Pré-Vestibular

Transcrição

Pré-Vestibular
Atualmente
aproximadamente
3,2 bilhões de pessoas
estão conectadas à
internet formando uma
Aldeia Global
Aldeia global é um conceito criado
pelo filósofo Marshall McLuhan para
mostrar que as novas tecnologias de
informação e comunicação encurtam
distâncias e reduzem o planeta à
situação de aldeia: todos, de alguma
maneira, interligados
CÓDIGO
O processo de globalização
teve início no período dos
descobrimentos tendo maior
desenvolvimento a partir da
Terceira Revolução Industrial
Sem título-12 1
apenas para
ajuste do ISBN
deletar este box
M
Extensivo
Livro 1
ega
Professor
18/09/2015 18:00:42
Potenciação e radiciação
Marques/Shutterstock
Potência de expoente natural
Seja a ∈ , a 0 e n ∈ , a potência de base a e expoente
n é um número an tal que:
a0 = 1
an = an–1 · a, n, n
a2 = a1 · a = a · a
a–n =
1
Assim,a1 = a0· a = 1 · a = a
Potência de expoente
inteiro negativo
a3 = a2 · a = a · a · a
Em geral a , p ∈  e p ≥ 2, é um produto de p fatores
iguais a a.
p fatores
1 1
=
31 3
1) 3-=1
1
1
1
= 3 ) ( -3 )-3 = 3 =
( -3 )
-27
27
2
1
1
9
4 )   =
=
=
2
2
4
3
2
4
 
 
3
9 
2)(–5)0 = 1
a
Em geral, temos:  
b
3)21 = 2
1
1 =1
 
5 5
-n
b
=  
a
n
Raiz enésima aritmética
5)(–4)1 = –4
6)52 = 5 · 5 = 25
7)(–3)2 = (–3) · (–3) = 9
8)02 = 0 · 0 = 0
Sendo o radicando a + e o índice n
n
raiz b +, tal que a = b
bn = a.
, existe sempre a
`` Exemplos:
2
9)
1 1
=
32 9
-2
2 ) 3=
-2
`` Exemplos:
1)40 = 1
4)
*
`` Exemplos:
p
ap = a · a · a · ... · a
1
,a
an
 2 = 2 ⋅ 2 = 4
 
3 3 3 9
5
32 = 2 , pois 25 = 32
10)23 = 2 · 2 · 2 = 8
11)(–2)3 = (–2) · (–2) · (–2) = –8
Da definição temos que
12)–23 = –(2) · (2) · (2) = –8
Especial cuidado deve ser tomado no cálculo da raiz quadrada
de quadrados perfeitos em que tem-se a2 = a .
13)–(–2)3 = –(–2) · (–2) · (–2) = 8
4
16 = 2 e não
4
16 = 2.
`` Exemplos:
( -5 =
) = -5
2
1)a0 = 1, a
PVE16_1_MAT_A_02
3)0P = 0, p
+*
4)00 não é definido
5)
n par
n ímpar
x.
0
2)a1 = a
6)
5=
e x2
a >0
n
an tem o mesmo sinal de a
Operações
1) Só é possível adicionar ou subtrair raízes idênticas
(mesmo índice e radicando).
`` Exemplo:
3 3+2 3=
5 3
MATEMÁTICA A
41251_MIOLO_PVE16_1_MAT.indb 141
141
15/09/2015 18:20:50
2) Para multiplicar (ou dividir) raízes de mesmo índice,
basta multiplicar (ou dividir) os radicandos e manter o
índice.
Propriedades das raízes
Sejam m ∈  , p ∈  * e a, b ∈  +
`` Exemplo:
3
3
m
1) n a = n · p am.p
3
3
2 ⋅ 3 3 =⋅
2 3 =
6
2) n a·b = n a · n b
Potência de expoente racional
, com q ≠ 0, temos:
p
q
q
a = ap
p
numerador
denominador Raiz: q p
Expoente: q
`` Exemplos:
1
2
=
1) 3
=
3
2) 8
índice da raiz
`` Exemplo:
3
8 =4
2
1) ap · aq = ap + q
= ap – q, a ≠ 0
3) (a · b)p = ap · bp
4)
a p
b
=
ap
b
p
,b≠0
5) (ap)q = ap · q
`` Exemplos:
1)53 ·52 = 53+2 = 55
2)34 · 3–1 = 34–1 = 33
3)
4)
5)
25
= 25-2 = 23
22
25
= 25 –(– 2) = 27
2–2
(2 · 3)2 = 22 · 32
2
6)
 3  = 32
 
 5  52
7)(5 ) = 5 = 5
2
8)53 = 59
3 2
3·2
As propriedades das raízes são iguais às propriedades das
potências para expoentes fracionários.
potência da base
Propriedades das potências
aq
6
Raiz quadrada aproximada
No caso de números que não possuem raiz quadrada exata,
pode-se falar na raiz quadrada por falta como o maior número
inteiro cujo quadrado não excede o número inteiro dado e na
raiz quadrada por excesso como o menor número inteiro cujo
quadrado excede o número dado. Os dois números citados diferem em 1 unidade e os erros nos dois casos são inferiores a
1 unidade.
A diferença entre o número dado e o quadrado da raiz
aproximada (em geral a raiz por falta) é chamada resto da raiz
quadrada.
`` Exemplo:
36 < 42 < 49 ⇔ 62 < 42 < 72, assim 6 é a raiz quadrada de 42 por falta,
7 é a raiz quadrada de 42 por excesso e o resto é 42 – 62 = 6.
Racionalização
Racionalizar consiste em transformar as expressões com
radicais no denominador em expressões equivalentes que
não apresentem radicais no denominador.
Essa operação é feita multiplicando-se o numerador e o
denominador da fração por um fator racionalizante. Esse fator é a expressão que multiplicada pelo denominador resulte
em uma expressão sem radicais. Esse fator é encontrado tendo por base as propriedades de potências e raízes, e a analogia com as fórmulas da fatoração.
Racionalização baseada nas propriedades
de potências e raízes
`` Exemplos:
1
=
2
a)
Como se pôde notar pelos exemplos 7 e 8, em geral teq
mos (ap)q ≠ ap .
1)
142
MATEMÁTICA A
,b≠0
As propriedades anteriores são úteis para redução de potências ao mesmo índice a fim de permitir a sua multiplicação ou
divisão.
As potências de expoente irracional são definidas por
“aproximação” de potências racionais, mas apenas para bases
não negativas.
ap
a
a
=n
b
b
6 3
6
3⋅32=
3 ⋅ 6 2 2 ⋅ 6 32 ⋅ 2 2 =
108
2
3
2)
n
3
3
=
3
1
2
⋅=
2 2
3
2
=
22
2
2
3 3 32 3 3 9 3 3 9
⋅ = = =
3
3 3 32 3 33
3
9
PVE16_1_MAT_A_02
p
q
 +* e
Sendo a
n
3)
Racionalização baseada na fórmula:
(a + b) · (a – b) = a2 – b2
Dessa forma escreve-se 75 para representar 7 · 10 + 5 e 223
para representar 2 · 102 + 2 · 10 + 3
`` Exemplos:
Entretanto, os números podem ser escritos em diversas bases de numeração conforme a necessidade e conveniência.
