Mieko Damasceno Wada - Entrevista

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Mieko Damasceno Wada - Entrevista
REVISTA CAMBIASSU
Publicação Científica do Departamento de Comunicação
Social da Universidade Federal do Maranhão - UFMA - ISSN 0102-3853
São Luís - MA, Ano XVIII, Nº 4 - Janeiro a Dezembro de 2008
Mieko Damasceno Wada:
O REGGAE COMO INSTRUMENTO POLÍTICO NA
CULTURA MARANHENSE
Jornalista formada em 2005 pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e
especialista em Jornalismo Cultural na Contemporaneidade, também pela UFMA.
Entre suas experiências, estagiou na rádio Universidade FM e no jornal O Estado do
Maranhão. Atualmente é editora das páginas "Maranhão" e "Consumidor" do jornal
O IMPARCIAL.
RESUMO: A pretensão é entender o reggae como um fenômeno político de massa,
tendo em vista sua predominância tradicional nos bairros periféricos de São Luís, onde
o nível de instrução de grande parcela da população é limitado. A idéia é perceber como
esta manifestação cultural pode influenciar os seus adeptos na hora de escolher os seus
representantes nos cargos em que concorrem, tendo como bandeira de luta o movimento
regueiro, no Maranhão. A adesão de simpatizantes é resultante de vários artifícios de
marketing, como a realização de eventos e festas, nos quais os representantes são
simbolizados como heróis. O presente artigo visa abordar o reggae como apropriação
política de uma cultura, citando casos de políticos que estão no poder executivo ou
legislativo a partir do destaque conquistado no meio do reggae e de depoimentos de
regueiros comprovando a sua opção política.
PALAVRAS-CHAVE: Reggae - manipulação - política
ABSTRACT: This paper consists on understanding the reggae as a mass political
phenomenon in view their traditional predominance in the suburbs of São Luís where
the education level of large sector of the population is limited. The idea is to see how
this cultural event can influence their followers on the time to choose their
representatives in the posts where compete, having as a fight flag the Reggae movement
in Maranhão. The sympathizers entry is a result of various marketing tricks, as the
realization of events and parties, in which representatives are symbolized as heroes.
This article aims to discuss the reggae as a political ownership of a culture, quoting
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cases of politicians who are in the executive or legislature from the won prominence in
the reggae class and of Regueiro’s testimonials proving their political choice.
KEY-WORDS: Reggae - manipulation - politic
1 – INTRODUÇÃO
A participação efetiva do povo nas questões pertinentes aos seus interesses
deveria fundamentar a cidadania. Apesar desse principio ético, políticos do Maranhão,
pressupostamente participantes do universo simbólico da cultura reggae, caracterizada
pelo comportamento, estilo, ritmo, vestuário e música, estão se utilizando deste universo
para conquistar o interesse das classes populares em favor dos seus projetos políticos. A
conquista de votos nos períodos eleitorais e manutenção do poder simbólico como
representantes desse segmento cultural formam os dois lados deste mesmo processo.
Neste caso, o reggae como um produto cultural, torna-se moeda de troca política,
passível de ser vendido a qualquer preço, em qualquer lugar, para qualquer um. É uma
relação funcional, na qual o regueiro vota em quem está oferecendo festas gratuitas ou
com bebidas vendidas a preço de custo ou ainda grandes “pedras”77 e, como
contrapartida, recebem promessas de melhores condições de vida. Dentre os nomes que
obtiveram ascensão política utilizando o reggae como moeda de troca no Maranhão está
o atual deputado federal Pinto Itamaraty (PSDB), eleito em 2006 para a Câmara Federal
com o total de 90.637 votos em todo o Maranhão, a quarta maior votação da legenda do
Partido da Social Democracia Brasileira, de acordo com dados do Tribunal Regional
Eleitoral (TRE-MA). José Eleonildo Soares, nome de batismo de Pinto, é proprietário
de uma das maiores radiolas de reggae do Maranhão, a Itamarary, que já resultou na
empresa Itamaraty Sonorizações e Diversões Públicas, cuja fundação data da década de
80.
