Sidney Levy, o novo diretor da Rio 2016
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Revista da Câmara de Comércio Americana para o Brasil Desde 1921 nº278 nov/dez 2012 Sidney Levy, o novo diretor da Rio 2016 Entrevista John Creamer: os planos do cônsul-geral dos EUA no Rio Brasil Urgente As lições do mensalão Perfil Comitê de Logística e Infraestrutura da Amcham Rio editorial O ano de 2013 promete ser de grande complexidade para o Brasil. Temos importantes desafios pela frente, e a Câmara tem que estar à altura, dando sua contribuição para vencermos essas batalhas. Reestruturamos nossa organização e vamos focar em um dos nossos mais importantes objetivos, que é o de proporcionar um adequado networking aos nossos associados, construindo uma sólida agenda de negócios e eventos para 2013. Construímos um detalhado plano de marketing, que nos revelou uma gama de mais de 70 produtos e serviços que, a partir de agora, passam a ser oferecidos com a possibilidade, inclusive, de ser combinados à demanda de cada empresa, já que reunimos diversidades no tocante a setores e porte das companhias aqui contempladas. Como um dos resultados desse trabalho surge agora o Amcham Rio Digital, uma plataforma em fase final de construção que vai proporcionar ainda mais interação entre os nossos associados e ficará disponível a todos no decorrer do primeiro trimestre de 2013. Trata-se de um conjunto de ações que irão permitir aos associados se comunicar não só com a Câmara, mas também interagir com os demais associados por meio de uma plataforma que irá dispor de um site moderno e bilíngue e de uma rede corporativa exclusiva aos membros, além de um aplicativo para celular que dará acesso a esse universo de possibilidades. Essa iniciativa é o reconhecimento de que o mundo é hoje cada vez mais digital, e a Amcham Rio, apesar dos seus quase 100 anos de existência, que serão comemorados em 2016, não poderia deixar de acompanhar essa tendência que cada vez mais fará com que a velocidade da comunicação represente competitividade e integração. Se analisarmos o que fizemos em 2012, podemos dizer que foi um ano de muitas transformações e muito planejamento. Em 2013, certamente, a Amcham Rio estará ainda mais aparelhada e presente nas discussões dos grandes temas que tenham como objetivo melhorar o ambiente de negócios e o arcabouço regulatório do País. Encerro com um convite para que todos os associados que ainda não tenham conhecido as nossas novas instalações nos façam uma visita e compartilhem conosco desse novo espaço, participando dos eventos e das diversas reuniões de comitês que são aqui realizadas. Muito obrigado e boa leitura! Conselho editorial Helio Blak Henrique Rzezinski João César Lima Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco Robson Barreto Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected] Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (edição de arte), Cecília Acioli, Gianne Carvalho e Pedro Kirilos (fotos), Luciana Maria Sanches (revisão) e Cláudio Rodrigues (texto) Canal do leitor [email protected] Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro artigos relacionados 24 Os resultados da reforma: uma estratégia vencedora, por Adriano Pires e Rafael Schechtman, diretores do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Publicidade Liliane Dippolito [email protected] 26 As novas rodadas e as promessas de mudanças, por João Carlos de Luca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco 28 Energia indispensável para o desenvolvimento, por Jorge Alcaide, diretor para a área de Energia da Wärtsilä Brasil Impressão: Walprint Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 [email protected] www.amchamrio.com Henrique Rzezinski, presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira atualizar seus dados, entre em contato com Terezinha Marques: (21) 3213-9220 ou [email protected] fotos cecília acioli Leia a revista também pelo site amchamrio.com 08 10 16 18 20 22 24 30 32 38 40 46 48 Em Foco Notícias sobre as empresas associadas e a agenda de eventos da Amcham Rio para 2013 Entrevista Sidney Levy começa o ano com a tarefa de liderar, como diretor-geral, o time à frente da Rio 2016 Perfil As novidades do Comitê de Logística e Infraestrutura da Amcham Rio, que terá como chairman Álvaro Palma de Jorge, sócio do Barbosa, Müssnich & Aragão Brasil Urgente Os aprendizados do mensalão e o que este revela sobre o Brasil, na visão do professor da USP Víctor Gabriel Rodríguez Ponto de Vista O potencial do private equity no Brasil pela diretora de Estratégias e Produtos da Local Invest, Flavia Bendelá Radar Brasil e o Protocolo de Madri, por Andreia de Andrade Gomes e José Graça Aranha Especial Os desafios para a área de Petróleo e Gás em 2013 Ponto de Vista Os softwares especializados no planejamento financeiro podem ajudar as empresas a realizar com mais eficiência Entrevista Os planos e as perspectivas sobre as relações bilaterais aos olhos do cônsul-geral dos EUA no Rio, John Creamer From the USA A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, comemora a escolha do senador John Kerry para sucedê-la no posto Diálogos Como tornar a nossa economia mais produtiva por meio da inovação? Os consultores Clemente Nobrega e Jorge Ferreira mostram como é possível Ponto de Vista As tendências de mão de obra nas empresas de óleo e gás pelo consultor da Robert Walters Alexandre Nascimento Amcham News A cobertura dos eventos realizados pela Amcham Rio em foco ExxonMobil lança site com a história dos seus 100 anos de Brasil Após comemorar o seu centenário de Brasil em 2012, a ExxonMobil disponibiliza para consulta do público os principais fatos e acontecimentos que fizeram a história da companhia no site exxonmobil100.com.br, em que relembra, entre outros marcos, a primeira bomba de gasolina do País – em 1921, na Praça XV, no Rio – e personagens icônicos como o Tigre e as Gotinhas Esso. O apoio ao jornalismo brasileiro – por meio do Repórter Esso e o Prêmio Esso de Jornalismo, ainda ativo em seu 57º ano – também é destaque. Hoje, a ExxonMobil atua em três linhas de negócio: Exploração e Produção, no Rio de Janeiro, Químicos, no Rio e em São Paulo, e ainda mantém um Centro de Serviços Compartilhados no qual atende diversas áreas da companhia em mais de 50 países em que atua. Ao todo, são cerca de 1.600 funcionários no Brasil, dos quais 99% são brasileiros. Construção do prédio da companhia, em 1934, no Centro do Rio RioContentMarket 2013 A Câmara de Comércio Americana do Rio, por meio de seu Comitê de Entretenimento, Negócios e Turismo, vai apoiar o maior evento de conteúdo audiovisual multiplataforma da América Latina, o RioContentMarket, que será realizado no Rio de Janeiro entre 20 a 22 de fevereiro de 2013, no Hotel Windsor Barra. A terceira edição do evento trará keynotes, painéis, sessões de pitching e rodadas de negócios. Executivos de broadcast e mobile, programadores, criadores e produtores irão apresentar ideias, cases e modelos de negócio relevantes para o desenvolvimento de parcerias e coproduções nas indústrias que mais crescem no mundo: tecnologia, informação e entretenimento. O evento é uma realização da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV). 8_Edição 278_nov/dez 2012 RH é essencial para crescer? Estudo idealizado pela KPMG International e realizado pela Economist Intelligence Unit revela que o recrutamento e a retenção de profissionais são percebidos como essenciais para o sucesso de qualquer negócio, apesar de líderes de negócios considerarem as atividades de gestão de Recursos Humanos não prioritárias, e, em alguns casos, ineficazes. A pesquisa global “Repensando os Recursos Humanos em um Mundo em Transformação” avaliou as forças que influenciam a atividade de Recursos Humanos nos negócios. De acordo com o estudo, 81% dos entrevistados dizem que uma estratégia de gerenciamento de talentos eficaz será fundamental para o sucesso competitivo. Quase 60% dos 418 entrevistados acreditam que o RH vai ganhar maior importância estratégica nos próximos anos. Porém, apenas 17% dos executivos ouvidos afirmam que o RH faz um bom trabalho demonstrando de fato sua importância para os negócios. As principais conclusões da pesquisa estão centradas na necessidade de se atingir a compreensão e a antecipação em relação às necessidades por uma força de trabalho global e flexível. Embora a tecnologia tenha gerado uma mudança profunda na atividade do RH, a grande oportunidade está assentada no uso efetivo de dados analíticos com o objetivo de melhor gerir a força de trabalho. [email protected] Áreas de Prática | Practice Areas Administrativo Antitrust and Competition Aeronáutico Arbitration and Mediation Ambiental Arbitragem e Mediação Bancário e Financeiro Comércio Exterior Credit Recovery & Corporate Reorganization Energy Financiamento de Projetos Entertainment Fusões e Aquisições Environmental Mineração Naval Petróleo e Gás Private Equity Propriedade Intelectual Recuperação de Créditos e de Empresas Seguro e Resseguro Societário Tecnologia da Informação Telecomunicações Trabalhista e Previdenciário Tributário SÃO PAULO Av. das Nações Unidas, 12.995 / 18º andar Brooklin – 04578-000 – SP Tel.: (55 11) 5505-4001 Fax: (55 11) 5505-3990 Corporate Immigration Entretenimento Mercado de Capitais RIO DE JANEIRO Av. Presidente Wilson, 231 / 23º andar Castelo – 20030-021 – RJ Tel.: (55 21) 3824-4747 Fax: (55 21) 2262-4247 Consumer Law Energia Elétrica Infraestrutura setembro 19/9 Prêmio Brasil Ambiental Compliance Corporate Imobiliário agosto 26/8 Brazil Energy and Power Capital Markets Contracts Imigração Empresarial julho 5/7 III Fórum de Comércio Internacional Banking and Finance Contencioso Governança abril 5/4 Cerimônia de Posse da nova diretoria da Amcham Rio Aviation Consumidor Contratos Amcham Rio Administrative Aduaneiro Antitruste e Concorrência Agenda 2013 outubro 31/10 I Prêmio de Inovação ATTORNEYS-AT-LAW www.veirano.com.br PORTO ALEGRE Rua Dona Laura, 320 / 13º andar Rio Branco – 90430-090 – RS Tel.: (55 51) 2121-7500 Fax: (55 51) 2121-7600 Export / Import and Customs Information Technology Infrastructure Insurance & Reinsurance Intellectual Property International Trade Labor and Social Security Litigation Mergers & Acquisitions Mining Oil & Gas Private Equity Project Finance Real Estate Shipping Tax Telecommunications VEIRANO & PIQUET CARNEIRO ADVOGADOS BRASÍLIA SCN Qd. 2 – Ed. Corp. Financial Center – Bloco A 10º andar conj 1001 – 70712-900 – DF Tel.: (55 61) 2106-6600 Fax: (55 61) 2106-6699 entrevista Sidney Levy, diretor-geral da Rio 2016 Que venha a Olimpíada Sidney Levy, ex-presidente da Amcham Rio e da Valid S.A., fala com exclusividade à Brazilian Business às vésperas de assumir o posto de diretor-geral da Rio 2016 Por Andréa Blum Fotos Cecília Acioli “N “Londres teve outros problemas, como a dificuldade de engajar as pessoas. Aqui certamente isso não vai acontecer” 10_Edição 278_nov/dez 2012 os primeiros cinco minutos eu disse sim. Acho que foi uma decisão instintiva. Mas senti como se fosse uma missão, algo que eu tinha de fazer.” Foi com essa emoção que o engenheiro Sidney Levy se tornou o diretor-geral do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 (Rio 2016), posto que assume a partir de 7 de janeiro de 2013. Carioca, 56 anos, ele é presidente do Conselho de Administração da Valid S.A., empresa na qual está há 31 anos e que presidiu entre 1994 e 2011. Muito empolgado com o novo desafio, Levy é só sorrisos e bom humor quando fala da oportunidade de liderar a organização dos jogos, que acontecem pela primeira vez na América do Sul. O evento multiesportivo será realizado no segundo semestre de 2016, no Rio de Janeiro. A cidade foi escolhida como sede durante a 121ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Copenhague, na Dinamarca, em outubro de 2009. Além de muita tranquilidade e otimismo, o que certamente não faltará a Levy é trabalho. Leia a seguir a íntegra da entrevista concedida por Sidney Levy com exclusividade à Brazilian Business, em seu escritório, no centro da cidade, a menos de um mês de assumir o posto de diretor-geral da Rio 2016. Edição 278 Brazilian Business_11 entrevista sidney levy Brazilian Business: Qual será o seu papel à frente da Rio 2016 como diretor-geral? Sidney Levy: Em Londres, foi adotado um sistema de gestão para o evento semelhante ao das empresas de capital aberto na Bolsa, composto por um chairman e um chief executive officer (CEO), pois como havia muitos fundos de investimentos que transitavam pelo comitê organizador, foi necessário trabalhar com as regras de governança e transparência. Como chairman, trouxeram Sebastian Coe, um grande atleta responsável por coordenar politicamente todo o movimento de trazer a Olimpíada à cidade, e como CEO contrataram um empresário, Paul Deighton, que conhecia muito de negócios. Londres foi um sucesso estrondoso muito por conta desse modelo de gestão estruturado para liderar e realizar esse grande evento, com transparência e prestação de contas continuamente, inclusive dividindo os problemas que surgiam ao longo do processo. No Brasil, a ideia foi repetir esse modelo. Fui contratado para introduzir no Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos uma governança semelhante à das empresas abertas, à medida que envolve os fundos privados, que lidam com patrocínios, fundos do comitê internacional, vendas de ingressos etc. Em paralelo, há outra questão mais ampla, que são os fundos públicos, como a construção do Metrô. É outra governança, que o comitê olímpico não domina, não é de sua responsabilidade, mas caminham em paralelo. BB: Mas é fundamental que haja um diálogo com o poder público. SL: Existe um alto comando dos jogos composto pelas forças po- líticas que, unidas, precisam fazer o modelo de evento funcionar. Ele reúne a presidente da República, Dilma Rousseff, o prefeito e o governador do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e Sérgio Cabral, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Quando o Brasil ganhou a candidatura para sediar o evento, ele se comprometeu com o Comitê Olímpico Internacional a fazer dessa forma integrada para funcionar, pois só será possível realizar os jogos com sucesso se houver obras estruturais, modernizações de que o Rio de Janeiro sempre precisou, e está usando esta oportunidade como um polarizador. Não existe um carioca que ache desnecessário ter o Metrô para a Barra da Tijuca, ou o Maracanã e os aeroportos reformados. Acho que o público mistura um pouco as obras que precisam acontecer para a realização dos jogos, durante os 17 dias de evento, e aquelas que, por oportunidade, irão ficar como legado. “Fui contratado para introduzir no Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos uma governança semelhante à das empresas abertas” 12_Edição 278_nov/dez 2012 BB: O ganho da candidatura é um ganho para a cidade do Rio de Janeiro? SL: Acho que são dois ganhos. Naturalmente, há um ganho para a cidade em termos de legado de infraestrutura, mas também algumas reformas pontuais que o evento oportuniza e vão ficar para a cidade, como a construção, por exemplo, de 48 novos hotéis. Esse evento é um grande catalisador de esforços, pois faz com que as coisas aconteçam mais rapidamente. Há outro ganho não tão palpável, mas igualmente desafiador e significativo, que é poder mostrar para o mundo inteiro outro Rio de Janeiro, o que funciona, onde as coisas acontecem na hora, que tem uma vida cultural riquíssima. Temos de mostrar esse lado da cidade, a nossa capacidade de ser uma cidade que