1)
1
1
=
⋅
3− 2
3− 2
2)
1
=
2+1
3+ 2
=
3+ 2
2 −1
=
2 −1
1
⋅
2+1
3+ 2
=
3−2
2 −1
( 2) −1
2
2
3+ 2
2 −1
=
2−1
=
2 −1
(11)2 = (3)10
(101)2 = (5)10
(110)2 = (6)10
(111)2 = (7)10
Em geral, quando representamos os números da base 10,
omitimos o subíndice.
`` Exemplos:
3
( 2) +
=
( 2)
2
3
3
2)
3
( 2 ) + 2 ⋅1 + 1 =
( 2) + 2 ⋅1 + 1
2 +1
+1
( 2) + 2 =
=
3
=
3 +
3
3
4
3
=
2
3
3
3
2 -1
-1
( 3) + ( 3)
3
2
3
Mudança de uma base
qualquer para a base 10
2
3
3
1
9-36 +
2
3
2
3
2
3
3
2
3
1
1
=
⋅
2 -1 3 2 -1
2
3
=
9 3
3
1
6 +
3
⋅
4
3+ 2
=
3+2
3
3
3
3
4 +
3 +
3 +
3 +
5
3
3
2 +1
B =
A+C
2
onde, C =
3
2
=
2
2
A-C
2
Caso a quantidade de símbolos exceda 10, utilizamos letras maiúsculas do nosso alfabeto, dessa forma os símbolos
são: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F, G, ..., em que
A equivale a 10 unidades de base 10, B a 11, C a 12 e assim
por diante.
A -B
2
32 − 5 = 2
3+2
3−2
3+ 5 = +
=
2
2
2 )=
C
5
1
10 + 2
+
=
2
2
2
20
−1
2
Sistemas de numeração
O nosso sistema de numeração chama-se hindu-arábico e
tem base dez. Isso quer dizer que utilizamos apenas dez símbolos (algarismos) para representar todos os números. Esses
algarismos são: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Os números restantes são representados por combinações desses símbolos.
PVE16_1_MAT_A_02
É usual utilizar um traço acima de variáveis justapostas
para representar que as mesmas são algarismos que compõem
um número.
Por exemplo, para a base 10:
6 2 − 20 = 4
6+4
6−4
6−2 5 =
6 − 20 = − =
2
2
em que os algarismos podem tomar apenas os valores 0,
1, 2, ... , b - 1.
`` Exemplos:
(23)6 = 3 + 2 · 6 = 15
(145)6 = 5 + 4 · 6 +1 · 62 = 65
(1011)2 = 1 + 1 · 2 + 0 · 22 +1 · 23 = 11
Na expressão anterior podemos notar que em um sistema de base b
são usados b algarismos e o maior algarismo utilizado é b – 1. Ex.: O
sistema de base 6 possui 6 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4 e 5.
`` Exemplos:
1) =
C
Um sistema de numeração de base b se relaciona com a
base 10 da seguinte forma:
(anan–1 ... a2a1a0)b = a0 + b · a1 + b2 · a2 + ... + bn · an
3
Transformação de
radicais duplos
A
(1)2 = (1)10
(10)2 = (2)10
(100)2 = (4)10
Racionalização
baseada nas fórmulas:
(a3 + b3) = (a + b) · (a2 - ab + b2) e
(a3 – b3) = (a – b) · (a2 + ab + b2)
1)
No sistema de base 2, os algarismos utilizados são 0 e 1, e
os primeiros números são escritos:
Em geral escreve-se: (anan –1 ... a2a1a0)10 para representar
10 0a0 + 101a1 + 102a2 + ... + 10n–1an–1 + 10nan com 0 ≤ ai < 10.
xy é usado para representar 10x + y
xyz para representar 100x + 10y + z
Esse tipo de representação também pode ser utilizada em
outras bases.
Mudança da base 10
para uma base qualquer
Já sabemos como relacionar um número em uma base
qualquer com seu correspondente na base 10. Agora vamos
ver como obtemos a representação em uma outra base de
um número que conhecemos na base 10. Isso é feito baseado
MATEMÁTICA A
41251_MIOLO_PVE16_1_MAT.indb 143
143
15/09/2015 18:20:51
na expressão do item anterior. Dessa forma, para passar um
certo número da base 10 para uma base qualquer b, deve-se
dividir o número sucessivamente por b e a sua representação
nessa nova base é dada pelos restos assim obtidos tomados na
ordem contrária.
`` Exemplos:
2
42
0
2
21
1
2
10
0
2
5
1
2
2
0
2
1
1
Outras vezes solicita-se que seja contada a quantidade de
algarismos escritos. Para tanto, é necessário calcular quantos
números são escritos com cada quantidade de algarismos.
`` Exemplos:
São escritos os naturais de 1 a 150. Quantos algarismos foram escritos?
De 1 a 9 há (9 – 1 + 1) = 9 números de 1 algarismo.
De 10 a 99 há (99 – 10 + 1) = 90 números de 2 algarismos.
De 100 a 150 há (150 – 100 + 1) = 51 números de 3 algarismos.
Logo, o total de algarismos escritos é 9 · 1 + 90 · 2 + 51 · 3 = 342.
A tabela a seguir mostra a quantidade de números que se pode formar
na base 10 com uma determinada quantidade de algarismos.
Escrever 171 na base 2.
171 2
1 85
1
Os números escritos vão de 3 · 11 até 3 · 111, logo devemos contar a
quantidade de números naturais de 11 a 111, isto é, (111 - 11) + 1 =
101 números.
2
0
Qtd. de algarismos
Qtd. de números
1
9
2
90
3
900
4
9 000
171 = (10101011)2
Mudança entre bases diferentes
da base 10
Para converter um número que se encontra em uma base
diferente de 10 para outra também diferente de 10, deve-se
converter o número para a base 10 e então para a nova base.
`` Exemplo:
Escrever (6 165)7 no sistema de base 12
Temos: (6 165)7 = 6 · 73 + 1 · 72 + 6 · 7 + 5 = 2 154
Fazendo divisões sucessivas: 2154 = 12 · 179 + 6
179 = 12 · 14 + 11
14 = 12 · 1 + 2
1 = 12 · 0 + 1
Logo, 2 154 = (12B6)12
Portanto, (6 165)7 = (12B6)12
Contagem
Notação científica
A notação científica é usada para escrever números muito
grandes ou muito pequenos como potências de base 10.
Um número está em notação científica quando está escrito como produto de dois números reais, um deles pertencente
ao intervalo [1, 10) e o outro é uma potência de 10.
A seguir alguns números em notação científica:
1) 700 = 7 · 102
2) 3 745 = 3,745 · 103
3) 873,12 = 8,7312 · 102
4) 0,00025 = 2,5 · 10–4
Se n e p são números naturais com n > p, o número de naturais de p a n é igual a n − p + 1.
O número de naturais entre p e n é igual a n − p − 1.
`` Exemplos:
1) De 10 a 99 inclusive há (99 – 10 + 1) = 90 números.
De 9 a 99 excluindo o 9 há (99 – 9) = 90 números.
Entre 9 e 100 há (100 – 9 – 1) = 90 números.
2) Qual o vigésimo número inteiro após 15?
Temos então que contar 20 números começando em 16, ou seja, sem
incluir o 15. Teremos então (x - 15) = 20 em que x = 35.
Muitas vezes precisamos contar a quantidade de números em uma
sequência de múltiplos de k.