Na Câmara de Vereadores de São Luís atua o parlamentar Luís Fernando Santos
Costa Ferreira, o Ferreirinha, proprietário da radiola Estrela do Som e do atualmente
77
Pedras; (músicas do ritmo assim denominadas por serem consideradas pelos apreciadores
como de boa qualidade. Idealizada pelo jornalista e locutor Ademar Danilo, a palavra faz alusão
à expressão pedra preciosa, de preciosidade).
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fechado Espaço Aberto, um salão de reggae bastante popular na década de 90. Ele
busca, em 2008, a reeleição para a Câmara de Vereadores, com jingles no ritmo do
reggae e letras atribuindo-lhe a propriedade da radiola Estrela do Som, de grande
aceitação junto à “massa regueira”78.
Do mesmo modo, o atuante da causa reggae, locutor e jornalista Ademar Danilo
é outro que inclina sua candidatura, em 2008, ao público regueiro, com peças
publicitárias nas cores vermelha, amarela e verde - cores da Jamaica, país de origem do
reggae - e com expressões típicas desse público, a exemplo de “Vibrações Positivas para
São Luís”. Ele também é proprietário de uma casa de festa especializada no ritmo, a
Chama Maré, antes denominada Espaço Cultural África. Entre suas políticas públicas
para a juventude, em propagandas veiculadas no site de relacionamentos Orkut, está
“Cultura popular e reggae”. Na lista das metas já cumpridas está o primeiro programa
especializado em reggae do Brasil. É bom lembrar que Ademar Danilo já obteve um
primeiro mandato como vereador, em 1992, inaugurando no Maranhão essa mistura
entre política/reggae/cultura.
Estes três casos de sucesso, demonstram que o público responde às propostas
dos candidatos, a partir de um processo de reconhecimento mútuo, entendendo-os como
seus verdadeiros representantes no poder legislativo. Em São Luís, apesar da herança do
reggae ser originária da Jamaica, o estilo de vida e o engajamento político na luta pela
valorização negra continuam a ser apenas uma bandeira de um movimento cultural, já
que há raras políticas públicas voltadas para este segmento populacional que tenham
sido provocadas pelos representantes citados.
Segundo SILVA (1995, p.70), “em São Luís, as pessoas estão ligadas apenas ao
ritmo e não procuram se informar nem sequer sobre Bob Marley, que é considerado o
mais importante cantor de reggae do mundo”. Ainda de acordo com o autor, “embora
São Luís seja considerada a Jamaica Brasileira, pela força que o reggae tem junto à
população e ao volume de massa regueira, na Bahia o movimento é menor, mas existe
78
Massa regueira; (termo bastante utilizado por DJs de programas radiofônicos).
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mais consciência. As pessoas estão mais envolvidas com a questão política do reggae”.
(SILVA, 1995 p.70)
2 – A CHEGADA DO REGGAE EM SÃO LUÍS E A SUA APROPRIAÇÃO
PELA POPULAÇÃO
Gênero musical que tem suas origens na Jamaica, o reggae teve o seu auge na
década de 1970, quando se espalha pelo mundo e chega ao Maranhão. Antes, na década
de 1950, surgem os grandes nomes que influenciariam o ritmo, como Delroy Wilson,
Bob Andy, Burning Espear e Johnny Osbourne, e as bandas The Wailers, Ethiopians,
Desmond Dekker e Skatalites. Nesta época, a grande parte das rádios da Jamaica, de
propriedade de brancos, se recusava a tocar reggae, por sua natureza política de
emancipação dos negros.
Somente a partir da década de 1970, o reggae toma corpo com cantores que se
tornam famosos com esse estilo musical como Jimmy Cliff e Bob Marley. O reggae,
como a música folclórica da Jamaica é, portanto, uma mistura de vários estilos, gêneros
musicais e ritmos africanos como o ska, o calipso e o merengue. Segundo SILVA
(1995, p. 59), o ritmo foi trazido ao Maranhão por Riba Macedo ou José Ribamar da
Conceição Macedo, cujo primeiro contato com o reggae se deu através do paraense
Carlos Santos, que vendia discos usados num sistema conhecido como feirão de discos,
quando fazia pesquisa de mercado em São Luís.