funcione, além da festa e da alegria. BB: Qual a sua expectativa em relação à aparelhagem da cidade para ancorar os jogos? SL: É um projeto fabuloso e muito ambicioso. São os quatro anéis do BRT, o Metrô, a construção dos hotéis, a reforma do Porto e a nova Marina. Os principais financiamentos já estão colocados e depois a iniciativa privada vai explorar esses modelos – um sistema feito em Londres e que deu muito certo. Um dia depois de encerrada a Olimpíada, já havia um órgão privado para administrar, dar a concessão e tocar adiante. Por outro lado, precisa haver mão de obra qualificada para sustentar todas essas instalações, que fale inglês. São desafios enormes, mas que estão sendo endereçados nessas várias esferas. O que me parece muito interessante é o discurso coeso das diferentes lideranças, determinadas a usar essa oportunidade para fazer uma transformação tão necessária. BB: Que oportunidade isso significa para o setor empresarial? SL: Temos as PPPs sendo feitas, todas as concor- rências da Olimpíada serão internacionais, os patrocinadores internacionais. No Rio de Janeiro, por exemplo, tivemos o caso recente da Nissan, que, ao anunciar a construção de sua fábrica no Estado, teve como estratégia de marketing também declarar o patrocínio oficial à Olimpíada. Mas não vai ser fácil. É um negócio muito complexo e muito grande, que envolve bastante dinheiro e dialoga com vários poderes. Mas eu acho que a gente alcança. Sou extremamente otimista. Existem comprometimento e verba destinados e também esse alinhamento entre os diferentes poderes que, sem ele, seria impossível. BB: Qual a sua percepção sobre a oferta de mão de obra propiciada pelos jogos? SL: Só o comitê organizador vai disponibilizar 4 mil vagas até 2016, mas todos terão que falar inglês. Acho que isso é certamente um gargalo, principalmente quando penso em serviços, como os atendentes dos hotéis, motoristas de táxis e ônibus etc. Mas acredito que haverá saídas possíveis para isso até lá. Dentro do comitê, por exemplo, existe uma área de Educação, que vai realizar treinamento à distância para os prestadores de serviços, com ferramentas de e-learning, e dar conta também de treinar 70 mil voluntários. O idioma é ainda uma barreira. Londres teve outros problemas, como a dificuldade de engajar as pessoas. Aqui certamente isso não vai acontecer. Cada cidade tem a sua peculiaridade. “Temos de mostrar a nossa capacidade de ser uma cidade que funcione, além da festa e da alegria” BB: Como a tecnologia vai contribuir para a realização dos jogos? SL: Quando estive em Londres para conhecer a organização dos jogos, eles me disseram que no começo dos trabalhos não existia o Facebook, por exemplo. Provavelmente, ao longo dos próximos anos teremos que lidar com novidades e incorporá-las, mas são realidades ainda distantes. Na experiência londrina, eles fizeram algo muito interessante, que foi construir uma base de dados com milhões de pessoas para articular pequenas soluções para os problemas locais. Fiquei também muito impressionado com a qualidade do serviço de broadcast da Olimpíada de Londres. Havia 2.500 câmeras de televisão cobrindo os eventos. Nós não temos essa quantidade de equipamentos no Brasil. Teremos que importá-los. Só o Comitê Olímpico Internacional tem 1.500 câmeras próprias de alta geração e precisão. Já os softwares de segurança e acesso o Brasil já tem. Quanto a isso não teremos problemas. As mídias sociais e o site oficial já estão se comunicando muito bem. Mas temos que ir num crescente que vai ser acelerado depois da Copa do Mundo de 2014. Temos que planejar bem agora para, nos últimos dois anos anteriores ao evento, concretizar. Mas temos que ser flexíveis ao longo do caminho. BB: Você acredita que os advogados vão ficar muito ocupados? SL: O COI é muito organizado nesse sentido. Nesse item estou muito tranquilo, pois já existem termos bem claros e resolvidos quanto à proteção de marca. E a marca dos cinco anéis é muito forte. BB: Como vamos lidar com o arsenal de equipamentos e jornalistas necessários para a cobertura de mídia? SL: A mídia realmente é um assunto muito relevante entre as tarefas que temos pela frente. Está em construção um centro de mídia e alojamentos para a imprensa. O COI é o líder desse ponto, pois tem uma experiência brutal nesse sentido. Participei de uma reunião em que estavam presentes todos os lados da experiência – o chefe suíço de mídia, o responsável por liderar a experiência londrina e o head associated press, um parceiro internacional que cobre sempre a Olimpíada, além de um grupo de jornalistas que faz a cobertura dos jogos há anos. Juntos, eles fazem um balanço das experiências vividas para aperfeiçoar a capacidade de atender as necessidades da imprensa. São detalhes, mas que na repercussão dos jogos fazem toda a diferença, como a conexão wi-fi, que precisa ser muito sofisticada, o intervalo de tempo dos transportes para levar a imprensa, por exemplo, alimentação etc. Tudo é negociado com a rede de jornalistas internacional para ser bem-sucedido. Isso eu achei uma experiência incrível. entrevista sidney levy BB: Como você recebeu o convite para ser o diretor-geral da Rio 2016? O que você sentiu e como vê esse desafio? SL: Quando recebi o convite do [Carlos Arthur] Nuzman eu imediatamente aceitei. Não sei se foi uma decisão racional ou emocional, ou ainda instintiva. Mas senti como se estivesse aceitando uma missão. Tem coisas na vida que a gente sabe que tem que fazer. Quando fui à Suíça para me reunir com os organizadores, ao chegar ao aeroporto, procurava a placa com o meu nome quando percebi um rapaz com a imagem apenas do logo da Olimpíada, os anéis, na mão. É uma força impressionante que a marca representa, pois simboliza muitas coisas: significa organização, transparência, esforço, tradição, humanidade. Se você pensar no lema dos ingleses para a Olimpíada, To Inspire a Generation, é esta a potência que vejo nos jogos. Temos que usar os jogos como uma ferramenta para os jovens pensarem em ter outras opções à violência. Este é um papel que a Olimpíada pode ter, que é muito importante para a sociedade. Além disso, a Olimpíada apresenta uma gama de opções de esportes, não apenas o futebol. É parte da educação do povo norte-americano, por exemplo, usar o esporte como elemento da formação. Muitos CEOs foram grandes jogadores na escola e universidade. O próprio [Barack] Obama jogou basquete por muitos anos, e ainda joga. E com certeza aprendeu alguma coisa com isso. É um elemento de educação para a vida. O Brasil precisa incorporar esse espírito. BB: Os jogos são o despertar, mas como dar uma continuidade? SL: Tem que haver uma cultura que perpetue os esforços que fare- mos para realizar os jogos. O meu trabalho termina em dezembro de 2016, mas depois deve haver um esforço do poder público e da iniciativa privada para aproveitar esses espaços criados. Na Inglaterra, por exemplo, a empresa que ajudou a construir as piscinas para os jogos, depois de encerrados, fez uma concessão para explorar o espaço comercialmente. Uma semana depois, havia 10 mil pessoas pagando ingresso ou usufruindo daquele legado por meio de convênios com a prefeitura e as escolas. É aproveitar para fazer desses espaços um legado social. BB: Como você percebe o papel da Câmara de Comércio Americana do Rio nesse cenário? SL: É uma instituição muito importante e tradicional. Eu sou um exemplo vivo de um associado que extraiu muito da Câmara. Foi uma instituição que me melhorou como pessoa e como profissional. Eu dei muito à Amcham Rio, mas também recebi muito ao longo dos anos em que trabalhei ativamente, desde 1996, quando entrei como diretor, até virar presidente, em 2005. Desde 2007, estou no Comitê Executivo da Amcham Rio, posto que deixarei em abril de 2013. ÁREAS DE ATUAÇÃO PRACTICE AREAS Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura Administrative Law Direito Societário Corporate Law Mercado Financeiro e de Capitais Financial and Capital Markets Direito da Concorrência Competition Law Direito da Energia Energy Law Direito Tributário Tax Law Contencioso Judicial e Administrativo Judicial and Administrative Litigation Arbitragem Arbitration Contratos Contracts Direito Imobiliário Real-Estate Law Direito do Trabalho Labor Law Direito Previdenciário Pension Law Direito Ambiental Environmental Law Direito Eleitoral Election Law Propriedade Intelectual Intellectual Property Direito Internacional International Law “O que me parece muito interessante é o discurso coeso das diferentes lideranças, determinadas a usar essa oportunidade para fazer uma transformação tão necessária” Rua Dias Ferreira 190, 7º andar Rua Sete de Setembro 99, 18º andar Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar Leblon – Rio de Janeiro – RJ Centro – Rio de Janeiro – RJ Itaim Bibi – São Paulo – SP 22431-050 – Brasil 20050-005 – Brasil 04543-000 – Brasil T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100 clcmra.com.br 14_Edição 278_nov/dez 2012 perfil A lacuna para o desenvolvimento Álvaro Palma de Jorge, sócio do Barbosa, Müssnich & Aragão, responsável pelo grupo de Infraestrutura e pela área de Direito Público do escritório, será o novo chairman do Comitê de Logística e Infraestrutura da Amcham Rio Por Andréa Blum “O desenvolvimento do País passa necessariamente pelos avanços em infraestrutura e logística. Haverá sempre limitações de crescimento com gargalos estruturais.” A afirmação é do novo chairman do Comitê de Logística e Infraestrutura da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, Álvaro Palma de Jorge, sócio do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, no qual responde pelo grupo de Infraestrutura e pela área de Direito Público. A partir de janeiro de 2013, ele lidera o grupo da Amcham Rio que visa consolidar debates em torno desses setores e ajudar o mercado e as empresas a transformar essas lacunas em oportunidades. Há 12 anos no BM&A e sócio do escritório desde 2008, Palma de Jorge acredita que, apesar desse cenário ser um consenso, ainda pairam muitas dúvidas sobre como solucionar esse problema. Segundo ele, o comitê tem como papel ser um instrumento de formação e contribuição para encontrar propostas e modelos que ajudem as instâncias públicas a tomar decisões, já que naquele grupo estão representadas as empresas privadas que, além de saber detalhadamente as reais necessidades do setor, podem endereçar as contribuições de forma mais transparente e consolidada. “A primeira mola propulsora, considerando esse ambiente de negócios, é saber que infraestrutura e logística são áreas que não vão se desenvolver sozinhas e precisam da participação ativa da iniciativa privada para contribuir na modelagem dos projetos do Governo”, afirmou. O momento não poderia ser mais propício tanto para a ativação do Comitê quanto para o País 16_Edição 278_nov/dez 2012 O momento não poderia ser mais propício tanto para a ativação do comitê quanto para o País, que ingressa num estágio de aceleração de investimentos no ambiente nacional e também para o Rio de Janeiro. “Agora, há um pouco mais de controle e podemos escolher para onde vamos. Temos um conjunto de possibilidades concretas, que são motores importantes rumo ao desenvolvimento, como o porto e os aeroportos”, disse. Segundo ele, a Amcham Rio pode ser um fórum de diálogo entre as empresas e lideranças públicas e de geração de conteúdos relevantes aos associados que os ajude na tomada de decisão e na geração de futuros negócios. “É fundamental – e vejo o comitê como este lugar – um espaço de estudo e interação privado para a discussão desses temas, muitas vezes difícil de ser encontrado num ambiente de muita concorrência, mas necessário para fomentar a troca das informações que realmente interessam para as empresas ali representadas”, defendeu ele como mais uma das missões do grupo. “Essas são as linhas mestras da proposta que percebo para trabalhar ao longo de 2013 e que será debatida com os associados para entrar em consonância com seus desejos. Acredito que este ano promete trazer temas palpitantes para o Brasil, como as concessões de ferrovias e rodovias, portos, aeroportos, rede hoteleira e transporte urbano, que darão bastante combustível para as reuniões, os eventos e as propostas do comitê. Esperamos ter mais adesões de empresas que também estão chegando ao Rio e possam agregar ao grupo”, concluiu. Álvaro Palma de Jorge ingressou no BM&A em março de 2001 e se tornou sócio do escritório em 2008. É mestre em direito constitucional pela Harvard Law School. Edição 278_Brazilian Business_17 brasil urgente As sete lições do mensalão O desafio da cobertura jornalística ao acompanhar diariamente a “novela do mensalão” aos olhos de um jurista e como o trabalho empenhado pelo STF diz muito sobre um Brasil ainda a ser descoberto Víctor Gabriel Rodríguez_professor e mestre em direito penal da Universidade de São Paulo U ma opinião pessoal, como não poderia ser diferente, mas que acho que tem muito em comum com a experiência de todos os nossos leitores. De um momento a outro, os estudiosos do direito penal nos tornamos voz importante para explicar o que parte da imprensa – a boa imprensa – já apostava ser um divisor de águas. Pessoalmente, eu duvidava bastante do encaminhamento técnico do veredicto, apesar de haver conhecido com alguma intimidade o sério trabalho do Supremo Tribunal Federal. Mas, ao fim dessa experiência de diária análise do julgamento do século, idealizada pela equipe do Valor Econômico e por um brilhante penalista, que capitaneou nosso conjunto de professores respeitando opiniões e divergências, as lições que aprendi foram para além de confirmar a utilidade de crer nas previsões dos mais sábios. De um modo tão pontual como cabalístico, outros seis ensinamentos ficaram bem claros. Para mim, digo. Aprender que os caminhos da economia e da justiça coincidem foi o primeiro ponto. Em um plano bem geral, a AP 470 se mostrou idêntica aos índices de desenvolvimento econômico do País que há pouco foram divulgados: as distâncias sociais diminuíram, o que é excelente para toda a sociedade. O tablado do Supremo foi espelho disso, porque vimos cidadãos do alto poder sendo tratados quase como réus comuns. Não significa que haja deixado de existir uma justiça de ricos e outra de pobres (que em geral não acodem à Suprema Corte), mas que ao menos as grandes imunidades pereceram, até mesmo para se provar do amargo sabor da injustiça, que não se deseja sequer ao pior criminoso. Pobre ou rico. Também ficou comprovado que traduzir o blindado discurso jurídico não é algo impossível, e parte da imprensa o fez muito bem. Se qualquer simplificação parecerá ao cientista sempre herética, há no fenômeno dois aspectos que temos de aceitar: primeiro, que o direito somente se concretiza quando os cidadãos o legitimam, e para legitimar é necessário compreender; depois, e talvez mais relevante, que os olhos da opinião pública conseguem ver o que a técnica não alcança. Que existem nos julgamentos interesses, e contatos, e palavras, e mensagens subliminares que o cientista não nota ou finge não notar apenas porque não consegue inserir tantas variáveis em sua exata equação. O direito é um corte da sociedade, mas analisar o fenômeno na integralidade é louvável tarefa, entre outras, do jornalista. Reflexão necessária Em sentido bem contrário, exagera-se ao observar o julgamento como um fenômeno político-partidário. A lição então é de que ainda há um longo caminho para se consolidarem socialmente os conceitos institucionais, entre os quais está a independência do Judiciário. Não houve dia que, publicando-se um mediano artigo de minha autoria, deixasse eu de receber algumas mensagens de leitores que transformavam minhas palavras em uma borbulhante exaltação ao PT ou PSDB, ao Lula ou Fernando Henrique, como se o plenário fosse um campo de disputa de dois times de futebol pelos quais se nutrem paixões das mais cegas e guturais. Para mim foi de fato uma nova experiência receber críticas passionais de alguns personagens que eu acreditava serem o baluarte da frieza e imparcialidade de análise. Curioso, porque não consigo prever se nosso futuro nos reserva melhor compreensão técnica ou o recrudescimento desses ardores. 