revista abrase edição 0002

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revista abrase edição 0002
ABRASE
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES E COMERCIANTES
DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS
Revista Eletrônica Oficial
Número 2 - Junho 2009
A ABRASE participou do Gt como membro Per-
Os “filósofos” da fauna e
seus atos de improbidade!
manente, fazendo-se presente em todas as
reuniões até a última, em 2007. Ao longo dos
debates foi perceptível que alguns funcionários do
Ibama iniciaram, inclusive contra outros, uma
Nota do Editor
nova “campanha filosófica” para a gestão de
Por força das propostas de resoluções enviadas
fauna. As primeiras reuniões foram premiadas por
ao CONAMA pelo Ibama, a Câmara Técnica de
discussões ríspidas e tensas entre procuradoria e
Biodiversidade criou em 2004 um grupo de tra-
fauna, fauna e fiscalização e, principalmente,
balho visando discutir três temas: Termo de
procuradoria e fiscalização. Funcionários da fauna
guarda de animais silvestres, critérios para ani-
também entraram em conflito, alguns pregando
mais de estimação e maus tratos.
ferrenhamente o fim destas atividades e outros
defendendo o uso da fauna ex-situ. Quanto à
NESTA EDIÇÃO:
conduta lastimável, de alguns presentes nas
reuniões, não sabemos se a presidência, a época
I-
Os “filósofos” da fauna e
seus atos de improbidade!
pág.1
II -
Natura Park na Espanha,
exemplo a ser seguido!!
pág.3
III - Lista de “pets” ... ampla?
(parte II) Diretrizes internacionais de gestão de fauna
IV - Clamidiose
V - ABRASE lançará o Guia de
Identificação de Espécies
da Fauna Silvestres
VI - Frase do Ministro Minc
pág.5
pág.8
IX - Arara azul - “A rainha
X-
sensu técnico” que alguns forçosamente impingiam aos demais.
“nova” gestão. Já se assistiam ações inadmis-
pág.10
síveis de interferência direta de filosofias pessoais ou de grupos na administração de fauna
pág.10
pág.13
do país.
O ano de 2008 foi iniciado com uma Instrução
Normativa visivelmente voltada para dificultar,
das aves brasileiras”
pág.16
intimidar e desestimular as atividades afetas a
Evento “10 Anos Abrase”
pág.25
fauna ex-situ. Não houve quem não protestasse e
fosse procurar meios jurídicos para combater a
XI - Resumo da Ata 16ª Asbléia da ABRASE
-
tra compartilhasse a “filosofia” barata e “contra
pág.9
VIII - Coracia cyanogaster
Experiencias en el...
y cría de la carraca
Provavelmente não!! E possivelmente a ex-Minis-
Ao longo de 2007 era claro o rumo tomado pela
VII - A fal(ên)ácia da política
nacional de fauna
Sr. Marcos Barroso Barros, tomou providências.
Classificados
Calendário
pág.26
pág.27
pág.28
nova norma, zoológicos, criadouros comerciais,
amadores etc. Não bastasse, realizaram uma
“consulta pública” vergonhosa para definir os
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critérios das espécies a serem contempladas como
permite, mostraram a disposição de acabar com
“de estimação”, prevista na Resolução 394/07 do
fauna cativa legal, fizeram ilações entre os legais e
Conama a contragosto e sob protesto dos
os ilegais, demonstraram total pessoalidade na
funcionários radicais do Ibama.
gestão pública e se descredenciaram totalmente
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para serem agentes administradores de processos
Chamar a dita “consulta pública” de vergonhosa é
de atividades de fauna dentro do órgão no Estado. É
pouco. Do nada, sem o devido processo admi-
vergonhoso e ultrajante não se tomar nenhuma
nistrativo, surgiu na consulta on line uma lista
iniciativa de punição e afastamento destas pes-
de pouco mais de cinqüenta espécies. Não houve,
soas. São elas que estão despachando os proces-
sobre esta, nenhum debate técnico e veio desa-
sos de criadores, lojas, amadores etc., o que
companhada das fundamentações explícitas
é INCONCEBÍVEL!
na Resolução do Conama. Na coordenação de
fauna do Ibama, quando indagados do processo
Está na hora de dar um basta a tamanho absurdo
administrativo, informaram que o Conama o teria
que vem acontecendo na gestão pública de fauna.
feito. Quando a ABRASE indagou ao Conselho foi
A deterioração é visível, os desmandos legais são
dito o lógico (tudo em e-mail da associação): a lista
sistemáticos, as dificuldades interpostas sem
é competência do Ibama, portanto só este órgão
fundamentação aos criadouros são muitas, as
pode abrir o processo administrativo. Desta forma
cobranças de procedimentos não previstos em Lei
confirmou-se que a lista foi elaborada sem os
são acintosas e ilegais. Será que o Ministério
preceitos legais que a norma previra. Obra dos
Público e outros órgãos não estão vendo isso?
novos “filósofos” de fauna do Ibama.
Mesmo que alguns comunguem das falácias
ABRASE
filosóficas destes funcionários, o que estamos
O que veio a seguir foi pior e muito mais acintoso.
assistindo é um total desrespeito a Lei, ao contri-
Os “filósofos” mais radicais iniciaram uma série de
buinte e, sobretudo, a fauna silvestre do país.
pressões, via grupo de debate de funcionários do
Desrespeitar a Lei é crime! Não é isso, ou mudou?
Ibama, por uma lista ainda menor e, pior, por uma
“lista zero”. Enfim deram as caras!! Tinha-se pela
O Art. 11 da Lei de improbidade administrativa (nº
8429/92) define assim este crime:
primeira vez uma prova cabal da imensurável
interferência e da manipulação da coisa pública
“ Constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade
às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra
de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício;
IV - negar publicidade aos atos oficiais ”
para fazer prevalecer idéias de tamanha ignorância técnica, oposta as diretrizes internacionais
de fauna e contra a própria Lei.
Representação foi interposta por entidade de
criadores, COBRAP, e os contra ataques foram
iniciados por todas as entidades de fauna. O grupo
dos “filósofos”, após ser descoberto e tornar-se
público, desapareceu!! Mas alguns não se
Relembremos que a Lei prevê o “incentivo aos
intimidaram, pois possuem a conivência de seus
criadouros” (5197/67), incentivo a variedades de
superiores. Recentemente o Ibama de São Paulo,
espécies nestes estabelecimentos e apoio
em reunião que convocou os meios de comuni-
institucional (Decreto 4339/00), entre outras, além
cação, disparou novos “paradigmas” para a fauna.
do próprio Presidente da República citar a
Os “filósofos” atacaram abertamente o que a Lei
necessidade de desburocratizar a atividade para
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combater o tráfico, acompanhado na idéia por
estabelecidos pelos próprios destinatários das
ONG de respeito e peso, a RENCTAS. O improbe
normas (em se tratando de Estado Democrático,
factum está mais do que comprovado nas
que talvez ainda seja o nosso caso!). No Estado
condutas executadas por estes funcionários do
de Direito funda-se a impessoalidade na medida
Ibama. Voltando aos itens do Artigo 11, vemos
em que a atividade estatal é pautada pela lei e
sublinhada a total caracterização da odienta
deve levar em conta os interesses individuais e
conduta levada a cabo na gestão de fauna
coletivos de todos os administrados diante do que
nacional.
esta expressa, e não de pessoas determinadas.
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Num Estado de Direito o Estado é a pessoa e
Luiz Paulo M. L. do Amaral
Presidente da ABRASE, Geógrafo
e Administrador.
somente o Direito é a sua vontade, impondo os
fins e as ações a serem perseguidos, previamente
CONSERVAÇÃO > CRIAÇÃO > RECUPERAÇÃO
Natura Park na Espanha,
exemplo a ser seguido!
Cavalo mallorquín, riqueza genética e cultural preservada.
Estábulo do Séc. XV, valor
histórico!
Esquerda: Entrada do parque, boa sinalização
e bem explicativo. Educação ambiental é uma
da tônicas do projeto.
Folder do COFIB, com destaque para espécies Baleares.
Sr. Mariano Maas. Diretor.
Por ocasião de viajem a Congresso de Loros, na
Espanha, alguns membros da ABRASE aproveitaram a oportunidade de visitar alguns empreendimentos que trabalham com fauna seilvagem.
Dentre os visitados surpreendeu o trabalho desenvolvido pelo Natura Park, em Santa Eugenia,
na ilha de Mallorca. A surpresa se dá pelo tamanho exíguo da ilha e de sua distância de metrópoles espanholas, como Madrid e Barcelona.
nholas, espécies exóticas e raças de espécies
domésticas em extinção. Os três trabalhos são
bastante interessantes e bem coordenados, nos
remetendo, infelizmente, às pífias iniciativas do
Brasil. Agregados ao parque estão os centros de
recuperação de fauna silvestres espanhola, COFIB
(Consorci de Recuperació de la Fauna, illes
Balears) e, em conjunto, o de resgate de fauna
selvagem (autoctona ou exótica).
O Natura Park é um parque voltado para três
categorias de fauna: espécies autoctonas espa-
O trabalho de recuperação de raças de espécies
domésticas em extinção é notável. São animais de
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Espécie de macaco africano, resgate.
Sala de cirurgia com equipamentos.
Recintos de alocação das espécies
resgatadas ou entregues.
Auditório para educação ambiental,
pesquisadores e estudantes presentes.
produção que, com o passar dos anos, foram sendo substituídos por outros que podiam fornecer
maiores lucros ou eram mais resistentes ao trabalho e as características da ilha ou simplesmente
substituídos por máquinas. Entre alguns está um
asno encontrado somente em Mallorca, além do
cavalo mallorquín e raças de gado típicas da ilha.
Calamón común (Porphirio porphirio)
natural da região de Mallorca.
Este centro tem sua atenção voltada para a recuperação de espécies selvagens, animais abandonados, feridos ou filhotes. O centro conta com uma
equipe de técnicos preparada para desenvolver o
trabalho, além de veículos e equipamentos direcionados aos seus objetivos. A iniciativa é privada,
contando com o apoio do Governo das Ilhas
Baleares e colaboradores.
A recuperação destas raças tem grande importância para a manutenção de variabilidade genetica destas espécies, além de serem diretrizes da
Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO em inglês) e da UNEP (United
Nations Environment Programme). A manutenção
destas raças é forte instrumento de reserva genetica para um mundo em transformação. Além de
um patrimônio cultural, pois remete os ilhéus à
história regional e seu modo de vida no campo.
Além do trabalho de recuperação dos animais o
Centro possui uma grande ala para reprodução de
espécies da fauna autoctona da ilha. Aonde desenvolvem trabalhos com o gavião milana (Milvus
milvus), a tartaruga do Mediterrâneo (Testudo
hemanni), o buitre negro (Aegypius monachus),
maior ave voadora da Europa, entre outros. Todas
estas espécies são naturais da ilha e estão em
perigo de extinção. Já lograram reproduzir os primeiros espécimes, o que dá alento e segurança
quanto ao manejo desenvolvido.
O extraordinário foi ver o interesse que o trabalho
desperta e a seriedade com que se desenvolve a
gestão de recuperação e estudos destes animais.
Certamente não temos nada parecido no Brasil,
pelo menos não com o foco técnico e institucional
como se desenvolve no Natura Park.
Este centro de criação é extremamente bem estruturado, possibilitando tratamentos veterinários de
diversas naturezas e com um setor técnico muito
bem montado. Cozinha para preparação de alimentos dos animais, enfermaria, salas de cirugia,
salas administrativas, biotério etc compõem o
centro de reprodução.
Além deste belo trabalho o parque possui exposição de diversos animais, das três categorias mencionadas anteriormente, sendo um colírio para os
amantes da fauna.
É absolutamente impensável não comparar a
gestão de fauna de países desenvolvidos com a
brasileira. O Natura Park, se estivesse no Brasil,
teria cassada sua licença rapidamente. Melhor
Como empreendedores de fauna ficamos impressionados com a estrutura e dedicação do COFIB.
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analisando, não teriam sequer dado o devido
registro e a licença operacional. O Ibama impede
um empreendimento que possua mais de uma
atividade, neste caso há visitação, animais domésticos, triagem e reprodução de fauna ameaçada. Mas o importante é verificar que todas
funcionam perfeitamente, sem detrimento de outra.
Aqui tudo se faz difícil com uma legislação caduca
e uma mentalidade de gestão totalmente antiqua-
da e retrógrada. Além da impossibilidade normativa, a presença da parceria governamental
com o setor privado continua sendo no Brasil uma
falácia, é apenas uma retórica dos gestores da
coisa pública. No caso da fauna pior ainda, são
contra!! As razões são desconhecidas e os discursos pobres e com antolhos. Resta-nos indagar
a quem interessa este tipo de condução na gestão
de nossa fauna.
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ALGUMAS ESPÉCIES AUTÓCTONES CRIADAS NO COFIB
A serra Tramuntana (direita), na ilha de Mallorca,
é um dos locais natural
das espécies criadas no
COFIB.
Buitre leonado
(Gyps fulvus)
Tartaruga mediterrânea
(Testudo hermanni)
Esquerda: Um dos viveiros de criação do gavião
milana (Milvus milvus).
O gavião milana
(Milvus milvus)
Matéria enviada por Vinicius R. Ferreira,
Francisco Carrera e Anísio Gonçalves
Buitre negro
(Aegypius monachus)
Fotos cedidas pelo grupo
O segundo fator é pautado no combate ao mercado ilegal e a conseqüente retirada da pressão
sobre as populações selvagens. Este fator é levianamente combatido por muitos no Ibama, acreditam alguns funcionários que o efeito é inverso.
