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IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA
ANTIGA E MEDIEVAL DO MARANHÃO
Viagens e viajantes:
Cultura, imaginário e espacialidade
Caderno de Resumos
IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA
ANTIGA E MEDIEVAL DO MARANHÃO
Viagens e viajantes:
Cultura, imaginário e espacialidade
11 a 14 de outubro de 2011
São Luís, MA
2011
IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA
ANTIGA E MEDIEVAL DO MARANHÃO
Viagens e viajantes:
Cultura, imaginário e espacialidade
Organização do Volume
Adriana Zierer
Johnni Langer
Capa
Henry J. G. Lisbôa
Diagramação
Kerly Ferreira
Impressão
Estação Gráfica Ltda
(98) 3236 9177
COORDENADORAS
Profa. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA)
Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Desni Lopes de Almeida (UEMA); Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA);
Fábio Henrique Monteiro Silva (UEMA); Johnni Langer (UFMA); Júlia
Constança Pereira Camêlo (UEMA); Laiane Nunes Rodrigues (UEMA);
Luciana de Campos (UFMA); Marineis Merçon (UNDB); Neila Matias de
Souza (UFF).
COMISSÃO CIENTÍFICA
Adriene Baron Tacla (UFF); Alexandre Lima (UFF); Álvaro Alfredo
Bragança Jr. (UFRJ); Terezinha Oliveira (UEM)
ORGANIZAÇÃO
Curso de História/Depto História e Geografia (UEMA)
Mnemosyne – Laboratório de História Antiga e Medieval da UEMA
BRATHAIR – Grupo de Estudos Celtas e Germânicos
NEREIDA (UFF)
Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos (NEVE)
Departamento de História (UFMA)
Scriptorium – Laboratório de Estudos Medievais e Ibéricos (UFF)
APOIO
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB)
Associação Estadual de História (ANPUH-MA)
FAPEMA
COMISSÃO DE APOIO
Funcionários da UEMA
Monitores da UEMA e UFMA
AGRADECIMENTOS
Reitoria – UEMA
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - UEMA
Pró-Reitoria de Administração – UEMA
Pró-Reitoria de Extensão – UEMA
Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais – CECEN/ UEMA
APRESENTAÇÃO
Realizar o IV Encontro Internacional de História Antiga e
Medieval do Maranhão é provar que todos os sonhos são possíveis. Desde
a sua primeira edição, o evento tem sido um sucesso, com uma média de
500 a 700 participantes e um grande afluxo de docentes da área, do Brasil
e do exterior.
O Encontro não deixa de ter contatos com o “maravilhoso”, tão
bem conceituado pelo renomado Jacques Le Goff, que se liga ao “mágico”
do paganismo e ao “miraculoso” cristão. Dizemos isso porque inicialmente
parecia impossível a realização de um evento assim num estado sem
tradição nos estudos de Antiga e Medieval.
Mas, por este motivo mesmo, conseguimos sempre, desde 2005,
congregar uma série de colegas interessados em vir ao Maranhão, mesmo
sem verbas, e auxiliar o fortalecimento da História Antiga e Medieval e de
áreas afins no nordeste e em outras regiões.
A cada Encontro, os obstáculos, no princípio, intransponíveis, são
sempre superados e tudo dá certo. Os frutos são palpáveis. Em primeiro
lugar o crescimento das investigações relativas à Antiguidade e Idade
Média, realizadas por discentes vinculados ao Mnemosyne e ao Brathair,
que realizam trabalhos de iniciação científica, monografias e estão até
concluindo o Mestrado em outros estados.
Em segundo lugar a produção de vários livros, como Pesquisas
em Antiguidade e Idade Média, vol. 1 (2007) e 2 (2008), organizados
por Terezinha Oliveira (UEM) e publicados através de convênio entre a
Ed. UEMA e a UEM; História Antiga e Medieval, volumes 1 e 2 (2009)
e o lançamento agora do vol. 3 (2011), com os trabalhos dos docentes
apresentados nos primeiros eventos do Maranhão. Também organizamos
a coletânea Uma Viagem pela Idade Média (2010) e estamos lançando
este ano O Mar, os Pescadores e seus Deuses. Religiosidade e Ástúcia na
Grécia Antiga (Café e Lápis/Ed. UEMA) e Literatura e História Antiga
e Medieval: olhares interdisciplinares, pela EDUFMA.
A realização do evento conta com o precioso auxílio de ex-alunos
que estão conosco desde 2005 e agora, já formados, pertencem à Comissão
Organizadora. A eles agradecemos sinceramente pelo carinho e dedicação.
Contamos também com o apoio fundamental dos funcionários da UEMA
e dos monitores, que são sempre interessados, dispostos e nos ajudam na
concretização do evento.
Também é fundamental a participação dos docentes da UEMA,
da UFMA, da UNDB e de professores universitários de outros estados.
Simbolizando todos, fazemos um agradecimento especial aos docentesmúsicos Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes, do Conjunto
de Música Antiga da UFF e que nos encantam desde o I Encontro com
as canções medievais, dentre as quais a Cantiga de Santa Maria 139,
Maravilhosos e Piedosos, pois não estamos nós, pelo menos um pouco, no
campo do maravilhoso?
Este ano temos o prazer de apresentar como conferencistas, dois
renomados expoentes internacionais – Jean Claude-Schmitt, um dos
maiores nomes da História Medieval francesa, coordenador, com Le Goff
do Dicionário Temático do Ocidente Medieval e Pauline SchmittPantel, grande especialista nos estudos de gênero referentes à Grécia
Antiga e coordenadora do vol. 1 de História das Mulheres no Ocidente.
Os conferencistas nacionais, em ordem das suas apresentações,
também possuem destaque na área como Maria Beatriz Florenzano
(MAE-USP), André Chevitarese (UFRJ), Terezinha Oliveira (UEM)
e Vânia Leite Fróes (UFF). Haverá sessões de comunicações, mesas
redondas, com docentes de diferentes universidades brasileiras, 9 minicursos e 7 oficinas. As atividades culturais são concerto de música medieval,
videodocumentário do LABECA, lançamento de livros e peça teatral.
O nosso evento tem como tema “viagens e viajantes”. Desejamos
a todos que se tornem viajantes e usufruam de uma excelente viagem,
nesses quatro dias do IV Encontro Internacional de História Antiga e
Medieval do Maranhão.
8
SUMÁRIO
Programação Geral..................................................................
11
Resumos Mesas Redondas......................................................
15
Resumos de Conferências.......................................................
27
Resumos dos Mini-cursos........................................................
33
Resumos de Oficinas................................................................
39
Resumos de Comunicações......................................................
45
Painel........................................................................................
89
Sessões de Comunicações........................................................
93
Monitores.................................................................................
104
Unidades e Instituições Participantes.......................................
105
PROGRAMAÇÃO GERAL
Programação geral
14:00
16:30
18:00
20:00
08:00-10:30
Dia 11/10 - Terça
Credenciamento
Abertura
Conferência de Abertura: L’Empereur en Voyage: Rome et Paris au
XIVème siècle
Prof. Dr. Jean-Claude Schmitt (École des Hautes Études en
Sciences Sociales)
Atividade Cultural: Música Medieval com Márcio Selles e Lenora
Mendes (UFF)
12/10 - Quarta
Mini-cursos de Antiga e Medieval
10:30-12:00
Conferência: Repartindo a terra na Grécia Antiga
Prof. Dra. Maria Beatriz Borba Florenzano (MAE-USP)
14:00-16:00
16:00-18:00
18:00-20:00
Oficinas
Mesas Redondas
Conferência: Les Voyages au Féminin: l’imaginaire grec et les figures
de femmes voyageuses
Prof. Dra. Pauline Schmitt-Pantel (Université Paris1 PanthéonSorbonne)
20:00
Atividade Cultural
08:00-10:30
10:30-12:00
Mini-cursos de Antiga e Medieval
Conferência: Em torno das Acusações de Prostituição de Maria, a
Mãe de Jesus, nos Primeiros Séculos do Cristianismo
Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese (UFRJ)
Oficinas
13/10 - Quinta
14:00-16:00
16:00-18:00
18:00-20:00
Mesas Redondas
Conferência: Espacialidade Citadina e Imagem Mental no Século
XIII: discursos políticos e educacionais.
Prof. Dra. Terezinha Oliveira (UEM)
20:00
Atividade Cultural
08:00-10:00
10:00-12:00
Sessões de comunicação oral
Sessões de comunicação oral
14:00-15:30
15:30-16:30
Mesas Redondas
Conferência de Encerramento: O Ciclo das Narrativas Atlânticas:
As Viagens às Canárias de Gadiffer e Bettencourt Prof. Dra. Vânia
Leite Fróes (UFF)
Atividade Cultural: Lançamento de Livros
14/10 - Sexta
16:30
13
LISTA DE MINI-CURSOS
1. Mulher e Magia no Portugal Medieval
Prof. Ms. Luciana de Campos (UFMA)
2. Reconstrução Histórica de Dois Judeus Palestinos na Primeira
Metade do Século I: João, o Batista; e Jesus de Nazaré
Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese (UFRJ)
3. Introdução ao Heimskringla: a relação entre História e Literatura
nas sagas dos reis noruegueses
Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA) e Pablo Gomes de Miranda (NEVE/
UFRN)
4. Isidoro de Sevilha: entre a teologia, a política e o ordenamento do
saber na Hispânia visigótica (sec. VII)
Prof. Dr. Sérgio Feldman (UFES)
5. A África e a Geopolítica do Mundo Antigo Clássico
Prof. Dr. Josenildo de Jesus Pereira (UFMA)
6. A Realeza Medieval Portuguesa – Perspectivas de Análise
Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF)
7. Arqueologia do Continente Americano: da chegada dos primeiros
homens às sociedades pré-colombianas
Prof. Dr. Alexandre Navarro (UFMA)
8. Vida Monástica e Santidade Feminina na Gália do século VI: o
mosteiro de Santa Cruz em Poitiers.
Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF)
9. A (Divina) Commedia, de Dante Alighieri: perspectivas religiosas e
políticas
Prof. Dr. Moisés Romanazzi Tôrres (UFSJ)
OFICINAS
1. Teatro Grego na escola: ensino, extensão e pesquisa
Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE) e Sérgio C. de Mendes
Júnior (UPE)
2. Música Medieval em Portugal à Época da Dinastia de Avis
Profs. Drs. Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes (UFF)
3. Olhares sobre o Cotidiano da Grécia Antiga: abordagens iconográficas
Prof. Dr. Fábio Vergara (UFpel)
4. Fontes e estudos sobre o medievo: Imagens e documentos
Prof. Dras. Terezinha Oliveira (UEM) e Angelita Marques Visalli (UEL)
5. Guerreiras Gregas e Vikings no Cinema e TV: entre a História e a
Fantasia
Profª. MS. Luciana de Campos (NEVE), Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/
NEVE); Josileia Almeida (UFMA/NEVE)
6. Escravidão na Roma Antiga
Profª. Dra. Sônia Regina Rebel de Araújo (UFF)
14
RESUMOS MESAS REDONDAS
MESAS REDONDAS
Data: 12 de Outubro
Horário:16:00h às 18:00h
MESA 1: ESTUDOS SOBRE O ESPAÇO NO MEDITERRÂNEO
ANTIGO
Coordenação: Prof. Dra. Adriene Baron Tacla
(UFF/NEREIDA;MAE-USP/LABECA)
TERRITÓRIO E IDENTIDADE EM SÍTIOS DE OCUPAÇÃO GREGA NA SICÍLIA
Profa. Elaine F.V. Hirata (LABECA /MAE-USP)
O objetivo desta comunicação é discutir as relações entre a posse
de um território e a definição de redes de identidade em pólis fundadas
por grupos migrantes de áreas da Grécia Balcânica, a partir do século
VIII a.C. A identidade grega foi historicamente vista como estática e
homogênea, definida especificamente por volta do século V, a partir de uma
tendência de divisão do mundo entre gregos e bárbaros.O aprofundamento
dos estudos sobre as margens do mundo grego trouxe questionamentos
sobre esta concepção monolítica de helenidade comum e a possibilidade
de emergência de identidades regionais tornou-se um foco de debates.
Assim,hoje,compreender a identidade grega é partir do pressuposto da
coexistência de redes de identidades que interagem continuamente no
tempo curto e na longa duração,bem como no espaço geográfico;que é um
conceito circunstancial e portanto mutável e que,em suma,está a exigir dos
especialistas estudos localizados.Nesta direção apresentaremos a discussão
contemporânea sobre a possibilidade de emergência no Ocidente grego
arcaico e clássico de uma identidade “sikeliota”.
- NOVAS ABORDAGENS DO MUNDO COLONIAL ANTIGO: um
estudo de caso em Arqueologia da Paisagem na Sardenha púnica.
Maria Cristina N. Kormikiari (MAE/USP)
A Arqueologia Clássica, em razão de sua ligação inicial com o
Renascimento e Antiquariato europeus, levou um pouco mais de tempo
para incorporar em sua grade de pesquisa amplos estudos regionais com
base em estudos de Arqueologia da Paisagem, se comparada com outras
áreas de pesquisa arqueológica como a mesoamericana, por exemplo.
No entanto, nas últimas décadas muito conhecimento novo adveio como
resultado de projetos multi-disciplinares ligados ao estudo da paisagem
17
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
das pólis gregas. Nesse sentido, as pesquisas com relação à sociedade
púnica ainda mantiveram um caráter tradicional até há poucas décadas e
apenas mais recentemente ampliaram seu escopo incorporando estudos do
território dos assentamentos púnicos. Pretendemos apresentar, por meio
do estudo de caso da colônia de Nora, na Sardenha, descobertas realizadas
pela pesquisa em Arqueologia da Paisagem acerca dos modos de operação
e de interação púnicas em ambiente indígena, lembrando que o processo de
colonização fenícia e cartaginesa teve início, no Mediterrâneo ocidental,
em c. século IX, chegando até o século II a.C.
O PORTO COMO “TERCEIRO-LUGAR”
Profa. Dra. Adriene Baron Tacla
(NEREIDA-UFF, LABECA-MAE/USP)
Os portos antigos, tal como os modernos, eram locais de
transferência de cargas e passageiros, centros de negócios, catalisadores de
atividades econômicas, pontos nodais de contato e interação. Comportavam
eles diversos graus de complexidade, desde pequenos ancoradouros
naturais usados como pontos de refúgio e apoio, pontos de escalas, grandes
portos (com instalações e infraestrutura de serviços), até a própria cidade
portuária em si. A cidade portuária constitui, a nosso ver, um tipo urbano
específico, onde o porto é o elemento predominante e determinante de seu
caráter, éthos e da própria forma urbana. No presente trabalho, tomando
por base o caso das fundações focéias e os estudos de teoria pós-colonial
– sobretudo de Edward Soja (2003), objetivamos discutir a relação portocidade no período arcaico. Argumentamos que, nas cidades portuárias,
o porto constitui um “terceiro lugar”, isto é, não é uma mera “porta de
entrada”, mas o lugar da alteridade inserido na morfologia urbana.
Mesa 2: VIAGENS E DISCURSOS RELIGIOSOS NAANTIGUIDADE
E NO MEDIEVO
Coordenação: Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (UFES)
REINTERPRETANDO A JORNADA PELO DESERTO: A
CONTRIBUIÇÃO DO RELATO DO ÊXODO PARAA EMERGÊNCIA
DE YHWH
Prof. Ms. Josué Berlesi (UFPA)
O presente artigo pretende analisar como o deus YHWH tornouse a principal divindade do culto vétero-israelita. O antigo Israel, assim
como seus vizinhos no Oriente Próximo, era dotado de um culto politeísta
18
Resumos de Mesas Redondas
agregando heranças culturais de diversos grupos sociais, dentre os quais
podemos destacar cananeus e midianitas. Por meio de um processo lento
e gradual a pluralidade dos deuses cultuados na sociedade vétero-israelita
acabou sendo sufocada por uma divindade única: YHWH. Sem dúvida,
os textos da Bíblia hebraica configuram-se fonte indispensável para a
análise desse processo e, por conta disso, percebe-se que aquele que viria
a ser o principal deus de Israel somente aparece após o relato do êxodo.
No entanto, do ponto de vista da pesquisa histórica contemporânea a
pertinência histórica da suposta “saída do Egito” é fortemente contestada
sendo que, desse modo, apresenta-se um questionamento pertinente que
ainda não foi sanado pela pesquisa acadêmica e que um possível consenso
acerca de tal questão encontra-se efetivamente muito distante: Se o êxodo
não teve lugar na história, como explicar a aparição do deus YHWH na
tradição cultural do Israel antigo?
DOMINGO DE GUSMÃO E A PREGAÇÃO ITINERANTE: A
IMPORTÂNCIA DAS VIAGENS PARA A FORMAÇÃO DA ORDEM
DOS PREGADORES
Prof. Ms. Thiago de Azevedo Porto (UFPA)
No final do século XII, na Europa, foram dados os primeiros
passos para o reconhecimento pontifício e a criação formal da Ordem
dos Pregadores, uma instituição religiosa mendicante que foi de grande
importância para os projetos da Igreja no século seguinte. À frente desse
processo estava Domingo de Gusmão, um cônego regular da diocese de
Osma que escolheu a pregação itinerante como principal tarefa da sua
atuação clerical, levando-o à confrontação teórica com as ditas heresias
que supostamente se espalhavam pela Europa neste contexto. Como
líder de um grupo de pregadores religiosos, Domingo de Gusmão teve a
oportunidade de cruzar as principais cidades da Europa em seu trabalho
de pregação itinerante, experiência fundamental para a consolidação deste
grupo e para a formação da Ordem dos Pregadores. O presente trabalho
se propõe a refletir principalmente sobre a importância das viagens na
trajetória clerical de Domingo de Gusmão e na formação posterior da
Ordem dos Pregadores.
19
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
A CONTROVÉRSIA MAIMONIDIANA NO INÍCIO DO SÉCULO
XIII
Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (UFES)
O médico, exegeta, rabino e filósofo Maimônides (1135-1204) é
considerado um dos maiores expoentes do Judaísmo medieval. Autor de
vasta obra no âmbito da Lei judaica (Halachá) na qual interpreta e reordena o
conjunto da Lei bíblica e do Talmud. Nascido em Córdoba (atual Espanha),
viveu no norte da África e Israel e se estabeleceu na cidade Fustat no Egito.
Sua correspondência e sua erudição incomum o tornaram o “segundo
Moisés” e um marco no pensamento judaico. Fez aproximações entre o
Judaísmo talmúdico e a filosofia neo aristotélica, que culminaram na obra
O Guia dos perplexos. Foi o motivo de algumas polêmicas e controvérsias
entre seus seguidores e seus opositores por causa de sua reordenação da
Lei e pela tentativa de conciliação entre a religião judaica e a filosofia que
pretendemos analisar em nossa apresentação.
MESAS REDONDAS
Data: 13 de Outubro
Horário: 16:30h às 18:00h
Mesa 3: VIAGENS E VIAJANTES NO PORTUGAL MEDIEVAL
Coordenação: Rita de Cássia Mendes Pereira (UESB)
DAS VIAGENS DOS MONARCAS E OUTRAS “GENTES DEL
REY”: DESLOCAMENTO ESPACIAL E CONSOLIDAÇÃO DA
MONARQUIA PORTUGUESA NOS SÉCULOS XIV E XV
Prof. Dra. Rita de Cássia Mendes Pereira (UESB)
No contexto da grande crise social e dinástica que ficou conhecida
como “Revolução de Avis” (1383-1385) foram estabelecidas as novas bases
políticas e sociais do reino português. Ainda sob o efeito do movimento de
1383 e da guerra que lhe seguiu, Fernão Lopes escreveu as suas crônicas,
instrumentos de afirmação dos princípios monárquicos e da casa dinástica
de Avis. Sob a pena de Fernão Lopes, a escrita historiográfica tornou-se
parte da política oficial do reino. Tendo por fonte a Crônica de D. Pedro I,
a Crônica de D. Fernando e a Crônica de D. João I, atribuídas a Lopes, este
trabalho tem por objetivo discutir a importância do deslocamento espacial
de reis e outros personagens das cortes para o processo de consolidação da
monarquia portuguesa nos séculos XIV e XV.
20
Resumos de Mesas Redondas
NUN’ ÁLVARES E GALAAZ: CAVALEIROS ANDANTES ENTRE
O REAL E O IMAGINÁRIO
Prof. Dra. Adriana Zierer (UEMA)
O objetivo deste trabalho é mostrar como o modelo do cavaleiro
puro, virgem e sem pecados, Galaaz, que empreende uma viagem mística
em busca do Santo Graal, é relido no final da Idade Média em Portugal
através de Nun’Álvares, comandante militar de D. João I. Através da
comparação entre ambos é possível notar as inter-relações entre as viagens
reais e imaginárias na figura do cavaleiro cristão.
A VIAGEM DA PRINCESA:
uma visão das crônicas e das Artes
Prof. Dra. Lenora Pinto Mendes (UFF)
A principal festividade do reinado de D. Manuel foi o casamento
de sua segunda filha, a princesa Beatriz com o Duque Carlos de Sabóia
em 1521. Para encontrar-se com seu futuro marido a princesa, junto com
a corte portuguesa empreendeu uma viagem por mar a bordo de uma
armada de 18 embarcações que saiu de Lisboa no dia quatro de agosto e
depois de muitas peripécias chegou ao porto de Vila Franca de Nice no
dia vinte e nove de setembro. O casamento da princesa e a sua viagem foi
documentado em três crônicas do período além de ser tema de um auto
vicentino. Tanto as crônicas quanto as manifestações artísticas relativas
ao casamento e viagem da princesa deixam transparecer a preocupação do
rei com sua imagem e a do seu reino.
AS VIAGENS DE DAMIÃO DE GÓIS: UTOPIA E CIÊNCIA
Marcio Paes Selles (UFF)
As viagens ofereceram uma oportunidade ideal para Damião de
Góis ampliar seu conhecimento de economia, política e cultura através
da investigação dos diferentes reinos que conheceu principalmente
em missões diplomáticas. Aprendeu a apreciar novas perspectivas em
diferentes campos da atividade humana. Travou contatos com diversos
humanistas como Erasmo, Melanchton, Thomas More e Lutero. Viveu
inicialmente na Antuérpia como secretário da Casa das Índias. Viajou pela
Alemanha,Polônia, Inglaterra e Dinamarca. Posteriormente, para alargar
seus conhecimentos, estudou em Pádua de 1534-38. Além disso, o contato
que desde a mais tenra idade, na corte de D. Manuel manteve com viajantes
de terras distantes, principalmente da Etiópia e Índia, o fez produzir dois
21
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
opúsculos sobre o cristianismo oriental, com idéias nitidamente ecumênicas
e erasmistas. Essas ideias se colocavam como uma via alternativa aos
debates em que se afundava a Igreja dilacerada pelo crescimento do
protestantismo.