18_Edição 278_nov/dez 2012 “Falta muito para o País tomar consciência de que necessita repensar a si próprio” Foi também um tanto decepcionante confirmar o que há tempos defendia, sem grande aprofundamento técnico: que todos nós pensamos narrativamente. Fez-se inviável acompanhar o julgamento sem criar uma figura de um ministro herói e outro antagonista. Falsa polarização, em especial se for aceita minha observação de que, se não houvesse nas sessões uma aguda divergência de opiniões, aí sim teríamos um real motivo para suspeitar do comportamento da corte. A divisão ilusória entre mocinhos e bandidos jamais permitirá uma boa apreciação fática, e estão de parabéns os meios de informação que ao menos tentaram dissolver esse sintomático mito de lobo mau, que meu desconhecimento de psicologia social impede analisar. Dessa mesma lógica narrativa, fica também o aprendizado de que falta muito para o País tomar consciência de que necessita repensar a si próprio. Predicativos, lançados em alguns noticiários, como “a novela do mensalão”, demonstraram o total desprezo para com o momento histórico. Acreditar que já se comentou demais sobre o julgamento denota total rejeição à atividade de reflexão sobre nossos rumos, pois qualquer sociedade minimamente desenvolvida teria a certeza de que a Ação Penal 470 foi um fato sobre o qual ainda restam milhões de linhas a serem escritas no decorrer das próximas décadas. Notícia de ontem A última lição reverte à primeira, mas em outra face. Escrever com regularidade a um jornal diário de ampla repercussão fez notar o quanto é árido o cotidiano dos jornalistas, estes que nós juristas amamos criticar. Construir com velocidade um texto curto e preciso, com a responsabilidade de se desnudar para um público atento, que nota com facilidade erros lógicos e preconceitos que o próprio autor ignora, é uma responsabilidade e tanto. Um risco, melhor dito. Depois de todo o esforço, ver seu texto se desatualizar e perder sentido em questão de horas, como um pão amanhecido, tampouco é a melhor das experiências. É só mais uma lição de respeito que a vida nos dá diariamente, a que todos já deveríamos estar habituados. Mas não estamos. *Artigo publicado pelo jornal Valor Econômico em 3/12/2012 Edição 278_Brazilian Business_19 S:7.992” ponto de vista Flavia Bendelá Sócia e diretora de Estratégias e Produtos da Local Invest O potencial do private equity no Brasil O que mais se fala hoje no País é sobre o momento histórico em que vivemos, de aquecimento econômico e crescimento. O tema é empolgante! Principalmente se observarmos que mostra o aumento do poder aquisitivo da sociedade, criando uma migração de classes associada a um movimento de inclusão social. Todo esse cenário de otimismo faz com que, mesmo em época de crise e quebra dos poderes econômicos globais, o Brasil siga seu caminho como se nada fosse atingi-lo. Mas não é bem assim. Um país que vem perdendo sua indústria de transformação e voltando a se concentrar na exportação de commodities e na prestação de serviços deve ligar o sinal de alerta. É preciso investir em crescimento de base e desenvolver segmentos da economia que antes ficavam dependentes do Governo e outros tantos que atendam às mudanças de comportamento e demandas de consumo da “nova classe média”. Esses segmentos são os chamados setores emergentes, que, por ainda apresentar um grande potencial de crescimento, são considerados as grandes oportunidades de futuro retorno de investimento, como infraestrutura, educação, saúde, óleo e gás, energia, tecnologia, logística, turismo e entretenimento. “Um país que vem perdendo sua indústria de transformação e voltando a se concentrar na exportação de commodities e na prestação de serviços deve ligar o sinal de alerta” 20_Edição 278_nov/dez 2012 De olho nesses mercados, o setor financeiro vem se movimentando na estruturação de operações que possibilitem aos investidores alcançar esses ganhos, e os fundos de private equity vêm se mostrando competentes para isso. Porém, para oferecer produtos que tenham a capacidade de aproveitar as margens agressivas dos segmentos emergentes, é preciso que as gestoras de recursos façam mais que seu trabalho de gestão. Isso porque as empresas que compõem esses setores não adotam modelos de gestão profissionalizados. Apesar de elas apresentarem potencial de expansão, faltam planejamento, processos de governança corporativa e políticas financeiras que garantam um equilíbrio de fluxo de caixa para investir no crescimento sem se agarrar aos empréstimos bancários. Somente com um trabalho de assessoria e coaching será possível aos private equities conseguir atender aos objetivos de investimento dos setores emergentes. Como não se tratam de start-ups, a dinâmica de relação é diferente da que os venture capitals e seed moneys costumam ter com suas investidas. É preciso às assets mais que conhecimento do mecanismo financeiro, mais inteligência de mercado e visão estratégica, que possibilitem comunicação entre empresas de middle market e o mercado de capitais. A prova de que esse é o caminho é o próprio cenário de private equity global. Enquanto no mundo inteiro o ticket médio de um fundo desses é em torno de US$ 50 milhões, no Brasil esse número é de R$ 400 milhões. Outro fator é a baixa aderência que o Bovespa Mais vem tendo por conta das empresas médias ainda não estarem preparadas para esse tipo de mercado e o custo ainda ser elevado. O private equity nesse caso funcionaria como uma aceleradora, preparando a companhia para um futuro IPO. As assets precisam mostrar que sua expertise as faz capaz não só de analisar o risco do investimento, mas, principalmente, de garantir uma estratégia de negócios consistente para um crescimento autossustentável e rentável. Nosso futuro depende de inovação Nosso futuro depende de inovação para operarmos de forma mais limpa, Nosso futuro depende de inovação para operarmos de forma mais limpa, mais segura e mais inteligente. para de forma mais limpa, mais operarmos segura e mais inteligente. A cada ano, investimos bilhões mais segura e mais inteligente. A cada ano, investimos bilhões em tecnologias mais inteligentes A ano, investimos bilhões emcada tecnologias mais inteligentes para o desenvolvimento de petróleo e gás, em tecnologias mais inteligentes para o desenvolvimento de petróleo e gás, introduzimos novas formas de energia para o desenvolvimento de petróleo e gás, introduzimos novas formas de energia no mercado, e investimos introduzimos formas de energia no mercado, enovas investimos em projetos inovadores com no e investimos emmercado, projetos inovadores com ideias brilhantes para o futuro. em projetos inovadores ideias brilhantes para o com futuro. Portanto, não apenas pensamos ideias brilhantes para pensamos o futuro. Portanto, não apenas como uma empresa de tecnologia — Portanto, apenas como umanão empresa depensamos tecnologia — somos uma empresa de tecnologia. como uma empresa de — somos uma empresa detecnologia tecnologia. Saiba mais em chevron.com/weagree somos uma empresa de tecnologia. Saiba mais em chevron.com/weagree Saiba mais em chevron.com/weagree CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC. ©2011 da Chevron U.S.A. Inc. Todos os direitos reservados. CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC. ©2011 da Chevron U.S.A. Inc. Todos os direitos reservados. CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC. ©2011 da Chevron U.S.A. Inc. Todos os direitos reservados. Dr. John Kelly III Dr. John KellySênior III Vice-presidente Vice-presidente Dr. KellySênior III IBM John Research IBM Research Vice-presidente Sênior IBM IBM Research IBM John McDonald John McDonald Vice-presidente e Diretor de Vice-presidente e Diretor de John McDonald Tecnologia Tecnologia Vice-presidente e Diretor de Chevron Chevron Tecnologia Chevron radar Protocolo de Madri: Colômbia e México já aderiram. E o Brasil? O Protocolo de Madri, cujo objetivo principal é a simplificação do sistema do registro internacional de marcas, diminuindo seus custos e prazo para obtenção do registro da marca em outros países, ainda é discutido no Brasil Andreia de Andrade Gomes_Sócia na área de Propriedade Intelectual de TozziniFreire Advogados e vice-chairperson do Subcomitê de PI da Amcham Rio, e José Graça Aranha_ Ex-presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) D esde 2001, vem se analisando as vantagens e desvantagens de uma possível adesão do Brasil ao sistema. Na época, a adesão foi defendida pela direção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), com a argumentação de que há redução considerável tanto dos prazos para obtenção dos registros de marcas no mercado internacional, como das despesas para a proteção desses registros em todos os países membros do protocolo. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também apoiaram o protocolo, citando como benefício adicional o provável aumento do número de pedidos de registro feitos no exterior por empresas brasileiras. No sistema atual, diversos procedimentos são exigidos para que uma empresa nacional obtenha registro de marcas no exterior ou uma empresa estrangeira registre sua marca no Brasil. Essa lista é extensa, e as exigências variam de país para país. O custo e o tempo demandados podem ser impeditivos reais à obtenção dos registros em mais países. O Protocolo de Madri dispensa a maioria desses requisitos e os resume em um único depósito internacional, com efeitos para até 87 países, incluindo quase todos os grandes parceiros comerciais do Brasil. Não podemos ter medo do protocolo e de suas consequências para os profissionais da área de Propriedade Industrial. É possível que, caso o Brasil venha a fazer parte do protocolo, o trabalho burocrático de preenchimento de formulários diminua sensivelmente, mas o trabalho técnico-jurídico que se segue ao simples depósito de um pedido de registro de marca não só aumentará, em função das novas marcas que virão para o Brasil, como continuará fundamental para a proteção desses ativos intangíveis dos titulares de marcas – os verdadeiros interesses que devemos proteger. Como argumento contrário à adesão do Brasil ao Protocolo de Madri, alega-se que marcas estrangeiras virão para o País e congestionarão ainda mais o Inpi. É um equívoco: com base nos dados oficiais da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), prevê-se que o Brasil receberá de 3 mil a 4 mil pedidos de registro no primeiro ano, no caso de adesão ao protocolo. Esses números representam menos de 3% do que é depositado anualmente no País. No total, 87 países fazem parte do Protocolo de Madri. Estão incluídos todos os países da Europa, inclusive o escritório da Comunidade Europeia – também Parte Contratante do Protocolo – os Estados Unidos, alguns países africanos e árabes, Japão, Austrália, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Cingapura, Cuba, Filipinas, Israel e Nova Zelândia, para citar alguns. A adesão de outros já está a caminho: Índia, Tailândia, certos países do Golfo e África do Sul. Somente nas Américas a adesão ao Protocolo de Madri ainda não é expressiva: Colômbia, México, Cuba e Antígua e Barbuda, além dos Estados Unidos. Ironicamente, as empresas da América Latina têm que pagar mais para registrar suas marcas do que empresas europeias e americanas. Para o Brasil, a adesão ao tratado internacional deverá trazer um aumento no volume de marcas brasileiras protegidas no exterior. Sabemos que empresas estrangeiras que se instalam no Brasil protegem sua marca independentemente do custo, ao contrário das pequenas e médias empresas exportadoras brasileiras, que muitas vezes se veem impossibilitadas de fazer isso em países do exterior, pelo custo dos registros. Dados da Fiesp mostram que há cerca de 22 mil empresas exportadoras no País que com o Protocolo de Madri precisarão de assessoria dos profissionais de propriedade intelectual para entender as vantagens e os mecanismos do tratado. Em linha com esses dados, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou recentemente um manifesto da indústria brasileira pedindo a imediata adesão do Brasil ao tratado. A importância das exportações para a economia brasileira indica que o Brasil deve fazer parte de acordos e tratados internacionais que facilitem o acesso aos grandes mercados, caso do Protocolo de Madri. Na busca pelos mercados de exportação, é essencial que a empresa brasileira tenha custos mais baixos para competir em um mercado globalizado. Um Inpi ágil, equipado com recursos humanos e materiais, é, sem dúvida, o melhor dos cenários e uma questão prioritária para o sucesso total da implantação do Protocolo de Madri. Mas ficar discutindo esse assunto por mais longos anos enquanto se espera pelo completo aparelhamento do órgão é deixar passar ao largo uma oportunidade que pode incrementar nossas exportações e melhorar a imagem do Brasil no exterior. Confiamos que o atual governo brasileiro, atento às questões que afetam o comércio exterior, reconheça a importância do registro de marcas e anuncie, em curto período de tempo, a adesão do País ao Protocolo de Madri. “A importância das exportações para a economia brasileira indica que o Brasil deve fazer parte de acordos e tratados internacionais que facilitem o acesso aos grandes mercados, caso do Protocolo de Madri” Edição 278_Brazilian Business_23 especial Os resultados da reforma: O DIVULGAÇÃO PETROBRAS / HELMUT OTTO Adriano Pires e Rafael Schechtman_ Diretores do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) 24_Edição 278_nov/dez 2012 setor de exploração e produção de petróleo no Brasil experimentou um período de grande prosperidade ao longo do processo de abertura da área, iniciado no fim da década de 1990. Sob o modelo de concessão, foram realizadas dez rodadas de licitação de áreas exploratórias, atraindo investimentos das gigantes internacionais (BG, Shell, Statoil, Repsol etc.), fortalecendo a Petrobras e possibilitando a criação de empresas privadas nacionais (OGX, QGEP, HRT etc.). As reservas provadas no Brasil saltaram de 7,1 bilhões de barris para 14,2 bilhões de barris, enquanto a produção se elevou em 150% no período 1997/2011. A arrecadação acumulada entre 1997 e 2011 de participação especial e royalties foi de R$ 164,5 bilhões. O sucesso do modelo de concessão está relacionado à construção de um arcabouço institucional definido em sintonia com o mercado e instituído pela Lei nº 9.478, de 2007. Esse arcabouço se constituiu de três pilares básicos: estabilidade regulatória, segurança jurídica e respeito às regras de mercado. A segurança jurídica foi estabelecida pela própria lei, que garantiu igualdade de condições entre a Petrobras e as demais empresas que desejassem participar do mercado brasileiro de exploração de petróleo e gás. A segurança jurídica passou a ser garantida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que foi constituída como uma agência reguladora