Minha casa, minha vila
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Minha casa, minha vila
Ano 13 - No 51 março 2014 R$ 15,00 O arquiteto Guilherme Leme mostra como fazer residências econômicas sem perder a elegância. São doze sobrados em Bragança Paulista (SP) que formam uma pequena vila Minha casa, minha vila nesta edição 51 14 entrevista O engenheiro e presidente recém-eleito da BlocoBrasil, Ramon Otero Barral, fala das metas da entidade para o próximo triênio e do objetivo central, que é a busca pela certificação dos produtos do setor e adequação aos programas de qualidade 21 glp campinas O condomínio logístico GLP Campinas implantou um reservatório de retenção de água de grandes dimensões, com projeto inovador e bons resultados, técnico-econômicos 26 pisos revista prisma soluções construtivas com pré-moldados de concreto www.revistaprisma.com.br publicação bimestral março 2014 drenantes O Largo do Taboão, portal de entrada da cidade de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, foi revitalizado com o uso de placas drenantes de concreto 30 arquitetura SEÇÕES O jovem arquiteto Guilherme Leme projetou, em Bragança Paulista-SP, 6 agenda conjunto habitacional com 12 casas de desenho primoroso e soluções construtivas econômicas, que permitiram inserir o empreendimento no programa Minha Casa, Minha Vida 12 produtos 36 urbanismo A cidade catarinense de Criciúma revitalizou suas áreas centrais e o principal parque do município com o emprego de pisos intertravados de concreto 45 artigo O engenheiro e pesquisador Vitor Soares Rabelo Adriano apresenta, neste artigo, os resultados da análise experimental da influência do tempo de uso do palete na resistência de blocos de concreto produzidos em máquina vibrocompactadora 8 curtas 42 profissional top 50 destaque EXPEDIENTE Prisma é uma publicação bimestral da Editora Mandarim www.mandarim.com.br DIRETORES Marcos de Sousa e Silvério Rocha EDITOR RESPONSÁVEL Silvério Rocha – MTb 15.836-SP EQUIPE TÉCNICA Abdo Hallack, Cláudio Oliveira, Germán Madrid Mesa (Colômbia), Hugo da Costa Rodrigues, Kátia Zanzotti, Marcio Santos Faria, Paulo Sérgio Grossi, Rodrigo Piernas Andolfato e Ronaldo Vizzoni COLABORADORES Texto: Graziela Silva, Henrique Rodrigues e Marcos de Sousa Fotos: Patrícia Belfort PROJETO GRÁFICO LuaC Designer DIAGRAMAÇÃO/Arte Vinicius Gomes Rocha Act Design Gráfico IMPRESSÃO Van Moorsel Gráfica e Editora REDAÇÃO Editora Mandarim Rua Marquês de Itu, 503, conj.22 São Paulo-SP - CEP 01223-001 Tel. (11) 3224-2680 - Fax (11) 3362-2585 SECRETARIA e ASSINATURAS Ilka Ferraz, (11) 3224-2680, www.portalprisma.com.br ou pelo e-mail: [email protected] PUBLICIDADE Diretor Comercial: Silvério Rocha [email protected] Representantação Comercial: Rubens Campo (Act) (11) 99975-6257 - 5573-6037 [email protected] APOIO INSTITUCIONAL ABCP ABTC BlocoBrasil ISSN: 1677-2482 Na próxima edição •Residência em São Paulo •Escolas com pré-fabricados •Shopping RioMar Fortaleza •Os resultados do projeto ACV-m •PSQ e o Selo de Qualidade editorial Qualidade e sustentabilidade são, cada vez mais, as palavras-chave da construção civil brasileira. Não por acaso, estes também são temas em destaque nesta edição da Prisma. A começar pela entrevista do engenheiro Ramon Otero Barral, eleito em dezembro último para presidir a BlocoBrasil-Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto para o triênio 2014-2016. Nela, Barral expõe as metas que pretende atingir nesse período à frente da entidade, entre as quais a busca pela qualidade dos fabricantes do setor se destaca, juntamente com o objetivo de ampliar o número de associados em todo o país. Para ele, essas metas são interligadas, pois a expansão de associados em regiões ainda desprovidas de fabricantes que oferecem produtos certificados significa também aumentar a qualidade dos blocos e pisos de concreto nacionalmente, pois só podem associar-se as empresas que possuem o Selo de Qualidade da ABCP e, portanto, seguem estritamente as normas. Barral diz que serão feitos todos os esforços para fortalecer o PSQ-Programa Setorial de Qualidade, do PBQP-H/Ministério das Cidades, como poderoso instrumento indutor de garantia de qualidade dos blocos e pisos pré-fabricados de concreto em todo o país. Em duas reportagens, uma sobre a renovação do Largo do Taboão, no município de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e outra sobre a revitalização das áreas centrais e do principal parque de Criciúma-SC, pisos drenantes e pavimentos intertravados de concreto adicionam sustentabilidade e soluções paisagístico-arquitetônicas a importantes cidades brasileiras. Na mesma linha, mostramos reportagem sobre o reservatório de retenção de água implantado no condomínio logístico GLP Campinas, que revela as vantagens técnico-econômicas e ambientais resultantes da implantação desse tipo de reservatório, na prevenção de enchentes, além de possibilitar que, sobre ele, possam ser implantadas vias, parques e calçadas, por exemplo. E trazemos também o projeto desenvolvido pelo jovem arquiteto paulista Guilherme Leme para um pequeno empreendimento habitacional em Bragança Paulista-SP. Nele, destacam-se a alvenaria estrutural de blocos, o uso de elementos pré-fabricados de concreto, como pré-lajes e outros, que são concebidos como instrumentos técnico-econômicos unidos a um desenho de fino trato, que permitiu atingir um baixo custo por metro quadrado e, assim, inscrever o conjunto no programa Minha Casa, Minha Vida. Estética apurada e qualidade construtiva, também devem ser aplicadas a conjuntos populares. Boa leitura! 5 agenda Feicon Batimat 2014 - Salão Internacional da Construção Fecontech - Feira Internacional da Construção 18 a 22 de março, em São Paulo/SP 21 a 23 de maio, em Goiânia A Feicon Batimat é o maior e mais conceituado salão da construção da América Latina. É o evento mais completo da área, pois só ele reúne todos os grandes líderes do segmento em uma exclusiva exposição de produtos e serviços para todos os setores do ramo. Mais informações: www.meudecor.com/eventos/feiconbatimat-2014-salo-internacional-da-construo A Fecontech pretende mostrar as soluções da indústria fornecedora do setor, para o público profissional e geral. Mais informações: www.fecontech.com.br 10o Ranking das Construtoras ITC 19 de março, em São Paulo/SP A décima edição do Ranking ITC das construtoras brasileiras será divulgado em 19 de março, em São Paulo. Mais informações: www.rankingitc.com.br Feira do Construtor 7 a 10 de maio, em Curitiba O evento vai reunir toda a cadeia produtiva do setor, apresentando as novidades, principais tendências, produtos, equipamentos e soluções em uma oportunidade ímpar na geração de negócios para expositores e visitantes. Mais informações: www.feiradoconstrutor.com.br/ Feiconati 2014 22 a 25 de maio, em Atibaia/SP Sobratema Workshop 2014 8 de abril, em São Paulo O Sobratema Workshop 2014, a ser realizado no dia 8 de abril, em São Paulo, irá debater diversos aspectos relacionados ao tema central, “Gestão de Riscos nas Obras – Desafios e Soluções”, a fim de levar conhecimento técnico e mercadológico aos empresários, gestores, engenheiros, profissionais e especialistas de construtoras, seguradoras, e consultorias de projetos, e representantes técnicos de órgãos governamentais. Mais informações: www.sobratemaworkshop.com.br 6o Congresso Brasileiro do Cimento 19 a 21 de maio, em São Paulo O 6o Congresso Brasileiro do Cimento (CBC) volta a ser realizado, após 15 anos de intervalo. A sexta edição do congresso se desenvolverá em dois dias e meio de atividades plenárias (conferências e palestras), tendo simultaneamente a tradicional exposição paralela com cerca de 40 estandes, onde as empresas fornecedoras de serviços, produtos e equipamentos para fabricação de cimento poderão expor as inovações industriais do segmento. Informações e inscrições: www.cbcimento. com.br ou pelo tel. (11) 3641-6661 / 99714-3969, com Rosana Biasoto, ou diretamente coma área de Comunicação da ABCP. Tecobi Expo 2014 20 a 22 de maio, em São Paulo/SP A feira trará tudo sobre telhados, coberturas e impermeabilização, nesta sua segunda edição, que acontece no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Informações: www.tecobiexpo.com.br VII Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas 21 a 23 de maio, no Rio de Janeiro Organizado pela ABPE - Associação Brasileira de Pontes e Estruturas e a ABECE - Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, terá como tema em comemoração aos 40 anos da ponte Rio-Niterói. Mais informações: http://www.abpe.org.br/eventos.htm A 1ª Feira da Construção de Atibaia movimentará o setor e trará questões de sustentabilidade a pauta das discussões realizadas no evento. Com o intuito de atrair lojistas e atacadistas; arquitetos, engenheiros, profissionais da construção em geral, designers de interiores, decoradores e paisagistas; construtores, empreiteiros, representantes de órgãos públicos, estudantes de áreas afins, e o público em geral. Mais informações: www.feconati.com.br. Concrete Show 2014 27, 28 e 29 de agosto, em São Paulo O evento reunirá expositores de serviços, produtos, máquinas e equipamentos ligados ao cimento e ao concreto, além de contar, em paralelo, com o Concrete Congress, que promoverá palestras sobre os mais variados temas ao longo dos três dias da feira. Mais informações: www.concreteshow.com.br Cursos Ycon Concepção Estrutural na Arquitetura em Aço, Concreto Armado e Madeira 11 de fevereiro a 6 de maio, em São Paulo/SP O curso visa apresentar os conceitos importantes sobre o comportamento das mais diversas tipologias estruturais. Fornecer critérios de pré-dimensionamento de sistemas estruturais, de forma que o desenho arquitetônico apresente as dimensões estruturais próximas da realidade. Mais informações: www.ycon. com.br/cursos-interno.php?id=34 Gerenciamento de Obras 21 e 22 de fevereiro, em São Paulo/SP Este curso tem por objetivo divulgar uma metodologia de aplicação prática para ser utilizada no gerenciamento de obras. A metodologia inclui todos os procedimentos e instrumentos necessários para garantir que a obra seja executada na qualidade requerida pelo projeto, dentro do orçamento, no prazo contratual e com segurança. Mais informações: www.ycon.com.br/cursos-interno. php?id=24 RECEBA MAIS INFORMAÇÕES pelo boletim PrismaNet. Cadastre-se no site www.portalprisma.com.br curtas e Produtividade do Hábitat), relacionou o que considera os próximos desafios: promover a adequação dos projetos habitacionais e melhorar sua qualidade arquitetônica e urbanística. “O aperfeiçoamento do SiAC (Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras) também é importante para que se consiga, por meio do poder de compra, trazer a norma para dentro do programa”, disse. No curto prazo, acrescentou a coordenadora, serão divulgadas instruções provisórias e análise de dados de ensaios existentes. No médio prazo, a intenção é realizar ensaios laboratoriais e de campo para avaliação de comportamento dos subsistemas tradicionais. Com os resultados, o Normas devem estar 100% atualizadas até 2015 “Hoje temos 50% das normas da construção civil atualizadas e até 2015 teremos 100%”, afirmou Paulo Sanchez, vice-presidente de da alta direção das empresas é fundamental plano é estruturar e disponibilizar um catálogo para o sucesso desse trabalho. “Projetar sem eletrônico no portal do Ministério das Cidades. seguir a NBR 15.575 [Norma de Desempenho] é Para Luiz Guilherme Matos Zigmantas, gerente inconcebível.” de Desenvolvimento Urbano e Rural em São Para Suely Bueno, presidente da Abece Paulo da Caixa. “A norma é um marco, um Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, ao fazer (Associação Brasileira de Engenharia e salto de qualidade e vejo um esforço para sua apresentação no segundo dia de palestras no Consultoria Estrutural), os questionamentos que melhorar o padrão geral da habitação popular.” seminário “Impactos da Norma de Desempenho”, têm surgido sobre a NBR 15.575 são os mais Embora otimista, Zigmantas ressalvou que, para em 18 de fevereiro, no auditório do IPT (Instituto variados, bem como as interpretações do texto. continuar a evoluir, é preciso considerar outros de Pesquisas Tecnológicas). O engenheiro acha Suely explicou que o grupo pretende alinhar componentes, como o urbanismo. fundamental que todos, dos projetistas aos um entendimento, por parte dos projetistas, Participaram, ainda, do encontro, Paulo fornecedores de insumos e mestres de obra, com recomendações e sugestões para uma Giaquinto, secretário adjunto da Secretaria tenham profundo conhecimento de normalização harmonização das regras. Municipal de Licenciamento de São Paulo; Carlos e que atendam aos requisitos de desempenho. Marcos Penido, diretor técnico da CDHU e Alberto Borges, vice-presidente do Secovi-SP; “Acredito que o mercado está maduro para secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Fernando Mentone, vice-presidente de Relações atender aos requisitos da Norma de Desempenho, Habitação, informou que já foi instituído um Trabalhistas Intersindicais do Sinaenco; e mas ainda temos alguns desafios, como a falta comitê de estudos para implementação e Rodrigo Fonseca, superintendente de Tecnologias de laboratórios para testes e profissionais com adequação da Norma de Desempenho naquela Estratégicas da ATEC-Finep. conhecimento mais aprofundado de seu texto”, estatal. A representante do Ministério das ponderou. Segundo ele, o comprometimento Cidades, Maria Salette Weber, coordenadora geral A íntegra das apresentações está em do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade www.sindusconsp.com.br/msg2.asp?id=6265 Norma de estacas pré-fabricadas entra em vigor Entrou em vigor, em 17 de fevereiro, a NBR 16.258 (Estacas pré-fabricadas de concreto – Requisitos), nova norma técnica que estabelece os requisitos para o projeto, fabricação, estocagem e manuseio de estacas pré-fabricadas ou pré-moldadas de concreto armado ou protendido, destinadas à utilização como elementos de fundação profunda. A normativa foi elaborada pelo Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados da Associação Brasileira de Normas Técnicas (CB-18/ABNT). Segundo o coordenador da Comissão de Estudos de Estacas Pré-Fabricadas de Concreto, Claudio Gonçalves, o texto aborda os aspectos técnicos que envolvem a padronização desde a produção fabril. “Produziam-se estacas sem estribos, com geometria de anéis incompatível com a geometria das estacas, com chapas de anéis de emenda de qualquer espessura, sem critérios mínimos para especificação do concreto, para liberação de envio de estacas para as obras, para avaliação de eventuais trincas ou fissuras; enfim, de tudo um pouco”, disse ele. 8 prisma curtas EM SP, 30 mil moradias populares O governo paulista anunciou em fevereiro que serão construídas 30 mil novas moradias na cidade de São Paulo, para atender famílias de baixa renda, priorizando os moradores de áreas de risco. As moradias serão contratadas no âmbito da parceria do governo do estado, por meio da Casa Paulista, e do governo federal, pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, conforme compromisso selado em janeiro de 2012 para a viabilização de 100 mil unidades habitacionais nos municípios paulistas. As unidades anunciadas para a capital contarão também com a participação financeira da pela prefeitura e R$ 2,2 bilhões dos agentes A previsão de entrega é de cinco mil unidades Prefeitura de São Paulo. Nesse caso, o estado financeiros. Com a adesão da prefeitura, os em 2015; 10 mil em 2016; 10 mil em 2017 e aportará R$ 20 mil por unidade, a mesma quantia empreendimentos poderão receber investimento 5 mil em 2018. Os recursos são repassados pelo que será destinada pelo município, e a União de até R$ 116 mil reais por habitação, pois se governo paulista para a Caixa Econômica Federal repassará R$ 76 mil por moradia. O investimento somarão os até R$ 20 mil a serem aportados pela ou Banco do Brasil, os agentes financeiros total para a construção das moradias populares prefeitura. O desenvolvimento da parceria prevê responsáveis pela contratação das empresas, é de R$ 3,4 bilhões, dos quais R$ 600 milhões a contratação de 30 mil unidades habitacionais, supervisão das obras e financiamento dos aportados pela Casa Paulista, R$ 600 milhões sendo 10 mil anuais entre 2014 e 2016. empreendimentos. de concreto estão inseridos no PSQ, sob a coordenação e representação do Sinaprocim (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento), que também coordena nesse programa os setores de lajes pré-fabricadas de concreto e argamassas colantes dos tipo ACI e ACII. Segundo Barral, construtores e incorporadores que atuam em programas financiados por recursos do FGTS, como boa parte do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, precisam estar atentos e verificar se seus fornecedores de blocos e pisos e de outros materiais atendem a essa exigência, sob pena de serem penalizados pela não-obtenção de financiamento para seus FGTS obriga uso de materiais qualificados da aquisição de materiais qualificados pelos empreendimentos. “No caso de blocos e pisos Programas Setoriais da Qualidade (PSQs) intertravados de concreto, uma boa garantia do Programa Brasileiro da Qualidade e para construtores e incorporadores é buscar, pelo Conselho Curador do FGTS exercerá papel Produtividade do Hábitat (PBQP-H), do Ministério em cada estado, fabricantes associados à fundamental para melhorar a qualidade dos das Cidades. A resolução estimula ainda o BlocoBrasil, pois eles precisam ter o Selo de programas habitacionais financiados pelos emprego de tecnologias inovadoras, testadas e Qualidade da ABCP para poder se associar à aprovadas conforme a Norma de Desempenho, entidade”, destaca Barral. Para o presidente NBR 15.575/2013. executivo do Sinaprocim/Sinprocim, Carlos Uma resolução publicada em dezembro último o recursos do fundo. A Resolução n 735/2013 o altera o item 1 da Resolução n 688/2012, que dispõe sobre as condições para contratação Ramon Otero Barral, presidente da BlocoBrasil- Roberto Petrini, essa e outras iniciativas de operações de financiamento por programas Associação Brasileira dos Fabricantes e Blocos contribuem para a melhoria da qualidade dos habitacionais com recursos do FGTS, passando a de Concreto, lembra que os melhores fabricantes materiais e das construções em geral e da incluir, entre outras exigências, a obrigatoriedade brasileiros de blocos e pisos intertravados isonomia competitiva do setor. 