High-Sensitivity Cardiac Troponin Assays: What
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Clinical Chemistry Q&A Fred S. Apple High-Sensitivity Cardiac Troponin Assays: What Analytical and Clinical Issues Need to Be Addressed before Introduction into Clinical Practice? Testes de Alta Sensibilidade da Troponina Cardíaca: Quais questões Analíticas e Clínicas Precisam Ser Abordadas antes da Introdução na Prática Clínica? Departamento de Medicina Laboratorial e Patologia, Hennepin County Medical Center, University of Minnesota School of Medicine, Minneapolis, MN. Envie correspondência para o autor para: Hennepin County Medical Center, Clinical Laboratories P4, 701 Park Ave., Minneapolis MN 55415. Fax 612-904-4229; e-mail [email protected]. As diretrizes da Força Tarefa Global para a Definição Universal do Infarto do Miocárdio (MI)1 e as diretrizes complementares da prática de medicina laboratorial da Academia Nacional de Bioquímica Clínica (NACB), ambas publicadas em 2007, estabeleceram a troponina cardíaca (cTn) como o biomarcador padrão para o diagnóstico do MI. Melhoras em andamento na tecnologia durante os últimos anos têm avançado a detecção analítica das baixas concentrações de cTn (I e T) no sangue, soro, e plasma. Testes "contemporâneos" demonstram excelente acurácia diagnóstica para detecção do MI usando a concentração do percentil de 99% recomendada como o valor separador da decisão médica nas amostras obtidas na apresentação. Acurácia ótima é vista com esses testes em amostras obtidas 6 ou mais horas após apresentação. Entretanto, existem 2 importantes questões do biomarcador mencionadas nessas diretrizes que serão críticas na definição da próxima e possível geração final dos testes de alta sensibilidade (hs) da cTn. (1) Em ambas diretrizes, imprecisão total do teste é recomendada mas não deve ser 10% no percentil de 99%. Como anteriormente mostrado e discutido na literatura, imprecisão do teste da cTn de 20% do CV no valor do percentil de 99% não leva a substanciais aumentos nas classificações erradas de falso-positivos ou falso-negativos. (2) Considerando que o estudo de uma população normal de referência é defendido em ambas diretrizes para cálculo do percentil de 99% antes da implementação do teste na prática clínica, as especificações daquela população (idade, sexo, etnia, raça) e o número de indivíduos que devem ser incluídos no grupo "normal" ainda não foi claramente estipulado. Um parecer recentemente publicado nessa revista científica sugeriu que testes da hs-cTn precisam ter uma imprecisão total de 10% no percentil de 99% e que >95% dos indivíduos aparentemente saudáveis precisam ter concentrações mensuráveis para que o teste seja "de orientação aceitável." Um teste com uma imprecisão entre >10% e 20% foi considerado "clinicamente usável." Parece, entretanto, que não existe consenso real sobre como definir um “teste de alta sensibilidade," em termos analíticos ou clínicos. Com a introdução do teste da hs-cTnT na Europa e a probabilidade de que esse mesmo teste e possivelmente 1 ou mais testes da hs-cTnI serão liberados pela Food and Drug Administration (FDA)dos Estados Unidos para uso nos Estados Unidos, critérios consistentes são necessários para a avaliação dos testes da hs-cTn para melhor definir o que constitui um teste de alta sensibilidade. Além disso, o impacto de melhorar a sensibilidade diagnóstica diminuindo o limite de concentração precisa ser cuidadosamente avaliado para abordar quaisquer questões analíticas que possam potencialmente dar resultados falso-positivos. Com melhoras na sensibilidade diagnóstica, a especi- Clinical Chemistry ficidade clínica diagnóstica diminuirá, provavelmente tão baixa quanto 65% a 75%. Como resultado da elevada sensibilidade diagnóstica dos novos testes da hs-cTn, os clínicos assim como os profissionais de laboratório precisarão ser educados sobre as etiologias da síndrome coronária não aguda (non-ACS) que podem causar aumentos na cTn. Abaixo, nós discutimos essas questões críticas com 4 peritos no campo. Você pode dizer quais critérios mínimos são