Vinicio capossela - Teatro Municipal da Guarda
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Vinicio capossela - Teatro Municipal da Guarda
Bis Fevereiro e Março de 2010 Boletim Bimensal do Teatro Municipal da Guarda Vinicio Capossela O HOMEM-SHOW VINDO DE ITÁLIA No TMG a 26 de Fevereiro Contos de Vergílio Ferreira inspiram peça A neve, do Teatro das Beiras Vergílio Ferreira nasceu em 1916, em Gouveia. Fez o liceu na Guarda e mais tarde formou-se em Filologia em Coimbra e em 1942 começou a sua carreira como professor de Português, Latim e Grego. nome maior da literatura portuguesa, autor DE “O Banqueiro Anarquista” Fernando Pessoa Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 1888 e morreu em 1935 em Lisboa e poucas vezes deixou a cidade em adulto, mas passou nove anos da sua infância em Durban, na colónia britânica da África do Sul, onde o seu padrasto era o cônsul Português. Pessoa, que tinha cinco anos quando o seu pai morreu de tuberculose, tornou-se num rapaz tímido e cheio de imaginação, e num estudante brilhante. Pouco depois de completar 17 anos, voltou para Lisboa para entrar na universidade, que cedo abandonou, preferindo estudar por sua própria conta, na Biblioteca Nacional, onde leu sistematicamente os grandes clássicos da filosofia, da história, da sociologia e da literatura (portuguesa em particular) a fim de completar e expandir a educação tradicional inglesa que recebera na África do Sul. A sua produção de poesia e de prosa em Inglês foi intensa, durante este período, e por volta de 1910, já escrevia também muito em Português. Publicou o seu primeiro ensaio de crítica literária em 1912, o primeiro texto de prosa criativa (um trecho do Livro do Desassossego) em 1913, e os primeiros poemas em 1914. Foi um líder activo do movimento Modernista em Portugal, na década de 10, e ele próprio inventou vários movimentos, incluindo um “Interseccionismo” de inspiração cubista e um estridente e semifuturista. Pessoa manteve-se afastado das luzes da ribalta, exercendo a sua influência, todavia, através da escrita e das tertúlias com algumas das mais notáveis figuras literárias portuguesas. Pessoa escrevia em cadernos de notas, em folhas soltas, no verso de cartas, em anúncios e panfletos, no papel timbrado das firmas para as quais trabalhava e dos cafés que frequentava, em sobrescritos, em sobras de papel e nas margens dos seus textos antigos. Para aumentar a confusão, escreveu sob dezenas de nomes, uma prática - ou compulsão - que começou na infância. Chamou heterónimos aos mais importantes destes “outros”, dotando-os de biografias, características físicas, personalidades, visões políticas, atitudes religiosas e actividades literárias próprias. Algumas das mais memoráveis obras de Pessoa escritas em Português foram por ele atribuídas aos três principais heterónimos poéticos - Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos - e ao “semi-heterónimo” Bernardo Soares. A Companhia João Garcia Miguel foi buscar o texto de Fernando Pessoa O Banqueiro Anarquista e apresenta-o com adaptação dramatúrgica e encenação de João Garcia Miguel no sábado, dia 5 de Fevereiro, no Teatro Municipal da Guarda. O Banqueiro Anarquista foi pela primeira vez publicado na Revista Contemporânea, em 1922. Trata-se de um delicioso texto sobre a liberdade, com uma característica visão irónica da sociedade, e é considerado uma das melhores ficções de Pessoa. Texto baseado em informação da Casa Fernando Pessoa comprar “O Banqueiro Anarquista” Livraria Bertrand www.bertrand.pt Título: O Banqueiro Anarquista Autor: Fernando Pessoa Edição: Ática Preço: 5,95 Euros Guimarães Editores www.guimaraeseditores.com Título: O Banqueiro