`` Exemplo:
Escrevem-se os múltiplos de 3 desde 33 até 333. Quantos números
são escritos?
144
1. (UFRGS) O algarismo das unidades de 910 é
a) 0
d) 6
b) 1
e) 9
c) 3
`` Solução: B
Observe as primeiras potências de base 9 e expoente natural:
90 = 1
91 = 9
92 = 81
93 = 729
Note que se o expoente é par o algarismo das unidades é 1 e se for
ímpar é 9. Assim, o algarismo das unidades de 910 é 1.
PVE16_1_MAT_A_02
Se no cômputo incluirmos apenas um dos extremos a quantidade de naturais é n - p.
MATEMÁTICA A
41251_MIOLO_PVE16_1_MAT.indb 144
15/09/2015 18:20:51
Fonologia
Origem da fala
A associação de um som ou gesto a um certo objeto ou
ação fez com que nascessem os signos - referência a algum
elemento da natureza; e a significação - uso social dos signos,
compondo, dessa forma, a base da comunicação em geral e da
linguagem particular.
A origem da linguagem humana
Estudo sugere que a “palavra nasceu” na África
2011-04-19
Psicólogos da Universidade de Auckland acabam de
publicar dois grandes estudos sobre a diversidade de línguas do mundo nos jornais Science e Nature. O primeiro
estudo, publicado na Science por Quentin Atkinson, sugere que a África é o berço da linguagem humana.
Quentin Atkinson estudou os fonemas, ou unidades
perceptivelmente distintas do som que diferenciam palavras, usado em 504 línguas humanas atuais e descobriu
que o número de fonemas é maior na África e diminui
com o distanciamento deste continente.
O menor número de fonemas é encontrado na América do Sul e nas ilhas tropicais do Oceano Pacífico. Este
padrão encaixa-se num modelo em que as populações
pequenas em expansão progressiva perdem diversidade.
O cientista observou que esse padrão de uso de fonemas
em todo o mundo reflete o padrão de diversidade genética humana, que também diminuiu à medida que os
seres humanos se expandiram de África para colonizar
outras regiões.
Em geral, as áreas da Terra que foram colonizadas
mais recentemente incorporam menos fonemas nas línguas locais ao passo que as áreas que receberam os seres
humanos modernos há milênios (principalmente a África
Subsaariana) ainda usam o maior número de fonemas.
Este declínio no uso de fonemas não é explicado por
mudanças demográficas ou outros fatores locais, e fornece fortes evidências de uma origem das línguas modernas humanas na África.
6
Cognição supera cultura
O segundo estudo, publicado na Nature pelos investigadores Russell Gray e Simon Greenhill da Universidade
de Auckland e os colegas Michael Dunn e Stephen Levinson do Instituto Max Planck de Psicolinguística, na Holanda, desafia a ideia de que o cérebro humano produz
regras universais para a linguagem.
“A diversidade das línguas do mundo é incrível”, afirma Russell Gray. “Há cerca de sete mil línguas faladas
hoje em dia, algumas com apenas uma dúzia de sons
contrastivos, outros com mais de cem, alguns com padrões complexos de formação de palavras, outros apenas com simples palavras, alguns com o verbo no início
da frase, outros no meio e no final”.
Segundo o cientista, a investigação “mostra que as
reivindicações que alguns linguistas têm feito sobre o
papel da estrutura inata da mente humana na formação
da variação linguística têm sido extremamente exageradas”.
Com métodos computacionais derivados da biologia
evolutiva, Russell Gray e equipe analisaram os padrões
globais na ordem da evolução da palavra. Em vez de padrões universais de dependências nas características da
palavra, os investigadores descobriram que cada família
de linguagem tinha as suas próprias tendências evolutivas. “No que toca à evolução da linguagem, a cognição
prevalece sobre a cultura”, sublinhou Russell Gray.
(Disponível em: <www.cienciahoje.pt/index.php?oid=48580&op=all>.
Acesso em: 11 ago. 2015.)
Fonética e fonologia
A pesquisa de Atkinson sugere que a África é o berço da
linguagem humana e usa, como um de seus argumentos principais, o fato de que “as áreas da Terra que foram colonizadas
mais recentemente incorporam menos fonemas nas línguas
locais ao passo que as áreas que receberam os seres humanos
modernos há milênios (principalmente a África Subsaariana)
ainda usam o maior número de fonemas”; ou seja: América,
algumas ilhas do Oceano Pacífico e Oceania.
Fonética é a ciência que se ocupa dos estudos referentes aos sons da fala.
Fonologia é a área da Linguística em que se concentram pesquisas e estudos a respeito dos fonemas e de
como se organizam em determinada língua.
PVE16_1_POR_A_01
Não é possível estabelecer com precisão em que período histórico se originou a fala humana, tampouco pode-se presumir
se os homens primitivos começaram seu processo de interação
por meio de gritos ou grunhidos, ou se foi por meio de gestos.
Além disso, há ainda a possibilidade de que a primeira forma de
interação tenha sido por meio da combinação de sons e gestos.
LÍNGUA PORTUGUESA
41249_MIOLO_PVE16_1_POR_LP.indb 6
15/09/2015 17:25:47
Fonemas e grafemas
Fonemas consonantais
Fonema é a mínima unidade sonora da fala, capaz de diferenciar a compreensão de uma palavra. Os fonemas não se
referem a qualquer som. São sons do idioma, da comunicação,
capazes de formar vocábulos e palavras.
Pronunciemos a seguinte palavra: baleia.
Se um dos sons que compõem essa palavra for trocado – o
que gerará uma mudança gráfica – nossa compreensão da palavra se alteraria. Veja:
baleia boleiabateia
A alteração de letras representa na realidade mudança sonora. Não mais é possível a compreensão da palavra “baleia”.
Observe também que a alteração na pronúncia gerou uma alteração na escrita.
Grafema (ou letra) é a mínima unidade da escrita.
Isso poderia sugerir que existe uma relação biunívoca entre letra e fonema, isto é, que a cada letra corresponde um
fonema e vice-versa. Mas não é isso que ocorre. Observe a
letra “s” nas palavras a seguir:
sinceridadecasa
Ambas as palavras têm as mesmas letras, mas não os mesmos fonemas. A letra “s” representa sons (fonemas) distintos
nos dois casos. Agora veja que a letra “s” representa o mesmo
fonema que a letra “z” nos dois exemplos.
casa
isolado
Fonema não deve ser confundido com letra. Na língua escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados
letras.
O mesmo fonema pode ser representado por mais de uma
letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x.
Fonema consonantal é aquele que se produz pelo encontro de um obstáculo para sua saída do aparelho fonador. Esse
obstáculo pode ser a língua, os dentes, os lábios, o palato...
Enfim, qualquer parte do aparelho fonador.
Por exemplo, não há como o fonema /b/ ser produzido
sem que os dois lábios estejam fechados. Daí ele ser chamado
de consoante bilabial.
Veja os fonemas que estão representados pelas letras ou
pelos agrupamentos de letras destacados a seguir:
A cog-ni-ção pre-va-le-ce so-bre a cul-tu-ra.
Fonemas semivocálicos
Fonema semivocálico é aquele que representa os fonemas /u/ e /i/ quando presos a outra vogal. Não são chamados
de vogais porque são assilábicos, isto é, não formam sílabas
sozinhos e precisam estar presos a vogais.
