons of fruits. Pernambuco
ranks tenth in volume of fruits (1.219 million tons), but ranks fifth
in revenue, with R$ 1.129 million. The state is home to a huge
irrigated fruit growing belt, on the surroundings of Petrolina.
The State of Paraíba harvests the biggest pineapple crop in
the Country. Equally the states of Santa Catarina and Rio Grande
do Norte produce, in this order, the biggest volumes of apples and
melons. Ceará excels in the production of cashew nut peduncles,
which are in fact fresh cashew nut fruit. If the peduncles are
taken into consideration, Ceará jumps to the fourth position in the
production of fruits in Brazil.
Sílvio Ávila
Um mar
de frutas
Produção mundial de frutas frescas chega a
822,301 milhões de toneladas em 2012, e a cultura
abrange área de 73 milhões de hectares
A
produção mundial de frutas frescas tem apresentado crescimento contínuo, mas com volumes estáveis nos últimos anos. A colheita foi calculada
em 822,301 milhões de toneladas em 2012, com
incremento de 9,509 milhões de toneladas sobre o montante
do ano anterior. Os dados são divulgados pela Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
18
Também a área cultivada de 2012 foi ampliada em 1,088 milhão de hectares, passando de 71,977 milhões de hectares
para 73,066 milhões de hectares.
Em 1996, o desempenho mundial ultrapassou a marca
das 500 milhões de toneladas de frutas. Treze anos depois,
em 2009, atingia 724,5 milhões de toneladas e, no ano seguinte, 728,4 milhões de toneladas. Os cultivos abrangem
grande variedade de espécies, com o predomínio das frutíferas de clima temperado. As mesmas, por questão geográfica, são mais produzidas e consumidas principalmente no
Hemisfério Norte. As frutas tropicais e sub-tropicais, embora
possuam elevado potencial de consumo, ainda se ressentem
de maior distribuição. Apenas a banana tem presença signifi-
19
cativa no comércio internacional.
Na fruticultura, as relações comerciais se complementam
com as produções dos hemisférios Norte e Sul. Isso permite
que determinada fruta possa ser ofertada ao longo do ano.
Entre os países produtores, China, Índia e Brasil, juntos, colheram 357,761 milhões de toneladas de frutas frescas em
2012, o que equivale a mais de 40% do total mundial. Quase
toda a produção dos três países é destinada ao consumo
interno. Chile e Peru são os países que se destacam como
exportadores, pois produzem além da demanda interna.
Na lista da FAO, o Brasil ocupa a terceira colocação do
ranking da produção mundial de frutas, com resultado estipulado em 43,912 milhões de toneladas em 2012. Acima disso
estão a China, com desempenho gigantesco, de 224,816 milhões de toneladas; e a Índia, com 83,032 milhões de toneladas. Após o Brasil, posicionam-se, em ordem decrescente,
Indonésia, Filipinas, Estados Unidos, Turquia, México, Irã e
Espanha. O Irã, com produção de 17,116 milhões de toneladas, pulou para a nona posição em 2012. Esse patamar no
ano anterior era ocupado pela Itália, que caiu para a décima-primeira colocação.
Entre as frutas mais produzidas do mundo estão a banana e a melancia. Por enquanto, a banana tem se mantido como a principal, com 106,541 milhões de toneladas em
2011, conforme números da FAO. Já a produção de melancia chegou a 104,472 milhões de toneladas nesse mesmo
ano. Volumes significativos igualmente foram ofertados nas
colheitas mundiais de maçã (75,635 milhões de toneladas),
uva (69,654 milhões de toneladas) e laranja (69,605 milhões
de toneladas).
A sea
of fruit
Inor Ag. Assmann
Global production of
fresh fruit reaches
822.301 million tons in 2012,
harvested from an area of
73 million hectares
G
lobal fresh fruit production has been constantly
soaring, but volumes have remained stable over
the past years. The total crop was estimated at
822.301 million tons in 2012, representing an increase of 9.509 million tons from the previous year. These figures were released by the Food and Agriculture Organization
of the United Nations (FAO). The area devoted to fruits in 2012
was also expanded by 1.088 million hectares, soaring from
71.977 million to 73.066 million hectares.
In 1996, the global performance exceeded the mark of 500
million tons. Thirteen years later, in 2009, it amounted to 724.5
million tons and, in the following year, 728.4 million tons. Fruit
crops comprise a big number of different species, but temper-
20
ate zone fruits predominate. The latter, for geographic questions,
are mostly produced and consumed in the Northern Hemisphere.
Tropical and subtropical fruits, although having a huge potential for
consumption, still suffer distribution limitations. Only the banana is
significantly present in the international marketplace.
In the fruit business, all commercial relations take into consideration the crops produced in the Northern and Southern hemispheres. This makes certain types of fruit available throughout the
year. Among the countries that produce fruits, China, India and
Brazil, together, produced 357.761 million tons in 2012, equivalent to upwards of 40% of the total in the world. The bulk of the
fruits produced in the three countries is destined for domestic
consumption. Chile and Peru are exporting countries, once they
produce more than demanded by the domestic market.
On the FAO list, Brazil ranks as third biggest fruit producer in
the world, with a result estimated at 43.912 million tons in 2012.
Countries that produce more are China, with a giant performance of
224.816 million tons; and India, with 83.032 million tons. In decreasing order, Brazil is followed by Indonesia, the Philippines, the United
States, Turkey, Mexico, Iran and Spain. Iran, with a production of
17.116 million tons, jumped to the ninth position in 2012. In the
previous year, Italy had occupied this position, but now ranks 11th.
Bananas and watermelons are grown the most in the world.
For the time being, the banana is the leader in production volume, with 106.541 million tons in 2011, from FAO figures. Watermelons reached a production volume of 104.472 million tons
in the same year. Other fruits that were responsible for significant
volumes include apples (75.635 million tons), grapes (69.654
million tons) and oranges (69.605 million tons).
ABASTECIMENTO MUNDIAL | Global supply
Principais prodUTORES DE frutas frescas – 2012
Países área (ha)
produção (ton)
China
14.279.450224.816.750
Índia
8.492.83583.032.580
Brasil
2.700.52843.912.143
Indonésia
3.836.67636.395.004
Filipinas
4.821.35732.347.808
Estados Unidos
1.206.33829.205.948
Turquia
1.347.28220.525.001
México
1.480.39518.576.271
Irã
1.238.40917.116.650
Espanha
1.541.30015.677.691
Demais países
Total
73.066.186831.811.184
Produção mundial de frutas frescas - 2012
Ano área
produção (ton)
2012
73.066.186831.811.184
2011
71.977.195822.301.335
Fonte: FAO – Elaboração: Ibraf.
eccomais.com
DOW AGROSCIENCES
PROTEÇÃO DE PONTA A PONTA
A Dow AgroSciences apresenta
sua linha de produtos para proteção
das lavouras de Hortifruti.
São diversas soluções, para múltiplas
culturas, que protegem sua produção
de ponta a ponta!
www.dowagro.com.br
0800 772 2492
Soluções para um Mundo em Crescimento
®
® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow. | AGATA – Marca registrada de ISK Biosciences Comercial Ltda.
Platinum Neo – Marca registrada de Syngenta Proteção de Cultivos | Ellect – Marca registrada de Oxiquímica Agrociência | Tairel M – Marca registrada de FMC Agricultural Products.
Sílvio Ávila
Jogando
pelo
empate
Fruticultura brasileira deverá repetir em 2014
resultado semelhante ao obtido nos últimos anos,
devido às quedas seguidas nas safras de laranja
É
provável que em 2014 a fruticultura brasileira tenha
desempenho semelhante ao verificado nos últimos
dois anos. Após ter obtido recorde de produção de
quase 45 milhões de toneladas de frutas em 2011,
o setor retrocedeu para volumes inferiores a 42,416 milhões
de toneladas no ano seguinte. Este é o resultado mais re-
22
cente consolidado pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).
Para 2013, a colheita está estimada em 40,253 milhões de
toneladas de frutas, com base nos números preliminares do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Tanto o volume acumulado de 2012 quanto o verificado
no ano seguinte foi reduzido, principalmente, em virtude da
queda consecutiva da produção nacional de laranja, a fruta
mais produzida no País. A colheita de 2012 teve redução de
2,04 milhões de toneladas nessa fruta. Para 2013, a perda
está projetada em mais 1,708 milhão de toneladas. Ou seja,
os dois volumes somados totalizam cerca de 3,749 milhões
de toneladas a menos de laranja.
A safra dessa espécie cítrica acaba servindo de termôme-
23
DEMANDA EXIGENTE
tro para o resultado final de cada ano da fruticultura, observa
o engenheiro agrônomo Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico
do Ibraf. Nos últimos anos, contribuíram para tal cenário a
super safra de 2011 e o consequente excesso de oferta, problemas fitossanitários que levaram à extinção de plantios e o
abandono da atividade por parte dos pequenos produtores.
“Perdeu-se mais de 100 mil hectares de área em três anos
com a erradicação de plantas”, menciona Cloves.
Ainda sobre as perspectivas para 2014, o Levantamento
Sistemático de Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, divulgou
em fevereiro de 2014 as projeções de área, produção e produtividade para as principais frutas que compõem a cesta nacional. Os acréscimos previstos para as safras de 2014 são de
0,13% para a laranja, 2,65% para a banana, 0,99% para o coco-da-baía, 1,51% para a uva e 5,64% para a maçã. Apenas
na colheita de abacaxi foi estimada pequena queda de 0,14%.
A soma dos volumes projetados para laranja, banana, uva e
maçã chega a 26,126 milhões de toneladas, praticamente o
mesmo resultado que foi estimado para 2013.
O mercado interno deverá repetir em 2014 o mesmo
aquecimento dos últimos anos, conforme análise da Confederação
Nacional da Agricultura (CNA), no documento “Projeções 2013 e
Perspectivas para 2014”, divulgado em dezembro de 2013. No
entanto, a entidade pondera que a demanda não virá com a mesma
robustez, tendo em vista que as previsões oficiais da economia para
2014 poderão limitar o poder de compra dos brasileiros.
O documento da CNA destaca que o apelo do consumidor
por uma alimentação saudável e a promoção de campanhas de
marketing nos mercados interno e externo, com destaque para
a qualidade do produto nacional, referendam as projeções da
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO). O indicativo da FAO é de que o consumo per capita no Brasil
e nos demais países continuará aumentando em 2014 a taxas que
superam o crescimento da economia mundial e doméstica.
Diante dessas perspectivas, conforme a CNA, o fruticultor
brasileiro, buscando maior espaço no mercado, deve valorizar
a qualidade do seu produto. Tende a procurar, cada vez mais,
focar seus investimentos em boas práticas agrícolas, na melhoria
dos tratamentos pós-colheita, no armazenamento a frio e na
modernização do transporte e da logística. Nos próximos anos,
aqueles que não se adequarem a essa nova realidade do mercado
perderão competitividade e serão automaticamente excluídos da
atividade, alerta a CNA.
Inor Ag. Assmann
Poised
to tie
In 2014, Brazilian fruit
farming business is
heading for a repeat of
the results accomplished
over the past years, due
to constant drops in the
production of oranges
F
ruit farming in Brazil is likely to repeat in 2014 its performance over the past years. After a record production
of nearly 45 million tons in 2011, the sector receded
to volumes inferior to 42.416 million tons, the following
year. This is the most recent result consolidated by the Brazilian
Fruit Institute (Ibraf). For 2013, the harvest is estimated at 40.253
million tons of fruits, based on preliminary figures released by the
Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE).
Both the volumes of 2012 and the following year suffered
reductions, and the blame is on the consecutive drops in the
national orange crop, the fruit that is produced the most in the
Country. In 2012, the orange crop decreased by 2.040 million
tons. For 2013, the loss has been estimated at upwards of
1.708 million tons. It means that the two volumes together lead
to a loss of about 3.749 million tons of oranges.
The crop of this citrus species serves as a kind of thermometer for the final result of each year’s fruit crop, says agronomic
engineer Cloves Ribeiro Neto, technical manager at Ibraf. Over
the past years, a contribution towards this scenario came from
the bumper crop in 2011 and the consequent oversupply, phytosanitary problems that induced farmers to eradicate their orange orchards, while the activity was abandoned by small-scale
farmers. In three years, orchard eradications reached an area of
100 thousand hectares”, Cloves concludes.
24
Furthermore, regarding the perspectives for 2014, the Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA), under the supervision
of the IBGE, in February 2014 published the projections with regard
to area, production and productivity for all major fruits that are included in the so-called national basket. Increases forecast for the
2014 growing season are as follows: 0.13% for oranges, 2.65%
for bananas, 0.99% for common coconuts, 1.51% for grapes and
5.64% for apples. Only for pineapples, a minor reduction of 0.14%
was estimated. The sum of the drop in volumes projected for oranges, bananas, grapes and apples amounts to 26.126 million
tons, practically the same results estimated for 2013.
25
SOARING DEMAND
In 2014, the domestic market is heading for a repeat of the rising sales in past years, according to an analysis by the Brazilian
Agriculture and Livestock Confederation (CNA), in its document, “Projections for 2013 and Perspectives for 2014”, published in
December 2013. Nevertheless, the entity has it that demand will not be as strong as it used to be, a reality that stems from official
predictions limiting the purchasing power of the Brazilian people throughout 2014 due to economic factors.
The CNA document highlights that discerning consumers opting for healthy foods, along with marketing campaigns both at
home and abroad, with the quality of Brazilian produce making a difference, are credited with the projections given by the Food and
Agriculture Organization of the United Nations (FAO). FAO sources point to rising consumption per capita in Brazil and other countries in
2014, at rates that exceed both the domestic and global economy trend.
In light of these perspectives, according to CNA sources, Brazilian fruit growers, in search of bigger shares in the market, tend
to enhance the quality of their produce. They tend to increasingly invest in good agricultural practices, in improved post-harvest
treatment, cool storages and modern transport and logistics systems. Over the next years, those who do not adjust to current market
realities are poised to lose competitiveness and forced to get out of the fruit business, CNA officials warn.
Sílvio Ávila
mercado
Market
O vento
sopra
a favor
Embarques brasileiros de frutas frescas
totalizaram 711,869 mil toneladas em 2013, com
aumento de 2,7% no volume e de 6,2% na receita
O
desempenho das exportações brasileiras de frutas frescas tem melhorado nos últimos anos. Em
2013, o Brasil destinou aos clientes externos um
total de 711,869 mil toneladas de frutas, 2,7% a
mais do que o enviado anteriormente. O valor obtido foi ainda
melhor. A receita anual somou US$ 657,528 milhões, com
alta de 6,2% sobre o resultado de 2012, conforme números
da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), reunidos pelo
Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).
De acordo com Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico do Ibraf,
as vendas externas foram favorecidas pela valorização do dólar
26
em 2013. No entanto, observa que a demanda não mostrou expressivos sinais de recuperação no ano em evidência. “O câmbio
é o fôlego para manter as exportações estáveis ou com crescimento”, aponta Cloves. Para 2014, o gerente estima que o resultado acabará sendo muito parecido com o do ano anterior.
Aos poucos, as estatísticas revelam que o setor vem recuperando o espaço perdido após a crise econômica de 2008. O
volume negociado em 2013 ficou 22,4% abaixo do recorde de
918 mil toneladas embarcadas em 2007. Além disso, apesar
de ocupar o terceiro lugar no ranking mundial de produção de
frutas, o País exporta apenas 3% daquilo que colhe.
27
Melão lidera na
exportação, mas
Melão lidera na exportação mas quase empata com
quasea empata com
manga em areceita
manga em receita
Melon exports
rank first, but
mango sales
follow close
behind in revenue
OS QUE ESTÃO NA LISTA
O pacote comercializado reúne mais de 20 variedades de frutas frescas. O melão liderou a lista, com envios de
191,412 mil toneladas, volume 5,31% superior ao exportado em 2012. Os embarques da fruta renderam US$ 147,579
milhões em 2013, valor 10,04% acima do verificado no ano anterior. Abaixo do melão está situada a manga, com queda
de 3,93% no volume e alta de 7,19% na receita. A banana registrou aumento de 5,38% na quantidade e de 1,99% no
valor negociado. Os incrementos da maçã foram de 18,24% no peso e de 29,62% na renda.
Cloves Ribeiro Neto, do Ibraf, relata que, nos últimos anos, devido à demanda dos Emirados Árabes Unidos, cresceram
as exportações de limão tahiti. O volume enviado evoluiu para 78,602 mil toneladas em 2013, com avanço de 7,96% em
relação ao desempenho da temporada anterior. Já a renda apresentou alta de 23,45%, passando dos US$ 59,882 milhões
em 2012 para US$ 73,923 milhões no período seguinte. A fruta consolidou-se em 2013 como a quinta mais exportada em
volume e a quarta em receita.
As frutas são encaminhadas para mais de 50 países. Os principais destinos foram os Países Baixos (Holanda), que
absorveram 274,203 mil toneladas de frutas em 2013; o Reino Unido, que ficou com 126,866 mil toneladas; e a Espanha,
com 92,554 mil toneladas. Os Estados Unidos, que eram o maior importador em 2011 e o segundo em 2012, caíram para
a quinta posição em 2013. De acordo com o Ibraf, o Brasil perdeu parte do mercado por falta de acordos fitossanitários
com os EUA e com outros países importantes, como a China.
Benefiting
from
tailwinds
Brazilian fresh fruit
shipments totaled
711.869 thousand tons in
2013, up 2.7% in volume
and 6.2% in revenue
T
he performance of Brazilian fresh fruit sales has made
strides over the past years. In 2013, Brazil shipped
abroad a total of 711.869 thousand tons of fruit, up
2.7% from the previous period. Revenue from these
shipments was even more attractive. Annual revenue amounted
to US$ 657.528 million, up 6.2% from 2012, according to num-
28
bers furnished by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), collected by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf).
According to Cloves Ribeiro Neto, technical manager at Ibraf,
foreign sales took advantage of the higher value of the dollar in
2013. Nevertheless, he observes that demand showed no expressive signs of recovery in the year in question. “The exchange
rate is a major player in terms of keeping exports stable or on the
rise”, Cloves explains. For 2014, the manager has it that the result
will be much similar to the previous year.
Little by little, the results reveal that the sector is recovering
the markets lost during the 2008 economic downturn. The volume negotiated in 2013 was down 22.4% from the record 918
thousand tons shipped in 2007. Furthermore, in spite of ranking
as third in the global fruit production category, the country only
exports 3% of its entire production.
Sílvio Ávila
29
THOSE WHO ARE ON THE LIST
The fruit package for sale comprises upwards of 20 fresh fruit varieties. The melon came on top of the list, with shipments of
191.412 thousand tons, up 5.31% from the shipments in 2012. These shipments brought in revenue of US$ 147.579 million in 2013,
up 10.04% from the previous year. The mango comes right after the melon, down 3.93% in volume and up 7.19% in revenue. Banana
shipments increased by 5.38% in quantity and 1.99% in negotiated value. Apple sales soared 18.24% in weight and 26.62% in
income.
Cloves Ribeiro Neto, of Ibraf, explains that over the past years, due to orders coming from the United Arab Emirates, Tahiti lemon
sales soared considerably. The volume shipped to that destination rose to 78.602 thousand tons in 2013, representing an increase of
7.96% over the performance of the previous period. Revenue, in turn, soared 23.45%, from US$ 59.882 million in 2012 to US$ 73.923
million in the following period. The fruit consolidated in 2013 as the fifth more exported item in volume and fourth in revenue.
The fruits are sent to upwards of 50 countries. The main destinations were the Netherlands (Holland), to which 274.203 thousand
tons were shipped in 2013; the United Kingdom, which purchased 126.866 thousand tons; and Spain, with 92.554 thousand tons. The
United States, leading buyer in 2011 and second in 2012, fell to the fifth position in 2013. According to Ibraf sources, Brazil lost part of
the market because of the lack of phytosanitary agreements with the United States and with other important countries, like China.
Sílvio Ávila
VIAJANTES | Travelers
Comparative
Exportações brasileiras de frutas
Variação 2013/2012
Fruta
20132012
Receita (%)Volume (%)
Receita (US$ Fob)Volume (kg)Receita (US$ Fob)Volume (kg)
10,045,31
Melão
147.579.929 191.412.600 134.114.090181.767.594
7,19-3,93
Manga
147.481.604 122.009.290 137.588.916127.009.229
1,995,38
Banana (exceto da terra) 35.192.167 97.976.479 34.504.53492.972.951
29,6218,24
Maçã
62.941.935
85.429.045
48.559.505
72.252.803
23,457,96
Limão*
73.923.553
78.602.709
59.882.439
72.810.401
Uva
102.994.687 43.180.556 121.890.88152.015.627 -15-16,99
Melancia
16.523.934 32.049.686 16.979.92433.543.998 -2,69-4,45
Mamão
41.803.057 28.561.452 36.358.92226.130.743 14,979,30
Laranja
9.966.726 23.208.179
8.745.90622.447.476 13,963,39
1,340,94
Abacate
6.933.265 4.313.307 6.841.3714.273.039
Figo
8.207.616 1.367.684 8.480.2031.632.420-3,21-16,22
-57,38-54,54
Banana-da-terra
383.674 1.239.172
900.1662.726.129
Abacaxi
949.048 1.163.864
851.4391.356.50011,46-14,20
Tangerina
707.363 638.330 1.419.4701.357.040-50,17-52,96
59,2955,42
Outras frutas
918.251 318.978 576.478205.237
-9,39-6,94
Caqui
483.334 206.741 533.422222.160
42,9020,25
Goiaba
393.685 143.945 275.502119.705
94,11146,32
Mangostão
117.398 24.829 60.48010.080
-69,78-81,82
Coco
11.637 19.321
38.503106.297
298,63141,28
Ameixa
10.4881.730 2,631 717
-Damasco
4.3561.320
0 0
-99,37-98,75
Outros cítricos
1.012 502 160.29040.139
-100-100
Airela e mirtilo
0 0 8.303927
-100-100
Framboesa e Amora
0
0 27.7693.846
-100-100
Morango
0 0 131
-100-100
Pera
0
0 19.99222.344
Total
657.528.719 711.869.719 618.821.149693.020.403 6,262,72
* As estatísticas de limão e lima estão agrupadas. Fonte: Secex Elaboração: Ibraf
30
COMPARATIVO
Seu portal para fazer
negócios com o Brasil!
www.brasilglobalnet.gov.br
Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras;
Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior;
Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior;
Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011;
Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria
pesada e megaeventos esportivos.
Ministério das Relações Exteriores
Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos
porções | Portions
Brasil – consumo aparente
de frutas frescas em 2013
Produção *
40,253 milhões de toneladas
Importação
430,700 mil toneladas
Exportação
711,869 mil toneladas
População
202,160 milhões de habitantes
Indústria
18,234 milhões de toneladas
In natura
22,019 milhões de toneladas
Perdas
8,807 milhões de toneladas
Consumo total
13,211 milhões de toneladas
Consumo* per capita
65,35 quilos/habitante/ano
* Estimativa do setor e consumo de frutas in natura Fonte: Ibraf.
Elas caem
no gosto
Cerca de 53% das frutas frescas produzidas
por ano no Brasil têm como destino direto os
consumidores internos, sem considerar as perdas
G
rande parte da produção brasileira de frutas frescas
continua sendo absorvida pelo mercado interno. O
mesmo cenário é verificado nos demais países produtores de frutas do mundo, que igualmente destinam boa fatia de suas safras para abastecer a população local.
Os últimos dados consolidados são os da colheita de 2012, que
chegou a 42,416 milhões de toneladas de frutas frescas. Deste
32
total, cerca de 53% ficou no mercado de frutas frescas e o restante (47%) seguiu para a indústria de processamento. “Isso sem
considerar as perdas, que, em alguns casos, podem chegar a
40%”, lembra o engenheiro agrônomo Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).
Dos 53% destinados ao consumo natural, 3% são enviados
para o mercado internacional. “Portanto, pode-se dizer que cerca de 50% das frutas frescas são consumidas pelos brasileiros”,
avalia Cloves. De 47% que é processado, 26% é exportado e
21% comercializado no mercado doméstico. “Isso significa que
71% do total produzido pela cadeia é demandado pelo mercado
interno e os 29% restantes vão para os exportadores”, aponta.
Conforme Cloves, mesmo não dispondo de números recentes, o consumo de frutas entre os brasileiros está aquecido. Além disso, refere que o Brasil tem potencial para aumentar a demanda, uma vez que a população ainda não consome
a quantidade ideal a fim de garantir boa alimentação. “Nos pa-
Inor Ag. Assmann
33
íses desenvolvidos, o consumo supera a média de 100 quilos
de frutas por habitante ao ano”, destaca o gerente do Ibraf. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão
diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças, o equivalente a cinco porções desses alimentos.
Os últimos dados sobre o consumo de frutas frescas são
os da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o
levantamento, em 2002, a média de frutas consumidas em
casa era de 24,49 kg/pessoa/ano; em 2008, passou para
28,86 kg/pessoa ao ano. Neste intervalo, houve aumento médio de 4,38 quilos por pessoa ao ano, com a laranja e a banana mantendo-se como as preferidas. A pesquisa não leva em
conta o volume consumido fora do ambiente doméstico.
Nos últimos anos, o aumento da renda dos trabalhadores
e os maiores esclarecimentos sobre os benefícios das frutas
contribuíram para o avanço do consumo. “Gostaríamos que
essas qualidades fossem mais divulgadas”, diz Cloves. Algumas frutas, como melão e maçã, estão disponíveis aos consumidores por mais tempo ao longo do ano. “Isso é resultado
dos avanços tecnológicos implementado pelo setor”, frisa.
Também acrescenta que os preços são influenciados pelo clima e ainda pelos períodos de maior e menor oferta.
INCENTIVO AO CONSUMO
Um grupo de trabalho foi constituído para desenvolver
ações de educação alimentar e nutricional nas 72 centrais de
abastecimento do País. A Associação Brasileira das Centrais
de Abastecimento (Abracen) solicitou a criação do grupo, em
março de 2012, ao Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS) e ao Ministério da Saúde (MS). As
ações começaram em 2013, com a campanha de “Incentivo
ao consumo de frutas, legumes e verduras nas Ceasas”.
Já em andamento, a primeira fase está focada no
público interno das Ceasas (produtores, concessionários
e permissionários). A etapa seguinte será realizada em
2014 para o público externo das Ceasas (consumidores
que frequentam centrais de abastecimento, supermercados
e feiras, dentre outros locais que comercializam frutas e
hortaliças). Também participam da iniciativa a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de
Horticultura (Ibrahort) e o Plano Brasil Sem Miséria.
Robispierre Giuliani
Pleasing to
the palate
About 53% of all fresh
fruits produced in Brazil
in a year are directly
destined for domestic
consumers, without
taking into consideration
the substantial losses
A
huge portion of all Brazilian fresh fruits are absorbed by
the domestic market. The same scenario holds true for
other fruit producing countries around the world, which
equally destine the bulk of the produce for their local
populations. The latest consolidated data refer to the 2012 crop,
which amounted to 42.416 million tons of fresh fruit. Of this total,
about 53% was destined for the fresh fruit markets,
while the remaining amount (47%) ended up in
the processing industry. “These numbers do not
take into consideration the considerable losses,
which, in some cases, amount to 40%”, says agronomic engineer Cloves Ribeiro Neto, technical
manager at the Brazilian Fruit Institute (Ibraf).
Of the 53% destined for fresh consumption, 3% of the fruits are shipped to
the international marketplace. “Therefore,
about 50% of our fruits are consumed by
Brazilian people”, Cloves comments. Of the
47% that is processed, 26% is exported
and 21% traded in the domestic market. “It
means that 71% of the total amount of fruits
produced by the supply chain is demanded by the
domestic market, while the remaining 29% end up in
the hands of the importers”, he clarifies.
According to Cloves, although no recent numbers are available, the consumption of fruit by
Brazilian people is on the rise. Furthermore, he
maintains that Brazil has the potential to keep
demand soaring, as the consumption of fruit
34
35
by the population is still lagging behind the recommended
quantity. “In the developed countries, consumption exceeds
an average of 100 kilograms of fruits per person/year”, the
Ibraf manager explains. The World Health Organization (WHO)
recommends a daily intake of at least 400 grams of fruits and
vegetables, equivalent to five portions of these foods.
The most recent data on the consumption of fresh fruit come
from a survey referred to as Family Budgets Research (POF),
conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE). According to the survey, in 2002, average consumption
of fruit at home reached 24.49 kg/person/year; in 2008, it rose
to 28.86 kg/person/year. In the meantime, average consumption
rose by 4.38 kilograms/person/year, with oranges and bananas
maintaining their position as preferred ones. The research disregards the amount of fruits consumed outside the household.
Over the past years, the rising purchasing power of the employees in general, allied with clarification campaigns focused on
the health benefits derived from fruits, had a say in the bigger consumption rates. “We would appreciate it if these benefits received
more publicity”, admits. Some fruit species, like melons and
apples, are available to consumers almost all year round. “This
is the result of technological breakthroughs implemented by the
sector”, he explains. He also has it that the prices are influenced
by weather conditions and by periods of abundant or tight supply.
INCENTIVE TO
CONSUMPTION
A working group was set up to develop nutrition-oriented
eating habits at the 72 fruit distribution centers across the
Country. The Brazilian Association of Food Distribution Centers
(Abracen) insisted with the Ministry of Social Development
and Hunger Fight (MDS) and with the Ministry of Health (MS)
to create the group. The initiatives started at the distribution
centers in 2013, with the following campaign: “Incentive to the
consumption of fruits, legumes and vegetables”.