10 prisma produtos NOVA MARCA MENEGOTTI: A Menegotti Máquinas e Equipamentos, um dos maiores fabricantes de máquinas e equipamentos para indústrias de blocos e pavimentos de concreto do país, reformulou sua marca. A reformulação da EQUIPAMENTOS OPTIMAS EM REGISTRO-SP: Lançada marca Menegotti trouxe no mercado brasileiro em agosto de 2013, a máquina de consigo mudanças pavimentação de intertravado Optimas T-11, comprovou sua que foram além capacidade e versatilidade em entrega técnica realizada no do visual. A nova início de fevereiro na cidade de Registro-SP. O sistema de identidade da empresa pavimentação mecanizada estabeleceu um contraponto a foi desenvolvida de respeito da metodologia aplicada na paletização dos blocos forma a comunicar ao intertravados: paginação conhecida como espinha de peixe, mercado uma nova neste caso, aplicada com blocos de 10 cm. A criatividade fase, marcada pela do empreendedor brasileiro ressaltou a versatilidade e a profissionalização de qualidade da tecnologia alemã. Foi perfeitamente possível seus colaboradores, de sua gestão, ampliação de mercados preparar o palete de forma segura e organizada para que o e relacionamento com seus clientes e parceiros. Partindo do sistema mecânico operasse perfeitamente bem. O giro de DNA da empresa, a nova marca Menegotti foi especialmente 360 graus e seu sistema de travamento com seis pistões desenhada com o cuidado de transmitir, através de formas, hidráulicos atenderam às expectativas e foi possível operar linhas e cores, a confiança e a solidez de uma firma tradicional, sem dificuldades em lados opostos. Mesmo que a atenção sem deixar de lado o elemento humano, característico da deva ser redobrada e que seja necessário incluir um ajudante, companhia que, desde a sua fundação, há 73 anos, preza pela os dois ciclos por minuto da tecnolologia de assentamento transparência e pelo bom relacionamento com seus parceiros, comprovam a eficiência, potência e versatilidade dos clientes e colaboradores. equipamentos Optimas. Geometria e Alto Relevo para Paredes: A Nina Martinelli apresenta o revestimento Esagonale, da Linha Rivestire, feito em cimento, com estilo contemporâneo, sua formas geométricas tem traços retos e precisos e detalhe em alto relevo. Indicado para paredes internas e externas é possível criar diversas composições e em conjunto com iluminação natural ou artificial oferece uma paginação inusitada e diferenciada para o projeto arquitetônico. Disponível no formato 30 x 30 cm. Mais informações: Tel. (19) 3673-1015 ou www.ninamartinelli.com.br 12 produtos CONCRETMAX OFERE MECANIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL: Especializada na mecanização de transporte e aplicação de argamassa através de sistemas de bombas de projeção, a Concretmax, que iniciou suas atividades no segundo semestre de 2013, oferece os serviços de projeção de reboco com mão de obra própria, locação de bombas para projeção e transporte de reboco, contrapiso farofa e piso autonivelante, e manutenção de bombas de argamassa e concreto. Os sócios da Concretmax, com experiência no setor de máquinas para construção civil, trabalhavam na Putzmeister (líder mundial em bombas para concreto) até quando a empresa foi adquirida por um grupo chinês. De acordo com Roberto M. Schaefefer, diretor comercial da Concretmax, o grande diferencial da nova empresa é a qualidade de seus equipamentos, que são de última geração e dispõem da mais alta tecnologia de bombeamento de argamassa disponível no mercado mundial, o que resulta em importantes ganhos e benefícios para as construtoras. Segundo ele, o aumento da produtividade proporcionado pelo sistema é uma das principais vantagens da tecnologia. “Na aplicação de argamassa por bomba de projeção, a produção diária de cada pedreiro é, pelo menos, três vezes maior do que a produção do pedreiro que trabalha com a aplicação manual”, explica. Mais informações: www.concretmax.com.br 14 entrevista Ramon Otero Barral “Desenvolver o mercado, com qualidade” Engenheiro mecânico formado pela Universidade Mackenzie em 1973, Ramon Otero Barral atua no segmento de produtos de concreto desde os anos 1980. Barral é sócio e diretor comercial da Oterprem e também diretor do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo e agora assume a presidência, para o triênio 2014-2016, da Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil), entidade que reúne cerca de 100 empresas de todo o país, das quais 80 delas fabricantes de blocos e pisos pré-moldados de concreto. Nesta entrevista, o novo presidente da BlocoBrasil aponta algumas metas de sua gestão e faz um rápido diagnóstico sobre a situação do mercado de blocos de concreto no país. 16 prisma Quais são suas principais metas à frente da BlocoBrasil? Uma das minhas prioridades é consolidar a associação como fomentadora comercial e técnica da fabricação de blocos de con creto, tanto para alvenaria como para pavimentação. Como ali cerce dessa atividade, vamos buscar a qualidade no seu sentido mais abrangente, em especial a obediência às normas técnicas dos produtos e o respeito ao consumidor. Também pretendo tra balhar para ampliar o número de associados, principalmente nas regiões mais desprovidas de fabricantes comprometidos com os sistemas de controle e observância da qualidade, como os pro gramas setoriais de qualidade (PSQ) e o Selo de qualidade ABCP. Ainda em relação à melhoria da qualidade, vamos envidar esfor ços para fortalecer o PSQ como instrumento técnico e comer cial. O objetivo é estimular o controle técnico dos processos de fabrico, incluindo a seleção de materiais, equipamentos e treina mento da mão de obra - sempre com apoio de bons laboratórios e centros de treinamento, para construir um mercado mais ma duro, com fornecedores mais qualificados e consumidores mais exigentes. Esse desafio envolve também o acompanhamento do projeto Avaliação de Ciclo de Vida Modular (ACV-m), em de senvolvimento pelo Conselho Brasileiro de Construção Susten tável (CBCS), em parceria com a BlocoBrasil e a ABCP, de forma que nossos associados passem a atuar dentro dos parâmetros da produção sustentável, uma exigência crescente do mercado con sumidor formal. Em relação ao projeto ACV-m, em desenvolvimento pelo CBCS, com apoio da BlocoBrasil e ABCP, quais as outras contribuições que ele dará ao setor de blocos e pisos pré-fabricados de concreto? Esse projeto tem a grande virtude de aferir a forma, os méto dos produtivos, sob os quais os maiores fabricantes de blocos e pisos de concreto brasileiros, associados à BlocoBrasil, produzem hoje, em relação à sustentabilidade, especialmente em cinco itens fundamentais: consumo de água, de energia e de matérias-pri mas, e o total de resíduos e de emissão de CO2 de cada um deles. Essa aferição, que está sendo feito pela equipe de profissionais do CBCS, com auditoria in loco nas fábricas por equipe especializa da do Senai-RJ, permitirá aos fabricantes, ao mercado e aos con sumidores verificarem quais são os índices de sustentabilidade – baixo, médio e alto – de cada região. Assim, cada fabricante terá acesso – unicamente ele, diga-se – aos seus índices e eles per mitirão que sejam feitos ajustes nos seus processos produtivos, visando à melhoria dos índices de sustentabilidade, melhorias es sas que se refletirão também na gestão das fábricas, podendo ge rar vantagens técnico-econômicas às indústrias. Para o mercado, esses índices representarão, em primeiro lugar, a preocupação e Nossa meta é consolidar a associação como fomentadora comercial e técnica da fabricação de blocos de concreto. Vamos incentivar a adesão ao PSQ e ao Selo de Qualidade por parte dos fabricantes a transparência do setor de blocos de concreto, que está desen volvendo essa avaliação numa escala inédita na cadeia produti va da construção brasileira. Os compradores de blocos e pisos já demandam informações sobre a sustentabilidade dos seus forne cedores. Agora, terão índices objetivos para ajudar a definir suas melhores opções de compra. Já os usuários finais das edificações e empreendimentos terão a oportunidade de verificar aqueles que exigem produtos certificados, produzidos de acordo com as melhores práticas em relação ao meio ambiente e, portanto, que adicionam sustentabilidade à construção. Como está o mercado brasileiro de blocos de concreto? Existe ainda potencial de crescimento? Estamos num momento de estabilidade. O mercado brasileiro de blocos de concreto passou por um período de crescimento de 10% a 20% entre 2011 e 2013 e agora entramos em um pe ríodo de demanda mais estável. Nos maiores centros, devido ao grande aumento na oferta, teremos retração acentuada em 2014, em relação a 2013. Esse movimento deve afetar cerca de 10% da demanda atual, o que terá um efeito positivo, pois obrigará a uma “depuração” no mercado de fabricantes. Aqueles que investiram na melhoria da qualidade, através de programas de certificação e na modernização do parque industrial, na melhoria da capaci dade produtiva, no atendimento às demandas de mercado, esses deverão permanecer e crescer. Há espaço para novos fabricantes? Neste próximo triênio, os empresários do setor de fabricação se concentrarão apenas na consolidação dos investimentos feitos ou em fase de implantação, de forma a consolidarem posições em suas regiões-sede. Novos investidores que venham a entrar no mercado deverão se concentrar naquelas regiões ainda “vir gens” , onde não há indústrias que ofereçam produtos certificados com programas de qualidade e capazes de produzir nas quanti dades compatíveis com as necessidades dessas regiões. 