Anarquista Autor: Fernando Pessoa Colecção: Ática Preço: 7,50 Euros Onde requisitar Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço Rua Soeiro Viegas, Nº 10 6300-758 GUARDA Horário de funcionamento: Segundas-feiras, sextas-feiras e sábados Das 14h00 às 19h00 Terças-feiras, quartas-feiras e quintas-feiras Das 10h00 às 19h00 A primeira colecção de contos, A Face Sangrenta publicou-a em 1953, seguindo-se em 1959 Aparição, livro que lhe valeu o Prémio Camilo Castelo Branco da Sociedade Portuguesa de Escritores. No mesmo ano, ingressou no Liceu Camões, em Lisboa, e aí leccionou até se aposentar, em 1982. Em 1984, foi eleito sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras. As suas obras receberam influências do existencialismo, dos clássicos gregos, do neo-realismo, da perspectiva metafísica, da simbólica e, de certa forma, do niilismo. Essa mistura de abordagens e influências resultou em um vasto acerto e na originalidade dos escritos do autor. Em 1992 foi eleito para a Academia das Ciências de Lisboa, além disso, recebeu o Prémio Camões, atribuído por um júri luso-brasileiro. Algumas das suas principais obras são Vagão Jota (1946), Mudança (1949), Manhã Submersa (1954), Aparição (1959), Espaço do Invisível, Do Mundo Original (ensaios), Para Sempre (1983), Até ao Fim (1997) e Na tua Face (1993). O autor faleceu em 1996, em Lisboa. A obra incompleta Cartas a Sandra foi publicada postumamente. A peça A Neve, que o Teatro das Beiras apresenta no TMG a 26 de Fevereiro, está baseada em 5 contos deste autor beirão: O encontro, A palavra mágica, A fonte, A galinha e A estrela. A NEVE O BANQUEIRO ANARQUISTA PELA COMPANHIA JOÃO GARCIA MIGUEL SEXTA 5 DE FEVEREIRO 21H30 PELO TEATRO DAS BEIRAS SEXTA 26 DE FEVEREIRO 14H30 [ESCOLAS] 21H30 [PÚBLICO EM GERAL] Inblues FESTIVAL DE BLUES DA GUARDA ENTREVISTAS A AMAR SUNDY E DANI WILDE Amar Sundy, o africano que se apaixonou pelos Blues ouvindo Otis Rush Como é que um africano se apaixonou pelos Blues? África continua a ser para si uma fonte de inspiração? Apaixonei-me pelos Blues quando assisti em Chicago aos concertos de artistas como Buddy Guy ou Otis Rush. Gostei, muito, daquelas vozes e do seu estilo de tocar guitarra, e de toda aquela música impregnada de alma (soul). Foi por isso que me apaixonei por este estilo musical. Sim, África é a grande inspiradora da minha música, porque quanto mais toco blues, mais me aproximo das minhas raízes; a música blues faz-me sentir em casa, faz-me compreender, aos poucos, a origem dos blues. Saiu do Sahara Ocidental já há alguns anos, porquê? Deixei o Sahara ainda em criança para ir ter com o meu pai que estava há vários anos internado num hospital em França. Acabei por ficar. InBlues Festival de Blues da Guarda FEVEREIRO DIA 4 TIM LOTHAR [DINAMARCA] DIA 11 BUDDA POWER BLUES [PORTUGAL] DIA 12 AMAR SUNDY [SAHARA OCIDENTAL] DIA 20 DANI WILDE [INGLATERRA] “Sadaka” é o título do seu último trabalho. O que significa? Sadaka significa partilha. Estender a mão e partilhar com os outros na firme glória da generosidade. Este disco foi gravado com convidados que partilham este mesmo espírito. Viajámos juntos nesta jornada através da alma e do tempo. DANI WILDE: SELVAGEM EM PALCO Ao TMG, Dani Wilde vem apresentar o seu primeiro disco “Heal my blues” de 2008, mas o seu percurso na música começou muito antes. Pode contar-nos como começou? O meu pai, que não é músico mas que é um profundo admirador dos Blues, mostrou-me desde pequena a música dos artistas blues de Chicago; Muddy Waters, John Lee Hooker, Howling Wolf, Elmore James etc. Mas eu não ouvia apenas Blues, sempre gostei muito de música folk e também de soul. Desde a tenra idade