A CURA DA - Sandra Strauss

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A CURA DA - Sandra Strauss
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A CURA DA
CASA
Escolha das cores, inserção estratégica de
elementos do alfabeto hebraico e organização
do espaço de acordo com os ‘chacras’ da
casa compõem a técnica de harmonização de
ambientes desenvolvida no Rio de Janeiro com
fundamentos no Feng Shui, na radiestesia, na
geobiologia e na Cabala
Bruna Talarico | FOTOS: MÁRCIO IRALA
Q
uando nada parece dar certo na vida, é hora de olhar para dentro: não
apenas de si, mas também de sua casa. Problemas corriqueiros – ou não tão
passageiros assim –, como desentendimentos afetivos, dificuldades profissionais e até mesmo distúrbios na saúde podem ter origem em pequenas obstruções
nos chacras energéticos do lar, doce lar.
A engenheira de biotecnologia Sandra Strauss, 39 anos e dedicada há 10 à terapia de ambientes, desenvolveu técnica própria, a Cli Le Shalom. Ela atende, desde
seu escritório no coração de Ipanema, tanto a pessoas físicas quanto a empresas,
e não é raro utilizar-se da ponte aérea para resolver a energia de algum ambiente
além-Rio. Sandra explica:
“Assim como nós temos chacras energéticos, que são espaços metafísicos no ser
humano, a casa também os têm. Não se trata de um conhecimento exotérico. É
místico, mas também é clássico: tudo vem da Torá (livro sagrado dos judeus e base
dos conhecimentos da Cabala). Não vou falar de magia, de adivinhar o futuro.
Meu material de trabalho é o conhecimento conjugado de Feng Shui, radiestesia,
geobiologia, medicina da casa e Cabala, resultando na desobstrução dos fluxos
energéticos do ambiente” – ressalta.
Para isso, continua Sandra, é necessário posicionar a árvore da vida, um diagrama
formado pelos 10 sephiroth (chacras da casa) e pelas 22 letras do alfabeto hebraico,
na planta baixa da casa e saber a que ponto cardeal corresponde cada sephiroth.
Prosperidade no gráfico da sala sugerida pela Novo Ambiente
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Na letra alef, equilíbrio: marca do espaço de Caco Borges na Artefacto Beach & Country
“Uma casa onde as pessoas apresentam problemas profissionais provavelmente está com a sephira que corresponde à disciplina, o Guevurá, obstruída. Isso compromete
toda a força motora dos moradores, o que pode levar,
por exemplo, a problemas para perder peso” – ilustra ela.
Em termos práticos, alguns preceitos básicos podem
ser seguidos para harmonizar o ambiente. Bagunça,
por exemplo, é sempre um mau sinal; assim como o são
plantas mortas, acúmulo de material que não tem mais
utilidade, como revistas e sujeira.
“Gosto de dizer que um closet bagunçado é uma vida
bagunçada. Se quero uma pulseira e não acho, aquilo já
gera uma cobrança interna. Penso em como não arrumo
minhas coisas, passo a desconfiar da pessoa que limpa a
casa... Tudo isso obstrui a vida” – defende.
Sua dedicação à harmonização de ambientes e cura da
casa começou com uma história pessoal. Há 12 anos,
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quando a obra no apartamento para o qual se mudaria começou a apresentar mais problemas que soluções, Sandra
viu o sonho se transformar em pesadelo.
“A obra, em Ipanema, demorou dois anos. Nada andava,
quem trabalhava na obra começou a fechar as portas...
Tinha uma energia de falência enorme. Até meu marido,
na época, ficou doente. Pensei: tem alguma coisa errada
aqui. Foi quando me deparei com uma disciplina chamada
medicina da casa e aprendi que no lugar onde convivemos
estão todos os tipos de emoção. As memórias vão sendo
inseridas, gerando muita energia positiva e negativa. Me
aprofundei, e o rabino Nilton Bonder me orientou a estudar a Cabala” – lembra ela.
Sandra diz não saber se a cantora Madonna, que trouxe a
Cabala à pauta mundial, segue técnicas de harmonização
de ambientes. Mas já avisa:
“Adoraria harmonizar a casa dela!”
