PROGRAMA DE ENFRENTAMENTO DO USO DE ÁLCOOL
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PROGRAMA DE ENFRENTAMENTO DO USO DE ÁLCOOL
PROGRAMA DE ENFRENTAMENTO DO USO DE ÁLCOOL E DROGAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Setor de Assistência Acolhimento, Apoio e Acompanhamento de casos relacionados ao uso de Álcool e Drogas na USP PROJETO PRELIMINAR Apresentação O Programa de Enfrentamento do Uso de Álcool e Drogas na USP – Você USP, é uma iniciativa da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP), voltada para docentes, discentes e funcionários técnico-administrativos e operacionais. Tem como objetivo principal o desenvolvimento de ações para o enfrentamento do uso de álcool e drogas na USP, através de atividades preventivas, assistenciais e outras, em curto, médio e longo prazo. Para contemplar todos os representantes da comunidade USP, todos os recursos afetivos (relações pessoais, familiares, amigos etc.), sanitários (serviços de saúde), sociais (moradia, trabalho, escola, esporte etc.), econômicos (dinheiro, previdência etc.), culturais, religiosos e de lazer estão convocados para potencializar as equipes de saúde nos esforços de cuidado e reabilitação psicossocial. Inicialmente, o recorte territorial a ser abrangido será o campus de São Paulo. Embora a geografia seja importante para caracterizar o território, ele não é apenas uma área, mas inclui as relações entre as pessoas que nele habitam, com seus conflitos, seus interesses, instituições e cenários (ensino, estudo, trabalho, lazer, esporte etc.). É essa noção de território que busca organizar uma rede de atenção às pessoas que apresentem problemas relacionados ao uso de álcool e drogas. 2 A estratégia inicial foi a constituição de um Grupo de Trabalho para preparar uma política sobre álcool e drogas para a USP. A partir dessa política, duas frentes foram desenhadas: a primeira, com foco na prevenção; e a segunda, com foco na assistência. Este documento descreve o Projeto de Assistência do Você USP a partir da introdução do tema, definindo os objetivos do programa, os recursos a serem estabelecidos, a estratégia de assistência, as parcerias estabelecidas e o fluxo do projeto. Introdução Em todo o mundo, o álcool é consumido por quase dois bilhões de pessoas (1) e é considerado a causa atribuível de 3,8% das mortes e 4,6% dos casos de doença (2,3). Seus efeitos de morbi-mortalidade têm se estendido além das conseqüências de saúde a quem bebe para um amplo conjunto de custos sociais, envolvendo altos níveis de violência interpessoal, homicídios, comportamento sexual de risco, uso inconsistente de preservativos, aumento da incidência de doenças infecto-contagiosas e acidentes com veículos automotores, resultando em uma perda significativa dos anos potenciais de vida (DALYs) (3,4). Com relação ao tabaco, estima-se que aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas sejam fumantes de cigarros ou consumam outros produtos de tabaco (5). O uso de tabaco é uma das principais causas de doença e morte prematuras no mundo (6), contribuindo para uma parcela considerável (4,1%) da carga global de doenças e vem aumentando rapidamente em países em desenvolvimento e entre as mulheres (7). O relatório mundial sobre drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Controle de Drogas e Crime (UNODC) calcula que 200 milhões de pessoas no mundo façam uso de alguma substância ilícita, e que pouco mais de 10% delas poderiam ser consideradas “usuários problemáticos de drogas” (4). Ainda segundo dados do mesmo relatório, as drogas ilícitas mais usadas no mundo são a maconha (com cerca de 160 milhões de usuários), os estimulantes, tipo anfetamina (com cerca de 34 milhões de usuários), os opióides (com cerca de 16 milhões de usuários) e a cocaína (com cerca de 14 milhões de usuários). 2 3 Quase metade dos brasileiros (52% da população) faz uso de bebidas alcoólicas, dentre os quais os jovens de 18 a 24 anos o fazem com maior freqüência e em maiores quantidades, despontando com a maior prevalência de abuso e dependência no país (20%) (8). Excetuando-se álcool e tabaco, no Brasil, 22,8% da população geral relatou uso na vida de qualquer droga psicoativa em levantamento domiciliar realizado em 2005 (9). Dentre essas substâncias, as de maior prevalência de uso na vida foram a maconha (relatada por 8,8% dos entrevistados), solventes (6,1%), benzodiazepínicos (5,6%), orexígenos (4,1%), estimulantes (3,2%) e cocaína (2,9%). O abuso de substâncias psicoativas é um problema de saúde pública de grande relevância para as universidades. Nos Estados Unidos, esse comportamento representa