Tocando o ritmo em radiolas de reggae conhecidas na época, a exemplo das
promovidas pelos radioleiros Carne Seca e Nestábulo, Riba Macedo agradou o público
com a novidade, que dançava o ritmo novo mesmo sem saber se era música lenta,
cadenciada, internacional. A inserção do ritmo no Maranhão coincide com a penetração
do rock, da discoteque e do funk nas regiões Sul e Sudeste do país, mas aqui foram as
canções de Jimmy Cliff que fizeram com que o ritmo fosse conhecido, seguidas de
sucessos como I Shot the Sheriff (versão de Eric Clapton), Peter Tosh com Legalize It e
No Woman, No Cry de Bob Marley.
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Mesmo com a boa aceitação do ritmo jamaicano na capital maranhense, a
conscientização da população e o despertar para os problemas sociais trazidos no estilo
musical não coincidem. Uma das justificativas para a diferença de comportamentos
entre a Jamaica e o Maranhão está no inglês, língua em que são cantadas as músicas
importadas, cujas letras falam de questões sociais, assuntos religiosos e problemas
típicos de países pobres, mas boa parte do público maranhense nunca entendeu e até
hoje não entende porque não teve nem tem acesso à língua inglesa. A influência do
movimento rastafári, que defende, por exemplo, a idéia de que os afro-descendentes
devem ascender e superar sua situação através do engajamento político e espiritual,
também não foi assimilado proporcionalmente pelos maranhenses com a chegada do
reggae.
Contudo, a familiaridade com o ritmo foi garantida, sobretudo, por meio da
dança, explicada pela semelhança que traz com o merengue, música estrangeira – da
Guiana -, e o forró nordestino, fator que também pode explicar a forma de dançar aos
pares adotada no Maranhão, diferentemente da Jamaica, onde os movimentos de braços
e pernas elevados fazem alusão à ascensão, à prosperidade. O reggae começou a ser
aceito e tocado inicialmente nas festas realizadas na periferia da cidade, junto com as
músicas chamadas estrangeiras. O ritmo foi inicialmente marginalizado, uma vez que
foi adotado como criação da população negra, estratégia diversificada de vida e de
manifestação lúdica do povo negro no Maranhão, mas acabou caindo no gosto das
demais classes sociais por conta da indústria cultural79, a exemplo de universitários,
poetas, artistas e estudiosos.
Segundo Adorno & Horkheimer (1997), na Indústria Cultural, tudo se torna
negócio. Enquanto negócio, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática
e programada exploração de bens considerados culturais. “Atualmente, a atrofia da
imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a
mecanismos psicológicos. Os próprios produtos (...) paralisam essas capacidades em
79
Indústria cultural; (nome dado a empresas e instituições que trabalham com a produção de
projetos, canais, jornais, rádios, revistas e outras formas de descontração, baseadas na cultura,
visando o lucro. Sua origem se deu através da sociedade capitalista que transformou a cultura
num produto comercializado)
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virtude de sua própria constituição objetiva” (ADORNO & HORKHEIMER, 1997, p.
119).
O jornalista Ademar Danilo atribui a aproximação de pensadores e intelectuais
ao reggae ao seu ingresso na universidade quando, já amante do ritmo jamaicano, passa
a integrar o grupo de literatura “Academia dos Párias”, e leva os integrantes da trupe,
isto é, a pequena burguesia, a espaços considerados guetos culturais. Para o jornalista, a
sua adesão ao ritmo funciona como fator de estímulo para a formação de uma opinião
pública favorável. Um marco histórico importante que consolidou a simpatia entre a
população e o reggae ocorreu em 1986, fato que serviu como divisor de águas na
aceitação do ritmo por parte da população em geral: a polícia invadiu o clube Espaço
Aberto e, sem motivações plausíveis, agrediu boa parte dos presentes. Como o período
era de pós-ditadura, a notícia de repressão instigou a mídia a reagir, fazendo com que o
fato ganhasse grande repercussão. Após o ocorrido, foi realizado um protesto na Praça
Deodoro, com a radiola de reggae Arco-Íris do Som, em um movimento que contou
com a adesão do Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Maranhão
e outros grupos sociais. A partir de então, ir ao reggae passou a ser sinônimo de
resistência. Virou programa de universitários, intelectuais, poetas.
