Artigo Vasco 2011 - Universidade do Futebol

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Artigo Vasco 2011 - Universidade do Futebol
“O SCOUT TÉCNICO E A ANÁLISE DE UMA EQUIPE DE FUTEBOL: OS NÚMEROS DA CAMPANHA DO
VASCO DA GAMA NO BRASILEIRO 2011.”
“THE SCOUT AND TECHNICAL ANALYSIS OF A SOCCER TEAM: THE NUMBERS OF VASCO DA GAMA CAMPAIGN IN BRAZIL
CHAMPIONSHIP 2011”
MOREIRA, R.L*; LOBATO, P.L**
RESUMO
O Vasco da Gama, apesar de ser vice-campeão Brasileiro de 2011, foi apontado por muitos
especialistas e jornalistas como o melhor time do campeonato, mesmo já tendo a vaga
assegurada para a Taça Libertadores da América em 2012 por ter vencido a Copa do Brasil.
Este estudo teve como objetivo fazer uma análise tática completa dos números apresentados
pelo time e jogadores, utilizando a ferramenta do scout técnico para fazer o levantamento
dos dados. A coleta dos dados foi feita durante o Campeonato Brasileiro de 2011, que
acontece de maio a dezembro, enquanto a análise dos mesmos foi realizada no mês de
janeiro de 2012. Foram analisados os seguintes itens: 1) Parte Tática: Esquemas utilizados,
com possibilidades e variações dos mesmos; 2) Parte Técnica: Posse de bola média;
Finalizações; Participações do goleiro; Assistências; Roubadas de bola; Faltas; Passes;
Impedimentos e Cartões; 3) Parte Tática – Gols Marcados e Sofridos: Turno que aconteceram;
Tempo que ocorreram; Local; Tipo; Lado; Bola parada e Característica; 4) Parte Tática –
Posições: Jogadores utilizados pelo Vasco da Gama durante o Campeonato Brasileiro 2011 e
seus números individuais. A análise destes números permitiu concluir que a variação tática
imposta pelos treinadores Ricardo Gomes e Cristóvão Borges, além dos bons números
individuais de seus jogadores titulares e reservas ajudaram na boa campanha do Vasco da
Gama durante o Campeonato Brasileiro de 2011.
Palavras Chave: Futebol, Scout, Tática, Vasco.
ABSTRACT
Vasco da Gama, despite being runner-up Brazil in 2011, it was pointed out by many experts
and journalists as the best team in the league, even having already secured a spot for the
Libertadores Cup in 2012 for having won the Brazil Cup . This study aimed to complete a
tactical analysis of the numbers presented by the team and players, using the tool of
technical scout to survey data. Data collection was done during the 2011 Brazilian
Championship, which takes place from May to December, while their analysis was performed
in January 2012. We analyzed the following items: 1) Tactics Part: Schemes used with
possibilities and variations thereof, 2) Technical Part: Possession of the ball media; Finishes;
Holdings goalkeeper, assists, steals, fouls, passes, Impediments and Cards and 3) Tatics Part Goals Scored and Conceded: Turn that happened; time that occurred, Local, type, side,
feature pieces, 4) Tactics Part - Positions: Players used by Vasco da Gama in the Brazilian
Championship in 2011 and his individual numbers. The analysis of these figures showed that
the variation imposed by tactical coaches Ricardo Gomes and Christopher Borges, besides
good individual numbers of your players and substitutes good campaign helped Vasco da Gama
in the Brazilian Championship of 2011.
Key Words: Soccer, Scout, Tatics, Vasco.
“O SCOUT TÉCNICO E A ANÁLISE DE UMA EQUIPE DE FUTEBOL: OS NÚMEROS DA CAMPANHA DO
VASCO DA GAMA NO BRASILEIRO 2011.”
O futebol é o esporte mais disputado em todo o mundo. A FIFA - Federação
Internacional de Futebol Associado - conta com 208 confederações filiadas, cada qual com seu
campeonato e suas copas nacionais. Só aqui no Brasil, a CBF - Confederação Brasileira de
Futebol - abrange mais de 400 clubes, conta com mais de um milhão de jogadores registrados
divididos entre 26 federações estaduais e tem, em seu calendário, a disputa dos campeonatos
estaduais, o campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Se contarmos também as competições
intercontinentais, este quadro aumenta ainda mais e dá para se ter uma noção do nível de
competição mundial do futebol.
Essa competição aumenta cada vez mais quando se tem a noção do dinheiro
envolvido nas premiações, fazendo com que as equipes busquem reforçar-se, sempre, para
vencer mais e mais competições. Segundo REZENDE (2009), as partidas de futebol estão cada
vez mais disputadas e, por muitas vezes, são decididas em detalhes que, durante uma
competição, podem fazer a diferença. Por isso, torna-se importante estudar e entender cada
vez mais a parte tática do jogo, para saber quais são os principais erros e acertos de uma
equipe, quais são os pontos fracos que precisam ser melhorados e os pontos fortes que podem
ser explorados para o sucesso em uma competição.
Para CASSOL e FERNANDES (2008), o monitoramento das ações técnicas dos
atletas dentro do jogo é imprescindível, já que permite a automatização de um determinado
movimento e o planejamento de tipos de treinamentos específicos para uma situação de jogo.
Esse monitoramento se dá pela realização de um scout técnico. O Scout, segundo DRUBSCKY
(2003), por ASSUNÇÃO e LEITE (2009), é um mapa técnico e tático dos jogos. Ou, segundo
SILVA (2006) apud LEITE (2009), o scout também é uma forma particular de observaçãoanálise que tem por objetivo relatar informações precisas sobre um adversário, para que o
treinador possa construir de maneira adequada sua planificação de jogo para determinada
partida.
O scout permite a análise completa de uma partida de futebol, mapeando as
principais ações e acontecimentos, como tempo de cada gol marcado, número de passes
errados, o número de finalizações certas entre outros, dando informações precisas ao
treinador, podendo ajudar na conquista de uma vitória e mesmo de uma competição.