MESA 4: VIAGENS E VIAJANTES NA AMÉRICA, GRÉCIA E
ROMA ANTIGOS
Coordenação: Prof. Dra. Ana Teresa Marques Gonçalves (UFG)
RESULTADOS DO PROJETO ARQUEOLÓGICO ILHA
CERRITOS
Prof. Dr. Alexandre Navarro (UFMA)
Nesta mesa redonda proponho discutir os resultados de uma série
de escavações realizadas no sítio arqueológico de Ilha Cerritos, Península
do Iucatã, México, entre os anos de 2005 e 2010, sendo uma delas sob
minha coordenação. A Ilha Cerritos foi um importante porto da cidade de
Chichen Itzá durante o Clássico Terminal (ca. 800-950 d.C.). As nossas
pesquisas corroboram para o entendimento de como se estabeleceram as
rotas comerciais costeiras maias e a estratégia utilizada pelos habitantes de
Chcihén Itzá para a cobrança de tributos de cidades conquistadas através
destas rotas marítimas. Um das conclusões é que todos os bens de luxo
e prestígio tributados por Chichén Itzá chegavam nesta cidade via mar
através da Ilha Cerritos. O SÁBIO E O VIAJANTE: OS TEXTOS HISTORIOGRÁFICOS
DA GRÉCIA ANTIGA E A PRESENÇA COMO CRITÉRIO DE
VERDADE
Prof. Dr. Luiz Otávio de Magalhães (UESB)
Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre os critérios de
afirmação da verdade sobre as ações humanas construídos, a partir do século
V a.C., pelas narrativas historiográficas da Grécia antiga. Em Heródoto,
Tucídides e Políbio, viajar, estar presente, ver com os próprios olhos,
recolher pessoalmente indícios e testemunhos, passam a ser procedimentos
inerentes à investigação histórica. Neste sentido, o histôr se torna tanto
um investigador como uma testemunha visual e a prática do viajante, cujo
protótipo mítico é a figura de Odisseu, se afirma como condição necessária
ao conhecimento da verdade.
22
Resumos de Mesas Redondas
AS VIAGENS DE SEPTÍMIO SEVERO E CARACALA: UMA
ANÁLISE DAS CERIMÔNIAS DE ADVENTUS
Prof. Dra. Ana Teresa Marques Gonçalves (UFG)
Os Imperadores Romanos costumavam viajar durante os seus
governos para fiscalizar os exércitos, promover trocas políticas com as
elites provinciais, conhecer cidades importantes para a manutenção do
limes, fomentar contatos culturais com os povos conquistados, entre outros
motivos para que eles se movimentassem junto com membros de sua corte,
sua família e da Guarda Pretoriana pela extensão imperial. Estas viagens
eram planejadas com bastante antecedência e as províncias se engalanavam
para receber os Príncipes e seus acompanhantes. Assim, temos relatos das
festividades que eram preparadas para entreter e homenagear os soberanos
viajantes e para demonstrarem sua lealdade a Roma. Nesta comunicação,
propomo-nos a analisar as cerimônias de adventus, ou seja, as festas
que foram realizadas nas cidades provinciais que receberam a visita dos
Imperadores Septímio Severo e Caracala.
MESAS REDONDAS
Data: 14 de Outubro
Horário: 16:00h às 18:00h
MESA 5: VIAGENS E VIAJANTES NA GRÉCIA ANTIGA
Coordenadora: Prof. Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA)
OFICINA E ARTESANATO EM CORINTO ARCAICA
Prof. Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima
(NEREIDA /PPGH/UFF)
Na presente comunicação iremos analisar a atuação dos artesãos
na pólis de Corinto no período arcaico. Consideramos o ergasthérion
(oficina) um espaço conectado à cultura e à própria espacialidade da pólis.
Os pintores da ásty (espaço urbano) estavam sensíveis aos contatos com
comerciantes e artesãos de outras comunidades e de outras culturas.
23
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
HISTÓRIA DE VIAGENS E VIAJANTES: RELATOS SOBRE O
MITO DE ATLÂNTIDA
Prof. Dra. Ana Livia Bomfim Vieira
(Mnemosyne/NEREIDA/UEMA)
Civilização lendária, mito ou alegoria platônica da desagregação
de valores sociais e seus desdobramentos, Atlântida é ainda um dos relatos
mais fortes no imaginário ocidental. E muito do que conhecemos deste
mito foi sendo construído a partir dos relatos de viajantes, já que esta
tradição foi compartilhada por diferentes culturas. Analisaremos, neste
trabalho, alguns desses relatos de viagem sobre o mito de Atlântida e como,
possivelmente, ele pode ser associado ou pensado como uma alegoria para
os conflitos sociais.
VIAGENS DE OBJETO E IDEIAS ENTRE A GRÉCIA E O
MUNDO COLONIAL:
cerâmica e interculturalidade na Magna Grécia
Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira (UFPEL)
Os contatos comerciais entre o Egeu e o Sul da Itália remontam
ao período micênico. No entanto, é a partir da metade do século VIII que
inicia um sistemático movimento de criação de colônias gregas (apoikiai)
no Sul da Itália e Sicília, que veio a constituir a chamada Magna Grécia.
A cerâmica, objeto portador ao mesmo tempo de funcionalidade e apelo
decorativo, mediou diversas formas de relações interculturais travadas
entre gregos metropolitanos, gregos coloniais e populações nativas.
Aculturação ou transculturação são duas perspectivas opostas para se
pensar o modus operandi destas trocas interculturais. Se a viagem é o que
coloca duas culturas diferentes em contato, o estabelecimento do mundo
colonial grego na Peninsula Itálica foi marcado por viagens, passageiras
ou definitivas, exploratórias ou fundacionais, comerciais ou migratórias,
pacíficas ou bélicas, que colocaram em contato não somente pessoas, mas
sobretudo seus objetos e suas ideias: foram contatos que se enraizaram
de modo a transformar a cultura e gerar expressões culturais novas.
Apresentaremos algumas reflexões sobre como estas trocas interculturais
podem ser verificadas na cerâmica ápula, em sua morfologia e iconografia.
24
Resumos de Mesas Redondas
MESA REDONDA 6: VIAGEM, CULTURA E RELIGIOSIDADE NA
IDADE MÉDIA
Coordenadora: Prof. Dra. Angelita Marques Visalli (UEL)
UNINDO O PORÃO AO SOTÃO: A CULTURA CAMPONESA NA
ALTA IDADE MÉDIA OCIDENTAL
Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos
(UFF – NIEP-PréK – Translatio Studii)
Não consiste em novidade alguma vincular a “paixão original” e o
arrebatador desenvolvimento do campo dos estudos medievais no Brasil,
desde a década de oitenta do século passado, à forte influência e sedução
exercida em plagas brasileiras pela Nova História francesa de eminentes
medievalistas como Jacques Le Goff, Georges Duby e Emmanuel Le Roy
Ladurie, entre outros. Promotora dedicada dos estudos das Mentalidades,
tal suposta “terceira geração” da Escola dos Annales seria responsável
pela realização de uma “revolução dentro da revolução”, deslocando a
concentração do foco dos historiadores do porão ao sótão, da infra para a
superestrutura! De minha parte, parece-me que a tão celebrada “revolução”
consistiu, essencialmente, num “golpe” que decretou a morte dos princípios
celebrados pelos fundadores da escola francesa, cujos nexos com o marxismo
eram evidentes. O objeto central desta exposição consiste em criticar o
reacionarismo e o idealismo intrínseco aos conceitos de mentalidade e, em
especial, de cultura, seu sucedâneo, propondo uma abordagem alternativa e
materialista do conceito que o radique na experiência e nas relações sociais
cotidianas – de exploração e de resistência do campesinato ibérico da Alta
Idade Média.
A DOENÇA E A CURA: RELIGIÃO E PODER
NA GÁLIA DO SÉCULO VI
Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF/Scriptorium)
Os milagres de cura sempre se apresentaram como um dos mais
eficazes meios de afirmação do cristianismo no Ocidente medieval.
Revestem-se de particular importância, nesse caso, os milagres atribuídos
à ação dos santos e de suas relíquias. Para além de sua importância como
instrumentos de evangelização, tais milagres e a promoção dos cultos a
eles associados consistiam em importantes mecanismos de suporte ao
poder episcopal. Mas a documentação que nos chega desse período sugere
que, longe de existir um monopólio episcopal da cura, havia um intenso
conflito entre diversos agentes em torno da capacidade de curar. Médicos,
25
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
curandeiros pagãos e eremitas aparecem em cena, o que nos permite tratar
dessa questão não apenas no âmbito do universo religioso, mas também no
contexto das relações de poder.
VIAGEM SEM FRONTEIRAS: O ROMANCE DE TRISTÃO E ISOLDA
NA CONTEMPORANEIDADE DA LITERATURA PORTUGUESA
Profa. Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA)
Considerado uma das grandes histórias de amor da Idade Média,
O romance de Tristão e Isolda, inicialmente assentado nas tradições que
parecem remontar ao período de dominação viking na Irlanda, século X,
ganhou roupagem artística no século XII, no contexto anglo-normando.
Escrito em francês e traduzido para diversas línguas, dentre elas o alemão,
reúne elementos que constituem o que há de mais refinado no romance
medieval: um esposo nobre traído, poções de amor ensejando esperanças
impossíveis, dragões e desastres, morte trágica inevitável e um amor que
sobrevive após a morte. Interessa a esse trabalho destacar essa história
de paixão que atravessa o tempo e passa a ser recontada, sob o viés da
contemporaneidade, por poetas renomados da literatura portuguesa, como
é o caso de Sophia de Mello Breyner Andresen. Uma história que viaja
gerações e que não pode ser esquecida.
A ESPADA SARRACENA ELEVA OS MENORES: A
REPRESENTAÇÃO DO MARTÍRIO DOS DISCÍPULOS DE
FRANCISCO DE ASSIS NA FRANCESCHINA (1474)
Prof. Dra. Angelita Marques Visalli (UEL)
Na Franceschina (1474), obra composta em dialeto umbro
pelo franciscano Giacomo Oddi, são apresentadas as vitae de Francisco
de Assis e de outras personagens da Ordem dos Frades Menores, ainda
que não necessariamente santificados ou beatificados. As iluminuras que
acompanham a obra foram realizadas por autor anônimo. Registram e
divulgam experiências, buscando despertar a sensibilidade, por um lado,
por uma representação mística, vivenciada por Francisco e sua comunidade
primitiva e, por outro, pela exacerbação da violência sofrida pelos frades,
numa fase posterior à morte do poverello, principalmente no contexto do
embate com sarracenos. Os frades iluminados buscam o martírio como fase
final de seu processo de elevação e o iluminador somente reconhece esse
caminho para o reconhecimento da santificação dos menores.
26
RESUMOS DE CONFERÊNCIAS
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
Data: 11 de outubro
Horário: 18:00h
L´EMPEREUR EM VOYAGE: ROME ET PARIS AU XIVÉME
SIÈCLE
Prof. Dr. Jean-Claude Schmitt
(École des Hautes Études en Sciences Sociales)
Il est bien connu que, jusqu’au XVIIe siècle au moins, les
souverains européens furent de vrais nomades : souvent invoquées par les
historiens, les nécessités du ravitaillent de la cour ne sont certainement
pas la raison principale de ces voyages; le roi, l’empereur, le pape doivent
imposer leur présence physique et leur autorité à leurs sujets, notamment
à l’aristocratie locale ou aux villes tentées de revendiquer leur autonomie.
Ils ne restent jamais en place plus de quelques jours ! Des raisons plus
exceptionnelles ont aussi joué un rôle: en 13010, le Roi des Romains Henri
de Luxembourg (futur empereur Henri VII) traverse les Alpes avec toute
une armée pour recueillir à Rome la couronne impériale et en chemin
tenter de soumettre les communes d’Italie du Nord. En 1378, son petit
fils ’empereur Charles IV de Bohème rend visite à Paris à son neveu le
roi de France Charles V, réalisant ainsi le premier “voyage d’Etat” de
l’histoire diplomatique occidentale. Ces deux voyages bénéficient d’une
documentation textuelle et iconographique d’une richesse stupéfiante,
qui nous renseigne sur les itinéraires, les étapes, la perception de
l’espace, les enjeux multiples et avant tout les rythmes du voyage
impérial à cheval, en litière, en bateau ou à pied”.
REPARTINDO A TERRA NA GRÉCIA ANTIGA
Prof. Dra. Maria Beatriz Borba Florenzano (MAE-USP)
Platão, Aristóteles e tantos outros autores antigos muito falaram
do tamanho ideal e da disposição das propriedades agrárias para o
reconhecimento da cidadania na Grécia Antiga. Nesta conferência
queremos apresentar uma outra maneira de abordar este tema: destacar a luz
que a contribuição que o dado concreto da Arqueologia pode jogar sobre o
tema. Repassando e sistematizando as informações trazidas à luz por tantas
escavações arqueológicas no mundo grego - a Leste e a Oeste do Mediterrâneo
- tentaremos delinear os princípios básicos que guiaram a distribuição da
terra entre os habitantes das pólis gregas. Com isso, mostraremos também
as muitas formas adotadas pelos gregos de organizar a sua “khóra”.
29
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
EM TORNO DAS ACUSAÇÕES DE PROSTITUIÇÃO DE MARIA, A
MÃE DE JESUS, NOS PRIMEIROS SÉCULOS DO CRISTIANISMO
Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)
Busca-se analisar, nesta conferência, as acusações de prostituição
de Maria e, por conseguinte, de ilegitimidade do título de Messias dado a
Jesus. Tais acusações, apesar de terem sido forjadas do lado de fora das
comunidades cristãs, eram por elas conhecidas e permaneceram em curso
ainda no final do terceiro ou início do quarto séculos.
ESPACIALIDADE CITADINA E IMAGEM MENTAL NO SÉCULO
XIII: DISCURSOS POLÍTICOS E EDUCACIONAIS
Profa. Dra. Terezinha Oliveira (DFE/PPE/UEM)
O objetivo desta exposição é analisar a importância da cidade, no
século XIII, como um espaço original de construção social e intelectual.
Pretende-se evidenciar esta idéia pautando-se em documentos concernentes
à libertação das comunas e cartas sobre a universidade de Paris. Estas
duas naturezas de documentos explicitam, de um lado, o surgimento
de um ideário de liberdade e de identidade social novo no interior das
relações medievais. Por outro lado, espelham a organização de uma vida
intelectual, universitária, até então desconhecida para estes homens. Estas
duas percepções das relações humanas só poderiam ter surgido no espaço
da cidade, no qual os homens passam a viver coletivamente, adquirindo
necessidades comuns. É, pois, e somente neste cenário, que as pessoas
puderam principiar a criar uma concepção mental de si, distinta da que
dominara o mundo medievo até então.
O CICLO DAS NARRATIVAS ATLÂNTICAS: AS VIAGENS ÀS
CANÁRIAS DE GADIFFER E BETTENCOURT
Profa. Dra. Vânia Leite Fróes (UFF/Scriptorium)
Em suas mais diversas formas, os relatos de viagem desempenharam
na Idade Média função de grande importância. A presença de ilhas no
médio Atlântico, próximas à costa africana é referenciada por várias cartas
no medievo e não raramente associadas a muitas narrativas com elementos
edênicos e maravilhosos. Desde os séculos XII e XIII com o avanço das
frentes cristãs na Península Ibérica e o desenvolvimento material das
embarcações e dos recursos técnicos para a navegação, tem-se noticias da
chegada de marinheiros e religiosos na região. Dentre estas noticias temos
as narrativas de Boccaccio e de Petrarca. Foi efetivamente em 1402 que se
30
Resumos de Conferências
iniciou a conquista destas ilhas, com a expedição a Lanzarote do normando
Jean de Bethencourt e do pictarino Gadifer de la Salle. A dificil empreitada
só terminou em todo o arquipélago no final do século quando os guanches
efetivamente se rendem. O relato destes viajantes é rico na descrição do
universo dos nativos: sua caracterização, seu meio ambiente, suas crenças
e línguas, apontando o duplo estranhamento causado pelo encontro dos
europeus com os nativos.
LES VOYAGES AU FÉMININ: L´IMAGINAIRE GREC ET LES
FIGURES DE VOYAGEUSES
Prof. Dra. Pauline Schmitt Pantel
(Université Paris1 Panthéon-Sorbonne)
Depuis Hélène chez Homère jusqu’aux héroïnes des romans grecs :
Callirhoé, Anthia, Leucippé et Chariclée, il existe un certain nombre de
figures de femmes qui voyagent à travers le monde grec. La plupart d’entre
elles sont les créations des mythes comme Iris et ses soeurs les Harpies,
ou encore Ariane, les mêmes et d’autres ont été élaborées par les textes
historiques comme les Amazones depuis Hérodote, tragiques comme
Médée, poétiques, romanesques, d’autres enfin ont une existence inscrite
dans l’histoire comme Artémise d’Halicarnasse, fille de Lygdamis roi de
Carie, qui accompagne Xerxès en Grèce lors des guerres médiques. Il
s’agit d’étudier à travers la diversité des genres littéraires et des contextes
historiques la représentation que les Grecs se font de femmes qui changent
d’espace et perturbent ainsi le partage traditionnel entre un espace masculin
mobile et un espace féminin immobile. Cette étude permet de mieux
comprendre quelle est la construction grecque du « gender », cette relation
sociale entre les femmes et les hommes qui marque l’histoire des sociétés
antiques.
31
RESUMOS DOS MINI-CURSOS
A REALEZA MEDIEVAL PORTUGUESA: PERSPECTIVAS DE
ANÁLISE
Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF – NIEP-PréK – Translatio
Studii)
O mini-curso propõe-se a abordar os principais elementos envolvidos
no processo de afirmação e consolidação do poder régio no medievo
português com base na análise de três eixos cruciais, intrinsecamente
articulados, a saber: 1. a caracterização da realeza, considerando-se a
produção e circulação de idéias, doutrinas, crenças e símbolos relativos
ao poder régio; 2. a caracterização das estruturas estatais, abordando-se
a sua constituição e evolução; 3. a análise da natureza das relações e dos
vínculos estabelecidos entre o rei e a sociedade. Para o desenvolvimento
da abordagem proposta, será o seguinte o conteúdo programático do minicurso: 1. Questões teórico-metodológicas: política, poder, realeza, estado;
2. Montagem e evolução do aparelho estatal: 2.1. recursos materiais e
financeiros; 2.2. administração local e central; 2.3. a burocracia estatal;
2.4. progressos e limites da centralização; 3. O Discurso e a Ideologia
Monárquicas: 3.1. os “veículos”: 3.1.1. as “doutrinas políticas” e o direito
romano; 3.1.2. a literatura moralística; 3.1.3. simbolismo e propaganda;
3.1.4. as cerimônias do poder: a unção, o funeral e as “entradas” régias; 3.2
- as “imagens”: 3.2.1. o Rex Dei Gratia e seus desdobramentos; 3.2.2. o Rei
Perfeito e sua antítese; 3.2.3. o “Rei Taumaturgo” e o “Físico”.
A ÁFRICA E A GEOPOLÍTICA DO MUNDO ANTIGO CLÁSSICO
Prof. Dr. Josenildo de Jesus Pereira (UFMA)
O Mundo Antigo Clássico: conceito, demarcação e a Africa no
contexto do Império Romano.
O HOMO VIATOR NA DIVINA COMÉDIA
Prof. Ms. Gibson Monteiro da Rocha (UPE)
Visamos proporcionar uma percepção mais ampla da noção de
viagem e viajantes na Divina Commedia, tomando por base a relação entre
a viagem de Dante-personagem na Commedia e as viagens de Ulisses,
Eneias, Paulo e Maomé. Pretendemos, com isto, problematizar o diálogo
que Dante-autor estabelece com outras referências de viajantes na escrita
da Commedia, sejam elas gregas ou latinas, cristãs ou islâmicas. Assim,
sugerimos uma ampliação da percepção de homo viator na Idade Média,
evitando restringi-la à noção de viajante cristão que não se identifica com
35
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
este mundo e leva uma vida itinerante aguardando a chegada ao paraíso.
A esta visão, acrescentamos o fato de que na Idade Média existiam outras
referências de viajantes, como as que Dante-autor toma por base ao
compor sua obra-prima: a clássica e a islâmica. Nossa oficina tem por base
os trabalhos desenvolvidos por Dantistas como Carlo Saccone, Giorgio
Padoan e Miguel Asín Palacios.
Palavras-chave: Divina Commedia, viajantes clássicos, viagem de
Maomé;
ISIDORO DE SEVILHA: ENTRE A TEOLOGIA E A POLÍTICA E A
ORDENAÇÃO DO SABER NO REINO DA HISPANIA VISIGÓTICA
Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (UFES-ES)
Isidoro de Sevilha é o autor de uma vasta obra permeada de erudição
e que almeja realizar uma síntese dos saberes greco-romanos herdados da
Antigüidade, com os saberes clericais, construídos pela Cristandade em
seus primeiros séculos. A síntese isidoriana utiliza da forma clássica para
inserir conteúdos de fundo religioso, sem se preocupar com os valores do
mundo greco-romano os quais considera inadequados e sem “espírito”.
Em seu projeto educacional, Isidoro constrói um vasto “edifício”, com
vários “andares”. Num nível inicial, estão as artes liberais entre as quais
a gramática, que permite analisar o significado das palavras em uma
dimensão simbólica. Num segundo nível está a exegese do texto bíblico
que propicia o contato com a palavra de Deus, e a busca de seus valores
e seus significados. E num ultimo nível do projeto educativo isidoriano
estão sua obra ética e teológica, o grandioso “Livro das Sentenças”, que
serve para descrever sua visão de mundo e como base para a educação dos
clérigos cultos. Este mini curso objetiva analisar a vida e a obra de Isidoro
de Sevilha, sob a ótica educacional.
VIDA MONÁSTICA E SANTIDADE FEMININA NA GÁLIA DO
SÉCULO VI : O MOSTEIRO DA SANTA CRUZ EM POITIERS
Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF/Scriptorium)
Em meados do século VI foi organizado em Poitiers uma
comunidade monástica feminina sob a liderança da monja Radegunda
(†587), até poucos anos antes esposa do rei franco Clotártio I (511-561). O
mosteiro adotou a regra para mulheres redigida pelo bispo Cesário de Arles
(†542) e manteve-se sob a influência de Radegunda, embora a mesma
nunca tenha exercido ali funções abaciais. Em 568 Radegunda obteve do
imperador de Constantinopla Justino II (565-578) relíquias da Santa Cruz,
36
Resumos dos Mini-Cursos
intensificando o papel de seu mosteiro como centro religioso na Gália.