17 entrevista Como as indústrias estão distribuídas pelo país? As fábricas de blocos de concreto com produtos certificados e equipamentos modernos ainda estão muito concentradas nas regiões Sul e Sudeste. No Centro-Oeste e Nordeste temos uma distribuição de fabricantes ainda bastante localizada em poucos estados e principalmente nas capitais. A situação é ainda pior na região Norte, onde existem pouquíssimas indústrias que traba lham em sintonia com os critérios técnicos atualizados. Essa má distribuição das fábricas evidentemente dificulta e encarece o fornecimento dos produtos. Acredito que a expansão da indús tria para essas regiões seja mais viável se implementadas por em presários que já atuam no setor de fabricação, ou investidores que se associem com fabricantes da região que já detenham tecnolo gia e conhecimento do mercado. Com essa fórmula, a possibili dade de sucesso aumenta exponencialmente. Em relação à qualidade dos produtos, quais são os principais desafios? Os principais desafios são o combate à fabricação de produtos não-conformes por empresas sem capacidade produtiva adequa da e sem capacitação técnica. A fabricação de produtos fora da norma e sem programas de qualificação de qualidade, tanto dos produtos como das indústrias, não se dá somente nas pequenas fábricas familiares que atendem o mercado marginal do pequeno consumidor, mas também acontece nas indústrias de maior por te, situadas em regiões com menor concentração de fabricantes devido à falta de conscientização desses empresários sobre a im portância da qualidade dos produtos, que devem ser fabricados de acordo com as normas brasileiras em vigor para os blocos de concreto de alvenaria e de pavimentação. Como o sr. vê a recente resolução do Conselho Curador do FGTS, de exigir que os produtos adquiridos para obras financiadas com recursos do fundo sejam qualificados/certificados? Essa resolução do conselho curador do FGTS é um marco his tórico, pois vai impulsionar a exigência da compra de produtos de qualidade pelas construtoras de obras de programas habita cionais como Minha Casa, Minha Vida, por exemplo. Infeliz mente, muitos fabricantes só agora, com essa obrigatoriedade, se preocuparão com a certificação e a garantia de qualidade de seus produtos, devido à impossibilidade de continuarem fornecendo sem a devida observância do cumprimento dessa resolução. Ela terá seu efeito imediato mais notado nas regiões com carência de fabricantes com produtos certificados, especialmente Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Entre os fabricantes de blocos de concreto, qual é a sua visão das conseqüências dessa resolução no curto prazo? Certamente teremos uma corrida dos fabricantes em busca da qualificação e certificação nessas regiões, com a atualização e ampliação das fábricas existentes e, rapidamente, a instalação de novas fábricas se as atuais não atenderem às exigências dessa re solução. Nas regiões Sul e Sudeste, temos um percentual muito alto de indústrias que atendem o mercado de acordo com as nor mas e programas de qualidade e, com a forte concorrência exis tente, esse percentual tende rapidamente a ser total. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, devido à menor presença de empresas certificadas em programas de certificação de qualidade, existe um aumento da não-conformidade, situação que deve melhorar mui to com essa obrigatoriedade de compra de produtos certificados por programas de qualidade e que seguem as normas brasileiras da ABNT em sua fabricação. Na região Norte, a presença de in dústrias qualificadas é muito baixa, devido a este ser um merca do de consumo de produtos de qualidade normatizados muito recente, que teve início praticamente no último triênio, devido principalmente à ida para aquela região das construtoras do Sul e Sudeste, que têm levado para lá a necessidade de produtos cer tificados/qualificados em suas obras. A BlocoBrasil, em conjunto com a ABCP e o PSQ, deve acompanhar e orientar as necessida des que serão originadas por essa nova realidade de mercado. Em relação às inovações nos produtos do setor, quais o sr. destacaria? Temos, há alguns anos, uma grande evolução na diversidade dos produtos que oferecemos ao mercado, tanto nos modelos, tipos de acabamentos superficiais, disponibilidade de cores e no vas tecnologias de materiais. Entre outras, podemos citar, por exemplo, os pisos intertravados em dupla capa, permitindo assim diversas opções de acabamento. E também a disseminação dos pisos drenantes, ou permeáveis, que propiciam maior sustenta bilidade e são de grande auxílio no combate às enchentes loca lizadas, em cidades de todos os portes. Esse tipo de pavimento drenante também é cada vez mais solicitado por construtoras e incorporadoras por atender às legislações municipais no que se refere à exigência de um número mínimo de metros quadra dos de área permeável em empreendimentos residenciais, co merciais, industriais e diversos outros. São avanços importantes rumo à sustentabilidade das obras e que nosso setor busca desen volver, em benef ício do mercado da construção e imobiliário e, especialmente, da sociedade como um todo. Para falar com Ramon Barral, contate a BlocoBrasil: [email protected] 18 prisma aduelas de concreto Para armazenar e usar de novo O condomínio logístico de alto padrão GLP Campinas foi desenvolvido pela Global Logistic Properties (GLP) e projetado especialmente para atender multinacionais, indústrias e empresas de logística. Com operações na China, Japão e Brasil, a GLP gerencia um portfólio de US$ 16,8 bilhões com 22,4 milhões de m2, que servem mais de 700 clientes. Assim, a unidade campineira teve sua localização definida a dedo: Campinas é uma das mais importantes e desenvolvidas cidades do Brasil, com setores industriais e de serviços bem consolidados e infraestrutura necessária para a manutenção do crescimento econômico, segundo Flavio de Checchi, gerente de Desenvolvimento da GLP. O condomínio situa-se na rodovia Anhan- guera, com ligação para todo o interior do Estado e na intersecção com a rodovia Dom Pedro I, no anel viário que liga Campinas a grandes cidades industriais como São José dos Campos e Taubaté. O empreendimento contou com a implantação de um reservatório de retenção e reuso de águas pluviais de dimensão pouco usual: tem capacidade para reter 9.096 m3 de água da chuva, montante que posteriormente será utilizado para fins diversos, como irrigação de jardins, limpeza de áreas, entre outros. O empreendimento, segundo Checchi, foi projetado especialmente para atender empresas de logística, transporte, armazenagem e indústrias leves, a fim de facilitar as operações dos usuários no dia -a-dia por meio de um projeto eficiente O condomínio logístico GLP Campinas implanta reservatório de retenção de água de grande dimensão, visando a resolver a drenagem de águas pluviais e a prevenir ocorrência de enchentes; equipamento oferece vantagens no prazo de execução e no custo final da obra REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação 21 aduelas de concreto Reservatório contou com 23 linhas paralelas de 27 m de extensão cada, conformadas por aduelas de 2 m de largura por 4 m de altura 22 e de uma infraestrutura completa, afirma o gerente da GLP. O GLP Campinas tem 180.500 m2 de área total construída e está com ocupação de 85%. O empreendimento tem iluminação e ventilação naturais, segurança 24 horas, portaria blindada, controle de acesso, sprinklers, refeitório, sala de descanso, vestiário, ampla área e manobra e possibilidade de cross-docking, auditório, áreas comuns de convivência, bicicletários e reuso da água, entre outras. O condomínio ocupa uma área total de 457.000 m2, em uma gleba vizinha a um conjunto residencial da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Segundo o engenheiro Vanderlei Festi, autor do projeto do reservatório de retenção, a definição por construir o reservatório com essa dimensão pouco habitual – o usual é a construção de