Lição 10 02 de Março a 08 de Março
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Lição 10 02 de Março a 08 de Março
Lição 10 02 de Março a 08 de Março A Mordomia e o Ambiente Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Salmo 8; Génesis 2:15; Apocalipse 4:11; Êxodo 20:8-11; I Coríntios 3:16. VERSO ÁUREO: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Génesis 1:28. O MUNDO EM QUE VIVEMOS É UMA DÁDIVA DE AMOR do Deus Criador, d’Aquele “que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apoc. 14:7). No meio desta obra criada, Ele colocou os seres humanos, postos intencionalmente num relacionamento com o Criador, com outras pessoas e com o mundo envolvente. Por conseguinte, sendo Adventistas do Sétimo Dia, defendemos que a preservação e o cuidado com o mundo criado estão intimamente relacionados com o serviço que Lhe prestamos. “Uma vez que a pobreza humana e a degradação ambiental estão interligadas, comprometemo-nos a melhorar a qualidade de vida de todos os povos. O nosso objetivo é um desenvolvimento sustentável de recursos ao mesmo tempo que se dá resposta às necessidades humanas… “Neste compromisso, confirmamos a nossa mordomia na criação realizada por Deus e acreditamos que a restauração completa se realizará unicamente quando Deus fizer novas todas as coisas.” – Extraído de “Cuidar da Criação – Uma Declaração sobre o Ambiente”, da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Leitura Bíblica: Deuteronómio 17-19 SOP: Educação, A Ciência do Bem e do Mal (23) Comentário Aquilo que está na base da integridade comercial e do verdadeiro êxito é o reconhecimento da propriedade de Deus. O Criador de todas as coisas é o seu proprietário original. Somos Seus mordomos. Tudo o que temos foi confiado por Ele, para ser usado de acordo com a Sua direção. Esta é uma obrigação que repousa sobre todo o ser humano. Afeta toda a esfera da atividade humana. Quer o reconheçamos ou não, somos mordomos, supridos por Deus com talentos e recursos e colocados no mundo para realizar uma obra indicada por Ele. O dinheiro não nos pertence; não nos pertencem casas e terras, quadros e mobiliário, vestidos e luxos. Somos peregrinos, somos forasteiros, e temos apenas asseguradas as coisas necessárias à saúde e à vida. ... As nossas bênçãos temporais são-nos dadas em confiança, para provar se as riquezas eternas nos podem ser confiadas. Se suportamos as provas de Deus, então receberemos aquela adquirida possessão que deve ser a nossa própria: glória, honra e imortalidade. – O Lar Adventista, p. 367. O DOMÍNIO ATRIBUÍDO NA CRIAÇÃO Domingo, 03 de Março. De acordo com Génesis 1:26, o domínio de Adão estendia-se a todas as outras entidades criadas – no mar, na terra e no ar. Domínio inclui a ideia de controlar ou de ter o poder sobre essas criaturas. Nada é dito acerca do domínio sobre as forças da Natureza em si, mas unicamente sobre os seres criados. E, de acordo com o texto, este domínio era universal: Adão devia ser, essencialmente, o governador da Terra. Leia mais uma vez o Salmo 8. Qual é a reação de David à honra que Deus atribuiu aos seres humanos? O que é que significa ter-nos sido concedida “glória e honra”, sobretudo no contexto de os seres humanos terem recebido o domínio sobre a Terra? De acordo com Génesis 2:19, uma das primeiras tarefas de Adão foi a de dar nomes aos animais. Nos tempos bíblicos, os nomes tinham grande significado. O nome de qualquer pessoa representava essa pessoa e, muitas vezes, o seu próprio estatuto. A autoridade de atribuir nomes às aves e às outras criaturas foi uma confirmação do estatuto de Adão como dominador sobre os animais. Leia Génesis 2:15. Em que aspetos vê aí revelado o princípio da mordomia? A Adão foi confiada a tarefa de cuidar do Jardim, de o gerir e de atender às suas necessidades. A raiz hebraica, smr, traduzida por “guardar”, significa frequentemente “vigiar” ou “proteger”. O Jardim era uma dádiva concedida a Adão, uma expressão do amor de Deus, e a Adão foi dada a responsabilidade sobre ele, mais um exemplo do domínio que Adão recebeu aquando da Criação. De que modo deve a nossa compreensão de Deus como o Criador, ou mesmo até a nossa compreensão especificamente da história da Criação, influenciar as maneiras como tratamos o ambiente? Por que razão deve a nossa compreensão destas coisas proteger-nos tanto da indiferença grosseira para com o ambiente como, em contraste, duma devoção fanática para com ele? Leitura Bíblica: Deuteronómio 20-22. Comentário O santo par era muito feliz no Éden. Tinha-lhes sido dado um controlo sobre cada criatura viva. O leão e o cordeiro divertiam-se pacífica e inofensivamente ao seu redor, ou dormitavam aos seus pés. Pássaros de toda a variedade de cores e plumagens esvoaçavam entre as árvores e flores e em volta de Adão e Eva, enquanto o seu melodioso canto ecoava entre as árvores em doces acordes de louvor ao seu Criador. Adão e Eva estavam encantados com as belezas do seu lar edénico. Eram deleitados com os pequenos cantores em torno deles, que usavam a sua brilhante e graciosa plumagem, e