a principal causa de morte e ferimentos entre estudantes de idades entre 18 e 25 anos (10,11,12,13). O álcool é a principal substância psicoativa de escolha entre os universitários norte-americanos. Entre universitários, observa-se um consumo de drogas mais intenso e freqüente do que outras parcelas da população em geral. Dados do “I levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre os universitários, da rede pública e privada de ensino, das 27 capitais brasileiras” (14) publicados recentemente confirmam essa realidade: cerca de 60% dos universitários brasileiros fizeram uso de bebidas alcoólicas nos últimos 30 dias e quase 49% dos universitários pesquisados já experimentaram alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida. A continuidade do uso, obtida a partir da diferença proporcional entre o percentual dos que já experimentaram e dos que usaram nos últimos 12 meses e nos últimos 30 dias, foi observada em 85,8% dos usuários de álcool e em 65,7% dos usuários de maconha. As prevalências de uso nos últimos 30 dias para o ano de 2009 indicam que a droga mais consumida pelos universitários é o álcool, seguido pelo tabaco e a maconha. Progressivamente, diversas entidades têm demonstrado preocupação com o impacto do consumo de substâncias psicoativas no local de trabalho. Ao mesmo tempo, observa-se um aumento na compreensão por parte de profissionais de saúde e da área de recursos humanos de que o local de trabalho oferece uma oportunidade 3 4 privilegiada de intervenções preventivas e assistenciais no uso de álcool e outras substâncias (15). A grande maioria dos usuários de drogas está empregada, e quando chegam para trabalhar, eles não deixam os seus problemas na porta. Dos 17,2 milhões de usuários de drogas ilícitas com 18 anos ou mais em 2005 nos EUA (16), 12,9 milhões (74,8%) estavam empregados. Além disso, pesquisas indicam que entre 10 e 20% dos trabalhadores do EUA que morreram tiveram um teste positivo para álcool ou outras drogas. De fato, as indústrias com as maiores taxas de uso de drogas são as mesmas com alto risco para acidentes de trabalho. Ainda nos EUA (17), 59.3% dos maiores de 18 anos de idade empregados e 52.5% dos desempregados, no ano de 2000, faziam uso de álcool. Os padrões de abuso, segundo o DSM-IV, entretanto, eram diferentes para empregados e desempregados (7,2% e 10,4%, respectivamente). Na USP, em pesquisa realizada em 2003, cerca de 20% dos trabalhadores da Coordenadoria do Campus da Capital (COCESP) faziam uso de álcool em condições sugestivas de abuso ou dependência (18). Esses números reforçam a necessidade de desenvolvimento de ações de prevenção e elaboração de políticas específicas dirigidas para esse segmento. A identificação precoce do uso nocivo de drogas, o encaminhamento adequado dos usuários com quadros de dependência e, principalmente, a multiplicação de ações preventivas devem ser desenvolvidas como um problema de saúde pública. Objetivos A constituição Setor de Assistência do Você USP deve considerar a conexão entre a coordenação geral do programa representada pelo seu grupo de gestão, os serviços existentes, os usuários e as unidades da USP. Em curto prazo, o Você USP será a estrutura técnica que permitirá a articulação de medidas para acolher os membros da comunidade USP com problemas relacionados ao uso de álcool e drogas, elaborar um diagnóstico situacional, encaminhar essas pessoas identificadas para os serviços adequados e manter o acompanhamento dos casos. 4 5 Em médio prazo, o Você USP será responsável pela identificação de membros da comunidade USP das diferentes unidades, capazes de empreender ações em parceria com o programa. Em longo prazo, o Você USP terá como objetivos o seguimento e o gerenciamento de casos crônicos, além da elaboração de programas comunitários de prevenção. Em todas essas fases, o Você USP será o elemento de integração de serviços, unidades e profissionais. O Você USP será a unidade responsável pela manutenção e aprimoramento do modelo de rede na comunidade USP na área de Álcool e Drogas. Atividades Acolhimento O Acolhimento funcionará das 8h00h às 17h00, de segunda a sexta-feira, em regime de porta aberta, na COSEAS. A recepção será feita pela secretária, através de atendimento de demanda espontânea ou de agendamento prévio, via e-mail ([email protected]) ou telefone (a definir). A primeira atividade será a Identificação, a partir do preenchimento ou verificação do item específico constante no modelo padronizado de coleta de informações (Anexo I). Em seguida, o cliente será avaliado por uma das Assistentes Sociais para triagem ou atendimento em uma