3 – A ASCENSÃO DOS DONOS DE RADIOLA E SUAS PROJEÇÕES
POLÍTICAS
Desde a inserção inicial do reggae no mercado de São Luís, a posse de músicas
específicas jamaicanas tem se mostrado sinônimo de poder entre os proprietários das
radiolas e os apreciadores. As radiolas de som sempre foram o meio utilizado para a
oferta do ritmo ao público, possibilitando, inclusive, uma projeção de liderança e de
agente mobilizador aos proprietários de radiolas. Desta forma, a busca por incrementos
tecnológicos e musicais tanto nos equipamentos, quanto na discografia começou a ser
uma corrida pelo reconhecimento dos públicos. Na década de 70, radiolas com duas
caixas de som, com capacidade equivalente a 50 watts, eram suficientes para
proporcionar um som de qualidade e uma boa festa. Atualmente, uma boa radiola é
composta por 40 a 50 caixas e nunca é o bastante. Entre as radiolas mais antigas,
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destacam-se “Águia do Som”, “Trovão Azul”, “Diamante Negro”, “Amarelona”, “Voz
de Ouro Canarinho”.
As radiolas continuam sendo as grandes difusoras do reggae e o seu grande
sustentáculo. Esses sistemas de som contam, em média, com 24 a 36 caixas por
conjunto, que é chamado de paredão ou coluna. Cada radiola possui, aproximadamente,
quatro paredões que podem se subdividir conforme a necessidade. A Itamaraty, uma das
mais populares do Maranhão, subdivide-se em Itamaraty 1, 2 e 3, ou seja, doze paredões
de som cada. A subdivisão de uma radiola possibilita a participação em vários eventos
em um só dia, e, principalmente, a obtenção de maior lucro.80
Tendo consciência da possibilidade de conquistar o poder através de um trabalho
de projeção e de visibilidade entre os regueiros, muitos proprietários de radiolas e
mesmo líderes de movimentos da causa reggae passaram a lutar para serem os
representantes políticos desse público, apresentando como projeto social ofertas de
entretenimento e lazer gratuitos ou baratos. A partir de então, a mística histórica de
rupturas do reggae transformou-se em objeto de perpetuação político-partidária,
difundida pela mídia de massa e pela máquina pública legal, salvo algumas exceções.
Trata-se do uso político do apreço pelo reggae, ou seja, do uso político da emoção, que
comporta os aspectos da agitação e da propaganda. É a famosa distinção trabalhada
pelos bolcheviques e assim resumida por Plékhanov (1987, p.76): “O propagandista
inculca muitas idéias em uma só pessoa ou em um pequeno número de pessoas; o
agitador só inculca uma idéia ou um pequeno número de idéia; por outro lado, ele as
inculca a toda uma massa de pessoas”.
4 – A AUTORIDADE CARISMÁTICA DO REGGAE
80
Somente na capital, há mais de 80 delas, enquanto no estado podem chegar a mais de 400
radiolas.
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O movimento reggae passa a ser controlado por esses representantes que
dividem entre si o território de difusão dos seus projetos políticos, normalmente em
bairros periféricos ou guetos políticos de onde saem para se tornarem candidatos, em
uma movimentação endógena, isto é, de dentro para fora do espaço reggae. Esse fluxo
possibilitou da parte dos públicos uma aceitação quase natural, já que estes vêem nos
candidatos, representantes muito próximos dos seus universos cotidianos. Este é o caso
do atual deputado federal Pinto Itamaraty, proprietário da empresa Itamaraty
Sonorizações e Diversões Públicas, surgida a partir da consolidação da radiola
Itamaraty. Eleito em 2006 para a Câmara Federal com 90.637 votos em todo o
Maranhão, ele abdicou de seu cargo no Consórcio de Alumínio do Maranhão, a Alumar,
para se dedicar à radiola herdada do pai, nos anos 80, quando investiu toda a
indenização recebida da Alumar no equipamento de som.
