Jun/08 - Banco Alfa

Transcrição

Jun/08 - Banco Alfa
Bancos
CONGLOMERADO FINANCEIRO ALFA
Relatório Analítico
Rating
AA+
O banco apresenta solidez
financeira intrínseca excelente.
São instituições dotadas de
negócio seguro e valorizado,
boa situação financeira atual
e histórica. O ambiente
empresarial e setorial pode
variar sem, porém, afetar as
condições de funcionamento
do banco. O risco é irrisório.
Data:
20/jun/2008
Validade: 28/fev/2009
Sobre o Rating
Perspectiva: Estável
Observação:
-
Histórico:
Dez/04: Afirmação: AA (Positiva)
Jun/05: Afirmação: AA (Positiva)
Dez/05: Elevação: AA+ (Estável)
Jun/06: Afirmação: AA+ (Estável)
Dez/06: Afirmação: AA+ (Estável)
Jun/07: Afirmação: AA+ (Estável)
Dez/07: Afirmação: AA+ (Estável)
FUNDAMENTOS DO RATING
O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 20 de
junho de 2008, afirmou o rating AA+ e atribuiu o rating A-1 de curto prazo para o
Conglomerado Financeiro Alfa. A perspectiva permanece estável. O Conglomerado,
composto de instituições financeiras participantes do sistema bancário brasileiro, opera com
configuração semelhante a um banco múltiplo.
A manutenção da classificação de longo prazo e a atribuição do rating A-1 no curto prazo se
fundamentam na aderência da estratégia em curso aos desafios concorrenciais do setor
bancário brasileiro, com tendência de queda dos spreads e maior participação do segmento
pessoas físicas nos volumes de crédito da economia. O Conglomerado vem ampliando
gradualmente os financiamentos ao varejo em relação aos volumes concedidos às
empresas. Não obstante, o peso do crédito no total dos ativos vem diminuindo nos últimos
exercícios. O excesso de captação não tem sido direcionado às operações de crédito, mas
sim canalizado para as atividades de tesouraria, reforçando com isso a posição líquida do
Conglomerado ante suas obrigações para com terceiros.
Os ativos totais tiveram expansão de 21,5%, passando de R$ 10.886,4 milhões em dez/06
para R$ 13.223,4 milhões, observado principalmente em sua carteira de títulos e valores
mobiliários, que alcançou R$ 5.858,4 milhões no encerramento de 2007. A carteira de crédito
apresentou crescimento em menor escala, de 15,6% entre 2006 e 2007, somando R$
6.011,2 milhões. A segmentação em curso, com maior peso do varejo, tem como reflexo
positivo o aumento nas receitas de crédito e nas margens brutas do Conglomerado,
aproximando, no médio prazo, seus indicadores de rentabilidade com bancos atuando no
segmento de financiamento.
Atribuição: A-1 (CP)
Última Revisão: Dez/07
Próxima Revisão: Jun/08
Analistas:
Cátia Mota
Tel.: 55 11 3377 0718
[email protected]
Luis Miguel Santacreu
Tel.: 55 11 3377 0703
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Sua maior incursão no varejo tem vindo acompanhada de excelentes indicadores de
qualidade da carteira de crédito, a despeito do maior risco envolvido neste segmento, com
respeito ao universo de grandes empresas tradicionalmente assistidas pelo Alfa. Os níveis de
inadimplência do Conglomerado têm ficado em sintonia com o reportado em anos anteriores
e abaixo dos bancos atuando em seu segmento. O total de créditos em atraso montou R$
47,7 milhões, representando apenas 0,8% do total da carteira. Em linha com o princípio de
conservadorismo que marca a trajetória do Conglomerado, foram constituídas provisões
adicionais às mínimas exigidas pela Resolução 2682 do BC, gerando um índice de cobertura
sobre o total de crédito em atraso, de 158%. Como ponto favorável, por conta da maior
atuação no varejo, a carteira do Alfa tem ficado gradualmente mais pulverizada, com um
peso mais expressivo do segmento pessoas físicas (dez/07: 32,0%; dez/06: 27,9%).
No que toca à gestão de ativos e passivos, a expansão das operações de crédito ao varejo
vem sendo adequadamente financiada com a emissão de depósitos de longo prazo e por DIs
adquiridos pelo Banco Alfa de Investimento, da mesma forma que a carteira comercial tem
adequado funding local e internacional, produzindo boas margens de cobertura nas faixas de
vencimento entre ativos e passivos.
Os descasamentos de indexador e moeda têm sido mitigados com o uso de contratos
futuros, swaps, contrato a termo e opções flexíveis, colocando a exposição líquida do
Conglomerado em linha com os limites de VaR determinados por Comitê Estratégico, este
especificamente dedicado à avaliação desta classe de risco.
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O Conglomerado exibe ligeira concentração em torno dos maiores aplicadores, o que não configura um fator de risco,
considerando a baixa freqüência de insucesso nas atividades de crédito e tesouraria, a base patrimonial do acionista
e seu compromisso com as atividades das empresas financeiras e a solidez do Grupo Econômico Alfa, elementos
que conferem contínuo fluxo de recursos externos e domésticos, em volumes e prazos compatíveis com as
operações de crédito do Conglomerado.
Fatores Positivos
•
Comprometimento do acionista controlador com o crescimento sustentado do Conglomerado, preservando sua
capitalização com a retenção de parte dos lucros reportados a cada exercício;
•
O Conglomerado encontra-se bem capitalizado e com espaço para expandir as operações de crédito, com a
qualidade que vem sendo realizada a cada ano, sendo que seu indicador da Basiléia encontrava-se em 17,8%
em dez/07;
•
Expertise do corpo diretivo nos nichos de atuação, com adequada segmentação dos canais de distribuição,
segundo o perfil da clientela;
•
Os administradores possuem larga experiência adquirida em instituições de primeira linha e encontram-se nas
empresas do acionista há muitos anos, o que confere previsibilidade na condução das atividades, no alcance de
metas, preservação de princípios de conduta e no controle dos riscos;
•
Operando com estrutura operacional enxuta, com número reduzido de agências, regionais e lojas da financeira,
o Conglomerado Alfa exibe bons indicadores de eficiência de custos.