Na Orlean, sequência de letras hebraicas: harmonia e parceria entre os funcionários
Com o auxílio de uma bússola, é possível seguir alguns
princípios da Cli Le Shalom, metodologia de harmonização de ambientes desenvolvida por Sandra Strauss
com base em fundamentos de Feng Shui, radiestesia,
geobiologia e Cabala. Para as cores, não é necessário
aplicá-las nas paredes; apenas elementos nas paletas
determinadas já surtem efeitos.
Leste: Direção de onde o sol nasce, corresponde ao
pulmão. É onde a casa recebe a nutrição do fluxo
energético. Se um espelho reflete essa nutrição para
outro cômodo, o fluxo torna-se desnutrido. De acordo
com a Cli Le Shalom, a melhor cor para este canto da
casa é o branco.
Oeste: Corresponde aos pés, à ação e ao movimento.
Corresponde às concretizações e administração, e por
isso a cor azul, que simboliza a porção feminina de
Deus no mundo físico, seria a cor mais adequada.
Norte: É o canto do trabalho, o Guevurá. Trata-se da
força motora da árvore, e no corpo humano seria o
braço esquerdo. O Cristo Redentor está posicionado
exatamente dessa forma: de frente para o leste, estrategicamente perfeito. A cor vermelha deve estar
presente em algum elemento da decoração.
Sul: O lugar do sucesso, seria o braço direito no corpo
humano. Representa a amabilidade, e tudo relacionado ao amor está no sul. É o compartilhar, a generosidade. Sandra Strauss sugere a presença de algum
elemento na cor off-white.
Centro: Equivale à harmonia, à beleza no sentido estético. O amarelo, que pode estar presente em flores desta
cor, é sugerido para este canto da casa.
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Criação de Angela Meza para Lider: concretização de vendas na sequência de letras hebraicas
“O projeto de qualquer ambiente, seja residencial, comercial,
corporativo ou hotelaria, por exemplo, não é só uma imagem,
uma vitrine. Estamos sempre trabalhando com uma coisa mais
profunda, que para mim se fundamenta na harmonização de
ambientes, em trazer uma energia, um conhecimento e uma
sabedoria que vão além da estética. Para mim, a Cabala promove esse aprofundamento. Conheço este ensinamento há
10 anos e trabalho com a Sandra Strauss há quatro. Desde
então, sempre recomendo aos meus clientes, e os resultados
são muito bons. Temos harmonizado pelo menos dois ambientes por ano com esta ideologia, e minha própria casa e meus
escritórios contam com essa harmonização: me trazem paz e
equilíbrio muito fortes. Não tenho dúvida de que funciona.”
(Caco Borges, arquiteto)
“Minha história com a harmonização de ambientes e com a
Sandra Strauss vem, coincidentemente, de quando abri a loja do
CasaShopping. Foi uma transição entre um espaço menor para
um maior, de mais destaque, e quando fui organizar a disposição
dos móveis lembrei logo da Sandra, que tinha sido recomendada
por um amigo. Fizemos todo o trabalho que ela achou adequado,
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e ainda nos primeiros meses de funcionamento, meu filho, que
também é meu sócio, levou um especialista em ergonomia – uma
ciência palpável e concreta, relacionada com nossa proposta do
bem-estar. Pois bem, depois de conversar muito sobre os produtos
da loja, este expert me chamou, disse que queria me perguntar uma
coisa: “Essa loja tem algum trabalho ligado à espiritualidade?”.
Quando eu respondi que sim, ele só me disse: “Pois é, eu senti”.
(Riva Crosman, Novo Ambiente)
“Na verdade, a Cabala é a parte mais espiritualizada da religião
judaica, e alguns profissionais da teologia chegaram a esse significado da energização, do bom astral, de criar um ambiente
propício para receber os bons fluidos e ou amenizar os que não
são bons. Como tenho fé, acredito. Acredito porque acho que
a pessoa espiritualizada e que tem fé tem tudo para receber
bons fluidos. Mas nunca participei de nenhum estudo específico e não tenho conhecimento sobre este tipo de harmonização de ambientes. Conheço a Sandra e gosto muito dela e de
conversar com ela, mas não sei como a técnica foi criada. Em
suma, eu não tenho estudos. Simplesmente acredito e sinto”.
(Jacob Orlean, Orlean)