Now underway, the first stage is focused on the internal
public of the distribution centers (farmers, concessionaires and
permissionaires). The next step will be staged in 2014 for the
external public of the distribution centers (consumers who are
regulars at distribution centers, supermarkets and fairs, among
other locations that sell fruits and vegetables). The initiative
also involves such organs as the National Supply Company
(Conab), the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) and Brazil’s
Antipoverty Plan.
Baixe o aplicativo
de QR Code em seu
celular e saiba mais
sobre tradebor.
tradebor
Imagem ilustrativa.
Eficiência no pomar com resultados comprovados:
Tratamento
Floração
1ª passada
de colheita
%
2ª passada
de colheita
%
3ª passada
de colheita
%
Tradebor (3 x 1 l/ha)
02/08/12
21/11/12
90
03/12/12
10
-
-
Convencional
02/08/12
26/11/12
25
04/12/12
50
12/12/12
25
Cultura: Maçã (Eva) safras 2012/13, em Campo Tenente – PR
Tradebor tem grande eficiência na utilização do Boro, desta maneira antecipou a colheita e melhorou a coloração em dois
anos consecutivos, conforme comprovado nos resultados acima. Versátil, também pode ser aplicado em outras culturas, como uva,
ameixa, pêssego, nectarina, morango, abacaxi e melancia com recomendações especificas para cada uma. Para saber mais ou para
falar com um dos representantes Tradecorp em sua região, acesse o site: www.tradecorp.com.br
Rua Dr. Emílio Ribas, 600 | Cambuí | Campinas - SP | Tel.: +55 19 3709-3400 | [email protected]
Todos
ganham
Demanda adicional de produtos hortifrutícolas
poderá chegar a 5.250 toneladas durante o período
de realização da Copa do Mundo em 2014
A
Copa do Mundo está sendo vista como grande
oportunidade para o consumo e para a promoção
das frutas brasileiras, além de outros produtos. O
evento, que acontece no Brasil, em 12 capitais,
entre os dias 12 de junho e 13 de julho de 2014, oferece ambiente para a divulgação desses alimentos. Os públicos estrangeiro e interno estarão concentrados nas cidades-sede de
Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE),
Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de
Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Os gastos no setor de alimentos e de bebidas poderão ter
acréscimos de R$ 2 bilhões, conforme estudos. O Ministério do
Esporte prevê que o Brasil receberá de 500 a 600 mil turistas internacionais e que cerca de três milhões de brasileiros se deslocarão para as 12 cidades da competição. O consumo adicional
de hortifrutícolas pelos estrangeiros poderá chegar a 5.250 toneladas em um mês, o tempo de duração dos jogos, segundo
cálculos de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada (Cepea). O levantamento considerou
consumo de 350 gramas dos alimentos por pessoa ao dia.
De acordo com o Cepea, os agentes da cadeia produtiva
contaram com programas de incentivo ao fornecimento de
serviços e produtos estruturados. É o caso do programa Sebrae 2014, que, entre outras ações, ofereceu apoio ao cultivo
e à comercialização de frutas e hortaliças. Também o Projeto
Copa do Mundo FIFA 2014, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), contempla
a participação de compradores e formadores de opinião internacionais em agendas de negócios durante a Copa.
Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
lançou o projeto “Copa Orgânica e Sustentável”. O objetivo da
iniciativa é mostrar aos turistas a capacidade e o potencial do
Brasil para oferecer produtos orgânicos. Por fim, o projeto “Ali36
mentos do Brasil”, da Embrapa, surgiu com o propósito de divulgar a produção agrícola do País durante a Copa do Mundo. Entre
os alimentos a serem divulgados estão mandioca, açaí e caju.
37
FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE
Inor Ag. Assmann
O projeto Copa do Mundo FIFA 2014, da Apex-Brasil, utilizará como estratégia o marketing de relacionamentos. Isso significa aumentar
a integração dos clientes com a agência para fortalecer o relacionamento e a fidelização. A Apex já desenvolve duas ações baseadas nessa
estratégia, o “Projeto Fórmula Indy” e o “Projeto Carnaval”. Os dois contemplam a participação de compradores internacionais e de formadores
de opinião nos eventos e em agendas de negócios. Ações semelhantes serão implementadas na Copa do Mundo.
No Projeto Copa do Mundo FIFA 2014, as ações da Apex começaram na Copa das Confederações, que ocorreu em junho de 2013. Naquela
competição, as entidades participantes do projeto puderam trazer certo número de empresários que fossem de interesse para negociações
futuras com o Brasil. Na Copa do Mundo, o formato será o mesmo, porém com maior amplitude. Dentre as entidades integrantes do projeto da
Apex está o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), que, por meio do Projeto Brazilian Fruit, participou da Copa das Confederações.
Na ocasião, o Ibraf convidou três compradores e dois jornalistas, que representaram França, Itália, Emirados Árabes e Reino Unido. Além de
assistirem aos jogos, os convidados participaram de visitas técnicas e de rodadas de negócios que ocorreram em São Paulo e Fortaleza. Para a
Copa do Mundo, o Ibraf ainda não divulgou a lista de convidados, nem a agenda de negócios que pretende implementar, mas se entende que esta
seja outra oportunidade para atrair compradores internacionais de frutas brasileiras e jornalistas de publicações do setor. Estes poderão favorecer
as exportações no período pós-evento.
Additional demand for
horticultural produce
could amount to 5,250
tons during the 2014
Fifa World Cup
T
he Fifa World Cup is viewed as a great opportunity
for the promotion and consumption of Brazilian
fruits, along with other fresh produce. The event that
is scheduled to take place from 12 June to 13 July
2014, is an ideal environment for promoting these types of
food. Football fans from Brazil and abroad will flock to the cities that host the matches: Brasília (DF), Belo Horizonte (MG),
Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto
Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA)
and São Paulo (SP).
Expenditures involving the food and beverage sectors
might increase by R$ 2 billion, according to recent studies.
The Ministry of Sports estimates the number of foreign visitors at five or six hundred thousand, while about three million
38
Sílvio Ávila
Everyone
benefits
Brazilians will travel to the 12 cities that host the matches.
Additional consumption of horticultural produce could reach
5,250 thousand tons during the world cup month, according
to figures released by the Center for Advanced Studies on
Applied Economics (Cepea), after an accurate survey of the
situation. This survey based its calculations on a 350-gram
consumption of food per capita a day.
According to Cepea sources, the agents of the supply
chain relied on programs that encourage services and structured products. It is the case of the Sebrae 2014 program,
which, among other things, offers support to the cultivation
and trade of fruits and vegetables. On equal terms, the FIFA
39
2014 World Cup Project, promoted by the Brazilian Trade and
Investments Promotion Agency (Apex-Brasil), includes the
participation of international buyers and opinion makers on
the business agenda during the international matches.
Furthermore, the Ministry of Agrarian Development (MDA)
launched the project, “Organic and Sustainable Cup”. The aim
of the initiative is to make the tourists aware of Brazil’s potential
to offering organic produce. Finally, the “Brazilian Foods” project, of Embrapa, was created with the purpose to give publicity
to the Country’s agricultural produce during the Fifa World Cup.
The main focus will be on such foods as cassava, açaí and
cashew nut.
CUSTOMER LOYALTY
The FIFA 2014 World Cup Project, devised by Apex-Brasil, will use
the marketing relationship strategy. It means a deeper integration of
the customers with the agency, so as to strengthen relationship and
loyalty moves. Apex is already running two initiatives on the grounds
of this strategy: “IndyCar Series Project” and the “Carnival Project”.
The two of them include the participation of international buyers and
opinion makers in the events and on the business agenda. Similar
initiatives are to be carried out during the World Cup matches.
At the FIFA 2014 World Cup Project, Apex started its actions at
the Confederations Cup, in June 2013. At these matches, the entities
that had joined the project, were allowed to bring in a certain number
of entrepreneurs, deemed to be of interest for future negotiations
with Brazil. At the World Cup, the format will not change, but will
be broader. Entities that have joined the Apex project include the
Brazilian Fruit Institute, which, through the Brazilian Fruit project took
part in the Confederations Cup.
On that occasion, Ibraf invited three buyers and two journalists,
who represented France, Italy, the Arab Emirates and the United
Kingdom. Besides attending the football matches, the guests took
part in technical visits and business rounds held in São Paulo and
Fortaleza. For the World Cup, Ibraf has not yet disclosed the list
of guests, nor the business agenda to be implemented, but it is
understood that it is just one more opportunity to attract international
buyers of Brazilian fruits and journalists to give publicity to the sector.
Post event exports could benefit from these visits.
Inor Ag. Assmann
Roteiros
traçados
Tendência é de que o Brasil venha a exportar em 2014
volume de frutas muito similar ao do ano anterior,
desde que o câmbio continue favorável
O
s embarques brasileiros de frutas frescas deverão
continuar em 2014 muito semelhantes aos registrados anteriormente. O Brasil exportou em 2013
711,869 mil toneladas, 2,7% a mais do que no
ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Frutas
(Ibraf). Em receita, os envios de 2013 totalizaram US$ 657,528
milhões, com aumento de 6,2%. “O resultado foi favorecido
pela maior valorização do dólar”, explica o engenheiro agrônomo Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico do Ibraf. Ele pontua
que o câmbio é o que tem determinado o desempenho dos
negócios externos.
Ao beneficiar as vendas a outras nações, o dólar mais forte também encareceu as importações de frutas frescas em
2013. O volume internalizado pelo Brasil ficou praticamente
estável. Para abastecer o mercado nacional, o País demandou
430,700 mil toneladas de frutas frescas, o equivalente a US$
512,810 milhões. Esse montante apresentou alta de 0,86%,
enquanto a receita avançou 3,34% em relação às importações
de 2012. As frutas mais adquiridas são pera, maçã, uva, amei-
40
xa, kiwi, laranja e pêssego, dentre outras.
A balança comercial fechou 2013 com saldo positivo de
281,169 mil toneladas de frutas frescas e US$ 144,718 milhões em faturamento. O setor precisa vencer algumas barreiras atuais para aumentar os volumes das frutas exportadas.
De acordo com Cloves, a última abertura de mercado ocorreu
em 2006, com a exportação de manga para o Japão. “As negociações com novos importadores começam pela análise de
risco de pragas”, aponta. No entanto, o setor aguarda pelo registros de agrotóxicos que poderiam ser usados nas culturas.
De acordo com o gerente técnico do Ibraf, a liberação de
alguns produtos depende do setor público. Nesse caso, as
demandas estão sob a avaliação do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “O dilema
é definir quem irá arcar com os custos necessários para liberar
o uso de um novo produto”, relata.
Além disso, a partir de 2014 o Brasil não conta mais com o
Sistema Geral de Preferências da União Europeia (SGP), acordo
que oferecia vantagens tarifárias para as frutas brasileiras exportadas à região. O País era o quinto maior beneficiário do mecanismo, que utiliza a renda per capita como critério. “Sobre essa
questão, não há o fazer”, esclarece Cloves. Acrescenta que uma
das opções seria o Mercosul estabelecer acordo de livre comércio com a União Europeia. É outra questão que depende de acordos políticos entre as nações envolvidas.
41
Set
itineraries
Trend is for no big
changes in Brazil’s fruit
exports in 2014, compared
to the previous year,
provided the exchange
rate remains favorable
B
razilian shipments of fresh fruits in 2014 are poised
to repeat the numbers of the previous year. In 2013,
Brazil exported 711.869 thousand tons, 2.7% more
than the figures for the previous year, according to
data released by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). In revenue, the
2013 shipments brought in US$ 657.528 million, representing a
6-percent increase. “The result took advantage of the higher value of the dollar”, says agronomic engineer Cloves Ribeiro Neto,
technical manager at Ibraf. He maintains that the exchange rate
is credited with the performance of the foreign businesses.
By benefiting foreign sales, the highly valued dollar also
pushed up the prices of fruits purchased abroad in 2013. The
volume brought into Brazil remained almost stable. To supply
the domestic market, the Country demanded 430.700 thousand tons of fresh fruit, equivalent to US$ 512.810 million. This
amount represented an increase of 0.86%, while revenue advanced 3.34% compared to the fruits acquired from abroad
in 2012. The most imported fruits are pears, apples, grapes,
plums, kiwi, oranges and peaches, among others.
In 2013, the trade balance came to a close with a positive figure
of 281.169 thousand tons of fresh fruit and US$ 144.718 million in
revenue. The sector still needs to surmount some existing barriers
if the volume of fruits shipped abroad is to increase. Cloves recalls
that the latest new market conquered by Brazil was Japan, in 2006,
when that country began to buy mangoes from Brazil. “All negotiations with new importers start with pest risk analyses”, he mentions.
Nonetheless, the fruit growing sector is waiting for the list of registered pesticides for fruit trees.
According to the technical manager at Ibraf, the liberation of
some chemical products depends on government organs. In
this case, the requests depend on a decision by the Ministry
of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa), the National
Health Surveillance Agency (Anvisa) and the Brazilian Institute
of the Environment and Renewable Natural Resources (Ibama).
“The dilemma consists in defining who is going to pay for the
costs derived from the liberation of a new product”, he explains.
Furthermore, as of 2014, Brazil no longer relies on the European Union’s Generalized System of Preferences (GSP), an
agreement that included tariff benefits for Brazilian fruits shipped
to the region. The Country ranked as fifth biggest beneficiary of
this mechanism, which utilizes per capita income as criterion.
“There is nothing to do about the matter”, Cloves clarifies. He
adds that one of the options would consist in the establishment
of a free trade agreement between the European Union and
Mercosur. This is another issue that depends on political agreements between the nations in question.
principais
frutas
Main Fruit
Abacaxi
Pineapple
Casca
grossa
Seca no Nordeste fez cair a produção geral da
fruta no País, mas Estado do Pará cresce e lidera
o cultivo com incremento no uso da irrigação
F
oi mais difícil descascar o abacaxi em 2013, com a forte
seca na região Nordeste nesse período, sobretudo no
segundo semestre, conforme apurou a Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA). Com isso,
e também pela falta de mudas para plantios subsequentes, a
produção nacional decaiu de 1,69 bilhão para 1,55 bilhão de
frutos entre 2012 e 2013. E nesse nível deve permanecer em
2014, com leve recuperação de área colhida, de 58 para 59 mil
hectares, na projeção feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), em janeiro.
42
O município de Itaberaba (BA), que está entre os grandes
produtores nacionais, foi um dos que mais sofreu com a falta
de chuva, como constatou a instituição de pesquisa. Já em
2012 ocorreu decréscimo de produção de abacaxi na localidade, com recuo de 81,2 para 62,5 milhões de frutos. Ao mesmo
tempo, o IBGE observa crescimento do cultivo no Pará, hoje o
maior Estado produtor, com 319 milhões de frutos em 2013,
ultrapassando a Paraíba, com 283 milhões de unidades. No
Pará, mesmo com índices pluviométricos favoráveis, aumenta
o uso da irrigação, o que permite antecipar a colheita, destaca
a pesquisadora Áurea Albuquerque, da Embrapa.
O maior produtor da planta no Pará – e no País – é Floresta do
Araguaia. Segundo o IBGE, o município ampliou a área cultivada
de 6 mil para 7 mil hectares e a produção de 210 milhões para
245 milhões de frutos, entre 2011 e 2012. Na sequência aparece
com destaque São Francisco de Itabapoana, do Rio de Janeiro,
que aumentou de 100 milhões para 120 milhões de unidades a
Embrapa faz
experimento com
sistema de produção
orgânico na cultura
Embrapa is conducting
research into organic
pineapple crops
produção nesse período. Ali, com abundante mão de obra local
(sobretudo familiar, o que diminui custos), conforme Áurea Albuquerque, houve substituição da cana-de-açúcar pelo abacaxi.
A mão de obra, por sua vez, é mais escassa e cara no Tocantins, onde a Embrapa acompanha trabalhos com abacaxi.
Por essa razão, a sua produção, de volume menos expressivo
do que a de outros estados, tende a se estabilizar, com ênfase
na qualidade do produto, o que deve garantir bons preços no
mercado. Ainda em termos de municípios que se destacam na
produção nacional, o IBGE apresenta Touros, no Rio Grande
do Norte, com 87 milhões de frutos colhidos em 2012; Itapororoca (PB), com 75 milhões de unidades em 2012; e Monte
Alegre de Minas (MG), com 60 milhões de frutas.
A exportação do produto ainda é pequena, destinando-se
para este fim abacaxi fresco ou seco, seguido de outros sucos
da planta. As vendas externas do fruto fresco ou seco situam-se, em média, aquém de 0,1% da produção nacional e não há
tendência de que possa haver modificações substanciais nesse
percentual, ao menos a curto prazo, observa a pesquisadora da
Embrapa. Entre 2012 e 2013, o volume embarcado decresceu
14,2%, recuando para 1,1 mil toneladas, enquanto o valor recebido aumentou 11,4%, para US$ 949 mil. No mundo, a Costa Rica
detém a maior fatia de comercialização na cultura.
ATÉ ORNAMENTAL
Quanto à pesquisa do abacaxi, a Embrapa Mandioca e
Fruticultura, em parceria com a empresa Bioenergia Orgânicos,
desenvolve no município de Lençóis (BA) experimentos utilizando
as cultivares Pérola e BRS Imperial, relacionados a um sistema
de produção orgânica para a cultura. Conforme o pesquisador
Tullio de Pádua, são avaliadas densidades de plantio, adubação
e manejo de plantas de cobertura. Os resultados do projeto,
segundo ele, devem auxiliar no desenvolvimento dessa
alternativa no País, com a possibilidade de obtenção de frutos
mais saudáveis e de demanda crescente, atendendo a um
mercado praticamente inexplorado.
Adicionalmente, o pesquisador da Embrapa faz referência
ao programa de melhoramento genético da empresa, que
gera continuamente híbridos de abacaxi para consumo e, mais
recentemente, para o mercado de ornamentais. Há perspectivas
de lançamento de novas cultivares nos próximos anos, a
exemplo da BRS Imperial, da BRS Vitória e da BRS Ajubá, já
disponibilizadas a este setor da fruticultura.
Inor Ag. Assmann
43
Sílvio Ávila
Thick skin
Drought conditions in
the Northeast reduced
the production volume
of this fruit around the
Country, but the State of
Pará is doing well and is
expanding its production
by systematically
investing in irrigation
I
n 2013, it was more difficult to cut and skin the pineapple,
with a prolonged drought in the Northeast during the season, particularly in the second half of the year, according to a
survey conducted by Embrapa Cassava and Fruit Farming,
based in Cruz das Almas (BA). As a result, and also because of
the lack of seedlings for subsequent plantings, production volumes in Brazil decreased from 1.69 billion to 1.55 billion fruits,
from 2012 to 2013. And it should remain at this level throughout 2014, with a slight recovery in planted area, from 58 to 59
thousand hectares, from projections released by the Brazilian
Institute of Geography and Statistics (IBGE), in January.
The municipality of Itaberaba (BA), a major producer in national
terms, was affected the most by the dry weather conditions, according to sources of the research institution. Back in 2012, the
COROA DE REI | King’s crown
Produção e exportação de abacaxi brasileiro
AnosProdução (mil frutos)
2012
1.697.734
2013
1.556.807
Fonte: IBGE
Exportação (quilos)
AnosProdução (mil frutos)
2012
1.356.500
2013
1.163.864
Fonte: Secex/Ibraf.
44
crop in that location had already shrunk from 81.2 to 62.5 million
pineapples. In the meantime, IBGE refers to a rising trend in Pará,
now the leading producer, with 319 million fruits in 2013, outstripping the State of Paraíba, where 283 million units were produced.
In Pará, although favorable rainfalls are a characteristic of the
State, irrigation systems are on the rise, allowing for anticipating
the harvest, says Embrapa researcher Áurea Albuquerque.
The largest producer of the crop in Pará and in the entire Country is the municipality of Floresta do Araguaia. According to IBGE
sources, the municipality expanded its planted area from 6 to 7
thousand hectares, while the volume rose from 210 million to 245
million fruits, from 2011 to 2012. The municipality that comes in
the sequence is Itabapoana, in Rio de Janeiro, where production
soared from 100 million to 120 million units over the period. In that
municipality, where there is no shortage of labor (particularly family
labor, which reduces production costs) Áurea Albuquerque detected the replacement of sugarcane fields with pineapple crops.
Embrapa supervises the pineapple crops in Tocantins, where
45
labor is hardly available and more expensive. For this reason, the
production of pineapples in that State, although less expressive
compared to other States, tends to stabilize, with emphasis on
quality, an assurance for good market prices. Still in terms of municipalities that make a difference in production throughout Brazil,
IBGE mentions Touros, in Rio Grande do Norte, with 87 million
fruits harvested in 2012; Itapororoca (PB), with 75 million units in
2012; and Monte Alegre de Minas (MG), with 60 million fruits.
Pineapple exports are still in a fledgling stage, and only dry
and fresh fruits are destined for this purpose, followed by a variety
of juices extracted from the fruit. Foreign sales of dry and fresh
pineapples represent, on average, less than 0.1% of the national
production volume and there is no indication pointing to substantial changes on that score, at least in the short run, says the researcher. From 2012 to 2013, shipments abroad decreased by
14.2%, falling to 1.1 thousand tons, while revenue derived from
these shipments soared 11.4%, totaling US$ 949 thousand. In
global terms, Costa Rica has the biggest chunk in this trade.
GOING ORNAMENTAL
Regarding the research works on pineapples, Embrapa Cassava
and Fruit Farming, jointly with a company known as Organic
Bioenergy, is now conducting trials with two well-known cultivars,
Pérola and BRS Imperial, related to an organic production system
for the crop. In the words of researcher Tullio de Pádua, evaluations
include plant density, fertilization and management of cover crops.
The results of the project, according to him, should lead to the
development of this alternative in Brazil, with chances to produce
healthier fruits, now in great demand, working the way into a
market that is hardly being explored.
Furthermore, the Embrapa researcher mentions the
corporation’s genetic enhancement program, now continually
generating hybrid pineapples for consumption and, more recently,
for ornamental purposes. There are perspectives for the launch
of new varieties over the next years, including BRS Imperial, BRS
Vitória and BRS Ajubá, now available to this fruit farming sector.
principais
frutas
Main Fruit
Açaí
Açaí
Onde ele
vai Pará
Colhido às margens dos rios e largamente
consumido pela população, o açaí tornou-se produto
relevante na pauta das exportações do Pará
D
e uma fruta de importância regional, o açaí passou
a ter fãs por todo o Brasil e vem conquistando também o paladar de consumidores do exterior. Com
propriedades antioxidantes, a espécie, na verdade
uma palmeira amazônica, é rica em vitaminas e minerais. Co-
46
nhecida por ser poderoso energético, faz sucesso principalmente entre atletas e frequentadores de academias.
A maior parte do cultivo do açaí se dá ainda de forma extrativista, nas várzeas dos rios. A oferta, no entanto, é muito
menor do que a crescente demanda, abrindo espaço para
investimentos. O Pará, Estado que concentra mais de 80%
do total produzido no País, tem conseguido bons resultados.
Desde 2011, a Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri)
trabalha no Programa Estadual de Qualidade do Açaí (Peqa),
que tem como objetivo principal a introdução de boas práticas em toda a extensão da cadeia produtiva.
O incentivo ao plantio de açaizeiros nas chamadas terras
Variedades
adaptadas aumentam
o cultivo da espécie
em terras firmes
Adapted varieties
are now being
cultivated on firm land
FOMENTO
firmes e em áreas nativas manejadas tem ajudado a ampliar
o cultivo da fruta no Pará. Em 2012, ano em relação ao qual
existe o último dado disponível junto Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o Estado apresentava área
de 91.426 hectares, com produção de 851.829 toneladas
da fruta e geração de R$ 677,2 milhões em divisas. Outras
110.937 toneladas foram obtidas por meio do extrativismo,
segundo a estatal.
O açaí, em forma de polpa, é também a fruta paraense
mais exportada. De acordo com levantamento da Sagri, em
2012 (os números de 2013 ainda não estavam fechados em
fevereiro de 2014) foram embarcadas 6.061 toneladas, com
receita de US$ 17,2 milhões. O produto vai para mais de
20 países, sendo os Estados Unidos o principal cliente, com
quase 80% do total, seguidos do Japão, com 15%. “A América do Sul, com Argentina e Chile, nos últimos anos vem
aparecendo como potencial compradora”, observa Geraldo
Tavares, gerente-executivo de fruticultura da Sagri.
Os resultados alcançados no Pará são, em grande parte,
decorrentes do incentivo do governo estadual à atividade. Em
convênio com a Embrapa Amazônia Oriental, sediada na capital,
Belém, a Sagri trabalha no desenvolvimento de novas cultivares
precoces de alta produtividade, que se adaptem às condições
de terra firme. Em 2004 houve o lançamento da BRS Pará e no
decorrer de 2014 deve ganhar o mercado um novo material,
com maior rendimento de polpa e apto à produção no primeiro
semestre do ano, época de entressafra.
O gerente-executivo de fruticultura, Geraldo Tavares, destaca que
desde 2008 já foram distribuídas aos produtores mais de 20 toneladas
de sementes selecionadas da variedade BRS Pará, suficientes para
a obtenção de 10 milhões de mudas. “Provavelmente, este fomento,
aliado à perspectiva de bons negócios junto à iniciativa privada, tenha
incrementado a área de plantio”, avalia.
Outro projeto tem como alvo a aquisição de tanques de
branqueamento para processamento do suco de açaí, modo de
conservação de alimentos que consiste em mergulhá-los em água
quente e, na sequência, em água fria. Esse sistema ajuda a inativar
enzimas, a fixar a cor, a remover gases dos tecidos e a reduzir a
carga microbiana, eliminando assim a possibilidade de contaminação
pelo Trypanosoma cruzi, transmissor da doença-de-Chagas.
A iniciativa inclui ainda a aquisição de sistemas de irrigação
para implantação de açaizais em terra firme e a certificação
orgânica em áreas de agricultores familiares. O investimento
de quase R$ 5 milhões irá beneficiar 2.700 produtores e 500
batedores artesanais, nos pólos de Marajó e do Baixo Tocantins.
Sílvio Ávila
47
FORÇA PROVIDENCIAL | Timely strength
Açaí em terras firmes e
áreas manejadas no Pará
AnoProdução (t)
Área (ha)
2011742.484 80.091
2012851.829 91.426
Fonte: IBGE.
Progressing
steadily
Harvested along river
margins and largely
consumed by the
population, the açaí has
become a relevant item
on Pará’s export agenda
F
rom a fruit of only regional importance, the açaí has worked
its way into most Brazilian regions, and is now conquering
the palate of international consumers. With antioxidant
properties, this species, which is in fact an Amazon palm
tree, is rich in vitamins and minerals. Vastly known as an energy
fruit, it has become a favorite with fitness centers attendees.
This exotic fruit is still largely cultivated in extractivist manner, mostly in flat riverside lands. Supply is still lagging behind
ever-increasing demand, paving the way for huge investments.
Pará, the State that concentrates upwards of 80% of the total
amount produced in Brazil, has had good results. Since 2011,
the Pará State Agriculture Secretariat (Sagri) has been involved
in the State Program for Açaí Quality (Peqa), whose major objective consists in the introduction of best agricultural practices
throughout the entire supply chain.
Incentive towards açaí tree plantations in the so-called firm
lands and in specially prepared native patches has greatly expanded the cultivation of the fruit across the State of Pará. In 2012,
a year in which the Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE) released its latest figures about the fruit, the area devoted
to açaí plantations in the State reached 91,426 hectares, with a
48
production of 851,829 tons of the fruit and the generation of R$
677.2 million in revenue. Another 110,937 tons, according to the
research organ, came from extractivistic operations.
The açaí, in pulp form, is also the most exported fruit in Pará.
According to a survey conducted by Sagri, in 2012 (the 2013 numbers had not been released in February 2014), shipments abroad
amounted to 6,061 tons, with revenue of US$ 17.2 million. The
product is destined for upwards of 20 countries, and the United
States is the biggest client, purchasing almost 80% of the total, followed by Japan, with 15%. “South America, especially Argentina
and Chile, has it all to become a potential buyer”, observes Geraldo
Tavares, chief executive officer at Sagri’s fruit farming division.
PROMOTION
The results achieved in Pará derive, for the most part, from the incentives granted to the activity by the state government.
Jointly with Embrapa Eastern Amazon, based in the capital city, Belém, Sagri is doing research on the development of new highly
productive early varieties, adapted to firm land conditions. In 2004, the BRS Pará was launched and, over 2014, a new variety is
supposed to reach the market, richer in pulp and harvested in the first half of the year, when it is off-season time.
The chief executive officer of the fruit farming division, Geraldo Tavares, recalls that since 2008, upwards of 20 tons of selected
seeds of the BRS Pará variety have been handed out, enough to obtain 10 million seedlings. “Probably, this promotion, allied with
expectations for good businesses by private initiative, have increased the hectares devoted to the fruit”, he thinks.
