Anuário Frutícola
Transcrição
Anuário Frutícola
Fruticultura Anuário Brasileiro da 99771808493145 ISSN 1808-4931 Brazilian Fruit Yearbook 2014 Inor Ag. Assmann 1 expediente Publishers and Editors Robispierre Giuliani EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA. CNPJ 04.439.157/0001-79 Diretor-presidente: André Luís Jungblut Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann Diretor-Comercial: Raul José Dreyer Diretor-administrativo: Jones Alei da Silva Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940 Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944 E-mail: [email protected] [email protected] Site: www.editoragazeta.com.br ANUÁRIO BRASILEIRO DA Fruticultura 2014 Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Cleiton Evandro dos Santos, Benno Bernardo Kist, Cleonice de Carvalho, Erna Regina Reetz e Marluci Drum; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Robispierre Giuliani; edição de fotografia, tabelas e arte-final: Márcio Oliveira Machado; marketing: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC). ISSN 1808-4931 Ficha A636 Anuário brasileiro da fruticultura 2013 / Cleiton Evandro dos Santos ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora Gazeta Santa Cruz, 2013. 136 p. : il. ISSN 1808-4931 1. Frutas – Cultivo – Brasil. I. Santos, Cleiton Evandro dos. CDD : 634.0981 CDU : 634.1(81) Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197 2 É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte. Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited. 3 sumário Summary 118 036 destino: SÃO paulo em ANO DE COPA 008 PRODUÇÃO Production Inor Ag. Assmann 006 APRESENTAÇÃO Introduction Destination: São Paulo Sílvio Ávila In year of World Cup 026 MERCADO Market FRUTAS 042 PRINCIPAIS Main Fruit PESQUISA 082 Research 096 AÇÕES Actions 118 ESPECIAL Special Sílvio Ávila 134 EVENTOS Events 094 País aproveita a Copa do Mundo de 2014 Um panorama completo de São Paulo, o para divulgar suas frutas entre os turistas. maior polo de produção de frutas do Brasil. Country takes advantage of the 2014 World A complete panorama of São Paulo, largest Cup to show its fruits to the tourists. fruit production pole in Brazilian territory. DE OLHO NO PARREIRAL With an eye on the vineyard Boas práticas agrícolas ajudam a garantir mais qualidade nos vinhos. Good agricultural practices ensure more quality wines. 4 Apresentação Introduction O Brasil é o País do futebol, e em 2014 essa afirmação torna-se mais atual do que nunca, com a dá bola realização da Copa do Mundo. Mas é igualmente a terra em que a produção de riquezas através do agronegócio ostenta um dos melhores e maiores índices em âmbito global. No cenário das atividades primárias, o cultivo de frutíferas coloca-se em destaque. Assim como ocorre nos estádios e nas novas arenas erguidas nas diversas regiões nacionais, eis aí uma nação que dá bola para uma alimentação sadia e de qualidade absoluta. Com mais de duas dezena de espécies de frutas de forte importância econômica e social, algumas delas com projeção regional e outras com amplo mercado nacional e internacional, o Brasil tem investido em P m aís q U ue tecnologias que ampliaram a produtividade e a qualidade. Hoje, o volume de colheita por área e os aspectos gerais que garantem o apelo junto aos consumidores avançam em níveis muito superiores aos do crescimento da extensão ocupada com pomares. Isso de- monstra o acerto do trabalho de pesquisa e a determinação dos produtores de introduzir novos sistemas em suas plantações. Em ao menos uma dezena de frutas o Brasil tem presença sólida no mercado internacional. Segmen- tos como os citros, a maçã, o melão, a manga, o ma- mão, a banana, o abacaxi e a uva, além do forte apelo de espécies como o açaí, colhido na Amazônia, movimentam a economia, geram empregos e renda, e impulsionam o desenvolvimento regional. Muitas dessas frutas poderão ser conhecidas ou provadas pelos visitantes internacionais que estarão no Brasil por ocasião da Copa do Mundo, em junho e julho. E é bem provável que, uma vez degustadas, passem a se tornar cada vez mais presentes na vida da população. Pois isso, enquanto a bola rola nos gramados e a Copa do Mundo entusiasma os torcedores, no café da manhã e nas demais refeições as pessoas poderão descobrir e comprovar que não existe qualidade de vida sem frutas. Na hora de servir à mesa, os brasileiros poderão aproveitar o evento máximo do esporte global para deixar bem claro que esse País (como reza um trocadilho da língua portuguesa) dá bola para o que o paladar de todos encontra de melhor: frutas saborosas e nutritivas. Prove você também. E aprove. 6 Sílvio Ávila 7 A Country that keeps the ball rolling Brazil is the country of football, and in 2014, as FIFA World Cup host, it is more true than ever. It is equally the land in which the production of wealth through agribusiness boasts one of the highest and best global standards. In the scenario of primary activities, fruit farming occupies a prominent position. Just like what happens in stadiums and newly built arenas throughout several national regions, Brazil is a nation where healthy food and absolute quality really matter. With upwards of two dozen fruit species of strong economic and social relevance, some of them only regionally projected, but others greatly relevant at home and abroad, Brazil has invested in technologies that have expanded both productivity and quality. Now, the volume harvested per area, along with the general aspects that attract consumers from all walks of life, are soaring at a much faster pace compared to the areas devoted to orchards. This attests to the right path of all research works and to the determination of the farmers to introduce new systems in their plantations. Tens of Brazilian fruits have steadily worked their way into the international marketplace. Segments like citrus, apples, melons, mangoes, papayas, bananas, pineapples and grapes, along with such enticing fruits as the açaí, harvested in the Amazon region, drive the Brazilian economy, generate jobs and income, and propel regional businesses. International visitors attracted by the World Cup, arriving in June and July, will have a chance to know and taste all these fruits. And it is very likely that, once tasted, these fruits will become part of the healthy diets of these people. That is why, while the ball is rolling along the football fields, with the world cup matches creating an atmosphere of excitement among the fans, at breakfast and other meals, people will have a chance to find out for themselves that there is no quality of life without fruits. While serving the tables, Brazilians could take advantage of the highest global sports event to make it clear that (as the Portuguese saying goes) the Country keeps the ball rolling for all people to find the best for their palates: delicious and nutritive fruits. You, too, are invited to try them, and give your approval. Sílvio Ávila produção Introduction Mantendo a forma Fruticultura nacional vivencia contratempos em algumas espécies mas mantém a produção acima das 40 milhões de toneladas desde 2004 N o grande mapa do agronegócio global, a importância do Brasil é inquestionável. E nesse terreno da economia, a fruticultura bate um bolão. O segmento tem garantido colheita superior a 40 milhões de toneladas de frutas frescas desde 2004. O resultado confere ao País o posto de terceiro maior produtor mundial de frutas. A China e a Índia despontavam na frente, em 2011, com 214,678 milhões de toneladas e 87,360 milhões de toneladas, respectivamente. O Brasil obteve produção recorde em 2011, com o montante de 8 44,955 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total de frutas apurado pelo órgão público corresponde ao volume produzido pelas 20 principais espécies plantadas. Depois do desempenho recorde de 2011, os pomares nacionais ofertaram volumes menores, mas ainda acima das 40 milhões de toneladas. Conforme o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), dados preliminares apontavam que a produção de frutas frescas deveria somar 40,253 milhões de toneladas em 2013, volume inferior às 42,416 milhões de toneladas colhidas no ano anterior. O recuo leva em consideração a estimativa de queda para a safra da laranja no ano em destaque. A fruta cítrica lidera a lista das 20 principais e chegou a ostentar 19,811 milhões de toneladas em 2011. De acordo com o IBGE, o desempenho do laranjal proporcionou 16,303 milhões de toneladas em 2013, 1,708 milhão de toneladas a menos do que em 2012. Enorme contingente de pequenos produtores de laranja estavam abandonando a cultura no Estado de São Paulo, maior polo 9 Quedas seguidas das safras de laranja refletem-se na produção geral Declines in the production of oranges reflect on general volumes da fruta no País, como enfatiza o Panorama da Cadeia Produtiva da Frutas 2012, publicado em outubro de 2013 pelo Ibraf. O documento também ressaltava que os números oficiais e os do sistema privado sobre os resultados projetados eram desiguais, dificultando análises e entendimento comerciais, especialmente entre produtores independentes e agroindústrias de suco. AJUSTES A soma total das frutas também seria desfavorecida pelo menor resultado de outras frutíferas representativas, segundo previa o IBGE. Para as safras de abacaxi, uva e maçã eram estimadas quedas de 268 mil toneladas, 102 mil toneladas e 113 mil toneladas, respectivamente. De acordo com técnicos da cadeia da maçã, em 2012 principalmente a cultivar Gala teve ciclo biológico muito curto, acompanhado por geadas tardias em outubro e granizo nos dois últimos meses do ano, o que provocou queda na colheita. A Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM) projetava rendimento total de 1,05 milhão de toneladas em 2013, com recuo de 11% em relação ao ano anterior. Os indícios demonstravam que o ano de 2013 também não foi nada bom para os produtores de maracujá. A safra foi estimada em 420 mil toneladas da fruta, o que representa redução de 16% em relação ao colhido em 2012, como destaca o Ibraf. A diminuição esperada deve-se à ocorrência de doenças por virose e à seca recorrente no Nordeste. FRUTAS NA ÁREA O cultivo de frutas abrangia área de 2,143 milhões de hectares em 2012, com recuo de 4,07% no comparativo com a temporada anterior. Além do pomar menor, também a queda de produção de espécies significativas contribuiu para a redução do total de frutas colhidas no Brasil em 2012. A bananeira foi outra frutífera importante que diminuiu a produção. O total de 6,902 milhões de toneladas significou queda de 5,83% sobre o resultado de 2011. A laranja e a banana compõem mais de 60% do volume nacional de frutas frescas. Colheitas menores igualmente foram verificadas nas lavouras de melancia (-5,42%), coco-da-baía (-0,41%), mamão (-18,15%) uva (-1,77%) e maracujá (-15,92%). Em compensação, as safras de abacaxi e de melão registraram altas de 8,34% e de 15,23%, nessa ordem. Inor Ag. Assmann Staying in shape National fruit farming business experiences setbacks in some species but keeps production at upwards of 40 million tons a year since 2004 O n the huge global agribusiness map, the role played by Brazil is unquestionable. And in this field of the economy, fruit farming performs extremely well. The segment has ensured the production of upwards of 40 million tons since 2004. The result grants Brazil the position as third biggest global fruit producer. China and India came first in 2011, with 214.678 million tons and 87.360 million tons, respectively. Brazil commemorated a record production of 44.955 million tons in 2011, according to figures released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The total amount of fruits ascertained by the public organ corresponds to the volume produced by the 20 most planted species. After the record performance in 2011, smaller volumes were picked from the national orchards, but still above 40 million tons. According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), preliminary data pointed to 40.253 million tons in 2013, volume inferior to the 42.416 million tons harvested in the previous year. This reduction takes into account the smaller orange crop in the year in question. The citric fruit is on top of the list of the 20 most sold fruits, and reached the considerable amount of 19.811 million tons in 2011. From IBGE sources, the perfor- 10 mance of the orange plantations translated into 16.303 million tons in 2013, down 1.708 million tons from 2012. A big number of small-scale orange growers had been in the process of abandoning their orange orchards in the State of São Paulo, biggest orange belt in the Country, a fact that is attested by the 2012 Fruit Supply Chain Panorama, published in October 2013, by Ibraf. The document also clarifies that the official numbers do not match the numbers released by the private sector in terms of projected results, making any analyses and commercial understanding very difficult, especially between independent growers and juice agri-industries. ADJUSTMENTS The sum of the fruits is also supposed to lose ground to the results of other representative fruit species, according to IBGE sources. For such crops as pineapples, grapes and apples, reductions of 268 thousand tons, 102 thousand tons and 113 thousand, respectively, were estimated. Technicians of the apple supply chain, in 2012, refer to smaller biological cycles experienced mainly by the Gala variety, followed by frost conditions in October and hailstorms in the two last months of the year, resulting into smaller crops. The Brazilian 11 SALADA DE FRUTAS | Fruit salad Association of Apple Growers had projected a performance of 1.05 million tons in 2013, down 11% from the previous year. There is every indication that 2013 was a rather bad year for passion fruit growers. The crop is estimated at 420 thousand tons, down 16% from 2012, Ibraf sources confirm. The anticipated reduction stems from virus diseases and recurrent drought conditions in the Northeast. AREAS DEVOTED TO FRUIT In 2012, an area of 2.143 million tons was devoted to fruit farming, down 4.07% in comparison to the previous year. Besides smaller orchards, the smaller production volumes harvested from significant species were also a factor in the smaller fruit crop in Brazil, in 2012. The banana crop equally receded in volume. The total of 6.902 million tons meant a reduction of 5.83% from the 2011 result. Oranges and bananas make up for upwards of 60% of all fresh fruits in Brazil. Smaller harvests equally occurred in the watermelon fields (-5.42%), Bahia coconut (-0.41%), papaya (-18.15%) grape (-1.77%) and passion fruit (-15.92%). On the other hand, the pineapple and melon crops were up 8.34% and 15.23%, in that order. Produção brasileira de frutas Fruta 2012 2013 * Área (ha)Volume (t) Volume (t) Laranja 762.76518.012.56016.303.752 Banana 490.4236.902.1846.931.137 Abacaxi ** 66.5763.453.3781.556.807 Melancia 96.6012.079.5472.079.547 Coco-da-baía 259.7371.954.3541.879.974 Mamão 32.9011.517.6961.517.696 Uva 82.8971.514.7681.412.854 Maçã 38.6891.339.7711.226.555 Manga 48.2441.208.2751.208.275 Limão 73.6901.175.7351.175.735 Tangerina 52.023959.672959.672 Maracujá 59.246776.097776.097 Melão 22.810575.386575.386 Goiaba 15.231345.332345.332 Pêssego 19.199232.987232.987 Abacate 9.615159.903159.903 Caqui 8.173158.241158.241 Figo 2.92528.01028.010 Pera 1.66821.99021.990 Marmelo 149704704 Total 2.143.56242.416.59040.253.628 * Estimativa ** Conversão: 1 fruto = 2,5 kg (região Sul/Sudeste, exceto Paraná, 1,6 kg, e Santa Catarina, 1,67 kg), 2,1 kg (região Centro-Oeste) e 1,8 kg (demais regiões). Fonte: FNP Fonte: IBGE. Elaboração: Ibraf. Inor Ag. Assmann Riquezas que florescem Presentes em todo o território brasileiro, as frutas seguem tendo no Sudeste, especialmente em São Paulo, a sua principal área de produção A s frutíferas brasileiras crescem, florescem e frutificam em todo o território nacional. Em quantidades e em variedades diferentes, as frutas estão presentes em todas as 27 unidades federativas do Brasil. A atividade congrega cerca de 5,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 34% da força de trabalho empregada no meio rural, de acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). 12 O setor integra principalmente pequenas e médias propriedades. Nas regiões secas do País, o cultivo de frutas é garantido durante o ano todo com o uso de modernos sistemas de irrigação. A produção adota as boas práticas agrícolas, em conformidade com os principais requisitos de preservação do meio ambiente, de segurança alimentar e de segurança do trabalho. Um total de 22 espécies de frutas são investigadas pela pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo abrange abacate, abacaxi, banana, caqui, castanha de caju, coco-da-baía, figo, goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, melancia, melão, noz, pera, pêssego, tangerina e uva. O Estado de São Paulo é o maior produtor de frutas frescas do Brasil, ofertando mais de 40% do total nacional. Em 2012, os paulistas garantiram 17,146 milhões de toneladas de fru- 13 tas, do total de 42,416 milhões toneladas, segundo o IBGE. A produção gerou R$ 5,589 milhões, do valor total de R$ 20,956 milhões, 6,5% abaixo da soma acumulada em 2011. O Estado lidera na colheita de laranja, banana, limão, tangerina, goiaba e abacate. No mesmo ano, a segunda maior contribuição partiu do Estado da Bahia, com total de 4,748 milhões de toneladas. A renda obtida foi de R$ 2,715 milhões. As frutas mais produzidas em solo baiano são coco-da-baía, mamão, manga e maracujá. Por sua vez, Minas Gerais, que em 2011 ocupava a quarta posição no ranking, passou para o terceiro lugar em 2012. Os produtores mineiros ofertaram 2,839 milhões de frutas neste último ano, com acréscimo de 149.232 toneladas em relação ao volume do ano anterior. A atividade gerou receita de R$ 1,829 milhão. O Estado tem a segunda maior produção de limão, tangerina e abacate. Já o Rio Grande do Sul caiu da terceira para a quarta posição em 2012, com total de 2,677 milhões de toneladas, recuo de 100.900 toneladas. Os valores obtidos com o desempenho dos pomares chegaram a R$ 1,851 milhão. Os gaúchos são os principais produtores de melancia, uva e pêssego. PUJANÇA Em 2012, também obtiveram volumes superiores a um milhão de toneladas de frutas, em ordem decrescente, os estados do Pará, do Paraná, de Santa Catarina, do Ceará, de Sergipe, de Pernambuco e do Espírito Santo. Pernambuco apresenta o décimo melhor volume de frutas (1,219 milhão de toneladas), mas é o quinto do páreo em receita, com R$ 1,129 milhão. O Estado dispõe de grande polo de fruticultura irrigada nos arredores de Petrolina. O Estado da Paraíba concentra a maior safra de abacaxi do País. Também os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte ostentam, pela ordem, os maiores volume de maçã e de melão. Ceará se destaca na produção de pedúnculo do caju, que é a fruta fresca do cajueiro. Caso se considere ainda o volume do pedúnculo de cajú, o Ceará salta para a quarta posição nacional em produção de frutas. Inor Ag. Assmann SUPRIMENTO | Supply Produção brasileira de frutaS por Estado (t) Estado 20112012 São Paulo 19.186.64917.146.263 Bahia 5.401.6254.748.262 Minas Gerais 2.690.4502.839.682 Rio Grande do Sul 2.778.6202.677.720 Pará 1.656.8001.743.095 Paraná 1.567.8261.715.517 Santa Catarina 1.529.8371.578.662 Ceará 1.374.6451.350.537 Sergipe 1.270.0951.254.952 Pernambuco 1.392.8551.219.778 Espírito Santo 1.176.7761.139.480 Rio Grande do Norte 861.191945.743 Paraíba 854.672813.976 Goiás 759.792794.268 Rio de Janeiro 673.832722.749 Amazonas 385.202377.349 Mato Grosso 216.991221.406 Maranhão 219.196202.879 Tocantins 209.275201.570 Alagoas 186.064149.833 Piauí 155.300140.220 Acre 114.024113.600 Rondônia 93.68296.754 Mato Grosso do Sul 69.89668.712 Roraima 59.52068.172 Amapá 35.01743.759 Distrito Federal 34.34541.657 Total 44.954.17642.416.590 Fonte: IBGE/Elaboração Ibraf. 14 210x275_mundolog.indd 1 27/02/14 10:08 Inor Ag. Assmann Where wealth thrives Fruits are present in the entire Brazilian territory, but it is in the Southeast, especially in São Paulo, that the biggest area is devoted to them B razilian fruit trees grow, flourish and bear fruit in the entire national territory. In different amounts and varieties, they are present in all 27 federative units of Brazil. There are about 5.6 million people involved in fruit farming, representing 34% of the rural workforce, according to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). The sector comprises small and medium farms for the most part. In the dry regions throughout Brazil, fruit growing goes on year round, with the use of modern irrigation systems. Everywhere good agricultural practices are in place, in compliance with environment preservation, food safety and workplace safety standards. In all, 22 fruit species are being studied by the Municipal Agricultural Production Department (PAM) of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The study comprises avocado, pineapple, banana, persimmon, cashew nut, common coconut, fig, guava, Orange, lemon, apple, papaya, mango, passion fruit, quince, watermelon, melon, nut, pear, peach and grape. 16 The State of São Paulo is the biggest fresh fruit producer in Brazil, accounting for upwards of 40% of the entire national crop. In 2012, the fruit growers of São Paulo supplied 17.146 million tons of fruits, of a total of 42.416 million tons, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The volume generated revenue of R$ 5.589 million, of a total value of R$ 20.956 million, down 6.5% from the amount accumulated in 2011. The State is leader in the production of oranges, bananas, lemons, tangerines, guavas and avocados. In the same year, the second-largest contribution came from Bahia, with a total of 4.748 million tons. Revenue reached R$ 2.715 million. The most produced fruits in Bahia are com- 17 THRIVING BUSINESS mon coconut, papaya, mango and passion fruit. On the other hand, Minas Gerais, which ranked fourth in 2011, progressed to number 3 in 2012. The fruit producers of Minas Gerais supplied 2.839 million tons in 2012, representing an increase of 149,232 tons from the volume of the previous year. The activity generated revenue of R$ 1.829 million. The State is the second largest producer of lemons, tangerines and avocados. Rio Grande do Sul dropped to number 2 in 2012, with a total of 2.677 million tons, representing a decrease of 100,900 tons. Revenue derived from the performance of the orchards amounted to R$ 1.851 million. The people of Rio Grande do Sul are the biggest consumers of watermelons, grapes and peaches. In 2012, the states of Pará, Paraná, Santa Catarina, Ceará, Sergipe, Pernambuco and Espírito Santo, in decreasing order, also harvested volumes in excess of a million tons of fruits. Pernambuco ranks tenth in volume of fruits (1.219 million tons), but ranks fifth in revenue, with R$ 1.129 million. The state is home to a huge irrigated fruit growing belt, on the surroundings of Petrolina. The State of Paraíba harvests the biggest pineapple crop in the Country. Equally the states of Santa Catarina and Rio Grande do Norte produce, in this order, the biggest volumes of apples and melons. Ceará excels in the production of cashew nut peduncles, which are in fact fresh cashew nut fruit. If the peduncles are taken into consideration, Ceará jumps to the fourth position in the production of fruits in Brazil. Sílvio Ávila Um mar de frutas Produção mundial de frutas frescas chega a 822,301 milhões de toneladas em 2012, e a cultura abrange área de 73 milhões de hectares A produção mundial de frutas frescas tem apresentado crescimento contínuo, mas com volumes estáveis nos últimos anos. A colheita foi calculada em 822,301 milhões de toneladas em 2012, com incremento de 9,509 milhões de toneladas sobre o montante do ano anterior. Os dados são divulgados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). 18 Também a área cultivada de 2012 foi ampliada em 1,088 milhão de hectares, passando de 71,977 milhões de hectares para 73,066 milhões de hectares. Em 1996, o desempenho mundial ultrapassou a marca das 500 milhões de toneladas de frutas. Treze anos depois, em 2009, atingia 724,5 milhões de toneladas e, no ano seguinte, 728,4 milhões de toneladas. Os cultivos abrangem grande variedade de espécies, com o predomínio das frutíferas de clima temperado. As mesmas, por questão geográfica, são mais produzidas e consumidas principalmente no Hemisfério Norte. As frutas tropicais e sub-tropicais, embora possuam elevado potencial de consumo, ainda se ressentem de maior distribuição. Apenas a banana tem presença signifi- 19 cativa no comércio internacional. Na fruticultura, as relações comerciais se complementam com as produções dos hemisférios Norte e Sul. Isso permite que determinada fruta possa ser ofertada ao longo do ano. Entre os países produtores, China, Índia e Brasil, juntos, colheram 357,761 milhões de toneladas de frutas frescas em 2012, o que equivale a mais de 40% do total mundial. Quase toda a produção dos três países é destinada ao consumo interno. Chile e Peru são os países que se destacam como exportadores, pois produzem além da demanda interna. Na lista da FAO, o Brasil ocupa a terceira colocação do ranking da produção mundial de frutas, com resultado estipulado em 43,912 milhões de toneladas em 2012. Acima disso estão a China, com desempenho gigantesco, de 224,816 milhões de toneladas; e a Índia, com 83,032 milhões de toneladas. Após o Brasil, posicionam-se, em ordem decrescente, Indonésia, Filipinas, Estados Unidos, Turquia, México, Irã e Espanha. O Irã, com produção de 17,116 milhões de toneladas, pulou para a nona posição em 2012. Esse patamar no ano anterior era ocupado pela Itália, que caiu para a décima-primeira colocação. Entre as frutas mais produzidas do mundo estão a banana e a melancia. Por enquanto, a banana tem se mantido como a principal, com 106,541 milhões de toneladas em 2011, conforme números da FAO. Já a produção de melancia chegou a 104,472 milhões de toneladas nesse mesmo ano. Volumes significativos igualmente foram ofertados nas colheitas mundiais de maçã (75,635 milhões de toneladas), uva (69,654 milhões de toneladas) e laranja (69,605 milhões de toneladas). A sea of fruit Inor Ag. Assmann Global production of fresh fruit reaches 822.301 million tons in 2012, harvested from an area of 73 million hectares G lobal fresh fruit production has been constantly soaring, but volumes have remained stable over the past years. The total crop was estimated at 822.301 million tons in 2012, representing an increase of 9.509 million tons from the previous year. These figures were released by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). The area devoted to fruits in 2012 was also expanded by 1.088 million hectares, soaring from 71.977 million to 73.066 million hectares. In 1996, the global performance exceeded the mark of 500 million tons. Thirteen years later, in 2009, it amounted to 724.5 million tons and, in the following year, 728.4 million tons. Fruit crops comprise a big number of different species, but temper- 20 ate zone fruits predominate. The latter, for geographic questions, are mostly produced and consumed in the Northern Hemisphere. Tropical and subtropical fruits, although having a huge potential for consumption, still suffer distribution limitations. Only the banana is significantly present in the international marketplace. In the fruit business, all commercial relations take into consideration the crops produced in the Northern and Southern hemispheres. This makes certain types of fruit available throughout the year. Among the countries that produce fruits, China, India and Brazil, together, produced 357.761 million tons in 2012, equivalent to upwards of 40% of the total in the world. The bulk of the fruits produced in the three countries is destined for domestic consumption. Chile and Peru are exporting countries, once they produce more than demanded by the domestic market. On the FAO list, Brazil ranks as third biggest fruit producer in the world, with a result estimated at 43.912 million tons in 2012. Countries that produce more are China, with a giant performance of 224.816 million tons; and India, with 83.032 million tons. In decreasing order, Brazil is followed by Indonesia, the Philippines, the United States, Turkey, Mexico, Iran and Spain. Iran, with a production of 17.116 million tons, jumped to the ninth position in 2012. In the previous year, Italy had occupied this position, but now ranks 11th. Bananas and watermelons are grown the most in the world. For the time being, the banana is the leader in production volume, with 106.541 million tons in 2011, from FAO figures. Watermelons reached a production volume of 104.472 million tons in the same year. Other fruits that were responsible for significant volumes include apples (75.635 million tons), grapes (69.654 million tons) and oranges (69.605 million tons). ABASTECIMENTO MUNDIAL | Global supply Principais prodUTORES DE frutas frescas – 2012 Países área (ha) produção (ton) China 14.279.450224.816.750 Índia 8.492.83583.032.580 Brasil 2.700.52843.912.143 Indonésia 3.836.67636.395.004 Filipinas 4.821.35732.347.808 Estados Unidos 1.206.33829.205.948 Turquia 1.347.28220.525.001 México 1.480.39518.576.271 Irã 1.238.40917.116.650 Espanha 1.541.30015.677.691 Demais países Total 73.066.186831.811.184 Produção mundial de frutas frescas - 2012 Ano área produção (ton) 2012 73.066.186831.811.184 2011 71.977.195822.301.335 Fonte: FAO – Elaboração: Ibraf. eccomais.com DOW AGROSCIENCES PROTEÇÃO DE PONTA A PONTA A Dow AgroSciences apresenta sua linha de produtos para proteção das lavouras de Hortifruti. São diversas soluções, para múltiplas culturas, que protegem sua produção de ponta a ponta! www.dowagro.com.br 0800 772 2492 Soluções para um Mundo em Crescimento ® ® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow. | AGATA – Marca registrada de ISK Biosciences Comercial Ltda. Platinum Neo – Marca registrada de Syngenta Proteção de Cultivos | Ellect – Marca registrada de Oxiquímica Agrociência | Tairel M – Marca registrada de FMC Agricultural Products. Sílvio Ávila Jogando pelo empate Fruticultura brasileira deverá repetir em 2014 resultado semelhante ao obtido nos últimos anos, devido às quedas seguidas nas safras de laranja É provável que em 2014 a fruticultura brasileira tenha desempenho semelhante ao verificado nos últimos dois anos. Após ter obtido recorde de produção de quase 45 milhões de toneladas de frutas em 2011, o setor retrocedeu para volumes inferiores a 42,416 milhões de toneladas no ano seguinte. Este é o resultado mais re- 22 cente consolidado pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). Para 2013, a colheita está estimada em 40,253 milhões de toneladas de frutas, com base nos números preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tanto o volume acumulado de 2012 quanto o verificado no ano seguinte foi reduzido, principalmente, em virtude da queda consecutiva da produção nacional de laranja, a fruta mais produzida no País. A colheita de 2012 teve redução de 2,04 milhões de toneladas nessa fruta. Para 2013, a perda está projetada em mais 1,708 milhão de toneladas. Ou seja, os dois volumes somados totalizam cerca de 3,749 milhões de toneladas a menos de laranja. A safra dessa espécie cítrica acaba servindo de termôme- 23 DEMANDA EXIGENTE tro para o resultado final de cada ano da fruticultura, observa o engenheiro agrônomo Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico do Ibraf. Nos últimos anos, contribuíram para tal cenário a super safra de 2011 e o consequente excesso de oferta, problemas fitossanitários que levaram à extinção de plantios e o abandono da atividade por parte dos pequenos produtores. “Perdeu-se mais de 100 mil hectares de área em três anos com a erradicação de plantas”, menciona Cloves. Ainda sobre as perspectivas para 2014, o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, divulgou em fevereiro de 2014 as projeções de área, produção e produtividade para as principais frutas que compõem a cesta nacional. Os acréscimos previstos para as safras de 2014 são de 0,13% para a laranja, 2,65% para a banana, 0,99% para o coco-da-baía, 1,51% para a uva e 5,64% para a maçã. Apenas na colheita de abacaxi foi estimada pequena queda de 0,14%. A soma dos volumes projetados para laranja, banana, uva e maçã chega a 26,126 milhões de toneladas, praticamente o mesmo resultado que foi estimado para 2013. O mercado interno deverá repetir em 2014 o mesmo aquecimento dos últimos anos, conforme análise da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), no documento “Projeções 2013 e Perspectivas para 2014”, divulgado em dezembro de 2013. No entanto, a entidade pondera que a demanda não virá com a mesma robustez, tendo em vista que as previsões oficiais da economia para 2014 poderão limitar o poder de compra dos brasileiros. O documento da CNA destaca que o apelo do consumidor por uma alimentação saudável e a promoção de campanhas de marketing nos mercados interno e externo, com destaque para a qualidade do produto nacional, referendam as projeções da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O indicativo da FAO é de que o consumo per capita no Brasil e nos demais países continuará aumentando em 2014 a taxas que superam o crescimento da economia mundial e doméstica. Diante dessas perspectivas, conforme a CNA, o fruticultor brasileiro, buscando maior espaço no mercado, deve valorizar a qualidade do seu produto. Tende a procurar, cada vez mais, focar seus investimentos em boas práticas agrícolas, na melhoria dos tratamentos pós-colheita, no armazenamento a frio e na modernização do transporte e da logística. Nos próximos anos, aqueles que não se adequarem a essa nova realidade do mercado perderão competitividade e serão automaticamente excluídos da atividade, alerta a CNA. Inor Ag. Assmann Poised to tie In 2014, Brazilian fruit farming business is heading for a repeat of the results accomplished over the past years, due to constant drops in the production of oranges F ruit farming in Brazil is likely to repeat in 2014 its performance over the past years. After a record production of nearly 45 million tons in 2011, the sector receded to volumes inferior to 42.416 million tons, the following year. This is the most recent result consolidated by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). For 2013, the harvest is estimated at 40.253 million tons of fruits, based on preliminary figures released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Both the volumes of 2012 and the following year suffered reductions, and the blame is on the consecutive drops in the national orange crop, the fruit that is produced the most in the Country. In 2012, the orange crop decreased by 2.040 million tons. For 2013, the loss has been estimated at upwards of 1.708 million tons. It means that the two volumes together lead to a loss of about 3.749 million tons of oranges. The crop of this citrus species serves as a kind of thermometer for the final result of each year’s fruit crop, says agronomic engineer Cloves Ribeiro Neto, technical manager at Ibraf. Over the past years, a contribution towards this scenario came from the bumper crop in 2011 and the consequent oversupply, phytosanitary problems that induced farmers to eradicate their orange orchards, while the activity was abandoned by small-scale farmers. In three years, orchard eradications reached an area of 100 thousand hectares”, Cloves concludes. 