Com a disponibilidade de entretenimento para as classes C, D e E, Pinto
Itamaraty adquiriu verdadeira relação de idolatria com os regueiros, conforme afirmou o
funcionário responsável pelo Marketing da radiola, Marcos Vinícius da Silva, também
DJ de reggae, locutor da rádio Universidade FM e engajado politicamente. “Existem
facções dentro do reggae, mas a richa é entre os próprios apreciadores do ritmo,
geralmente por preferência de radiola. Eles têm verdadeiro fanatismo pela Itamaraty e,
claro, o deputado federal Pinto Itamaraty usa isso como ferramenta para a obtenção de
votos, uma vez que leva entretenimento para esse público. Trata-se de um problema
social, que favorece a situação” 81 (SILVA 2008, s/p).
De acordo com Marcos Vinícius, o primeiro a se projetar politicamente a partir
do reggae foi o atual candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores, Ademar
Danilo que, nos anos 80, conseguiu mobilizar a “massa regueira” em torno de suas
propostas, algumas direcionadas especificamente para tal público. Segundo Francisco
Weffort (2002), “a cultura tem que ser encarada como prática de Estado se nós
quisermos projetar para o futuro uma imagem do lugar de nosso país em um mundo
globalizado”.
81
Informação fornecida por Marcos Vinícius, que é radialista e servidor da Fundação
Sousândrade, em 2008.
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“As relações entre grupos dominantes e dominados que, ao menos no mundo
ocidental já não se estabelecem prioritariamente a partir da etnia, se
configuram principalmente a partir das posições econômicas e sociais,
visíveis nos rituais de produção de objetos artísticos e na maneira como se
efetivam sua circulação e consumo” (WEFFORT, 2002, p.57).
Outro exemplo de resultados concretos que a mobilização do público regueiro
pode resultar em representação política é o vereador do PSL, Ferreirinha da Estrela do
Som, que, como o nome sugere, é proprietário de uma radiola de reggae no Maranhão,
uma das mais populares. Luís Fernando Santos Costa Ferreira, o Ferreirinha da Estrela
do Som, é vereador de primeiro mandato, pelo PSL, e em 2008 tentou a reeleição,
também com propostas direcionadas aos apreciadores. Seus jingles são releituras de
sucessos do ritmo jamaicano.
Filho de lavrador, Ferreirinha chegou a estudar até o segundo grau. Em São
Luís, foi açougueiro, frentista, gerente de posto de gasolina e, hoje, é empresário, um
dos pioneiros na realização de festas de reggae no Estado. Por conta desta atividade, fez
inúmeras viagens a países da Europa e à Jamaica para pesquisar e comprar os melhores
lançamentos em disco vinil e CD de reggae para enriquecer sua vasta coleção
discográfica do gênero, antes de assumir um cargo no parlamento municipal. Apesar de
ser representante dos simpatizantes desse gênero musical na Câmara, voltou seu
mandato também para atender demandas do esporte amador, de segurança pública, de
policiais militares e bombeiros, e de ocupantes do solo urbano.
Já o jornalista e candidato à Câmara de Vereadores em 2008, Ademar Danilo,
tem em seu currículo um mandato de vereador de São Luís, assumido aos 19 anos, em
1992. Desde os 13 anos era apreciador do reggae, quando passou a ir para as festas em
clubes próximos à sua casa, na Vila Ivar Saldanha, a exemplo do Rock Clube (Alto de
São Benedito) e no Pop Som (Jordoa). Conhecido na época como “discoteca lenta”, o
ritmo despertou maior curiosidade em Ademar quando começou a estudar inglês, onde
teve acesso a revistas inglesas que traziam matérias sobre os cantores que estavam
explodindo na Inglaterra, como Bob Marley e Peter Tosh.
