Neuropatia diabética

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Neuropatia diabética
Diretrizes SBD 2014-2015
Neuropatia diabética
Neuropatia diabética é o distúrbio neurológico demonstrável clinicamente ou
por métodos laboratoriais em pacientes
diabéticos, excluindo-se outras causas
de neuropatia (A).1-5 Em geral, o acometimento patológico do sistema ner­voso
é muito amplo e, muitas vezes, bastante
grave no diabetes mellitus (DM). A prevalência da neuropatia diabética atinge
níveis elevados com a evolução temporal da doença, chegando geralmente a
frequências de 50% de lesão neuropática
em diferentes grupos de pacientes analisados nos âmbitos nacional e internacional. Entretanto, essa prevalência pode
aumentar significativamente, chegando
a valores próximos a 100% de acometimento, quando se utilizam métodos
diagnósticos de maior sensibilidade,
como os eletrofisiológicos (A).6-10 Podese detectar distúrbio neurológico precocemente na evolução de DM do tipo 2
(DM2), muitas vezes desde o momento
do diagnóstico, enquanto nos pacientes
diabéticos do tipo 1 geralmente surge
cinco ou mais anos após o diagnóstico. É
notório, então, que o acometimento neuropático dos pacientes seja geralmente
precoce e de alta prevalência, a maioria
constituindo-se em triopatia diabética
– oftalmo, nefro e neuropatia – e sendo
um importante problema de saúde, que
ocasiona morbidade e mortalidade e
piora significativamente a qualidade de
vida por incapacitação e diminuição de
sobrevida. Atualmente, não há dúvida
de que o bom controle metabólico do
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diabetes reduz a frequência e a intensidade da lesão neurológica, conforme se
demonstrou em importantes estudos
prospectivos recentemente di­vulgados,
os quais envolveram indivíduos diabéticos dos tipos 1 (Diabetes Control and
Complications Trial [DCCT]) e 2 (UK Prospective Diabetes Study [UKPDS]) (A).11-14
Nessa situação patológica, a lesão
neurológica é extensa no organismo
humano diabético, envolvendo amplamente todo o sistema nervoso periférico
em seus componentes sensorimotor e
autônomo, com clínica característica e
concordante com as hipóteses patogênicas de natureza metabólica e/ou microvascular. Nos estudos que se têm realizado com grupos de pacientes diabéticos
usando-se metodologia clínica rotineira,
verifica-se predominância nítida da neuropatia sensorimotora. Entretanto, essa
situação pode ocorrer em razão da me­­
todologia empregada, já que os testes de
função autonômica são de uso rotineiro
mais difícil, envolvendo métodos e equipamentos mais sofisticados. Desse modo,
o quadro clínico da neuropatia pode
variar amplamente, desde formas assintomáticas até a presença de muitas manifestações pouco específicas, somáticas
e/ou autonômicas. Como se mencionou
anteriormente, o acometimento patológico na neuropatia diabética geralmente
é amplo no organismo, apresentando-se
de duas formas principais (A):15-25
• Polineuropatia sensorimotora simétrica.
• Neuropatia autonômica (cardiovascular, respiratória, digestiva e
geniturinária).
Menos frequentemente, a lesão neuropática é mais localizada, apresentando-se nas formas de:
• Mononeuropatia focal (tibiais,
medianos e pares cranianos III, IV,
VI e VII).
• Neuropatia multifocal radicular
(geralmente intercostal, toracoabdominal e lombar).
• Neuropatia multifocal multiplexos
(localização variada).
• Plexopatia ou amiotrofia.