24 Furthermore, regarding the perspectives for 2014, the Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA), under the supervision of the IBGE, in February 2014 published the projections with regard to area, production and productivity for all major fruits that are included in the so-called national basket. Increases forecast for the 2014 growing season are as follows: 0.13% for oranges, 2.65% for bananas, 0.99% for common coconuts, 1.51% for grapes and 5.64% for apples. Only for pineapples, a minor reduction of 0.14% was estimated. The sum of the drop in volumes projected for oranges, bananas, grapes and apples amounts to 26.126 million tons, practically the same results estimated for 2013. 25 SOARING DEMAND In 2014, the domestic market is heading for a repeat of the rising sales in past years, according to an analysis by the Brazilian Agriculture and Livestock Confederation (CNA), in its document, “Projections for 2013 and Perspectives for 2014”, published in December 2013. Nevertheless, the entity has it that demand will not be as strong as it used to be, a reality that stems from official predictions limiting the purchasing power of the Brazilian people throughout 2014 due to economic factors. The CNA document highlights that discerning consumers opting for healthy foods, along with marketing campaigns both at home and abroad, with the quality of Brazilian produce making a difference, are credited with the projections given by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). FAO sources point to rising consumption per capita in Brazil and other countries in 2014, at rates that exceed both the domestic and global economy trend. In light of these perspectives, according to CNA sources, Brazilian fruit growers, in search of bigger shares in the market, tend to enhance the quality of their produce. They tend to increasingly invest in good agricultural practices, in improved post-harvest treatment, cool storages and modern transport and logistics systems. Over the next years, those who do not adjust to current market realities are poised to lose competitiveness and forced to get out of the fruit business, CNA officials warn. Sílvio Ávila mercado Market O vento sopra a favor Embarques brasileiros de frutas frescas totalizaram 711,869 mil toneladas em 2013, com aumento de 2,7% no volume e de 6,2% na receita O desempenho das exportações brasileiras de frutas frescas tem melhorado nos últimos anos. Em 2013, o Brasil destinou aos clientes externos um total de 711,869 mil toneladas de frutas, 2,7% a mais do que o enviado anteriormente. O valor obtido foi ainda melhor. A receita anual somou US$ 657,528 milhões, com alta de 6,2% sobre o resultado de 2012, conforme números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), reunidos pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). De acordo com Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico do Ibraf, as vendas externas foram favorecidas pela valorização do dólar 26 em 2013. No entanto, observa que a demanda não mostrou expressivos sinais de recuperação no ano em evidência. “O câmbio é o fôlego para manter as exportações estáveis ou com crescimento”, aponta Cloves. Para 2014, o gerente estima que o resultado acabará sendo muito parecido com o do ano anterior. Aos poucos, as estatísticas revelam que o setor vem recuperando o espaço perdido após a crise econômica de 2008. O volume negociado em 2013 ficou 22,4% abaixo do recorde de 918 mil toneladas embarcadas em 2007. Além disso, apesar de ocupar o terceiro lugar no ranking mundial de produção de frutas, o País exporta apenas 3% daquilo que colhe. 27 Melão lidera na exportação, mas Melão lidera na exportação mas quase empata com quasea empata com manga em areceita manga em receita Melon exports rank first, but mango sales follow close behind in revenue OS QUE ESTÃO NA LISTA O pacote comercializado reúne mais de 20 variedades de frutas frescas. O melão liderou a lista, com envios de 191,412 mil toneladas, volume 5,31% superior ao exportado em 2012. Os embarques da fruta renderam US$ 147,579 milhões em 2013, valor 10,04% acima do verificado no ano anterior. Abaixo do melão está situada a manga, com queda de 3,93% no volume e alta de 7,19% na receita. A banana registrou aumento de 5,38% na quantidade e de 1,99% no valor negociado. Os incrementos da maçã foram de 18,24% no peso e de 29,62% na renda. Cloves Ribeiro Neto, do Ibraf, relata que, nos últimos anos, devido à demanda dos Emirados Árabes Unidos, cresceram as exportações de limão tahiti. O volume enviado evoluiu para 78,602 mil toneladas em 2013, com avanço de 7,96% em relação ao desempenho da temporada anterior. Já a renda apresentou alta de 23,45%, passando dos US$ 59,882 milhões em 2012 para US$ 73,923 milhões no período seguinte. A fruta consolidou-se em 2013 como a quinta mais exportada em volume e a quarta em receita. As frutas são encaminhadas para mais de 50 países. Os principais destinos foram os Países Baixos (Holanda), que absorveram 274,203 mil toneladas de frutas em 2013; o Reino Unido, que ficou com 126,866 mil toneladas; e a Espanha, com 92,554 mil toneladas. Os Estados Unidos, que eram o maior importador em 2011 e o segundo em 2012, caíram para a quinta posição em 2013. De acordo com o Ibraf, o Brasil perdeu parte do mercado por falta de acordos fitossanitários com os EUA e com outros países importantes, como a China. Benefiting from tailwinds Brazilian fresh fruit shipments totaled 711.869 thousand tons in 2013, up 2.7% in volume and 6.2% in revenue T he performance of Brazilian fresh fruit sales has made strides over the past years. In 2013, Brazil shipped abroad a total of 711.869 thousand tons of fruit, up 2.7% from the previous period. Revenue from these shipments was even more attractive. Annual revenue amounted to US$ 657.528 million, up 6.2% from 2012, according to num- 28 bers furnished by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), collected by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). According to Cloves Ribeiro Neto, technical manager at Ibraf, foreign sales took advantage of the higher value of the dollar in 2013. Nevertheless, he observes that demand showed no expressive signs of recovery in the year in question. “The exchange rate is a major player in terms of keeping exports stable or on the rise”, Cloves explains. For 2014, the manager has it that the result will be much similar to the previous year. Little by little, the results reveal that the sector is recovering the markets lost during the 2008 economic downturn. The volume negotiated in 2013 was down 22.4% from the record 918 thousand tons shipped in 2007. Furthermore, in spite of ranking as third in the global fruit production category, the country only exports 3% of its entire production. Sílvio Ávila 29 THOSE WHO ARE ON THE LIST The fruit package for sale comprises upwards of 20 fresh fruit varieties. The melon came on top of the list, with shipments of 191.412 thousand tons, up 5.31% from the shipments in 2012. These shipments brought in revenue of US$ 147.579 million in 2013, up 10.04% from the previous year. The mango comes right after the melon, down 3.93% in volume and up 7.19% in revenue. Banana shipments increased by 5.38% in quantity and 1.99% in negotiated value. Apple sales soared 18.24% in weight and 26.62% in income. Cloves Ribeiro Neto, of Ibraf, explains that over the past years, due to orders coming from the United Arab Emirates, Tahiti lemon sales soared considerably. The volume shipped to that destination rose to 78.602 thousand tons in 2013, representing an increase of 7.96% over the performance of the previous period. Revenue, in turn, soared 23.45%, from US$ 59.882 million in 2012 to US$ 73.923 million in the following period. The fruit consolidated in 2013 as the fifth more exported item in volume and fourth in revenue. The fruits are sent to upwards of 50 countries. The main destinations were the Netherlands (Holland), to which 274.203 thousand tons were shipped in 2013; the United Kingdom, which purchased 126.866 thousand tons; and Spain, with 92.554 thousand tons. The United States, leading buyer in 2011 and second in 2012, fell to the fifth position in 2013. According to Ibraf sources, Brazil lost part of the market because of the lack of phytosanitary agreements with the United States and with other important countries, like China. Sílvio Ávila VIAJANTES | Travelers Comparative Exportações brasileiras de frutas Variação 2013/2012 Fruta 20132012 Receita (%)Volume (%) Receita (US$ Fob)Volume (kg)Receita (US$ Fob)Volume (kg) 10,045,31 Melão 147.579.929 191.412.600 134.114.090181.767.594 7,19-3,93 Manga 147.481.604 122.009.290 137.588.916127.009.229 1,995,38 Banana (exceto da terra) 35.192.167 97.976.479 34.504.53492.972.951 29,6218,24 Maçã 62.941.935 85.429.045 48.559.505 72.252.803 23,457,96 Limão* 73.923.553 78.602.709 59.882.439 72.810.401 Uva 102.994.687 43.180.556 121.890.88152.015.627 -15-16,99 Melancia 16.523.934 32.049.686 16.979.92433.543.998 -2,69-4,45 Mamão 41.803.057 28.561.452 36.358.92226.130.743 14,979,30 Laranja 9.966.726 23.208.179 8.745.90622.447.476 13,963,39 1,340,94 Abacate 6.933.265 4.313.307 6.841.3714.273.039 Figo 8.207.616 1.367.684 8.480.2031.632.420-3,21-16,22 -57,38-54,54 Banana-da-terra 383.674 1.239.172 900.1662.726.129 Abacaxi 949.048 1.163.864 851.4391.356.50011,46-14,20 Tangerina 707.363 638.330 1.419.4701.357.040-50,17-52,96 59,2955,42 Outras frutas 918.251 318.978 576.478205.237 -9,39-6,94 Caqui 483.334 206.741 533.422222.160 42,9020,25 Goiaba 393.685 143.945 275.502119.705 94,11146,32 Mangostão 117.398 24.829 60.48010.080 -69,78-81,82 Coco 11.637 19.321 38.503106.297 298,63141,28 Ameixa 10.4881.730 2,631 717 -Damasco 4.3561.320 0 0 -99,37-98,75 Outros cítricos 1.012 502 160.29040.139 -100-100 Airela e mirtilo 0 0 8.303927 -100-100 Framboesa e Amora 0 0 27.7693.846 -100-100 Morango 0 0 131 -100-100 Pera 0 0 19.99222.344 Total 657.528.719 711.869.719 618.821.149693.020.403 6,262,72 * As estatísticas de limão e lima estão agrupadas. Fonte: Secex Elaboração: Ibraf 30 COMPARATIVO Seu portal para fazer negócios com o Brasil! www.brasilglobalnet.gov.br Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras; Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior; Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior; Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011; Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria pesada e megaeventos esportivos. Ministério das Relações Exteriores Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial Departamento de Promoção Comercial e Investimentos porções | Portions Brasil – consumo aparente de frutas frescas em 2013 Produção * 40,253 milhões de toneladas Importação 430,700 mil toneladas Exportação 711,869 mil toneladas População 202,160 milhões de habitantes Indústria 18,234 milhões de toneladas In natura 22,019 milhões de toneladas Perdas 8,807 milhões de toneladas Consumo total 13,211 milhões de toneladas Consumo* per capita 65,35 quilos/habitante/ano * Estimativa do setor e consumo de frutas in natura Fonte: Ibraf. Elas caem no gosto Cerca de 53% das frutas frescas produzidas por ano no Brasil têm como destino direto os consumidores internos, sem considerar as perdas G rande parte da produção brasileira de frutas frescas continua sendo absorvida pelo mercado interno. O mesmo cenário é verificado nos demais países produtores de frutas do mundo, que igualmente destinam boa fatia de suas safras para abastecer a população local. Os últimos dados consolidados são os da colheita de 2012, que chegou a 42,416 milhões de toneladas de frutas frescas. Deste 32 total, cerca de 53% ficou no mercado de frutas frescas e o restante (47%) seguiu para a indústria de processamento. “Isso sem considerar as perdas, que, em alguns casos, podem chegar a 40%”, lembra o engenheiro agrônomo Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). Dos 53% destinados ao consumo natural, 3% são enviados para o mercado internacional. “Portanto, pode-se dizer que cerca de 50% das frutas frescas são consumidas pelos brasileiros”, avalia Cloves. De 47% que é processado, 26% é exportado e 21% comercializado no mercado doméstico. “Isso significa que 71% do total produzido pela cadeia é demandado pelo mercado interno e os 29% restantes vão para os exportadores”, aponta. Conforme Cloves, mesmo não dispondo de números recentes, o consumo de frutas entre os brasileiros está aquecido. Além disso, refere que o Brasil tem potencial para aumentar a demanda, uma vez que a população ainda não consome a quantidade ideal a fim de garantir boa alimentação. “Nos pa- Inor Ag. Assmann 33 íses desenvolvidos, o consumo supera a média de 100 quilos de frutas por habitante ao ano”, destaca o gerente do Ibraf. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças, o equivalente a cinco porções desses alimentos. Os últimos dados sobre o consumo de frutas frescas são os da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, em 2002, a média de frutas consumidas em casa era de 24,49 kg/pessoa/ano; em 2008, passou para 28,86 kg/pessoa ao ano. Neste intervalo, houve aumento médio de 4,38 quilos por pessoa ao ano, com a laranja e a banana mantendo-se como as preferidas. A pesquisa não leva em conta o volume consumido fora do ambiente doméstico. Nos últimos anos, o aumento da renda dos trabalhadores e os maiores esclarecimentos sobre os benefícios das frutas contribuíram para o avanço do consumo. “Gostaríamos que essas qualidades fossem mais divulgadas”, diz Cloves. Algumas frutas, como melão e maçã, estão disponíveis aos consumidores por mais tempo ao longo do ano. “Isso é resultado dos avanços tecnológicos implementado pelo setor”, frisa. Também acrescenta que os preços são influenciados pelo clima e ainda pelos períodos de maior e menor oferta. INCENTIVO AO CONSUMO Um grupo de trabalho foi constituído para desenvolver ações de educação alimentar e nutricional nas 72 centrais de abastecimento do País. A Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) solicitou a criação do grupo, em março de 2012, ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e ao Ministério da Saúde (MS). As ações começaram em 2013, com a campanha de “Incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras nas Ceasas”. Já em andamento, a primeira fase está focada no público interno das Ceasas (produtores, concessionários e permissionários). A etapa seguinte será realizada em 2014 para o público externo das Ceasas (consumidores que frequentam centrais de abastecimento, supermercados e feiras, dentre outros locais que comercializam frutas e hortaliças). Também participam da iniciativa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) e o Plano Brasil Sem Miséria. Robispierre Giuliani Pleasing to the palate About 53% of all fresh fruits produced in Brazil in a year are directly destined for domestic consumers, without taking into consideration the substantial losses A huge portion of all Brazilian fresh fruits are absorbed by the domestic market. The same scenario holds true for other fruit producing countries around the world, which equally destine the bulk of the produce for their local populations. The latest consolidated data refer to the 2012 crop, which amounted to 42.416 million tons of fresh fruit. Of this total, about 53% was destined for the fresh fruit markets, while the remaining amount (47%) ended up in the processing industry. “These numbers do not take into consideration the considerable losses, which, in some cases, amount to 40%”, says agronomic engineer Cloves Ribeiro Neto, technical manager at the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). Of the 53% destined for fresh consumption, 3% of the fruits are shipped to the international marketplace. “Therefore, about 50% of our fruits are consumed by Brazilian people”, Cloves comments. Of the 47% that is processed, 26% is exported and 21% traded in the domestic market. “It means that 71% of the total amount of fruits produced by the supply chain is demanded by the domestic market, while the remaining 29% end up in the hands of the importers”, he clarifies. According to Cloves, although no recent numbers are available, the consumption of fruit by Brazilian people is on the rise. Furthermore, he maintains that Brazil has the potential to keep demand soaring, as the consumption of fruit 34 35 by the population is still lagging behind the recommended quantity. “In the developed countries, consumption exceeds an average of 100 kilograms of fruits per person/year”, the Ibraf manager explains. The World Health Organization (WHO) recommends a daily intake of at least 400 grams of fruits and vegetables, equivalent to five portions of these foods. The most recent data on the consumption of fresh fruit come from a survey referred to as Family Budgets Research (POF), conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). According to the survey, in 2002, average consumption of fruit at home reached 24.49 kg/person/year; in 2008, it rose to 28.86 kg/person/year. In the meantime, average consumption rose by 4.38 kilograms/person/year, with oranges and bananas maintaining their position as preferred ones. The research disregards the amount of fruits consumed outside the household. Over the past years, the rising purchasing power of the employees in general, allied with clarification campaigns focused on the health benefits derived from fruits, had a say in the bigger consumption rates. “We would appreciate it if these benefits received more publicity”, admits. Some fruit species, like melons and apples, are available to consumers almost all year round. “This is the result of technological breakthroughs implemented by the sector”, he explains. He also has it that the prices are influenced by weather conditions and by periods of abundant or tight supply. INCENTIVE TO CONSUMPTION A working group was set up to develop nutrition-oriented eating habits at the 72 fruit distribution centers across the Country. The Brazilian Association of Food Distribution Centers (Abracen) insisted with the Ministry of Social Development and Hunger Fight (MDS) and with the Ministry of Health (MS) to create the group. The initiatives started at the distribution centers in 2013, with the following campaign: “Incentive to the consumption of fruits, legumes and vegetables”. Now underway, the first stage is focused on the internal public of the distribution centers (farmers, concessionaires and permissionaires). The next step will be staged in 2014 for the external public of the distribution centers (consumers who are regulars at distribution centers, supermarkets and fairs, among other locations that sell fruits and vegetables). The initiative also involves such organs as the National Supply Company (Conab), the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) and Brazil’s Antipoverty Plan. Baixe o aplicativo de QR Code em seu celular e saiba mais sobre tradebor. tradebor Imagem ilustrativa. Eficiência no pomar com resultados comprovados: Tratamento Floração 1ª passada de colheita % 2ª passada de colheita % 3ª passada de colheita % Tradebor (3 x 1 l/ha) 02/08/12 21/11/12 90 03/12/12 10 - - Convencional 02/08/12 26/11/12 25 04/12/12 50 12/12/12 25 Cultura: Maçã (Eva) safras 2012/13, em Campo Tenente – PR Tradebor tem grande eficiência na utilização do Boro, desta maneira antecipou a colheita e melhorou a coloração em dois anos consecutivos, conforme comprovado nos resultados acima. Versátil, também pode ser aplicado em outras culturas, como uva, ameixa, pêssego, nectarina, morango, abacaxi e melancia com recomendações especificas para cada uma. Para saber mais ou para falar com um dos representantes Tradecorp em sua região, acesse o site: www.tradecorp.com.br Rua Dr. Emílio Ribas, 600 | Cambuí | Campinas - SP | Tel.: +55 19 3709-3400 | [email protected] Todos ganham Demanda adicional de produtos hortifrutícolas poderá chegar a 5.250 toneladas durante o período de realização da Copa do Mundo em 2014 A Copa do Mundo está sendo vista como grande oportunidade para o consumo e para a promoção das frutas brasileiras, além de outros produtos. O evento, que acontece no Brasil, em 12 capitais, entre os dias 12 de junho e 13 de julho de 2014, oferece ambiente para a divulgação desses alimentos. Os públicos estrangeiro e interno estarão concentrados nas cidades-sede de Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os gastos no setor de alimentos e de bebidas poderão ter acréscimos de R$ 2 bilhões, conforme estudos. O Ministério do Esporte prevê que o Brasil receberá de 500 a 600 mil turistas internacionais e que cerca de três milhões de brasileiros se deslocarão para as 12 cidades da competição. O consumo adicional de hortifrutícolas pelos estrangeiros poderá chegar a 5.250 toneladas em um mês, o tempo de duração dos jogos, segundo cálculos de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O levantamento considerou consumo de 350 gramas dos alimentos por pessoa ao dia. De acordo com o Cepea, os agentes da cadeia produtiva contaram com programas de incentivo ao fornecimento de serviços e produtos estruturados. É o caso do programa Sebrae 2014, que, entre outras ações, ofereceu apoio ao cultivo e à comercialização de frutas e hortaliças. Também o Projeto Copa do Mundo FIFA 2014, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), contempla a participação de compradores e formadores de opinião internacionais em agendas de negócios durante a Copa. Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) lançou o projeto “Copa Orgânica e Sustentável”. O objetivo da iniciativa é mostrar aos turistas a capacidade e o potencial do Brasil para oferecer produtos orgânicos. Por fim, o projeto “Ali36 mentos do Brasil”, da Embrapa, surgiu com o propósito de divulgar a produção agrícola do País durante a Copa do Mundo. Entre os alimentos a serem divulgados estão mandioca, açaí e caju. 37 FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE Inor Ag. Assmann O projeto Copa do Mundo FIFA 2014, da Apex-Brasil, utilizará como estratégia o marketing de relacionamentos. Isso significa aumentar a integração dos clientes com a agência para fortalecer o relacionamento e a fidelização. A Apex já desenvolve duas ações baseadas nessa estratégia, o “Projeto Fórmula Indy” e o “Projeto Carnaval”. Os dois contemplam a participação de compradores internacionais e de formadores de opinião nos eventos e em agendas de negócios. Ações semelhantes serão implementadas na Copa do Mundo. No Projeto Copa do Mundo FIFA 2014, as ações da Apex começaram na Copa das Confederações, que ocorreu em junho de 2013. Naquela competição, as entidades participantes do projeto puderam trazer certo número de empresários que fossem de interesse para negociações futuras com o Brasil. Na Copa do Mundo, o formato será o mesmo, porém com maior amplitude. Dentre as entidades integrantes do projeto da Apex está o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), que, por meio do Projeto Brazilian Fruit, participou da Copa das Confederações. Na ocasião, o Ibraf convidou três compradores e dois jornalistas, que representaram França, Itália, Emirados Árabes e Reino Unido. Além de assistirem aos jogos, os convidados participaram de visitas técnicas e de rodadas de negócios que ocorreram em São Paulo e Fortaleza. Para a Copa do Mundo, o Ibraf ainda não divulgou a lista de convidados, nem a agenda de negócios que pretende implementar, mas se entende que esta seja outra oportunidade para atrair compradores internacionais de frutas brasileiras e jornalistas de publicações do setor. Estes poderão favorecer as exportações no período pós-evento. Additional demand for horticultural produce could amount to 5,250 tons during the 2014 Fifa World Cup T he Fifa World Cup is viewed as a great opportunity for the promotion and consumption of Brazilian fruits, along with other fresh produce. The event that is scheduled to take place from 12 June to 13 July 2014, is an ideal environment for promoting these types of food. Football fans from Brazil and abroad will flock to the cities that host the matches: Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) and São Paulo (SP). Expenditures involving the food and beverage sectors might increase by R$ 2 billion, according to recent studies. The Ministry of Sports estimates the number of foreign visitors at five or six hundred thousand, while about three million 38 Sílvio Ávila Everyone benefits Brazilians will travel to the 12 cities that host the matches. Additional consumption of horticultural produce could reach 5,250 thousand tons during the world cup month, according to figures released by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), after an accurate survey of the situation. This survey based its calculations on a 350-gram consumption of food per capita a day. According to Cepea sources, the agents of the supply chain relied on programs that encourage services and structured products. It is the case of the Sebrae 2014 program, which, among other things, offers support to the cultivation and trade of fruits and vegetables. On equal terms, the FIFA 39 2014 World Cup Project, promoted by the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil), includes the participation of international buyers and opinion makers on the business agenda during the international matches. Furthermore, the Ministry of Agrarian Development (MDA) launched the project, “Organic and Sustainable Cup”. The aim of the initiative is to make the tourists aware of Brazil’s potential to offering organic produce. Finally, the “Brazilian Foods” project, of Embrapa, was created with the purpose to give publicity to the Country’s agricultural produce during the Fifa World Cup. The main focus will be on such foods as cassava, açaí and cashew nut. CUSTOMER LOYALTY The FIFA 2014 World Cup Project, devised by Apex-Brasil, will use the marketing relationship strategy. It means a deeper integration of the customers with the agency, so as to strengthen relationship and loyalty moves. Apex is already running two initiatives on the grounds of this strategy: “IndyCar Series Project” and the “Carnival Project”. The two of them include the participation of international buyers and opinion makers in the events and on the business agenda. Similar initiatives are to be carried out during the World Cup matches. At the FIFA 2014 World Cup Project, Apex started its actions at the Confederations Cup, in June 2013. At these matches, the entities that had joined the project, were allowed to bring in a certain number of entrepreneurs, deemed to be of interest for future negotiations with Brazil. At the World Cup, the format will not change, but will be broader. Entities that have joined the Apex project include the Brazilian Fruit Institute, which, through the Brazilian Fruit project took part in the Confederations Cup. On that occasion, Ibraf invited three buyers and two journalists, who represented France, Italy, the Arab Emirates and the United Kingdom. Besides attending the football matches, the guests took part in technical visits and business rounds held in São Paulo and Fortaleza. For the World Cup, Ibraf has not yet disclosed the list of guests, nor the business agenda to be implemented, but it is understood that it is just one more opportunity to attract international buyers of Brazilian fruits and journalists to give publicity to the sector. Post event exports could benefit from these visits. Inor Ag. Assmann Roteiros traçados Tendência é de que o Brasil venha a exportar em 2014 volume de frutas muito similar ao do ano anterior, desde que o câmbio continue favorável O s embarques brasileiros de frutas frescas deverão continuar em 2014 muito semelhantes aos registrados anteriormente. O Brasil exportou em 2013 711,869 mil toneladas, 2,7% a mais do que no ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). Em receita, os envios de 2013 totalizaram US$ 657,528 milhões, com aumento de 6,2%. “O resultado foi favorecido pela maior valorização do dólar”, explica o engenheiro agrônomo Cloves Ribeiro Neto, gerente técnico do Ibraf. Ele pontua que o câmbio é o que tem determinado o desempenho dos negócios externos. Ao beneficiar as vendas a outras nações, o dólar mais forte também encareceu as importações de frutas frescas em 2013. O volume internalizado pelo Brasil ficou praticamente estável. Para abastecer o mercado nacional, o País demandou 430,700 mil toneladas de frutas frescas, o equivalente a US$ 512,810 milhões. Esse montante apresentou alta de 0,86%, enquanto a receita avançou 3,34% em relação às importações de 2012. As frutas mais adquiridas são pera, maçã, uva, amei- 40 xa, kiwi, laranja e pêssego, dentre outras. A balança comercial fechou 2013 com saldo positivo de 281,169 mil toneladas de frutas frescas e US$ 144,718 milhões em faturamento. O setor precisa vencer algumas barreiras atuais para aumentar os volumes das frutas exportadas. De acordo com Cloves, a última abertura de mercado ocorreu em 2006, com a exportação de manga para o Japão. “As negociações com novos importadores começam pela análise de risco de pragas”, aponta. No entanto, o setor aguarda pelo registros de agrotóxicos que poderiam ser usados nas culturas. De acordo com o gerente técnico do Ibraf, a liberação de alguns produtos depende do setor público. Nesse caso, as demandas estão sob a avaliação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “O dilema é definir quem irá arcar com os custos necessários para liberar o uso de um novo produto”, relata. Além disso, a partir de 2014 o Brasil não conta mais com o Sistema Geral de Preferências da União Europeia (SGP), acordo que oferecia vantagens tarifárias para as frutas brasileiras exportadas à região. O País era o quinto maior beneficiário do mecanismo, que utiliza a renda per capita como critério. “Sobre essa questão, não há o fazer”, esclarece Cloves. Acrescenta que uma das opções seria o Mercosul estabelecer acordo de livre comércio com a União Europeia. É outra questão que depende de acordos políticos entre as nações envolvidas. 41 Set itineraries Trend is for no big changes in Brazil’s fruit exports in 2014, compared to the previous year, provided the exchange rate remains favorable B razilian shipments of fresh fruits in 2014 are poised to repeat the numbers of the previous year. In 2013, Brazil exported 711.869 thousand tons, 2.7% more than the figures for the previous year, according to data released by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). In revenue, the 2013 shipments brought in US$ 657.528 million, representing a 6-percent increase. “The result took advantage of the higher value of the dollar”, says agronomic engineer Cloves Ribeiro Neto, technical manager at Ibraf. He maintains that the exchange rate is credited with the performance of the foreign businesses. By benefiting foreign sales, the highly valued dollar also pushed up the prices of fruits purchased abroad in 2013. The volume brought into Brazil remained almost stable. To supply the domestic market, the Country demanded 430.700 thousand tons of fresh fruit, equivalent to US$ 512.810 million. This amount represented an increase of 0.86%, while revenue advanced 3.34% compared to the fruits acquired from abroad in 2012. The most imported fruits are pears, apples, grapes, plums, kiwi, oranges and peaches, among others. In 2013, the trade balance came to a close with a positive figure of 281.169 thousand tons of fresh fruit and US$ 144.718 million in revenue. The sector still needs to surmount some existing barriers if the volume of fruits shipped abroad is to increase. Cloves recalls that the latest new market conquered by Brazil was Japan, in 2006, when that country began to buy mangoes from Brazil. “All negotiations with new importers start with pest risk analyses”, he mentions. Nonetheless, the fruit growing sector is waiting for the list of registered pesticides for fruit trees. According to the technical manager at Ibraf, the liberation of some chemical products depends on government organs. In this case, the requests depend on a decision by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa), the National Health Surveillance Agency (Anvisa) and the Brazilian Institute of the Environment and Renewable Natural Resources (Ibama). “The dilemma consists in defining who is going to pay for the costs derived from the liberation of a new product”, he explains. Furthermore, as of 2014, Brazil no longer relies on the European Union’s Generalized System of Preferences (GSP), an agreement that included tariff benefits for Brazilian fruits shipped to the region. The Country ranked as fifth biggest beneficiary of this mechanism, which utilizes per capita income as criterion. “There is nothing to do about the matter”, Cloves clarifies. He adds that one of the options would consist in the establishment of a free trade agreement between the European Union and Mercosur. This is another issue that depends on political agreements between the nations in question. principais frutas Main Fruit Abacaxi Pineapple Casca grossa Seca no Nordeste fez cair a produção geral da fruta no País, mas Estado do Pará cresce e lidera o cultivo com incremento no uso da irrigação F oi mais difícil descascar o abacaxi em 2013, com a forte seca na região Nordeste nesse período, sobretudo no segundo semestre, conforme apurou a Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA). Com isso, e também pela falta de mudas para plantios subsequentes, a produção nacional decaiu de 1,69 bilhão para 1,55 bilhão de frutos entre 2012 e 2013. E nesse nível deve permanecer em 2014, com leve recuperação de área colhida, de 58 para 59 mil hectares, na projeção feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em janeiro. 