mercoledì 7 marzo 2012 - ONT Osservatorio nazionale del Turismo

Transcrição

mercoledì 7 marzo 2012 - ONT Osservatorio nazionale del Turismo
mercoledì 7 marzo 2012
Rassegna del 07/03/2012
ENIT - AGENZIA
Per la BTSA un successo oltre la crisi
Castello Ulda
Italia Sera
Giornale Piemonte Le eccellenze del nostro territorio si mettono in vetrina all'ITB ...
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di Berlino
Dopo Monaco e Stoccarda l'Isola alla Bit di Berlino
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Sardegna/Turismo: Regione, l'Isola alla fiera Itb di Berlino
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Il Piemonte in vetrina sul mercato tedesco
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Italia: 9 Regioni con l'Enit
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IMPRESE ITALIANE NEL MONDO- TURISMO - A BERLINO
ALL'INTERNATIONALE TOURISMUS BORSE NOVITA'
TURISTICHE DEL PIEMONTE
Promozione in Germania per imprenditori turistici emilianoromagnoli
TURISMO CULTURALE: PRESENTAZIONE 16° BORSA
DELLE 100 CITTA’ D’ARTE
Convention Bureau Italia: primo seminario di formazione sul
mercato degli eventi per lo staff Enit all'estero
I seminari della convention Federcongressi&eventi
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qualitytravel.it
Turismo e natura al centro di un dibattito al Parco del Pollino ...
basilicatanet.it
Tribuna Economica TeeTime-Borsa internazionale del Turismo del Golf chiude ...
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Ganz Barbara
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Zuccon Morgani Cinzia
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Unione Sarda
asca.it
TTG
Agenzia di viaggi
italianetwork.it
news rimini.it
turismo e finanza.it
Event Report
tusciaweb.it
con 25.000 presenze
Btsa, un successo oltre la crisi
ENTI LOCALI
Intervista a Luca Zaia - Tra voglia di autonomia e difficoltà
finanziarie - «Federalismo: avanti tutta»
Sole 24 Ore
Rapporti24 Territori
Giornale di Vicenza Intervista a Franco Masello - "Turismo: siamo seduti su un
potenziale enorme E' ora di creare business"
ANDAMENTO TURISTICO
Da Venezia a Verona i sindaci ringraziano i visitatori stranieri Del Giudice Vincenzo
Sole 24 Ore
Rapporti24 Territori
Le presenze di russi, cinesi, brasiliani trascinano l'anno
Ruggi D'aragona
Sole 24 Ore
Caterina
Rapporti24 Territori record del turismo
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NUOVE TENDENZE
Giornale
Il last minute? Ormai ha i minuti contati
Uva Daniela
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CROCIERISTICA
Finanza & Mercati
Finanza & Mercati
Carnival, Costa e il bilancio italiano
...
Concordi e allegri, la crociera piace ancora
C.M.
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Viagem e Turismo
Sapore d'Italia
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art
Sapore d’Itália
De Turim a Nápoles, de Bolonha à Sicília, um país com
sabor de mar, de trufa, de Alpes, de pizza, de design,
de arquitetura barroca, de saber viver
Fonte: VIAGEM E TURISMO
http://viajeaqui.abril.com.br/materias/turim-bolonha-napoles-calabria-siciliaitalia?pw=2 - Edição 197/ Março de 2012
A Via Zamboni, na universitária e calórica Bolonha
Quantas Itálias há na Itália? Para a maior parte dos 600 mil brasileiros que visitam o
país todos os anos, há a Itália que começa em Roma ou Milão, as portas de entrada;
existe também a Itália toscana do Renascimento e dos girassóis; e, claro, a Itália do
romantismo de Veneza. Mas a Itália sono molti paesi. O Norte onde está Milão tem
também a notável Turim, a capital do Piemonte, com suas muitas e elegantes praças;
não longe de Florença estão Bolonha e sua excelência gastronômica; Nápoles, ao sul de
Roma, é apaixonante e exagerada como as óperas que têm a cidade como cenário. A VT
viaja de uma ponta a outra da Bota nesta reportagem que traz ainda como extra o
miniguia com roteiros em Milão (disponível apenas na versão impressa da revista).