Se verdadeira fosse esta alegação as Convenções
Internacionais que regulamentam a matéria não
seriam tão explícitas. O fato é que as experiências
de diversos países (Austrália, EUA, Europa Ocidental, África do Sul, China, Indonésia, entre outros) têm demonstrado que o mercado legal não
tem poder de acabar com o ilegal, mas o minimiza
extraordinariamente. Fato que se dá com outros
produtos, como: pedras preciosas, alguns alucinogenos de uso medicinal, etc. No boletim GEO
Brasil apontou-se (2002) para um mercado ilegal
no país abastecendo mais de 95% da demanda de
animais de companhia, estatística exatamente inversa a dos países mencionados. Ao restringir
espécies para criação e comercialização a lista
apresentada ignora os fatores de gestão de fauna
apontados pelas diretrizes internacionais, acima
descritos.
INSTITUCIONAL
Lista de “pets” do Ibama,
porque deve ser ampla?
(parte II)
Diretrizes internacionais
de gestão de fauna
Todas as diretrizes internacionais voltadas para
políticas públicas de fauna remetem a dois fatores
fundamentais no que diz respeito à criação de
animais selvagens ex-situ. O primeiro deles é
relativo à importância de se manter em cativeiro
material genético estratégico, em especial espécies de animais ameaçados ou em risco. Este fator
comporta mais que isto, sendo objetivos conexos:
uso sustentável dos recursos e seus desdobramentos econômicos e sociais; desenvolvimento de
pesquisa e trabalhos que auxiliem na manutenção
e reprodução em cativeiro, capacidade de formação técnica, reserva de espécimes para necessidades de reintrodução, banco genético estratégico para as espécies envolvidas etc.
Vejamos algumas normas internacionais, que são
autotinterpretativas:
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A CITES Convenção Internacional do Comércio
das Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora a qual o Brasil é um dos primeiros signatários,
prevê o incremento do uso sustentável de recursos
da fauna, norteia políticas para tal e, ainda, reconhece a criação comercial como o meio mais
eficaz de combate ao tráfico. Faz-se importante
notar que o Secretariado da Convenção é formado
por grandes estudiosos e gestores da fauna de
todo o Mundo, mais de 190 países. Abordam,
sobretudo, as espécies ameaçadas. Seguem como
exemplo resoluções da CITES que abordam o
tema e estão disponíveis pela Convenção:
DIRECTRICES DEL CDB
PRINCIPIOS Y DIRECTRICES
DE ADDIS ABEBA
PARA LA UTILIZACIÓN
SOSTENIBLE DE LA
DIVERSIDAD BIOLÓGICA
Secretaria
del Convenio
sobre la Diversidad
Biológica
. RES. 11.16 (Rev. CoP14)* CRÍA EN GRANJAS Y
COMERCIO DE ESPECÍMENES CRIADOS EN
GRANJAS DE ESPECIES TRANSFERIDAS DEL
A P É N D I C E I A L A P É N D I C E I I
RECORDANDO la Resolución Conf. 5.16 (Rev.),
aprobada por la Conferencia de las Partes en su quinta
reunión (Buenos Aires, 1985) y enmendada en su 10ª
reunión (Harare, 1997), y la Resolución Conf. 10.18,
aprobada en su 10ª reunión;
RECONOCIENDO que algunos programas exitosos en
favor de la conservación de ciertas especies autorizan
el comercio internacional de especímenes de esas
especies en la medida en que dicho comercio no sea
perjudicial para la supervivencia de sus poblaciones
silvestres;
RECORDANDO la Resolución Conf. 9.6 (Rev.),
aprobada por la Conferencia de las Partes en su 10ª
reunión (Fort Lauderdale, 1994) y enmendada en su 11ª
reunión (Gigiri, 2000), en la que se recomienda que las
Partes consideren fácilmente identificables todos los
productos de los establecimientos de cría en granjas;
CONSIDERANDO la necesidad de transferir nuevamente las poblaciones al Apéndice I si se comprueba
que un establecimiento de cría en granjas ya no responde a los criterios;
ENTERADA de que la cría de cocodrílidos en granjas
basada en la recolección controlada de huevos o de
especímenes recién eclosionados puede ser un instrumento de conservación útil y positivo, y de que la
recolección de animales adultos silvestres requiere
controles más rigurosos;
RECONOCIENDO que como sistema de gestión, la cría
en granjas para algunas especies ha demostrado ser
una forma segura y sólida de utilización sostenible en lo
que concierne a la captura de adultos en el medio
silvestre…
. Resolución 13.9, Fomento de la cooperación entre
las Partes con establecimientos de cría ex situ y las
Partes con programas de conservación in situ";
“. . . en su 13ª reunión (Bangkok, 2004), en la que se
reconoció que la utilización sostenible de la fauna y
flora silvestres, destinada o no al consumo, representa
una forma de aprovechamiento de la tierra económicamente competitiva, y que los ingresos procedentes
de la utilización lícita pueden generar fondos y servir de
incentivo para apoyar la gestión de la fauna y flora
silvestres con el propósito de reducir el comercio ilícito”;
. Res. 8.3 (Rev. CoP13) - Reconocimiento de las
ventajas del comercio de fauna y flora silvestres
“a)a las Partes a que alienten a los establecimientos ex
situ que crían especies de fauna incluidas en el
Apéndice I o que reproducen artificialmente especies de
flora incluidas en el Apéndice I que traten de adoptar
medidas coordinadas que podrían apoyar la
conservación in situ basadas en los recursos generados
por esos establecimientos de cría en cautividad;
b)a las Partes a que alienten a los establecimientos ex
situ que crían o reproducen artificialmente especies
incluidas en el Apéndice I dentro del Estado del área de
distribución, a que presten apoyo a programas de
conservación in situ; ese apoyo puede consistir, entre
otras cosas, en apoyo técnico, contribución de fondos,
intercambio de especímenes para reintroducción en la
naturaleza, fomento de la capacidad y formación,
transferencia de tecnología, inversiones, infraestructura
y otras medidas.”
Observamos, portanto, que o segundo fator impregna resoluções da CITES, direcionando a
criação de espécies em perigo para políticas de
uso sustentável e ressaltando a eficácia disto.
Destaca-se a previsão, como diretriz da convenção, de incentivos governamentais ao uso sustentável de recursos da fauna.
. RES.12.10 (Rev. CoP13) Directrices relativas a un
procedimiento de registro y control de los establecimientos que crían en cautividad con fines comerciales,
especies animales incluidas en el Apéndice I.
“a las Autoridades Administrativas a que trabajen en
estrecha colaboración con los establecimientos de cría
en cautividad para preparar la información requerida en
el Anexo 1 de la presente resolución, o a que establezcan un grupo de apoyo con representantes de
los criadores y del Gobierno a fin de facilitar el procedimiento; y a las Partes a que ofrezcan a sus
establecimientos de cría en cautividad incentivos para
registrarse, como una tramitación más rápida de las
solicitudes de permisos, la expedición de un certificado
oficial de aprobación como establecimento de cría
internacionalmente registrado, o posiblemente tarifas
reducidas para los permisos de exportación;”
A Convenção de Diversidade Biológica CDB, a
qual o Brasil também é signatário, é outro instrumento relevante a ser considerado na política
pública de fauna, fato não observado pela lista apresentada pelo Ibama. Recobramos, portanto os
Artigos: 9º, que estabelece que todos os países
signatários devem adotar medidas para conser-
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. proporcionar canais adequados para negociação,
de forma que os possíveis conflitos que derivem
da implicação participativa de todas as pessoas
possa ser resolvido rápida e satisfatoriamente;
. eliminar fatores de desestímulo, ineficiências e
custos;
. promover incentivos econômicos para os agentes
que participem da gestão de recursos da biodiversidade.
vação ex-situ; o 10º estabelece que, para a utilização sustentável dos componentes da diversidade biológica, cada país signatário deve proteger
e encorajar a utilização costumeira de recursos
biológicos de acordo com práticas culturais tradicionais compatíveis com as exigências de
conservação e utilização sustentável; o 11º
estabelece que cada país signatário deve adotar
medidas econômicas e socialmente racionais, que
sirvam de incentivo à conservação e utilização
sustentável da diversidade biológica.
Não bastassem todos os argumentos expostos,
devemos mencionar o relatório da Comissão
Parlamentar de Inquérito. Neste a CPI, uma vez
finalizada, posicionou no sentido de que “A
criação e comércio de animais silvestres como
uma atividade regular, que observe todos os
requisitos das normas ambientais e a legislação como um todo, deve ser incentivada pelo
Poder Público”.
No trabalho “Estratégia Nacional de Diversidade
Biológica, Conservação Ex-Situ”, o Grupo de
Trabalho Temático sobre a Conservação Ex-Situ
(Brasília, outubro de 1998) apresentou à Coordenação Nacional de Diversidade Biológica
(COBIO) do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
informações, sobre a importância e estado da
conservação ex-situ no Brasil, bem como as
lacunas, questões, prioridades, metas e estratégias necessárias para o atendimento do Artigo 9
da Convenção Sobre Diversidade Biológica, a fim
de orientar e definir as prioridades nacionais
relativas a esta forma de conservação da biodiversidade no Brasil. Desnecessário se faz repetir
que a lista apresentada ignora toda esta estratégia.
A própria Resolução CONAMA n.º 394, que prevê
a lista de animais sob esta consulta pública enfatiza em seus considerandos que é vital prever,
prevenir e combater na origem as causas da sensível redução ou perda da diversidade biológica e
que a República Federativa do Brasil, é signatária
da Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB,
que tem como objetivos a conservação da diversidade biológica e a utilização sustentável de seus
componentes. E, ainda, enfatiza que há uma
necessidade de padronizar a regulamentação da
utilização da fauna silvestre nativa e exótica ex situ
em território brasileiro, visando atender às finalidades de conservação, manutenção, criação e
comercialização, com a intenção de diminuir a
pressão de caça na natureza sobre espécies
silvestres nativas com potencial econômico.
No complemento da CDB devem ser recobrados
os “Principios y Directrices de Addis Abeba para la
Utilización Sostenible de la Diversidad Biológica”.
Os Princípios e Diretrizes prevêem que a utilização
sustentável, determina que o emprego da diversidade biológica se dê de uma forma que mantenha o seu potencial para satisfazer as necessidades e as aspirações presentes e futuras. E
propõe que a “utilização sustentável pode gerar
incentivos para a conservação e regeneração da
diversidade biológica, pelos benefícios sociais,
culturais e econômicos que os povos obtêm dela”.
Entre as várias diretrizes operacionais previstas
nos Princípios e Diretrizes de Addis Abeba ressaltam-se:
. estimular a colaboração ativa entre os invéstigadores científicos e aqueles que possuam um
conhecimento local e tradicional;
. estimular a intervenção dos interessados diretos
na gestão da diversidade biológica e na utilização
sustentável dos seus recursos;
. identificar os interessados diretos e buscar sua
participação na planificação e execução das atividades de gestão;
. considerar os fatores socioeconômicos e culturais;
Por fim, a UNEP - United Nations Environment
Programme, órgão da ONU, em estudo/documento
sobre “A economia do comércio legal de fauna
silvestre” chama a atenção para o seguinte: “O
comércio de espécies selvagens podem contribuir
significativamente para o desenvolvimento rural e
seus rendimentos, e os efeitos sobre as economias
locais podem ser substanciais. O alto valor dos
animais e produtos derivados também pode fornecer incentivos econômicos positivos para uma
alternativa à utilização dos solos outras opções
para as populações para manter os recursos para a
utilização rentável e sustentável a médio e longo
prazo. Consequentemente, a gestão do comércio
de espécies selvagens pode ser benéfica para
a conservação das espécies e dos habitats, bem
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como contribuir para a subsistência e desenvolvimento social.”
CRIAÇÃO > VETERINÁRIA
The economy of legal wildlife trade
Economia do comércio legal de fauna silvestre
Clamidiose
Jeferson Rocha Pires
É uma doença provocada pela bactéria
Chlamydophila psittaci que cada vez mais tem
apresentado uma grande importância para quem
trabalha com aves no Brasil. Existem relatos de
mais de 460 espécies de aves sensíveis a este
agente que também pode acometer o homem se
tratando assim de uma zoonose. Sua gravidade
pode variar de inaparente a quadros clínicos
severos que podem levar a morte dos animais em
pouco tempo de contaminação.
Cada vez mais médicos veterinários que trabalham
com animais selvagens tem se deparado com
animais positivos para esta doença, fato que
acaba gerando grande preocupação já que muitos
destes animais vieram de criatórios que possuem
animais devidamente legalizados, mas que por
um motivo apresentam falhas em seu manejo
sanitário. Estes animais na maioria dos casos vão
parar na mão de crianças que são considerados o
grupo mais sensível e com isso acabam desenvolvendo o quadro de Clamidiose. Com esta ocorrência, lojistas e criatórios acabam susceptíveis a
processos judiciais já que forneceram um animal
doente proporcionando assim um risco à saúde
destas pessoas. Estes animais no momento da
venda podem apresentar quadros típicos de
clamidiose como: conjuntivite (uni ou bilateral),
Fig 1: Fezes de papagaio apresentando clamidiose. Observe que
esta se apresenta volumosa,clara e com conteúdo mal digerido.
Quadro típico de
pancreatite.
prostração, sonolência, fezes volumosas mal
digeridas e esbranquiçadas quando ressecadas
sendo este quadro característico de animal com
pancreatite (figura 1), quadros respiratórios (figura
2), hepatite, sinusite, enterite, diarréia, poliúria,
infertilidade, e nos estágios finais quadros neurológicos. Todos estes sinais podem se apresentar
juntos, solitários ou não aparecerem já que indivíduos podem ser portadores assintomáticos. Um
Números do mercado legal de animais e subprodutos. UNEP aponta as benéfices do
mercado legal controlado.