Fatores em Observação
•
A concorrência vinda dos bancos médios e grandes nos segmentos de middle market e na modalidade de
crédito consignado para servidores públicos, aposentados e pensionistas se acirrará nos próximos anos, com a
queda dos spreads e aumento proporcional das despesas operacionais;
•
Embora com presença cada vez maior dos créditos voltados para pessoas físicas, o ramo atacado apresenta
peso de destaque no total da carteira do Conglomerado, segmento onde os spreads são bem mais reduzidos
que no varejo, o que não favorece o aumento das margens brutas a despeito da expansão em volumes;
•
A manutenção de operações exibindo margens brutas mais reduzidas com relação às praticadas por bancos de
varejo e de financiamento proporcionará lucros líquidos em uma proporção menor que a requerida, para fazer
frente à capitalização necessária, caso deseje aumentar os volumes das operações de crédito;
•
Em um ambiente de queda de spreads e aumento de volumes, será necessária uma maior retenção dos lucros
acumulados pelo acionista para fazer frente à sua expansão futura.
HISTÓRICO E PERFIL DE ATUAÇÃO
A história do Conglomerado Financeiro Alfa teve início em 1925, quando foi fundado o Banco da Lavoura de Minas
Gerais. Em 1971, o Banco da Lavoura recebe o nome de Banco Real, dando início ao seu processo de expansão,
tornando-se um dos maiores bancos privados do país. Em 1998, parte da estrutura do Grupo Real foi vendida – o
Banco Comercial e a Companhia de Crédito Imobiliário – ao banco holandês, ABN Amro Bank.
Após a venda permaneceram com o antigo controlador do Banco Real, Dr. Aloysio Faria, as empresas Banco Real
de Investimento, Cia. Real de Crédito, Financiamento e Investimento, Cia. Real de Arrendamento Mercantil, Cia. Real
Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários, que foram renomeados e, juntamente com o Banco Alfa (criado
posteriormente), formaram o Conglomerado Financeiro.
Por intermédio de suas empresas financeiras, possui serviços bancários de conta corrente, custódia de cheques,
cobrança bancária e cartão de crédito para pessoas físicas; produtos de captação, como fundos de investimento,
carteiras administradas, papéis de renda fixa emitidos por bancos (CDB/RDB), pelo Governo (Títulos Públicos) ou por
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outras empresas, financeiras ou não financeiras (LC, debênture, CRI, CCB, CPA, LCA, NCE), lançamento e compra /
venda de ações, de ouro, por intermédio de assessores de investimento e/ou home broker, private banking local e
internacional, operações estruturadas e swaps.
Como produtos de ativo fornece a clientes individuais CDC – veículos e cheque especial e, para pessoas jurídicas,
empréstimos de capital de giro, descontos de títulos e cheques, repasses BNDES / FINAME, vendor, compror,
arrendamento mercantil, produtos relacionados ao comércio exterior, além de garantias e fianças bancárias.
Grupo Econômico
O Conglomerado Financeiro Alfa é parte integrante do Grupo Aloysio Faria, com atuação de destaque, nos seguintes
segmentos de atividade:
•
Financeiro: por meio do Delta National Bank and Trust Company (Delta Bank), atua internacionalmente desde
1986 na área de private banking. Segundo os dados de maio de 2007 (último disponível), administrava ativos em
torno de US$ 3,05 bilhões, entre produtos de renda fixa e variável. Contava com bancos em Nova York (agência
na Flórida) e nas Ilhas Cayman e possuía 106 colaboradores naquela data;
•
Comunicações: pela Rádio Transamérica, transmitindo nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba,
Recife, Rio de Janeiro, Salvador; pela internet; e pela TV Transamérica, cobrindo Curitiba e Região
Metropolitana, retransmitindo a Rede Sesc-Senac Televisão-STV, com programação local, com 8 horas diárias e
uma programação da Rede 21 de São Paulo;
•
Agropecuário: por meio do Grupo Agropalma, dedicado desde 1982, no Estado do Pará, à produção e extração
de óleo de palma e óleo de palmiste, fabricando gorduras vegetais e margarina. O Grupo Agropalma é composto
de seis empresas (Crai Agroindustrial S/A, Agropalma, Companhia Agroindustrial do Pará, Companhia
Refinadora da Amazônia, Amapalma S/A e Companhia Palmares da Amazônia), gera mais de 2.800 empregos
diretos e refina cerca de 320 ton./dia;
•
Água Mineral: envasamento das Águas Prata, situada na cidade de Águas da Prata – SP. A água mineral é
comercializada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco;
•
Hotelaria: por meio da Cia. Transamérica de Hotéis, possui complexos hoteleiros em São Paulo (400 quartos,
complexo esportivo e de lazer), Centro de Convenções e Estacionamento com mais de 1.000 vagas, heliponto e
Centro de Exposições), na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (flat com 296 apartamentos equipados com work
station, business center, área de lazer e esportiva e centro de convenções) e na Ilha de Comandatuba – Bahia
(com 246 apartamentos, 114 bangalôs e 10 suítes, restaurantes, bares, boate, complexo esportivo e centro de
convenções);
•
Seguros e Previdência Privada: através da Alfa Seguradora S/A, atua nos ramos veículos (veículos em geral,
frotas e van escolar), residencial, condomínio, empresarial e proteção de cartão de crédito e acidentes pessoais.
