Informação, Cultura e Livre Expressão
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Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA www.jperegrino.com.br Ribeirão - SP - Nº 103 - -novembro/2008 Ribeirão PretoPreto - SP - Ano IV -- Ano Nº 41 -IX Setembro/2003 R$ 1,00 “Existem verdades triviais e existem Grandes Verdades. O oposto de uma verdade trivial é simplesmente falso. O oposto de uma Grande Verdade também é verdadeiro.” – Niels Bohr Perdão: A essência da vida Sempre que um mal funcionamento ocorre dentro de algum corpo de expressão ou o fluxo de energias é rompido e forças estão em oposição entre si, então há a possibilidade de que a forma não seja mais adequada para revelar o propósito do estabelecimento da vida. Existem duas possíveis soluções. A primeira é a dissolução da forma, para que se aloje uma nova, ajustada para um serviço melhor. A segunda é a cura da forma, estabelecendo o fim de um período de doença. Quando esta é a escolhida alguém está trabalhando ao longo das linhas de “fazendo coisas renovadas”... Página 4 Filhos: Paraíso ou Perdição? Bem, vou falar de filhos. Qual o motivo? As mães! Quando me procuram para falar de seus filhos, na maioria das vezes sentem-se culpadas. Muitas acreditam que falharam vergonhosamente em seu ofício de mães. Muitas, mesmo na época em que vivemos, ainda dão ouvidos à poesia de Coelho Neto, bem escrita, mas nada animadora, que diz que ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração e é padecer no paraíso. Dão ouvidos e acham bonito. Haja coração e haja paraíso! É lindo e não é viável. Muitas vezes o coração está estático e empedrado e o paraíso é apenas aquele lugar de onde Eva foi expulsa.... Página 12 Livros 24 horas e a Filosofia – William Irwin A Claridéia de Percival – Carolina Bernardes AutoCAD 2009 – Roquemar Baldam & Lourenço Cabeamento Estruturado – Paulo Sérgio Marin Empreendedorismo além do Plano de Negócio - Eda C. L. de Souza e Tomás de A. Guimarães Montesquieu e Rousseau – Émile Durkheim Os pilares de Tubalcaim – Michael Howard, Nigel Jackson Página 10 Peregrino das Letras 2 Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Informação, Cultura e Livre Expressão Editorial Cursos – Oficinas Palestras – Workshops Capa Quando pequena, eu devia ter uns sete anos, talvez um pouco menos, vi uma menina ser atropelada por um ônibus. Lembro-me até hoje passados tantos anos, daquela criança esvoaçante, de casaquinho branco, atravessando a avenida. Eu vinha de mãos dadas com minha avó. O ônibus a atropelou, não me lembro em que circunstâncias, se o farol fechou, se ela correu. Lembro-me apenas daquela menina caída e machucada. Lembrome de seus olhos abertos e estranhos. Lembro-me das pessoas em volta e da curiosidade de todos. Lembro-me que percebi que algo havia fugido dela. Ela havia se tornado boneca e eu não havia percebido que ela estava morta. Muitas outras vezes entrei em contato com morte. Essa Senhora é fascinante. Provoca muita curiosidade. É só ver como as pessoas ficam interessadas para saber quem morreu, para saber, muitas vezes, com detalhes sobre o evoluir das doenças, sobre o desenlace. É só reparar quando há uma tragédia na televisão que envolve morte como todos ficam eriçados. A mídia sabe disso e se aproveita muito bem dessa circunstância. Então é uma repetição incrível do assunto. Chegamos a sentir enjôos, tantos são os detalhes. Interessante é que ficamos ali, ouvindo, ou deixando que alguém nos conte. Parece que assistindo à morte dos outros, adiamos a nossa. Ou quem sabe, pensamos como minha sábia avó que dizia “antes eles do que eu”. Quando falamos de morte não somos congruentes. Nós a tememos e ao mesmo tempo não conseguimos desgrudar nosso olhar dela. É como se algo nos alertasse para a impossibilidade de viver para sempre. Coisa que estamos cansados de saber, mas adiamos. O fato é que a morte é um enigma. Não a entendemos e não é possível que ela nos apresente uma charada para que a compreendamos e nos livremos dela. Decifra-me, de nada nos servirá. Devoro-te é mais provável. À Esfinge com sua face assustadora, sua cabeça de mulher, seu corpo de leão e suas asas de águia, coube perguntar sobre as fases da vida do homem. Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde? Édipo respondeu a contento: o homem. É o homem que anda com quatro pés quando engatinha, com duas quando é adulto e está ereto, com três, as duas pernas e a bengala quando está velho. A Esfinge pega de surpresa atirou-se de um abismo. À morte não se aplica charadas. É ela que nos pega de surpresa. É, porque é. Porque sim como dizem as crianças. Virá para todos indiferente a credos, raças, aparências. Indiferente ao nosso medo. Indiferente a todos os questionamentos que fizermos sobre ela. A morte invalida nosso corpo, apaga nosso ego. Não nos promete nada em troca. Se queremos acreditar em algo, após sua passagem, ela responde que o problema é nosso. A morte em princípio é aquela boneca- menina, jogada no asfalto, sem vida e sem explicação. E se nos cabe morrer todos os dias até que finalmente sejamos apanhados na teia do findar então não nos resta esperança? Resta o dia a dia. Resta a vida e suas maravilhas. Resta o espanto e a alegria. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz [email protected] Peregrino das Letras Imagem capa - aluno do 8° ano, da Escola Waldorf João Guimarães Rosa, referente ao Dom Quixote . 8 – Seminário de Reiki – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3630 2236 / 9782 4150. 8 e 22 – Oficina Brincando com Fios – Trabalhos Manuais e Contos de Fadas – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3021 5490 / 9118 7261. 15 – Workshop Xamânico – Rompendo Vínculos do Passado – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 9962 5178 / 9747 1636. 15 – Seminário de Reiki – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3630 2236 / 9782 4150. 22 – Curso – Numerologia Tântrica e os Florais – Módulo I – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 8137 1165. 29 – Bazar e Exposição – Escola Waldorf – Ribeirão Preto /SP – Informações: (16) 3916 4157. 