gorjeavam o seu feliz, jubiloso canto. O santo par unia-se a eles e elevava a sua voz num harmonioso cântico de amor, louvor e adoração ao Pai e ao Seu amado Filho pelos sinais de amor ao seu redor. Reconheciam a ordem e a harmonia da Criação, que falavam de sabedoria e conhecimento infinitos. Estavam sempre a descobrir algumas novas belezas e excelências do seu lar edénico, as quais enchiam o seu coração de profundo amor e os seus lábios proferiam expressões de gratidão e reverência ao seu Criador. – História da Redenção, pp. 22 e 23. Depois da Terra, com a sua abundante vida animal e vegetal ter vindo à existência, o homem, o clímax da obra do Criador, e aquele para quem a bela Terra tinha sido preparada, foi trazido à cena. Foi-lhe dado domínio sobre tudo o que os seus olhos podiam contemplar, pois, “disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme à Nossa semelhança; e domine… sobre toda a Terra”. “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem;… homem e mulher os criou.” Aqui está claramente estabelecida a origem da raça humana; e o relato divino é tão claro que não há lugar para conclusões erradas. Deus criou o homem à Sua própria imagem. Não há aqui mistério. Não há lugar para a hipótese de que o homem evoluiu, através de longos períodos de desenvolvimento, das formas inferiores da vida animal ou vegetal. Tal ensino rebaixa a grande obra do Criador, colocando-a ao nível das limitadas e terrenas conceções do homem. Os homens desejam tanto excluir Deus da soberania do Universo, que se degradam e privam da dignidade da sua origem. Aquele que colocou os astros nos altos céus, e com delicada perícia coloriu as flores do campo; Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas do Seu poder, vindo a coroar a Sua obra gloriosa, para aí colocar alguém para ser o administrador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida. A genealogia da nossa raça, conforme é dada pela Inspiração, reporta a sua origem não a uma linhagem de germes, moluscos e quadrúpedes que se desenvolveram, mas ao grande Criador. Apesar de formado do pó, Adão era filho “de Deus”. Luc. 3:38. Ele foi posto, como representante de Deus, sobre os seres inferiores. Estes não podem compreender ou reconhecer a soberania de Deus; todavia, foram feitos com capacidade de amar e servir o homem. Diz o salmista: “Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo dos seus pés:… os animais do campo, as aves dos céus,… e tudo o que passa pelas veredas dos mares.” Sal. 8:6-8. – Patriarcas e Profetas, pp. 21 e 22 (Ed. P. SerVir). O CUIDADO PELAS OUTRAS CRIATURAS Segunda, 04 de Março. “Pois todos os animais dos bosques me pertencem, bem como os que se encontram nos altos montes.” Salmo 50:10, TIC. O que é que neste texto aborda o tópico da nossa mordomia da Terra? Leia Apocalipse 4:11. De que modo este texto está radicalmente em contraste com as noções ateístas vulgares sobre a criação sem um criador, uma criação que vem à existência unicamente por mero acaso? A criação dos animais não foi um acidente ou aditamento. Deus criou-os intencionalmente. Foi Sua vontade que eles existissem, e este princípio deve orientar a maneira como os tratamos (veja também Êxo. 23:5 e 12; Prov. 12:10; Lucas 14:5). De facto, a crueldade para com os animais e a indiferença para com o seu sofrimento são amplamente reconhecidas como sintomáticas de desordens de personalidade. Estabeleceram-se muitas organizações para a promoção de um bom tratamento dispensado aos animais, e muito a propósito. Contudo, ao mesmo tempo, algumas pessoas foram tão longe que afirmam que os seres humanos não são intrinsecamente mais importantes do que os animais, pelo que os seres humanos não devem ter um tratamento preferencial. Isto é, em muitos aspetos, uma linha de pensamento que deriva logicamente do modelo evolucionista das origens humanas. Afinal de contas, se nós e os animais estamos separados só pelo tempo e pelo acaso, por que razão devíamos nós ser mais especiais do que eles? Houve até um filósofo que defendeu que uma galinha, ou mesmo um peixe, tem mais “pessoalidade” do que um feto no ventre materno ou do que um recém-nascido. Por muito ridículas que estas ideias possam soar, elas podem ser deduzidas, com uma boa dose de lógica, do modelo ateísta evolucionista das origens humanas. É óbvio que tais ideias não têm qualquer suporte nas Escrituras. Os seres humanos têm, em contraste com os animais, um estatuto especial no plano de Deus. (Veja Gén 3:21; Êxo. 29:38; Lev. 11:3.) Tente pensar como um ateu evolucionista e raciocine sobre as razões por que acha que os animais não devem ser tratados de modo diferente dos seres humanos. O que é que isto nos deve ensinar sobre a importância dos nossos pressupostos na determinação das conclusões a que chega o nosso pensamento? Leitura Bíblica: Deuteronómio 23-25. Comentário Eis uma lição para todos os que têm capacidade de raciocínio, que o tratamento rude, mesmo para com os brutos, é ofensivo a Deus. Aqueles que dizem amar Deus nem sempre têm em conta que o abuso dos animais, ou o