das modalidades existentes (seguimento em modelo de acolhimento e/ou atendimento psicológico e/ou médico). O Acolhimento é a estratégia fundamental nesse modelo, pois consiste no atendimento de todos os que procuram o serviço espontaneamente ou encaminhados por outros serviços devido a problemas relacionados ao uso de álcool e drogas. Através de uma escuta qualificada da demanda espontânea por profissionais da equipe de saúde, com o objetivo de identificar a vulnerabilidade considerando as dimensões subjetivas, biológicas e sociais do adoecer. Durante o acolhimento o profissional orienta, estabelece relação de vínculo e decide, em conjunto com o usuário, quais os encaminhamentos necessários para a atenção adequada ao problema segundo o fluxograma existente (19). 5 6 A finalidade é ampliar e facilitar o acesso dos usuários aos serviços existentes, potencializando o conhecimento técnico e agregando resolutividade na intervenção, promovendo o vínculo e a responsabilização organizacional para com os usuários. O acolhimento deverá ser utilizado para desenvolver ações de promoção, prevenção e assistência junto aos membros da comunidade USP, em um esforço para estabelecer aderência entre o usuário e os serviços de saúde. As atividades específicas serão as seguintes: 1. Usuário com procura para orientação pessoal: a. usuário sem avaliação prévia: triagem b. usuário com triagem realizada em outro serviço ou usuário após triagem no Acolhimento: atendimento individual para estabelecer as ações de prosseguimento. 2. Usuário com procura para outra pessoa: a. orientação sobre o programa e alternativas existentes na comunidade; b. orientação sobre grupo de família no Hospital Universitário (HU) (atenção a familiares que procuram o Você USP para atenção a problemas relacionados ao uso de álcool e drogas de membros da comunidade USP); 3. Usuário com procura de informação sobre álcool e drogas: a. orientação individual 4. Usuário com procura por informação em saúde geral: a. orientação sobre serviços e encaminhamento de acordo com a necessidade. A Triagem da demanda espontânea ou através de agendamento será feita por profissional da equipe técnica que identificará riscos e vulnerabilidades através de uma escuta qualificada e se responsabilizará por viabilizar um encaminhamento adequado ao problema. A proposta da avaliação é situacional, ou seja, serão identificados diferentes aspectos do cliente para a elaboração de diagnósticos nas esferas social, ocupacional, estudantil, recreacional, familiar, econômica e condições 6 7 clínicas. Preservando e estimulando a autonomia do indivíduo, o resultado das avaliações será discutido com o usuário visando à elaboração de um plano de atendimento a depender da capacidade de atenção da rede. As avaliações serão realizadas através dos seguintes instrumentos: a) Registro dos usuários: dados cadastrais que devem ser preenchidos na admissão pelo setor administrativo (Anexo I). b) Informações sobre endereço, nome e telefone de pessoa para contato em caso de necessidade. c) Entrevista com o usuário para detectar as necessidades e possibilidades de intervenção, obtendo informações sobre sua situação de vida, trabalho e estudo, na medida do possível, em cada encontro (Questionário de Qualidade de Vida) (20). d) Entrevista com o ASSIST, questionário para triagem de problemas relacionados ao uso de álcool e drogas (21). O critério deve ser amplo, devendo-se compreender a gravidade do caso e a fase em que se encontra de acordo com os estágios de prontidão para mudança na qual o paciente se encontra (22). É importante ressaltar que o modelo descrito não é linear, mas circular, antevendo a possibilidade de retorno do paciente a um estágio previamente superado. Os estágios são: • Pré-contemplação • Contemplação • Determinação • Ação • Manutenção O Acompanhamento dos casos será feito com base no modelo de gerenciamento de casos crônicos e de busca ativa. O vínculo do usuário com o Você USP é o vínculo com a comunidade e com o território. Por se tratar de problema de saúde crônico, pelo pressuposto assumido no tratamento da possibilidade da recaída 7 8 e pelo modelo dos estágios de prontidão para mudança (22), a atenção deve ser permanente, mantendo-se o princípio de portas abertas do programa. A partir desse momento, o usuário passa a ocupar uma posição em que sua atuação como colaborador em diversas dinâmicas do programa, no acolhimento, em eventos, grupos de pacientes etc, deve ser estimulada. Em linhas gerais, o gerenciamento de caso pode ser definido como um conjunto de intervenções cujo objetivo principal é facilitar o desfecho do