O diagnóstico das formas mais frequentes de neuropatia diabética baseiase na caracterização do quadro clínico
com os sintomas e sinais clínicos mais
típicos e na realização de testes neurológicos. As principais manifestações clínicas de comprometimento somático são
de dormência ou queimação em membros inferiores, formigamento, pontadas,
choques, agulhadas em pernas e pés,
desconforto ou dor ao toque de lençóis
e cobertores e queixas de diminuição
ou perda de sensibilidade tátil, térmica
ou dolorosa. Ainda que a predominância de sintomas e sinais se localize nos
membros inferiores, os membros superiores (mãos e braços) podem também
ser afetados. É importante destacar que
a ausência de sintomas e sinais de parestesia anteriormente mencionada não
exclui a neuropatia, pois alguns pacientes evoluem direto para a perda total
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de sensibilidade. Os testes neurológicos
básicos envolvem a avaliação de sensibilidade, pesquisa de reflexos tendinosos
e medidas de pressão arterial (deitado e
em pé) e de frequência cardíaca (A):26-46
• Avaliação de sensibilidades dolorosa (palito ou agulha), tátil (algodão ou monofilamento de Semmes-Weinstein 5.07 – 10 g), térmica
(quente/ frio) e vibratória (diapasão
de 128 Hz ou bioestesiômetro).
• Pesquisa de reflexos tendinosos
(aquileu, patelar e tricipital).
• Medida de pressão arterial sistêmica em posições deitada e
ortostá­
tica (hipotensão postural:
queda da pressão arterial sistólica
> 20 mmHg 1 minuto após assumir
posição ortostática).
• Frequência cardíaca de repouso:
sugestiva de disautonomia cardiovascular quando o valor estiver
acima de 100 bpm. Outros testes
neurológicos mais complexos e de
difícil realização rotineira confirmam lesão neurológica, como:
• Avaliação de neurocondução, especialmente em membros inferiores,
ou testes sensoriais quantitativos.
• Testes da regulação autonômica
cardiovascular: medidas do inter-
valo entre duas ondas R, manobra
de Valsalva, teste postural passivo, arritmia sinusal respiratória e
esforço isométrico.
• Cintigrafia com metaiodobenzilguanidina e tomografia por emissão de pósitrons (PET) com 11-c-hidroxiefedrina: medidas diretas da
integridade simpática cardíaca.
TRATAMENTO DA NEUROPATIA
DIABÉTICA
Controle metabólico (A)12,14,47
Sem dúvida, o bom controle metabólico do
diabetes é o principal fator preventivo da
neuropatia, tanto inibindo o aparecimento
de lesões, como sua intensidade e extensão. Alguns estudos (p. ex., DCCT) também
sugerem que o bom controle metabólico
pode melhorar a neuropatia já estabelecida. Além disso, têm sido indicadas outras
medidas terapêuticas, como o uso de
inibidores da aldose redutase, inibidores
da enzima conversora da angiotensina
(IECAs) ou agentes antioxidantes, como
ácido lipoico, ácido tióctico ou benfotiamina, mas ainda não há completa confir-
Diretrizes SBD
mação de efeitos benéficos na lesão neurológica diabética.
Tratamento dos sintomas
e sinais da neuropatia
sensorimotora(D)48,49
Especialmente em relação à dor neuropática, as principais opções terapêuticas para as parestesias e dores da neuropatia diabética são:
• Acupuntura.
• Medicamentos antidepressivos tri­cí­
clicos: amitriptilina (25 a 150 mg), imipramina (25 a 150 mg) e nortriptilina
(10 a 150 mg) por via oral/dia.
• Medicamentos anticonvulsivantes:
carbamazepina (200 a 800 mg) e
gabapentina (900 a 1.800 mg) por
via oral/dia.
• Neuroléptico: flufenazina (1 a 6
mg, por via oral/dia).
• Capsaicina (0,075%) em creme: uso
tópico.
• Mexiletina (300 a 400 mg, por via
oral/dia).
• Clonidina (0,1 a 0,3 mg/dia).
• Duloxetina (60 a 120 mg/dia).
Os medicamentos utilizados no
tra­tamento da neuropatia sensorimotora encontram-se no Quadro 1.
