herpes - Instituto Protetores da Pele

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herpes - Instituto Protetores da Pele
DR. OMAR LUPI
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DR. OMAR
AR LUPI
 Médico dermatologista especialista pela
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
 Prof. Adjunto de Dermatologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UniRio)
 Prof. Titular e Chefe do Serviço de Dermatologia do Curso de Pós-Graduação em
Dermatologia da Policlínica Geral do Rio de
Janeiro
 Médico do Serviço de Imunologia Clínica
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ)
 Pós-Doutorado em Imunodermatologia
pela University of Texas (USA)
 Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2009-2010)
 Vice-Presidente do Colégio Ibero LaƟno
Americano de Dermatologia (CILAD)
 Membro Titular da Academia Nacional de
Medicina (AMN)
SUMÁRIO
Doutor, ...
o que é herpes?
o que causa herpes?
quantos Ɵpos de herpes existem?
o herpes tem algum Ɵpo de predileção?
o herpes é uma doença comum?
no Brasil também é assim?
se é tão comum, por que não afeta mais pessoas?
herpes é uma doença genéƟca?
como se pega o herpes labial?
como se pega o herpes genital?
em que lugar da pele o herpes fica guardado?
o fato de o vírus ficar no sistema nervoso pode causar problemas?
como se manifesta o herpes?
e sobre o herpes zoster?
por que o herpes dói?
qual a diferença entre a primeira crise e as demais?
então a primoinfecção é uma forma mais grave?
e as crises de herpes, como são?
quanto tempo dura o herpes?
quais as complicações em quem tem herpes?
até quando posso passar herpes para outras pessoas?
se alguém beber água no meu copo pode pegar herpes labial?
se alguém usar o banheiro depois de mim, pode pegar herpes genital?
quais são os fatores que pioram o herpes?
tomar sol traz maleİcios a quem tem herpes?
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então eu devo usar o protetor solar?
andar de bicicleta piora o herpes?
que outras medidas podem ser úteis para evitar o herpes genital?
existem dietas que ajudam a quem tem muitas crises?
então se eu comer chocolate, vai me dar crise?
tomar vitaminas para evitar o herpes ajuda?
como foi a descoberta da relação da dieta com o herpes?
é verdade que quanto mais velho menos crises temos?
como se faz o diagnósƟco do herpes?
existem exames de sangue que podem ajudar?
existe algum teste mais moderno para quem tem herpes?
o teste genéƟco é indicado para todos os pacientes?
posso me curar do herpes?
que médico devo procurar para me ajudar?
qual é o melhor tratamento para o herpes?
medicações tópicas podem ajudar?
o que tem de tão especial no aciclovir?
não há risco de ficar resistente ao aciclovir?
não existe nenhuma medicação mais nova?
o herpes pode matar?
como podemos fazer para prevenir a contaminação e as crises?
existe vacina para herpes?
a vacina é úƟl para não pegar herpes ou só para previnir as crises?
o que impede de termos uma vacina para o herpes atualmente?
vamos conseguir a cura do herpes no futuro?
Prezado leitor,
Durante mais de 20 anos tenho me dedicado à Dermatologia, na universidade e no consultório, em um trabalho diário que adoro exercer. Até hoje entro quase que diariamente em sala de aula para treinar os alunos de Medicina
e os residentes em Dermatologia a reconhecerem as lesões de pele e saber
tratá-las. Me lembro quando tudo começou. Corria o ano de 1993, em algum
dia ensolarado e quente do início de março. Tinha ingressado no mestrado em
dermatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e precisava definir a minha linha de trabalho. Entrei na sala do saudoso Prof. Antônio Carlos
Pereira Jr para lhe perguntar sobre o melhor caminho a tomar e fui recebido
pela sua voz firme me dizendo: “Chegou em boa hora, meu rapaz. Acabei de
ter uma discussão com o Prof. Sérgio Carneiro sobre o real potencial do herpes
genital em ser transmiƟdo por via sexual. Já tenho a sua linha de invesƟgação.
Você vai estudar o herpes em toda a sua plenitude!”.
Se eu soubesse o longo caminho que me esperava após aquelas palavras
talvez não Ɵvesse aceitado a incumbência. Não imaginava nada tão trabalhoso,
árduo e complexo. Talvez tenha entendido a suas palavras de uma forma muito literal quando ele me falou em “estudar o herpes em toda a sua plenitude”
mas o fato é que, 20 anos depois, é isto que faço diariamente. Foram 4 teses
pessoais nesta linha de pesquisa, as de mestrado, doutorado, pós-doutorado
e livre-docência, além de mais de 10 teses de orientandos em diversas insƟtuições de ensino superior no Brasil. O estudo do herpes me levou a publicar
livro-texto sobre infecção herpéƟca (2000), apresentar trabalhos e conferências
em diversos congressos e insƟtuições no Brasil e no exterior, me radicar nos Estados Unidos por quase 2 anos no projeto de uma nova vacina anƟherpéƟca,
tudo isto para melhor “estudar o herpes em toda a sua plenitude”. Dois outros
livros publicados no exterior, um sobre manifestações cutâneas e mucosas das
viroses (2010) e outro sobre dermatologia tropical (2006), em que me respon-
sabilizei pelas viroses tropicais, são produto direto daquela conversa de tantos
anos atrás. Por fim, novo livro sobre as infecções causadas por todos os vírus da
família Herpes, incluindo aí o herpes zoster, foi publicado em 2010. Este trabalho
permeia toda a minha vida profissional e me faz desafiar novos limites. Aquelas
palavras de tantos anos atrás me deram as maiores realizações profissionais da
minha vida e os momentos de maior vicissitude também.