necessários para determinar o valor de referência do percentil de 99% da cTn, abordando quantas pessoas saudáveis precisam ser estudadas e a idade, sexo, e etnia delas? Alan Wu2 : Eu sugiro que as diretrizes estabelecidas pelo Instituto de Padrões Laboratoriais Clínicos (CLSI) para estabelecer limites de referência para qualquer teste do laboratório clínico sejam seguidas. Nesse momento, não há consenso sobre a necessidade de estabelecer diferentes valores do percentil de 99% para troponina baseados na idade, sexo ou etnia. Há um debate sobre se indivíduos aparentemente saudáveis recrutados para essa determinação devam ser jovens, velhos ou uma mistura de ambos. Em minha opinião, a faixa de idade deve ser larga. Paul Collinson3 : O tamanho mínimo da amostra será determinado pela capacidade de gerar um limite de percentil de 99% com intervalos de confiança suficientemente pequenos. Com respeito à definição dos requisitos da idade, sexo e etnia, várias técnicas estatísticas seriam usadas. Comparação de 2 populações de cerca de 200 em cada subgrupo é provável que seja suficiente para detectar quaisquer diferen- Q&A Fred S. Apple ças significativas no sexo e etnia. Efeitos da idade seriam determinados examinando-se a força da associação entre a idade e os valores da troponina obtidos. Se uma forte associação fosse identificada, então um tamanho maior de amostra dividido por faixas de idade seria necessário com comparação direta das distribuições. Como uma complicação extra, se o teste sendo avaliado produzir a maioria de seus valores abaixo do limite de detecção do teste ou abaixo da concentração de 10% do CV, a força para gerar um confiável percentil de 99% e para comparar subgrupos da população será substancialmente reduzida. Finalmente, seleção dos pacientes será primordial. Duas recentes avaliações do teste da hs-cTnT mostraram diferenças sexuais. Nossas próprias experiências mostram que, como no caso da cTnI, diferenças sexuais são abolidas pelas abordagens da seleção do paciente que excluem qualquer possibilidade de doença cardíaca subjacente. Allan Jaffe4 : Esforço substancial deve ser devotado para rigorosamente definir valores de referência para os novos testes "de alta sensibilidade", também fornecendo diversas faixas de sexo, idade e etnia quando necessário. Se faixas ajustadas pela idade forem necessárias, o número total de indivíduos estudados dependerá de quantos grupos de idade forem definidos. Se faixas etárias de decil de 30–39, 40–49, 50–59, 60–69, 70–79, e 80 anos fossem definidas para cada sexo, 120 indivíduos por decil poderiam ser suficientes, mas, para reduzir o tamanho do intervalo de confiança em percentis de 99% para cada decil, alguns têm defendido 320 indivíduos por decil. O verdadeiro desafio de realizar tal estudo é como definir e selecionar indivíduos saudáveis. Geralmente, um simples formulário de histórico é preenchido. Para a seleção ser definitiva, eu sugeriria um histórico, exame físico, eletrocardiograma e raio x do tórax. Eu excluiria qualquer um com qualquer histórico car- Clinical Chemistry díaco e qualquer um que usasse qualquer medicação relacionada com o coração. Então, idealmente, eu sugeriria imagem por ressonância magnética cardíaca (cMR) para eliminar aqueles por outro lado com doença cardíaca não diagnosticada. Um ecocardiograma seria a segunda melhor coisa. Tal abordagem, entretanto, seria muito cara. Portanto, considerar um bom exame físico normal, um valor normal do peptídeo natriurético corrigido para idade e sexo poderiam ser suficientes. Isso parece assustador, mas se um estudo cooperativo fosse realizado em todos os países, companhias e fontes patrocinadoras de pesquisas, isso precisaria ser feito apenas uma vez. Amostras de tal estudo precisam ser bancadas e fornecidas, em troca de financiamento lá na frente, para aqueles que tinham financeiramente patrocinado a atividade. Devido ao grande número de instalações que fazem testes em indivíduos normais nos Estados Unidos, se alguém pudesse angariar tais recursos, essa abordagem poderia ser até mesmo mais rentável. David