Peixe-aranha - ESFC - Clube da Comunicação
Transcrição
Peixe-aranha - ESFC - Clube da Comunicação
Peixe-aranha À semelhança dos roncadores, também o peixe-aranha se distingue pela sua tamanha pequenez em contraste com o vasto efeito que produz. Para aqueles que não são conhecedores de tal fenómeno, este peixinho, que vive à beira-mar plantado, tem textura e cor semelhante à da areia para que possa com esta ser confundido. Por este motivo, diz-se mesmo que é “invisível” e só o azarado que tem a pouca sorte de lhe passar por cima lhe sente o venenoso pico que, embora não seja mortífero, nem nada que se pareça, não deixa de ser assaz doloroso. Poderíamos, no entanto, afirmar que, aos olhos dos peixes, o pequenino só realiza tamanho disparate para se proteger mas, se assim fosse, faria como os outros peixes que durante a maré baixa se afastam da costa para longe dos homens. Ora digam-me então se este peixinho não faz precisamente o contrário?! Bem como o homem, o peixe-aranha não foge do perigo, mas também não o enfrenta! Espera que o perigo lhe vire costas e aí ataca, traiçoeiro, sem que possa ser visto. Tão pequenino peixinho e tão grande maldade! Mas vede, peixinho, que vós não sois como as abelhas, que picam, lançam o seu veneno e morrem como castigo, nem ao menos como o escorpião que, ao sentir-se ameaçado, se pica a si próprio para não castigar os outros. Vós, peixinho, sois piores! Ainda agora picastes um e já estais pronto para outro! Tamanha crueldade só pode ser mesmo equiparada ao homem que não pica, mas lança de uma só vez o seu veneno! Pior ainda que isto, é que, tal como vós, peixinho, deixa os outros passar sem que o vejam e, quando menos estes esperam, atraiçoa-os pelas costas. Tanta cobardia não vos faz lembrar alguém, irmãos peixes? Sílvia Balhana, nº 25 Bruno Frias, nº3 11º B CT