O Campeonato Brasileiro é considerado um dos mais difíceis do mundo. O
Brasileiro é disputado desde 1971 de maneira oficial, quando foi organizado pela antiga CBD Confederação Brasileira de Desportos. Sua primeira forma de disputa foi o sistema
eliminatório, com fase de classificação e depois eliminação direta até a final, tendo o
Atlético/MG como o primeiro campeão. Este formato durou até o ano de 2002, quando foi
disputado dessa forma pela última vez. A partir de 2003 o sistema adotado foi o de pontos
corridos, considerado por muitos como o mais justo para apontar o campeão de um torneio. A
primeira edição de pontos corridos contou com 24 equipes, a segunda contou com 22 equipes
e desde 2005 é disputado por 20 clubes, atual número de participantes. Destas 20 equipes
participantes, de cinco a sete são consideradas favoritas ao título por especialistas e
jornalistas esportivos, comprovando o alto nível de competitividade do campeonato. O
Campeonato Brasileiro de 2011 ficou marcado como um dos mais disputados dos últimos
tempos, sendo o título disputado de maneira acirrada por oito equipes diferentes por até mais
da metade do torneio. Porém, na última rodada somente Corinthians/SP e o Vasco/RJ
chegaram com chances reais de se sagrarem campeões.
O título ficou com o Corinthians/SP, mas vários especialistas e analistas
esportivos elegeram o Vasco como a melhor equipe do Brasileiro de 2011 pelo futebol
apresentado. Alguns ainda elegeram o Vasco como a melhor equipe brasileira de 2011,
juntamente com o Santos/SP, por causa do título inédito da Copa do Brasil e as boas
campanhas realizadas tanto no Campeonato Brasileiro quanto na Copa Sul-Americana, em que
foi eliminado nas semifinais pela Universidade do Chile. O Vasco da Gama já foi campeão
brasileiro da Série A, equivalente à primeira divisão, em quatro oportunidades: 1974, 1989,
1997 e 2000, e da Série B, equivalente à segunda divisão, em 2009. Após anos de campanhas
ruins e posições intermediárias, culminando com o rebaixamento para a Série B em 2008, o
Vasco voltou a fazer uma boa campanha no Brasileiro, chamando a atenção pelo seu estilo de
jogo. Outro destaque foi o Vasco seguir disputando o título brasileiro com força máxima após
o título da Copa do Brasil até a última rodada, mesmo com a vaga na Taça Libertadores da
América garantida, diferentemente de outros anos, quando campeões da Copa do Brasil
faziam campanhas regulares no Brasileiro. O Flamengo/RJ, campeão da Copa do Brasil, em
2006, foi o 11º colocado no Brasileiro de 2006. O Fluminense/RJ, campeão da Copa do Brasil
em 2007, foi 4º colocado no Brasileiro, 16 pontos atrás do campeão São Paulo, o Sport Recife,
11º lugar no Brasileiro de 2008, o Corinthians/SP foi o 10º em 2009 e o Santos/SP o 8º em
2010. O Cruzeiro/MG, em 2003, foi a única equipe da história a conquistar tanto a Copa do
Brasil quanto o Campeonato Brasileiro no mesmo ano.
Este estudo, então, visa fazer uma análise tática e técnica completa dos
números apresentados pelo Clube de Regatas Vasco da Gama durante o Campeonato Brasileiro
de 2011, apontando pontos fortes e fracos, destaques e decepções individuais que possam
ajudar a explicar a boa campanha e o sucesso da equipe na competição.
Objetivo
Fazer uma análise completa da parte tática e técnica do Vasco na disputa do
Campeonato Brasileiro de 2011, a fim de, por meio do estudo destes dados, entender e
justificar porque ela foi considerada por muitos a melhor equipe do Brasileiro-2011.
2. METODOLOGIA
Este estudo se caracteriza como um estudo de caso porque, segundo YIN
(2001) por VENTURA (2007), representa uma investigação empírica e compreende um método
abrangente, com a lógica de do planejamento, da coleta e da análise de dados. Pode incluir
tanto estudos de caso único quanto de múltiplos, assim como abordagens quantitativas e
qualitativas de pesquisa.
Desta maneira, assistindo a jogos e melhores momentos, pesquisando sites e
blogs esportivos especializados sobre o assunto e lendo artigos relativos, foi possível
identificar muitos pontos passíveis de estudos e de análises, desenvolvendo um trabalho sobre
o tema proposto.
Seleção de amostra
O objeto de estudo foi o Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro,
clube de tradição histórica dentro do cenário nacional e internacional.
Este clube foi escolhido por realizar uma boa campanha no Campeonato
Brasileiro de 2011, sendo apontado por muitos analistas e comentaristas esportivos como a
melhor equipe da competição, após anos de campanhas ruins que culminaram com o
rebaixamento do mesmo para a Série B, em 2008.
Instrumentos de Estudo
O instrumento utilizado para realizar o estudo foi o scout técnico, que
consiste em observação direta de uma partida de futebol e de anotações de ações
importantes da mesma, organizando-as em forma de planilhas.
As variáveis que serão analisados neste estudo são as seguintes:
Parte Tática - Esquemas utilizados:
Quais esquemas foram adotados pelos treinadores Ricardo Gomes e Cristóvão
Borges e suas possibilidades e variações táticas dentro do jogo;
Parte Técnica - Fundamentos do time:
Este item será dividido nos seguintes sub-tópicos:
. Posse de bola média: O tempo que o clube ficou com a bola, controlando o ritmo do jogo;
. Finalizações: Número de vezes que o Vasco chutou ao gol adversário.
Esse item será subdividido em: Gols (G); Finalizações para Fora (FF); Finalizações Defendidas
(FD); Finalizações na Trave (FT) e Finalizações Bloqueadas pela Defesa Adversária (FB);
. Participações do Goleiro: Número de vezes que o goleiro participou da partida.