tratamento. Algumas das funções relevantes dentro deste contexto são: • Identificar as necessidades específicas, determinando os pontos fortes e fracos, bem como as necessidades do cliente; • Planejar o seguimento, desenvolvendo uma proposta específica para cada cliente; • Estabelecer uma conexão com outros serviços seja na rede formal ou informal de serviços de saúde, quando necessário; • Monitorar e avaliar o caso, visualizando os progressos obtidos; • Facilitar o amparo legal em caso de necessidade. No contexto da dependência química, as funções mais específicas são: 1) Fornecer suporte individualizado aos clientes e seus familiares; 2) Auxiliar o cliente na solução de problemas; 3) Auxiliar no suporte da família e funcionabilidade do cliente (no estudo ou no trabalho); 4) Facilitar o acesso do cliente ao tratamento; 5) Proporcionar tratamento psiquiátrico aos pacientes; 6) Facilitar o acesso do cliente a tratamentos específicos se necessários; 7) Manter-se alerta às mudanças das necessidades e problemas do cliente; 8) Garantir ao cliente que ele poderá ser contatado e encorajado a retornar ao tratamento em caso de abandono (visita domiciliária); 8 9 9) Reforçar e dar continuidade ao tratamento por meio de suporte na reinserção do cliente na comunidade, identificando precocemente futuras dificuldades. Recursos Humanos A equipe técnica do Núcleo será constituída por profissionais das áreas de Psiquiatria (2), Psicologia (2), Serviço Social (2) e auxiliar administrativo (2). A seleção deverá ser feita com base no conhecimento e habilidades específicas para as funções a desempenhar. Recursos físicos A localização deve ser na Cidade Universitária, em local de fácil acesso por transporte individual ou coletivo. O Acolhimento será sediado na COSEAS e o Atendimento Médico e Psicológico será feito no Hospital Universitário (HU). Os ambientes devem ser suficientes para recepção, secretaria, atendimentos individuais e em grupo, além de reuniões da equipe. Os equipamentos e materiais deverão ser fornecidos pela Reitoria. • Estações de Trabalho (duas) • Computadores (dois), impressora (uma), scanners (um) • Máquina de xerox (uma) • Estantes para biblioteca (duas) • Cadeiras móveis (duas) • Cadeiras fixas (quinze) • Quadros de Aviso (dois) • Aparelhos Telefônicos (dois) • Mesa para reuniões (uma) • Mesas para atendimento e secretaria (cinco) • Material de escritório e de limpeza • Lixeiras (duas) • Arquivo (dois) 9 10 Funções da equipe técnica O Psiquiatra será responsável pelo: • Atendimento regular de pacientes; • Acompanhamento de casos; • Contato com a rede; • Participação em reuniões técnicas; • Elaboração de relatórios para o Grupo de Trabalho; • Elaboração de roteiros referentes aos problemas encontrados na rotina do programa; • Participação em atividades assistenciais e preventivas. A Psicóloga será responsável pelo: • Atendimento individual e em grupo; • Apoio; • Acompanhamento; • Encaminhamento para a rede; • Atendimento a familiares; • Elaboração de relatórios terapêuticos para o Grupo de Trabalho; • Participação nas reuniões técnicas; • Elaboração de roteiros referentes aos problemas encontrados na rotina do programa; • Participação em atividades assistenciais e preventivas. A Assistente Social será responsável pelo: • Acolhimento; • Triagem; • Apoio; • Acompanhamento; 10 11 • Visitas domiciliares; • Encaminhamento para a rede; • Contato permanente com a rede de referência, com as entidades sociais, estudantis, ocupacionais, comerciais e com os diferentes setores da USP; • Atualização de cadastro de recursos da comunidade intra e extra USP; • Organização e condução do gerenciamento de casos; • Elaboração de relatórios de acompanhamento para o Grupo de Trabalho; • Participação nas reuniões técnicas; • Elaboração de roteiros referentes aos problemas encontrados na rotina do programa; • Participação em atividades assistenciais e preventivas. O Técnico em serviços administrativos será responsável pela: • Organização administrativa da sede • Identificação; • Recepção; • Contato com os profissionais do programa; • Organização e condução da agenda de atividades do programa; • Elaboração e atualização de agenda de atividades e contatos; • Contato telefônico; • Elaboração de roteiros referentes aos problemas encontrados na rotina do programa; • Preenchimento dos bancos de dados informatizados. Validação do Modelo Por se encontrar em fase de implantação, o Você USP necessitará dos ajustes necessários para que o modelo funcione plenamente (em relação ao pessoal e a interações com o território). 