Another Project is targeted at the acquisition of bleaching tanks for processing the fruit into juice, a food conservation Project which
consists in dipping it into hot water and, in the sequence, in cool water. The process deactivates the enzymes, fixes the color, removes
all gases from the tissues and reduces the microbian load, thus eliminating any chances for contamination by Trypanosoma cruzi, one
of the Chagas disease vectors. The initiative also includes the acquisition of irrigation systems for the establishment of açaí plantations
on firm land and organic certification in areas where family farming predominates. The investment of almost R$ 5 million is supposed
to benefit 2,700 farmers and 500 artesanal açaí beaters, in the belts of Marajó ando Baixo Tocantins.
Sílvio Ávila
49
principais
frutas
Main Fruit
Banana
Banana
Energia
de sobra
Terceira fruta na pauta de exportações do Brasil,
a banana recuperou preços, ampliou as vendas
externas e a produção e promete mais em 2014
J
á diz o velho refrão que a banana proporciona energia
e faz crescer. No último ano, especialmente no segundo semestre, a fruta vitaminou sua cadeia produtiva
com preços em alta, reação nas exportações e indicativos de aumento de área, produtividade e produção em 2014.
Apesar das baixas cotações no primeiro semestre e do clima
adverso por frio ou falta de água em alguns polos produtivos,
50
2013 registrou números positivos para o setor.
Os produtores de banana prata de Minas Gerais registraram o recorde nominal de preços em abril: R$ 1,73 pelo quilo,
segundo acompanhamento do Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo
(USP). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
aponta para área cultivada de 483.915 hectares, que tende a
evoluir cerca de 1% em 2014, avançando para 488.588 hectares. O Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária, divulgado em janeiro, confirma a expectativa de que, com
clima mais favorável, o rendimento por área subirá 1,66%, de
14.323 quilos por hectare para 14.561kg/ha.
Em 2013, as regiões do Nordeste, mesmo as irrigadas,
enfrentaram seca. Minas Gerais teve déficit hídrico e temperaturas abaixo da média no inverno, enquanto em Santa Cata-
Setor teve primeiro
semestre de preços
baixos e ano de
clima adverso
Sector faced low
prices in the first half
of the year, along
with adverse weather
conditions
SEM LIMITES
rina geadas atingiram as plantações e trouxeram prejuízos. O
pesquisador Edson Perito Amorim, da Embrapa Mandioca e
Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), destaca que os melhores
preços obtidos pela banana prata, especialmente no segundo
semestre de 2013, estão associados às recentes quedas de
produção e aos fatores climáticos, que levaram à redução da
oferta e da qualidade dos frutos em alguns polos.
Mas para 2014, com expectativa da volta das chuvas ao
Nordeste e a Minas Gerais, o IBGE projeta crescimento produtivo em 2,65%, de 6,93 milhões de toneladas para 7,11 milhões
de toneladas. Produzindo mais, o Brasil deve ampliar também
os embarques ao mercado internacional. O Instituto Brasileiro
de Frutas (Ibraf) indica, com base nos números da Secretaria
de Comércio Exterior (Secex), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que em 2013 o Brasil
ampliou as exportações de bananas em 5,38% no volume e em
1,99% na receita, sem considerar as bananas-da-terra.
Pelos números oficiais, o Brasil exportou 97,9 mil toneladas
da fruta em 2013, contra 92,9 mil toneladas em 2012. O faturamento alcançou a US$ 35,19 milhões, contra os US$ 34,5
milhões de 2012.
O pesquisador Edson Perito Amorim lidera o programa
de melhoramento genético de bananas e plátanos
da Embrapa no País, a partir da unidade Mandioca e
Fruticultura, em Cruz das Almas (BA), que reúne mais
20 cientistas de diversas áreas. Segundo ele, diversos
materiais genéticos estão em teste e, dentro de poucas
safras, devem ser lançados como variedades, se
aprovados, gerando alternativas de cultivo aos produtores.
Além de manter o foco nas questões relacionadas à
sanidade, como resistências aos fungos que causam a
sigatoka negra e amarela, e o mal-do-Panamá, entre outras
doenças, a Embrapa tem retomado a ênfase em aspectos
agronômicos e comerciais, como produtividade, qualidade
de fruto, coloração, pós-colheita e durabilidade de prateleira.
“Sem descuidar das doenças, estamos trabalhando bastante
focados na qualidade do fruto para atender à crescente
exigência dos mercados nacional e internacional”, assinala.
“O consumidor não quer saber se a banana é resistente a
uma doença, mas quer que ela tenha o sabor, a coloração e
o odor que deseja e costuma consumir”, enfatiza Amorim.
Entre os materiais da Embrapa com boa aceitação junto
ao setor está a BRS Platina, tipo prata, resistente ao mal-doPanamá, que soma mais de 100 mil mudas cultivadas em
Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Outra predileção é a
BRS Princesa, tipo banana-maçã, com níveis de tolerância
muito altos ao mal-do-Panamá, que vem ampliando a área
no Centro-Oeste e no Sul do Brasil.
Inor Ag. Assmann
51
Sílvio Ávila
Energy
to spare
Ranking third on the
export agenda, the
banana recovered its
price, expanded foreign
sales and production
and is anticipating steps
forward in 2014
A
s the old saying goes, “bananas are vitamins that
make people grow and get fat”. Last year, especially
in the second half, the fruit propelled its supply chain
with higher prices, resumption of exports and higher
production volumes in 2014. Although fetching low prices in the
first half of the year, and enduring adverse climate conditions,
either from cold temperatures or lack of water in some production belts, 2013 registered positive figures for the sector.
Silver banana growers in Minas Gerais commemorated record nominal prices in April: R$ 1.73 per kilogram, according
to a survey conducted by the Center for Advanced Studies
on Applied Economics (Cepea), of the University of São Paulo
(USP). The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE)
52
points to a cultivated area of 483,915 hectares, which tends to
rise about 1% in 2014, to 488,588 hectares. The Systematic
Agriculture and Livestock Survey, released in January, confirms
the expectation that, with favorable climate conditions, yields
per area are poised to soar 1.66%, from 14,323 kilograms per
hectare to 14,561 kilograms.
In 2013, the regions in the Northeast, even under irrigation
systems, endured drought conditions. Minas Gerais was hit by
a spell of dry weather and lower than normal temperatures in
winter, while in Santa Catarina frost conditions caused losses
to plantations. Researcher Edson Perito Amorim, of Embrapa
Cassava and Fruit Farming, in Cruz das Almas (BA), points out
that the better prices fetched by silver banana varieties, particularly in the second half of 2013, are associated with the recent
production reductions and to climatic factors, which affected
53
NO LIMITS
Researcher Edson Perito Amorim is the head of the bananas
and plantains genetic enhancement department at Embrapa in
Brazil, located in the Cassava and Fruit Farming unit in Cruz das
Almas (BA), where upwards of 20 scientists from different areas
do research. According to him, several genetic materials are now
in their trial stage and should soon be launched as varieties, if
approved, providing the farmers with cultivation alternatives.
Besides keeping focused on sanitary-related matters, like
resistance to fungi that cause the sigatoka disease, both yellow
and black, the Panama disease, among other pests, Embrapa
has resumed its emphasis on agronomic and commercial
aspects, like yields, fruit quality, color, post-harvest procedures,
and shelf life. “Without disregarding the question of diseases,
we are now primarily focused on fruit quality, so as to comply
with the requirements of the discerning domestic and foreign
markets”, he recalls. “Consumers are not concerned about the
resistance of the fruit against diseases”, Amorim argues.
Embrapa varieties well accepted by the sector include
BRS Platina, silver type, resistant to the Panama disease, with
upwards of 100 thousand seedlings being cultivated in Santa
Catarina and Rio Grande do Sul, and BRS Princesa, apple
banana type, with high tolerance to the Panama disease, now
popular in the Center-West and South Brazil.
ÀS PENCAS | Plenty of bananas
Quadro de safra da banana no Brasil
2013 2014*%
Área (ha)
483.915 488.5880,97
Rendimento (kg/ha)14.323
14.561 1,66
Produção (t)6.931.137 7.114.5532,65
Fonte: Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária Jan./2014 – IBGE.
YES, NÓS TEMOS | Yes, we have
both yields and fruit quality in some belts.
For 2014, nonetheless, with perspectives for normal rainfalls in the Northeast and Minas Gerais, IBGE sources project
productive growth at 2.65%, from 6.93 million tons to 7.11 million tons. If the size of the crop grows bigger, more shipments
to the international market will entail. The Brazilian Fruit Institute
(Ibraf), relying on figures released by the Brazilian Secretariat
of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), indicates that in
2013 Brazil expanded its banana exports by 5.38% in volume
and 1.99% in revenue, without considering plantain bananas.
From the official numbers, Brazil exported 97.9 thousand
tons of the fruit in 2013, compared to 92.9 thousand tons in
2012. Revenue reached US$ 35.19 million, against US$ 34.5
million in 2012.
Comparativo das exportações
brasileiras de bananas* – 2013/12
2013 2012%
Volume (t)
97.076.47992.972.9515,38%
Receita (US$) 35.192.16734.504.5341,99%
* Exceto bananas-da-terra. Fonte: Secex/MDIC Elaboração: Ibraf.
principais
frutas
Main Fruit
Laranja
Orange
Não é
brincadeira
Com menos citricultores, produção brasileira
da safra 2013/14 volta a diminuir e repercute no
processamento e na formação de estoques de suco
C
ampeão mundial na produção de laranja, bem
como na de suco, o Brasil registrou nova queda
nos números em 2013, assim como já havia ocorrido no ano anterior, após uma supersafra em 2011.
Enquanto em nível de País o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) levanta índices de cerca de 10% de decréscimo, na maior região produtora, o chamado Cinturão Citrícola
54
de São Paulo e do Triângulo Mineiro, a redução apontada, em
informações divulgadas em 10 de fevereiro de 2014 pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), situa-se em 26%. Para 2014 a previsão é de que a oferta
venha a ser recuperada, na ordem de 11%.
A entidade calcula que a produção tenha chegado a
385.393 caixas de 40,8 quilos (15,7 milhões de toneladas)
na safra 2012/13, e que irá se situar em 284.900 caixas (11,6
milhões de toneladas) no ciclo 2013/14. Já em 17 de dezembro de 2013, estimativa feita em parceria entre a Secretaria
da Agricultura de São Paulo (SAA), por meio do Instituto de
Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (Cati), e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa), mencionava produção comercial
paulista de 268,6 milhões de caixas (10,9 milhões de toneladas) na fase 2013/14.
55
Novo período
produtivo da laranja
tende a recuperar
parte da oferta
Inor Ag. Assmann
Next orange production
cycle is likely to improve
the supply side
HORA DE REAÇÃO Na safra 2013/14, apesar de
persistirem problemas fitossanitários e de custos, é observada reação no mercado de citros, com maior volume de
compra e melhor preço pago ao citricultor. Um dos fatores
a contribuir para tanto seria o rendimento da fruta abaixo do
esperado, devido ao excesso de chuva na época da maturação, o que requereu a moagem de número maior de frutos
para obter produto com teor de sólidos solúveis adequados.
Isto se confirma no rendimento industrial do produto divulgado, de 282 caixas por tonelada de suco, o pior já vivenciado. Com isso, e com a redução da safra, a produção total de
suco de laranja no cinturão citrícola não deve ultrapassar a
850 mil toneladas, 20% a menos do que no período anterior.
Os estoques mundiais de suco de laranja em poder de associados da CitrusBR devem cair 316 mil toneladas, baixando
para cerca de 450 mil toneladas em 30 de junho de 2014, segundo suas projeções. A entidade prevê recuperação na próxima safra de laranja, em virtude de possível aumento de produtividade dos pomares, de 19,2%, embora ainda não estivessem
computados os efeitos da seca que afetava a região no início do
ano. A estimativa feita era de que a produção do cinturão pudesse chegar a 317.430 mil caixas (12,9 milhões de toneladas).
MAIS SAÍDA
Desconsiderando 17,8 milhões de caixas relativas a pomares
não expressivos economicamente, e ainda as perdas no processo produtivo e na colheita, a produção comercial apurada
seria em 80% destinada às indústrias processadoras de suco
e 20% para o mercado in natura. O último índice foi superior
ao de outros anos, conforme técnicos do setor, por haver
maior dificuldade de colocação na indústria, e em busca de
melhores preços. Inclusive, conforme levantamentos sobre
este aspecto, em São Paulo, a laranja para mesa chegou a
registrar variação de 103% na remuneração entre dezembro
de 2012 e dezembro de 2013.
O referido estudo das instituições lembra que a supersafra
de laranja em 2011 (375 milhões de caixas em São Paulo)
teve grande impacto na temporada seguinte, ano da maior
crise sentida pela citricultura paulista, por não ter sido possível comercializar a produção. Da mesma forma, segundo
os técnicos, a presença dos frutos remanescentes durante a
nova florada impactou na diminuição da produção de 2013.
Além disso, a análise menciona levantamentos sobre queda
de 38% no número de citricultores paulistas entre julho de
2010 e novembro de 2013. Atualmente, são cerca de 10.100
produtores. Houve, ainda, a erradicação recente de 52,3 mil
hectares de pomares na região produtora de citros.
As vendas externas de suco de laranja, lideradas
mundialmente pelo Brasil, que exporta quase toda a produção,
também mostram recuperação em 2013. Enquanto em termos
de recursos gerados (perto de US$ 2,3 bilhões) a situação não
se alterou muito (1%), no volume exportado houve acréscimo
de 11% sobre o ano anterior, com mais de 1,2 milhão de
toneladas. A maior reação (61%) aconteceu no comércio com
os Estados Unidos: nesse mercado, com 215,8 mil toneladas,
voltou a ser ocupado espaço perdido por suspensão temporária
em 2012. Mas também o maior cliente, a União Europeia (UE),
comprou mais 4%, absorvendo 806 mil toneladas.
Nos Estados Unidos, de acordo com o que o Departamento
de Agricultura do país (USDA) divulgou em janeiro de 2014,
deve ocorrer redução da atual safra de laranja em 12%,
por problemas de clima e de fitossanidade, além de haver
redução de consumo e de exportação. Já em nível mundial,
o organismo prevê crescimento da produção em cerca de
5%, particularmente no Brasil, na China e na União Europeia.
Também projeta crescimento de 18% na industrialização
de suco brasileiro, e que a exportação desse item superaria
a produção, “para atender à demanda na UE e nos Estados
Unidos”.
Inor Ag. Assmann
It is no
joke
With the number of
orange growers on
the decline, Brazilian
2013/14 crop drops even
further, adversely
reflecting on processing
and juice stocks
G
lobal leader in the production of oranges, as well as
juices, Brazil registered a new decline in the numbers
in 2013, following on the heels of what had happened
the previous year, after a bumper crop in 2011. While
in the Country as a whole the Brazilian Institute of Geography and
Statistics (IBGE) ascertains 10-percent decreases, in the biggest
orange producing region, the so-called Citrus Belt in São Paulo
and in Triângulo Mineiro, the reduction that was detected, according to numbers released on 10th February 2014 by the National
Association of Citrus Fruits (CitrusBR), reaches 26%. For 2014 the
SUCO PARA O MUNDO | Juice for the world
Exportação de suco de laranja brasileiro
AnoVolumeValor
(T de FCOJ equivalente)
(US$ mil)
2012
1.096.5932.276.437
2013
1.218.8932.295.368
Fonte: Secex/MDIC/CitrusBR.
LARANJA NO CINTURÃO | Orange belt
Estimativas da área produtora (CintURÃO
Citrícola/São Paulo e Triângulo Mineiro)
SafraProdução (caixas de 40,8 kg)
2012/13385.393
2013/14284.900
2014/15317.430
Fonte: CitrusBR-10/02/2014
56
forecast is for a recovery on the supply side, of about 11%.
The entity estimates the production at 385,393 boxes (40.8
kg), representing 15.7 million tons in the 2012/13 growing season, with perspectives for 284,900 boxes (11.6 million tons) in the
2013/14 crop year. On 17th December 2013, a joint survey by the
São Paulo State Secretariat of Agriculture (SAA), the Agricultural
Economy Institute (IEA), the National Supply Company (Conab)
and the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA)
estimated the commercial production in São Paulo at 268.6 million boxes (10.9 million tons) in the 2013/14 growing season.
Disregarding the 17.8 million boxes relative to orchards that
have little economic expression, along with losses throughout
the processing and harvest operations, the commercial production that was ascertained has its destination split into 80% for
the juice processing industry and 20% for the fresh fruit market.
The latest rate outstripped the rate of other years, according to
technicians of the sector, simply because it was more difficult to
deliver the fruits to the industry, while the fight for better prices
was also a factor. A survey of this variable in São Paulo detected
a variation as high as 103% in the price of table oranges, from
57
tion, mainly due to excessive precipitation at maturation time,
which forced the industry to process a bigger number of fruits to
obtain a product of appropriate soluble solids.
It confirms the recently disclosed industrial performance of 282
boxes of oranges for a ton juice, the worst result ever. Due to this,
and because of a smaller than expected crop, the total volume of
orange juice in the citrus belt is poised to remain at 850 thousand
tons or less, down about 20% from the previous period.
For this reason, the global orange juice stocks in the hands
of the CitrusBR associated members should decrease by 316
thousand tons, remaining at approximately 450 mil tons in June
2014, according to the entity’s projections. On the other hand,
the entity anticipates a recovery in the next orange crop in the
surveyed area, by virtue of the possible higher yields of most
orchards, up around 19.2%, but the effects of the drought that
hit the region at the beginning of the year have not yet been factored in. The estimate that was then released was anticipating a
crop of 317.430 thousand boxes (12.9 million tons).
MORE SHIPMENTS
December 2012 to the same month in 2013.
The study in question conducted by the institutions recalls
that the bumper crop in 2011 (375 million 40.8 kg boxes in São
Paulo alone) had a big impact on the following cycle, a year
when the citrus business in São Paulo experienced its most
harrowing experience, because the State was unable to trade
its entire production. Likewise, according to technicians of the
sector, the presence of non-harvested fruits on the trees at blossoming time had a say in the smaller 2013 crop. Furthermore,
reference is made to surveys that detected a decrease of 38%
in the number of orange growers in São Paulo, from June 2010
to November 2013, totaling about 10,100 growers, along with a
recent eradication of 52.3 thousand hectares of orchards.
TIME TO REACT In the 2013/14 growing season, although phytosanitary and production cost problems have not
yet vanished in their entirety, a reaction has been observed in the
citrus market, with higher volumes being purchased and better
farm gate prices. One of the factors that is supposed to have
contributed is the fact that yields have remained below expecta-
Shipments of orange juice, with Brazil occupying a
leadership position, also made a recovery in 2013. In the
meantime, in terms of the generation of resources (close to
US$ 2.3 billion) the situation has not changed much, only 1%,
but volumes shipped abroad were up 11% from the previous
year, totaling upwards of 1.2 million tons. The biggest reaction
(61%) was promoted by the United States: in this market, to
which 215.8 thousand tons were shipped, Brazil again began
to occupy the space lost due to a temporary embargo in 2012.
Furthermore, purchases by the biggest customer, the European
Union, went up 4%, reaching a total of 806 thousand tons.
In the United States, according to figures released by the
United States Department of Agriculture (USDA), in January
2014, the orange crop in that country will suffer a reduction of
12%, brought about by climate and phytosanitary problems,
with both consumption and shipments abroad on the decline.
At global level, USDA anticipates a 5-percent higher production
volume, particularly in Brazil, China and in the European Union.
And the same organ also projects an increase of 18% in the
industrialization of Brazil’s orange juice, with exports of this
item outstripping production, “mainly to meet demand from the
European Union and the United States”.
principais
frutas
Main Fruit
Limão Tahiti
Tahiti Lemon
Gostinho
de quero
mais
Produtores brasileiros de limão tahiti tiveram
bom desempenho em 2013, com excelentes cotações
e mais equilíbrio entre a oferta e a demanda
D
epois de três safras consecutivas com crescimento
praticamente zero, os produtores brasileiros de limão tahiti têm motivos de sobra para comemorar
o desempenho do setor em 2013. O clima colaborou, a indústria absorveu o excedente e as vendas externas
aumentaram consideravelmente. Com oferta e demanda em
58
equilíbrio, houve registro de altos preços para a fruta.
Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea), órgão da Universidade de São
Paulo (USP), mostra que de janeiro a novembro de 2013 o preço médio pago pela caixa de 27 quilos de limão em São Paulo
foi de R$ 19,12, 63% a mais no comparativo com o mesmo
período do ano anterior. É o maior valor nominal para esse
mesmo intervalo de tempo, desde 1996, quando o acompanhamento começou a ser realizado.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e
Exportadores de Limão (ABPel), Waldyr Promicia, avalia que o
Brasil consegue
fornecer limão o ano
inteiro, facilitando
a exportação
Brazil is in a position to
supply lemons all year round,
greatly favoring exports
ESPAÇOS
bom desempenho se deve, principalmente, à atitude da indústria de suco de voltar a comprar limão, retirando do mercado
as frutas de menor qualidade. Além disso, não faltou chuva.
Mesmo assim, admite o dirigente, não estão ocorrendo investimentos em novas plantações. “No máximo estão sendo repostos os pomares erradicados, talvez com leve perda”, conclui. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2012 foram produzidas 1.208.275 toneladas de
limão, em área de 48.244 hectares.
A boa situação no mercado interno favoreceu também a exportação. Se em 2012, mesmo com incremento nos embarques,
a receita caiu, em relação a 2011, em 2013 houve recuperação.
Os números da Secretaria de Comério Exterior (Secex), órgão
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
revelam que foram embarcadas 78,6 mil toneladas, com faturamento de US$ 73,9 milhões. O crescimento foi de 7,86% e de
23,45%, respectivamente, no paralelo com o ano anterior.
As exportações continuam fortemente concentradas
nos países da Europa, locais em que o limão brasileiro já
é bastante conhecido para uso na culinária e na famosa
caipirinha. Ponto positivo é que uma nova janela aos poucos
parece estar sendo aberta. “Percebemos um aumento
significativo na procura do tahiti brasileiro por importadores
de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos”, aponta Waldyr
Promicia, da ABPel.
Mesmo com novas possibilidades de mercado, o Velho
Continente tão cedo não deve deixar de ser o principal
destino da fruta brasileira. “O que mais agrada o importador
europeu é nossa consistência no fornecimento”, destaca.
Promicia lembra que o Brasil possui pomares comerciais de
limão de São Paulo até a Bahia, em diferentes microclimas,
ao contrário do México, o principal concorrente. “O tahiti é
uma variedade híbrida e, quando plantado em condições
favoráveis, ou com a ajuda da irrigação em períodos sem
chuva, consegue-se produzir o ano todo”, justifica.
Sílvio Ávila
59
Mouth-watering
Brazilian Tahiti lemon
producers performed
well in 2013, with
excellent prices and
balance between offer
and demand
RUMO CERTO | Right track
Exportações brasileiras de limões *
AAnoValor (US$ Fob)Volume (kg)
2012
59.882.43972.810.401
2013
73.923.55378.602.709
* Incluindo limas. Fonte: Secex.
60
Inor Ag. Assmann
A
fter three crops in a row with practically zero
growth, Brazilian Tahiti lemon growers have reasons enough to commemorate the performance
of the 2013 growing season. Weather conditions
were favorable, the industry absorbed the surpluses and foreign sales soared considerably. With a perfect balance between supply and demand, the fruit fetched high prices during the season.
A survey conducted by the Center for Advanced Studies
on Applied Economics (Cepea), an organ of the University of
São Paulo (USP), shows that from January through November 2013 average prices per 27-kg box of lemons reached R$
19.12, up 63% from the same period in the previous year. It is
the biggest nominal value for this timeframe, since 1996, when
the survey was first conducted.
The president of the Brazilian Association of Lemon Producers and Exporters (ABPel), Waldyr Promicia, has it that the
credit for the good performance goes, particularly, to the decision of the industry to start buying lemons again, withdrawing
poor quality fruits from the market. Furthermore, there was no
shortage of rain. Even so, the official admits, investments in
new plantations have come to a standstill. “At most, the eradicated orchards are being replaced, maybe at a slight loss”, he
concludes. According to the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE), in 2012 lemon production amounted to
1,208,275 tons, on a planted area of 48,244 hectares.
The favorable scenario in the domestic market had also a
positive influence upon exports. If in 2012, in spite of a rise in
61
MARKETS
shipments, revenue was down from 2011, in 2013, recovery
occurred. The numbers of the Brazilian Secretariat of Foreign
Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, reveal that shipments amounted to
78.6 thousand tons, with revenue of US$ 73.9 million. There
was an increase of 7.86% and of 23.45%, respectively, compared to the previous year.
Exports continue strongly concentrated on the European
countries, places where the Brazilian lemon has become quite
popular for culinary purposes, not the mention the well known
caipirinha. The positive side of all this is a new window that seems to
be opening. “We have witnessed impressive increases in the demand
for Brazilian Tahiti lemons by such countries as Dubai, the United Arab
Emirates”, says Waldyr Promicia, of ABPel.
Even with new market chances, the Old Continent will continue,
for years to come, as major destination for the Brazilian fruit. “What
really makes a difference for the European buyers is our regular
supply system”, he mentions. Promicia recalls that Brazil is home to
huge lemon orchards from São Paulo to Bahia, in different microclimates, contrary to Mexico, our main competitor “The Tahiti is a
hybrid variety and, when grown in favorable conditions, with the help
of irrigation in dry seasons, it bears fruit all year long”, he says.
principais
frutas
Main Fruit
Maçã
Apple
Em estado
de graça
Safra 2012/13 de maçã no Brasil registrou diminuição
de 11% na quantidade colhida e cotações foram
recordes na venda das frutas maiores
A
queda de 11% na colheita da safra 2012/13 de maçãs acabou tendo efeito positivo para os produtores
brasileiros, principalmente para aqueles que tiveram
o êxito de obter frutas maiores. Conforme o Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da
Universidade de São Paulo (USP), em outubro de 2013 a caixa
de 18 quilos da variedade Gala graúda, categoria 1, foi comer-
62
cializada, em média, a R$ 72,40 no mercado atacadista de
São Paulo. Este foi o maior valor nominal desde 2007, quando
teve início o acompanhamento das cotações.
O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque, afirma
que em 2013 a remuneração dos produtores pode ser considerada satisfatória, mesmo com o aumento dos custos. A entidade calcula que foram colhidas na safra 2012/13 em torno
de 1,046 milhão de toneladas. A diminuição no total obtido se
deve à maior quantidade de frutos menores, ocasionada pela
seca na região Sul em novembro e dezembro de 2012, período de desenvolvimento dos pomares.
Para a safra 2013/14, cuja colheita teve início em janeiro de
2014, a estimativa é de que ela chegue a 1,1 milhão de toneladas. Moisés Albuquerque explica que a variedade Gala apresenta frutos maiores do que no período anterior, porém em menor
Uma boa surpresa
ficou por conta do
excelente desempenho
da exportação
Another surprise
came from the excellent
performance in exports
MERCADO EXTERNO
quantidade nas árvores, levando a resultado similar ao do ciclo
2012/13. Para as maçãs do tipo Fuji está prevista recuperação
da produção, principalmente nas regiões mais frias, mesmo
com falhas em pomares de outros locais. Outro fator a ser considerado é que ocorreu redução de áreas com macieiras adultas
e em picos produtivos.
Na avaliação do diretor-executivo da ABPM, a qualidade é
a grande conquista a ser comemorada na safra 2013/14. “Há
notável recuperação do tamanho médio dos frutos em relação
ao período anterior”, confirma. Albuquerque salienta ainda que
a sanidade e a coloração das maçãs são das melhores já apresentadas, além de praticamente não ter havido registro significativo de queda de granizo nas regiões produtoras.
O Instituto Brasileiro da Geografia e Estatística (IBGE), que
calcula a produção total e não apenas os pomares comerciais,
estima que em 2013 o País colheu 1,226 milhão de toneladas de maçã, com queda de 8,45% sobre o ano anterior, que
fechou em 1,339 milhão de toneladas. A área teve queda de
0,69%, recuando de 38.689 hectares em 2012 para 38.420
hectares. A projeção da estatal para 2014, divulgada em janeiro, é de aumento de 5,64% sobre o período anterior, chegando a 1,295 milhão de toneladas.
No cenário internacional, o ano de 2013 foi de
recuperação para a maçã brasileira. Os embarques
cresceram 29,62% em valor e 18,24% em volume, no
comparativo com 2012. Foram exportadas 85.429 toneladas,
registrando faturamento de US$ 62,9 milhões, conforme a
Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os números alcançados com as vendas externas foram
uma surpresa para o setor. “Devido à quebra da safra
2012/13, e diante do fato de o calibre médio do fruto colhido
ter sido menor, não esperávamos esse desempenho, mesmo
com a desvalorização do real frente ao dólar”, enfatiza o
diretor-executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque.
O consumo doméstico absorve mais de 80% da
produção brasileira de maçã. As exportações, explica o
dirigente da entidade, servem como um caminho para
que o produtor possa escapar do excesso de oferta no
mercado interno no período da safra. Os países europeus
são os principais destinos da fruta brasileira, apesar do
interesse de importadores da Ásia, do Oriente Médio, da
África e da América Central.
A quebra de produção e o volume maior exportado em
2013 resultaram também em maior quantidade de maçã
importada. Os números da Secex registram a entrada no
País de 93.964 toneladas da fruta, com custo total de US$
95,427 milhões. O aumento sobre 2012 foi de 62,23% e de
56,81%, respectivamente.