Os dados de 2007 reportaram R$ 167,3 milhões de prêmios ganhos e lucro líquido de R$ 8,7 milhões; por meio
da Alfa Previdência e Vida S/A, comercializa planos de seguro de vida com cobertura de sobrevivência (VGBL),
seguro prestamista, acidentes pessoais e vida em grupo. No exercício de 2007, reportou R$ 18,8 milhões de
prêmios ganhos e lucro líquido de R$ 2,6 milhões;
•
Materiais para Construção: atua por meio da empresa C&C Casa e Construção, no varejo de materiais para
construção, reforma e decoração. Fruto das empresas Madeirense e Conibra, a rede atualmente conta com 39
lojas, sendo 7 no Estado do Rio de Janeiro e 32 espalhadas pelo Estado de São Paulo, sendo 20 na capital e
Grande São Paulo, 11 no interior e 1 na baixada santista. Em 2006, criou o formato de loja C&C Express, com
área de vendas reduzida para atender às cidades de menor porte, inauguradas nas cidades de Franca, Mogi das
Cruzes e Santa Bárbara d´Oeste, no interior de São Paulo;
•
Alimentos: opera por intermédio da La Basque Alimentos S/A, empresa fundada em 1981, em Campinas-SP,
para a produção de sorvetes industrializados com características artesanais. Conta com 48 lojas, sendo que 24
lojas operam no sistema convencional e 24 no sistema self-service, em São Paulo, ABC, Interior e, fora do
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Estado, em Caiobá (litoral do Paraná), Florianópolis, Belo Horizonte, Porto Alegre, Vila Velha e Vitória. Além das
lojas, comercializa em supermercados, lojas de conveniência, redes de fast-food, restaurantes e mais 16 lojas no
estado do Rio de Janeiro. Realiza a distribuição, através de 14 lojas Babuska e fora do Estado de São Paulo,
com distribuidores homologados de toda a linha de produtos;
•
Eventos: por meio do Transamérica Expo Center, inaugurado em 2001, refere-se ao conjunto formado por
centro de exposições, que conta com 33.000 m² de área construída, voltado para feiras, exposições, congressos
e entretenimento da cidade de São Paulo e do país, além do Hotel Transamérica de São Paulo e o Teatro Alfa;
•
Cultura: por meio do Instituto Alfa de Cultura, inaugurou em abril de 1998 o Teatro Alfa, voltado à realização de
espetáculos de dança, óperas, orquestras, música popular, teatro e musicais, além de dispor de ótima infraestrutura para a realização de congressos e seminários.
Não dispusemos dos demonstrativos financeiros das empresas acima citadas, à exceção das seguradoras
disponíveis no site do banco Alfa. Segue abaixo organograma societário do Grupo.
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Quadro Acionário
Por meio de empresa de administração, participações e representações, cabe ao Dr. Aloysio de Andrade Faria,
conforme organograma societário exibido acima, o controle majoritário das ações ordinárias de todas as empresas
operacionais participantes do Conglomerado Alfa. Em dezembro de 2007, o Patrimônio Líquido e o resultado das
empresas se encontravam distribuídos da seguinte forma:
R$ mil
Conglomerado Financeiro Alfa
Capital Social
Patrimônio Líquido
Resultado
Banco Alfa de Investimento S/A
335.000
852.898
133.985
Banco Alfa S/A
24.499
47.486
5.782
Financeira Alfa S/A CFI
182.000
445.310
60.120
Alfa Arrendamento Mercantil S/A
178.300
217.405
13.435
Alfa Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários S/A
30.000
179.850
129.794
BRI Participações Ltda.
26.868
235.183
16.040
SUPORTE
A capacidade financeira do controlador é comprovadamente muito elevada. Entendemos que o mesmo demonstra-se
comprometido com o crescimento e fortalecimento do Conglomerado, ainda que com interesses em outros ramos de
atividade, conforme se evidencia pela gama de setores com a presença do Grupo Econômico.
O adequado nível de capitalização das instituições do Conglomerado encontra-se assegurado com a retenção, a
cada exercício, de parcela expressiva dos lucros apurados, sendo o restante destinado ao pagamento de juros sobre
o capital próprio.
Entendemos que as empresas do Conglomerado contam com a utilização de mecanismos de assistência de liquidez
disponíveis pela autoridade monetária, nas mesmas condições oferecidas a outras instituições bancárias atuando no
mercado brasileiro, não configurando, portanto, um tratamento especial, com vistas à minimizar a possibilidade de
risco sistêmico, em caso das mesmas apresentarem problemas de solvência.
ADMINISTRAÇÃO
O Conselho de Administração do Conglomerado Financeiro Alfa é composto pelos membros abaixo relacionados,
cabendo ao seu Presidente representar o controlador nas decisões estratégicas do mesmo.
Membro
Cargo
Humberto Mourão de Carvalho
Presidente
Fernando Pinto de Moura
Conselheiro
Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro
Conselheiro
Rubens Garcia Nunes
Conselheiro
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Em dezembro de 2007, a Diretoria Executiva tinha a seguinte composição:
Diretor(a)
Cargo
Área de Atuação
Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro
Diretor Presidente
-
Adilson Herrero
Diretor
Administrativa
Ailton Carlos Canette
Diretor
Private
Antônio César Santos Costa
Diretor
Pessoas Físicas
Benedito Carlos de Pádua
Diretor
Pessoas Jurídicas
Christophe Y. François Cadier
Diretor
Jurídico
Ivan Dumont Silva
Diretor
Tesouraria
Fábio Alberto Amorosino
Diretor
Asset Management
Roberto Musto
Diretor
Grandes Grupos
Rubens Bution
Diretor
Varejo
O Conglomerado detém na estrutura do Banco Alfa de Investimento S/A um Comitê de Auditoria com escopo de
atividades que abrangem o próprio banco, assim como as demais empresas financeiras que fazem parte do
Conglomerado.
A maioria dos diretores executivos desenvolve suas atividades profissionais há muitos anos na instituição, estando
assim afinados com a filosofia administrativa adotada.