dos seis anos que sempre soube que quando crescesse queria ser cantora. Lembro-me de começar a actuar em Pubs quando tinha 14 anos, tocava versões de músicas de Bob Dylan. Mas foi mais tarde, aos 15 anos, quando vi pela primeira vez uma mulher a tocar blues, que me senti completamente inspirada pelo género e foi aí que percebi o que queria fazer na minha vida. Sim, eu tinha 15 anos quando o meu pai me levou ao Big Blues Festival no Reino Unido e foi aí que eu assisti aos concertos de Susan Tedeschi, Shemekia Copland, Koko Taylor, Deborah Coleman e Sue Foley que tocavam o melhor blues que alguma vez eu ouvira. Esse fim‑de-semana mudou a minha vida. Os blues são um território dominado por homens? Nada disso. Nos meandros da história dos blues encontramos excelentes blues tocados por mulheres. Na alvorada dos blues foram Memphis Minnie e Bessie Smith… depois, quando os blues abriram as portas à electrónica apareceu Koko Taylor, tocando melhor que qualquer homem… Mais tarde ainda, apareceram Bonnie Raitt e Deborah Coleman, e ainda Susan Tedeschi e Shemekia. Todas estas mulheres inspiraram toda uma nova geração de jovens músicos, como eu ou como outras artistas femininas da Ruf Records como Erja lyytinen e Joanne Shaw Taylor. Thomas Ruf, o dono da Ruf Recors é um homem maravilhoso e um apaixonado dos blues no feminino. Ele é um dos responsáveis pelo sucesso de muitas mulheres na cena internacional dos Blues. O apelido “Wilde” pode dar-nos uma ideia de como a Dani é em palco? Sim, os rapazes que me acompanham na minha banda e eu própria somos muito energéticos. Gostamos de manter os nossos concertos excitantes e a nossa paixão pela música que fazemos é por demais evidente no palco. Como definiria a sua música? É blues tocado com paixão e alma sem limites. É inspirado pelos 12-bar blues de Chicago, mas sendo eu uma mulher inglesa, tem uma veia contemporânea que faz com que os blues que eu toco sejam apelativos a uma audiência de todas as idades. Como guitarrista sou sobretudo inspirada por Buddy Guy e Peter Green, mas como vocalista sou verdadeiramente influenciada pelos artistas soul como Stevie Wonder, Sam Cooke ou Otis Redding. Tindersticks Subir à montanha com “Falling Down a Mountain” Os Tindersticks nasceram em Nottingham, Inglaterra. Stuart Staples é o frontman desta banda que conquistou em terras lusas, desde 1995, ano do primeiro concerto em Portugal, um número alargado de seguidores. Com uma generosa moldura instrumental característica, a melancólica e sedutora voz de Staples é a promessa de algo que apenas pode ser um grande momento musical. Os Tindersticks já actuaram inúmeras vezes em Portugal, em registos completamente diferentes, como no Pavilhão Atlântico, numa sala só para si e para uma orquestra que os acompanhava, integrados em Festivais ou mesmo na na Queima das Fitas de Coimbra. Os Tindersticks já foram apelidados de “os últimos grandes românticos”, tal a emoção que conferem à sua música, sempre num território indefinido entre a melancolia e o encantamento. Em 93 foi a estreia desta banda, com o seu álbum de apresentação Tindersticks, que recebeu inúmeros elogios da crítica. Seguiram‑se Curtains, Simple Pleasure, Can Our Love, Waiting for the Moon e The Hungry Saw. Foi Simple Pleasure que lhes garantiu um sucesso mais alargado, álbum este no qual os Tindersticks acrescentaram alguns elementos soul à sua música, como o uso de coros femininos. A acrescentar a esta lista, ainda a banda sonora para o filme Trouble Every Day, de Claire Dennis, uma comovente história sobre a vida de um casal em Lua de Mel em Paris e a sua tentativa de manter e alimentar a sua relação a dois. Em 2005, Stuart Staples