Vejamos exemplos a fim de simplificarmos essa definição.
Ele sempre
sai
à noite.
Eu
saí
à noite.
Veja: o “i”, em “sai”, está preso à vogal “a”; em “saí”,
separa-se dela, sendo pronunciado independentemente.
Ele é um homem
mau.
Ele comprou um
baú.
Veja: o “u”, em “mau”, está preso à vogal “a”; em baú,
separa-se dela, sendo pronunciado independentemente.
Como não há semivogal no alfabeto escrito, os fonemas
semivocálicos vêm representados graficamente por vogais ou
até mesmo por consoantes.
mãe, pai, ária, rei, mau, mal, quase, réu, mel, água
Relação letra-fonema
Depois de expostos os primeiros conceitos, podemos agora
analisar a relação entre letras e fonemas em cada palavra.
Fonemas da língua portuguesa
nexo: 4 letras / 5 fonemas
Vimos que uma mesma letra pode representar fonemas diferentes e também que o mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. Veremos, a seguir, uma classificação
dos fonemas.
hoje: 4 letras / 3 fonemas
Fonemas vocálicos
Fonema vocálico é aquele que se produz nas cordas vocais e
que não encontra obstáculos para sua saída do aparelho fonador.
Veja os que estão representados pelas letras ou pelos
agrupamentos de letras destacados nos vocábulos a seguir.
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A di-ver-si-da-de das lín-guas do mun-do é in-crí-vel.
Perceba que alguns fonemas formam-se pela combinação
de duas letras. Na palavra “frequentemente”, por exemplo, o
fonema /~e/ construiu-se pela associação da vogal “e” com a
consoante “n”, que, nesse caso, não é pronunciada.
A letra x representa o agrupamento fônico /k s/.
O “h” não representa nenhum fonema.
trabalho: 8 letras / 7 fonemas
O “lh” representa um único fonema.
manhã: 5 letras / 4 fonemas
O “nh” representa um único fonema.
panela: 6 letras / 6 fonemas
Nesse caso, há correspondência entre letra e fonema.
Observe, então, que o número de letras pode ser maior
que o número de fonemas, ou vice-versa. Pode ser ainda que
a relação letra–fonema seja de um para um.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de
um fonema. A letra x, por exemplo, pode representar: texto
(s), exibir (z); enxame (ch); táxi (ks).
O número de letras nem sempre coincide com o número
de fonemas.
Talvez você estranhe a ocorrência de ditongo em palavras como mal, balsa, hífen, fizeram. O ditongo não deve
ser entendido como um encontro gráfico de vogais, mas
como um fenômeno fonológico, ou seja, relativo ao fonema e não à letra.
•• As letras m e n, em determinadas palavras, não representam fonemas. Por exemplo: “compra” e “conta”.
Nessas palavras, m e n indicam a nasalização das vogais
que as antecedem.
•• A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.
Fenômenos fonológicos
Tritongo
Tritongo é o encontro de um som semivocálico com um
vocálico e outro semivocálico, sempre nesta ordem (SV + V
+ SV).
`` Exemplos:
saguão [ s a g ‘ w ã w]
igual [ i g ‘ w a w ]
Os tritongos podem ser:
Encontros vocálicos
QUADRO DE TRITONGOS
Ditongo
Ditongo é o encontro de um fonema vocálico com um semivocálico em qualquer ordem (V + SV ou SV + V).
mãe [ m ‘ ã y ]
quando [ k ‘ w ã d u ]
Um ditongo pode ser:
1) Oral – quando a vogal que o constitui é oral: quadro, carie, Paranaguá, seu, coisas.
2) Nasal – quando a vogal que o constitui é nasal:
profissão, mãe, quantidade, quando, pão.
3) Crescente – quando a semivogal vem antes da vogal: água, árduo, férreo, gênio.
4) Decrescente – quando a semivogal vem depois da
vogal: rei, automóvel, comeu, faróis.
QUADRO DE DITONGOS
Crescentes
Orais
Nasais
água [‘ a g w a ]
equestre [ e k ‘ w E s t r i ]
aquoso [a k ‘ w o z u ]
árduo [‘ a r d w o]
iguana [i ‘ g w ã n a]
quanto [‘ k w ã t u]
Decrescentes
Orais
rei [r ‘ e y]
trouxa [t r ‘o w ∫ a]
maisena [m a y z ‘ e n a]
Nasais
hífen [‘ i f ẽ y]
irmão [i r m ‘ ã w]
muito [m ‘ y t u]
Orais
igual [ i g ‘w a w]
iguais [ i g ‘w a y s]
Nasais
saguão [ s a g ‘w ã w ]
saguões [ s a g ‘w õ y s ]
Glide
Glide é o encontro de uma semivogal entre dois sons vocálicos (V + SV + V).
`` Exemplo:
joio [ ε‘ o y o ]
baleia [ b a l ‘ e y a ]
arraia [ a R ‘ a y a ]
ensaio [ ε e s ‘ a y o ]
Na prática, o que ocorre no glide é a formação de um ditongo decrescente seguido de um crescente. Assim:
baleia [ b a l ‘ e y y a ]
Hiato
Hiato é o encontro de dois sons vocálicos (V + V).
`` Exemplo:
piada [ p i ‘ a d a ]
baú [ b a ‘ u ]
carioca [ k a r i ‘ o k a ]
saída [ s a ‘ i d a ]
diarista [ d i a r ‘ i s t a ]
paraibano [ p a r a i b ‘ ã n o ]
Encontros consonantais
Encontro consonantal é o encontro de dois fonemas
consonantais.
`` Exemplo:
Diante de um morto humano, ou de um candidato a morto na calçada, a gente se protege com uma armadura. De modo que (perdão)
vejo sem entusiasmo as campanhas em favor dos animais – pelo
menos enquanto se deletarem tão facilmente homens e mulheres.
Os encontros consonantais podem ser:
•• Perfeitos – se ocorrem na mesma sílaba: protege.
•• Imperfeitos – se não ocorrem na mesma sílaba: entusiasmo, perdão.
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Dá-se o nome de encontros vocálicos às ocorrências sequentes de sons vocálicos e/ou semivocálicos. Os encontros
vocálicos são três: ditongo; tritongo e hiato.
`` Exemplo:
pai [ p ’ a y ]
quase [ k ‘ w a z i ]
saguões [ s a g ‘ w õ y s ]
iguais [ i g ‘ w a y s ]
LÍNGUA PORTUGUESA
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Encontro consonantal não é encontro de consoantes, mas
de sons consonantais. Não ocorre encontro consonantal em
“diante”, “candidato”, “calçada” e “campanhas”, por exemplo.
Nos exemplos do item anterior, todas as palavras têm
acento tônico, mas apenas algumas têm acento gráfico.
Sílaba
Dígrafos
Dígrafo é o fenômeno em que um fonema se forma graficamente pela junção de duas letras. Dígrafo vocálico é aquele que representa um fonema vocálico.
Exemplos de dígrafos vocálicos:
Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da
praia causaria menos comoção do que uma baleia. Nenhum Greenpeace defensor de seres humanos se moveria. Nenhuma manchete seria estampada.
Dígrafo consonantal é aquele que representa um fonema
consonantal.
Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da
praia causaria menos comoção do que uma baleia. Nenhum Greenpeace defensor de seres humanos se moveria. Nenhuma manchete seria estampada.
Sílaba é um agrupamento fônico pronunciado com o mesmo impulso. A cada vogal corresponde um novo impulso e,
portanto, uma nova sílaba.
se-cre-tá-ria
se-cre-ta-ri-a
Separação silábica
É a separação dos vocábulos por seus agrupamentos fônicos, sem se levar em consideração seus elementos mórficos
constituintes. Usa-se o hífen para indicar a divisão.
Regras para separação silábica
•• toda sílaba tem uma e só uma vogal.
me-ni-no
tra-ba-lho
pe-ri-go
•• não se separam os encontros consonantais do tipo
CONSOANTE+R ou CONSOANTE+L.
Nem sempre os agrupamentos de letras são dígrafos, o
que pode ocasionar erros se não pensarmos a partir da fonologia da palavra.
quando [ k ‘ w ã d u ] – qu não é dígrafo nesse caso.
aguar [ a g ‘ w a r ] – gu não é dígrafo nesse caso.
pesca [ p ‘ ε s k a ] – sc não é dígrafo nesse caso.
amnésia [ a m n ‘ ε z y a ] – am não é dígrafo nesse caso.
tri-go
a-brir
Á-fri-ca
ca-bri-to
a-pla-car
a-tlas
•• consoantes não seguidas de vogal ficam na sílaba que
a precede.
ab-sur-do
as-te-ca
ad-vo-ga-do
abs-ter
ar-tis-ta
Tonicidade
Acento tônico
Acento tônico é como se chama o conjunto de intensidade, tom, timbre e duração de determinado fonema. Na
prática, ele recai sempre sobre uma vogal cuja pronúncia se
destaca numa palavra.
piada
saída
baú
jornalista
carioca
vôlei
o acento tônico recai sobre o primeiro a
o acento tônico recai sobre o i
o acento tônico recai sobre o u
o acento tônico recai sobre o i
o acento tônico recai sobre o o
o acento tônico recai sobre o o
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Acento gráfico
Acento gráfico é um sinal gráfico que se põe sobre algumas vogais que recebem acento tônico. Em português, os
acentos gráficos de tonicidade são: o agudo ( ´ ) e o circunflexo ( ^ ).
saída (acento agudo)
baú (acento agudo)
Há casos de palavras com BL, BR, DL e DR em que o “B”
e o “D” não se articulam sonoramente com a consoante
seguinte. Nesse caso, fazemos a divisão de acordo com a
pronúncia.
sublinhar – sub-li-nhar
abrogar – ab-ro-gar
abrupto – ab-rup-to
•• se iniciar a sílaba, a consoante não seguida de vogal
não se separa da primeira vogal que aparece.
gno-mo
psi-co-lo-gi-a
cni-dá-rio
•• não se separam os dígrafos, à exceção de S-S, R-R, S-C,
S-Ç e X-C.
sam-ba
bi-cho
ni-nho
tra-ba-lho
tun-dra
pa-gue
car-ro
pás-sa-ro
pis-ci-na
ex-ce-ção
des-ça
vôlei (acento circunflexo)
LÍNGUA PORTUGUESA
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Taxonomia
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Nixx Photography/Shutterstock
Taxonomia é a ciência que nomeia, descreve e classifica
os seres vivos em grupos hierárquicos denominados táxons.
Cada táxon é um agrupamento de organismos com base em
semelhanças morfológicas, comportamentais, genéticas e
bioquímicas. A taxonomia faz parte de um ramo da Biologia
denominado Sistemática, que estuda a diversidade da vida.
DR GOPAL MURTI/SCIENCE PHOTO LIBRARY
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Bactéria (Vibrio cholerae), um organismo procarionte
causador da cólera.
Sobre a classificação dos seres vivos, há diferentes opiniões
entre os cientistas. Essa polêmica é saudável para o desenvolvimento científico. Há muito ainda a se descobrir e avançar até
que as divergências sobre classificações sejam diminuídas.
Níveis de organização da
matéria viva
Os seres vivos são classificados, de acordo com sua organização celular, em acelulares e celulares (os seres celulares
podem ser procariontes ou eucariontes).
Acelulares
Os vírus são parasitas intracelulares específicos e obrigatórios. Constituídos por uma cápsula de proteína (capsídeo)
envolvendo uma molécula de ácido nucleico (RNA ou DNA), os
vírus são considerados seres vivos por apresentarem reprodução (montagem), mutação e capacidade de adaptação.
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BIOLOGIA A
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Células eucariontes em epiderme de cebola.
Células procariontes
São células simples que apresentam núcleo sem envoltório
(carioteca), o nucleoide, no qual o material genético se mostra
difuso e é representado por uma única molécula de DNA. Tais células não apresentam organelas membranosas, apenas ribossomos no citoplasma e aderidos internamente à membrana celular.
Bacterias e cianobacterias representam células procariontes.
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Lineu, naturalista sueco, foi o criador do sistema de classificação dos animais e plantas.
aa
Vírus ebola, um parasita acelular.
D. Kucharski K. Kucharska/Shutterstock
rook76/Shutterstock
O botânico sueco Carl von Linné (1707-1778), Lineu
em português, iniciou com seus trabalhos a moderna
classificação biológica. Suas ideias foram publicadas em
1735 na obra Systema Naturae (Sistema Natural).
Células eucariontes
São as células mais sofisticadas, apresentando núcleo com
envoltório nuclear envolvendo a cromatina (combinação de
DNA com proteínas). No citoplasma dessas células ocorrem
organelas membranosas, como mitocôndrias, retículo endoplasmático, lisossomos e complexo golgiense, os quais realizam todas as funções celulares. Células eucariontes ocorrem
em protozoários, algas, fungos, animais e plantas.
Em 1990, o microbiologista Carl Woese e seus colaboradores empregaram a análise do RNAr (presente em todos os
organismos) para propor a organização dos seres vivos em uma
nova categoria acima de reino: os domínios ou super-reinos:
•• Bacteria, que inclui as bactérias verdadeiras;
•• Archaea, que agrupa as bactérias primitivas que vivem
em ambientes extremos;
•• Eukarya, que compreende todos os seres eucarióticos.
Reinos e domínios
Devido aos avanços tecnológicos e principalmente ao desenvolvimento da Biologia molecular, existem constantes mudanças em relação à classificação dos seres vivos. Quando divergências surgem entre os pesquisadores, novas propostas são
apresentadas.
Domínio
Bacteria
(eubactérias)
Domínio
Archaea
(arqueobactérias)
Domínio
Eukarya
(eucariontes)
Lineu dividia os seres vivos em dois grupos: o dos animais e o
das plantas. Incluía no Reino das Plantas todos os organismos fotossintetizantes, as bacterias não fotossintetizantes e os fungos.
No Reino dos Animais, estavam todos os organismos heterótrofos.
Em 1956, o biólogo estadunidense Copeland sugeriu a divisão
dos seres vivos em quatro reinos: Animalia (animais), Plantae
(plantas ou vegetais), Protistas (protozoários, algas microscópicas e fungos) e Monera (bacterias).
Em 1969, o cientista estadunidense Robert Whittaker reconheceu essa classificação e ampliou tais propostas, sugerindo
que, além dos quatro reinos, os fungos fossem separados em um
reino, denominado Fungi.