As conexões da fundadora com a realeza merovíngia e com importantes
lideranças eclesiásticas de seu tempo, bem como as tensas relações entre
seu mosteiro e os bispos de Poitiers, tornam a trajetória de tal instituição
especialmente relevante para que se possa mergulhar na complexa história
do cristianismo na Gália, especialmente no que se refere ao universo
monástico feminino.
ARQUEOLOGIA DO CONTINENTE AMERICANO: da chegada
dos primeiros homens às sociedades pré-colombianas
Prof. Dr. Alexandre Navarro (UFMA)
Este mini-curso tem como objetivo apresentar um panorama geral
da Arqueologia do continente americano. Em primeiro lugar, propõe-se
apresentar a ocupação do continente americano e discutir as principais
teorias acerca da ocupação do território. Num segundo momento, buscase compreender o desenvolvimento das sociedades pré-colombianas,
como maias, astecas e mixtecas, além daqueles que se desenvolveram na
América do Sul, como mochicas e incas. O mini-curso se enfocará mais nas
culturas pré-colombianas do México, sobretudo a maia. Aspectos políticos,
como a formação do Estado; tecnológicos, como construção de pirâmides
e religiosos, como as cosmologias envolvendo sacrifícios humanos e o
panteão divino serão examinados com maior profundidade. O mini-curso
termina com um panorama da Arqueologia brasileira, sobretudo a da
Amazônia (como os Tapajós) e a formação dos cacicados amazônicos.
RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DE DOIS JUDEUS PALESTINOS
NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO I: JOÃO, O BATISTA; E
JESUS DE NAZARÉ.
Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)
Objetiva-se, com este mini-curso, analisar duas figuras históricas
marginais do Judaísmo intra-palestino do século I. Muitas vezes, por
motivos religiosos, João Batista e Jesus são pensados conjuntamente, com
o primeiro sendo predecessor, como aquele que abre o caminho para o
segundo passar. Convém ter cautela em tal análise, pois ela nada tem haver
com História, mas sim com discursos teológicos marcadamente militantes.
37
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
MULHER E MAGIA NO PORTUGAL MEDIEVAL
Luciana de Campos (NEVE)
O mini curso tem como objetivo analisar alguns aspectos da
vida feminina no Portugal medieval, mais especificamente o período
compreendido entre os séculos XII, XIII e XIV. E, ao analisarmos
determinados pontos da vida feminina nos deparamos com outro aspecto
fundamental do cotidiano das mulheres em Portugal: as práticas mágicas.
As cantigas trovadorescas, majoritariamente as satíricas – de escárnio e
mal-dizer – tratam especificamente dos comportamentos femininos e dos
artifícios mágicos utilizados pelas mulheres – das rainhas às camponesas
– para alcançarem seus objetivos. Traçar, portanto, um perfil das mulheres
portuguesas medievais e analisar as práticas mágicas por elas inseridas no
cotidiano é o intuito deste curso.
INTRODUÇÃO AO HEIMSKRINGLA: RELAÇÃO ENTRE
A HISTÓRIA E LITERATURA NAS SAGAS DOS REIS
NORUEGUESES
Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) & Prof. Mstr. Pablo Gomes de
Miranda (UFRN/NEVE)
Esse curso tem como principal meta, introduzir diversos conceitos
pertinentes aos estudos do Heimskringla e da literatura medieval islandesa,
aos estudantes de graduação e profissionais de História que tenham interesse
nos estudos escandinavísticos. Ofereceremos abordagens metodológicas
e aproximações críticas às produções islandesas, principalmente as que
se referentes aos reis noruegueses e escandinavos que perpassam a Era
Viking. Possibilitaremos aos interessados desenvolver, posteriormente,
suas próprias aproximações dentro da relação entre História e Literatura.
38
RESUMOS DE OFICINAS
GUERREIRAS GREGAS E VIKINGS NO CINEMA E TV: ENTRE A
HISTÓRIA E A FANTASIA.
Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE); Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/
NEVE); Josileia Almeida (UFMA/NEVE);
A oficina pretende analisar algumas produções fílmicas e seriados
de televisão, dos anos 1950 até a década de 2000, cujas produções enfocaram
guerreiras amazonas e vikings. Partindo de pressupostos metodológicos da
histórica cultural e do imaginário, pretendemos refletir como o contexto
social, cultural e psicológico moldou representações fantasiosas sobre
o passado histórico antigo e medieval. As principais produções a serem
analisadas são: The saga of the viking women and their voyage to the waters
of the great sea serpent (EUA, 1957), que retrata a sociedade escandinava
da Era Viking, mas com inspiração estética nas amazonas gregas; The
viking Queen (Inglaterra, 1967), reconstituindo a trajetória de Boudica, a
rainha celta que lutou conta os romanos, novamente com influência nas
amazonas; Thor and the amazon women (Itália, Le gadiatrici, 1963), sobre
uma comunidade de amazonas que escraviza homens, com referências
nórdicas; a série de TV Mulher maravilha (anos 1970), que reelabora e
populariza mundialmente o mito das amazonas; Outlander VS predador
(2008), ficção que destaca a guerreira escandinava.
OLHARES SOBRE O COTIDIANO DA GRÁCIA ANTIGA:
abordagens iconográficas
Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira – Universidade Federal de Pelotas
Neste curso, a documentação iconográfica será apresentada
segunda a metodologia de catalogação temática e abordagem sistemática,
colocada em diálogo com o testemunho dos textos antigos, relidos a partir
dos novos olhares proporcionados pelo registro imagético. O material
iconográfico a ser trabalhado pertence às indústrias cerâmicas áticas das
técnicas de figuras negras e figuras vermelhas, datadas dos séculos VI e
V AEC. A proposta inicial é desenvolver quatro temáticas, permitindo
abordar reflexões de caráter social e cultural com base na análise das
fontes iconográficas. Os temas previstos são: 1. A educação escolar
(1h) 2. Aspectos sobre o homoerotismo (1h) 3. Casamento - intimidade,
psicologia e expectativas femininas(1h) 4. Culto funerário: tensões entre o
direito familial do costume e as leis da pólis (1h) De acordo com a minha
metodologia de trabalho, a programação poderá ser adaptada conforme a
dinâmica de desenvolvimento da atividade, podendo acarretar a exclusão
41
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
de algum tema e, eventualmente, a visita a outros temas, não previstos
inicialmente. TEATRO GREGO NA ESCOLA: ENSINO, EXTENSÃO E
PESQUISA
Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE) e Sérgio C. de Mendes
Júnior (UPE)
Propomos levar aos participantes desta oficina uma capacitação para
a montagem do Festival de Teatro Grego em salas de aula do ensino médio. A
oficina apresentará e discutirá os fundamentos teórico-metodológicos desta
proposta e uma seleção de textos teatrais da Grécia clássica, produzidas
pelos quatro mais destacados dramaturgos: Aristófanes, Ésquilo, Eurípedes
e Sófocles. Trechos das obras destes autores serão lidos, discutidos e
adaptados (em sua linguagem e, dentro do possível, em seu conteúdo) pelos
participantes da oficina, os quais formarão elencos. Serão feitas leituras
preparatórias, pesquisas sobre contexto, autores e personagens e uma
apresentação final. Os professores orientadores coordenam os trabalhos,
organizam os elencos e instruem-nos nas possibilidades de apresentação.
Discutem as peças com eles, distribuem bibliografia mais específica até o
trabalho final. Após cada apresentação será feito um debate tanto com os
atores quanto com o público assistente, e os elementos mais destacados
da peça que acabou de ser vista são discutidos em sala. Assim, o conteúdo
estudado pode ser observado de forma mais sensível por todos os agentes
envolvidos no processo de estudo da antiguidade. A proposta do Festival
de Teatro Grego se insere no contexto do Ensino de História e da Formação
da Cultura Histórica.
MÚSICA MEDIEVAL EM PORTUGAL À ÉPOCA DA DINASTIA
DE AVIS
Profs. Drs. Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes (UFF)
O período da Dinastia de Avis coincide com uma série de mudanças
na escrita musical visando atender melhor as exigências da polifonia que
estava se desenvolvendo. Essas mudanças são estabelecidas principalmente
pelo movimento da “Ars Nova”, surgido na França e encabeçado por
Philipe de Vitri e Guillaume de Machaut. A nova notação musical vai
possibilitar a execução de polifonias mais complexas e isso vai refletir na
produção musical de toda a Europa, incluindo Portugal. O crescimento da
polifonia, favorecida pela nova escrita vai proporcionar o desenvolvimento
das Capelas Reais das quais a que vai se destacar mais pela produção
42
Resumos de Oficinas
musical será a capela do Ducado de Borgonha que vai mesmo ditar as novas
tendências da música européia. Portugal, por sua vez, vai aos poucos se
afastando da escola franco-flamenga e se voltando mais para as tendências
ditadas pela Itália e inspiradas pelo humanismo nascente.
FONTES E ESTUDOS SOBRE O MEDIEVO: IMAGENS E
DOCUMENTOS
Profas. Dras. Terezinha Oliveira (UEM) e Angelita Marques Visalli (UEL)
Apresentamos uma discussão acerca da produção das imagens para
o período medieval, relacionando-a a produção literária, particularmente
de origem religiosa. A consideração dos recursos imagéticos como fonte
de pesquisa histórica não se coloca mais em discussão, mas os estudiosos
ainda se ressentem com o desconhecimento de metodologias para uma
exploração mais rica de suas possibilidades. A interação entre textos e
imagens pode favorecer a interpretação de ambos quando se considera a
especificidade de suas naturezas. Procuramos, assim, através do exercício
de análise de textos de franciscanos e dominicanos do século XIII e
imagens produzidas no período (Berlinghieri e Giotto) e mais tardiamente
(Hieronymus Bosch), promover o conhecimento do período através da
pesquisa e do ensino.
ESCRAVIDÃO EM ROMA ANTIGA
Prof. Dra. Sônia Regina Rebel de Araújo (UFF)
Neste curso, pretendemos abordar a escravidão antiga,
especialmente a do mundo romano, numa perspectiva marxista, de luta
de classes, apresentando os principais debates sobre o que é a escravidão,
quais as especificidades da escravidão mercadoria, e as características
centrais da escravidão no mundo clássico (Grécia e Roma). Também serão
abordadas questões teóricas e conceituais. Na segunda aula, será analisada
e discutida o que era ser escravo em Roma Antiga, as especificidades da
escravidão no mundo romano. Finalmente, na terceira aula, debateremos
questões relativas tanto ao entrelaçamento da escravidão antiga e moderna,
quanto àquelas referentes à rebeliões de escravos na Antiguidade.
43
RESUMOS DE COMUNICAÇÕES
PARA QUE SE VIAJAVA NA IDADE MÉDIA? Peregrinação, Outro
Mundo e Salvação na Hagiografia Medieval Portuguesa Conto de Amaro.
Naíres Matias de Souza (Graduanda em História – UEMA)
Orientadora: Profª. Drª. Adriana Zierer
Os motivos de um deslocamento na Idade Média iam desde trocas
comerciais a mudanças climáticas, mas, sem dúvida a aproximação com
o Divino por meio de peregrinações e seu propósito final (a graça da
salvação) foi um dos principais impulsionadores de viagens nesse período.
O Conto de Amaro (Século XV) faz parte da Coleção Mística de F. Hilário
de Lourinha , pertencente à biblioteca do mosteiro cisterciense português de
Alcobaça. A exemplo da narrativa imaginária Navegação de São Brandão
(X-XII) versa sobre a viagem ao Paraíso Terrestre empreendida por Amaro,
um escolhido na contemplação do paraíso terreal pertencente às visões do
Outro Mundo. Buscar compreender a idéia de peregrinação, a concepção
de Outro Mundo (representado no conto pelo espaço do Paraíso) e a busca
da salvação , nos coloca diante de uma das principais certezas para homens
e mulheres da Idade Média acerca do mundo em que viviam: a crença na
existência dos espaços do Além.
Palavras-chave: Viagem, Outro Mundo, Salvação, Conto de Amaro.
DA FESTA DOS LOUCOS À LOUCURA DA FESTA: o carnaval na
medievalidade
Prof. Fabio Henrique Monteiro Silva (UEMA)
Este estudo sobre o carnaval objetiva analisar as transformações
que ocorreram na festa carnavalesca na medievalidade. Além de refletir
sobre as negociações coletivas, o trabalho dirige a atenção para os discursos
produzidos acerca da festa momesca medieval, tendo como conceito
norteador a noção de carnavalização em Mikhail Bakhtin. Dessa forma, o
trabalho está teoricamente interessado em expressar o minoritário, a vida
comum que pode ser auferida através da leitura dos costumes que, ao serem
comungados, proporcionam a contínua definição e redefinição de múltiplos
coletivos.
A DIVINA COMÉDIA e A CONSTRUÇÃO DO PÓS MORTE
Medieval: o mundo subterrâneo como representação do mal
Mariza Pinheiro Bezerra (Mestranda em Cultura e Sociedade – UFMA.
Bolsista da FAPEMA.)
Esse estudo busca analisar as representações do mal na Idade
Média a partir d’A Divina Comédia (1321) de Dante Alighieri, enfocando
as noções de Inferno e Diabo presentes no imaginário dos medievos.
47
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
Apresentam-se considerações acerca do imaginário medieval sobre o
além, a idéia de viagem a outros mundos e o constante embate entre
as forças do bem e do mal as quais os medievos estavam submetidos.
Buscamos compreender a estruturação utilizada por Dante Alighieri na
formulação de um mundo subterrâneo (Inferno), à luz do conceito de
representação. Limitamos esse estudo à uma análise do pós morte medieval
no primeiro estágio da viagem idealizada por Dante, evidenciando a
lógica punitiva dos sentenciados por vida pecaminosa. Desse ponto de
vista, pretendemos fornecer subsídios para compreensão do constante
medo do mal que regulava os códigos morais de época e que determinava
as representações acerca do mal e de uma figura de oposição à Deus.
Palavras-chave: Imaginário Medieval, Inferno, Pós morte, Representação.
O TEMPO DAS EDDAS: ANÁLISE DO PERÍODO HISTÓRICO
PRESENTE NOS POEMAS EDDAICOS.
Breno Girotto Campos (Graduando em História UNESP/Assis)
Orientador: Prof.º Dr.º Johnni Langer (UFMA/NEVE)
O presente trabalho tem como objetivo a tentativa de compreender
o período de tempo presente nos poemas da Edda poética. Estes escritos,
compilados após a conversão dos islandeses (século X) são responsáveis
por nos legar um conhecimento do período anterior à cristianização:
estórias protagonizadas por deuses, gigantes e anões que compunham
o imaginário dos nórdicos pagãos. Assim, estas fontes expressam
elementos do período pagão escandinavo ou revelam elementos da
sociedade escandinava posterior a sua cristianização? Para responder esta
pergunta serão analisados aspectos do cotidiano, como relatos de hábitos
e comportamentos, e da cultura material, como relato de construções e
utensílios, presentes nesses escritos. A Edda poética, também conhecida
como Edda Maior (ou até mesmo como Elder Edda), ao contrário da
Edda em prosa, cujo autor é Snorri Sturluson, não tem seu autor revelado,
permanecendo-se anônimo. A maior parte de seus poemas se conserva em
apenas um manuscrito, chamado Codex Regius.
Palavras chaves: Edda Poética, Mitos Escandinavos, Sociedade
Escandinava.
48
Resumos de Comunicações
A DOCUMENTAÇÃO SOBRE INDUMENTÁRIA DO MUSEU
HISTÓRICO E ARTÍSTICO DO MARANHÃO
Cláuberson Correa Carvalho (Graduando em Letras, Bolsista BIC/UEMA)
Orientadora: Prof. Ms. Tereza Cristina Mena Barreto de Azevedo (UEMA)
Esta pesquisa centra-se na área de investigação da Análise do
Discurso (AD). Pretende-se identificar, no discurso da documentação sobre
o acervo de indumentária do Museu Histórico e Artístico do Maranhão
(MHAM), as marcas que refletem os valores simbólicos dos paramentos
usados em manifestações religiosas. O referencial teórico adotado
corresponde às orientações dos principais autores da AD (Maingueneau,
2008; Fairclough, 2001; e Foucault, 2010), no objetivo de compreender
o fenômeno da interdiscursividade: diálogo implícito e/ou explícito de
diferentes discursos presentes em uma mesma superfície discursiva.
Utilizaram-se também os tratadistas litúrgicos Lebon (1995) e Pastro
(2007), a fim de entender as representações significativas dos paramentos.
Quanto ao corpus, foram realizadas visitas ao MHAM para proceder
à coleta da documentação museológica sobre indumentária. As etapas
de coleta e análise do material foram direcionadas pelas indicações de
Bazerman (2005). A partir da análise do corpus desta pesquisa, verificou-se
que a ficha documental relaciona-se implicitamente com o discurso sobre o
uso e função que cada indumentária religiosa detém durante as atividades e
cerimônias litúrgicas celebradas no estado do Maranhão.
Palavras-chave: Documentação museológica, Interdiscursividade, Museu
Histórico e Artístico do Maranhão, Indumentária.
O IMAGINÁRIO EM RELAÇÃO AO CORPO NA ATENAS DO
SÉCULO IV A.C.
Andressa Nascimento Teixeira (Graduanda UEMA)
Orientador: Prof. Fabricio N. Moura e Profa. Margarida dos Santos
(UEMA)
Este trabalho tem como objetivo discutir sobre a beleza entre os
atenienses do século IV a.C.. Sendo necessário, compreender o imaginário
dos helenos em relação ao belo, e como isso repercutiu na sua cultura e
vida social. Neste sentido utilizaremos como objeto de análise a cortesã
Frinéia cuja beleza fora amplamente reconhecida pelos gregos.
Palavras-chave: Corpo; Atenas; Imaginário; Frinéia
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IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
RITOS FUNERÁRIOS NA ROMA REPUBLICANA
Maria Félix Pereira Calixto (Graduanda UEMA)
Orientador: Prof. Fabricio N. Moura e Profa. Margarida dos Santo
(UEMA)
A pesquisa tem a finalidade de avaliar a importância relativa a
respeito dos ritos fúnebres na Roma Republicana. Para isto, buscamos
fundamento teórico na obra de Arnold Van Gennep, na qual verificamos um
estudo ordenado sobre os cerimoniais de transição social dos indivíduos.
Utilizaremos também como prova documental o livro VI de Políbios,
que trata detalhadamente dos rituais de celebração da morte do cidadão
Romano. É interessante ainda analisar as características dos cerimoniais de
sepultamento dos homens ilustres, cujos mortos eram homenageados por
meio de manifestações espetaculares.
Palavras-Chave: Ritos Funerários; Roma; Morte.
A SEGUNDA GUERRA PÚNICA E O IMAGINÁRIO SOCIAL EM
ROMA – SEC. III A.C.
Phillip Sousa dos Santos (Graduando UEMA)
Orientador: Prof. Fabricio N. Moura e Profa. Margarida dos Santo
(UEMA)
O presente trabalho trata do Imaginário Social em Roma durante
a segunda guerra púnica, entre Roma e Cartago, da qual analisaremos
a documentação presente na obra “História de Roma” de Tito Lívio.
Utilizaremos ainda, como suporte teórico, os conceitos de Bronislaw
Baczko, destacando a idéia de imaginação e política, o imaginário e o
social. Assim poderemos compreender a relação entre a crise social e a
multiplicação de imagens aterrorizantes no seio do populus romano durante
o período acima citado.
Palavras-Chave: Imaginário; Roma; Guerras Púnicas.
AS PRÁTICAS SACRIFICIAIS EM CARTAGO – SÉCULO III A. C.
Prof. Fabricio Nascimento de Moura (UEMA)
As práticas Sacrificiais na sociedade cartaginesa podem ser
identificadas a partir da análise do Tarif Sacrificial de Marseille, cuja
origem remonta à Cartago do século III a. C., de acordo com a investigação
arqueológica. O recurso ao sacrifício pode ser identificado nas sociedades
antigas, a partir da teoria do antropólogo René Girard, como um elemento
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Resumos de Comunicações
apaziguador das tensões sociais. Entendemos, portanto que a análise
documental nos permitirá compreender um pouco mais a respeito da
sociedade cartaginesa a partir de seus próprios testemunhos, fugindo do
lugar comum das perspectivas de gregos e romanos, rivais históricos da
civilização púnica.
Palavras-Chave: Sociedade Cartaginesa; Práticas Sacrificiais;
VIRGILIO E A CONSTRUÇÃO DA IDEIA DO IMPÉRIO ROMANO
Phillipe Augusto Gomes Silva Bastos (Graduando UPE).
Vanessa da Silva Pereira (Graduanda UPE).
Orientador: Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE).
Os registros de acontecimentos passados alimentaram a história
durante muito tempo. Através da assimilação de personagens de contos
e mitos de uma cultura helênica, Roma construiu a concepção de uma
sociedade e de um império legitimo a partir do governo de Otavio Augusto.
E é sobre este caso que se pretende analisar pela mesma ótica, obras como
a de Publius Vergilius Maro, e ver como estes influenciaram na construção
da ideia de um povo romano e da legitimação de seu império.
Palavras-chave: Mito, Virgílio, Eneida, Otávio, Roma.
AS RAÍZES MEDIEVAIS DA FEITIÇARIA AMOROSA NO BRASIL
COLONIAL.
Fernanda Cristina Vale (Graduanda em História UFMA)
Dayana Jéssica Sousa de Sá (Graduanda em História UFMA)
Orientadora: Profª Dra. Marize Helena de Campos (UFMA)
O presente trabalho tem como objetivo apresentar, comparar e
analisar as práticas de magia afetiva e sexual do baixo medievo em relação
às ocorridas no Brasil Colônia, apontando as continuidades do imaginário,
a adaptação dos rituais e a relação das feiticeiras com as sociedades que as
circundavam. Utilizamos como aporte teórico a História das Mentalidades
em interface com a Micro – História, tendo como leituras bibliográficas de
referência autores como Francisco Bethencourt, Carlo Ginzburg, Carlos
Roberto Nogueira, e Laura de Mello e Souza, dentre outros. Centraremos
nossa análise na Idade Média nos séculos XIII e XIV, sobretudo em
indivíduos que agiram nas regiões que hoje correspondem à Itália, França,
Espanha e Portugal. No Brasil Colônia enfocaremos nossa análise mais
diretamente no Grão – Pará e Maranhão do século XVIII, utilizando – nos
das denúncias e confissões ao Santo Ofício da Inquisição nesses Estados.
