Análise da marca

Transcrição

Análise da marca
Universidade do Minho
Ciências da Comunicação
Atelier de Comunicação e Informação II –
Relações Públicas e Publicidade
Análise da marca
Trabalho realizado por:
Ana Azevedo
Ana Sofia Gomes
Joana Rezende
Sara Rodrigues
Sofia Laranjeiro
Ano lectivo 2012/2013
A70299
A67401
A67433
A70298
A69405
Universidade do Minho
Análise da marca
Índice
Introdução ..........................................................................................................................3
Apresentação da marca .....................................................................................................4
Situação atual ....................................................................................................................6
Identidade Visual ...............................................................................................................8
Identidade Verbal ............................................................................................................. 10
A identidade da marca segundo Kapferer........................................................................ 11
Posicionamento da marca ............................................................................................... 14
Análise da comunicação da marca .................................................................................. 15
Conclusão ........................................................................................................................ 18
Bibliografia ....................................................................................................................... 19
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Análise da marca
Introdução
No âmbito da unidade curricular Atelier da Informação e Comunicação II, vertente
de Relações Públicas e Publicidade fomos incitados a realizar um trabalho que
analisasse uma marca consoante a sua identidade, estrutura e comunicação.
Após alguma reflexão sobre os tópicos, chegamos unanimemente à conclusão
que a “The Walt Disney Company” era a marca que mais nos agradava, quer pela
proximidade que temos com a mesma (afinal, é uma companhia de infância), quer pela
sua complexidade e relevância.
Ao longo do projecto dividimos a sua estrutura por todos os elementos de modo a
podermos ter vários pontos de vista devidamente fundamentados – e é isso que
esperamos que este transmita, uma análise clara sobre como surgiu a empresa, como
está actualmente, qual a sua identidade visual e verbal, a perspectiva de Kapferer
aplicada e a comunicação interna e externa da Disney.
Uma vez que é uma empresa com imensas vertentes (animação audiovisual,
parques temáticos, produtos de vestuário e de entretenimento, etc.) a análise realizada é
bastante generalizada, sobre a identidade como um todo e não os seus produtos
específicos. Achamos que esta visão da marca responde correctamente ao “espírito” do
trabalho e da empresa, uma vez que a Disney é conhecida por vender sonhos e tornar o
impossível possível, ou seja, muito mais do que os seus produtos é os seus valores.
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Apresentação da marca
‘If you can dream it, you can do it. Always remember that this whole thing was started
with a dream and a mouse.’
Walt Disney é o maior conglomerado de media e entretenimento do planeta.
Esta empresa foi criada a 16 de Outubro de 1923, pelos irmãos Walt Disney e
Roy Oliver Disney com o objectivo de ser um estúdio de animação.
Não só se tornou num dos maiores estúdios de Hollywood, como também possuí
vários parques temáticos, várias redes de televisão e recentemente a Marvel
Entertainment Inc.
Logo em 1923 a Disney fez a sua primeira produção: ‘Alice Comedies’, aqui ainda
com o seu primeiro nome Disney Brothers Studio.
Após a primeira aparição de Alice, passados três anos e por
sugestão de Roy, a companhia é renomeada Walt Disney Studios.
Em 1927 a Disney fez um contrato para a criar a animação do
desenho Oswald the Lucky Rabbit, contrato este que apenas durou um
ano.
Em 1928 surge então o famoso Mickey Mouse, mascote da Disney e
o primeiro desenho animado sonoro da história.
Como a empresa era especializada em produzir filmes de animação,
usando uma recente inovação de som ao cinema, ganharam muito dinheiro
e assim tornaram o sonho realidade, A branca de neve e os sete anões,
lançado em 1937. Este filme marca o início da produção de longasmetragens da Disney.
O sucesso foi tanto que logo se expandiram, para TV, rádio, produção
editorial e fonográfica, diversões, hotelaria, turismo, navegação, já para não mencionar
os royalties provenientes das licenças de uso dos personagens e marcas registradas
Disney para todo tipo de aplicação comercial.
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Desde aí a Disney também expandiu os seus filmes introduzindo, além de
desenhos animados, actores de carne e osso. Os grandes sucessos como a Cinderela,
Dumbo, Bambi bombeavam para que Walt Disney crescesse de forma abrupta. Assim a
26 de Dezembro de 1939 a Disney Studio começa a sua mudança para Burbank,
Califórnia, a partir do Hyperion Studio, em Los Angeles.
Em 17 de Julho de 1955, inauguraram a Disneyland, o primeiro parque da Disney,
em Anaheim, na Califórnia, para um público convidado neste dia. Os primeiros
convidados foram Kristine Vess e seu primo Michael Schwartner, com idades entre 5 e 7.
Toda esta apresentação segue uma ordem cronológica mas como, entre todos
estes sonhos, nem tudo é possível, em 15 de Dezembro de 1966 Walt Disney, o
visionário cujo pioneirismo e criatividade inigualável tornaram a a empresa num
fenómeno de animação nunca antes visto, transformando sonhos em realidade, morre
aos 65 anos de idade.
Mas nem assim pára de evoluir este império e entre inaugurações de hotéis,
centros comerciais ao ar livre, parques temáticos, os canais tão conhecidos, as lojas e
até os Disney Dollars vendidos na Disneyland, a Disney Interactive para desenvolver,
comercializar e distribuir jogos, a Marvel a juntar-se a todo este património, os cruzeiros
tão fantásticos, todos estes e muitos outros feitos, faz com que, como já referimos, a
Walt Disney seja o maior conglomerado de media e entretenimento do planeta.
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Situação atual
Para dar uma ideia geral da actual estrutura do grupo Walt Disney:

Complexos
turísticos
e
parques

temáticos:
o Disneyland Resort
Walt Disney Studios:
o Buena Vista Motion Pictures
o Disneyland Park
Group
o Disney's California Adventure
o Walt Disney Pictures
o Touchstone Pictures
(com 3 hotéis)
o Walt Disney World Resort – 4
parques
Kingdom,
temáticos:
EPCOT
o Walt
Magic
Disney
Animation
Studios
o Pixar Animation Studios
Center,
Disney-Hollywood Studios, e
o DisneyToon Studios
o Disney's Animal Kingdom
o Buena
(com 2 parques temáticos e
Vista
Pictures
Distribution
o Buena Vista International
22 hotéis)
o Tokyo Disneyland Resort – 2
o Miravista Filmes
parques: Tokyo Disneyland
o Marvel Entertainment
Park e o Tokyo DisneySea
o Marvel Studios
o Disneyland Resort Paris – 2
parques
o Marvel Comics Inc.
temáticos:
Disneyland Park e o Walt

Nos Media:
o Disney-ABC Networks
Disney Studios
o Hong Kong Disneyland – 1

ABC Television Network

ABC Entertainment
Disneyland Park – 2 hotéis

ABC Daytime
o Disney Cruise Line – opera 4

ABC News
Wonder,

ABC Sports
Disney Magic , Disney Dream

ABC Kids
e Disney Fantasy

ABC Studios

American
parque:
navios:
Hong
Disney
Kong
Bradcasting
Company Radio
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
o Canais Pagos:
Estúdios musicais:
o Hollywood Records

ESPN
o Walt Disney Records

ESPN Brasil
o Lyric Street Records

Disney Channel
o Mammoth Records

ABC Family
o Wonderland Music Company

Lifetime
Entertainment
Services

Walt Disney Theatrical Productions

Desenhos animados:

A&E Television Networks

E! Networks

Disney Junior

Jetix International.

SoapNET.

History Channel.
o Pixar Animation Studios

Disney XD
o DisneyToon Studios
o Walt
Disney
Animation
Studios,
o Disney Television Animation.

Produtos de consumo:

o Disney Publishing
Outros negócios: já foi dona da
o Hyperion Books
equipa de hóquei Anaheim Ducks e
o Disney Stores
da equipa de baseball Anaheim
o Buena Vista Games
Angels.
o The Baby Einstein Company
o Disney Stores Worldwide
o Disney Direct Marketing
o The
Muppet
Holding
Company
Ainda agora a Walt Disney Company, continua a liderar. Como prova disso, em
2012, comprou 100% das ações da Lucasfilm. Os seus lucros sobem todos os dias, assim
como a oferta dos seus serviços.
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Identidade Visual
Logotipo – Conhecida popularmente como apenas Disney, a empresa corporativa
tem o nome de “The Walt Disney Company”, que possui um vasto número de “empresas”
que actuam nas mais diversas áreas sempre em torno da magia a que a Disney nos
habituou. Todas as áreas são identificáveis através do respectivo logotipo que, apesar de
diferentes, partilham a mesma assinatura característica da companhia. Aqui podemos ver
alguns exemplos:
Nome – O seu nome, The Walt Disney Company, deve-se ao nome da sua dupla
fundadora, os irmãos Walt Disney e Roy Oliver Disney.
Assinatura – Como mencionado anteriormente, todas as marcas/empresas
associadas à The Walt Disney Company partilham entre elas a mesma assinatura (Walt
Disney) e caligrafia. A assinatura, que se manteve sempre apesar de algumas mudanças
no logotipo da companhia, trata-se da caligrafia utilizada na assinatura original do seu
fundador Walt Disney.
Símbolos – Não são só os logotipos que nos remetem para o imaginário da Disney.
Existem variados exemplos de símbolos que de imediato somos capazes de associar à
marca Disney. Podemos destacar alguns como o Castelo da Cinderela com o fogo-deartifício como fundo ou até mesmo apenas o D com a caligrafia típica a que a companhia
nos habituou. Não podemos deixar de destacar o icónico rato Mickey, que para além de
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ser considerado a mascote da companhia, é um símbolo que nos remete de imediato para
a Disney, sendo reconhecível apenas através da figura da sua cabeça.
Cores – Em termos de cores utilizadas pela companhia destacam-se o azul e
branco. Esta cor predomina não só nos logotipos de toda a companhia , como podemos
ver anteriormente, mas também no site oficial da mesma.
Embalagem - No que diz respeito à embalagem existe um mundo de hipóteses para
explorar, uma vez que a Disney possui um gigantesco mercado de entretenimento
relacionado com as suas produções. Neste mercado para além dos típicos DVDs dos seus
filmes, podemos também encontrar uma vasta gama de jogos, livros, brinquedos,
vestuário, acessórios, entre muitos outros. Todas as embalagens possuem as cores de
acordo com a história e a típica assinatura “Disney” ou “Walt Disney”, ou ainda símbolos
característicos da marca.
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Identidade Verbal
Missão - Sendo uma grande empresa de referência na área do entretenimento
familiar a Disney sempre nos habituou a produtos que juntassem toda a família quer fosse
em volta de uma televisão, numa ida ao cinema ou numa viagem a um dos “mundos
Disney” espalhados pelos quatro cantos do planeta. O conceito Disney está ligado a uma
mística de fantasia, que para muitos pode ser utópico em demasia, mas que tem como
objectivo trazer um sentimento de felicidade e alegria a quem entra no seu mundo de
fantasia e fazer acreditar que é possível a todos realizarem os seus sonhos, principio que
vem do seu fundador Walt Disney que dizia dormir para sonhar e não descansar.
Valores – Assim como todas as empresas também a Disney possui valores que
regem a sua acção para com o seu público, tanto a nível de produtos como de espaços.

Criatividade

Responsabilidade Social

Promoção da cidadania

Respeito pelos direitos humanos

Cooperação

Partilha

Promoção das ideias de família (??)