REINO ANIMALIA
REINO PLANTAE
Cordados
Angiospermas
REINO FUNGI Anelídeos
Pteridófitas
Briófitas
Basidiocemetes
Ascomicetes
Moluscos
Reino Monera
Agrupa os organismos unicelulares, isolados ou coloniais
de vida livre ou parasitas, procariontes, aqueles em que a célula não apresenta membranas internas nem separação entre
o material nuclear e o citoplasma.
Pertencem ao Reino Monera:
•• Arqueas — organismos encontrados em fontes termais,
tubos digestórios de animais, lagos de grande salinidade e fendas vulcânicas no fundo do mar;
•• Bacterias — organismos com as mesmas características citológicas, porém reconhecidos como organismos
mais sofisticados.
Equinodermos
Nematódeos
Platelmintes
Zigomiceles
Cnidários
Zooflagelados
Mixomicetos
Ciliados
Algas
castanhas
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Independentemente do sistema de classificação utilizado,
é importante identificar as principais características de cada
reino em que se encontram distribuídos os seres vivos.
Artrópodes
Gimnospermas
Algas
vermelhas
Algas
verdes
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Na década de 1980, as biólogas Lynn Margulis e Karlene
Schwartz reconheceram a proposta de Whittaker e tentaram
definir melhor os limites do reino Protista, que passaria a ser
chamado de Protoctista e incluiria também as algas, independentemente de seu tamanho (uni ou pluricelulares).
Ancestral comum
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Em 1866, o naturalista alemão Ernst Haeckel (1834-1919) propôs um terceiro reino, denominado Protista, que englobava todos os seres unicelulares eucariontes, as esponjas e as bacterias,
as quais pertenciam a um subgrupo denominado Monera.
Poríferos
Rizópodes
Dinoflagelados
Esporozoários REINO PROTOCTISTA
Arqueobactérias
Eubactérias
aa
Bactérias.
REINO MONERA
BIOLOGIA A
407
Simko
Reino Protoctista
aa
As leveduras (em imagem microscópica)
também são exemplos de fungos.
Reino Plantae
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Nesse reino estão agrupadas as plantas, que são organismos eucariontes, multicelulares e autótrofos fotossintetizantes, dotados de tecidos verdadeiros. Musgos, samambaias,
pinheiros e plantas frutíferas compõem esse Reino.
Johannes M/Shutterstock
Lebendkulturen.de/Shutterstock
abcphotosystem/Shutterstock
Nesse reino estão incluídos seres multicelulares com pequena diferenciação celular. São organismos eucariontes, unicelulares isolados ou coloniais e heterótrofos como os protozoários e organismos uni ou multicelulares e autótrofos como
as algas. Pertencem também a esse reino os mixomicetos,
que antes eram classificados como fungos.
aa
Diversidade de plantas em uma floresta tropical.
aa
Algas, protozoários e mixomiceto.
Reino Animalia
aa
Cogumelos e bolor de pão são fungos bem
conhecidos.
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BIOLOGIA A
aa
Esponjas-do-mar são organismos de corpo
muito simples.
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Patricia Chumillas/Shutterstock
Ronald Wilfred Jansen/Shutterstock
Estão nesse reino os organismos eucariontes, uni ou multicelulares e heterótrofos por absorção, como os cogumelos, os
bolores e as leveduras.
Todos os organismos eucarióticos, multicelulares e heterótrofos são agrupados nesse reino, desde os animais mais simples,
como as esponjas (não dotadas de tecidos verdadeiros), até os
mais sofisticados e que possuem tecidos, como os cordados.
Amanda Nicholls/Shutterstock
Reino Fungi
Pete Oxford
Para indicar reuniões ou subdivisões dos táxons básicos
dessa classificação, podem ser acrescentados os prefixos “super”, “sub”, “infra” etc. Ordens de uma mesma classe podem
ser reunidas em superordens, uma ordem pode ser dividida
em subordens e estas em infraordens.
Nomenclatura binominal
Lineu associou à classificação dos seres vivos um sistema
para lhes dar nomes. O nome científico de todas as espécies
de seres vivos seria sempre composto de duas palavras: a primeira indicaria o gênero e a segunda, o epíteto específico.
Observe o nome científico da minhoca:
IrinaK/Shutterstock
aa
A capivara e o anu preto são exemplos de cordados que
habitam diversas regiões do Brasil.
Categorias taxonômicas
Carl Von Linné (Lineu) elaborou um sistema para classificar plantas, animais e minerais. No seu sistema, a espécie é
considerada o táxon básico da classificação.
Atualmente considera-se espécie um conjunto reprodutivo de indivíduos semelhantes (população), sexualmente isolado de outras populações (são férteis
entre si e estéreis com outras espécies), que ocupa um
nicho ecológico (alimento, abrigo, comportamento)
específico na natureza.
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O sistema de Lineu foi aprimorado e, atualmente, as categorias taxonômicas começam com espécie e, logo acima
dela, fica o gênero, reunindo espécies com características
semelhantes; a família reúne gêneros com características semelhantes e as ordens, famílias semelhantes; as classes agrupam ordens semelhantes e são reunidas em filos (divisões na
Botânica) que compõem um reino e formam um domínio.
Pheretima hawayana
Gênero
Epíteto específico
Entre as regras da nomenclatura binominal, deve-se
observar:
•• os nomes científicos devem ser escritos em latim ou
latinizados;
Eukarya
DOMÍNIO
Eukarya
•• a primeira letra do nome do gênero deve ser maiúscula e a do epíteto específico deve ser minúscula.
Plantae
REINO
Animalia
•• o nome científico (ou espécie) deve ser destacado no
texto, ou em itálico ou grifado. Pheretima hawayana
ou Pheretima hawayana.
Phanerogamae
FILO ou
DIVISÃO
Chordata
•• caso não seja necessário nomear a espécie, acrescentamos a abreviatura “sp” depois do nome do gênero:
Pheretima sp.
Eudicotyledoneae
CLASSE
Mammalia
•• em um texto, depois de mencionarmos uma vez a
Pheretima hawayana, podemos citá-la como P.
hawayana.
Rosales
ORDEM
Carnivora
Rosaceae
FAMÍLIA
Canidae
Malus
GÊNERO
Canis
Malus angustifolia
(maçã)
aa
Categorias taxonômicas.
ESPÉCIE
Canis lupus
(lobo)
O uso da nomenclatura científica facilita a comunicação e
permite a identificação correta da espécie. Por outro lado, os
nomes populares variam de um local para outro, dificultando
o reconhecimento do ser vivo.
Filogenia
A filogenia estuda as relações evolutivas entre grupos de
seres vivos, traçando padrões de ancestralidade compartilhados por diferentes linhagens.
As relações evolutivas estudadas pela filogenia podem
ser representadas graficamente pelas árvores filogenéticas
ou cladogramas, que são diagramas em forma de árvore das
BIOLOGIA A
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Expansões marítima e
comercial europeias
Mauro Pezzotta/Shutterstock
Portanto, a preparação para os principais vestibulares do
país requer a compreensão do contexto da Baixa Idade Média
para se entender os eventos que levaram ao processo de expansão naval e à consequente chegada dos europeus ao Brasil.
Naturalmente, a América já era habitada por populações
nativas, que possuíam memórias, relações econômicas, sociais e políticas bastante complexas, como astecas, maias e
incas. Mas, neste módulo, a preocupação é entender a expansão marítima e a comercial para o Oriente e o Ocidente.