decidiu fazer música por conta própria e editar dois álbuns de originais: “Lucky Dog Recordings 03-04” e “Leaving Songs”. Apesar de muito se ter especulado sobre o final dos Tindersticks, a banda regressou aos concertos em 2006. O lançamento de “Falling down a mountain”, o seu último álbum, precede e motiva esta passagem pelo nosso país. Da formação original, mantêm-se nos Tindersticks Stuart Staples, Neil Fraser e David Leonard Butler. Stuart Staples foi convidado de Rodrigo Leão no seu último álbum “A Mãe”, dando a voz ao tema “This light holds so many colours”. A passagem dos Tindersticks pelo TMG a 6 de Fevereiro é uma oportunidade única para um concerto que ficará na memória. TINDERSTICKS SÁBADO 6 DE FEVEREIRO 21H30 RIO AO SOL POR César Prata Quatro concertinas irmanadas por uma profunda cumplicidade produzem uma música que jorra da terra, das terras. Se fecharmos os olhos vemos as paisagens e as suas cores, as pessoas e os seus movimentos, os céus — sim, porque os céus não são todos iguais. O novo circo está de volta ao TMG a 27 de Fevereiro Tarab, o quinto disco dos Danças Ocultas, é um momento de paz, de sublimação. Através da utilização original e criativa do acordeão diatónico — em Portugal conhecido por concertina — exalta-se a vida. A vida que perpassa pelo próprio instrumento, aqui guindado à sua condição maior. E afinal, que melhor desígnio para um instrumento se não saber que está, ele próprio, vivo? Nove boas razões para ver Le Jardin, segundo a imprensa Danças Ocultas, formado por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel, revelou-se pela primeira vez em 1996 com o seu disco de estreia. O conceito central passava por mostrar que a concertina poderia ser mais do que aquele instrumento colado ao folclore tradicional e a uma utilização redundante e pouco criativa. Ao longo dos anos a aposta foi indesmentivelmente ganha. Tarab* é mais um passo seguro nesse caminho. Dez temas, todos compostos e arranjados pelo grupo, mostram como quatro concertinas podem inventar uma música sem tempo e sem idade, uma música infinitamente bela e suprema; um rio que corre, sem sobressaltos, ao sol. Obrigatório! Le Jardin está para o espectáculo assim como Haiku está para a poesia japonesa. Neue Zürcher Zeitung Um jardim fabuloso. 90 minutos de pura alegria. Le Populaire Um jardim rico e habitado, cheio de emoções, de gargalhadas e de sorrisos. Um espectáculo simples que merece uma sala esgotada. Le Dauphiné Libéré Se ser génio na arte da performance consiste em mostrar coisas nunca antes vistas, se se pretende ciar na simplicidade e dar ao espectador prazer… Bem, então os génios existem. Um espectáculo elaborado para ser perfeito. Le Bien Public * “O conceito Tarab, usado no Norte de África, assenta na ideia de um nível superior de consciência colectiva atingido numa performance, partilhado entre artista e público.”in www.dancasocultas.com Há um contínuo encantamento ao longo deste espectáculo, com efeitos raramente espectaculares. Eles fazem a maioria aparentando uma minoria. Neste jardim, o tempo parou. Não há nenhuma estação do ano para se ir ver o que lá cresce… Vão! 24 Heures Danças Ocultas, “Tarab” Edição Numérica - 1187 | Out 2009 Vivemos permanentemente com tantas falhas na capacidade de admirar que os nossos olhos não são suficientes para apreciar certas maravilhas. Salzburger Nachrichten Um viveiro de ideias poéticas e loucas criadas por dois loucos jardineiros. Dernières Nouvelles d’Alsace DANÇAS OCULTAS SEXTA 5 DE MARÇO 21H30 Um jardim lindo, fresco, inteligente e divertido. Sorrimos, soltamos gargalhadas e depois deixamo-nos levar pela poesia e ficamos abismados com uma interpretação que do