Inor Ag. Assmann
63
Inor Ag. Assmann
State of
grace
Brazilian 2012/13 apple
crop was down 11% in
quantity but record
prices were fetched for
bigger fruits
T
he 11-percent smaller than expected apple crop in the
2012/13 crop year ended up as a positive factor for
the Brazilian farmers, especially for those who managed to produce bigger fruits. According to the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), of the
University of São Paulo (USP), in October 2013, an 18-kg box of
the Big Gala variety, category 1, sold for an average of R$ 72.40
in the wholesale market in São Paulo. It was the highest nominal
value since 2007, when price surveys began.
The chief executive director of the Brazilian Association of
Apple Producers (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque, maintains that in 2013 farm gate prices were quite satisfactory, although production costs went up, too. According to estimates
by the entity, in the 2012/13 growing season, about 1.046 million
tons were harvested. The reduction in the total volume is blamed
on the bigger amount of smaller fruits, which, in turn, are blamed
on the drought that hit the South in November and December
2012, a time when the orchards are in their growing stage.
The size of the 2013/14 crop, whose harvest started in January 2014, is estimated at 1.1 million tons. Moisés Albuquerque
explains that the Gala variety is characterized by bigger fruits
compared to the previous period, but with smaller amounts
BELEZA PURA | Genuinly pure
Produção brasileira (toneladas)
Estado
2014*2013*
Rio Grande do Sul
712.131642.989
Santa Catarina
530.601530.601
Paraná
49.30049.300
São Paulo
3.6653.665
Brasil
1.295.6971.226.555
* Estimativa - Fonte: IBGE.
64
hanging from the trees, leading to a result much similar to the
2012/13 cycle. For Fuji apples, a recovery in production is anticipated, particularly in the cold regions, notwithstanding orchard
failures in other locations. Another factor that has to be considered is the fact that there has been a reduction in areas devoted
to highly productive adult apple trees.
In the opinion of the executive director of ABPM, quality is the
real conquest to be commemorated in the 2013/14 growing season. “The average size of the fruits has experienced a considerable recovery, compared to the previous period”, he confirms.
Albuquerque stresses that the sanitary and color standards of the
apples are the best on record, and there have been very few incidences of heavy hailstorms across the growing regions.
The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), responsible for calculating the total production volumes and not
only the production of commercial orchards, estimates the 2013
crop at 1.226 million tons, down 8.45% from the previous year,
65
FOREIGN MARKET
when 1.339 million tons were harvested. The area devoted to
apples dropped 0.69%, receding from 38,689 hectares in 2012
to 38,420 hectares. The projection of the state corporation for
2014, published in January, is for an increase of 5.64% over the
previous period, totaling 1.295 million tons.
VIA DE MÃO DUPLA | Double lane
Exportações
AnoValor (US$ Fob)Volume (kg)
2012
48.559.50572.252.803
2013
62.941.93585.429.045
Importações
AnoValor (US$ Fob)Volume (kg)
2012
60.853.79157.919.741
2013
95.427.27993.964.004
Fonte: Secex
In the international scenario, 2013 was a year in which Brazil’s
apple business made a comeback. Shipments soared 29.62%
in value and 18.24% in volume, compared to 2012. Shipments
abroad amounted to 85,429 tons, bringing in revenue of US$ 62.9
million, according to sources of the Brazilian Secretariat of Foreign
Trade (Secex) a division of the Ministry of Development, Industry
and Foreign Trade.
The numbers achieved from foreign sales came as a surprise
to the sector. “Due to a reduction in the 2012/13 crop and in view
of the fact that the fruits had a smaller size, on average, we did not
expect such a good performance, in spite of the higher value of
the dollar against the real”, ABPM chief executive director Moisés
Lopes de Albuquerque admitted.
Domestic consumption absorbs upwards of 80% of the entire
apple crop in Brazil. Shipments abroad, the official of the entity
explains, are a way out for the farmers to get around excessive
supplies in the domestic market during harvest time. The
European countries are the main destinations for the apples, but
Asian importers have also shown interest, and so have buyers in
the Middle East, Africa and Central America.
The smaller crop and the bigger volumes shipped abroad in
2013 were responsible for Brazil to increase its purchases of apples
from other countries. Figures released by Secex refer to apple
imports of 93,964 tons, at a total cost of US$ 95.427 million. The
increase over 2012 amounted to 62.23% and 56.81%, respectively.
principais
frutas
Main Fruit
Mamão
Papaya
Para
começar
bem o dia
Fruta que apetece a cada amanhecer ganha mais
espaço na mesa dos brasileiros e passa a conquistar
também novos mercados no exterior
A
cor diferenciada do mamão está cada vez mais presente sobre a mesa do brasileiro, e isso desde o
momento do desjejum. Ao mesmo tempo, conquista
novos espaços igualmente na dieta dos estrangeiros.
É o que revelam os últimos dados sobre esta cultura típica do
País, que se destaca especialmente nos estados da Bahia e
do Espírito Santo. A sua produção, no entanto, enfrenta alguns
66
percalços, com redução em 2012 e 2013, enquanto a projeção
é de estabilidade para 2014.
Entre 2011 e 2012, de acordo com pesquisa da Produção
Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram produzidos 18,1% menos frutos de mamão
no País, num total de 1,5 milhão de toneladas, que geraram receita de R$ 1,1 bilhão, em área 8,3% menor. O espaço cultivado
em nível nacional, que ficou em 32,9 mil hectares, teria diminuído
novamente em 2013, conforme levantamento da equipe HortifrutiBrasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), de São Paulo, junto às principais áreas produtoras.
Nestas, a redução teria sido de 16,1%. Como causas, o analista Felipe Vitti de Oliveira encontrou altos custos de produção,
particularmente na mão de obra; e volatilidade nas cotações,
que, no entanto, reagiram em boa parte de 2013. No Sul da
Bahia, que concentra a maior área produtora, houve perdas
Produção sofre
contratempos, mas está
sempre direcionada
à qualidade
Production faces
setbacks, but is always
focused on quality
O papel estratégico
dos russos
com a virose do mosaico, que também se apresenta em outras partes, mas está recebendo controle mais rigoroso. No Rio
Grande do Norte, a verificação de recuo da área teria relação
com menor atuação de empresas exportadoras.
No Espírito Santo, maior exportador de mamão, em contrapartida, foi registrado aumento de 5,7% no plantio em relação
a 2012. No final de 2013, porém, o Estado sofreu com intensas
chuvas, que teriam afetado cerca de 1.300 dos mais de 7 mil
hectares plantados. Com isso, segundo prevê a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), com
sede no Estado, a tendência é de que a produção fique estabilizada em 2014 e que não haja novos plantios. Já pelo Cepea foi
verificada possibilidade de ampliação no Norte de Minas Gerais.
Mercado há, conforme estudo divulgado pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que registrou crescimento na demanda interna pelo produto na ordem de 3,6% entre
2008 e 2013. Já externamente, as exportações voltaram a aumentar em 2013 (9,3% em volume e 15% em receita) e novos mercados são conquistados. O acréscimo na venda externa, constata
a Brapex, ocorreu com a valorização do dólar e do euro, além da
elevação da qualidade da fruta, em especial da variedade Formosa,
cultivada no Nordeste, expectativa que se repete para 2014.
A Rússia foi um mercado explorado recentemente
pelos exportadores brasileiros de mamão, com a remessa
de quantidades maiores, graças ao projeto Brazilian Fruit,
desenvolvido pela Brapex, junto com o Instituto Brasileiro
de Frutas (Ibraf) e com a Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Campanha
eletrônica, tendo o site www.brazilianpapaya.com como uma
das ferramentas, difundiu o consumo do produto naquele país,
e o mesmo está sendo encaminhado para Emirados Árabes.
Além deste projeto, a Brapex, segundo informa Franco
Fiorot, diretor executivo, está elaborando o Selo de
Qualidade, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). É voltado ao
monitoramento das boas práticas agrícolas, à agregação
de valor e à maior competitividade nos mercados. Em
dezembro de 2013, a entidade lançou ainda o Prêmio
Produtor de Mamão 2014, para valorizar os esforços
voltados à qualidade e à segurança do consumidor.
Outra iniciativa de destaque e de sucesso é o Festival
Nacional do Mamão (Brasil PapayaFest), que será realizado,
em sua segunda edição, nos dias 2 a 5 de abril de 2014, no
Parque de Exposições de Linhares (ES). Envolverá toda a
cadeia produtiva do País, com representantes dos principais
estados produtores, como Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do
Norte, Ceará e Minas Gerais. Além disso, a realização da Copa
do Mundo de futebol no Brasil, em junho e julho de 2014, vai
oportunizar ações de marketing da Brapex, do Ibraf e da ApexBrasil, fazendo ligação entre a qualidade do mamão nacional
e a Seleção Brasileira, ambos referências mundiais.
Sílvio Ávila
67
Sílvio Ávila
Getting
the day off
to a good
start
Fruit that tastes better
every morning has made
its way to the Brazilian
dining tables and is
now conquering new
international markets
P
apaya’s unique color has definitely found its way to the
Brazilian dining tables, and it all starts at breakfast. In
the meantime, it is also working its way into foreign
diets. This is what is revealed by the latest data on this
typical crop across the Country, especially in the States of Bahia
68
and Espírito Santo. Its production, nonetheless, is facing some
setbacks, resulting in smaller planted areas in 2012 and 2013,
while projections point to a stable crop in 2014.
From 2011 to 2012, according to a survey conducted by
Municipal Agricultural Production (PAM), a division of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the production
of papaya in Brazil decreased by 18.1%, and the total volume
remained at 1.5 million tons, which generated revenue of R$ 1.1
billion, with the planted area down 8.3% from the previous year.
The area devoted to the fruit at national level, which amounted to
32.9 thousand hectares, is supposed to further decrease in 2013,
according to a survey of the main producing areas conducted by
the HortifrutiBrasil team, of the Center for Advanced Studies on
Applied Economics (Cepea), based in São Paulo.
In these areas, the reduction is believed to have reached
16.1%. Causes mentioned by analyst Felipe Vitti de Oliveira include high production costs, particularly labor costs; price volatility,
which, nonetheless, reacted favorably throughout 2013. In South
Bahia, where the biggest papaya producing area is located, there
were losses caused by mosaic viruses, which are also present
in other regions, where they are kept under strict control. In Rio
Grande do Norte, the smaller planted areas are believed to be
related to the export companies, now operating sluggishly.
On the other hand, in Espírito Santo, leading papaya exporter, the planted area was up 5.7% from 2012. In late 2013,
nevertheless, the State was hit by heavy rains, which are believed to have adversely affected 1.3 thousand of the upwards
69
of 7 thousand hectares throughout the state. As a result, as
anticipated by the Brazilian Association of Papaya Producers
and Exporters (Brapex), based in the State, the trend is for
the production volume to stabilize in 2014, with no more new
plantings. In the meantime, Cepea sources refer to chances for
planted area increases in North Minas Gerais.
There is market for the fruit, according to a study released
by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply
(Mapa), which registered an increase of 3.6% in domestic demand from 2008 to 2013. In the international scenario, exports
went up again in 2013 (9.3% in volume and 15% in revenue),
while new markets are being conquered. The soaring foreign
sales, according to Brapex, result from the higher value of the
Euro and Dollar, besides the better quality of the fruits, particularly the Formosa variety, grown in the Northeast, and the same
expectation holds true for 2014.
BOM APETITE | Enjoy
Presença do mamão brasileiro no País e Mundo
Anos
Área (ha)Produção (t)
2011
35.8811.854.343
2012
32.9011.517.696
Fonte: PAM/IBGE
AnosExportação US$Toneladas
2012
36.358.92226.131
2013
41.803.05728.561
Fonte: Secex/Ibraf.
Russia’s strategic role
The Russian market has recently been explored more intensively
by the Brazilian papaya exporters, with the shipment of bigger
quantities, thanks to the Brazilian Fruit project, developed by Brapex,
jointly with the Brazilian Fruit Institute (Ibraf) and with the Brazilian
Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil). Electronic
campaign, where the main tool is site www.brazilianpapaya.com,
has also given publicity to the fruit in that country, while the Arab
Emirates have also become the target of the campaign.
Besides this project, executive director Franco Fiorot says that
Brapex is now considering the introduction of a Quality Label, in a
partnership with the Brazilian Micro and Small Business Support
Service (Sebrae). It is geared towards monitoring best agricultural
practices, value adding processes and competitiveness. In
December 2013, the entity also launched the 2014 Premium Papaya
Producer award, intended to highlight all efforts focused on quality
and consumer safety.
Another successful and worthy of praise initiative is the Brazil
Papaya Fest, whose second edition has been scheduled for 2 – 5
April 2014, at the Linhares Exhibition Park (ES). It will involve the entire
supply chain in the Country, attracting representatives from all major
papaya producing states, including Espírito Santo, Bahia, Rio Grande
do Norte, Ceará and Minas Gerais. Furthermore, the FIFA World Cup in
Brazil in June and July 2014, will provide Brapex, Ibraf and Apex-Brasil
with marketing opportunities, in connection with the high quality of
the Brazilian Team and our national papaya, both global references.
principais
frutas
Main Fruit
Manga
Mango
Assim
dá gosto
Com o câmbio favorável, exportadores alcançam
valor recorde no mercado externo em 2014 e safra
enxuta proporciona bons preços internos
A
manga está entre as principais frutas de exportação do Brasil, com grande participação também no
mercado interno. Em 2013, esta cadeia produtiva
comemorou o recorde de receita nos negócios com
o exterior: US$ 147,5 milhões, com alta de 7,3% sobre os US$
137,5 milhões obtidos em 2012. Em volume, o resultado ficou
aquém do esperado, quebrando a trajetória crescente iniciada
em 2009. Foram embarcadas 122 mil toneladas de frutas em
70
2013, contra 127 mil toneladas no ano anterior.
Mesmo batendo recorde em receita, a manga deixou de ser
a principal fruta brasileira remetida ao exterior, condição agora
ocupada pelo melão. O pesquisador João Ricardo Ferreira de
Lima, da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), explica que o
menor volume de vendas reflete a restrição de oferta decorrente da queda da produção, relacionada a fatores climáticos, no
Submédio São Francisco, especialmente no primeiro semestre
de 2013. Já em Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, a
baixa disponibilidade de água para irrigar afetou a produtividade e a qualidade dos frutos.
Mas, no final das contas, o fruticultor do Vale do São Francisco está satisfeito com o desempenho da mangicultura em
2013, pois obteve bom lucro. A União Europeia é o principal
destino da manga brasileira, com 74% do que foi exportado no
ano. Os Estados Unidos representam 23%; no entanto, nesse mercado há forte concorrência de Peru e Equador – este
dobrou as remessas da variedade Tommy aos EUA. Os 3%
Inor Ag. Assmann
71
Venda diminuiu em
volume, quebrando
tendência que vinha
desde 2009
Sales are down in
volume, for the first
time since 2009
restantes têm diferentes destinos.
As vendas ao exterior concentram-se numa janela de comercialização entre agosto e o início de dezembro. Como o
período coincidiu com a apreciação do dólar, isso ajudou na
elevação dos preços ao fruticultor nacional. Para 2014, a oferta
brasileira deve ser maior, pois a expectativa é de clima favorável nas regiões produtoras, o que representa maior colheita e
melhores frutos, além do dólar valorizado. Tudo dependerá,
também, da atração do produto gerado pelos concorrentes
latino-americanos.
Enquanto isso, seguem os investimentos nos polos produtores, especialmente em mangas do tipo Palmer, que vêm obtendo melhores cotações. Estas tendem a tomar o espaço da
Tommy e predominam nas expansões de pomares. A Palmer é
mais apreciada pelos consumidores internacionais.
DOMÉSTICO Além da oferta restrita e da menor qualidade de alguns frutos para a exportação, a demanda interna ajudou a ampliar as margens dos fruticultores. No Norte
de Minas Gerais, segundo a analista Marina Gagliardo Pires,
do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), mantido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), houve
valorização dos frutos direcionados ao mercado doméstico,
principalmente pela menor oferta do Nordeste.
Em São Paulo, baixas temperaturas e ventos fortes no inverno afetaram a primeira florada, reduzindo a oferta. Em algumas áreas, houve redução no espaço de cultivo. E isso refletiu-se em alta nos preços da fruta. A demanda das indústrias de
processamento deve aumentar, segundo a analista, pois os
estoques da polpa estão baixos.
O crescimento da renda nacional, somado ao apelo por
alimentos saudáveis e a campanhas de incentivo ao consumo
de frutas, segue aquecendo o mercado interno. Com preços
próximos dos internacionais, em função da menor oferta, o
consumo doméstico gerou boa remuneração. “O que o produtor não pode fazer é se acomodar, trocando o mercado externo pelo interno. É preciso seguir exportando e ampliando
mercados para gerar renda e empregos e fazer a máquina girar”, afirma João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa. Conforme ele, este seria o cenário ideal.
A hora da retomada
A fruticultura, no Brasil, diante das dimensões continentais
e das peculiaridades regionais do País, nem sempre permite
a produção de estatísticas atualizadas. Desta forma, os
números oficiais disponíveis sobre a produção de mangas no
País ainda remontam ao ano-base 2012. Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil explorou
73.690 hectares em 2012, e colheu 1.175.735 toneladas.
Houve queda de 5,91% no volume, referente a 2011, quando
foram colhidas 1.249.521 toneladas. O valor de produção em
2012 ficou em R$ 660,2 milhões.
Os números permaneceram praticamente estáveis em
2013, conforme estimativas, em virtude do aumento de área
no polo do Submédio São Francisco, e da retração em outras
regiões, como o Estado de São Paulo e a região de Livramento
de Nossa Senhora, na Bahia. Estes dois estados, juntamente
com Pernambuco e Minas Gerais, são os grandes produtores
nacionais.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), que analisa só os
grandes polos de produção comercial, indica avanço de 7,5% em
Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), onde a área passou de 23 mil para
25 mil hectares. Já em Jaíba e Janaúba (MG), a espécie registrou
incremento de 2%, saltando de 5 mil para 5,1 mil hectares.
O polo de Monte Alto e Taquaritinga (SP) também teve
evolução de 2,7%, de 7.191 hectares para 7.382 hectares.
Em contrapartida, houve quedas de 9,6% em Livramento
de Nossa Senhora (BA), que recuou de 13 mil hectares
para 11.750 ha; e de 45,2% na região de Andradina (SP),
que reduziu de 1.196 hectares para 655 hectares. Com a
expectativa de clima mais favorável no Nordeste em 2014, a
área cultivada deve se recuperar parcialmente nessa região.
Sílvio Ávila
It is
enticing
With a favorable
exchange rate, exporters
are fetching record
values in the foreign
market in 2014 and
normal crop translates
into good domestic prices
T
he mango is one of the most exported fruits in Brazil, and equally has with a big share in the domestic
market. In 2013, this supply chain commemorated
record revenues derived from businesses abroad:
US$ 147.5 million, up 7,3% from the US$ 137.5 million in
2012. In volume, the result remained below expectation,
breaking the uptrend that started in 2009. Mango shipments
in 2013 amounted to 122 thousand tons, against 127 thousand tons in the previous year.
Although hitting a record in revenue, the mango is no longer
the main Brazilian fruit shipped abroad, a position now occupied by the melon. Researcher João Ricardo Ferreira de Lima,
of Embrapa Semiarid, based in Petrolina (PE), explains that the
smaller volume of shipments reflects the retraction in supply
by virtue of a decline in production, stemming from climate in-
VENTOS A FAVOR | Tail wind
Mercado externo da manga brasileira
Produção, valor da produção e preço,
no período de 2005 a 2012
AnoUS$ FOBToneladas (mil)Preço (US$)
2009 97388.16110.200,88
2010 119929.76124.690,96
2011 140910.32126.431,11
2012 137588.92127.011,08
2013 147481,60122.001,21
Fonte: Aliceweb/MDIC, 2013.
Elaboração: João Ricardo Ferreira de Lima/Embrapa Semiárido.
72
duced problems, in the Sub-Middle São Francisco, especially
in the first quarter of 2013. On the other hand, in Livramento de
Nossa Senhora, in Bahia, the shortages of water for irrigation
affected both fruit quality and quantity.
By and large, the fruit growing farmers in Vale do São Francisco are satisfied with the performance of their mango trees in
2013. The European Union is the main destination of Brazilian
mangoes, with 74% of what was exported over the year. The
United States represents 23%. Nonetheless, in this market Brazil
faces tight competition from Peru and Ecuador, with the latter
now shipping twice as many mangoes of the Tommy variety to
that country. The remaining 3% have other destinations.
Sales abroad are concentrated in a commercial window
that extends from August through early December. As this pe-
73
DOMESTIC
riod coincided with the rising value of the dollar, this resulted
into better prices for the national producers. For 2014, mango
supplies from Brazil are poised to rise slightly, since all perspectives point to favorable weather conditions throughout the
mango growing regions, translating into bigger harvests and
better fruits, not to mention the highly valued dollar. Everything,
or course, will depend on the attraction of the mangoes produced by our Latin-American competitors.
In the meantime, investments continue in full swing in the
mango producing belts, especially Palmer type mangoes, now
fetching the best prices. Palmer mangoes are also likely to
strongly compete with the Tommy variety, and are predominating in all orchard expansions. The Palmer variety is a favorite
with international consumers.
Besides the problem of tight supply and deficient quality of some
fruits destined for exports, domestic demand was responsible for
the higher profit margins derived by the growers. In North Minas
Gerais, according to analyst Marina Gagliardo Pires, of the Center
for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), a division of
the Luiz de Queiroz College of Agriculture (Esalq), of the University of
São Paulo (USP), the fruits destined for the domestic market fetched
higher prices, mainly as a result of tighter supply in the Northeast.
In São Paulo, low temperatures and strong winds in the winter
adversely affected the trees in blossom, reducing final offers. In some
regions, rhe area devoted to mangoes shrank. This had reflections
on higher prices for the fruits. Demand by processing industries is
poised to rise, according to the analyst, once pulp stocks are very low.
The soaring purchase power in the Country, along with the trend
for healthy foods and campaigns encouraging the consumption of
fruits, continue stimulating the domestic market. With prices almost
on a par with international quotes, by virtue of tight supplies, domestic
consumption generated good remuneration. “Farmers should not
settle down and should not consider opting for the domestic market
only. There is need for giving continuity to shipments abroad and, at the
same time, find the way into new markets, in order to generate jobs
and income, and keep the ball rolling”, said João Ricardo Ferreira de
Lima, of Embrapa. In his view, this would be the ideal scenario.
principais
frutas
Main Fruit
Melão
Melon
Berço
esplêndido
Produtores brasileiros de melão vêm recuperando
de maneira gradual o mercado para a fruta, que
havia sido prejudicado com a crise na Europa
O
melão é a fruta mais exportada pelo Brasil. Desde
2008, no entanto, o setor vem perdendo mercado
em função da crise econômica registrada nos países
europeus, principais clientes desse produto. Naquela
época, as exportações da espécie já ultrapassavam a 200 mil
toneladas, quantidade que ainda não voltou a ser atingida.
Mesmo assim, os produtores têm conseguido, aos poucos,
recuperar o espaço perdido. Em 2013, de acordo com o relatório
da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comério Exterior, houve incremento de 5,31% nos embarques em relação ao ano anterior,
74
totalizando 191,4 mil toneladas. No faturamento, a evolução no
período foi de 10,04%, fechando em US$ 147,5 milhões.
O empresário Luiz Roberto Barcelos, que preside o Comitê
Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex),
explica que as exportações do melão brasileiro foram beneficiadas pela valorização do dólar, e também do euro, diante
do real. Ele enfatiza que a situação externa acabou ajudando
igualmente o mercado doméstico, que registrou em 2013 aumento médio de preços da ordem de 10%.
Mas nem tudo são alegrias para o setor do melão. Barcelos,
que é diretor institucional da Agrícola Famosa, considerada a
maior produtora brasileira da fruta, destaca que houve elevação de 20% no valor do frete marítimo em 2013. A navegação
é o modal mais utilizado para os embarques. Outra dificuldade
para os exportadores brasileiros reside na determinação da
União Europeia de aumentar as tarifas de importação de vários itens com saída do Brasil, entre eles as principais frutas.
No caso do melão, a taxa, que estava prevista para começar a
Custo dos fretes
marítimos e taxas
em alguns países
preocupam o setor
Ocean cargo rates and
import tariffs imposed
by some countries are
cause for concern
vigorar em janeiro de 2014, passaria a 8,8%.
Já para as vendas ao mercado dos Estados Unidos as dificuldades são outras. “Não temos competitividade”, destaca o
presidente do Coex, lembrando que a sobretaxa cobrada dos
exportadores chega a 28%. Conforme Luiz Roberto Barcelos, a
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) vem trabalhando junto ao Congresso americano para alterar essa cobrança. “Enviamos melão para lá no
inverno, quando eles estão na entressafra”, argumenta.
PRODUÇÃO O Rio Grande do Norte é o maior produtor
nacional de melão, com 45% das 575.386 toneladas colhidas
em 2013. Na sequência aparecem Ceará, Bahia, Rio Grande
do Sul, Pernambuco e Piauí. Por isso, problemas que afetam a
safra no Nordeste brasileiro refletem-se nos negócios do setor
como um todo.
Luiz Roberto Barcelos, do Coex, classifica 2013 com um
ano complicado. “Com a chuva bem abaixo da média, os
poços artesianos tiveram sua capacidade reduzida e a água
passou a apresentar maior concentração de sais”, explica. As
condições climáticas afetam diretamente a produtividade e aumentam a quantidade de pragas. Caso o período seco se repita no inverno de 2014, o dirigente não descarta a possibilidade
de haver redução de área cultivada com melão.
MOSSORÓ É GRIFE
Dentro do Rio Grande do Norte, a maior concentração
de plantios de melão está na região de Mossoró, próximo à
divisa com o Ceará. Em setembro de 2013, 14 municípios do
perímetro ganharam o direito de utilizar um selo de indicação
de procedência, concedido pelo Instituto Nacional da Produção
Industrial (INPI) a locais conhecidos por algum produto ali obtido.
O projeto para conquista do selo foi realizado pelo Coex, em
parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae). Barcelos acredita que a indicação vai
levar à agregação de valor ao melão produzido em Mossoró
e nos demais 13 municípios ao redor, beneficiando também
o mercado interno. A região é altamente tecnificada, gerando
24 mil empregos diretos com a fruticultura irrigada. São mais
de 10 mil hectares cultivados, com cerca de 230 mil toneladas
produzidas anualmente.
Sílvio Ávila
75
Sílvio Ávila
Splendid
cradle
Brazilian melon
growers are gradually
recovering the market
for the fruit, which had
been jeopardized by the
economic crisis in Europe
T
he melon is the most exported fruit in Brazil. Since
2008, nonetheless, the sector has been losing market
shares by virtue of the economic downturn in many
European countries, major clients of this fruit. Back
then, exports were in excess of 200 thousand tons, an amount
that has not yet been matched.
Even so, the growers have gradually managed to reclaim lost
space. In 2013, according to a report by the Brazilian Secretariat
of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development,
Industry and Foreign Trade, shipments were up 5.31% from the
previous year, totaling 191.4 thousand tons. In revenue, the evolution over the period reached 10.04%, totaling US$ 147.5 million.
Entrepreneur Luiz Roberto Barcelos, who presides over the
Rio Grande do Norte State Executive Phytosanitary Committee
(Coex), explains that Brazilian melon exports took advantage of
the highly valued dollar and euro against the real. He maintains
that the scenario abroad ended up benefiting the domestic market, where average prices soared 10% in 2013.
It is not all roses for the melon sector in Brazil. Barcelos, institutional director at Agrícola Famosa, considered to be the biggest
fruit producing company in Brazil, says that ocean cargo costs
increased by 20% in 2013. Sea shipments are commonly used for
fruit exports. Another hurdle faced by all Brazilian exporters stems
from the decision of the European Union to increase the import
tariffs on several items that come from Brazil. These items include
fruit. In the case of the melon, the import tariff that was supposed
to enter into force as of January 2014, was set at 8.8%.
On the other hand, sales to the United States face other
difficulties.”We lack competitiveness”, Coex president comments,
recalling that the import tariff to be settled by the exporters reach76
es 28%. According to Luiz Roberto Barcelos, president of the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil), the
Brazilian Melon sector has been insisting with the North America
Congress to lower the tariff. “We ship melon to that country in
winter, when it is off-season time there”, he argues.
PRODUCTION Rio Grande do Norte is the leading national producer of melons, responsible for 45% of the 575,386 tons
harvested in 2013. The following states come in the sequence:
Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco and Piauí. As a
result, problems that affect the crop in the Northeast have reflections on the sector as a whole.
Luiz Roberto Barcelos, of Coex, refers to 2013 as a very complicated year. With precipitation below normal, most artesian wells
had their capacity reduced and the water had higher salt concentration”, he explains. Weather conditions exert a direct influence upon productivity and trigger the appearance of pests. If the
dry weather conditions return in the 2014 winter, the official spots
chances for a reduction in the area devoted to melons.
77
sinal amarelo | Going yellow
Produção brasileira de melão
EstadosToneladas
Rio Grande do Norte260.782
Ceará219.309
Bahia34.719
Rio Grande do Sul20.674
Pernambuco16.794
Piauí14.502
Brasil575.386
Fonte: IBGE.
altos voos | High flights
Exportações brasileiras de melão
AnoUSS$ FobVolume (kg)
2013
147.579.929191.412.600
2012
134.114.090181.767.594
Fonte: Secex
MOSSORÓ IS A FAMOUS
BRAND NAME
In Rio Grande do Norte, the biggest concentrations of melon
fields are located in the region of Mossoró, close to the border
with Ceará. In September 2013, 14 municipalities of the belt
were awarded the right to utilize an origin label, granted by the
National Institute for Industrial Production (INPI) to locations
acknowledged for a product they produce.