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TURIM
La francese
Aquela Itália que fala alto e com as mãos e que pinga molho de tomate no guardanapo
preso ao pescoço tem mais a ver com velhos arquétipos do que com o mundo real. E, se
persiste no mundo real, persiste nas regiões mais provincianas do país, um cenário que
pouco tem a ver com Turim, a capital do Piemonte. Turim, tal qual sua população, é
discreta, reservada, elegante. Não ergue a voz para se proclamar a mais francesa das
cidades italianas – ou a mais italiana das cidades francesas. Não precisa. Abrigou a corte
ítalo-fancesa dos Savoia no século 16, gente que 300 anos depois tanto protagonismo
teve na unificação italiana. Não por acaso Turim foi a primeira capital da Itália que
surgiu daí, em 1861.
Com pouco mais de 900 mil habitantes, Turim fica à beira do Rio Pó, ao pé dos Alpes,
não longe do mar. Em seu traçado urbano, ruas de desenho reto, quadras simétricas,
praças arborizadas às dúzias fazem dessa cidade plana um local delicioso para
caminhar. Na arquitetura, palácios exibem a predileção dos Savoia pela escola fancesa,
das grandes avenidas e das praças. Os nomes são italianos, mas os arquitetos Guarino
Guarini e Filippo Juvarra, que deram a cara barroca de Turim, entenderam o recado.
Caminhar, sempre
Por isso, o melhor de Turim é caminhar, sempre. Experimente, por exemplo, sair da
Piazza Carlo Felice e seguir em linha reta pela badalada via Roma até a Piazza Castello
e a Piazzetta Reale, onde fica o opulento Palácio Real. Ao longo desse trajeto está ainda
a linda Piazza San Carlo, conhecida como “sala de estar” de Turim. De um lado ficam
as belas igrejas barrocas de San Carlo e Santa Cristina; do outro, a Accademia delle
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Scienze, desenhada por Guarini. A Accademia é notável: guarda, na Galleria Sabauda, o
maior acervo de arte dos Savoia, com pinturas de grandes como Rembrandt e Mantegna,
e ostenta um surpreendente museu egípcio – o terceiro mais importante do gênero no
planeta, atrás apenas do museu do Cairo e da coleção do British Museum, de Londres.
Guarde um tempinho para, depois de contemplar as estátuas monumentais de Ramsés 2º
e Seth 2º, ver a coleção de papiros. Se houver espaço no drive mental, a uma quadra da
Accademia está outra obra-prima de Guarini, o fascinante Palazzo Carignano, com sua
particular fachada ondulada formada por tijolos aparentes. Hoje funciona ali o Museo
del Risorgimento, dedicado à unificação italiana.
Para os que preferem acervos mais contemporâneos, Turim tem o famoso Museo
dell’Automobile, gerido pela Fiat, a grande marca local, na cidade desde 1899. O museu
reabriu ampliado em 2011 e expõe 200 automóveis de 80 marcas. Agende para visitar a
garagem onde estão os carros da “reserva técnica” e, mais interessante, a escola de
restauro de automóveis. Já os cinéfilos (e os nem tanto) têm no Museu do Cinema outro
bom programa. O acervo não é digno de uma MGM nem de uma Cinecittà, mas é ótimo
pretexto para subir a Mole Antonelliana, um edifício de 167 metros de altura que já foi
o maior do mundo no século 19, onde a instituição está instalada. No topo, veja a cidade
a seus pés. Elevação maior em Turim só é reservada para alguns cristãos quando lhes é
concedida a graça de ver o Santo Sudário, guardado no Duomo di Torino, na Piazza San
Giovanni. Mas a controvertida mortalha que teria vestido Cristo depois (ou antes) do
grande momento, objeto de máxima devoção, é exibida irregularmente ali. A última vez
foi em 2010, mas, antes disso, só em 2000.
Turim ganhou um belo “lift” na década passada, quando sediou as Olimpíadas de
Inverno de 2006. As lojas, com vitrines dignas de Milão, têm grifes como Giorgio
Armani, Dolce & Gabbana e Fendi, além de marcas estrangeiras, como a japonesa Muji
e a descolada espanhola Camper. Elas se concentram na Via Roma, a principal rua de
Turim, por onde passam bondes que costumam conferir, como se fosse preciso, um ar
ainda mais nostálgico e charmoso à cidade.