Texto enviado à consulta pública do
Ibama pelas Comissões da ABRASE
Fotos arquivo Abrase
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bom exemplo de portadores assintomáticos são
animais vindos de vida livre. Estes muitas vezes
não apresentam quadro clínico nenhum, mas
eliminam esta bactéria no ambiente contaminando
pessoas e animais. Infelizmente a grande arma
que os criatórios têm na mão contra o tráfico, seu
principal concorrente, que é o fato dos animais
virem com a certeza de não estarem levando
nenhuma doença com eles acaba sendo deixado
de lado já que muitos animais comercializados por
criatórios são positivos para clamidiose assim
como os animais de vida livres vindo pelo tráfico,
os quais existem relatos de mais de 96,5% virem
a óbito devido a esta doença.
este pode impedir a ação de alguns antibióticos. A
maior parte dos tratamentos é realizada por 45
dias e os animais devem ser testados novamente
para confirmar se o tratamento foi eficaz. Além do
tratamento do animal é importante o tratamento
ambiental, para evitar a recontaminação pela
presença do agente no ambiente. Deve ser lembrado também que a maioria dos produtos que
possuem ação contra este agente tem sua eficácia
diminuída na presença de matéria orgânica,
devendo o ambiente ser devidamente lavado antes
de ser desinfetado.
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Jeferson Rocha Pires
Médico Veterinário, Mestre em Clínica e Reprodução
veterinária, Professor da disciplina de ornitopatologia na
Universidade Estácio de Sá, Professor e coordenador do
curso de pós graduação em Clínica e Cirurgia em animais
selvagens pelo Instituto Qualittas de Pós graduação.
Fig 2: Papagaio verdadeiro (Amazona
aestiva) apresentando
dificuldade respiratória
devido a clamidiose.
INSTITUCIONAL
ABRASE lançará guia
de identificação de
espécies silvestres para
combate ao tráfico
GUIA DE IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES SILVESTRES
Um grande problema dentro de criatórios é o fato
de que é necessário apenas um animal positivo,
mesmo que assintomático, para que ocorra a
disseminação da bactéria dentre todos os animais.
Muitas vezes os animais que vão apresentar o
quadro clínico serão os imunocomprometidos, que
geralmente são os filhotes que saíram do criatório
e estão sendo vendidos em lojas.
Outro fator que facilita a sua disseminação é o fato
da clamídia se apresentar de duas formas, a reticular e a elementar. A reticular é a que se multiplica dentro das células do animal provocando o
quadro clínico e a forma elementar é a que estará
no animal e no ambiente sendo esta metabólicamente inativa, ou seja, antibióticos e falta de
nutrientes não são um problema para esta podendo permanecer durante longos períodos em
condições adversas. A eliminação das formas
elementares nas aves ocorre de forma intermitente
o que dificulta também o diagnóstico já que somente uma amostra pode não ser o suficiente
para se confirmar animais negativos, sendo
necessários pelo menos três coletas com intervalos de três a cinco dias entre elas.
A BRASE
GIES
GUIA DE IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES
SILVESTRES DA FAUNA BRASILEIRA
Elaborado para identificação
de espécies silvestres e manejo em
apreensões de fiscalizações
Caracterização do status das especies
A ABRASE iniciou a confecção do GIES Guia de
Identificação de Espécies Silvestres. Será um
catálogo eletrônico, podendo ser impresso, comtendo espécies nacionais mais comuns no comercio ilegal de animais. Outras entidades de peso
estão aderindo ao trabalho que requisitará grande
gama de informação e imagens até fim do ano.
O tratamento deve ser realizado pelo médico
veterinário de acordo com sua droga de escolha,
porém deve ser observado que alguns dos
antibióticos escolhidos não podem ser utilizados
juntamente com suplementação de cálcio já que
O GIES deverá conter foto, dados sobre o animal,
como alimentação, descrição, nomes comuns e
9
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO II
JUNHO 2009
científico, etc. Além disto o “manual” terá o status
das espécies no comércio ilegal e nas listas oficiais de espécies ameaçadas. No caso do tráfico
estará no GIES se a espécie é de alta comercialização, média ou baixa. Quanto às listas oficiais
será informado se a espécie se encontra na Lista
Oficial Brasileira de Animais Ameaçados e também
na lista da CITES. No caso da CITES informará o
Apendix inserido: I, II ou III.
JURÍDICO
A fal(ên)ácia da política
nacional de fauna
Uma crítica aos atuais aspectos legais e
sócio políticos da criação de animais da
fauna silvestre e exótica.
O objetivo é munir os órgãos do SISNAMA, inclusive Secretaria Municipais, Ibama etc., além das
entidades envolvidas na repressão ao crime de
tráfico ilegal de animais, como: Polícia Federal,
Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Civil.
Francisco Carrera*
Decorridos mais de vinte e um anos após a publicação da Constituição da República Federativa do Brasil, não há, pasmem, ainda no ordenamento jurídico nacional uma lei federal moderna, capaz de ordenar a política nacional de
gestão de fauna. O que assistimos nestes tempos
é ó exercício da discricionariedade administrativa e
ainda a utilização do Poder Judiciário para a
definição de um conceito que deveria estar claramente estabelecido na legislação Federal.
O guia terá observações de cunho ambiental importante para os agentes fiscalizadores. Entre
estas a “não soltura” de animais apreendidos, que
além de causar danos irreversíveis ao meio ambiente configura-se como crime ambiental, por mais
que adimirem o ato e que este seja um forte apelo
à mídia.
Na verdade o conceito típico de fauna está literalmente espalhado pelos mais diversos dispositivos
legais, como em uma colcha de retalhos. Este
quadro, certamente atrapalha, não só aquele que
está na condição de usuário deste recurso, como
também aqueles que figuram na situação de fiscais deste bem jurídico tutelado. Este cenário pode
ser conferido da seguinte forma: Inicialmente, a lei
nº 5.197 de 03 de janeiro de 1967, ainda está plenamente em vigor, regendo por completo esta área
material do Direito. O Art. 1º ¹ da referida lei, ousou
conceituar “fauna silvestre”, porém, olvidou-se de
diversas outras categorias, como a fauna domestica e a fauna exótica. Esta lacuna legislativa, ou
melhor, esta ausência de conceito legal, por longa
data deixou na obscuridade a definição de fauna e
suas respectivas classificações. Cumpre ainda
destacar, que na década de 60, até a publicação
da lei 5197, a fauna silvestre (ou qualquer outra),
era considerada como res nullius, ou seja, coisa de
ninguém. Aquele que se assenhoreasse do animal,
passava a ser seu proprietário. Porém, com o advento da Lei 5.197/67, os animais pertencentes à
fauna silvestre, passaram a ser de propriedade do
Estado Brasileiro. Esta situação jurídico-patrimonial se estendeu até o advento do texto constitucional de 1988. O novel art. 225 da Constituição
GUIA DE IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES
Jandaia verdadeira - Aratinga jandaya
A jandaia verdadeira é mkncbnlksjd
sdkcjbslkdjbc cnwdnc dskcndn ccj
cwmld cnkjqwdcbcb
kkc fwoihfoif
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D
3
d
n
325yvoi54hio45yy54h4.
Status no tráfico: médio p/ pet
CITES: II
L.B.E.A.: N
Estudos gráficos para a diagramação do GIES, a primeira fase já
está concluída.
Texto enviado pela Assessoria de
Imprensa da ABRASE
Imagem arquivo Abrase
CURIOSIDADE
Frase do ministro Minc
cai como “luva” !!
Mês passado, Minc participou da Marcha da
Maconha, no Rio. A Câmara pediu explicações.
Minc na ocasião disse uma frase em que suprimimos o termo “de maconha”, após “traficantes”:
“Alguns traficantes ficam muito bem contemplados com a atual política, que dá a eles o
monopólio da venda.” Revista Isto É (10/06/09).
A excelente declaração do Ministro bem se adequa
à atual política de anti criação de animais desenvolvida pelo Ibama, com “lista zero”, IN169, Sisfauna e outras mazelas.
¹ Art. 1º. Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros
naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização,
perseguição, destruição, caça ou apanha.
Nota do Vice Presidente da ABRASE
Lélio Gabriel H. dos santos
10
A BRASE
JUNHO 2009
NÚMERO II
Federal passou a classificar a fauna como “bem de
uso comum de todos”, independentemente de sua
divisão legal. Esta extensão de tutela, certamente
causou um transtorno ainda maior na conceituação
jurídica e classificação de fauna no Brasil. Alguns
doutrinadores entendiam que a Lei nº 5.197/67,
neste sentido não havia sido recepcionada pelo
dispositivo constitucional. Outros mencionavam
que o conceito de fauna silvestre ainda permanecia como bem público, porém sob a classificação
de bem de uso comum. Cumpre destacar, que a
abordagem constitucional do Art. 225 ² é extensiva
ao conceito de meio ambiente, assim concebido
como “macro bem”, ou seja, composto pelos mais
diversos complexos e sistema vivos deste planeta,
incluindo-se até mesmo o seu aspecto artificial e
cultural. Desta maneira, o conceito de meio ambiente trazido pela Constituição Federal de 1988 foi
assim concebido sob o aspecto de “macro”. Assim,
consideram-se incluídos nesta tutela “macro”, todos os “micro” bens juridicamente protegidos,
incluindo-se neste rol, a fauna, seja ela silvestre,
exótica ou doméstica. Neste escopo de interpretação, a visão e aspecto patrimonial previsto no
Art. 1 da Lei 5197/67, não foram recepcionados
pelo ordenamento jurídico vigente. De outra sorte,
isto não significou que o acesso e utilização da
fauna estariam proibidos ou vedados. Ao contrário,
o próprio texto constitucional impôs ao PoderPúblico, o Poder-Dever de defendê-la e preservá-la
para as futuras gerações. Neste aspecto a prática
da criação da fauna silvestre em cativeiro, sob o
cunho comercial, conservacionista ou científico
foram amplamente mantidos sob o manto da constitucionalidade e totalmente respaldados pelo próprio Art. 6º ³ da Lei nº 5.197/67, que apesar de antigo, ainda está plenamente em vigor. Assim, mesmo após o advento constitucional, a vetusta lei de
fauna ainda está em vigor, e resiste acirradamente
às atuais tentativas de modificação e alteração.
as competências restritas ao direito penal material,
no parágrafo 3º de seu art. 29, conceitua fauna
silvestre, porém, inclui neste rol de conceituação
os espécimes da fauna silvestre e quaisquer outras espécies, ou seja, domésticas, exóticas, domesticadas, asselvajadas, migratórias, etc...
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
Certamente, por mais uma vez os operadores e
usuários da fauna ficaram reféns de uma tipificação e classificação legal totalmente contraditória e
conflitiva. Afinal, onde poderíamos encontrar, na
forma da lei, o conceito de fauna silvestre? E o de
fauna exótica? A lei de crimes ambientais (que é
uma lei de direito penal material, ou seja, destinada apenas a descrever as condutas típicas,
crimes, e não criar conceitos), criou o conceito de
fauna silvestre e contrariou por completo o dispôsto no Art. 1º da Lei especial (Lei 5.197/67). Deixou,
esta lei, um amplo leque de abrangência e conceituação. Se não bastasse tudo isto, em seguida,
COMO SEMPRE, coube ao órgão Ambiental
(IBAMA), por intermédio da Portaria nº 93/98 - Art.
2º 4 (que é um ato administrativo e não legislativo),
completar, ou melhor, socorrer, ou até mesmo ousadamente e ILEGALMENTE, corrigir a confusão
que o Poder Legislativo criou. Porém, de acordo
com os mais tradicionais princípios do Direito, e
ainda de acordo com a hierarquia das normas
introduzida por KANT 5 , uma Portaria não pode
criar conceitos que contrariem a Lei Federal. E
ainda, além de não poder criar conceitos, não
pode inovar diante da lei federal existente. Se
assim o fizer, certamente estará infringindo dispositivo constante da Constituição Federal (Art. 23).
Na verdade, o dispositivo legal competente para
definir o conceito de fauna, e ainda as suas divisões e classificações, deveria, na forma da constituição, ser a LEI DE FAUNA, por mais vetusta que
fosse. Nunca, em nenhum momento, uma lei
PENAL. E muito menos uma ousada PORTARIA.
4
A r t . 2 º - P a r a e f e i t o d e s ta P o r ta r i a , c o n s i d e r a - s e :
I - Fauna Silvestre Brasileira: são todos aqueles animais pertencentes
às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou
terrestres, que tenham seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites
do Território Brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras.
II - Fauna Silvestre Exótica: são todos aqueles animais pertencentes
às espécies ou subespécies cuja distribuição geográfica não inclui o
Território Brasileiro e as espécies ou subespécies introduzidas pelo
homem, inclusive domésticas em estado asselvajado ou alçado. Também são consideradas exóticas as espécies ou subespécies que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas
jurisdicionais e que tenham entrado em Território Brasileiro.
III - Fauna Doméstica: Todos aqueles animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo e/ou melhoramento zôotécnico tornaram-se domésticas, apresentando características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo apresentar fenótipo variável, diferente da espécie silvestre que os
originou.
De outro lado, já em fevereiro de 1998, surge à
baila a Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais),
que de maneira ousada e totalmente contrária a
qualquer técnica legislativa, e ainda violando todas
²
Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida impondo-se ao poder publico e a coletividade o dever
de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.
