Resumo de Mercado

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Resumo de Mercado
Resumo de Mercado
Fevereiro/2014
Ame­o ou Deixe­o
Aos 50 anos da “redentora”, apelido dado por Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) à revolução de 64, não posso deixar de me lembrar do seu mote ufanista mais conhecido.
Pimco, um dos maiores gestores de renda fixa global fez a sua escolha. Matéria do Financial Times de 20 de março começa com o seguinte parágrafo:
Pimco cortou sua posição em títulos brasileiros em mais de um terço, para US$ 6.2 bilhões. A posição pesou fortemente na performance do gestor e seu líder Bill Gross.
A fuga do investidor estrangeiro das bolsas brasileiras vem de longa data. A fórmula de capitalismo estatal a serviço de um partido e suas conveniências eleitorais não é atrativa em qualquer parte do mundo.
A saída de capital da renda fixa soberana, de forma continuada, é novidade. Afinal, os retornos dos títulos locais sempre estiveram entre os maiores do mundo.
Apesar do resultado de fevereiro ter sido bom para a renda fixa, isso logo se reverteu em março, com as taxas das NTN­B’s longas retornando à 7%. No mês, o IMA Geral rendeu 2,74% contra um CDI/IMA­S de 0,78%/0,79%. O IMA­B rendeu 4,44% e o IRFM, 2,18%.
Na renda variável, a má performance continuou, com o IBR­X perdendo ­0,32%. A pior performance ficou com o IDIV, perdendo ­2,22%, novamente efeito do capitalismo partidário, cobrando a conta das elétricas. O índice Small Caps perdeu ­1,00%.
Em toda essa avalanche de notícias sobre a caótica gerência do Estado Brasileiro, uma em particular me deu calafrios. Mario Veiga chamou de Kamikaze a noção de que é ok chegar ao final do período de seca (novembro) com os reservatórios na faixa de 15%. Vários motivos para meu mal estar:
Primeiro: trata­se de Mario Veiga, talvez a maior autoridade sobre matriz hidroelétrica no mundo e conhecedor das minúcias do sistema local. Segundo: o cara é apartidário, técnico na melhor acepção do termo. Terceiro: a lógica eleitoral faz com que as decisões dolorosas fiquem para depois de outubro. Quarto: esse é um cenário compatível com um final de período chuvoso levemente desfavorável.
(a propósito, a gestão atual do sistema de abastecimento de água de São Paulo parece sofrer da mesma aversão à más notícias)
Mario alega que nesses níveis as turbinas terão funcionamento irregular. Daí, o atual sistema de despacho (sim, idealizado por ele, Mario) do Operador Nacional do Sistema não terá respostas apropriadas, colocando em risco toda a operação.
Ame­o ou Deixe­o! E a seguir o gaiato dizia: o último que sair apaga a luz do aeroporto!
Bem, talvez não seja necessário.
Marcelo Nazareth

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