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“Passei da preferência lúdica para o fascínio intelectual, uma vez que comecei a
conhecer as mensagens de resistência, luta e valorização do povo negro, contra a
dominação política, em favor da paz” (DANILO 2008, s/p))82. Com o ingresso na
universidade, logo se envolve com o movimento literário e estudantil. Em 1984, recebe
o convite do então diretor da Mirante FM (à época a mais elitizada das rádios), Celso
Borges, para apresentar o primeiro programa especializado em reggae do pais, o Reggae
Night, o que acabou suscitando assombro, uma vez que o veículo de comunicação não
visava as categorias mais baixas. O programa ia ao ar aos sábados, às 23h, e tinha ainda
como apresentador o agora líder da banda Tribo de Jah, Fauzi Beydoun. A partir disso,
Ademar Danilo se manteve no rádio com programas de reggae até 2002 e, em seguida,
foi para a televisão, a princípio com a apresentação do programa África Brasil Caribe,
na TV Tropical, em 1998.
O envolvimento de Ademar Danilo com mobilizações acontece desde sua
infância, ao participar da luta contra a poluição gerada pela empresa Merc no bairro
onde morava, quando a comunidade conseguiu a instalação de filtros nas chaminés da
empresa. Na escola e na universidade participou do movimento estudantil, da
reconstrução da União Nacional dos Estudantes - Une, da greve da meia-passagem, em
1979, e da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), no mesmo ano. Em 1992, foi
eleito com aproximadamente 1.500 votos. À época, usou como slogan de campanha
“Ecologia, saúde e alegria” e, como sub-slogan, “É uma pedrada”, fazendo clara alusão
ao reggae, adotando a expressão por ele próprio criada, que se refere a pedra preciosa,
preciosidade.
“Tive uma atuação forte no movimento moradia, onde fiz parte da fundação
da Vila Cascavel, Residencial Primavera e Brisa do Mar. Também fui criador
do Conselho Municipal de Turismo, quando já propunha o reggae como
produto turístico, pois ele não é política pública, é elemento de aglutinação”
(DANILO 2008, s/p)83.
82
83
Informação fornecida por Ademar Danilo, em 2008, por meio de entrevista.
Informação fornecida por Ademar Danilo, em 2008, por meio de entrevista.
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Proprietário do clube Chama Maré, que também já recebeu a denominação de
Espaço Cultural África, Ademar Danilo integra ainda a equipe África Brasil Caribe, em
parceria com os DJs Neto Miller e Jose de Jah. Ele classifica o rádio como mola
propulsora para sua candidatura e conseqüente eleição, uma vez que o veículo o
projetou no meio regueiro. Tanto Pinto Itamaraty como Ferrerinha e Ademar Danilo se
projetaram como políticos com o que Max Weber (1994) classificou de poder
carismático, ou autoridade carismática, quando a aceitação advém da lealdade e
confiança nas qualidades normais de quem governa. Isto é, um líder ou chefe que
personifique um carisma invulgar ou excepcional, levando subordinados a aceitar a
legitimidade da sua autoridade.
A dominação carismática é um tipo de apelo que se opõe às bases de
legitimidade da ordem estabelecida e institucionalizada. O líder carismático, em certo
sentido, é sempre revolucionário, na medida em que se coloca em oposição consciente a
algum aspecto estabelecido da sociedade em que atua. Para que se estabeleça uma
autoridade desse tipo, é necessário que o apelo do líder seja considerado como legítimo
por seus seguidores, os quais estabelecem com ele uma lealdade de tipo pessoal. Uma
prova de que, mesmo sendo claro o poder de mobilização que a categoria pode alcançar,
a eleição de candidatos a partir da massa regueira não significa que esta camada popular
tenha consciência da sua organização, ou que veja nesse poder uma ferramenta para
cobrança de políticas públicas direcionadas, uma vez que muitos ainda trocam o voto
apenas pela possível garantia de entretenimento. A identificação com o perfil do
candidato é outro fator preponderante, ligado pelo apreço ao reggae. É o voto da massa,
atraída pela política do pão e circo 84.
84
Política do pão e circo; (Trata-se de metodologia política adotada na Roma Antiga, surgida a
partir do crescimento urbano, quando vieram também os problemas sociais. A escravidão
gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos.
Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e
melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de
desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos
romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos
estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta
forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances
de revolta).
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Na verdade, trata-se do enfraquecimento do poder popular, provocado pela
desorganização da coletividade e pela conseqüente falta de cidadania, tornando o povo
massa de manobra de um pequeno grupo que gera uma política apenas assistencialista,
mantendo a população na condição de mera beneficiaria e não de cidadã. Desta forma, a
sociologia marxista caracteriza massa de manobra uma camada social carente de
consciência política, constituída por operários que vivem na miséria extrema e por
indivíduos direta ou indiretamente desvinculados da produção social.