42 O município de Itaberaba (BA), que está entre os grandes produtores nacionais, foi um dos que mais sofreu com a falta de chuva, como constatou a instituição de pesquisa. Já em 2012 ocorreu decréscimo de produção de abacaxi na localidade, com recuo de 81,2 para 62,5 milhões de frutos. Ao mesmo tempo, o IBGE observa crescimento do cultivo no Pará, hoje o maior Estado produtor, com 319 milhões de frutos em 2013, ultrapassando a Paraíba, com 283 milhões de unidades. No Pará, mesmo com índices pluviométricos favoráveis, aumenta o uso da irrigação, o que permite antecipar a colheita, destaca a pesquisadora Áurea Albuquerque, da Embrapa. O maior produtor da planta no Pará – e no País – é Floresta do Araguaia. Segundo o IBGE, o município ampliou a área cultivada de 6 mil para 7 mil hectares e a produção de 210 milhões para 245 milhões de frutos, entre 2011 e 2012. Na sequência aparece com destaque São Francisco de Itabapoana, do Rio de Janeiro, que aumentou de 100 milhões para 120 milhões de unidades a Embrapa faz experimento com sistema de produção orgânico na cultura Embrapa is conducting research into organic pineapple crops produção nesse período. Ali, com abundante mão de obra local (sobretudo familiar, o que diminui custos), conforme Áurea Albuquerque, houve substituição da cana-de-açúcar pelo abacaxi. A mão de obra, por sua vez, é mais escassa e cara no Tocantins, onde a Embrapa acompanha trabalhos com abacaxi. Por essa razão, a sua produção, de volume menos expressivo do que a de outros estados, tende a se estabilizar, com ênfase na qualidade do produto, o que deve garantir bons preços no mercado. Ainda em termos de municípios que se destacam na produção nacional, o IBGE apresenta Touros, no Rio Grande do Norte, com 87 milhões de frutos colhidos em 2012; Itapororoca (PB), com 75 milhões de unidades em 2012; e Monte Alegre de Minas (MG), com 60 milhões de frutas. A exportação do produto ainda é pequena, destinando-se para este fim abacaxi fresco ou seco, seguido de outros sucos da planta. As vendas externas do fruto fresco ou seco situam-se, em média, aquém de 0,1% da produção nacional e não há tendência de que possa haver modificações substanciais nesse percentual, ao menos a curto prazo, observa a pesquisadora da Embrapa. Entre 2012 e 2013, o volume embarcado decresceu 14,2%, recuando para 1,1 mil toneladas, enquanto o valor recebido aumentou 11,4%, para US$ 949 mil. No mundo, a Costa Rica detém a maior fatia de comercialização na cultura. ATÉ ORNAMENTAL Quanto à pesquisa do abacaxi, a Embrapa Mandioca e Fruticultura, em parceria com a empresa Bioenergia Orgânicos, desenvolve no município de Lençóis (BA) experimentos utilizando as cultivares Pérola e BRS Imperial, relacionados a um sistema de produção orgânica para a cultura. Conforme o pesquisador Tullio de Pádua, são avaliadas densidades de plantio, adubação e manejo de plantas de cobertura. Os resultados do projeto, segundo ele, devem auxiliar no desenvolvimento dessa alternativa no País, com a possibilidade de obtenção de frutos mais saudáveis e de demanda crescente, atendendo a um mercado praticamente inexplorado. Adicionalmente, o pesquisador da Embrapa faz referência ao programa de melhoramento genético da empresa, que gera continuamente híbridos de abacaxi para consumo e, mais recentemente, para o mercado de ornamentais. Há perspectivas de lançamento de novas cultivares nos próximos anos, a exemplo da BRS Imperial, da BRS Vitória e da BRS Ajubá, já disponibilizadas a este setor da fruticultura. Inor Ag. Assmann 43 Sílvio Ávila Thick skin Drought conditions in the Northeast reduced the production volume of this fruit around the Country, but the State of Pará is doing well and is expanding its production by systematically investing in irrigation I n 2013, it was more difficult to cut and skin the pineapple, with a prolonged drought in the Northeast during the season, particularly in the second half of the year, according to a survey conducted by Embrapa Cassava and Fruit Farming, based in Cruz das Almas (BA). As a result, and also because of the lack of seedlings for subsequent plantings, production volumes in Brazil decreased from 1.69 billion to 1.55 billion fruits, from 2012 to 2013. And it should remain at this level throughout 2014, with a slight recovery in planted area, from 58 to 59 thousand hectares, from projections released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in January. The municipality of Itaberaba (BA), a major producer in national terms, was affected the most by the dry weather conditions, according to sources of the research institution. Back in 2012, the COROA DE REI | King’s crown Produção e exportação de abacaxi brasileiro AnosProdução (mil frutos) 2012 1.697.734 2013 1.556.807 Fonte: IBGE Exportação (quilos) AnosProdução (mil frutos) 2012 1.356.500 2013 1.163.864 Fonte: Secex/Ibraf. 44 crop in that location had already shrunk from 81.2 to 62.5 million pineapples. In the meantime, IBGE refers to a rising trend in Pará, now the leading producer, with 319 million fruits in 2013, outstripping the State of Paraíba, where 283 million units were produced. In Pará, although favorable rainfalls are a characteristic of the State, irrigation systems are on the rise, allowing for anticipating the harvest, says Embrapa researcher Áurea Albuquerque. The largest producer of the crop in Pará and in the entire Country is the municipality of Floresta do Araguaia. According to IBGE sources, the municipality expanded its planted area from 6 to 7 thousand hectares, while the volume rose from 210 million to 245 million fruits, from 2011 to 2012. The municipality that comes in the sequence is Itabapoana, in Rio de Janeiro, where production soared from 100 million to 120 million units over the period. In that municipality, where there is no shortage of labor (particularly family labor, which reduces production costs) Áurea Albuquerque detected the replacement of sugarcane fields with pineapple crops. Embrapa supervises the pineapple crops in Tocantins, where 45 labor is hardly available and more expensive. For this reason, the production of pineapples in that State, although less expressive compared to other States, tends to stabilize, with emphasis on quality, an assurance for good market prices. Still in terms of municipalities that make a difference in production throughout Brazil, IBGE mentions Touros, in Rio Grande do Norte, with 87 million fruits harvested in 2012; Itapororoca (PB), with 75 million units in 2012; and Monte Alegre de Minas (MG), with 60 million fruits. Pineapple exports are still in a fledgling stage, and only dry and fresh fruits are destined for this purpose, followed by a variety of juices extracted from the fruit. Foreign sales of dry and fresh pineapples represent, on average, less than 0.1% of the national production volume and there is no indication pointing to substantial changes on that score, at least in the short run, says the researcher. From 2012 to 2013, shipments abroad decreased by 14.2%, falling to 1.1 thousand tons, while revenue derived from these shipments soared 11.4%, totaling US$ 949 thousand. In global terms, Costa Rica has the biggest chunk in this trade. GOING ORNAMENTAL Regarding the research works on pineapples, Embrapa Cassava and Fruit Farming, jointly with a company known as Organic Bioenergy, is now conducting trials with two well-known cultivars, Pérola and BRS Imperial, related to an organic production system for the crop. In the words of researcher Tullio de Pádua, evaluations include plant density, fertilization and management of cover crops. The results of the project, according to him, should lead to the development of this alternative in Brazil, with chances to produce healthier fruits, now in great demand, working the way into a market that is hardly being explored. Furthermore, the Embrapa researcher mentions the corporation’s genetic enhancement program, now continually generating hybrid pineapples for consumption and, more recently, for ornamental purposes. There are perspectives for the launch of new varieties over the next years, including BRS Imperial, BRS Vitória and BRS Ajubá, now available to this fruit farming sector. principais frutas Main Fruit Açaí Açaí Onde ele vai Pará Colhido às margens dos rios e largamente consumido pela população, o açaí tornou-se produto relevante na pauta das exportações do Pará D e uma fruta de importância regional, o açaí passou a ter fãs por todo o Brasil e vem conquistando também o paladar de consumidores do exterior. Com propriedades antioxidantes, a espécie, na verdade uma palmeira amazônica, é rica em vitaminas e minerais. Co- 46 nhecida por ser poderoso energético, faz sucesso principalmente entre atletas e frequentadores de academias. A maior parte do cultivo do açaí se dá ainda de forma extrativista, nas várzeas dos rios. A oferta, no entanto, é muito menor do que a crescente demanda, abrindo espaço para investimentos. O Pará, Estado que concentra mais de 80% do total produzido no País, tem conseguido bons resultados. Desde 2011, a Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri) trabalha no Programa Estadual de Qualidade do Açaí (Peqa), que tem como objetivo principal a introdução de boas práticas em toda a extensão da cadeia produtiva. O incentivo ao plantio de açaizeiros nas chamadas terras Variedades adaptadas aumentam o cultivo da espécie em terras firmes Adapted varieties are now being cultivated on firm land FOMENTO firmes e em áreas nativas manejadas tem ajudado a ampliar o cultivo da fruta no Pará. Em 2012, ano em relação ao qual existe o último dado disponível junto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado apresentava área de 91.426 hectares, com produção de 851.829 toneladas da fruta e geração de R$ 677,2 milhões em divisas. Outras 110.937 toneladas foram obtidas por meio do extrativismo, segundo a estatal. O açaí, em forma de polpa, é também a fruta paraense mais exportada. De acordo com levantamento da Sagri, em 2012 (os números de 2013 ainda não estavam fechados em fevereiro de 2014) foram embarcadas 6.061 toneladas, com receita de US$ 17,2 milhões. O produto vai para mais de 20 países, sendo os Estados Unidos o principal cliente, com quase 80% do total, seguidos do Japão, com 15%. “A América do Sul, com Argentina e Chile, nos últimos anos vem aparecendo como potencial compradora”, observa Geraldo Tavares, gerente-executivo de fruticultura da Sagri. Os resultados alcançados no Pará são, em grande parte, decorrentes do incentivo do governo estadual à atividade. Em convênio com a Embrapa Amazônia Oriental, sediada na capital, Belém, a Sagri trabalha no desenvolvimento de novas cultivares precoces de alta produtividade, que se adaptem às condições de terra firme. Em 2004 houve o lançamento da BRS Pará e no decorrer de 2014 deve ganhar o mercado um novo material, com maior rendimento de polpa e apto à produção no primeiro semestre do ano, época de entressafra. O gerente-executivo de fruticultura, Geraldo Tavares, destaca que desde 2008 já foram distribuídas aos produtores mais de 20 toneladas de sementes selecionadas da variedade BRS Pará, suficientes para a obtenção de 10 milhões de mudas. “Provavelmente, este fomento, aliado à perspectiva de bons negócios junto à iniciativa privada, tenha incrementado a área de plantio”, avalia. Outro projeto tem como alvo a aquisição de tanques de branqueamento para processamento do suco de açaí, modo de conservação de alimentos que consiste em mergulhá-los em água quente e, na sequência, em água fria. Esse sistema ajuda a inativar enzimas, a fixar a cor, a remover gases dos tecidos e a reduzir a carga microbiana, eliminando assim a possibilidade de contaminação pelo Trypanosoma cruzi, transmissor da doença-de-Chagas. A iniciativa inclui ainda a aquisição de sistemas de irrigação para implantação de açaizais em terra firme e a certificação orgânica em áreas de agricultores familiares. O investimento de quase R$ 5 milhões irá beneficiar 2.700 produtores e 500 batedores artesanais, nos pólos de Marajó e do Baixo Tocantins. Sílvio Ávila 47 FORÇA PROVIDENCIAL | Timely strength Açaí em terras firmes e áreas manejadas no Pará AnoProdução (t) Área (ha) 2011742.484 80.091 2012851.829 91.426 Fonte: IBGE. Progressing steadily Harvested along river margins and largely consumed by the population, the açaí has become a relevant item on Pará’s export agenda F rom a fruit of only regional importance, the açaí has worked its way into most Brazilian regions, and is now conquering the palate of international consumers. With antioxidant properties, this species, which is in fact an Amazon palm tree, is rich in vitamins and minerals. Vastly known as an energy fruit, it has become a favorite with fitness centers attendees. This exotic fruit is still largely cultivated in extractivist manner, mostly in flat riverside lands. Supply is still lagging behind ever-increasing demand, paving the way for huge investments. Pará, the State that concentrates upwards of 80% of the total amount produced in Brazil, has had good results. Since 2011, the Pará State Agriculture Secretariat (Sagri) has been involved in the State Program for Açaí Quality (Peqa), whose major objective consists in the introduction of best agricultural practices throughout the entire supply chain. Incentive towards açaí tree plantations in the so-called firm lands and in specially prepared native patches has greatly expanded the cultivation of the fruit across the State of Pará. In 2012, a year in which the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) released its latest figures about the fruit, the area devoted to açaí plantations in the State reached 91,426 hectares, with a 48 production of 851,829 tons of the fruit and the generation of R$ 677.2 million in revenue. Another 110,937 tons, according to the research organ, came from extractivistic operations. The açaí, in pulp form, is also the most exported fruit in Pará. According to a survey conducted by Sagri, in 2012 (the 2013 numbers had not been released in February 2014), shipments abroad amounted to 6,061 tons, with revenue of US$ 17.2 million. The product is destined for upwards of 20 countries, and the United States is the biggest client, purchasing almost 80% of the total, followed by Japan, with 15%. “South America, especially Argentina and Chile, has it all to become a potential buyer”, observes Geraldo Tavares, chief executive officer at Sagri’s fruit farming division. PROMOTION The results achieved in Pará derive, for the most part, from the incentives granted to the activity by the state government. Jointly with Embrapa Eastern Amazon, based in the capital city, Belém, Sagri is doing research on the development of new highly productive early varieties, adapted to firm land conditions. In 2004, the BRS Pará was launched and, over 2014, a new variety is supposed to reach the market, richer in pulp and harvested in the first half of the year, when it is off-season time. The chief executive officer of the fruit farming division, Geraldo Tavares, recalls that since 2008, upwards of 20 tons of selected seeds of the BRS Pará variety have been handed out, enough to obtain 10 million seedlings. “Probably, this promotion, allied with expectations for good businesses by private initiative, have increased the hectares devoted to the fruit”, he thinks. Another Project is targeted at the acquisition of bleaching tanks for processing the fruit into juice, a food conservation Project which consists in dipping it into hot water and, in the sequence, in cool water. The process deactivates the enzymes, fixes the color, removes all gases from the tissues and reduces the microbian load, thus eliminating any chances for contamination by Trypanosoma cruzi, one of the Chagas disease vectors. The initiative also includes the acquisition of irrigation systems for the establishment of açaí plantations on firm land and organic certification in areas where family farming predominates. The investment of almost R$ 5 million is supposed to benefit 2,700 farmers and 500 artesanal açaí beaters, in the belts of Marajó ando Baixo Tocantins. Sílvio Ávila 49 principais frutas Main Fruit Banana Banana Energia de sobra Terceira fruta na pauta de exportações do Brasil, a banana recuperou preços, ampliou as vendas externas e a produção e promete mais em 2014 J á diz o velho refrão que a banana proporciona energia e faz crescer. No último ano, especialmente no segundo semestre, a fruta vitaminou sua cadeia produtiva com preços em alta, reação nas exportações e indicativos de aumento de área, produtividade e produção em 2014. Apesar das baixas cotações no primeiro semestre e do clima adverso por frio ou falta de água em alguns polos produtivos, 50 2013 registrou números positivos para o setor. Os produtores de banana prata de Minas Gerais registraram o recorde nominal de preços em abril: R$ 1,73 pelo quilo, segundo acompanhamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta para área cultivada de 483.915 hectares, que tende a evoluir cerca de 1% em 2014, avançando para 488.588 hectares. O Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária, divulgado em janeiro, confirma a expectativa de que, com clima mais favorável, o rendimento por área subirá 1,66%, de 14.323 quilos por hectare para 14.561kg/ha. Em 2013, as regiões do Nordeste, mesmo as irrigadas, enfrentaram seca. Minas Gerais teve déficit hídrico e temperaturas abaixo da média no inverno, enquanto em Santa Cata- Setor teve primeiro semestre de preços baixos e ano de clima adverso Sector faced low prices in the first half of the year, along with adverse weather conditions SEM LIMITES rina geadas atingiram as plantações e trouxeram prejuízos. O pesquisador Edson Perito Amorim, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), destaca que os melhores preços obtidos pela banana prata, especialmente no segundo semestre de 2013, estão associados às recentes quedas de produção e aos fatores climáticos, que levaram à redução da oferta e da qualidade dos frutos em alguns polos. Mas para 2014, com expectativa da volta das chuvas ao Nordeste e a Minas Gerais, o IBGE projeta crescimento produtivo em 2,65%, de 6,93 milhões de toneladas para 7,11 milhões de toneladas. Produzindo mais, o Brasil deve ampliar também os embarques ao mercado internacional. O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) indica, com base nos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que em 2013 o Brasil ampliou as exportações de bananas em 5,38% no volume e em 1,99% na receita, sem considerar as bananas-da-terra. Pelos números oficiais, o Brasil exportou 97,9 mil toneladas da fruta em 2013, contra 92,9 mil toneladas em 2012. O faturamento alcançou a US$ 35,19 milhões, contra os US$ 34,5 milhões de 2012. O pesquisador Edson Perito Amorim lidera o programa de melhoramento genético de bananas e plátanos da Embrapa no País, a partir da unidade Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA), que reúne mais 20 cientistas de diversas áreas. Segundo ele, diversos materiais genéticos estão em teste e, dentro de poucas safras, devem ser lançados como variedades, se aprovados, gerando alternativas de cultivo aos produtores. Além de manter o foco nas questões relacionadas à sanidade, como resistências aos fungos que causam a sigatoka negra e amarela, e o mal-do-Panamá, entre outras doenças, a Embrapa tem retomado a ênfase em aspectos agronômicos e comerciais, como produtividade, qualidade de fruto, coloração, pós-colheita e durabilidade de prateleira. “Sem descuidar das doenças, estamos trabalhando bastante focados na qualidade do fruto para atender à crescente exigência dos mercados nacional e internacional”, assinala. “O consumidor não quer saber se a banana é resistente a uma doença, mas quer que ela tenha o sabor, a coloração e o odor que deseja e costuma consumir”, enfatiza Amorim. Entre os materiais da Embrapa com boa aceitação junto ao setor está a BRS Platina, tipo prata, resistente ao mal-doPanamá, que soma mais de 100 mil mudas cultivadas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Outra predileção é a BRS Princesa, tipo banana-maçã, com níveis de tolerância muito altos ao mal-do-Panamá, que vem ampliando a área no Centro-Oeste e no Sul do Brasil. Inor Ag. Assmann 51 Sílvio Ávila Energy to spare Ranking third on the export agenda, the banana recovered its price, expanded foreign sales and production and is anticipating steps forward in 2014 A s the old saying goes, “bananas are vitamins that make people grow and get fat”. Last year, especially in the second half, the fruit propelled its supply chain with higher prices, resumption of exports and higher production volumes in 2014. Although fetching low prices in the first half of the year, and enduring adverse climate conditions, either from cold temperatures or lack of water in some production belts, 2013 registered positive figures for the sector. Silver banana growers in Minas Gerais commemorated record nominal prices in April: R$ 1.73 per kilogram, according to a survey conducted by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), of the University of São Paulo (USP). The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) 52 points to a cultivated area of 483,915 hectares, which tends to rise about 1% in 2014, to 488,588 hectares. The Systematic Agriculture and Livestock Survey, released in January, confirms the expectation that, with favorable climate conditions, yields per area are poised to soar 1.66%, from 14,323 kilograms per hectare to 14,561 kilograms. In 2013, the regions in the Northeast, even under irrigation systems, endured drought conditions. Minas Gerais was hit by a spell of dry weather and lower than normal temperatures in winter, while in Santa Catarina frost conditions caused losses to plantations. Researcher Edson Perito Amorim, of Embrapa Cassava and Fruit Farming, in Cruz das Almas (BA), points out that the better prices fetched by silver banana varieties, particularly in the second half of 2013, are associated with the recent production reductions and to climatic factors, which affected 53 NO LIMITS Researcher Edson Perito Amorim is the head of the bananas and plantains genetic enhancement department at Embrapa in Brazil, located in the Cassava and Fruit Farming unit in Cruz das Almas (BA), where upwards of 20 scientists from different areas do research. According to him, several genetic materials are now in their trial stage and should soon be launched as varieties, if approved, providing the farmers with cultivation alternatives. Besides keeping focused on sanitary-related matters, like resistance to fungi that cause the sigatoka disease, both yellow and black, the Panama disease, among other pests, Embrapa has resumed its emphasis on agronomic and commercial aspects, like yields, fruit quality, color, post-harvest procedures, and shelf life. “Without disregarding the question of diseases, we are now primarily focused on fruit quality, so as to comply with the requirements of the discerning domestic and foreign markets”, he recalls. “Consumers are not concerned about the resistance of the fruit against diseases”, Amorim argues. Embrapa varieties well accepted by the sector include BRS Platina, silver type, resistant to the Panama disease, with upwards of 100 thousand seedlings being cultivated in Santa Catarina and Rio Grande do Sul, and BRS Princesa, apple banana type, with high tolerance to the Panama disease, now popular in the Center-West and South Brazil. ÀS PENCAS | Plenty of bananas Quadro de safra da banana no Brasil 2013 2014*% Área (ha) 483.915 488.5880,97 Rendimento (kg/ha)14.323 14.561 1,66 Produção (t)6.931.137 7.114.5532,65 Fonte: Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária Jan./2014 – IBGE. YES, NÓS TEMOS | Yes, we have both yields and fruit quality in some belts. For 2014, nonetheless, with perspectives for normal rainfalls in the Northeast and Minas Gerais, IBGE sources project productive growth at 2.65%, from 6.93 million tons to 7.11 million tons. If the size of the crop grows bigger, more shipments to the international market will entail. The Brazilian Fruit Institute (Ibraf), relying on figures released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), indicates that in 2013 Brazil expanded its banana exports by 5.38% in volume and 1.99% in revenue, without considering plantain bananas. From the official numbers, Brazil exported 97.9 thousand tons of the fruit in 2013, compared to 92.9 thousand tons in 2012. Revenue reached US$ 35.19 million, against US$ 34.5 million in 2012. Comparativo das exportações brasileiras de bananas* – 2013/12 2013 2012% Volume (t) 97.076.47992.972.9515,38% Receita (US$) 35.192.16734.504.5341,99% * Exceto bananas-da-terra. Fonte: Secex/MDIC Elaboração: Ibraf. principais frutas Main Fruit Laranja Orange Não é brincadeira Com menos citricultores, produção brasileira da safra 2013/14 volta a diminuir e repercute no processamento e na formação de estoques de suco C ampeão mundial na produção de laranja, bem como na de suco, o Brasil registrou nova queda nos números em 2013, assim como já havia ocorrido no ano anterior, após uma supersafra em 2011. Enquanto em nível de País o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levanta índices de cerca de 10% de decréscimo, na maior região produtora, o chamado Cinturão Citrícola 54 de São Paulo e do Triângulo Mineiro, a redução apontada, em informações divulgadas em 10 de fevereiro de 2014 pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), situa-se em 26%. Para 2014 a previsão é de que a oferta venha a ser recuperada, na ordem de 11%. A entidade calcula que a produção tenha chegado a 385.393 caixas de 40,8 quilos (15,7 milhões de toneladas) na safra 2012/13, e que irá se situar em 284.900 caixas (11,6 milhões de toneladas) no ciclo 2013/14. Já em 17 de dezembro de 2013, estimativa feita em parceria entre a Secretaria da Agricultura de São Paulo (SAA), por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mencionava produção comercial paulista de 268,6 milhões de caixas (10,9 milhões de toneladas) na fase 2013/14. 55 Novo período produtivo da laranja tende a recuperar parte da oferta Inor Ag. Assmann Next orange production cycle is likely to improve the supply side HORA DE REAÇÃO Na safra 2013/14, apesar de persistirem problemas fitossanitários e de custos, é observada reação no mercado de citros, com maior volume de compra e melhor preço pago ao citricultor. Um dos fatores a contribuir para tanto seria o rendimento da fruta abaixo do esperado, devido ao excesso de chuva na época da maturação, o que requereu a moagem de número maior de frutos para obter produto com teor de sólidos solúveis adequados. Isto se confirma no rendimento industrial do produto divulgado, de 282 caixas por tonelada de suco, o pior já vivenciado. Com isso, e com a redução da safra, a produção total de suco de laranja no cinturão citrícola não deve ultrapassar a 850 mil toneladas, 20% a menos do que no período anterior. Os estoques mundiais de suco de laranja em poder de associados da CitrusBR devem cair 316 mil toneladas, baixando para cerca de 450 mil toneladas em 30 de junho de 2014, segundo suas projeções. A entidade prevê recuperação na próxima safra de laranja, em virtude de possível aumento de produtividade dos pomares, de 19,2%, embora ainda não estivessem computados os efeitos da seca que afetava a região no início do ano. A estimativa feita era de que a produção do cinturão pudesse chegar a 317.430 mil caixas (12,9 milhões de toneladas). MAIS SAÍDA Desconsiderando 17,8 milhões de caixas relativas a pomares não expressivos economicamente, e ainda as perdas no processo produtivo e na colheita, a produção comercial apurada seria em 80% destinada às indústrias processadoras de suco e 20% para o mercado in natura. O último índice foi superior ao de outros anos, conforme técnicos do setor, por haver maior dificuldade de colocação na indústria, e em busca de melhores preços. Inclusive, conforme levantamentos sobre este aspecto, em São Paulo, a laranja para mesa chegou a registrar variação de 103% na remuneração entre dezembro de 2012 e dezembro de 2013. O referido estudo das instituições lembra que a supersafra de laranja em 2011 (375 milhões de caixas em São Paulo) teve grande impacto na temporada seguinte, ano da maior crise sentida pela citricultura paulista, por não ter sido possível comercializar a produção. Da mesma forma, segundo os técnicos, a presença dos frutos remanescentes durante a nova florada impactou na diminuição da produção de 2013. Além disso, a análise menciona levantamentos sobre queda de 38% no número de citricultores paulistas entre julho de 2010 e novembro de 2013. Atualmente, são cerca de 10.100 produtores. Houve, ainda, a erradicação recente de 52,3 mil hectares de pomares na região produtora de citros. As vendas externas de suco de laranja, lideradas mundialmente pelo Brasil, que exporta quase toda a produção, também mostram recuperação em 2013. Enquanto em termos de recursos gerados (perto de US$ 2,3 bilhões) a situação não se alterou muito (1%), no volume exportado houve acréscimo de 11% sobre o ano anterior, com mais de 1,2 milhão de toneladas. A maior reação (61%) aconteceu no comércio com os Estados Unidos: nesse mercado, com 215,8 mil toneladas, voltou a ser ocupado espaço perdido por suspensão temporária em 2012. Mas também o maior cliente, a União Europeia (UE), comprou mais 4%, absorvendo 806 mil toneladas. Nos Estados Unidos, de acordo com o que o Departamento de Agricultura do país (USDA) divulgou em janeiro de 2014, deve ocorrer redução da atual safra de laranja em 12%, por problemas de clima e de fitossanidade, além de haver redução de consumo e de exportação. Já em nível mundial, o organismo prevê crescimento da produção em cerca de 5%, particularmente no Brasil, na China e na União Europeia. Também projeta crescimento de 18% na industrialização de suco brasileiro, e que a exportação desse item superaria a produção, “para atender à demanda na UE e nos Estados Unidos”. Inor Ag. Assmann It is no joke With the number of orange growers on the decline, Brazilian 2013/14 crop drops even further, adversely reflecting on processing and juice stocks G lobal leader in the production of oranges, as well as juices, Brazil registered a new decline in the numbers in 2013, following on the heels of what had happened the previous year, after a bumper crop in 2011. While in the Country as a whole the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) ascertains 10-percent decreases, in the biggest orange producing region, the so-called Citrus Belt in São Paulo and in Triângulo Mineiro, the reduction that was detected, according to numbers released on 10th February 2014 by the National Association of Citrus Fruits (CitrusBR), reaches 26%. For 2014 the SUCO PARA O MUNDO | Juice for the world Exportação de suco de laranja brasileiro AnoVolumeValor (T de FCOJ equivalente) (US$ mil) 2012 1.096.5932.276.437 2013 1.218.8932.295.368 Fonte: Secex/MDIC/CitrusBR. LARANJA NO CINTURÃO | Orange belt Estimativas da área produtora (CintURÃO Citrícola/São Paulo e Triângulo Mineiro) SafraProdução (caixas de 40,8 kg) 2012/13385.393 2013/14284.900 2014/15317.430 Fonte: CitrusBR-10/02/2014 56 forecast is for a recovery on the supply side, of about 11%. The entity estimates the production at 385,393 boxes (40.8 kg), representing 15.7 million tons in the 2012/13 growing season, with perspectives for 284,900 boxes (11.6 million tons) in the 2013/14 crop year. On 17th December 2013, a joint survey by the São Paulo State Secretariat of Agriculture (SAA), the Agricultural Economy Institute (IEA), the National Supply Company (Conab) and the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA) estimated the commercial production in São Paulo at 268.6 million boxes (10.9 million tons) in the 2013/14 growing season. Disregarding the 17.8 million boxes relative to orchards that have little economic expression, along with losses throughout the processing and harvest operations, the commercial production that was ascertained has its destination split into 80% for the juice processing industry and 20% for the fresh fruit market. The latest rate outstripped the rate of other years, according to technicians of the sector, simply because it was more difficult to deliver the fruits to the industry, while the fight for better prices was also a factor. A survey of this variable in São Paulo detected a variation as high as 103% in the price of table oranges, from 57 tion, mainly due to excessive precipitation at maturation time, which forced the industry to process a bigger number of fruits to obtain a product of appropriate soluble solids. It confirms the recently disclosed industrial performance of 282 boxes of oranges for a ton juice, the worst result ever. Due to this, and because of a smaller than expected crop, the total volume of orange juice in the citrus belt is poised to remain at 850 thousand tons or less, down about 20% from the previous period. For this reason, the global orange juice stocks in the hands of the CitrusBR associated members should decrease by 316 thousand tons, remaining at approximately 450 mil tons in June 2014, according to the entity’s projections. On the other hand, the entity anticipates a recovery in the next orange crop in the surveyed area, by virtue of the possible higher yields of most orchards, up around 19.2%, but the effects of the drought that hit the region at the beginning of the year have not yet been factored in. The estimate that was then released was anticipating a crop of 317.430 thousand boxes (12.9 million tons). MORE SHIPMENTS December 2012 to the same month in 2013. The study in question conducted by the institutions recalls that the bumper crop in 2011 (375 million 40.8 kg boxes in São Paulo alone) had a big impact on the following cycle, a year when the citrus business in São Paulo experienced its most harrowing experience, because the State was unable to trade its entire production. Likewise, according to technicians of the sector, the presence of non-harvested fruits on the trees at blossoming time had a say in the smaller 2013 crop. Furthermore, reference is made to surveys that detected a decrease of 38% in the number of orange growers in São Paulo, from June 2010 to November 2013, totaling about 10,100 growers, along with a recent eradication of 52.3 thousand hectares of orchards. TIME TO REACT In the 2013/14 growing season, although phytosanitary and production cost problems have not yet vanished in their entirety, a reaction has been observed in the citrus market, with higher volumes being purchased and better farm gate prices. One of the factors that is supposed to have contributed is the fact that yields have remained below expecta- Shipments of orange juice, with Brazil occupying a leadership position, also made a recovery in 2013. In the meantime, in terms of the generation of resources (close to US$ 2.3 billion) the situation has not changed much, only 1%, but volumes shipped abroad were up 11% from the previous year, totaling upwards of 1.2 million tons. The biggest reaction (61%) was promoted by the United States: in this market, to which 215.8 thousand tons were shipped, Brazil again began to occupy the space lost due to a temporary embargo in 2012. Furthermore, purchases by the biggest customer, the European Union, went up 4%, reaching a total of 806 thousand tons. In the United States, according to figures released by the United States Department of Agriculture (USDA), in January 2014, the orange crop in that country will suffer a reduction of 12%, brought about by climate and phytosanitary problems, with both consumption and shipments abroad on the decline. At global level, USDA anticipates a 5-percent higher production volume, particularly in Brazil, China and in the European Union. And the same organ also projects an increase of 18% in the industrialization of Brazil’s orange juice, with exports of this item outstripping production, “mainly to meet demand from the European Union and the United States”. principais frutas Main Fruit Limão Tahiti Tahiti Lemon Gostinho de quero mais Produtores brasileiros de limão tahiti tiveram bom desempenho em 2013, com excelentes cotações e mais equilíbrio entre a oferta e a demanda D epois de três safras consecutivas com crescimento praticamente zero, os produtores brasileiros de limão tahiti têm motivos de sobra para comemorar o desempenho do setor em 2013. O clima colaborou, a indústria absorveu o excedente e as vendas externas aumentaram consideravelmente. Com oferta e demanda em 58 equilíbrio, houve registro de altos preços para a fruta. Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), órgão da Universidade de São Paulo (USP), mostra que de janeiro a novembro de 2013 o preço médio pago pela caixa de 27 quilos de limão em São Paulo foi de R$ 19,12, 63% a mais no comparativo com o mesmo período do ano anterior. É o maior valor nominal para esse mesmo intervalo de tempo, desde 1996, quando o acompanhamento começou a ser realizado. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Limão (ABPel), Waldyr Promicia, avalia que o Brasil consegue fornecer limão o ano inteiro, facilitando a exportação Brazil is in a position to supply lemons all year round, greatly favoring exports ESPAÇOS bom desempenho se deve, principalmente, à atitude da indústria de suco de voltar a comprar limão, retirando do mercado as frutas de menor qualidade. Além disso, não faltou chuva. Mesmo assim, admite o dirigente, não estão ocorrendo investimentos em novas plantações. “No máximo estão sendo repostos os pomares erradicados, talvez com leve perda”, conclui. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012 foram produzidas 1.208.275 toneladas de limão, em área de 48.244 hectares. A boa situação no mercado interno favoreceu também a exportação. Se em 2012, mesmo com incremento nos embarques, a receita caiu, em relação a 2011, em 2013 houve recuperação. Os números da Secretaria de Comério Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, revelam que foram embarcadas 78,6 mil toneladas, com faturamento de US$ 73,9 milhões. O crescimento foi de 7,86% e de 23,45%, respectivamente, no paralelo com o ano anterior. As exportações continuam fortemente concentradas nos países da Europa, locais em que o limão brasileiro já é bastante conhecido para uso na culinária e na famosa caipirinha. Ponto positivo é que uma nova janela aos poucos parece estar sendo aberta. “Percebemos um aumento significativo na procura do tahiti brasileiro por importadores de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos”, aponta Waldyr Promicia, da ABPel. Mesmo com novas possibilidades de mercado, o Velho Continente tão cedo não deve deixar de ser o principal destino da fruta brasileira. “O que mais agrada o importador europeu é nossa consistência no fornecimento”, destaca. Promicia lembra que o Brasil possui pomares comerciais de limão de São Paulo até a Bahia, em diferentes microclimas, ao contrário do México, o principal concorrente. “O tahiti é uma variedade híbrida e, quando plantado em condições favoráveis, ou com a ajuda da irrigação em períodos sem chuva, consegue-se produzir o ano todo”, justifica. Sílvio Ávila 59 Mouth-watering Brazilian Tahiti lemon producers performed well in 2013, with excellent prices and balance between offer and demand RUMO CERTO | Right track Exportações brasileiras de limões * AAnoValor (US$ Fob)Volume (kg) 2012 59.882.43972.810.401 2013 73.923.55378.602.709 * Incluindo limas. Fonte: Secex. 60 Inor Ag. Assmann A fter three crops in a row with practically zero growth, Brazilian Tahiti lemon growers have reasons enough to commemorate the performance of the 2013 growing season. Weather conditions were favorable, the industry absorbed the surpluses and foreign sales soared considerably. With a perfect balance between supply and demand, the fruit fetched high prices during the season. A survey conducted by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), an organ of the University of São Paulo (USP), shows that from January through November 2013 average prices per 27-kg box of lemons reached R$ 19.12, up 63% from the same period in the previous year. It is the biggest nominal value for this timeframe, since 1996, when the survey was first conducted. The president of the Brazilian Association of Lemon Producers and Exporters (ABPel), Waldyr Promicia, has it that the credit for the good performance goes, particularly, to the decision of the industry to start buying lemons again, withdrawing poor quality fruits from the market. Furthermore, there was no shortage of rain. Even so, the official admits, investments in new plantations have come to a standstill. “At most, the eradicated orchards are being replaced, maybe at a slight loss”, he concludes. According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in 2012 lemon production amounted to 1,208,275 tons, on a planted area of 48,244 hectares. The favorable scenario in the domestic market had also a positive influence upon exports. If in 2012, in spite of a rise in 61 MARKETS shipments, revenue was down from 2011, in 2013, recovery occurred. The numbers of the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, reveal that shipments amounted to 78.6 thousand tons, with revenue of US$ 73.9 million. There was an increase of 7.86% and of 23.45%, respectively, compared to the previous year. Exports continue strongly concentrated on the European countries, places where the Brazilian lemon has become quite popular for culinary purposes, not the mention the well known caipirinha. The positive side of all this is a new window that seems to be opening. “We have witnessed impressive increases in the demand for Brazilian Tahiti lemons by such countries as Dubai, the United Arab Emirates”, says Waldyr Promicia, of ABPel. Even with new market chances, the Old Continent will continue, for years to come, as major destination for the Brazilian fruit. “What really makes a difference for the European buyers is our regular supply system”, he mentions. Promicia recalls that Brazil is home to huge lemon orchards from São Paulo to Bahia, in different microclimates, contrary to Mexico, our main competitor “The Tahiti is a hybrid variety and, when grown in favorable conditions, with the help of irrigation in dry seasons, it bears fruit all year long”, he says. principais frutas Main Fruit Maçã Apple Em estado de graça Safra 2012/13 de maçã no Brasil registrou diminuição de 11% na quantidade colhida e cotações foram recordes na venda das frutas maiores A queda de 11% na colheita da safra 2012/13 de maçãs acabou tendo efeito positivo para os produtores brasileiros, principalmente para aqueles que tiveram o êxito de obter frutas maiores. Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), em outubro de 2013 a caixa de 18 quilos da variedade Gala graúda, categoria 1, foi comer- 62 cializada, em média, a R$ 72,40 no mercado atacadista de São Paulo. Este foi o maior valor nominal desde 2007, quando teve início o acompanhamento das cotações. O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque, afirma que em 2013 a remuneração dos produtores pode ser considerada satisfatória, mesmo com o aumento dos custos. A entidade calcula que foram colhidas na safra 2012/13 em torno de 1,046 milhão de toneladas. A diminuição no total obtido se deve à maior quantidade de frutos menores, ocasionada pela seca na região Sul em novembro e dezembro de 2012, período de desenvolvimento dos pomares. Para a safra 2013/14, cuja colheita teve início em janeiro de 2014, a estimativa é de que ela chegue a 1,1 milhão de toneladas. Moisés Albuquerque explica que a variedade Gala apresenta frutos maiores do que no período anterior, porém em menor Uma boa surpresa ficou por conta do excelente desempenho da exportação Another surprise came from the excellent performance in exports MERCADO EXTERNO quantidade nas árvores, levando a resultado similar ao do ciclo 2012/13. Para as maçãs do tipo Fuji está prevista recuperação da produção, principalmente nas regiões mais frias, mesmo com falhas em pomares de outros locais. Outro fator a ser considerado é que ocorreu redução de áreas com macieiras adultas e em picos produtivos. Na avaliação do diretor-executivo da ABPM, a qualidade é a grande conquista a ser comemorada na safra 2013/14. “Há notável recuperação do tamanho médio dos frutos em relação ao período anterior”, confirma. Albuquerque salienta ainda que a sanidade e a coloração das maçãs são das melhores já apresentadas, além de praticamente não ter havido registro significativo de queda de granizo nas regiões produtoras. O Instituto Brasileiro da Geografia e Estatística (IBGE), que calcula a produção total e não apenas os pomares comerciais, estima que em 2013 o País colheu 1,226 milhão de toneladas de maçã, com queda de 8,45% sobre o ano anterior, que fechou em 1,339 milhão de toneladas. A área teve queda de 0,69%, recuando de 38.689 hectares em 2012 para 38.420 hectares. A projeção da estatal para 2014, divulgada em janeiro, é de aumento de 5,64% sobre o período anterior, chegando a 1,295 milhão de toneladas. No cenário internacional, o ano de 2013 foi de recuperação para a maçã brasileira. Os embarques cresceram 29,62% em valor e 18,24% em volume, no comparativo com 2012. Foram exportadas 85.429 toneladas, registrando faturamento de US$ 62,9 milhões, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os números alcançados com as vendas externas foram uma surpresa para o setor. “Devido à quebra da safra 2012/13, e diante do fato de o calibre médio do fruto colhido ter sido menor, não esperávamos esse desempenho, mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar”, enfatiza o diretor-executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque. O consumo doméstico absorve mais de 80% da produção brasileira de maçã. As exportações, explica o dirigente da entidade, servem como um caminho para que o produtor possa escapar do excesso de oferta no mercado interno no período da safra. Os países europeus são os principais destinos da fruta brasileira, apesar do interesse de importadores da Ásia, do Oriente Médio, da África e da América Central. A quebra de produção e o volume maior exportado em 2013 resultaram também em maior quantidade de maçã importada. Os números da Secex registram a entrada no País de 93.964 toneladas da fruta, com custo total de US$ 95,427 milhões. O aumento sobre 2012 foi de 62,23% e de 56,81%, respectivamente. Inor Ag. Assmann 63 Inor Ag. Assmann State of grace Brazilian 2012/13 apple crop was down 11% in quantity but record prices were fetched for bigger fruits T he 11-percent smaller than expected apple crop in the 2012/13 crop year ended up as a positive factor for the Brazilian farmers, especially for those who managed to produce bigger fruits. According to the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), of the University of São Paulo (USP), in October 2013, an 18-kg box of the Big Gala variety, category 1, sold for an average of R$ 72.40 in the wholesale market in São Paulo. It was the highest nominal value since 2007, when price surveys began. The chief executive director of the Brazilian Association of Apple Producers (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque, maintains that in 2013 farm gate prices were quite satisfactory, although production costs went up, too. According to estimates by the entity, in the 2012/13 growing season, about 1.046 million tons were harvested. The reduction in the total volume is blamed on the bigger amount of smaller fruits, which, in turn, are blamed on the drought that hit the South in November and December 2012, a time when the orchards are in their growing stage. The size of the 2013/14 crop, whose harvest started in January 2014, is estimated at 1.1 million tons. Moisés Albuquerque explains that the Gala variety is characterized by bigger fruits compared to the previous period, but with smaller amounts BELEZA PURA | Genuinly pure Produção brasileira (toneladas) Estado 2014*2013* Rio Grande do Sul 712.131642.989 Santa Catarina 530.601530.601 Paraná 49.30049.300 São Paulo 3.6653.665 Brasil 1.295.6971.226.555 * Estimativa - Fonte: IBGE. 64 hanging from the trees, leading to a result much similar to the 2012/13 cycle. For Fuji apples, a recovery in production is anticipated, particularly in the cold regions, notwithstanding orchard failures in other locations. Another factor that has to be considered is the fact that there has been a reduction in areas devoted to highly productive adult apple trees. In the opinion of the executive director of ABPM, quality is the real conquest to be commemorated in the 2013/14 growing season. “The average size of the fruits has experienced a considerable recovery, compared to the previous period”, he confirms. Albuquerque stresses that the sanitary and color standards of the apples are the best on record, and there have been very few incidences of heavy hailstorms across the growing regions. The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), responsible for calculating the total production volumes and not only the production of commercial orchards, estimates the 2013 crop at 1.226 million tons, down 8.45% from the previous year, 65 FOREIGN MARKET when 1.339 million tons were harvested. The area devoted to apples dropped 0.69%, receding from 38,689 hectares in 2012 to 38,420 hectares. The projection of the state corporation for 2014, published in January, is for an increase of 5.64% over the previous period, totaling 1.295 million tons. VIA DE MÃO DUPLA | Double lane Exportações AnoValor (US$ Fob)Volume (kg) 2012 48.559.50572.252.803 2013 62.941.93585.429.045 Importações AnoValor (US$ Fob)Volume (kg) 2012 60.853.79157.919.741 2013 95.427.27993.964.004 Fonte: Secex In the international scenario, 2013 was a year in which Brazil’s apple business made a comeback. Shipments soared 29.62% in value and 18.24% in volume, compared to 2012. Shipments abroad amounted to 85,429 tons, bringing in revenue of US$ 62.9 million, according to sources of the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex) a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade. The numbers achieved from foreign sales came as a surprise to the sector. “Due to a reduction in the 2012/13 crop and in view of the fact that the fruits had a smaller size, on average, we did not expect such a good performance, in spite of the higher value of the dollar against the real”, ABPM chief executive director Moisés Lopes de Albuquerque admitted. Domestic consumption absorbs upwards of 80% of the entire apple crop in Brazil. Shipments abroad, the official of the entity explains, are a way out for the farmers to get around excessive supplies in the domestic market during harvest time. The European countries are the main destinations for the apples, but Asian importers have also shown interest, and so have buyers in the Middle East, Africa and Central America. The smaller crop and the bigger volumes shipped abroad in 2013 were responsible for Brazil to increase its purchases of apples from other countries. Figures released by Secex refer to apple imports of 93,964 tons, at a total cost of US$ 95.427 million. The increase over 2012 amounted to 62.23% and 56.81%, respectively. principais frutas Main Fruit Mamão Papaya Para começar bem o dia Fruta que apetece a cada amanhecer ganha mais espaço na mesa dos brasileiros e passa a conquistar também novos mercados no exterior A cor diferenciada do mamão está cada vez mais presente sobre a mesa do brasileiro, e isso desde o momento do desjejum. Ao mesmo tempo, conquista novos espaços igualmente na dieta dos estrangeiros. É o que revelam os últimos dados sobre esta cultura típica do País, que se destaca especialmente nos estados da Bahia e do Espírito Santo. A sua produção, no entanto, enfrenta alguns 66 percalços, com redução em 2012 e 2013, enquanto a projeção é de estabilidade para 2014. Entre 2011 e 2012, de acordo com pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram produzidos 18,1% menos frutos de mamão no País, num total de 1,5 milhão de toneladas, que geraram receita de R$ 1,1 bilhão, em área 8,3% menor. O espaço cultivado em nível nacional, que ficou em 32,9 mil hectares, teria diminuído novamente em 2013, conforme levantamento da equipe HortifrutiBrasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), de São Paulo, junto às principais áreas produtoras. Nestas, a redução teria sido de 16,1%. Como causas, o analista Felipe Vitti de Oliveira encontrou altos custos de produção, particularmente na mão de obra; e volatilidade nas cotações, que, no entanto, reagiram em boa parte de 2013. No Sul da Bahia, que concentra a maior área produtora, houve perdas Produção sofre contratempos, mas está sempre direcionada à qualidade Production faces setbacks, but is always focused on quality O papel estratégico dos russos com a virose do mosaico, que também se apresenta em outras partes, mas está recebendo controle mais rigoroso. No Rio Grande do Norte, a verificação de recuo da área teria relação com menor atuação de empresas exportadoras. No Espírito Santo, maior exportador de mamão, em contrapartida, foi registrado aumento de 5,7% no plantio em relação a 2012. No final de 2013, porém, o Estado sofreu com intensas chuvas, que teriam afetado cerca de 1.300 dos mais de 7 mil hectares plantados. Com isso, segundo prevê a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), com sede no Estado, a tendência é de que a produção fique estabilizada em 2014 e que não haja novos plantios. Já pelo Cepea foi verificada possibilidade de ampliação no Norte de Minas Gerais. Mercado há, conforme estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que registrou crescimento na demanda interna pelo produto na ordem de 3,6% entre 2008 e 2013. Já externamente, as exportações voltaram a aumentar em 2013 (9,3% em volume e 15% em receita) e novos mercados são conquistados. O acréscimo na venda externa, constata a Brapex, ocorreu com a valorização do dólar e do euro, além da elevação da qualidade da fruta, em especial da variedade Formosa, cultivada no Nordeste, expectativa que se repete para 2014. A Rússia foi um mercado explorado recentemente pelos exportadores brasileiros de mamão, com a remessa de quantidades maiores, graças ao projeto Brazilian Fruit, desenvolvido pela Brapex, junto com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Campanha eletrônica, tendo o site www.brazilianpapaya.com como uma das ferramentas, difundiu o consumo do produto naquele país, e o mesmo está sendo encaminhado para Emirados Árabes. Além deste projeto, a Brapex, segundo informa Franco Fiorot, diretor executivo, está elaborando o Selo de Qualidade, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). É voltado ao monitoramento das boas práticas agrícolas, à agregação de valor e à maior competitividade nos mercados. Em dezembro de 2013, a entidade lançou ainda o Prêmio Produtor de Mamão 2014, para valorizar os esforços voltados à qualidade e à segurança do consumidor. Outra iniciativa de destaque e de sucesso é o Festival Nacional do Mamão (Brasil PapayaFest), que será realizado, em sua segunda edição, nos dias 2 a 5 de abril de 2014, no Parque de Exposições de Linhares (ES). Envolverá toda a cadeia produtiva do País, com representantes dos principais estados produtores, como Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Minas Gerais. Além disso, a realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil, em junho e julho de 2014, vai oportunizar ações de marketing da Brapex, do Ibraf e da ApexBrasil, fazendo ligação entre a qualidade do mamão nacional e a Seleção Brasileira, ambos referências mundiais. Sílvio Ávila 67 Sílvio Ávila Getting the day off to a good start Fruit that tastes better every morning has made its way to the Brazilian dining tables and is now conquering new international markets P apaya’s unique color has definitely found its way to the Brazilian dining tables, and it all starts at breakfast. In the meantime, it is also working its way into foreign diets. This is what is revealed by the latest data on this typical crop across the Country, especially in the States of Bahia 68 and Espírito Santo. Its production, nonetheless, is facing some setbacks, resulting in smaller planted areas in 2012 and 2013, while projections point to a stable crop in 2014. From 2011 to 2012, according to a survey conducted by Municipal Agricultural Production (PAM), a division of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the production of papaya in Brazil decreased by 18.1%, and the total volume remained at 1.5 million tons, which generated revenue of R$ 1.1 billion, with the planted area down 8.3% from the previous year. The area devoted to the fruit at national level, which amounted to 32.9 thousand hectares, is supposed to further decrease in 2013, according to a survey of the main producing areas conducted by the HortifrutiBrasil team, of the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), based in São Paulo. In these areas, the reduction is believed to have reached 16.1%. Causes mentioned by analyst Felipe Vitti de Oliveira include high production costs, particularly labor costs; price volatility, which, nonetheless, reacted favorably throughout 2013. In South Bahia, where the biggest papaya producing area is located, there were losses caused by mosaic viruses, which are also present in other regions, where they are kept under strict control. In Rio Grande do Norte, the smaller planted areas are believed to be related to the export companies, now operating sluggishly. On the other hand, in Espírito Santo, leading papaya exporter, the planted area was up 5.7% from 2012. In late 2013, nevertheless, the State was hit by heavy rains, which are believed to have adversely affected 1.3 thousand of the upwards 69 of 7 thousand hectares throughout the state. As a result, as anticipated by the Brazilian Association of Papaya Producers and Exporters (Brapex), based in the State, the trend is for the production volume to stabilize in 2014, with no more new plantings. In the meantime, Cepea sources refer to chances for planted area increases in North Minas Gerais. There is market for the fruit, according to a study released by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa), which registered an increase of 3.6% in domestic demand from 2008 to 2013. In the international scenario, exports went up again in 2013 (9.3% in volume and 15% in revenue), while new markets are being conquered. The soaring foreign sales, according to Brapex, result from the higher value of the Euro and Dollar, besides the better quality of the fruits, particularly the Formosa variety, grown in the Northeast, and the same expectation holds true for 2014. BOM APETITE | Enjoy Presença do mamão brasileiro no País e Mundo Anos Área (ha)Produção (t) 2011 35.8811.854.343 2012 32.9011.517.696 Fonte: PAM/IBGE AnosExportação US$Toneladas 2012 36.358.92226.131 2013 41.803.05728.561 Fonte: Secex/Ibraf. Russia’s strategic role The Russian market has recently been explored more intensively by the Brazilian papaya exporters, with the shipment of bigger quantities, thanks to the Brazilian Fruit project, developed by Brapex, jointly with the Brazilian Fruit Institute (Ibraf) and with the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil). Electronic campaign, where the main tool is site www.brazilianpapaya.com, has also given publicity to the fruit in that country, while the Arab Emirates have also become the target of the campaign. Besides this project, executive director Franco Fiorot says that Brapex is now considering the introduction of a Quality Label, in a partnership with the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae). It is geared towards monitoring best agricultural practices, value adding processes and competitiveness. In December 2013, the entity also launched the 2014 Premium Papaya Producer award, intended to highlight all efforts focused on quality and consumer safety. Another successful and worthy of praise initiative is the Brazil Papaya Fest, whose second edition has been scheduled for 2 – 5 April 2014, at the Linhares Exhibition Park (ES). It will involve the entire supply chain in the Country, attracting representatives from all major papaya producing states, including Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará and Minas Gerais. Furthermore, the FIFA World Cup in Brazil in June and July 2014, will provide Brapex, Ibraf and Apex-Brasil with marketing opportunities, in connection with the high quality of the Brazilian Team and our national papaya, both global references. principais frutas Main Fruit Manga Mango Assim dá gosto Com o câmbio favorável, exportadores alcançam valor recorde no mercado externo em 2014 e safra enxuta proporciona bons preços internos A manga está entre as principais frutas de exportação do Brasil, com grande participação também no mercado interno. Em 2013, esta cadeia produtiva comemorou o recorde de receita nos negócios com o exterior: US$ 147,5 milhões, com alta de 7,3% sobre os US$ 137,5 milhões obtidos em 2012. Em volume, o resultado ficou aquém do esperado, quebrando a trajetória crescente iniciada em 2009. Foram embarcadas 122 mil toneladas de frutas em 70 2013, contra 127 mil toneladas no ano anterior. Mesmo batendo recorde em receita, a manga deixou de ser a principal fruta brasileira remetida ao exterior, condição agora ocupada pelo melão. O pesquisador João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), explica que o menor volume de vendas reflete a restrição de oferta decorrente da queda da produção, relacionada a fatores climáticos, no Submédio São Francisco, especialmente no primeiro semestre de 2013. Já em Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, a baixa disponibilidade de água para irrigar afetou a produtividade e a qualidade dos frutos. Mas, no final das contas, o fruticultor do Vale do São Francisco está satisfeito com o desempenho da mangicultura em 2013, pois obteve bom lucro. A União Europeia é o principal destino da manga brasileira, com 74% do que foi exportado no ano. Os Estados Unidos representam 23%; no entanto, nesse mercado há forte concorrência de Peru e Equador – este dobrou as remessas da variedade Tommy aos EUA. Os 3% Inor Ag. Assmann 71 Venda diminuiu em volume, quebrando tendência que vinha desde 2009 Sales are down in volume, for the first time since 2009 restantes têm diferentes destinos. As vendas ao exterior concentram-se numa janela de comercialização entre agosto e o início de dezembro. Como o período coincidiu com a apreciação do dólar, isso ajudou na elevação dos preços ao fruticultor nacional. Para 2014, a oferta brasileira deve ser maior, pois a expectativa é de clima favorável nas regiões produtoras, o que representa maior colheita e melhores frutos, além do dólar valorizado. Tudo dependerá, também, da atração do produto gerado pelos concorrentes latino-americanos. Enquanto isso, seguem os investimentos nos polos produtores, especialmente em mangas do tipo Palmer, que vêm obtendo melhores cotações. Estas tendem a tomar o espaço da Tommy e predominam nas expansões de pomares. A Palmer é mais apreciada pelos consumidores internacionais. DOMÉSTICO Além da oferta restrita e da menor qualidade de alguns frutos para a exportação, a demanda interna ajudou a ampliar as margens dos fruticultores. No Norte de Minas Gerais, segundo a analista Marina Gagliardo Pires, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mantido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), houve valorização dos frutos direcionados ao mercado doméstico, principalmente pela menor oferta do Nordeste. Em São Paulo, baixas temperaturas e ventos fortes no inverno afetaram a primeira florada, reduzindo a oferta. Em algumas áreas, houve redução no espaço de cultivo. E isso refletiu-se em alta nos preços da fruta. A demanda das indústrias de processamento deve aumentar, segundo a analista, pois os estoques da polpa estão baixos. O crescimento da renda nacional, somado ao apelo por alimentos saudáveis e a campanhas de incentivo ao consumo de frutas, segue aquecendo o mercado interno. Com preços próximos dos internacionais, em função da menor oferta, o consumo doméstico gerou boa remuneração. “O que o produtor não pode fazer é se acomodar, trocando o mercado externo pelo interno. É preciso seguir exportando e ampliando mercados para gerar renda e empregos e fazer a máquina girar”, afirma João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa. Conforme ele, este seria o cenário ideal. A hora da retomada A fruticultura, no Brasil, diante das dimensões continentais e das peculiaridades regionais do País, nem sempre permite a produção de estatísticas atualizadas. Desta forma, os números oficiais disponíveis sobre a produção de mangas no País ainda remontam ao ano-base 2012. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil explorou 73.690 hectares em 2012, e colheu 1.175.735 toneladas. Houve queda de 5,91% no volume, referente a 2011, quando foram colhidas 1.249.521 toneladas. O valor de produção em 2012 ficou em R$ 660,2 milhões. Os números permaneceram praticamente estáveis em 2013, conforme estimativas, em virtude do aumento de área no polo do Submédio São Francisco, e da retração em outras regiões, como o Estado de São Paulo e a região de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia. Estes dois estados, juntamente com Pernambuco e Minas Gerais, são os grandes produtores nacionais. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), que analisa só os grandes polos de produção comercial, indica avanço de 7,5% em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), onde a área passou de 23 mil para 25 mil hectares. Já em Jaíba e Janaúba (MG), a espécie registrou incremento de 2%, saltando de 5 mil para 5,1 mil hectares. O polo de Monte Alto e Taquaritinga (SP) também teve evolução de 2,7%, de 7.191 hectares para 7.382 hectares. Em contrapartida, houve quedas de 9,6% em Livramento de Nossa Senhora (BA), que recuou de 13 mil hectares para 11.750 ha; e de 45,2% na região de Andradina (SP), que reduziu de 1.196 hectares para 655 hectares. Com a expectativa de clima mais favorável no Nordeste em 2014, a área cultivada deve se recuperar parcialmente nessa região. Sílvio Ávila It is enticing With a favorable exchange rate, exporters are fetching record values in the foreign market in 2014 and normal crop translates into good domestic prices T he mango is one of the most exported fruits in Brazil, and equally has with a big share in the domestic market. In 2013, this supply chain commemorated record revenues derived from businesses abroad: US$ 147.5 million, up 7,3% from the US$ 137.5 million in 2012. In volume, the result remained below expectation, breaking the uptrend that started in 2009. Mango shipments in 2013 amounted to 122 thousand tons, against 127 thousand tons in the previous year. Although hitting a record in revenue, the mango is no longer the main Brazilian fruit shipped abroad, a position now occupied by the melon. Researcher João Ricardo Ferreira de Lima, of Embrapa Semiarid, based in Petrolina (PE), explains that the smaller volume of shipments reflects the retraction in supply by virtue of a decline in production, stemming from climate in- VENTOS A FAVOR | Tail wind Mercado externo da manga brasileira Produção, valor da produção e preço, no período de 2005 a 2012 AnoUS$ FOBToneladas (mil)Preço (US$) 2009 97388.16110.200,88 2010 119929.76124.690,96 2011 140910.32126.431,11 2012 137588.92127.011,08 2013 147481,60122.001,21 Fonte: Aliceweb/MDIC, 2013. Elaboração: João Ricardo Ferreira de Lima/Embrapa Semiárido. 