início ao fim se desdobra como uma colecção de felizes surpresas. L’Est Républicain Simplesmente excelente! Um espectáculo completamente florido que nos faz chorar a rir. L’Yonne Républicaine LE JARDIN ATELIER LEFEUVRE & ANDRÉ SÁBADO 27 DE FEVEREIRO 21H30 crítica de CINEMA POR VICTOR AFONSO Tetro de Francis Ford Coppola QUARTA 24 DE FEVEREIRO 21H30 “Tetro” é o regresso em grande forma do realizador Francis Ford Coppola, depois de um desequilibrado “Uma Segunda Juventude” (2007). “Tetro” é, também, um belíssimo regresso ao cinema a preto e branco que representou um outro filme de Coppola, “Rumble Fish” (1983). A nova obra do cineasta da trilogia “O Padrinho” explora um dos seus temas predilectos: a família e as suas atribulações interinas. A história de “Tetro” é contada em retalhos temporais, alternando a cor com a deliciosa fotografia a preto e branco: a cor é apenas relevante nos momentos das recordações dos personagens, momentos que têm tanto de sedutor como de tortuoso, revelando uma história familiar que contém o sabor contraditório da amargura, melancolia e felicidade. “Tetro” é um filme sobre encontros e desencontros, sobre a desagregação dos laços familiares, mas também sobre o amor reencontrado. Tudo filmado com extrema suavidade de realização por parte de Coppola, tendo como cenário a bela e plasticamente atraente Buenos Aires. Destaque especial para as notáveis interpretações de Vincent Gallo, Alden Ehrenreich e da actriz espanhola Maribel Verdú. Um Profeta de Jacques Audiard QUARTA 24 DE MARÇO 21H30 “Um Profeta” foi distinguido com o Grande Prémio do Júri, em Cannes 2009, considerado o melhor filme exibido em França no ano passado, candidato francês à nomeação para o Óscar de melhor filme em língua estrangeira e já nomeado para o Globo de Ouro 2010, na mesma categoria. Estas distinções premeiam o cinema do realizador francês Jacques Audiard, autor de um anterior filme muito elogiado, “De Tanto Bater o Meu Coração Parou” (2005). “Um Profeta” narra a história de Malik, um jovem analfabeto de 19 anos condenado a seis anos de prisão. Rapidamente cai nas malhas de um gangue de prisioneiros que faz prevalecer a sua lei dentro da prisão. Mas o jovem aprende depressa... “Um Profeta” é, por isso, um enérgico filme sobre uma realidade multicultural na qual é preciso descobrir a identidade de cada um. Sobre este filme disse Jacques Audiard: “No meu filme o herói existe para ilustrar a capacidade de resistência de um indivíduo e a sua habilidade para traçar as suas próprias regras, definir a sua própria vida”. CUKUNFT ciclo de cultura judaicA da guarda Cinema, música, conferências e visitas guiadas, em março Entre 10 e 13 de Março, a Agência para a Promoção da Guarda organiza, com produção do TMG, o Ciclo de Cultura Judaica, que contará no cartaz com conferências, cinema e música. O ciclo começa com a conferência A Cultura Judaica nos dias de hoje, que terá como oradora Maria Antonieta Garcia, professora na Universidade da Beira Interior e especialista em Cultura Judaica, com alguns trabalhos publicados sobre os Judeus nesta região. Segue-se o videograma Os últimos Marranos, realizado por Frédéric Brenner e Stan Neumann. Um filme premiado com o galardão “Futura” em Berlim, e que relata a história de 100 mil judeus portugueses que foram obrigados a escolher entre religião católica e o exílio, sobre a sua conversão em massa e sobre a continuidade das práticas judaicas em segredo. Na música, destaque para o concerto dos portugueses Melech Mechaya, e ainda a estreia em Portugal (e concerto único) no TMG dos polacos Cukunft (na foto) que actuam no Grande Auditório no último dia do ciclo, 13 de Março. Um concerto com