29 – Seminário de Reiki – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3630 2236 / 9782 4150. Informação Cultura e Livre Expressão José Roberto Ruiz (16) 3621 9225 / 9992 3408 e-mail: [email protected] As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são responsabilidades de seus autores e, não são expressão oficial do Peregrino das Letras, salvo indicação explícita neste sentido. É expressamente proibida a reprodução parcial ou total desta publicação sem a prévia autorização. Contatos Peregrino das Letras Direção José Roberto Ruiz - MTb 36.952 [email protected] Redatora Mariza Helena R. Facci Ruiz [email protected] WebDesign Francisco Guilherme R. Ruiz [email protected] Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - Ribeirão Preto SP / Brasil / 14021-520 Telefones (16) 3621 9225 / 9992 3408 Site www.jperegrino.com.br e-mail: [email protected] Fotolito e Impressão Fullgraphics Gráfica e Editora - (16) 3211 5500 Peregrino das Letras Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Informação, Cultura e Livre Expressão Boneca & Chico Xavier Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse. O Chico então dizia: - Ah Boneca, estou com muitas pulgas!!!! Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho. Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e a enterrou no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas. Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca. A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem, contudo desalinhá-la de sua manta. A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo. - Ah! Boneca, estou cheio de pulgas, disse Chico. A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram: - Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!!! Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer. O Chico respondeu: - Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis. Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto, quem chuta ou maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar. Texto: Boneca & Chico Xavier, de Adelino da Silveira Dr. Mussi A. de Lacerda Médico Veterinário - CRMVSP 3065 Arca de Noé Centro Médico Veterinário www.arcadenoehv.com.br Atrocidades entre jovens Diante de barbaridades entre jovens a sociedade comovida parece não entender e se omitir em analisar que as causas podem estar no que os adultos exemplificam aos filhos. As atitudes dos adolescentes são bem mais questionadas e criticadas do que a conduta de pais que: - entre amigos bebem mortalmente e ainda compram remédio para disfarçar no bafômetro, alguns pais não vêem o estado em que os filhos chegam em casa no final da madrugada, quando chegam!, porque estão piores que eles. - colecionam romances e submetem a prole à convivência com vários padrastos e madrastas; algumas crianças não sabem quem é o pai biológico, já crescem sem um importante pilar íntimo da identidade que gera insegurança e sentimento de abandono. - a mídia e alguns profissionais divulgam os novos modelos de família - que justificam desamores. - desequilíbrios íntimos, profundos que desafogam na busca de prazeres fugazes, inconsistentes, também estimulados e vendidos em telas e máquinas distantes dos olhos, do coração, do abraço e afeto. A Sociedade vai vivendo de comoção em comoção por fatos tristes e seqüentes sem se dar conta de que mais sofremos física e moralmente, provocamos amarguras íntimas e alheias, quanto mais nos perdemos de nós mesmos, trilhando caminhos ilusórios de perversores materialistas. Somos infelizes ao nos distanciar dos Ideais de Amor e Harmonia exemplificados na Criação, potencial da nossa consciência para desenvolvermos a essência Divina da Vida. Cléo Reis ALARP - Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto / CPERP - Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto / UEI 3 Peregrino das Letras 4 Informação, Cultura e Livre Expressão Perdão: A essência da vida Triangles Bulletin – Nº 164 – June 2008 Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Reflexões sobre a Literatura Infantil Sempre que um mal funcionamento ocorre dentro de algum corpo de expressão ou o fluxo de energias é rompido e forças estão em oposição entre si, então há a possibilidade de que a forma não seja mais adequada para revelar o propósito do estabelecimento da vida. Existem duas possíveis soluções. A primeira é a dissolução da forma, para que se aloje uma nova, ajustada para um serviço melhor. A segunda é a cura da forma, estabelecendo o fim de um período de doença. Quando esta é a escolhida alguém está trabalhando ao longo das linhas de “fazendo coisas renovadas”. A ação do perdão, também, pode ser considerada como renovação de coisas no mundo, o que é brevemente citado na passagem inspiradora do Novo Testamento: Pai Nosso ... perdoai-nos, enquanto esquecemos os outros. (Mateus 6:9-12) Muitos pensam que perdão é um gesto sentimental de submissão e gentileza. Esta interpretação distorce e deprecia a natureza fundamental do perdão. Perdão é um ato de boa vontade. É uma forma de reconhecer o relacionamento entre seres da raça humana, inerente a cada um de nós. Somos um sistema complexo de forças expressadas através da interação de energias. Quanto mais evoluído o ser humano, maior a profundidade de entendimento e vontade natural de se empenhar no perdão. Isto tem sido descrito como “a própria respiração da vida” (Alice Bailey). Através desta perspectiva, torna-se claro que o ato do perdão cura, constrói pontes e quebra barreiras, e constrói relações corretas nas famílias, grupos, comunidades, nações e na humanidade propriamente dita. Perdão ajuda a ligação com o reino espiritual já próximo da família humana. Aqueles que perdoam entendem de sua própria maneira que não podem existir relações significantes a menos que nós renunciemos ao nosso estreito e separativo pensamento, e nos identifiquemos com a luz interna em todas as formas em evolução. Neste sentido, o perdão revela o verdadeiro relacionamento. É o sacrifício do que é de interesse pessoal pelo interesse impessoal que sempre é um interesse grupal. Este é o mundo da alma. Nos Triângulos, estamos ajudando a criar um clima mental onde a natureza do perdão pode tornar-se mais completamente integrada nos assuntos da humanidade. E ao invés de percepções vagas e superficiais desse poder transformador, começamos fugazmente a princípio, mas com convicção crescente à medida que o tempo passa, de alcançar esse propósito como se fosse: a própria respiração da vida – a doação de tudo e para todos. (Alice Bailey). (Tradução livre de José Roberto Ruiz e Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz). Nota: Triângulos é uma atividade de serviço mundial através da qual pessoas se unem por meio do pensamento em grupos de três para criar uma rede planetária de triângulos de luz e boa vontade. Usando uma oração mundial, a Grande Invocação, eles invocam a luz e o amor como um serviço à humanidade. Informações