³ Art. 6º O Poder Público estimulará:
b) a construção de criadouros destinadas à criação de animais silvestres para fins econômicos e industriais.
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11
Kant. I (1989). Crítica da Razão Prática. Lisboa. Edições 70
A BRASE
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NÚMERO II
Ora, dura lex sed lex, se a Constituição Federal
dispõe que a competência para legislar sobre
fauna em âmbito nacional compete ao Poder
Legislativo, não pode, o Poder Executivo, com o
intuito de cobrir as lacunas legais, criar novos
conceitos legislativos, categorias e até mesmo
classificações, que na verdade deveriam estar
previstos expressamente na Lei. O pior, é que
estes órgãos administrativos, alegam em sua
defesa, que estão promovendo a defesa do meio
ambiente, através de atividade normativa e não
legislativa, fazendo uso, inclusive do Art. 23 da CF
para justificar a criação de novos conceitos que a
Lei não prevê. Ora, o dispositivo constitucional é
claro, legislar sobre fauna é tarefa individualizada
e comum, ou seja, tanto a União quanto os Estados ou o Distrito Federal. Todos estes entes federativos podem legislar sobre fauna. Porém, tal
atividade, como já dito, é LEGISLATIVA. Portanto,
criar conceito, somente por Lei, e não por ato
administrativo.
mente está sob o manto da tutela constitucional,
certamente inserida na tutela macro, prevista no
Art. 225 da Constituição Federal. Porém, não pode
o Poder Público, em razão de algumas lacunas
legais, dispor de forma totalmente discricionária,
sobre conceitos que na verdade devem ser
esclarecidos e trazidos pela Lei e não por entendimentos administrativos tendenciosos e ocasionais. Se a fauna é um bem de uso comum de
todos, inclui-se neste “todos”, os criadores, e toda
a categoria de usuários de fauna. Não apenas o
Poder Público. Exercer o poder de polícia administrativo, confundindo-o com o entendimento
discricionário de alguns administradores, certamente é violar todos os princípios da administração Pública, contidos, inclusive no Art. 37 de
nossa Carta Magna. Se a Lei federal estimula a
criação em cativeiro, não pode o poder Público,
proibir!!! E se o mesmo dispositivo legal prevê
conceitos, deve a Administração Pública, seguir
estes conceitos, e não, de forma discricionária, e
até mesmo política e momentânea, criar novos
conceitos. A atividade de conceituação de elementos e núcleos do tipo cabe à Lei, e não à
Administração Pública.
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
E isto foi o que aconteceu, e vem acontecendo,
vejamos a Portaria 93/98 e a polêmica INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 169/08 DO IBAMA, ambas
criando conceitos (que deveriam estar em lei),
ambas dispondo sobre direitos e matérias, que na
verdade deveriam ser regrados por Lei e não por
ato administrativo.
Precisamos, portanto, de um instrumento LEGAL,
que defina, precisamente, as classificações e divisões da fauna, bem como todas as categorias de
seus usuários. Se esta tarefa ainda restar sob a
ilegal atribuição administrativa, certamente o destino de todos os criadouros é a sua própria extinção. E certamente, uma vez extintos os criadouros,
extinguir-se-ão muitas espécies, em razão, até
mesmo da inexistência de ecossistemas de origem
de muitos integrantes da fauna silvestre e exótica.
Este é o cenário que atualmente está refém todo
aquele que deseja manter sua condição jurídica de
usuário da fauna no Brasil. Refém de um emaranhado de normas administrativas e de uma Lei
federal que até os dias atuais não foi revisada e
tampouco adequada aos dispositivos constitucionais vigentes.
Sigamos, sim, o exemplo de outros países, que
hoje, possuem plantéis, com muitos animais em
avançado estado de reprodução, em ambientes de
criadouros, onde espécies da fauna silvestre brasileira se multiplicam. Porém, em nosso País, assistimos, passivamente, a destruição de muitos
Remeter para a Administração Pública Federal
(IBAMA/ICMBio) o dever constitucional legislativo
de criar conceitos legais, certamente é perverter o
Estado Democrático de Direito, e, acima de tudo
violar os direitos e garantias individuais, o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e, também, a coisa
julgada. Tal situação, certamente abarrota o Poder
Judiciário de demandas que, na verdade já poderiam estar solucionadas pela prática legislativa.
nichos ecológicos, habitats e ecossistemas, de
holótipos e até mesmo de espécies endêmicas,
sob o despótico manto de um ambiente político
que se vende facilmente aos interesses capitalistas. Enquanto isto . . . os traficantes agradecem.
Não há, até o momento, nenhuma LEI que conceitue FAUNA SILVESTRE EXÓTICA!
Francisco Carrera
Advogado, Assessor Jurídico da ABRASE,
mestre em Direito pela UERJ - Universidade do Estado do Rio de
Janeiro pós graduado em auditorias e perícias ambientais pela
Universidade Estácio de Sá, especialista em fauna, Biodiversidade e patrimônio genético, prof. coordenador do Curso de Pós
Graduação em Direito Ambiental do Instituto A Vez do Mestre,
Uma incongruência? Não! Um absurdo que se
traduz em omissão legislativa!
A fauna, sob todas as suas formas, indubitável-
12
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO II
JUNHO 2009
Aunque estaban en una jaula de reducidas dimensiones donde no podían volar, en algún momento
al abrir las alas pudimos ver sus bonitos colores
azules, y esto fue lo que nos acabo de decidir a
adquirirlas. Junto a ellas adquirimos también una
pareja de kookaburras “Dacelos novahollandiae”,
especie si que la conocíamos de nuestro viaje de
novios por Australia.
IAVM da Universidade Cândido Mendes, prof. do
MBE/COPPE UFRJ, Prof. da Escola de magistratura
do Rio de Janeiro EMERJ, membro da Comissão
de Direito Ambiental do Instituto dos Advogados
Brasileiros, Asses. Jur. da Sociedade de Zoológicos
do Brasil SZB, ex-assessor jurídico da RENCTASRede Nacional de combate ao tráfico de animais
silvestres, consultor legislativo e assessor de
prefeituras, ex. assessor da Secretaria Especial de
Promoção e Defesa dos Animais da Prefeitura do Rio
de Janeiro, Membro do departamento de Meio Ambiente
da ADESG-Nacional. autor de obras de Direito
Ambiental, sendo última obra “Cidade Sustentável utopia ou realidade”, Ed. Lúmen Júris.”
.
Con la adquisición de estas nuevas especies se
nos complicaba un poco el trabajo en casa, pues
se incorporaba un nuevo tipo de dieta, que hasta
ahora no utilizábamos. Acabábamos de adquirir
nuestras primeras especies carnívoras.
CRIAÇÃO
Coracia cyanogaster
.
Por un lado empezamos con la cría de ratones
blancos de laboratorio, y por otro contactamos con
un proveedor de pollitos de un día congelados de
los que utilizan habitualmente los criadores de rapaces.
Experiencias en el mantenimiento
y cría de la Carraca ventriazul
.
Lo primero fue construir un aviario para ellas. Limitados por el espacio, optamos por un volador de
no muy amplias dimensiones, con una parte interior de aproximadamente 2x1 y 2,5 metros de
altura y una parte exterior de 1x1 y 3 metros de
altura.
.
No sexamos a los ejemplares, pues nuestra primera preocupación era que estuviesen tranquilos y se
acostumbraran a su nuevo alojamiento. La posibilidad de que nos criaran la dejábamos para mas
adelante.
.
Como alimentación, cada día por la mañana les
dábamos dos pollitos cortados cada uno en cuatro
trozos, que poníamos a descongelar el día anterior. Además tenían siempre a su disposición una
pasta comercial para aves insectívoras. De forma
extra recibían periódicamente algún ratón de laboratorio, estos se los suministrábamos vivos, y cuando aun no tenían el tamaño de adultos. Hay que
tener en cuenta que no desgarran sus alimentos
como hacen las rapaces si no que engullen toda la
pieza, regurgitando mas tarde egagrópilas con todo lo que no han podido digerir, huesos, piel, plumas ...
Pareja defendiendo el nido.
Hace ya muchos años que en casa mantenemos e
intentamos que nos críen todo tipo de aves y también algún que otro pequeño mamífero, reptil, etc.
Cada año la ilusión es conseguir criar alguna especie nueva que no nos ha criado hasta el momento.
Y como no, también adquirir alguna novedad para
ampliar la colección.
Fue en una exposición de aves que se realiza
anualmente en Camallera, un pueblo de nuestra
misma provincia de Girona, en Septiembre del
2005 cuando vimos por primera vez esta especie,
las “carracas ventriazules”. Eran tres ejemplares,
procedían de un parque zoológico que cerraba sus
puertas. No sabíamos su sexo, ni su edad, y sus
antiguos propietarios nos comentaron que a ellos
no les habían criado en ninguna ocasión, y que
hacia varios años que las mantenían en el parque.
.
Como posible sitio de nidificación en la parte interior les colocamos a la mayor altura posible un
cesto de mimbre protegido por tres laterales con
cortezas de corcho.
.
Hemos de decir que su carácter ha sido siempre
estupendo, tratándose de aves muy mansas que
13
A BRASE
JUNHO 2009
NÚMERO II
no dudan en ningún momento a venir a buscarte
un gusano de la harina, o un ratoncito de la mano.
en una habitación donde debo acudir a menudo
por la noche, con lo que a partir de que oscurece
se abre una pequeña luz, que les permite en todo
momento volver al nido si salen de él, sin problemas. A finales de Junio se repitió otra puesta de
tres huevos. En esta ocasión limitamos al máximo
las inspecciones del nido, y la cosa fue mejor,
pues nacieron los tres pollos sin problemas.
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
Llego la primavera del 2006 y durante prácticamente un par de meses, pudimos observar a diario
repetidas cópulas entre dos de los ejemplares. No
separamos al tercer ejemplar, pues no vimos en
ningún momento muestras de agresividad hacia él.
Durante las cópulas emiten repetidamente su llamada “rac,rac,rac,rac”. A menudo la hembra coge
algún pedazo de carne con el pico, hace la llamada, y acude de inmediato el macho a copular con
ella, mientras la hembra mantiene el pedazo de
carne en su pico. Pasó la primavera y el verano y
no hubo ninguna puesta de huevos.
Añadimos a la dieta, ya días antes del nacimiento,
gusanos de la harina en gran cantidad. Al nacer
los pollos, los consumían con gran voracidad.
Cada uno de los miembros de la pareja, cogía un
gusano, lo aplastaba pasándolo repetidas veces
entre su pico y acudía al nido a darlo a los pollos.
Hacían constantes viajes del comedero al nido. El
crecimiento de los pollos es muy rápido. No molestamos para nada a los pollos, esto nos llevó que a
los 15 días de vida al inspeccionarlos nos dimos
cuenta que había problemas de malnutrición. Suponemos que la dieta casi exclusiva a base de
gusanos de la harina que los padres les estaban
dando era del todo deficitaria. Un pollo lo tuvimos
que sacrificar pues tenía el pico totalmente cruzado, otro tenía una leve deformación en el pico, y el
tercero tenía un par de dedos torcidos.
.
Evidentemente ahora si que convencidos de que
disponíamos de una pareja, nos movilizamos para
buscar el máximo de información sobre la especie,
para poder conseguir su cría. La información en
Internet era prácticamente nula. Durante el “IV
Congreso de Psitacultura” que se celebro en Enero
2007 en Valls (Tarragona) tuvimos la oportunidad
de hablar con dos personas que habían tenido
alguna experiencia con dichas aves, o especies
similares. Por un lado Rafael Zamora de “Loro
parque fundación”, y por otro Ana Matesanz de
“Guarouba consultores”. Como podéis suponer les
acribillamos a preguntas sobre dicha especie.
.
Los sacamos para criar a mano. Lo hicimos con
una mezcla de carne de pollo picada, a la que
añadimos calcio y un complejo vitamínico. Así
crecieron sin problemas. Al sexar los dos pollos
resultaron ser dos hembras, al igual que el ejemplar que manteníamos solo.
Los cambios que realizamos cara a la temporada
2007 fueron: por un lado separar el tercer ejemplar, dejando a la teórica pareja solos. Añadir al
aviario otro tipo de nido, una caja (que al final realicé simplemente con cartón), de unas medidas
aproximadas de 40x20cm de base y 40cm de altura, abierta por delante en su mitad superior. Al
llegar la primavera incrementamos la ración de
ratones de laboratorio de pequeño tamaño.
.
.
No se hicieron esperar los resultados y a principios
de mayo, había el primero de tres huevos en el
nido de cartón. Creo que la incubación no fue del
todo correcta y dos de los pollos no llegaron a
nacer, murieron totalmente formados dentro del
huevo, el tercero justo cuando estaba naciendo al
salir la hembra del nido durante mi inspección, se
le quedó el huevo con el pollo a medio nacer pegado en las plumas. Me encontré justo debajo de
la hembra con el hue-vo+pollo a punto de caer. A
diferencia de en las películas, cuando el huevo
cayó, no pude cogerlo al vuelo y se estrelló contra
el suelo.
Vista del aviario exterior.
.
Llevando comida a los pollos de una semana
El nido está situado en la parte interior del aviario,
14
A BRASE
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NÚMERO II
Para el 2008, seguimos la misma pauta que para
el 2007. La primera puesta de 3 huevos la iniciaron
a principios de mayo, el primer pollo nació a los 23
días de incubación. En esta ocasión nacieron solo
dos pollos, el tercer huevo resulto infértil. Los sacamos para criar a mano a la semana de edad. En
esta ocasión probamos una nueva formula para
criarlos, que nos ha dado muy buenos resultados.