Este tópico será subdividido em: Gols sofridos (GS), Defesas Realizadas (DF) e Defesas Difíceis
(DD);
. Assistências (AS): Passes que resultaram em gol vascaíno;
. Roubadas de Bola (RB): Número de bolas recuperadas pelos jogadores vascaínos;
. Faltas: Infrações marcadas pelo juiz. Item será subdividido em Faltas Cometidas (FLC) e
Faltas Sofridas (FLS);
. Passes: Troca de bola entre jogadores vascaínos durante a partida.
Item será subdividido em Passes Certos (PC) e Passes Errados (PE). A análise será feita em
relação ao número de passes errados feito por cada jogador;
. Impedimentos (IMP): Número de vezes que os jogadores vascaínos foram pegos em posição
irregular durante uma jogada de ataque;
. Cartões: Advertências recebidas pelos jogadores vascaínos. Este item será subdividido em
Cartões Amarelos (CA), advertência somente, e Cartões Vermelhos (CV), exclusão do jogo.
Parte Tática - Gols:
Este item será subdividido em:
. Turno: Quantos gols foram marcados/sofridos em cada turno do Campeonato;
. Tempo: Quantos gols foram marcados/sofridos em cada tempo de jogo (1º ou 2º tempo) e na
faixa de tempo dentro dos mesmos;
. Local: Se os gols aconteceram Dentro da Área (DA) ou Fora da Área (FA);
. Tipo: De que forma os gols foram marcados/sofridos.
Item subdividido em: Gols com o pé direito (PD), Gols com o pé esquerdo (PE), Gols de
Cabeça (GC);
. Lado: De que lado foi a jogada que resultou em gol, se pelo Lado Esquerdo (LE), Lado
Direito (LD) ou pelo Meio (M);
. Bola Parada: Quantos gols foram marcados/sofridos em jogadas do tipo.
Item subdividido em: Cobrança de Falta Direta e Cobrança de Falta Ensaiada (FL), que
abrangerá os gols trabalhados dessa maneira ou originados dessa forma, Pênalti (PN) e
Escanteio (ES);
. Característica: Forma como os gols foram marcados. Item será subdividido em:
. Contra-ataque (CA): Gol originado depois de jogada de transição da defesa para o ataque,
em velocidade, com igualdade ou superioridade numérica dos jogadores de ataque;
. Falha Individual (FI): Gol originado após falha do jogador adversário, como uma furada de
bola, mau posicionamento dentro da área, falha do goleiro etc.
. Jogada Individual (JI): Gol originado de um lance de individualidade do jogador, como um
drible sobre o adversário, uma arrancada em direção ao gol, um chute de longe etc.
. Jogada Coletiva (JC): Gol originado após troca de passe entre dois ou mais jogadores de um
mesmo time;
. Rebote (R): Gol originado após rebote ou rebatida cedidos pelo adversário;
. Cruzamento (C): Gol originado após cruzamento para dentro da área seja ele pelo alto,
média altura ou rasteiro;
. Lançamento (L): Gol originado após lançamento para o jogador. Pode ser pelo alto ou média
altura;
. Linha de Fundo (LF): Gol originado depois de jogada realizada pela linha fundo,
caracterizada pela ida do jogador próximo à linha que delimita o final do campo para fazer o
passe para dentro da área;
. Recuperação de Bola (RC): Gol originado após o jogador recuperar a bola do adversário e
iniciar a jogada de ataque, seja por meio de intercepção de passe, desarme etc.
Parte Tática – Posições:
Quais jogadores foram utilizados pelo Vasco em cada posição, os números
apresentados por cada um, apontando os melhores e os piores e a contribuição de cada uma
delas para a campanha do time no Brasileiro-2011.
Coleta de informações
A coleta de dados sobre a campanha do Vasco se deu durante o ano de 2011,
entre os meses de maio e dezembro, enquanto o Campeonato Brasileiro era disputado.
A análise dos dados foi feita no mês de janeiro de 2012, com a utilização de vídeos,
reportagens e análises referentes às partidas do Vasco no Brasileiro-2011 para confirmação e
averiguação destes dados.
3. RESULTADOS
3.1 Esquemas utilizados
Ricardo Gomes escalava o Vasco no esquema 4-4-2 losango, que variava para o
4-3-1-2 e 4-3-2-1, conforme o posicionamento de Diego Souza. O armador ora atuava pelo
meio, encaixando a marcação sobre o 1º volante adversário, ora aparecia como um atacante
pela esquerda, dando combate ao lateral adversário. Eder Luís jogava aberto pela direita,
aproveitando sua velocidade para puxar contra-ataques e armar jogadas ofensivas enquanto
Alecsandro jogava mais fora da área, diferente de quando jogava Elton, este um atacante
mais fixo e centralizado.
O meio campo basicamente atuava com um volante fixo, Rômulo, enquanto
Juninho e Felipe completavam o losango jogando como volantes-armadores. Quando ambos
atuavam juntos, Juninho se posicionava mais como um segundo volante pela direita, que saía
para o jogo, aproveitando sua técnica de passe e lançamentos, enquanto Felipe se
posicionava um pouco mais avançado pela esquerda, como terceiro homem do meio ou até
mesmo como ponta esquerda. Quando um dos dois não atuava, Ricardo Gomes optava por
escalar dois volantes de ofício, Rômulo e Eduardo Costa na maioria das vezes, enquanto o
meia jogava mais centralizado à frente deles, formando uma linha de 3 com Diego Souza e
Eder Luís. Dessa maneira, se desfazia o losango no meio campo vascaíno e a equipe atuava no
4-2-3-1.
A defesa posicionava-se em uma linha de quatro, com Fagner tendo mais
liberdade para atacar pela direita do que Márcio Careca ou Julinho pela esquerda. Essa
jogada pelo lado direito, com Fagner e Eder Luís, é um dos pontos fortes do Vasco desde
2010, quando eles começaram a jogar juntos. Anderson Martins saía mais para o jogo, às
vezes atuando como um “falso” volante, enquanto Dedé ficava na sobra.