adicionais podem ser obtidas em: www.triangles.org. Empresas e Profissionais Se os seus atuais e/ou futuros clientes têm o perfil de nossos leitores, os convidamos a participarem do nosso Jornal Peregrino das Letras, divulgando seus produtos e serviços em nosso periódico e site - www.jperegrino.com.br. (16) 3621 9225 / 9992 3408. vezes, esvazia o texto de seu valor estético e reduz a literatura infantil a um gênero menor na esfera da literatura geral. mplamente difundida na contemporaneidade, a literatura infantil parece não apresentar dificuldades de definição, nem tampouco mistérios e conflitos na discussão de suas especificidades. No entanto, como em todo assunto, por mais simples que possa aparentar, é necessário o aprofundamento das reflexões. E envolvidos nessas reflexões críticas descobrimos que a literatura infantil é um tema para ser discutido seriamente. Historicamente, a literatura infantil teve seu início apenas nos séculos XVII e XVIII, juntamente com o nascimento da burguesia. Nas épocas anteriores, não havia a preocupação em desenvolver obras e temas específicos para crianças, pois a infância não era ainda considerada como fase importante na vida do homem; era, pois, natural que as crianças nobres fossem educadas com a leitura de obras clássicas, as mesmas lidas pelos adultos, ou com as histórias de cavalaria e aventuras, popularmente difundidas e consumidas pelas classes baixas. Somente na Idade Moderna, portanto, ocorre a descoberta de que os interesses e necessidades das crianças são diferenciados e mereciam atenção específica. Porém, se por um lado, a descoberta foi um progresso nas relações familiares e na própria formação da criança, por outro gerou um impasse na literatura, pois desde o início estabeleceu-se a associação entre literatura infantil e pedagogia, com fins de moralização e educação, o que, muitas A literatura infantil não deve, pois, ser apreciada em sua função utilitário-pedagógica. Mais do que formar o pensamento da criança e apresentar-lhe um código de valores, a obra escrita para crianças é essencialmente a mesma obra de arte destinada aos adultos, com os mesmos recursos e procedimentos literários utilizados na criação da literatura geral. A facilitação e a redução artística não só empobrecem o texto, tornando-o artificial, como são percebidas pela própria criança, que desconfia e se desinteressa da leitura. Mesmo que a criança ainda não utilize as diversas construções da linguagem, não significa que ela ainda não possa compreender os ornamentos do texto, chegar às suas próprias conclusões, produzir uma interpretação e igualmente criar seu comportamento. A simplicidade requerida pela literatura infantil não implica que ela deva ser pueril e destituída de recursos poéticonarrativos. Assim, para a escrita de obras infantis, bem como para a escolha de uma boa bibliografia de leitura, é importante não desmerecer a capacidade da criança de percepção e interpretação e, deste modo, oferecer a ela a possibilidade de desenvolver a análise crítica e poética, a apreensão do sentido metafórico das coisas e as habilidades que propiciarão a compreensão de si e a sua relação com o mundo. Nota: Autora do Livro - A Claridéia de Percival. Leia mais na página 10. Carolina Bernardes Escritora e professora de Literatura Mestre e Doutoranda em Teoria da Literatura – UNESP [email protected] http:// carolinadonneber.blogspot.com Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Peregrino das Letras 5 Informação, Cultura e Livre Expressão ANTROPOSOFIANDO Há mais aprendizado no jardim de infância do que os olhos podem ver odos aqueles que entram em contato com a Pedagogia Waldorf, baseada nas reais necessidades da criança e seu desenvolvimento, certamente percebem quão bela ela é: dos encantadores brinquedos naturais e criativos; dos temas das épocas do ano ligados à natureza e às festas universais cristãs; nas turmas do jardim de infância com crianças de 3 anos a 6 anos de idade como uma grande família, onde a criança de fato vivencia a construção do social; das pinturas em aquarelas com pigmentos naturais, aos incríveis desenhos coloridos onde todos se expressam em liberdade e criatividade; do plantio da horta até a culinária, quando todos cuidam, colhem, cozinham e servem refeições orgânicas e naturais e aprendem a comer de tudo; o brincar alegre, ativo e criativo, com as bonecas de pano, panos que se transformam em cabanas e acolhedores cestos que viram camas macias, caixas com tocos de madeira de onde surgem grandes cidades; o tanque de areia, balanços, trepa-trepas e árvores para serem escalados, balanços, o corre-corre cheio de risos, gritos de júbilo; e tudo mais que a criança pode trazer de inovação, transformação do que a cerca e que ela imita. Assim a criança se desenvolve por inteiro, neurologicamente, fisicamente, animicamente e socialmente. Visitantes e potenciais pais apreciam o surpreendente conjunto de criações artísticas realizadas pelas crianças – as aquarelas e desenhos, os animais e bonecas de tricô, os cestos, os teatrinhos de bonecos, as formas modeladas em cera de abelhas, os tricôs e bordados que ajudam na coordenação motora, somente para listarmos alguns pontos. A música que as crianças cantam e tocam, suas canções e suas maravilhosas brincadeiras são realmente impressionantes. É de se admirar, todo o envolvimento dos pais com a escola, onde juntos constroem a educação das suas crianças. Não é possível deixar de notar as felizes expressões nos rostos das crianças. Mas, invariavelmente, levanta-se a questão sobre como e quando se ensina leitura às crianças das escolas Waldorf. A crescente preocupação de nossa sociedade acerca do declínio das habilidades de leitura é tão profunda que, subitamente, todas as maravilhas e belezas da educação Waldorf desvanecem sob a névoa dessa discussão. “As escolas Waldorf têm uma estratégia lenta para a introdução da leitura”, dizem as pessoas. ”Alunos Waldorf não são ensinados a ler e escrever no jardim de infância como crianças de outras escolas”, dizem outros. Como mãe de 4 alunos que freqüentam uma escola Waldorf, freqüentemente escuto tais comentários e, em todos os casos, um brado de protesto brota dentro de mim: “Olhem com mais profundidade!” é o que quero gritar. A habilidade na leitura requer muito mais do que parece à primeira vista. As pessoas geralmente concebem a leitura como a habilidade em reconhecer a configuração de letras dispostas numa página e em pronunciar as palavras e frases nelas representadas. Esta