Desse modo, pretendemos discutir as relações entre a magia amorosa no
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IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
medievo e no Brasil colonial, percebendo o estigma da feiticeira nos dois
momentos e em suas respectivas teias sociais, além de analisar a feitura
e os materiais dos feitiços em si, considerando que a maioria dos ritos de
conquista do Brasil Colônia tinham influência da magia medieval européia.
Palavras-chave: feitiçaria amorosa, Baixo Medievo, Brasil Colônia.
DIABO E PODER NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL
Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães (Mestre em História – UFPA)
O propósito deste trabalho é analisar as representações do diabo
na história, durante o Medievo e o processo de apropriação de tais
representações como narrativas nas relações de poder. O diabo inspirou,
desde o Medievo até os dias atuais, certos discursos de controle social
baseado na personificação do mal e na dicotomia paraíso-inferno.
Reconhecendo que o imaginário medieval não se esgotou completamente
ao atravessar a Idade Moderna, defende-se que o diabo sobreviveu
tornando-se uma entidade presentificada no fenômeno da modernidade e
no processo de modernização no Ocidente do século XVI ao XX.
Palavras chave: diabo, história e poder.
O REI NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL: MECANISMOS
LEGITIMADORES NA CRÔNICA DE D. JOÃO I, DE FERNÃO
LOPES
Josena Nascimento Lima Ribeiro (Graduando em História CNPq/PIBIC/
UEMA)
Orientadora: Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA)
As obras de Fernão Lopes encomendadas pelo monarca D. Duarte
atravessaram o tempo e tornaram-se fontes na historiografia atual. Assim,
sua famosa trilogia de crônicas tornou-se a principal leitura voltada para a
análise do momento crucial que o reino de Portugal passava durante a Baixa
Idade Média. Diante de tais aspectos, destaca-se em especial a Crônica de
D. João I, onde o maravilhoso e o político imbricam-se para a legitimação
de uma dinastia em ascensão, a dinastia de Avis. Dessa forma, o monarca
D. João I torna-se, segundo Lopes, o “Mexias de Lisboa” e o inaugurador
da Sétima Idade no reino português, uma espécie de Imperador dos Últimos
Dias. Eleito pela vontade divina, o novo rei teve como primeira tarefa a
defesa de Portugal contra D. João de Castela, caracterizado na crônica
como o Anticristo. O estudo realizado pretende construir o percurso do rei
a partir da análise das obras de Fernão Lopes e distinguir de que maneira
o discurso messiânico foi colocado em prática para a consolidação de uma
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Resumos de Comunicações
“nova era” e para a produção do passado português.
Palavras-chave: Crônica de D. João I – Messianismo – Portugal
“FEITICEIRA” VIKING? UMA ANÁLISE DA
ESCANDINAVA NO IMAGINÁRIO FÍLMICO
Josileia Almeida (Graduanda em História, UFMA/ NEVE)
Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE)
MULHER
Diversos roteiros cinematográficos, em que está inserida a
sociedade germânica alto-medieval, são reproduzidos superficialmente das
sagas Islandesas. Como por exemplo, o filme A Lenda de Grendel (2005
direção, Sturla Gunnarsson) cujo roteiro foi adaptado do poema anglosaxão Beowulf. A produção reconstitui a cultura e os aspectos sociais
dos germânicos, sobretudo a representação das mulheres em diferentes
dimensões e contexto da sociedade germânica. O presente trabalho tem
por objetivo analisar a partir da imagem da personagem Selma (Sarah
Polley) no filme Lenda de Grendel (2005), os elementos que a define
como “feiticeira” no qual são construídos a partir de um imaginário social
moderno, representando desconforto e medo perante a sociedade no qual
esta inserida. O fato de ser considerada “bruxa” remete para a nossa
sociedade contemporânea, vários significados, configurados no imaginário
popular. Abrange a imagem de mulheres perversas que utilizam da magia
para pactuarem com seres “malignos”, concepções essas que, emergem do
cristianismo e sobrevive até os dias de hoje. A forma em que se configura a
imagem dessa mulher, põe em evidencia as definições das relações sociais,
redefinidas no contexto cultural aparentemente escandinava. É importante
frisar que o modo de representação segue efetivamente “modelos”
superficiais e estereotipados da sociedade viking. Como metodologias serão
utilizadas as considerações teóricas da relação entre História e cinema, de
Marc Ferro e outros teóricos, assim como as representações do medievo no
cinema, especialmente os estudos de José Rivair Macedo.
Palavras- chave: mulher viking, imaginário, cinema, História.
Uma louca viagem: representações da Loucura na
Stultifera navis de bosch
Kamilla Dantas Matias (Graduanda em História UESB)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rita de Cássia Mendes Pereira (UESB)
Um procedimento em relação aos loucos aparece com frequência
nas criações artísticas e literárias do fim da Idade Média: a deportação. Ao
lado dos loucos clássicos da literatura, como Merlin e Yvain, autoexilados
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IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
em uma vida selvática, à margem do mundo habitado, aparece a célebre
imagem da nave dos loucos, embarcação que trazia a bordo homens e
mulheres expurgados do convívio cotidiano com as pessoas “normais”.
Subordinado a convenções estéticas e conceituais próprias ao seu tempo,
mas, por outro modo, orientado por um impulso criador resultante da
sua experiência individual, o artista dedicado a registrar, por meio de
seu trabalho, a imagem da nave, fez alocar pessoas em seu interior. A
individualização dos passageiros resulta de um processo complexo de
identificação de determinados procedimentos, entendidos como lesivos
ao bom funcionamento da ordem universal. O presente trabalho tem por
objetivo analisar e contextualizar as representações da Stultifera Navis
de Hieronymos Bosch, com enfoque sobre os caracteres físicos, sociais e
comportamentais dos passageiros que nela se encontram.
Palavras-chave: Loucura; Nave dos Loucos; Bosch.
RISO E ENCENAÇÃO NAS METAMORFOSES, DE LÚCIO
APULEIO
Profa. Luciane Munhoz de Omena (UFG).
As Metamorfoses, de Lúcio Apuleio é uma narrativa literária situada
no século II d. C. que apresenta valores de degradação, mas igualmente de
regeneração, sendo os personagens dramatizados pela angústia, levandoos às situações risíveis. O motivo pelo qual a derrisão é provocada possui
dimensões e motivos diferenciados, são, por assim dizer, construções
historicamente datáveis. Em nosso documento, podem-se caracterizar duas
variáveis do riso degradante: uma é representada por ações cotidianas,
nas quais os personagens são acometidos por comportamentos excessivos
como a avareza, enquanto, o outro é o sagrado. A partir desta sacralidade
vivenciada no festejo do Riso, analisaremos as representações sociais de
poder na cidade de Hípata, levando-se em consideração o riso sagrado, o
qual atua como ato performático e como ato simbólico, que por vincular-se
a uma divindade, permite a busca através dela de ordenação e de equilíbrio
social.
Palavras-Chave: Riso, Encenação, Poder e Províncias Gregas. 54
Resumos de Comunicações
A HOMOAFETIVIDADE NO IMAGINÁRIO ÁTICO: AS OBRAS DE
ARISTÓFANES COMO ANÁLISE DO PENSAMENTO POPULAR
ATENIENSE
Luiz H. Bonifacio (Graduando UPE)
Orientador: Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE)
Aristófanes, comediógrafo e conservador da filosofia e educação
antiga atenienses, escreveu obras satíricas nas quais citou a homoafetividade
e o homoerotismo presentes na pederastia como problemáticas de sua
sociedade, e que, portanto, deveriam ser extintas, assim como outras
práticas aristocráticas “banalizantes” e que oprimiam a massa popular.
Aristófanes era um crítico social que se mostrava ao lado do povo em suas
sátiras; portanto, compreende-se que suas avaliações negativas sobre as
práticas pederastas e homoafetivas eram críticas da população mais pobre
em relação aos costumes luxuosos e “luxuriosos” das classes mais ricas.
Aristófanes se tornava, assim, um veículo de divulgação do pensamento
da massa popular e de protesto contra opressões sociais contra esta classe.
Palavras-chave: Pederastia; Homoafetividade; Comédia Grega.
A MEDIEVALIDADE AFRICANA: POSSIBILIDADES DE ENSINO.
Igor José de Matos Cruz (Especialização UEPA)
Maurel Ferreira Barbosa (Mestrando UFPA)
A história da África desde cedo nos é apresentada pelo véu da
historiografia tradicional eurocêntrica, que coloca os africanos apenas
como possuidores de uma historia a partir da chegada dos europeus em
seu continente e conseqüentemente com o estabelecimento das trocas
comerciais e a venda de africanos escravizados para as Américas a partir
do século XVI. Quando trabalhado nos bancos escolares, a antiguidade
e a medievalidade, os alunos são levados a pensar em sua maioria que
esses períodos históricos existiram apenas na Europa, quando muito no
Oriente. No caso da historia antiga Oriental, o Egito acaba sendo deslocado
enquanto império africano, para ser ensinado como se fizesse parte da Ásia.
O presente artigo propõe-se a discutir, à luz da lei 10.639/03, a questão da
medievalidade africana, que omitida nos bancos escolares, desconsidera
os diversos reinos e impérios que existiram na África. Como exemplo, o
império de Gana que começou a existir desde o século IV d. C. São muitos
os exemplos de como a África se manteve dinâmica, à despeito das ditas
“civilizações” européias durante o período medieval.
Palavras-chave: eurocentrismo – medievalidade – ensino.
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IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
CIDADES, FORTALEZAS E PODER: UM OLHAR SOBRE AS
FRONTEIRAS DE CASTELA NO SÉCULO XIII
Marcio Felipe Almeida da Silva (Mestrando em História UFF)
Orientadora: Profa. Renata Vereza (UFF)
Tendo em vista que hoje compreendemos as fronteiras como uma
linha ou extremidade que define os limites entre regiões distintas, nos
propomos neste trabalho analisar o conceito que tem esta palavra quando
aplicada ao reino de Castela no século XIII. Sabemos que as fronteiras
durante este período exerceram seu papel na mentalidade social, pois
permitiram a oportunidade de enriquecimento e a execução dos feitos de
armas em um campo pronto para batalhas, cavalgadas e escaramuças, onde
castelos e praças fortes assinalam a paisagem. Além de criar identidades,
é no século XIII que estes limites sofrem suas principais alterações, e
pouco será mudado depois das transformações territoriais promovidas por
Fernando III e Afonso X.
Palavras-chave: Fronteiras; Castela; Reconquista.
SOHEILA E CECÍLIA: DUAS PERSPECTIVAS FEMININAS DO
MEDIEVO NA CINEMATOGRAFIA
Marliane da Costa Dutra (Graduanda em História UFMA/NEVE)
Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE)
O cinema é um dos meios de comunicação de massa, mais
importantes em nossa contemporaneidade, se conformando em um dos
grandes difusores de pensamentos e comportamentos sociais. O caráter de
realidade que este trás em seu corpus, proporciona o tom de veracidade a
película, criando assim uma verdade fílmica, portanto este trabalho buscara
uma reflexão das formas de representação da figura feminina dentro de
duas produções cinematográficas que tem como foco principal a ordem
dos Cavaleiros Templários; Soldado de Deus (2005) de David Hogan e
ARN, o cavaleiro templário (2007) de Peter Flinth. No filme Soldado de
Deus, podemos destacar a figura de Soheila uma muçulmana que vive
de forma independente no deserto. Já em ARN, o cavaleiro templário,
pode-se destacar a figura de Cecília mulher frágil e sofredora que vive
por muito tempo em um monastério católico como forma de punição por
atos considerados pecaminosos. Portanto buscaremos identificar dentro
dessas duas produções que retratam o medievo, as permanências do que
a historiografia entende sobre as formas comportamentais das mulheres
do medievo e as intervenções contemporâneas na construção dessa
representação.
56
Resumos de Comunicações
NEM FOGO OU AÇO: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS EMBATES
ENTRE BERSERKIR E CLÉRIGOS NA CONVERSÃO DA
ISLÂNDIA
Ana Clara Thomazini Racy (Graduanda em História – UFF)
Pablo Gomes de Miranda (Mestrando em História pela UFRN/NEVE)
O presente trabalho tem como objetivo tecer algumas considerações
acerca dos conflitos descritos nas narrativas das Sagas Islandesas, entre
os Berserkir e o clero que adentra ao território islandês para converter a
população de colonos que lá se encontrava. Os berserkir são guerreiros
que estão presentes em várias sagas, são homens identificados com a
figura de Odin, uma das divindades do panteão das antigas religiosidades
escandinavas, enquanto os clérigos tentam por diversas vezes inserir-se
na sociedade islandesa e começar a conversão, tendo como patrono o rei
Óláf Tryggvason. Os conflitos que aparecem em nossas fontes tomam a
forma de duelos, aonde a fé cristã entra em prova direta contra os poderes
sobrenaturais dos berserkir, esses que não podem ser feridos nem por fogo
e nem por aço. Apesar de nos concentrarmos no Íslendingabók e na Kristni
saga como fonte, o nosso interesse é traçar um panorama abrangente e
recolocar esses personagens dentro da sociedade islandesa: quem são essas
pessoas e como estão organizadas dentro das narrativas escandinavas,
qual contexto confere este caráter para o embate destes entre si, enquanto
presentes nas fronteiras desta sociedade.
Palavras-chave: Berserkir; Conversão; Sagas Islandesas.
MEMORIAS MEDIEVAIS NA PRODUÇÃO DA AZULEJARIA
PORTUGUESA
Prof. Paulo César Alves de Carvalho (UFMA)
O Estudo busca-se a compreensão da produção de azulejos
hispano-mouricos pelas técnicas do alicatado, enxaquetado, corda-seca
e de arestas ligando a mesma a influência medieval de representações
imagéticas abstratas, heráldicas, devocionais, cotidiano, decorativas,
fúnebre e informativa, quando da entrada do azulejo em Portugal via
invasões mouriscas no século VIII, e o final do XVI, datação das primeiras
produções portuguesas. Visto que adoção desse elemento cerâmicoesmaltado por D. Manoel no Pálacio de Sintra, marco fundante a tomar
gosto de consumo como objeto signatário da arte nacional, e que alude
as experiências mudejares (árabes), de pavimento e revestimento de
mesquitas, à sua reapropriação pelo cristianismo crescente. Nas duas
formas estéticas da azulejaria na Peninsular revelam-se dois pontos:
57
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
primeiro, numa arte abstrata e geométrica, e no segundo, em arte figurativa.
Na primeira forma azulejar via viagens ultramarinas do oriente próximo
ou distante (Índia), rota comercial, sob efeito visual de tapetes, tecidos e
mobiliários. No segundo caso, ligado à própria produção Européia, que
difundiu-se tematicamente das gravuras flamencas e técnicas da majólica
Itala- renascentista em monocrômica azul.
Palavras-chave:Azulejo, Medieval, Técnica, Estética.
CONTOS MELUSINIANOS: A DAMA DO PÉ DE CABRA E O
ROMANCE DE MELUSINA COMO REPRESENTAÇÃO DO
FOLCLORE.
Polyana Muniz (Graduanda BIC/UEMA)
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Zierer (UEMA)
Os contos medievais trabalhados, a Dama do Pé de Cabra e o
Romance de Melusina, levantam em sua formação vários temas, dentre os
quais a questão da afirmação de um poder nobiliárquico e de sua herança
sobrenatural. Percebe-se nesses relatos uma mitologia previamente
existente e de origens indiscutivelmente não católicas por vezes aceitável
e provedora de bons frutos, e por outra excluída e monstruosa. De certa
forma, representam o embate medieval com as culturas existentes antes
da formação da Cristandade européia que enriqueceram o folclore popular
e erudito. Ainda que escritos diante de um contexto que glorifica certa
família (Haros de Biscaia no caso português da Dama do Pé de Cabra, e
dos Lusignan no Romance de Melusina), expõem elementos mitológicos,
culturais, e que correspondem ao imaginário de fantasia do modo como se
percebia e explicava a sociedade.
Palavras-chave: mitologia; folclore; nobreza; Melusina
PENSAMENTO, SÍMBOLO E COMUNICAÇÃO: O TRIVIUM
NO ENSINO MEDIEVAL E SUAS POSSIBILIDADES PARA A
EDUCAÇÃO MODERNA
Ricardo Santos de Carvalho (Graduando em História UFMA)
Orientador: Prof. Ms. Luciana de Campos (NEVE)
Este trabalho é uma apresentação de alguns aspectos do Trivium,
o conjunto formado por Gramática, Lógica e Retórica, matérias presentes
no ensino universitário medieval. Essas três áreas correspondem às
primeiras das sete artes liberais, base para o aluno na vida de aprendizado.
Antecedendo o Quadrivium, grupo das artes concernentes ao estudo da
matéria (Aritmética, Música, Geometria e Astronomia), o Trivium propõe-
58
Resumos de Comunicações
se à educação da mente e do espírito, e possui certos aspectos de fundo
moral ausentes no ensino contemporâneo. Desenvolveu-se, portanto,
dentro de um ambiente em que as ciências físicas eram estudadas aliadas às
investigações no campo da Metafísica e da Teologia, tal e qual na filosofia
grega, origem do conceito de artes liberais. O presente trabalho, além de
oferecer dados sobre elementos referentes ao Trivium -- como aspectos dos
conceitos de ciências e artes que a Idade Média recebeu da Antiguidade,
abandonados no Humanismo – rastreia sua permanência e atualidade
em experiências como a Educação Liberal de John Henry Newman e o
homeschooling, baseando-se principalmente no manual escrito pela Irmã
Miriam Joseph.
Palavras-chave: Artes Liberais, Trivium, Universidade, Educação
A TRAJETÓRIA DO BIENAVENTURADO DOMINGOS ATÉ SEU
ENVIO AO MOSTEIRO DE SILOS COMO ABADE REFORMADOR.
Rafael Santos Ribeiro (Graduando em História UFPA)
Prof. Ms. Thiago de Azevedo Porto (UFPA)
Este artigo é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido
junto ao projeto de pesquisa “Identidade e Alteridade na Antiguidade e
no Medievo: uma análise comparativa de hagiografias”, coordenado pelo
professor Msc. Thiago de Azevedo Porto, tendo como objetivo realizar um
estudo comparativo de hagiografias redigidas na antiguidade e no medievo.
Neste artigo, vamos trabalhar mais especificamente com A Vita Dominici
Siliensis, hagiografia que foi escrita por um monge de nome Grimaldo, a
parti do século XI. Foi a primeira Vita redigida sobre São Domingos de
Silos que viveu entre os anos 1000 e 1073, e segundo o seu hagiógrafo
foi, sacerdote, eremita e monge. Segundo relato hagiográfico, ao entrar
em conflito com o monarca Garcia, rei de Navarra, Domingo exilou-se em
Castela, onde atuou como abade-reformador do Mosteiro de São Sebastião
Silos. Portanto, O presente artigo vem trabalhar a trajetória de Domingos
desde “de su genealogia, lugar de nacimiento e infância” até torna-se abade
reformador do Mosteiro de Silos.
Palavras – Chaves: Domingos, Hagiógrafo, Milagres, Mosteiro de Silos.
UMA VIAGEM À TULAYTULA: CIDADE DE INTERSEÇÕES
Profa. Dra. Renata Vereza (UFF)
Em uma aproximação a Toledo muçulmana no século XI, isto
é, Tulaytula, é impossível não perceber a extrema vitalidade da cidade,
a intensa movimentação das suas ruas, a grande circulação de homens
59
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
e mercadorias provenientes dos mais variados lugares, enfim, certa
efervescência que a tornava um incontestável pólo peninsular. Atraindo
pessoas dos mais diversos lugares e povoando de imagens grandiosas
os visitantes que a descreveram. Analisar a distribuição espacial urbana,
isto é, sua morfologia, nos ajuda a compreender melhor a dinâmica da
cidade muçulmana e a perceber como esses fluxos humanos interagiam
em seu interior. As trajetórias urbanas dos diferentes grupos, as interseções
possíveis entre elas, os espaços de contato e, enfim, os espaços de poder
construídos são fundamentais para que possamos perceber o panorama
urbano como um todo e entender a singularidade que tanto encantou
àqueles que a descreveram.
Palavras-chave: cidade, espaço, al-Andaluz
EUSÉBIO DE CESARÉIA E A HISTÓRIA ECLESIÁSTICA: UM
DISCURSO IDENTITÁRIO ACERCA DA ORTODOXIA VIA
ALTERIDADE DAS HERESIAS
Elisana Ribeiro Oliveira (Graduanda UFPA)
Rosana Brito da Cruz (Graduanda UFPA)
Orientador: Prof. Msc. Thiago de Azevedo Porto (UFPA)
Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa que se propõe
a estudar e analisar comparativamente um conjunto de hagiografias,
salientando principalmente os discursos e as práticas presentes nestes
textos, com o objetivo de verificar os processos formadores de identidade
através do contexto de escrita de cada obra. Sendo assim foi analisada a
obra História Eclesiástica do bispo Eusébio de Cesaréia, já que a mesma
possui elementos que serviram como modelo para os textos hagiográficos
posteriores. Essa obra foi o ponto de partida para elaboração deste artigo,
no qual será analisado mais precisamente um aspecto da obra, que pode ser
observado como um discurso formador de identidade e que se dá através da
afirmação da ortodoxia pela alteridade das heresias, buscando consolidar
sua legitimidade.
Palavras- chave: Heresia, Ortodoxia, Identidade e Alteridade.
IDENTIDADE E IMAGINÁRIO EM TRANSFORMAÇÃO – O
INÍCIO DA MIGRAÇÃO DOS GODOS (376-410)
Sandro Teixeira Moita (Mestrando em História – UNIRIO)
O presente trabalho visa apresentar, de maneira breve, as mudanças
que se processaram na identidade e no imaginário dos Godos, no período
60
Resumos de Comunicações
de 376 a 410, no qual se deram importantes episódios na história desse
povo germânico e que marcaram tanto este povo quanto a sua relação com
o Império Romano. Destacamos a Segunda Guerra Gótica (376-382), a
Batalha do Rio Frigidus (394) e a Tomada de Roma (410) como eventos
que impulsionaram e direcionaram tais mudanças na identidade e no
imaginário, tocando a própria noção do “ser Godo”, ou seja, a percepção de
si próprio quanto a relação com o outro, no caso, os romanos e seu império,
e a influência decisiva que estes desempenharam na cultura gótica no seu
processo de transformação.