reservatórios de menor porte, em torno de 500 m3 de capacidade de armazenamento cada – deveu-se à necessidade de prevenir, em curto prazo, a ocorrência de enchentes naquela área. “Já havia ocorrido uma grande enchente ali, que, devido à terraplanagem do terreno, arrastou grande quantidade de água e lama ao conjunto habitacional, situado em cota mais baixa” , explica Festi. A necessidade de construir o reservatório deveu-se também ao fato de que esta era praticamente a única alternativa tecnicamente viável para armazenar a quantidade de água de contribuição dessa mega-área. Assim, as vantagens do reservatório de retenção, com possibilidade de reuso da água, posteriormente, tornaram-se evidentes. Em primeiro lugar, por atender ao prazo exigido – foi construído em 120 dias, entre os meses de junho e setembro de 2009 –, antes da nova temporada de chuvas, portanto, e com custo menor do que uma construção pelo método convencional. E também por permitir que sobre o reservatório pudesse ser construída uma rotatória com capacidade para suportar o tráfego de caminhões e até treminhões, com cargas extremamente pesadas. A solução desenvolvida por Festi foi a de estabelecer 23 linhas paralelas de 27 m de extensão, conformadas por aduelas de concreto pré-fabricadas de 2 m de largura por 4 m de altura, ou seja, em vez de um único reservatório de dimensões enormes, vários deles que, somados, dariam a capacidade de armazenamento exigida. “A ideia de fazer corredores 23 aduelas de concreto FICHA TÉCNICA Condomínio Logístico GLP Campinas Localização: Rodovia Anhanguera, km 105, Campinas-SP Área do terreno: 450 mil m2 Área construída: 180.500 m2 (fev/2014) Capacidade do reservatório: 9.096 m3 Ano e prazo de construção: 2009, 120 dias Autor do projeto do reservatório: engenheiro Vanderlei Festi Incorporador: GLP (Global Logistic Properties) Fornecedor de aduelas: Engetubo 24 de aduelas ajudou a diminuir o custo e, principalmente, o prazo da obra” , revela o projetista. As aduelas de tamanho incomum foram fornecidas pela Engetubo, de Araras-SP, de acordo com as exigências da NBR 15.936, da ABNT. A resistência dessas aduelas foi calculada para TB 45, ou 45 KN por metro quadrado, a mesma utilizada para rodovias com tráfego pesado, explica Edilson Roberto Casaut, gerente Comercial da Engetubo. “Não é uma peça simples de fazer” , diz ele, acrescentando que a produção dessas aduelas exige uma geometria de fôrma muito precisa, com processo de fabricação por extrusão, no qual deve ser utilizado cimento ARI (alta resistência inicial), com concreto de slump próximo a zero, para que a desfôrma aconteça no momento em que a peça está concluída. Após isso, as aduelas passam por três dias de cura total e exigem mais quatro a cinco dias para serem levadas à obra. Os trabalhos de construção do reservatório consumiram 120 dias, dez a mais do que o previsto contratualmente, explica o engenheiro Douglas Cardoso Cadete, da Terpav, responsável pela execução dos trabalhos. Nesse prazo, que é muito menor do que se fosse em sistema convencional – “demoraria cerca de um ano, caso fosse pelo convencional” , diz Cadete – foram feitos os serviços de remoção da terra e preparo do piso, assentamento das aduelas, execução das caixas de entrada e saída em alvenaria estrutural armada com blocos de concreto e a impermeabilização geral. Para montar as aduelas foi necessário o uso de dois guindastes com capacidade para 6 toneladas cada, além de quatro escavadeiras para fazer as escavações. No total, a equipe ali envolveu cerca de 24 profissionais, entre operadores de guindastes e escavadeiras, seis pedreiros, 12 serventes e dois engenheiros – um de campo e um coordenador geral da obra, Cadete, neste caso. Ao final, foi construído com sucesso e em prazo curto o maior reservatório desse tipo do estado de São Paulo, adicionando sustentabilidade ao condomínio logístico de alto padrão. urbanismo Cidade revitaliza largo na divisa com a capital paulista, com o objetivo de melhorar as condições de circulação para pedestres, além da receptividade para quem chega ao município da Grande São Paulo REPORTAGEM: Graziela Silva IMAGENS: Divulgação 26 Bem-vindos a Taboão da Serra As origens de Taboão da Serra, na parte oeste da região Metropolitana de São Paulo, datam dos anos 1910, quando foi instalada a Vila Poá às margens dos rios Poá e Pirajuçara. No início, para cobrir as longas distâncias que os separavam de São Paulo, os moradores da comunidade empreendiam uma caminhada até o bairro do Butantã, de onde uma jardineira partia, uma vez ao dia, para o centro da cidade. Pouco mais de um século depois e a vila foi transformada em município, onde vivem atualmente 244 mil pessoas. Foi crescendo em direção à capital, enquan- to esta se expandia no sentido contrário. Hoje, um dos principais pontos de confluência entre as duas cidades é conhecido como Largo do Taboão. Localizado dentro dos limites de Taboão da Serra, mais precisamente na região central, o espaço foi alvo de recente revitalização proposta pela prefeitura do município e com projeto idealizado pela Secretaria de Habitação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Sehab). As obras, em fase final de execução, cobriram área de pouco mais de 10 mil m2 e contaram com investimentos da ordem de R$ 1,1 milhão, como informa o arquiteto da Sehab, Antonio Santos Marques. Segundo o arquiteto, a revitalização planejada teve como característica predominante a intervenção paisagística, envolvendo a criação de áreas de circulação e de vegetação destinadas a organizar e potencializar novas formas de utilização do espaço. Uma das premissas do projeto, relata Marques, foi a de melhorar as condições dos fluxos no largo, pois nas proximidades transitam linhas de ônibus municipais e intermunicipais, resultando em um movimento intenso de pessoas diariamente. Assim, a solução foi criar caminhos unindo os três canteiros centrais da avenida Francisco Morato, no trecho onde começa a rodovia Régis Bittencourt. O novo desenho lembra o de um calçadão com pequenas praças, onde os pedestres têm passagem facilitada. A preocupação em melhorar as condições de mobilidade fica evidente com a implantação de acessos adaptados para deficientes f ísicos. Também foi missão assumida pelo projeto de renovação a transformação do largo em um espaço de boas-vindas para quem chega a Taboão da Serra. Apesar de sua importância, o largo não possuía características de portal de entrada da cidade e quem passava por ali talvez sequer notasse que estava no limite entre Taboão e São Paulo. “O projeto levou em consideração também as características históricas e de relação com os rios que passam pela localidade” , diz Marques. Um exemplo são espelhos d’água po- O projeto urbanístico e paisagístico concebeu o novo largo como o de um calçadão com pequenas praças, onde os pedestres têm passagem facilitada 27 urbanismo O piso foi escolhido, principalmente, para evitar a impermeabilização total das áreas de calçadão, possibilitando, dessa forma, que as águas de chuva sejam absorvidas pelo terreno sicionados em um dos canteiros centrais, que remetem aos rios Poá e Pirajuçara, cujos leitos já foram canalizados. Também a escolha das espécies vegetais privilegiou tipos nativos da região, como podocarpo, palmeira azul, palmeira imperial, entre outras. Piso drenante Para o revestimento dos espaços de circulação do Largo do Taboão foram em28 pregados pisos drenantes de concreto. As placas nas cores cinza e amarelo, com dimensões de 40 x 40 cm e 6 mm de espessura, foram aplicadas em cerca de 5 mil m2, informa Maurício Garcia, sócio-diretor da Construdaher, empresa responsável pela execução da obra. O fornecimento das peças foi feito pela Oterprem. Antonio Marques, da Sehab de Taboão, explica a opção pela solução pré-fabricada: “O piso foi escolhido, FICHA TÉCNICA Nome: Largo do Taboão Local: Taboão da Serra-SP Arquitetura e paisagismo: Secretaria de Habitação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Taboão da Serra Construtora: Construdaher Fornecedor: Oterprem (pavimento drenante de concreto) O projeto paisagístico utilizou árvores nativas da região, como podocarpo e palmeiras, entre outras principalmente, para evitar a impermeabilização total das áreas de calçadão, possibilitando, dessa forma, que as águas de chuva sejam absorvidas pelo terreno ou, pelo menos, fiquem retidas por mais tempo, aliviando a pressão nos meios de drenagem convencionais” . A preocupação é justificada: a região do largo apresenta histórico de enchentes, embora nos anos recentes o problema tenha sido atenuado após a execução de obras de macrodrenagem e a construção de um piscinão na cidade. Com a finalização das obras no largo, está prevista a instalação de mobiliário urbano, como bancos e lixeiras. A expectativa da prefeitura de Taboão da Serra é que, com as melhorias executadas, o local seja incorporado por moradores e visitantes também como espaço de convivência. 