concepção atém-se ao lado mecânico e mais exterior, portanto mais fácil de se perceber, associada à atividade da leitura. Assim, quando se fala sobre ensinar à criança ler e escrever estamos nos limitando à decodificação de símbolos que representam sons e palavras. Já lecionei por vários anos em escolas, públicas e particulares, que seguem a metodologia convencional. No jardim de infância as crianças com menos de 5 anos são instruídas a memorizar o alfabeto – um conjunto de símbolos abstratos – e a aprender os sons associados a eles. Tal processo, chamado de “aptidão à leitura”, é estéril e abstrato, alheio à natureza da criança pequena. Nas primeiras séries da escola primária, as crianças continuam a exercitar o aspecto mecânico mais exterior da leitura. Alunos consomem longos períodos de tempo lendo textos simplórios que correspondem ao patamar de suas capacidades de decodificação. Cartilhas e livros contêm histórias e informações escritas com vocabulário limitado e frases de estrutura simples. Há neles muito pouco que possa inflamar as jovens fantasias, que provoque admiração ou que estimule a simpatia pela beleza e complexidade da linguagem. Quando esses alunos alcançavam a quinta ou sexta série, todos eles eram capazes de decodificar as palavras escritas, com diversos e variadas graus de fluência. Alguns até eram bons leitores, mas, para muitos de meus alunos, as palavras e sentenças não se completavam para formar um conjunto coerente. Eles tinham dificuldade para compreender ou recordar o que haviam acabado de ler. Superficialmente, esses alunos pareciam estar lendo. Entretanto, com tal limitada compreensão, pode isso realmente ser chamado de “leitura”? Claramente, a leitura é muito mais do que isso que nos acostumamos a ver! Além do processo superficial de decodificar palavras em uma página, há ainda a correspondente atividade interior a ser cultivada para que uma verdadeira leitura possa ocorrer. Os professores Waldorf chamam esta atividade de “vivenciando a história”. Quando uma criança está vivenciando uma história, ela forma cenas da sua imaginação no seu interior, em resposta às palavras. Através da habilidade de formar imagens mentais, de compreender, a criança vê sentido na atividade de leitura. Sem esta habilidade, a criança pode muito bem decodificar as palavras em uma folha de papel mas continuará sendo funcionalmente iletrada. (continua página 8) Quem somos? Somos um grupo de profissionais multidisciplinares da área médico / terapêutica, que possui como orientação comum a antroposofia. Numa das reuniões do grupo nasceu a idéia de iniciarmos este caderno, o antroposofiando, onde pretendemos divulgar noções básicas sobre os princípios antroposóficos, e também exprimir idéias a respeito de acontecimentos do nosso dia-a-dia. Gostaríamos também de interagir com os leitores ouvindo suas opiniões ou esclarecendo possíveis dúvidas. O grupo é formado por: Annelvira Gabarra, terapeuta artística; Dra. Beatriz Ferriolli, fonoaudióloga; Elisabeth Martha Tesheiner, musicoterapeuta; Dr. Júlio José Cunha, médico; Marina Fernandes Calache, pedagoga curativa; Dr. Paulo Neves Junior, médico; Dra. Zélia Beatriz Ligório da Fonseca, médica; Lilian de Almeida P. B. Sá, pedagoga e psicopedagoga; e, a Escola Waldorf de Ribeirão Preto. PARTICIPE DO NOSSO JORNAL (16) 3621 9225 / 9992 3408 6 ANTROPOSOFIANDO Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão ANTROPOSOFIANDO 7 8 ANTROPOSOFIANDO (continuação da página 5) Obviamente, professores não-Waldorf reconhecem a importância da atividade interior da leitura, também. Eles se referem a ela como habilidade de compreensão na leitura. Nas séries mais avançadas do ensino fundamental, um esforço tremendo é despendido na tentativa de expandir nos alunos o vocabulário e, de alguma forma, exercitar a compreensão. É uma tarefa árdua, principalmente como conseqüência do ensino prévio e precoce da leitura, fora de sincronismo com as capacidades naturais da criança. O professor das séries mais avançadas tem que lidar com os problemas de compreensão da leitura e também com a tremenda antipatia em relação à leitura que assola os jovens com dificuldades. É muito difícil dar aulas a alunos de quinta ou sexta séries que tenham dificuldades com compreensão da leitura, com a construção de imagens mentais. Esta capacidade interior parece nunca ter se desenvolvido neles. Por outro lado, crianças do jardim de infância e das primeiras séries, se deixadas desimpedidas, permanecem naturalmente ocupadas desenvolvendo, interiormente, cenas imaginativas. Estas crianças adoram ouvir histórias e, verdadeiramente, vivem no reino visual da imaginação. É muito trágico, em muitas escolas, ver as crianças mais novas sendo desviadas do desenvolvimento e fortalecimento de suas capacidades interiores, tão essenciais à verdadeira leitura, em direção à aprendizagem de símbolos estéreis e abstratos e a habilidades de decodificação. A mesma afirmação pode ser feita para o enriquecimento do vocabulário. Todos sabemos que a jovem criança facilmente desenvolve seu senso lingüístico e que seu vocabulário se expande rápida e inconscientemente. Elas escutam novas palavras em histórias e conversas e, de alguma forma, captam o significado delas. Elas podem até não conseguir dar definições “de dicionário” a essas novas palavras mas, misteriosamente, novas palavras se encaixam nas imagens que fluem através da mente da criança quando ela escuta histórias. É angustiante saber que nas primeiras séries escolares a maioria das crianças não é exposta à rica e complexa linguagem, simplesmente porque esta não seria compatível com as capacidades limitadas de decodificação da criança. Justamente no período que suas mentes estão mais abertas a Peregrino das Letras Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 aquisição da linguagem, elas permanecem na escola, então, convivendo com vocabulários artificialmente limitados! Certamente, a construção do vocabulário é um processo gradual durante os anos escolares e além deles. Entretanto, é muito mais fácil para as crianças maiores aprender novas palavras se elas já tiverem passado pelo processo de desenvolvimento do senso lingüístico, de um extenso conjunto de palavras e de imagens mentais sobre as quais será construído o novo vocabulário. Aparentemente, o crescente problema de analfabetismo funcional observado neste país [EUA] não é causado pela falta de capacidades técnicas de decodificação. Para a maioria das crianças com dificuldade de leitura, há, sim, uma