ESTRUTURA OPERACIONAL
O Conglomerado opera à semelhança de um banco múltiplo, sendo suas carteiras distribuídas respectivamente pelas
instituições financeiras que o compõe. A administração, estratégias, sistemas e controles de crédito e risco são
unificados, sendo, portanto, as empresas apenas veículos legais em torno de uma estratégia única do Grupo Alfa no
setor financeiro.
No encerramento do exercício, além da matriz em São Paulo - Capital, o Banco Alfa possuía uma rede de 8 agências
situadas nas seguintes cidades: Belo Horizonte (MG); Brasília (DF); Campinas (SP); Curitiba (PR); Porto Alegre (RS);
Rio de Janeiro (RJ); Salvador (BA); e São Paulo (SP). As agências são enxutas em quantidade de pessoal,
automatizadas, utilizando tecnologia de ponta.
A Alfa Financeira possui escritórios regionais em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza,
Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória e lojas para oferecer os produtos crédito pessoal consignado
e financiamento de veículos, em São Paulo, Brasília, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia, Ribeirão Preto e São
José dos Campos.
Crédito
O Comitê de Crédito se constitui na instância máxima de definição da política e diretrizes gerais de crédito das
empresas do Conglomerado. Tem como atribuições o estabelecimento de limites para clientes e produtos, a
determinação de alçadas para as Superintendências Regionais, bem como concentrações por setores, com base em
estudos específicos e revisão trimestral da política de estratificação da carteira. Fazem parte do Comitê, o
Presidente, o Diretor de Crédito e os principais diretores comerciais.
O Comitê recebe o apoio de áreas específicas na sua tomada de decisões, sendo estas responsáveis pela aplicação
e monitoramento das políticas e performance da carteira. O Conglomerado possui sistema próprio de gerenciamento
de crédito desenvolvido e aprimorado internamente.
O Comitê de Crédito aprova valores superiores a R$ 100 mil para pessoas físicas e R$ 500 mil para empresas com a
ausência de garantias (clean). Créditos superiores a 8% do Patrimônio Líquido do Conglomerado devem ser
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aprovados pelo Presidente. Valores superiores a R$ 200 mil, devem passar pela aprovação de 2 a 3 diretores. Para
operações envolvendo a garantia de recebíveis, os diretores possuem alçada para aprovar montantes de até R$ 800
mil. Valores inferiores a R$ 200 mil têm a alçada de aprovação de Superintendente Regional. As aprovações em
todas as instâncias de decisão devem ter a unanimidade dos participantes, tendo o voto do presidente sobreposição
a um voto discordante.
Os empréstimos abaixo de R$ 50 mil concedidos a pessoas físicas, por meio de lojistas e revendedores de veículos,
são feitos com base em sistemas de classificação e pontuação automáticos, por atribuição de rating e perfil em
modelagem de score e são gerenciados por unidade específica, que monitora esta carteira.
Tesouraria
A tesouraria tem autonomia para atuar no mercado de derivativos, todavia, seus limites são baixos. Sua principal
função é precificar sua captação e referenciar as taxas de aplicação.
Compliance
A área de Controles Internos tem a atribuição de efetuar o acompanhamento dos Pontos de Controle, definidos em
conjunto com a Diretoria, de forma a cobrir as áreas de maior risco do Conglomerado.
A revisão e a criação de pontos a serem controlados pela área são feitas regularmente, com vistas a manter o bom
funcionamento, sendo o controle mais dinâmico e eficaz possível. Esta área mantém um estreito relacionamento com
a área de Auditoria Interna.
A área de Controles Internos se reporta à Diretoria Administrativa, estando esta, para este assunto, subordinada ao
Comitê Diretivo de Controles Internos, composto por Diretores Estatutários do Conglomerado. Este Comitê reporta-se
à Presidência e ao Conselho de Administração.
ESTRATÉGIA DE MÉDIO E LONGO PRAZOS
A estratégia do Conglomerado Financeiro Alfa não sofrerá alterações relevantes nos próximos períodos, buscando o
crescimento orgânico das atividades das empresas controladas, com a abertura gradual de agências regionais e lojas
da financeira. Não se encontra contemplada a aquisição de outras instituições, bem como a abertura de capital de
empresas do Conglomerado. A administração não tem como objetivo a entrada em novos segmentos dentro do
sistema bancário, considerando que o grupo já atua nos mais importantes e lucrativos ramos no setor.
O Alfa dará continuidade às atividades de empréstimos, descontos de cheques e duplicatas, serviços bancários,
fiança, repasses, leasing e de comércio exterior, para empresas corporate e do high middle market, fazendo uso do
longo histórico de relacionamento com a clientela e a agilidade do processo decisório. Um maior esforço tem sido
dedicado ao crescimento da base de clientes Middle. Em termos de funding, a expansão das operações de crédito
comercial será financiada preponderantemente com a emissão de certificados de depósitos bancários, seguida, em
menor grau, de linhas de comércio exterior e obrigações emitidas no exterior para as atividades correlatas e
debêntures para as operações de arrendamento mercantil.
O Alfa tem dado mais ênfase à atividade de varejo onde os spreads, relativos às operações de atacado, são mais
elevados. No financiamento de veículos, a financeira foca nos novos e semi-novos, de diferentes marcas, com
destaque para bens importados. No consignado, não tem como propósito operar no INSS, mas ampliar sua
penetração junto aos órgãos públicos e empresas privadas, estas de amplo conhecimento do banco, fruto de longo
histórico de relacionamento em atividades de crédito corporativo. Na modalidade CDC lojistas, a financeira buscará
expandir o número de lojistas com quem opera, hoje com destaque para a C&C, pertencente ao Grupo Econômico,
onde se realiza, como outro produto da financeira, o crédito rotativo e parcelado de cartões de crédito. Como forma
de financiar estas operações mais longas, a Alfa Financeira fará uso da emissão de depósitos interfinanceiros
adquiridos pelo Alfa Banco de Investimento e, em menor intensidade, da emissão de Letras de Câmbio.