The project for conquering the label was conducted by Coex,
jointly with the Brazilian Micro and Small Business Support
Service (Sebrae). Barcelos believes that the indication of origin
will add value to all melons produced in Mossoró and in the
13 surrounding municipalities, equally benefiting the domestic
market. The region is technologically advanced and generates 24
thousand direct jobs at irrigated agriculture operations. The area
devoted to melons covers upwards of 10 thousand hectares, with
a production of about 230 thousand tons a year.
principais
frutas
Main Fruit
Uva
Um ano
integral
Robispierre Giuliani
Grape
Mesmo com recuo na produção, ano de 2013
apresentou saldo positivo para a vitivinicultura
nacional, com o apoio de subsídio e do câmbio
O
setor de uva e derivados apresentou recuo de
modo geral na sua produção em 2013. Mas ao
final ainda pôde fazer um brinde pelos resultados
comerciais alcançados, principalmente com um
produto sem álcool: o suco de uva integral. Este teve incremento inclusive na fabricação, na ordem de 5,53%, enquanto
78
cresceu 41,43% na comercialização interna e, incluído o concentrado, avançou 70,32% na venda externa, em relação ao
ano anterior, quando havia caído.
A produção de uvas em geral, de acordo com dados apresentados pela pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello, da
Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), com base
em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), teve redução de 3,3% entre 2012 e 2013. Especificamente, o comportamento foi registrado em Santa Catarina,
Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo, com influência de fatores climáticos e fisiológicos, enquanto Minas Gerais, Paraná
e Pernambuco apresentaram aumento. Também teria havido
acréscimo de área plantada em Goiás e no Ceará; já Mato
Grosso do Sul, Espírito Santo e Piauí, embora não registrados
em estatísticas oficiais, estariam implantando a atividade.
Do total colhido no País, que chegou a 1,41 milhão de tone-
79
Suco de uva
integral foi a vedete
nas vendas internas
e para o exterior
Whole grape juice was
the highlight in sales at
home and abroad
ladas, 48,11% foi destinado ao processamento em 2013, pelas
estimativas da pesquisadora da Embrapa, invertendo realidade
verificada nos dois anos anteriores, quando este destino era
maior do que o in natura. O Rio Grande do Sul, que produz
em torno de 57% das uvas, responde por cerca de 90% dos
vinhos, sucos e derivados fabricados. Com menor disponibilidade de matéria-prima, a indústria do Estado produziu cerca
de 14,55% a menos em 2013, exceto nos casos do suco de
uva integral e do vinho fino rosado, onde aumentou a produção.
Já a comercialização interna de sucos e vinhos do Estado
cresceu praticamente nos mesmos níveis do declínio da produção (14,49%). Para tanto, lembra Loiva, o setor se beneficiou do
Prêmio de Equalização ao Produtor Rural (Pepro), uma espécie
de subsídio do Ministério do Desenvolvimento Agrário para escoar a produção, levando-se em conta para tanto o vinho, o que
auxiliou especialmente nos resultados do produto de mesa. O
seu comércio, de 221,6 milhões de litros, aumentou 7,46% em
2013, e o considerado fino, com 27,9 milhões de litros, 24,22%.
BORBULHANTE Os espumantes, por sua vez, continuaram a registrar trajetória crescente no mercado doméstico (nos
finos, índice de 8,12% sobre o ano anterior, atingindo 12,2 mi-
lhões de litros), e os sucos em geral apresentaram excelente desempenho. A venda do integral atingiu 76 milhões de litros (mais
41,3% em relação a 2012) e a de concentrado, 191,8 milhões
de litros (aumento de 14,44%). Também no comércio externo o
produto sem álcool saiu-se bem em 2013, com incremento de
70,32% sobre 2012, embora em volume ainda pequeno (4.212
toneladas) e menor do que 2011, enquanto no espumante foi
vendido 25% a mais (total de 215 mil litros).
Em termos de vinhos exportados, o volume chegou a 9,15
milhões de litros e representou acréscimo de 58,42% sobre
2012. Conforme a pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello,
da Embrapa, o aumento deve-se em parte à política do governo federal no programa de escoamento da produção, especialmente quando exportado para a Rússia, e também ao
programa de exportação Wine of Brazil. A taxa cambial, com
a desvalorização do real, favoreceu a exportação do produto e
diminuiu a importação, que ainda assim representou 73,04% do
total comercializado no mercado brasileiro.
Na exportação do setor vitivinícola sobressai a de uva de
mesa, que, no entanto, vem decrescendo nos últimos anos.
Em 2013, ficou em 43.181 toneladas, diminuição de 16,98%
sobre o ano anterior, por enfrentar aumento da oferta mundial
na janela de mercado onde o Brasil está inserido. O meio produtivo, onde se destaca a região do chamado Baixo Médio São
Francisco (Pernambuco e Bahia), encontra dificuldades com altos custos e concorrência, que busca superar. Enquanto isso,
ocorre um destino maior da produção para o mercado interno.
METAS TRAÇADAS
Para 2014, a produção de uvas esperada pelo IBGE é um
pouco superior (1,51%) à de 2013. Na comercialização de
derivados, a expectativa do setor é de manter crescimento,
conforme afirmaram representantes no workshop Avaliação
do Mercado de Vinhos, Sucos e Espumantes – Estratégias
e Perspectivas para 2014, realizado em Bento Gonçalves
(RS) dia 4 de fevereiro de 2014. Entre as ações previstas no
Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) estão: aproximação cada
vez maior com supermercadistas e restaurantes, eventos por
perfil de vinícolas, ênfase à visibilidade em função da Copa
do Mundo e a consolidação do espumante brasileiro como o
melhor do Novo Mundo.
Inor Ag. Assmann
An integral
year
Although production
was smaller, 2013 was
the year that showed a
positive balance of our
national winegrowing
business, with support
coming from subsidies
and the exchange rate
T
he sector of grapes and derivatives receded in general in its production in 2013. Fortunately, at the end of
the year, there was still reason enough to raise a toast
to the commercial results achieved, especially with
a non-alcoholic beverage; whole grape juice. Its production
soared 5.53%, while domestic sales increased by 41.43% and,
including juice concentrates, foreign sales were up 70.32%
from the previous year, when they had suffered a decline.
Grape production in general, according to numbers presented by researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello, of Embrapa
Grape em Wine, in Bento Gonçalves (RS), based on numbers
released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE), dropped by 3.3% from 2012 to 2013. Specifically, this
behavior was witnessed in Santa Catarina, Bahia, Rio Grande
do Sul and São Paulo, under the influence of climatic and physiological factors, whilst Minas Gerais, Paraná and Pernambuco
80
experienced increases. In Goiás and Ceará, the planted area is
supposed to have increased, while the States of Mato Grosso
do Sul, Espírito Santo and Piauí, although no official statistical
numbers are available, are believed to be engaged in the establishment of vineyards.
Of Brazil’s total harvest, which amounted to 1.41 million
tons, 48.11% was destined for processing in 2013, according
to estimates by the Embrapa researcher, reversing the reality
ascertained in the two previous years, when this destination
outstripped the fresh fruit business. Rio Grande do Sul, where
about 57% of all grapes are produced, accounts for 90% of
all wines, juices and byproducts made from grapes. Due to
the smaller crop, production by the state industry was down
14.55% from 2013, with the exception of whole grape juice
and fine rose wine, where production soared.
In the meantime, domestic sales of juices and wines throughout the State increased proportionally to the decline in production, that is to say, 14.49%. Loiva understands that it happened
because the sector took advantage of the Equalizing Premium
Paid to Growers (Pepro), a kid of subsidy granted by the Ministry of Agrarian Development to give a destination to the vol-
81
devaluation of the Real against the Dollar, favored exports of
the product and reduced purchases from abroad, which still
represented 73.04% of total sales in the Brazilian market.
In all exports of the winegrowing sector, table grapes predominate, but have been falling over the past year. In 2013,
they totaled 43,181 tons, down 16.98% from the previous year,
and the reason lies in bigger global supplies in the market window Brazil is inserted into. The production zones, where the
highlight is the so-called Low Middle São Francisco (Pernambuco and Bahia) is confronted with high costs and competition, but efforts are in place to surmount these hurdles. In the
meantime, the domestic market is beginning to absorb a bigger chunk of the entire production.
PREVIOUSLY SET TARGETS
For 2014, IBGE sources refer to a slightly bigger volume of
wine (1.51%), compared to 2013. With regard to byproducts, the
sector expects to continue on its rising trend, said representatives
of the workshop, referred to as Assessment of the Market of Wines,
Juices and Sparklings – Strategies and Perspectives for 2014, held
in Bento Gonçalves (RS), on 4th February 2014. The initiatives set
forth by the Brazilian Wine Institute (Ibravin) include the following:
closer contacts with supermarkets and restaurants, winery-oriented
events, emphasis on visibility, in light of the FIFA World Cup and the
consolidation of the Brazilian sparkling wines as the best in the world.
EM CACHOS E GARRAFAS | In bunches and bottles
umes produced, taking into consideration the fact that wine had
a big share in the results achieved by table products. Wine sales,
which totaled 221.6 million liters, soared 7.46% in 2013, while
fine wines, with a total of 27.9 million liters, went up 24.22%.
SPARKLING Sparkling wines, in turn, continued on their
uptrend in the domestic scenario (sales of fine wines were
up 8.12% from the previous year, totaling 12.2 million liters)
and juices, in general, had an excellent performance. Sales
of whole juices amounted to 76 million liters (up 41.3% from
2012) and juice concentrates, 191.8 million liters (up 14.44%).
With regard to foreign sales, the non-alcoholic beverage did
well in 2013, with an increase of 70.32% over 2012, but the
volume was still small (4,212 tons) and smaller than in 2011,
while sparkling sales soared 25%, totaling 215 thousand liters.
In terms of wine exports, the volume reached 9.15 million liters and represented an increase of 58.42 over 2012. Embrapa
researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello has it that the credit
goes to the federal government through its crop destination
program, especially when exported to Russia, and also to the
Wine of Brazil export program. The exchange rate, with the
Produção de uvas no Brasil
AnoToneladas
20121.461.056
20131.412.056
Destino da produção (t) – 2013
Processamento
679.793
Consumo in natura733.061
Comércio de vinhos e sucos
do Rio Grande do Sul
AnoLitros
2012465.807.731
2013533.307.372
Exportações/importações de uvas,
sucos, vinhos e derivados
AnoUS$ milBalanço
2012 135.943/412.157(276.214)
2013 139.097/403.838(264.741)
Fontes: IBGE/Uvibra/Ibravin/MDIC com Loiva Maria Ribeiro de Mello – Embrapa Uva
e Vinho.
Divulgação
Pesquisa
Research
Laranja de
outra cor
IAC desenvolve variedade de laranja de polpa
vermelha, com grande apelo nutricional, para
reforçar a citricultura paulista e brasileira
L
íder mundial na produção e na exportação de sucos
de laranja, com oferta anual de 1,2 milhão de toneladas
e receita de US$ 2,3 bilhões, o Brasil tem importante
reforço para a citricultura através do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, vinculado à Secretaria de Agricultura
82
e Abastecimento do Estado de São Paulo. Trata-se do lançamento da variedade de laranja de polpa vermelha Sanguínea de
Mombuca, rica em betacaroteno e licopeno, antioxidante poderoso na prevenção de doenças e no combate a radicais livres.
O fruto tem de 275% a 675% a mais licopeno do que a
83
Variedade possui
propriedades
antioxidantes, atrativo
para o consumidor
Variety bears
antioxidant properties,
attractive to consumers
ras pigmentadas, mas verificando demandas por laranjas com
diferentes aptidões, ampliou o trabalho.
Montou experimentos em todo o Estado e avaliou as características agronômicas, de qualidade de fruto e suco, e o
conteúdo nutricional de laranjeiras com polpa colorida de distintas origens. O estudo mostrou vantagens nutricionais: maior
teor de carotenoides totais, alguns não encontrados em variedades tradicionais (de polpa amarela).
COLORADO As características especiais de coloração
do fruto podem ajudar na solução de problemas de processamento de sucos. Dependendo do ano, a coloração do suco
fica muito amarela e clara, principalmente nas variedades precoces e produzidas nas regiões mais quentes. Às vezes, é
preciso realizar a mistura física (blend) de sucos para alcançar
a coloração adequada e viabilizar a comercialização. Como a
Sanguínea de Mombuca produz frutos com maturacão precoce e coloração mais intensa de suco, pode substituir algumas
variedades hoje usadas na citricultura para atender a estas características, especificamente.
A variedade está em fase de plantios semi-comerciais e
comerciais. Se aprovada nos testes de processamento industrial, terá a área de cultivo ampliada. “Quando for produzida em
grande escala, parte dos frutos acabará destinada ao mercado
de frutos de mesa”, reconhece Rodrigo Latado. Além disso, a
Sanguínea de Mombuca tem potencial para aproveitamento
em nichos de mercado, como suco de laranja de polpa vermelha contendo naturalmente licopeno ou com maior concentração de carotenoides totais, ou mesmo frutos de mesa, com
apelo nutricional e mais saudável.
VERMELHOU
laranja Pêra, com 0,1 mg do carotenóide por litro de suco. A
nova laranja é doce, tem qualidade ao mercado consumidor e
pode ser cultivada em qualquer região paulista. Desenvolvida
pelo pesquisador Rodrigo Latado, do Centro de Citricultura
“Sylvio Moreira” do IAC, o material genético que deu origem à
variedade estava há mais de 40 anos no Banco Ativo de Germoplasma (BAG), na forma de plantas matrizes.
“Ela tem origem em um mutante espontâneo selecionado
por produtores no distrito de Mombuca, perto de Piracicaba
(SP), o que inspirou o nome: Sanguínea porque a polpa é vermelha, e Mombuca porque foi encontrada lá”, destaca Latado.
Em 2005, por curiosidade científica, passou a estudar laranjei-
Há mais três variedades disponíveis no grupo das laranjas
de polpa vermelha e sete variedades do grupo das laranjas
sanguíneas (verdadeira). As sanguíneas são originadas, e já
cultivadas, no sul da Itália, na Espanha e na Califórnia, nos
Estados Unidos. Há diferenças entre os dois tipos, mas o
mais importante é que laranjas de polpa vermelha produzem
o pigmento licopeno, enquanto as sanguíneas (verdadeiras)
produzem antocianina.
Other
orange
G
lobal leader in the production and exportation of
orange juice, with annual supplies of 1.2 million
tons and revenue of US$ 2.3 billion, Brazil got
significant help from the Agronomic Institute (IAC),
based in Campinas, a division of the São Paulo State Secretariat of Agriculture and Supply. The fact is, the Institute has just
launched a variety of oranges with red pulp, known as Mombuca Blood Orange, rich in beta-carotene and lycopene, strong
antioxidant believed to ward off diseases and fight free radicals.
This fruit contains 275% to 675% more lycopene than common pear oranges, with 0.1 of carotenoids per liter of juice. The
orange is sweet, and is a favorite with consumers and can be
grown in any region in the State of São Paulo. Developed by
researcher Rodrigo Latado, of the “Sylvio Moreira” Citriculture
Center at IAC, the genetic material that gave rise to the variety
had remained stored for 40 years in the Active Germ Plasm
Database (BAG) in the form of parent plants.
“It owes it origin to a spontaneous mutant selected by orange growers in the district of Mombuca, near Piracicaba (SP),
which also gave origin to the name: Blood Orange, because
the pulp is red, and Mombuca, because it was discovered
84
COLORED Special traits in the color of the fruit could be
a good help in solving problems related to juice processing.
Depending on the year, the color of the fruit gets very yellow
and clear, especially in early varieties produced in very warm
Divulgação
IAC develops
nutritionally appealing
orange variety with red
pulp, adding strength
to citrus farming in São
Paulo and Brazil
there”, Latado explains. In 2005, driven by scientific curiosity,
he started doing research on pigmented oranges, but aware of
demands for different aptitudes, he expanded his work.
He started trials all over the State and evaluated the agronomic characteristics, fruit and juice quality, and the nutritional
content of orange trees with colored pulp fruits and of different
origins. The study attested to nutritional values: higher content
of total carotenoids, some of them not found in traditional varieties (yellow pulp).
85
regions. Sometimes a physical mixture (blend) of juices is necessary to achieve the appropriate color and make sales viable.
As the Mombuca Blood Orange produces early maturing fruits
and more intense juice color, it could replace some varieties
now used in citriculture to comply with these specific traits.
The variety is now in the semi-commercial and commercial
planting stage. If approved by the industrial processing units,
its cultivated area will be expanded. “Should it be grown on
a large scale, a portion of its fruits will end up in the table oranges market”, Rodrigo Latado acknowledges. Furthermore,
the Mombuca Blood has the potential to fill the demands of
market niches, as orange juice made from red pulp containing
natural lycopene and higher concentration of total carotenoids,
or even table fruits, with nutritional appeal and healthier.
GOING RED
There are three more varieties of red pulp oranges available and
seven varieties of the blood orange group (real). Blood oranges are
native to, and cultivated in South Italy, Spain, California, in the United
States. There are differences between the two types, but what
really counts is the fact that red pulp oranges produce the lycopene
pigment, whilst blood oranges (real) produce antocyanines.
Inor Ag. Assmann
Já vai
tarde
Brasil encaminha a erradicação da Cydia
pomonella, praga que é ameaça potencial à
sanidade dos pomares de maçãs e de pêras
O
Brasil deve anunciar ainda no primeiro trimestre de
2014 que está livre da mais importante praga que
ataca os pomares de maçã e de pera no mundo:
a Cydia pomonella, uma mariposa que, na fase de
lagarta, se alimenta da polpa dos frutos. Na temporada 2013/14,
nenhum exemplar foi encontrado pelo sistema de monitoramen-
86
to, como já ocorrera no ciclo 2012/13.
O pesquisador Adalécio Kovaleski, da Embrapa Uva e Vinho,
de Bento Gonçalves (RS), coordenador-técnico do Programa Nacional de Erradicação da Cydia pomonella, explica que se tornam
necessários dois anos de registro zero para que o novo status
possa ser declarado. A queda populacional do inseto foi gradual:
na safra 2010/11 foram capturados sete indivíduos; na temporada 2011/12, só um. O cenário difere bastante do que ocorria há
pouco mais de uma década: no período 1997/98, por exemplo,
haviam sido capturados cerca de 22,5 mil insetos.
A extinção da praga no Brasil é resultado de ação preventiva,
pois ela não chegou aos pomares comerciais. No entanto, havia
sido identificada no início da década de 1990 em zonas urbanas
das serras gaúcha e catarinense, grandes polos produtores. A
origem provável é a importação de maçãs argentinas, já conta-
87
minadas com o inseto. Uma vez no País, com frutos depositados
em supermercados e armazéns, as mariposas proliferaram e encontraram ambiente adequado ao desenvolvimento em pomares
domésticos da região, onde é comum o cultivo de macieiras, pereiras, pessegueiros, ameixeiras e outras frutíferas.
A Embrapa Uva e Vinho, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Associação Brasileira
dos Produtores de Maçã (ABPM), da Companhia Integrada de
Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do
Sul (Seapa), da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã
(AGPM) e de prefeituras, desenvolveu o método de monitoramento e de erradicação da praga. Inicialmente, isso foi feito com
inseticidas e armadilhas; depois, pela eliminação de plantas hospedeiras e ainda com visitas aos pomares urbanos propondo
corte em troca de mudas de plantas não hospedeiras.
Ao mesmo tempo, foram estabelecidas novas e rígidas regras sanitárias para a importação de maçãs e de peras pelo
Brasil. Vacaria, no Rio Grande do Sul, foi o primeiro local onde
se identificou a presença da Cydia Pomonella. Na sequência,
foi encontrada em Bom Jesus e Caxias do Sul (RS), e ainda em
Lages (SC). “A cadeia produtiva sabia que a presença da praga nos pomares comerciais seria danosa, agregaria custos e
acarretaria perda de qualidade”, comenta Kovaleski. “Por isso,
apoiou o programa de erradicação”.
ECONOMIA Com a meta alcançada, o setor não só garante a integridade dos frutos em relação a esse inseto. O esforço
resulta em economia nos custos de aplicação de inseticidas e
de imagem e cuidados para mercados que têm regras rígidas
no que tange ao uso de agroquímicos em produtos alimentares.
Baseado no custo médio do controle em outros países, que
fica em cerca de US$ 400,00 por hectare, o pesquisador Adalécio Kovaleski, da Embrapa Uva e Vinho, estima que, com a
praga erradicada, o Brasil está livre de um desembolso que poderia chegar a R$ 40 milhões por ano, considerando-se a média
de câmbio de R$ 2,40 por dólar. São 40 mil hectares de maçãs
cultivadas no Sul do País.
“Além disso, existe a vantagem do não uso de inseticidas
mais fortes que os habituais na cultura. Com isso, deixa-se de
gerar impacto ambiental com essas aplicações”, destaca. Já o
monitoramento da praga será mantido por prazo indeterminado.
Inor Ag. Assmann
Long
gone
Brazil starts eradicating
a disease known as Cydia
pomonella, pest that
poses a potential threat
to the sanitary status of
the Country’s apple and
pear orchards
B
efore the end of the first quarter in 2014, Brazil is set
to announce the eradication of the most dreaded
pest that infests apple and pear orchards around the
globe: Cydia pomonella, a moth that feeds on the
pulp of the fruit during its worm stage. In the 2013/14 growing season, no sign of the pest was detected by the monitoring
system, contrary to what had happened in the 2012/13 cycle.
Researcher Adalécio Kovaleski, of Embrapa Grape and Wine,
in Bento Gonçalves (RS), technical coordinator of the National
Program for the Eradication of Cydia pomonella, explains that
two years of zero occurrences are necessary for declaring the
new status. The population of the insect began to shrink gradually; in the 2010/11 cycle seven individuals were captured; in the
2011/12 cycle, only one. The scenario differs a lot from what used
to occur more than a decade ago: during the 1997/98 cycle, for
example, some 22.5 thousand insects were captured.
The extinction of the pest in Brazil is the result of preventive action, since it has not reached the commercial orchards. Nonetheless, it had been identified in the 1990s in urban zones across the
sierra regions in Rio Grande do Sul and Santa Catarina, relevant
papaya producing belts. Imports of contaminated apples from
Argentina are believed to be the origin of the pest. Once in the
Country, with apples on supermarket shelves and warehouses,
the moths began to proliferate and found environments favorable
to their propagation in the region’s domestic orchards, where apples, pears, plums and other fruits are grown.
Embrapa Grape and Wine, relying on support from the
following organs: Ministry of Agriculture, Livestock and Food
88
Supply (Mapa), Brazilian Association of Apple Growers (ABPM),
Santa Catarina State Integrated Agricultural Development
Corporation (Cidasc), Rio Grande do Sul State Secretariat of
Agriculture, Livestock and Agribusiness (Seapa), Rio Grande
do Sul Association of Apple Growers (AGPM) and municipal
administrations, developed a method for monitoring and eradicating the pest. Initially, insecticides and traps were used; what
followed was the elimination of host plants. Urban orchards
were visited and the owners were advised to cut down infected
trees in exchange for seedlings of non-host plants.
In the meantime, new and strict sanitary rules were set forth
for imports of pears and apples by Brazil. Vacaria, in Rio Grande
89
do Sul, was the first location where the presence of Cydia Pomonella was detected. In the sequence, the pest was found in
Bom Jesus and Caxias do Sul (RS), and equally in Lages (SC).
“The supply chain had no doubt about the damages caused by
the pest to commercial orchards, besides pushing up production costs and affecting quality”, Kovaleski comments. “This is
why he lent support to the eradication program”.
ECONOMY Having achieved the target, the sector does not
only ensure the integrity of the fruits against the insect. The effort
results into savings in that it avoids costs from insecticide applications, it preserves the image of the fruits and complies with strict
market rules regarding the use of pesticides on food items.
Based on average control costs in other countries, about
US$ 400 per hectare, researcher Adalécio Kovaleski, of Embrapa
Grape and Wine, has it that, once the pest has been eradicated,
Brazil could save up to R$ 40 million a year, considering an average exchange rate of R$ 2.40 to the dollar. In all, there are 40
thousand hectares devoted to apples across the Country.
“Furthermore, there is also the benefit of abstaining from the
application of the so-called strong insecticides, and no environmental impacts are generated, seeing that applications are not
needed”, he stresses. As for pest monitoring, it will continue for
undetermined time.
Sílvio Ávila
Todo
cuidado
é pouco
Pesquisa busca métodos de prevenção e de
controle das doenças do lenho da videira para
evitar ocorrência de nova “filoxera” nos parreirais
A
área de pesquisa e de desenvolvimento em vitivinicultura da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), na região da Serra Gaúcha, vem sendo
desafiada a buscar soluções para prevenir e controlar um conjunto de doenças do lenho da videira. São consideradas por pesquisadores mundiais como comparáveis à
filoxera, que dizimou os parreirais da Europa no século XIX.
90
As doenças do lenho da videira são moléstias conhecidas
como a podridão-descendente, o “pé-preto” e o “chocolate”,
entre outras. O uso de mudas contaminadas durante a recente
expansão e a renovação da vitivinicultura mundial causaram a
disseminação. Há grande demanda por mudas, o que faz com
que algumas delas não sejam produzidas com os cuidados necessários, em viveiros fiscalizados, em diversos países, de modo
que plantas não sadias foram difundidas internacionalmente.
O pesquisador Lucas Garrido, chefe-geral da Embrapa Uva
e Vinho, revela que as doenças do lenho matam as plantas. Na
Serra Gaúcha, o problema surgiu nos anos 2000 por mudas
contaminadas procedentes de viveiros sem fiscalização, de produções próprias ou negociadas entre vizinhos.
Garrido explica que a podridão descendente pode ser ge-
91
CONTROLE
rada por diversos fungos e ataca mais a parte aérea da planta,
apodrecendo a região interna de todo o lenho da videira em
direção ao solo. Esta moléstia ocorre a partir da poda, cujos
ferimentos são utilizados pelo fungo, que está no ambiente, para
penetrar na planta. Então, ele coloniza os vasos condutores da
seiva, e em dois a três anos o produtor nota o problema. Os
galhos secam e não produzem mais.
Outros fungos ocasionam a morte do lenho, como “pé-preto”
e “chocolate”, também conhecido como Doença-de-Petri. Estas
são causadas por fungos de solo, que penetram por ferimentos
nas raízes ou – o que é comum – pela estaca da videira quando
é feito o enraizamento colocando-a diretamente no solo ou no
viveiro. “Se houver contaminação no solo, na base da estaca começa a colonização e isso compromete as mudas”, diz Garrido.
Nestes casos, às vezes as plantas não duram nem um ano.
“Com podridão descendente, a videira apresenta desenvolvimento lento, poucas brotações, a muda demora a chegar até o
arame, e dentro de dois a três anos entra em declínio e morre”,
explica Garrido. O controle é prejudicado porque as doenças do
lenho são pouco conhecidas junto aos viticultores.
Para controlar e evitar a ocorrência destas moléstias,
há um conjunto de recomendações. No caso da podridão
descendente, são indicados tratos culturais, como a proteção
dos ferimentos da poda com tratamento de pasta antifúngica. O
arranquio, a retirada e a queima de plantas doentes e de restos
culturais dos pomares é recomendado, para evitar que sejam
gerados inóculos capazes de contaminar outras videiras. No
caso de se identificar uma planta com sintomas de podridão,
é sugerida uma poda mais drástica, ou até o arranquio.
Também é aconselhado o uso de agentes biológicos, como o
Trichoderma, para proteger lesões na videira.
A Embrapa está desenvolvendo diversas pesquisas de
melhoramento genético da videira, e os materiais estão sendo
testados para resistência às podridões. A expectativa é de que
dentro de três a quatro anos seja lançado um material mais
resistente. Ao mesmo tempo, é importante que o produtor que
for renovar ou ampliar o seu vinhedo compre somente mudas
de viveiros credenciados.
Além da muda sadia, é preciso realizar preparo de solo,
correção da acidez e drenagem. “Mesmo com porta-enxertos
suscetíveis, de boa procedência, o manejo do solo representa
50% da solução do problema”, alerta Lucas Garrido. A
renovação dos parreirais deve ser feita com planejamento e
tempo. “No impulso, o viticultor corre risco de comprar material
de má qualidade e de se deparar com estas doenças”, observa.
Care
is never
enough
Research seeks
prevention and control
measures of grapevine
trunk diseases to
avoid new “phylloxera”
outbreaks in the
vineyards
T
he research and development department of Embrapa
Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS), in the Sierra
Gaucha region, has been challenged to seek solutions
intended to prevent and control a set of grapevine trunk
diseases. Global researchers compare these diseases to Phylloxera, which decimated the vineyards in Europe in the 19th century.
Grapevine trunk diseases are scourges referred to as dieback, blackfoot and chocolate disease, among others. The
use of contaminated seedlings during the recent vineyard
expansion and renewal works are blamed on the contamination. There is great demand for seedlings, resulting into some
of them not produced with the necessary cares, in inspected
nurseries, in different countries, from where contaminated
seedlings were spread across the world.