crise na compreensão, uma crise amplamente causada pela introdução precoce de capacidades de decodificação e pelo desconhecimento das poderosas ferramentas oferecidas pela imaginação e pela atividade artística que são veredas naturais de aprendizagem para crianças nos primeiros períodos escolares. Ironicamente, esforços mais contundentes e ainda mais precoces no desenvolvimento de habilidades de decodificação são a única cura hoje oferecida pelos organismos educacionais, o que apenas agrava mais ainda o problema. O método convencional de ensino da leitura deve ser virado ao avesso com o intuito de aproveitar as vantagens do desenvolvimento natural das capacidades de aprendizado das crianças. E precisamente isso é o que ocorre nas escolas Waldorf. Nos primeiros dias do jardim de infância, crianças nas escolas Waldorf começam a aprender a ler. Verdade seja dita, não são os aspectos técnicos, secos e externos da leitura que elas são incentivadas a realizar. Ao invés disso, elas são mantidas em contato com os aspectos interiores muito mais importantes da leitura. Ao trabalhar com real conhecimento sobre a criança em desenvolvimento, os professores Waldorf começam o ensino da leitura através do cultivo, na criança, do sentido da linguagem e de suas capacidades em formar imagens mentais. Imagens verbais vívidas e o uso de uma linguagem rica são constantemente empregados na sala de aula. Vocabulários difíceis e sentenças com estruturas complexas não são evitadas durante as atividades de contos de fadas e histórias. As crianças cantam e recitam um vasto repertório de canções e poemas que muitos acabam decorando. As crianças vivenciam um mundo interior de imagens e fantasias, totalmente inconscientes de que elas estão desenvolvendo as mais importantes capacidades necessárias para a leitura compreensiva, para ler e entender. Elas aprendem naturalmente e alegremente e ficam no jardim até os 6 anos de idade. Histórias imaginárias, canções e poesia não se findam no jardim de infância. Rudolf Steiner nos indica que crianças no jardim e depois entre as idades de 7 a 14 anos têm, acima de tudo, o dom da fantasia. Assim, somente há sentido no fato das crianças aprenderem melhor se o currículo é apresentado de maneira a cativar a imaginação. Em seu livro “Kingdom of Childhood”, Steiner diz: “Devemos evitar uma aproximação direta às letras convencionais do alfabeto que são utilizadas na escrita e na imprensa do homem civilizado. Antes, devemos guiar a criança de uma forma vívida e imaginativa através dos vários estágios que o próprio Ser Humano percorreu na história da humanidade”. Minhas próprias crianças experimentaram a alegria de aprender as letras do alfabeto através de contos e através da aquarela e do desenho que acompanham cada letra. A letra “K” (King=Rei), por exemplo, pode ser introduzida através do conto de uma bela história sobre um rei. Então, o professor pode desenhar a figura de um rei em uma posição que lembre letra “K”e então da história e do desenho retira a letra K e assim por diante. Este processo tem sua base no passado da humanidade, à escrita pictórica usada pelo homem antigo, e empresta qualidades vivas e reais a nossos modernos símbolos – qualidades que a criança consegue compreender. Mesmo tendo levado o primeiro ano inteiro para a apresentação do alfabeto desta maneira, meus filhos nunca manifestaram tédio. Eles estavam vivenciando seus mundos de fantasia, vivenciando o desabrochar da fantasia e imaginação. Eles estavam, na realidade, aprendendo a “compreensão da leitura” muito antes de aprender a “decodificação de símbolos”. Surpreendentemente, crianças Waldorf apreendem primeiramente à parte difícil sem se darem conta disso! Eles vivem as histórias, criam imagens interiores, e compreendem as palavras. Então vem a parte fácil: aprender a decodificar letras, que não são mais estranhas e abstratas, e ler as palavras escritas. O primeiro livro que minha filha Anna leu, quando finalmente aprendeu a ler na escola, não foi uma cartilha chata, mas um belo conto de E. B. White “A Teia de Charlotte-Web”. De fato, ela aprendeu a decodificar mais tardiamente que seus colegas que freqüentavam a escola convencional. Mas ela aprendeu a ler fluentemente, com compreensão e prazer, muito mais cedo que a maioria deles. Preste atenção nos dramas sofisticados e poemas que lêem os alunos Waldorf das séries mais avançadas. Preste atenção a uma peça de Shakespeare apresentada por crianças da oitava série e você verá a sabedoria da didática Waldorf em relação à leitura. Utilizando um verdadeiro conhecimento do ser humano, uma real compreensão dos estágios de desenvolvimento infantil, o professor Waldorf é capaz de educar com métodos que permitem o desabrochar prazeroso das crianças. Como Rudolf Steiner diz, “É inteiramente real o fato de que o verdadeiro conhecimento do ser humano pode soltar as amarras e libertar a vida interior da alma e trazer o sorriso a nossas faces”. Texto baseado no livro de Rudolf Steiner, “The Kingdom of Childhood”. Introductory Talks on Waldorf Education Anthroposophic Press, 1995, p. 23 2 lbid, p. 22. Parte do Texto é da Revista Renewal: Spring Summer 2000, Volume 9 Number 1. Lílian de Almeida Pereira Bustamante Sá Pedagoga e Psicopedagoga Formação em Pedagogia Waldorf, Arte-Educação e Socioterapia [email protected] Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Peregrino das Letras 9 Informação, Cultura e Livre Expressão Verbos novos e horríveis... Ricardo Freire Não, por favor, nem tente me disponibilizar alguma coisa, que eu não quero. Não aceito nada que pessoas, empresas ou organizações me disponibilizem. É uma questão de princípios. Se você me oferecer, me der, me vender, me emprestar, talvez eu venha a topar. Até mesmo se você tornar disponível, quem sabe, eu aceite. Mas, se você insistir em disponibilizar, nada feito. Caso você esteja contando comigo para operacionalizar algo, vou dizendo desde já: pode ir tirando seu cavalinho da chuva. Eu não operacionalizo nada para ninguém, nem compactuo com quem operacionalize. Se você quiser, eu monto, eu realizo, eu aplico, eu ponho em operação. Se você pedir com jeitinho, eu até implemento, mas operacionalizar, jamais. O quê? Você quer que eu agilize isso para você? Lamento, mas eu não sei agilizar nada. Nunca agilizei. Está lá no meu currículo: faço tudo, menos agilizar. Precisando, eu apresso, eu priorizo, eu ponho na frente, eu “dou um gás”. Mas agilizar, desculpe, não posso, acho que matei essa aula. Outro dia mesmo queriam