música klezmer vinda do leste europeu, frequentemente tocada em festividades, como casamentos e outras reuniões familiares. O grupo apresentará obras do período anterior à Segunda Grande Guerra da autoria de compositores judeus e também algum reportório próprio. Algumas músicas contam com letras de alguns poetas judeus como Icyk Manger, Mosche Shneur e David Beigelman, entre outros. Cukunft significa “o futuro”. O grupo foi fundado pelo guitarrista, Raphael Roginski. CICLO DE CULTURA JUDAICA DA GUARDA a cultura judaica nos dias de hoje Conferência por Maria Antonieta Garcia quarta 10 14h30 Os últimos Marranos de Frédéric Brenner e Stan Neumann Quarta 10 21h30 Visita guiada ao Museu Judaico e à Sinagoga de Belmonte Quinta 11 21H30 [Saída do TMG] Melech Mechaya Quinta 11 22h00 CUKUNFT [POLÓNIA] Sábado 13 21H30 Sugestão de roteiro: Um passeio pelo património judaico da região No âmbito do Ciclo de Cultura Judaica está prevista uma visita guiada ao Museu Judaico e à Sinagoga de Belmonte no próximo dia 11 de Março (com saída do TMG às 9h30), mas como esta actividade tem como público prioritário os alunos das escolas, decidimos deixar aqui algumas dicas para que possa fazer o mesmo passeio por sua conta, como e quando quiser. Museu de Belmonte O Museu pretende ser um singular espaço pedagógicodidáctico sobre o Judaísmo e a cultura do povo judeu, cumprindo uma missão educativa. Fundamentalmente, ilustra a história dos judeus portugueses e as suas vicissitudes históricas; a sua integração na sociedade portuguesa e o seu contributo na cultura, arte, literatura, comércio e ofícios; e ainda a cultura e religião dos judeus, os seus rituais e costumes, na sinagoga e em casa. A história dos cristãos-novos, e a sua persistência religiosa judaica através dos séculos, será desenvolvida, integrada num espaço reservado à vida quotidiana. Horário de Funcionamento Aberto de Terça a Domingo das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. Encerra às segundas-feiras e também nos feriados de 1 de Maio, 25 de Dezembro e 1 de Janeiro. Sinagoga de Belmonte Por causa das perseguições, muitos judeus partiram para países estrangeiros, mas os outros ficaram em Portugal. Destes últimos, uma maioria não abdicou da fé judaica mas, como não a podiam professar publicamente, recorreram à ocultação religiosa. Assim nasceu o criptojudaísmo, que manteve vivas as tradições judaicas dos cristãos-novos, descendentes do velho judaísmo português. A primeira Sinagoga de Belmonte data de 1297, dela hoje resta apenas uma inscrição. O actual templo da comunidade judaica em Belmonte foi inaugurado em 1997. SERVIÇO EDUCATIVO DESTAQUES DE FEVEREIRO E MARÇO naqoyqatsi A GUERRA COMO FORMA DE VIDA TERÇA 9 DE FEVEREIRO 14H30 [ENTRADA LIVRE] Eunice Muñoz a grande senhora do teatro Português Nascida entre as artes do espectáculo, principia a sua carreira de actriz no Teatro Nacional Dona Maria II, em 1941. Discípula singular de Amélia Rey Colaço, a ela ficará a dever a oportunidade de ter pisado o palco ao lado de grandes profissionais como Estevão Amarante, Maria Lalande, João Villaret, Maria Matos, mesmo antes de concluir de forma brilhante o curso de actores do Conservatório Nacional de Lisboa. Desde muito cedo se revelam as excepcionais qualidades de actriz que, ao longo de mais de seis décadas, conquistou o reconhecimento caloroso e a incontestável admiração de gerações de espectadores. Actriz de enormes e raras exigências, reafirma-se em cada papel que representa. Mãe Coragem e os seus Filhos de Brecht, As Criadas, de Jean Genet, A Casa do Lago, de Ernest Thompson, Joana d’Arc, de Jean Anouilh, A Casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca, Zerlina, de