Researcher Lucas Garrido, chief executive at Embrapa Grape
and Wine, reveals that trunk diseases tend to kill the plants. In the
92
Sierra Gaucha region, the problem surfaced in the year 2000 from
contaminated seedlings coming from independent nurseries, onfarm seedlings or seedlings purchased from neighbors.
Garrido explains that the die-back disease could be triggered by several funguses, and normally attacks the aerial portion of the plants, but it is the internal part of the trunk that
begins to die from top to bottom. This disease normally starts
at pruning time, viruses take advantage of the lesions and penetrate into the trunk. They colonize the veins that carry the sap,
and after two to three years, the symptoms appear. The shoots
dry out and no longer bear grapes.
Other strains of fungi kill the trunk, specifically blackfoot and the
chocolate disease, also known as Petri disease. They are caused
by soil-born fungi, which find their way into the plants through root
lesions or – what is common in the region – through the grapevine
shoots when they are stuck into the ground or into the nursery for
root development. “In case any contamination exists, at the base
of the shoot colonization starts, jeopardizing the seedlings.
In these cases, sometimes the plants die before they complete
one year. “Affected by the die-back disease, the grapevine grows
slowly, develops few shoots, the seedling takes time to reach the
wire, and within two or three years it starts fading away and dies”,
Garrido explains. Control measures are difficult to implement because most winegrowers are unaware of the disease.
CONTROL
To control and prevent the occurrence of these diseases, there
is a set of recommendations. In the case of the die-back disease,
cultural practices are recommended, like the protection of the
lesions stemming from pruning, with antifungal cream. Plucking
and the removal of affected plants and the destruction by fire of the
cultural remains of the orchards are recommended procedures, so
as to avoid the generation of inoculants capable of contaminating
other plants. In case a plant with die-back symptoms is
identified, drastic pruning is suggested, or even plucking. Another
recommendation consists in the use of biological agents, like
trichoderma to protect the lesions.
Embrapa is conducting several research works focused on
genetic enhancement, and all the materials are now undergoing
on-farm tests. The expectation is for the new and more resistant
varieties to be launched in three or four years. In the meantime, it is
very important for those farmers who wish to renew or expand their
vineyards to buy their seedlings only from credentialed nurseries.
Besides healthy seedlings, other requirements include good soil
preparation and correction, and drainage. “Although using susceptible
rootstalks, of good origin, soil management represents 50% of the
solution for the problem”, Lucas Garrido warns. Vineyard renewal
requires planning and time. “If winegrowers take decisions on the
spur of the moment, they run the risk of purchasing bad quality
seedlings, infested with diseases”, he observes.
tutor100
O 1º pOsTE DE AçO DEsENvOLviDO pArA viTiCuLTurA DO brAsiL
PrinciPais vantagens e características técnicas
3 Galvanizado a fogo
3 Maior durabilidade
3 Maior resistência mecânica
3 Maior facildade no manejo dos arames
3 Já vem com furos a cada 10 cm
3 Economia de mão de obra na instalação e manutenção
3 Facilidade no transporte e economia no frete
3 Torna os processos de mecanização da colheita e dos tratos
culturais mais eficientes
3 Ecologicamente correto
3 Amplo aterramento(contra raio e descarga elétrica)
3 Não pega fogo, nem atrai cupins
3 Elimina a necessidade de cavar buracos no chão
3 Oferece ambiente mais seco para plantas,
pois evita a proliferação de fungos
3 Fácil instalação em solos compactados e pedregosos
3 Disponível nas versões Y, GDC, Lira, Espaldeira e Latada com
opção para cobertura plástica e/ou proteção anti granizo
Tel: 03186344323
e-mail: [email protected]
www.anjosesouza.com.br
Sílvio Ávila
Tá limpo
Cadeia produtiva aposta em boas práticas
agrícolas na Serra Gaúcha para garantir a
qualidade dos vinhos finos exportados pelo Brasil
D
isputar espaços no mercado internacional de vinhos
finos e de sucos de uva com países tradicionais e
competitivos não é um exercício de oportunidade
que depende só de preço, eficiência logística e qualidade. É preciso adequar os sistemas de produção e de processamento às normas dos clientes mais exigentes. O Brasil
aprendeu a trabalhar sob este cenário e adotou conceitos de
boas práticas agrícolas direcionados a controlar resíduos de
94
defensivos para vencer os obstáculos.
O pesquisador Lucas Garrido, chefe-geral da Embrapa Uva
e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), revela que o Comitê Técnico
da União Brasileira de Vinhos (Uvibra) estudou as principais legislações mundiais a respeito de resíduos de defensivos e criou
um calendário aos exportadores. “Os países fazem análise para
resíduos de agrotóxicos. Não observar suas normas determina a
devolução do produto. Isso, além do impacto negativo na venda,
afeta a imagem do fornecedor e do País”, atesta.
Acontece que muitas regras são diferentes das brasileiras,
seja com relação a princípios ativos proibidos, seja quanto a
volumes tolerados. “Quem exporta tem de observar a legislação local e do país importador”, menciona Garrido. O levantamento do limite máximo de resíduos de agrotóxicos do Brasil
comparou suas regras às de Estados Unidos, Canadá, Rússia,
Japão e União Europeia, que concentram as importações de
95
vinho e de sucos de uva.
A grade de agrotóxicos registrados no Brasil para a vitivinicultura tem uma coluna extra indicando o período de carência
no País e o limite máximo permitido nestas nações. Assim,
os exportadores podem observar as regras internacionais e
garantir a qualidade de seu produto.
Para que o sistema dê certo, palestras são realizadas ao longo do ano com técnicos de empresas exportadoras, produtores
e técnicos de revenda de insumos, além de cursos de capacitação. Entre os assuntos tratados estão regulagem correta de pulverizadores, produtos indicados e prazos e carências. A iniciativa
é vista pela Câmara Setorial da Uva e do Vinho como uma ação
inovadora e serve de modelo para outras culturas no Brasil.
NAS GRADES A grade com as carências é atualizada,
impressa e distribuída aos produtores com apoio da Uvibra e
do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Além disso, anualmente é realizada amostragem de análise de resíduos de agrotóxicos. Na safra 2013/14 vão ser coletadas 150 amostras de
mosto e vinho, em diversas empresas, que serão analisadas
em laboratórios oficiais para monitorar se os produtores estão
entregando as uvas nas diferentes empresas e cooperativas
dentro das recomendações.
Esta medida se soma à criação de uma caderneta de
campo, utilizada pelo viticultor, onde este registrará o manejo
dos parreirais e dos agroquímicos. A presença de resíduo em
algum produto que não conste na caderneta de campo, por
exemplo, descredencia o fornecedor.
Há uma tendência mundial dos consumidores de exigirem,
cada vez mais, alimentos produzidos livres de agrotóxicos, ou
com baixo uso desses produtos. E alguns países concorrentes
estão trabalhando com ênfase nisso, como o Chile, que quer
eliminar o uso de defensivos em uvas vitivinícolas até 2020.
Porém, uma vez que esse país é protegido pela Cordilheira
dos Andes e pelo Pacífico, e com um quinto das chuvas que
ocorrem na Serra gaúcha ao longo do ano, a demanda chilena
por fungicidas, por exemplo, é muito baixa.
Na avalição de Lucas Garrido, análises comparativas entre
os vinhos finos e os sucos brasileiros e os estrangeiros, em
alguns países importadores, demonstram que o Brasil vem se
mantendo dentro dos limites de resíduos. “Mas, ampliando a
carência de sete para 10 dias, por exemplo, podemos chegar
a índice zero de resíduo, algo que poderá fortalecer nossos
mercados”, resume.
Sílvio Ávila
It is clean
Supply chain bets on
best agricultural
practices in the Sierra
Gaucha region to ensure
the quality of the fine
wines exported by Brazil
T
he fight for a market share in the international scenario
of fine wines and grape juices translates into huge efforts in the competition with traditional suppliers, is not
a question of opportunity and does not solely depend
on price, efficiency, logistics and quality. There is need to adjust the
production and processing systems to the standards of discerning clients. Brazil has already learned how to deal with such a scenario and adopted concepts of best agricultural practices focused
on controlling pesticide residues in order to surmount obstacles.
Researcher Lucas Garrido, chief executive officer at Embrapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS), reveals that the
Technical Committee of the Brazilian Wine Union (Uvibra) deeply
studied all major global legislations regarding pesticide residues
and set up a calendar for the exporters. “Countries analyze the
fruits from a pesticide residue point of view. If their standards
are not complied with, the products are returned to their origin.
A fact that, besides the negative impact on the sale, adversely
affects the image of the supplier and of the Country”, he warns.
The fact is, many rules differ from the Brazilian standards,
whether with regard to banned active principles, or tolerated
levels. “Those who ship products abroad have to comply with
legislation at home and legislation of the country that imports the
products”, Garrido recalls. A survey of Brazil’s threshold limits
was compared to pesticide limits in the United States, Canada,
Russia, Japan and the European Union, the main destination of
Brazil’s fine wines and grape juices.
The pesticide table registered in Brazil for winegrowing purposes contains an extra column indicating periods of grace in
the country and the maximum limits allowed in these nations.
This is the way for all exporters to comply with international regulations and make sure they deliver good quality products.
For the system to function properly, lectures are given over
the year to technicians from exporting companies, producers,
pesticide sale agents, besides capacity building courses. The
96
subjects addressed include the correct adjustment of spraying
devices, indicated products and periods of grace. The initiative is
viewed by the Grape and Wine Sectoral Chamber as an innovative move, setting an example to other crops in Brazil.
THE TABLES The tables featuring the periods of grace is
updated, printed and handed out to the producers, a move that
relies on the support of Uvibra and the Brazilian Wine Institute
(Ibravin). Furthermore, a sampling of pesticide residue analyses
is conducted on an annual basis. In the 2013/14 growing season, the idea is to collect 150 samples of must and wine, from
several companies, and have them analyzed by official laborato-
97
ries to check if the farmers are delivering the grapes to companies and cooperatives in line with recommendations.
This measure follows on the heels of a field handbook, utilized
by the winegrowers, recording the manner the vineyards and the
pesticide applications are conducted. The presence of any residue in any product not registered in the handbook, for example,
is reason enough to cancel the credentials of the supplier.
There is a global trend in place, whereby the consumers are
increasingly requiring foods produced without pesticides or, at
least, produced with very small amounts of the chemical product. And some competitor countries are really emphasizing this
aspect, like Chile, for example, now engaged in eliminating the
use of pesticides on wine grapes, by 2020. Furthermore, as this
country is protected by the Andes Mountain Range and the Pacific Ocean, with only one fifth of the annual rains that occur in
the Sierra Gaucha region, demand for pesticides, for example,
is extremely low. In Brazil there are some initiatives towards this
goal, but they are still at a fledgling stage.
In Lucas Garrido’s view, comparative analyses between fine
wines and Brazilian and foreign juices in some importing countries demonstrate that Brazil has been keeping within the required
residue thresholds. “By extending the grace period from seven to
ten days, for example, we could soon achieve a zero residue rate,
something that could strengthen our markets”, he summarizes.
Sílvio Ávila
ações
Actions
Novos
mundos
Tocantins e Mato Grosso destacam-se como novos
polos da fruticultura brasileira, e desta forma os
pomares se espalham mais e mais pelo País
A
s frutas brasileiras despertam o interesse não só dos
consumidores, que as veem nos mercados e em
feiras rurais quando já estão prontas para serem degustadas. Elas conquistam igualmente mais e mais
agricultores, que as percebem como excelente possibilidade
de investimento em um ramo que, cada vez mais, está se consolidando no Brasil.
Neste sentido, surgem dois novos polos da fruticultura brasileira: os estados de Tocantins e do Mato Grosso. Distantes cerca
de 905 quilômetros um do outro (Tocantins está localizado na região Norte e Mato Grosso no Centro-Oeste do Brasil), atraem os
olhares quando o assunto é a expansão da produção frutícola.
O governo de Tocantins credita às condições edafoclimáticas, ou seja, ao solo e ao clima favoráveis para o desenvolvimento de frutas tropicais, o fato de a região ser considerada
área com potencial para este ramo. De acordo com o secretário
executivo da Agricultura e Pecuária do Estado, Ruiter Padua,
em 1988 Tocantins iniciava seus plantios de abacaxi e de banana, hoje as principais frutas produzidas no território.
Atualmente, a fruticultura tem grande importância para o
Estado. “Trata-se da terceira maior força em termos agropecuários. Está atrás apenas dos grãos e da pecuária”, explica o
secretário. Na última safra, conforme Padua, o Estado colheu
60 mil toneladas de abacaxi e 23 mil toneladas de banana.
A projeção do governo para 2014 é de aumento de apro98
99
Investimentos
recentes permitiram
a consolidação das
novas fronteiras
Recent investments
are consolidating the
new frontiers
ximadamente 3% na produção frutícola, com relação à safra
passada. “Esse acréscimo se explica porque em 2013 houve
baixa comercialização de mudas, tanto de abacaxi quanto de
banana”, afirma Padua.
O governo incentiva a produção frutícola no Estado por
meio do desenvolvimento de políticas públicas direcionadas
aos produtores, estes assistidos pelos serviços da Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado (Ater) e da Agência de
Defesa Agropecuária. Há igualmente esforços na área da pesquisa (em projetos desenvolvidos em parceria com a Embrapa
e com universidades), além de ações de fomento e de capacitação de fruticultores e de técnicos em ações desenvolvidas
pela Secretaria de Agricultura e Pecuária.
GRANDES PLANOS
O Mato Grosso, também considerado novo polo para a
fruticultura, juntamente com os seus agricultores familiares,
vem buscando alternativas para aumentar a produção neste
ramo. Entre as principais frutas cultivadas no Estado estão
abacaxi, acerola, banana, caju-fruta, coco-da-Baía, cupuaçu,
limão, mamão, manga, maracujá e uva.
De acordo com Rodrigo Furquim Rodrigues, engenheiro
agrônomo e superintendente de Desenvolvimento Regional do
Vale do Rio Cuiabá da Secretaria de Desenvolvimento Rural e
Agricultura Familiar (Sedraf-MT), na década de 1980 constatouse a carência não somente na produção de frutas, mas também
em agricultores voltados para esta cadeia produtiva.
O engenheiro agrônomo George Luiz de Lima, analista de
Desenvolvimento Econômico e Social da Sedraf-MT, menciona
uma série de iniciativas que colaboraram para a expansão
dos pomares no Estado. Em seu entender, a instalação de
indústrias de processamento em alguns municípios, a criação
da Sociedade Mato-grossense de Fruticultura, os trabalhos
de pesquisa e a construção da Central de Comercialização
da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana foram vitais. O
especialista salienta ainda a organização dos produtores em
cooperativas, que impulsionaram o cultivo de frutíferas em
Mato Grosso nas duas últimas décadas.
Lima ressalta que o governo estadual tem apoiado o
desenvolvimento dessa cadeia através da realização de
capacitações continuadas de técnicos do setor, e da aquisição
e da distribuição de insumos, despolpadeiras e patrulhas
agrícolas mecanizadas. Houve ainda a abertura de concurso
público para elevar o número de técnicos da Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, assim
como a construção da Central de Abastecimento de Mato Grosso
(Ceasa), em andamento. O desenvolvimento de programas
de governo, associados à recuperação e à pavimentação de
rodovias estaduais, para facilitar o escoamento da produção,
igualmente garantiu fôlego extra a essa atividade.
Sílvio Ávila
New
worlds
Tocantins and Mato
Grosso are new Brazilian
fruit belts, attesting to
the fact that orchards
are being established all
over the Country
B
razilian fruits are not only prompting the interest of the
consumers, who see them in supermarkets and rural
fairs, ready to be tasted. They are equally conquering more and more farmers, who view them as an
investment opportunity in a segment that has increasingly been
consolidating in Brazil.
Within this context, two new Brazilian fruit belts are now in the
making: the States of Tocantins and Mato Grosso. Distant approximately 905 kilometers from each other (Tocantins is located
in the North and Mato Grosso in the Brazilian Center-West), they
capture attention when the subject is fruit production expansion.
The government of Tocantins credits the edaphoclimatic conditions, that is to say, favorable climate and soil for the production
of tropical fruits, with the region’s reality as a potential for this segment. According to the State Secretary of Agriculture and Livestock, Ruiter Padua, in 1988 Tocantins started cultivating pine-
100
apples and bananas, now the most produced fruits in the territory.
Nowadays, fruit farming plays a relevant role in the State. “It is
in fact, the third biggest business in terms of agriculture. It comes
only after grain crops and cattle farming”, the secretary explains. In
the past crop, according to Padua, the State harvested 60 thousand tons of pineapples and 23 thousand tons of bananas.
The projection of the government for 2014 is for an increase
of about 3% in the production of fruits, from the previous year.
“This increase is based on the fact that in 2013 banana and
pineapple seedling sales lagged behind”, Pádua says.
The government encourages the production of fruits
throughout the State through the development of public policies geared towards the producers, who get technical assistance from the State Rural Extension and Technical Assistance
Corporation (Ater) and from the Agriculture Defense Agency (in
projects developed jointly with Embrapa and universities), besides the promotion of initiatives intended to qualify and train
new fruit growers and technicians, under the supervision of the
Secretariat of Agriculture and Livestock.
AS MAIS MAIS | The biggest ones
Volume produzido de
cada fruta em 2013
Mato Grosso
FrutaVolume (toneladas)
Banana67.273
Abacaxi41.175
Melancia34.047
Uva19.724
Coco14.011
Maracujá7.779
Laranja4.454
Melão2.545
Manga2.323
Mamão2.032
Limão1.951
Cupuaçu1.750
Acerola800
Tangerina728
Cacau582
Castanha de Caju278
Guaraná242
Goiaba143
Fonte: Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias – GCEA/IBGE/MT.
Tocantins
FrutaVolume (toneladas)
Abacaxi60.000
Banana23.000
Fonte: Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária de
Tocantins.
GREAT PLANS
Mato Grosso, also viewed as new fruit growing belt, along with its family farmers, has been seeking alternatives for boosting the
production in this segment. The most economically relevant fruit cultivated throughout the state include the following: pineapple,
acerola, banana, cashew nut, common coconut, cupuaçu, lemon, papaya, mango, passion fruit and grape.
According to Rodrigo Furquim Rodrigues, agronomic engineer and head of the Cuiabá River Valley Regional Development
Department, a division of the Rural Development and Family Farming Secretariat (Sedraf-MT), in the 1980 decade, a shortage was
detected not only in the production of fruits but also in the number of farmers devoted to this supply chain.
Agronomic engineer George Luiz de Lima, analyst at the Social and Economic Development Department of the Rural Development and
Family Farming Secretariat, cites a series of initiatives which had a say in the expansion of the fruit business in the State. The installation
of processing industries in some municipalities, the creation of the Mato Grosso State Fruit Farming Society, research works and the
construction of the Family Farming Distribution Center in Baixada Cuiabana played a vital role. The specialist equally points out the
organization of the farmers in cooperatives, responsible for stimulating the production of fruits in Mato Grosso over the past two decades.
Lima recalls that the state government has lent support to the development of this supply chain through capacity building
initiatives and through the qualification of technicians of the sector, along with the acquisition and distribution of inputs, depulpers,
and mechanized agricultural squads. Furthemore, a public civil service exam was announced to increase the number of technicians of
the Mato Grosso State Rural Extension, Technical Assistance and Research Corporation, as well as the construction of the Mato Grosso
Distribution Center (Ceasa), now underway. The development of government programs, associated with the recovery of roadways and
rod pavement services for crop transportation purposes, served as a driving force behind this activity.
101
Sílvio Ávila
No
balanço
das ondas
Portos de Pecém (CE), Salvador (BA) e Santos (SP) são
as principais saídas das frutas brasileiras que se
destinam ao amplo mercado global
P
or mares próximos ou distantes, as frutas brasileiras
seguem no balanço das ondas e conquistam espaços em terras estrangeiras. As principais saídas
ocorrem pelos portos de Pecém, no Ceará; de Salvador, na Bahia; e de Santos, em São Paulo. Os rumos mais
comuns para as processadas são Bélgica, Holanda e Estados Unidos, enquanto as frutas frescas têm como principais
destinos Holanda, Reino Unido e Espanha. As preferidas são
102
manga, melão, melancia, uva de mesa e cítricos. O suco de
laranja também não deixa por menos. No porto de Santos, por
exemplo, ele é um dos destaques no desempenho comercial.
O escoamento de frutas e de sucos, no Brasil, ocorre especialmente por vias marítimas. Em 2013, conforme dados do
Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), o volume exportado pelo
País foi de mais de 614 milhões de quilos, perfazendo valor
total de mais de US$ 560 milhões.
Em 2013, o principal exportador de frutas, em volume, foi o
porto de Pecém. O total despachado chegou a 147.554.033
quilos. Em segundo lugar ficou o Tecon, de Salvador, com volume de 86.957.923 quilos. Já o porto de Santos ocupou a
terceira posição, com 54.228.048 quilos.
De acordo com o diretor de desenvolvimento comercial
da Companhia de Integração Portuária do Ceará, Francisco
Gomes de Oliveira, as exportações de frutas representam
103
SALVADOR E SANTOS
21,61% do total escoado em Pecém. Mesmo tendo sido esse
o principal ponto de saída das frutas brasileiras em 2013, Oliveira informa que o volume exportado foi 15,44% menor do
que o do ano anterior. Explica que essa redução se deve a dois
fatores: “Primeiro, à queda na safra, uma vez que 2013 foi um
ano de estiagem”, menciona. “E segundo, o fato de que parte
das exportações das frutas que eram feitas por Pecém passaram a ser movimentadas pelo porto de Salvador”.
Com relação à infraestrutura, o porto de Pecém possui seis
berços de atracação, com profundidade de até 17 metros, e
tem capacidade de movimentação de 750 mil teus/ano. Possui um pátio de armazenagem com 380 mil metros quadrados
de área, dois armazéns cobertos e 1.008 tomadas frigoríficas
para contêineres refrigerados. Os seus principais equipamentos de carregamento ou descarregamento de navios são cinco
guindastes com capacidade de até 140 toneladas, seis balanças rodoviárias e um scanner.
Além disso, Oliveira enfatiza que mais dois berços de atracação estão em fase de construção em Pecém. “Serão destinados principalmente à movimentação de placas de aço para
exportação da Companhia Siderúrgica do Pecém e também
darão suporte à movimentação de contêineres”, salienta.
Segundo maior escoador de frutas brasileiras, o porto de
Salvador, na Bahia, conseguiu, em 2013, recuperar a sua posição
de destaque no escoamento de frutas, graças aos investimentos
no terminal. De acordo com a gerente comercial do Terminal de
Contêineres (Tecon) de Salvador, Patricia Iglesias Lago Tagliaro,
além da melhoria nas operações, foram ampliadas as opções de
serviços marítimos. “Aumentamos o número de tomadas para
receber cargas refrigeradas”, comenta.
O escoamento de frutas brasileiras representa cerca de
12% das exportações do Terminal de Contêineres de Salvador.
Conforme Patricia, em 2013 o porto escoou 52% da safra, ante
38% da produção movimentada em 2012. Ela afirma que, para
2014, a expectativa é aumentar o volume de contêineres de fruta
embarcadas na cidade. “O objetivo é agregar a participação no
escoamento do volume das frutas do Vale do São Francisco, além
de mapear e de prospectar novas cargas”, ressalta.
O porto de Santos, terceiro no ranking dos principais do País no
escoamento de frutas e de sucos, registrou em 2013 crescimento
de 14% no embarque de suco de laranja em relação a 2012.
Em valores, o total de 2013 ficou praticamente estável, quando
comparado ao do ano anterior. Segundo o diretor presidente do
Controle de Segurança dos Portos (Codesp), Renato Ferreira Barco,
as exportações de suco de laranja representam 1,8% do montante
de cargas movimentadas por Santos.
Inor Ag. Assmann
At the
mercy of
the waves
Ports of Pecém (CE),
Salvador (BA) and Santos
(SP) are major fruit
transporting corridors,
destined for the vast
global market
B
razilian fruits travel far and wide over the sea, at the
mercy of the waves and work their way into foreign
lands. Most fruits are shipped through the ports of
Pecém, in Ceará; Salvador and Santos, in São Paulo.
The most common routes of processed fruit end in Belgium,
Holland and the United States, while fresh fruit make it to Holland, the United Kingdom and Spain. The preferred fruits are
mangoes, melons, watermelons, table grapes and citrus fruit.
104
Orange juice is equally an important player. In the port of Santos,
for example, it is a highlight in commercial terms.
Brazilian fruit and juice shipments normally follow maritime
routes. In 2013, according to data from the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), the volume exported by the Country amounted
to 614 million kilograms, translating into revenue of upwards of
US$ 560 million. In 2013, the main fruit exporter, in volume, was
the port of Pecém. Total shipments amounted to 147,554,033
kilograms. The port of Tecon in Salvador came next, with a volume of 86,957,923 kilograms. The port of Santos ranked third,
with 54,228,048 kilograms.
According to the director of commercial development at the
Ceará State Port Integration Company, Francisco Gomes de
Oliveira, fruit exports represent 21.61% of all exports through
the port of Pecém. Although being the main exiting point of all
Brazilian fruits in 2013, Oliveira recalls that the volume that was
exported was down 15.44% from the previous year. He explains
105
O CAMINHO DAS FRUTAS | The fruit route
Vias de transporte
Marítima
Rodoviária
Aérea
Meios próprios
Total
Exportação brasileira, por vias – 2013/2012
2013
2012
Valor (US$)Volume (Kg)Valor (US$)Volume (Kg)
560,344,565 614,258,782 531,373,196603,018,374
17,743,608 54,506,368 17,712,21752,675,234
79,440,436 43,104,546 69,732,03637,324,560
110
23
3,7
2,235 657,528,719 711,869,719 618,821,149693,020,403
Fonte: Secex/Elaboração Ibraf.
SALVADOR AND SANTOS
that this result stems from two factors. “First, the smaller crop,
once 2013 was a year in which drought conditions prevailed for
most of the time”, he says. “And second, because of the fact
that part of the fruits that were normally exported through the
port of Pecém, were sent abroad though the port of Salvador”.
With regard to the infrastructure, the port of Pecém is
equipped with six loading docks, with a depth of up to 17 meters
and the capacity to handle 750 thousand TEUs/year. Its warehousing facilities cover an area of 380 thousand square meters,
two warehouses under roof and 1.008 meat loading docks for
refrigerated containers. Major equipment units for loading and
unloading ships consist of five cranes with a capacity to handle
140 tons, six truck weigh stations and a scanner.
In addition, Oliveira stresses that two more loading docks are
now being constructed at Pecém. “They are destined for handling
steel plates exported by the Pecém Metallurgy Company and are
supposed to lend support to container transportation”, he stresses.
Second largest shipper of Brazilian fruits, in 2014 the port of
Salvador managed to recover its prominent position in the shipment
of fruits, thanks to investments in the terminal. According to the
commercial manager of the Container Terminal (Tecon) in Salvador,
Patricia Iglesias Lago Tagliaro, besides improving the operations, the
options for maritime services were expanded. “We increased the
number of unloading docks for refrigerated cargos”, she comments.
The shipment of Brazilian fruits represents about 12% of all
exports through the container terminal in Salvador. According to
Patricia, in 2013 the port shipped abroad 52% of the entire crop,
compared to 38% of the total crop shipped in 2012. She has it that,
for 2014, the expectation is for a higher number of fruit containers
shipped through the port of Salvador. “The objective consists in
attracting part of the fruit volumes produced in Vale do São Francisco,
besides mapping and prospecting new cargos”, she stresses.
The port of Santos, ranking as third largest in the Country in terms
of fruit and juice shipments, in 2013 registered an increase of 14%
in fruit and juice shipments, compared to 2012. In revenue, the total
in 2013 remained practically stable, compared to the previous year.
According to the president of the Ports Security Control Department
(Codesp), Renato Ferreira Barco, orange shipments account for 1.8%
of all cargos that go through the port of Santos.
PONTO DE PARTIDA | Departure point
Exportação brasileira de frutas
frescas por portos – 2013
Porto
2013
Volume (Kg)Valor (US$)
Pecém (CE)
147.554.033127.328.112
Salvador (BA)
86.957.923132.167.507
Santos (SP)
79.009.22569.379.996
Fortaleza (CE)
54.228.04842.086.287
Rio Grande (RS) 45.553.20032.748.959
Fonte: Elaboração Ibraf.
Sílvio Ávila
A terra do
figo roxo
Capital do figo roxo no Brasil, a cidade paulista de
Valinhos movimenta sua economia com esse fruto,
trazido pelos colonizadores portugueses
N
ão importa se servido fresco ou industrializado, o
figo, independentemente da forma, é adocicado,
saboroso e saudável, além de ser distinto em suas
características. Externamente, o fruto tem coloração verde clara e roxa. Por dentro, é avermelhado e possui várias sementes pequenas. Tantas particularidades geram certa
curiosidade com relação a sua origem, sobre a qual, apesar
dos estudos existentes, não há total certeza.
Acredita-se que o figo tenha tido seus primeiros sinais de
existência na região do Mediterrâneo e, a partir daí, tenha se
espalhado pelos quatro cantos do mundo. Pesquisas apontam que, no Brasil, o figo chegou durante o século 16, na ba-
O DESTAQUE VAI PARA... | The highlight pends to...