Mezclamos carne de pollo picada, un poco de
pienso de cría a mano de psitácidas, calcio y un
complejo vitamínico especial para aves rapaces. A
toda esta mezcla le añadimos agua con gelatina
disuelta, de la que se utiliza para confeccionar postres en la cocina. Este descubrimiento nos permite
obtener una pasta que una vez fría la puedes cortar a tiras y es muy cómoda de dar a los pollos, sin
que se desmenuzca al humedecerla antes de dársela. A partir de los 8- 10 días ya les empezamos a
dar algún ratón acabado de nacer, su voracidad es
extrema, devorándolos rápidamente. A las tres semanas les empezamos a dar algún trozo de pollito
con sus huesos, plumas, etc. Al mes de edad prácticamente están ya independizados cogiendo ellos
mismos el alimento del comedero.
Sexados los cinco pollos de este año han resultado ser cuatro hembras y solo un macho. Ahora
intentaremos cruzar este único macho con la
hembra suelta del trío que compramos en el 2005.
Ya que muy probablemente eran de importación,
con lo cual no deben tener ningún parentesco.
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
Desde estas líneas, animar a los criadores a intentar criar especies de estas que muchas veces
se califican como “raras”. De nuestro trabajo
depende que podamos seguir disfrutando de su
presencia en nuestros aviarios.
.
Agradeceremos cualquier información sobre esta
especie, así como contacto con otros criadores,
pues nos queda mucho por aprender, así como la
posibilidad de intercambios de ejemplares. Pueden
p o n e r s e e n c o n ta c t o c o n n o s o t r o s e n :
[email protected] o en el teléfono 650 456 605.
Pollos de 15 dias
que criamos.
.
Comentar el comportamiento de los pollos cuando
los estas criando a mano. Abren un gran pico solicitando que les des la comida, y mientras das de
comer a uno es muy habitual que los otros le peguen picotazos, no con el fin de intentar cogerle la
comida del pico, sino directamente en la cabeza.
Los pollos una vez emancipados siguen muy mansos con nosotros, solicitando comida cada vez que
nos ven, tal vez porque los tenemos acostumbrados a darles algún ratoncito directamente de la
mano de vez en cuanto.
Los pollos con
25 dias de edad.
.
Hicieron una segunda puesta a finales de Junio.
Los tres huevos puestos fueron fértiles y nacieron
sin problemas. Esta vez y viendo que los pollos
que criamos a mano, ya de muy pequeños pueden
ingerir sin problemas ratones de nacimiento, suministramos éstos a los padres. Con ello y controlando los pollos muy a menudo, pudimos dejarlos a
sus padres 15 días sin ningún problema nutricional. A los 15 días preferimos no correr ningún
riesgo y sacarlos para la cría a mano con la mezcla ya comentada.
Albert Clemente Badosa
www.ocells.net
Matéria “Aviornis Iberica”
Socio fundador de “Psitacultura”.
Socio de: Aviornis ibérica, El Francoli, Giroca, CDE,
ABAP, Australian birdkeeper, WPT y “Loro Parque Fundación”.
A Corácia de ventre azul
(Coracia cyanogaster) foi
importada para o Brasil nos
anos 90. Não sabemos se
ainda existem exemplares
vivos no país.
.
Decir que si damos estas tiras de esta mezcla a
los padres, para que alimenten con ellas a los
pequeños, hacen caso omiso de las mimas. Será
tarea del próximo año volver a intentarlo a ver si
podemos conseguir que puedan criar a los pollos
hasta salir del nido sin ningún problema nutricional,
Foto arquivo ABRASE
15
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO II
JUNHO 2009
As áreas de distribuição desta arara incluem o
Brasil central, ao sul do rio Amazonas, Pará, Piauí,
Maranhão e através de Minas Gerais e Bahia até o
Mato Grosso. Pequenas populações ocorrem no
Paraguai e na Bolívia, ambas adjacentes à região
do Pantanal.
CONSERVAÇÃO > CRIAÇÃO
Arara azul
Anodorhynchus hyacinthinus
“A rainha das aves brasileiras”
Áreas de ocorrência da Arara azu:
Pantanal, Maranhão, Piauí, Pará e
zonas pontuais da Amazônia e do
centro oeste.
I. DADOS DA ESPÉCIE E BIOGEOGRAFIA
Habitam áreas alagadas, matas ciliares e buritizais. Áreas de mata fechada não fazem parte de
seu habitat, o que não a faz concorrente de aves
típicas deste nicho. Não é uma ave de floresta
tropical, segundo observou o Dr. Paul Roth, que
passou muitos anos de monitoramento e contando
estas aves in loco. Vive em pares ou pequenos
grupos, alimentando-se de sementes e frutos,
principalmente de palmeiras, como o acurí e a
bocaiúva, além do buriti.
.
A arara Anodorhynchus hyacinthinus é conhecida
popularmente por diversos nomes, entre alguns:
arara azul grande, arara do pantanal, arara una ou
arara preta. Este último provém de termo em idioma tupi “una”, que significa negro. Vista de longe
na natureza sua coloração azul cobalto parece ser
negra, o que dá origem ao nome popular arara
negra.
.
O habitat mais povoado é o Bioma Pantanal e
áreas de bosques espaçados e alagados. O Pantanal está completamente alagado por quase cinco
meses. As áreas de reprodução são bosques em
que as palmeiras Acrocomia ssp. e Schelea ssp.
são encontradas. As nozes dessas palmeiras compõem a maior parte da dieta das hyacinthinus
(Pittman, 1993). Os levantamentos mais recentes
de populações no Pantanal apontam para um numero acima de cinco mil animais, aproximadamente (dados do Projeto Arara azul). Se os números
forem corretos indicam uma melhora da população
em relação ao final da década de 90, que exibia
censos de menos de quatro mil animais, alguns
até de menos de dois mil animais.
.
A arara azul pertence à Ordem dos psittaciformes,
sendo da Família Psittacidae. É a maior de todas
as araras e pode chegar a medir 1 metro de comprimento. Seu peso é variável, podendo chegar a 2
Kg. Assim como os psitacídeos em geral, que
possuem vida longa, esta arara pode chegar, em
cativeiro, aos sessenta anos de idade ou mais.
Na natureza a reprodução desta ave consiste em
uma postura anual de 1 a 2 ovos, excepcionalmente podem ser três. Estes são incubados por
um período de 28-29 dias. Em geral, um dos
filhotes não atinge a idade adulta, muitas vezes
sequer chega a emplumar, perecendo em detrimento do outro que se desenvolve mais rápido. A
morte de um dos filhotes é um fato comum entre
as aves no ambiente natural. A impossibilidade de
ter abundância de comida faz com que os pais
dêem prioridade ao filhote mais desenvolvido, normalmente o que eclode primeiro dos dois ovos.
.
Existiram dois motivos principais para o rápido
declínio da hyacinthinus: em primeiro lugar, a destruição do habitat estava, e ainda está em ritmo
acelerado. Em segundo lugar, a sua beleza atrai
caçadores, que vendiam as aves no mercado ilegal a preços convidativos.
Uma terceira ameaça não deve ser descartada. No
norte do Pantanal, perto da cidade de Poconé, há
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A BRASE
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Buriti (Mauritia setigera)
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JUNHO 2009
Bocaiúva (Acrocomia aculeata)
Bacurí (Schellea phalerata)
estão sendo criadas prolificamente nos Estados
Unidos, Europa e Ásia, já tendo alcançado um
bom sucesso também no Brasil.
minas de ouro que trazem um conjunto de problemas relacionados à poluição por mercúrio. Segundo informações, no norte do Pantanal há contaminação dos ovos de Caranchos Polyborus plancus
com mercúrio, o que demonstra uma crescente
tendência. A continuação do garimpo, para as araras, bem como para todos os outros animais, os
exporá a contaminação por mercúrio num futuro
muito próximo. Pesquisas na Amazônia já destacavam esta ameaça (Vogt, 1994).
.
Durante as décadas de 80 e 90 foi visível o declínio populacional desta espécie, tanto em liberdade
quanto em cativeiro. Nas áeras naturais as razões
já foram mencionadas. No cativeiro levou-se um
tempo para estas espécies serem compreendidas
no que concerne a seu manejo. Além disto, muitos
exemplares selvagens vendidos como “pet” foram
perecendo também por falta de cuidados específicos necessários, principalmente alimentar.
.
II - O STATUS DA ARARA AZUL
Manduvi (Sterculia apellata),
árvore preferida para ninho.
.
.
O comércio ilegal tem sido um problema para esta
ave. Com a difusão de artigos sobre a arara azul
na década de 80 a atração pela espécie se fez
notar rapidamente, atraindo os traficantes.
No início da década de 80 começou-se a monitorar
as populações selvagens e, em função disto, em 6
de junho de 1981, esta ave passou a figurar no
Apêndice II da CITES (Convenção sobre o Comercio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora). No Apêndice II as espécies inseridas não possuem status, necesariamente, de ameaçadas de extinção, mas que poderíam chegar
a estar a menos que se controle estritamente seu
comércio.
Da mesma forma intituições de criadores, zôos etc,
na intenção de ajudar a espécie em sua reprodução, aumentaram a pressão sobre as populações
selvagens. Muitas vezes o interesse mundial de
avicultores nas aves pode ser um dos fatores determinantes para a sobrevivência da espécie na
natureza. Com isto em mente, deve-se pensar
cautelosamente no papel que a criação ex-situ
pode ter na preservação da espécie, para não se
tornar o algoz desta.
.
Com a perceptível e confirmada baixa populacional, na década de 80, a espécie passou a integrar
o Apêndice I da CITES, em 22 de outubro de 1987.
O novo status dava então o conceito de que a espécie estava no maior grau de perigo de extinção.
Sendo assim, o comércio seria restringido a espécimes criadas em cativeiro em segunda geração
(F2). Hoje a permissão também está condicionada
ao estabelecimento de cria estar registrado no
Secretariado CITES, em Genebra. Já existem
criadouros registrados, mas não brasileiros.
.
Estas aves foram importadas para os Estados Unidos tarde, no início dos anos oitenta por cotas de
exportação, quando um importador levou para o
país um grupo de cerca de duzentas aves. Foram
vendidos indiscriminadamente para o público em
geral. Alguns anos mais tarde as aves estavam
sendo oferecidas por todo o país, para revenda,
uma vez que as pessoas descobriram-se incapazes de domesticar para companhia os exemplares
selvagens capturados tão facilmente. Isto se converteu no início de criações criteriosas de instituições (criadouros, zôos etc) que adquiriram estes
animais de pessoas físicas ou comerciantes, determinando um futuro bem mais alentador em cativeiro. Desde o fim da década de 90 estas aves
.
III - PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO EX-SITU,
COMÉRCIO LEGAL E TRÁFICO
.
Com uma repressão mais eficaz ao comércio ilegal, iniciada nos últimos anos da década de 90,
conseguiu-se minimizar fortemente o impacto da
17
A BRASE
JUNHO 2009
NÚMERO II
captura ilegal na área do Pantanal matogrossense.
Além disto, já começava a rarear os animais avistados e, consequentemente, sua localização para
coleta.
Outros estabelecimentos, como os zoológicos,
também obtiveram sucesso reprodutivo, mas, infelizmente, não há estatísticas para se apre-sentar.
No exterior, apenas consultando a internet, podese encontrar um número de dezenas, quiçá centenas, de criadouros e zoológicos oferecendo o animal ao comércio ou para permutas para melhoramento genético. Diversos destes estabelecimentos
encontram-se hoje no Comitê das Araras azuis,
instituído pelo Ibama em maio de 2003. Instituições particulares e governamentais compõem o
grupo, como o Zôo de São Paulo e a Fundação
Loro Parque (Espanha). A população ex-situ tornou-se um importante instrumento de preservação,
possibilitando estudos biológicos comportamentais
e veterinários mais precisos, enfim o manejo adequado da espécie. A variabilidade genética existente em cativeiro certamente garante um trabalho
futuro, se necessário, de reintrodução em habitats
naturais. Não obstante, essas instituições
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.
O comércio ilegal ainda persiste, mas certamente
longe de ser o que foi durante os anos anteriores.
A posse de um animal listado no Apêndice I da
CITES passou a tipificar um agravante do crime
ambiental, o que corrobora até hoje para cercear
iniciativas criminosas.
.
Desde o final da década de 90 estas aves passaram a ser criadas em larga escala em cativeiro.
Gerações das primeiras ninhadas se converteram
em muitas outras, uma vez dominado o manejo
reprodutivo. Atualmente há oferta razoável destes
animais para o comércio legal, principalmente nos
grandes centros de reprodução das aves, EUA e
Europa.
< Arara comendo o fruto do bacurí, um dos
principais alimentos na
natureza.
Casais >
trocando afagos, forma
de estreitar
laços e criar
vínculos para
o período de reprodução, que vai de agosto/setembro a fevereiro.
.
.
.
.
.
^ Casal reprodutor F1 do Criadouro Free
Power, bons reprodutores depois de anos de trabalho.
^ Ninhos feitos de
barris e troncos ocos
funcionam bem em
alguns criadores.
apresentam um importante, e sério, papel na divulgação do manejo e na Educação Ambiental,
conscientizando a população da importância da
preservação desta espécie.
A proliferação da espécie em cativeiro também
ajudou a repercurtir no aumento populacional
observado na natureza do final dos anos 90 até
hoje. Podem-se adquirir facilmente exeplares de
araras azuis reproduzidos em cativeiro e bastantes
dóceis como animais de estimação. Inclusive préços exorbitantes praticados há mais de uma década já não são observados no mercado europeu
ou americano.