72 duced problems, in the Sub-Middle São Francisco, especially in the first quarter of 2013. On the other hand, in Livramento de Nossa Senhora, in Bahia, the shortages of water for irrigation affected both fruit quality and quantity. By and large, the fruit growing farmers in Vale do São Francisco are satisfied with the performance of their mango trees in 2013. The European Union is the main destination of Brazilian mangoes, with 74% of what was exported over the year. The United States represents 23%. Nonetheless, in this market Brazil faces tight competition from Peru and Ecuador, with the latter now shipping twice as many mangoes of the Tommy variety to that country. The remaining 3% have other destinations. Sales abroad are concentrated in a commercial window that extends from August through early December. As this pe- 73 DOMESTIC riod coincided with the rising value of the dollar, this resulted into better prices for the national producers. For 2014, mango supplies from Brazil are poised to rise slightly, since all perspectives point to favorable weather conditions throughout the mango growing regions, translating into bigger harvests and better fruits, not to mention the highly valued dollar. Everything, or course, will depend on the attraction of the mangoes produced by our Latin-American competitors. In the meantime, investments continue in full swing in the mango producing belts, especially Palmer type mangoes, now fetching the best prices. Palmer mangoes are also likely to strongly compete with the Tommy variety, and are predominating in all orchard expansions. The Palmer variety is a favorite with international consumers. Besides the problem of tight supply and deficient quality of some fruits destined for exports, domestic demand was responsible for the higher profit margins derived by the growers. In North Minas Gerais, according to analyst Marina Gagliardo Pires, of the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), a division of the Luiz de Queiroz College of Agriculture (Esalq), of the University of São Paulo (USP), the fruits destined for the domestic market fetched higher prices, mainly as a result of tighter supply in the Northeast. In São Paulo, low temperatures and strong winds in the winter adversely affected the trees in blossom, reducing final offers. In some regions, rhe area devoted to mangoes shrank. This had reflections on higher prices for the fruits. Demand by processing industries is poised to rise, according to the analyst, once pulp stocks are very low. The soaring purchase power in the Country, along with the trend for healthy foods and campaigns encouraging the consumption of fruits, continue stimulating the domestic market. With prices almost on a par with international quotes, by virtue of tight supplies, domestic consumption generated good remuneration. “Farmers should not settle down and should not consider opting for the domestic market only. There is need for giving continuity to shipments abroad and, at the same time, find the way into new markets, in order to generate jobs and income, and keep the ball rolling”, said João Ricardo Ferreira de Lima, of Embrapa. In his view, this would be the ideal scenario. principais frutas Main Fruit Melão Melon Berço esplêndido Produtores brasileiros de melão vêm recuperando de maneira gradual o mercado para a fruta, que havia sido prejudicado com a crise na Europa O melão é a fruta mais exportada pelo Brasil. Desde 2008, no entanto, o setor vem perdendo mercado em função da crise econômica registrada nos países europeus, principais clientes desse produto. Naquela época, as exportações da espécie já ultrapassavam a 200 mil toneladas, quantidade que ainda não voltou a ser atingida. Mesmo assim, os produtores têm conseguido, aos poucos, recuperar o espaço perdido. Em 2013, de acordo com o relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comério Exterior, houve incremento de 5,31% nos embarques em relação ao ano anterior, 74 totalizando 191,4 mil toneladas. No faturamento, a evolução no período foi de 10,04%, fechando em US$ 147,5 milhões. O empresário Luiz Roberto Barcelos, que preside o Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex), explica que as exportações do melão brasileiro foram beneficiadas pela valorização do dólar, e também do euro, diante do real. Ele enfatiza que a situação externa acabou ajudando igualmente o mercado doméstico, que registrou em 2013 aumento médio de preços da ordem de 10%. Mas nem tudo são alegrias para o setor do melão. Barcelos, que é diretor institucional da Agrícola Famosa, considerada a maior produtora brasileira da fruta, destaca que houve elevação de 20% no valor do frete marítimo em 2013. A navegação é o modal mais utilizado para os embarques. Outra dificuldade para os exportadores brasileiros reside na determinação da União Europeia de aumentar as tarifas de importação de vários itens com saída do Brasil, entre eles as principais frutas. No caso do melão, a taxa, que estava prevista para começar a Custo dos fretes marítimos e taxas em alguns países preocupam o setor Ocean cargo rates and import tariffs imposed by some countries are cause for concern vigorar em janeiro de 2014, passaria a 8,8%. Já para as vendas ao mercado dos Estados Unidos as dificuldades são outras. “Não temos competitividade”, destaca o presidente do Coex, lembrando que a sobretaxa cobrada dos exportadores chega a 28%. Conforme Luiz Roberto Barcelos, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) vem trabalhando junto ao Congresso americano para alterar essa cobrança. “Enviamos melão para lá no inverno, quando eles estão na entressafra”, argumenta. PRODUÇÃO O Rio Grande do Norte é o maior produtor nacional de melão, com 45% das 575.386 toneladas colhidas em 2013. Na sequência aparecem Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Piauí. Por isso, problemas que afetam a safra no Nordeste brasileiro refletem-se nos negócios do setor como um todo. Luiz Roberto Barcelos, do Coex, classifica 2013 com um ano complicado. “Com a chuva bem abaixo da média, os poços artesianos tiveram sua capacidade reduzida e a água passou a apresentar maior concentração de sais”, explica. As condições climáticas afetam diretamente a produtividade e aumentam a quantidade de pragas. Caso o período seco se repita no inverno de 2014, o dirigente não descarta a possibilidade de haver redução de área cultivada com melão. MOSSORÓ É GRIFE Dentro do Rio Grande do Norte, a maior concentração de plantios de melão está na região de Mossoró, próximo à divisa com o Ceará. Em setembro de 2013, 14 municípios do perímetro ganharam o direito de utilizar um selo de indicação de procedência, concedido pelo Instituto Nacional da Produção Industrial (INPI) a locais conhecidos por algum produto ali obtido. O projeto para conquista do selo foi realizado pelo Coex, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Barcelos acredita que a indicação vai levar à agregação de valor ao melão produzido em Mossoró e nos demais 13 municípios ao redor, beneficiando também o mercado interno. A região é altamente tecnificada, gerando 24 mil empregos diretos com a fruticultura irrigada. São mais de 10 mil hectares cultivados, com cerca de 230 mil toneladas produzidas anualmente. Sílvio Ávila 75 Sílvio Ávila Splendid cradle Brazilian melon growers are gradually recovering the market for the fruit, which had been jeopardized by the economic crisis in Europe T he melon is the most exported fruit in Brazil. Since 2008, nonetheless, the sector has been losing market shares by virtue of the economic downturn in many European countries, major clients of this fruit. Back then, exports were in excess of 200 thousand tons, an amount that has not yet been matched. Even so, the growers have gradually managed to reclaim lost space. In 2013, according to a report by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, shipments were up 5.31% from the previous year, totaling 191.4 thousand tons. In revenue, the evolution over the period reached 10.04%, totaling US$ 147.5 million. Entrepreneur Luiz Roberto Barcelos, who presides over the Rio Grande do Norte State Executive Phytosanitary Committee (Coex), explains that Brazilian melon exports took advantage of the highly valued dollar and euro against the real. He maintains that the scenario abroad ended up benefiting the domestic market, where average prices soared 10% in 2013. It is not all roses for the melon sector in Brazil. Barcelos, institutional director at Agrícola Famosa, considered to be the biggest fruit producing company in Brazil, says that ocean cargo costs increased by 20% in 2013. Sea shipments are commonly used for fruit exports. Another hurdle faced by all Brazilian exporters stems from the decision of the European Union to increase the import tariffs on several items that come from Brazil. These items include fruit. In the case of the melon, the import tariff that was supposed to enter into force as of January 2014, was set at 8.8%. On the other hand, sales to the United States face other difficulties.”We lack competitiveness”, Coex president comments, recalling that the import tariff to be settled by the exporters reach76 es 28%. According to Luiz Roberto Barcelos, president of the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil), the Brazilian Melon sector has been insisting with the North America Congress to lower the tariff. “We ship melon to that country in winter, when it is off-season time there”, he argues. PRODUCTION Rio Grande do Norte is the leading national producer of melons, responsible for 45% of the 575,386 tons harvested in 2013. The following states come in the sequence: Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco and Piauí. As a result, problems that affect the crop in the Northeast have reflections on the sector as a whole. Luiz Roberto Barcelos, of Coex, refers to 2013 as a very complicated year. With precipitation below normal, most artesian wells had their capacity reduced and the water had higher salt concentration”, he explains. Weather conditions exert a direct influence upon productivity and trigger the appearance of pests. If the dry weather conditions return in the 2014 winter, the official spots chances for a reduction in the area devoted to melons. 77 sinal amarelo | Going yellow Produção brasileira de melão EstadosToneladas Rio Grande do Norte260.782 Ceará219.309 Bahia34.719 Rio Grande do Sul20.674 Pernambuco16.794 Piauí14.502 Brasil575.386 Fonte: IBGE. altos voos | High flights Exportações brasileiras de melão AnoUSS$ FobVolume (kg) 2013 147.579.929191.412.600 2012 134.114.090181.767.594 Fonte: Secex MOSSORÓ IS A FAMOUS BRAND NAME In Rio Grande do Norte, the biggest concentrations of melon fields are located in the region of Mossoró, close to the border with Ceará. In September 2013, 14 municipalities of the belt were awarded the right to utilize an origin label, granted by the National Institute for Industrial Production (INPI) to locations acknowledged for a product they produce. The project for conquering the label was conducted by Coex, jointly with the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae). Barcelos believes that the indication of origin will add value to all melons produced in Mossoró and in the 13 surrounding municipalities, equally benefiting the domestic market. The region is technologically advanced and generates 24 thousand direct jobs at irrigated agriculture operations. The area devoted to melons covers upwards of 10 thousand hectares, with a production of about 230 thousand tons a year. principais frutas Main Fruit Uva Um ano integral Robispierre Giuliani Grape Mesmo com recuo na produção, ano de 2013 apresentou saldo positivo para a vitivinicultura nacional, com o apoio de subsídio e do câmbio O setor de uva e derivados apresentou recuo de modo geral na sua produção em 2013. Mas ao final ainda pôde fazer um brinde pelos resultados comerciais alcançados, principalmente com um produto sem álcool: o suco de uva integral. Este teve incremento inclusive na fabricação, na ordem de 5,53%, enquanto 78 cresceu 41,43% na comercialização interna e, incluído o concentrado, avançou 70,32% na venda externa, em relação ao ano anterior, quando havia caído. A produção de uvas em geral, de acordo com dados apresentados pela pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), com base em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve redução de 3,3% entre 2012 e 2013. Especificamente, o comportamento foi registrado em Santa Catarina, Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo, com influência de fatores climáticos e fisiológicos, enquanto Minas Gerais, Paraná e Pernambuco apresentaram aumento. Também teria havido acréscimo de área plantada em Goiás e no Ceará; já Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Piauí, embora não registrados em estatísticas oficiais, estariam implantando a atividade. Do total colhido no País, que chegou a 1,41 milhão de tone- 79 Suco de uva integral foi a vedete nas vendas internas e para o exterior Whole grape juice was the highlight in sales at home and abroad ladas, 48,11% foi destinado ao processamento em 2013, pelas estimativas da pesquisadora da Embrapa, invertendo realidade verificada nos dois anos anteriores, quando este destino era maior do que o in natura. O Rio Grande do Sul, que produz em torno de 57% das uvas, responde por cerca de 90% dos vinhos, sucos e derivados fabricados. Com menor disponibilidade de matéria-prima, a indústria do Estado produziu cerca de 14,55% a menos em 2013, exceto nos casos do suco de uva integral e do vinho fino rosado, onde aumentou a produção. Já a comercialização interna de sucos e vinhos do Estado cresceu praticamente nos mesmos níveis do declínio da produção (14,49%). Para tanto, lembra Loiva, o setor se beneficiou do Prêmio de Equalização ao Produtor Rural (Pepro), uma espécie de subsídio do Ministério do Desenvolvimento Agrário para escoar a produção, levando-se em conta para tanto o vinho, o que auxiliou especialmente nos resultados do produto de mesa. O seu comércio, de 221,6 milhões de litros, aumentou 7,46% em 2013, e o considerado fino, com 27,9 milhões de litros, 24,22%. BORBULHANTE Os espumantes, por sua vez, continuaram a registrar trajetória crescente no mercado doméstico (nos finos, índice de 8,12% sobre o ano anterior, atingindo 12,2 mi- lhões de litros), e os sucos em geral apresentaram excelente desempenho. A venda do integral atingiu 76 milhões de litros (mais 41,3% em relação a 2012) e a de concentrado, 191,8 milhões de litros (aumento de 14,44%). Também no comércio externo o produto sem álcool saiu-se bem em 2013, com incremento de 70,32% sobre 2012, embora em volume ainda pequeno (4.212 toneladas) e menor do que 2011, enquanto no espumante foi vendido 25% a mais (total de 215 mil litros). Em termos de vinhos exportados, o volume chegou a 9,15 milhões de litros e representou acréscimo de 58,42% sobre 2012. Conforme a pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello, da Embrapa, o aumento deve-se em parte à política do governo federal no programa de escoamento da produção, especialmente quando exportado para a Rússia, e também ao programa de exportação Wine of Brazil. A taxa cambial, com a desvalorização do real, favoreceu a exportação do produto e diminuiu a importação, que ainda assim representou 73,04% do total comercializado no mercado brasileiro. Na exportação do setor vitivinícola sobressai a de uva de mesa, que, no entanto, vem decrescendo nos últimos anos. Em 2013, ficou em 43.181 toneladas, diminuição de 16,98% sobre o ano anterior, por enfrentar aumento da oferta mundial na janela de mercado onde o Brasil está inserido. O meio produtivo, onde se destaca a região do chamado Baixo Médio São Francisco (Pernambuco e Bahia), encontra dificuldades com altos custos e concorrência, que busca superar. Enquanto isso, ocorre um destino maior da produção para o mercado interno. METAS TRAÇADAS Para 2014, a produção de uvas esperada pelo IBGE é um pouco superior (1,51%) à de 2013. Na comercialização de derivados, a expectativa do setor é de manter crescimento, conforme afirmaram representantes no workshop Avaliação do Mercado de Vinhos, Sucos e Espumantes – Estratégias e Perspectivas para 2014, realizado em Bento Gonçalves (RS) dia 4 de fevereiro de 2014. Entre as ações previstas no Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) estão: aproximação cada vez maior com supermercadistas e restaurantes, eventos por perfil de vinícolas, ênfase à visibilidade em função da Copa do Mundo e a consolidação do espumante brasileiro como o melhor do Novo Mundo. Inor Ag. Assmann An integral year Although production was smaller, 2013 was the year that showed a positive balance of our national winegrowing business, with support coming from subsidies and the exchange rate T he sector of grapes and derivatives receded in general in its production in 2013. Fortunately, at the end of the year, there was still reason enough to raise a toast to the commercial results achieved, especially with a non-alcoholic beverage; whole grape juice. Its production soared 5.53%, while domestic sales increased by 41.43% and, including juice concentrates, foreign sales were up 70.32% from the previous year, when they had suffered a decline. Grape production in general, according to numbers presented by researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello, of Embrapa Grape em Wine, in Bento Gonçalves (RS), based on numbers released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), dropped by 3.3% from 2012 to 2013. Specifically, this behavior was witnessed in Santa Catarina, Bahia, Rio Grande do Sul and São Paulo, under the influence of climatic and physiological factors, whilst Minas Gerais, Paraná and Pernambuco 80 experienced increases. In Goiás and Ceará, the planted area is supposed to have increased, while the States of Mato Grosso do Sul, Espírito Santo and Piauí, although no official statistical numbers are available, are believed to be engaged in the establishment of vineyards. Of Brazil’s total harvest, which amounted to 1.41 million tons, 48.11% was destined for processing in 2013, according to estimates by the Embrapa researcher, reversing the reality ascertained in the two previous years, when this destination outstripped the fresh fruit business. Rio Grande do Sul, where about 57% of all grapes are produced, accounts for 90% of all wines, juices and byproducts made from grapes. Due to the smaller crop, production by the state industry was down 14.55% from 2013, with the exception of whole grape juice and fine rose wine, where production soared. In the meantime, domestic sales of juices and wines throughout the State increased proportionally to the decline in production, that is to say, 14.49%. Loiva understands that it happened because the sector took advantage of the Equalizing Premium Paid to Growers (Pepro), a kid of subsidy granted by the Ministry of Agrarian Development to give a destination to the vol- 81 devaluation of the Real against the Dollar, favored exports of the product and reduced purchases from abroad, which still represented 73.04% of total sales in the Brazilian market. In all exports of the winegrowing sector, table grapes predominate, but have been falling over the past year. In 2013, they totaled 43,181 tons, down 16.98% from the previous year, and the reason lies in bigger global supplies in the market window Brazil is inserted into. The production zones, where the highlight is the so-called Low Middle São Francisco (Pernambuco and Bahia) is confronted with high costs and competition, but efforts are in place to surmount these hurdles. In the meantime, the domestic market is beginning to absorb a bigger chunk of the entire production. PREVIOUSLY SET TARGETS For 2014, IBGE sources refer to a slightly bigger volume of wine (1.51%), compared to 2013. With regard to byproducts, the sector expects to continue on its rising trend, said representatives of the workshop, referred to as Assessment of the Market of Wines, Juices and Sparklings – Strategies and Perspectives for 2014, held in Bento Gonçalves (RS), on 4th February 2014. The initiatives set forth by the Brazilian Wine Institute (Ibravin) include the following: closer contacts with supermarkets and restaurants, winery-oriented events, emphasis on visibility, in light of the FIFA World Cup and the consolidation of the Brazilian sparkling wines as the best in the world. EM CACHOS E GARRAFAS | In bunches and bottles umes produced, taking into consideration the fact that wine had a big share in the results achieved by table products. Wine sales, which totaled 221.6 million liters, soared 7.46% in 2013, while fine wines, with a total of 27.9 million liters, went up 24.22%. SPARKLING Sparkling wines, in turn, continued on their uptrend in the domestic scenario (sales of fine wines were up 8.12% from the previous year, totaling 12.2 million liters) and juices, in general, had an excellent performance. Sales of whole juices amounted to 76 million liters (up 41.3% from 2012) and juice concentrates, 191.8 million liters (up 14.44%). With regard to foreign sales, the non-alcoholic beverage did well in 2013, with an increase of 70.32% over 2012, but the volume was still small (4,212 tons) and smaller than in 2011, while sparkling sales soared 25%, totaling 215 thousand liters. In terms of wine exports, the volume reached 9.15 million liters and represented an increase of 58.42 over 2012. Embrapa researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello has it that the credit goes to the federal government through its crop destination program, especially when exported to Russia, and also to the Wine of Brazil export program. The exchange rate, with the Produção de uvas no Brasil AnoToneladas 20121.461.056 20131.412.056 Destino da produção (t) – 2013 Processamento 679.793 Consumo in natura733.061 Comércio de vinhos e sucos do Rio Grande do Sul AnoLitros 2012465.807.731 2013533.307.372 Exportações/importações de uvas, sucos, vinhos e derivados AnoUS$ milBalanço 2012 135.943/412.157(276.214) 2013 139.097/403.838(264.741) Fontes: IBGE/Uvibra/Ibravin/MDIC com Loiva Maria Ribeiro de Mello – Embrapa Uva e Vinho. Divulgação Pesquisa Research Laranja de outra cor IAC desenvolve variedade de laranja de polpa vermelha, com grande apelo nutricional, para reforçar a citricultura paulista e brasileira L íder mundial na produção e na exportação de sucos de laranja, com oferta anual de 1,2 milhão de toneladas e receita de US$ 2,3 bilhões, o Brasil tem importante reforço para a citricultura através do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, vinculado à Secretaria de Agricultura 82 e Abastecimento do Estado de São Paulo. Trata-se do lançamento da variedade de laranja de polpa vermelha Sanguínea de Mombuca, rica em betacaroteno e licopeno, antioxidante poderoso na prevenção de doenças e no combate a radicais livres. O fruto tem de 275% a 675% a mais licopeno do que a 83 Variedade possui propriedades antioxidantes, atrativo para o consumidor Variety bears antioxidant properties, attractive to consumers ras pigmentadas, mas verificando demandas por laranjas com diferentes aptidões, ampliou o trabalho. Montou experimentos em todo o Estado e avaliou as características agronômicas, de qualidade de fruto e suco, e o conteúdo nutricional de laranjeiras com polpa colorida de distintas origens. O estudo mostrou vantagens nutricionais: maior teor de carotenoides totais, alguns não encontrados em variedades tradicionais (de polpa amarela). COLORADO As características especiais de coloração do fruto podem ajudar na solução de problemas de processamento de sucos. Dependendo do ano, a coloração do suco fica muito amarela e clara, principalmente nas variedades precoces e produzidas nas regiões mais quentes. Às vezes, é preciso realizar a mistura física (blend) de sucos para alcançar a coloração adequada e viabilizar a comercialização. Como a Sanguínea de Mombuca produz frutos com maturacão precoce e coloração mais intensa de suco, pode substituir algumas variedades hoje usadas na citricultura para atender a estas características, especificamente. A variedade está em fase de plantios semi-comerciais e comerciais. Se aprovada nos testes de processamento industrial, terá a área de cultivo ampliada. “Quando for produzida em grande escala, parte dos frutos acabará destinada ao mercado de frutos de mesa”, reconhece Rodrigo Latado. Além disso, a Sanguínea de Mombuca tem potencial para aproveitamento em nichos de mercado, como suco de laranja de polpa vermelha contendo naturalmente licopeno ou com maior concentração de carotenoides totais, ou mesmo frutos de mesa, com apelo nutricional e mais saudável. VERMELHOU laranja Pêra, com 0,1 mg do carotenóide por litro de suco. A nova laranja é doce, tem qualidade ao mercado consumidor e pode ser cultivada em qualquer região paulista. Desenvolvida pelo pesquisador Rodrigo Latado, do Centro de Citricultura “Sylvio Moreira” do IAC, o material genético que deu origem à variedade estava há mais de 40 anos no Banco Ativo de Germoplasma (BAG), na forma de plantas matrizes. “Ela tem origem em um mutante espontâneo selecionado por produtores no distrito de Mombuca, perto de Piracicaba (SP), o que inspirou o nome: Sanguínea porque a polpa é vermelha, e Mombuca porque foi encontrada lá”, destaca Latado. Em 2005, por curiosidade científica, passou a estudar laranjei- Há mais três variedades disponíveis no grupo das laranjas de polpa vermelha e sete variedades do grupo das laranjas sanguíneas (verdadeira). As sanguíneas são originadas, e já cultivadas, no sul da Itália, na Espanha e na Califórnia, nos Estados Unidos. Há diferenças entre os dois tipos, mas o mais importante é que laranjas de polpa vermelha produzem o pigmento licopeno, enquanto as sanguíneas (verdadeiras) produzem antocianina. Other orange G lobal leader in the production and exportation of orange juice, with annual supplies of 1.2 million tons and revenue of US$ 2.3 billion, Brazil got significant help from the Agronomic Institute (IAC), based in Campinas, a division of the São Paulo State Secretariat of Agriculture and Supply. The fact is, the Institute has just launched a variety of oranges with red pulp, known as Mombuca Blood Orange, rich in beta-carotene and lycopene, strong antioxidant believed to ward off diseases and fight free radicals. This fruit contains 275% to 675% more lycopene than common pear oranges, with 0.1 of carotenoids per liter of juice. The orange is sweet, and is a favorite with consumers and can be grown in any region in the State of São Paulo. Developed by researcher Rodrigo Latado, of the “Sylvio Moreira” Citriculture Center at IAC, the genetic material that gave rise to the variety had remained stored for 40 years in the Active Germ Plasm Database (BAG) in the form of parent plants. “It owes it origin to a spontaneous mutant selected by orange growers in the district of Mombuca, near Piracicaba (SP), which also gave origin to the name: Blood Orange, because the pulp is red, and Mombuca, because it was discovered 84 COLORED Special traits in the color of the fruit could be a good help in solving problems related to juice processing. Depending on the year, the color of the fruit gets very yellow and clear, especially in early varieties produced in very warm Divulgação IAC develops nutritionally appealing orange variety with red pulp, adding strength to citrus farming in São Paulo and Brazil there”, Latado explains. In 2005, driven by scientific curiosity, he started doing research on pigmented oranges, but aware of demands for different aptitudes, he expanded his work. He started trials all over the State and evaluated the agronomic characteristics, fruit and juice quality, and the nutritional content of orange trees with colored pulp fruits and of different origins. The study attested to nutritional values: higher content of total carotenoids, some of them not found in traditional varieties (yellow pulp). 85 regions. Sometimes a physical mixture (blend) of juices is necessary to achieve the appropriate color and make sales viable. As the Mombuca Blood Orange produces early maturing fruits and more intense juice color, it could replace some varieties now used in citriculture to comply with these specific traits. The variety is now in the semi-commercial and commercial planting stage. If approved by the industrial processing units, its cultivated area will be expanded. “Should it be grown on a large scale, a portion of its fruits will end up in the table oranges market”, Rodrigo Latado acknowledges. Furthermore, the Mombuca Blood has the potential to fill the demands of market niches, as orange juice made from red pulp containing natural lycopene and higher concentration of total carotenoids, or even table fruits, with nutritional appeal and healthier. GOING RED There are three more varieties of red pulp oranges available and seven varieties of the blood orange group (real). Blood oranges are native to, and cultivated in South Italy, Spain, California, in the United States. There are differences between the two types, but what really counts is the fact that red pulp oranges produce the lycopene pigment, whilst blood oranges (real) produce antocyanines. Inor Ag. Assmann Já vai tarde Brasil encaminha a erradicação da Cydia pomonella, praga que é ameaça potencial à sanidade dos pomares de maçãs e de pêras O Brasil deve anunciar ainda no primeiro trimestre de 2014 que está livre da mais importante praga que ataca os pomares de maçã e de pera no mundo: a Cydia pomonella, uma mariposa que, na fase de lagarta, se alimenta da polpa dos frutos. Na temporada 2013/14, nenhum exemplar foi encontrado pelo sistema de monitoramen- 86 to, como já ocorrera no ciclo 2012/13. O pesquisador Adalécio Kovaleski, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), coordenador-técnico do Programa Nacional de Erradicação da Cydia pomonella, explica que se tornam necessários dois anos de registro zero para que o novo status possa ser declarado. A queda populacional do inseto foi gradual: na safra 2010/11 foram capturados sete indivíduos; na temporada 2011/12, só um. O cenário difere bastante do que ocorria há pouco mais de uma década: no período 1997/98, por exemplo, haviam sido capturados cerca de 22,5 mil insetos. A extinção da praga no Brasil é resultado de ação preventiva, pois ela não chegou aos pomares comerciais. No entanto, havia sido identificada no início da década de 1990 em zonas urbanas das serras gaúcha e catarinense, grandes polos produtores. A origem provável é a importação de maçãs argentinas, já conta- 87 minadas com o inseto. Uma vez no País, com frutos depositados em supermercados e armazéns, as mariposas proliferaram e encontraram ambiente adequado ao desenvolvimento em pomares domésticos da região, onde é comum o cultivo de macieiras, pereiras, pessegueiros, ameixeiras e outras frutíferas. A Embrapa Uva e Vinho, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul (Seapa), da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (AGPM) e de prefeituras, desenvolveu o método de monitoramento e de erradicação da praga. Inicialmente, isso foi feito com inseticidas e armadilhas; depois, pela eliminação de plantas hospedeiras e ainda com visitas aos pomares urbanos propondo corte em troca de mudas de plantas não hospedeiras. Ao mesmo tempo, foram estabelecidas novas e rígidas regras sanitárias para a importação de maçãs e de peras pelo Brasil. Vacaria, no Rio Grande do Sul, foi o primeiro local onde se identificou a presença da Cydia Pomonella. Na sequência, foi encontrada em Bom Jesus e Caxias do Sul (RS), e ainda em Lages (SC). “A cadeia produtiva sabia que a presença da praga nos pomares comerciais seria danosa, agregaria custos e acarretaria perda de qualidade”, comenta Kovaleski. “Por isso, apoiou o programa de erradicação”. ECONOMIA Com a meta alcançada, o setor não só garante a integridade dos frutos em relação a esse inseto. O esforço resulta em economia nos custos de aplicação de inseticidas e de imagem e cuidados para mercados que têm regras rígidas no que tange ao uso de agroquímicos em produtos alimentares. Baseado no custo médio do controle em outros países, que fica em cerca de US$ 400,00 por hectare, o pesquisador Adalécio Kovaleski, da Embrapa Uva e Vinho, estima que, com a praga erradicada, o Brasil está livre de um desembolso que poderia chegar a R$ 40 milhões por ano, considerando-se a média de câmbio de R$ 2,40 por dólar. São 40 mil hectares de maçãs cultivadas no Sul do País. “Além disso, existe a vantagem do não uso de inseticidas mais fortes que os habituais na cultura. Com isso, deixa-se de gerar impacto ambiental com essas aplicações”, destaca. Já o monitoramento da praga será mantido por prazo indeterminado. Inor Ag. Assmann Long gone Brazil starts eradicating a disease known as Cydia pomonella, pest that poses a potential threat to the sanitary status of the Country’s apple and pear orchards B efore the end of the first quarter in 2014, Brazil is set to announce the eradication of the most dreaded pest that infests apple and pear orchards around the globe: Cydia pomonella, a moth that feeds on the pulp of the fruit during its worm stage. In the 2013/14 growing season, no sign of the pest was detected by the monitoring system, contrary to what had happened in the 2012/13 cycle. Researcher Adalécio Kovaleski, of Embrapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS), technical coordinator of the National Program for the Eradication of Cydia pomonella, explains