Inovação

Promoção de princípios ecológicos

Princípios pedagógicos

Promoção de segurança
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A identidade da marca segundo Kapferer
Segundo Kapferer, uma marca, para além de um elemento de identificação ou
diferenciação de uma dada oferta, permite a criação de uma identidade, ou seja, de um
ente coerente.
Emissor
Físico
Personalidade
Exteriorização
Interiorização
Relacionamento
Reflexo
Cultura
Auto-imagem
Receptor
A Disney tem uma identidade muito própria e conhecida por todos: o mundo mágico
e de fantasia onde tudo é possível, todos somos princesas e heróis, ou pelo menos todos
podemos sê-lo. Um mundo de aventura, emoção e alegria. Uma identidade jovem (quando
digo jovem entenda-se direcionada principalmente para as crianças), que lhes permite ser
o que quiserem mas que, subliminarmente, transmite também valores morais.
Vamos então analisar a identidade da Disney, ponto por ponto, segundo o esquema
de Kapfener
1) Físico: há vários produtos da Disney, desde a roupa, aos DVD’s, vestuário, etc. Mas
o aspecto físico que melhor caracteriza a marca e a sua identidade são os seus
parque temáticos – onde todo o seu conceito se materializa num espaço de magia e
entretenimento.
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2) Personalidade: a personalidade da marca Disney é divertida, jovem, mágica. Muitas
marcas escolhem uma personalidade famosa para as representar, contudo a Disney
fê-lo desde a criação do Mickey Mouse, directa ou indirectamente. O famoso rato,
mascote da marca é globalmente associado a esta pela sua personalidade alegre.
Todavia, nos últimos anos a Disney tem apostado em personalidades reais para
representar a marca. Temos o exemplo de Selena Gomez, Demi Lovato, Miley
Cyrus, entre outros. Algumas mantém-se “fieis” à marca (Demi Lovato continua a
ser embaixadora da Disney), enquanto outros fazem um corte completo, como Miley
Cyrus. Contudo, esta continua a ser associada à inocente Hannah Montana, quando
falando da Disney.
Todas estas personalidades e as personagens que interpretam têm duas principais
características em comum: a coragem e o sonho.
3) Cultura: como uma das maiores e primeiras empresas de entretenimento mundial, a
Disney tem uma cultura vinculada quase desde a sua criação. A magia e o “tudo é
possível”, são lemas pelo qual regem todas as suas acções, quer comerciais (o
processo criativo e a venda do produto) quer comunicacionais. Assim sendo todos
os produtos exprimem estes valores – desde as cores alegres no vestuário, à moral
dos filmes, às promoções e eventos.
4) Relacionamento: “o serviço é, por definição, uma relação” (KAPFERER, 1992), e na
relação da Disney com os seus clientes, esta vende-lhes um mundo de
possibilidades e magia. Neste mundo todos podem ser príncipes e princesas ou
qualquer outra personagem que desejem. São estes os valores transmitidos pela
Disney que criam uma relação de cumplicidade com os seus clientes, pois lhes
providencia a possibilidade de tornarem os seus sonhos realidade.
Para além de lhes venderem o sonho, proporcionam uma experiência única, através
de todos os seus eventos e acções limitadas. Procuram manter uma relação
próxima com todos os seus clientes, independentemente do seu estatuto económico
(providenciando várias campanhas promocionais e acções sociais) ou faixa etária (a
Disney é uma entidade para toda a família, criando assim ambiente adequados ao
adultos nos seus parques temáticos, realizando filmes para toda a família, etc.)
5) Reflexo: o reflexo pretende reflectir a imagem do público-alvo. Não necessariamente
sê-lo ou imitá-lo, mas reflectir o que esperam dele. Portanto, seguindo a linha de
venda de sonhos da Disney, o reflexo principal do seu público é nas crianças como
heróis de fantasia, ou seja, meninas entre os 3 e 10 como princesas e um mundo de
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aventura para os meninos da mesma faixa etária. Esta chega de forma indirecta aos
pais e familiares, pois veêm na Disney um apoio ao entretenimento e valorização
dos seus filhos.
6) Auto-imagem: ao contrário do reflexo, que exprime o que transparece do públicoalvo, a auto-imagem prende-se com quem eles são, ou como os quer fazer sentir.
Quando falamos da Disney as duas estão intimamente ligadas: o público alvo, no
reflexo, são crianças a quem querem mostrar que tudo é possível e a auto-imagem
é a transmissão dessa mensagem para a realidade das crianças, isto é, as crianças
veêm em si mesmas princesas e heróis (ou essa capacidade) quando compram os
produtos da Disney. Assim, o lema de tornar o impossível possível concretiza-se ao
vender produtos e proporcionar experiências que valorizam o indivíduo.
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Posicionamento da marca
A Walt Disney Company apresenta-se, hoje, como uma das marcas mais poderosas
e de maior valor social no mundo. É coerente em termos de posicionamento destacandose, essencialmente, pela forma eficaz como actua com o público ao qual se destinam os