sofrimento que lhes é causado por negligência, é pecado. Os frutos da graça divina serão tão verdadeiramente revelados nos homens pela forma como tratam os seus animais, assim como pelo serviço que prestam na casa de Deus. Aqueles que se deixam impacientar ou enfurecer com os seus animais não são cristãos. O homem que é duro, severo e dominador em relação aos animais inferiores, porque os tem sob seu poder, é um cobarde e um tirano. E, se tiver oportunidade, manifestará o mesmo espírito cruel e opressor para com a esposa e os filhos. Deus, que criou o homem, também fez os animais. Estes deviam contribuir para o conforto e felicidade do homem, servi-lo e serem controlados por ele. Mas este poder não era para ser usado para causar dor através de castigos duros ou exigências cruéis. No entanto, alguns são tão negligentes e insensíveis para com os seus fiéis animais como se as pobres criaturas não tivessem carne e nervos que tremem de dor. Muitos não acham que a sua crueldade nunca será conhecida, porque os pobres animais mudos não a podem revelar. Porém, se os olhos destes homens pudessem ser abertos, como aconteceu com os olhos de Balaão, veriam um anjo de Deus presente como testemunha para testemunhar contra eles nas cortes celestiais. Para o Céu vai um registo e virá o dia em que será pronunciada a sentença contra os homens que se comportaram como demónios na forma como lidaram com as criaturas de Deus. – Signs of the Times, 25 de novembro de 1880. O homem que tem Cristo no seu coração nem o seu gado desrespeitará, porque são criaturas de Deus. Aquele que tem a influência suavizante e subjugadora da graça de Deus no seu coração não baterá, magoará nem dará pontapés aos seus animais de forma impiedosa. Recordará que os anjos de Deus estão a tomar conhecimento das suas palavras duras e desagradáveis e das suas ações mal-humoradas. O Céu nunca terá pessoas com tais carateres. – Manuscript Releases, vol. 21, p. 331. Envolto no pilar de nuvem, o Senhor Jesus tinha dado instruções especiais em relação à realização de atos de misericórdia para com homens e animais. Embora a lei de Deus exija amor supremo a Deus e amor imparcial ao nosso próximo, os seus vastos requisitos também incluem as criaturas mudas que não podem expressar por palavras os seus desejos ou sofrimentos. “O jumento do teu irmão, ou o seu boi, não verás caídos no caminho, e deles te esconderás: com ele os levantarás, sem falta” (Deut. 22:4). Aquele que ama Deus, amará o seu próximo assim como também respeitará com terna compaixão as criaturas que Deus fez. Quando o Espírito de Deus está no homem, leva-o a aliviar o sofrimento em vez de o provocar. – Review and Herald, 1 de janeiro de 1895. O SÁBADO E O AMBIENTE Terça, 05 de Março. Como vimos, o conceito de mordomia, no contexto da maneira como cuidamos do Planeta, está diretamente ligado ao da Criação. A noção que temos da Criação influencia a noção que temos da forma como devemos relacionar-nos com essa mesma Criação. Para alguns indivíduos, a Criação é para ser explorada, usada e até pilhada no grau necessário para satisfazer os nossos próprios desejos e necessidades. Outros, em contrapartida, praticamente adoram a própria Criação (veja Rom. 1:25). Depois, há o ponto de vista bíblico, que nos deve dar uma perspetiva equilibrada sobre a maneira de nos relacionarmos com o mundo que o Senhor criou para nós. Leia Êxodo 20:8-11. O que é que se encontra neste mandamento, que tem a ver com mordomia? “Deus pôs de parte o Sábado do sétimo dia como memorial e lembrança perpétua do Seu ato criativo e da formação do mundo. Ao descansar nesse dia, os Adventistas do Sétimo Dia reforçam o sentido especial de relação com o Criador e com a Sua criação. A observância do Sábado sublinha a importância na nossa integração com todo o ambiente.” – Extraído de “Cuidar da Criação – Uma Declaração sobre o Ambiente”. Ao apontar para o facto de que Deus nos criou, bem como o mundo em que habitamos, o Sábado é uma lembrança constante de que nós não somos criaturas totalmente autónomas, com a possibilidade de fazer aos outros e ao próprio mundo o que quer que nos apeteça. O Sábado deve ensinar-nos que somos, na verdade, mordomos, e que mordomia envolve responsabilidades. E, tal como podemos perceber no próprio mandamento, a responsabilidade estende-se à forma como tratamos os que estão “abaixo” de nós. Pense na forma como pessoalmente trata as outras pessoas, particularmente aquelas que estão sob o seu domínio. Trata-as com respeito, equidade e graça? Ou tira proveito do poder que tem sobre elas? Se for este o caso, lembre-se de que um dia vai ter de responder pelos seus atos. Leitura Bíblica: Deuteronómio 26-28. Comentário Deus viu que o Sábado era essencial para o homem, mesmo no Paraíso. Ele necessitava de pôr de lado os seus próprios interesses e ocupações durante um dos sete dias, para poder, de maneira mais ampla, contemplar as obras de Deus, e meditar no Seu poder e bondade. Necessitava de um Sábado para, de maneira mais viva, o fazer lembrar de Deus, e para despertar a sua