autônoma e independente, capaz de organizar o mercado e garantir a concorrência. O respeito às regras de mercado se deu pela desregulamentação dos preços dos combustíveis, que teve como objetivo estabelecer um sinal correto do ponto de vista de preço final e, consequentemente, de remuneração dos investimentos das empresas participantes desse mercado. uma estratégia vencedora O modelo de concessão possibilitou que o Brasil alcançasse a longamente almejada autossuficiência na produção de petróleo, proporcionada pela elevação dos investimentos no setor. O resultado da atração de grandes players mundiais do setor foi a notável elevação tanto das reservas quando da produção de petróleo, fazendo com que o Brasil passasse a ocupar um lugar de destaque no mercado mundial de petróleo. Embora tenha perdido o monopólio da exploração e produção de petróleo com a abertura do mercado, a Petrobras na prática se fortaleceu, tornando-se uma empresa de petróleo de fato internacional, com presença em mais de 28 países, além do Brasil. O progresso do setor também possibilitou o investimento e o desenvolvimento de novas tecnologias na exploração e produção de petróleo e gás natural, que culminaram na descoberta das reservas do pré-sal em águas ultraprofundas. Paralelamente, observa-se um forte desenvolvimento de vários setores pertencentes à cadeia da atividade de E&P, incentivados pela cláusula de conteúdo local. Ganharam com isso vários setores industriais, gerando emprego, renda e competitividade para a indústria nacional. Do ponto de vista fiscal, a arrecadação de receitas provenientes das participações governamentais já é uma fonte de recursos importante, tanto para a União quanto para os Estados e municípios. O montante elevado que já vem sendo arrecadado e a perspectiva de crescimento dos recursos por conta da exploração do pré-sal trouxeram um conflito distributivo entre Estados produtores e não produtores, uma vez que estes desejam aumentar sua participação na divisão das receitas com participações governamentais. Diante do sucesso do modelo de concessão, cabe o questionamento em relação aos motivos para sua substituição pelo da partilha nos próximos leilões dos blocos do pré-sal. Tal mudança foi feita sob a alegação de que a elevada rentabilidade projetada pelos campos do pré-sal exigiria um novo marco regulatório, que garantisse a apropriação dos recursos pelo “povo brasileiro”. O novo arranjo institucional estabeleceu o modelo de partilha e trouxe consigo vários retrocessos em relação ao modelo de concessão. O primeiro ponto diz respeito à quebra da estabilidade regulatória, por conta da substituição do modelo. Em segundo lugar, o novo modelo de partilha retoma o monopólio da Petrobras na operação dos campos e dá um mínimo de 30% para a estatal nos futuros leilões do pré-sal, retirando a igualdade de condições de todas as empresas nas licitações. As mudanças introduzidas no marco regulatório após o anúncio do présal têm gerado inúmeras incertezas quanto à continuidade do ciclo virtuoso que o setor de petróleo viveu no Brasil durante a vigência exclusiva do modelo jurídico da concessão. A incerteza sobre o marco regulatório é um dos fatores que estão provocando o adiamento de novas rodadas de licitação. A última rodada foi realizada em dezembro de 2008. Com esse adiamento, reduz-se a área em exploração, impede-se a descoberta de novas reservas e freia-se o crescimento da produção. Ao não realizar novos leilões, a União abre mão de receitas. Estima-se que somente com bônus de assinatura, a perda seja de US$ 15 bilhões anuais, totalizando US$ 60 bilhões em quatro anos. Em outras palavras, o Brasil está cometendo diversos equívocos no setor – e equívocos caros. *Este artigo faz parte do livro Petróleo: Reforma e Contrarreforma do Setor Petrolífero Brasileiro, com organização de Fabio Giambiagi e Luiz Paulo Vellozo Lucas, uma publicação da editora Campus Elsevier. “O novo arranjo institucional estabeleceu o modelo de partilha e trouxe consigo vários retrocessos em relação ao modelo de concessão” Edição 278_Brazilian Business_25 artigo especial As novas rodadas e as promessas de mudanças Preparado para crescer? 26_Edição 278_nov/dez 2012 Faça um tour e conheça nosso Centro Global de Empreendedorismo e Inovação. A Ernst & Young Terco ajuda sua empresa a entrar na rota certa do crescimento. Fale com: André Viola Ferreira Líder de Mercados Estratégicos ( 11 2573 5600 ey.com.br • Auditoria • Consultoria • Impostos • Transações TM Rio 2016 “A discussão sobre a distribuição dos royalties do petróleo entre Estados produtores e não produtores ameaça paralisar o setor e gerar uma briga judicial longa e sem vencedores” Tanto é verdade que o IBP realizou, em conjunto com a consultoria Bain & Company, um amplo estudo sobre conteúdo local e política industrial no Brasil. No trabalho, finalizado em 2012, foram mapeados o setor de Petróleo e Gás e as interações com a cadeia produtiva. Foram feitas várias avaliações, como demanda por máquinas, equipamentos, serviços e a da competitividade brasileira e suas principais restrições. Houve ainda estudos de casos de outros países e sugestões de políticas públicas para o desenvolvimento do conteúdo local no Brasil. Representando 231 empresas e instituições do mercado petrolífero, o IBP sempre trabalhou com governos, parlamentares e órgãos reguladores na busca do modelo que traga desenvolvimento econômico e social para os Estados e para o País. E ressalta que as companhias que atuam na exploração e produção de petróleo no Brasil nunca perderam o apetite em investir e aplicaram somas expressivas no Brasil. Até 2004, por exemplo, os investimentos anuais ficavam abaixo de US$ 10 bilhões. A partir do ano seguinte, ultrapassaram os dois dígitos: ao fim de 2011, foram mais de US$ 50 bilhões. E a expectativa é que os investimentos cresçam mais ainda em 2013. O IBP sempre alertou sobre a importância do respeito aos contratos e às regras já definidas, sinal de segurança jurídica e de estabilidade de que o setor tanto precisa para continuar crescendo. Estamos confiantes que o Brasil conseguirá driblar esses desafios e manter um ambiente de negócios capaz de atrair novos e maiores investimentos e de impulsionar o desenvolvimento do País. © 2012 EYGM Limited. Todos os direitos reservados. divulgação/Fabio Kotinda E ntramos em 2013 com esperança e apreensão sobre as importantes discussões e mudanças que acontecem no cenário do setor de petróleo e gás que atua no Brasil. A indústria, que até a última edição da Rio Oil & Gas, realizada em setembro do ano passado, vivia momentos de extrema preocupação com a ausência de rodadas de licitação para novas áreas exploratórias, tranquilizou-se com o anúncio, durante o evento, de que teremos a 11ª rodada de licitações no primeiro semestre de 2013 e a primeira rodada do pré-sal no segundo semestre. Há cinco anos sem rodadas, as empresas já instaladas no Brasil veem se aproximar o esgotamento de suas áreas; as que se prepararam para entrar no mercado não conseguem oportunidade; o País perde investimentos essenciais; o Governo, receitas que seriam fundamentais para a promoção do desenvolvimento. O anúncio mostrou que o poder executivo está sensibilizado com a importância das rodadas tanto para o desenvolvimento do setor como para o crescimento do País. Passada a espera por um anúncio de rodadas, um novo desafio coloca o setor em um cenário de incertezas. A longa discussão sobre a distribuição dos royalties do petróleo entre Estados produtores e não produtores ameaça paralisar o setor e gerar uma briga judicial longa e sem vencedores. Surgem iniciativas perigosas como o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro de criação de uma taxa para compensar a possível perda de royalties do Estado. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) já manifestou sua intenção de recorrer à Justiça para defender a indústria de medidas que só trazem insegurança jurídica e penalizam as empresas. A taxa afeta a previsibilidade dos projetos, impossibilita o planejamento e impacta diretamente na capacidade de investimento. Outro tema que mobilizou o setor em 2012 foi o conteúdo local. A indústria está comprometida com o desenvolvimento do País e pronta a contribuir para uma política industrial de incentivo ao conteúdo nacional. O IBP e seus associados apoiam a maximização do conteúdo local em bases competitivas, com regras e metodologias claras. Seja pela diminuição do risco cambial, seja pela proximidade com o fornecedor, faz sempre mais sentido para a companhia de petróleo comprar perto do empreendimento que está realizando do que trazer bens e serviços de outros países. Trabalhe conosco: ey.com.br/carreiras João Carlos de Luca_Presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) artigo especial Energia indispensável para o desenvolvimento Jorge Alcaide_Diretor para a área de Energia da Wärtsilä Brasil divulgação A “O crescimento de um país emergente como o Brasil está diretamente condicionado à maturidade do sistema de energia” 28_Edição 278_nov/dez 2012 discussão a respeito de soluções de geração energética que tragam equilíbrio entre meio ambiente, indústria e população está aquecida no mundo inteiro – o nosso maior exemplo é a polêmica sobre a construção da hidroelétrica Belo Monte, que ocupou boa parte dos noticiários no último ano. O fator ambiental já impulsiona uma corrida tecnológica global, em busca de estratégias sustentáveis. No quesito socioeconômico, é preciso garantir formas seguras de fornecimento elétrico permanente – eliminando riscos de apagões e racionamento –, afinal, o crescimento de um país emergente como o Brasil está diretamente condicionado à maturidade do sistema de energia. Tais questões já começam com uma premissa: toda forma de geração de energia tem riscos, mas é necessária para o desenvolvimento econômico. Não existe energia 100% limpa. Ainda assim, o setor busca maneiras mais eficientes de geração, que minimizem os impactos ambientais, incorporando novas tecnologias e abrindo cada vez mais o diálogo com a população local e as entidades de proteção ao meio ambiente. Nosso país possui o privilégio de ter diversas alternativas, o que nos coloca em posição de vantagem para aperfeiçoar e utilizar novos modelos de soluções energéticas. Uma matriz energética diversificada oferece mais segurança e autonomia para o sistema elétrico. No Brasil, cerca de 75% da energia vem das usinas hidrelétricas, que têm custo e impacto relativamente baixos, na escala em que a utilizamos. A questão é que a energia elétrica não pode ser armazenada e precisa ser gerada no momento do uso, de acordo com a demanda. Assim, fontes complementares são acionadas quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas se mostra inferior ao necessário ou quando há pico de demanda. Em tempos de condições climáticas cada vez mais adversas, resta analisar as melhores alternativas. A inserção de fontes alternativas enfrenta muitos desafios, e os sistemas térmicos ainda são o modelo mais seguro para ser usado na geração elétrica para o País, pois dependem apenas de uma ativação mecânica, alimentada por combustíveis, ao contrário de outras fontes, que também dependem das condições climáticas. Cabe mencionar que, no Brasil, os combustíveis a serem utilizados em cada usina termoelétrica – gás, carvão, óleo – são definidos nos leilões públicos de energia. As termoelétricas construídas e operadas pela Wärtsilä somam cerca de 2,5 GW no Brasil, à disposição do Sistema Nacional. A empresa desenvolveu mais de 25 projetos no País desde 1990. A Usina Termoelétrica (UTE) de Linhares, no Espírito Santo, por exemplo, foi chamada a despachar no mesmo dia em que entrou em operação, em 1º de janeiro do ano passado, funcionando por 14 dias ininterruptos. Esta é maior planta a gás da Wärtsilä na América Latina, com capacidade de produção total de 204 MW. Num momento em que as expansões da geração e da transmissão têm de fazer frente ao aumento do consumo nacional – que, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi de 110.727 gigawatts-hora (GWh) no terceiro trimestre de 2012, um crescimento de 1,8% em relação a um ano – o melhor caminho seria diversificar as fontes energéticas de nosso sistema. Precisamos buscar soluções viáveis na geração e aumentar o nível de eficiência no uso para que o País não deixe de crescer por falta de energia. Antes de pensar em incrementar ainda mais nossa matriz energética, é importante aprender a utilizá-la de forma mais consciente. Este é um compromisso que deve ser assumido por toda a sociedade e não apenas por governantes e pelos agentes desse setor. Compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do país A BG Brasil é parte do BG Group, companhia integrada de gás natural que atua na exploração e produção de hidrocarbonetos em mais de 25 países e que possui participação no gasoduto Bolívia-Brasil. Presente no Brasil desde 1994, a BG Brasil tem compromisso de longo prazo com o país e conta com um programa multibilionário para o pré-sal. A companhia apresenta alta taxa de sucesso no programa de perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, tendo já investido mais de US$ 5 bilhões no país. A educação e o desenvolvimento de capital humano voltado à economia do conhecimento estão entre as prioridades da BG Brasil. A estratégia de sustentabilidade da companhia tem foco em tecnologia, investimento social, conteúdo local, meio ambiente e segurança – pilares que guardam estreita sintonia com os interesses nacionais. www.bg-group.com/brasil ponto de vista David Sattam_Diretor de Produtos MXM Sistemas O desafio do planejamento orçamentário empresarial A ssunto de grande recorrência, mas que ainda provoca calafrios em muitos profissionais de finanças, o planejamento orçamentário nas empresas vem se tornando cada vez mais complexo em razão do crescente número de variáveis e de seus desdobramentos, que, hoje, tornaram-se fundamentais para a compreensão do contexto geral dos negócios. É preciso pensar nas pessoas e em todas as necessidades que as cercam, porque desejamos ser uma das Melhores Empresas para Trabalhar e reter todos os talentos que compõem as nossas equipes de trabalho. Devemos considerar todas as dezenas, ou centenas, de canais de comunicação que o marketing pretende atingir para fortalecer a nossa marca (branding), ampliar o market share e ter maior penetração em todas as classes. Também não podemos esquecer da tecnologia da informação, que precisa prover um ambiente de alta disponibilidade, acessível de qualquer lugar, e ainda resguardar as nossas informações contra incontáveis tipos de worms, trojans, phishing attacks, hackers, crackers, entre outros. Sem falar, é claro, da força de vendas, com suas despesas de representação, participação em eventos e ações promocionais. E a área de produção? “Esse tipo de solução transforma uma tarefa ‘quase’ artesanal em um processo industrial seguro e eficiente para as empresas que levam orçamento a sério” 30_Edição 278_nov/dez 2012 Um planejamento estruturado sobre peças orçamentárias estanques não consegue mais auxiliar os executivos nos processos de tomada de decisão. A dinâmica dos novos negócios exige dos responsáveis pelo orçamento a mesma flexibilidade que o mercado exige, demandando na maioria das vezes duas ou três revisões ao longo do ano. Além disso, a profissionalização da gestão financeira, muitas vezes motivada pela participação de fundos de investimentos e acionistas, vem exigindo dos empresários e empreendedores informações mais detalhadas sobre o emprego