*4-4-2 losango, com posicionamento de Diego Souza podendo mudar esquema.
*4-2-3-1, caracterizado com 2 volantes de ofício, quando Felipe ou Juninho não
atuavam.
O Vasco do returno já se posicionou de outra forma. Cristóvão Borges armou a
equipe, por várias vezes, no 4-3-1-2, que variava para o 4-2-3-1 ou 4-3-3. Essa variação
dependia mais do adversário a ser enfrentado do que do posicionamento de algum jogador
específico em campo.
A opção por 3 volantes acabou mudando o posicionamento do meio campo.
Rômulo permanecia fixo à frente da área enquanto os outros volantes jogavam um pouco mais
abertos que de costume, dando o combate também aos laterais adversários, quando era
necessário. Juninho continuava a atuar pela direita enquanto Felipe ou Fellipe Bastos, este
quando jogava, começaram a atuar mais abertos pela esquerda, fechando o setor e apoiando
mais o ataque. Quando o volante Nilton se recuperou da lesão que o afastou dos gramados por
mais de um ano e voltou a atuar, ele revezava com Rômulo no posicionamento à frente da
zaga, liberando este para atuar como segundo volante. Assim Juninho ou Felipe atuavam mais
centralizados, chegando mais ao ataque e dando mais opção ofensiva ao Vasco.
Eder Luís continuava aberto pela direita puxando as jogadas em velocidade
enquanto Elton e Alecsandro se revezavam no ataque. Cristóvão Borges chegou a escalar
Diego Souza no ataque em alguns jogos ao lado de Eder Luís. Assim o Vasco ganhava mais
mobilidade ofensiva, já que Diego Souza não ficava preso à área adversária e, às vezes,
voltava até próximo ao meio campo para ajudar a organizar as jogadas ofensivas. Nessa
situação, Felipe atuava adiantado, quase como um ponta esquerda, posicionando a equipe no
esquema 4-3-3. Com a ausência de Eder Luís nas duas últimas partidas por causa de lesão
Cristóvão Borges escalou Diego Souza e Bernardo no ataque ao lado de Elton e Alecsandro, o
que culminou em perda de velocidade do ataque vascaíno, e caracterizou a equipe no 4-2-31.
Na defesa, a escalação de Jumar serviu para fechar o lado esquerdo da defesa
vascaína. Como o volante jogava improvisado na posição, dificilmente ele apoiava o ataque, o
que serviu para avançar o posicionamento do lateral direito Fagner, dando-lhe ainda mais
liberdade para apoiar. Como Renato Silva não avançava como Anderson Martins, Dedé
começou a sair mais para o jogo, aparecendo diversas vezes no ataque como opção de
finalização.
*4-3-1-2 do 2º turno, com Elton mais centralizado.
*Esquema de jogo com 3 volantes e sem atacante fixo, com Diego Souza no ataque e
Felipe quase como um ponta.
3.2 NÚMEROS DO VASCO DA GAMA DURANTE O CAMPEONATO BRASILEIRO 2011
O Vasco terminou o Campeonato Brasileiro de 2011 na 2ª colocação, atrás do
Corinthians/SP, com 69 pontos ganhos. Foram 38 jogos, com 19 vitórias, 12 empates e 7
derrotas, 57 gols marcados e 40 gols sofridos. Abaixo, podem-se ver os números da campanha
da equipe vascaína atuando em casa e fora, como visitante:
CAMPANHA
TOTAL
SÃO JANUÁRIO/RJ
VISITANTE
J
38
19
19
V
19
11
8
E
12
7
5
D
7
1
6
GP
57
32
25
GC
40
12
28
SG
17
20
-3
Com relação aos fundamentos, o Vasco da Gama apresentou os seguintes
números finais, abaixo. Os fundamentos, jogo a jogo, podem ser conferidos na tabela 1 do
anexo.
Posse de bola
FUNDAMENTO
POSSE DE BOLA
MÉDIA
48,85%
POSSE DE BOLA
MAIOR
TURNO
61,91%
MENOR
39,39%
TURNO
48,05%
JOGO
VASCO/RJ
0x3
CRUZEIRO/MG
ATLÉTICO/GO 0X1
VASCO/RJ
RETURNO
49,66%
RETURNO
64,47%
40,36%
JOGO
VASCO/RJ
AVAÍ/SC
INTER/RS
VASCO/RJ
2X0
3X0
Somente em quatro partidas do turno o Vasco teve mais posse de bola que o
adversário, enquanto no returno o Vasco totalizou 10 partidas com mais posse de bola,
mostrando um crescimento neste quesito.
Finalizações
FUNDAMENTO
FINALIZAÇÕES
GOLS
FORA
DEFENDIDAS
TRAVE
BLOQUEADAS
TOTAL
532
57
216
162
14
83
TURNO
259
26
106
72
8
47
RETURNO
273
31
110
90
6
36
TOTAL
252
136
76
40
TURNO
131
71
39
21
%
10,71%
40,60%
30,45%
2,63%
15,60%
Participações do Goleiro
FUNDAMENTO
PARTICIPAÇÃO DO GOLEIRO
DEFESAS REALIZADAS
DEFESAS DIFÍCEIS
GOLS SOFRIDOS
RETURNO
121
65
37
19
MÉDIA
6,63
3,57
2,00
1,05
Em 16 jogos não consecutivos o Vasco não levou gols.
Fernando Prass foi o goleiro com maior número de defesas difíceis no
campeonato, tendo defendido, ainda, uma cobrança de pênalti, contra o Grêmio/RS, em jogo
válido pela 5ª rodada.
Assistências
FUNDAMENTO
ASSISTÊNCIA
TOTAL
43
TURNO
15
RETURNO
28
MÉDIA
1,13
O atacante Éder Luís foi o maior garçom da equipe vascaína com 8 assistências
no total.