29 habitação Conjunto de sobrados para baixa renda reúne racionalidade de materiais com desenho elegante e enxuto. Um jardim central completa a vila, para desfrute dos futuros moradores REPORTAGEM: Marcos de Sousa IMAGENS: Guilherme Leme 30 Doze casas e um ja Cidade Planejada é um bairro de implantação recente na cidade de Bragança Paulista, interior do Estado de São Paulo. Trata-se uma antiga área rural transformada em loteamento há cerca de dez anos, atraindo investidores interessados em construir casas de baixo custo para revenda ou aluguel. Foi ali, em 2011, que o jovem arquiteto Guilherme Leme decidiu empreender um projeto de residências econômicas, com a melhor arquitetura possível. Reuniu suas economias, uniu-se a alguns parentes e começou a trabalhar para encontrar soluções que permitissem obter o menor custo possível com a melhor qualidade arquitetônica. O objetivo, explica Leme, era conseguir enquadrar o projeto no programa federal de financiamento da habitação Minha Casa, Minha Vida. O projeto foi desenvolvido sobre oito meio-lotes, cada um com testada ardim de 3,30 m, dispostos em área com alguma declividade, limitada por duas ruas paralelas. Graças à legislação urbana de Bragança, explica ele, foi possível implantar três sobrados a cada dois meio-lotes, configurando-se um espaço urbano que lembra as antigas vilas operárias. No total, foram construídos doze sobrados, seis deles voltados para a rua superior e seis para a rua na cota mais baixa. As unidades da cota superior foram implantadas sobre o terreno de forma escalonada, evitando a necessidade de cortes e muros de arrimo, itens caros para uma construção de baixo custo. Com essa opção, as unidades permitem a construção de mais um dormitório, sem descaracterizar a volumetria do conjunto. Entre as casas, o projeto implantou uma área verde comum, que poderá ser compartilhada por todos os moradores, espera o arquiteto. “Como a região não 31 habitação TIPOS 1 e 2 TIPO 1 TIPO 1 - AMPLIAÇÃO PLANTA PAVIMENTO TÉRREO PLANTA PAVIMENTO SUPERIOR PLANTA PAVIMENTO SUPERIOR 1 0 32 2 4 2 10m 0 2 4 10m 0 2 4 10m TIPOS 1 e 2 TIPO 3 PLANTA PAVIMENTO INFERIOR PLANTAS PAVIMENTO TÉRREO E SUPERIOR 1 0 2 4 2 10m tem nenhuma praça ou parque, criamos essa área verde interna, que poderá ser usada para as brincadeiras infantis, festas e outras atividades comunitárias” , explica Leme. Para viabilizar a obra, o arquiteto e a construtora foram buscar as técnicas mais econômicas e racionais disponíveis na localidade: fundações diretas com blocos de concreto, alvenaria estrutural, pré-lajes com lajotas e cobertura com laje de concreto e telhas de fibrocimento. Os dois renques de sobrados foram construídos com alvenaria estrutural armada de blocos reforçada com pilaretes embutidos nos vazios dos blocos. Barras de aço e graute de cimento compõem es- 0ses 2 4 reforço estrutural,10m elementos de de construção simples, sem a necessidade de fôrmas, explica Leme. As instalações elétrica e hidráulica também foram embutidas no interior da alvenaria, evitando os cortes de paredes e desperdício de materiais daí decorrentes. “Infelizmente, não conseguimos a desejada modulação da alvenaria, o que acabou gerando a necessidade de alguns cortes, mas trabalhamos com o máximo de racionalidade possível” , justifica o arquiteto. A mesma justeza foi aplicada no revestimento das paredes. Internamente, em função da regularidade da alvenaria, foi possível aplicar o acabamento de gesso diretamente sobre os blocos. No exte- Quem é Guilherme Leme Formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie em 2004. Trabalhou com Paulo Bruna (2003/2006), Davis Brody Bond Aedas - Nova York (2007/2008), Davis Brody Bond Aedas - São Paulo (2009/2010) e Isay Weinfeld (2010/2013). Em meados de 2013 estabeleceu seu próprio escritório. 33 habitação FICHA TÉCNICA Local da obra: Bragança Paulista-SP Incorporação: Guilherme Leme & Família Projeto de arquitetura: Guilherme Leme Projeto estrutural: Luis Roberto de Camargo Construção: Ueda Construções e Souza Lima Área do Terreno: 1.000 m² Área construída: 744 m² • Tipo 1: 64,77 m² (total), 58,74 m² (útil) • Tipo 1 ampliada: 80,18 m² (total), 72,02 m² (útil) • Tipo 2: 65,72 m² (total), 57,09 m² (útil) • Tipo 3: 68,04 m² (total), 59,51 m² (útil) Projeto: 2011 Construção: 2012/2013 34 rior, nas paredes brancas, aplicou-se argamassa grossa e posteriormente massa fina para pintura. As partes da fachada de tons marrom receberam apenas uma camada de argamassa grossa, criando um jogo de cores e texturas. Algumas soluções criativas também ajudaram a reduzir os custos, como a arandela instalada na porta de entrada de todas as casas: a luminária foi desenhada pelo arquiteto e construída por um dos trabalhadores com o aproveitamento de restos de tubos de PVC. Economias significativas também foram conseguidas com a escolha de revestimentos cerâmicos de cor clara, sem muitos detalhes decorativos, que aumentam a sensação de espaço nos ambientes do banheiro e da cozinha. “Tiramos partido das peças mais simples e baratas, mas o resultado foi muito bom” , explica Guilherme Leme. Aprovados pelo programa Minha Casa Minha Vida, os sobrados agora entram em venda e devem passar pelo crivo do mercado. Esperamos que o exemplo vingue e frutifique. urbanismo Criciúma-SC renova calçadas e Mais espaço para o pavimentos para melhorar conforto de moradores e visitantes que buscam as lojas de sua região central. Cidade também ganhou um novo parque REPORTAGEM: Marcos de Sousa IMAGENS: Divulgação 36 prisma Há alguns anos, a prefeitura e os mais de 200 mil habitantes de Criciúma, no sul de Santa Catarina, acordaram para a necessidade de valorizar suas ruas e praças. Afinal, o comércio mais importante da cidade está nas ruas centrais, para onde afluem milhares de visitantes do Brasil e até de países vizinhos. Assim, a vontade dos moradores e dos comerciantes apontava para a redução do espaço cedido ao tráfego de veículos e a melhoria das con- dições para a circulação dos pedestres. Quase simultaneamente, a gestão municipal decidiu por em prática o velho sonho de ampliar a calha do rio Criciúma, que corta a área urbana do município. O projeto de engenharia optou pela construção de um canal auxiliar, paralelo ao leito do rio, como forma de drenar a água excedente, no caso da ocorrência de chuvas muito fortes. O projeto foi desenvolvido em 2011, com recursos federais os pedestres do PAC e estaduais do Badesc – Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina e, paralelamente, envolveu a reurbanização de algumas vias, na região central da cidade. Desta forma, em 2012, as ruas Henrique Lage, Pedro Benedete, av. Getúlio Vargas, Rui Barbosa e rua Seis de Janeiro receberam nova pavimentação, com blocos intertravados de concreto, nas cores cinza e vermelho. E, além da troca do pavimento, o projeto também procurou enterrar toda a fiação elétrica e duplicar a largura das calçadas nessas vias, como forma de facilitar a circulação das pessoas e melhorar o aspecto geral das ruas e avenidas. A concepção adotada no projeto foi a de reduzir a velocidade dos veículos nas ruas comerciais, mas manter o acesso dos automóveis nas vias próximas, permitindo que as pessoas possam chegar 37 urbanismo Usamos o pavimento intertravado por causa dos ganhos ambientais que a solução oferece. O pavimento é mais permeável e permite o retorno da água da chuva diretamente ao lençol freático. Além disso, sua coloração mais clara reduz a absorção de calor e melhora a condição ambiental nas ruas Um parque para a cidade Inaugurado em 2011, o Parque das Nações Cincinato Naspolini é a mais nova área de lazer de Criciúma. O projeto nasceu para homenagear as etnias que compõem a população local (italianos, alemães, poloneses, portugueses, negros, árabes e espanhóis) e acolhe uma festa anual com barracas e espetáculos de cada um desses povos. Implantado sobre uma área degradada, antigo depósito de resíduos da extração de carvão, o parque conta com um lago artificial, quadras esportivas, ciclovia, áreas de passeio e até uma pequena ferrovia e estação, referência à Ferrovia Teresa Cristina que passa pela cidade. A Terezinha é uma miniferrovia turística, que conta com uma locomotiva e dois vagões, com vinte lugares para os passageiros cada uma, que percorrem o parque e realizam passeios. São 115 mil m2 de área, com passeios e “praças” pavimentadas com pisos intertravados de concreto, além de canteiros, palmeiras e árvores que algum dia oferecerão a necessária sombra aos visitantes. O parque fez tanto sucesso que a prefeitura já estuda a instalação de outro equipamento na Vila Francesa, às margens do rio Maina. Além dos espaços de passeio, o novo parque terá sete deques de contemplação para o leito do rio e uma pista para corridas de arrancada, que poderá ser usada para provas de kart, skate e aeromodelismo. gio Búrigo, secretário de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana na época das obras. Calçadão de carro para as compras, passear e descansar nos bancos. “As calçadas tinham pouco mais de um metro de largura e agora estão com três metros” , lembra o engenheiro