Quadro 1 Drogas para tratamento da neuropatia sensorimotora
Drogas antidepressivas
Dose/dia
Amitriptilina
25 a 150 mg
Imipramina
25 a 150 mg
Nortriptilina
10 a 150 mg
Drogas anticonvulsivantes
Nome comercial
Imipra
®
Toframil®
Imipra®
Pamelor®
Dose/dia
nome comercial
Carbamazepina®
Carbamazepina
200 a 800 mg
Tegretol®
Tegretol CR®
Neurontin®
Gabapentina
900 a 1.800 mg
Gabapentina®
Progresse®
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Tratamento dos sintomas
– Gastresofágica:
metoclopramida, cisaprida e domperidona.
– Intestinal (diarreia/constipação intestinal): antibiótico de amplo
espectro e loperamida e difenoxilato;
aumento da ingestão de fibra alimentar.
Os medicamentos para o tratamento da disautonomia encontram-se
no Quadro 2.
• Disautonomia geniturinária:
– Bexiga neurogênica: treinamen­to para esvaziamento vesical programado (completo com manobras
e sinais de neuropatia
autonômica (D)48,50–54
• Disautonomia cardiovascular:
– Hipotensão postural: devem-se
evitar mudanças posturais bruscas, uso de
meias ou calças compressivas, elevação
da cabeceira do leito (30 cm) e, quando
necessário, uso de fludrocortisona (Florinefe®) 0,1 a 0,4 mg/dia por via oral.
• Disautonomia gastrintestinal:
de compressão abdominal e autossondagem); antibioticoterapia nas
infecções urinárias e na sua prevenção, cloridrato de betanecol em caso
de volume residual pós-miccional significativo (mais de 100 ml).
– Disfunção erétil: atualmente,
a primeira escolha inclui os medicamentos do grupo dos inibidores da
fosfodiesterase (sildenafila, vardenafila e tadalafila). Utilizam-se também drogas de uso intracavernoso ou
intrauretral (papaverina, fentolamina
Quadro 2 Drogas para tratamento da disautonomia gastrintestinal
Dose
Metoclopramida
5 a 20 mg
Cisaprida
10 a 20 mg
Nome comercial
Plasil®
Modo de utilização
Digeplus®
Trinta minutos antes das refeições
e à noite, ao deitar
Prepulsid®
Trinta minutos antes das refeições
Motilium
®
Domperidona
10 a 20 mg
Peridona®
Domperol®
Trinta minutos antes das refeições
e à noite, ao deitar
Drasec®
Loperamida
Enterosec®
2 mg
Duas vezes ao dia
Imosec®
Difenoxilato
2,5 mg
Lomotil®
Duas vezes ao dia
Quadro 3 Recomendações e conclusões finais
Recomendação ou conclusão
Grau de
recomendação
Neuropatia diabética é o distúrbio neurológico demonstrável clinicamente ou por métodos laboratoriais
em pacientes diabéticos, excluindo-se outras causas de neuropatia
A
O bom controle metabólico do diabetes reduz a frequência e a intensidade da lesão neurológica
A
O acometimento patológico na neuropatia diabética geralmente é amplo no organismo, apresentando-se de duas
formas principais: polineuropatia sensorimotora simétrica e neuropatia autonômica (cardiovascular, respiratória,
digestiva e geniturinária)
A
Os testes neurológicos básicos envolvem a avaliação de sensibilidade, pesquisa de reflexos tendinosos e medidas
de pressão arterial (deitado e em pé) e frequência cardíaca
A
O tratamento da neuropatia sensorimotora e autonômica é geralmente medicamentosa e dirigida aos sintomas
e sinais da doença
D
A presença de neuropatia autonômica está associada a aumento significativo de mortalidade na população
diabética acometida
B
(A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; (B) Estudos experimentais e observacionais de menor consistência; (C) Relatos de casos –
estudos não controlados; (D) Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consenso, estudos fisiológicos ou modelos animais.
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e prostaglandinas), prótese peniana e
dispositivos a vácuo.
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