resumão de biologia

RESUMÃO DE BIOLOGIA
ORIGEM E EVOLUÇÃO
Os avanços do conhecimento científico, a partir do século XVIII, abriram
caminho para as modernas discussões sobre a origem da vida na Terra.
Aristóteles, um filosofo grego que viveu de 384 a 322 a.C., acreditava
que um princípio ativo ou vital teria capacidade de transformar
matéria bruta em um ser vivo. Dessa interpretação surgiu a Teoria da
geração espontânea ou Teoria da abiogênese, segundo a qual todos os
seres vivos originam-se espontaneamente da matéria bruta.
A Teoria da abiogênese, entretanto, foi contestada por vários cientistas
que, por meio de seus experimentos, provaram que um ser vivo só se
origina de outro ser vivo; essa é a atualmente aceita Teoria da
biogênese.
FRANCESCO REDI [1626 – 1697]
Redi começou a questionar a abiogênese a partir de uma de suas
evidências: o surgimento espontâneo de vermes na carne em
decomposição. Para isso, ele formulou a hipótese de que esses vermes
surgiam de ovos colocados por moscas atraídas pela carne podre.
MÉTODO CIENTÍFICO
PASSO I: Observação | Questionamento
Moscas voam ao redor de carnes deixadas ao ar livre. Vermes aparecem
na carne em decomposição. De onde surgem esses vermes?
PASSO II: Hipótese
Os vermes são larvas que surgem dos ovos das moscas depositados
sobre a carne. Manter as moscas afastadas da carne prevenirá o
aparecimento de larvas.
PASSO III: Experimento
Em dois frascos idênticos são colocados dois pedaços de carne do
mesmo tamanho.
GRUPO CONTROLE: um dos frascos é mantido aberto por vários dias.
GRUPO EXPERIMENTAL: outro frasco é mantido vedado por uma gaze
por vários dias.
RESULTADOS:
•
•
No grupo controle: moscas voam sobre a carne e moscas
aparecem.
No grupo experimental: moscas não chegam até a carne e as
larvas não aparecem.
PASSO IV: CONSLUSÃO
A geração espontânea de larvas na carne não ocorre.
Ainda no século XVII, alheio às discussões sobre a origem da vida, o
holandês Antonie Van Leewenhoek [1632 – 1723] cria um aparelho
que permite um aumento na resolução das imagens: o microscópio.
Através de sua invenção, descreveu minuciosamente seres vivos
invisíveis a olho nu, os microrganismos.
NEEDHAM VS. SPALLANZANI
A invenção dos microscópios e a descoberta do universo dos
microrganismos geraram calorosas discussões sobre a origem desses
seres.
O inglês John T. Needham [1713 – 1781] realizou diversas
experiências, nas quais submetia um frasco contendo substancias
nutritivas à fervura. Após o procedimento, fechava os frascos e os
deixava em repouso por alguns dias. Depois desse período, observava a
presença de microrganismos. A explicação que ele deu aos resultados
fora que os microrganismos teriam surgido por geração espontânea.
Posteriormente, o italiano Lazzaro Spallanzani [1729 -1799] repetiu os
experimentos de Needham, com algumas modificações. Segundo
Spallanzani, Needham não teria fervido a substância por tempo
suficiente para matar todos os microrganismo e esterilizá-la. Dessa
forma, Spallanzani repetiu o procedimento com a mesma substância
nutritiva em balões de vidro hermeticamente fechados e deixou-os
ferverem por uma hora. Ao final do processo, observou que nenhum
organismo estava presente.
Needham, entretanto, refutou os experimentos do italiano, afirmando
que ao ferver os balões hermeticamente fechados em elevadas
temperaturas, Spallanzani teria destruído a força vital.
LOUIS PASTEUR
As discussões perduraram até 1860, quando Louis Pasteur sepultou
definitivamente a Teoria da abiogênese, provando que os seres vivos
originam-se somente de outros já existentes, através de seu
experimento com balões pescoço de cisne.
A partir dos experimentos de Pasteur, a Teoria da biogênese passou a
ser preferida nos meios científicos. Louis Pasteur deixou contribuições
muito importantes para a biologia e para a Medicina. Dentre elas, a
pasteurização, processo pelo qual os alimentos ficam livres de
micróbios, que são destruídos pelo aquecimento a temperaturas não
muito elevadas, seguido do resfriamento brusco, sem desnaturar as
proteínas dos alimentos.
Ex.: leite UHT [ultra high temperature].
TEORIAS MODERNAS SOBRE A ORIGEM DA VIDA
Há pelo menos três propostas principais para responder à pergunta
sobre a origem dos seres vivos na Terra:
•
•
•
Criacionismo: hipótese de cunho religioso, segundo a qual Deus,
num ato divino, teria criado toda a vida na Terra.
Panspermia: hipótese que defende o surgimento da vida no
espaço, que teria sido trazido para a Terra por meio de
meteoritos.