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Como atividades genuínas de investment banking, o Alfa manterá seu longo relacionamento com clientes de alta
renda, oferecendo serviços de asset management, carteira administrada, consultoria financeira e private banking,
sem, no entanto, uma ligação intrínseca e induzida com o Delta Bank. Em paralelo, manterá atuação na originação e
distribuição de renda fixa e variável, operações estruturadas e de swaps, bem como no mercado secundário na
compra e venda de ações e ouro.
Em paralelo, a Tesouraria tem como objetivo para os próximos dois exercícios, aumentar seu resultado econômico e
ampliar seu peso no total das receitas auferidas pelo Conglomerado. A meta é ampliar os volumes médios operados
no mercado aberto, a utilização de instrumentos derivativos e aquisição de outras classes de ativos, sem, com isso,
alterar os limites de exposição vigentes ante o risco de mercado.
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
(Base: Demonstrações Financeiras Combinadas do Conglomerado Financeiro Alfa envolvendo as demonstrações financeiras
individuais do Banco Alfa S/A, da Financeira Alfa S/A, do Banco Alfa de Investimento S/A e suas controladas Alfa Arrendamento
Mercantil S/A, Alfa Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários e BRI Participações Ltda., segundo suas respectivas participações).
Balanço
O Conglomerado Financeiro Alfa apresentou crescimento de 21,5% em sua base de ativos, passando de R$
10.886,4 milhões em dez/06 para R$ 13.223,4 milhões no encerramento de 2007. O crescimento concentrou-se nas
operações de longo prazo, principalmente de crédito, que passaram de R$ 1.371,4 milhões para R$ 2.047 milhões
entre dez/06 e dez/07, ao contrário do movimento de retração observado no curto prazo, de R$ 3.171,5 milhões em
dez/06 para R$ 3.031,3 milhões. Com isso, a carteira de crédito total cresceu 15,6%, montando R$ 6.011,2 milhões
ao final de 2007. Em termos de modalidades, o saldo de empréstimos e títulos descontados cresceu 13,3% em doze
meses, montando R$ 3.018 milhões em dezembro de 2007; os financiamentos aumentaram 10% para R$ 2.136,2
milhões. Já as operações de ACCs caíram 4,3%, para R$ 186,3 milhões, enquanto a carteira de leasing subiu 73,3%,
totalizando R$ 661,2 milhões.
A carteira de títulos e valores mobiliários somou R$ 5.858,4 milhões, ou seja, 23,3% superior ao final de 2007. O
aumento da representatividade da carteira de TVM, que vem se dando ao longo dos anos, se manteve no exercício
de 2007, passando a representar 44,3% dos ativos totais do banco, contra 43,6% em dez/06. Do total da carteira,
51,7% estavam classificados como mantidos até o vencimento e 47,9% em títulos para negociação. A carteira estava
composta, essencialmente, por títulos de emissão do Tesouro Nacional (96,8% da carteira total) e o restante (3,2%)
por títulos de emissão privada.
Um dos braços financeiros do Grupo, a Financeira Alfa apresentou crescimento de 20% em sua carteira de crédito,
montando R$ 2.400,9 milhões ao final de 2007, enquanto a carteira do Banco Alfa de Investimentos teve crescimento
mais moderado, de 12,9%, alcançando R$ 3.569,0 milhões. A composição da carteira no final do ano ficou em linha
com a estratégia em curso, cabendo às atividades de varejo, gradualmente, uma maior presença no total de crédito
concedido. Apesar do crescimento da carteira de crédito, esta passou a responder por 45,5% dos ativos totais do
conglomerado, reduzindo sua participação em comparação aos anos anteriores, quando em 2006 representava
47,8% e em 2005, 48,3%.
Os recursos captados montaram R$ 10.736,4 milhões, o que representa crescimento de 19,8% em relação a 2006.
Desse montante, R$ 3.318,1 milhões se referem a depósitos, R$ 4.105,2 milhões a operações compromissadas e o
restante estava distribuído entre repasses do BNDES, box de opções flexíveis, títulos emitidos no Brasil e no exterior
e recursos obtidos junto a bancos. O saldo de depósitos caiu 11,8% entre 2006 e 2007, enquanto as operações
compromissadas apresentaram forte expansão, de 42,6%.
Os depósitos a prazo declinaram 12,6%, totalizando R$ 3.075,2 milhões em dezembro de 2007. Os depósitos
interfinanceiros tiveram crescimento de 6,5%, entretanto não interferiram no saldo dos depósitos totais, devido ao seu
reduzido volume, de R$ 202 milhões em dez/07.
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Bancos
CONGLOMERADO FINANCEIRO ALFA
As emissões de títulos no mercado internacional realizadas pelo Banco Alfa de Investimento (incluem commercial
paper) e, garantidas por notas promissórias, declinaram de R$ 62,7 milhões em dezembro de 2006 para R$ 27,2
milhões em dezembro de 2007.
Os aceites cambiais emitidos pela Alfa Financeira passaram de R$ 312,6 milhões em dezembro de 2006 para R$
707,7 milhões em dezembro de 2007, ficando em linha com a expansão dos financiamentos voltados ao varejo.
Foram contabilizados R$ 575,4 milhões de aceites no Conglomerado e R$ 132,4 milhões foram adquiridos pelo Alfa
BI. A colocação privada de debêntures simples, emitidas pela Alfa Leasing, montava R$ 76,9 milhões em dezembro
de 2007.
As obrigações por empréstimos no exterior mantiveram o comportamento de elevação, passando de R$ 236,7
milhões em dezembro de 2006 para R$ 274,3 milhões em dezembro de 2007, assim como as operações de box de
opções flexíveis, que se elevaram de R$ 698,7 milhões para R$ 1.309,9 milhões entre dez/06 e dez/07 e também os
recursos captados junto ao BNDES, que passaram de R$ 983 milhões para R$ 1.037,0 milhões.