Principais produtores
de Figo no Brasil em 2012
São PauloTotal (t)
Valinhos5.401
Campinas4.032
Louveira528
Rio Grande do Sul
Total (t)
Planalto945
Piratini540
São Sebastião do Caí425
Fonte: IBGE, 2012.
106
107
gagem dos primeiros colonizadores portugueses.
O fato é que o tempo passou e aquela fruta saborosa e diversa teve boa aceitação junto à população brasileira. Por se tratar
de uma cultura que se mantém em qualquer época do ano, o
cultivo do figo traz para o produtor a confiança de que tal investimento é, sim, um bom negócio.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012 o Brasil produziu 28.010 toneladas de
figo. A cidade paulista de Valinhos, distante 90 quilômetros de
São Paulo, produziu no mesmo ano 5.401 toneladas do fruto,
que lhe dá o título de Capital do Figo Roxo, por ser o principal
produtor do País nessa especialidade. O presidente da Associação Agrícola de Valinhos e Região, Pedro Sidnei Pellegrini, conta
como o figo se tornou a principal cultura do município.
“No início do século 20, um imigrante italiano chamado Lino
Buzato trouxe de seu país natal algumas estacas de figo roxo
para cá. O clima e o bom desenvolvimento de plantas na região
fizeram com que nossos agricultores investissem na produção
do fruto”, salienta. Com cerca de 239 hectares de área plantada, Valinhos contabilizou, na safra 2013, produção de dois milhões de caixas de aproximadamente 1,6 quilo de figo. Pellegrini
avalia o desempenho como positivo, uma vez que essa média
vem se mantendo nos últimos anos.
Inglaterra, Holanda, França e Alemanha são os principais países que importam a fruta colhida em Valinhos. De acordo com o
presidente da Associação Agrícola, 35% de toda a produção de
figo do município paulista é exportada. Apesar dos bons resultados registrados nos últimos anos, Pellegrini acredita que, em
2014, a produção acabará por ser menor. “Pode diminuir devido
ao clima e à estiagem. Creio que nunca passamos por um verão
tão quente e seco como este mais recente”, explica.
O segundo maior produtor de figo em 2012, conforme dados do IBGE, foi a cidade de Campinas, também de São Paulo,
com colheita de 4.032 toneladas. Entre os estados, o Rio Grande do Sul divide a liderança com os paulistas. O município de
Planalto, localizado ao Norte gaúcho, alcançou a 945 toneladas
de figo em 2012. Na sequência aparece Piratini, que fica a 347
quilômetros da capital do Estado, Porto Alegre, com total de
540 toneladas do fruto.
SOB AS FOLHAS
Entre os cuidados indispensáveis para obter um figo
de qualidade está a atenção ao manuseio. “O bom manejo
permite que a planta não perca as folhas, uma vez que são
elas que fazem a proteção do fruto”, garante o presidente
da Associação Agrícola de Valinhos e Região, Pedro Sidnei
Pellegrini. Ele ainda alerta para as dificuldades enfrentadas,
inclusive recentemente, pelos produtores da sua região. “A
seca e a mosca (Zaprionus indianus) são os dois principais
fatores que prejudicam a cultura”, adverte.
Sílvio Ávila
The land of
purple figs
Purple fig capital of
Brazil, the town of
Valinhos in São Paulo,
has its economy driven
by this fruit, brought by
Portuguese settlers
N
o matter if served fresh or in industrialized form, the
fig, regardless of the manner in which it is consumed,
is sweet, delicious and healthy, with distinguishing
characteristics. Externally, its color is light green and
purple. Inside it is reddish, with several small seeds. So many
peculiarities give rise to a certain curiosity with regard to its origin,
which, in spite of existing studies, continues unclear.
It is believed that the first figs of this species were detected in
the Mediterranean region, from where it spread across the four
corners of the world. Research works point to the 16th century as
the arrival time of the fruit in Brazil, brought by Portuguese settlers.
The fact is, as time went by, this delicious and peculiar fruit
conquered the palate of the consumers. As it is a perennial fruit,
its cultivation turns out to be a good investment and equally a
profitable business for the growers.
According to data from the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE), in 2012, Brazil’s fig crop reached 28,010
tons. The city of Valinhos, 90 kilometers away from São Paulo,
was responsible for the production of 5,401 tons of the fruit, in
that same year, earning recognition as Capital of the Purple Fig,
because of its leading position in the production of this species.
The president of the Valinhos and Regional Agricultural Association, Pedro Sidnei Pellegrini, gives details about how this fruit
108
became the leading crop in the municipality.
“At the beginning of the 20th century, an Italian immigrant,
Lino Buzato, brought some purple fig tree cuttings from Italy. Because of good climate conditions and good plant development
the farmers began to invest in this fruit”, he says. With approximately 239 hectares devoted to the fruit, in 2013 Valinhos harvested approximately two million 1.6-kg boxes of figs. Pellegrini
views the performance as positive, seeing that this average has
been constant over the past years.
Britain, Holland, France and Germany are major importers of
the fruit produced in Valinhos. According to the president of the
Agricultural Association, of the entire production volume, 35% is
exported. Despite the good results reaped over the past year,
109
LONGAS VIAGENS | Long trips
Exportação brasileira de figos,
por país de destino – 2013
PaísValor(US$)Volume (Kg)
Países Baixos (Holanda) 4.031.830659.509
Alemanha
1.068.223190.884
Reino Unido
857.210180.560
França
1.058.350150.215
Bélgica
544.80887.019
Suíça
299.85741.431
Canadá
187.47427.266
Emirados Árabes Unidos 80.21112.664
Hong Kong
33.4196.491
Espanha
17.7185.302
Palestina
12.0832.700
Estados Unidos
2.880864
China
5.219847
Portugal
2.591781
Itália
3.304720
Kuwait
1.857313
Catar
48378
Paraguai
9940
Total
8.207.6161.367.684
Fonte: Secex/Elaboração Ibraf.
Pellegrini believes in a smaller crop in 2014. “The crop might
decrease due to bad weather and drought conditions. It is my
feeling that we have never experienced such a warm and dry
summer”, he comments.
The second-largest fig producer in 2012, from numbers
released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE), was the municipality of Campinas, also in São Paulo,
with a production of 4,032 tons. Among the states, Rio Grande
do Sul is on a par with São Paulo, in terms of production volumes. The municipality of Planalto, located in the northern portion of the state, harvested 945 tons of figs in 2012, followed by
Piratini, 347 kilometers away from the capital city, Porto Alegre,
with a total of 540 tons of the fruit.
UNDERNEATH THE LEAVES
Good management practices are required if quality figs
are to be produced. “They prevent the trees from shedding
their leaves, as they are responsible for protecting the fruits”,
says the president of the Valinhos and Regional Agricultural
Association, Pedro Sidnei Pellegrini. He also warns about the
difficulties that have been surfacing, even recently, jeopardizing
the growers of the region. “The drought and the fly (Zaprionus
indianus) are two major hurdles that damage the crop”, he warns.
Inor Ag. Assmann
Falando
a mesma
língua
Produção Integrada de Frutas, baseada nas boas
práticas agrícolas, tem sido o caminho para
alimentos saudáveis, seguros e de alta qualidade
O
cuidado que se inicia no plantio da muda e segue
até o momento em que a fruta, já pronta, é encaminhada para a distribuição permite garantir um
alimento de boa qualidade e livre de riscos que poderiam comprometer a integridade física do consumidor final.
Tal processo de proteção é desenvolvido com base na Produção Integrada de Frutas (PIF).
Esse modelo de cultivo, segundo Vitor Hugo de Oliveira,
pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, de Fortaleza (CE), é um sistema de produção que deve refletir a gestão ambiental das atividades agrárias de forma sustentável. A
preocupação é estabelecer normas comuns, que assegurem
110
cuidadosa utilização dos recursos naturais, minimizando o uso
de agroquímicos e de insumos na exploração.
Os produtos oriundos da Produção Integrada são facilmente identificados pelo consumidor, pois possuem um selo
que os diferencia dos demais. A fiscal federal de agropecuária
Rosilene Ferreira Souto, chefe da Divisão de Fruticultura do
Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, explica que
o produtor precisa obedecer a uma série de recomendações a
fim de obter a certificação das suas frutas.
“É necessário seguir as diretrizes contidas na Portaria nº
443 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), de 23 de novembro de 2011, que normatiza a
avaliação da conformidade, bem como seguir as determinações das normas específicas de cada fruta”, salienta. As que
estão normatizadas pela Produção Integrada no Brasil são:
mamão, banana, caju, pêssego, maracujá, goiaba, citros, figo,
maçã, uva, morango, abacaxi, goiaba, caqui e melão.
A fruta que mais se destaca na Produção Integrada é a maçã.
Conforme Rosilene, a primeira colheita dentro do modelo de PIF
111
ocorreu nas safras de 1998 e 1999, nos municípios de Vacaria (RS) e de Fraiburgo (SC). “Nesse período, as exigências do
mercado estavam pressionando a maçã brasileira exportada a
adotar um programa de qualidade, visando evitar barreiras não
tarifárias”, detalha. Ela cita ainda que, através do Programa de
Desenvolvimento da Fruticultura (Profruta), foi iniciada a construção do marco legal do sistema de Produção Integrada de
Frutas. Durante a implementação, a adesão do Inmetro como
órgão acreditador dos organismos avaliadores foi essencial para
a credibilidade do projeto junto a produtores e consumidores.
O QUE FAZ A DIFERENÇA
“A comercialização de maçã com selos de Produção Integrada de Frutas iniciou-se em março de 2003 e foi destinada aos
mercados interno e externo”, enfatiza Rosilene. “No ano seguinte, as exportações cresceram 100% em volume e 91,5% em
valor, consequência da melhoria de qualidade” ressalta. A definição de um pacote tecnológico, num esforço multi-institucional,
e a escolha de técnicas que permitiram manter ou aumentar a
qualidade e a produtividade das macieiras, com o uso mínimo
de agroquímicos, é o que caracteriza a Produção Integrada de
maçãs – e também das demais frutas – no Brasil.
Dois atestados são utilizados na fruticultura para certificar os procedimentos que resultam em uma fruta de boa qualidade. O gerente de
inteligência de mercado do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Cloves Ribeiro Neto, diz que um deles é a Permissão de Trânsito de Vegetais
(PTV), obtida no início da produção da fruta e utilizada no transporte entre os estados brasileiros. Já o outro é o Certificado Fitossanitário de
Origem (CFO), usado nacionalmente e obrigatório para o comércio internacional.
“Estes documentos são de controle fitossanitário e asseguram que aquela determinada carga não irá veicular pragas ou doenças entre os
estados brasileiros ou mesmo para o exterior”, assinala. Conforme Cloves, existe também legislação específica para algumas frutas, as quais
requerem declaração adicional nos documentos informando que a carga está “sem determinada praga ou é oriunda de área livre”.
Além das comprovações de cuidado e de qualidade, é fundamental que os fruticultores tenham a responsabilidade de sempre manter
e controlar a fitossanidade da sua produção, garantindo assim que pragas ou doenças não se insiram em localidades que, até então, não
apresentavam riscos. Segundo o gerente do Ibraf, a maior dificuldade encontrada pelos fruticultores brasileiros para manter um controle
fitossanitário eficiente está na falta de defensivos agrícolas registrados para algumas culturas. “A quantidade de produtos registrados
atualmente não atende à necessidade da maioria das frutas”, explica.
Sílvio Ávila
Speaking
the same
language
Integrated Fruit
Production, based on
good agricultural
practices, has paved the
way for healthy, safe and
high quality foods
C
are that is taken from seedling transplanting all the way to
fully grown and mature fruits, ready to be sent to the distribution centers, could translate into good quality food, free
from risks that might jeopardize the physical integrity of the
final consumers. Such a protection-oriented process is conducted under the umbrella of the Integrated Fruit Production System (IFPS).
NEM TÃO PARECIDOS... | Not that similar...
Comparação entre os sistemas
de produção de frutas
ConvencionalIntegradaOrgânica
Manejo do solo Intenso MínimoMínimo
Agroquímicos Pouco controle
Restritos
Naturais
Pós-colheita
Usa químicos
Não usa
Não usa
Adubação
Pouco controle Sob controle Só orgânica
Defesa
Químicos
Calendário
Naturais
antiparasitária
e naturais
Lei CEE * Legislação
Não dispõe
IN/2001
2092
*CCE: Comunidade Econômica Europeia
Fonte:Artigo: Produção Integrada de Frutas: conceitos básicos; Vitor Hugo de Oliveira, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical.
112
This cultivation model, according to Vitor Hugo de Oliveira,
researcher at Embrapa Tropical Agro-Industry, based in Fortaleza (CE), is a production system that should reflect the environmental administration of all agrarian activities in a sustainable
manner. The concern consists in coming up with common standards that ensure careful use of all natural resources, reducing to
a minimum the use of pesticides and inputs in the activity.
Fresh products coming from Integrated Production are easily identified by consumers, once they bear a label that distinguishes them from other products. Federal agriculture inspector
Rosilene Ferreira Souto, head of the fruit growing division of the
Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa), explains that farmers must comply with a series of recommendations, should they want to have their fruits certified.
“It is necessary to follow the guidelines set forth by Government Act n° 443 of the National Institute of Metrology Standardization and Industrial Quality (Inmetro), of 23rd November 2011,
which sets standards for conformity assessments, while the
specific standards for each fruit must also be complied with.”,
she recalls. Fruits that comply with the Integrated Production
standards of Brazil are as follows: papaya, banana, cashew nut,
peach, passion fruit, guava, citrus, fig, apple, grape, strawberry,
pineapple, persimmon and melon.
113
WHAT MAKES
THE DIFFERENCE
The most predominant fruit in the Integrated Production System is the apple. According to Rosilene, the first harvest within the
IFPS model occurred in the 1998 and 1999 growing seasons, in
the municipalities of Vacaria (RS) and Fraiburgo (SC). “During this
period, Brazilian apples destined for exports were suffering pressure from markets towards the introduction of a quality program,
with the aim to surmount non-tariff barriers”, she explains. She
also recalls that, through the Fruit Growing Development Program
(Profruta), the construction of the legal mark of the Integrated Fruit
Production System was built. During the implementation phase,
the adhesion of the Inmetro, in its capacity to accredit assessment
organs, played a decisive role, in that it added to the credibility of
the project from a producer and consumer point of view.
“Sales of apples bearing the Integrated Fruit Production label
started in 2003, both at home and abroad”, Rosilene explains.
“Over the following year, shipments abroad soared 100% in volume and 91.5% in revenue, as a direct result from quality improvement”, she argues. The definition of a technological package, in a
multi-institutional effort, the choice for cultural practices that made it
possible to keep or enhance the quality levels and the yields of the
apple trees, with minimum use of pesticides, is what characterizes
the Integrated Apple Production System – and the same holds true
for all other fruits – in Brazil.
In fruit farming, two testimonials are required for certifying
the procedures that result into good quality fruit. The Market
Intelligence manager of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), Cloves
Ribeiro Neto, says that one of them is the Vegetable Transportation
Permit (VTP), obtained at the start of the fruit production process
and utilized for transporting fruits from one Brazilian state to the
next. The other is the Phytosanitary Certificate of Origin (PCO), used
on a national basis and mandatory for international trade.
“These documents feature sanitary control measures and
ensure that a specific cargo will not carry diseases or pests from
one Brazilian state to the other, nor will it carry these scourges
abroad”, he explains. According to Cloves, there is specific
legislation for some types of fruits, which require an additional
declaration on the documents stating that “the cargo is free from a
specific pest, or comes from a clean area”.
Besides attesting to duly taken cares and to quality standards,
there is need for the fruit growing farmers to assume the
responsibility of complying with all phytosanitary standards, whilst
controlling them on their crops, thus ensuring that pests and
diseases do not make it to localities still free from them. According
Cloves, the real difficulty faced by most fruit growers in keeping
efficient phytosanitary standards lies in the lack of registered
pesticides for these crops. “The number of registered pesticides
falls short of the needs of most fruit species”, he explains.
Inor Ag. Assmann
Ideias
polpudas
Além do seu consumo in natura, frutas são usadas
como ingredientes essenciais de vários alimentos,
com destaque para os sucos e as polpas
C
om mais de 40 milhões de toneladas produzidas
anualmente no País, as frutas tornam-se alimentos de fácil inclusão na dieta dos brasileiros. E elas
estão presentes de várias formas, do consumo in
natura ao uso como ingredientes de doces, sorvetes, sucos
e outras guloseimas, e ainda como componentes de receitas
gastronômicas, das mais simples às mais sofisticadas.
A pesquisadora Flávia dos Santos Gomes, da Embrapa
Agroindústria de Alimentos, com sede no Rio de Janeiro (RJ),
destaca que 47% do total produzido é utilizado como frutas
frescas, levando-se em conta os mercados interno e externo, e 53% destina-se ao processamento agroindustrial. Nesse
114
115
montante, reservado à indústria, o destaque fica para os sucos
e as polpas, que podem ser consumidos diretamente ou utilizados como ingredientes de produtos diversos. Outras formas
de oferta são as minimamente processadas e as desidratadas.
O Brasil tem acompanhado a tendência mundial de aumento no consumo de frutas relacionado à busca pelo bem-estar e pela saúde. Para a pesquisadora Flávia Gomes, o
incremento no comércio dos produtos processados deve-se a fatores como menor tempo de preparo dos alimentos,
aproveitamento integral e qualidade sensorial mais próxima
possível do alimento in natura.
As frutas são matérias-primas de grandes conglomerados
industriais, mas também de pequenas agroindústrias de modelo familiar. “A atividade é uma das principais geradoras de
renda e de empregos no agronegócio brasileiro, e agregar
valor às frutas é fundamental para garantir a sustentabilidade
de muitas propriedades rurais”, enfatiza a pesquisadora da
Embrapa. Dessa forma, acredita Flávia, os agricultores podem colaborar para o desenvolvimento local.
A organização da cadeia de frutas processadas nem
sempre é algo fácil. Os agricultores muitas vezes não sabem
como fazer a comercialização dos itens fabricados. De acordo com Flávia, estudos demonstram que a forma mais eficiente acontece pelo associativismo e pelo cooperativismo.
“Os produtores podem compartilhar custos e riscos, fortalecer o poder de compra, explorar novos mercados, aumentar
o poder de negociação e, consequentemente, ampliar a receita e a produtividade”, conclui.
CURVA ASCENDENTE
A procura pela praticidade no consumo de sucos fica
evidente quando se analisam as estatísticas do setor. Os dados
mais recentes da Associação Brasileira das Indústrias de
Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), referentes a
2012, mostram que néctares, refrescos prontos para beber e
refrescos em pó tiveram aumento de vendas de 14,6%, 12,9% e
0,6%, respectivamente, quando comparados a 2011. Já os sucos
concentrados tiveram queda de 1,1% no período.
A Abir mediu ainda o consumo per capita das bebidas. Entre
as feitas à base de frutas, a preferência recai sobre os refrescos
em pó, com 22,7 litros por habitante/ano, em 2012. Na sequência
aparecem os néctares (5 litros), os sucos concentrados (3,4 litros)
e os refrescos prontos para beber (1,9 litro).
Sílvio Ávila
Pulpy
ideas
Besides fresh
consumption, fruits are
essential ingredients in
several foods, especially
juices and pulps
W
ith upwards of 40 million tons annually produced in the Country, fruits have actually
worked their way into Brazilian diets. And they
are present in different forms, from fresh consumption to ingredients in sweets, ice creams, juices and other
delicacies, and equally as components of simple and sophisti-
BEBIDAS DE FRUTAS 2012 | Fruit-based beverages
ProdutoVolume (1.000 l)Consumo per capita
(l/hab/ano)
Néctares 987.0005,0
Sucos concentrados660.145
3,4
Refrescos RTD *380.036
1,9
Refrescos em pó4.406.893
22,7
Fonte: Abir.
Obs.: Os volumes de sucos concentrados e refrescos em pó foram calculados
como bebidas prontas, após a dissolução em água.
* Sigla RTD significa “pronto para beber”, da expressão em inglês “ready-to-drink”.
116
cated gastronomic recipes.
Researcher Flávia dos Santos Gomes, of Embrapa Food
Agro-Industry, based in Rio de Janeiro (RJ), maintains that 47%
of all fruits produced are consumed fresh, considering both the
domestic and international market, and 53% of them are sent to
agro-industrial processing plants. In the amount destined for the
industries, the highlights are juices and pulps, either consumed
directly or used as ingredients in a variety of delicacies. Fruits are
also offered in minimally processed or dehydrated form.
Brazil has kept pace with the global trend towards soaring
fruit consumption, in line with healthier lifestyles and well-being
purposes. Researcher Flávia Gomes has it that the soaring
processed fruit trade is the result of such factors as less time
needed for food preparation, integral use and sensorial quality
as close as possible to fresh food.
117
Fruits have become raw materials for huge industrial complexes, but they are also processed by small, family-operated
agro-industries. “The activity is a major job and income generating initiative in Brazilian agribusiness, and its value-adding function
is fundamental for the rural properties to remain sustainable”, the
Embrapa researcher reaffirms. This is the way, she thinks, for the
farmers to render their contribution towards local development.
It is not always easy to set up and organize a fruit processing chain. The farmers are normally unaware of how to sell their
manufactured items. In Flávia’s opinion, studies demonstrate
that the most efficient way is through associations and cooperatives. “The farmers share costs and risks, they strengthen
their purchasing power, explore new markets, boost their negotiating skills and, consequently, expand their income and
productivity”, she concludes.
UPWARD CURVE
The search for more practical ways of consuming juices
becomes all the more evident when statistics of the sector are
analyzed. The most recent figures from the Association of Brazilian
Soft Drinks and Non-Alcoholic Beverages Industry (Abir), published
in 2012, show that ready-to-drink nectars, cool drinks and instant
soft drink powders experienced sale increases of 14.6%, 12.9% and
0.6%, respectively, compared to 2011. On the other hand, sales of
juice concentrates dropped 1.1% over the period.
Abir also measured per capita consumption of beverages.
Among the fruit-based beverages, the preference is for instant soft
drink powders, with 22.7 liters per person/year, in 2012. They are
followed by nectars (5 liters), juice concentrates (3.4 liters) and readyto-drink cool drinks (1.9 liter).
Sílvio Ávila
especial
Special
É fruta
que não
acaba
O Estado de São Paulo lidera com folga a produção
de frutas no Brasil e mostra condições de continuar
crescendo, diante do mercado aquecido
L
íder em diversos segmentos da economia, o Estado de
São Paulo é desde há muito tempo também o principal produtor de frutas do País. Mesmo com problemas
enfrentados recentemente pela citricultura, onde São
Paulo e o Brasil despontam no mundo, o volume da produção
118
de 19 itens da fruticultura paulista ainda responde por 40,42%
do total brasileiro, com boa produtividade, uma vez que em
termos de área a proporção fica em 30,32%. De pomares espalhados nas mais diversas partes da unidade federativa do
Sudeste procederam 17,1 milhões de toneladas de produtos
em 2012, em valor correspondente a mais de R$ 5,3 bilhões.
Em termos de exportações do setor em 2013, os sucos
de frutas paulistas faturaram US$ 2,6 bilhões (99,2% referentes ao de laranja), com crescimento de 3,5% em relação ao
119
Clima, logística
e proximidade
com o consumidor
favorecem o Estado
Climate, logistics and
small distance from
consumers favor production
ano anterior, e representaram quase 88% da venda externa
brasileira na área (em 2012, eram 85%). A informação é do
Instituto de Economia Agrícola/Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (IEA/Apta). Conforme dados dessa
fonte, os negócios com frutas do Estado para o exterior renderam US$ 112 milhões no ano em foco, 4,2% a mais do que
no exercício anterior, e equivalentes a quase 13% do total
brasileiro (em 2012, eram 12%).
Afora a exportação do suco de laranja, em especial, uma
característica marcante do campeão da fruticultura nacional
está no atendimento do mercado interno, a partir de uma boa
estrutura de rodovias, que facilitam o escoamento, e da proximidade com o grande centro consumidor, tanto para mesa
quanto para indústria. Essa realidade, aliada às boas condições climáticas, facilitam a produção de frutas no Estado, com
grande diversidade de itens, observa Cloves Ribeiro Neto, gerente de Inteligência de Mercado do Instituto Brasileiro de Frutas
(Ibraf) e presidente da Câmara Setorial de Frutas de São Paulo.
O Estado tem “frutíferas com características bem diferentes, incluindo as de clima tropical, como o coco-da-baía, a
manga e o caju, passando pelas de clima subtropical, como
abacate, lichia e jabuticaba, até as do temperado, como maçã,
framboesa e pêssego, aproveitando os diversos microclimas
das suas regiões”, diz Ricardo Moncorvo Tonet, engenheiro
agrônomo da Central de Assistência Técnica Integral (Cati) Regional Bragança Paulista, Casa de Agricultura de Amparo, na
revista Casa da Agricultura – Fruticultura, 2010. Ressalta também que boa parte da atividade, com exceção da citricultura,
está alicerçada em pequenas propriedades e em alta utilização
de mão de obra, geralmente com boa renda.
Sílvio Ávila
No end
of fruits
The State of São Paulo is
by far the biggest fruit
producer in Brazil and
shows every condition to
continue on the rise, in
light of a heated market
L
eader in several segments of the economy, the State of
São Paulo has long been the largest fruit producer in
the Country. Despite the recent problems faced by the
orange orchards, where São Paulo and Brazil occupy
a prominent position in the world, the production volume of 19
PRODUÇÃO PAULISTA | Production in São Paulo
Principais frutas produzidas
em São Paulo/2012
Área (ha)Volume (t)
Laranja
500.54913.365.983
Banana
54.0981.215.435
Limão
28.825923.178
Tangerina 12.346362.968
Manga 13.024234.380
Abacaxi
3.683218.342
Uva
11.269214.684
Melancia 7.609203.960
Goiaba
4.092125.462
Abacate 4.19282.780
Caqui
3.33879.711
Pêssego 1.68037.633
Maracujá 1.69128.182
Coco-da-baía2.517 26.437
Mamão
37812.617
Figo
56010.550
Maçã
1503.665
Pera
13195
Melão
5100
Total
650.01917.146.262
Fonte: IBGE/Elaboração Ibraf.
120
fruit farming items throughout the State account for 40.42%
of the total in Brazil, with good productivity, once in terms of
area, the proportion remains at 30.32%. The orchards spread
across this southeastern state yielded 17.1 million tons of produce in 2012, corresponding in value to R$ 5.3 billion.
In terms of exports of the sector in 2013, juices from fruits
produced in São Paulo raked in US$ 2.6 billion (99.2% from
oranges), up 3.5% from the previous year, and represented almost 88% of Brazil’s foreign sales in that area (in 2012, it was
85%). The numbers were released by the Agricultural Economy
Institute / São Paulo Agency of Agribusiness Technology (IEA/
Apta). According to data from this source, foreign fruit businesses of the State brought in US$ 112 million in the year in
question, up 4.2% from the previous season, and equivalent to
almost 13% of Brazil’s total (in 2012, it was 12%).
Apart from the exports of orange juice, a remarkable facet
that characterizes the national fruit growing leader is its capacity
to serve the domestic market, taking advantage of a good roadway structure, making transportation easy, besides its proximity
with a huge consumer center, both for table fruits and industrial
purposes. This reality, along with good weather conditions, favor the production of fruit across the State, with a great variety
of items, observes Cloves Ribeiro Neto, manager at the Market
Intelligence Department of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf) and
president of São Paulo’s Fruit Sectoral Chamber.
The State is home to “fruit trees with distinct traits, including
tropical fruits like Bahia coconuts, mangoes and cashew nuts,
followed by subtropical fruits, like avocados, litchis and jabuticaba, and even temperate climate fruits like apples, raspberries
and peaches, taking advantage of the different microclimates
of the regions across the State, says Ricardo Moncorvo Tonet,
agronomic engineer with the Integral Technical Assistance Center (Cati) at Regional Bragança Paulista, Support Agriculture
House, in the magazine Casa da Agricultura – Fruticultura, 2010.
He also mentions that the pillars of a great deal of the activity,
with the exception of citrus fruits, are small-scale farms where
family labor predominates, and earnings are not bad.
Sílvio Ávila
Campeão
de quase
tudo
Produtores paulistas se destacam em grande
leque de espécies, muito apreciadas no mercado
interno e com forte demanda internacional
E
ntre as 19 frutas selecionadas nos levantamentos do
Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), São Paulo foi o
principal produtor de oito delas em 2012: laranja, banana, limão, tangerina, goiaba, abacate, caqui e figo.
Em limão e laranja, responde por dois terços do volume total
brasileiro nas duas culturas, e em abacate e caqui, por mais da
metade do produzido no País. Em tangerina, figo e goiaba, detém entre 36% e 38% da produção. Ocupa também o segundo
lugar em pêssego, o terceiro em uva, especialmente para mesa
(bem próximo do segundo, Pernambuco); e ainda o quarto em
melancia, três frutas onde domina o Rio Grande do Sul.