Para dar respiros nos tours-cabeça e de compras, pare para um corto com sabor art
nouveau (ou tardo-oitocentista) no Caffè Platti, fundado em 1875 no movimentado
Corso Vittorio Emanuele II. E, à noite (ou não só), dedique-se à ótima culinária do
Piemonte, marcada pelos queijos e pelo funghi, e – per che no? – também à da Ligúria,
região litorânea frequentada pelos turinenses e onde brilham as focaccias, o pesto e os
frutos do mar. O restaurante Porto Di Savona, na Piazza Vittorio Veneto, serve as duas
especialidades. Para quem quiser provar o famoso tartufo branco, uma das marcas do
Piemonte, dois avisos: primeiro, hipoteque a sua casa – em novembro de 2011, o quilo
custava € 1 800. Quer seguir adiante? Então avance 50 quilômetros até Alba, a capital
mundial do tartufo branco. É lá, em outubro, que acontece a Feira do Tartufo. Se não for
a Alba nesse mês, uma dica é o restaurante La Piola, na Piazza Risorgimento.
A colina e os jogadores
Em seus momentos de despedida de Turim, permita-se subir a alguns dos mais belos
mirantes da cidade. De início, atravesse o Pó, vá ao topo do Monte dei Cappuccini e
dispute seu lugar na mureta com um dos vários casais apaixonados que certamente
estarão por lá; ou, da estação Sassi, pegue o trem para visitar a esplêndida basílica
barroca de Superga (se você se lembrou da badalada marca de calçados, sim, a Superga
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é de lá), construída por Juvarra numa colina a leste de Turim. Foi nessa colina que
ocorreu uma das maiores tragédias da história do esporte italiano, quando, em maio de
1949, contra ela se chocou o avião que levava todo o time do Torino. A equipe é até
hoje considerada a melhor da história do futebol italiano, e os nomes das 31 vítimas são
lembrados em uma placa na basílica. Do alto dessa colina cheia de história, olhando
para Turim, chega-se a conclusão idêntica à do caminhante. Trata-se, sim, de uma linda
cidade. Ainda que seus habitantes não façam questão alguma de dizê-lo. (GIAN ODDI)
BOLONHA
Comer, comer
A primeira universidade do Ocidente, fundada em 1088. Torres, praças, catedrais,
calçadas de mosaicos cobertas por arcos e canais secretos. Tudo isso é coadjuvante na
maior contribuição de Bolonha à humanidade, a comida. A capital da região da EmíliaRomanha, a 107 quilômetros de Florença, já deu muita coisa boa ao mundo: a
mortadela, o ragu à bolonhesa, a pasta ao ovo. In loco, suas dádivas calóricas podem ser
saboreadas em restaurantes sublimes, pequenas e grandes cantinas, bares animados
pelos muitos estudantes e mercados. Não à toa, o apelido de Bolonha é “La Grassa” (A
Gorda).
O prato de iniciação à cozinha local é o ragu à bolonhesa – servido com tagliatelle ao
ovo, jamais com espaguete. O molho é um parente bem distante daquele “à bolonhesa”
brasileiro. Tem bastante carne de porco e de boi e apenas um pouco de tomate, não o
contrário. E deve permanecer ao menos duas horas em fogo baixo para ganhar sabor
(ragu vem da palavra fancesa ragoût, algo como “acrescentar gosto”). A Eataly de
Bolonha, da mesma rede de Nova York, é famosa por fazer um dos melhores ragus da
cidade, receita do chef nativo Alberto Betini. Outra massa obrigatória é o tortellini
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recheado e moldado a mão, que é servido com ragu ou in brodo, como fazem na Osteria
Bottega, o grande restaurante da cidade, delicioso e caseiro. Lá também prove a leve
mortadela do frigorífico Pasquini, feita só com partes nobres do porco. Outro hit é o
bollito misto, uma mistura de carnes cozidas no caldo. Para comer bem pagando pouco
e entrar no clima estudantil, um bom endereço é a Trattoria Fantoni, que serve tortelli
com manteiga e sálvia, entre muitas outras boas massas e carnes, e fica em uma das
mais animadas ruas da cidade, a Via del Pratello.
Com 400 mil habitantes (100 mil deles estudantes) e um centro histórico compacto,
Bolonha não é minúscula, mas ainda assim perfeita para ser explorada a pé. Se quiser
badalação no jantar, tome um aperitivo no Ex Forno, o restaurante do Museo d’Arte
Moderna. Como em Milão, basta um drinque para poder se servir à vontade no bufê de
aperitivos, que vale por um jantar. Depois, a pedida é curtir um show de jazz na Cantina
Bentivoglio, no bairro universitário.
De lá, siga na Via Mascarella, emérita rua notívaga de Bolonha, sempre cheia de gente e
com muitos bares. Uma sugestão é parar no L’Ortica, bar de vinhos bem charmoso.