Roubadas de Bola
FUNDAMENTO
DESARMES
TOTAL
674
TURNO
347
RETURNO
327
MÉDIA
17,73
RETURNO
363
350
MÉDIA
18,36
17,57
Faltas
FUNDAMENTO
FALTAS COMETIDAS
FALTAS SOFRIDAS
TOTAL
698
668
TURNO
335
318
O Vasco se caracterizou por ser um time faltoso na disputa do Brasileiro, pelo
fato de fazer mais faltas do que sofrê-las.
Passes Realizados
FUNDAMENTO
PASSES REALIZADOS
PASSES CERTOS
PASSES ERRADOS
TOTAL
11.664
10.375
1.289
TURNO
5653
4.999
654
RETURNO
6011
5.376
635
MÉDIA
306
273,02
33,92
%
88,94%
11,06%
O jogo contra o Coritiba/PR, válido pela 22ª rodada, foi o jogo onde o Vasco
mais errou passes durante a competição, com 48 erros.
Impedimento
FUNDAMENTO
IMPEDIMENTOS
TOTAL
66
TURNO
32
RETURNO
34
MÉDIA
1,73
Cartões Recebidos
FUNDAMENTO
CARTÕES RECEBIDOS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
TOTAL
103
97
6
TURNO
53
51
2
RETURNO
50
46
4
MÉDIA
2,71
2,55
0,15
3.3 ANÁLISE DOS GOLS DO VASCO DA GAMA DURANTE O CAMPEONATO BRASILEIRO 2011
3.3.1 GOLS MARCADOS
Os números totais apresentados pelos Vasco durante o Brasileiro-2011 estão os
mostrados na tabela abaixo. Os números jogo a jogo podem ser vistos na tabela – 2 do anexo:
FUNDAMENTO
GOLS MARCADOS
TURNO
RETURNO
TOTAL
57
26
31
MÉDIA
1,5
1,36
1,63
O maior número de gols marcados no returno do campeonato caracteriza a
disputa pelo título por parte da equipe vascaína.
Tempo de jogo
FUNDAMENTO
GOLS MARCADOS
1º TEMPO
2º TEMPO
TOTAL
57
27
30
%
47,36%
52,46%
Os 27 gols vascaínos marcados durante o 1º tempo dos jogos tiveram a
seguinte divisão:
TEMPO DE JOGO
00 – 05’
05’ – 10’
10’ – 15’
15’ – 20’
20’ – 25’
GOLS
6
1
1
5
4
TEMPO DE JOGO
25’ – 30’
30’ – 35’
35’ – 40’
40’ – 45’
45’ +
GOLS
3
3
2
1
1
Percebe-se que o Vasco marcou a maioria de seus gols (12) entre os 15 e 30
minutos, 8 nos primeiros 15 minutos e 7 nos 15 minutos finais do 1º tempo.
Os 30 gols vascaínos marcados durante o 2º tempo dos jogos tiveram a
seguinte divisão:
TEMPO DE JOGO
00 – 05’
05’ – 10’
10’ – 15’
15’ – 20’
20’ – 25’
GOLS
1
5
2
2
5
TEMPO DE JOGO
25’ – 30’
30’ – 35’
35’ – 40’
40’ – 45’
45’ +
GOLS
2
2
4
2
5
Em relação ao 2º tempo, o Vasco marcou a maioria de seus gols entre os 30 e
45 minutos finais, marcando 13 vezes, principalmente, nos acréscimos, anotando 5 gols, 9 dos
15 aos 30 minutos e 8 dos 15 minutos iniciais.
Local
FUNDAMENTO
GOLS MARCADOS
DENTRO DA ÁREA
PEQUENA ÁREA
GRANDE ÁREA
FORA DA ÁREA
TOTAL
57
46
19
27
11
%
80,70%
41,30%
58,69%
19,29%
O atacante Elton e o zagueiro Dedé, com 5 gols cada, foram os destaques nos
gols dentro da pequena área, enquanto Juninho Pernambucano, com 3 gols, foi o destaque
dos gols fora da área.
Modo
FUNDAMENTO
GOLS MARCADOS
PERNA DIREITA
PERNA ESQUERDA
CABEÇA
TOTAL
57
24
19
14
%
FUNDAMENTO
GOLS MARCADOS
LADO DIREITO
LADO ESQUERDO
MEIO
TOTAL
57
28
15
14
%
42,01%
33,33%
24,56%
Setor
49,12%
26,31%
24,56%
Estes dados mostram que quase metade dos gols vascaínos saiu em jogadas
pelo lado direito do ataque, aproveitando assim a força ofensiva do lateral direito Fagner e
do atacante Eder Luís. Pode-se observar ainda o alto número de gols em jogadas iniciadas
pelos lados do campo (75,43% dos gols marcados), o que nos faz constatar que o Vasco não é
uma equipe que afunila suas jogadas pelo meio, aproveitando bem todos os espaços do
campo.
Bola parada
FUNDAMENTO
GOLS MARCADOS
BOLA PARADA
FALTA DIRETA
FALTA ENSAIADA
PÊNALTI
ESCANTEIO
TOTAL
57
17
4
5
3
5
%
29,82%
23,52%
29,41%
17,64%
29,41%
O meia Juninho Pernambucano foi o grande destaque deste quesito com 3 gols em cobrança
de falta direta, 3 cobranças de faltas ensaiadas e 2 gols de pênalti.
