Chamada “Global Culture and Aesthetic Cosmopolitanism

Transcrição

Chamada “Global Culture and Aesthetic Cosmopolitanism
Chamada “Global Culture and Aesthetic Cosmopolitanism”
International conference – São Paulo, 9-11 Novembro 2016
www.cosmocult.com.br
Organizadores:
Vincenzo Cicchelli, Gemass, Paris Sorbonne/CNRS, University Paris Descartes
Sylvie Octobre, Ministère de la Communication et Culture de France
Viviane Riegel, ESPM, São Paulo
Comitê Científico: Rosario Radakovich, Joana Pellerano, Renato Mader, Wilson Bekesas
Chamada:
A conferência internacional “Global Culture and Aesthetic Cosmopolitanism” discutirá os
significados da globalização cultural, os seus efeitos mecânicos e de hibridização, e as suas
consequências cosmopolitas, a partir da perspectiva da cultura global e suas injunções através de
vários meios e objetos de consumo cultural (música, TV, livros, jogos de vídeo, filmes, TV, jornais,
quadrinhos, blogs, redes sociais, festivais, patrimônio nacional). Em particular, a conferência
pretende explorar e especificar as características estéticas e os fundamentos das culturas
cosmopolitas e translocais. Como e em que condições as condições estéticas de produção e
recepção são importantes para a construção de culturas cosmopolitas?
Eixos temáticos de pesquisa
Estamos convidando trabalhos que abordem, metodológica e empiricamente, uma vasta gama
de questões relacionadas com a cultura global e o cosmopolitismo estético, a partir da difusão
global e a localização dos produtos culturais populares.
No nível epistemológico, dirigimos a seguinte pergunta: Uma vez que as ciências sociais têm
sucessivamente considerado uma virada linguística, uma virada global, uma virada cultural e uma
virada material, o que implicaria a pretensão de uma virada cosmopolita em termos de
cruzamentos disciplinares, imaginação teórica e inventividade metodológica?
Dentro deste tema geral, buscamos propostas de trabalhos (resumos de 300 palavras),
especialmente focados em cinco eixos temáticos:
-
Consumo Cultural Híbrido
Cultura Global e Conhecimento Internacional
Marcas Globais e Estilos de vida
Cidadania, interculturalidade e migrações
Alimentação e práticas de consumo
A seguir estão algumas questões que propomos para a discussão em cada um desses eixos:
1
1. Consumo Cultural Híbrido
O Consumo Cultural Híbrido discute como o consumo midiático nos contextos glocais
indicam a percepção de como os sujeitos constroem representações de si próprios e daí para com
o mundo. Os modos de consumo midiático pressupõem diversas maneiras de ver entre diferentes
plataformas, formas de consumo e formatos narrativos como arranjos das experiências cotidianas.
Os diferentes suportes e plataformas confluem práticas de produção e consumo em ambientes
digitais e físicos, de produtos culturais globais e locais, para entretenimento e/ou para
participação. Nessa linha, colocamos em discussão a hibridização das lógicas de produção e
consumo do entretenimento e da participação, inscritas nos espaços físicos e no ciberespaço, que
criam novos sentidos de lugar e comunidade no contexto global, a partir das seguintes questões:
- Haveria um processo de retroalimentação entre produção e consumo na realidade da
comunicação e cultura, mais próximo da espetacularização da vida cotidiana?
- Diante das possibilidades de consumo e produção a partir das novas tecnologias, haveria
possibilidades reflexivas e potencialidades políticas no contexto contemporâneo?
- A indústria cultural e as mídias globais estariam mais concentrados na lógica da mass media
entertainment industry e seriam dependentes de uma audiência massiva? O consumo dos
produtos culturais e midiáticos segue igualmente essa lógica?
- No contexto dos fluxos globais e das redes de comunicação, haveria espaço para uma lógica
individual de massa (mass self), principalmente na produção e consumo dos meios digitais?
2. Cultura Global e Conhecimento Internacional
A discussão da cultura global parte de uma visão de globalização que combina a análise dos
fluxos de homogeneização com as possibilidades que surgem nos lugares praticados, formando
culturas híbridas e outras vias para a globalização. A formação do conhecimento internacional
2
parte do princípio do igualitarismo individualista – onde cada um possui valor moral equivalente e
os indivíduos são as últimas unidades de considerações morais, o principio do reconhecimento
recíproco – a voz de todos os indivíduos devem ser ouvidas e o tratamento imparcial de
instituições, práticas ou regras. A partir da relação entre a cultura global e o principio do
igualitarismo individualista, propomos questões sobre o consumo de informações e experiências
internacionais, seja por contato físico ou virtual, para a formação de repertório cultural global
e/ou local, como uma forma de olhar para o Outro:
- Quais são as fontes de informação e formação do repertório cultural global dos indivíduos?
- Quais são os usos do conhecimento internacional nas práticas dos indivíduos?
- Como as identidades culturais são representadas diante dos fluxos de globalização híbridos, a