seus produtos e serviços, transmitindo uma mensagem global muito precisa: a de um
mundo mágico e fantasioso onde todos são especiais. Aludindo às ideias de sonho,
aventura e emoção, preza pela melhoria e enriquecimento da vida das crianças e famílias
de todo o mundo.
A particularidade da marca é-lhe conferida pela forma como encara e define o seu
campo de acção. Não se cinge a uma faixa etária específica, nem determina limites de
idade, mas abrange um conceito mais vasto – a família – que se encontra presente em
todos os seus ramos de negócio: media networks, parques e resorts, os estúdios Walt
Disney, produtos de consumo e Disney interactiva.
Assente na crença de que esta é a estratégia a adoptar, ambicionando sempre ser
uma boa companhia, a marca mantém uma relação cordial entre consumidores,
associados, funcionários e clientes. Isto, conjugado com a importância atribuída à
colaboração e inspiração no interior da empresa, faz com que os seus espaços se tornem
locais de trabalhado desejados por muitos.
A Walt Disney Company reforça a atracção pelas suas marcas e entretenimento,
bem como a relação que estabelece com as famílias, consumidores e parceiros de
negócios. Tem-se mantido, ao longo dos anos, fiel ao legado da companhia e dá-lhe
continuidade. No que diz respeito às questões do foro social, dá uso do estatuto de que
goza para promover campanhas solidárias. Podemos assumir, então, que a Disney revela
uma dupla faceta: por um lado, e aquela sobre a qual se debruça maioritariamente, a
comercial; por outro lado, uma faceta mais voltada para as questões de ordem social,
relacionadas com a preservação ambiental e crianças carenciadas.
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Análise da comunicação da marca
A Walt Disney Company procura chegar a crianças e famílias – a sua principal
audiência – através de formas únicas, divertidas e inspiradoras. Aposta numa comunicação
global através de uso de múltiplas plataformas, dinâmicas e interactivas.
Comunicação interna
Por parte da empresa há uma preocupação clara por difundir, no seio dos membros
do elenco (empregados, ou cast members), os sentimentos de união, partilha e espírito
cooperativo. Por isso vive-se um ambiente familiar, dentro e fora do local de trabalho. Não
só se aposta na sua formação, como lhes é dada a oportunidade de integrar diversas
actividades que vão sendo desenvolvidas, nomeadamente campanhas de voluntariado.
Não são, desta forma, vistos como meros funcionários.
Como existe uma boa comunicação interna, isso repercute-se externamente.
Comunicação externa
A Walt Disney Company divulga-se um pouco por todo o lado sendo que, para isso,
recorre ao uso de várias técnicas. Através dos seus departamentos comunicativos e de
marketing, organiza eventos diversos. Desde campanhas temáticas e de promoção de
produtos e serviços (filmes, canais, programas televisivos) a festas e vídeos promocionais,
a empresa impõe-se e assegura um lugar de destaque no mercado e face à concorrência.
Desenvolve ainda, consoante as épocas, descontos especiais para famílias onde as
crianças até a uma certa idade, uma vez acompanhadas, não pagam entrada e estadia,
factor que gera maior adesão.
No que toca às novas tecnologias, a Disney apostou fortemente na criação de uma
rede social – DisFriends – na qual os utilizadores criam um perfil. A partir desta
comunidade virtual, podem encontrar pessoas com gostos e interesses semelhantes aos
seus, fazer novas amizades, partilhar experiências, fotos e participar em fóruns.
Comunicação comercial
Quanto à distribuição dos seus produtos oficiais (licenciados pela Disney Licensing),
a Disney assegura uma rede eficiente de lojas que se estende pelos quatro cantos do
mundo. Actualmente conta com mais de 211 unidades (as chamadas Disney Stores)
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espalhadas apenas pelos Estados Unidos e Canadá. Ao todo somam-se 360 e estão
estrategicamente localizadas em pontos fortes de venda, como no interior dos parques
temáticos, resorts e principais centros metropolitanos.
Tal como referimos anteriormente, a Disney promove, consoante as épocas, altas
ou baixas, pacotes especiais de promoção em viagens e entradas nos parques temáticos.
Personalidades Disney
Desde cedo que a Disney tem vindo a projectar, através das séries e filmes, actores
que se tornam famosos no mundo da música e do cinema. Estas, por sua vez, devido ao
sucesso (a generalidade das crianças mostram uma preferência pelas produções Disney),
adquiriram um estatuto próprio e passaram a ser vistas como as “caras” da marca em si
mesma. Exemplos disso são a famosa Miley Cyrus, Selena Gomez, Demi Lovato, Zac
Effron e Jonas Brothers. Habituado a vê-las como personagens e não como pessoas do
mundo real, o público associa todo e qualquer escândalo que as envolva (e isto tem-se
verificado muito frequentemente) ao nome da marca. Ora, isto afecta, obviamente, a sua
imagem.
O caso da Miley Cyrus, muito em voga nos media actuais, atingiu proporções
exageradas. Depois de cinco anos ligada à séria televisiva “Hannah Montana”, o esforço