gratidão, visto que tudo quanto desfrutava e possuía tinha vindo das bondosas mãos do Criador. Deus designou o Sábado para levar a mente dos homens à contemplação das obras por Ele criadas. A Natureza fala aos sentidos, declarando que há um Deus vivo, Criador e supremo Governador de tudo. “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite.” Sal. 19:1 e 2. A beleza que reveste a Terra é um sinal do amor de Deus. Podemos vê-l’O nas colinas eternas, nas imponentes árvores, no botão que se entreabre, e nas delicadas flores. Tudo nos fala de Deus. O Sábado, apontando sempre para Aquele que tudo fez, convida os homens a abrirem o grande livro da Natureza, e a verem nele a sabedoria, o poder e o amor do Criador. – Patriarcas e Profetas, pp. 24 e 25 (Ed. P. SerVir). O Sábado devia ser um sinal entre Deus e o Seu povo, para sempre. Dessa maneira devia ser um sinal – todos os que observassem o sábado, mostrariam por tal observância que eram adoradores do Deus vivo, Criador dos céus e da Terra. O sábado devia ser um sinal entre Deus e o Seu povo, enquanto Ele tivesse um povo sobre a Terra para servi-l’O. – História da Redenção, pp. 141 e 142. O Senhor aproxima-Se muito do Seu povo no dia que Ele abençoou e santificou. “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite” (Sal. 19:1 e 2). O Sábado é o memorial de Deus, indicando ao homem o Criador, que fez o mundo e todas as coisas que nele há. Nas eternas montanhas, nas árvores majestosas, em cada botão que, desabrochando, floresce, podemos observar a obra do grande ArtistaMestre. Tudo nos fala de Deus e da Sua glória. – Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 137. MORDOMOS DA NOSSA SAÚDE Quarta, 06 de Março. Como temos visto ao longo deste trimestre, o que Deus realizou na Criação original era “bom”, até mesmo “muito bom”. Tudo e todos saíram das mãos do Criador num estado de perfeição. Não havia nenhuma doença, nenhuma enfermidade, nenhuma morte. Ao contrário do modelo evolucionista – em que a doença, as moléstias e a morte são parte do próprio meio de criação – essas coisas só surgiram depois da Queda, depois da entrada do pecado. Assim sendo, é unicamente contra o pano de fundo da história da Criação que nós conseguimos compreender melhor o ensino bíblico a respeito de saúde e restabelecimento. Leia I Coríntios 6:19 e 20. Que responsabilidade temos nós perante Deus a propósito dos cuidados a ter com o nosso corpo? O nosso corpo é o veículo do cérebro, e é através do nosso cérebro que o Espírito Santo comunica connosco. Se quisermos ter comunhão com Deus, temos de cuidar do nosso corpo e do nosso cérebro. Se maltratarmos o nosso corpo, destruímo-nos a nós mesmos, tanto física como espiritualmente. De acordo com estes textos, toda a questão da saúde em si, bem como a forma como temos cuidado do nosso corpo, que é o “templo de Deus”, é uma questão moral, uma questão repleta de consequências eternas. O cuidado com a nossa saúde é uma parte vital do nosso relacionamento com Deus. Obviamente que alguns aspetos da nossa saúde ultrapassam o nosso poder pessoal. Todos nós temos genes defeituosos, todos estamos expostos a químicos desconhecidos ou a agentes perniciosos, e todos estamos em risco de acidentes físicos que podem prejudicar a nossa saúde. Deus sabe tudo isto. Mas, na medida do que está ao nosso alcance, cabe-nos a nós fazer o nosso melhor para preservarmos o nosso corpo, feito à imagem de Deus. “Que ninguém que professa religiosidade considere com indiferença a saúde do corpo e se persuada de que a intemperança não é pecado e que não afetará a sua espiritualidade. Existe uma confluência próxima entre a natureza física e a natureza moral. O padrão de virtude é elevado ou degradado pelos hábitos físicos… Qualquer hábito que não promova ação saudável no sistema humano degrada as faculdades mais elevadas e mais nobres.” – Ellen G. White, The Review and Herald, 15 de janeiro de 1881. Leitura Bíblica: Deuteronómio 29-31. Comentário A importância de cuidar da saúde deve ser ensinada como um mandamento bíblico. A obediência perfeita aos preceitos de Deus reclama a conformidade com as leis do ser. A ciência da educação inclui um conhecimento de fisiologia o mais completo que se puder obter. Ninguém pode devidamente compreender as suas obrigações para com Deus a menos que entenda claramente as suas obrigações para consigo mesmo como propriedade de Deus. Aquele que permanece em pecaminosa ignorância das leis da vida e da saúde, ou que voluntariamente viola essas leis, peca contra Deus. – Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 295. A vida é um dom de Deus. O nosso corpo foi-nos dado para uso no serviço de Deus, e é Seu desejo que dele cuidemos e o prezemos. Estamos dotados de faculdades físicas e mentais. Os nossos impulsos e paixões têm a sua base no corpo e, por conseguinte, não devem fazer nada que manche essa posse que nos foi confiada. O nosso corpo deve ser conservado nas melhores condições físicas possíveis, e sob as maiores influências espirituais, para que possamos fazer o melhor uso dos nossos