Deixe para o dia seguinte a busca do melhor sorvete. Na moderninha Grom há sabores
feitos com produtos orgânicos e certificados pela organização Slow Food. A Il
Gelatauro faz um sorvete de doce de abóbora e outro de pistache de Bronte (siciliano,
que dizem ser o melhor do mundo) dos deuses. E a Castiglione aposta nos chocolates e
nas castanhas. Perto dela fica também o mais interessante café bolonhês, o Zanarini,
numa das praças da Via Farini, a rua das grandes lojas. Ótimo spot para um café da
manhã com jornais.
Quem gosta de mercados não pode deixar de visitar o Tamburini, com todos aqueles
deliciosos embutidos e queijos – o squacquerone, que mais parece um creme, é de
matar; e o Mercado della Terra, todo sábado pela manhã, que reúne produtores da
região. (NANA CAETANO)
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NÁPOLES
Così fan tutte
Nápoles pode despertar amor ou ódio à primeira vista. A cidade é mais latina,
sanguínea, mais caótica que Milão, Turim, Florença. Os napolitanos fazem do jeito
deles – ou delas: così fan tutte, como no nome da ópera de Mozart que se passa ali. Seus
motociclistas cruzam as ruas como loucos, os automobilistas não ficam atrás, e o lixo
acumulado já virou cartão-postal. Mas há atributos: excelente comida, um rico legado
histórico, lindas paisagens à beira-mar e alguns dos mais simpáticos habitantes do país.
Mas, se você parla italiano e mesmo assim não capisce niente, não se assuste: o dialeto
napolitano é ininteligível, mesmo tendo sido amplamente difundido na literatura, no
teatro e na voz de Peppino di Capri.
Terceira cidade mais populosa da Itália, Nápoles tem programa fácil para uma semana.
Vale visitar seus castelos, como o Nuovo, do século 13, com um afresco de Giotto; e o
Dell’Ovo, onde está o Museu Etnográfico. O ovo que lhe dá nome teria sido colocado
em pé, na masmorra da edificação, pelo poeta Virgílio – muito antes de Colombo.
Distribuída em vários níveis, Nápoles é costurada por escadas e funiculares. Por isso,
qualquer caminhada exige uma reposição de calorias à altura. Ou, numa palavra: pizza.
Nápoles se autoproclama a inventora da iguaria e faz, segundo 100 entre dez
napolitanos, a melhor do mundo. Os calzoni e os ripieni (algo entre um pastel grande e
uma pizza dobrada, com recheio) também são matadores. E, no tocante às belezas
naturais, a cidade exulta. Na vizinhança estão o Vulcão Vesúvio, o sítio arqueológico de
Pompeia e a Costa Amalfitana, talvez o pedaço mais bonito do extenso litoral italiano.
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Uma certa má fama de Nápoles advém dos problemas de coleta de lixo, atividade que é
controlada pela Camorra, a máfia local, e da sensação de insegurança que se tem no
chamado Quartieri Spagnoli. Hoje moradia de 14 mil pessoas, o bairro existe desde o
século 16 e serviu de refúgio aos militares espanhóis que queriam se proteger das
revoltas populares (Nápoles pertenceu ao reino da Espanha por séculos). Mas não deixe
de ir ao Quartieri: os edifícios coloridos, as mulheres e os comerciantes aos berros, as
roupas penduradas nas janelas e as motos que desafiam os degraus são uma experiência
antropológica ao vivo. O sagrado e o profano dividem espaço ali. Apesar de ser uma
conhecida zona de prostituição, há vários altares dedicados a santas e santos italianos. O
corpo de uma delas, Santa Maria Francesca delle Cinque Piaghe, está sepultado lá, em
seu próprio santuário. É um bairro de muita cor, mas difícil de captá-la com sua câmera,
que, diga-se de passagem, é bom não dar mole.
Quase tão antigo quanto o quartieri é a pizza napolitana. Ela pode até não ser a melhor
do mundo, como eles dizem, mas os napolitanos tiveram tempo para acertar a receita. A
mais velha das pizzarias, a L’Antica Pizzeria Da Michele, faz neste ano seu 142º
aniversário. É considerada a melhor da cidade mesmo muito antes de Elizabeth Gilbert
mencioná-la em Comer, Amar, Rezar. O ambiente é simples e familiar, e só há dois
sabores no cardápio: margherita (tomate fesco, mozzarela branca e manjericão) e
marinara (tomate fesco, azeite extravirgem, alho e orégano). Os herdeiros de Michele, já
na quinta geração, são puristas e não cogitam servir outro sabor além desses, originais
de Nápoles. A pizza só tem um tamanho, o enorme, e pega mal dividir.