5 – O PERFIL DO ELEITOR REGUEIRO
“Regueiro tem que votar em regueiro”. Com essa prerrogativa, muitos eleitores
destinam seu voto, direito como cidadão da escolha de seu representante no poder
público, a candidatos que têm trajetória no reggae ou desenvolveram suas campanhas
eleitorais a partir do movimento direcionado pelo ritmo. Dados dos últimos processos
eleitorais apontam para uma clara utilização do movimento regueiro como curral
eleitoral. Prova disso pode ser constatada no Processo nº. 3299 movido pelo Ministério
Público Eleitoral contra os candidatos a deputado federal e estadual José Eleonildo
Soares (“Pinto Itamaraty”) e Carlos Alberto Franco de Almeida, respectivamente, em
2006. A ação de investigação judicial alega abuso de poder econômico, quando:
“os investigados divulgaram suas propagandas eleitorais em “dobradinha”,
tendo se utilizado da realização de festas, na capital e em diversos municípios
do interior do Estado, com a utilização da denominada “Radiola de Reggae
Itamaraty”, de propriedade do candidato Pinto da Itamaraty, para promover
suas candidaturas. Nos referidos eventos, eram afixados cartazes com a
propaganda eleitoral dos investigados, bem como divulgado pela radiola,
durante a festa, o jingle de campanha, consistente em um reggae, em que
eram mencionadas suas candidaturas, seus números e feito pedido expresso
de votos, através do disc-jóquei” (BRASIL. Ministério Público Eleitoral.
Processo nº. 3299/2007).
Ainda segundo o texto do processo contra os candidatos Pinto Itamaraty e
Alberto Franco constam dos autos que na cidade de Axixá, em 12/08/2006, à noite,
houve uma festa em que o próprio candidato Pinto da Itamaraty esteve presente. É o que
se colhe dos depoimentos tomados na Promotoria Eleitoral da 31ª Zona:
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“que no dia doze de agosto estava presente em uma festa que ocorria no
Povoado Ruy Vaz, município de Axixá, tendo chegado por volta das 22h;
Que era uma festa de reggae promovida pela “Radiola Itamaraty”; Que não
tinha cobrança de taxa de entrada, tendo sido realizada na Praça do Povoado;
(...) Que tem conhecimento que a “Radiola Itamaraty” é de propriedade do
Vereador de São Luís “Pinto da Itamaraty”; Que durante a festa foi tocado
um reggae com propaganda dos candidatos a Deputado Estadual e Federal,
respectivamente, Alberto Franco e “Pinto da Itamaraty”; Que o DJ da Festa
entre as músicas falava que esta era uma promoção do Vereador “Pinto da
Itamaraty”, além de que dizia que “regueiro tem que votar em regueiro”, no
caso “Pinto da Itamaraty”; Que o candidato “Pinto da Itamaraty estava no
local, tendo-o visto chegar (...)” [BRASIL. Ministério Público Eleitoral.
Processo nº. 3299/2007. SANTOS, fl. 20].
A partir de pesquisa de campo aplicada nos bairros periféricos da cidade, a
exemplo do Sá Viana e Bairro de Fátima, nos dias 15, 16 e 17 de maio de 2008, na qual
foi levantada a questão “Você já votou em algum candidato que defende a causa
reggae?” foi possível constatar que um número significativo de freqüentadores de festas
do ritmo votou em candidatos que se sustentam no apoio à causa para angariar votos.
Todos os regueiros optam a partir da mesma linha de raciocínio: querem um
representante deles no poder.
“Sei que assim pelo menos terei a garantia de que tem um regueiro
representando a gente. Logo, por gostar do ritmo, buscará mais incentivo às
festas de reggae e à população que gosta, assim como melhorias para os
bairros onde obteve maior votação” 85, (Araújo 2008, s/p).