reinicializar meu computador. Só por cima do meu cadáver virtual. Prefiro comprar um computador novo a reinicializar o antigo. Até porque eu desconfio que o problema não seja assim tão grave. Em vez de reinicializar, talvez seja o caso de simplesmente reiniciar, e pronto. Por falar nisso, é bom que você saiba que eu parei de utilizar. Assim, sem mais nem menos. Eu sei, é uma atitude um tanto radical da minha parte, mas eu não utilizo mais nada. Tenho consciência de que, a cada dia que passa, mais e mais pessoas estão utilizando, mas eu parei. Não utilizo mais. Agora só uso. E recomendo. Se você soubesse como é mais elegante, também deixaria de utilizar e passaria a usar. Sim, estou me associando à campanha nacional contra os verbos que acabam em “ilizar”. Se nada for feito, daqui a pouco eles serão mais numerosos do que os terminados simplesmente em “ar”. Todos os dias, os maus tradutores de livros de marketing e administração disponibilizam mais e mais termos infelizes, que imediatamente são operacionalizados pela mídia, reinicializando palavras que já existiam e eram perfeitamente claras e eufônicas. A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de ótimos serviços prestados, estão a ponto de cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis. Depois que você fica alérgico a disponibilizar, como vai admitir, digamos, “viabilizar”? É triste demorar tanto tempo para a gente se dar conta de que “desincompatibilizar” sempre foi um palavrão. Precisamos reparabilizar nessas palavras que o pessoal inventabiliza só para complicabilizar. Caso contrário, daqui a pouco nossos filhos vão pensabilizar que o certo é ficar se expressabilizando dessa maneira. Já posso até ouvir as reclamações: “Você não vai me impedibilizar de falabilizar do jeito que eu bem quilibiliser”. Problema seu. Me inclua fora dessa. Conheça as plantas Cabeça-de-velho (Cephalocerens senilis) Apesar do nome, esta planta não é tão inofensiva assim. Debaixo das cerdas brancas ela esconde um perigo: espinhos compridos, de quase 5 cm, marrom-claros e afiados. Por outro lado, ela produz flores, cor-derosa, que levam 15 anos para surgir. No México, seu país de origem, o cacto cabeça-de-velho atinge até 12 m de altura, mas em interiores ele não passa de uma bela planta-miniatura. Luz: Altíssima intensidade luminosa, junto a uma janela de face norte, leste ou oeste. Temperatura: 18 a 32ºC e, no inverno, 10 a 18ºC, se possível. Água: Espere a superfície do solo secar antes de regar novamente. Adubação: A cada 2 meses. Propagação: Sementes ou ponta de caule cortada a 10 cm. Aguarde até o corte cicatrizar. Cuidados especiais: Borrife a planta mensalmente para remover a poeira. Problemas comuns: Se a planta parecer pouco viçosa, coloque-a em local mais iluminado. Cabelo-de-anjo (Rhipsalis capilliformis) O cabelo-de-anjo é uma planta epífita, ou seja, desenvolve-se sobre as árvores, mas isto não quer dizer que ela não se dê bem em terra firme. Ao contrário, fica muito bem plantada em vasos. Membro da família dos cactos, cresce sem formar folhas, mas ramos finos que alcançam até 10 cm. Quando adulta, surgem pequenas flores cor de creme e, em seguida, frutinhos brancos. Luz: Altíssima intensidade, muito próximo a uma janela de face norte ou leste. Água: Conserve o solo do vaso úmido, mas a planta tolera ligeiro ressecamento superficial. Adubação: A cada 3 meses. Propagação: Estacas de ponteiros ou divisão de touceiras. Cuidados especiais: Se a planta desenvolver-se muito, mude-a para um vaso maior, contendo 50% ou mais de matéria orgânica. Problemas comuns: Se as pontas dos caules tornarem-se marrons, aumente a umidade. Fonte: Essencial – Um guia prático para cuidar das plantas Recuperando o Poder Pessoal com Cyro Leãoo Rompendo Vínculos do Passado Os nossos vínculos com o passado são mantidos através de cordões energéticos. Estes cordões foram criados no momento em que um trauma forte aconteceu entre duas pessoas, por ex: pais e filhos, namorados, patrão e empregado, abusador e abusada, etc. Na maioria das vezes, os fatos geradores dos cordões ficam esquecidos no subconsciente e mantidos afastados pela força do acontecido. Neste workshop identificaremos os cordões e os retiraremos, rompendo os vínculos indesejáveis com o passado e retomando o nosso poder pessoal para assumir nossa vida de forma plena. Horário: sábado das 9h às 18h . Módulo III: 15 de novembro. Mais informações com: Evanih – Tel.: (16) 9962 5178 ou e-mail: [email protected] Debora – Tel.: (16) 9747 1636 ou e-mail: [email protected] Peregrino das Letras 10 Os pilares de Tubalcaim – Michael Howard, Nigel Jackson A sabedoria angelical constitui os ensinamentos da verdadeira magia. Neste livro, será apresentada uma nova e única visão da magia ocidental, a qual se originou e permanece no Cristianismo Esotérico, no Gnosticismo, no Hermetismo, na Alquimia, na Magia Medieval, na Cabala, no Tarô, nos mitos do Graal, nas Lendas Arthurianas, na Maçonaria, no Rosacrucianismo e na Bruxaria Tradicional. Esta é uma obra pioneira que trata exclusivamente da gnose luciferiana e da magia angelical que mostra os “segredos” reais dentro da tradição da magia ocidental, fornecendo uma base importante e indispensável para o leitor aprofundar-se no reino divino dos anjos. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br Informação, Cultura e Livre Expressão 24 horas e a Filosofia – William Irwin Montesquieu e Rousseau – Émile Durkheim Cabeamento Estruturado – Paulo Sérgio Marin A Unidade Contra Terrorismo de Los Angeles (UCT) está sob alerta agora que 24 Horas e a Filosofia foi lançado para o público. Fique atento, pois perigosos filósofos com Aristóteles, Hobbes, Kant e Nietzsche estão se infiltrando na UCT. Juntese a eles na investigação sobre Jack Bauer, levantando as grandes questões filosóficas. No caminho, você vai querer saber por que os presidentes americanos confiam em Jack Bauer e se isso é sensato. O que ele precisa saber para atravessar mentiras e ambigüidades? Quando ele põe sua própria vida em jogo, ele é louco ou corajoso? Com a ajuda deste livro, você não precisa ser liberado pela segurança para aprender sobre Filosofia. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br Assim que nascemos, somos inseridos em uma sociedade com regras preestabelecidas, em que a conduta e, muitas vezes, as idéias e os pensamentos são preconcebidos na mentalidade coletiva. A maneira pela qual estamos habituados a agir foi esboçada por Montesquieu. Segundo ele, faz-se necessária uma organização; as sociedades não estão organizadas a esmo, e essa esfera do universo é governada por leis. No entanto, essa mesma sociedade, que determina a posição do indivíduo como cidadão no seu meio social, pode, na visão de Rousseau, alterálo, pois “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Neste livro Durkheim discorre sobre o pensamento de Montesquieu e Rousseau. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br Indiscutivelmente esta obra amplamente ilustrada é um referencial para o mercado e apresenta, de forma objetiva e com propriedade, temas relacionados ao projeto, instalação, testes e gerenciamento de sistemas de cabeamento estruturado em cabos de cobre e fibras ópticas em diversas aplicações e ambientes, conforme as principais normas ABNT, ISO/IEC, TIA/EIA, entre outras. Os temas são apresentados em ordem lógica e progressiva e um guia completo para estudo. Ideal para profissionais e estudiosos de redes e telecomunicações, gerentes de TI, projetistas, técnicos e instaladores de sistemas de cabeamento e infra-estrutura para tecnologia da informação. Editora Érica Ltda. Tel.: (11) 2295 3066 – Fax: (11) 6197 4060 www.editoraerica.com.br Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 AutoCAD 2009 – Roquemar Baldam & Lourenço Costa A cada nova versão o AutoCAD fica mais atrativo e apresenta facilidades para aumentar a produtividade dos trabalhos desenvolvidos pelo usuário, tornando as tarefas diárias mais fáceis e rápidas de serem executadas. Caracterizada pela objetividade e didática, esta publicação explora as novidades e potencialidades do AutoCAD 2009 em toda sua extensão. Os assuntos são abordados gradativamente, de maneira metódica e simples, com exemplos práticos, tornando o aprendizado mais dinâmico. Ensina como vincular o projeto ao Google Earth, que facilita o acesso aos comandos Orbit, Zoom, Pan e Center. Editora Érica Ltda. Tel.: (11) 2295 3066 – Fax: (11) 6197 4060 www.editoraerica.com.br Empreendedorismo além do Plano de Negócio - Eda Castro Lucas de Souza e Tomás de Aquino Guimarães Por que alguns são vistos como empreendedores e outros não, e por que alguns planos de negócios podem ou não dar certo? Este livro analisa o conceito de empreendedorismo em sua real dimensão associando-o a inovação, dinamismo, criatividade, persistência, autonomia, busca de oportunidade, flexibilidade, cultura, relações familiares e gênero, com discussões e análises que visam ao debate. Livraria Atlas Ribeirão Tel.: (16) 3977 6070 [email protected] A Claridéia de Percival – Carolina Bernardes Percival sabia que as paredes e o quintal da casa eram muito pouco para ele. Para onde iria? Pensou e repensou e decidiu sair sem destino, a própria aventura o levaria a algum lugar. Tudo pronto. Roupa, mochila, lanche. Olhou seu cachorro antes de sair, única testemunha de sua fuga... Fuga? Mas era para ser uma aventura, nunca uma fuga! Voltou correndo, preocupado com seus pais, e escreveu um bilhete. Agora sim. Afagou de leve seu cachorro Shiva e sentiu o coração apertar. Melhor levá-lo junto, precisava de uma companhia. Desse modo, o menino, após superar a escuridão do mundo interior, ao encontrar-se entre árvores silenciosas e impedido de atravessar um pequeno portão, conhecerá um velho misterioso, que divide seus afazeres entre a pintura e a jardinagem... Além de uma aventura pelo mundo das claras idéias, a obra reflete sobre questões como o dom, a arte, a natureza e estabelece um diálogo intertextual com as narrativas épicas e mitológicas e com as novelas de cavalaria, assim como realiza o percurso da sondagem interior e simbólica do herói iniciado. Carolina Bernardes [email protected] http://carolinadonneber.blogspot.com Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Peregrino das Letras 11 Informação, Cultura e Livre Expressão Animais Brasileiros Gambá A ficha do bicho Nome popular: Gambá, saruê. Nome científico: Didelphis aurita. Onde vive: Brasil, Paraguai, Guianas, Venezuela. O que come: Tudo, mas gosta mesmo de sangue de galinha. Quanto mede: 47 cm, mais 37 de rabo. Filhotes: Até 21, que cria na bolsa. Maria e José, 1303 Pintor Giotto di Bondone – (c.1267 – 1337), pintor e arquiteto italiano, Giotto é um dos nomes mais importantes da história da arte, considerado o fundador da tradição dominante da pintura ocidental, porque sua obra rompeu as tradições da arte bizantina, introduzindo novos e convincentes sentidos para o espaço pictórico. Nenhuma das pinturas que sobreviveram até nossos dias dispõe de documentação que garanta a sua autoria, mas existe consenso sobre o fato de que o afresco circular da arena da capela de Pádua (c.1305 – 6) foi feito por Giotto, e esta obra em si já assegura sua fama como um dos maiores pintores de todos os tempos. Grande parte dos seus afrescos representa cenas da vida da Virgem Maria e da Paixão de Cristo. As figuras têm a metade do tamanho humano, mas sua tridimensionalidade e presença física lhes dão força majestática. Revelam a energia e a vitalidade que as figuras do estilo linear da arte bizantina jamais alcançaram. O gambá foi o primeiro bicho americano conhecido na Europa. O navegante Vicente Pinzón levou uma fêmea no navio, encantado com a bolsa que ela tinha na barriga, onde apareciam as cabeças dos gambazinhos curiosos. É que nessa época, 1500, os europeus não conheciam a Austrália, onde vivem marsupiais como o canguru e acharam incrível a bolsa abdominal. Da mesma forma que seus parentes brasileiros, a cuíca e a mucura, e os australianos, canguru e walabi, o gambá é marsupial, isto é, não tem o útero completo e por isso sua gestação é rápida, 11 a 12 dias, depois da qual os filhotinhos nascem ainda malformados, sem olhos e sem pêlos. Eles sobem pela barriga da mãe, entram na bolsa e se prendem nas 13 tetinhas que ficam lá dentro. Quando entram na bolsa, os filhotes têm só 1 centímetro e ficam 70 dias lá dentro, até terem tamanho para enfrentar o mundo. Como mamãe-gambá tem 21 filhotes por vez, entretanto, não dá para todos mamarem e de cada gestação apenas uns nove gambazinhos crescem e se tornam adultos. E daí começam a fazer estrago, porque embora gambá coma cobra, peixe, passarinho, ele gosta mesmo é de sangue e num galinheiro pode matar dez galinhas numa noite, beber o sangue e daí fica estirado, dormindo de barriga cheia, “bêbado como um gambá”, diz o caipira, que mata o ladrão a pauladas e depois ainda come o gambá assado, prato afamado no interior. Fonte: 100 Animais Brasileiros – Luiz Roberto de Souza Queiroz O segredo das