partir de diferentes referenciais simbólicos, e a partir das lógicas hegemônicas estabelecidas?
- Quais são as representações que os indivíduos constroem de si para o mundo, nos contextos
glocais, vinculados a práticas e meios híbridos?
3. Marcas Globais e Estilos de vida
As marcas formam diante da cultura global suas próprias paisagens, os brandscapes, e seu
consumo integra diversas culturas e identidades, em trocas simbólicas que constróem experiências
de estilos de vida cosmopolitas. Nesse contexto, não somente pode ocorrer um processo de
centralização da influência das marcas globais – do brandscape hegemônico -, ou um processo de
localização e valorização das práticas locais. Pode também ocorrer um processo de regionalização,
numa troca de referência central para potências locais, que podem representar uma influência
cultural mais próxima e cotidiana. A proposta dessa linha de pesquisa é discutir o contato cotidiano
com as propostas de experiências das marcas globais e suas influências na reprodução de estilos de
vida, incluindo as seguintes questões:
- Quais são os pontos de contato com outros símbolos culturais (incluindo marcas) em uma
sociedade globalizada e midiatizada? Quais são as particularidades e consequências desses
contatos?
3
- Quais são os usos simbólicos que os indivíduos fazem a partir de suas práticas de consumo em
relação às propostas das marcas globais?
- O consumo de marcas globais reproduziria um estilo de vida que remete a um determinado
grupo, com capital simbólico distinto?
- O consumo de símbolos culturais globais (incluindo marcas) pode resultar na criação de uma
visão reflexiva do Outro?
4. Cidadania, interculturalidade e migrações
A discussão entre cidadania, interculturalidade e migrações parte do questionamento do
conceito de cidadania universal, devido aos diferentes contextos e experiências de sujeitos de
diferentes origens socioculturais ao redor do mundo, em relação as suas práticas de cidadania e
consumo. Para refletirmos sobre a relação entre cidadania e interculturalidade com o
cosmopolitismo, propomos nessa linha especificamente os contextos dos processos migratórios
contemporâneos, pois frequentemente há um apagamento das diversas barreiras com as quais se
deparam para a entrada e inserção nas sociedades para onde migram, uma vez que as fronteiras
não estão abertas da mesma forma e a inclusão social ocorre de maneira diferenciada para esses
indivíduos, que são privados de diversos direitos de cidadãos. A partir dessa proposta, propomos
as seguintes questões:
- Será que o cosmopolitismo é um ideal, ou uma característica que pode ser atribuída a todos? Ou
seria a cidadania universal uma qualidade somente acessível para alguns sujeitos participantes da
sociedade contemporânea global?
- Como os sujeitos de diferentes contextos socioculturais em experiências de mobilidade tornamse cidadãos e/ou consumidores nas suas práticas cotidianas?
- Quais são as formas de mobilidades e tecnicidades que permitem a formação de uma visão de
mundo, de pertencimento cidadão ao contexto global?
- As experiências de mobilidade, principalmente as dos imigrantes, resultam num processo de
aproximação ou de distanciamento do Outro?
4
5. Alimentação e práticas de consumo
A comida encontra-se na interseção entre necessidade biológica e hábito cultural, e seu
consumo pode ser palco para múltiplos cosmopolitismos cotidianos. Isso acontece porque a
cultura alimentar de um grupo social é a união de práticas e representações a respeito do que se
come, e essas encontram-se profundamente imersas na rotina. Apenas o contato com outras
formas de comer expõe a naturalização das escolhas alimentares, e essas experiências podem
possibilitar o desenvolvimento de um tipo de competência multicultural, provocar desejo por
diversidade e abrir caminhos para um estilo de vida cosmopolita. A proposta dessa linha de
pesquisa é discutir o contato cotidiano com formas multiculturais de alimentação e suas
consequências, incluindo as seguintes questões:
- Quais são os pontos de contato com outras culturas alimentares em uma sociedade globalizada e
midiatizada? Quais são as particularidades e consequências desses contatos?
- Quais são os usos simbólicos que os indivíduos fazem de seu conhecimento e repertório
alimentar intercultural?
- O acesso à variedade cultural causaria indiferença pela diversidade a longo prazo?
- O consumo de culturas estrangeiras pode resultar na criação de uma visão reflexiva do Outro?
*
*
*
Essa chamada tem como objetivo fomentar o encontro de acadêmicos provenientes de
diferentes áreas, disciplinas e países para investigar a realidade e dinâmica do enfoque
cosmopolita da sociologia da cultura em um mundo globalizado.
Datas:
5
Abril 2016
Circulação da chamada
1 Junho 2016
Data de envio da proposta de trabalho (Título, afiliações, resumo de
300 palavras) por email: [email protected]
1 Agosto 2016
Resposta sobre o trabalho
1 Setembro 2016
Inscrição para a conferência (via sistema Sesc: www.sescsp.org.br)

Documentos relacionados