Os anos foram deixando a pizza mais gostosa, já que, nos primórdios, o produto não
tinha cobertura e servia apenas para testar a temperatura do forno. Garfo e faca são
dispensáveis, mas estão lá para quem quiser romper o protocolo. Os copos são de
plástico. Quanto à procedência dos ingredientes, a coisa é fina. O tomate, ligeiramente
adocicado, é da variedade topo de linha San Marzano, cultivada na encosta do Vesúvio.
A mozzarela branca, ou fior di latte, vem da leiteria d’Agerola e é quase obrigatória.
Um napolitano é capaz de passar horas explicando o segredo de uma boa pizza, mesmo
que não saiba cozinhar. Talvez ele lhe indique outras casas, como a Trianon da Ciro e a
Brandi, com sua ótima margherita.
Pompeia e a Costa
Nápoles é base para dois bate e volta clássicos. Uma viagem de metrô leva a Pompeia, o
primeiro deles, a 30 quilômetros. Acredita-se que 35 mil pessoas viviam em Pompeia
em 79 d.C., ano da erupção do Vesúvio, que a devastou. A cidade possuía jardins e
casas luxuosas com afrescos. Até os bordéis abrigavam obras de arte, pinturas que
retratavam tempos de muita saliência. Daí a versão famosa de um castigo divino. Mas
Pompeia não era mais (nem menos) hedonista do que outras cidades do Império
Romano.
Hoje, quem ingressa no sítio arqueológico só ouve o canto de passarinhos e o ruído dos
próprios passos no chão de pedra. Um silêncio reverente domina a cena. Nos dias que
sucederam à fatídica erupção, Pompeia foi tomada por cinzas incandescentes, além de
rochas, gases tóxicos e outros resíduos. O suficiente para acabar com a vida e mudar a
paisagem – até o Rio Sarno teve seu curso alterado.
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Para não perder nenhum detalhe, convém fazer a visita guiada, usar o audioguia ou
marcar os lugares de interesse no pequeno livro informativo entregue na bilheteria. Não
deixe de passar pelo Fórum, pelo Teatro, pelos templos e termas, pelo Anfiteatro e pela
Palestra. O resto são ruínas de residências que revelam detalhes de como se vivia na
época. A Casa dei Vettii, por exemplo, pertencia a ricos mercadores e mantém pinturas
do século 1 preservadas. Já a Casa del Poeta Tragico exibe o célebre mosaico Cave
Canem (um aviso para possíveis ladrões de que o lar estava protegido por cães), e a
Casa del Fauno, que ocupa todo um quarteirão, é conhecida por ser uma das maiores do
complexo. Há ainda os corpos preservados pelas cinzas, verdadeiras estátuas humanas.
Um pouco mais à fente, na direção de Salerno, chega-se à Costa Amalfitana, a
lindíssima e longa península cheia de penhascos. É um dos roteiros cênicos famosos do
mundo, mas que exige do motorista. Dirigir entre Sorrento e Vietri Sul Mare é para os
destemidos – e pacientes. Os enormes espelhos posicionados nas centenas de curvas não
são exagero e só mostram quão fechadas elas são. Por isso, uma opção a considerar é o
ônibus de dois andares da empresa City Sightseeing, que faz paradas em Amalfi,
Ravello, Maiori, Minori e Positano, em diferentes excursões e programas. (CLARISSA
VASCONCELOS)
CALÁBRIA E SICÍLIA
Na ponta da Bota
A viagem enogastronômica que eu tinha pela frente seguiria um roteiro bastante
inusitado: conhecer o extremo sul da Itália, mais precisamente a Calábria e a Sicília,
mas fora do circuito turístico tradicional. Durante dez dias, o receio de ter feito uma
aposta ousada demais se dissiparia à medida que eu me via diante de figuras
maravilhosas, como um confeiteiro felliniano formando torrones em forma de frutas
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perfeitas (futta martorana), ou vivenciava novos aprendizados, como aquele de
distinguir as diferenças de azeites em degustações ao pé das oliveiras. Tudo isso em
lugares pequenos, afastados e com tutta la famiglia trabalhando e se divertindo, no mais
tradicional estilo italiano dos velhos filmes. A viagem foi organizada por Antonello
Monardo, italiano radicado em Brasília que costuma levar brasileiros a esses roteiros
maravilhosos duas vezes por ano.