Tipo
FUNDAMENTO
GOLS MARCADOS
CONTRA - ATAQUE
FALHA DO ADVERSÁRIO
JOGADA INDIVIDUAL
JOGADA COLETIVA
REBOTE
CRUZAMENTO
LANÇAMENTO
LINHA DE FUNDO
RECUPERAÇÃO DE BOLA
TOTAL
57
11
5
14
48
8
22
8
9
5
Ao analisar os números, percebe-se uma soma maior que os 57 gols marcados
pelo Vasco durante o Brasileiro-2011. O que acontece é que, às vezes, a jogada do gol acaba
englobando mais de um aspecto. Por exemplo, o gol de Diego Souza contra o Flamengo na
última rodada. A jogada começa com uma recuperação de bola do volante vascaíno Nilton
sobre o armador Negueba do Flamengo. Há uma troca de passe entre ele, o armador Felipe e
o volante Fellipe Bastos, que dá o passe para o volante Nilton, já posicionado na linha de
fundo, driblar o marcador e fazer o cruzamento para Diego Souza marcar de cabeça. Só nesse
gol caracteriza-se a recuperação de bola, a jogada coletiva e o cruzamento.
3.3.2 GOLS SOFRIDOS
Os números totais apresentados pelos Vasco durante o Brasileiro-2011 estão os mostrados na
tabela abaixo. Os números jogo a jogo podem ser vistos na tabela – 2 do anexo:
FUNDAMENTO
GOLS SOFRIDOS
TURNO
RETURNO
TOTAL
40
21
19
MÉDIA
1,05
1,10
1,00
O maior número de gols marcados no returno do campeonato caracteriza a
disputa pelo título por parte da equipe vascaína.
Tempo de jogo
FUNDAMENTO
GOLS SOFRIDOS
1º TEMPO
2º TEMPO
TOTAL
57
20
20
%
50%
50%
O Vasco sofreu 20 gols durante
TEMPO DE JOGO
GOLS
00 – 05’
4
05’ – 10’
2
10’ – 15’
2
15’ – 20’
3
20’ – 25’
4
o 1º tempo dos jogos, com a seguinte divisão:
TEMPO DE JOGO
GOLS
25’ – 30’
1
30’ – 35’
0
35’ – 40’
2
40’ – 45’
2
45’ +
0
Analisando os números, percebe-se que o Vasco sofreu o mesmo número de
gols (8) entre os primeiros 15 minutos e dos 15 aos 30 minutos do primeiro tempo. Os outros 4
gols foram sofridos nos 15 minutos finais do 1º tempo.
Os 20 gols sofridos durante o 2º tempo dos jogos com a seguinte divisão:
TEMPO DE JOGO
00 – 05’
05’ – 10’
10’ – 15’
15’ – 20’
20’ – 25’
GOLS
1
2
1
4
2
TEMPO DE JOGO
25’ – 30’
30’ – 35’
35’ – 40’
40’ – 45’
45’ +
GOLS
1
1
2
4
2
Em relação ao 2º tempo, o Vasco sofreu a maioria de seus gols entre os 30 e
45 minutos finais; 9 foram, principalmente, nos cinco últimos minutos e acréscimos, nestes
por 6 vezes; 7 dos 15 aos 30 minutos e 4 nos 15 minutos iniciais.
Local
FUNDAMENTO
GOLS SOFRIDOS
DENTRO DA ÁREA
PEQUENA ÁREA
GRANDE ÁREA
FORA DA ÁREA
TOTAL
40
36
9
27
4
%
FUNDAMENTO
GOLS SOFRIDOS
PERNA DIREITA
PERNA ESQUERDA
CABEÇA
TOTAL
40
19
12
9
%
FUNDAMENTO
GOLS SOFRIDOS
LADO DIREITO
LADO ESQUERDO
MEIO
TOTAL
40
15
19
6
%
90%
22,5%
67,5%
10%
Modo
47,5%
30%
22,5%
Setor
37,5%
47,5%
15%
Estes números comprovam a fragilidade defensiva do Vasco pelo lado
esquerdo da sua defesa, já que quase metade dos gols sofridos saiu por aquele setor.
Bola parada
FUNDAMENTO
GOLS SOFRIDOS
BOLA PARADA
FALTA DIRETA
FALTA ENSAIADA
PÊNALTI
ESCANTEIO
TOTAL
40
11
1
3
2
5
%
27,5%
9,09%
27,27%
18,18%
45,45%
Tipo
FUNDAMENTO
GOLS SOFRIDOS
CONTRA - ATAQUE
FALHA DO ADVERSÁRIO
JOGADA INDIVIDUAL
JOGADA COLETIVA
REBOTE
CRUZAMENTO
LANÇAMENTO
LINHA DE FUNDO
RECUPERAÇÃO DE BOLA
TOTAL
40
8
11
5
36
4
17
6
8
6
3.3.3 NÚMEROS POR POSIÇÃO DOS JOGADORES DO VASCO DA GAMA
Durante a disputa do Campeonato Brasileiro o Vasco utilizou 34 jogadores,
divididos nas seguintes posições abaixo. Os números individuais de cada atleta podem ser
vistos na tabela – 4 do anexo.