e administrador José Sér38 prisma O ex-secretário explica que a expe riência foi bem recebida pelos moradores, o que levou a prefeitura a usar o mesmo tipo de pavimento no calçadão da cidade. Construído nos anos 1980 com a técnica do mosaico de pedras (petit pavé, ou pedra portuguesa), o piso do calçadão apresentava-se bastante degradado por conta de várias obras realizadas ao longo do tempo. “Nem cadeirantes, nem mulheres com salto alto conseguiam passar naquele piso” , recorda José Sérgio Búrigo. Assim, a pavimentação antiga foi FICHA TÉCNICA Revitalização da Praça Nereu Ramos, Calçadões das ruas: Padre Pedro Baldoncini, Cons. João Zanette, 6 de Janeiro, Getúlio Vargas e João Pessoa e pavimentação das ruas Henrique Laje e Cel. Pedro Benedet Equipe Técnica Responsável: arquiteto Giuliano Elias Colossi, engenheiros Kátia M. Smielevski Gomes, Joacir José dos Santos, Jeane Fontanella Conceição, Leandro Dilnei Viana Soares e Luiz Ricardo Mattos Localização: Centro Área construída: Pavimentação com revestimento em blocos de concreto para pavimentação tipo paver, nas cores vermelho, grafite e cinza, com espessuras de 6 cm e 8 cm – 23.931,80m2 Construção: Fecel Engenharia e Construções Contratante das obras: Prefeitura Municipal de Criciúma Parque das Nações Cincinato Naspolini Equipe Técnica Responsável: arquitetos André de Luca e André Laitano; engenheiros Kátia M. Smielevski Gomes, Leandro Dilnei Viana Soares e Luiz Ricardo Mattos Localização: entre as avenidas Centenário, das Nações e Gabriel Zanette e a rua Estevão Emílio de Souza, Bairro Próspera, zona leste do município. Área do terreno: 115.282,45 m² removida e substituída por blocos intertravados, exceto em alguns pontos, como na praça Nereu Ramos, para manter as referências históricas do lugar: “Algumas pessoas defendiam a manutenção do piso anterior, de pedra e nós conseguimos preservar algumas áreas de mosaico português, que estavam em melhor condição” , justifica o arquiteto André Luiz de Luca, autor do projeto e atual secretário. A opção pelo intertravado “Usamos o pavimento intertravado por causa dos ganhos ambientais que a solução oferece. O pavimento é mais permeável e permite o retorno da água da chuva diretamente ao lençol freáti- co. Além disso, sua coloração mais clara reduz a absorção de calor e melhora a condição ambiental nas ruas” , explica De Luca. Outra motivação foi econômica, já que o município conta com um fabricante local de blocos de concreto, o que reduziu o custo das obras: “Fizemos tudo aqui, com mão de obra e equipamentos locais” , gerando empregos para a própria comunidade, completou Búrigo. Explica, ainda que as obras utilizaram blocos com duas classes de resistência. Nas ruas, no calçadão e nas saídas de veículos, foram usados produtos classe 35 MPa, que têm resistência de 350 kg por centímetro quadrado. Já nas calçadas, foi possível usar blocos de 10 MPa. Áreas construídas: Centro Administrativo: 306,66 m2, Estação ferroviária: 84 m2, palco de eventos: 410,22 m2, Estação intermediária: 186,82 m2, Cancha de Bocha: 521,68 m2, Quadras poliesportivas: 521,68 m2, campo de grama, quadra de vôlei de praia, quadra de basquete de rua, quadra de esportes concretada: 400 m2, pavimentação com revestimento em CAUQ: 2.946,56 m2, pavimentação com revestimento em blocos de concreto para pavimentação tipo paver, nas cores vermelho, grafite, cinza e amarelo, com espessura de 6 cm: 21.838,00 m2, ciclovia: 2.633 m2 Construção: Fecel Engenharia e Construções 39 profissional top Persistências e conquistas Em 2014, Carlos Roberto Petrini, advogado e formado na Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU), completa 40 anos de serviços prestados ao Sinaprocim/Sinprocim. No início de sua carreira, atuou como auxiliar administrativo e, hoje, ocupa o cargo de presidente executivo da entidade que representa vários setores de fabricantes de produtos derivados do cimento. O Sindicato está presente em todo o setor da construção civil, com cerca de 500 empresas associadas e 4 mil indústrias de São Paulo que compõem o Sinprocim (Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Carlos Roberto Petrini São Paulo). Já o Sinaprocim (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos é advogado e presidente executivo do Sinaprocim/Sinprocim de Cimento) atua em âmbito nacional, com cerca de 7,8 mil empresas que buscam a melhoria do mercado e da qualidade de seus produtos. A principal participação da entidade está voltada em defender os interesses coletivos e individuais das empresas. Em tudo o que é relacionado aos setores representados, o Sinaprocim/Sinprocim se torna um interlocutor dos governos federal, estadual e municipais em prol dos seus associados. “Quanto maior a quantidade de sócios, maior é a capacidade representativa da entidade dentro do nosso pleito, seja ele ligado à tecnologia, serviços, tributação ou desenvolvimento das empresas”, afirma Petrini. Porém, a causa primordial para a entidade está relacionada à qualidade dos produtos que as empresas oferecem ao consumidor. Trata-se de uma pesquisa e levantamento de dados para saber se os fabricantes estão cumprindo com aquilo que está sendo exigido pelas normas técnicas da ABNT. Neste caso, também entra o programa PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Hábitat) que visa à melhoria dos produtos e materiais da construção de modo geral, por exemplo, nos setores de lajes pré-fabricadas, pisos e blocos de concreto e também nas argamassas industrializadas, que é coordenado pelo Sinaprocim. Por ter uma gama muito grande de produtos, cada setor tem um PARA FALAR com Carlos Roberto Petrini, [email protected] ou ligue para (11) 3149-4040 desenvolvimento diferenciado de acordo com o seu segmento e suas especificidades no mercado em que atua. Além desses serviços, o sindicato presta assessoria jurídica, técnica, participação em feira e eventos, promoção de cursos, palestras e fóruns. Neste ano, o sindicato continuará atuando em suas principais frentes, entre elas a de melhor qualificar a mão de obra e abordar ainda mais a questão da sustentabilidade. “Essa é uma área importante e tem que se trabalhar constantemente nisso, implantar novas tecnologias, elaborar e aperfeiçoar as normas técnicas e a qualificação das indústrias nos programas setoriais de qualidade. Sem deixar de lado as frentes da infraestrutura e as melhorias do país na mobilidade urbana”, finaliza Petrini. 42 artigo ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DO TEMPO DE USO DO PALETE NA RESISTÊNCIA DE BLOCOS DE CONCRETO PRODUZIDOS EM MÁQUINA VIBROCOMPACTADORA Vitor Soares Rabelo Adriano RESUMO: Este trabalho apresenta uma análise experimental da resistência de blocos de concreto produzidos em máquina vibrocompactadora com a utilização de paletes de compensado multilaminado, com diferentes idades de uso. Inicialmente, blocos de concreto foram produzidos em uma máquina vibrocompactadora com a utilização de paletes com diferentes idades de uso. Durante a fabricação dos blocos foram realizadas medições da aceleração na fôrma do bloco. Posteriormente, os blocos foram submetidos a ensaio à compressão e as acelerações aferidas na fôrma foram relacionadas com a resistência dos blocos fabricados. Desta análise, concluiu-se que a aceleração à qual a fôrma é submetida é um importante parâmetro que influência diretamente na qualidade do bloco. Observou-se também, um aumento na resistência do bloco quando são empregados paletes com menor tempo de uso. 1 INTRODUÇÃO: culas. Com essa queda, a mistura se “liquefaz” temporaria- Grande parte dos blocos de concreto é fabricada utili- mente, facilitando o processo de consolidação do concreto. zando máquinas vibrocompactadoras. Essas máquinas utili- No caso da mistura utilizada para a fabricação de blocos zam uma mistura de cimento, areia, agregados, água e adi- de concreto, a porcentagem de água comparada com a de tivos para preencherem uma fôrma com o formato do bloco. cimento é muito baixa. A mistura é muito seca. Isso faz com A mistura é prensada e, em seguida, o bloco é retirado da que as forças de coesão entre as partículas sejam muito fôrma. Nessas máquinas o bloco é moldado e compactado elevadas, sendo o processo vibratório por si só insuficiente em cima de uma placa, localizada em baixo da fôrma, deno- para a consolidação; por isso, a mistura é também com- minada palete. Este palete fica sobre uma mesa vibratória primida (POPOVICS, 1973). O processo vibratório, aliado à que, durante o processo de fabricação dos blocos, se choca compressão da mistura, diminui a quantidade de bolhas de contra o palete. A vibração é transmitida do palete para a ar dentro do bloco. Isso faz com que o bloco tenha maior fôrma e desta para a mistura em seu interior. densidade e, por consequência, maior resistência. Sabe-se que a vibração do concreto fresco reduz dras- Por causa da magnitude das forças de coesão, é neces- ticamente as forças internas de ligação entre as suas partí- sário que a vibração produza altas acelerações na fôrma