.
IV - CRIAÇÃO EM CATIVEIRO
.
1- Considerações de saúde e comportamento
.
No Brasil alguns criadouros se esmeraram em obter sucesso na reprodução da hyacinthinus. São
estabelecimentos que iniciaram seus manejos com
a espécie há mais de dez anos. Considerando que
a maturidade reprodutiva se dá acima dos cinco ou
seis anos, já há exemplares de segunda geração
sendo reproduzidos no país. Sendo estes passíveis de comercialização legal, como a Free
Power no Rio de Janeiro.
Muitas aves que foram importadas no início da
comercialização destes animais, na Europa e nos
EUA, apresentaram problemas com bactérias e
nematóides. A Psitacose tornou-se ativa em muitas destas aves selvagens capturadas, e muitas
morreram destas infecções bacterianas. Além disto, pouca informação foi dada quanto a fornecer ao
pássaro um espaço suficientemente grande e os
consequentes problemas físicos foram muitos
artrítes etc.
Outros estabelecimentos, como os zoológicos,
A dieta incorreta na manutenção da arara azul em
.
.
.
18
A BRASE
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NÚMERO II
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2- Recinto e estrutura utilizada
cativeiro pode causar muitos problemas, dentre
eles a gota ou problemas renais (as necessidades
desta ave não incluem uma dieta rica em proteína,
como pensavam alguns até poucos anos atrás). O
manejo alimentar inadequado quase sempre causa
subnutrição do animal, principalmente com aqueles que não recebem nozes em sua dieta, definitivamente essa é uma necessidade absoluta para a
saúde desta espécie. Abordamos este tema mais a
frente no artigo.
A arara hyacinthinus, mesmo sendo de longe a
maior das espécies de araras, não exige recinto
para a reprodução muito maior do que aqueles
utilizados na criação da arara vermelha (ara
chloroptera). Mais algumas orientações devem ser
repassadas ao titular que irá criar a espécie.
.
A gaiola deve ser feita de material com aberturas
não maiores que 2,55 cm quadrado, ou bastante
superior, com arame de grossa espessura. A linha
da mandíbula destas aves é bastante ampla e sua
natureza curiosa a torna muito exposta a acidentes. A gaiola deve ser o dobro da largura necessária para que as aves, estando dispostas lado a
lado em um poleiro, possam abrir suas asas inteiramente. Isto é, a envergadura da asa da arara
azul em média é de cerca de 80 centímetros. O
comprimento da gaiola deve ser de pelo menos o
dobro desse mesmo valor, sendo ideal um comprimento bem maior para exercícios de vôos. No
caso de uso de viveiros se devem respeitar estas
medidas ou preferencialmente, ultrapassa-las.
.
As araras azuis são animais ciumentos e podem
se tornar bastantes agressivos em cativeiro. Mêsmo um espécime tranqüilo pode alterar seu comportamento quando acasalado, ou mesmo procurando posição em um grupo. Pessoas ou elementos extranhos ao ambiente também causam alterações. Mas esta característica da espécie não é
uma aberração típica de cativeiro, mesmo na
natureza é observada. Diante disto deve-se evitar
o transtorno de movimentação perto do recinto,
assim como ruídos intensos etc. Não se considera,
nestes casos, medicar o animal, tendo em vista ser
uma reação natural.
^ Tipo de viveiro loargo
com comprimento menor (RJ).
.
^ Tipo de viveiro longo,
usado no Loro Parque (Espanha).
^
Gaiolas suspensas, exemplos em área fechada e aberta.
Detalhe de novos dispositivos >
para colocação dos alimentos,
apesar de mais caro preserva
melhor o alimento e o animal
não destrói os recipientes.
GAIOLA SUSPENSA PARA CRIAÇÃO
NINHO
VISOR DE
NINHO
PORTA DE ACESSO
JANELA
DE ACESSO
ALIMENTAÇÃO
.
TAMANHO MÍNIMO
BEBEDOUROS
COMEDOUROS
3,50 m x 1,80 m x 1,80 m (comp.,larg.,alt.)
19
A BRASE
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NÚMERO II
O piso do aviário deve ser sempre de cimento,
usado-se o gaiolão suspenso ou viveiros com
chão. Embora um solo diferente possa ter um
apelo para o avicultor temos de lembrar que não
pode ser esterilizado, ficando as aves suscetíveis
a nematóides (vermes).
gundo pesquisadores a Anodorhynchus glaucus
está extinta, muito provavelmente, porque a seu
principal alimento (Butia yatay) tenha sido erradicado no processo de limpeza da terra para pecuária (Yamashita, 1993). A arar azul de Lear (A.
leari) está sob pressão extrema, existindo somente
em cativeiro, porque mais uma vez faltaram suficientes palmeiras (Syagrus spp.) para alimentá-las,
o que obrigava as aves a voarem longas distâncias
(até 180 km) para encontrar suficientes nozes
(Seitre, 1989). No Pantanal, há ainda um bom
número de palmeiras, porém, como o licuri do
nordeste, o crescimento de novas palmeiras tem
sido bastante ameaçado.
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.
Todos os poleiros devem ser de madeira natural,
de preferência de madeira muito dura para que
eles não requeiram constante substituição. As
aves irão destroçar qualquer tipo de poleiro, já que
roer (bicar incessantemente) é uma característica
natural dos psitacídeos em geral. Os poleiros devem ser sempre desiguais em tamanho, o que ajudará a prevenir casos de artrite nas articulações
dos animais.
.
Para os jardins zoológicos, criadouros e parques a
questão crucial é a de uma substituição adequada
para as nozes de palmas. Estas nozes contêm
uma percentagem elevada de óleo. Portanto, a
dieta da hyacinthinus e de outras araras deve
conter uma alta porcentagem de sementes oleaginosas ou qualquer tipo de nozes e cocos. Além
disso, as araras são alimentadas com frutas e
verduras e uma ou duas vezes por semana (pratica em alguns zôos da Alemanha, como Dresden)
com carnes cozidas ou cartilagem. Estas são
essenciais para a oferta de proteína animal, a fim
de substituir os insectos que infestam de larvas as
frutas tropicais maduras. Isto é importante uma vez
que é difícil não encontrar um fruto que não tenha
larvas de insetos - e essas são comidas também
pela arara quando come o fruto. A quantidade de
carne ou cartilagem comida é pequena, mas é importante em substituição as larvas consumidas na
natureza. Na reprodução de Cracidae, é bem conhecido que a dieta deve conter uma alta porcentagem de proteína animal. Os cracídeos são coletores de frutos na copa da floresta tropical, e frutos
maduros são infestados com larvas de insetos.
.
Um grande ninho com cerca de um metro de comprimento e 45 centímetros quadrados deve ser
utilizado. Esta deve ser colocado no alto do recinto
(conforme desenho do artigo). A abertura do ninho
deve ser posta na parte dianteira da gaiola. Isso se
dá porque esta espécie quando está no ninho tem
curiosidade de ver o que está acontecendo ao seu
redor, evitando saídas constantes.
.
Na parte inferior, atrás do ninho, deve ser feito
uma abertura (porta), suficientemente grande para
se poder monitorar o ninho, bem como retirar filhotes se for necessário. O desenho deste artigo
reproduz alguns exemplos e dimensões para ninhos e recintos, assim como algumas fotos.
3- Dieta natural e Alimentação em cativeiro
.
A Arara azul tem o maior bico de todos os psitacídeos. Eles são notáveis não apenas em tamanho, mas também em força. Com a mandíbula
inferior a hyacinthinus tem a mais forte pressão
entre os familiares psitacídeos, o que lhes permite
abrir frutos extremamente duros, como a nozes de
Acrocomia Scheelea (Yamashita, 1993). Durante a
quebra dos frutos de casca rija percebemos o sistema de alavanca utilizado, como uma ferramenta,
como foi descrito por Hohenstein (1987). Portanto,
é lógico que as Hyacinthinus são altamente especializadas na alimentação de nozes de palmeiras.
A dieta também inclui frutas, outros frutos secos,
produtos hortícolas, bem como pedaços de casca
e folhas. Contudo, é difícil descobrir se eles realmente comem ou apenas brincam com as cascas
e folhas. Espécies altamente especializadas são
sempre mais vulneráveis às mudanças no ambiente, que influenciam a fonte de sua especialização, facilmente observado nas araras azuis. Se-
.
Como exemplo, no Zoológico de Dresden, oferecese as aves uma mistura de vegetais, frutas, nozes,
carne / cartilagem em pelets para cães, e os cereais, constituído por uma mistura de sementes de
girassol (41%), trigo (29%), ervilha (19%), trigo
mourisco (5%), sementes de cânhamo (2%), e
uma mistura de diferentes tipos de milheto sementes grandes (4%). Os pellets contêm 17% de
proteína animal, 8% de gordura, e 3% de fibra
bruta. Mas esta dieta atualmente já sofre alterações, onde se adequa melhor as novas rações
peletizadas para aves
..
Dados importantes dão contorno ao hábito alimentar destes animais em cativeiro. Por exemplo: as
20
A BRASE
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possível obter uma razoável quantidade de nozes
de palmeiras. Para isto pode-se recorrer a algumas formas não convencionais. Diversos hortos
florestais possuem uma quantidade de frutos de
plameira que podem ser “negociados”. Para tanto
importa saber quais são aquelas que efetivamente
são nutritivas. Nem todos os frutos de palmas possuem as características necessárias à nutrição das
araras.
araras comem frutas, de preferência, se não for
demasiado mole e suculenta. A preferência da
hyacinthinus é comer frutas doces como maçãs,
pêras, kiwi, e as bananas. Do montante oferecido
(= 100%) com um determinado grupo de frutos,
comem em média, por dia: - Maçã 79,7% - Pêra
70,1% - Kiwi 78,4% - Banana 91,1%.
.
O montante total dos frutos oferecidos por dia é
em média 300 g / ave. Todos os produtos hortícolas são ingeridos: - Cenouras 53,1% - Pepino
27,0% - Tomate 16,0% - Urucum 28,8%.
.
As nozes, que contêm uma percentagem elevada
de óleo, são as mais importantes nesta dieta. No
caso dos frutos de palmeiras bocaiúva (Scheelea
Acrocomia) as araras mostram um notável comportamento cooperativo com roedores. Elas preferem as nozes sem a massa pegajosa (ectocarpo),
que é preferido pelos roedores e também por
vacas. Mesmo sem esta característica o fruto é
bem vindo pelos animais, por este motivo o alimento oferecido deve conter lotes de castanhas
de qualquer espécie.
.
Os produtos hortícolas são uma pequena parte da
dieta. O montante total destes produtos por dia deve ser em média 30 g / ave. No entanto, os legumes, em um olhar mais atento para a quantidade
total por dia, mostram que as aves comem muito
pouco. Muitas vezes os animais pegam com o bico
e estes caem para o fundo, não sendo comidos.
.
.
A proporção de frutas / legumes por dia é de aproximadamente 10: 1 (300 g de frutos: 30g legumes).
Isso significa que os vegetais são apenas algo como aperitivo para os pássaros.
.
Nota-se que estas araras, em cativeiro, preferem
ter curtas distâncias entre os ninhos vizinhos, o
que é enfatizado no EPP, programa europeu de
melhoramento da espécie. Os melhores resultados
ocorrem na reprodução dos participantes deste
grupo, que mantém vários pares em estreita colaboração. Pares solitários mostram uma tendência
de se reproduzir apenas de dois em dois anos.
Normalmente o filhote eclode do ovo após 28-29
dias de incubação, segundo experiência do Loro
Parque (Espanha). Após 100 dias, sai do ninho.
.
Nos frutos de casca rija, cereais e pellets, a situação é diferente: - Frutos secos 100% - Pellets 40%
Cereais 55% do montante oferecido diariamente
são consumidos.
.
O montante total de frutos secos, cereais, e pellets
oferecidos por dia deve ser em média 100 g / ave.
Normalmente todos os grãos são abertos e os conteúdos comidos. Apenas as cascas são deixadas.
Cerca de 30-50% dos pellets são comidos. Da
mistura de cereais oferecidos aproximadamente
50-60% é comido: A maior parte das sementes de
girassol e pouco dos outros cereais e as ervilhas
secas. Os cereais podem ser divididos em sementes oleosas (girassol, cânhamo) e sementes ricas
em amido (trigo, trigo mourisco, ervilha, milho). As
hyacinthinus preferem as sementes oleosas, como
seria de esperar num animal especializado em comer nozes. Se oferecermos frutos secos (noz, amendoim, coco) ad libitum, a quantidade de frutos
e cereais comidos pelas aves cai significativamente. Como todas as araras estas tendem a produzir
muitos resíduos alimentares. Portanto, a quantidade total de alimentos oferecidos deve ser elevada.
Uma das particularidades biológicas desta arara é
que são capazes de consumir grandes quantidades de alimentos gordurosos sem ter arteriosclerosis, como outros pássaros de seu tamanho teriam. Na verdade uma dieta elevada de gordura
saudável é necessária para desenvolver os jovens
desta espécie. As rações pelletizadas possuem
formulas bastante balanceadas, assegurando uma
dieta boa paras as araras azuis, devendo-se sempre pensar na completação com as nozes e demais alimentos mencionados.
.
4-
Reprodução
.