Palavras-chave: Godos, Império Romano, Identidade, Migrações.
MEDIEVO NA ESCOLA: ENSINO SOBRE IDADE MÉDIA NO
CONTEXTO ATUAL DO MARANHÃO.
Sarah Fernanda Moraes Gomes (Graduanda – UEMA)
Marla Campos (Graduanda História UEMA)
Orientador: Profª. Dra. Adriana Zierer (UEMA)
Este projeto tem por objetivo, trabalhar com alunos de escolas
públicas do Estado do Maranhão, o ensino de Idade Média em sala de aula.
Visa abordar suas características de forma clara e dinâmica; na expectativa
de desmistificar algumas teorias arraigadas de estereótipos acerca de tal
período histórico. E dessa forma, diminuir preconceitos e principalmente,
mostrar as permanências do pensamento medieval na sociedade, fazendo
desta maneira uma ligação entre passado e presente. Projetos como esse
visam diminuir “os muros” existentes entre a academia e a sociedade; além
de proporcionar aos estudantes graduandos de História Licenciatura uma
vivência com aquele que será seu ambiente de trabalho futuramente. Os
resquícios do pensamento medieval podem ser trabalhados com imagens;
livros didáticos; jornais; músicas e até mesmo em passeios, que possam
levar os alunos à transcendência do olhar e a novas perspectivas através do
ensino de história.
Palavras-chave: ensino, Idade Média, escola, Maranhão
INFERNO E PARAÍSO SEGUNDO A CONCEPÇÃO DE RAMON
LLULL (1232-1316)
Tayane Cristina Sousa Araujo (Graduanda em História BIC-UEMA)
Orientadora: Prof. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA)
Este trabalho visa apresentar os elementos fundamentais da
concepção de Inferno e Paraíso, além da representação de Vida e Morte
corporais e do Além segundo o pensamento de Ramon Lull (1232-1316),
61
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
importante filósofo,teólogo e poeta da língua catalã. O presente trabalho
também tem por objetivo mostrar a representação da geografia do Paraíso
e do Inferno e sua hierarquização geográfica, além da forte preocupação
do homem medieval com a morte, salvação e a expectativa de como
seria a vida pós-morte, tendo como base a fonte primária Doutrina para
crianças’(1275), obra considerada do ramo da História da Pedagogia,
que o filósofo escreveu dedicada ao seu filho e considerada um ‘’manual
de salvação luliano’’ para as crianças. Isso mostra a preocupação dos
medievais com a educação infantil e uma noção de como as crianças
eram educadas antes de serem encaminhadas, ou para a cavalaria, ou para
a vida monástica. Utilizamos com fonte secundária o artigo ‘’A Morte
e as Representações do Além na Idade Média: Inferno e Paraíso na
obra Doutrina para crianças (c. 1275) de Ramon Llull.’’,de Ricardo da
Costa, historiador brasileiro que escreveu vários temas e traduziu inúmeros
documentos do poeta-filósofo catalão Ramon Lull para o português.
Palavras-chave: Inferno, Paraíso, vida pós-morte, Ramon Llull.
CONSTANÇA DA SICÍLIA: IMPERATRIX – REGINA – VIATRIX
Prof. Dr. Vinicius Cesar Dreger de Araujo (Centro Universitário
Anhanguera)
Constança de Hauteville, última representante da estirpe dos
reis normandos da Sicília, talvez tenha sido a mulher mais importante da
Europa Ocidental em fins do século XII. E sobre ela, assim como sobre
a maioria de suas antecessoras e contemporâneas, pouco conhecemos.
As circunstâncias históricas, temperadas pelas características itinerantes
da monarquia imperial germânica, transformaram Constança em uma
consumada viajante (viatrix), palmilhando continuamente as estradas
italianas, borgonhesas, germânicas e sicilianas, que ligavam as posses
do fisco régio, as principais sés episcopais germânicas e borgonhesas, as
cidades lombardas e toscanas, além de duas expedições militares contra
o reino normando, para garantir a conquista do mesmo em 1191 e 1194.
Objetivamos em nossa apresentação conhecer um pouco mais acerca desta
personagem histórica, analisar as condições itinerantes de exercício do
poder e, a compreender o papel das viagens neste contexto.
Palavras-chave: Sacro Império - Reino Normando da Sicília – Constança
da Sicília
62
Resumos de Comunicações
VIAGENS E EXPERIÊNCIAS DE VIDAS NA ODISSÉIA
Alexandre Santos de Moraes (Doutorando em História UFF)
Em Homero, o envelhecimento está profundamente associado ao
acúmulo de experiências. Elemento consubstancial para a excelência nos
discursos e para a realização de façanhas guerreiras, a vivência exige que
os agentes afastem-se do que é ordinário e se dediquem ao conhecimento
daquilo que está fora do âmbito do ocasional. As viagens são momentos
privilegiados para atingir esse fim. Nossa comunicação pretende observar
como a épica discute a aquisição de experiências através das viagens,
utilizando como principais referências os périplos de Telêmaco e Odisseu.
GLADIADORES NAS ARENAS: SERES EXCLUÍDOS
SOCIEDADE?
Alexandro Almeida Lima Araujo(Graduando em História UEMA)
Orientadora: Prof. Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA)
DA
Pretendemos, com este trabalho, discutir o lugar social dos
gladiadores que lutaram nas arenas durante o Império Romano e, dessa
forma, desconstruir a perspectiva de que eles seriam, apenas, objetos
de manipulação das massas e distração da plebs. Dessa maneira, vamos
de encontro à idéia estabelecida e muito difundida durante o século
XIX, à saber, a noção de panis et circenses, a política do pão e circo.
Questionaremos, também, a concepção ainda corrente de que o gladiador
era alguém sem direito a uma vida privada, já que muitos possuíam
mulheres, filhos, amantes e amigos. Desta forma, existe uma questão
crucial que merece nossa atenção: O lugar social dos gladiadores seria o
da exclusão? Mediante tal exposição, examinaremos criticamente a visão
generalizante do século XIX observada inicialmente, uma visão ligada às
elites, construindo uma representação dos gladiadores como objetos do
poder imperial romano.
Palavras-chave: Gladiadores; arenas; Império Romano; inserção social.
Interações Culturais nos Cristianismos Antigos e
os Cristianismos Africanos
André L. Barroso (Doutorando em História UNICAMP/FAPESP)
O presente artigo é uma primeira reflexão de um projeto de
pesquisa que desenvolvo no curso de História Cultural em nível de
doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade de
63
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
Campinas com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo. Nesta pesquisa, pretendo compreender que tipo movimento
sócio-religioso se configurou no Norte da África quando comunidades
do antigo Egito, Etiópia e região onde hoje chamamos Sudão aderiram à
mensagem dos cristãos. Partimos de uma teoria desenvolvida por Geertz
onde o processo de interação cultural se dá na diversidade marcada pelo
meio, pela geografia e por questões sociais especificas dos grupos que se
encontram. Assim, chegamos a uma premissa prévia de que o cristianismo
que chega às diversas regiões da África não compõe um movimento
homogêneo cuja origem está no judaísmo igualmente heterogêneo como
podemos observar em suas diversas comunidades; e que o encontro com
as comunidades africanas acima citadas criam algo diferente daquilo que
estava sendo experimentado da palestina e demais regiões do Império
Romano Ocidental.
Palavras-chave: Interações Culturais, Transdisciplinaridade, Cristianismo
Antigo
A MAGIA EM MERLIN DE ROBERT DE BORON
Átila Augusto Vilar de Almeida (Mestrando em História UFAM)
Esta comunicação procura apresentar as questões iniciais da
pesquisa sobre as representações da magia em Merlim, narrativa de fins do
século XII e início do XIII, escrito por Robert de Boron. Basicamente, o
trabalho tem por objetivo apreender sob quais formas a magia se apresenta
na narrativa de Robert de Boron, pois nesta história Merlim é um profeta
e adivinho que utiliza seus poderes sobrenaturais para bem aconselhar os
reis, mostrar os pecados dos homens e preparar o caminho para a vinda
do rei Artur. Ao mesmo tempo, Merlim procura evangelizar e pregar o
caminho da salvação.
Palavras-chave: Magia; Igreja; Merlim
O MEIO MARÍTIMO ATENIENSE: AS ATRIBUIÇÕES FEITAS
POR POETAS DOS SÉCULOS VIII E VII A.C.
Graduanda Camila Alves Jourdan (NEREIDA/UFF)
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima (UFF)
Os atenienses, desde o Período Arcaico, criaram representações
acerca do mar e da navegação. Estas, por sua vez, possuem grande
diversidade de abordagens na documentação textual e imagética. Assim,
para esta comunicação, buscaremos mapear tais representações a partir das
obras de poetas dos séculos VIII e VII a.C., questionando-nos sobre as
64
Resumos de Comunicações
características empregadas ao mar e à navegação. Para tanto, aplicaremos
à documentação textual a metodologia proposta por Frontisi-Ducroux e o
conceito de representações sociais proposto por Denise Jodelet.
Palavras-chave: Mar - Navegação -poetas - Período Arcaico
ENTRE A CRUZ E A ESPADA: MODELOS DE CAVALEIROS NA
VISÃO DE TÚNDALO E A DEMANDA DO SANTO GRAAL.
Bianca Trindade Messias (Graduanda em História BIC/UEMA)
Orientadora: Dra. Adriana Zierer (UEMA)
Orar e combater são as funções dos bellatores na sociedade feudal.
Os cavaleiros têm como obrigação seguir as regras estabelecidas pelos
clérigos que são: proteger os indefesos, o Estado e a Santa Igreja, porém
muitos são movidos pelo desejo de se aventurarem nas terras longínquas
e praticarem ações que são desviantes da ordem eclesiástica. Diante dessa
dualidade entre seguir a fé cristã e os pecados mundanos, pretendemos
analisar as formas de conduta dos cavaleiros a partir das fontes: Visão de
Túndalo e A Demanda do Santo Graal. A Visão de Túndalo foi escrita
no século XII e traduzida para o português no século XV, o manuscrito
gira em torno do cavaleiro chamado Túndalo, esse era de boa linhagem,
porém pecador e teve o privilégio de fazer uma viagem ao Além para se
arrepender de seus pecados. A Demanda do Santo Graal é uma novela de
cavalaria anônima do século XIII proveniente da França, tem como tema
principal a busca pelo Graal pelos cavaleiros da Távola Redonda, mas um
em especial causou várias turbulências nesta demanda, o cavaleiro Galvão.
Galvão e Túndalo dois modelos de cavaleiros, que se assemelham e ao
mesmo tempo se distanciam, encontravam se no combate entre a cruz e a
espada para alcançarem a salvação.
Palavras-chave: Visão de Túndalo. A Demanda do Santo Graal. Cavaleiro.
Salvação.
FAROL QUE ILUMINA OU FUMAÇA QUE TURVA? O MESTRE
ANSELMO DE LAON SOB AS ÓTICAS DE GUIBERTO DE
NOGENT E PEDRO ABELARDO
Carlile Lanzieri Júnior (Doutorando em História UFF)
Tempo de transformações, o século XII medieval possibilitou
uma série de estudos, sobretudo econômicos e políticos. Em contribuição
com essa historiografia, analisamos essa época com base nas conexões
entre ensino e aprendizagem nos escritos de dois autores do norte da
França medieval: o abade Guiberto de Nogent e Pedro Abelardo. Nossa
65
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
preocupação basilar foi compreender as razões que os levaram a construir
pensamentos distintos sobre um mesmo homem: Anselmo de Laon. Em
nossas prospecções, percebemos que há uma tendência historiográfica em
enxergar o monaquismo como reservatório do arcaísmo frente à irresistível
renovação que se consubstanciou no surgimento das primeiras universidades
no século XIII. Antes do confronto ou mera ruptura, observamos que as
diferenças entre Guiberto de Nogent e Pedro Abelardo se justificam pela
trajetória de cada um: o primeiro era um monge vivido, formado na placidez
contemplativa dos claustros; o segundo oriundo das escolas das catedrais
urbanas. Sem nos render a teleologismos, tencionamos entendê-los à luz da
época em que viveram.
Palavras-chave: Anselmo de Laon – educação medieval – Guiberto de
Nogent – Pedro Abelardo
VÍCIOS, VIRTUDES E A REPRESENTAÇÃO DO BOM CRISTÃO
PARA A ORDEM DOS CISTERCIENSES: O EXEMPLO DE
ALCOBAÇA.
Darlan Pinheiro de Lima (Mestrando UFRGS)
A Ordem Cisterciense foi fundada em um momento no qual
acontecia uma reforma no meio monástico, a qual se relacionava com a
busca de se respeitar os ensinamentos de Bento de Núrsia. A importância
de se estudar tal ordem também se depara com a constatação de que os
cistercienses, no contexto histórico monástico, já representavam um
movimento de reforma dentro de outra reforma. Esta primeira representada
pela fundação de Cluny, que aos poucos deixou de corresponder plenamente
aos anseios dos monges mais devotos. Assim surge a reforma cisterciense,
de grande sucesso, visto as dezenas de mosteiros fundados pela ordem a
partir do século XII.Tenho como um dos objetivos, através desta pesquisa,
contribuir para produzir um estudo desta ordem, seus anseios, suas
indagações, e principalmente razões que provocaram sua fundação, e de
que forma a doutrina dos sete pecados capitais e principalmente, o pecado
da soberba aparecem como justificativa de seus conceitos na busca da
construção do bom cristão.
Palavras-chave: Tratados Doutrinários – Portugal – Baixa Idade Média
66
Resumos de Comunicações
DIABO VERSUS DEUS: A PERSONIFICAÇÃO DO INFERNO NA
VISÃO DE TÚNDALO
Rakell Rays dos Anjos Alves
(CNPq/PIBIC/UEMA - [email protected])
Orientadora: Dra. Adriana Zierer
O presente trabalho busca analisar e compreender a contraposição
Diabo versus Deus na narrativa da Visão de Túndalo. A obra foi produzida
no século XII por um monge cisterciense desconhecido, e posteriormente
traduzida para o português no século XV. Na narrativa o Diabo é associado
aos tormentos eternos do Inferno. Durante a Idade Média a narrativa
foi utilizada como um manual pedagógico que tinha por objetivo o
arrependimento dos pecados por parte dos fiéis, que buscariam seguir as
condutas sociais estabelecida pela Igreja Católica, para desfrutarem das
benevolências de Deus no Paraíso. No entanto, a pesquisa tem a intenção
de demonstrar que os arrependimentos dos pecados davam-se mais pelo
medo maior de sofrer as torturas de dois dos três mundos, o Purgatório e
o Inferno.
Palavras-chaves : Deus - Diabo –Inferno, Visão de Túndalo
PÍTEAS DE MASSÍLIA – O ESTABELECIMENTO DE UMA VISÃO
NÃO MÍTICA EM RELAÇÃO ÀS TERRAS PRODUTORAS DE
ESTANHO
Gustavo Koszeniewski Rolim (Graduando em História UFRGS)
Orientador: José Rivair Macedo (UFRGS)
Com o desenvolvimento do pensamento grego e a fundação de
novas colônias no oeste, área desconhecida até então, a existência de
testemunhas oculares para validar as informações sobre as condições
de vida destas populações tornou-se crucial para as ciências naturais e a
literatura grega. As viagens de Píteas, ocorridas no século IV a.C., serviram
para a criação desse cenário sobre o norte, habitado pelos Celtas, que
comerciavam há tempos com a cidade grega de Massília. Elas modificaram
a concepção mitificada que se fazia a respeito do norte, dando-lhe caráter
mais científico, possibilitando posteriores discussões sobre a região.
Palavras-chave: Píteas, Gregos, Celtas, Antigüidade.
67
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
DE HOMERO A EURÍPEDES:
OS FUNERAIS E ANTIFUNERAIS COMO DIREITO E ULTRAJE.
Jacquelyne Taís Farias Queiroz (Mestranda em Cultura, Educação e
Linguagens UESB)
Segundo Redfield, com a morte o corpo se torna lixo e deve ser
eliminado através do funeral. E por mais estranho que possa parecer, é na
realização dos ritos fúnebres que se dá a transformação, pois durante o seu
processo o espírito poderá atravessar os portões do Hades e desta maneira
adquirir o status social de morto, deixando definitivamente de fazer
parte da sociedade dos vivos para integrar o mundo dos mortos. Os ritos
funéreos faziam parte do géras, entre os gregos antigos, o termo denota
distinção honorífica e dignidade. O que nos faz perceber na Ilíada porque
Pátroclo recebe honras fúnebres excessivas por parte de Aquiles, que até
incluem sacrifícios de doze troianos sobre a pira do amigo e a preocupação
de Elpenor, na Odisséia, que pede ao amigo Odisseu que realize o quanto
antes o seu funeral. Na poesia trágica encontramos a preocupação de
Hécuba, Jasão, Ádmeto e Antígona em realizarem os devidos ritos
funéreos aos seus entes. Já os antifunerais eram práticas que tinham como
objetivo desonrar e humilhar o inimigo. Atitude que atraia a reprovação
dos deuses e a escandalização dos mortais. Mas isso não impediu que
Aquiles arrastasse o cadáver de Heitor para desfigurá-lo e Penteu de ser
esquartejado pelas bacantes. Ao observar as descrições dos funerais e
antifunerais podemos compreender os procedimentos empregados para
honrar/desonrar os mortos com a afirmação das hierarquias sociais e dos
códigos de comportamento que embasam a autoridade das aristocracias
guerreiras, no período homérico, ou para reforçar os vínculos dos cidadãos
com a polis, no período clássico.
Palavras-chave: Cadáver. Literatura grega. Religião grega. Rito fúnebre.
Ultraje.
O IDEAL DE CIDADANIA NA SOCIEDADE DA ATENAS
CLÁSSICA.
Laercio Dias Guimarães (Graduando em História UEMA)
Orientador: Profª.Drª. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA)
Este trabalho visa estabelecer uma reflexão sobre as relações
entre a política e a cidadania na Atenas Clássica Durante o Período
Clássico, Atenas viveu sob o sistema de governo criado e desenvolvido
por ela, a Democracia. Neste sistema, o ideal era o da participação direta
dos cidadãos na política, ou seja, era exigida a sua participação ativa na
68
Resumos de Comunicações
Assembléia deliberativa votando as leis e as decisões que entrariam em
vigor. Considerava-se como modelo ideal de cidadão ateniense aquele
que estava preocupado com o bem da sua comunidade e, assim, com
toda a população. Portanto, a comunidade ateniense prezava a harmonia,
o equilíbrio e a justa-medida. Alguns destes valores eram esperados e
exigidos de seus cidadãos formando, assim, o modelo de cidadão ideal.
Tais características são apontadas por Aristóteles na Ética à Nicômaco,
como sendo: a temperança (sophrosýne), a bondade (praótes), a liberdade
(eleutheriótes), a verdade (alétheia), a reserva (aidós), a justa indignação
(gémesis), a amizade e o amor (philía), a piedade (eusébeia) e a disciplina
(eutaxía), a honra (time) e a honestidade (agathón).
Palavras-chave: Cidadania. Democracia. Política.
O SIMBOLISMO DO CINTURÃO DE HIPÓLITA
Marília Santos Colins (Graduanda em História UFMA)
Orientadora: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE)
O cinturão de Hipólita é um objeto cheio de simbolismos. Hipólita,
rainha das amazonas guerreiras, recebe esse cinturão de seu pai, o deus
Ares (deus da guerra). Hércules, no seu nono trabalho, recebe a tarefa de
capturá-lo e entregá-lo a Admeta (sarcedotisa de Hera), filha de Eristeu,
rei de Micenas. Por trás do cinturão existe um forte simbolismo. Este está
relacionado a transmissão de força, poder e proteção. Possui a função de
“ligar” e “religar”. Tem valor iniciático, e para a rainha das amazonas era
o símbolo de seu poder temporal. Simboliza ainda a vocação e o poder
daquele que o recebe. Encontramos o simbolismo do cinto também na
Bíblia, no sentido de união na benção e de tenacidade na maldição. Ele
era usado pelos judeus, em volta dos rins, na Celebração de Páscoa. Para a
análise do simbolismo do cinturão de Hipólita serão utilizados como fonte
Régis Boyer e Junito de Souza Brandão.
Palavras-chave: Cinturão – Simbolismo – Mitologia
QUARENTA E DOIS DENTES DE FÚRIA: ANÁLISE DA
REPRESENTAÇÃO DE CÃES DE GUERRA DA ANTIGUIDADE
NAS HQS.
Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA – graduando em História).
Orientadora: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE)
Os cães que hoje são utilizados por forças militares para o controle
de distúrbios da ordem pública já foram utilizados nas linhas de frente
de batalha por muitos povos na Antiguidade como forças auxiliares em
combates letais, eles eram chamados de cães de guerra. O início dos contatos
69
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
entre cães e homens transporta a mentalidade atual para acontecimentos há
15 mil anos atas. Essa relação foi estabelecida a partir da perspectiva de um
interesse mútuo entre homem que desbravava o mundo e a fera de sentidos
aguçados e exímia habilidade natural de caçar e lutar. Partindo desses
pressupostos, esse trabalho pretende analisar as representações dos cães de
guerra em duas histórias em quadrinhos: “A História de Astarte”, do italiano
Andrea Pazienza e “A Fronteira do Fim do Mundo”, cujo protagonista é
Conan, O Bárbaro, escrita originalmente por Robert Howard, adaptada por
Roy Thomas e desenhada por John Buscema e Tony De Zuñiga. Como
metodologia será utilizada considerações de Peter Burke sobre o uso de
iconografias como representações de fatos históricos, bem como de Johnni
Langer e Carlos Manoel Cavalcanti sobre análise de quadrinhos.
Palavras-chave: Cães de guerra; Histórias em Quadrinhos; Antiguidade;
História e Imagem.
LENTACULUM, PRADIUM E CENA: OS CARACTERES
ALIMENTARES NA ROMA ANTIGA
Andréia Belém Ferreira (Graduanda em História UFMA)
Orientadora: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE)
A idéia de grandes banquetes retratadas nos filmes é apenas um
estereótipo, os romanos o faziam raramente e para poucas pessoas, pois
muitas especiarias vinham de longe e eram caras, tanto que só a alta sociedade
realizava esses banquetes. Porém, a alimentação do dia-a-dia era divida
em três, como hoje. A primeira refeição do dia chamava-se lentelacum,
composta principalmente de pão, leite, queijo e ovos. A pradium era por
volta de meio-dia, e a cena, a última começava às quatro horas da tarde,
e era dividida em três partes: o gustatio, prima mensa e secunda mensa.A
dieta era composta de pão, peixes, carne, garum (um molho obtido a partir
da maceração do intestinos de algum peixe), condimentos, vinhos e outras
bebidas.