that two years of zero occurrences are necessary for declaring the new status. The population of the insect began to shrink gradually; in the 2010/11 cycle seven individuals were captured; in the 2011/12 cycle, only one. The scenario differs a lot from what used to occur more than a decade ago: during the 1997/98 cycle, for example, some 22.5 thousand insects were captured. The extinction of the pest in Brazil is the result of preventive action, since it has not reached the commercial orchards. Nonetheless, it had been identified in the 1990s in urban zones across the sierra regions in Rio Grande do Sul and Santa Catarina, relevant papaya producing belts. Imports of contaminated apples from Argentina are believed to be the origin of the pest. Once in the Country, with apples on supermarket shelves and warehouses, the moths began to proliferate and found environments favorable to their propagation in the region’s domestic orchards, where apples, pears, plums and other fruits are grown. Embrapa Grape and Wine, relying on support from the following organs: Ministry of Agriculture, Livestock and Food 88 Supply (Mapa), Brazilian Association of Apple Growers (ABPM), Santa Catarina State Integrated Agricultural Development Corporation (Cidasc), Rio Grande do Sul State Secretariat of Agriculture, Livestock and Agribusiness (Seapa), Rio Grande do Sul Association of Apple Growers (AGPM) and municipal administrations, developed a method for monitoring and eradicating the pest. Initially, insecticides and traps were used; what followed was the elimination of host plants. Urban orchards were visited and the owners were advised to cut down infected trees in exchange for seedlings of non-host plants. In the meantime, new and strict sanitary rules were set forth for imports of pears and apples by Brazil. Vacaria, in Rio Grande 89 do Sul, was the first location where the presence of Cydia Pomonella was detected. In the sequence, the pest was found in Bom Jesus and Caxias do Sul (RS), and equally in Lages (SC). “The supply chain had no doubt about the damages caused by the pest to commercial orchards, besides pushing up production costs and affecting quality”, Kovaleski comments. “This is why he lent support to the eradication program”. ECONOMY Having achieved the target, the sector does not only ensure the integrity of the fruits against the insect. The effort results into savings in that it avoids costs from insecticide applications, it preserves the image of the fruits and complies with strict market rules regarding the use of pesticides on food items. Based on average control costs in other countries, about US$ 400 per hectare, researcher Adalécio Kovaleski, of Embrapa Grape and Wine, has it that, once the pest has been eradicated, Brazil could save up to R$ 40 million a year, considering an average exchange rate of R$ 2.40 to the dollar. In all, there are 40 thousand hectares devoted to apples across the Country. “Furthermore, there is also the benefit of abstaining from the application of the so-called strong insecticides, and no environmental impacts are generated, seeing that applications are not needed”, he stresses. As for pest monitoring, it will continue for undetermined time. Sílvio Ávila Todo cuidado é pouco Pesquisa busca métodos de prevenção e de controle das doenças do lenho da videira para evitar ocorrência de nova “filoxera” nos parreirais A área de pesquisa e de desenvolvimento em vitivinicultura da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), na região da Serra Gaúcha, vem sendo desafiada a buscar soluções para prevenir e controlar um conjunto de doenças do lenho da videira. São consideradas por pesquisadores mundiais como comparáveis à filoxera, que dizimou os parreirais da Europa no século XIX. 90 As doenças do lenho da videira são moléstias conhecidas como a podridão-descendente, o “pé-preto” e o “chocolate”, entre outras. O uso de mudas contaminadas durante a recente expansão e a renovação da vitivinicultura mundial causaram a disseminação. Há grande demanda por mudas, o que faz com que algumas delas não sejam produzidas com os cuidados necessários, em viveiros fiscalizados, em diversos países, de modo que plantas não sadias foram difundidas internacionalmente. O pesquisador Lucas Garrido, chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, revela que as doenças do lenho matam as plantas. Na Serra Gaúcha, o problema surgiu nos anos 2000 por mudas contaminadas procedentes de viveiros sem fiscalização, de produções próprias ou negociadas entre vizinhos. Garrido explica que a podridão descendente pode ser ge- 91 CONTROLE rada por diversos fungos e ataca mais a parte aérea da planta, apodrecendo a região interna de todo o lenho da videira em direção ao solo. Esta moléstia ocorre a partir da poda, cujos ferimentos são utilizados pelo fungo, que está no ambiente, para penetrar na planta. Então, ele coloniza os vasos condutores da seiva, e em dois a três anos o produtor nota o problema. Os galhos secam e não produzem mais. Outros fungos ocasionam a morte do lenho, como “pé-preto” e “chocolate”, também conhecido como Doença-de-Petri. Estas são causadas por fungos de solo, que penetram por ferimentos nas raízes ou – o que é comum – pela estaca da videira quando é feito o enraizamento colocando-a diretamente no solo ou no viveiro. “Se houver contaminação no solo, na base da estaca começa a colonização e isso compromete as mudas”, diz Garrido. Nestes casos, às vezes as plantas não duram nem um ano. “Com podridão descendente, a videira apresenta desenvolvimento lento, poucas brotações, a muda demora a chegar até o arame, e dentro de dois a três anos entra em declínio e morre”, explica Garrido. O controle é prejudicado porque as doenças do lenho são pouco conhecidas junto aos viticultores. Para controlar e evitar a ocorrência destas moléstias, há um conjunto de recomendações. No caso da podridão descendente, são indicados tratos culturais, como a proteção dos ferimentos da poda com tratamento de pasta antifúngica. O arranquio, a retirada e a queima de plantas doentes e de restos culturais dos pomares é recomendado, para evitar que sejam gerados inóculos capazes de contaminar outras videiras. No caso de se identificar uma planta com sintomas de podridão, é sugerida uma poda mais drástica, ou até o arranquio. Também é aconselhado o uso de agentes biológicos, como o Trichoderma, para proteger lesões na videira. A Embrapa está desenvolvendo diversas pesquisas de melhoramento genético da videira, e os materiais estão sendo testados para resistência às podridões. A expectativa é de que dentro de três a quatro anos seja lançado um material mais resistente. Ao mesmo tempo, é importante que o produtor que for renovar ou ampliar o seu vinhedo compre somente mudas de viveiros credenciados. Além da muda sadia, é preciso realizar preparo de solo, correção da acidez e drenagem. “Mesmo com porta-enxertos suscetíveis, de boa procedência, o manejo do solo representa 50% da solução do problema”, alerta Lucas Garrido. A renovação dos parreirais deve ser feita com planejamento e tempo. “No impulso, o viticultor corre risco de comprar material de má qualidade e de se deparar com estas doenças”, observa. Care is never enough Research seeks prevention and control measures of grapevine trunk diseases to avoid new “phylloxera” outbreaks in the vineyards T he research and development department of Embrapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS), in the Sierra Gaucha region, has been challenged to seek solutions intended to prevent and control a set of grapevine trunk diseases. Global researchers compare these diseases to Phylloxera, which decimated the vineyards in Europe in the 19th century. Grapevine trunk diseases are scourges referred to as dieback, blackfoot and chocolate disease, among others. The use of contaminated seedlings during the recent vineyard expansion and renewal works are blamed on the contamination. There is great demand for seedlings, resulting into some of them not produced with the necessary cares, in inspected nurseries, in different countries, from where contaminated seedlings were spread across the world. Researcher Lucas Garrido, chief executive at Embrapa Grape and Wine, reveals that trunk diseases tend to kill the plants. In the 92 Sierra Gaucha region, the problem surfaced in the year 2000 from contaminated seedlings coming from independent nurseries, onfarm seedlings or seedlings purchased from neighbors. Garrido explains that the die-back disease could be triggered by several funguses, and normally attacks the aerial portion of the plants, but it is the internal part of the trunk that begins to die from top to bottom. This disease normally starts at pruning time, viruses take advantage of the lesions and penetrate into the trunk. They colonize the veins that carry the sap, and after two to three years, the symptoms appear. The shoots dry out and no longer bear grapes. Other strains of fungi kill the trunk, specifically blackfoot and the chocolate disease, also known as Petri disease. They are caused by soil-born fungi, which find their way into the plants through root lesions or – what is common in the region – through the grapevine shoots when they are stuck into the ground or into the nursery for root development. “In case any contamination exists, at the base of the shoot colonization starts, jeopardizing the seedlings. In these cases, sometimes the plants die before they complete one year. “Affected by the die-back disease, the grapevine grows slowly, develops few shoots, the seedling takes time to reach the wire, and within two or three years it starts fading away and dies”, Garrido explains. Control measures are difficult to implement because most winegrowers are unaware of the disease. CONTROL To control and prevent the occurrence of these diseases, there is a set of recommendations. In the case of the die-back disease, cultural practices are recommended, like the protection of the lesions stemming from pruning, with antifungal cream. Plucking and the removal of affected plants and the destruction by fire of the cultural remains of the orchards are recommended procedures, so as to avoid the generation of inoculants capable of contaminating other plants. In case a plant with die-back symptoms is identified, drastic pruning is suggested, or even plucking. Another recommendation consists in the use of biological agents, like trichoderma to protect the lesions. Embrapa is conducting several research works focused on genetic enhancement, and all the materials are now undergoing on-farm tests. The expectation is for the new and more resistant varieties to be launched in three or four years. In the meantime, it is very important for those farmers who wish to renew or expand their vineyards to buy their seedlings only from credentialed nurseries. Besides healthy seedlings, other requirements include good soil preparation and correction, and drainage. “Although using susceptible rootstalks, of good origin, soil management represents 50% of the solution for the problem”, Lucas Garrido warns. Vineyard renewal requires planning and time. “If winegrowers take decisions on the spur of the moment, they run the risk of purchasing bad quality seedlings, infested with diseases”, he observes. tutor100 O 1º pOsTE DE AçO DEsENvOLviDO pArA viTiCuLTurA DO brAsiL PrinciPais vantagens e características técnicas 3 Galvanizado a fogo 3 Maior durabilidade 3 Maior resistência mecânica 3 Maior facildade no manejo dos arames 3 Já vem com furos a cada 10 cm 3 Economia de mão de obra na instalação e manutenção 3 Facilidade no transporte e economia no frete 3 Torna os processos de mecanização da colheita e dos tratos culturais mais eficientes 3 Ecologicamente correto 3 Amplo aterramento(contra raio e descarga elétrica) 3 Não pega fogo, nem atrai cupins 3 Elimina a necessidade de cavar buracos no chão 3 Oferece ambiente mais seco para plantas, pois evita a proliferação de fungos 3 Fácil instalação em solos compactados e pedregosos 3 Disponível nas versões Y, GDC, Lira, Espaldeira e Latada com opção para cobertura plástica e/ou proteção anti granizo Tel: 03186344323 e-mail: [email protected] www.anjosesouza.com.br Sílvio Ávila Tá limpo Cadeia produtiva aposta em boas práticas agrícolas na Serra Gaúcha para garantir a qualidade dos vinhos finos exportados pelo Brasil D isputar espaços no mercado internacional de vinhos finos e de sucos de uva com países tradicionais e competitivos não é um exercício de oportunidade que depende só de preço, eficiência logística e qualidade. É preciso adequar os sistemas de produção e de processamento às normas dos clientes mais exigentes. O Brasil aprendeu a trabalhar sob este cenário e adotou conceitos de boas práticas agrícolas direcionados a controlar resíduos de 94 defensivos para vencer os obstáculos. O pesquisador Lucas Garrido, chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), revela que o Comitê Técnico da União Brasileira de Vinhos (Uvibra) estudou as principais legislações mundiais a respeito de resíduos de defensivos e criou um calendário aos exportadores. “Os países fazem análise para resíduos de agrotóxicos. Não observar suas normas determina a devolução do produto. Isso, além do impacto negativo na venda, afeta a imagem do fornecedor e do País”, atesta. Acontece que muitas regras são diferentes das brasileiras, seja com relação a princípios ativos proibidos, seja quanto a volumes tolerados. “Quem exporta tem de observar a legislação local e do país importador”, menciona Garrido. O levantamento do limite máximo de resíduos de agrotóxicos do Brasil comparou suas regras às de Estados Unidos, Canadá, Rússia, Japão e União Europeia, que concentram as importações de 95 vinho e de sucos de uva. A grade de agrotóxicos registrados no Brasil para a vitivinicultura tem uma coluna extra indicando o período de carência no País e o limite máximo permitido nestas nações. Assim, os exportadores podem observar as regras internacionais e garantir a qualidade de seu produto. Para que o sistema dê certo, palestras são realizadas ao longo do ano com técnicos de empresas exportadoras, produtores e técnicos de revenda de insumos, além de cursos de capacitação. Entre os assuntos tratados estão regulagem correta de pulverizadores, produtos indicados e prazos e carências. A iniciativa é vista pela Câmara Setorial da Uva e do Vinho como uma ação inovadora e serve de modelo para outras culturas no Brasil. NAS GRADES A grade com as carências é atualizada, impressa e distribuída aos produtores com apoio da Uvibra e do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Além disso, anualmente é realizada amostragem de análise de resíduos de agrotóxicos. Na safra 2013/14 vão ser coletadas 150 amostras de mosto e vinho, em diversas empresas, que serão analisadas em laboratórios oficiais para monitorar se os produtores estão entregando as uvas nas diferentes empresas e cooperativas dentro das recomendações. Esta medida se soma à criação de uma caderneta de campo, utilizada pelo viticultor, onde este registrará o manejo dos parreirais e dos agroquímicos. A presença de resíduo em algum produto que não conste na caderneta de campo, por exemplo, descredencia o fornecedor. Há uma tendência mundial dos consumidores de exigirem, cada vez mais, alimentos produzidos livres de agrotóxicos, ou com baixo uso desses produtos. E alguns países concorrentes estão trabalhando com ênfase nisso, como o Chile, que quer eliminar o uso de defensivos em uvas vitivinícolas até 2020. Porém, uma vez que esse país é protegido pela Cordilheira dos Andes e pelo Pacífico, e com um quinto das chuvas que ocorrem na Serra gaúcha ao longo do ano, a demanda chilena por fungicidas, por exemplo, é muito baixa. Na avalição de Lucas Garrido, análises comparativas entre os vinhos finos e os sucos brasileiros e os estrangeiros, em alguns países importadores, demonstram que o Brasil vem se mantendo dentro dos limites de resíduos. “Mas, ampliando a carência de sete para 10 dias, por exemplo, podemos chegar a índice zero de resíduo, algo que poderá fortalecer nossos mercados”, resume. Sílvio Ávila It is clean Supply chain bets on best agricultural practices in the Sierra Gaucha region to ensure the quality of the fine wines exported by Brazil T he fight for a market share in the international scenario of fine wines and grape juices translates into huge efforts in the competition with traditional suppliers, is not a question of opportunity and does not solely depend on price, efficiency, logistics and quality. There is need to adjust the production and processing systems to the standards of discerning clients. Brazil has already learned how to deal with such a scenario and adopted concepts of best agricultural practices focused on controlling pesticide residues in order to surmount obstacles. Researcher Lucas Garrido, chief executive officer at Embrapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS), reveals that the Technical Committee of the Brazilian Wine Union (Uvibra) deeply studied all major global legislations regarding pesticide residues and set up a calendar for the exporters. “Countries analyze the fruits from a pesticide residue point of view. If their standards are not complied with, the products are returned to their origin. A fact that, besides the negative impact on the sale, adversely affects the image of the supplier and of the Country”, he warns. The fact is, many rules differ from the Brazilian standards, whether with regard to banned active principles, or tolerated levels. “Those who ship products abroad have to comply with legislation at home and legislation of the country that imports the products”, Garrido recalls. A survey of Brazil’s threshold limits was compared to pesticide limits in the United States, Canada, Russia, Japan and the European Union, the main destination of Brazil’s fine wines and grape juices. The pesticide table registered in Brazil for winegrowing purposes contains an extra column indicating periods of grace in the country and the maximum limits allowed in these nations. This is the way for all exporters to comply with international regulations and make sure they deliver good quality products. For the system to function properly, lectures are given over the year to technicians from exporting companies, producers, pesticide sale agents, besides capacity building courses. The 96 subjects addressed include the correct adjustment of spraying devices, indicated products and periods of grace. The initiative is viewed by the Grape and Wine Sectoral Chamber as an innovative move, setting an example to other crops in Brazil. THE TABLES The tables featuring the periods of grace is updated, printed and handed out to the producers, a move that relies on the support of Uvibra and the Brazilian Wine Institute (Ibravin). Furthermore, a sampling of pesticide residue analyses is conducted on an annual basis. In the 2013/14 growing season, the idea is to collect 150 samples of must and wine, from several companies, and have them analyzed by official laborato- 97 ries to check if the farmers are delivering the grapes to companies and cooperatives in line with recommendations. This measure follows on the heels of a field handbook, utilized by the winegrowers, recording the manner the vineyards and the pesticide applications are conducted. The presence of any residue in any product not registered in the handbook, for example, is reason enough to cancel the credentials of the supplier. There is a global trend in place, whereby the consumers are increasingly requiring foods produced without pesticides or, at least, produced with very small amounts of the chemical product. And some competitor countries are really emphasizing this aspect, like Chile, for example, now engaged in eliminating the use of pesticides on wine grapes, by 2020. Furthermore, as this country is protected by the Andes Mountain Range and the Pacific Ocean, with only one fifth of the annual rains that occur in the Sierra Gaucha region, demand for pesticides, for example, is extremely low. In Brazil there are some initiatives towards this goal, but they are still at a fledgling stage. In Lucas Garrido’s view, comparative analyses between fine wines and Brazilian and foreign juices in some importing countries demonstrate that Brazil has been keeping within the required residue thresholds. “By extending the grace period from seven to ten days, for example, we could soon achieve a zero residue rate, something that could strengthen our markets”, he summarizes. Sílvio Ávila ações Actions Novos mundos Tocantins e Mato Grosso destacam-se como novos polos da fruticultura brasileira, e desta forma os pomares se espalham mais e mais pelo País A s frutas brasileiras despertam o interesse não só dos consumidores, que as veem nos mercados e em feiras rurais quando já estão prontas para serem degustadas. Elas conquistam igualmente mais e mais agricultores, que as percebem como excelente possibilidade de investimento em um ramo que, cada vez mais, está se consolidando no Brasil. Neste sentido, surgem dois novos polos da fruticultura brasileira: os estados de Tocantins e do Mato Grosso. Distantes cerca de 905 quilômetros um do outro (Tocantins está localizado na região Norte e Mato Grosso no Centro-Oeste do Brasil), atraem os olhares quando o assunto é a expansão da produção frutícola. O governo de Tocantins credita às condições edafoclimáticas, ou seja, ao solo e ao clima favoráveis para o desenvolvimento de frutas tropicais, o fato de a região ser considerada área com potencial para este ramo. De acordo com o secretário executivo da Agricultura e Pecuária do Estado, Ruiter Padua, em 1988 Tocantins iniciava seus plantios de abacaxi e de banana, hoje as principais frutas produzidas no território. Atualmente, a fruticultura tem grande importância para o Estado. “Trata-se da terceira maior força em termos agropecuários. Está atrás apenas dos grãos e da pecuária”, explica o secretário. Na última safra, conforme Padua, o Estado colheu 60 mil toneladas de abacaxi e 23 mil toneladas de banana. A projeção do governo para 2014 é de aumento de apro98 99 Investimentos recentes permitiram a consolidação das novas fronteiras Recent investments are consolidating the new frontiers ximadamente 3% na produção frutícola, com relação à safra passada. “Esse acréscimo se explica porque em 2013 houve baixa comercialização de mudas, tanto de abacaxi quanto de banana”, afirma Padua. O governo incentiva a produção frutícola no Estado por meio do desenvolvimento de políticas públicas direcionadas aos produtores, estes assistidos pelos serviços da Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Ater) e da Agência de Defesa Agropecuária. Há igualmente esforços na área da pesquisa (em projetos desenvolvidos em parceria com a Embrapa e com universidades), além de ações de fomento e de capacitação de fruticultores e de técnicos em ações desenvolvidas pela Secretaria de Agricultura e Pecuária. GRANDES PLANOS O Mato Grosso, também considerado novo polo para a fruticultura, juntamente com os seus agricultores familiares, vem buscando alternativas para aumentar a produção neste ramo. Entre as principais frutas cultivadas no Estado estão abacaxi, acerola, banana, caju-fruta, coco-da-Baía, cupuaçu, limão, mamão, manga, maracujá e uva. De acordo com Rodrigo Furquim Rodrigues, engenheiro agrônomo e superintendente de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Cuiabá da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf-MT), na década de 1980 constatouse a carência não somente na produção de frutas, mas também em agricultores voltados para esta cadeia produtiva. O engenheiro agrônomo George Luiz de Lima, analista de Desenvolvimento Econômico e Social da Sedraf-MT, menciona uma série de iniciativas que colaboraram para a expansão dos pomares no Estado. Em seu entender, a instalação de indústrias de processamento em alguns municípios, a criação da Sociedade Mato-grossense de Fruticultura, os trabalhos de pesquisa e a construção da Central de Comercialização da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana foram vitais. O especialista salienta ainda a organização dos produtores em cooperativas, que impulsionaram o cultivo de frutíferas em Mato Grosso nas duas últimas décadas. Lima ressalta que o governo estadual tem apoiado o desenvolvimento dessa cadeia através da realização de capacitações continuadas de técnicos do setor, e da aquisição e da distribuição de insumos, despolpadeiras e patrulhas agrícolas mecanizadas. Houve ainda a abertura de concurso público para elevar o número de técnicos da Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, assim como a construção da Central de Abastecimento de Mato Grosso (Ceasa), em andamento. O desenvolvimento de programas de governo, associados à recuperação e à pavimentação de rodovias estaduais, para facilitar o escoamento da produção, igualmente garantiu fôlego extra a essa atividade. Sílvio Ávila New worlds Tocantins and Mato Grosso are new Brazilian fruit belts, attesting to the fact that orchards are being established all over the Country B razilian fruits are not only prompting the interest of the consumers, who see them in supermarkets and rural fairs, ready to be tasted. They are equally conquering more and more farmers, who view them as an investment opportunity in a segment that has increasingly been consolidating in Brazil. Within this context, two new Brazilian fruit belts are now in the making: the States of Tocantins and Mato Grosso. Distant approximately 905 kilometers from each other (Tocantins is located in the North and Mato Grosso in the Brazilian Center-West), they capture attention when the subject is fruit production expansion. The government of Tocantins credits the edaphoclimatic conditions, that is to say, favorable climate and soil for the production of tropical fruits, with the region’s reality as a potential for this segment. According to the State Secretary of Agriculture and Livestock, Ruiter Padua, in 1988 Tocantins started cultivating pine- 100 apples and bananas, now the most produced fruits in the territory. Nowadays, fruit farming plays a relevant role in the State. “It is in fact, the third biggest business in terms of agriculture. It comes only after grain crops and cattle farming”, the secretary explains. In the past crop, according to Padua, the State harvested 60 thousand tons of pineapples and 23 thousand tons of bananas. The projection of the government for 2014 is for an increase of about 3% in the production of fruits, from the previous year. “This increase is based on the fact that in 2013 banana and pineapple seedling sales lagged behind”, Pádua says. The government encourages the production of fruits throughout the State through the development of public policies geared towards the producers, who get technical assistance from the State Rural Extension and Technical Assistance Corporation (Ater) and from the Agriculture Defense Agency (in projects developed jointly with Embrapa and universities), besides the promotion of initiatives intended to qualify and train new fruit growers and technicians, under the supervision of the Secretariat of Agriculture and Livestock. AS MAIS MAIS | The biggest ones Volume produzido de cada fruta em 2013 Mato Grosso FrutaVolume (toneladas) Banana67.273 Abacaxi41.175 Melancia34.047 Uva19.724 Coco14.011 Maracujá7.779 Laranja4.454 Melão2.545 Manga2.323 Mamão2.032 Limão1.951 Cupuaçu1.750 Acerola800 Tangerina728 Cacau582 Castanha de Caju278 Guaraná242 Goiaba143 Fonte: Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias – GCEA/IBGE/MT. Tocantins FrutaVolume (toneladas) Abacaxi60.000 Banana23.000 Fonte: Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária de Tocantins. GREAT PLANS Mato Grosso, also viewed as new fruit growing belt, along with its family farmers, has been seeking alternatives for boosting the production in this segment. The most economically relevant fruit cultivated throughout the state include the following: pineapple, acerola, banana, cashew nut, common coconut, cupuaçu, lemon, papaya, mango, passion fruit and grape. According to Rodrigo Furquim Rodrigues, agronomic engineer and head of the Cuiabá River Valley Regional Development Department, a division of the Rural Development and Family Farming Secretariat (Sedraf-MT), in the 1980 decade, a shortage was detected not only in the production of fruits but also in the number of farmers devoted to this supply chain. Agronomic engineer George Luiz de Lima, analyst at the Social and Economic Development Department of the Rural Development and Family Farming Secretariat, cites a series of initiatives which had a say in the expansion of the fruit business in the State. The installation of processing industries in some municipalities, the creation of the Mato Grosso State Fruit Farming Society, research works and the construction of the Family Farming Distribution Center in Baixada Cuiabana played a vital role. The specialist equally points out the organization of the farmers in cooperatives, responsible for stimulating the production of fruits in Mato Grosso over the past two decades. Lima recalls that the state government has lent support to the development of this supply chain through capacity building initiatives and through the qualification of technicians of the sector, along with the acquisition and distribution of inputs, depulpers, and mechanized agricultural squads. Furthemore, a public civil service exam was announced to increase the number of technicians of the Mato Grosso State Rural Extension, Technical Assistance and Research Corporation, as well as the construction of the Mato Grosso Distribution Center (Ceasa), now underway. The development of government programs, associated with the recovery of roadways and rod pavement services for crop transportation purposes, served as a driving force behind this activity. 101 Sílvio Ávila No balanço das ondas Portos de Pecém (CE), Salvador (BA) e Santos (SP) são as principais saídas das frutas brasileiras que se destinam ao amplo mercado global P or mares próximos ou distantes, as frutas brasileiras seguem no balanço das ondas e conquistam espaços em terras estrangeiras. As principais saídas ocorrem pelos portos de Pecém, no Ceará; de Salvador, na Bahia; e de Santos, em São Paulo. Os rumos mais comuns para as processadas são Bélgica, Holanda e Estados Unidos, enquanto as frutas frescas têm como principais destinos Holanda, Reino Unido e Espanha. As preferidas são 102 manga, melão, melancia, uva de mesa e cítricos. O suco de laranja também não deixa por menos. No porto de Santos, por exemplo, ele é um dos destaques no desempenho comercial. O escoamento de frutas e de sucos, no Brasil, ocorre especialmente por vias marítimas. Em 2013, conforme dados do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), o volume exportado pelo País foi de mais de 614 milhões de quilos, perfazendo valor total de mais de US$ 560 milhões. Em 2013, o principal exportador de frutas, em volume, foi o porto de Pecém. O total despachado chegou a 147.554.033 quilos. Em segundo lugar ficou o Tecon, de Salvador, com volume de 86.957.923 quilos. Já o porto de Santos ocupou a terceira posição, com 54.228.048 quilos. De acordo com o diretor de desenvolvimento comercial da Companhia de Integração Portuária do Ceará, Francisco Gomes de Oliveira, as exportações de frutas representam 103 SALVADOR E SANTOS 21,61% do total escoado em Pecém. Mesmo tendo sido esse o principal ponto de saída das frutas brasileiras em 2013, Oliveira informa que o volume exportado foi 15,44% menor do que o do ano anterior. Explica que essa redução se deve a dois fatores: “Primeiro, à queda na safra, uma vez que 2013 foi um ano de estiagem”, menciona. “E segundo, o fato de que parte das exportações das frutas que eram feitas por Pecém passaram a ser movimentadas pelo porto de Salvador”. Com relação à infraestrutura, o porto de Pecém possui seis berços de atracação, com profundidade de até 17 metros, e tem capacidade de movimentação de 750 mil teus/ano. Possui um pátio de armazenagem com 380 mil metros quadrados de área, dois armazéns cobertos e 1.008 tomadas frigoríficas para contêineres refrigerados. Os seus principais equipamentos de carregamento ou descarregamento de navios são cinco guindastes com capacidade de até 140 toneladas, seis balanças rodoviárias e um scanner. Além disso, Oliveira enfatiza que mais dois berços de atracação estão em fase de construção em Pecém. “Serão destinados principalmente à movimentação de placas de aço para exportação da Companhia Siderúrgica do Pecém e também darão suporte à movimentação de contêineres”, salienta. Segundo maior escoador de frutas brasileiras, o porto de Salvador, na Bahia, conseguiu, em 2013, recuperar a sua posição de destaque no escoamento de frutas, graças aos investimentos no terminal. De acordo com a gerente comercial do Terminal de Contêineres (Tecon) de Salvador, Patricia Iglesias Lago Tagliaro, além da melhoria nas operações, foram ampliadas as opções de serviços marítimos. “Aumentamos o número de tomadas para receber cargas refrigeradas”, comenta. O escoamento de frutas brasileiras representa cerca de 12% das exportações do Terminal de Contêineres de Salvador. Conforme Patricia, em 2013 o porto escoou 52% da safra, ante 38% da produção movimentada em 2012. Ela afirma que, para 2014, a expectativa é aumentar o volume de contêineres de fruta embarcadas na cidade. “O objetivo é agregar a participação no escoamento do volume das frutas do Vale do São Francisco, além de mapear e de prospectar novas cargas”, ressalta. O porto de Santos, terceiro no ranking dos principais do País no escoamento de frutas e de sucos, registrou em 2013 crescimento de 14% no embarque de suco de laranja em relação a 2012. Em valores, o total de 2013 ficou praticamente estável, quando comparado ao do ano anterior. Segundo o diretor presidente do Controle de Segurança dos Portos (Codesp), Renato Ferreira Barco, as exportações de suco de laranja representam 1,8% do montante de cargas movimentadas por Santos. Inor Ag. Assmann At the mercy of the waves Ports of Pecém (CE), Salvador (BA) and Santos (SP) are major fruit transporting corridors, destined for the vast global market B razilian fruits travel far and wide over the sea, at the mercy of the waves and work their way into foreign lands. Most fruits are shipped through the ports of Pecém, in Ceará; Salvador and Santos, in São Paulo. The most common routes of processed fruit end in Belgium, Holland and the United States, while fresh fruit make it to Holland, the United Kingdom and Spain. The preferred fruits are mangoes, melons, watermelons, table grapes and citrus fruit. 