A ponta da bota que o mapa da Itália imita foi o berço da Magna Grécia, entre os
séculos 7 e 5 a.C., e deu nome ao país, em homenagem a seu rei Ítalo. Apesar dos mais
de 2 milhões de habitantes, a região se caracteriza ainda por intensa atividade rural e
pequenas aldeias. Reggio Calabria, à beira do Estreito de Messina, a 500 quilômetros de
Napóles, é a base para conhecer essas pequenas localidades.
E a primeira boa surpresa veio na pequena padaria Buda Giovanna, na litorânea
Pellegrina di Bagnara, onde o dono ancião ainda mantém a tradição da panhota, um pão
feito artesanalmente que dura semanas e foi criado há centenas de anos por famílias bem
pobres. Duro e feio, ele vira iguaria ao contato com um pouco de água, muito azeite e
salpicos de orégano e tomate picado. Tão tipicamente italiano também é o adorável
Lillo, dono da fábrica de torrones Fratelli Giordano, em Archi. Um confeiteiro de
bigodes que lambe os dedos ao se deliciar com suas sensacionais guloseimas e que nos
revelou gostar mesmo é de ver os pais mantendo o costume de dar os quitutes aos filhos
no feriado de Finados para que não se sintam muito tristes.
Um trajeto rápido por pontes longas à beira de precipícios, tão assustadores quanto
belos, nos leva a Bagnara Calabra, com pouco mais de 10 mil habitantes, por séculos
dedicada à pesca e à agricultura, onde a nossa farra no restaurante Principe di Scilla teve
como iguaria principal o peixe-espada. Aliás, por pouco não chegava nele, já que o
cardápio incluía outros cinco pratos, além de antepastos. Na volta para o hotel, pudemos
conversar com os pescadores especializados na captura desse pescado, que chega a
medir 1,70 metro e pesar 50 quilos.
Outra refeição épica, no vilarejo de Bova, teve como surpresa a entrada, composta de
queijo local, ricota fresca, salame feito com carne de porco-negro, omeletes, tomates
secos, legumes grelhados, azeitonas, bruschetta e lestopitta, um pão redondo e fino,
feito apenas com farinha, água e óleo, fito em vez de assado. Dos deuses... gregos, já
que a cidade está ligada a seu passado helenístico e seus habitantes ainda falam a língua.
Escudados pelo simpático prefeito, almoçamos, na Trattoria Grecanica San Leo,
tagliatelle artesanal com grão-de-bico, carne de cabra, grelhado de linguiça de porconegro e almôndegas de ricota, acompanhados de vinho local. Licores se somaram ao
doce “helenístico” servido como sobremesa. Tudo com boa música, sempre muito
alegre, cantada em legítimo grego calabrês. Antes de sair da Calábria, fomos a San
Giorgio Morgeto, onde degustamos azeite e aprendemos sobre os mais de 40 itens que
qualificam um bom olio. O melhor da viagem ainda nos esperava na ensolarada e muito
florida Ilha da Sicília. Sua cultura é variada, e o povo, receptivo e de espírito
cosmopolita. Além disso, a lava que vira e mexe escorre do vulcão Etna fertilizou o
terreno para a produção de um tipo de uva vinífera único.
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De Catânia a Taormina
Nossa porta de entrada na Sicília foi Catânia, depois de uma muito agradável travessia
de balsa a partir da Calábria. A cidade exibe prédios suntuosos e algo sombrios, devido
ao uso das pedras negras de lava nas construções. Ali eu e meu grupo pudemos
experimentar a comida de rua. Uma delícia surpreendente por sua simplicidade é o
arancino, bolinho fito de arroz. Outra, o drinque feito apenas com água gasosa, suco de
limão e sal, à venda nos quiosques das calçadas. E, o melhor de tudo, o passeio pelo
vasto e belo mercado de peixe, a Piscaria, junto à praça do Duomo, onde fica o
monumento mais famoso de Catânia: a Fonte do Elefante, “U Liotru”. Delícia comer
sushi cortado na hora ou provar minipeixes fritadinhos.
Uma subida por estradas íngremes, e chegamos a Zafferana Etnea, onde participamos de
uma aula de culinária no restaurante Parco dei Principi, seguida de degustação. Os
alunos puderam preparar, junto com o chefe Sebastiano Sorbello, o cardápio que tinha
como entrada panelle palermitane, uma caponata leve ao mel de Zagara, com berinjelas,
tomates, pimentões e batatas, seguida de um risoto com cogumelos porcini e pistache de
Bronte (espécie própria da Sicília) ou maccheroni alla norma (pasta com molho de
berinjela), mais um maravilhoso segundo prato chamado bracioline – carne de
leitãozinho da região de Nebrodi envolta em folha de limão e acompanhada de batatas
cozidas. Ufa! E ainda teve a sobremesa, cannoli siciliani con ricotta, um cone de massa
doce recheado com o queijo.