Goleiros
FUNDAMENTO
JOGOS DISPUTADOS
GOLS SOFRIDOS
DEFESAS
DEFESAS DIFÍCEIS
DEFESAS DE PÊNALTI
PASSES ERRADOS
FALTAS SOFRIDAS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
TOTAL
38
40
136
76
1
12
15
2
0
DESTAQUE
FERNANDO PRASS
FERNANDO PRASS
FERNANDO PRASS
FERNANDO PRASS
FERNANDO PRASS
FERNANDO PRASS
FERNANDO PRASS
FERNANDO PRASS
-
NÚMERO
38
40
136
76
1
12
15
2
-
Laterais
Direita
FUNDAMENTO
JOGOS DISPUTADOS
GOLS MARCADOS
FINALIZAÇÕES
ASSISTÊNCIAS
DESARMES
FALTAS SOFRIDAS
FUNDAMENTOS
FALTAS COMETIDAS
PASSES ERRADOS
IMPEDIMENTOS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
Esquerda
FUNDAMENTO
JOGOS DISPUTADOS
GOLS MARCADOS
FINALIZAÇÕES
ASSISTÊNCIAS
DESARMES
FALTAS SOFRIDAS
FUNDAMENTOS
FALTAS COMETIDAS
PASSES ERRADOS
IMPEDIMENTOS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
TOTAL
38
4
25
5
73
57
TOTAL
73
165
1
11
0
TOTAL
38
0
29
2
47
33
TOTAL
52
122
0
8
1
DESTAQUE
FAGNER
FAGNER
FAGNER
FAGNER
FAGNER
FAGNER
PIORES
FAGNER
FAGNER
FAGNER
FAGNER
-
NÚMERO
35
4
23
5
72
55
NÚMERO
70
153
1
10
-
DESTAQUE
MÁRCIO CARECA
JULINHO
MÁRCIO CARECA E JULINHO
JULINHO
MÁRCIO CARECA
PIORES
MÁRCIO CARECA
JULINHO
JULINHO
MÁRCIO CARECA
NÚMERO
15
14
1
24
16
NÚMERO
25
62
5
1
Defesa
FUNDAMENTO
JOGOS DISPUTADOS
GOLS MARCADOS
FINALIZAÇÕES
ASSISTÊNCIAS
DESARMES
FALTAS SOFRIDAS
FUNDAMENTOS
FALTAS COMETIDAS
PASSES ERRADOS
IMPEDIMENTOS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
TOTAL
38
6
31
0
136
72
TOTAL
117
167
3
16
0
DESTAQUE
DEDÉ
DEDÉ
DEDÉ
DEDÉ
DEDÉ
PIORES
DEDÉ
DEDÉ
DEDÉ
DEDÉ
-
NÚMERO
30
6
22
80
41
NÚMERO
51
84
3
8
-
Volantes
FUNDAMENTO
JOGOS DISPUTADOS
GOLS MARCADOS
FINALIZAÇÕES
ASSISTÊNCIAS
DESARMES
FALTAS SOFRIDAS
FUNDAMENTOS
FALTAS COMETIDAS
PASSES ERRADOS
IMPEDIMENTOS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
Armadores
FUNDAMENTO
JOGOS DISPUTADOS
GOLS MARCADOS
FINALIZAÇÕES
ASSISTÊNCIAS
DESARMES
FALTAS SOFRIDAS
FUNDAMENTOS
FALTAS COMETIDAS
PASSES ERRADOS
IMPEDIMENTOS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
TOTAL
38
2
71
7
229
117
TOTAL
225
301
1
27
2
DESTAQUE
RÔMULO
RÔMULO E FELLIPE BASTOS
FELLIPE BASTOS
FELLIPE BASTOS
RÔMULO
ALLAN
PIORES
JUMAR
JUMAR
ALLAN
JUMAR
JUMAR E RÔMULO
TOTAL
38
27
176
16
86
217
TOTAL
122
341
31
26
2
DESTAQUE
DIEGO SOUZA
DIEGO SOUZA
DIEGO SOUZA
DIEGO SOUZA
DIEGO SOUZA
DIEGO SOUZA
PIORES
DIEGO SOUZA
FELIPE
DIEGO SOUZA
FELIPE
DIEGO SOUZA E FELIPE
NÚMERO
32
1
26
4
76
30
NÚMERO
72
85
1
12
1
NÚMERO
32
11
72
5
29
93
NÚMERO
60
98
26
7
1
Atacantes
FUNDAMENTO
JOGOS DISPUTADOS
GOLS MARCADOS
FINALIZAÇÕES
ASSISTÊNCIAS
DESARMES
FALTAS SOFRIDAS
FUNDAMENTOS
FALTAS COMETIDAS
PASSES ERRADOS
IMPEDIMENTOS
CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
TOTAL
38
18
143
12
54
142
TOTAL
118
206
32
9
1
DESTAQUE
EDER LUÍS
ELTON
EDER LUÍS
EDER LUÍS
EDER LUÍS
EDER LUÍS
PIORES
ELTON
EDER LUÍS
ALECSANDRO
LEANDRO E ELTON
LEANDRO
NÚMERO
32
11
59
8
31
62
NÚMERO
53
108
15
3
1
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos números apresentados, percebe-se que o Vasco teve dois
momentos distintos no Campeonato Brasileiro de 2011. Durante o turno, enquanto estava
envolvido com a disputa das finais da Copa do Brasil contra o Coritiba/PR, o clube utilizou um
time reserva nas quatro primeiras rodadas como forma de preservar seus jogadores titulares.
Após a conquista da Copa do Brasil, o Vasco passou a escalar a equipe titular, oscilando em
algumas partidas, ficando na parte intermediária da tabela. A partir da 10ª rodada, o Vasco
alcançou a 5ª colocação, após duas vitórias consecutivas em casa e não saiu mais das
primeiras colocações, mantendo essa condição até o final do turno, ocupando a 4ª colocação,
2 pontos atrás do Corinthians/SP, então líder do Brasileiro.
No returno, ao vencer o Ceará, em São Januário, por 3x1 e assumir a viceliderança do Campeonato, o Vasco consolidou de vez a condição de candidato ao título, não
passando uma rodada sequer abaixo dos três primeiros colocados. A liderança isolada veio
pela primeira vez na 24ª rodada, após a vitória sobre o Grêmio/RS, por 4x0, em São Januário.
O Vasco foi líder ainda por mais quatro vezes durante o returno. Alguns fatores que podem
explicar tal campanha são: o aumento no tempo de posse de bola, no número de gols
marcados, de finalizações ao gol adversário, de assistências e do número de passes certos. O
Vasco passou a se impor mais no jogo, a dominar mais as ações da partida e, principalmente,
a atacar mais seus adversários. O Vasco do turno era mais atacado, sofreu mais gols e
obrigava o goleiro Fernando Prass a fazer mais defesas, tinha menos posse de bola e jogava no
erro do adversário. O fator extra-campo da recuperação do técnico Ricardo Gomes do AVC
sofrido durante o clássico contra o Flamengo, em partida válida pela 19ª rodada, também
colaborou para a subida de produção e motivação da equipe, que queria homenagear o
treinador com o título Brasileiro. Este fato, aliado à motivação para conquistar mais um título
brasileiro no ano, além de já ter vaga garantida na Taça Libertadores da América de 2012,
acabou fazendo com que o Vasco pudesse se dedicar mais ao Campeonato Brasileiro e à Copa
Sul-Americana, utilizando a equipe titular em ambas as competições.