talentos. (Ler I Cor. 6:13.) O mau uso do corpo encurta o período de tempo que Deus designa para uso ao Seu serviço. Ao permitirmos que nós mesmos formemos maus hábitos, deitando-nos tarde, satisfazendo o apetite prejudicando a saúde, lançamos o fundamento da debilidade. Ao negligenciarmos fazer exercício físico, ao sobrecarregarmos a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso. Aqueles que assim encurtam a existência, desrespeitando as leis da Natureza, são culpados de roubo perante Deus. Não temos nenhum direito de negligenciar ou fazer mau uso do corpo, da mente ou das energias, que devem ser utilizados para oferecer a Deus um serviço consagrado. Todos devem possuir um conhecimento inteligente da estrutura humana, para que possam conservar o seu corpo nas condições necessárias para fazer a obra do Senhor. Aqueles que formam hábitos que enfraquecem o poder dos nervos e diminuem o vigor da mente ou do corpo, tornam-se incapacitados para a obra que Deus lhes deu para fazer. Por outro lado, uma vida pura e sadia é mais propícia à perfeição do caráter cristão e ao desenvolvimento das faculdades da mente e do corpo. – Conselhos Sobre Saúde, p. 41. Deus exige que o corpo Lhe seja oferecido como um sacrifício vivo, não morto ou agonizante. As ofertas dos antigos hebreus deviam ser sem mancha; seria aceitável a Deus um sacrifício humano cheio de doenças e corrupção? Ele diz-nos que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo; e requer que cuidemos deste templo, para que seja habitação apropriada para o Seu Espírito. O apóstolo Paulo faz-nos esta admoestação: “Fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Cor. 6:20). Todos devem ter muito cuidado para manter o corpo nas melhores condições de saúde, a fim de poderem prestar a Deus o melhor serviço, cumprindo o seu dever na família e na sociedade. – Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 21. Somos propriedade do Senhor pela Criação e pela redenção, e Ele requer que aprendamos a cuidar do nosso corpo, observando cuidadosamente as leis da vida, saúde e pureza. É nosso dever preservar e honrar o nosso corpo, para que, por negligência, por condescendência egoísta, por apetite pervertido e paixões, não nos tornemos corpos de corrupção e impureza, repulsivos à vista de Deus, morrendo enquanto a vida continua. – Este Dia com Deus (Meditações Matinais, 1980), p. 121. PRINCÍPIOS DE MORDOMIA Quinta, 07 de Março. “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tiago 1:17. Até que ponto este texto ajuda a estabelecer o fundamento de um conceito de mordomia biblicamente fundamentado? Tendemos frequentemente a pensar em mordomia em termos de dinheiro. Mas, como vimos esta semana, a mordomia envolve muito mais do simplesmente isso. Contudo, quer lidando com dinheiro quer com preocupações ambientais ou com a nossa própria saúde, há certos princípios envolvidos numa boa mordomia, princípios esses que têm o seu fundamento supremo na Criação, tal como relatada em Génesis. No fim, porque Deus é o nosso Criador, e porque tudo o que temos é uma dádiva vinda da Sua parte, somos obrigados perante Ele a ser bons mordomos do que quer que nos seja confiado. Leia Mateus 25:14-30 para ver como esta parábola ilustra as recompensas da boa mordomia. Qual é a mensagem desta parábola a respeito dos princípios de mordomia em geral? “Cristo confia aos Seus servos os ‘Seus bens’ – alguma coisa que deve ser usada para Ele. Dá ‘a cada um a sua obra’. Todos têm o seu lugar no plano eterno do Céu. Todos devem colaborar com Cristo para a salvação de almas. Tão certo como nos está preparado um lugar nas mansões celestes, há também um lugar designado aqui na Terra, onde devemos trabalhar para Deus.” – Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pp. 326 e 327. O que está pessoalmente a fazer com os talentos que lhe foram confiados (lembre-se que todas as coisas boas vêm do “Pai das luzes”)? Que decisões pode tomar que o/a capacitem a usar esses dons num melhor serviço para a obra do Senhor? Leitura Bíblica: Deuteronómio 32-34. Comentário O Senhor confiou talentos aos homens, para que estejam melhor preparados para O honrar e glorificar. A alguns confiou meios; a outros, qualificações especiais para o serviço; a outros, tato e influência. Alguns têm cinco talentos, outros dois, e outros um. Do mais superior ao mais humilde, a cada um foi confiado algum dom. Estes talentos não são nossos. Eles pertencem a Deus. Ele deu-os a nós para nosso uso consciente, e um dia irá pedir contas deles. A grande lição que devemos aprender diariamente é que somos mordomos dos dons de Deus – mordomos do dinheiro, da razão, do intelecto, da influência. Como mordomos dos dons do Senhor, devemos tirar proveito destes talentos, por mais pequenos que possam ser. Muitos negligenciam este trabalho porque acham que o seu talento é demasiado pequeno para honrar Deus. Mas não deve considerar assim os talentos que Deus lhe deu. Porque não parece ser tão favorecido como os outros, não deve subestimar os dons que lhe foram confiados, escondendo-os na