Mais subidas, e fomos visitar o famoso Vulcão Etna, um dos mais ativos na Europa.
Espetacular, com os pinheirais na base, as pedras negras formadas pela lava de séculos e
as videiras nascendo no solo supermineralizado. De suas uvas, especialmente da
variedade chamada Nero d’Ávola, os sicilianos produzem um vinho peculiar. Mais uma
vez, um lugar pequeno e gerido por uma família inteira foi escolhido para uma visita: a
Cantina Russo. Pai e filhos são os gerentes, e primos e tios também trabalham na
vinícola, onde, quando há turistas, acaba por rolar até tarantela ao vivo.
Taormina justificou o ditado de que o melhor sempre vem no final. Uma mistura de
tesouros históricos com beleza natural, composta por vistas marítimas do alto e ruelas
encantadoras e cheias de flores. A comida? Bem, é a clássica mediterrânea,
simplesmente maravilhosa. Mas o ambiente das ruas, o clima, o perfume das flores,
tudo faz com que uma simples (e boa!) pizza ou um dos sorvetes inigualáveis sirva
como uma refeição. (BELISA RIBEIRO)
Guia VT
ITÁLIA (39)
TURIM (011)
Ficar
Cinco-estrelas, o Grand Hotel Principi di Piemoti (Via Piero Gobetti, 15, 55151;
diárias desde € 170; Cc: A, D, M, V) fica no coração de Turim. Também bem
localizado, o Le Petit Hotel (Via San Francesco d’Assisi, 21, 561-2626; diárias desde €
100; Cc: A, D, M, V).
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Comer
O Porto Di Savona (Piazza Vittorio Veneto, 2, 817-3500; Cc: A, D, M, V) tem
culinária do Piemonte e da Ligúria. Para tartufo branco, vá ao La Piola (Via Vittorio
Amedeo, 6-A, 530-777; Cc: A, D, M, V). A Trattoria della Posta (Strada Mongreno,
16, 898-0193, trattoriadellaposta.com; Cc: A, D, M, V) é o lugar certo para bons
queijos.
Passear
A Accademia delle Scienze (562-0047) tem obras de arte e museu egípcio. A um
quarteirão, o Palazzo Carignano (Via Accademia delle Scienze, 51, 562-3719) guarda
o Museo del Risorgimento. Para mais museus, há o Museo dell’Automobile (Corso
Unità d’Italia, 40, 677-6667) e o Museu do Cinema (Via Montebello, 20, 813-8560).
Para ver a cidade do alto, vá aos mirantes da Monte dei Cappuccini (próximo à ponte
da Piazza Vittorio Veneto) e da Basílica di Superga (Strada della Basilica di Superga,
73).
BOLONHA (051)
Ficar
O Accademia (Via delle Belle Arti, 6, 232-318; diárias desde € 80; Cc: A, D, M, V)
tem quartos simples com ar e frigobar. No centro histórico está o Albergo delle
Drapperie (Via delle Drapperie, 5, 223-955; diárias desde € 75; Cc: M, V), decorado
com móveis de época.
Comer
O melhor da cidade é o Osteria Bottega (Via Santa Caterina, 51, 585-111). Já o Eataly
(Via Degli Orefici, 19, 095-2820; Cc: A, D, M, V) é famoso pelo molho à bolonhesa.
Com boas massas e carnes, há o Trattoria Fantoni (Via del Pratello, 11ª, 236- 358). No
Mambo, o museu de arte moderna, está o Ex Forno (Via Don Giovanni Minzoni, 14,
649-3896; Cc: A, D, M, V). A Cantina Bentivoglio (Via Mascarella, 4B, 51/265-416;
Cc: M, V) tem apresentações diárias de jazz. Para comer gelato, há o Grom (Via
D’Azeglio, 13, 273-437; Cc. M, V), o Il Gelatauro (Via San Vitale, 98B, 230-049) e a
La Sorbetteria Castiglione (Via Castiglione, 44, 51/233-257; Cc: M, V). Perto fica o
café Zanarini (Piazza Galvani, 1, 275-0041; Cc: A, D, M, V).