O Conglomerado Financeiro Alfa registrou um Patrimônio Líquido de R$ 1.419,1 milhões em dezembro de 2007, o
que se traduziu em um aumento de 15,2%, frente ao saldo no final do exercício de 2006. O lucro líquido de R$ 251,7
milhões apurado no ano foi parcialmente retido, sendo destinados R$ 57,9 milhões sob a forma de juros sobre o
Capital Próprio. O Banco Alfa realizou aumento de capital de R$ 56,8 milhões no ano. O banco manteve sua folga no
indicador da Basiléia, que permaneceu em patamar semelhante ao ano anterior, em 17,8%.
Resultado
O Conglomerado Financeiro Alfa reportou, em dezembro de 2007, receitas com operações de crédito da ordem de
R$ 697,6 milhões, dos quais R$ 424,6 milhões foram obtidos na Alfa Financeira, R$ 258,1 milhões no Alfa BI e R$
15,0 milhões no Banco Alfa.
Em relação a 2006, as receitas de crédito da financeira caíram 7,2%, enquanto as do BI declinaram 20%. O peso da
primeira no total das receitas de crédito do Conglomerado, a despeito de um estoque de crédito no final do ano ainda
inferior ao do reportado pelo BI, subiu de 57,5% em dez/06 para 60,9% em dez/07, ao contrário do observado no BI
que, teve recuo de sua participação, passando de 40,6% para 37%, refletindo volumes maiores e spreads mais
elevados no segmento de pessoas físicas.
O resultado de títulos e valores mobiliários - TVM - apresentou queda de 3,1% em relação a 2006, totalizando R$
618,7 milhões. Tal fonte de receitas respondeu por 45,9% do total da receita da intermediação financeira. Apesar do
aumento de volumes, aproximadamente 70% da carteira de TVM se compunha de títulos vinculados a operações
compromissadas no mercado aberto, cujas rendas e spreads são inferiores aos títulos livres. Adicionalmente, cabe
destacar a queda na remuneração dos títulos do Tesouro, ao longo do ano de 2007, estes com peso expressivo na
carteira livre do Conglomerado (82%).
O resultado com instrumentos financeiros, fruto das operações de contratos futuros, de swaps, a termo, box de
opções e NDF, voltadas às necessidades próprias, de terceiros e à proteção dos ativos e passivos do Conglomerado
ante os riscos de mercado, notadamente de taxas de juros, fecharam com um resultado negativo de R$ 79,2 milhões
ante R$ 114,0 milhões em 2006.
A redução nas taxas de juros básicas constatadas no período e que servem de referência para a remuneração dos
depósitos, bem como a retração nos volumes captados de depósitos a prazo, levaram a uma queda de 7,4% no
saldo das despesas de operações de captação no mercado, quando comparado ao saldo de dezembro 2006,
totalizando R$ 802,4 milhões. Da mesma forma, as despesas com empréstimos, cessões e repasses registraram
retração de 7,6% no período de comparação, montando R$ 84,1 milhões. O banco constituiu provisões para créditos
de liquidação duvidosa no montante de R$ 60,1 milhões no final do ano, ante R$ 40,6 milhões em 2006.
O resultado bruto da intermediação financeira apresentou redução de 4,0% entre 2006 e 2007, fechando com R$
401,8 milhões. A margem bruta se manteve no mesmo patamar de 2006, em 28,7%. A margem bruta da Alfa
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Bancos
CONGLOMERADO FINANCEIRO ALFA
Financeira, no final de 2007, era de 43,5%, enquanto a do BI de 16,7%. Por conta do peso do BI no volume de
crédito concedido pelo Conglomerado, as margens brutas do Alfa têm ficado abaixo dos bancos atuando no Middle
e/ou no ramo de financiamentos.
O total das receitas de prestação de serviços do Alfa montou R$ 50,2 milhões ao final de 2007, reportando um
aumento de 18,3% com respeito a 2006. As taxas de administração de fundos e carteiras totalizaram R$ 18,6
milhões, respondendo por 37,1% das receitas auferidas, seguido dos serviços de análise de crédito com R$ 15,5
milhões (30,9% do total). As receitas de serviços cobriram apenas 51% das despesas de pessoal e representaram
apenas 3,6% do total das receitas, peso condizente a uma atuação focada em pessoas físicas, sem a presença de
uma rede de agências e cobrança de serviços bancários, bem como de um número de clientes corporativos
tomadores de crédito e/ou aplicadores em fundos e outros instrumentos de captação.
As outras despesas administrativas realizadas no ano totalizaram R$ 141,5 milhões, frente aos R$ 131,9 milhões
gastos em 2006. As despesas com comissões de vendas responderam por 29,7% do total, seguidas de
processamento de dados e informática com 18%, os maiores itens de despesa. A única alteração relevante coube ao
aumento da participação das despesas de serviços do sistema financeiro, que passaram de 8,1% em dez/06 para
11,6% em dez/07. O indicador de eficiência (despesas / receitas) do Alfa cresceu em relação ao ano de 2006 (de
46,9% para 53,1%), porém, ainda se mantém, de acordo com o observado entre seus pares.
O resultado operacional apurado em dezembro de 2007 alcançou R$ 153,4 milhões, ficando 31,1% abaixo do
registrado no ano anterior. O lucro líquido montou R$ 251,7 milhões, sendo que foi influenciado pelo resultado da
venda de investimentos (ações da Bovespa e BM&F). Com isso, o resultado superou em 63% os R$ 154,4 milhões
observados em 2006. A rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido foi de 17,7% em dez/07 e 12,5% em dez/06,
superior à mediana apresentada pelo seu peer group.