Ao analisarmos os esquemas utilizados pelos treinadores Ricardo Gomes e,
depois Cristóvão Borges, nota-se que a variação tática do Vasco, principalmente no returno,
atuando de acordo com a formação do adversário, acabou ajudando a equipe a conquistar os
resultados e manter-se entre os primeiros colocados durante todo o Campeonato. A
versatilidade de jogadores como os armadores Juninho, Felipe, Diego Souza e o bom
desempenho de alguns reservas como Allan, Jumar e Bernardo acabaram criando boas opções
para os treinadores vascaínos, possibilitando a mudança do esquema de jogo durante uma
partida, surpreendendo os adversários e dificultando suas ações.
Com relação às posições, percebeu-se que a lateral esquerda do Vasco foi um
dos maiores problemas da equipe, enquanto o lado direito se caracterizou como jogada forte
do time durante o campeonato. Sem um titular absoluto naquela lateral, o time sofreu a
maioria de seus gols em jogadas realizadas por aquele lado. Contra o Corinthians/SP, por
exemplo, na 27ª rodada, os dois gols paulistas saíram no setor esquerdo. A inconstância dos
laterais acabou sendo notada também na parte ofensiva, já que o lado esquerdo colaborou
bem menos que o direito nos quesitos assistência e roubadas de bola. Com relação ao número
de passes errados, o lado esquerdo errou pouco menos que o direito, que teve só o Fagner
atuando em quase todo o Campeonato.
Ao analisar a defesa, percebemos que o zagueiro Anderson Martins, vendido
ao Al-Jaish, do Catar, apresentou números melhores que o seu substituto, o zagueiro Renato
Silva, contratado junto ao Shandong, da China. Anderson, em menos partidas, finalizou mais,
cometeu menos faltas, sofreu mais falta, foi advertido menos vezes e apresentou uma maior
média de roubadas de bola que Renato Silva, que só superou o anterior no menor número de
erro de passes. Se considerarmos que Anderson Martins saía mais para o jogo, às vezes
atuando quase como um volante, veremos a razão desse maior número de erros. Se pegarmos
também o número de gols sofridos, analisando os dois jogadores, veremos que, com Anderson
Martins em campo, o Vasco sofreu 14 gols, enquanto com Renato Silva, o clube levou 16.
Quanto aos volantes, os números mostram o bom desempenho de Fellipe
Bastos dentro de campo. Bastos, que no turno era reserva e só assumiu a condição de titular
após a lesão de Eduardo Costa, marcou um gol no campeonato, foi o volante que mais
finalizou ao gol, com 27 chutes, o que mais deu assistência para os companheiros, 4, e um dos
menos advertidos com cartão amarelo. Ele apresentou números melhores em 17 jogos
disputados que o titular Eduardo Costa, que jogou 18 jogos, e que Jumar, reserva imediato da
posição.
No meio campo o destaque foi Diego Souza, líder absoluto em praticamente
todos os fundamentos e um dos melhores jogadores do elenco. Outro destaque foi o armador
Juninho Pernambucano, que retornou ao Vasco, após 10 anos atuando no exterior. Juninho foi
o segundo colocado em praticamente todos os quesitos e foi o destaque da equipe nas bolas
paradas, com 4 gols e 3 assistências. O fato do meio campo se destacar mais ofensivamente
que o ataque comprova a força e a importância do setor no time vascaíno.
No ataque, a grande dúvida sempre foi de quem era o melhor atacante para o
Vasco no Brasileiro: Elton ou Alecsandro? Os números são claros ao mostrar a superioridade do
primeiro sobre o segundo. Elton finalizou um número maior de vezes, marcou mais gols, deu
mais assistências, roubou mais bolas do adversário, errou menos passes e ficou menos vezes
em impedimento que Alecsandro. O grande destaque do ataque foi Eder Luís, líder na maioria
dos fundamentos estudados e taticamente importante para a equipe durante o campeonato,
fazendo do lado direito do ataque vascaíno, junto com o lateral direito Fagner, o lado mais
efetivo da equipe.
Os dados analisados permitem visualizar que a variação tática imposta pelos
treinadores Ricardo Gomes e Cristóvão Borges, somada aos bons números coletivos
apresentados pelo Vasco durante o Campeonato Brasileiro 2011 ajudaram na boa campanha
do clube durante a competição. Os destaques individuais da equipe, Fernando Prass no gol,
Dedé na defesa, Rômulo como volante, Juninho e Diego Souza no meio campo, Eder Luís no
ataque, além dos reservas Allan, Fellipe Bastos e Bernardo, contribuíram, diretamente, para
a manutenção da equipe como candidata ao título do Brasileiro-2011.
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TABELAS
Tabela 1 – Números do Vasco da Gama no Campeonato Brasileiro-2011 durante as 38
rodadas.
Tabela 2 – Gols marcados pelo Vasco da Gama durante o Campeonato Brasileiro-2011.
Tabela 3 – Gols sofridos pelo Vasco da Gama durante o Brasileiro-2011.
Tabela 4 – Jogadores utilizados pelo Vasco da Gama durante o Campeonato Brasileiro2011.
_______________________________________________________________________________________
Renato Lopes Moreira*. Técnico da Universidade Federal de Ouro Preto – Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
Paulo Lanes Lobato**. Docente da Universidade Federal de Viçosa – Viçosa, Minas Gerais, Brasil.
Endereço para correspondência:
Renato Lopes Moreira, Rua Professor Silvio Starling, Ramos, Viçosa, CEP: 36570-000, Minas Gerais, Brasil.
E-mail: [email protected]

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