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nº2 Setembro 2013
´
BLUMENAU e
nº2 Setembro 2013
Para conhecer mais sua cidade
Panorâmica
Mercado de tecnologia
se expande para além da
produção de softwares
Horizontes
EDIÇÃO DE ANIVER SÁRIO Blumenau 163 anos
As expectativas do setor
produtivo com o início
da duplicação da BR-470
Almanaque
A variedade da gastronomia
local em um roteiro que vai
além da culinária germânica
Tradição e
desenvolvimento
Blumenau completa 163 anos BUSCANDO CRESCER DE FORMA
ORGANIZADA E SUSTENTÁVEL, SEM PERDER SUAS RAÍZES
4
Editorial
FUNDADOR e Presidente Emérito
Mário J. Gonzaga Petrelli
Grupo RIC SC
presidente-Executivo
Marcello Corrêa Petrelli
Diretor Comercial
Reynaldo Ramos
Diretor Administrativo e Financeiro
Albertino Zamarco Jr.
Diretor Operacional
Paulo Hoeller
Diretor Regional blumenau
Marco Salgado
Diretor de Redação Notícias do Dia
Luís Meneghim
Revista BLUMENAU É
Coordenação Geral e diagramação
Victor Emmanuel Carlson
Gerente Comercial
Marcos Roberto Fernandes da Silva
Editor-executivo
Diógenes Fischer
REPORTAGEM
Adão Pinheiro, Felipe Adam,
Giselle Zambiazzi, Leo Laps e Luciana Zonta
fotografia
Leo Laps e Victor Emmanuel Carlson
Foto da capa
Leo Laps
REVISÃO
Sergio Luiz Meira
distribuição
Hannah Mattos
IMPRESSÃO
Gráfica Posigraf
www.ricmais.com.br/sc/revistablumenaue
Rua das Missões, 190 – Ponta Aguda
CEP 89051-000 – Blumenau/SC
Fone (47) 3381-3200
Estrutura
para crescer
A duplicação da BR-470 é uma das demandas mais
antigas e importantes da comunidade blumenauense e
do Vale do Itajaí. A rodovia é a espinha dorsal do nosso
transporte rodoviário e tem importância significativa
para o desenvolvimento regional. O início das obras
não será o fim da ansiedade causada por uma ligação
saturada, mas é ao menos uma esperança de que logo
teremos uma via condizente com a importância econômica da região. Ainda faltam dois trechos para terem as ordens de serviço assinadas, correspondentes
ao trajeto entre Navegantes e Gaspar. Por isso, urge que
as lideranças locais mantenham a cobrança sobre o governo federal. O Grupo RIC vem reforçar e apoiar esse
pleito da comunidade.
Entre as demais matérias presentes na Blumenau É
estão os preparativos da cidade para receber mais uma
edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC). Blumenau corre contra o tempo para preparar a estrutura
necessária e conta com os talentos da casa para lutar
pelo 40º trófeu da competição em 53 edições do JASC.
Nossa reportagem foi conhecer alguns dos atletas “pratas da casa” que estarão competindo nos jogos.
Esta edição de Blumenau É também destaca cinco
personagens, nascidas ou criadas em Blumenau, que
representam dois traços marcantes da mulher blumenauense: a determinação em buscar seus objetivos e a
paixão pelo trabalho que fazem na cidade. Trazemos
ainda o avanço das empresas de tecnologia, as novidades do futebol (com o retorno do BEC e a ótima fase do
Metropolitano) e destacamos o espaço para a expressão
artística local no Teatro Carlos Gomes.
Temos orgulho de participar das comemorações
dos 163 anos da cidade presenteando a população com
a segunda edição da Blumenau É. Um feliz aniversário
a todos e boa leitura!
Marcello Corrêa Petrelli
Presidente-Executivo
Grupo RIC SC
“ A BR-470 é a espinha
dorsal do nosso
transporte rodoviário
e tem importância
significativa para o
desenvolvimento
regional. (...) O Grupo
RIC vem reforçar e
apoiar esse pleito
da comunidade
blumenauense.”
6
Índice
Panorâmica
Almanaque
Tecnologia de amplo alcance.........................................8
Diversidade no menu......................42
Dedicadas e determinadas............................................12
A casa das artes............................48
Criatividade para manter a clientela..............................20
Fotos Leo Laps
Comércio de rua em Blumenau se qualifica após a chegada dos novos shoppings
Limites para a expansão................................................24
O melhor amigo também na polícia.............................26
O prefeito que sabe ouvir.............................................28
Teatro Carlos Gomes abre as portas para a arte local
Duas vezes mais bola.....................52
Horizontes
De olho em mais um troféu............................................32
Sede dos Jasc desse ano, Blumenau prepara seus atletas em busca de medalhas
Abrindo caminho para o desenvolvimento......................36
Metropolitano em alta e BEC de volta aos gramados
Uma nova Oktoberfest..................................................40
Um craque do jornalismo esportivo...56
BLUMENAU É
8
Panorâmica
Tecnologia de
amplo alcance
Texto e Fotos Leo Laps
Tecnologia de amplo alcancePanorâmica
9
RECONHECIDA NACIONALMENTE COMO UM POLO DE CRIAÇÃO DE
SOFTWARE, BLUMENAU TAMBÉM CONTA COM EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA QUE VÃO MUITO ALÉM DA INFORMÁTICA
F
oi graças a um dos segmentos industriais mais
antigos da região do Vale
do Itajaí que o pioneirismo de Blumenau no setor
de Tecnologia foi estimulado e consolidado. Não fosse a grande demanda de indústrias têxteis como Hering,
Sulfabril e Karsten a partir da década de 1970, talvez hoje a cidade não
contasse com empresas como HBSIS,
Cetil, Senior, Benner e outras centenas
que, juntas, empregam cerca de 10 mil
pessoas e faturam aproximadamente
R$ 400 milhões por ano – o equivalente a 25% da receita catarinense no
setor. Mas se o desenvolvimento de
softwares continua sendo o carro-chefe quando se fala de tecnologia em
Blumenau, há um nicho mais recente
sendo explorado pelos empreendedores locais: o da sustentabilidade.