terra. Não podemos fazer um cálculo preciso das nossas faculdades. Por muito pequeno que o seu talento possa parecer, use-o para o serviço de Deus, pois Ele tem necessidade dele. Se for sabiamente usado, pode levar a Deus uma pessoa que também dedicará as suas faculdades ao serviço do Mestre. Essa pessoa pode conquistar outra alma e, assim, outro talento, que, sendo fielmente usado, pode conquistar muitos talentos. … Deus quer que compreendamos que Ele tem direito sobre a mente, a alma, o corpo e o espírito – a tudo o que possuímos. Somos Seus pela Criação e pela redenção. Como nosso Criador, Ele reclama o nosso serviço total. Como nosso Redentor, Ele tem uma reivindicação tanto de amor como de direito – uma reivindicação de amor sem paralelo. Deveríamos compreender esta reivindicação em cada momento da nossa existência. Perante crentes e descrentes temos de reconhecer constantemente a nossa dependência de Deus. O nosso corpo, a nossa alma e a nossa vida são d’Ele, não só porque são dons que nos dá, mas também porque nos concede constantemente os Seus benefícios e dá-nos força para usar as nossas capacidades. Ao Lhe retribuirmos o que é d’Ele, trabalhando voluntariamente para Ele, mostramos que reconhecemos a nossa dependência d’Ele. – Review and Herald, 24 de novembro de 1896. Tão seguro como a Palavra de Deus nos é dada, temos também a garantia de que Ele exigirá o que é Seu com juros por parte de cada ser humano. Se os homens forem infiéis ao devolver a Deus o que é d’Ele, se desrespeitarem a responsabilidade que Deus lhes dá de serem Seus mordomos, deixarão de ter a bênção daquilo que Deus lhes confiou. … O Senhor deu a cada homem o seu trabalho. Os Seus servos devem agir em parceria com Ele. Se escolherem, os homens podem recusar estar ligados ao seu Criador; podem recusar entregarem-se ao Seu serviço, e tirar proveito dos bens que lhes foram confiados; podem não conseguir praticar a moderação e a abnegação, e podem esquecer-se de que o Senhor exige a devolução daquilo que lhes deu. Estes são todos mordomos infiéis. Um mordomo fiel fará tudo o que puder para o serviço de Deus; o seu objetivo será a grande necessidade do mundo. Ele compreenderá que a mensagem da verdade deve ser dada, não só na sua vizinhança, como nas regiões mais afastadas. Quando os homens acalentam este espírito, o amor à verdade e à santificação, que receberão através da verdade, banirão a avareza, indo mais longe, e toda a espécie de desonestidade. – Review and Herald, 1 de dezembro de 1896. Assim desculpam os homens o menosprezo que dão às dádivas de Deus. Veem Deus como severo e tirano, que está vigilante e pronto a denunciar os seus erros, e a puni-los com os Seus juízos. Culpam-n’O de exigir o que nunca deu, e ceifar o que não semeou. Há muitos que no seu coração acusam Deus de ser um Senhor severo, porque pede-lhes as suas posses e serviço. Mas, não podemos entregar nada a Deus, que já não Lhe pertença. “Porque tudo vem de Ti!, disse o rei David, "e da Tua mão To damos". I Crón. 29:14. Todas as coisas são de Deus não só pela Criação como pela redenção. Todas as bênçãos desta vida e da futura são-nos concedidas assinaladas com a cruz do Calvário. Portanto, falsa é a acusação de que Deus é um Senhor duro e que ceifa onde não semeou. – Parábolas de Jesus, p. 362. Sexta, 08 de Março. ESTUDO ADICIONAL: “Os seguidores de Cristo foram redimidos para servir. Nosso Senhor ensina que o verdadeiro objetivo da vida é servir. Cristo mesmo foi obreiro, e dá a todos os Seus seguidores a lei do serviço – o serviço a Deus e ao próximo. Aqui Cristo apresentou ao mundo uma conceção mais elevada da vida, a qual jamais conheceram. Vivendo para servir aos outros, o homem é levado à comunhão com Cristo. A lei de servir torna-se o vínculo que nos liga a Deus e ao nosso semelhante.” – Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 326. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: Alguns secularistas têm defendido a ideia de que o valor da vida não deve ser calculado por ser ou não humana, mas pelo seu potencial de viver uma vida aprazível. Esses indivíduos são pessoas que poderão dar mais valor a um jovem e saudável chimpanzé do que a um ser humano idoso e doente. Leia, por exemplo, a seguinte citação do autor australiano Peter Singer, que defende que, em certos casos, os seres humanos não devem ter mais direitos do que alguns animais: “Longe de ter preocupação por todo o tipo de vida, ou uma escala de preocupação imparcialmente baseada na natureza da vida em questão, aqueles que protestam contra o aborto, mas jantam regularmente os corpos de frangos, porcos e vitelas demonstram apenas uma preocupação tendenciosa pela vida de membros da nossa espécie. Porque, numa qualquer comparação justa de caraterísticas moralmente relevantes, como racionalidade, autoconsciência, perceção, autonomia, prazer, dor e assim por diante, a vitela, o porco e o muito escarnecido frango ficam bem acima do feto em qualquer fase da gravidez – e se fizermos a comparação com um feto de menos de três meses, até um peixe revela