Crise na Baixa Idade Média
Durante a Baixa Idade Média (entre os séculos XI e XV),
vários episódios contribuíram para transformar consideravelmente a Europa Ocidental. A partir do século XI, terminaram
as incursões de povos estrangeiros — os chamados bárbaros.
Dessa forma, a população europeia aumentou, muitos camponeses saíram dos feudos e ressurgiram aglomerados urbanos.
Em função dessa dinâmica social, emergiram novas necessidades, sobretudo econômicas. Nesse período, antigos ofícios renasceram e se organizaram nas Corporações de Ofício,
novas ocupações ganharam destaque, ligas de comerciantes
e atividades bancárias surgiram, bem como atividades agrícolas foram aperfeiçoadas com o intuito de aumentar a produtividade. A nova dinâmica econômica visava abastecer uma
população que crescia rapidamente. Como consequência, a
intensificação de viagens terrestres e a consolidação de rotas
comerciais promoveram um autêntico intercâmbio cultural.
Alguns autores, aliás, entendem essa intensificação de
contatos como uma forma de globalização. Reservadas as devidas proporções, o período testemunhou, de fato, um crescimento exponencial de contatos culturais e comerciais, dentre
os quais destacamos os relatos de Marco Polo, Locke e Hans
Staden, cuja descrição de outras culturas, embora fantasiosa,
lançou um olhar europeu exótico sobre o restante do planeta.
Além das rotas terrestres, o Mar Mediterrâneo foi bastante
utilizado, sobretudo a partir das Cruzadas, que o reabriram
para o comércio ocidental, dificultado pela presença turca.
Mas o Mediterrâneo era controlado pelas cidades italianas,
impedindo a navegação de outros europeus pela região — as
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quais, portanto, enriqueceram rapidamente, detalhe que explica, em parte, o fato de terem sido o berço do Renascimento.
Os principais produtos buscados no Oriente eram as chamadas especiarias, termo genérico para produtos como cravo,
gengibre, canela, noz-moscada e pimenta — essenciais para a
preservação e condimentação de alimentos na Europa e, portanto, muito lucrativos.
Contudo, a partir do século XIV, uma série de eventos
ocorridos brecou o crescimento e a prosperidade de que a
Europa desfrutava. Colapso demográfico, instabilidade política e revoltas religiosas originaram crises que alteraram profundamente todos os setores da sociedade.
À época, escasseavam terras para ocupação, inviabilizando que a produção acompanhasse o ritmo de crescimento da
população, situação agravada pelas intempéries climáticas,
resultando na Grande Fome (1315-1317), uma grave crise de
abastecimento. A fome, a disputa por terras e o aumento da
exploração do trabalho camponês levaram à eclosão de revoltas camponesas, sendo as jacqueries, na França, e a Revolta
Camponesa de 1381, na Inglaterra, as mais célebres.
Além das crises social e econômica, houve uma crise política entre França e Inglaterra — a Guerra dos Cem Anos,
entre 1337 e 1453. Desencadeada por questões econômicas,
como a disputa comercial pela região de Flandres, e políticas,
como o litígio sucessório do trono francês, a guerra contribuiu
para aprofundar o problema de abastecimento que afligia a
Europa.
A Península Ibérica também sofreu dificuldades durante a
Baixa Idade Média. Ocupada pelos muçulmanos desde o século
VIII a partir do Estreito de Gibraltar, a região testemunhou um
movimento de reconquista cristã que culminaria na formação
de reinos que, posteriormente, dariam origem às monarquias
de Portugal e Espanha.
A Reconquista, como ficou conhecida a luta contra os muçulmanos, fortaleceu sobretudo a monarquia dos reinos de
Castela e Leão. Preocupado com a segurança no atual território de Portugal, Afonso VI concedeu a região na forma de
feudo e a mão de sua filha, D. Teresa, a um nobre francês,
Henrique de Borgonha. O herdeiro, Afonso Henriques, continuou a organizar a luta contra os muçulmanos e tornou-se o
primeiro rei de Portugal, sob o nome de Afonso I.
Assim sendo, é difícil imaginar que a formação do Reino
de Portugal tenha derivado de um sentimento nacionalista. O
período da Baixa Idade Média assistiu à formação dos reinos a
partir de duas grandes motivações: a fé cristã, que motivou a
luta contra os muçulmanos, e a fidelidade militar a um senhor,
característica herdada do período feudal.
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O tema expansão marítima já é conhecido de todos
nós. Tradicionalmente, dava-se ênfase à chegada de Cabral
ao Brasil como um feito heroico. Na compreensão histórica,
contudo, não devemos considerar a ação individual de heróis,
mas o processo coletivo humano na transformação de sua
realidade.
HISTÓRIA A
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16/09/2015 09:20:04
A aliança entre rei e burguesia ganhou evidência a partir de uma crise sucessória após a morte de D. Pedro I de
Portugal. A coroação e a morte do príncipe Fernando I levaram à tomada de poder por parte de um filho ilegítimo,
João, mestre de Avis. João de Avis era ligado a um grupo de
comerciantes, a chamada “arraia miúda”. A ascensão de João
de Avis como D. João I, conhecida como Revolução de Avis
(1383-1385), significou um governo de orientação burguesa,
voltado para a expansão naval.
Etapas da expansão
marítima portuguesa
IESDE BRASIL S/A
Outro fator que contribuiu para a formação das monarquias foi o apoio tanto de burgueses interessados na fortificações das fronteiras quanto do estado ao processo de expansão
naval e comercial. O suporte da burguesia favoreceu os reis
também pela arrecadação de impostos.
Além disso, em Portugal, os conhecimentos técnicos na
área naval foram influenciados pela presença muçulmana na
Península Ibérica. Figuram, dentre as principais técnicas utilizadas, a bússola, o quadrante, o astrolábio (instrumentos de
orientação) e a caravela, embarcação leve e de casco arredondado, que possibilitava manobras para navegar mesmo
com vento contrário.
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Esses conhecimentos
técnicos eram divulgados
em uma localidade no sul
de Portugal, na cidade de
Sagres. Incentivada pelo
infante D. Henrique — filho de D. João I —, a chamada “Escola de Sagres”
possivelmente não foi
uma instituição regular
de ensino, mas uma localidade que congregava
muitos navegantes, responsáveis pela disseminação de conhecimento
empírico e informal.
aa
Bússola.
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vrihu/Shutterstock
Havia, igualmente, um componente religioso: a vontade
de expandir a
fé cristã, que
justificava tanto o apoio da
Igreja à causa
naval e quanto a
ação de muitos
que se aventuravam rumo ao
desconhecido.
Portugal
do
século XV co- aa
Astrolábio.
nhecia um mito
sobre o reino
cristão de Preste João, lendário rei que dominava o interior
do continente africano. Posteriormente, este e outros mitos
foram adaptados para o continente americano.
A expansão marítima portuguesa também pode ser chamada de périplo africano, uma vez que buscava um novo caminho para o Oriente, via Oceano Atlântico, costeando o continente africano, conforme o mapa anterior.