dos recursos obtidos e os resultados efetivamente alcançados. Entram em cena o Valor Econômico Agregado (EVA), Valor de Mercado Agregado (MVA), Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) e o Fluxo de Caixa Descontado. Esses indicadores têm sido cada vez mais utilizados para medir o quanto uma empresa tem gerado de recursos e retornos, excluindo o custo do capital. Frente a tudo isso, quando pensamos que 95% dos profissionais ainda desenvolvem seus orçamentos com as onipresentes planilhas eletrônicas, ficam as perguntas: podemos confiar nas informações que recebemos? Mudanças de contexto podem ser rapidamente assimiladas e o orçamento redesenhado? Como fica o histórico de alterações? Orçamento é uma competência da empresa, ou do profissional que o elaborou? Para superar essas incertezas, as empresas que desejam amadurecer seus processos orçamentários precisarão adicionar mais um item à sua cesta de TI: softwares especializados no planejamento financeiro. Apesar de ainda serem pouco conhecidos, estes já oferecem uma ampla gama de recursos avançados para quem tem que lidar com esse tipo de tarefa. Além do ferramental básico como criação de múltiplos cenários, análise de variância, análise gráfica, análise de tendência, análises what-if, planejamento top-down ou bottomup, relatórios e gerenciamento de portfólio, esse tipo de solução transforma uma tarefa “quase” artesanal em um processo industrial seguro e eficiente para as empresas que levam orçamento a sério. entrevista John Creamer_Cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro O diplomata serviu nas embaixadas na Nicarágua, África do Sul, no Haiti, na Argentina e Colômbia. Em Washington, trabalhou como diretor das áreas Brasil, África do Sul e Colômbia. Antes de completar três meses no novo posto, Creamer esteve com a diretoria da Amcham Rio para debater os planos à frente do consulado e expor sua visão sobre a relação entre os dois países “O Brasil está no centro das atenções dos EUA” Por Andréa Blum Fotos Pedro Kirilos L ogo após assumir o posto de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, o americano John Creamer esteve na Amcham Rio para participar de três eventos da instituição, sendo um deles a reunião mensal realizada entre os membros da diretoria. Durante o encontro, teve a oportunidade de expor seus planos à frente do consulado dos Estados Unidos no Rio e expressar sua percepção sobre a visão que aquele país tem sobre o Brasil. Ele sinalizou como a potência norte-americana mudou completamente o foco de estratégia de relacionamento com o País, em virtude de seu movimento político-econômico dos últimos tempos, e dialogou com os membros da Amcham Rio sobre as barreiras que ainda impedem um avanço para a concretização de um Acordo de Livre Comércio entre os dois países. Em sua carreira como diplomata, Creamer passou por vários países da América do Sul, como Argentina, Colômbia e Bolívia, e teve a experiência de liderar o “Brazil Desk”, em Washington, durante três anos, até 2001. Ele substitui Dennis Hearne, que deixou o Brasil em agosto do último ano para trabalhar como adido político do comando de operações do exército norte-americano, após três anos no Brasil. Antes de assumir o posto de cônsul-geral no Rio, o diplomata atuava como encarregado de Negócios da embaixada americana em La Paz, na Bolívia. O novo cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro tem título de bacharel em Governo pela Universidade de Georgetown, Juris Doctor pelo Núcleo de Direito da Universidade de Georgetown e mestrado em estratégia de segurança nacional pela Universidade de Defesa Nacional. Leia a seguir a entrevista completa, concedida à Brazilian Business durante a visita de Creamer à Amcham Rio. “Uma das minhas grandes alegrias em vir ao Brasil e trabalhar em linha direta com Washington é a de ampliar e alargar esse relacionamento multidisciplinar existente entre os dois países” 32_Edição 278_nov/dez 2012 Edição 278 Brazilian Business_33 entrevista john creamer Brazilian Business: O que mudou na visão dos EUA sobre o Brasil? JC: Em termos de relações bilaterais, quando trabalhei em Creamer com o diretorsuperintendente da Amcham Rio, Helio Blak Washington, de 1999 a 2001, as duas outras agências que, segundo o governo americano, estariam interessadas nas relações bilaterais com o Brasil eram o Tesouro Americano, muito mais envolvido nas questões da desvalorização cambial, que teria uma linha direta com o Brasil a fim de se manter informado sobre o que estava acontecendo no País, e a USTR (Escritório do Representante Especial para o Comércio), que possuía uma vasta agenda no Brasil em questões comerciais. Fora isso era difícil fazer com que as pessoas no governo americano se concentrassem em uma gama de assuntos que fossem de interesse comum aos dois países. Isso vocês sabem que mudou radicalmente. Quando eu estava em Washington me preparando para vir para cá, foi reforçada a grande atenção dada nos altos escalões por todo o governo americano à relação entre os dois países. Não estamos mais falando do Tesouro ou do USTR, mas a Casa Branca também está envolvida em assuntos como o Conselho de Segurança da ONU, serviços de saúde, Departamento de Comércio, energias renováveis, entre outros temas. BB: Certamente, houve uma conquista do Brasil... JC: E é por isso que eu não canso de dizer que o Brasil está no cen- tro das atenções do governo americano, porém, em muitos casos, essa atenção, ironicamente, ainda não se encontra nos mais altos escalões de estrategistas da política de governo e ainda não está devidamente traduzida numa conscientização a respeito da importância que o Brasil tem para os Estados Unidos. Mas acredito que, em geral, todos os níveis do governo americano estão realmente focados no Brasil. Ambos os países compartilham uma gama de valores comuns – nossos sistemas políticos, a natureza heterogênea das nossas sociedades eminentemente compostas por imigrantes e mistura racial etc. – que, de muitas maneiras, nos aproximam. Uma das minhas grandes alegrias em vir ao Brasil e trabalhar em linha direta com Washington é a de ampliar e alargar esse relacionamento multidisciplinar existente entre os dois países. BB: Como o consulado vem trabalhando para intensificar a maturidade dessa relação? JC: O consulado tem inúmeros papéis-chave no estreitamento dessa relação em termos de ampliar e aprofundar esses laços. O primeiro deles, em 2012, foi emitir 250 mil vistos somente aqui no Rio, com tempo de espera reduzido de 140 dias para apenas dois, para a emissão de visto, além da redução do tempo de permanência do requisitante dentro do consulado, que chega a cerca de 20 minutos. O que é realmente impressionante, visto que em nenhum outro consulado americano que eu me recorde seja tão rápido. O Rio de Janeiro não é modelo apenas para o Brasil, mas também para outras missões ao redor do mundo. Praticamente dobramos o nosso quadro de funcionários no último ano, alcançando mais de 300 pessoas somente no Rio. Isso não só reflete um trabalho árduo, mas também a importância do Brasil e o reconhecimento da relevância econômica e comercial, além do nosso desejo de construir um laço entre as pessoas dos dois países. 34_Edição 278_nov/dez 2012 BB: E em termos econômicos, quais serão as prioridades? JC: O segundo assunto-chave e foco do nosso trabalho no consulado está exatamente na esfera econômica e comercial. Como vocês sabem, o setor de petróleo e gás é particularmente importante na medida do enorme aumento nos interesses das empresas americanas na Petrobras. Olhando no longo prazo, tendo em vista o crescimento do papel do Brasil nesse mercado como grande produtor e exportador de petróleo, é nítido o interesse das empresas americanas, e que só vai aumentar nos próximos anos. Mas a relevância do Brasil e do Rio vai muito além do setor de petróleo e gás para outros, como entretenimento e o automotivo, mais recentemente, ambos com grande potencial de crescimento e certamente com um papel importante a fim de garantir uma base sólida para esse tipo de trocas comerciais e econômicas. BB: Como o consulado pretende ajudar o Brasil a realizar os megaeventos esportivos que iremos receber? JC: A atmosfera do Rio está completamen- te diferente da do passado e as expectativas são as melhores. Vocês terão eventos que servirão como grandes catalisadores dessa mudança e também vão mostrar ao mundo que o Rio está de volta, começando com os eventos do próximo ano, com a Copa das Confederações, e culminando com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Tudo isso é muito animador. Do ponto de vista do governo americano, queremos ajudar ao máximo para que as coisas aconteçam, não só por meio de empresas privadas, mas também por meio do governo, pois já realizamos vários desses megaeventos e queremos ser capazes de transferir algumas experiências para que no Brasil esses eventos sejam tão maravilhosos quanto se espera. “Vocês terão eventos que servirão como grandes catalisadores dessa mudança e também vão mostrar ao mundo que o Rio está de volta” BB: O senhor acredita que durante esses eventos esportivos o consulado terá um papel proativo em oferecer ajuda ou propor parcerias com o governo brasileiro? JC: Essa tem sido uma atividade bem proativa e existem coisas já acontecendo. Tivemos pessoas de Atlanta que estiveram aqui em contato com autoridades municipais e estaduais. No nível federal, discutimos uma gama de ações relacionadas à segurança e outros tipos de cooperação. Com o comitê olímpico temos falado sobre mecanismos de compras e as experiências em eventos similares nos EUA, expertise política, além do interesse de empresas americanas no País e a compra de produtos e serviços que o Brasil não possui e que podem ser fornecidos por outros países. Não enxergamos esse tipo de postura passiva por parte do consulado. As pessoas estão realmente engajadas em comitês com todas as esferas de governo, e isso já começou com o meu antecessor, Dennis Hearne, e esperamos continuar. E o mais importante é a grande receptividade dos brasileiros em todos os níveis governamentais. Acho que, na verdade, é o reconhecimento de que a cidade e o Estado do Rio vão dar a volta por cima e realmente cimentar o progresso e as mudanças que vêm acontecendo ao longo dos últimos anos. No nível federal, acho que é uma oportunidade para o Brasil se mostrar e se apresentar ao mundo como um anfitrião de sucesso de dois eventos de grande magnitude. Portanto, há um grande comprometimento para transformar tudo isso em um sucesso. À parte disso, acho que existe um reconhecimento de que o Brasil tem muito a aprender, não só com os Estados Unidos, mas também com Londres e Pequim, enfim, com outras cidades que sediaram grandes eventos. Eu sinto que as autoridades brasileiras reconhecem que há muito a aprender e que não podem fazer tudo sozinhas. BB: Quais as áreas focais de aproximação com o governo brasileiro? JC: Nós certamente estamos trabalhando duro focando especialmente na área de Educação. Muitos de vocês sabem sobre nossos programas de ensino de inglês e o nosso melhor trabalho ao lado do Governo Federal, o programa Ciência sem Fronteiras. Realmente existe no Brasil um grande mercado na área de educação em língua inglesa para explorar cursos de graduação e pós-graduação nos Estados Unidos, mas também estamos interessados em que instituições americanas tragam estudantes para estabelecer vínculo com instituições brasileiras congêneres. Estamos em um momento muito dinâmico e gostaríamos de apoiar todas essas atividades no consulado. BB: Em que velocidade avançam os acordos comercias? JC: O Brasil, sendo a sexta ou sétima economia mundial, com um PIB de US$ 2,5 trilhões, estará envolvido em qualquer discussão econômica internacional daqui em diante, e certamente o governo reconhecerá a importância do Brasil na esfera econômica. O Acordo de Livre Comércio é o ponto principal na agenda comercial, em particular, dando, desse modo, a importância econômica devida ao crescente papel que o Brasil exerce na esfera diplomática e a rápida expansão da atuação do Itamaraty que, nos últimos dez anos, cresceu de mil para 1.500 seu quadro de diplomatas, e também o aumento no número de consulados e embaixadas brasileiras no mundo. Isso mostra que o Brasil veio para ficar no cenário mundial e reforça a posição de parceiro do governo americano, demonstrando que, apesar das nossas diferenças, há muito mais interesses em comum e que nos unem do que alguns interesses particulares. entrevista john creamer BB: Com a entrada da Venezuela no Mercosul, como podemos progredir e chegar a um Acordo de Livre Comércio com os Estados Unidos? Todos nós queremos isso, apesar de parecer difícil concretizá-lo... JC: Obviamente, quando eu trabalhava no “Brazil Desk” e depois no Departamento de Estado há alguns anos, havia muitas discussões a respeito desse assunto. O assunto foi engavetado depois em 2005, quando houve uma reunião de cúpula na Argentina, onde não se chegou a um acordo. Hoje em dia, percebo a política comercial americana muito positiva; os acordos com a Colômbia e o Panamá foram aprovados pelo congresso americano, mas do lado do atual governo não existe nenhum compromisso em lançar novos negócios sobre livre comércio. Certamente, isso não depende apenas do presidente, mas também do congresso e de sua composição partidária. Historicamente, o partido republicano tem sido favorável, porém, existem outras questões internas mais importantes no momento. Essa é a visão dos Estados Unidos quanto a um acordo de livre comércio somente com o Brasil, sendo que o País participa do Mercosul, do qual também participam outros países, então seria uma negociação EUA-Mercosul. Eu devolveria a pergunta: como o Brasil lidaria com seus outros parceiros do Mercosul, caso decidisse assinar um tratado de livre comércio com os Estados Unidos? “O Rio de Janeiro não é modelo apenas para o Brasil, mas também para outras missões ao redor do mundo” BB: E em termos de posições políticas no cenário global, qual a perspectiva para o Brasil? JC: Em linhas gerais, o Brasil está tendo um papel cada vez mais importante na agenda global, apesar de assuntos como o lugar do Brasil no Conselho de Segurança da ONU ainda estarem pendentes, pois são mais complexos e vão além da esfera de interesse individual de um país ou de outro. Mas vejo que pouco a pouco se nota um rearranjo de forças em nível internacional. Do meu ponto de vista, a relação entre o Brasil e os Estados Unidos não pode ser subestimada e não está apenas no campo do diálogo, e sim na real troca de informações, como no campo da energia nuclear, do comércio, da segurança. Muitas dessas conversas estão se transformando em ações reais, como em um acordo sobre as drogas na Bolívia ou na ajuda humanitária na África ou até na experiência brasileira no Haiti, onde o Brasil teve um papel fundamental com seu exército, seu trabalho de desenvolvimento e suas ONGs se envolvendo e trabalhando com a população para superar as adversidades. Portanto, estou muito mais otimista com o progresso que tem sido feito, talvez mais do que vocês, e concordo que muito mais precisa ser feito em termos desses diálogos. Acredito que tenhamos hoje mais território para tirar esses assuntos sensíveis do plano das discussões e transformá-los em ações práticas, tendo em vista que existe muito mais cooperação entre os dois países. Independentemente do que esteja em debate – forças de segurança internacional, terrorismo, governança internacional ou questões comerciais e financeiras –, não vamos