Morrow5 : Eu acho que a caracterização da população de referência é uma das questões mais importantes que nós enfrentamos com o avanço de gerações mais novas de testes para troponina. Para propósitos científicos, há uma forte necessidade de conduzir testes de referência em um grupo completamente caracterizado de indivíduos mais jovens de sexo e etnia misturados que estejam completamente livres de qualquer doença cardíaca estrutural identificável usando imagem avançada tal como imagem de ressonância magnética (MRI) e angiografia/tomografia computadorizada (CT) para examinar tanto o miocárdio quanto os vasos — a "população normal, saudável." Ao mesmo tempo, há uma crescente perspectiva na comunidade clínica de que nós precisamos de dados mais completos com relação à distribuição das concentrações de troponina entre indivíduos clinicamente estáveis que possam ter fatores de Q&A Fred S. Apple risco cardiovascular e possam ser de idade avançada que não possuam doença cardiovascular aguda. É essa população que nos ajudará a entender melhor quais mudanças podem constituir uma alteração aguda nos pacientes que se apresentam para tratamento de emergência. Você pode definir os critérios que você proporia para caracterizar um teste da troponina cardíaca como um teste de alta sensibilidade? Alan Wu: Alguns critérios científicos são autorizados para definir um teste da troponina como sendo de alta sensibilidade. Eu sugeriria que a designação de alta sensibilidade fosse dada aos testes comerciais da troponina que são capazes de detectar a maioria dos indivíduos saudáveis como estando acima do limite de detecção do teste, quando testados seguindo-se o protocolo CLSI C28-A3. A percentagem dos valores que são detectáveis pode ser discutida. Fred Apple recentemente sugeriu tais valores para 3 gerações de testes de alta sensibilidade, com o percentual de indivíduos aparentemente saudáveis detectado estando entre 50% e 95%. Qualquer que seja a abordagem usada, uma discussão com a FDA é essencial. Paul Collinson: Um verdadeiro teste de alta sensibilidade definiria a completa distribuição de referência. Tal ensaio seria capaz de definir completamente uma população de referência e detectar uma mudança significativa dentro da distribuição de referência na amostra em série. Pragmaticamente, definição de 90% ou melhor de uma população de referência bem caracterizada seria suficiente. Os atuais testes detectam <40% a 50% de uma população de referência e são, portanto, usáveis mas não satisfazem os verdadeiros critérios de um teste de alta sensibilidade. A incapacidade de medir valores de baixo nível prejudica o poder estatístico das avaliações dos testes. Allan Jaffe: Inicialmente, eu fiquei impressionado pela idéia de definir isso baseado no número de indivíduos normais com um valor medido, e eu ainda acho que a idéia tem mérito. Entretanto, eu tenho estado preocupado que em alguns Clinical Chemistry estudos, tais como aqueles recentemente publicados na New England Journal of Medicine, tais testes não pareceram se sair melhor clinicamente. Assim sendo, eu ainda usaria o número de indivíduos saudáveis com concentrações mensuráveis de troponina como um índice e também gostaria de ver estudos clínicos em pacientes ACS ou pacientes com dor no peito (que são os mais frequentes e desse modo os mais fáceis de estudar) mostrando elevada sensibilidade para detectar padrões de mudança e condição clínica anormal com o uso desses testes. David Morrow: Primeiro, de um ponto de vista de educar os clínicos, eu acho que seja da maior importância que os clínicos ganhem um interesse mais profundo e entendimento das características do desempenho dos testes [limite de detecção (LOD), percentil de 99%, concentração mais baixa em um CV de 10%] no uso clínico em sua instituição — "conheça o seu teste"— em vez de aplicar um termo de "alta sensibilidade" para o teste. Entretanto, a atual ausência de consenso sobre o termo apresenta desafios para a discussão. Portanto, eu defendo uma abordagem relativamente simples para categorização, tal como a proposta por Fred