11 12 As mudanças dependerão não apenas do desempenho da equipe, mas também do ajuste do modelo à realidade da comunidade USP. A efetividade do Você USP será avaliada levando-se em conta: 1. Número de atendimentos 2. Resolubilidade dos casos 3. Aderência dos usuários 4. Relação interna da equipe 5. Opinião dos usuários 6. Capacidade de divulgação 7. Avaliação do seguimento da clientela identificada: a. Padrão de consumo a partir do início do tratamento e modificação dos hábitos; b. Reinserção social do paciente; c. Promoção de saúde ao paciente e à comunidade em seu sentido mais amplo. 8. Desenvolvimento de um modelo eficaz de prevenção de aplicação comunitária. 9. Avaliação dos registros. 10. Avaliação pela rede. Na avaliação do Você USP, serão considerados os desempenhos da equipe, devendo ser descritos os processos de comunicação, as vias de efetivação das ações, a disponibilidade dos profissionais, os obstáculos administrativos, as habilidades encontradas e exploradas. A responsabilidade da efetividade de todo o modelo é um atributo da USP, através da sua rede de atenção. Caberá ao Você USP, portanto, fazer um levantamento dessa responsabilidade, descrevendo seu perfil e desempenho, sem fazer julgamento das unidades ou da rede como um todo. Local provisório sugerido: Dependências da COSEAS (Bloco II da Administração) contendo: • Secretaria 12 13 • Sala para Atendimentos Dependências do HU • Dois consultórios Fluxo A recepção será feita pelas Assistentes Sociais (AS), através de atendimento de demanda espontânea ou de agendamento prévio. • A primeira atividade será a Identificação pessoal e das condições de saúde; • Caso haja indicação, o cliente será encaminhado para avaliação psicológica e/ou médica, ambas no HU. • A indicação de avaliação será feita com base no resultado da aplicação do ASSIST; • A avaliação será feita pela própria AS; • O Acolhimento não é um atendimento médico, nem um serviço de urgência/emergência, os casos que necessitarem de avaliação médica devem ser encaminhados ao Pronto-Socorro do HU; • O atendimento médico e psicológico será feito a partir do Acolhimento; • Após a primeira avaliação, tanto o Psiquiatra, quanto a Psicóloga decidem pela necessidade de seguimento e passam a fazer o agendamento dos retornos; • Os pacientes serão orientados a procurar o Acolhimento no caso de perda de consulta ou dúvidas. • O atendimento psicológico será preferencialmente grupal; • O atendimento médico será preferencialmente ambulatorial; • As internações ocorrerão na rede credenciada pelo Coordenadoria de Saúde. Grade de Trabalho 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 13 14 8:00-13:00 Acolhimento Psicologia* Manhã 8:00-12:00 Medicina 13:00-18:00 Acolhimento 13:00-17:00 Psicologia* Tarde Medicina Custo de pessoal Salário Cargo Jornada base/profissional* Medico (Psiquiatra) 120 2.981,74 Psicólogo 120 1.845,03 Assistente social 120 2.255,04 Assistente administrativo 160 1.405,12 Total (sem encargos) 16.973,86 Fluxograma 14 15 15 16 Anexo I Você USP Identificação Nome: ____________________________________________________ Idade: ________ Estado civil: _______________ Escolaridade: _______________________ Sexo: ( )M ( )F Naturalidade: _____________ Nacionalidade: ________________ Registro: _____________ Data: ____/_____/_____ Pessoa a ser procurada em caso de necessidade (nome, relação de parentesco, endereço residencial, telefone residencial, local de trabalho, endereço do trabalho, telefone do trabalho) ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Razão pela qual procurou o atendimento (Queixa principal) ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ 16 17 Histórico de uso de substâncias (quantidade, local, via de administração, companhia de uso, modo de obtenção): ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Histórico de tratamentos anteriores: ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Medicações em uso: ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Suporte familiar e social (familiares, amigos, parentes que o apóiam, crença ou prática religiosa): ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ 17 18 Historia de transtornos psiquiátricos e uso de substâncias na família: ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Atividades de vida diária (Trabalho, ocupação, lazer, alimentação, sono, repouso, higiene e aparência): ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Como se sente em relação ao problema do uso de álcool e drogas? ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Outras informações relevantes: ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ Bibliografia 1. 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