concordar em todas essas questões – algumas vezes não iremos concordar –, mas acho que existe agora um nível de coordenação que pode ser visto quando o Brasil senta à mesa de negociações que não existia antes. Estamos todos muito otimistas! Eu estou muito feliz em estar aqui neste momento. Do nosso lado aqui do consulado é literalmente muito bom trabalhar com vocês e com a Amcham Rio, nossa parceira natural. Com tradução de Alexandre Nabhan ENERGIA PARA CRESCER Formamos um time de especialistas, globais e locais, em Audit, Tax e Advisory com foco e profundo conhecimento do Setor de Energia e Recursos Naturais, que abrange Oil&Gas, Mining e Power&Utilities, com o objetivo de auxiliar organizações na gestão e na melhoria de performance de seus negócios em toda sua cadeia de valor. À mesa, ao lado do presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, no evento sobre a Empresa de Pesquisa Energética /kpmgbrasil 36_Edição 278_nov/dez 2012 from the usa Senator John F. Kerry, the next Secretary of State of the United States Hillary Clinton_Secretary of State of the United States “We need a leader with John Kerry’s experience and talent at the helm of the State Department and USAID in the years ahead” 38_Edição 278_nov/dez 2012 Over the past four years, now as Chairman of the Senate Foreign Relations Committee, Senator Kerry has been my trusted partner on major foreign policy challenges facing our nation. He helped us end the war in Iraq and advance a responsible transition in Afghanistan, co-authored key assistance legislation for Pakistan, won ratification of the New START Treaty with Russia, led the way on climate change, and helped us navigate a fast-changing Middle East. President Obama and I have often asked Senator Kerry to undertake delicate diplomatic missions and to deliver difficult messages. He has forged strong relationships with leaders around the world. As I have learned, being able to talk candidly as someone who has won elections and also lost them is an enormous asset when engaging with emerging or fragile democracies. Through it all, Senator Kerry has fought for our nation’s diplomats and development experts – and for investing in their mission and America’s global leadership. And now, he is working closely with me and my team to learn the lessons of the tragedy in Benghazi, further protect our people and posts, and implement every single one of the Accountability Review Board’s recommendations. We need a leader with John Kerry’s experience and talent at the helm of the State Department and USAID in the years ahead. There is much more to do on all of these crucial challenges, from Afghanistan to nonproliferation to climate change, and many others. We also have to consolidate America’s expanded engagement in the Asia-Pacific, continue championing the rights and opportunities of women, pursue a new approach to development centered on dignity and self-sufficiency, keep putting economics at the center of our foreign policy, and practice the kind of smart power that harnesses innovation and partnerships – with governments and with people – to solve problems and seize opportunities. The men and women of the State Department and USAID represent the best traditions of a bold and generous nation. They serve and sacrifice every day, often in dangerous circumstances. It has been one of the great honors of my life to serve with such fine public servants over the past four years. I could not be prouder of all we have achieved together. They deserve the highest caliber leadership, and that is exactly what they’ll get in John Kerry. *Statement on the President’s Nomination of Senator John F. Kerry to Succeed Her as Secretary of State of the United States, on December 21, 2012. divulgação T oday, I spoke to Senator John Kerry and congratulated him on his nomination to be the next Secretary of State. I also spoke with President Obama and told him that he has made an excellent choice. I hope Senator Kerry will be confirmed quickly. I have been privileged to know John for many years and to call him a friend, colleague, and partner. He will bring decades of service to our country and deep experience in international affairs. The son of a career Foreign Service Officer, diplomacy is in his blood. As a decorated veteran, he knows what it takes to defend our nation and our values. As a leader in the Senate, he understands how to build coalitions and craft compromises. As a statesman respected around the world, he will be able to sustain and extend America’s global leadership. John Kerry has been tested – in war, in government, and in diplomacy. Time and again, he has proven his mettle. I remember watching young Lieutenant Kerry’s testimony before the Senate Foreign Relations Committee many years ago and thinking that I had just seen a man of uncommon courage and conscience. Years later, as First Lady, I admired John’s integrity and leadership as he returned to Vietnam to uncover the truth about fellow American soldiers who never came home, and to help normalize relations. Then, as Senate colleagues, we worked together on behalf of wounded warriors, working families, and other causes close to both our hearts. Edição 278_Brazilian Business_39 diálog0s Brasil: competitividade, gestão e inovação Clemente Nobrega Físico e consultor especializado em inovaçã0 Jorge Eduardo Ferreira Economista e consultor O ano de 2013 começa com certo baixo-astral no Brasil, herdado de um triste 2012, com PIB fraquíssimo e investimentos represados. Algo afugenta o “espírito animal” do empresariado. Nossa falta de produtividade e competitividade é o centro das preocupações. Passada a euforia, percebemos que não somos mais a “bola da vez”, mas que podemos ser, sim, a caçapa que engolirá mais uma vez as melhores esperanças dos brasileiros. Nos últimos tempos, uma verdade fica mais e mais cristalina: sem forte reorientação em nosso sistema educacional, não iremos a lugar algum. Esta é a primeira prioridade para que nos tornemos mais produtivos. Mas, outra questão precisa alcançar o mesmo destaque: como tornar a nossa economia mais produtiva por meio da inovação? Fala-se que o País investe pouco em inovação: cerca de 1% do PIB. Países ricos investem duas a três vezes mais. Será que mais alguns bilhões melhorariam nosso desempenho? Achamos que só isso não resolveria. Devemos olhar não para o que as economias produtivas fazem, mas para o que fizeram antes de se tornar produtivas. Estender nosso olhar não apenas para investimentos em inovação, mas rearranjar recursos que já existem, colocando o foco e a prioridade nos processos de gestão. No mundo corporativo e na administração pública só o que legitima uma iniciativa é o resultado alcançado – ou seja, é output, não input. Sucesso não é medido pelo que entra no sistema, mas pelo que sai. Não o número de policiais nas ruas, mas a diminuição de crimes. Não as campanhas de vacinação, mas a diminuição de doenças. Não esforço, mas resultado. Claro que inputs são aproximações – proxys como dizem – para resultados desejados (quanto mais gente entra na escola, mais chance de termos mais pessoas educadas). Mas, quantidade de pessoas com diplomas não é o que interessa, gente produtiva sim. Devemos medir quão bem estamos nos aproximando desta meta. A iniciativa privada pode ensinar coisas interessantes aqui, pois existem princípios universais que norteiam tanto a geração de valor econômico como social. Eles são unificados pela ideia de gestão, um conceito muitas vezes ausente de nosso vocabulário e, principalmente, de nossas práticas. Numa empresa os dirigentes estabelecem metas a atingir e meios para que elas sejam alcançadas, os recursos (inputs) que vão ser alocados para que essa diretriz seja cumprida dependem > da meta a alcançar, não é óbvio? “Os órgãos fomentadores de inovação devem parar de se medir apenas pelo dinheiro que injetam no sistema, como se isso garantisse resultado. Sem gestão não garante” 40_Edição 278_nov/dez 278_nov/dez 2012 2012 ACESSO AO CORREDOR DE TODAS AS CAMAS. ISSO MESMO, CAMAS. ENTRADA E SAÍDA LIVRE EM TODAS AS POLTRONAS-CAMA* DA BUSINESS ELITE. DELTA.COM /DeltaAirLinesBrasil *As poltronas-cama podem não estar disponíveis em todos os voos. diálog0s Clemente Nobrega & Jorge Eduardo Ferreira 42_Edição 278_nov/dez 278_nov/dez 2012 2012 O que as empresas inovadoras têm, e órgãos de fomento à inovação deveriam ter também, são processos gerenciados em função de metas de resultado. Numa visão simplificada, isso é feito se estabelecendo um “delta” de crescimento originado de inovações. Esse delta pode ser medido em termos de vendas novas, market share, percentual de EBITDA etc., sempre relacionando os recursos necessários para que essas metas sejam alcançadas. No ambiente empresarial, implantar tal prática talvez seja mais fácil. A unidade bateu sua meta de inovação? Prêmios, bônus, fanfarras. Não bateu? Bem, o que acontece com um vendedor que não vende? Com um financeiro que não planeja corretamente o fluxo de caixa? Não há mistério. Tem meta, tem prazo, tem plano de ação, tem responsabilização. A cada período tudo se repete com a introdução de um delta de crescimento via inovação, incorporando os ganhos do período anterior. É assim que se aprende continuamente. Isso também valeria para o setor público? Acreditamos que sim. O problema não é a inexistência de indicadores (outputs) – eles existem e são conhecidos. O nó é a gestão do processo, ou seja: quantificação de metas, alocação de recursos, acompanhamento de sua aplicação e cobrança de resultados de inovação. Os órgãos fomentadores de inovação devem parar de se medir apenas pelo dinheiro que injetam no sistema, como se isso garantisse resultado. Sem gestão não garante. O input do conhecimento conta mais do que o do dinheiro. Um país pode e deve ter metas como as empresas têm (aliás, sem meta não pode haver gestão). Que tal ser um dos dez maiores países em patentes (de certas categorias) em até uma década? Ou alcançar uma razão P&D/PIB de 2% em cinco anos? Gestão é mais fundamental que inovação, mas nossos policy makers não são sensíveis a essa verdade e seguem se medindo por inputs e exigindo cada vez mais. No passado, achava-se que a solução para aumentar a produtividade era trabalhar cada vez mais (e mais duramente) até que a nova disciplina da gestão provou que não era. Nas palavras de Peter Drucker, gestão é a maior inovação do século 20. Não se trata de trabalhar mais, mas com mais inteligência. A mãe de todas as inovações é o conhecimento que leva a isso, não um produto, não uma invenção, nem mesmo uma concepção de negócio. Esse conhecimento é que permite que a energia nuclear, o microchip, a internet, os antibióticos, as novelas de TV estejam, cada vez mais, ao alcance de mais pessoas. Inovação está embutida no conceito (simples, mas não natural) de gestão, não o contrário. Gestão é fazer o que tem de ser feito para se chegar a um resultado da forma mais eficiente; inovação é uma das maneiras de conseguir isso. É meio, não fim. Aplicar conhecimento aos recursos disponíveis é o centro da coisa. O McDonald’s fez isso treinando pessoas simples para produzir mais hambúrgueres por minuto. Henry Ford fizera o mesmo com carros, mas a GM o desbancou nos anos 1920 aplicando conhecimento novo à organização em si, não a artefatos tecnológicos, nem a “Líderes em inovação são processos de produção. Sem método para sempre – sem exceção – aplicar conhecimento à força bruta, a hislíderes em produtividade” > tória do mundo teria sido outra. diálog0s Clemente Nobrega & Jorge Eduardo Ferreira Líderes em inovação são sempre – sem exceção – líderes em produtividade. Líderes em “mais com menos”. A Amazon reduziu o giro do estoque de livros de 168 para 17 dias graças à recombinação inteligente de inputs que estava aí ao alcance de todos. O mesmo fez a Apple com o iPod. O que diferencia gestão normal de inovação é mudança em duas perspectivas com as quais nos acostumamos: tempo e risco. Inovação envolve mais tempo e riscos mais severos. Esse é o preço a pagar para incorporar conhecimento novo. Empresas como as farmacêuticas, ao abrir seus processos de P&D (para ganhar produtividade), têm de aprender a se relacionar com agentes estranhos ao seu DNA corporativo (empresas de biotecnologia, universidades, laboratórios independentes). Tiveram de aprender a trabalhar em rede e a dominar nuances novas de temas como propriedade intelectual. Para o Brasil melhorar sua capacidade de inovar, precisa aprimorar a sua capacidade de gestão. Não vamos inverter a ordem – o pragmatismo da gestão (resultado! resultado!) tem que vir primeiro. Rapidez é essencial. Se esperarmos demais, vamos perder o bonde. As empresas que se dão melhor são as que aprendem mais depressa a fazer o que é preciso para gerar mais com menos. São, portanto, as que incorporam mais rápido o conhecimento para fazer mais clientes pagarem por seus produtos o que elas precisam que seja pago para permanecerem relevantes. Estamos comprometidos com esse modelo de gestão para inovação e produtividade no Brasil? Acreditamos que não. Talvez ainda tenhamos uma visão romântica e antiga. Adoramos aquela imagem de inventores hipercriativos trabalhando em garagens, isolados do mundo, e produzindo artefatos (o PC, o iPod) ou conceitos de negócio geniais (o Google). Pensamos, erradamente, que indústrias como a farmacêutica, que vivem da criação contínua de novos produtos, são confrarias de cientistas malucos em laboratórios, tentando novidades ao seu bel-prazer e criando pílulas de Viagra e Prozac graças a algum talento “especial”. Temos de esquecer esse negócio de inovação romântica. É charmoso, mas não vai nos levar a lugar nenhum. Exemplos da primazia da gestão existem aos montes. A IBM, ressurgindo das cinzas no início dos anos 1990, graças à reinvenção, digamos, de suas tecnologias organizacionais. A Xerox/Parc perdendo o bonde da história, gigantes tecnológicos – Nokia, Sony, HP – em crises sérias, talvez terminais. A Kodak virando fumaça. Empresas – ou países – que enfrentam competição (todos os que têm relevância) precisam descobrir permanentemente os meios de produzir qualidade com custo baixo. Mais com menos. É uma busca sem fim. O melhor inovador será sempre o mais produtivo, pois chegará mais rápido ao “mais com menos”. O mais produtivo será sempre aquele com a melhor gestão e não necessariamente o que injeta mais dinheiro no sistema. “Para o Brasil melhorar sua capacidade de inovar, precisa aprimorar a gestão. Rapidez é essencial” 44_Edição 278_nov/dez 278_nov/dez 2012 2012 ponto de vista Alexandre Nascimento Oil & Gas Recruitment consultant at Robert Walters Carreira, overview e tendências do mercado de Óleo e Gás N o fechamento do ano 2012, momento em que as empresas reduzem seus processos de contratação e começam a planejar seus orçamentos para o ano seguinte, já é possível fazer um overview do cenário no que tange ao recrutamento de profissionais, bem como inferir quais as tendências desse mercado para 2013. O ano de 2012 não se mostrou como o melhor ano para o mercado de Óleo e Gás, o que contribuiu diretamente para a diminuição no ritmo de contratações para este setor e, em certos casos, enxugamento do quadro de profissionais de algumas empresas, fato que pode ser atribuído como reflexo de quatro anos sem rodadas de blocos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Nota-se que no ano de 2012 as maiores demandas por profissionais para esse setor foram nas áreas de construção naval, marítima e de desenvolvimento de negócios, em virtude, respectivamente, da