O processo iniciou-se em 1415 com a tomada da Ilha de
Ceuta, no norte da África, liderada pelo infante D. Henrique,
filho do rei D. João I. Essa cidade era de grande importância por ser base de piratas muçulmanos que atuavam no
Mediterrâneo, além de se tratar de um centro comercial de
Marrocos, para onde convergiam rotas comerciais que traziam
ouro e produtos orientais de Egito e Sudão.
Entre 1427 e 1439, Açores, Madeira, São Tomé e outras
ilhas atlânticas foram ocupadas, nas quais desenvolveu-se a
produção açucareira, que encontrou grande mercado consumidor nas cidades europeias, auferindo consideráveis lucros à
burguesia portuguesa — que, por sua vez, foram reinvestidos
em novas viagens marítimas.
Em 1434, Gil Eanes ultrapassou o Cabo Bojador, de difícil
navegação. Semelhante proeza conduziu os portugueses ao
Rio do Ouro, onde, além do precioso metal que lhe dá nome,
encontraram marfim, madeiras e malagueta. A chegada ao
Rio do Ouro ampliou a presença portuguesa na África, viabilizando o estabelecimento do tráfico negreiro em 1441 e
fornecendo escravos para suprir a carência de mão de obra
em Portugal e nas ilhas açucareiras do Atlântico.
O rei D. João II (1481-1495) enviou a expedição de
Bartolomeu Dias, igualmente em busca de uma passagem para
o Oriente. Embora fracassado em sua procura pelo lendário
monarca Preste João, Bartolomeu Dias conseguiu descobrir a
passagem que contornava a África em direção ao leste, no Cabo
das Tormentas — logo rebatizado de Cabo da Boa Esperança,
revelando a disposição portuguesa em chegar ao Oriente.
Em 1498, o navegador Vasco da Gama chegou a Calicute, na
Índia, onde comprou a baixos preços produtos orientais que,
revendidos na Europa, asseguraram grande lucro. Iniciava-se a
lucrativa empreitada portuguesa nas Índias Orientais.
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Etapas da expansão
marítima espanhola
Cristóvão Colombo buscou apoio da monarquia portuguesa para viajar em direção ao Ocidente e chegar ao Oriente.
Contudo, o rei de Portugal recusou o projeto de Colombo,
pois seguia investindo vultosos recursos no périplo africano, que ainda não havia sido concluído.
Tratados ultramarinos
Com as expedições portuguesas e espanholas, têm início
as disputas territoriais. A primeira tentativa de resolução de
tais conflitos foi o Tratado de Toledo (1480), que reservava a
Portugal a posse das terras a serem descobertas que se situassem ao sul das Ilhas Canárias.
Após a viagem de Colombo, o papa Alexandre VI editou
a Bula Intercoetera (1493), que partilhava o mundo entre
Portugal e Espanha a partir de um meridiano a cem léguas
a oeste do arquipélago de Cabo Verde. De acordo com o documento, Portugal deteria a posse dos territórios a leste do
meridiano, cabendo à Espanha a parte a oeste.
1492 – Cristovão Colombo chega à América, alcançando a Ilha de Guanaani, atual
San Salvador, nas Bahamas.
1499 – alonso Ojeda chega à Venezuela.
1500 – Vicente Iañes Pinzón chega ao Brasil, no Amazonas (Mar Dulce).
1511 – Diogo Velasquez conquista Cuba.
1512 – Ponce de León conquista a Flórida.
1513 – Vasco Nunez Balboa alcança o Ocenao Pacífico.
1516 – Días Sólis chega ao Rio da Prata.
1519 – Fernão de Magalhães e Sebastião Del Cano partem para a primeira
viagem de circum-navegação.
1519 – Fernão Cortez inicia a conquista do México.
1531 – João Ayolas chega ao Paraguai.
1541 – Francisco Orellana explora o Rio Amazonas.
Biblioteca Nacional de Portugal
Expansão marítima espanhola.
Os portugueses sentiram-se prejudicados pelo tratado,
uma vez que perderam a hegemonia no Atlântico Sul, conquistada em 1480 e indispensável para a continuidade de seu
processo de expansão. Assim sendo, exigiram o deslocamento
do meridiano para 370 léguas do arquipélago, em lugar das
cem léguas propostas. Dessa redefinição nasceu, em 1494, o
Tratado de Tordesilhas.
Em 1492, a Espanha financiou a viagem do genovês
Cristóvão Colombo, que ambicionava atingir o Oriente navegando rumo ao Ocidente (“el levante por el poniente”).
Dois meses após a partida, Colombo chegou à América
Central — acreditando, entretanto, tratar-se das Índias. O
novo continente foi reconhecido em 1504, com a expedição de Américo Vespúcio. Em 1513, Vasco Núñez de Balboa
alcançou o Oceano Pacífico e, entre 1519 e 1521, Fernão
de Magalhães e Sebastião del Cano realizaram a primeira
viagem de circum-navegação do planeta.
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Mapa anônimo de 1545 mostra a linha da Bula Intercoetera e a linha
do Tratado de Tordesilhas.
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Antes de Vasco da Gama chegar às Índias, iniciava-se a
expansão marítima espanhola, uma vez superados os entraves
internos devido à unificação dos reinos de Castela e Aragão,
decorrente do casamento de seus monarcas — respectivamente, Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão — em 1469, e da
conquista do reino árabe de Granada, em 1492.
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A nova divisão das terras a serem descobertas.
Consequências da expansão
marítima
•• Revolução Comercial (séculos XVI e XVII), decorrente
do aumento da circulação de mercadorias e moedas
e do grande afluxo de metais preciosos, responsáveis
pela alta geral dos preços.
•• Deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico e consequente declínio econômico das repúblicas italianas, devido à perda do monopólio do comércio das especiarias e à ascensão das
potências mercantis atlânticas.
•• Europeização das áreas conquistadas e extermínio de
grupos e nações indígenas na América.
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Crise da expansão naval
portuguesa
Rapidamente, a empreitada marítima de Portugal no
Oriente desarticulou-se ante os grandes gastos para operacionalizar viagens, além da necessidade de material humano que
excedia as possibilidades portuguesas, gerando grande déficit
com casas bancárias europeias.
A perseguição religiosa a judeus pelos tribunais católicos
portugueses enfraqueceu a burguesia local, uma vez que os
judeus figuravam entre os principais mercadores e financistas
de Portugal. Houve, então, fuga de capital, com os perseguidos refugiando-se em regiões mais tolerantes, como os Países
Baixos.
Os gastos com terras, castelos e manutenção do luxo e
do rigor da vida na Corte, por parte da nobreza, consumiram
o que poderia ter sido investido na exploração do comércio
oriental. Por fim, vale ressaltar a crescente presença de outras monarquias, como França, Inglaterra e Holanda, travando
concorrência com os portugueses na região.
1. Comente resumidamente o contexto histórico no qual se inseriu a
Expansão Ultramarina Europeia.
Explique como a formação do estado nacional português contribuiu
para o pioneirismo de Portugal na expansão comercial marítima.
`` Resposta:
Contexto de transição do feudalismo para o capitalismo e início da
Idade Moderna.
A centralização do poder nas mãos do rei permitiu unir a nação e os
esforços para direcionar os empreendimentos marítimos.
2. Quais foram e o que determinavam os tratados de limites assinados
entre Portugal e Espanha?
`` Reposta:
Tratado de Toledo: a Espanha recebe as Ilhas Canárias e Portugal recebe
o monopólio do comércio no litoral africano.
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