104 Orange juice is equally an important player. In the port of Santos, for example, it is a highlight in commercial terms. Brazilian fruit and juice shipments normally follow maritime routes. In 2013, according to data from the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), the volume exported by the Country amounted to 614 million kilograms, translating into revenue of upwards of US$ 560 million. In 2013, the main fruit exporter, in volume, was the port of Pecém. Total shipments amounted to 147,554,033 kilograms. The port of Tecon in Salvador came next, with a volume of 86,957,923 kilograms. The port of Santos ranked third, with 54,228,048 kilograms. According to the director of commercial development at the Ceará State Port Integration Company, Francisco Gomes de Oliveira, fruit exports represent 21.61% of all exports through the port of Pecém. Although being the main exiting point of all Brazilian fruits in 2013, Oliveira recalls that the volume that was exported was down 15.44% from the previous year. He explains 105 O CAMINHO DAS FRUTAS | The fruit route Vias de transporte Marítima Rodoviária Aérea Meios próprios Total Exportação brasileira, por vias – 2013/2012 2013 2012 Valor (US$)Volume (Kg)Valor (US$)Volume (Kg) 560,344,565 614,258,782 531,373,196603,018,374 17,743,608 54,506,368 17,712,21752,675,234 79,440,436 43,104,546 69,732,03637,324,560 110 23 3,7 2,235 657,528,719 711,869,719 618,821,149693,020,403 Fonte: Secex/Elaboração Ibraf. SALVADOR AND SANTOS that this result stems from two factors. “First, the smaller crop, once 2013 was a year in which drought conditions prevailed for most of the time”, he says. “And second, because of the fact that part of the fruits that were normally exported through the port of Pecém, were sent abroad though the port of Salvador”. With regard to the infrastructure, the port of Pecém is equipped with six loading docks, with a depth of up to 17 meters and the capacity to handle 750 thousand TEUs/year. Its warehousing facilities cover an area of 380 thousand square meters, two warehouses under roof and 1.008 meat loading docks for refrigerated containers. Major equipment units for loading and unloading ships consist of five cranes with a capacity to handle 140 tons, six truck weigh stations and a scanner. In addition, Oliveira stresses that two more loading docks are now being constructed at Pecém. “They are destined for handling steel plates exported by the Pecém Metallurgy Company and are supposed to lend support to container transportation”, he stresses. Second largest shipper of Brazilian fruits, in 2014 the port of Salvador managed to recover its prominent position in the shipment of fruits, thanks to investments in the terminal. According to the commercial manager of the Container Terminal (Tecon) in Salvador, Patricia Iglesias Lago Tagliaro, besides improving the operations, the options for maritime services were expanded. “We increased the number of unloading docks for refrigerated cargos”, she comments. The shipment of Brazilian fruits represents about 12% of all exports through the container terminal in Salvador. According to Patricia, in 2013 the port shipped abroad 52% of the entire crop, compared to 38% of the total crop shipped in 2012. She has it that, for 2014, the expectation is for a higher number of fruit containers shipped through the port of Salvador. “The objective consists in attracting part of the fruit volumes produced in Vale do São Francisco, besides mapping and prospecting new cargos”, she stresses. The port of Santos, ranking as third largest in the Country in terms of fruit and juice shipments, in 2013 registered an increase of 14% in fruit and juice shipments, compared to 2012. In revenue, the total in 2013 remained practically stable, compared to the previous year. According to the president of the Ports Security Control Department (Codesp), Renato Ferreira Barco, orange shipments account for 1.8% of all cargos that go through the port of Santos. PONTO DE PARTIDA | Departure point Exportação brasileira de frutas frescas por portos – 2013 Porto 2013 Volume (Kg)Valor (US$) Pecém (CE) 147.554.033127.328.112 Salvador (BA) 86.957.923132.167.507 Santos (SP) 79.009.22569.379.996 Fortaleza (CE) 54.228.04842.086.287 Rio Grande (RS) 45.553.20032.748.959 Fonte: Elaboração Ibraf. Sílvio Ávila A terra do figo roxo Capital do figo roxo no Brasil, a cidade paulista de Valinhos movimenta sua economia com esse fruto, trazido pelos colonizadores portugueses N ão importa se servido fresco ou industrializado, o figo, independentemente da forma, é adocicado, saboroso e saudável, além de ser distinto em suas características. Externamente, o fruto tem coloração verde clara e roxa. Por dentro, é avermelhado e possui várias sementes pequenas. Tantas particularidades geram certa curiosidade com relação a sua origem, sobre a qual, apesar dos estudos existentes, não há total certeza. Acredita-se que o figo tenha tido seus primeiros sinais de existência na região do Mediterrâneo e, a partir daí, tenha se espalhado pelos quatro cantos do mundo. Pesquisas apontam que, no Brasil, o figo chegou durante o século 16, na ba- O DESTAQUE VAI PARA... | The highlight pends to... Principais produtores de Figo no Brasil em 2012 São PauloTotal (t) Valinhos5.401 Campinas4.032 Louveira528 Rio Grande do Sul Total (t) Planalto945 Piratini540 São Sebastião do Caí425 Fonte: IBGE, 2012. 106 107 gagem dos primeiros colonizadores portugueses. O fato é que o tempo passou e aquela fruta saborosa e diversa teve boa aceitação junto à população brasileira. Por se tratar de uma cultura que se mantém em qualquer época do ano, o cultivo do figo traz para o produtor a confiança de que tal investimento é, sim, um bom negócio. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012 o Brasil produziu 28.010 toneladas de figo. A cidade paulista de Valinhos, distante 90 quilômetros de São Paulo, produziu no mesmo ano 5.401 toneladas do fruto, que lhe dá o título de Capital do Figo Roxo, por ser o principal produtor do País nessa especialidade. O presidente da Associação Agrícola de Valinhos e Região, Pedro Sidnei Pellegrini, conta como o figo se tornou a principal cultura do município. “No início do século 20, um imigrante italiano chamado Lino Buzato trouxe de seu país natal algumas estacas de figo roxo para cá. O clima e o bom desenvolvimento de plantas na região fizeram com que nossos agricultores investissem na produção do fruto”, salienta. Com cerca de 239 hectares de área plantada, Valinhos contabilizou, na safra 2013, produção de dois milhões de caixas de aproximadamente 1,6 quilo de figo. Pellegrini avalia o desempenho como positivo, uma vez que essa média vem se mantendo nos últimos anos. Inglaterra, Holanda, França e Alemanha são os principais países que importam a fruta colhida em Valinhos. De acordo com o presidente da Associação Agrícola, 35% de toda a produção de figo do município paulista é exportada. Apesar dos bons resultados registrados nos últimos anos, Pellegrini acredita que, em 2014, a produção acabará por ser menor. “Pode diminuir devido ao clima e à estiagem. Creio que nunca passamos por um verão tão quente e seco como este mais recente”, explica. O segundo maior produtor de figo em 2012, conforme dados do IBGE, foi a cidade de Campinas, também de São Paulo, com colheita de 4.032 toneladas. Entre os estados, o Rio Grande do Sul divide a liderança com os paulistas. O município de Planalto, localizado ao Norte gaúcho, alcançou a 945 toneladas de figo em 2012. Na sequência aparece Piratini, que fica a 347 quilômetros da capital do Estado, Porto Alegre, com total de 540 toneladas do fruto. SOB AS FOLHAS Entre os cuidados indispensáveis para obter um figo de qualidade está a atenção ao manuseio. “O bom manejo permite que a planta não perca as folhas, uma vez que são elas que fazem a proteção do fruto”, garante o presidente da Associação Agrícola de Valinhos e Região, Pedro Sidnei Pellegrini. Ele ainda alerta para as dificuldades enfrentadas, inclusive recentemente, pelos produtores da sua região. “A seca e a mosca (Zaprionus indianus) são os dois principais fatores que prejudicam a cultura”, adverte. Sílvio Ávila The land of purple figs Purple fig capital of Brazil, the town of Valinhos in São Paulo, has its economy driven by this fruit, brought by Portuguese settlers N o matter if served fresh or in industrialized form, the fig, regardless of the manner in which it is consumed, is sweet, delicious and healthy, with distinguishing characteristics. Externally, its color is light green and purple. Inside it is reddish, with several small seeds. So many peculiarities give rise to a certain curiosity with regard to its origin, which, in spite of existing studies, continues unclear. It is believed that the first figs of this species were detected in the Mediterranean region, from where it spread across the four corners of the world. Research works point to the 16th century as the arrival time of the fruit in Brazil, brought by Portuguese settlers. The fact is, as time went by, this delicious and peculiar fruit conquered the palate of the consumers. As it is a perennial fruit, its cultivation turns out to be a good investment and equally a profitable business for the growers. According to data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in 2012, Brazil’s fig crop reached 28,010 tons. The city of Valinhos, 90 kilometers away from São Paulo, was responsible for the production of 5,401 tons of the fruit, in that same year, earning recognition as Capital of the Purple Fig, because of its leading position in the production of this species. The president of the Valinhos and Regional Agricultural Association, Pedro Sidnei Pellegrini, gives details about how this fruit 108 became the leading crop in the municipality. “At the beginning of the 20th century, an Italian immigrant, Lino Buzato, brought some purple fig tree cuttings from Italy. Because of good climate conditions and good plant development the farmers began to invest in this fruit”, he says. With approximately 239 hectares devoted to the fruit, in 2013 Valinhos harvested approximately two million 1.6-kg boxes of figs. Pellegrini views the performance as positive, seeing that this average has been constant over the past years. Britain, Holland, France and Germany are major importers of the fruit produced in Valinhos. According to the president of the Agricultural Association, of the entire production volume, 35% is exported. Despite the good results reaped over the past year, 109 LONGAS VIAGENS | Long trips Exportação brasileira de figos, por país de destino – 2013 PaísValor(US$)Volume (Kg) Países Baixos (Holanda) 4.031.830659.509 Alemanha 1.068.223190.884 Reino Unido 857.210180.560 França 1.058.350150.215 Bélgica 544.80887.019 Suíça 299.85741.431 Canadá 187.47427.266 Emirados Árabes Unidos 80.21112.664 Hong Kong 33.4196.491 Espanha 17.7185.302 Palestina 12.0832.700 Estados Unidos 2.880864 China 5.219847 Portugal 2.591781 Itália 3.304720 Kuwait 1.857313 Catar 48378 Paraguai 9940 Total 8.207.6161.367.684 Fonte: Secex/Elaboração Ibraf. Pellegrini believes in a smaller crop in 2014. “The crop might decrease due to bad weather and drought conditions. It is my feeling that we have never experienced such a warm and dry summer”, he comments. The second-largest fig producer in 2012, from numbers released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), was the municipality of Campinas, also in São Paulo, with a production of 4,032 tons. Among the states, Rio Grande do Sul is on a par with São Paulo, in terms of production volumes. The municipality of Planalto, located in the northern portion of the state, harvested 945 tons of figs in 2012, followed by Piratini, 347 kilometers away from the capital city, Porto Alegre, with a total of 540 tons of the fruit. UNDERNEATH THE LEAVES Good management practices are required if quality figs are to be produced. “They prevent the trees from shedding their leaves, as they are responsible for protecting the fruits”, says the president of the Valinhos and Regional Agricultural Association, Pedro Sidnei Pellegrini. He also warns about the difficulties that have been surfacing, even recently, jeopardizing the growers of the region. “The drought and the fly (Zaprionus indianus) are two major hurdles that damage the crop”, he warns. Inor Ag. Assmann Falando a mesma língua Produção Integrada de Frutas, baseada nas boas práticas agrícolas, tem sido o caminho para alimentos saudáveis, seguros e de alta qualidade O cuidado que se inicia no plantio da muda e segue até o momento em que a fruta, já pronta, é encaminhada para a distribuição permite garantir um alimento de boa qualidade e livre de riscos que poderiam comprometer a integridade física do consumidor final. Tal processo de proteção é desenvolvido com base na Produção Integrada de Frutas (PIF). Esse modelo de cultivo, segundo Vitor Hugo de Oliveira, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, de Fortaleza (CE), é um sistema de produção que deve refletir a gestão ambiental das atividades agrárias de forma sustentável. A preocupação é estabelecer normas comuns, que assegurem 110 cuidadosa utilização dos recursos naturais, minimizando o uso de agroquímicos e de insumos na exploração. Os produtos oriundos da Produção Integrada são facilmente identificados pelo consumidor, pois possuem um selo que os diferencia dos demais. A fiscal federal de agropecuária Rosilene Ferreira Souto, chefe da Divisão de Fruticultura do Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, explica que o produtor precisa obedecer a uma série de recomendações a fim de obter a certificação das suas frutas. “É necessário seguir as diretrizes contidas na Portaria nº 443 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), de 23 de novembro de 2011, que normatiza a avaliação da conformidade, bem como seguir as determinações das normas específicas de cada fruta”, salienta. As que estão normatizadas pela Produção Integrada no Brasil são: mamão, banana, caju, pêssego, maracujá, goiaba, citros, figo, maçã, uva, morango, abacaxi, goiaba, caqui e melão. A fruta que mais se destaca na Produção Integrada é a maçã. Conforme Rosilene, a primeira colheita dentro do modelo de PIF 111 ocorreu nas safras de 1998 e 1999, nos municípios de Vacaria (RS) e de Fraiburgo (SC). “Nesse período, as exigências do mercado estavam pressionando a maçã brasileira exportada a adotar um programa de qualidade, visando evitar barreiras não tarifárias”, detalha. Ela cita ainda que, através do Programa de Desenvolvimento da Fruticultura (Profruta), foi iniciada a construção do marco legal do sistema de Produção Integrada de Frutas. Durante a implementação, a adesão do Inmetro como órgão acreditador dos organismos avaliadores foi essencial para a credibilidade do projeto junto a produtores e consumidores. O QUE FAZ A DIFERENÇA “A comercialização de maçã com selos de Produção Integrada de Frutas iniciou-se em março de 2003 e foi destinada aos mercados interno e externo”, enfatiza Rosilene. “No ano seguinte, as exportações cresceram 100% em volume e 91,5% em valor, consequência da melhoria de qualidade” ressalta. A definição de um pacote tecnológico, num esforço multi-institucional, e a escolha de técnicas que permitiram manter ou aumentar a qualidade e a produtividade das macieiras, com o uso mínimo de agroquímicos, é o que caracteriza a Produção Integrada de maçãs – e também das demais frutas – no Brasil. Dois atestados são utilizados na fruticultura para certificar os procedimentos que resultam em uma fruta de boa qualidade. O gerente de inteligência de mercado do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Cloves Ribeiro Neto, diz que um deles é a Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), obtida no início da produção da fruta e utilizada no transporte entre os estados brasileiros. Já o outro é o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), usado nacionalmente e obrigatório para o comércio internacional. “Estes documentos são de controle fitossanitário e asseguram que aquela determinada carga não irá veicular pragas ou doenças entre os estados brasileiros ou mesmo para o exterior”, assinala. Conforme Cloves, existe também legislação específica para algumas frutas, as quais requerem declaração adicional nos documentos informando que a carga está “sem determinada praga ou é oriunda de área livre”. Além das comprovações de cuidado e de qualidade, é fundamental que os fruticultores tenham a responsabilidade de sempre manter e controlar a fitossanidade da sua produção, garantindo assim que pragas ou doenças não se insiram em localidades que, até então, não apresentavam riscos. Segundo o gerente do Ibraf, a maior dificuldade encontrada pelos fruticultores brasileiros para manter um controle fitossanitário eficiente está na falta de defensivos agrícolas registrados para algumas culturas. “A quantidade de produtos registrados atualmente não atende à necessidade da maioria das frutas”, explica. Sílvio Ávila Speaking the same language Integrated Fruit Production, based on good agricultural practices, has paved the way for healthy, safe and high quality foods C are that is taken from seedling transplanting all the way to fully grown and mature fruits, ready to be sent to the distribution centers, could translate into good quality food, free from risks that might jeopardize the physical integrity of the final consumers. Such a protection-oriented process is conducted under the umbrella of the Integrated Fruit Production System (IFPS). NEM TÃO PARECIDOS... | Not that similar... Comparação entre os sistemas de produção de frutas ConvencionalIntegradaOrgânica Manejo do solo Intenso MínimoMínimo Agroquímicos Pouco controle Restritos Naturais Pós-colheita Usa químicos Não usa Não usa Adubação Pouco controle Sob controle Só orgânica Defesa Químicos Calendário Naturais antiparasitária e naturais Lei CEE * Legislação Não dispõe IN/2001 2092 *CCE: Comunidade Econômica Europeia Fonte:Artigo: Produção Integrada de Frutas: conceitos básicos; Vitor Hugo de Oliveira, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical. 112 This cultivation model, according to Vitor Hugo de Oliveira, researcher at Embrapa Tropical Agro-Industry, based in Fortaleza (CE), is a production system that should reflect the environmental administration of all agrarian activities in a sustainable manner. The concern consists in coming up with common standards that ensure careful use of all natural resources, reducing to a minimum the use of pesticides and inputs in the activity. Fresh products coming from Integrated Production are easily identified by consumers, once they bear a label that distinguishes them from other products. Federal agriculture inspector Rosilene Ferreira Souto, head of the fruit growing division of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa), explains that farmers must comply with a series of recommendations, should they want to have their fruits certified. “It is necessary to follow the guidelines set forth by Government Act n° 443 of the National Institute of Metrology Standardization and Industrial Quality (Inmetro), of 23rd November 2011, which sets standards for conformity assessments, while the specific standards for each fruit must also be complied with.”, she recalls. Fruits that comply with the Integrated Production standards of Brazil are as follows: papaya, banana, cashew nut, peach, passion fruit, guava, citrus, fig, apple, grape, strawberry, pineapple, persimmon and melon. 113 WHAT MAKES THE DIFFERENCE The most predominant fruit in the Integrated Production System is the apple. According to Rosilene, the first harvest within the IFPS model occurred in the 1998 and 1999 growing seasons, in the municipalities of Vacaria (RS) and Fraiburgo (SC). “During this period, Brazilian apples destined for exports were suffering pressure from markets towards the introduction of a quality program, with the aim to surmount non-tariff barriers”, she explains. She also recalls that, through the Fruit Growing Development Program (Profruta), the construction of the legal mark of the Integrated Fruit Production System was built. During the implementation phase, the adhesion of the Inmetro, in its capacity to accredit assessment organs, played a decisive role, in that it added to the credibility of the project from a producer and consumer point of view. “Sales of apples bearing the Integrated Fruit Production label started in 2003, both at home and abroad”, Rosilene explains. “Over the following year, shipments abroad soared 100% in volume and 91.5% in revenue, as a direct result from quality improvement”, she argues. The definition of a technological package, in a multi-institutional effort, the choice for cultural practices that made it possible to keep or enhance the quality levels and the yields of the apple trees, with minimum use of pesticides, is what characterizes the Integrated Apple Production System – and the same holds true for all other fruits – in Brazil. In fruit farming, two testimonials are required for certifying the procedures that result into good quality fruit. The Market Intelligence manager of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), Cloves Ribeiro Neto, says that one of them is the Vegetable Transportation Permit (VTP), obtained at the start of the fruit production process and utilized for transporting fruits from one Brazilian state to the next. The other is the Phytosanitary Certificate of Origin (PCO), used on a national basis and mandatory for international trade. “These documents feature sanitary control measures and ensure that a specific cargo will not carry diseases or pests from one Brazilian state to the other, nor will it carry these scourges abroad”, he explains. According to Cloves, there is specific legislation for some types of fruits, which require an additional declaration on the documents stating that “the cargo is free from a specific pest, or comes from a clean area”. Besides attesting to duly taken cares and to quality standards, there is need for the fruit growing farmers to assume the responsibility of complying with all phytosanitary standards, whilst controlling them on their crops, thus ensuring that pests and diseases do not make it to localities still free from them. According Cloves, the real difficulty faced by most fruit growers in keeping efficient phytosanitary standards lies in the lack of registered pesticides for these crops. “The number of registered pesticides falls short of the needs of most fruit species”, he explains. Inor Ag. Assmann Ideias polpudas Além do seu consumo in natura, frutas são usadas como ingredientes essenciais de vários alimentos, com destaque para os sucos e as polpas C om mais de 40 milhões de toneladas produzidas anualmente no País, as frutas tornam-se alimentos de fácil inclusão na dieta dos brasileiros. E elas estão presentes de várias formas, do consumo in natura ao uso como ingredientes de doces, sorvetes, sucos e outras guloseimas, e ainda como componentes de receitas gastronômicas, das mais simples às mais sofisticadas. A pesquisadora Flávia dos Santos Gomes, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, com sede no Rio de Janeiro (RJ), destaca que 47% do total produzido é utilizado como frutas frescas, levando-se em conta os mercados interno e externo, e 53% destina-se ao processamento agroindustrial. Nesse 114 115 montante, reservado à indústria, o destaque fica para os sucos e as polpas, que podem ser consumidos diretamente ou utilizados como ingredientes de produtos diversos. Outras formas de oferta são as minimamente processadas e as desidratadas. O Brasil tem acompanhado a tendência mundial de aumento no consumo de frutas relacionado à busca pelo bem-estar e pela saúde. Para a pesquisadora Flávia Gomes, o incremento no comércio dos produtos processados deve-se a fatores como menor tempo de preparo dos alimentos, aproveitamento integral e qualidade sensorial mais próxima possível do alimento in natura. As frutas são matérias-primas de grandes conglomerados industriais, mas também de pequenas agroindústrias de modelo familiar. “A atividade é uma das principais geradoras de renda e de empregos no agronegócio brasileiro, e agregar valor às frutas é fundamental para garantir a sustentabilidade de muitas propriedades rurais”, enfatiza a pesquisadora da Embrapa. Dessa forma, acredita Flávia, os agricultores podem colaborar para o desenvolvimento local. A organização da cadeia de frutas processadas nem sempre é algo fácil. Os agricultores muitas vezes não sabem como fazer a comercialização dos itens fabricados. De acordo com Flávia, estudos demonstram que a forma mais eficiente acontece pelo associativismo e pelo cooperativismo. “Os produtores podem compartilhar custos e riscos, fortalecer o poder de compra, explorar novos mercados, aumentar o poder de negociação e, consequentemente, ampliar a receita e a produtividade”, conclui. CURVA ASCENDENTE A procura pela praticidade no consumo de sucos fica evidente quando se analisam as estatísticas do setor. Os dados mais recentes da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), referentes a 2012, mostram que néctares, refrescos prontos para beber e refrescos em pó tiveram aumento de vendas de 14,6%, 12,9% e 0,6%, respectivamente, quando comparados a 2011. Já os sucos concentrados tiveram queda de 1,1% no período. A Abir mediu ainda o consumo per capita das bebidas. Entre as feitas à base de frutas, a preferência recai sobre os refrescos em pó, com 22,7 litros por habitante/ano, em 2012. Na sequência aparecem os néctares (5 litros), os sucos concentrados (3,4 litros) e os refrescos prontos para beber (1,9 litro). Sílvio Ávila Pulpy ideas Besides fresh consumption, fruits are essential ingredients in several foods, especially juices and pulps W ith upwards of 40 million tons annually produced in the Country, fruits have actually worked their way into Brazilian diets. And they are present in different forms, from fresh consumption to ingredients in sweets, ice creams, juices and other delicacies, and equally as components of simple and sophisti- BEBIDAS DE FRUTAS 2012 | Fruit-based beverages ProdutoVolume (1.000 l)Consumo per capita (l/hab/ano) Néctares 987.0005,0 Sucos concentrados660.145 3,4 Refrescos RTD *380.036 1,9 Refrescos em pó4.406.893 22,7 Fonte: Abir. Obs.: Os volumes de sucos concentrados e refrescos em pó foram calculados como bebidas prontas, após a dissolução em água. * Sigla RTD significa “pronto para beber”, da expressão em inglês “ready-to-drink”. 116 cated gastronomic recipes. Researcher Flávia dos Santos Gomes, of Embrapa Food Agro-Industry, based in Rio de Janeiro (RJ), maintains that 47% of all fruits produced are consumed fresh, considering both the domestic and international market, and 53% of them are sent to agro-industrial processing plants. In the amount destined for the industries, the highlights are juices and pulps, either consumed directly or used as ingredients in a variety of delicacies. Fruits are also offered in minimally processed or dehydrated form. Brazil has kept pace with the global trend towards soaring fruit consumption, in line with healthier lifestyles and well-being purposes. Researcher Flávia Gomes has it that the soaring processed fruit trade is the result of such factors as less time needed for food preparation, integral use and sensorial quality as close as possible to fresh food. 117 Fruits have become raw materials for huge industrial complexes, but they are also processed by small, family-operated agro-industries. “The activity is a major job and income generating initiative in Brazilian agribusiness, and its value-adding function is fundamental for the rural properties to remain sustainable”, the Embrapa researcher reaffirms. This is the way, she thinks, for the farmers to render their contribution towards local development. It is not always easy to set up and organize a fruit processing chain. The farmers are normally unaware of how to sell their manufactured items. In Flávia’s opinion, studies demonstrate that the most efficient way is through associations and cooperatives. “The farmers share costs and risks, they strengthen their purchasing power, explore new markets, boost their negotiating skills and, consequently, expand their income and productivity”, she concludes. UPWARD CURVE The search for more practical ways of consuming juices becomes all the more evident when statistics of the sector are analyzed. The most recent figures from the Association of Brazilian Soft Drinks and Non-Alcoholic Beverages Industry (Abir), published in 2012, show that ready-to-drink nectars, cool drinks and instant soft drink powders experienced sale increases of 14.6%, 12.9% and 0.6%, respectively, compared to 2011. On the other hand, sales of juice concentrates dropped 1.1% over the period. Abir also measured per capita consumption of beverages. Among the fruit-based beverages, the preference is for instant soft drink powders, with 22.7 liters per person/year, in 2012. They are followed by nectars (5 liters), juice concentrates (3.4 liters) and readyto-drink cool drinks (1.9 liter). Sílvio Ávila especial Special É fruta que não acaba O Estado de São Paulo lidera com folga a produção de frutas no Brasil e mostra condições de continuar crescendo, diante do mercado aquecido L íder em diversos segmentos da economia, o Estado de São Paulo é desde há muito tempo também o principal produtor de frutas do País. Mesmo com problemas enfrentados recentemente pela citricultura, onde São Paulo e o Brasil despontam no mundo, o volume da produção 118 de 19 itens da fruticultura paulista ainda responde por 40,42% do total brasileiro, com boa produtividade, uma vez que em termos de área a proporção fica em 30,32%. De pomares espalhados nas mais diversas partes da unidade federativa do Sudeste procederam 17,1 milhões de toneladas de produtos em 2012, em valor correspondente a mais de R$ 5,3 bilhões. Em termos de exportações do setor em 2013, os sucos de frutas paulistas faturaram US$ 2,6 bilhões (99,2% referentes ao de laranja), com crescimento de 3,5% em relação ao 119 Clima, logística e proximidade com o consumidor favorecem o Estado Climate, logistics and small distance from consumers favor production ano anterior, e representaram quase 88% da venda externa brasileira na área (em 2012, eram 85%). A informação é do Instituto de Economia Agrícola/Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (IEA/Apta). Conforme dados dessa fonte, os negócios com frutas do Estado para o exterior renderam US$ 112 milhões no ano em foco, 4,2% a mais do que no exercício anterior, e equivalentes a quase 13% do total brasileiro (em 2012, eram 12%). Afora a exportação do suco de laranja, em especial, uma característica marcante do campeão da fruticultura nacional está no atendimento do mercado interno, a partir de uma boa estrutura de rodovias, que facilitam o escoamento, e da proximidade com o grande centro consumidor, tanto para mesa quanto para indústria. Essa realidade, aliada às boas condições climáticas, facilitam a produção de frutas no Estado, com grande diversidade de itens, observa Cloves Ribeiro Neto, gerente de Inteligência de Mercado do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e presidente da Câmara Setorial de Frutas de São Paulo. O Estado tem “frutíferas com características bem diferentes, incluindo as de clima tropical, como o coco-da-baía, a manga e o caju, passando pelas de clima subtropical, como abacate, lichia e jabuticaba, até as do temperado, como maçã, framboesa e pêssego, aproveitando os diversos microclimas das suas regiões”, diz Ricardo Moncorvo Tonet, engenheiro agrônomo da Central de Assistência Técnica Integral (Cati) Regional Bragança Paulista, Casa de Agricultura de Amparo, na revista Casa da Agricultura – Fruticultura, 2010. Ressalta também que boa parte da atividade, com exceção da citricultura, está alicerçada em pequenas propriedades e em alta utilização de mão de obra, geralmente com boa renda. Sílvio Ávila No end of fruits The State of São Paulo is by far the biggest fruit producer in Brazil and shows every condition to continue on the rise, in light of a heated market L eader in several segments of the economy, the State of São Paulo has long been the largest fruit producer in the Country. Despite the recent problems faced by the orange orchards, where São Paulo and Brazil occupy a prominent position in the world, the production volume of 19 PRODUÇÃO PAULISTA | Production in São Paulo Principais frutas produzidas em São Paulo/2012 Área (ha)Volume (t) Laranja 500.54913.365.983 Banana 54.0981.215.435 Limão 28.825923.178 Tangerina 12.346362.968 Manga 13.024234.380 Abacaxi 3.683218.342 Uva 11.269214.684 Melancia 7.609203.960 Goiaba 4.092125.462 Abacate 4.19282.780 Caqui 3.33879.711 Pêssego 1.68037.633 Maracujá 1.69128.182 Coco-da-baía2.517 26.437 Mamão 37812.617 Figo 56010.550 Maçã 1503.665 Pera 13195 Melão 5100 Total 650.01917.146.262 Fonte: IBGE/Elaboração Ibraf. 