do 45 artigo Tabela 1 – Numeração dos paletes quanto ao seu tempo de uso. Numeração Tempo aprox. de uso em meses 1a4 Novos (sem uso) 5a8 2 9 a 12 24 Tabela 2 – Resistência à compressão média dos blocos produzidos nos doze diferentes paletes. Palete Tempo de uso do palete em meses Resistência média à compressão (MPa) 1 0 (Novo) 4,8 2 0 (Novo) 4,2 3 0 (Novo) 4,6 4 0 (Novo) 4,5 bloco. A aceleração ideal depende da composição da mis- 5 2 4,5 tura, mas, normalmente, são utilizados valores bem altos 6 2 4 7 2 4,2 8 2 4,1 9 24 3,8 10 24 3,6 11 24 3,3 12 24 4 Figura 1 - Esquemático da mesa vibratória de uma máquina vibrocompactadora para que seja diminuído o tempo de vibração, aumentando a produtividade. O efeito provocado por um excesso de aceleração não ocasiona grandes impactos na qualidade dos blocos (PAIOVICI 2004). Os paletes têm fundamental importância na transmissão da vibração da mesa vibratória ao concreto. Como se pode observar na Fig. (1), o palete se encontra entre a mesa vibratória e a fôrma onde está contido o concreto. A mesa se choca contra o palete e este transmite a vibração para a fôrma, que por sua vez transmite a vibração para o concreto. Parâmetros como a rigidez e o amortecimento do palete Tabela 3– Peso médio dos blocos produzidos nos doze diferentes paletes. Palete Tempo de uso do palete em meses Peso médio dos blocos produzidos em cada palete (Kg) 1 0 (Novo) 17,01 2 0 (Novo) 16,89 3 0 (Novo) 17,08 4 0 (Novo) 17,02 5 2 17,07 6 2 16,87 ção pode ser atribuída ao desgaste, oriundo principalmente 7 2 16,90 das pancadas que recebe da mesa vibratória e da umidade 8 2 17,02 influenciam a vibração transferida da mesa vibratória para a fôrma. No caso dos paletes de compensado multilaminado, compostos por diversas lâminas de madeira unidas por um processo de colagem fenólico, esses parâmetros variam significativamente durante sua vida útil. Essa varia- da mistura e do ambiente onde ocorre a cura dos blocos. 9 24 16,67 Alguns estudos foram realizados para quantificar a 10 24 16,49 importância da rigidez e do amortecimento dos paletes no 11 24 16,64 processo de densificação dos blocos. Dentre esses, vale 12 24 96,65 destacar o estudo do instituto alemão IFF Institut für Fertigteiltechnik und Fertigbau Weimar (SCHWABE, 2010), que analisou a rigidez e o amortecimento de paletes feitos de diferentes tipos de madeira e relacionou esses parâmetros ao efeito de adensamento nos blocos. 46 prisma 2 METODOLOGIA E RESULTADOS: 2.1RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E DENSIDADE Doze paletes de compensado multilaminado de um A fim de avaliar o impacto da influência do tempo de mesmo fabricante foram utilizados na produção de 48 blo- vida do palete de compensado na aceleração transmitida à cos de concreto M-15 (140X190X390 mm). Em seguida, fôrma e na resistência do bloco produzido, realizou-se um após sete dias corridos de sua fabricação, os blocos foram estudo experimental que será descrito a seguir. submetidos a ensaios de compressão. Todos esses blocos Figura 2 – Paletes numerados Figura 3 – Gráfico da resistência média à compressão versus tempo de uso dos paletes Figura 4 – Gráfico da média do peso dos blocos versus tempo de uso dos paletes Figura 5 – Aceleração aferida na fôrma Figura 6 – Gráfico da resistência dos blocos produzidos versus média dos picos de aceleração por ciclo 47 artigo foram produzidos sequencialmente, utilizando o mesmo tra- tar que esse comportamento “linear” foi observado na faixa ço e as mesmas configurações na máquina. Para facilitar de aceleração na qual a média dos picos variou de 18,66 a a identificação dos paletes, os mesmos foram numerados 25,51 g. Não se pode afirmar que para valores inferiores ou de 1 a 12 de acordo com seu tempo de uso, conforme superiores haverá o mesmo comportamento. demonstrado na tabela Tabela 2. A Tabela 2 mostra os resultados obtidos, sendo que, em 3CONCLUSÕES cada palete, foram produzidos quatro blocos. Assim, as re- Esse estudo experimental demostra a variação da resis- sistências à compressão mostradas na tabela são a média tência de blocos produzidos em paletes de diferentes idades da resistência desses quatro blocos. de uso. A partir da análise dos dados obtidos, conclui-se Nota-se na Tabela 2 uma tendência da diminuição da que a aceleração da fôrma está relacionada com o tempo resistência do bloco de acordo com o aumento do tempo de de uso do palete utilizado na produção do bloco. Observou- uso do palete. Essa tendência fica mais evidente quando se se uma maior aceleração quando foram utilizados paletes observa o gráfico da Fig. (3). Desse gráfico pode-seinferir mais novos. Por sua vez, essa aceleração está atrelada à que os blocos produzidosem paletes novos apresentaram resistência do bloco produzido. Nota-se um aumento dessa uma resistência6,67% maior que os produzidos em paletes resistência com o aumento da aceleração da fôrma. com dois meses de uso e 17,87% maior que os produzidos em paletes com 24 meses de utilização. Fabricantes de blocos que utilizam paletes de compensado multilaminado, muitas vezes, para compensar o efeito Antes do ensaio à compressão, os blocos foram pesa- de menor adensamento provocado pelos paletes mais gas- dos; esses dados são apresentados na Tab. (3) e na Fig. (4). tos, adicionam quantidade maior de cimento ao traço, o que Observa-se maior densidade nos blocos produzidos em acaba encarecendo o custo da produção. paletes mais novos. Paletes novos e com dois meses de uso A substituição do estoque completo de paletes de uma produziram blocos com médias de peso muito próximas. fábrica é muito onerosa, portanto, é de interesse do empre- Já os blocos fabricados nos paletes com 24 meses de uso sário utilizar seus paletes pelo maior tempo possível. Assim, apresentaram média de peso de aproximadamente 360 g é de suma importância que o fabricante atente para a cor- menor do que os blocos produzidos nos outros paletes. reta hora de substituição de seu estoque de paletes. Fatores como a diminuição da resistência do bloco e aumento 2.2RELAÇÃO DA ACELERAÇÃO AFERIDA NA FÔRMA COM A RESISTÊNCIA DOS BLOCOS PRODUZIDOS dos gastos com cimento devem ser levados em conta, ou seja, é necessário que o fabricante faça um balanço ava- Um acelerômetro piezoelétrico foi instalado na fôrma da liando se é economicamente viável aumentar a quantidade máquina para medir sua aceleração, no eixo vertical, duran- de cimento no traço, ou se a melhor opção é a troca do te a produção dos 48 blocos nos doze paletes avaliados. O estoque de paletes. resultado gráfico dessa medição é apresentado na Fig. (5). Nota-se que há uma variação da aceleração de acordo com o palete utilizado. Para fazer uma análise quantitativa da variação da aceleração na fôrma, foi calculada a média dos picos de aceleração do ciclo produzido em cada palete. Posteriormente, os resultados foram plotados em função da resistência média dos blocos. A Fig. (6) apresenta o gráfico dos pontos obtidos além de uma curve fit linear dos resultados. Observa-se, por meio da Fig. (46) que a resistência do bloco varia, a uma taxa próxima da linear, com o aumento da aceleração na fôrma, o que evidencia a importância desse parâmetro na qualidade do bloco produzido. Vale ressal- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PAIOVICI, R et. al. About Concrete Consolidation and Vibration. The annals of “dunarea de jos” university of galati fascicle xiv mechanical engineering, issn 1224-5615 2004. Disponível em: http://www.ann.ugal.ro/ im/anale-fib-2004-16.pdf. Acesso em: 13 de janeiro de 2013. POPOVICS, S. A Review of the Concrete Consolidation by Vibration, Materials and, Structures-Research and Testing,RILEM, V. 6, No. 36, Paris, Nov.-Dec. 1973, pp. 453-463. SCHWABE, J. H.A influência dos paletes no adensamento em máquinas de blocos de concreto. Revista: Fci Fábrica de concreto internacional, primeira edição 2010. Disponível em http://www.cpi-worldwide.com/br. Acesso em 9 de janeiro de 2013. Autor Vitor Soares Rabelo Adriano é engenheiro mecânico formado pela Universidade de Brasília 48 prisma Gigante do Nordeste Maior centro de compras do Nordeste e o segundo 12 salas de cinema, diversões eletrônicas, boliche, do Brasil, com seus 307 mil m2 de área construída, o uma academia de ginástica, teatro e praça de shopping RioMar Fortaleza tem inauguração prevista alimentação. A torre empresarial terá 304 salas para novembro de 2014. Localizado em uma área comerciais e ficará no mesmo terreno do shopping. de 114 mil m no bairro de Papicu, o RioMar Fortaleza O estacionamento do empreendimento terá tem investimento estimado em R$ 600 milhões e capacidade para 6.670 veículos. O empreendimento, é o 12 centro comercial do Grupo JCPM no país. que começou a ser construído no final de 2012, Somando o espaço da torre empresarial, serão já está com toda a sua estrutura, feita com quase 325 mil m . O shopping terá área bruta pré-moldados de concreto fornecidos pela T&A, locável de 94 mil m2, com 385 lojas, 11 restaurantes, totalmente concluída. 2 o 2