Disclosure
Consideramos a política de disclosure do banco razoável ao seu porte e perfil de atuação. As demonstrações
financeiras combinadas do Conglomerado Financeiro Alfa, bem como das empresas financeiras individualizadas,
contribuem para o detalhamento da evolução e desempenho das empresas, a composição do resultado e a relação
entre as mesmas. Os demonstrativos de dezembro de 2007 contêm pareceres dos auditores independentes, sem
ressalvas.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Crédito
A prudência adotada na condução das atividades de crédito tem repercutido de forma positiva nos níveis de atraso
reportados pelo Conglomerado. Ao final de 2007, a soma dos créditos em atraso montava R$ 47,7 milhões,
respondendo por apenas 0,8% do total da carteira. Já o volume de vencidos acima de 60 dias equivaleu a 0,5% do
total, de acordo com seu histórico, em que reporta baixos níveis de inadimplência.
O Conglomerado adota política conservadora de provisionamento, com percentuais acima dos requeridos pela
Resolução 2682 do Banco Central do Brasil. Em dezembro de 2007, a provisão realizada pelo Alfa, em conformidade
com o BC, montava R$ 95,0 milhões, somadas as faixas de risco e a provisão adicional de R$ 24,5 milhões, gerando
uma cobertura de 1,5 vez o volume de créditos em atraso.
O Alfa tem exibido regularidade na composição dos níveis de risco da carteira de crédito. O volume classificado entre
as faixas AA a C respondeu por 99,23% do total da carteira em dezembro de 2007, por 98,7% em dezembro de 2006
e 99,5% em dezembro de 2005. Observou-se uma maior incidência de créditos nas faixas AA e B, sendo condizente
com a exposição do Conglomerado, respectivamente, junto a clientes pessoas físicas e grandes empresas.
Por atuar como um banco de atacado, o Alfa exibe ligeira concentração, em torno dos maiores devedores, o que, no
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Bancos
CONGLOMERADO FINANCEIRO ALFA
entanto, não tem significado um fator de risco, haja vista o nível de inadimplência reportado, a presença de garantias
líquidas para determinados clientes, fianças, os bens envolvidos nos financiamentos, bem como o reforço vindo com
a constituição de provisões adicionais. Em dezembro de 2007, o maior devedor respondeu por 3,7% do total da
carteira e 17,7% do Patrimônio Líquido. Já os vinte maiores representavam quase um terço da carteira e 1,6 vez o
PL.
Em contrapartida, colabora para a sua pulverização a presença dos clientes pessoas físicas, respondendo por 32,0%
do total e superior aos 27,9% reportados em dezembro de 2006. A despeito da concentração em determinados
devedores, com operações de ticket médio elevado, entendemos como positivo o fato de que a carteira vem
gradualmente exibindo maior participação de tickets baixos, pulverizados e com baixa inadimplência, levando em
conta tratarem de créditos consignados, veículos novos e semi-novos, financiados para clientes com baixa
inadimplência pelo seu perfil de renda e patrimônio.
Mercado
A política global de exposição ao risco de mercado é estabelecida pelo Comitê Estratégico de Gestão de Risco de
Mercado, que define a estratégia e os limites de VaR a serem obedecidos pelo Conglomerado. O Comitê é liderado
pelo Presidente e composto pelos diretores de crédito, de tesouraria e de varejo, além do chefe da área de Gestão
de Riscos. Cabe a uma área independente o acompanhamento do cumprimento diário das posições, por meio da
apuração do VaR, no modelo paramétrico, com intervalo de confiança de 99% para um dia, além de freqüentes
testes de estresse. Em paralelo, obedecendo às exigências do Banco Central, é calculado diariamente o nível de
capital para a cobertura do risco de exposição cambial e de operações com taxas prefixadas.
Embora o tamanho da carteira de Títulos e Valores Mobiliários seja relevante, com respeito ao PL do Conglomerado,
tal elemento não configura um fator de risco. O VaR global tem peso reduzido em relação ao PL e o uso de
instrumentos financeiros derivativos tem como propósito atender às demandas de clientes e reduzir a posição de
risco de mercado do Conglomerado. Ao longo dos exercícios, o resultado com títulos e valores mobiliários tem sido
positivo e com peso significativo no total das receitas auferidas, sem, no entanto, afetar a solidez da instituição. Uma
maior participação da área como centro de resultados do Conglomerado, conforme comentado na estratégia, não
trará efeitos negativos, pelo que se depreende dos limites de VaR a serem obedecidos pela Tesouraria.
Em relação à carteira de crédito, o banco deve observar a reversão da tendência dos juros, que em 2008 apresentam
trajetória de crescimento, com isso, deverá reprecificar seus ativos prefixados para evitar o achatamento de suas
margens e a rentabilidade de suas operações.
Registrou-se ajuste negativo de R$ 5,0 milhões nos ativos de crédito, na medida em que parte das operações é
prefixada, mais notadamente o crédito consignado em folha de pagamento. Além disso, também foi registrado ajuste
negativo com derivativos entre os valores de referência e de mercado de R$ 36,2 milhões e um saldo com resultado
negativo no demonstrativo de resultados de R$ 79,2 milhões, o que vai ao encontro da política de proteção de parte
da exposição cambial e de juros e com a estratégia de captação, via operações de box flexíveis.
Liquidez
O Conglomerado possui um Comitê de Caixa, com o propósito de gerenciar o risco de liquidez em suas posições.
Este se reúne diariamente, com vistas a avaliar os mercados, o fluxo de caixa das empresas financeiras e definir a
estratégia a ser adotada no dia. As posições são monitoradas on-line e casadas nos prazos e moedas. Em
conformidade com a Resolução 2804 do BC, realiza-se diariamente o fluxo de caixa projetado das empresas.