Hermann Broch, A Maçon, de Lídia Jorge, ou Madame, de Maria Velho da Costa, são alguns dos espectáculos a destacar. Teve inúmeras participações em televisão e cinema e foi diversas vezes premiada, destacando-se a recente atribuição do grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora. O ANO DO PENSAMENTO MÁGICO PELO TEATRO NACIONAL DONA MARIA II SÁBADO 20 DE MARÇO 21H30 Profissão Actriz Data de nascimento 30 de Julho de 1928 Naturalidade Amareleja (concelho de Moura) Signo Leão Alguns papéis que representou Joana d’Arc, Mãe Coragem, Miss Daisy ou A Banqueira do Povo Números 1941 Ano de estreia como actriz 70 O número de peças que representou em teatro 81 A Idade da actriz 13 Número de filmes em que participou 20 O dia de Março em que Eunice Muñoz apresenta no TMG a peça O ano do pensamento mágico Do que falamos quando falamos de tecnologia? De que forma a tecnologia digital influencia o modo de vida do homem na sociedade moderna? Qual a relação entre a vida urbana e a natureza? Estas e muitas outras questões são abordadas neste brilhante documentário, apenas com o recurso a imagens e música, sem quaisquer explicações por palavras ou narração. “Naqoyqatsi” faz parte da trilogia chamada “Qatsi”, que integra mais dois documentários sobre o homem, a cidade e a natureza. Um filme visualmente fascinante, com música de Philip Glass, e concebido numa estética que assenta numa forte crítica à sociedade de consumo. Sessão seguida de debate para estudantes de comunicação, multimédia, e artes. OFICINA ORIGAMI a arte das dobragens em papel orientada por ana rita teodoro 24 E 25 DE FEVEREIRO 10HO0 E 14H30 2 EUROS DESTINATÁRIOS: ESCOLAS DO 1º CICLO E PÚBLICO SÉNIOR Origami é a arte tradicional japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objectos com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la. Esta arte com papel é já milenar e atravessou gerações e povos. Há toda uma arte – simples de aprender mas que exige prática – em dobrar e desdobrar o papel. É necessário aquecer as mãos, ver, comparar, vincar e dobrar com rigor, conforme a textura e espessura do papel com que se trabalha. Estas oficinas são dirigidas para duas gerações distintas: crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico e idosos. Experiências com papel que agradarão a miúdos e graúdos. UMA BAILARINA DE ALDARA BIZARRO orientada por YOLA PINTO 5 DE MARÇO 10H00 E 14H30 2 EUROS DESTINATÁRIOS: ESCOLAS DO 1º CICLO E 2º CICLO DO ENSINO BÁSICO “Uma Bailarina…” é um espectáculo participativo de dança dirigido ao público do 1º e 2º ciclo escolar. É uma experiência que reúne aspectos inerentes ao espectáculo de dança e aspectos pertencentes à oficina de dança, procurando proporcionar novas leituras do espectáculo, suscitando a reflexão sobre matérias relacionadas com o corpo, enquanto objecto de saber e de sentir diferente do corpo habitual, dado no contexto escolar. As crian- ças são convidadas a ver uma dança executada por uma bailarina que toma o lugar de professora. A interacção entre a bailarina e as crianças é uma prioridade, explorando a noção de corpo, natureza e pensamento. No final, será entregue um suporte didáctico sobre a sessão, que consiste num conjunto de propostas para serem desenvolvidas na sala de aula com a ajuda do professor. LUZLINAR E O LOUVA-A-DEUS DE MARGARIDA GIL QUARTA 3 DE MARÇO 21H30 [ENTRADA LIVRE] DEBATE COM A PRESENÇA FINAL DE MARIA LINO E MARGARIDA GIL Margarida Gil, uma realizadora com créditos firmados, realizou há 3 anos um documentário sobre uma associação cultural e uma mulher que teima em fazer arte numa aldeia recôndita do distrito de Trancoso chamada Feita. “Luzlinar e o