Apple, que incorpora um CV de 10% no ou abaixo do percentil de 99% e uma métrica que confirme que o teste é capaz de medir a troponina num limite baixo, pelo uso de uma população de referência como sugerido por Apple ou um material de referência padrão NIST (SRM 2129). Pode ser que as concentrações mensuráveis em >95% dos "indivíduos normais" seja uma barreira mais alta do que poderia ser, relevante à prática clínica como alta sensibilidade. Se você perguntar ao clínico médio, a maioria dos testes contemporâneos já superou a barreira da alta sensibilidade de uma perspectiva clínica. À medida que os testes da hs-cTn são avaliados, quais estudos analíticos mínimos devem ser conduzidos para confiantemente aliviarem a preocupação por potenciais resultados falsopositivos ou falso-negativos? Q&A Fred S. Apple Alan Wu: Existem 2 tipos de avaliações para sensibilidade e especificidade. Sensibilidade e especificidade diagnóstica avaliam a capacidade do marcador em detectar uma entidade clínica. Se o objetivo da troponina for o de detectar o MI, a sensibilidade diagnóstica é de 100% porque ele é parte da definição do MI. A especificidade diagnóstica será menor, visto que existem muitas outras etiologias da lesão miocárdica, particularmente as pequenas. Se o objetivo de medir a troponina for o de detectar a lesão miocárdica, tanto a sensibilidade diagnóstica quanto a especificidade serão muito altas. A literatura está repleta de estudos clínicos sobre o uso da troponina para diagnóstico do MI e a estratificação do risco, e estudos adicionais podem ser desnecessários. Sensibilidade analítica é a concentração mais baixa na qual um teste pode detectar o analito com algum grau estatístico de confiança. Sensibilidade analítica pode ser determinada pelo uso de estudos de incrementação nos quais o analito de interesse é adicionado a uma matriz sem analito ou por diluição em série de uma amostra positiva até que o analito não seja mais detectado. Precisão total em baixas concentrações de troponina também é importante. Estudos de especificidade analítica envolvem testar o ensaio para reatividade cruzada contra outras proteínas e marcadores cardíacos. Embora testes iniciais tenham sofrido de ligação não específica, isso foi amplamente resolvido. Falsos positivos analíticos existem apenas com a presença de anticorpos anormais (anticorpos heterófilos e antianimais humanos). Resultados analíticos falsonegativos são possíveis com a presença de autoanticorpos para troponina, contudo muito poucos estudos têm sido realizados até agora para adequadamente caracterizar a interferência do autoanticorpo nos testes comerciais. Paul Collinson: Os atuais protocolos para detectar interferência da reação cruzada, dos anticorpos heterofílicos, e de outra interferência devem ser aplicados. O problema vem na forma de padrão de referência. Com base no atual histórico, é mais provável que os próprios testes serão mais sensíveis do que as técnicas com as Clinical Chemistry quais eles estão sendo comparados. É difícil definir um falso positivo a menos que haja uma avaliação independente do resultado. O melhor que pode ser alcançado será comparar contra um painel de outros testes apoiados por avaliação clínica de boa qualidade. A analogia mais próxima é o teste sorológico para hepatite, onde a comparação é contra um painel validado de soros positivos e negativos. Allan Jaffe: Visto que pequenos problemas analíticos próximos do limite de detecção poderiam fazer com que as concentrações determinadas cruzassem os valores de cutoff importantes, a detecção de até mesmo pequenas quantidades de interferentes analíticos nos testes da cTn é criticamente importante. Por exemplo, pequenas diferenças demonstradas entre o soro, EDTA, e plasma de heparina para o novo teste de alta sensibilidade de Beckman podem ser de importância. Isso não apenas requer que nós baixemos nosso limite para considerar esses efeitos importantes, mas também incluiria que nos certificássemos de que o fabricante é capaz de produzir reagentes consistentes livres de grande variação de lote para lote. Tal