No entanto, um grande desafio ainda permanecia por ser vencido. SenƟa
uma enorme vontade de escrever não só para o público médico mas para todas
as pessoas tão necessitadas de informação e conhecimento atualizado. Não sabia se seria capaz de me livrar de tantos anos de linguajar técnico e, ao mesmo
tempo, passar as informações de forma agradável, educaƟva e com uma leitura
leve. Será que daria certo? Meu primeiro movimento neste senƟdo foi idealizar
o InsƟtuto Protetores da Pele (www.protetoresdapele.org.br) no ano de 2011.
Me incomodava o fato de que quase nada havia sobre dermatologia, voltado
para o público em geral, e que fosse éƟco e atualizado. Os médicos, as vezes,
tem esta tendência de olharem somente para dentro de si mesmos. O sucesso
imediato do InsƟtuto me incenƟvou a iniciar esta série de livros e o primeiro
tema não podia ser outro: Herpes!
Foi tambem o livro mais diİcil de todos que já escrevi ou, pelo menos, aquele em que mais emprestei a minha alma. Hoje, vinte anos depois, não posso
mais apartar a discussão acadêmica entre os Prof. Antônio Carlos e Sérgio Carneiro pois ambos já se foram do nosso convívio. Mas recebi deles um sonho e
tenho lutado muito para transformá-lo em realidade. Shakespeare já disse que
nós somos feitos da mesma matéria dos nossos sonhos. Se isto é mesmo verdade, a publicação deste livro faz com que tenhamos hoje, vivo dentro de nós,
todos os sonhos do mundo.
Omar Lupi
herpes?
O
herpes é uma doença infecciosa e muito contagiosa produzida pelo vírus do herpes simples
(HSV da sigla em inglês). O vírus recebe este nome
porque existem outros aparentados, como o herpes
zoster, por exemplo, mas quem causa a doença é
mesmo HSV.
Herpes nos lábios.
O herpes simples é conhecido
desde a AnƟguidade e se caracteriza
por sua tendência a voltar sempre no
mesmo local, dando pequenas bolhinhas (chamadas de vesículas), todas
bem próximas entre si, o que empresta à doença uma similaridade com
um pequeno buquê de flores, além
de dor e incômodo no local afetado.
Algumas pessoas têm essas crises de
herpes umas poucas vezes na vida,
enquanto outras têm herpes várias
vezes no ano.
!
 Pequenas bolhas muito próximas
 Dor e incômodo no local afetado
 Pode aparecer ou não com frequência
Doutor, eu tenho herpes
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Doutor,
O QUE CAUSA
herpes?
O
vírus HSV. Assim como com a gente, o HSV também é formado pelo material nucleico chamado DNA, mas com tamanho diminuto. Para efeito de
comparação, se nosso corpo fosse o planeta Terra,
uma célula teria o tamanho de uma casa e o HSV
teria o tamanho de uma bola de futebol. Só que o
detalhe é que essa bola de futebol tem a mesma estrutura genéƟca que nós temos, porém muito mais
simples, sendo capaz de entrar na “nossa casa” e
roubá-la completamente.
!
O HSV É...
 o vírus causador do herpes
 muito contagioso
 bem menor do que as nossas células, mas com a mesma
estrutura genéƟca
Vírus HSV, o causador do herpes.
O HSV transforma a célula numa espécie de zumbi que passa
a produzir mais e mais vírus, até morrer. A morte dessas células é
que acaba causando as tais bolhinhas na pele, a dor, o incômodo e
a ardência que caracterizam o herpes simples. O pior de tudo é que
HSV é muito contagioso e passa de uma pessoa para outra com
facilidade, recomeçando o ciclo novamente.
HSV
CÉLULA
CÉLULA
Doutor, eu tenho herpes
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D
ois Ɵpos. O HSV se dividiu em dois irmãos gêmeos quase iguais, o HSV-1 e o HSV-2, que, apesar
da semelhança de hábitos (maus hábitos, diga-se de
passagem), preferem morar em locais diferentes do
nosso corpo.
HSV-1
afeta: lábios e às
vezes os olhos.
HSV-2
afeta: área genital,
como o pênis e a
vulva, e às vezes
as nádegas.
O HSV-1 gosta mais da área dos lábios e às vezes também afeta
os olhos, enquanto o HSV-2 afeta muito a área genital, como o pênis e a vulva, mas pode ser visto também em lesões nas nádegas.
Por isso se convencionou chamar a lesão causada pelo HSV-1
de herpes labial, apesar de que nem sempre a lesão é exatamente labial. Já herpes genital, mais causado pelo HSV-2, nem sempre
afeta somente a genitália. Em alguns lugares do mundo, como na
Inglaterra, há até uma grande inversão de local entre os dois Ɵpos
do vírus, e até 50% das pessoas podem ter lesão nos lábios pelo
HSV-2 e vice-versa.
 Existem dois Ɵpos de herpes
!
 Apesar de serem muito parecidos, os dois Ɵpos do vírus atacam
locais diferentes do nosso corpo
Doutor, eu tenho herpes
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