mais sinais de consciência.” – Peter Singer, Writings on an Ethical Life. Nova York, N. Y.: The Ecco Press, 2000, p. 156. Singer é, naturalmente, um evolucionista; por conseguinte, acredita que não há realmente nenhuma diferença qualitativa explícita entre nós e os animais. Nós simplesmente evoluímos para uma coisa diferente da deles, mais nada. O que é que está radicalmente errado neste quadro? Como devemos nós como cristãos reagir a este tipo de pensamento? Se tiver acesso, leve para a classe da Escola Sabatina o texto completo de “Cuidar da Criação – Uma Declaração sobre o Ambiente”. (Esta declaração encontra-se em adventist.org/beliefs/statements/main-stat.5.html.) Se não o conseguir obter, use as secções citadas no estudo desta semana. Realce a forma como ela associa a Criação relatada em Génesis com o ambiente. Medite na forma como uma perspetiva apropriada da Criação nos pode proteger contra assumir posições extremistas. Leitura Bíblica: Josué 1-4. Moderador Texto-Chave: Génesis 1:27; 2:15 Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai: Aprender: A descobrir até que ponto a mordomia do mundo confiada à humanidade foi projetada para ser posta em prática no Éden. Sentir: A importância de cuidar da obra criada por Deus, no contexto da sua crença na volta de Cristo em breve. Fazer: Aceitar a responsabilidade de ser um bom mordomo da Natureza e do ambiente. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: Guardiães da Terra 1. O Cristianismo contribui para uma fraca mordomia do ambiente? Porquê? 2. De que modo o domínio da humanidade foi limitado na Criação? II. Sentir: Cuidar do Ambiente A. Por que razão é importante a defesa do ambiente, embora consideremos que Cristo vai voltar em breve? B. De que modo o relato da Criação o/a inspira pessoalmente a servir e a proteger melhor o ambiente? III. Fazer: Ser Melhores Mordomos A. Em que aspetos pode usar o seu poder pessoal para ser um melhor mordomo deste mundo? B. Que outras áreas da mordomia, além da proteção da Terra, pede Deus que os cristãos pratiquem, e de que modo podemos implementar a prática de uma fiel mordomia nessas áreas? Sumário: O domínio dado a Adão e Eva na Criação não foi um domínio irrestrito para fazerem tudo o que quisessem. O domínio humano era limitado, por exemplo, pelo fruto proibido. Além disso, a humanidade foi colocada no Éden para servir e proteger o Jardim, não para o explorar e destruir. Alguns indivíduos, no entanto, têm tentado deitar as culpas dos nossos problemas ecológicos para cima do Cristianismo, afirmando que este, com base em Génesis 1, tem uma teologia inerentemente exploradora. Os limites impostos à autoridade humana concedida em Génesis 1 e outros dados refutam essa posição. Por fim, devemos analisar a questão: Porquê cuidar do ambiente se acreditamos que Jesus vai voltar em breve? CICLO DA APRENDIZAGEM 1.º PASSO – MOTIVAR! Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: A Criação revela que Deus criou a humanidade para proteger e cuidar do Seu mundo, não para o explorar e pilhar. Isto deve influenciar as maneiras como no nosso viver tratamos os seres indefesos. Só para o Moderador: Reforce junto da classe a ideia de que Génesis 1 e 2 não apoiam qualquer tipo de liderança opressiva sobre outros seres humanos nem sobre a Natureza. Na Bíblia, a retidão é um conceito relacional e de concerto. Tem a ver com quem somos e não apenas com aquilo que fazemos. Em resumo, justiça é estar na orientação relacional adequada para com os membros da comunidade do concerto, a qual, na lição desta semana, é a comunidade da Criação. Balaão demonstrou a sua falta de retidão maltratando o jumento. Em contrapartida, Provérbios 12:10 declara que o homem justo respeita a vida dos seus animais. A Lei no Velho Testamento protegia mesmo os animais de trabalho do inimigo. Se o boi ou o jumento de um inimigo estivesse com dificuldades para se levantar devido ao peso da sua carga, era dever aliviar esse sofrimento, ainda que fosse um animal do inimigo (Êxo. 23:5). Que relevância têm esses princípios para nós nos dias de hoje? Para se compreender melhor o ponto central nesta questão, vale a pena olhar o dilema ético de José durante o seu noivado com Maria, no qual ele descobriu que ela estava grávida e ele não era o pai. Mateus informa-nos que “José, (…) como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (1:19). José, acreditando que tinha sido terrivelmente maltratado pela sua noiva, procurou evitar envergonhar Maria precisamente, porque essa é a maneira como um homem justo atua. Sim, José ia considerá-la totalmente responsável, mas procurou fazê-lo da maneira menos vergonhosa possível para ela, a fim de proteger a sua dignidade. José foi reto no relacionamento, apesar de se tratar de alguém aparentemente seu contrário. Um verdadeiro exemplo de ética da Criação! 2.