Pelas experiências narradas quanto à reprodução
destas aves em cativeiro pode-se afirmar que
muitas vezes a retirada dos filhotes, ou pelo menos de um deles, é o mais eficaz para se lograr
êxito no crescimento e chegar à vida adulta. Existem várias narrativas de casais que não conseguem alimentar os filhotes, bem como de pais que
Devemos observar que a alimentação sugerida
acima não inclui as nozes. É uma dieta substitutiva, mas que surte efeito positivo no cativeiro. O
ideal é oferecer as nozes aos animais, no Brasil é
21
A BRASE
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tiram o filhote do ninho por já estarem copulando
e, portanto, entram em expectativa de nova postura.
bons resultados, são oriundos de pareamento feito
em grupo. Mesmo separado o casal deve ser mantido próximo de outros exemplares. Sob tais condições, o número de ovos e filhotes é muito mais
elevado do que nos estabelecimentos que mantem
apenas um único par sem vizinhos.
.
No período reprodutivo (que no Brasil vai de setembro a fevereiro) é comum o casal tornar-se
mais agressivo do que o é normalmente. Esta
agressividade pode ser um problema para o filhote. Pais agressivos podem tranquilamente
abandonar o ninho ou mesmo matar o filhote por
conta, até mesmo, de movimentação abrupta no
ninho. Em casais pareados para reprodução é
normal que copulem com freqüência, fato visto
mesmo quando possuem filhotes no ninho. Esta
característica pode fazer com que eles se “livrem”
do filhote para receber o próximo.
.
Normalmente, a fêmea põe dois ovos e estabelece
dois chocos a partir do primeiro ovo em diante. A
segunda postura é em geral 2 dias após a primeira, nascendo os filhotes com dois dias de diferença
também. No caso de choco natural o trabalho de
reprodução é feito pela fêmea. O macho alimenta
a fêmea no ninho, como pode ser observado no
Dortmund Zôo, por meio de um dispositivo especial que permite ver o ninho.
.
O peso do filhote, ao nascer, é de aproximadamente 30 g. Este cresce rapidamente e. nessa
altura, está totalmente emplumado, porém, sua
cor azul é um pouco pálida. O filhote da arara azul
pode ser facilmente reconhecido pelo tamanho e
cor do seu bico, grande e acinzentado. Normalmente, apenas um filhote nasce, o segundo geralmente morre (com os pais). No entanto, em
muitos casos, a incubação e a bem sucedida
mobilização de dois filhotes tem sido relatada, já
não sendo excepcional.
Dadas estas características, acrescentando-se a
raridade desta espécie, é conveniente e mais produtivo chocar e criar artificialmente os filhotes. Isto
dá a posibilidade, inclusive, que o casal faça mais
posturas, aumentando a produtividade. Para isto
devem ser observadas diversas condicionantes de
manejo.
.
As hyacinthinus vivem em pares, mas também podem ser observadas em pequenos grupos. Mais
notável é a observação (Schmidt, 1994), que, durante as medições de filhotes e ovos em ninhos
artificiais 19 araras chegaram depois do primeiro
alarme dado pelos filhotes. Todas as 19 aves começaram a gritar e acossaram os observadores.
Contrariamente a outras espécies estas tendem a
voar em grandes grupos, ficar juntos por um longo
tempo e mesmo alojar-se em conjunto ao longo de
grandes períodos de tempo. Isto levou à questão
de se ter colônias para reprodução em cativeiro.
.
Os flhotes ficam com os pais durante cerca de 7 a
10 meses, após deixar o ninho (com cem dias). No
entanto, a informação de cativeiro e de vida selvagem deve ser combinada para obter uma visão
completa sobre a biologia desta espécie. Um problema é a baixa taxa de reprodução. Como a arara
macao, esta espécie está perto do topo da pirâmide ecológica no Pantanal e, obviamente, tem pou-
Experiências por meio da criação de colônia foram
tentadas. Seis casais da ave foram alojados em
conjunto e, assim, formou-se uma colônia em um
aviário. A hierarquia foi estabelecida rapidamente.
O que se observou foi que o número de ovos não
aumentou com o tempo. Uma arara morreu após
um ataque por outra do grupo, sendo o experimento declarado um fracasso. No studbook (EEP,
European Endangered Species Program), decidiuse parear as araras em bandos, como é, obviamente, em situação natural. Nesses grupos a formação pode ser observada dentro de horas ou
dias após a introdução. Tem que se ter cuidado,
porque um verdadeiro par pode iniciar brigas e
perseguir as outras aves no recinto, o que pode
ser grave e até mesmo levar à morte de um outro
exemplar. Na EEP os melhores reprodutores, com
Chocadeiras confiáveis
são excenciais na
criação. Quedas de
energia e temperatura
merecem cuidados.
Arara azul nascida no
Criadouro Free Power
no RJ. Ainda que
mais nova vê-se que
tem maior corpo que a
arara vermelha.
22
A BRASE
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NÚMERO II
cos predadores, a taxa de reprodução normal neste caso pode ser baixa por natureza.
to, em seguida, deve-se adicionar vitaminas em
uma base diária, e uma vez por semana a esses
pares deve ser dado um suplemento de cálcio
(hidrossolúvel). Toda a alimentação pode ser
polvilhada com pó de fosfato dicálcico, após a
segunda postura eclodir.
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.
Na EEP os resultados de reprodução foram promi
ssores. Em 1989, o estoque EEP começou com
123 aves (41.35.47) (Lücker, 1992). Apenas 6
aves foram F1, o resto foram selvagens-capturados. O número aumentou para 296 (I22.116.58)
no final de 1993 com 57 aves em Fl / F2. Portanto,
o primeiro objetivo, construir uma autosustentação
da população em jardins zoológicos, birdparks, e
com os proprietários privados, já foi realizado no
início desta década. Uma grande unidade de criadouro nas Filipinas reproduz, numa base regular,
mais de 45 aves / ano, e outra nos EUA conta
mais de 30 filhotes por ano. Em comparação com
a situação da spixii e da Lear, a hyacinthinus possui uma população bem mais segura.
.
A arara azul parece ter uma necessidade maior
que o normal (para outras araras) de umidade. As
mães, das aves selvagens, fazem os seus ninhos
perto das margens dos rios, pois a umidade é
sempre maior. Por isto um segundo termômetro,
posto sobre a superfície a qual você coloca o
recipiente de seu pássaro, é sempre um bom
backup.
.
Um filhote recém-eclodido desta espécie é altricial,
o que significa que é incapaz de se alimentar sozinho ou manter a temperatura corporal. Assim, o
pássaro recém-eclodido, quando é colocado em
uma incubadora, o fundo do recipiente deve ser
forrado com um guardanapo (debaixo do corpo dele). A temperatura interna da incubadora artificial
deve ser de 37,6°C.
.
5- Incubação natural e artificial
.
Em cada bebê deve ser feito swabb, logo após a
eclosão, de seu umbigo com uma solução diluída
de Betadina, pesado e atribuído um número para
assegurar sua filiação, data de eclosão e peso. Em
seguida, um “slide” microbiológico deve ser feito
através da coloração Gram, testando a possível
presença de bactérias patogénicas. Se encontrado, o pássaro deve ser alojado em uma câmara de
isolamento, com uma temperatura constante de 37
graus. Somente quando se sabe que a ave não é
portadora de uma bactéria patogênica é que se
deve colocar em recinto com os outros filhotes pré
triados.
Tabela 1. Guia Preparação Alimentar
dia
Componentes
Ler mistura
de alimentos
para animais
1
2
3
4
10%
sólidos
12%
sólidos
15%
sólidos
20%
sólidos
misturar a fórmula abaixo combinação de água e
Hyacinthinus
fórmula
(congelados)
25% sólidos
.
Nota: Muitas bactérias colocam em risco a vida da
maioria das espécies de araras. Gram positivos,
tais como Staphylococcus e Streptococcus podem
ser fatais para bebes de araras azuis. Cuidados
devem ser tomados ao manusear os ovos e os
bebês como as mãos, pois este pode ser um fator
contribuinte de contaminação pelas bactérias mencionadas.
10g
10g
10g
10g
6.65g
2.5G
adicionar
Água
6-
15g
10.75g
Alimentação manual de filhotes
.
Estas aves não são difíceis de alimentar manualmente, mas algumas mudanças na dieta podem
ser necessárias.
.
Em muitos casos, um bom casal saudável vai dobrar e até triplicar a postura, uma vez que se retirem os ovos para choco artificial. Para as aves que
têm a oportunidade de fazer mais de uma postura
a cada ano, deve-se programar uma dieta elevada
em gordura: lotes de castanhas e nozes de cocos
podem ser dadas com uma regularidade diária.
.
A alimentação manual, para os psitacídeos filhotes
em geral, deve ter um teor de gordura bastante
baixa, com um bom equilíbrio de proteínas. Existem muito boas rações no mercado para tal finalidade, funcionando bem para outras espécies,
ou seja, cacatuas, eclectus, aratingas, araras
pequenas etc. No entanto, para a hyacinthinus,
cuja mãe em meio selvagem tem uma alimentação
composta principalmente de nozes (Yamashita
.
Uma ave que estabelece mais de duas posturas
está consumindo os nutrientes diretamente de
seus próprios ossos e tecidos musculares, portan-
23
A BRASE
JUNHO 2009
NÚMERO II
1986), uma dieta conhecida por ter cerca de 12 a
14% de matéria gorda é fundamental.
de 11 filhotes F2 nascidos, sem contar perda de
ovos por fatores externos.
Portanto, vimos que não há uma ração no mercado que satisfaça plenamente as necessidades da
arara azul. Desta forma quase todos os criadores
fazem adaptações para a dieta de filhotes da
hyacinthinus. Alguns relatos devem ser mencionados.
A bióloga Márcia Weinzettl Pinheiro dá algumas
dicas, que certamente faltam nas dissertações
anteriores, além de serem bem mais práticas. A
temperatura da chocadeira usada no criadouro é
de 37,4°C, com humidade em torno de 50%, mas
os ovos são monitorados para estabelecer melhor
as condições de incubação individuais dos ovos.
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
.
.
.
.
Um conhecido avicultor americano, Rick Jordan,
tem uma formula que foi empregada com sucesso
na Fundação Al-Wabra, no Qatar, criadouro com
grande número de araras e que faz parte do Comitê da Arara Azul. A receita é a seguinte:
. 175g Kaytee Exact Macaw
. 75g de pêra ou maçã (sem sementes)
. 75g brócolis fresco
. 75g Castanha do Brasil
. 600g de água
Todos estes ingredientes são adicionados a um
misturador até estarem unificados. A ração é, emtão, vertida em bandejas de gelo para ser congelada e, em seguida, utilizadas conforme o volume
necessário. Segue-se um guia para diluir a fórmula
durante os primeiros quatro dias de criação, bem
como um guia geral criação, em tabelas anexas.
Já a temperatura da incubadora dos filhotes, que
no caso do free Power são retirados integralmente
para choco artificial, deve ser a seguinte:
. Primeiras 06 horas - 37ºC
. De 0 a 5 dias - 36ºC
. De 5 dias até abrir os olhos - 35ºC
. De olhos abertos até início da plumagem - 34ºC
. Plumagem já cobrindo o corpo - 33ºC
. Plumagem completa - Temperatura ambiente
Isto sempre com uma humidade acima de 40%.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Na freqüência de alimentação de filhotes
trabalham da seguinte forma:
. 1º dia - 10 vezes (6 partes de água X 1 de ração)
. 2º dia - 09 vezes (3 partes de água X 1 de ração)
. 3º dia - 08 vezes (2 partes de água X 1 de ração)
. 4º dia - 07 vezes (idem)
. 5º dia - 06 vezes
. 6º dia até abrir os olhos - 05 vezes
. Olhos abertos até início dos canhões - 04 vezes
. Com canhões - 03 vezes
. Com penas - 02 vezes (oferecer alimento sólido)
. Até desmame - 02 a 01 vez ao dia
Oferecendo a alimentação sempre em um período
de 12hs.
.
.
.
.
.
No “desmame” das aves a Al-Wabra usou os seguintes itens alimentares, banana, pêra, uva,
manga, milho, pimenta vermelha, amêndoas,
castanhas, nozes e vários pellets. Observam,
ainda, que pouco interesse foi demonstrado por
sementes secas ou fervidas.
.
.
.
.
.
.
.
No Criadouro Free Power, filiado a ABRASE do
Rio de Janeiro, o sucesso com a hyacinthinus tem
sido celebrado nos últimos três anos. Foram mais
Filhote da Free Power
emplumando. Alimento
deve ser colocado a
disposição para iniciarem
a “bicar”.
Tabela 2. Guia Geral
Idade
em dias
Peso
em gramas
Número de
Ofertas
por dia
Temp. Celsius
Montante por /
alimentação
1-2
18-22
10
36.7-36
0.4-1.3
3
22-25
8
36-35.8
1.3-2.2
4-5
25-35
6
34.8-35.2
2.2-3.6
6-7
35-50
5
35.2-34.8
3.7-5.4
8-16
50-184
4
34.8-31
5.4-20
17-75
184-1330
3
31-26
20-100
76-100
1330-1220
2
26-24
100-130
101-130
1220-1100
2
--
130-30
131-140
1100-1150
1
--
70-30
135-150
1150-1200
desmamados
--
--
151-200
1200-1300
--
--
--
Os tres filhote de 2008/9,
segundo a bióloga Márcia W.
Pinheiro o criadouro obteve
onze crias entre 2007-2009.
Filhote totalmente
emplumado, papa
enriquecida com girassol
moído foi o segredo do
sucesso de se criar a arara
na mão desde nascida.