Passear
A Piazza Maggiore é o coração da cidade. Lá fica a Basílica di San Petronio, fundada
em 1390. Pertinho dali estão as Le Due Torri (Piazza di Porta Ravegnana); uma delas
aberta para visitação. Outro bom passeio é o Casa Artusi (Via A. Costa, 27/31,
054/374- 3138; € 5), um centro cultural dedicado à gastronomia.
NÁPOLES (081)
Ficar
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Num dos endereços mais chiques da cidade fica o luxuoso Excelsior (Via Partenope,
48, 764-0111; diárias desde € 235; Cc: A, D, M, V). Da seleção dos bons e baratos, há o
Il Convento (Via Speranzella, 137/A, 403- 977; diárias desde € 60; Cc: A, M, V).
Comer
A melhor pizza da cidade está no L’Antica Pizzeria Da Michele (Via Cesare de
Sersale, 1, 553 9204, damichele.net; Cc: M, V). Para outras boas pizzas, há a Trianon
da Ciro (Via Colletta, 44/46, 553-9426, pizzeriatrianon.it; Cc: A, D, M, V) e a Brandi
(Salita Santa Anna di Palazzo, 1-2, 416-928, brandi.it; Cc: M, V). Para massas, vá ao
Reginella (Via Posillipo, 45A, 575-4020, ristorantereginella.com; Cc: A, D, M, V). Já
na pequena Rognoni Salumeria (Via Pignasecca, 38), o forte são os embutidos.
Passear
Entre os castelos, vale visitar o Castel Dell’Ovo (Via Eldorado, 3, 081/795-4593) e o
Castel Nuovo (Piazza Municipio, 081/551-0353). Não muito longe está o Teatro di
San Carlo (Via San Carlo, 98/F, 081/797-2111), o segundo mais belo da Itália. De
metrô, chega-se ao sítio arqueológico de Pompeia. Para conhecer a Costa Amalfitana,
uma boa pedida são os ônibus da City Sightseeing.
CALÁBRIA
Ficar
Em Consenza, o La Tonnara (Via La Tonnara, 13, 39-0982/424-272; diárias desde €
70; Cc: A, D, M, V) tem bom custo/ benefício. Em Reggio Calabria, há o Al Castello
Luxury (Via Gregorio Palestino, 0965/26-100; diárias desde € 120; Cc: M, V), que fica
no centro histórico.
Comer
Em Reggio Calabria, a Panificio Buda Giovanna (Via Nazionale C. da Doria,
0966/337-210) tem pães artesanais. Para guloseimas, vá à Pasticceria Fratelli
Giordano (Via Nazionale, 76, 0965/45 480). No Príncipe di Scilla (Via Grotte, 2,
0965/704-324; Cc: A, D, M, V), a refeição tem cinco pratos. A Trattoria Grecanica
San Leo (346/715-9100; somente com reserva) tem vinhos produzidos pela casa.
SICÍLIA
Ficar
Luxuoso, o San Domenico Palace (Piazza San Domenico, 5, 041/862-0400; diárias
desde € 211; Cc: A, D, M, V), em Messina, tem terraço com vista para o mar. No centro
da Catânia está o Stesicorea Palace (Pizza Stesicoro, 56, 095/315209; desde € 90; Cc:
A, D, M, V), com quartos simples e espaçosos.
Comer
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O Restaurante Parco dei Principi (Via delle Ginestre, 1, 095/708-2335; Cc: A, D, M,
V) tem também aulas de culinária. Familiar, a pequenina Cantine Russo (Via Corvo,
0942/986-271; Cc: A, V) conta ainda com uma vinícola.
COMO CHEGAR
Para Roma, voa a Alitalia (11/2171-7610), desde US$ 797. Para Milão, a TAM (08005705700) leva desde US$ 909.
QUEM LEVA
A CIT (11/3138-3535) tem roteiro de nove noites passando por Milão, Turim, Roma,
Nápoles, Reggio Calábria, Siracusa, Agrigento e Palermo. Entre os passeios estão ida à
Ilha de Capri e visita a Pompeia, desde US$ 3 499. A JVS (0800-7734442) tem pacote
de sete noites pela Sicília, com três noites em Palermo, visitando Agrigento, Catânia e
Taormina, com passeios, desde US$ 2 950.
TRANSPORTES
Um jeito prático de se locomover entre as cidades é viajar de trem. O bilhete da Itália
Rail entre Milão e Turim custa desde € 13. Pode-se também viajar com os ferries. O
trecho entre Nápoles e Palermo, ida e volta, custa desde € 123 com a Grandi Navi
Veloci. Pelo portal aFerry é possível checar os roteiros de outras empresas europeias de
ferry.
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