atenção às pequenas variações dos testes é importante tanto para aqueles efeitos que possam causar falso positivos (hemólise para testes da cTnI e anticorpos heterofílicos) quanto para aqueles que possam causar falso negativos, como anticorpos para cTnI e os anticorpos mais recentemente relatados para cTnT. Uma consideração adicional é que esses testes possuem uma precisão muito alta próxima dos valores de cutoff, isso pode permitir que limites menores (e mais sensíveis) para mudança sejam usados. Finalmente, os estudos da especificidade feitos anteriormente para cTnI e cTnT na doença cardíaca devem ser refeitos com essas sondas crescentemente sensíveis. David Morrow: A extensão da ligação não específica para outros interferentes séricos ou do plasma, assim como a influência da seleção da matriz, devem ser investigadas. Entretanto, haverá limites para o que pode ser estabelecido analiticamente, como também existem desafios inerentes em reinventar o padrão ouro. Investi- Q&A Fred S. Apple gações clínicas que demonstrem relevância prognóstica serão mais convincentes da relevância clínica para o médico. Baseado nos dados clínicos preliminares na literatura que usa tanto os testes da hs-cTnT quanto da hs-cTnI, quais estudos clínicos devem ser conduzidos, no mínimo, para fornecer suficiente apoio baseado na evidência para confiantemente introduzir esses testes na prática clínica? Alan Wu: É necessário que um estudo clínico seja conduzido (e idealmente publicado) para cada teste comercial da hs-cTnT e da hs-cTnI que é usado como um marcador diagnóstico e como um marcador da estratificação do risco. Estudos clínicos separados podem ser necessários para abordar essas questões separadas. Devido à falta de padronização dos testes, esses estudos são necessários para estabelecer o separador do percentil de 99% e o desempenho diagnóstico e prognóstico de cada teste nesse separador específico. Paul Collinson: Os atuais estudos publicados são muito animadores. Avaliação futura requer estudos similares para aqueles que já foram publicados usando, na medida do possível, critérios diagnósticos independentes. Estudos dos resultados que comparam testes existentes da troponina e os testes de alta sensibilidade da troponina também são necessários para ver se há melhora incremental na estratificação do risco, não apenas na população ACS mas também na população isquêmica geral (dor no peito) onde esses resultados serão usados. Em outras palavras, a detecção de uma elevada troponina aumenta substancialmente a discriminação? Tais estudos devem abordar o risco absoluto, não o relativo. A capacidade de distinguir um aumento do risco relativo de 25% que se traduz em uma mudança do risco absoluto de 0.25% não é clinicamente útil. A analogia é com o tratamento da estatina para prevenção primária. Uma importante pergunta que precisa ser respondida é se a detecção dos valores de baixos níveis da troponina devem ser usados para guiar a intervenção. Essa pergunta pode Clinical Chemistry ser provavelmente respondida pela análise dos bancos de dados das amostras feita como parte dos estudos de intervenção ou possivelmente revisitando dados existentes das amostras dos testes, contudo as mesmas ressalvas se aplicam acima — modificação do risco relativo contra modificação do risco absoluto. Uma pergunta chave que ainda tem que ser respondida é a comparação dos testes de alta sensibilidade da troponina com os outros supostos marcadores que têm sido sugeridos como alternativas para a geração original dos testes da troponina. Allan Jaffe: Os testes atualmente no mercado foram validados particularmente em pacientes com ACS. Nós sabemos que os pacientes com elevados valores da cTn se beneficiam da anticoagulação agressiva, das terapias agressivas anti-plaquetas, e de uma estratégia inicial invasiva [geralmente intervenção coronária percutânea (PCI)]. Dado que alguns pacientes com suposta doença arterial coronária estável e aqueles com outras co-morbidades, por exemplo, insuficiência cardíaca, podem ter aumentos na cTn até mesmo com testes contemporâneos, não está