frutas - Cicatrização Pomada de abricó-do-pará – Retire as cascas da fruta e deixe secar em lugar fresco e seco, à sombra. Use um pilão para transformá-las em pó. Misture com óleo vegetal ou vaselina até formar uma pasta. Aplique nos locais afetados. Chá de feijoa – Coloque 8 folhas em meio litro de água e deixe ferver. Misture à água do banho, na banheira, ou passe pelo corpo com uma esponja macia. Pomada de bacuri – Separe a raiz e as cascas da fruta. Deixe secar em local fresco e seco e triture. Misture com óleo vegetal, até formar uma pasta, e aplique no local afetado. Chá de fruta-do-conde – Em meio litro de água, coloque oito folhas e espere ferver. Deixe esfriar, coe e aplique no local afetado. Emplasto de pêssego – Lave e enxugue 5 folhas verdes de pessegueiro. Amasse-as em um pilão e aplique nos locais afetados. A fuga para o Egito, 1304 Pomada de jatobá – Esmague bem os caroços. Acrescente aos poucos óleo vegetal ou vaselina, até formar uma pasta. Aplique nos locais afetados. Fonte: Essencial – Um guia prático para cuidar da saúde Peregrino das Letras www.jperegrino.com.br Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - novembro/2008 Filhos: Paraíso ou Perdição? Cursos / Apostilas Gratuitos Mitologia / Minigramática - Português / Curso Básico de Radiestesia / Filósofos / Recursos Literários e muito mais. Visite nossa página de downloads e copie em seu computador Gratuitamente. www.jperegrino.com.br em, vou falar de filhos. Qual o motivo? As mães! Quando me procuram para falar de seus filhos, na maioria das vezes sentem-se culpadas. Muitas acreditam que falharam vergonhosamente em seu ofício de mães. Muitas, mesmo na época em que vivemos, ainda dão ouvidos à poesia de Coelho Neto, bem escrita, mas nada animadora, que diz que ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração e é padecer no paraíso. Dão ouvidos e acham bonito. Haja coração e haja paraíso! É lindo e não é viável. Muitas vezes o coração está estático e empedrado e o paraíso é apenas aquele lugar de onde Eva foi expulsa. E por acaso cuidar de filho é empresa fácil? De jeito nenhum. Embora se diga “à boca grande” que esses produtos da união masculino e feminino são maravilhas, nem sempre é verdade. Ou, pelo menos é meia verdade. Vejam bem. Se os temos muito jovens, ainda estamos lidando com nossos próprios problemas, ainda nos cutuca a criança que ainda somos nós e que quer muito e sabe dar muito pouco. A paciência quase sempre nem fez morada em nós. Queremos tudo muito depressa. Estamos ávidos por vida e por realizações. Filhos são vida, mas muitas vezes impedem o que julgamos ser realizações. Assim, se desejamos ficar cuidando deles o futuro se dissolve, o presente se torna choros no- turnos, regurgitações, xixis e cocôs diários, preocupações, medos de não dar conta, o passado entra correndo pela porta, carregado de memórias de um tempo em que éramos livres, e em que a ilusão de que éramos responsáveis apenas por nós mesmas nos acompanhava. Se os temos muito velhos, além do risco de uma gravidez difícil e arriscada, corremos o risco de não suportar-lhes o excesso de energia, de não acompanhá-los em seu desenvolvimento, de não sermos suficientemente modernos para entendê-los. Se os temos no tempo certo e no momento certo, quero dizer, biologicamente certo, economicamente certo, psicologicamente certo ainda assim podemos não estar preparados. Filho não é algo previsível; não sabemos o que nos caberá, nem se o “presente” recebido será grego ou troiano. Assim como nossa mãe e nosso pai não tinham idéia do que lhes caberia quando rebentamos no mundo, também não sabíamos e não sabemos nós, o que nos trariam ou vão nos trazer as pequenas criaturas. O certo é que há sofrimento quando temos filhos. E muita decepção. E principalmente a constatação de que não sabemos lidar com nossas dificuldades. Estou convencida de que filho vem com esse propósito. Através deles vemos nossas falhas, nossos medos, nossas inseguranças, nossas incertezas, nossa pouca auto-estima. Principalmente vemos a nossa pouca capacidade de amar. Filhos muitas vezes contrariam a lei do amor incondicional. Pode parecer louco, mas é verdade. Alguém dirá que mães são capazes de sacrifícios enormes pelos filhos. E somos. Se eles correrem perigo de vida muitas de nós somos capazes de entregar nossas vidas por eles. Somos capazes de deixar de nos alimentar para dar-lhes o alimento que nos cabia. Somos capazes de protegê-los de perigos. Tudo isso fazemos como algo instintivo que é inerente também aos animais irracionais. Não somos animais irracionais e o que nos pega, o que nos avassala é a constatação de nós mesmos nas pequenas criaturas que geramos. Esse a meu ver é o maior desafio. Aquelas criancinhas estão lá e olhamos para elas e nos lembramos de nós e acionamos uma parte de nós que se sentiu rejeitada. Isso é muito difícil e acreditamos que se formos mães perfeitas e se pudermos consertar através delas o que não pudemos consertar em nós, tudo vai ficar bem. Não vai ficar! Nós somos o receptáculo da vida o que não significa que possamos moldála ao nosso bem querer. O ser que geramos é um vir a ser que desconhecemos. Desconhecemos, também os sentimentos que despertará em nós. Se pudermos olhar para isso, parece-me que será menor a carga de sermos mães. Se pudermos aceitá-los como aprendizados, respeitando-os não nos sentiremos tão perdidas. Poderemos aceitar melhor nossas falhas e as deles, pois teremos em mente o quanto também falhamos em nossas vidas e isso nos tornará mais compassivas. Poderemos colocar limites, pois perceberemos o quanto não os tivemos e o quanto isso nos fez mal. Isso nos tornará mais justas. Poderemos procurar ajuda, libertadas do papel de Supermães e isso nos tornará mais humildes. Seremos humanas e verdadeiras. E como não é só de lágrimas o vale, poderemos curtir nossas crianças e seus momentos de maravilha, quando se nos apresentam no esplendor da inocência, quando nos brindam com suas perguntas engraçadas, quando nos recordam que já fomos assim, hastes flexíveis, antenas receptoras de vida. Vinicius de Moraes disse: Filhos, melhor não tê-los, mas se não os temos como sabê-los? Eu diria, se não os temos como saber-nos? Como entender os filhos que um dia fomos. Como entender as crianças que nos constituíram outrora? Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz Terapeuta Corporal e Floral / Practitioner em Florais de Bach Tel.: (16) 3621 8407 / 3621 9225 [email protected]
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