que a actriz faz, desde então, para se demarcar da personagem, parece não dar frutos:
continua não só a ser vista como a personagem da Disney, como é possível que, hoje, os
seus escândalos sejam ainda tidos como os da marca.
Campanhas
Magic Happens (magia acontece) foi uma das mais marcantes campanhas
publicitárias da história da Disney. Foi através da agência Leo Burnett (em Chicago) que
nasceram, em 2001, quatro curtas que aqueceram o coração do público e provaram, uma
vez mais, que a magia e a felicidade estão patentes na imagem da marca.
O responsável pela realização dos vídeos foi Jon Pytka, um reconhecido produtor no
mundo do cinema que terá já participado em mais de cinco mil importantes campanhas
publicitárias. Todas as curtas transmitem a mesma mensagem: a ideia de que a Disney se
encontra presente na vida quotidiana e inspira não só os mais novos (como mostra numa
das curtas, é uma parte integrante dos seus sonhos e subconsciente) como também se
estende a outras faixas etárias. A marca mantém, assim, o seu lugar de destaque na
imaginação e construção de um mundo de magia, onde os sonhos se tornam realidade.
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A campanha mais recente foi lançada este ano e coloca em evidência o “factor
surpresa”. Limited Time Magic, tal como o nome indica, é uma campanha temática que
promete “magia por tempo limitado”. O lançamento oficial da campanha foi um sucesso, e
a Disney não fez por menos. Foi montada uma versão de gelo gigante do Castelo da
Cinderela (símbolo do Magic Kingdom), em Times Square, Nova Iorque, que dificilmente
passava despercebida.
Por um período de tempo específico e limitado (52 semanas, mais concretamente),
a Disney surpreende os seus fãs nos parques e resorts. De modo a promover estes locais,
proporciona experiências únicas e sucessivas, que vão desaparecendo à medida que
outras novas surgem. No caso da True Love, experiência que decorreu durante a semana
do Dia dos Namorados, os visitantes tiveram a oportunidade de desfrutar de menus
especiais nos restaurantes, bem como produtos e decoração alusiva ao tema. Uma
segunda experiência, Long Lost Friends Week, trouxe aos parques personagens menos
conhecidos ou que já estavam esquecidos.
Durante a organização das campanhas, e nesta em particular, a Disney mostrou
uma grande preocupação por ouvir as opiniões dos fãs e, ao mesmo tempo, mantê-los
actualizados; criaram-se sondagens e votações on-line, ouviram-se opiniões e tentou-se,
por fim, responder aos desejos e necessidades de um público vasto.
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Conclusão
Terminada a análise da identidade da marca e da sua comunicação, congratulamos
a Disney por se manter coerente desde a sua criação: o objectivo da venda do sonho, de
todos sermos especiais e capazes mantém-se e cresce todos os dias, tal como o seu leque
de clientes.
A personalidade da marca é facilmente identificável, o que é uma vantagem quer
para a própria marca, por ser facilmente distinguida e diferenciada das outras, quer para os
clientes e parceiros por ter a si associada uma garantia de qualidade e satisfação.
A sua identidade acoplada funciona como uma garantia para todos os produtos que
vende.
Outra das grandes mais valia da Disney é ter vários produtos associados a si,
permitindo um vasto leque de experiências às famílias e às crianças, funcionando todos
com o mesmo propósito, o que garante que a mensagem é eficazmente transmitida.
O principal problema que pode ser apontado é o facto de os seus embaixadores, à
medida que crescem, quererem distanciar-se da marca. Usemos o exemplo de Miley
Cyrus: para perder a ligação a menina inocente que ganhou com a Disney transmite agora
uma imagem extremamente sexualizada que pode ter repercussões para os seus fãs da
Disney, pois influencia-os negativamente e para a própria marca que fica com essa
imagem associada a si.
À excepção do caso da Miley Cyrus, existem outras experiências muito boas de
embaixadores da marca: os Jonas Brothers ou a Demi Lovato por exemplo.
Podemos concluir dizendo que a Disney é uma marca exemplo, que opera em
imensos campos de entretenimento, que domina o mercado e que tem uma identidade
bem estruturada e definida. A comunicação interna é louvável e a externa tem-se verificado
bastante eficaz que chega a todos os públicos de forma bastante positiva – como prova
disso temos o seu crescimento constante.
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Bibliografia
KAPFERER, Jean-Nöel. The New Strategic Brand Management: Creating and sustaining
brand equity long term. Reino Unido: Kogan Page, 2008
http://thewaltdisneycompany.com
https://www.google.pt/search?q=the+walt+disney+company&espv=210&es_sm=93&biw=1
241&bih=584&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=kAd9UqyIEueQ7AaExoHADA&sqi
=2&ved=0CFUQsAQ#imgdii=_
http://www.mundodasmarcas.blogspot.pt/2008/12/disney-novo-perfil-parte-1.html
http://www.mundodasmarcas.blogspot.pt/2008/12/disney-parte-2.html
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