claro se pacientes com elevada cTn por esses novos testes se beneficiarão semelhantemente das intervenções acima. Estudos para responder essa pergunta serão essenciais. Além disso, tanto os estudos analíticos quanto os clínicos serão necessários para definir o que constitui uma mudança significativa nos valores, já que é provável que com esses novos testes, um padrão de mudança dos valores será ainda mais importante do que com os testes contemporâneos, e como definir a mudança mínima que seja clinicamente importante não está claro. Finalmente, embora os estudos frequentemente se concentrem em diagnosticar pacientes mais precocemente, há uma falta de informação sobre quantos pacientes, se existirem, podem manifestar aumentos da troponina apenas depois de muitas horas. Parar responder essa pergunta será necessário um estudo separado. David Morrow: (1) Avaliação em uma população de referência. (2) Avaliação rigorosa do desempenho diagnóstico em uma população de Q&A Fred S. Apple amplo espectro com dor no peito não traumática, na qual o diagnóstico de MI foi decidido por peritos clínicos com o uso de critérios que incorporam tanto a apresentação clínica quanto os resultados dos biomarcadores e para os quais outras etiologias não ACS da lesão miocárdica são reconhecidas e capturadas. (3) Avaliação prognóstica em grupos grandes e bem caracterizados de pacientes tanto com dor no peito não traumática quanto separadamente aqueles com um diagnóstico clínico de ACS, com rigoroso acompanhamento individual do paciente até pelo menos 30 dias, idealmente 6– 12 meses, e endpoints decididos por um comitê de eventos clínicos. Endpoints devem incluir morte cardiovascular, MI novo ou recorrente, e possivelmente angina recorrente instável, e não devem incluir procedimentos de revascularização que podem ser guiados pelo resultado inicial da troponina. Conclusão dos 2 primeiros grupos de estudos pode ser suficiente para introdução como um teste diagnóstico. Entretanto, todas as 3 linhas de investigação serão necessárias para apoiar a aceitação clínica. Que conselho você daria para a FDA para ajudar no processo de liberação do 510K dos testes da hs-cTnT e da hs-cTnI? Alan Wu: Visto que o percentil de 99% é usado como o separador, é criticamente importante que os fabricantes forneçam dados sobre seu estudo do valor de referência e como aquele estudo foi conduzido. Quais critérios foram usados para determinar a saúde? Qual foi a distribuição da idade, sexo, e etnia da população usada? Isso será particularmente importante se uma população mais velha foi usada, dado a prevalência da doença cardiovascular naquela população. A FDA também deve estabelecer um protocolo para a avaliação das interferências analíticas, do heterófilo, do anti-camundongo humano, e dos auto-anticorpos de modo que cada teste seja avaliado consistentemente. Tem havido discussão sobre a criação de um banco universal de amostras de indivíduos saudáveis que contenha alíquotas e/ou soro ou plasma que os fabricantes possam usar para estabelecer seus valores de referência. A adição de Clinical Chemistry amostras com anticorpos anormais a esse banco seria útil para os estudos de referência. Tal abordagem permitiria que os testes fossem diretamente comparados uns com os outros. Paul Collinson: Isso necessitará de 2 tipos de estudo. Comparação direta com os testes existentes para mostrar equivalência através de faixas comparáveis de medição é necessário. O segundo tipo de estudos é similar àqueles que já foram publicados que olham para o incremento prognóstico da elevada sensibilidade numa população ACS bem definida (contudo veja comentários acima). Allan Jaffe: Liberação do 510K deve avaliar clinicamente o desempenho do teste em torno dos importantes valores cutoff. Uma estreita associação global é esperada através dos testes, contudo é o desempenho dos testes na vizinhança dos separadores que distingue os testes sensíveis dos insensíveis. O paper de Venge alguns anos atrás que descreve as diferenças entre os testes de Beckman, Roche, e Abbott é um protótipo para o tipo de estudo