O meu objetivo é retratar as formas de alimentação e os tipos de alimentos
que compunham a mesa dos romanos, principalmente a respeito dos
horários das refeições e das composições destas em afrescos, pinturas e
cerâmicas.
70
Resumos de Comunicações
SENHORAS DA MORTE: A REPROPRIAÇÃO E INFLUÊNCIA
DA IMAGEM
DAS
VALQUÍRIAS
NA ATUALIDADE
Weber Albuquerque Neiva Filho (Graduando em História UFMA)
Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE)
Este trabalho tem por objetivo analisar o imaginário germânico
relacionado às servas de Odin, de sua origem ao modo em que podemos
percebê-las na atualidade. Descreveremos as reapropriações modernas
e contemporâneas e suas fortes influências na sociedade, atraindo e
despertando o interesse na cultura escandinava. Utilizando-nos de autores
como Langer e Boyer, assim como as sagas e as Eddas, buscaremos
demonstrar que as valquírias são figuras indispensáveis não apenas dentro
da mitologia escandinava mas como fonte de despertar do saber mitológico.
Daremos enfoque no jogo eletrônico “Valkyrie Profile”, centrado na figura
destas damas de batalha, para exemplificar e enfatizar tal analise.
Palavras- chave: Valquírias, Mitologia Germânica, Gênero.
O PAÍS DA COCANHA COMO REPRESENTAÇÃO DOS
ELEMENTOS UTÓPICOS DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL
Manoel Afonso Ferreira Cunha (Graduando PIBIC/ FAPEMA/ UEMA)
Orientadora: Prof. Dra. Adriana Zierer (UEMA)
Esse peculiar país de grande fama na Europa ocidental chamado de
Cocanha, nascido por volta do século XIII, enriqueceu de maneira bastante
folclórica o imaginário popular da época. Um dos mais sedutores países
imaginários se espalhou por grande parte do mundo, levado por franceses,
portugueses e holandeses, inclusive até aqui. Além de apresentar um
forte teor popular, o País da Cocanha traz luz a uma discussão da relação
existente entre as sociedades reais históricas e os países imaginários
oriundos das escrituras de contistas e outros escritores em geral. Acreditase que este termo Cocanha tenha surgido em meados do século XIII, em
um texto francês chamado de fabliau de Cocaigne, o que nos explicita um
grande problema: a dificuldade de se explicar as variações de definição do
que seja fabliau em relação aos relatos sobre a própria Cocanha. Portanto,
este estudo reflete a avidez da historiografia atual em reconhecer e/ou
reconstituir a história das sociedades imaginárias a partir de elementos
utópicos medievais.
Palavras – chave: imaginário medieval; Cocanha; sociedade.
71
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
IAKHE!: A PRESENÇA DE DIONISOS NOS MISTÉRIOS DE
ELÊUSIS.
Prof. Figueiredo Virgolino (Mestranda UFF/Nereida)
Os cultos de mistério fazem parte das experiências religiosas
dos antigos gregos. Dentre esses cultos, destacamos as cerimônias
celebradas em Elêusis, nas quais Deméter e Koré desempenhavam um
papel crucial e gozavam de grande popularidade. Todavia, essas não eram
as duas únicas divindades cultuadas nos rituais: Dionisos, divindade do
êxtase e da manía, também era celebrado. Destarte, nosso objetivo nesta
comunicação consiste em analisar a relação entre Dionisos, Deméter e
Koré nos rituais celebrado em Elêusis.
O IMAGINÁRIO SOBRE O MAR E O ESTATUTO SOCIAL DOS
“HOMENS DO MAR” NA ATENAS CLÁSSICA
Marla Rafaela Lima de Assunção (Graduanda de História da UEMA)
Orientadora: Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA)
Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender o estatuto
social ambivalente dos pescadores na pólis ateniense do período clássico.
Para tanto, pretende pensar os diferentes elementos que sustentavam essa
ambivalência: a métis do pescador e as relações estabelecidas com o espaço
marítimo e as divindades cultuadas. Sendo uma discussão significativa
no estudo das sociedades antigas e modernas, sua proposta é resgatar
a identidade desses homens do mar. Que fatores contribuíram para o
desprezo dessa camada social? O pescador era um cidadão? Quais deuses
cultuavam? Qual sua influência na sociedade ateniense? Os documentos
arqueológicos e clássicos literários analisados fornecem as respostas e
explicam a marginalização dos homens do mar.
Palavras-chave: Pescador; Pesca; Divindades.
LITERATURA E IMAGINÁRIO: REPRESENTAÇÃO DA ORDEM
DO TEMPLO E DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS EM IVANHOÉ
DE WALTER SCOTT.
Philipe Luiz Trindade de Azevedo (Graduado em História UFMA/NEVE)
Esta comunicação é resultado de uma pesquisa mais ampla
denominada A Representação dos Cavaleiros Templários em Romances
Produzidos na Contemporaneidade, que resultou em monografia intitulada
A IDADE MÉDIA AINDE VIVE: a representação dos Cavaleiros
Templários em romances produzidos na contemporaneidade defendida
junto ao Curso de História da Universidade Federal do Maranhão. Este
72
Resumos de Comunicações
trabalho, especificamente, objetiva-se em apresentar as representações
sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários encontradas no clássico romance
Ivanhoé de Walter Scott. Utilizaremos para isso uma edição de 1967 do
romance, que foi publicado pela primeira vez em 1820. Empregaremos
como metodologia a análise do romance histórico apoiada na análise
de teóricos como Maria Geralda de Miranda, Alcmeno Bastos, Jacques
Leenhardt e Ludmilla Giovanna Ribeiro de Mello. Ainda sobre o medievo
contaremos com o aporte teórico de medievalistas como Hilário Franco Jr.,
José Rivair Macêdo, Jacques Le Goff e Alain Demurger.
Palavras-chave: Templários. Romance histórico. Literatura
contemporânea.
A REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NA LITERATURA
FRANCESA DO SÉCULO XII
Rennata Pinto dos Santos (Graduanda UFMA)
Orientador: Profª Ms. Luciana de Campos (NEVE)
O conjunto de mudanças nos diversos setores da sociedade feudal
juntamente com outro fenômeno ocorrido no século XII, a revalorização
da cultura clássica e consequentemente o culto ao corpo, permitiram novas
expressões da sexualidade e a maior participação da mulher no âmbito
social. A Igreja Católica tenta dominar as relações privadas. Contudo,
o século XII é marcado por um dinamismo feudal, culto ao corpo que
valorizam a mulher, sobretudo quando esta passou a ter uma vida mais
ativa na estrutura social daquela época. O objetivo dessa comunicação é
destacar o fenômeno da promoção feminina que ocorreu nesse momento
histórico partindo da idéia de uma espécie de resistência ao modelo
católico de representação da mulher. Isto fica bem claro em uma obra que
repercutiu nas cortes francesas do século XII e que pouco foi atingida pela
clericalização − não por falta de tentativas − essa obra é o romance de
Tristão e Isolda. A metodologia empregada será a crítica literária.
Palavras–chave: Damas – Literatura – Igreja Católica – Representação.
O IMAGINÁRIO CRISTÃO DO ALÉM NA VISÃO DE TÚNDALO.
Solange Pereira Oliveira (Graduanda CNPq/PIBIC/UEMA)
Orientadora: Prof. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA)
Durante a Idade Média, o Além foi um dos temas muito utilizado
pela Igreja Católica para conduzir os cristãos na busca pela sua salvação.
Foi por meio dos exempla (exemplum), que constituem relatos breves
descrevendo as felicidades e tribulações do Além, que essa instituição
73
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
tentava converte as almas dos fiéis e não fiéis, pelos relatos de viagem das
almas no além-túmulo. O manuscrito Visão de Túndalo é um exemplum
produzido no século XII de autoria anônima, traduzido para o português
no século XV, nos oferece as descrições dos lugares do Além divididos
em: Inferno, Purgatório e Paraíso. Nessa narrativa, o personagem principal
é o cavaleiro Túndalo, que era pecador, acompanhado de um anjo vão
percorrer esses três espaços, identificando os lugares das almas dos
eleitos no pré-paraíso e nos três Muros Celestiais, e dos condenados no
espaço infernal. Por meio dessa narrativa, observamos como a sociedade
medieval imaginava o mundo dos mortos, bem como o papel dominante
desempenhado pela Igreja na construção desse imaginário cristão. Pois essa
instituição tentava manter o seu poder perante os medievos,pelo discurso
indispensável da sua intercessão para conduzir as almas dos pecadores e
dos justos ao caminho da salvação.
Palavras - Chave: Além. Inferno. Paraíso. Visão de Túndalo.
PAULO DE TARSO EM NIETZSCHE E FREUD E A QUESTÃO
DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
Thais Carvalho Fonseca (Mestranda PGCULT/UFMA)
Segundo a igreja católica (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA,
2000, p. 221 e 248-249) os bispos são considerados o próprio Cristo e
a igreja é ao mesmo tempo sociedade provida de órgãos hierárquicos e
Corpo Místico de Cristo. Tal constituição doutrinária tem origem histórica,
segundo Nietzsche (2010), em Paulo de Tarso, um judeu legalista que
manipula a herança de Cristo, criando uma instituição cristã, a Igreja. Para
o filósofo, o cristianismo nega a Igreja (Ibid, p. 62) e a Igreja opõe-se ao
Evangelho (Ibid, p. 71), pois o Deus de Paulo, institucionalizado, legalista
e moralista e transcendental, do além-morte, é muito diferente do Deus
de Cristo, um anarquista ligado à vida terrena. Através de Freud e seus
estudos de psicanálise social poderemos perceber que a atitude de Paulo
em dividir o cristianismo em assembléia visível e comunidade espiritual
para subjugar os homens por uma lei é uma postura que se repete na
construção social, pois esta lei, fundadora do social, vive o dilema de uma
existência simbólica e material ao mesmo tempo. As garantias significativas
do instituído sempre se fizeram necessárias na história do corpo social.
Atualmente, o Estado laico do pacto social toma forma através de um
imenso imbróglio normativo, as instituições jurídicas, o superego cultural
da contemporaneidade.
Palavras-chave: Paulo de Tarso, Igreja Cristã, Freud, Instituições sociais.
74
Resumos de Comunicações
IMAGENS DO ORIENTE: A REPRESENTAÇÃO DOS NIZARIS
NOS RELATOS DE VIAJANTES
Thomas Farines (Graduando em História, UFSC)
Os relatos de viajantes (comerciantes, peregrinos e religiosos)
serviram, desde a Antiguidade, na construção da imagem e da identidade de
grupos sociais. A partir da perspectiva de trabalhar estas obras como fontes
históricas, a presente pesquisa pretende analisar os relatos de dois viajantes
do período que se convencionou chamar de Idade Media: Marco Polo
(1254-1324) e Ibn Batuta (1304-1377). Através do método comparativo e
trabalhando com o conceito de trocas culturais, será analisada a construção
da imagem do outro e de identidades ocidentais e orientais nos relatos
sobre os Nizaris, mais conhecidos no ocidente como assassinos.
Palavras chaves: Idade Média,Relatos de Viajantes,Islamismo,assassinos
Privilegium paupertatis: apontamentos sobre a
Sicut manifestum est de 1228 de Gregório IX
Profa. Veronica Aparecida Silveira Aguiar (UNIR)
Nesta comunicação temos por objetivo fazer um exercício de
análise da Carta Sicut Manifestum est de 1228 de Gregório IX (1227-1241).
Tradicionalmente chamada de “Privilégio da Pobreza”, a bula do papa
foi uma resposta à Clara de Assis e as suas “Irmãs pobres” do convento
de São Damião que haviam pedido ao pontífice uma intervenção com
o propósito de garantir o Privilegium Paupertatis. O conteúdo da Carta
resume-se num testemunho da “Altíssima pobreza” franciscana defendida
pela comunidade feminina na qual Clara era abadessa. A partir da análise
dos aspectos acima relacionados, o principal intuito desta apresentação
será aquele de levantar as discussões historiográficas acerca da leitura da
pobreza posta as “Pobres Damas” logo após a morte de Francisco de Assis.
Além disso, no ano de 1228 houve a canonização de São Francisco. Enfim,
a concessão de Gregório IX diferenciava o convento de São Damião dos
demais conventos hugolinianos franciscanos. Apesar da brevidade do
escrito do papa, podemos tecer reflexões em torno da pobreza evangélica
que posteriormente aparecerá na Regra de Clara de Assis de 1253, nossa
fonte principal desta pesquisa de doutorado.
Palavras-chave: pobreza, Clara de Assis, Igreja, movimento Franciscano.
75
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
O SÉTIMO SELO: AS REPRESENTAÇÕES DO MEDIEVO NA
PELÍCULA DE INGMAR BERGMAN
Wendell Emmanuel Brito de Sousa (Graduando em História UEMA)
Orientador: José Henrique de Paula Borralho (UEMA)
Com uma rica e cultuada obra cinematográfica Ingmar Bergman é
considerado um dos maiores cineastas do mundo, desenvolveu uma obra
com alicerces no teatro e cinema. Bergman traz muito de suas experiências
vividas em seu oficio artístico, em O Sétimo Selo, filme marco na careira
do diretor e cultuado pelos amantes da sétima arte, representa a visão de
Bergman sobre a Idade Média. O presente artigo tem como objetivo apontar
as representações do medievo na película do cineasta, tendo a Morte –
tema tabu na cultura ocidental – juntamente com a Fé, uma das principais
características presentes na sociedade medieval. Assim, Morte e Fé são os
dos principais elementos vivenciados pelos medievos, conforme o olhar do
Bergman, e serão discorridos e refletidos neste trabalho.
Palavras-Chave: Morte. Fé. Cavaleiro. Bergman
ALEGORIAS MEDIEVAIS E (IN)TOLERÂNCIA RELIGIOSA NA
PROCISSÃO DE CORPUS CHRISTIS
Prof. Ms. Eloy Barbosa de Abreu (UEMA)
A procissão de Corpus Christis, instituída na Europa no século
XIII, surgiu com objetivo principal de combate as heresias que se
intensificaram no final da Idade Média. Composta por alegorias e
representações oriundas do teatro litúrgico medieval, a procissão atuava
como um recurso catequético e de doutrinamento. O presente trabalho
analisa as alegorias religiosas presentes nas procissões da cidade do Porto,
discutindo as relações de poder e de intolerância religiosa que perpassavam
tais representações.
Palavras-chaves: Festa. Alegoria. Intolerância. Religiosidade.
FORMAÇÃO DAS COMUNIDADES CRISTÃS E SUAS
INTERAÇÕES CULTURAIS NA BACIA MEDITERRANEA: UM
OLHAR SOBRE OS GÁLATAS
William Braga Nascimento (Graduando em História UEMA)
Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA)
O presente trabalho procurará analisar do ponto de vista histórico o
contexto social e religioso em que se deu o contato das pregações paulinas
76
Resumos de Comunicações
na região denominada Galácia e a sua formação como uma sociedade
cristã. Situada na península da Anatólia na Ásia Menor, esta sociedade teve
como uma característica a presença de vários povos que de certa forma
interagiram com o espaço social em que se estabeleceram, constituindo
uma heterogeneidade estrutural, criando assim um cenário no qual o
cristianismo irá se inserir através da chegada do apostolo Paulo por meio
das suas viagens missionárias. Identificar a forma como esse cristianismo
foi recebido nesta sociedade e os principais “obstáculos” para a sua
afirmação, torna-se chave para entender como estava moldada a sociedade
dos Gálatas na época em que Paulo lhes escreveu a carta a estes, por volta
do ano 50 e.c. Tomou-se como fonte primária a Bíblia, que em alguns
aspectos no livro mencionado não descrimina eventos históricos, o que lhe
permite fazer diversas suposições a respeito das estruturas dessa sociedade.
Palavras-chave: Sociedades – Cristianismo – Paulo – Gálatas
KALÓS THÁNATOS: A APROPRIAÇÃO DO CORPO PELA
COMUNIDADE
POLÍADE NA ORAÇÃO FÚNEBRE DE PÉRICLES
Cartejane Bogéa Vieira (Graduando em História UEMA)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lívia Bonfim Vieira (UEMA)
A pesquisa tem por finalidade analisar as relações estabelecidas
entre o poder político e os rituais funerários na construção do ideal
de politéia na Atenas Clássica. Para tanto, buscou-se compreender os
mecanismos simbólicos de construção e afirmação da cidadania ateniense,
isto é, o conjunto de competências cognitivas e práticas culturais que o
cidadão deveria dispor para responder e participar, de pleno direito e com
critério, no sistema políade, tornando-o reprodutor dos valores da ordem
sociopolítica da pólis. Essa operação discursiva foi executada por meio
da interpretação do ritual funerário feito em homenagem aos primeiros
combatentes mortos na Guerra do Peloponeso e os valores elencados por
Tucídides na Oração Fúnebre de Péricles e como os mesmos corroboram
para a perpetuação do ideal de cidadania na Atenas do século V e IV a. C.
Palavras-chaves: Atenas Clássica, Rituais funerários, Cidadania.
77
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
ENTRE UM SÁBIO REI E UM PODEROSO EXORCISTA DA
ANTIGUIDADE: SALOMÃO, UMA FIGURA DE PRESTÍGIO DA
TRADIÇÃO JUDAICA IMERSA NA MAGIA APOCALIPTICA
Ingrid Luane Campêlo de Oliveira (Graduanda em História UEMA)
Orientadora: Profª Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA)
Salomão é uma personagem da Bíblia, nascido em Jerusalém,
décimo filho do rei Davi com Bate-Seba. Seu reinado iniciou ainda enquanto
estava em sua mocidade, segundo algumas cronologias bíblicas, teve início
em 971 a.C a 932 a.C, ou seja, durando quarenta anos. Este rei tornou-se
conhecido através de três pontos destacáveis em sua figura: sua conhecida
sabedoria, a construção do Templo de Jerusalém e a infidelidade a Javé,
sendo esta ultima a causa principal da divisão do reino de Israel após a
sua morte. A partir destas informações que podemos ter acesso através de
fontes bíblicas, a História também nos apresenta outra imagem deste sábio
rei de Israel na Antiguidade: a de um poderoso exorcista, e a fonte utilizada
foi a obra o Testamento de Salomão, tendo informações não suficientes
sobre sua autoria, o que ocasionou algumas especulações científicas. A
partir desta narrativa grega, é possível a visualização da construção do
Templo de Jerusalém no séc. X a.e.c., e este testemunho de substituição
do sábio rei por um poderoso exorcista é materializado na relíquia de um
misterioso anel mágico, utilizado para subjugar demônios na construção
do Templo. Com o olhar sobre estas duas imagens paradoxais, para a visão
moderna, desta figura de prestígio da tradição judaica, é que será abordado
um diálogo entre a magia helenística com a literatura apocalíptica-judaica.
Palavras-chave: sábio – exorcista – magia – judaica
A FLEXIBILIDADE
DO
DISCURSO: AS
DIVERSAS
CONSTRUÇÕES SOBRE O MÚSICO NA ATENAS CLÁSSICA
Arianne Pereira Alves (Graduanda BIC/UEMA)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA)
O discurso bem formulado tem um poder social e como historiadores
sabemos o quão devastador pode ser o poder dado à palavra, por isso, seu uso
está ligado a uma intensa rede ético-social estabelecida em cada sociedade.
Sabemos também o quão fluídas podem ser as relações construídas dentro
de um determinado grupo, onde na maioria das vezes as práticas sociais
não correspondem aos ideias culturais a serem seguidos. Pensando nisso
busco neste ensaio, junto a uma intensa pesquisa bibliográfica, ampliar
nossas faculdades de análise sobre o que vem ser o músico dentro da
Atenas Clássica e inserido nesse contexto, como sua figura e funções o
78
Resumos de Comunicações
tornam uma personagem ímpar na composição do período. Baseados na
importância do mesmo, questionamos aqui as diversas interpretações que
recaem sobre o músico e como os demais componentes da sociedade o
enxergam nessas relações.
O CRISTO MEDIEVAL: A PERSONIFICAÇÃO DE FRANCISCO
DE ASSIS NA FIGURA DE JESUS CRISTO
Alex Silva Costa (Graduando em História BIC-FAPEMA-UEMA)
Orientadora: Prof. Dra. Adriana Zierer (UEMA)
A pesquisa analisa a personificação de São Francisco de Assis na
pessoa de Jesus Cristo, tendo como fonte primária a Vita Prima de Tomás
de Celano escrita em 1228, no séc.XIII. Faz isso estudando a escolha do
peregrino de Assis pela imitação da vida e espiritualidade do Cordeiro de
Deus. O Poverelo italiano levou ao extremo sua identificação por Cristo
e seu evangelho, ele era a representação do próprio Messias, ou seja, o
Alter Cristus. A confirmação de sua busca veio em setembro de 1224, na
solidão montanhosa do Monte Alverne, na Itália Central, quando ganhou
no corpo o carimbo de Deus, que era as chagas de Cristo seu filho amado.
O santo era na Idade Média Central o exemplo vivo de Cristo, pois sacudira
a religião, a civilização e a sociedade em que vivia. Francisco é “modelo de
um novo tipo de santidade centrado sobre o Cristo a ponto de se identificar
com ele como o primeiro homem a receber os estigmas, Francisco foi uma
das personagens mais impressionantes de seu tempo e, até hoje, da história
medieval” (LE GOFF, 2007, p.09).
Palavras-chaves: São Francisco -Identificação- Cristo
A PALESTINA: PERIFERIA DO IMPÉRIO ROMANO. AS FORMAS
DE RESISTÊNCIA AO PODER
Alberto José Patrício (Bacharel em Ciências Sociais UFRJ)
Este trabalho visa demonstrar a realidade do domínio imperial
romano, a Palestina, que apresenta características próprias nesta
estrutura desse império. A Palestina, por sua tradição estritamente ligada
à religião judaica (com base na Torá) e por seu histórico de submissão
a diversos impérios, cultiva uma constante resistência ao espírito de
domínio estrangeiro e opressor, entranhado na tradição deste povo que
tinha por objetivo restabelecer o modo de vida israelita tradicional, que
fora tão implacavelmente transtornado pelo imperialismo romano. Nessa
perspectiva, as informações sobre protestos e resistências populares nas
quais temos informações escritas, representam a ponta do iceberg de
contestação popular ao domínio romano, em caso particular e, a fim de
79
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
avaliar a profundidade deste movimento na Palestina, é preciso admitir
que todas as formas de protesto e resistência, clandestina ou públicas, estão
radicadas no que tem sido considerado como “transcrito oculto”. Assim,
pretende-se examinar que fatores determinaram o insucesso da instauração
de um estável sistema de domínio romano na Palestina e a importância
deste transcrito oculto desenvolvido pelas classes populares (camponeses,
trabalhadores urbanos e escravos).