necessidade de construção de plataformas e embarcações de apoio marítimo utilizando mão de obra local para atender às políticas de conteúdo local da ANP, tripulações com experiências em navios aliviadores e ampliação e desenvolvimento de carteira de clientes, bem como algumas demandas estratégicas para empresas em processos de farm-in. A boa notícia é que o Governo aprovou a 11ª rodada para maio de 2013, em que 87 blocos em terra e outros 87 em mar serão leiloados. Notícia que, quando aliada ao positivo cenário de desenvolvimento das reservas de petróleo e gás recém-descobertas no pré-sal, gera a expectativa de que até 2030 o Brasil possa ser o país a ter o maior crescimento de produção de petróleo quando comparado aos países pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Isso vai impactar no aumento da necessidade de profissionais como geofísicos para suportar os estudos da cadeia de dados sísmicos, desde a aquisição, passando pelo processamento, chegando a sua interpretação. Consequentemente, profissionais das áreas de operações, como químicos de fluidos de perfuração, direcionais, geólogos, engenheiros de poços e fiscais de sonda, bem como demandas na área de produção como engenheiros de processamento. Grandes players internacionais do setor de exploração e produção de petróleo estão desembarcando no Brasil, e a ampliação dos já existentes está sendo cada vez mais significativa, aumentando o volume de vagas nesse segmento, principalmente nas diversas áreas técnicas como engenharias, geofísica, química, petrofísica, entre outras. A dica para os profissionais que estão interessados em aproveitar o ano novo para ingressar no setor e/ou se movimentar dentro dele é atentar para o seguinte: embora as demandas por profissionais com expertises técnicas tenda a aumentar, a grande maioria das empresas tem buscado profissionais com algo a mais que não apenas o inglês fluente, que por sua vez se tornou mandatório; buscam profissionais com experiência internacional, vivência em diferentes cenários de exploração, seja com litologias variadas, uso de novas tecnologias, ou com conhecimentos técnicos multidisciplinares que possam agregar em suas áreas de atuação. “A grande maioria das empresas tem buscado profissionais com algo a mais que não apenas o inglês fluente; buscam profissionais com experiência internacional” 46_Edição 278_nov/dez 2012 news Bernardo Figueiredo, presidente da EPL, revela na Amcham Rio os planos de ação do Governo para o setor de logística Por Cláudio Rodrigues, do Rio Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) 48_Edição 278_nov/dez 2012 fotos gianne carvalho EPL anuncia investimentos em logística no caminho do crescimento Da esq. à dir., Luiz Henrique Carneiro, diretor do grupo Multiterminais; Bernardo Figueiredo, presidente da EPL; Henrique Rzezinski, presidente da Amcham Rio; Álvaro Palma de Jorge, chairman do Comitê de Logística e Infraestrutura da Amcham Rio É o famoso “custo Brasil”. Pelo menos três décadas de pouco investimento em infraestrutura criaram enormes gargalos logísticos. Desatar esses nós é a missão de Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL). Além de atacar os problemas crônicos já conhecidos por todos, o objetivo é fazer com que o transporte ferroviário aumente sua participação em relação ao rodoviário. E a missão da EPL é apresentar novos projetos que resolvam as dificuldades antes que elas se agravem. Os planos de ação foram apresentados no President’s Lunch: Desafios Logísticos Brasileiros e o Papel da EPL, realizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio do Comitê de Logística e Infraestrutura, em 26 de novembro, com patrocínio da empresa Multiterminais Logística Integrada e apoio da Metal Data e do Siqueira Castro Advogados. O primeiro pacote de obras redundará em investimentos de R$ 133 bilhões, sendo que R$ 79,5 bilhões deverão ser gastos já nos próximos cinco anos. Do total, as rodovias terão R$ 42 bilhões e as ferrovias R$ 91 bilhões. O trem de alta velocidade continua sendo considerado prioritário. “Temos uma modelagem adequada, e noto que não há mais questionamento se o projeto é importante ou não para o País. Dá para não fazer nada entre Rio e São Paulo para atender à mobilidade? Não. Qual é a melhor ação: aeroportos, ferrovia ou rodovia? Quando se coloca em patamar razoável de discussão técnica, não há dúvidas de que é a ferrovia. E ela será feita com a tecnologia do século passado ou deste século? Hoje não se faz ferrovia de média velocidade, essa tecnologia está ultrapassada, já foi de alta velocidade no século passado, mas o padrão melhorou.” Mais do que fazer a ligação entre as duas principais cidades do País, o Governo pretende criar uma malha na qual o trem de alta velocidade chegue, a partir de São Paulo, a cidades como Curitiba, Brasília e Belo Horizonte. Figueiredo foi aos números, ressaltando que os gastos do País no setor pularam de R$ 1 bilhão por ano para R$ 20 bilhões, a partir de 2003. Mas o desafio é tão grande que seriam necessários de R$ 300 bilhões a R$ 400 bilhões para recuperar o déficit do setor logístico brasileiro. “A logística ganha ainda mais importância agora, com a retomada recente de um processo mais agudo de crescimento. Com a economia em recessão, havia uma situação confortável, com caminhões atendendo em grande parte a nossa necessidade logística. O assunto deixou de ser importante. Hoje pagamos o preço de passar 30 anos negligenciando o assunto.” Citando uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, o presidente da EPL mostrou o tamanho da dependência nacional dos caminhões. Sem considerar os trens que carregam minério de ferro, a participação da ferrovia e da navegação é de menos de 10%. Pior, os veículos que levam a maior parte da carga brasileira têm idade média de 20 anos. “Nos Estados Unidos, o pessoal fala que com seis, sete anos de uso o caminhão é descartado porque ele passa a ser antieconômico. No Brasil, convivemos com motoristas dirigindo 19 horas por dia e caminhões com excesso de peso. Por isso, transportar por caminhões fica relativamente barato e viável, mas não é sustentável. O frete rodoviário acessível permite que o caminhão cumpra um papel para o qual ele não é o mais adequado, principalmente quando se fala de transporte em longas distâncias”, explicou Figueiredo. A situação que hoje está financeiramente estável pode se transformar numa arapuca brasileira, ressaltou o presidente da EPL. Com o crescimento econômico, mais carga precisará ser transformada: “À pressão de demanda, o quadro muda. Os motoristas com certeza vão querer situações mais confortáveis de vida e não vão se submeter a rodar 20 horas tomando rebite (droga que os caminhoneiros tomam para ficar acordados). Isso vai impactar o valor do frete. E tira a competitividade do setor produtivo”. “Seriam necessários de R$ 300 bilhões a R$ 400 bilhões para recuperar o déficit do setor logístico brasileiro” Edição 278_Brazilian Business_49 Diante deste cenário, a própria criação da EPL se justifica. O País precisa voltar a investir de maneira contundente e planejada em logística. Neste momento, surgiram as dificuldades do próprio Governo de executar grandes empreitadas. Mesmo quando os recursos para as obras eram garantidos pelo presidente, faltavam projetos, licenciamento ambiental, desapropriação de áreas, entre outros problemas. “Faltavam engenheiros, havia muita terceirização em atividades vitais de órgãos públicos como o Dnit. Estamos trabalhando para superar todas as dificuldades. O processo é de longo prazo, mas temos melhorado, a cada ano, o nível de execução dos nossos projetos”, justificou Figueiredo. Cada real colocado na execução das obras de infraestrutura tem a missão de gerar uma cadeia de outras consequências que visem aumentar o crescimento do País. Para melhorar a mobilidade de cargas, os projetos têm como objetivo articular ferrovias, portos e aeroportos. Estes dois últimos também receberão um pacote próprio de investimentos, dentro da mesma filosofia. A logística é encarada de maneira integrada. “Estamos duplicando os eixos rodoviários estruturantes, restaurando ferrovias centenárias e as trazendo para o patamar do século 21. A cobertura ferroviária será ampliada. Todas as regiões estarão interligadas por um sistema ferroviário moderno. Essa mudança de configuração gera impactos especialmente nas áreas portuárias. Estamos incorporando áreas novas, que passam a ter alimentação moderna, com novas alternativas logísticas.” O modelo de negócios para a nova logística nacional dá destaque à iniciativa privada. A concessão tem o objetivo não apenas de mobilizar o capital privado, mas a capacidade de gestão que as boas empresas modernas conseguem imprimir. 50_Edição 278_nov/dez 2012 gianne carvalho news “Hoje pagamos o preço de passar 30 anos negligenciando o assunto” Os investimentos se concentrarão nos primeiros cinco anos. Além disso, o Governo cria mecanismos que estimulam a cobrança da menor tarifa pelos serviços. “Concessão não é oportunidade para melhorar a arrecadação pública. O pagamento de outorga onera a concessão sem gerar benefício para seus usuários. Vejo com muita paciência algumas críticas à seleção pela tarifa, mas acho que falta uma reflexão mais profunda. Os problemas não são produto da desqualificação de quem ganhou a concessão ou da tarifa baixa. O programa de investimento é que era acanhado, defasado em relação à necessidade atual. Há rodovias de pedágio alto com qualidade ruim. O conceito de nível de serviço embutido no que se passa para o concessionário é que gera serviço bom ou ruim. Manter a menor tarifa para o usuário é a forma de passar para ele o benefício da competição.” O Governo também cuidará para que os centros urbanos não sofram com a proximidade de pedágios. A ideia é criar mecanismos nos quais as curtas distâncias não acabem por subsidiar as longas. Além disso, a cobrança pela passagem só poderá ser feita quando pelo menos 10% das obras tiverem sido executadas. “O motorista paga o pedágio, mas já recebe um pouco do benefício. Antes, o pedágio era fonte principal de financiamento do investimento. Estamos invertendo a forma como era feito”, salientou o presidente da EPL. Para atrair as empresas para esta empreitada, o Governo oferecerá, via BNDES, linhas de financiamento especiais. Além disso, no caso das ferrovias, garantirá a compra de toda a capacidade operacional. Com essas facilidades, o concessionário sabe que poderá trabalhar na melhor relação custo-benefício. “E criamos escala para a retomada dos investimentos no setor ferroviário, como a construção de locomotivas e de vagões em território nacional. Isso diminui os custos e move a economia”, concluiu Figueiredo. news Será mesmo o fim da guerra fiscal? Em evento na Amcham Rio, o advogado Gerson Stocco, do Gaia, Silva, Gaede & Associados, esclarece as dúvidas sobre a nova norma em vigor desde o começo de janeiro de 2013 que prevê ICMS de 4% para transações interestaduais de produtos importados ou que contenham conteúdo importado acima de 40% O especialista em direito tributário, Gerson Stocco, sócio do Gaia, Silva, Gaede & Associados Rio de Janeiro e São Paulo, que a rigor deveriam perder com a norma, apoiaram a medida 52_Edição 278_nov/dez 2012 fots cecília acioli D esde o começo de janeiro de 2013 está em vigor a nova resolução do Senado Federal, n° 13/2012, que prevê a unificação da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em 4% para as transações interestaduais de produtos prontos ou fabricados no Brasil com conteúdo de importação superior a 40%. A intenção do Governo Federal é terminar com a guerra fiscal entre os Estados e desestimular a oferta, por parte de algumas unidades da federação, de incentivos à revelia do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) para atrair empresas. A mudança faz com que os Estados que geram incentivos fiscais cujas mercadorias acabam sendo destinadas a outros Estados federados fiquem com uma fatia menor (4%) na saída do produto importado para fora do Estado, e o adquirente pague a diferença de alíquota para seu Estado federado. A nova regra desestimularia a concessão de descontos de forma unilateral. Aprovada no Senado Federal em abril de 2012, a nova regra trouxe uma série de dúvidas ao mercado, que correu contra o tempo para tentar compreender e se enquadrar na norma a tempo de a medida entrar em vigor. Para ajudar a clarear este cenário, o sócio do escritório Gaia, Silva, Gaede & Associados Gerson Stocco apresentou no Ideas Exchange ICMS – Alíquota de 4% –Produtos Importados, Aspectos Práticos e Jurídicos da Resolução 13 do Senado Federal as principais alterações e novos procedimentos a serem adotados nas operações interestaduais, em 20 de dezembro, na sede da Amcham Rio, no Centro da capital fluminense. “De acordo com o Confaz, porém, os Estados não poderiam conceder incentivos fiscais de ICMS na importação sem aprovação, por unanimidade, deste órgão”, explicou Stocco. O Supremo Tribunal Federal, em 2011, também julgou, em 14 ações diretas de inconstitucionalidade de vários Estados que previam o benefício de forma unilateral. Daí o Senado Federal tentar, via a aplicação da alíquota de 4% de ICMS, reduzir a sede dos Estados em atrair empresas por meio de incentivos fiscais sem a apreciação do Confaz. A nova medida estabelece que passam a pagar 4% de ICMS interestadual as mercadorias totalmente importadas e aquelas que, mesmo submetidas a processo de industrialização no País, tenham mais de 40% de conteúdo importado. As demais seguem inseridas nas alíquotas de 7% ou 12%. A regra não se aplica a produtos sem similar nacional. A mudança faz com que os Estados que geram incentivos fiscais cujas mercadorias acabam sendo destinadas a outros Estados federados fiquem com uma fatia menor (4%) Segundo ele, considerando as contas que já foram feitas, os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, que a rigor deveriam perder com a norma, justificando que são grandes exportadores de mercadorias no âmbito Brasil, apoiaram a medida e não sairiam perdendo, pois haveria um ponto de equilíbrio. “Ao mesmo tempo que o Estado exporta muito, também importa em grande escala. Consequentemente, boa parte do ICMS que era do Estado de origem vai ficar com o de destino. Nesse ponto, os Estados não perderiam tanto”, clareou. Apesar de o Governo Federal ter como principal objetivo evitar a guerra fiscal, ainda há divergências de opiniões sobre a eficácia da nova norma. Da esq. à dir., Adriana Albuquerque, Ana Lúcia Pires e Gerson Stocco, do time do Gaia, Silva, Gaede & Associados que foi à Amcham Rio para esclarecer as dúvidas dos associados Entre os possíveis impactos da alíquota de 4%, considerando os aspectos comerciais e econômicos, Stocco ressalta a preocupação com a diminuição da vantagem econômica para empresas instaladas em Estados que concedem benefícios fiscais; a reavaliação dos fluxos de importação adotados atualmente; empresas a mercê da variação cambial; a necessidade de renegociação dos preços com os clientes; obrigação de ajustes nos sistemas ERPs das empresas; a geração de créditos acumulados de ICMS no importador. O Governo Federal ainda tem expectativa de expandir as novas regras para todas as operações interestaduais, inclusive para produtos nacionais. Dessa forma uma parte maior do ICMS ficaria para o Estado que recebe a mercadoria e não para o Estado que remete. Se a mercadoria foi comprada e produzida no Brasil, sem nenhum conteúdo estrangeiro, seguiria a norma de 4%. Contudo, essas operações ainda não estão