Evolução bioquímica: hipótese pela qual a vida deve ter surgido
da matéria inanimada, com associações entre as moléculas,
formando substâncias cada vez mais complexas.
A teoria da evolução bioquímica foi defendida inicialmente pelos
cientistas Oparin e Haldane.
Segundo Oparin, as condições adversas da Terra primitiva
[bombardeada constantemente por chuva de meteoritos, relâmpagos e
erupções vulcânicas] teria transformado os mares em verdadeiras sopas
nutritivas, ricas em matéria orgânica. As moléculas orgânicas presentes
poderiam ter se agregado, formando o que Oparin denominou de
coacervados [aglomerados proteicos envoltos uma película d’água].
Oparin e Haldane trabalharam de forma independente e suas
perspectivas sobre as características da Terra primitiva contrastavam:
COMPOSIÇÃO DA
ATMOSFERA
FONTE DE
CARBONO PARA AS
MOLÉCULAS
LOCAL DA SÍTESE
DA MATÉRIA
ORGÂNICA
MECANISMO
OPARIN
Sem oxigênio. Com
metano, amônia,
hidrogênio e vapor
d’água.
HALDANE
Sem oxigênio. Com
gás carbônico,
amônia e vapor
d’água.
Metano.
Gás carbônico.
Atmosfera e depois
oceanos.
Atmosfera e depois
oceanos.
Surgimento de
coacervados seguido
da evolução celular.
Síntese de
substâncias na
presença de luz
ultravioleta.
TEORIAS EVOLUCIONISTAS
A partir das ideias difundidas por cientistas como Francesco Redi e
Louis Pasteur, no século XVIII e início do século XIX, ganhou força a
ideia de que os seres vivos se modificam ao longo do tempo, com novas
espécies surgindo a partir de espécies ancestrais, que deixavam de
existir. Estabelecia-se assim o evolucionismo.
A teoria de Lamarck, baseada na Lei do uso e do desuso e na Lei dos
caracteres adquiridos, foi a primeira hipótese evolucionista e
combateu a teoria do fixismo, pela qual todas as espécies eram
imutáveis.
Segunda essa teoria, uma necessidade de adaptação ao meio pode fazer
com que um órgão seja mais utilizado [uso] e este tende a se
desenvolver ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que um órgão
pouco exigido [desuso] tende a se atrofiar.
Na análise do tecido muscular, de fato, isso ocorre. Seu uso hipertrofia
e seu desuso atrofia. Porém, as características adquiridas não são
hereditárias como afirmava a Lei dos caracteres adquiridos, pois a
informação genética está ligada às células reprodutoras e não às
somáticas.
Charles Darwin foi um naturalista e viajou por cinco anos a bordo do
Beagle observando os fenômenos da evolução. Em sua obra, Origem
das Espécies, Darwin expõe sua conclusão de que os seres vivos se
adaptam ao meio, processo que ele chamou de seleção natural.
Segundo o darwinismo, os indivíduos de uma mesma espécie
apresentam variações em seus caracteres e a seleção natural é o fator
de adaptação que promove a sobrevivência.
Aqueles com o biótipo mais favorável sobrevivem enquanto os mais
fracos padecem.
Todavia, Darwin não conseguiu explicar o porquê das variações de
indivíduos de uma mesma espécie, fato que seria explanado somente a
partir dos trabalhos de Mendel na genética.
NEODARWINISMO
O neodarwinismo reúne os princípios da seleção natural,
anteriormente defendidos por Charles Darwin, da mutação e da
recombinação gênica.
As mutações são a fonte primária da variabilidade, uma vez que
consistem em alterações nas bases nitrogenadas do material genético, o
que leva ao surgimento de novos alelos [genes] – se a característica é
favorável a adaptação, o gene permanece. Essas mutações podem
ocorrer espontaneamente [tautomeria], por contato com radiação ou
ação de substâncias ionizantes.
A recombinação gênica diz respeito aos processos capazes de misturar
os genes de indivíduos diferentes, produzindo variabilidade –
permutação ou crossing over.
EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS
As diferentes pesquisas nas áreas da Biologia têm fornecido uma vasta
evidência da evolução biológica:
•
Provas bioquímicas: análise de proteínas e material genético
[hibridação molecular].
Ex.: chimpanzé x homem → 98% igual.
•
•
Provas paleontológicas: descoberta de fósseis [restos ou
vestígios de seres vivos que foram sedimentados e preservados].
Provas anatômicas: comparação anatômica entre os seres vivos.
Órgãos homólogos
diferentes.
–
mesma
origem
embrionária
e
funções
Ex.: asa de morcego e nadadeira de baleia [divergência evolutiva].
Órgãos análogos – diferentes origens embrionárias e função igual.
Ex.: asa de morcego e asa de um inseto [convergência evolutiva].