24
A BRASE
JUNHO 2009
NÚMERO II
A ração de filhote implementada é a Megazoo, acrescida de girassol moído. Sendo que a quantidade da mistura depende do esenvolvimento de cada
filhote. Vemos, portanto, que não tem paralelo com
a alimentação do Sr. Jordan, como apontada anteriormente.
longa cauda e a necessidade de profundidade é
tão importante como à necessidade de largura.
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
.
Após inserir um animal em recinto adequado, e
deixa-lo sozinho ou em grupo por um longo tempo,
nunca mais tente fazer com que a ave volte a ser
um animal de estimação. É nítido, em todos os
casos relatados, que a consequente confusão
pode ser prejudicial ao seu sentimento geral de
bem-estar.
.
Márcia vai mais adiante, e alerta para o já comenTado: “são aves monogâmicas que formam casais
muito unidos. Quando a fêmea está chocando, o
macho está sempre atento e muitas vezes bastante agressivo para proteger o ninho”.
.
Sabemos agora que, com o contínuo interesse do
avicultor, a continuação da espécie está assegurada e, talvez, algum dia, vamos todos aderir
forçosamente a se tornar parte de um programa de
preservação criterioso, como tem sido feito com
algumas outras espécies.
.
No caso do criadouro certos casais colocam até 3
ovos, mas o mais comum seriam 2 ovos por postura. Para aumentar a produtividade retira-se a primeira postura e incuba-se artificialmente, estimulando a fêmea a fazer uma nova postura. Os
filhotes desmamam mais tardiamente que as
araras comuns (Ara ararauna), não o fazendo
antes de 7-8 meses de idade.
Matéria da
Comissão Técnica da ABRASE
.
Coletânea de informações, com
colaboração do Criadouro Free Power
e da bióloga Márcia Weinztll Pinheiro.
Supervisão: Vinicius R. Ferreira
Fotos: Criadouro Free Power, Arquivo
Geral da Abrase, Criadouro WBR e
Horto F.B. Ltda e Wildlife Trading Co.
Os casais do Free power recebem ração para
Hyacinthinus da marca Nutrall, complemento de
castanha do Pará, além de outras que conseguem
esporadicamente, e milho verde.
.
7- Filhotes já emplumados
INSTITUCIONAL
.
Estas aves demoram aproximadamente sete
meses para estarem comendo sozinhas, quando
podem deixar de lado a alimentação manual. Um
cuidado ao ser proprietário de uma dessas aves é
não repassá-las quando ainda estiverem comendo
manualmente. Até mesmo alimentá-las com a presença de estranhos causa alvoroço e inquietação
ao filhote. A hyacinthinus é extremamente apegada aos que a manipulam diariamente e, assim
como as adultas, fica nervosa e insegura com a
presença de estranhos.
Evento de comemoração
10 anos da ABRASE
A Associação está programando para o segundo
semestre o evento de celebração de “dez anos da
ABRASE”. O evento deverá ser realizado com a
parceria de algumas instituições, sendo uma delas,
inclusive como realizadora, a Eventos Ambientais.
Além de outras já préconfirmadas.
.
Quando repassada a outro ambiente, ao deixar a
aimentação manual, sempre ressente e, muitas
vezes, ocorre um forte estresse. O estresse extremo pode resultar em bactérias Gram negativas
e Gram positivas, essas bactérias patogênicas se
tornam uma ameaça para a vida desta ave.
.
O objetivo é aproveitar a data para reunir criadores, técnicos, gestores públicos e privados, advogados ambientais, zoológicos e demais profissionais envolvidos nas atividades de fauna, principalmente ex-situ.
Os filhotes devem ser sexados por citologia (DNA)
e sempre marcados com anilhas e implante de
microchip, efetuado no músculo peitoral. Este
minúsculo chip transmite um número com que o
seu pássaro pode ser identificado em qualquer
momento.
.
A data deverá ser confirmada em fim de junho ou
julho, sendo certamente no mês de setembro. A
ABRASE divulgará o evento a todos através da
mídia eletrônica e via convite, além de panfletos e
folders. AGUARDE !!!!
.
O tamanho do recinto que alojará o animal será
um fator determinante para sua saúde. Deve-se
esperar para dar a este uma gaiola tão grande
quanto possível, tendo em conta que tem uma
A Diretoria
ABRASE
25
A BRASE
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NÚMERO II
JUNHO 2009
site em construção e a contratação dos serviços
jurídicos e de assessoria de imprensa, para o
exercício de 2009. Foi aprovada a realização de
evento para comemorar os dez anos da Abrase,
em agosto. A diretoria financeira se pronunciará
quanto à caixa disponível para as despesas deste. Ficou, desde já, aprovada uma arrecadação
de doação para fazer frente às despesas extraordinárias;
6- O debate sobre a eleição da nova diretoria
da Abrase ficou prejudicado pela discussão extensa das alterações estatutárias. Desta forma
deliberaram para o envio de boletim aos associados explanando as próximas eleições;
7- Foram debatidos diversos temas de conveniência para a associação. Foi proposto a
criação de um prêmio ABRASE que será
nomeado de “Prêmio Horácio Ernani de
Mello Neto”, em homenagem ao falecido Dr.
Horácio, primeiro Presidente da Associação e
um dos sócios fundadores.
Após o último item da pauta o presidente da mesa
encerrou os trabalhos agradecendo a presença de
todos e mandou lavrar a ata e firmarem.
INSTITUCIONAL
Resumo da Ata da
16ª Assembléia Geral
da ABRASE
.
Às 10h00min (dez horas) do dia 09 de maio de
2009, em segunda chamada, reuniram-se os associados da Abrase no auditório Spazio Allegro do
deck do Barrapoint, situado à Avenida Armando
Lombardi, nº. 350, na Barra da Tijuca, cidade do
Rio de Janeiro, para debaterem e deliberarem sobre os pontos que abaixo seguem em consonância
com a carta convocatória nº. 001/09 da Secretaria
Geral da entidade, conforme Estatuto. Iniciou-se a
reunião com a abertura da assembléia, que, em
seguida abriram-se os trabalhos. Após tomaram a
palavra o Presidente e o vice-presidente para
explanação do 1º item da convocação:
1- Foi explanado pelo presidente e vice da
Abrase que a instituição saiu da UNIFAUNA em
razão da incompatibilidade de gestão, sendo a
forma de trabalho destoante dos anseios e métodos desempenhados pela Abrase, principalmente
no que concerne a apresentação de documentos
e propostas ao Ibama desvinculadas aos interesses dos associados, assim, em reunião no dia 14
de abril a diretoria votou pela saída da Abrase,
por unanimidade;
2- A palavra seguiu com o Senhor Presidente
Luiz Paulo Amaral que apresentou os trabalhos
jurídicos executados pela associação frente à IN
169/08 do Ibama e referente à lista de animais de
estimação a ser adotada. Explicaram-se as ações
judiciais e o desenrolar destas;
3- O Sr. Vinicius, secretário, apresentou as alterações estatutárias enviadas pela diretoria com
o objetivo de melhor enquadrar o estatuto as atividades da Abrase. Foram debatidos item a item
e houve unanimidade pelas mudanças apresentadas. As principais que se destacam são: supressão da Diretoria de Divulgação e os primeiro
e segundo suplentes (sem definição funcional),
criação dos cargos de Diretor Técnico e Diretor
Institucional, criação de subcategorias de sócios
sendo: comercial/científico/zoológico (1), técnicos
(2), amadores/estudantes (3); que terão, doravante valores de anuidade diferenciados, entre
outros ajustes estatutários;
4- Foram debatidos os valores de anuidade do
ano de 2009 para cada subcategoria, sendo
aprovados unanimemente, bem como a prestação de conta de 2005 a 2009 (abril), apresentada pela Diretoria Financeira;
5- Discutiu-se a reestruturação que vem sendo
implementada na Abrase. Foi explicado o novo
.
.
A Diretoria
ABRASE
.
Av. Treze de Maio, 33
Grupos: 1712 a 1714
Centro - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20031-930
Tel/Fax: (55 21) 2210-1056
.
www.carreraadvogados.com.br
Pássaros nacionais, exóticos e ornamentais
Horto e viveiro de plantas decorativas
Cães rhodesian ridgeback
Poneis e mini horses
.
CRIADOURO
Rua dos Fazendeiros, 535 - Guaratiba
Rio de Janeiro - RJ - Tel: 21-3317.1716
Registro Ibama - CTF nº 215025
.
26
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NÚMERO II
JUNHO 2009
Buenos Ayres
Argentina
INFORMAÇÕES SOBRE A REVISTA ABRASE
ENTRE EM CONTATO
Telefone: +55 (21) 2501.3612
Fax: +55 (21) 2201.0602
Correio electrônico: [email protected]
Na Web: www.abrase.com.br
6.200 ENDEREÇOS ENVIADOS!!
OBJETIVOS DA ABRASE
a) congregar os criadores e comerciantes de animais da fauna silvestre brasileira e exótica;
b) estimular e fomentar, por todos os meios ao seu alcance, a criação de animais da fauna silvestre brasileira e exótica;
c) organizar periodicamente encontro entre os associados, ou quaisquer outras iniciativas que visem manter sempre forte o elo entre os mesmos;
d) promover entendimentos, acordos e convênios com os governos Federal, Estaduais e Municipais, para a execução de atividades relativas ao fomento
e defesa da criação de animais da fauna silvestre e exótica;
e) estudar, aprofundar, pesquisar e dar assistência sobre todos os assuntos referentes às normas ligadas a criação e comercialização de animais da fauna
brasileira e exótica;
f) fornecer assistência jurídica aos associados referente às questões inerentes às atividades da associação;
g) promover entendimento entre os criadouros objetivando a permuta de animais;
h) promover e incentivar atividades culturais e científicas referentes aos objetivos da associação;
i) a Associação poderá buscar através de intercâmbios com entidades congêneres de outros Estados e/ou países, o amplo debate, idéias e informações
para maior conhecimento sobre as técnicas de criação e reprodução dos animais.
j) defender o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, fornecendo as práticas sustentáveis de desenvolvimento e a educação ambiental, estimulando
os associados à realização de pesquisas e estudos referentes à conservação da fauna silvestre e exótica.
k) combater o comércio ilegal de animais silvestres e exóticos através de palestras, promoção do comércio legal, campanhas educativas e educacionais
e colaboração com as entidades de gestão de fauna e repressão ao tráfico.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
DIRETORIA
PRESIDENTE - LUIZ PAULO MEIRA LOPES DO AMARAL
1º VICE-PRESIDENTE LÉLIO GABRIEL H. DOS SANTOS
2º VICE-PRESIDENTE PIERRE JIMENEZ ALONSO
1º SECRETÁRIO - VINICIUS RODRIGUES FERREIRA
2º SECRETÁRIO - CHARLES PEREIRA
1º TESOUREIRO MARCELO FERNANDES MOURA
2º TESOUREIRO - CLÁUDIA MEIRA LOPES DO AMARAL
DIRETOR DE DIVULGAÇÃO HÉLIO JOSÉ B. LAGALHARD
DIRETOR DE RELAÇÕES PÚBLICAS - JEFERSON R. PIRES
1º SUPLENTE DE DIRETORIA ANTÔNIO C. DOS SANTOS
2º SUPLENTE DE DIRETORIA - FERNANDO P. DO AMARAL
.
CONSELHO FISCAL: Sra. Frauke Allmenroeder, Sr. Ivaldo Fontes
Barbosa e Sr. Salvador de O. Porto Filho
.
COMISSÃO DE ÉTICA: Sr. André Luiz Paiva Sena, Sra.Frauke Allmenroeder;
Sr. Paulo Machado, Sr. Reginaldo
V. Leone e Sr. Marius da Silva P. Belucci;
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JUNHO 2009
GESTÃO ADMI CRIADOUROS E COMÉRCIO
CALENDÁRIO 2009
EVENTOS
2º SEM. CALENDÁRIO 2009
- 34º Congresso Mundial para Veterinários
de Pequenos Animais - WSAVA2009
de 21 a 24 de julho de 2009
Hotel Transamérica - São Paulo - SP
www.wsava2009.com
- Relatório do Cadastro Técnico Federal
prazo 31 de março (quem não o fez deve
fazê-lo mesmo fora do prazo). Entrega
pela internet.
- 2º Congresso Argentino sobre Cría
de Psitacídeos - dias 8 e 9 de Agosto
Fundación Temaiken - Escobar
Pvcia. Buenos Aires - Argentina
[email protected]
- Relatório Semestral de Venda de Silvestres
prazo 30 de junho. Entrega no Núcleo de
Fauna do Estado residência
- Cumprimento da IN 169/08 - Pedido de
Autorização de Manejo - AM
prazo esgotado (quem não o fez deve
fazê-lo mesmo fora do prazo). Pela
internet.
ABRASE
2º SEM. CALENDÁRIO 2009
- Reunião da Diretoria da ABRASE
dia 22 de setembro - Sede da
Secretaria
- Relatório de Evolução de Plantel
prazo anual - data referência início
das atividades do criadouro. Entrega
no Núcleo de Fauna do Estado residência
- PREVISÃO:
17ª Assembléia Geral da ABRASE
dia 23 de Outubro às 11:00 hs.
Auditório UCAN, subsolo,
Rio de Janeiro - RJ
- Relatório Semestral de Venda de Silvestres
prazo 31 de dezembro - 2º semestre
A BRA SE
ABRASE
.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES E
COMERCIANTES DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS
Secretaria - Rua Visconde de Itabaiana, nº 102
Engenho Novo - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Cep: 20780-180
.
Telefone: +55 (21) 2501.3612 Fax: +55 (21) 2201.0602
Correio electrônico: [email protected]
Na Web: www.abrase.com.br
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