120 fruit farming items throughout the State account for 40.42% of the total in Brazil, with good productivity, once in terms of area, the proportion remains at 30.32%. The orchards spread across this southeastern state yielded 17.1 million tons of produce in 2012, corresponding in value to R$ 5.3 billion. In terms of exports of the sector in 2013, juices from fruits produced in São Paulo raked in US$ 2.6 billion (99.2% from oranges), up 3.5% from the previous year, and represented almost 88% of Brazil’s foreign sales in that area (in 2012, it was 85%). The numbers were released by the Agricultural Economy Institute / São Paulo Agency of Agribusiness Technology (IEA/ Apta). According to data from this source, foreign fruit businesses of the State brought in US$ 112 million in the year in question, up 4.2% from the previous season, and equivalent to almost 13% of Brazil’s total (in 2012, it was 12%). Apart from the exports of orange juice, a remarkable facet that characterizes the national fruit growing leader is its capacity to serve the domestic market, taking advantage of a good roadway structure, making transportation easy, besides its proximity with a huge consumer center, both for table fruits and industrial purposes. This reality, along with good weather conditions, favor the production of fruit across the State, with a great variety of items, observes Cloves Ribeiro Neto, manager at the Market Intelligence Department of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf) and president of São Paulo’s Fruit Sectoral Chamber. The State is home to “fruit trees with distinct traits, including tropical fruits like Bahia coconuts, mangoes and cashew nuts, followed by subtropical fruits, like avocados, litchis and jabuticaba, and even temperate climate fruits like apples, raspberries and peaches, taking advantage of the different microclimates of the regions across the State, says Ricardo Moncorvo Tonet, agronomic engineer with the Integral Technical Assistance Center (Cati) at Regional Bragança Paulista, Support Agriculture House, in the magazine Casa da Agricultura – Fruticultura, 2010. He also mentions that the pillars of a great deal of the activity, with the exception of citrus fruits, are small-scale farms where family labor predominates, and earnings are not bad. Sílvio Ávila Campeão de quase tudo Produtores paulistas se destacam em grande leque de espécies, muito apreciadas no mercado interno e com forte demanda internacional E ntre as 19 frutas selecionadas nos levantamentos do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), São Paulo foi o principal produtor de oito delas em 2012: laranja, banana, limão, tangerina, goiaba, abacate, caqui e figo. Em limão e laranja, responde por dois terços do volume total brasileiro nas duas culturas, e em abacate e caqui, por mais da metade do produzido no País. Em tangerina, figo e goiaba, detém entre 36% e 38% da produção. Ocupa também o segundo lugar em pêssego, o terceiro em uva, especialmente para mesa (bem próximo do segundo, Pernambuco); e ainda o quarto em melancia, três frutas onde domina o Rio Grande do Sul. A produção paulista de 2012 foi menor do que a de 2011, que chegou a 19,1 milhões de toneladas nos itens relacionados e representou então 42,68% da brasileira. O principal fator de redução, lembra Cloves Ribeiro Neto, do Ibraf e da Câmara Setorial de Frutas do Estado, foi a crise na citricultura nos últimos dois anos, após dois ciclos com boas safras. Como é basica- 122 mente destinado à indústria (em mais de 80%), o grande volume de sua produção não teve o espaço necessário no mercado de suco processado, o que gerou as dificuldades. Em 2013, conforme dados do IEA/Cati/SAA referentes a 15 frutas, houve redução de 0,89% sobre 2012, enquanto os preços tiveram variação positiva, de 7,45%. Por outro lado, o dirigente do Ibraf e da Câmara Setorial menciona que, ao lado das vantagens logísticas na fruticultura paulista, são enfrentadas também adversidades, como custos altos com terra e mão de obra escassa, o que inclusive motivou a migração de alguns produtores para outros estados. Em relação ao futuro, Cloves apresenta a perspectiva de que possa crescer a produção no Estado líder da fruticultura nacional, tendo em vista o mercado aquecido e o consumo ainda baixo. Entre as ações atuais de apoio ao setor, ele faz referência ao Programa Profruta, para o qual em 2013 passaram a ser colhidos subsídios dos diversos organismos vinculados, visando à construção de um plano em várias frentes para o desenvolvimento da fruticultura no Estado. Nesse sentido, é buscado o envolvimento de todos os atores públicos e privados com interesse na atividade e vem sendo enfatizada sua heterogeneidade, com necessidades e objetivos diferenciados. É considerado importante, por exemplo, obter novas variedades, como no pêssego; ampliar a assistência técnica rural e ainda a promoção comercial. 123 Almost unbeatable Farmers in São Paulo excel in a variety of fruit species, very popular in the domestic market and in high demand abroad A mong the 19 fruit species selected in the surveys conducted by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), São Paulo was the largest producer of eight of them in 2012: orange, banana, lemon, tangerine, guava, avocado, persimmon and fig. In the production of lemons and oranges, São Paulo accounts for two thirds of the total volume of these fruits produced in Brazil, whilst with regard to persimmons and guavas, it is more than half. In tangerines, figs and guavas, the proportion ranges from 36% to 38% of the total volume. The State also ranks as second biggest supplier of peaches, third in grapes, particularly table grapes (almost on a par with Pernambuco, the second); and fourth in the production of watermelons, three fruit species whose production is led by Rio Grande do Sul. In 2012, production in São Paulo was down from 2011, which amounted to 19.1 million tons in the listed items and then represented 42.68% of the entire fruit crop in Brazil. The blame for the smaller production volumes is on the citrus farming crisis over the past two years, following on the heels of two highly profitable seasons, argues Cloves Ribeiro Neto, an official with Ibraf and the State Fruit Sectoral Chamber. As oranges are basically destined for the industry (upwards of 80%), the huge volume of its production did not get the necessary chances in the processed juice market, a fact that gave rise to the difficulties. In 2013, according to data from IEACati/SAA referring to 15 different fruit species, there was a reduction of 0.89% over 2012, whilst prices experienced a positive reaction of 7.45%. On the other hand, the Ibraf and Sectoral Chamber official maintains that, besides the logistic advantages of São Paulo’s fruit farming business, there is no shortage of adversities, like excessively high land costs and labor shortages, facts that induced some producers to leave for other states. With regard to the future, Cloves has it that production is poised to grow in the State now by far the biggest fruit producer in Brazil, in view of the heated market and low consumption. At present, regarding initiatives intended to lend support to the farmers, he mentions the Pro-Fruit Program, which, in 2013, began to attract subsidies from linked organisms, with the aim to come up with a multi-front program for the development of fruit farming throughout the State. Within this context, efforts are underway intended to get the involvement of all public and private players with an interest in the activity, while emphasis is put on its heterogeneity, with different needs and objectives. An important point consists in the acquisition of new varieties, whilst intensifying rural technical assistance and commercial promotions. OS MAIS ALTOS NO RANKING ESTADUAL Ranking highest in the State Principais municípios paulistas na produção de frutas* Área (ha)Volume (t) Casa Branca16.040 724.546 Mogi Guaçu14.081 457.607 Itapetininga13.849 398.087 Itápolis 19.248378.835 Águas de S. Bárbara6.500 364.100 Brotas 8.160340.837 Bebedouro 13.844328.673 Botucatu 7.800318.240 Colômbia 14.569303.008 Aguaí 10.170301.483 Fonte: IBGE/Elaboração Ibraf * Todos estão também entre os primeiros na produção de laranja. Sílvio Ávila Cartão de visitas Grande maioria dos municípios paulistas têm áreas dedicadas à fruticultura, e a laranja está presente em mais de 55% das comunidades A expressiva produção de frutas do líder brasileiro é reforçada pela presença da atividade em praticamente todo o Estado. Os números registrados mostram que a fruticultura é desenvolvida em pelo menos 516 (80%) dos 645 municípios de São Paulo, apresentando-se em todas as regiões. A principal fruta, a laranja, tem informações levantadas em 360 municípios e seus maiores produtores destacam-se entre os primeiros em geral na atividade frutícola estadual. Ainda no caso do produto cítrico, a divisão em microrregiões apresentada pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destaca a de Araraquara como a principal área da fruta em São Paulo, com 1,42 milhão de toneladas em 2012. Na sequência da laranja vêm as de São João da Boa Vista (é a segunda em tangerina), São José do Rio Preto, Avaré (primeira ainda em maçã), Mogi Mirim, Jaboticabal, Bauru, Limeira (também entre os primeiros em tangerina e abacate), Barretos e Botucatu. Jaboticabal ainda se destaca como principal microrregião em tangerina, goiaba e manga, além de ser a segunda em limão. Nesta cultura, a primeira colocada é a de Novo Horizonte e a terceira, São José do Rio Preto. Em banana, a liderança fica com a área de Registro, seguida de Itanhaém; Mogi das Cruzes está à frente em caqui, Campinas em figo e Ribeirão Preto em abacate. Na cultura da uva, como também na pera, desponta Piedade; em pêssego, Capão Bonito; e na melancia, Presidente Prudente e Marília. A região de Andradina é a primeira colocada em abacaxi, Adamantina em maracujá, Tupã em coco e Birigui em mamão e melão. 124 POLO TURÍSTICO Há regiões no Estado que buscam adicionar caracterização especial, como é o caso do chamado Polo Turístico do Circuito de Frutas. Surgiu em 2000, com a criação de associação de pequenos produtores rurais, foi oficializado por decreto estadual em 2002 e aperfeiçoado por resolução de 2007, sendo integrado oficialmente pelos municípios de Jundiaí, Jarinu, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Indaiatuba, Itupeva, Itatiba, Morungaba e Atibaia. Localizada muito próximo a grandes centros consumidores (Campinas e São Paulo) e do maior terminal de carga aérea do País, o aeroporto de Viracopos, além de privilegiada por boa malha viária, a área tem também atrativos turísticos aliados à produção de frutas. Boletim do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), de 2013, menciona a produção de morangos de Atibaia, o título de Estância Climática de Morungaba e do segundo melhor clima do mundo para o bem-estar humano em Jarinu. Além de lembrar Jundiaí e Louveira como grandes produtores de uva, e a presença, na região, de frutas como figo, caqui, pêssego, nectarina, ameixa, goiaba, atemoia, maracujá, tangerinas, pera e seriguela, a informação destaca o grande potencial de todos os municípios envolvidos para a fruticultura. Para tanto, careciam de estudo detalhado de suas características climáticas, relevo e solo, o que foi suprido pelo boletim técnico do IAC, que busca dar suporte aos produtores na escolha de novos espaços aptos ao cultivo de frutíferas. 125 Sílvio Ávila Visiting card Most municipalities in São Paulo devote areas to fruit farming, and the orange is present in upwards of 55% communities T he expressive production of fruit by Brazil’s number one producer is reinforced by the presence of the activity almost all around the State. The numbers show that fruit farming is conducted in at least 516 (80%) of the 645 municipalities in São Paulo, and is present in almost all regions. Statistical numbers of the main fruit, the orange, are available in 360 municipalities and all major producers normally stand out over the producers of other fruit species across the state. Equally, in the case of citrus producers the breakdown in microregions shown by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), based on data furnished by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), points to Araraquara as the most important fruit growing region in São Paulo, with 1.42 million tons in 2012. The municipali- 126 ty of São José do Rio Preto comes next, and is the second-largest producer of tangerines, followed by Avaré (number one in apples), Mogi Mirim, Jaboticabal, Bauru, Limeira (also ranking as major producers of tangerines and avocados), Barretos and Botucatu. The micro-region of Jaboticabal also stands out as major producer of tangerine, guava and mango, and ranks second in the production of lemons. The biggest producer of lemons is Novo Horizonte and the third is São José do Rio Preto. In bananas, the leading producers are located in the region of Registro, followed by Itanhaém; Mogi das Cruzes ranks first in persimmons, Campinas in figs and Ribeirão Preto in avocados. Piedade is a major grape and bear producer; Capão Bonito stands out as peach producer; Presidente Prudente and Marília are major watermelon growers. The Andradina region ranks first as pineapple producer, while Adamantina grows passion fruit, and Tupã is famous for its coconuts, and so is Birigui for its papaya and melons. 127 TOURIST BELT Some fruit growing regions across the State seek to add special characterization, which is the case of the so-called Tourism Belt of the Fruit Circuit. It surfaced in 2000, with the creation of the Association of Small-Scale Farmers, and was officially acknowledged by a state decree in 2002 and improved by a 2007 resolution, and its official members are the municipalities of Jundiaí, Jarinu, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Indaiatuba, Itupeva, Itatiba, Morungaba and Atibaia. Located very near huge consumer centers (Campinas e São Paulo) and very close to the Country’s Air Terminal, the Viracopos airport, privileged by a roadway network, the area is also known for its tourist attractions linked to the production of fruits. The 2013 bulletin of the Campinas Agronomic Institute (IAC), features the production of strawberries in Atibaia, the Estância Climática de Morungaba title and second best climate in the world for the well-being of humans in Jarinu. Besides mentioning Jundiaí and Louveira as big producers of grapes and the presence, in the region, of such fruits as figs, persimmons, peaches, nectarines, plums, guavas, annona cherimola, passion fruit, tangerines, pears and purple monbin, the information highlights the great potential of all municipalities involved in fruit growing. To this end, they lacked an accurate study on their climatic conditions, relief and soil, now furnished by IAC’s technical bulletin, which lends support to farmers in their choice for new spaces with aptitude for the cultivation of fruit trees. Sílvio Ávila A rainha do atacado Frutas representaram 52% dos produtos comercializados em 2013 no entreposto de São Paulo e 46% da produção procedeu do próprio Estado O segmento de frutas ganha relevância em São Paulo da produção à comercialização. Além de ser o maior produtor nacional, o Estado possui também um dos maiores centros de comercialização atacadista do mundo, o Entreposto Terminal de São Paulo, onde o espaço reservado a estes produtos sempre foi o mais amplo. E assim ocorre também em toda a rede de 11 entrepostos espalhados por cidades do interior. Em 2013, segundo informação da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que administra o complexo, as frutas representaram 52,1% – ou seja, 1,76 milhão de toneladas – do volume total comercializado no ponto principal na capital e praticamente o mesmo percentual em valores, que chegaram a mais de R$ 3,5 bilhões. Dos produtos, 46,01% tiveram origem em território paulista, vindo o restante da maioria dos estados brasileiros, além de diversos outros países (15%). 128 Entre as principais frutas comercializadas no local durante o ano, o destaque ficou com a laranja, com 21% do total. Ainda têm expressão, com mais de 8% do volume, mamão e maçã; e, com mais de 6%, melancia e tangerina. Nos 10 principais produtos vindos dos pomares estão incluídos manga, limão, melão, pera e banana. E entre os 20 primeiros colocados na lista fazem parte ainda abacaxi, uva, maracujá, coco verde, abacate, caqui, ameixa, pêssego, mexerica e kiwi. Nos entrepostos do interior, a comercialização de frutas em 2013 foi equivalente a 45,18% (341,2 mil toneladas) do total movimentado, com destaque para a unidade de Ribeirão Preto (91,6 mil toneladas). O montante vendido gerou receita de R$ 548,2 milhões (43,39% do geral). Além de Ribeirão Preto, os pontos que mais tiveram movimento neste segmento foram, na sequência: São José dos Campos, Sorocaba, São José do Rio Preto, Bauru, Presidente Prudente, Piracicaba, Araraquara, Araçatuba, Marilia e Franca. 129 MOVIMENTAÇÃO NAS CAIXAS | Moving in the boxes Principais frutas vendidas no Entreposto São Paulo em 2013 (t) Laranja368.860,83 Mamão148.439,55 Maçã141.023,01 Melancia113.198,10 Tangerina111.794,85 Manga96.951,48 Limão88.039,84 Melão80.151,83 Pera79.218,72 Banana78.679,22 Fonte: Ceagesp. T The queen of the retail trade Fruits represented 52% of all farm produce traded in 2013 in the São Paulo distribution center and 46% came from the State itself he fruit segment is gaining momentum in São Paulo from production to sales. Besides being the leading national producer, the State is also home to one of the biggest wholesale centers in the world, the São Paulo Distribution Terminal, where the space reserved to fruits has always been the largest. And the same holds true for the network of 11 distribution centers located across the interior. In 2013, according to numbers furnished by the São Paulo General Warehousing and Storage Company (Ceagesp), which administrates the complex, fruits represented 52.1% – that is to say, 1.76 million tons – of the total volume traded in the main center in the capital city, representing almost the same percentage in value, which amounted to R$ 3.5 billion. About 46.1 percent of all farm products came from the State of São Paulo, and the rest originated from all other Brazilian states, and equally from different countries (15%). Among the main types of fruit sold in this location during the year, the highlight was the orange, with 21% of the total. Other fruits with expressive sales, representing upward of 8% of the total volume, include papayas and apples; and, with more than 6%, watermelons and tangerines. The 10 best-selling products coming from orchards include mangoes, lemons, melons, pears and bananas. The 20 fruits on the list include pineapples, grapes, passion fruit, green coconut, avocados, persimmons, plums, peaches, tangerines and kiwi. In the distribution centers in the interior, fruit sales in 2013 were equivalent to 45.18% (341.2 thousand tons) of the total volumes traded, where the highlight was the unit in Ribeirão Preto (91.6 thousand tons). The amounts sold brought in revenue of R$ 548.2 million (43.39% of the total). Besides Ribeirão Preto, the locations that experienced soaring fruit negotiations were, in the following sequence: São José dos Campos, Sorocaba, São José do Rio Preto, Bauru, Presidente Prudente, Piracicaba, Araraquara, Araçatuba, Marilia and Franca. Sílvio Ávila Ações que frutificam Iniciativas de imigrantes, atividades científicas e de extensão e condições favoráveis contam a história de sucesso de São Paulo V ários fatores contribuíram para o sucesso da fruticultura no Estado de São Paulo, que se consagrou ao longo da história como o maior produtor do País. O início, lembra Luiz Carlos Donadio, que organizou em 2010 o livro História da fruticultura paulista, deve-se aos imigrantes que introduziram várias culturas, já tradicionais em seus países de origem. Depois, assinala, certamente foi marcante o apoio da pesquisa, principalmente do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). O IAC, conforme registros do próprio órgão, já dedicou atenção ao setor desde a sua criação, em 1887, quando Franz Wilhelm Dafert, primeiro diretor da instituição, cuidou de introduzir, da Europa, várias coleções de espécies frutíferas. Donadio, engenheiro agrônomo com pós-doutorado e trabalho sempre voltado à área, onde inclusive presidiu a Sociedade Brasileira 130 de Fruticultura em três períodos, também atuou no instituto e destaca a participação nos resultados de “uma plêiade de excelentes técnicos em todas as culturas”. Menciona Sylvio Moreira, na citricultura (e que inclusive empresta seu nome ao atual Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Citros), Orlando Rigitano nas frutas de clima temperado, Santos Neto na viticultura, “e tantos outros, que deram seguimento às pesquisas dos mestres citados”. Além deles, como complementa, “houve um grupo de competentes especialistas em solos, nutrição, doenças e pragas, que deram apoio importante à fruticultura”. Na evolução da atividade no Estado, Donadio indica ainda como fatores determinantes “o mercado muito atrativo da cidade de São Paulo, com alta demanda, além das condições climáticas adequadas”. Já entre fatos importantes nessa trajetória, aponta “a solução do problema da doença Tristeza para os citros, a criação de variedades melhoradas de pêssego, uva, ameixa e outras frutas, por parte dos técnicos do IAC; além do apoio de extensão agrícola pela Secretaria da Agricultura”. 131 IMPULSO VITAL Para o impulso da forte citricultura paulista, Margarete Boteon, engenheira agrônoma e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, na Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em análise da cadeia agroindustrial de citros, ressalta a instalação das indústrias de suco de laranja concentrado, na década de 1960. “Sua implantação e sua expansão nesse Estado proporcionaram o desenvolvimento do maior parque citrícola do mundo”, sublinha. Quanto ao futuro, na avaliação de Luiz Carlos Donadio, o potencial da fruticultura paulista ainda pode ser explorado, como tem sido feito, pela introdução de novas frutas. “Há condições para cultivo de frutas de climas tropical, subtropical e temperado, a exemplo de carambola, pitaia e outras, que têm aumentado sua demanda e são produzidas no Estado”, enfatiza. Este potencial, em seu entender, não está sendo aproveitado, pela falta de um projeto global do Estado, entre institutos, universidades e extensão, “pela deterioração dos serviços públicos paulistas, principalmente nos institutos de pesquisa e na extensão agrícola”, conforme interpreta. Sílvio Ávila Initiatives bearing fruits pests, who lent their relevant support to fruit growing”. Regarding the evolution of the activity across the State, Donadio equally recalls other determining factors, “the very attractive market in the city of São Paulo, with demand always on the rise, besides favorable climate conditions”. In his view, other important steps in this trajectory include “the eradication of the Tristeza disease in citrus plants, the development of enhanced peach, grape and plum varieties and other fruit species, by IAC technicians; without overlooking the support coming from the extension workers of the Secretariat of Agriculture”. Initiatives taken by immigrants, scientific studies and rural extension works, allied with favorable weather conditions, attest to São Paulo’s success story S everal factors had a say in the success of fruit farming across the State of São Paulo, which, over the years, reached the position as biggest producer in the Country. The credit, says Luiz Carlos Donadio, the brainchild behind the book, History of fruit farming in São Paulo, which came out in 2010, goes to the immigrants who introduced several crops, traditional in their countries of origin. He also maintains that research played a relevant role, especially the works conducted by the Agronomic Institute in Campinas (IAC). The institute (IAC), according to its own records, devoted special attention to the sector ever since it was created, in 1887, when Franz Wilhelm Dafert, first director of the research corporation, spared no effort to bring to Brazil European fruit species. Donadio, agronomic engineer, with a post doctoral degree, and continually focused on the area, where he even presided over the Brazilian Fruit Farming Society for three consecutive terms, also had an active role in the institute, where he credits the excellent results to a host of excellent technicians, specialized in different crops”. He mentions Sylvio Moreira, in fruit farming (the present Advanced Center for Technological Research Center on Citrus Agribusiness is named after him) Orlando Rigitano in temperate climate fruits, Santos Neto in winegrowing “and so many others, who gave continuity to the research works of the above cited masters”. Besides these people, he complements, “there was a group of very skilled specialists in soil, nutrition, diseases and 132 C M Y CM MY CY CMY K VITAL IMPULSE For a vital impulse to São Paulo’s citrus farming business, Margarete Boteon, agronomic engineer and researcher at the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), of the Luiz de Queiroz College of Agriculture at the São Paulo State University (Esalq/ USP), in an analysis of the agro-industrial citrus chain, highlights the establishment of concentrate orange juice industries, back in the 1960s. “Their implementation and expansion throughout the State gave rise to the biggest citrus park in the world”, she reiterates. With regard to the future, Luiz Carlos Donadio understands that the potential for fruit growing in São Paulo still needs to be explored, following on the heels of the introduction of new fruit species. “There are conditions for growing tropical, subtropical and temperate climate fruits, like carambola, pitaia and others, which have experienced rising demand and are produced in the State”, he argues. This potential, in his opinion, is being disregarded, simply because there is no global project at State level, involving institutes, universities and extension works, brought about by the deterioration of public services across the State, especially in research institutions and rural extension services”, he explains. eventos Events A nova fronteira Cuiabá recepciona participantes do 23º Congresso Brasileiro de Frutas para mostrar que Mato Grosso já se consolida como novo polo nacional D oces, azedas, suculentas, enxutas. Aveludadas, com textura, lisas. Pequenas, grandes, avulsas ou unidas em cachos. Diversas são as características desses alimentos ricos em nutrientes que são essenciais para o organismo do ser humano. Presentes principalmente nos lanches, entre uma refeição e outra, ou ainda como complemento, as frutas são sinônimo de qualidade de vida. Com tanta importância, nada mais justo do que um espaço especial a fim de discutir e divulgar temas relevantes para a fruticultura brasileira. De 24 a 29 de agosto de 2014, cerca de 2 mil participantes, entre pesquisadores, professores, extensionistas, estudantes, produtores e técnicos de empresas públicas e privadas ligadas ao setor, devem se reunir no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, no Mato Grosso, para o 23º Congresso Brasileiro de Fruticultura, com o objetivo de fazer um intercâmbio de conhecimento. A programação do evento prevê debates sobre os desafios da cultura no Brasil, desde os gargalos para a realização de pesquisa até as oportunidades que os componentes funcionais das frutas e suas aplicações nas indústrias de alimentos, de cosméticos e de fármacos apresentam no cenário atual, além de suas perspectivas futuras. 134 O presidente do congresso, professor e engenheiro agrônomo João Pedro Valente, enfatiza o ponto alto do encontro. “Ressaltamos as discussões sobre organização dos produtores para o cultivo e para a comercialização nos mercados interno e externo”, observa. O encontro pretende defender a implantação de uma Ceasa em Cuiabá, como instrumento potencializador da atividade nessa região expressiva no agronegócio nacional. O Congresso Brasileiro de Fruticultura, promovido pela Sociedade Brasileira de Fruticultura, teve sua primeira edição em 1971, em Campinas (SP). Hoje, é considerado o maior e mais tradicional evento técnico-científico da área. Na avaliação de Valente, sua realização é fundamental. “Trata-se de um agente de disseminação dos avanços científicos e tecnológicos”, ressalta. “O crescente nível de exigência tecnológica da fruticultura é um dos vários desafios da comunidade científica”, frisa. “Nesse sentido, a promoção de eventos cria ambiente favorável para discussões técnicas, exercendo papel relevante a fim de alavancar o setor e torná-lo cada vez mais contributivo para a economia nacional, na geração de empregos e de renda em todas as regiões do território brasileiro”. Mais informações sobre o 23º Congresso Brasileiro de Fruticultura podem ser encontradas no site www.fruticultura2014.com.br. Inor Ag. Assmann 135 Evento ocorre de 24 a 29 de agosto no Centro de Eventos do Pantanal Event is held from August 24 through 29 in the Pantanal Events Center The new frontier Cuiabá spreads the red carpet to welcome the participants of the 23rd Brazilian Fruit Congress, clearly demonstrating that Mato Grosso has consolidated its position as national fruit belt S weet, sour, succulent, plain. Velvet, with texture, smooth. Small, big, loose or in bunches. These foods, rich in nutrients that are essential for humans, have distinguishing characteristics. Commonly eaten at small lunches between meals, or as complements, fruits are synonymous with quality of life. Their role and relevance call for a special occasion to debate the importance of fruit farming in Brazil, whilst giving publicity to topics that have direct impacts on this activity. From 24 to 29 August 2014, in the Pantanal Events Center, some two thousand participants, including researchers, professors, extension workers, students, growers and technicians from public and private companies linked to the sector, are supposed to meet at the Pantanal Events Center, in Cuiabá, State of Mato Grosso, for the 23rd Brazilian Fruit Farming Congress, with the main objective to exchange knowledge. The program of the event features debates on the challenges of the crop in Brazil, from the bottlenecks faced by research teams to the opportunities that the functional components of the fruits and their applications in food, cosmetic and pharmacy industries display in the present scenario, besides their future perspectives. The president of the congress, professor and agronomic engineer João Pedro Valente, makes no secret of the relevance of the meeting. “We point out the debates on the organization of the growers for cultivating and marketing their produce at home and abroad”, he observes. The event intends to advocate the installation of a Ceasa (distribution center) in Cuiabá, as an instrument geared towards potentiating the activity across this expressive region in our national agribusiness. The Brazilian Fruit Farming Congress, promoted by the Brazilian Fruit Farming Society, had its first edition in 1971, in Campinas (SP). Now it is viewed as the biggest and most traditional technical and scientific event in the area. In Valente’s view, the congress plays a fundamental role. “It is in fact an agent that disseminates scientific and technological breakthroughs. “The ever-increasing technological requirements for fruit farming operations are one of the challenges faced by the scientific community”, he argues. “Within this context, events of this kind give rise to favorable environments for technical debates, thus playing a relevant role towards leveraging the sector, turning it a contributing factor to our national economy, through the generation of jobs and income throughout the Brazilian territory”. For more information on the 23rd Brazilian Fruit Farming Congress, please access site www.fruticultura2014.com.br. Inor Ag. Assmann GRANDES DESTINOS Great destinations 2º Festival Nacional do Mamão Brasil PapayaFest e Gran Exponorte Data: 2 a 5 de abril de 2014 Local: Linhares (ES) Fone: (27) 99281 9105 E-mail: [email protected] Site: www.granexponorte.com.br VI Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul Data: 8 a 10 de abril de 2014 Local: Pelotas (RS) Fone: (53) 3275 8151 E-mail: [email protected] Site: www.cpact.embrapa.br/eventos/2014/abril/ pequenas-frutas/index.php 21º Hortitec – Exposição técnica de horticultura, cultivo protegido e culturas intensivas Data: 28 a 30 de maio de 2014 Local: Holambra (SP) Fone: 19 3802 4196 E-mail: [email protected] Site:www.hortitec.com.br 11º Senafrut -Seminário Nacional sobre fruticultura de clima temperado Data: 3 a 5 de junho de 2014 Local: São Joaquim (SC) Fone: 49 3233 8448 E-mail: [email protected] Site: www.epagri.sc.gov.br 136 23º Congresso Brasileiro de Fruticultura Data: 24 a 29 de agosto de 2014 Local: Cuiabá (MT) Fone: 65 3621 1314 E-mail: [email protected] Site: www.fruticultura2014.com.br Frutal 2014 – 21º Semana Internacional da Fruticultura e Agroindústria Data: 23 a 25 de setembro de 2014 Local: Fortaleza (CE) Fone: 85 3246 8126 E-mail: [email protected] Site:www.frutal.org.br Expofruit 2014 – Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada Data: 24 a 26 de setembro de 2014 Local: Mossoró (RN) Fone: 84 3312 6939 e 84 9963 0555 E-mail: [email protected] Site: www.expofruit.com.br Genética que marca No campo da bola, o mundo todo já sabe que o Brasil é um sucesso! A marca BRS Embrapa é a garantia de frutas com maior qualidade na produção e para o consumidor. As cultivares da Embrapa, desenvolvidas para a produção em todo o país e múltiplos usos e funções, tanto na mesa quanto na indústria, atendem a um mercado diversificado. Este é o caminho para mais sucesso do Brasil no campo da agricultura! BRS, a marca das Cultivares Embrapa In the soccer field, the world already knows that Brazil is a success! BRS Embrapa brand is a guarantee of higher quality for fruit and for consumers. Embrapa Cultivars serve a diverse market and are developed to multiple uses and functions, both for the table and for the industry, throughout the country. This is the path to more success in Brazil at the agriculture field! BRS, the Embrapa Cultivars’s brand www.embrapa.br/cultivares Amistar Top. A qualidade que seu produto precisa para se destacar. © Syngenta, 2014. Melhor controle de doenças Não causa fito Menor período de carência Efeito sinérgico: praticidade e eficiência