clínico que deve ser obrigatório para permitir uma liberação do 510K. David Morrow: Eu estou certo que meus colegas comentarão sobre os requisitos delineados nas respostas para as perguntas 1–4, portanto eu me concentrarei na principal luta clínica de selecionar pontos de corte para prática clínica. Diretrizes profissionais da sociedade e rotulagem reguladora podem algumas vezes diferir por razões válidas, porque seus objetivos não estão completamente alinhados. Entretanto, discordância entre rotulagem do produto e atuais diretrizes profissionais tem contribuído para a presente confusão pelos médicos sobre os apropriados limites da decisão clínica. O uso desatualizado dos pontos de corte do MI baseado na comparação com a creatina quinase -MB tem confundido o campo. Uma abordagem que incorpore relato completo do desempenho do teste [limite do espaço em branco (LOB), LOD, limite quantitação (LOQ), CV de 10%, percentil de 99%) juntamente com dados clínicos descritos acima servirão melhor ao médico. Q&A Fred S. Apple Agradecimentos Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais Conflitos de Interesse. Potenciais conflitos de interesse: Emprego ou Liderança: Nada a declarar. Consulor ou Papel Consultivo: F.S. Apple, Ortho Clinical Diagnostics, Abbott Laboratories, Beckman Coulter, and Sensera; A. Jaffe, Beckman Coulter, Siemens, Ortho Clinical Diagnostics, Inverness, Critical Diagnostics, Singulex, Nanosphere, Novartis, GSK, and Merck; D. Morrow, Beckman Coulter, Ortho Clinical Diagnostics, Roche, and Siemens. Posse dos Valores: Nada a declarar. Honorários: F.S. Apple, Ortho Clinical Diagnostics, Beckman Coulter, Biosite Inverness, and Roche. Fundo de Pesquisas: F.S. Apple, Radiometer, Roche, Response, Siemens, Biosite, Nanosphere, and Abbott; A. Jaffe, Beckman Coulter and Siemens; D. Morrow, Beckman Coulter, Ortho Clinical Diagnostics, Roche, Siemens, Singulex, and Nanosphere. Testemunho Hábil: Nada a declarar. Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, ou preparação ou aprovação do manuscrito. Notas de Rodapé 1 Abreviações não padronizadass: MI, infarto do miocárdio; NACB, Academia Nacional de Bio- Clinical Chemistry química Clínica; cTn, troponina cardíaca; hs, alta sensibilidade; FDA, Administração de Droga e Alimento dos Estados Unidos; ACS, síndrome coronária aguda; CLSI, Instituto de Padrões Laboratoriais Clínicos; cMR, ressonância magnética cardíaca; MRI, imagem da ressonância magnética; CT, tomografia computadorizada; LOD, limite de detecção; SRM, material de referência padrão; PCI, intervenção coronária percutânea; LOB, limite do espaço em branco; LOQ, limite de quantitação. Q&A Fred S. Apple 2 Alan Wu, Departamento de Medicina Laboratorial, University of California, and San Francisco General Hospital, San Francisco, CA. 3 Paul Collinson, Patologista Químico Consultor, St. George’s Hospital, London, UK. 4 Allan Jaffe, Divisão CV, Departamento de Medicina, Divisão CCLS, Mayo Clinic, Rochester, MN. 5 David Morrow, Divisão Cardiovascular, Departamento de Medicina, Brigham and Women’s Hospital, Boston, MA. “This article has been translated with the permission of AACC. AACC is not responsible for the accuracy of the translation. The views presented are those of the authors and not necessarily those of the AACC or the Journal. Reprinted from Clin Chem, 2010; 56 no. 6 886-891, by permission of AACC. Original copyright © 2009 American Association for Clinical Chemistry, Inc. When citing this article, please refer to the original English publication source in the journal, Clinical Chemistry.” “Este artigo foi traduzido com a permissão da AACC. AACC não é responsável pela acurácia da tradução. Os pontos de vista apresentados são aqueles dos autores e não necessariamente os da AACC ou do Jornal. Reimpresso da ClinChem, 2010; 56 no. 6 886-891, por permissão da AACC. Cópia original © 2009 American Association for Clinical Chemistry, Inc. Quando citar este artigo, por favor refira-se à fonte de publicação original em inglês na revista,Clinical Chemistry.”
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