NO CORDEL PODE SER MODERNO E PODE SER MEDIEVAL.
QUEM “MANDA” É O PÚBLICO.
Profa. Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA)
Nesta comunicação procuraremos mostrar que, apesar da amplitude
temática de suas abordagens, os poetas estão sempre direcionando seus
cordéis para atender seu público. Apresentaremos a produção do poeta
Gonçalo em que ele publica seus livretos em francês e inglês. São biografias
de personagens como Gandhi, além de pesquisadores que desenvolveram
pesquisas sobre cultura popular. Gonçalo também escreve romance que
conta história de princesas que habitavam em castelos medievais, o que
nos mostra que a temática da Idade Média atrai tanto os cordelistas como o
público a quem ele é dirigido.
LANCELOT: UM CAVALEIRO OSCILANTE NA DEMANDA DO
SANTO GRAAL
Neila Souza (Mestre em História pela UFF)
Lancelot era considerado o melhor cavaleiro da corte arturiana,
então cognominado “o melhor dos melhores”, até a chegada de seu filho
Galaaz. O mais amado cavaleiro do reino de Logres apresenta características
mais humanas, porque mais complexas e contraditórias, o que podia
tornar possível sua identificação com os jovens nobres daquela sociedade,
profundamente sedentos pelos sentimentos, anseios e perspectivas que
a leitura dos romances de cavalaria causava entre eles. Nesse sentido,
identificamos que esse personagem representa um modelo de cavaleiro
na Demanda do Santo Graal. Oscilando entre um cavaleiro mergulhado
no pecado e um cristão arrependido. Trata-se, exatamente, de um padrão
mais factível e corrente, com o qual os guerreiros poderiam se identificar.
Objetivamos aqui apresentar e discutir as características que predominam
nesse tipo de cavaleiro e entender a sua inserção numa fonte medieval do
século XIII como a Demanda.
Palavras-chave: Cavalaria – Pecado - Salvação
80
Resumos de Comunicações
O TEMA DE INÊS DE CASTRO EM HERBERTO HELDER E
FERNÃO LOPES: A PERMANÊNCIA DO MITO
Vanessa Soeiro Carneiro (Graduanda em Letras UFMA)
Orientadora: Profa. Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA)
A história de Inês de Castro se passou em Portugal durante o
século XIV e é uma história de amor e adultério que, por motivos políticos,
terminou de forma trágica. Após a sua morte, Inês se transformou em um
mito que permeia o imaginário popular até os dias atuais. Além disso, ela já
foi retratada inúmeras vezes na literatura e serve de inspiração para muitos
poetas e prosadores. Analisando a forma como Inês de Castro é apresentada
na Crônica de D. Pedro I, de Fernão Lopes e em “Teorema”,de Herberto
Helder, observaremos como ocorreu o seu processo de mitificação.
Processo esse que é sustentado por um tripé que se forma através do amor,
da morte e da saudade.
Palavras-chave: Inês, Lopes, Helder, Mito.
A COMICIDADE PRESENTE EM “AUTO DA BARCA DO
INFERNO”
Karine
Costa
Miranda
(Graduanda
em
Letras
UFMA)
Orientador: Prof. Dr. José Dino Costa Cavalcante (UFMA)
A obra humanista do século XVI “Auto da Barca do Inferno”, por
conter uma miscelânea de constatações temáticas no seu conteúdo e pelo
seu olhar mais indolente, apresenta a comicidade como vetor nesta alegoria
dramática de Gil Vicente, focalizando os diferentes aspectos cômicos.
O objetivo deste trabalho é, portanto, investigar os processos dessa
comicidade presente a partir da sátira, evidentemente originária da ironia,
fundando-se em análises teóricas de Vladimir Propp e seus postulados
acerca da comicidade, em que se faz a abordagem do riso enquanto gênero
cômico e os aspectos do ponto de vista da caracterização psicológica, e nos
estudos de Henri Bergson acerca do riso.
Palavras-chave: Auto da Barca do Inferno. Farsa. Comicidade. Riso.
ELECTRA: UM EXEMPLO DE PERSONAGEM TRANSGRESSORA
AO IDEAL DE FEMININO VIGENTE NA PÓLIS ATENIENSE
Talita Nunes Silva (UFF/NEREIDA)
A personagem esquiliana Electra desenvolve nas Coéforas um
comportamento contrário ao que a sociedade clássica atenie nse espera de
uma mulher bem-nascida. Ela desobedece às ordens de sua mãe, a rainha
81
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
argiva Clitemnestra, e participa - ainda que indiretamente - do assassinato
da mesma. Juntamente com Orestes ela será responsável pela morte da
mãe, tornando o episódio uma vendeta intrafamiliar. Deste modo, mesmo
sendo filha de Clitemnestra e estando numa posição semelhante à de uma
escrava, ela contraria as ordens de sua mãe e senhora ao verter libações não
para consolar o espectro de Agamêmnon, mas para pedir a ele vingança
contra seus assassinos. Ao assim proceder ela comete uma transgressão,
pois embora lhe fosse de direito o desejar a punição dos culpados pelo
assassínio de seu pai, Electra não deixa de cair em hybris ao cobiçar a morte
de sua mãe. Seu lamento é, assim como o do coro, usado para expressar
a resistência aqueles que detêm autoridade. Isto posto, analisaremos os
termos e as passagens ligadas à personagem que nos permitem designá-la
como uma mulher bem-nascida transgressora ao ideal de comportamento
feminino vigente na sociedade ateniense do V séc.a.C..
Palavras-chaves: Electra, transgressão, bem-nascida.
O DISCURSO NO MEDIEVO E SUAS MARCAS NA DEMANDA
DO SANTO GRAAL
Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA)
Camila Nascimento Lima Silva (Graduanda UFMA)
Orientadora: Prof.ª Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA)
A Demanda do Santo Graal (ADSG) é uma coletânea de escritos
do século XII e XIII justapostos sob um único pano de fundo: a busca
dos cavaleiros da távola redonda pelo cálice sagrado: o Graal, no qual
estava contido o sangue de Cristo colhido por José de Arimatéia. Segundo
a história, o Graal era um objeto capaz de restabelecer a paz e trazer a
abundância a Camelot, capital do reino de Logres. É importante ressaltar
que, a ADSG é uma obra proveniente das lendas celtas, protagonizado pelo
rei Artur, e que, ao longo dos tempos, adquiriu novas configurações a partir
da contribuição de uma gama variada de autores, e, por fim, em decorrência
da Idade Média, época na qual o discurso religioso era altamente propagado,
um autor desconhecido utilizou-se desses ideais para tornar uma história
originada por um povo pagão em uma consagrada obra com contornos
essencialmente cristãos. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever como
uma obra nascida sob a égide pagã adquiriu nuances cristãs a partir do
contato com o poderio discursivo-ideológico da Idade Média. E, dentro
desse panorama, estabelecer paralelos entre as personagens de A Demanda
do Santo Graal e personagens consagradas da Bíblia Sagrada.
Palavras-chave: Idade Média; Demanda do Santo Graal; Bíblia.
82
Resumos de Comunicações
A IDEOLOGIA RELIGIOSA MEDIEVAL PRESENTE NA OBRA EL
CANTAR DE MIO CID
Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA)
Sâmia Cristina Martins Silva (Graduanda UEMA)
Orientadora: Prof.ª Esp. Renata Alves da Silva (UEMA)
El cantar de mio Cid é o mais antigo poema épico da literatura
espanhola. Este poema é uma narração inspirada nos feitos do cavaleiro
castelhano Rodrigo Dias de Vivar, tendo como temas centrais a morte,
a família, o heroísmo e a busca pela honra. É dividido em três cantares:
Cantar del destierro; Cantar de las bodas; e Cantar de La afrenta de
corpes. Cada um desses cantares relata passagens fundamentais da vida
deste cavaleiro. Este poema é datado do século XIII, onde o discurso
religioso era fortemente difundido, razão pela qual a obra é marcada por
diversos aspectos característicos da ideologia da Igreja Católica, inclusive
com a presença de figuras próprias da Bíblia, através da similaridade
entre os personagens do poema e o livro sagrado para os cristãos. A partir
destas constatações, objetiva-se a descrição desses aspectos levando em
consideração o poder que a Igreja exercia sobre a Espanha da época.
Palavras-chave: Discurso; Idade Média; Bíblia; “El cantar de mio
Cid”.
A IRONIA COMO SUBVERSÃO DA HISTÓRIA: A IDADE MÉDIA
NO CONTO “TEORIA” DE HERBERTO HELDER.
Gladson Fabiano de Andrade Sousa (Graduando do Curso de Letras
UFMA)
Orientador: Prof.ª Dr.ª Márcia Manir M. Feitosa (UFMA)
Na história da literatura tornou-se recorrente o retorno ao tema
do amor entre Inês de Castro e o Rei D. Pedro I, configurando-se a
chamada tradição inesiana. Este mesmo tema é retomado pelo escritor
contemporâneo Herberto Helder, no conto “Teorema” lançado no livro Os
passos em Volta de 1963. Hélder, porém, não apenas retorna ao tema,
mas também lança uma nova luz sobre o entendimento do mesmo, através
da fina ironia que perpassa todo o conto. Este trabalho tem como foco
principal elucidar a ironia como meio de subversão da história. Para este
fim, analisam-se os elementos da narrativa que convergem para ampliar
a tensão entre tempos, espaços e figuras históricas, tais como Pedro I de
Portugal, Pero Coelho, Inês de Castro, e, por conseguinte o próprio povo
português. O valor moral da história e de suas personagens é profundamente
revisitado, fazendo com que se mantenha viva a tradição inesiana. Como
83
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
pressupostos teóricos utilizam-se conceitos das teorias do conto de Edgar
Allan Poe, como a “unidade de efeito” e a teoria de Ricardo Piglia que diz
que “um conto sempre conta duas histórias.”
Palavras-chave: ironia - resgate e subversão.
CURAR, MATAR E VOAR: O USO DE PLANTAS ALUCINÓGENAS
NA FEITIÇARIA NÓRDICA MEDIEVAL
Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE)
O uso de plantas para a alimentação, fins curativos e mágicos
sempre esteve presente no cotidiano do homem deste os mais remotos
tempos. No caso específico da Escandinávia na Idade Média Central
e Baixa, encontramos imagens peculiares em igrejas onde mulheres
utilizam o caule de flores para voarem. Essas plantas eram utilizadas para
a elaboração de medicamentos, venenos e poções e ungüentos de alto
poder alucinógeno. A belladona, o licopodium, o capim de Maria eram
largamente utilizadas pelas mulheres em poções curativas e em feitiços e,
todas elas ainda hoje são usadas para o mesmo fim. Entender como essas
plantas eram utilizadas e, mais ainda, como as suas representações de uso
mágico adentraram os templos cristãos é a primeira parte de uma extensa
pesquisa que apresentamos aqui, nas suas primeiras questões.
Palavras-chave: Alucinógenos e plantas; Escandinávia Medieval;
cotidiano e magia.
AS INFLUÊNCIAS DA MITOLOGIA
BRUXARIA MEDIEVAL
Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE)
ESCANDINAVA
NA
As narrativas da mitologia germano-escandinava são repletas de
referências de personagens mágicos e praticantes de feitiçaria. Originalmente
inseridas dentro das tradições mágico-religiosas da sociedade nórdica
pagã, essas referências a agentes e objetos de feitiço podem ter adentrado a
área européia continental e influenciado na construção do imaginário sobre
a bruxaria – realizado essencialmente por teólogos e intelectuais ligados
à Inquisição após o século XIII. Nossa pesquisa centra-se essencialmente
nas figuras de Freyja e Frigg, deusas escandinavas relacionadas à magia
e ao sexo, e suas representações em um mural na Catedral dinamarquesa
de Schleswig, do ano de 1200, que possivelmente deram origem às
representações de bruxas voando em vassouras para participarem do Sabá,
um tema que tradicionalmente surgiu na iconografia européia continental
somente a partir do século XV. Nossos principais referenciais teóricos são
84
Resumos de Comunicações
a Nova Escandinavística e a História Cultural, empregando autores como
Carlo Ginzburg, Keith Thomas, Stephen Mitchell, Horn Fuglesang e JeanClaude Schmitt.
Palavras-chave: Feitiçaria; Mitologia Nórdica; Baixa Idade Média;
Escandinávia.
REVOLUÇÃO LIGEIRA: A BIGA E AS TRANSFORMAÇÕES DO
COMBATE NA ANTIGUIDADE
Adhemar Corrêa Neto (Graduando UFMA)
Orientadora: Profa. MS. Luciana de Campos (NEVE)
A carruagem é o tipo mais antigo e simples de transporte tracionado
por animais, utilizadas tanto na paz quanto na guerra como o principal
veículo de vários povos da antiguidade, as primeiras foram construídas
por volta de 3000 a.C eram usadas para transporte e tinham como força
motriz o boi, adaptações foram feitas e a carruagem foi sendo transformada
e uma variação dos seus resultados foi a biga, carro tracionado por dois
cavalos muito veloz o que foi fundamental para provar sua eficiência no
campo de batalha, foi extensivamente usada nos exércitos das civilizações
da antiguidade como Egito e Assíria. Para tanto utilizaremos como fontes,
Tito Lívio e como suporte teórico John Keegan e Robert Gaebel.
Palavras-chave: Antiguidade; guerra; biga.
NÓMOS, DIKÉ E A RETÓRICA EM HÉCUBA DE EURÍPEDES
Brian Kibuuka (Pós-Graduando UFF)
A fala de Hécuba a Agamêmnon no terceiro episódio (vv. 786845) é um discurso ricamente elaborado, no qual o conceito de nómos,
díkē e o valor das aptidões retóricas são explicitamente mencionados pela
protagonista. Esta comunicação visa apresentar tais temas desse discurso
da tragédia Hécuba, relacionando-os ao restante do enredo e, onde for
possível, ao contexto de sua encenação.
Palavras-Chave: Eurípides, Hécuba, Retórica, Violência
O DOTE DA NOIVA: UM BREVE ESTUDO SOBRE O COSTUME
DO DOTE EM SOCIEDADES DO MUNDO ANTIGO E DO
MEDIEVO
Prof. Dra. Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA)
O costume de dar um dote à mulher ou a seu noivo por ocasião do
casamento é um dos mais antigos da humanidade. Seu uso esteve presente
85
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
em diversas sociedades, com características e significados específicos,
relacionado ao papel matrimonial, a organização familiar e as relações de
gênero. Sendo assim, o dote poderia ser um bem para usufruto do esposo,
da mulher ou da sua família, assim como entendido como uma dádiva,
um presente, uma oferta para compensar as despesas do marido, um meio
de proteção à mulher ou para compra de esposas. Este trabalho pretende
fazer um estudo comparativo da prática dotal em sociedades do mundo
antigo e do período medieval, com destaque para seus usos, significados e
as representações em torno desse rito social.
Palavras-chave: Dote. Casamento. Práticas. Representações.
COMÉDIA ARISTOFÂNICA: O CARÁTER DO PODER POLÍTICO
ATENIENSE
Patrício Câmara Araújo (Graduando em História UEMA)
Este trabalho tem como objetivo apresentar o olhar do comediógrafo
Aristófanes (447-385 a.C) sobre a política. Como documento considero
a peça As Nuvens (423 a.C) na qual encontro a crítica aristofânica ao
fazer político ateniense considerando a relação entre política e moral. Foi
desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, tomando como procedimento a
análise exegético-filológica dos termos em grego que aparecem nesta obra
a partir de um olhar da história política. Aristófanes denunciou a prática
de corrupção na Grécia tomando como alvo personalidades atenienses que
se destacavam no cenário sócio-político da vida políade. Para isto utilizou
uma linguagem sarcástica e “agressiva” denunciando políticos gregos e
suas práticas.
Palavras-Chave: Aristófanes, Comédia, Política.
A FARSA DE INÊS PEREIRA: A SIMBOLOGIA DO ADULTÉRIO
Rafaella Gomes Monteiro (UFMA)
ORIENTADORA: Profa. Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA)
Este trabalho tem por objetivo analisar a simbologia que envolve
o conceito de adultério a partir da obra de Gil Vicente, A Farsa de Inês
Pereira, em que é possível perceber suas diferentes conotações e verificar
que as linhas do tempo não são o limite para tais interpretações.
Palavras-chave: A Farsa de Inês Pereira. Simbologia. Adultério.
86
Resumos de Comunicações
IMAGEM E HISTÓRIA: ANÁLISE DOS ESTEREÓTIPOS NAS
HQS ASTERIX E OS NORMANDOS E HAGAR, O HORRÍVEL
David Silva Dias (Graduando em História UFMA)
As HQs no mundo contemporâneo tem sido grande transmissor
da cultura moderna, mostrando lugares, sociedades, momentos históricos
do presente e do passado. Para o pesquisador este meio de informação
serve como fonte para pesquisa por ter dois influentes códigos: a escrita e
a imagem, a escrita contendo toda influência social e cultural e a imagem
com as pinturas, cores e traços que reproduzem ambientes históricos que
vislumbra o pesquisador, por isso é importante observa como esta sendo
representadas essas sociedades e quais os estereótipos permanece ou estão
sendo rompidos nas HQs. Esta pesquisa observa a sociedade escandinava
nas HQs. Analise que faremos estão em torno de duas revistas consideradas
da indústria de massa que são: Asterix e os normandos revista escrito
por Albert Uderzo e desenhada por René Goscinny e Hagar, O Horrível
criado por Dik Brown. Utilizamos o método comparativo e com recentes
avanços nos estudos sobre os escandinavos e o medievo, podemos analisar
como essas revistas representam o modo de guerra, o cotidiano e quais a
interferências do mundo contemporâneo na construção desta civilização.
Objetivo desta pesquisa é observar como as revistas de produção da
indústria de massa têm representado a sociedade escandinava e o medievo
e quais as permanências e as rupturas dos estereótipos.
MARIA, MÃE DE MISERICÓRDIA: O CULTO E OS MILAGRES
MARIANOS NOS SÉCULO XII- XIII
Camila Rabelo Pereira (Graduanda UEMA)
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Zierer (UEMA)
O presente trabalho tem como objetivo analisar através da fonte
primária Milagres Medievais, numa coletânea mariana alcobacense, a
crescente preocupação da Igreja Católica com as mulheres a partir do século
XII. Esta análise será feita através dos milagres, que entram tardiamente na
esfera do culto mariano, mas que demonstram algumas mudanças do papel
feminino no ocidente europeu entre os séculos XII e XIII, considerando
assim os elementos facilitadores que possibilitaram o reconhecimento
dos milagres de uma representação feminina dentro da Igreja Católica.
Pois, o milagre seria um sinal da intervenção de Deus e testemunho da
santidade daquele que os realiza, e com essa nova atribuição Maria, Mãe
de Misericórdia, ganha um papel duplo e eficaz: próxima aos homens
87
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
interpretando as ações humanas e apresentando-as diante da divindade e
também de intercessora ou intermediária da divindade junto aos homens,
aumentando assim a confiança dos homens na intervenção de Deus em suas
vidas, pois o milagre era um sinal de contato, ou seja, a manifestação do
sagrado.
Palavra- chave: Maria. Milagre. Mulheres.
CAPÍTULOS DA INQUISIÇÃO MEDIEVAL: O PROCESSO DE
JOANA D’ARC ATRAVÉS DAS LENTES DE CARL DREYER
Profa. Dra. Marize Helena de Campos (UFMA)Karina Di´Leli (Graduanda
UFMA)
Protagonista de um dos mais famosos processos inquisitoriais,
Joana D´Arc teve sua trajetória, desde a prisão até sua morte na fogueira
do Santo Ofício, revisitada em diversas linguagens e por diferentes
olhares, inclusive o cinematográfico. A análise ora apresentada recai
sobre a perspectiva de Carl Theodor Dreyer no filme A Paixão de Joana
D’Arc, de 1928, o primeiro sobre esta personagem histórica. Com forte
crítica à Igreja Católica, o diretor apresenta uma abordagem pautada
em documentos referentes ao julgamento e condenação de Joana. A
narrativa apresenta nítida intenção em confrontar o perfil de Joana com
seus juízes, representados como velhos, autoritários, ameaçadores e
dogmáticos. Gestos e expressões, e suas inerentes tensões, são matizados
através da focalização das lentes num jogo de close-ups e reaction shots
evidenciando a batalha de Joana contra seus inquisidores e a inflexibilidade
da Igreja ante a ameaça que aquela mulher representa aos seus interesses.
Destaca-se ainda o envolvimento popular (ou a ausência dele) durante o
processo. Antes da execução, como que alheio ao acontecimento, o povo
vive seu cotidiano representado em uma feira a céu aberto, com direito a
apresentações de equilibristas e engolidores de espadas. Percepção que se
altera quando as chamas consomem o corpo de Joana. A visão de Dreyer
sobre este episódio da história medieval custou-lhe a proibição e queima
(sintomática sentença) da película quando de seu lançamento. A “saída do
cárcere” deu-se na década de 1980 quando uma cópia, em perfeito estado
de conservação, foi encontrada na gaveta de um hospital psiquiátrico
norueguês. ****
88
PAINEL
O PENSAMENTO E O MODO DE VIDA DO HOMEM MEDIEVAL
N’A DEMANDA DO SANTO GRAAL
Vanessa Soeiro Carneiro (Graduanda em Letras UFMA)
Orientadora: Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA)
Todas as pessoas já ouviram histórias sobre o grande Rei Artur e os
cavaleiros da távola redonda pelo menos uma vez na vida. Por ser recheado
de lendas, magia, nobreza e cavalaria, o mito arturiano mexe muito com o
imaginário popular. A Demanda do Santo Graal conta a história de como
os cavaleiros de Artur sairam em busca do sagrado Graal. Ela foi a primeira
obra a ser traduzida para a língua portuguesa e é uma obra essencialmente
cristã. É possível observar n’A Demanda do Santo Graal características da
vida e do pensamento medieval. O relacionamento que os homens tinham
com Deus, o que eles tinham com o diabo, diversos valores cristãos, o amor
cortês e a importância da cavalaria para a época são claramente retratados
nela. Além disso, é possível perceber como era o relacionamento dos
homens com as mulheres e as variadas maneiras como estas eram vistas
pela sociedade. Tendo em mente tais características, este trabalhos ilustrará
de forma mais específica como o pensamento e o modo de vida do homem
medieval são retratados na obra já citada.