Louva-a-Deus” é o resultado dessa visão da actividade de Maria Lino, como mulher e artista. É também sobre o regresso à terra natal da artista, 27 anos depois de vida no estrangeiro. Afinal, o que restou e o que ficou das memórias destes 27 anos de ausência, a terra onde a Serra e a luz se renovam todos os dias? O documentário aborda a actividade do atelier “Temos Tempo”, assim como o simpósio internacional de arte e o trabalho artístico de Maria Lino na aldeia que a viu nascer. No final haverá uma tertúlia entre a realizadora, a artista plástica e a assistência. DOIS DEDOS DE CIÊNCIA SOS RADÃO NA GUARDA COM ALINA LOURO SEXTA 19 DE MARÇO 21H30 [ENTRADA LIVRE] “Dois Dedos de Ciência” é uma iniciativa de divulgação científica, promovendo o trabalho de investigação de jovens cientistas e investigadores da Guarda ligados a diferentes áreas do conhecimento. O Projecto “SOS Radão Guarda” está integrado no Projecto “Risco para a Saúde Humana da Exposição Ambiental ao Radão” que engloba uma vasta equipa de investigadores, de várias áreas científicas e Instituições. O Projecto pretende, no essencial, responder à questão: “As concentrações de Radão nas habitações da Guarda poderão justificar a incidência de neoplasias do foro respiratório/pulmonar?” Este projecto de investigação foi levado a cabo pela investigadora Alina Louro, no âmbito do seu Doutoramento em Física, e esta sessão servirá para explicar todas as vertentes (científicas e ambientais) desta importante investigação para a população da Guarda PUBLICIDADE fevereiro e março no tmg fevereiro mARÇO vinicio capossela Vinicio Capossela O HOMEM-SHOW VINDO DE ITÁLIA Vinicio Capossela é um dos maiores artistas do nosso tempo. A frase pode soar demasiado convicta ou até exagerada, mas é verdade. Quem já o viu ou quem conhece os seus discos sabe do que falo. Vinicio é um músico, compositor e intérprete inventivo, criativo e que se desafia constantemente. Na senda de uma certa tradição italiana de cantautores, de que Paolo Conte deverá ser o expoente máximo, mas com tremenda influência da música grega, mexicana e, até, portuguesa, Capossela vai também beber a um imaginário americano de artistas como Tom Waits, por exemplo. Porém, apesar de todas estas referências, o músico continua a conseguir ser extremamente inovador e único. Fascinado com conceitos e com universos inconoclásticos, Capossela vai trazer à Guarda o espectáculo “Solo Show” baseado no seu último e aclamado disco, “Da Solo”. Neste registo, o compositor italiano explora ambientes cabaréticos e circenses sempre sem nunca perder a chancela que marca toda a sua obra: temas inspirados, ambientes citadinos portuários, canções que falam de amor, de desespero, de gigantes, de anões, de deuses e de mitos. O espectáculo é riquíssimo, com elementos cénicos muito elaborados, tendo sido considerado um dos melhores concertos apresentados no mercado internacional durante o ano de 2009. Vinicio Capossela, com o seu “Solo Show”, chega finalmente a Portugal onde o artista, nas suas anteriores passagens, deixou inúmeros admiradores em concertos sempre muito bem sucedidos. Vasco sacramento WWW.TMG.COM.PT TEATRO MUNICIPAL DA GUARDA.BLOGSPOT.COM WWW.TWITTER.COM/TEATROGUARDA FICHA TÉCNICA Bis | Boletim Bimensal do Teatro Municipal da Guarda | Nº 1 | Fevereiro e Março de 2010 VINICIO CAPOSSELA SOLO SHOW SEXTA 26 DE MARÇO 21H30 Redacção e Paginação Gabinete de Comunicação e Imagem do Teatro Municipal da Guarda Colaborações: César Prata, Vasco Sacramento, Victor Afonso Culturguarda, Gestão da Sala de Espectáculos e Actividades Culturais, E.M. Rua Batalha Reis, 12, 6300-559 GUARDA | Tel. 271 205 240 Fax 271 205 248 | [email protected]