No encerramento de 2007, o Conglomerado apresentava descasamento de prazos nos vencimentos de até 3 meses,
refletindo uma margem de cobertura de apenas 0,45 vezes, entre o saldo das operações ativas com relação às
passivas. Se, no entanto, levarmos em conta que cerca de 70% do volume captado neste período se referia a
operações compromissadas no mercado aberto – carteira própria – com lastro, como contrapartida, em títulos
públicos federais de ampla negociação no mercado, a cobertura para o período foi de 1,48 vez. Para a faixa de
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Bancos
CONGLOMERADO FINANCEIRO ALFA
vencimento de 3 meses a 1 ano, a margem de cobertura era de 1,13x.
Para os vencimentos de 1 a 3 anos e acima de 3 anos, o Conglomerado apresenta coberturas de 2,77x e 1,68x,
respectivamente. Dos títulos classificados na categoria “mantidos até o vencimento”, R$ 2.855,4 milhões, no final do
ano, se encontravam distribuídos nessas faixas de vencimento. Apesar de não apresentarem liquidez instantânea,
tais títulos têm a capacidade de serem reclassificados após seis meses e serem vendidos a mercado, contribuindo,
da mesma forma, que outros ativos para a cobertura das obrigações do Conglomerado.
Em linhas gerais, a carteira de varejo vence em até 48 meses e tem sido sustentada com emissões de títulos e
depósitos interfinanceiros. A carteira comercial tem sido financiada pelas captações internas via CDB, empréstimos
no exterior, repasses, linhas de repasse do BNDES e opções flexíveis.
Por tratar-se de Conglomerado composto fundamentalmente por um braço de atacado e outro de financiamento, com
a ausência de uma rede de agências, a exemplo dos bancos de varejo, o Alfa exibe concentração em torno dos
maiores depositantes.
A concentração entre os maiores depositantes aumentou entre 2006 e 2007, sendo que o maior depositante
respondia por 8,9% no final de 2007 (6,0% em dez/06) do total da captação (soma de depósito a prazo, à vista,
interfinanceiros, aceites cambiais, debêntures e box de opções flexíveis), os 20 maiores com 51,9% (50,6%: dez/06)
e os 100 maiores com 82,3% (81,1%: dez/06).
Reiteramos que a despeito dessa concentração, a adequada gestão de ativos e passivos e o baixo risco de crédito e
de mercado apresentados pelo Conglomerado, estes favorecem a manutenção de linhas de crédito e depósitos em
prazos e montantes compatíveis ao financiamento das operações ativas das empresas do Conglomerado. Cabe
mencionar que a Alfa Financeira apresenta gap de prazo, sendo suas operações de crédito mais longas financiadas
com a emissão de depósitos interfinanceiros de curto prazo. Tal fato não denota preocupação, uma vez que tais DIs
são adquiridos pelo Alfa Banco de Investimento, o que, em termos de Conglomerado Alfa, elimina o descasamento e
se alinha ao adequado casamento de prazos comentado acima.
Operacional
A área de Gestão de Riscos responde especificamente pelo risco operacional das empresas do Conglomerado. Em
linha com os prazos estabelecidos na Resolução 3.380 do Banco Central, as empresas do Conglomerado já
possuem a estrutura, política, processos, procedimentos e sistema de gerenciamento para o corpo diretivo identificar,
avaliar, monitorar e controlar os riscos aos quais estão submetidas as empresas do Conglomerado.
Em linha com boas práticas de Governança Corporativa, o Conglomerado recebe o aporte dos trabalhos realizados
pelo Comitê de Auditoria, que exerce o acompanhamento das atividades das áreas de Controles Internos, de
Auditoria Interna e Auditoria Externa, dentre outras, ampliando o escopo de cobertura da avaliação do risco
operacional envolvido nas empresas.
Entendemos que a estrutura, a profundidade e a qualidade dos controles internos são adequadas, propiciando ao
seu corpo diretivo boas condições de gerenciamento, com a rápida identificação na tomada de decisões, visando
solucionar possíveis anomalias.
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Bancos
CONGLOMERADO FINANCEIRO ALFA
Classificação da Austin Rating
Solidez Financeira
AAA
O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições, dotadas
de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial
pode variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo.
AA
O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,
boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as
condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.
A
O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa
situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições
de funcionamento do banco. O risco é muito baixo.
BBB
O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de
cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode
ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições
intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo.
BB
O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas
vulneráveis às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é médio.
B
O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma
vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que pode afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é médio.
CCC
O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade
muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é alto.
CC
O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade
muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é muito alto.
C
O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão
limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras
deficientes; e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.
Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma
escala de rating.
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Bancos
CONGLOMERADO FINANCEIRO ALFA
Obrigações
Escala Nacional de Curto Prazo ( inferior a 360 dias)
A-1
Excelente capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo, comparativamente a outros emissores e
emissões nacionais. Essas emissões apresentam segurança extremamente forte quanto ao pagamento de juros e
principal. O risco de crédito é muito baixo.
A-2
Boa capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo, comparativamente a outros emissores e emissões
nacionais. Essas emissões apresentam forte segurança quanto ao pagamento de juros e principal. O risco de
crédito é baixo.
A-3
Satisfatória capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo, comparativamente a outros emissores e
emissões nacionais. Essas emissões apresentam adequada segurança quanto ao pagamento de juros e principal,
porém risco maior dentre as classificadas como grau de investimento. O risco de crédito é moderado.
B
Fraca capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo, comparativamente a outros emissores e emissões
nacionais. Essas emissões apresentam segurança abaixo da média para o pagamento de juros e principal. O risco
de crédito é alto.
C
Capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo muito fraca, comparativamente a outros emissores e
emissões nacionais. Emissões com esse rating apresentam segurança muito fraca quanto ao pagamento de juros e
principal. O risco de crédito é muito alto.
D
Pagamento em situação de Default.
A escala de rating de crédito de curto prazo não prevê a utilização dos diferenciadores.
Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou
inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do
emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é
considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.
As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas
neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em
recomendação de investimento para todos os efeitos.
Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br
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transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Austin Rating Serviços Financeiros Ltda.
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