A produção paulista de 2012 foi menor do que a de 2011,
que chegou a 19,1 milhões de toneladas nos itens relacionados
e representou então 42,68% da brasileira. O principal fator de
redução, lembra Cloves Ribeiro Neto, do Ibraf e da Câmara Setorial de Frutas do Estado, foi a crise na citricultura nos últimos
dois anos, após dois ciclos com boas safras. Como é basica-
122
mente destinado à indústria (em mais de 80%), o grande volume
de sua produção não teve o espaço necessário no mercado
de suco processado, o que gerou as dificuldades. Em 2013,
conforme dados do IEA/Cati/SAA referentes a 15 frutas, houve
redução de 0,89% sobre 2012, enquanto os preços tiveram variação positiva, de 7,45%.
Por outro lado, o dirigente do Ibraf e da Câmara Setorial
menciona que, ao lado das vantagens logísticas na fruticultura
paulista, são enfrentadas também adversidades, como custos
altos com terra e mão de obra escassa, o que inclusive motivou a migração de alguns produtores para outros estados. Em
relação ao futuro, Cloves apresenta a perspectiva de que possa crescer a produção no Estado líder da fruticultura nacional,
tendo em vista o mercado aquecido e o consumo ainda baixo.
Entre as ações atuais de apoio ao setor, ele faz referência ao
Programa Profruta, para o qual em 2013 passaram a ser colhidos
subsídios dos diversos organismos vinculados, visando à construção de um plano em várias frentes para o desenvolvimento da
fruticultura no Estado. Nesse sentido, é buscado o envolvimento
de todos os atores públicos e privados com interesse na atividade
e vem sendo enfatizada sua heterogeneidade, com necessidades
e objetivos diferenciados. É considerado importante, por exemplo, obter novas variedades, como no pêssego; ampliar a assistência técnica rural e ainda a promoção comercial.
123
Almost
unbeatable
Farmers in São Paulo
excel in a variety of fruit
species, very popular in
the domestic market and
in high demand abroad
A
mong the 19 fruit species selected in the surveys conducted by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), São Paulo
was the largest producer of eight of them in 2012:
orange, banana, lemon, tangerine, guava, avocado,
persimmon and fig. In the production of lemons and oranges,
São Paulo accounts for two thirds of the total volume of these
fruits produced in Brazil, whilst with regard to persimmons and
guavas, it is more than half. In tangerines, figs and guavas, the
proportion ranges from 36% to 38% of the total volume. The
State also ranks as second biggest supplier of peaches, third in
grapes, particularly table grapes (almost on a par with Pernambuco, the second); and fourth in the production of watermelons,
three fruit species whose production is led by Rio Grande do Sul.
In 2012, production in São Paulo was down from 2011,
which amounted to 19.1 million tons in the listed items and then
represented 42.68% of the entire fruit crop in Brazil. The blame
for the smaller production volumes is on the citrus farming crisis
over the past two years, following on the heels of two highly
profitable seasons, argues Cloves Ribeiro Neto, an official with
Ibraf and the State Fruit Sectoral Chamber. As oranges are basically destined for the industry (upwards of 80%), the huge volume of its production did not get the necessary chances in the
processed juice market, a fact that gave rise to the difficulties.
In 2013, according to data from IEACati/SAA referring to 15 different fruit species, there was a reduction of 0.89% over 2012,
whilst prices experienced a positive reaction of 7.45%.
On the other hand, the Ibraf and Sectoral Chamber official
maintains that, besides the logistic advantages of São Paulo’s
fruit farming business, there is no shortage of adversities, like
excessively high land costs and labor shortages, facts that induced some producers to leave for other states. With regard to
the future, Cloves has it that production is poised to grow in the
State now by far the biggest fruit producer in Brazil, in view of the
heated market and low consumption.
At present, regarding initiatives intended to lend support to the
farmers, he mentions the Pro-Fruit Program, which, in 2013, began to attract subsidies from linked organisms, with the aim to
come up with a multi-front program for the development of fruit
farming throughout the State. Within this context, efforts are underway intended to get the involvement of all public and private
players with an interest in the activity, while emphasis is put on its
heterogeneity, with different needs and objectives. An important
point consists in the acquisition of new varieties, whilst intensifying rural technical assistance and commercial promotions.
OS MAIS ALTOS NO RANKING ESTADUAL
Ranking highest in the State
Principais municípios paulistas
na produção de frutas*
Área (ha)Volume (t)
Casa Branca16.040 724.546
Mogi Guaçu14.081 457.607
Itapetininga13.849 398.087
Itápolis 19.248378.835
Águas de S. Bárbara6.500
364.100
Brotas
8.160340.837
Bebedouro 13.844328.673
Botucatu 7.800318.240
Colômbia 14.569303.008
Aguaí
10.170301.483
Fonte: IBGE/Elaboração Ibraf
* Todos estão também entre os primeiros na produção de laranja.
Sílvio Ávila
Cartão
de visitas
Grande maioria dos municípios paulistas têm
áreas dedicadas à fruticultura, e a laranja está
presente em mais de 55% das comunidades
A
expressiva produção de frutas do líder brasileiro
é reforçada pela presença da atividade em praticamente todo o Estado. Os números registrados
mostram que a fruticultura é desenvolvida em pelo
menos 516 (80%) dos 645 municípios de São Paulo, apresentando-se em todas as regiões. A principal fruta, a laranja,
tem informações levantadas em 360 municípios e seus maiores produtores destacam-se entre os primeiros em geral na
atividade frutícola estadual.
Ainda no caso do produto cítrico, a divisão em microrregiões apresentada pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), com
base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), destaca a de Araraquara como a principal área da fruta
em São Paulo, com 1,42 milhão de toneladas em 2012. Na sequência da laranja vêm as de São João da Boa Vista (é a segunda em tangerina), São José do Rio Preto, Avaré (primeira ainda
em maçã), Mogi Mirim, Jaboticabal, Bauru, Limeira (também entre os primeiros em tangerina e abacate), Barretos e Botucatu.
Jaboticabal ainda se destaca como principal microrregião
em tangerina, goiaba e manga, além de ser a segunda em limão. Nesta cultura, a primeira colocada é a de Novo Horizonte
e a terceira, São José do Rio Preto. Em banana, a liderança
fica com a área de Registro, seguida de Itanhaém; Mogi das
Cruzes está à frente em caqui, Campinas em figo e Ribeirão
Preto em abacate. Na cultura da uva, como também na pera,
desponta Piedade; em pêssego, Capão Bonito; e na melancia,
Presidente Prudente e Marília. A região de Andradina é a primeira colocada em abacaxi, Adamantina em maracujá, Tupã
em coco e Birigui em mamão e melão.
124
POLO TURÍSTICO
Há regiões no Estado que buscam adicionar caracterização
especial, como é o caso do chamado Polo Turístico do Circuito de
Frutas. Surgiu em 2000, com a criação de associação de pequenos
produtores rurais, foi oficializado por decreto estadual em 2002 e
aperfeiçoado por resolução de 2007, sendo integrado oficialmente
pelos municípios de Jundiaí, Jarinu, Valinhos, Vinhedo, Louveira,
Indaiatuba, Itupeva, Itatiba, Morungaba e Atibaia.
Localizada muito próximo a grandes centros consumidores
(Campinas e São Paulo) e do maior terminal de carga aérea do
País, o aeroporto de Viracopos, além de privilegiada por boa malha
viária, a área tem também atrativos turísticos aliados à produção de
frutas. Boletim do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), de 2013,
menciona a produção de morangos de Atibaia, o título de Estância
Climática de Morungaba e do segundo melhor clima do mundo para
o bem-estar humano em Jarinu.
Além de lembrar Jundiaí e Louveira como grandes produtores
de uva, e a presença, na região, de frutas como figo, caqui, pêssego,
nectarina, ameixa, goiaba, atemoia, maracujá, tangerinas, pera e
seriguela, a informação destaca o grande potencial de todos os
municípios envolvidos para a fruticultura. Para tanto, careciam de
estudo detalhado de suas características climáticas, relevo e solo, o
que foi suprido pelo boletim técnico do IAC, que busca dar suporte
aos produtores na escolha de novos espaços aptos ao cultivo de
frutíferas.
125
Sílvio Ávila
Visiting
card
Most municipalities in
São Paulo devote areas
to fruit farming, and
the orange is present
in upwards of 55%
communities
T
he expressive production of fruit by Brazil’s number one
producer is reinforced by the presence of the activity almost all around the State. The numbers show that fruit
farming is conducted in at least 516 (80%) of the 645
municipalities in São Paulo, and is present in almost all regions.
Statistical numbers of the main fruit, the orange, are available in
360 municipalities and all major producers normally stand out over
the producers of other fruit species across the state.
Equally, in the case of citrus producers the breakdown in microregions shown by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), based on data
furnished by the Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE), points to Araraquara as the most important fruit growing
region in São Paulo, with 1.42 million tons in 2012. The municipali-
126
ty of São José do Rio Preto comes next, and is the second-largest
producer of tangerines, followed by Avaré (number one in apples),
Mogi Mirim, Jaboticabal, Bauru, Limeira (also ranking as major
producers of tangerines and avocados), Barretos and Botucatu.
The micro-region of Jaboticabal also stands out as major producer of tangerine, guava and mango, and ranks second in the
production of lemons. The biggest producer of lemons is Novo
Horizonte and the third is São José do Rio Preto. In bananas, the
leading producers are located in the region of Registro, followed
by Itanhaém; Mogi das Cruzes ranks first in persimmons, Campinas in figs and Ribeirão Preto in avocados. Piedade is a major
grape and bear producer; Capão Bonito stands out as peach
producer; Presidente Prudente and Marília are major watermelon
growers. The Andradina region ranks first as pineapple producer,
while Adamantina grows passion fruit, and Tupã is famous for its
coconuts, and so is Birigui for its papaya and melons.
127
TOURIST BELT
Some fruit growing regions across the State seek to add special characterization, which is the case of the so-called
Tourism Belt of the Fruit Circuit. It surfaced in 2000, with the creation of the Association of Small-Scale Farmers, and was
officially acknowledged by a state decree in 2002 and improved by a 2007 resolution, and its official members are the
municipalities of Jundiaí, Jarinu, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Indaiatuba, Itupeva, Itatiba, Morungaba and Atibaia.
Located very near huge consumer centers (Campinas e São Paulo) and very close to the Country’s Air Terminal,
the Viracopos airport, privileged by a roadway network, the area is also known for its tourist attractions linked to the
production of fruits. The 2013 bulletin of the Campinas Agronomic Institute (IAC), features the production of strawberries
in Atibaia, the Estância Climática de Morungaba title and second best climate in the world for the well-being of humans
in Jarinu.
Besides mentioning Jundiaí and Louveira as big producers of grapes and the presence, in the region, of such fruits
as figs, persimmons, peaches, nectarines, plums, guavas, annona cherimola, passion fruit, tangerines, pears and purple
monbin, the information highlights the great potential of all municipalities involved in fruit growing. To this end, they
lacked an accurate study on their climatic conditions, relief and soil, now furnished by IAC’s technical bulletin, which
lends support to farmers in their choice for new spaces with aptitude for the cultivation of fruit trees.
Sílvio Ávila
A rainha do
atacado
Frutas representaram 52% dos produtos
comercializados em 2013 no entreposto de São Paulo
e 46% da produção procedeu do próprio Estado
O
segmento de frutas ganha relevância em São Paulo da produção à comercialização. Além de ser o
maior produtor nacional, o Estado possui também
um dos maiores centros de comercialização atacadista do mundo, o Entreposto Terminal de São Paulo, onde
o espaço reservado a estes produtos sempre foi o mais amplo.
E assim ocorre também em toda a rede de 11 entrepostos
espalhados por cidades do interior.
Em 2013, segundo informação da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que administra o complexo, as frutas representaram 52,1% – ou seja,
1,76 milhão de toneladas – do volume total comercializado no
ponto principal na capital e praticamente o mesmo percentual
em valores, que chegaram a mais de R$ 3,5 bilhões. Dos produtos, 46,01% tiveram origem em território paulista, vindo o
restante da maioria dos estados brasileiros, além de diversos
outros países (15%).
128
Entre as principais frutas comercializadas no local durante o
ano, o destaque ficou com a laranja, com 21% do total. Ainda
têm expressão, com mais de 8% do volume, mamão e maçã;
e, com mais de 6%, melancia e tangerina. Nos 10 principais
produtos vindos dos pomares estão incluídos manga, limão,
melão, pera e banana. E entre os 20 primeiros colocados na
lista fazem parte ainda abacaxi, uva, maracujá, coco verde,
abacate, caqui, ameixa, pêssego, mexerica e kiwi.
Nos entrepostos do interior, a comercialização de frutas em
2013 foi equivalente a 45,18% (341,2 mil toneladas) do total
movimentado, com destaque para a unidade de Ribeirão Preto
(91,6 mil toneladas). O montante vendido gerou receita de R$
548,2 milhões (43,39% do geral). Além de Ribeirão Preto, os
pontos que mais tiveram movimento neste segmento foram,
na sequência: São José dos Campos, Sorocaba, São José do
Rio Preto, Bauru, Presidente Prudente, Piracicaba, Araraquara, Araçatuba, Marilia e Franca.
129
MOVIMENTAÇÃO NAS CAIXAS | Moving in the boxes
Principais frutas vendidas no
Entreposto São Paulo em 2013 (t)
Laranja368.860,83
Mamão148.439,55
Maçã141.023,01
Melancia113.198,10
Tangerina111.794,85
Manga96.951,48
Limão88.039,84
Melão80.151,83
Pera79.218,72
Banana78.679,22
Fonte: Ceagesp.
T
The queen
of the retail
trade
Fruits represented 52% of
all farm produce traded
in 2013 in the São Paulo
distribution center and 46%
came from the State itself
he fruit segment is gaining momentum in São Paulo
from production to sales. Besides being the leading
national producer, the State is also home to one of
the biggest wholesale centers in the world, the São
Paulo Distribution Terminal, where the space reserved to fruits
has always been the largest. And the same holds true for the
network of 11 distribution centers located across the interior.
In 2013, according to numbers furnished by the São Paulo General Warehousing and Storage Company (Ceagesp),
which administrates the complex, fruits represented 52.1% –
that is to say, 1.76 million tons – of the total volume traded
in the main center in the capital city, representing almost the
same percentage in value, which amounted to R$ 3.5 billion.
About 46.1 percent of all farm products came from the State
of São Paulo, and the rest originated from all other Brazilian
states, and equally from different countries (15%).
Among the main types of fruit sold in this location during the
year, the highlight was the orange, with 21% of the total. Other
fruits with expressive sales, representing upward of 8% of the
total volume, include papayas and apples; and, with more than
6%, watermelons and tangerines. The 10 best-selling products coming from orchards include mangoes, lemons, melons,
pears and bananas. The 20 fruits on the list include pineapples,
grapes, passion fruit, green coconut, avocados, persimmons,
plums, peaches, tangerines and kiwi.
In the distribution centers in the interior, fruit sales in 2013
were equivalent to 45.18% (341.2 thousand tons) of the total
volumes traded, where the highlight was the unit in Ribeirão
Preto (91.6 thousand tons). The amounts sold brought in revenue of R$ 548.2 million (43.39% of the total). Besides Ribeirão
Preto, the locations that experienced soaring fruit negotiations
were, in the following sequence: São José dos Campos, Sorocaba, São José do Rio Preto, Bauru, Presidente Prudente,
Piracicaba, Araraquara, Araçatuba, Marilia and Franca.
Sílvio Ávila
Ações que
frutificam
Iniciativas de imigrantes, atividades científicas
e de extensão e condições favoráveis contam
a história de sucesso de São Paulo
V
ários fatores contribuíram para o sucesso da fruticultura
no Estado de São Paulo, que se consagrou ao longo
da história como o maior produtor do País. O início,
lembra Luiz Carlos Donadio, que organizou em 2010
o livro História da fruticultura paulista, deve-se aos imigrantes que
introduziram várias culturas, já tradicionais em seus países de origem. Depois, assinala, certamente foi marcante o apoio da pesquisa, principalmente do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
O IAC, conforme registros do próprio órgão, já dedicou
atenção ao setor desde a sua criação, em 1887, quando Franz
Wilhelm Dafert, primeiro diretor da instituição, cuidou de introduzir, da Europa, várias coleções de espécies frutíferas. Donadio,
engenheiro agrônomo com pós-doutorado e trabalho sempre
voltado à área, onde inclusive presidiu a Sociedade Brasileira
130
de Fruticultura em três períodos, também atuou no instituto e
destaca a participação nos resultados de “uma plêiade de excelentes técnicos em todas as culturas”.
Menciona Sylvio Moreira, na citricultura (e que inclusive
empresta seu nome ao atual Centro Avançado de Pesquisa
Tecnológica do Agronegócio de Citros), Orlando Rigitano nas
frutas de clima temperado, Santos Neto na viticultura, “e tantos outros, que deram seguimento às pesquisas dos mestres
citados”. Além deles, como complementa, “houve um grupo
de competentes especialistas em solos, nutrição, doenças e
pragas, que deram apoio importante à fruticultura”.
Na evolução da atividade no Estado, Donadio indica ainda
como fatores determinantes “o mercado muito atrativo da cidade de São Paulo, com alta demanda, além das condições climáticas adequadas”. Já entre fatos importantes nessa trajetória, aponta “a solução do problema da doença Tristeza para os
citros, a criação de variedades melhoradas de pêssego, uva,
ameixa e outras frutas, por parte dos técnicos do IAC; além
do apoio de extensão agrícola pela Secretaria da Agricultura”.
131
IMPULSO VITAL
Para o impulso da forte citricultura paulista, Margarete
Boteon, engenheira agrônoma e pesquisadora do Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, na Universidade de
São Paulo (Esalq/USP), em análise da cadeia agroindustrial de
citros, ressalta a instalação das indústrias de suco de laranja
concentrado, na década de 1960. “Sua implantação e sua
expansão nesse Estado proporcionaram o desenvolvimento do
maior parque citrícola do mundo”, sublinha.
Quanto ao futuro, na avaliação de Luiz Carlos Donadio, o
potencial da fruticultura paulista ainda pode ser explorado,
como tem sido feito, pela introdução de novas frutas. “Há
condições para cultivo de frutas de climas tropical, subtropical
e temperado, a exemplo de carambola, pitaia e outras, que
têm aumentado sua demanda e são produzidas no Estado”,
enfatiza. Este potencial, em seu entender, não está sendo
aproveitado, pela falta de um projeto global do Estado, entre
institutos, universidades e extensão, “pela deterioração dos
serviços públicos paulistas, principalmente nos institutos de
pesquisa e na extensão agrícola”, conforme interpreta.
Sílvio Ávila
Initiatives
bearing
fruits
pests, who lent their relevant support to fruit growing”.
Regarding the evolution of the activity across the State, Donadio equally recalls other determining factors, “the very attractive
market in the city of São Paulo, with demand always on the rise,
besides favorable climate conditions”. In his view, other important
steps in this trajectory include “the eradication of the Tristeza disease in citrus plants, the development of enhanced peach, grape
and plum varieties and other fruit species, by IAC technicians;
without overlooking the support coming from the extension workers of the Secretariat of Agriculture”.
Initiatives taken by
immigrants, scientific
studies and rural
extension works, allied
with favorable weather
conditions, attest to São
Paulo’s success story
S
everal factors had a say in the success of fruit farming
across the State of São Paulo, which, over the years,
reached the position as biggest producer in the Country. The credit, says Luiz Carlos Donadio, the brainchild
behind the book, History of fruit farming in São Paulo, which
came out in 2010, goes to the immigrants who introduced several
crops, traditional in their countries of origin. He also maintains that
research played a relevant role, especially the works conducted by
the Agronomic Institute in Campinas (IAC).
The institute (IAC), according to its own records, devoted special attention to the sector ever since it was created, in 1887, when
Franz Wilhelm Dafert, first director of the research corporation,
spared no effort to bring to Brazil European fruit species. Donadio,
agronomic engineer, with a post doctoral degree, and continually
focused on the area, where he even presided over the Brazilian
Fruit Farming Society for three consecutive terms, also had an active role in the institute, where he credits the excellent results to a
host of excellent technicians, specialized in different crops”.
He mentions Sylvio Moreira, in fruit farming (the present Advanced Center for Technological Research Center on Citrus
Agribusiness is named after him) Orlando Rigitano in temperate
climate fruits, Santos Neto in winegrowing “and so many others,
who gave continuity to the research works of the above cited
masters”. Besides these people, he complements, “there was
a group of very skilled specialists in soil, nutrition, diseases and
132
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
VITAL IMPULSE
For a vital impulse to São Paulo’s citrus farming business,
Margarete Boteon, agronomic engineer and researcher at the Center
for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), of the Luiz de
Queiroz College of Agriculture at the São Paulo State University (Esalq/
USP), in an analysis of the agro-industrial citrus chain, highlights the
establishment of concentrate orange juice industries, back in the
1960s. “Their implementation and expansion throughout the State
gave rise to the biggest citrus park in the world”, she reiterates.
With regard to the future, Luiz Carlos Donadio understands that
the potential for fruit growing in São Paulo still needs to be explored,
following on the heels of the introduction of new fruit species. “There
are conditions for growing tropical, subtropical and temperate climate
fruits, like carambola, pitaia and others, which have experienced
rising demand and are produced in the State”, he argues. This
potential, in his opinion, is being disregarded, simply because there
is no global project at State level, involving institutes, universities
and extension works, brought about by the deterioration of public
services across the State, especially in research institutions and rural
extension services”, he explains.
eventos
Events
A nova
fronteira
Cuiabá recepciona participantes do 23º Congresso
Brasileiro de Frutas para mostrar que Mato Grosso
já se consolida como novo polo nacional
D
oces, azedas, suculentas, enxutas. Aveludadas,
com textura, lisas. Pequenas, grandes, avulsas ou
unidas em cachos. Diversas são as características
desses alimentos ricos em nutrientes que são essenciais para o organismo do ser humano. Presentes principalmente nos lanches, entre uma refeição e outra, ou ainda como
complemento, as frutas são sinônimo de qualidade de vida.
Com tanta importância, nada mais justo do que um espaço
especial a fim de discutir e divulgar temas relevantes para a
fruticultura brasileira. De 24 a 29 de agosto de 2014, cerca
de 2 mil participantes, entre pesquisadores, professores, extensionistas, estudantes, produtores e técnicos de empresas
públicas e privadas ligadas ao setor, devem se reunir no Centro
de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, no Mato Grosso, para
o 23º Congresso Brasileiro de Fruticultura, com o objetivo de
fazer um intercâmbio de conhecimento.
A programação do evento prevê debates sobre os desafios
da cultura no Brasil, desde os gargalos para a realização de
pesquisa até as oportunidades que os componentes funcionais das frutas e suas aplicações nas indústrias de alimentos,
de cosméticos e de fármacos apresentam no cenário atual,
além de suas perspectivas futuras.
134
O presidente do congresso, professor e engenheiro agrônomo João Pedro Valente, enfatiza o ponto alto do encontro.
“Ressaltamos as discussões sobre organização dos produtores
para o cultivo e para a comercialização nos mercados interno e
externo”, observa. O encontro pretende defender a implantação
de uma Ceasa em Cuiabá, como instrumento potencializador da
atividade nessa região expressiva no agronegócio nacional.
O Congresso Brasileiro de Fruticultura, promovido pela Sociedade Brasileira de Fruticultura, teve sua primeira edição em
1971, em Campinas (SP). Hoje, é considerado o maior e mais
tradicional evento técnico-científico da área. Na avaliação de Valente, sua realização é fundamental. “Trata-se de um agente de
disseminação dos avanços científicos e tecnológicos”, ressalta.
“O crescente nível de exigência tecnológica da fruticultura é
um dos vários desafios da comunidade científica”, frisa. “Nesse sentido, a promoção de eventos cria ambiente favorável
para discussões técnicas, exercendo papel relevante a fim de
alavancar o setor e torná-lo cada vez mais contributivo para a
economia nacional, na geração de empregos e de renda em
todas as regiões do território brasileiro”. Mais informações sobre o 23º Congresso Brasileiro de Fruticultura podem ser encontradas no site www.fruticultura2014.com.br.
Inor Ag. Assmann
135
Evento ocorre de 24
a 29 de agosto no
Centro de Eventos
do Pantanal
Event is held from August
24 through 29 in the
Pantanal Events Center
The new
frontier
Cuiabá spreads the red
carpet to welcome the
participants of the 23rd
Brazilian Fruit Congress,
clearly demonstrating
that Mato Grosso has
consolidated its position
as national fruit belt
S
weet, sour, succulent, plain. Velvet, with texture,
smooth. Small, big, loose or in bunches. These foods,
rich in nutrients that are essential for humans, have
distinguishing characteristics. Commonly eaten at
small lunches between meals, or as complements, fruits are
synonymous with quality of life.
Their role and relevance call for a special occasion to debate
the importance of fruit farming in Brazil, whilst giving publicity to
topics that have direct impacts on this activity. From 24 to 29 August 2014, in the Pantanal Events Center, some two thousand
participants, including researchers, professors, extension workers, students, growers and technicians from public and private
companies linked to the sector, are supposed to meet at the
Pantanal Events Center, in Cuiabá, State of Mato Grosso, for the
23rd Brazilian Fruit Farming Congress, with the main objective to
exchange knowledge.
The program of the event features debates on the challenges
of the crop in Brazil, from the bottlenecks faced by research teams
to the opportunities that the functional components of the fruits
and their applications in food, cosmetic and pharmacy industries
display in the present scenario, besides their future perspectives.
The president of the congress, professor and agronomic engineer João Pedro Valente, makes no secret of the relevance of
the meeting. “We point out the debates on the organization of
the growers for cultivating and marketing their produce at home
and abroad”, he observes. The event intends to advocate the
installation of a Ceasa (distribution center) in Cuiabá, as an instrument geared towards potentiating the activity across this
expressive region in our national agribusiness.
The Brazilian Fruit Farming Congress, promoted by the Brazilian Fruit Farming Society, had its first edition in 1971, in Campinas (SP). Now it is viewed as the biggest and most traditional
technical and scientific event in the area. In Valente’s view, the
congress plays a fundamental role. “It is in fact an agent that disseminates scientific and technological breakthroughs.
“The ever-increasing technological requirements for fruit
farming operations are one of the challenges faced by the scientific community”, he argues. “Within this context, events of this
kind give rise to favorable environments for technical debates,
thus playing a relevant role towards leveraging the sector, turning
it a contributing factor to our national economy, through the generation of jobs and income throughout the Brazilian territory”. For
more information on the 23rd Brazilian Fruit Farming Congress,
please access site www.fruticultura2014.com.br.
Inor Ag. Assmann
GRANDES
DESTINOS
Great destinations
2º Festival Nacional do Mamão
Brasil PapayaFest e Gran Exponorte
Data: 2 a 5 de abril de 2014
Local: Linhares (ES)
Fone: (27) 99281 9105
E-mail: [email protected]
Site: www.granexponorte.com.br
VI Encontro sobre Pequenas Frutas
e Frutas Nativas do Mercosul
Data: 8 a 10 de abril de 2014
Local: Pelotas (RS)
Fone: (53) 3275 8151
E-mail: [email protected]
Site: www.cpact.embrapa.br/eventos/2014/abril/
pequenas-frutas/index.php
21º Hortitec – Exposição técnica de horticultura,
cultivo protegido e culturas intensivas
Data: 28 a 30 de maio de 2014
Local: Holambra (SP)
Fone: 19 3802 4196
E-mail: [email protected]
Site:www.hortitec.com.br
11º Senafrut -Seminário Nacional
sobre fruticultura de clima temperado
Data: 3 a 5 de junho de 2014
Local: São Joaquim (SC)
Fone: 49 3233 8448
E-mail: [email protected]
Site: www.epagri.sc.gov.br
136
23º Congresso Brasileiro de Fruticultura
Data: 24 a 29 de agosto de 2014
Local: Cuiabá (MT)
Fone: 65 3621 1314
E-mail: [email protected]
Site: www.fruticultura2014.com.br
Frutal 2014 – 21º Semana Internacional
da Fruticultura e Agroindústria
Data: 23 a 25 de setembro de 2014
Local: Fortaleza (CE)
Fone: 85 3246 8126
E-mail: [email protected]
Site:www.frutal.org.br
Expofruit 2014 – Feira Internacional
da Fruticultura Tropical Irrigada
Data: 24 a 26 de setembro de 2014
Local: Mossoró (RN)
Fone: 84 3312 6939 e 84 9963 0555
E-mail: [email protected]
Site: www.expofruit.com.br
Genética que marca
No campo da bola, o mundo todo já
sabe que o Brasil é um sucesso! A marca
BRS Embrapa é a garantia de frutas com
maior qualidade na produção e para o
consumidor. As cultivares da Embrapa,
desenvolvidas para a produção em todo
o país e múltiplos usos e funções, tanto
na mesa quanto na indústria, atendem a
um mercado diversificado. Este é o caminho para mais sucesso do Brasil no
campo da agricultura!
BRS, a marca das Cultivares Embrapa
In the soccer field, the world already
knows that Brazil is a success! BRS Embrapa brand is a guarantee of higher
quality for fruit and for consumers. Embrapa Cultivars serve a diverse market
and are developed to multiple uses and
functions, both for the table and for the
industry, throughout the country. This is
the path to more success in Brazil at the
agriculture field!
BRS, the Embrapa Cultivars’s brand
www.embrapa.br/cultivares
Amistar Top.
A qualidade
que seu produto
precisa para
se destacar.
© Syngenta, 2014.
Melhor controle de doenças
Não causa fito
Menor período de carência
Efeito sinérgico: praticidade
e eficiência

Documentos relacionados