º PASSO – ANALISAR! Só para o Moderador: Deus não concedeu a Adão e Eva um domínio incontrolado sobre a Terra. O domínio que lhes foi atribuído devia ser exercido dentro das condições e limites divinamente prescritos. Explorar a criação realizada por Deus não faz parte do pacote do domínio fixado na Criação. COMENTÁRIO BÍBLICO I. Servir e Proteger: Um Mandato Divino (Leia com a classe Génesis 1:27 e 2:35.) Em 1973, Lynn White Jr. publicou um artigo mordaz, “The Historical Roots of our Ecological Crisis” (As Raízes Históricas da nossa Crise Ecológica), no livro Western Man and Environmental Ethics: Attitudes Toward Nature and Technology (O Homem Ocidental e a Ética do Ambiente: Atitudes para com a Natureza e a Tecnologia). Reading, Mass.: Addison-Wesley Publishing Co., 1973, pp. 18-30. White argumentava que a teologia cristã, baseada fortemente no conceito do domínio da criação, fornecia a base teológica para a promoção de um ponto de vista exploracionista no relacionamento do homem com a Natureza e, consequentemente, que essa exploração era a causa da nossa atual crise ecológica. O artigo de White conseguiu alguns bons resultados ao despoletar uma cadeia de reações no seio do Cristianismo, incluindo no meio dos Evangélicos, que procuraram refutar White e os proponentes de uma posição exploracionista, ao mesmo tempo que defendiam um modelo de mordomia de cuidado ambiental com base na Criação. É verdade que alguma teologia exploracionista surge na história cristã, sobretudo no período da Revolução Industrial. Contudo, a maior parte dos defensores pró-exploração pouco uso fizeram dos dados bíblicos ao formularem os respetivos argumentos. É provável, porém, que a maioria dos Judeus e dos Cristão não tenha aderido a essas opiniões. A lição desta semana realça evidências do Génesis que revelam porque é que Lynn White – e os teólogos exploracionistas – estava totalmente errado. Além do problema de se encontrarem crises ecológicas em áreas totalmente não cristãs, Génesis 1 e 2 não contém nenhuma mensagem defensora da exploração. Primeiro, depois de ter sido atribuído a Adão e Eva o domínio conjunto – o texto no original está no plural, “dominem” – esse domínio foi de imediato limitado. Uma árvore ficava fora do seu domínio, e o seu fruto não tinha cabimento nos seus limites. A acrescentar a isto, em Génesis 2, a humanidade foi posta no jardim para “o lavrar e o guardar”. (Esta é uma tradução literal das raízes vocabulares abad – trabalhar ou servir, de que deriva o termo para servo – e shamar – “guardar, vigiar”; ou, relativamente ao Sábado, guardar e observar. À humanidade não foi dada nenhuma autoridade para fazer como lhe apetecesse, nem para explorar ou pilhar a criação feita por Deus. A humanidade era um dominador vassalo, sujeito às regras do governador soberano, Deus. Embora fosse atribuído à humanidade um nível mais elevado de proteção moral do que aos animais ou à Natureza (veja Génesis 9:5 e 6, por exemplo), este privilégio não implica logicamente que a Natureza e os animais sejam isentos de proteção divina. O mandamento do Sábado tipifica este ponto. Aqueles a quem se dirige o mandamento são agentes da autoridade. Estes têm a capacidade de negar o descanso do Sábado aos filhos, aos servos, ao boi, ao jumento e ao estrangeiro que estão dentro das suas portas. O denominador comum deste grupo potencialmente oprimido é precisamente a sua incapacidade de resistir, sendo injustamente forçados a abdicar do descanso do Sábado. Com o Sábado, Deus mostra que Ele concedeu aos fracos e impotentes direitos básicos de não serem explorados. Faz sentido que o memorial da Criação tenha em comum o mesmo espírito de cuidado protetor de Génesis 1 e 2. Percebese isto no poema sobre o Sábado em Isaías 58, no qual parte da observância do Sábado era o cessar a opressão do pobre e do fraco, e não apenas o guardar um dia para cerimonial religioso. Isaías não pede ativismo político contra outros opressores. Em vez disso, ele apela aos próprios opressores que guardem o Sábado pondo fim às suas práticas exploracionistas sobre os fracos e impotentes. Pense Nisto: Por que razão havemos de cuidar da Terra e do ambiente se Jesus está para vir em breve? Que princípios bíblicos nos incitam a evitar fugir da nossa mordomia da Terra em nome da Segunda Vinda? 3.º PASSO – PRATICAR! Só para o Moderador: A Criação ordena-nos viver uma vida de não exploração daqueles que temos o poder de explorar. Perguntas: 1. Sobre quem tem pessoalmente autoridade para explorar? Em que aspetos tanto os princípios da Criação como o Sábado dão informação sobre como exercer essa autoridade? 2. Até que ponto se pode recorrer à tecnologia para obter um maior controlo da Natureza? Que princípios devem controlar as nossas conclusões? 4.º PASSO – APLICAR! Só para o Moderador: A mordomia é uma ordenança oriunda da Criação, o que quer dizer que Deus é nosso proprietário. Perguntas: A. Uma vez que eu não sou dono de mim mesmo, quais são as minhas obrigações e deveres para com quem é o meu dono? B. De que modo a mordomia oriunda da Criação define e clarifica o tipo de pretensões que Deus tem sobre nós? Que diferença faria acreditar que eu sou dono de mim mesmo, no que respeita à minha atitude para com outros e para com as pretensões que Deus tem sobre mim?