Estatísticas levantadas em pesquisa realizada no período de 8 a 25 de agosto de
2008 apontam que, pelo menos, 31% dos freqüentadores de festas de reggae votam ou já
votaram em candidatos como Pinto Itamaraty, Ferreirinha ou Ademar Danilo. Para
tanto, foram ouvidas 118 pessoas, das quais 35 votaram em um dos candidatos acima
citados, sendo 21 mulheres. Os jovens são os principais eleitores dos candidatos que
apóiam a causa reggae, já que 25 pessoas com idade entre 18 e 30 anos afirmaram em
pesquisa que escolhem como seus representantes candidatos como Pinto Itamaraty,
Ferreirinha e Ademar Danilo. Eleitores na faixa etária de 31 a 60 anos apresentaram
significativa rejeição a tais candidatos: apenas 8,4% votam em favor, ou seja, 10 das
118 pessoas ouvidas.
85
Informação fornecida por meio de entrevista, em 2008, pela moradora do Bairro de Fátima, assídua
eleitora dos “candidatos regueiros”, Maria do Carmo Lemos.
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Contudo, a proximidade do pleito de 2008 e a intensificação da campanha
eleitoral de demais candidatos, dentro dos bairros, fora das festas de reggae semanais, a
comunidade passou a diversificar a escolha. Alguns preferiram apostar em um
representante que fosse do próprio bairro. No Sá Viana, dos 58 entrevistados, 13
afirmaram votar em Zé Carlos, um candidato à Câmara de Vereadores de São Luís que
já realizou várias ações no bairro. Ele foi universitário da Universidade Federal do
Maranhão e, desde então, destina projetos de lazer e cidadania para o bairro.
“Nem eu nem ninguém da minha família votou nesse pessoal do reggae,
porque sei que só querem se eleger às nossas custas e depois nem lembram de
nosso bairro. Alguém já fala ‘lá vai, doido’ ou ‘lá vai outra pedra’, já
estimulando a violência, não merece me representar politicamente”
(informação verbal)86.
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitos tentam mobilizar o público regueiro e poucas ações concretas podem ser
registradas pelos representantes políticos por eles eleitos. No poder legislativo
municipal, a regulamentação do ônibus corujão, em 1992, solicitada pelo então vereador
Ademar Danilo, pode ser citada como única medida direcionada aos apreciadores do
ritmo, uma vez que são em grande maioria membros da classe baixa, ou seja, não tem
veículo próprio. Para um próximo mandato, Ademar Danilo estipulou como meta atuar
de maneira expressiva em políticas direcionadas à proteção de crianças, adolescentes e
jovens. Prometeu buscar também a criação do Conselho Municipal de Comunicação e
de concurso público na área.
Apesar da atuação parlamentar ainda estar aquém da estruturação necessária às
políticas públicas direcionadas ao reggae, um trabalho já começa a sinalizar mobilização
pela causa. Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Turismo, o Projeto São Luís,
Ilha do Reggae visa à consolidação do reggae de São Luís como produto turístico de
qualidade, potencializando assim, sua capacidade de gerar trabalho e renda para as
pessoas que formam a cadeia produtiva do reggae, ou seja, quem tem no reggae, uma
86
Informação fornecida por Raimundo Nonato, 44 anos, morador do Sá Viana,
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forma de trabalho. O projeto realiza a discussão e estudo do reggae para além da
sonoridade, com seminários intitulados “Reggae em Debate”, que têm caráter itinerante
e são desenvolvidos em escolas, universidades, união de moradores, entre outros
espaços de uso comum da comunidade.
O tema “A Influência de Bob Marley no Reggae do Maranhão” serviu de base
para as discussões que aconteceram no seminário promovido pelo GDAM e a
AGRUCOREM, no dia 8 de maio, o qual reuniu pessoas ligadas ao reggae. O objetivo
do evento, realizado na semana em que é comemorada mais um ano da morte de Robert
Nesta Marley, ou simplesmente Bob Marley, foi suscitar discussões no sentido de
refletir-se sobre o reggae no Maranhão, verificando de que modo os poderes públicos
vêm investindo no movimento enquanto cultura. Estiveram envolvidos representantes
da Comissão Integrada de Reggae, Centro de Cultura Negra, do GDAM.
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