Palavras-chave: graal, Artur, pensamento, medieval
91
SESSÕES DE COMUNICAÇÕES
SESSÕES DE COMUNICAÇÕES
Data: 14 de outubro, sexta-feira
Horário: 08:00h às 10:00h
1. IDADE MÉDIA E ENSINO
Coordenação: Prof. Paulo César Alves de Carvalho (UFMA)
MEDIEVO NA ESCOLA: ENSINO SOBRE IDADE MÉDIA NO CONTEXTO ATUAL DO MARANHÃO.
Sarah Fernanda Moraes Gomes (Graduanda – UEMA)
Marla Campos (Graduanda História UEMA)
A MEDIEVALIDADE AFRICANA: POSSIBILIDADES DE ENSINO.
Igor José de Matos Cruz (Especialização UEPA)
Maurel Ferreira Barbosa (Mestrando UFPA)
PENSAMENTO, SÍMBOLO E COMUNICAÇÃO: O TRIVIUM NO
ENSINO MEDIEVAL E SUAS POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO
MODERNA
Ricardo Santos de Carvalho (Graduando em História UFMA)
MEMORIAS MEDIEVAIS NA PRODUÇÃO DA AZULEJARIA
PORTUGUESA
Prof. Paulo César Alves de Carvalho (UFMA)
A DOCUMENTAÇÃO SOBRE INDUMENTÁRIA DO MUSEU
HISTÓRICO E ARTÍSTICO DO MARANHÃO
Cláuberson Correa Carvalho (Graduando em Letras, Bolsista BIC/UEMA)
2. RELIGIOSIDADE NO MUNDO ANTIGO
Coordenação: Prof. Fabricio Nascimento de Moura (UEMA)
IAKHE!: A PRESENÇA DE DIONISOS NOS MISTÉRIOS DE ELÊUSIS.
Prof. Figueiredo Virgolino (Mestrando UFF/Nereida)
AS PRÁTICAS SACRIFICIAIS EM CARTAGO – SÉCULO III A. C.
Prof. Fabricio Nascimento de Moura (UEMA)
HOMERO A EURÍPEDES:
OS FUNERAIS E ANTIFUNERAIS COMO DIREITO E ULTRAJE.
Jacquelyne Taís Farias Queiroz (Mestranda em Cultura, Educação e
Linguagens UESB)
RITOS FUNERÁRIOS NA ROMA REPUBLICANA
Maria Félix Pereira Calixto (Graduanda UEMA)
95
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
3. RELIGIÃO E FILOSOFIA NA ANTIGUIDADE TARDIA
Coordenação: Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese
ENTRE UM SÁBIO REI E UM PODEROSO EXORCISTA DA
ANTIGUIDADE: SALOMÃO, UMA FIGURA DE PRESTÍGIO DA
TRADIÇÃO JUDAICA IMERSA NA MAGIA APOCALIPTICA
Ingrid Luane Campêlo de Oliveira (Graduanda em História UEMA)
EUSÉBIO DE CESARÉIA E A HISTÓRIA ECLESIÁSTICA: UM
DISCURSO IDENTITÁRIO ACERCA DA ORTODOXIA VIA
ALTERIDADE DAS HERESIAS
Elisana Ribeiro Oliveira (Graduanda UFPA)
Rosana Brito da Cruz (Graduanda UFPA)
PAULO DE TARSO EM NIETZSCHE E FREUD E A QUESTÃO DAS
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
Thais Carvalho Fonseca (Mestranda PGCULT/UFMA)
COMÉDIA ARISTOFÂNICA: O CARÁTER DO PODER POLÍTICO
ATENIENSE
Patrício Câmara Araújo (Graduando em História UEMA/Grad. em
Filosofia)
4. RELIGIOSIDADE MEDIEVAL I
Coordenação: Prof. Ms. Eloy Barbosa de Abreu (UEMA)
ALEGORIAS MEDIEVAIS E (IN)TOLERÂNCIA RELIGIOSA NA
PROCISSÃO DE CORPUS CHRISTIS
Prof. Ms. Eloy Barbosa de Abreu (UEMA)
FORMAÇÃO DAS COMUNIDADES CRISTÃS E SUAS INTERAÇÕES
CULTURAIS NA BACIA MEDITERRANEA: UM OLHAR SOBRE OS
GÁLATAS
William Braga Nascimento (Graduando em História UEMA)
O CRISTO MEDIEVAL: A PERSONIFICAÇÃO DE FRANCISCO DE
ASSIS NA FIGURA DE JESUS CRISTO
Alex Silva Costa (Graduando em História BIC-FAPEMA-UEMA)
VÍCIOS, VIRTUDES E A REPRESENTAÇÃO DO BOM CRISTÃO PARA
A ORDEM DOS CISTERCIENSES: O EXEMPLO DE ALCOBAÇA.
Darlan Pinheiro de Lima (Mestrando UFRGS)
MARIA, MÃE DE MISERICÓRDIA: O CULTO E OS MILAGRES
MARIANOS NOS SÉCULO XII- XIII
Camila Rabelo Pereira (Graduanda UEMA)
96
Sessões de Comunicações
5. RELIGIOSIDADE MEDIEVAL II
Coordenação: Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF)
Interações Culturais nos Cristianismos Antigos e os
Cristianismos Africanos
André L. Barroso (Doutorando em História UNICAMP/FAPESP)
FAROL QUE ILUMINA OU FUMAÇA QUE TURVA? O MESTRE
ANSELMO DE LAON SOB AS ÓTICAS DE GUIBERTO DE NOGENT
E PEDRO ABELARDO
Carlile Lanzieri Júnior (Doutorando em História UFF)
Privilegium paupertatis: apontamentos sobre a Sicut
manifestum est de 1228 de Gregório IX
Profa. Veronica Aparecida Silveira Aguiar (UNIR)
A TRAJETÓRIA DO BIENAVENTURADO DOMINGOS ATÉ SEU
ENVIO AO MOSTEIRO DE SILOS COMO ABADE REFORMADOR.
Rafael Santos Ribeiro (Graduando em História UFPA)
Prof. Ms. Thiago de Azevedo Porto (UFPA)
A DIVINA COMÉDIA e A CONSTRUÇÃO DO PÓS MORTE Medieval:
o mundo subterrâneo como representação do mal
Mariza Pinheiro Bezerra (Mestranda em Cultura e Sociedade – UFMA.
Bolsista da FAPEMA.)
6. MAGIA E FEITIÇARIA NA EUROPA MEDIEVAL
Coordenação: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE)
A MAGIA EM MERLIN DE ROBERT DE BORON
Átila Augusto Vilar de Almeida (Mestrando em História UFAM)
AS INFLUÊNCIAS DA MITOLOGIA ESCANDINAVA NA BRUXARIA
MEDIEVAL
Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE)
CURAR, MATAR E VOAR: O USO DE PLANTAS ALUCINÓGENAS
NA FEITIÇARIA NÓRDICA MEDIEVAL
Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE)
AS RAÍZES MEDIEVAIS DA FEITIÇARIA AMOROSA NO BRASIL
COLONIAL.
Fernanda Cristina Vale (Graduanda em História UFMA)
Dayana Jéssica Sousa de Sá (Graduanda em História UFMA)
97
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
7. ANTIGUIDADE E IMAGINÁRIO
Coordenação: Prof. Dr. Fábio Vergara (UFPel)
O IMAGINÁRIO EM RELAÇÃO AO CORPO NA ATENAS DO
SÉCULO IV A.C.
Andressa Nascimento Teixeira (Graduanda UEMA)
A HOMOAFETIVIDADE NO IMAGINÁRIO ÁTICO: AS OBRAS DE
ARISTÓFANES COMO ANÁLISE DO PENSAMENTO POPULAR
ATENIENSE
Luiz H. Bonifacio (Graduando UPE)
O IDEAL DE CIDADANIA NA SOCIEDADE DA ATENAS CLÁSSICA.
Laercio Dias Guimarães (Graduando em História UEMA)
A PALESTINA: PERIFERIA DO IMPÉRIO ROMANO. AS FORMAS
DE RESISTÊNCIA AO PODER
Alberto José Patrício (Bacharel em Ciências Sociais UFRJ)
8. IMAGINÁRIO MEDIEVAL
Coordenação: Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães (Mestre em
História – UFPA)
DIABO E PODER NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL
Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães (Mestre em História – UFPA)
INFERNO E PARAÍSO SEGUNDO A CONCEPÇÃO DE RAMON
LLULL (1232-1316)
Tayane Cristina Sousa Araujo (Graduanda em História BIC-UEMA)
O
REI
NO
IMAGINÁRIO
MEDIEVAL:
MECANISMOS
LEGITIMADORES NA CRÔNICA DE D. JOÃO I, DE FERNÃO LOPES
Josena Nascimento Lima Ribeiro (Graduando em História CNPq/PIBIC/
UEMA)
O PAÍS DA COCANHA COMO REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS
UTÓPICOS DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL
Manoel Afonso Ferreira Cunha (Graduando PIBIC/ FAPEMA/ UEMA)
PARA QUE SE VIAJAVA NA IDADE MÉDIA? Peregrinação, Outro
Mundo e Salvação na Hagiografia Medieval Portuguesa Conto de Amaro.
Naíres Matias de Souza (Graduanda em História – UEMA)
98
Sessões de Comunicações
9. LITERATURA MEDIEVAL
Coordenação: Neila Souza (Mestre em História pela UFF)
ENTRE A CRUZ E A ESPADA: MODELOS DE CAVALEIROS NA
VISÃO DE TÚNDALO E A DEMANDA DO SANTO GRAAL.
Bianca Trindade Messias (Graduanda em História BIC/UEMA)
O DISCURSO NO MEDIEVO E SUAS MARCAS NA DEMANDA DO
SANTO GRAAL
Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA)
Camila Nascimento Lima Silva (Graduanda UFMA)
LANCELOT: UM CAVALEIRO OSCILANTE NA DEMANDA DO
SANTO GRAAL
Neila Souza (Mestre em História pela UFF)
CONTOS MELUSINIANOS: A DAMA DO PÉ DE CABRA E O
ROMANCE DE MELUSINA COMO REPRESENTAÇÃO DO
FOLCLORE.
Polyana Muniz (Graduanda BIC/UEMA)
A COMICIDADE PRESENTE EM “AUTO DA BARCA DO INFERNO”
Karine Costa Miranda (Graduanda em Letras UFMA)
SESSÕES DE COMUNICAÇÕES
Data:14 de outubro, sexta-feira
Horário: 10:00h às 12:00h
10. VIKINGS E ESCANDINÁVIA MEDIEVAL
Coordenação: Pablo Gomes de Miranda (Mestrando em História pela
UFRN/NEVE)
O TEMPO DAS EDDAS: ANÁLISE DO PERÍODO HISTÓRICO
PRESENTE NOS POEMAS EDDAICOS.
Breno Girotto Campos (Graduando em História UNESP/Assis)
SENHORAS DA MORTE: A REPROPRIAÇÃO E INFLUÊNCIA DA
IMAGEM DAS VALQUÍRIAS NA ATUALIDADE
Weber Albuquerque Neiva Filho (Graduando em História UFMA)
“FEITICEIRA” VIKING? UMA ANÁLISE DA MULHER
ESCANDINAVA NO IMAGINÁRIO FÍLMICO
Josileia Almeida (Graduanda em História, UFMA/ NEVE)
NEM FOGO OU AÇO: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS EMBATES
ENTRE BERSERKIR E CLÉRIGOS NA CONVERSÃO DA ISLÂNDIA
Ana Clara Thomazini Racy (Graduanda em História – UFF)
Pablo Gomes de Miranda (Mestrando em História pela UFRN/NEVE)
99
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
11. CULTURA NO MUNDO CLÁSSICO I
Coordenação: Talita Nunes Silva (UFF/NEREIDA)
KALÓS THÁNATOS: A APROPRIAÇÃO DO CORPO PELA
COMUNIDADE POLÍADE NA ORAÇÃO FÚNEBRE DE PÉRICLES
Cartejane Bogéa Vieira (Graduando em História UEMA)
A FLEXIBILIDADE DO DISCURSO: AS DIVERSAS CONSTRUÇÕES
SOBRE O MÚSICO NA ATENAS CLÁSSICA
Arianne Pereira Alves (Graduanda BIC/UEMA)
ELECTRA: UM EXEMPLO DE PERSONAGEM TRANSGRESSORA
AO IDEAL DE FEMININO VIGENTE NA PÓLIS ATENIENSE
Talita Nunes Silva (UFF/NEREIDA)
NÓMOS, DIKÉ E A RETÓRICA EM HÉCUBA DE EURÍPEDES
Brian Kibuuka (Pós-Graduando UFF)
12. CULTURA NO MUNDO CLÁSSICO II
Coordenação: Alexandre Lima (UFF)
O SIMBOLISMO DO CINTURÃO DE HIPÓLITA
Marília Santos Colins (Graduanda em História UFMA)
LENTACULUM, PRADIUM E CENA: OS CARACTERES
ALIMENTARES NA ROMA ANTIGA
Andréia Belém Ferreira (Graduanda em História UFMA)
O IMAGINÁRIO SOBRE O MAR E O ESTATUTO SOCIAL DOS
“HOMENS DO MAR” NA ATENAS CLÁSSICA
Marla Rafaela Lima de Assunção (Graduanda de História da UEMA)
O MEIO MARÍTIMO ATENIENSE: AS ATRIBUIÇÕES FEITAS POR
POETAS DOS SÉCULOS VIII E VII A.C.
Camila Alves Jourdan (Graduanda NEREIDA/UFF)
13. CULTURA NO MUNDO CLÁSSICO III
Coordenação: Profa. Dra. Luciane Munhoz de Omena (UFG)
VIRGILIO E A CONSTRUÇÃO DA IDEIA DO IMPÉRIO ROMANO
Phillipe Augusto Gomes Silva Bastos (Graduando UPE).
Vanessa da Silva Pereira (Graduanda UPE).
RISO E ENCENAÇÃO NAS METAMORFOSES, DE LÚCIO APULEIO
Profa. Luciane Munhoz de Omena (UFG).
VIAGENS E EXPERIÊNCIAS DE VIDAS NA ODISSÉIA
Alexandre Santos de Moraes (Doutorando em História UFF)
PÍTEAS DE MASSÍLIA – O ESTABELECIMENTO DE UMA VISÃO
100
Sessões de Comunicações
NÃO MÍTICA EM RELAÇÃO ÀS TERRAS PRODUTORAS DE
ESTANHO
Gustavo Koszeniewski Rolim (Graduando em História UFRGS)
O DOTE DA NOIVA: UM BREVE ESTUDO SOBRE O COSTUME DO
DOTE EM SOCIEDADES DO MUNDO ANTIGO E DO MEDIEVO
Prof. Dra. Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA)
14. CONFLITO E GUERRA NA ANTIGUIDADE
Coordenação: Sandro Teixeira Moita (Mestrando em História – UNIRIO/
ECEME)
A SEGUNDA GUERRA PÚNICA E O IMAGINÁRIO SOCIAL EM
ROMA – SEC. III A.C.
Phillip Sousa dos Santos (Graduando UEMA)
GLADIADORES NAS ARENAS: SERES EXCLUÍDOS DA
SOCIEDADE?
Alexandro Almeida Lima Araujo (Graduando em História UEMA)
REVOLUÇÃO LIGEIRA: A BIGA E AS TRANSFORMAÇÕES DO
COMBATE NA ANTIGUIDADE
Adhemar Corrêa Neto (Graduando UFMA)
IDENTIDADE E IMAGINÁRIO EM TRANSFORMAÇÃO – O INÍCIO
DA MIGRAÇÃO DOS GODOS (376-410)
Sandro Teixeira Moita (Mestrando em História – UNIRIO/ECEME)
15. IMAGINÁRIO E LITERATURA MEDIEVAL
Coordenação: Prof. Dra. Renata Vereza (UFF)
IMAGENS DO ORIENTE: A REPRESENTAÇÃO DOS NIZARIS NOS
RELATOS DE VIAJANTES
Thomas Farines (Graduando em História, UFSC)
O IMAGINÁRIO CRISTÃO DO ALÉM NA VISÃO DE TÚNDALO.
Solange Pereira Oliveira (Graduanda CNPq/PIBIC/UEMA)
A REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NA LITERATURA
FRANCESA DO SÉCULO XII
Rennata Pinto dos Santos (Graduanda UFMA)
A IDEOLOGIA RELIGIOSA MEDIEVAL PRESENTE NA OBRA EL
CANTAR DE MIO CID
Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA)
Sâmia Cristina Martins Silva (Graduanda UEMA)
UMA VIAGEM À TULAYTULA: CIDADE DE INTERSEÇÕES
Profa. Dra. Renata Vereza (UFF)
101
IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão
16. CULTURA MEDIEVAL
Coordenação: Prof. Dr. Vinicius Cesar Dreger de Araujo (Centro
Universitário Anhanguera)
CONSTANÇA DA SICÍLIA: IMPERATRIX – REGINA – VIATRIX
Prof. Dr. Vinicius Cesar Dreger de Araujo (Centro Universitário
Anhanguera)
CIDADES, FORTALEZAS E PODER: UM OLHAR SOBRE AS
FRONTEIRAS DE CASTELA NO SÉCULO XIII
Marcio Felipe Almeida da Silva (Mestrando em História UFF)
A FARSA DE INÊS PEREIRA: A SIMBOLOGIA DO ADULTÉRIO
Rafaella Gomes Monteiro (UFMA) - DA FESTA DOS LOUCOS À
LOUCURA DA FESTA: o carnaval na medievalidade Prof. Ms. Fabio
Henrique Monteiro Silva (UEMA)
DIABO VERSUS DEUS: A PERSONIFICAÇÃO DO INFERNO NA
VISÃO DE TÚNDALO
Rakell Rays dos Anjos Alves (Graduanda CNPq/PIBIC/UEMA)
17. ANTIGUIDADE E MEDIEVO NO CINEMA E HQS
Coordenação: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE)
QUARENTA E DOIS DENTES DE FÚRIA: ANÁLISE DA
REPRESENTAÇÃO DE CÃES DE GUERRA DA ANTIGUIDADE NAS
HQS.
Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA – graduando em História).
IMAGEM E HISTÓRIA: ANÁLISE DOS ESTEREÓTIPOS NAS HQS
ASTERIX E OS NORMANDOS E HAGAR, O HORRÍVEL
David Silva Dias (Graduando em História UFMA/NEVE)
SOHEILA E CECÍLIA: DUAS PERSPECTIVAS FEMININAS DO
MEDIEVO NA CINEMATOGRAFIA
Marliane da Costa Dutra (Graduanda em História UFMA/NEVE)
O SÉTIMO SELO: AS REPRESENTAÇÕES DO MEDIEVO NA
PELÍCULA DE INGMAR BERGMAN
Wendell Emmanuel Brito de Sousa (Graduando em História UEMA)
CAPÍTULOS DA INQUISIÇÃO MEDIEVAL: O PROCESSO DE JOANA
D’ARC ATRAVÉS DAS LENTES DE CARL DREYER
Karina Di´Leli (Graduanda UFMA)
Profa. Dra. Marize Helena de Campos (UFMA)
102
Sessões de Comunicações
18. RESSIGNIFICAÇÕES
LITERATURA
DO
MEDIEVO
NA
ARTE
E
Coordenação: Profa. Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA)
Uma louca viagem: representações da Loucura na
Stultifera navis de bosch
Kamilla Dantas Matias (Graduanda em História UESB)
NO CORDEL PODE SER MODERNO E PODE SER MEDIEVAL.
QUEM “MANDA” É O PÚBLICO.
Profa. Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA)
O TEMA DE INÊS DE CASTRO EM HERBERTO HELDER E FERNÃO
LOPES: A PERMANÊNCIA DO MITO
Vanessa Soeiro Carneiro (Graduanda em Letras UFMA)
LITERATURA E IMAGINÁRIO: REPRESENTAÇÃO DA ORDEM
DO TEMPLO E DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS EM IVANHOÉ DE
WALTER SCOTT.
Philipe Luiz Trindade de Azevedo (Graduado em História UFMA/NEVE)
A IRONIA COMO SUBVERSÃO DA HISTÓRIA: A IDADE MÉDIA NO
CONTO “TEORIA” DE HERBERTO HELDER.
Gladson Fabiano de Andrade Sousa (Graduando do Curso de Letras
UFMA)
103
MONITORES
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104
César Augusto Silva Filho
Daniela Garcês
Walker Crysthian de S. Lima
Ingrid Luane de Oliveira
Ingrid Luane de Oliveira
Honório Tavares
William Braga Nascimento
Marla Rafaela de Assunção
Rakell Rays Alves
Alex Silva Costa
Paulo Roberto Matos
Joana D’Arc Carvalho
Frankdene Belo
Teresa Cristina Freitas Oliveira
Alcenilton Reis Júnior
Adriana Moraes Pereira
Sarah Fernanda M. Gomes
Anna Carolina V. C. Medeiros
Josena Nascimento L. Ribeiro
Arianne Pereira Alves
Mariana da Sulidade
Pablo Francisco Ferreira Lima
Werberth Serejo Belo
Romário Basílio
Bianca Trindade Messias
Marla Jéssica C. de Souza
Ronny Pereira Coelho
Marcos Tadeu Nascimento da Silva
José Roberto Vieira Santos
Ana Paula Alves C. Campos
UNIVERSIDADES E INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
EHESS – École des Hautes Études en Sciences Sociales
Universitè Parisl Panthéon-Sorbonne
CEA – Centro Universitário Anhanguera
MAE-USP – Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São
Paulo
UEMA – Universidade Estadual do Maranhão
UEL – Universidade Estadual de Londrina
UEM – Universidade Estadual de Maringá
UEPA – Universidade Estadual do Pará
UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
UFC – Universidade Federal do Ceará
UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
UFF – Universidade Federal Fluminense
UFG – Universidade Federal de Goiás
UFMA – Universidade Federal do Maranhão
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFPA – Universidade Federal do Pará
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFS – Universidade Federal de Sergipe
UNIR – Universidade Federal de Rondônia
UNB – Universidade de Brasília
UFPel – Universidade Federal de Pelotas
UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
USP – Universidade de São Paulo
UNDB – Unidade de Ensino Superior Dom Bosco
UPE – Universidade de Pernambuco
UFAM – Universidade Federal do Amazonas
105
Este livro foi composto em fonte Minion Pro, sobre o papel
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