valendo. A obrigatoriedade de entrega da Ficha de Conteúdo de Importação (FCI) e de constar seu número na Nota Fiscal Eletrônica passa a valer somente a partir de maio de 2013, conforme norma adicional publicada em 24 de dezembro de 2012. Edição 278_Brazilian Business_53 news Amcham Rio encerra 2012 com jantar de confraternização no Marriott Em evento entre os membros da diretoria e associados, a Câmara de Comércio Americana do Rio faz um balanço das ações de 2012 e anuncia inovações em plataformas digitais para 2013 F 3 Por Andréa Blum Fotos Cecília Acioli oi um ano de muitas realizações. De fato, 2012 entra para a história da Amcham Rio como um período de transformações, tanto nas instalações, que foram completamente modernizadas, como na criação de novos serviços e a preparação para a estreia, em 2013, de uma nova fase de atuação da instituição. Estão em elaboração as plataformas digitais que serão os territórios inovadores de fomento a novos negócios para os associados, como um novo site, dinâmico e interativo, uma rede corporativa exclusiva aos membros e um aplicativo para mobile, além de um amplo portfólio de produtos capazes de serem combinados em pacotes para atender às necessidades de cada empresa. E, naturalmente, conteúdos atualizados para incrementar as informações capazes de contribuir na tomada de decisões do empresariado. Com essa mensagem, o presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, Henrique Rzezinski, recebeu os diretores e associados, assim como o novo cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, John Creamer, para um jantar de confraternização em 29 de novembro, no hotel JW Marriott, na Zona Sul da cidade. “Estamos muito satisfeitos em poder dividir as nossas realizações deste ano e as inovações que virão e reforçarão a presença da Amcham Rio como uma das mais relevantes entidades empresariais do Rio”, disse. Guiado pelo novo lema “your business is our goal”, Rzezinski encerrou dizendo: “O Amcham Rio Digital inaugura uma nova fase desta Câmara, em que a dinâmica entre os associados ganha uma perspectiva inédita a partir de novas possibilidades de interações em meio digital, intensificando o networking. Estamos trilhando o caminho que culminará nas comemorações do centenário desta instituição, em 2016. Nada mais harmônico, tendo em vista a história que a própria cidade está prestes a escrever nos anos vindouros”. 4 1 5 1. O presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski 3. Renato Wilmersdorfer e Elaine Araújo, do Grupo Case, e Flavio Kosminsky, da Ernst & Young 2. Flavio Kosminsky, da Ernst & Young; Renato Costa, da MXM Sistemas; Daniel Orders, da C&C Technologies; Rodrigo Carneiro, da Dannemann Siemsen; Maurício Felgueiras, da MXM Sistemas 4. Regina Fendt, Cristina Motta Daibert e Alfredo Lucena, do Ibeu 6 2 7 5. Noel De Simone, da Casa da Criação; Rafael da Motta, do Grupo Case; Maurício Felgueiras, da MXM Sistemas; Pedro Almeida, da IBM Brasil; Mauricio Vianna, da MJV Tecnologia; Helio Blak, da Amcham Rio 6. André Martins e Fabio Pereira, do Veirano Advogados, e Rodrigo Carneiro, da Dannemann Siemsen 7. Joel Korn, ex-presidente da Amcham Rio, Patrícia Pradal, da Chevron, e Henrique Rzezinski, da Amcham Rio 54_Edição 278_nov/dez 2012 Edição 278_Brazilian Business_55 news 8 8. O novo cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, John Creamer, e sua esposa, Lisa Creamer 9. Robson Barreto, do Veirano Advogados, e Julian Chediak, de Chediak Advogados 10. Maurício Felgueiras, da MXM Sistemas; Manuel Domingues e Pinho, da Domingues e Pinho Contadores 11. Italo Mazzoni e Gilson Freitas de Souza, do Ibeu; Mauricio Vianna, da MJV Tecnologia 12. Monika Kemper e Fernanda Mitsuya, de Chediak Advogados 9 10 11 56_Edição 278_nov/dez 2012 12 news pedro kirilos O diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak, recebe o presidente e CEO da Charlotte Regional Partnership, Ronnie Bryant Executivos da Carolina do Norte e do Sul visitam associados da Amcham Rio Missão trouxe uma comitiva de oito executivos da Carolina do Norte e do Sul para abrir possibilidade de negócios com as empresas locais 58_Edição 278_nov/dez 2012 BP e Brasil. Mais de 50 anos de parceria e compromisso. A BP, uma das maiores empresas de energia do mundo, está presente em mais de 70 países. No Brasil, nós produzimos lubrificantes e distribuímos combustível de aviação. Nossa operação em biocombustíveis é uma das maiores do país. E ainda exploramos petróleo e gás natural de uma maneira segura e confiável. As empresas do Grupo BP estão no Brasil desde 1957, empregando mais de 5 mil pessoas. Esperamos continuar essa parceria com o Brasil no desenvolvimento do setor energético, criando empregos e contribuindo para o crescimento da economia. A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro organizou, no dia 3 de dezembro, a segunda edição do evento Amcham Rio Networking Coffee, que desta vez contou com a participação especial de oito executivos da Carolina do Norte e do Sul, dos Estados Unidos. O evento teve como principal foco apresentar oportunidades de negócios daqueles estados norte-americanos às empresas associadas e suas metas empresariais, além de fomentar o relacionamento e a troca de material institucional entre as empresas, contribuindo assim para o crescimento de seus negócios. O presidente e CEO da Charlotte Regional Partnership, Ronnie Bryant, apresentou as principais propostas e oportunidades na cidade de Charlotte. “Situada entre Miami e Nova York, a cidade é o segundo centro financeiro do país e o sexto aeroporto em número de voos do mundo. Apresenta um tamanho ideal para empresas brasileiras que tenham interesse em buscar uma presença de mercado”, comentou. Bryant destaca que o trabalho conjunto de empresas brasileiras e americanas pode trazer ganhos para ambos os países. “Já temos parceiros em outros países e, quando buscamos a América do Sul, temos interesse no Brasil, por ser uma economia em crescimento e que vem ganhando espaço no cenário mundial. Temos muito interesse em levar empresas brasileiras para Charlotte e também em estabelecer parcerias comerciais.” Patrocinador Oficial news Para o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak, é papel fundamental da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro criar oportunidades de integração e identificação de interesses comuns para geração de novos negócios. “Com 300 associados só no Rio, procuramos realizar uma série de iniciativas para integração de mercados, contribuindo para o crescimento de empresas nacionais e internacionais”, explicou. Segundo Renato Costa, diretor comercial da MXM Sistemas, o modelo de encontro do networking coffee promovido pela Amcham Rio deve ser fomentado constantemente, uma vez que é uma clara oportunidade para conhecer representantes de empresas dos mais variados segmentos, estabelecer novos contatos empresariais e até fazer negócios. “Os encontros são fundamentais para a oxigenação empresarial”, disse. Também presente no encontro, o representante do Grupo Case, Renato Wilmersdorfer, acredita que, em função da proximidade dos eventos que o País irá sediar nos próximos anos, existe um movimento de empresas americanas buscando o Brasil e, para isso, é fundamental que estas tenham parceiros locais de confiança. “Se você não aparece, não é lembrado. A Câmara é uma referência, e acho fundamental que continuem acontecendo esses encontros, pois isso contribuiu para aumentar as possibilidades de negócios. É o segundo encontro e a segunda vez que a sala está cheia e as pessoas estão abertas a fazer negócios”, comentou. Ele lembra que o mais importante em um encontro de networking é conseguir implementar na prática o que está sendo proposto. “A minha preocupação era falar com o representante de Charlotte, e já combinamos que irão divulgar os nossos serviços. Já é um passo à frente, e esperamos que desse ponto consigamos trazer bons negócios para ambos”, comemorou. Flavio Kosminsky, representante da Ernst & Young, destacou também que existe hoje no Brasil um grande investimento na área de Defesa, recuperando um setor que estava abandonado e, por conta dos eventos internacionais, está sendo reaquecido. “Essa é uma das indústrias que estão no foco de negócios da Carolina do Norte e do Sul”, explicou. Na ocasião, ainda foram apresentadas as principais inovações para 2013, que seguirão a linha digital e comunicativa, como o novo site, que irá trazer conteúdo interativo e bilíngue, no qual associados poderão se comunicar por meio de uma plataforma única entre empresas e colaboradores. Por essa rede corporativa será possível acompanhar o andamento dos comitês, confirmar presença nos eventos, além de aumentar a rede de relacionamento em um ambiente virtual. Ainda será lançado o novo aplicativo para celular, que oferecerá notícias, lista de associados em tempo real, além da agenda completa de eventos. A primeira edição do evento de aproximação entre os associados aconteceu em 24 de outubro, na sede da Amcham Rio, e contou com cerca de 60 representantes de empresas associadas. C M Y CM MY CY CMY K fotos cecília acioli “Procuramos realizar uma série de iniciativas para integração de mercados, contribuindo para o crescimento de empresas nacionais e internacionais” Membros das empresas associadas interagem no networking coffee 60_Edição 278_nov/dez 2012 por dentro da câmara Alteração no Quadro de associados Flexioffice Escritórios Flexíveis Ltda. Juliana Voicu Sócia Administradora Av. Pres. Wilson, 231, 5º/9º - Centro 20030-021 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2103-7600 Fax: 2103-7699 [email protected] www.flexioffice.com.br Cavalcante Ramos Advogados Carlos Eduardo Cavalcante Ramos Sócio Titular Av. Rio Branco, 39, 10º/21º - Centro 20090-003 Rio de Janeiro, RJ Tel./Fax: (21) 2221-0084 [email protected] www.cavalcanteramos.adv.br Ginter Transportes Internacionais Ltda. Roberto Leite - Diretor Comercial Av. Fernando Cerqueira Cesar Coimbra, 210/ 1º - Alphaville 06465-090 Barueri, SP Tel.: (11) 4208-9600 Fax: 4208-9610 [email protected] www.ginter.com.br DMS Agenciamento de Cargas e Logística Ltda. (DMS Logistics) Fernando Esteves Arruda Sócio-Proprietário Rua Magalhães Correia, 112 parte - Higienópolis - 21051-510 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2126-0622 Fax: 2573-9772 [email protected] www.dmslog.com Interlira Consultoria em Gestão de Riscos Ltda. (Interlira Risk Consultancy) Vincent Soistier - Diretor Rua Sete de Setembro, 92, s/2.105 Centro, 20050-002 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 9572-1979 [email protected] www.interlira.com Rzezinski, Pittzer e Fux Advogados (Rzezinski & Fux Advogados) Leonardo Rzezinski - Sócio Rodrigo Fux - Sócio Av. Rio Branco, 177/ 18° - Centro 20040-007 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3520-5900 Fax: 3520-5901 [email protected] www.rzfx.com.br Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua. Accounting and business management based on transparency and mutual trust. solidity partnership parceria confiança reliability transparência Albright Stonebridge Group (Asg) Steven John Bipes - Diretor Rua Santa Luzia, 651/ 26º 20030-041 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 9855-1147 [email protected] www.albrightstonebridge.com Adriana Miranda de Farias Gerente de Filial Manpower Staffing Ltda. Andrea Natal Gerente-Geral Companhia Hotéis Palace (Copacabana Palace Hotel) Francesco Santoro Diretor-Geral Oceaneering Brasil (Marine Production System do Brasil Ltda.) Frédéric Ribault Gerente-Geral Nova Riotel Empreendimentos Hoteleiros Ltda. (Sofitel Rio de Janeiro) solidez Novos Sócios transparency Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade. Result: solid partnerships and excellence in productivity. www.dpc.com.br Rio de Janeiro São Paulo Av. Rio Branco, 311, 4º e 10º andares Centro - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20.040-903 Tel. 5521 3231 3700 Rua do Paraíso, 45, 4º andar Paraíso - São Paulo - SP CEP 04103-000 Tel. 5511 3330-3330 | [email protected] Macaé Rua Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302 Centro - Macaé - RJ CEP: 27.910-110 Edição 272_Brazilian Business_63 Tel. 5522 2773 3318 expediente COMITÊ EXECUTIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda. 1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. 2º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil 3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros DIRETOR-SECRETÁRIO Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center DIRETOR-TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados EX-PRESIDENTES João César Lima, Robson Goulart Barreto e Sidney Levy Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, CEO, Brookfield Brasil Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente Auto/ RE, Bradesco Seguros S.A. Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda. Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda. Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados Richard Klien_Presidente do Conselho, Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda. Marcos Guerra_Presidente, Findes Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A. Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de Mercado Internacional, Totvs Rio de Janeiro DIRETORES EX-OFÍCIO Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel PRESIDENTES DE COMITÊS Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. Fernando José Cunha_Gerente-executivo para América, África e Eurásia - Diretoria internacional, Petrobras Assuntos Jurídicos - Julian Chediak Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli Energia – Manuel Fernandes Entretenimento, Negócios e Turismo - Steve Solot Logística e Infraestrutura - Álvaro Palma de Jorge Marketing - Noel De Simone Meio Ambiente - Kárim Ozon Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda. Relações Governamentais - João César Lima Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda. Saúde - Gilberto Ururahy Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados Tecnologia da Informação e Comunicação Álvaro Cysneiros 64_Edição 278_nov/dez 2012 Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A. Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda. DIRETORES Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank S.A. António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado David Zylbersztajn_Diretor-geral, Agência Rio 360 Comunicação Ltda. DIRETORES Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda. VICE-PRESIDENTE Maurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A. Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta PRESIDENTES DE HONRA Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Valid PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda. Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A. Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretorpresidente, Odebrecht Infraestrutura DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO Seja um Associado Amcham Rio. Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO Diretor-superintendente: Helio Blak (21) 3213-9205 |[email protected] Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected] Produtos e Serviços: Helen Mazarakis (21) 3213-9231 | [email protected] Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 | [email protected] Revista Brazilian Business: Andréa Blum (21) 8105-9338 | [email protected] A Câmara de Comércio Americana vem há 96 anos agregando novos valores às empresas associadas. 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