“Nos últimos 20 anos, a palavra
tecnologia foi sendo cada vez mais
associada à informática. Na verdade,
tecnologia significa ciência aplicada:
é o desenvolvimento não só de softwares, mas de novos materiais e novos processos”, explica o presidente da
Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Guilherme
Stark Bernard. “No campo da sustentabilidade essa demanda cresce em
nível mundial, pois para diminuir os
danos ao meio ambiente causados
pela ação do homem é preciso inovar,
é preciso criar tecnologias”, completa.
Uma das empresas blumenauense que investe nesse segmento é a
Umwelt, fundada em 1996 e especializada em ações na área de biotecnologia. Com um setor próprio de Pesquisa e Desenvolvimento, a empresa
localizada no bairro da Velha já criou
produtos como o Biolux, um kit de biomassa com bactérias marinhas usado
para monitorar a qualidade de águas
e efluentes, bem como a toxicidade
de produtos químicos e resíduos sólidos. Grandes empresas como Hering e
Brasil Foods estão entre os clientes da
empresa, que também trabalha com
projetos de otimização e adequação
de plantas e estações de tratamento,
assessoria jurídica e análises laboratoriais. “As novidades na legislação
ambiental têm gerado uma série de
demandas para a indústria, que precisa padronizar métodos e provar que
evita ao máximo impactos ao meio
ambiente”, diz Gerson Luiz Zimmer,
um dos sócios da Umwelt.
Outro destaque na área da sustentabilidade é a Redefinir, um dos mais
Zimmer: biotecnologia aplicada em
soluções sustentáveis para a indústria
BLUMENAU É
novos empreendimentos ligados à
inovação tecnológica em Blumenau.
Aprovada em 2012 no edital “Sinapse
da Inovação”, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), a startup tem como
missão atuar no recolhimento, transporte, desmonte e destinação de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. A
meta da empresa até o final do ano é
conseguir processar até três toneladas
mensais desses resíduos, que na maioria das vezes não são descartados corretamente pela população.
Com a aprovação há três anos da
Lei Nacional de Resíduos Sólidos, as
empresas que fabricam geladeiras,
fogões, computadores e artigos do
gênero passaram a ser responsáveis
pela destinação destes produtos após
seu descarte. Por meio de uma parceria com a Universidade Regional
de Blumenau (Furb), a Redefinir vai
usar um software para conectar seus
serviços aos consumidores e fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Através do 0800 de cada
marca, um pedido de coleta é gerado,
encaminhado para a Redefinir via
internet e realizado por funcionários
terceirizados da empresa. “Fizemos
uma pesquisa junto à Furb e descobrimos que ainda falta informação às
pessoas e também meios de realizar
o descarte correto desses resíduos.
Percebemos esta demanda e estamos criando as soluções”, diz Fabiana
Dallacorte, uma das sócias da startup.
O ambiente propício para inovações como as desenvolvidas pela
Umwelt e pela Redefinir já existia em
Blumenau quando a Cetil abriu suas
portas, em março de 1969. Uma das
10
Panorâmica4Tecnologia de amplo alcance
pioneiras catarinenses na área de Tecnologia da Informação (TI), a companhia nasceu da parceria entre seus
dois primeiros sócios diretores, Ingo
Greuel e Décio Salles, com 12 empresários do ramo têxtil blumenauense.
Com o nome de Centro Eletrônico da
Indústria Têxtil, surgiu com o objetivo
de otimizar a produção do setor com a
aplicação das novas tecnologias computacionais que surgiam na época. A
implantação da Cetil motivou a criação de outras centenas de empresas
que hoje tornam a cidade um polo
nacional de TI, especialmente no segmento de softwares de gestão empresarial – que respondem por 90% da
produção local, de acordo com dados
da Blusoft, associação criada em 1992
para unir as empresas do setor.
Em 44 anos, a Cetil passou por algumas mudanças de estratégia mercadológica. Hoje, tem atuação cada
vez mais forte no setor público em
parceria com a GOVBR, empresa especializada em softwares para gestão pública presente em 12 estados
brasileiros. São mais de 1,2 mil clientes que geram negócios no valor de
R$ 80 milhões ao ano. “A administração pública vem incorporando cada
vez mais práticas já estabelecidas no
setor privado, tornando-se mais exigente e consumindo mais soluções”,
observa a diretora de tecnologia da
Cetil, Ana Cristina Godzesky.
Já no setor privado, a HBSIS é
uma das empresas que mais crescem
na área de TI em Blumenau. Com 170
clientes em todo o país – entre eles
Unimed, Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) e Ambev – a companhia
dirigida por João Luiz Kornely vem
apostando há mais de duas décadas
no potencial deste mercado. Segundo
Kornely, o plano é manter os índices
atuais de crescimento, que chegam a
20% ao ano. “A superação é algo que
ção de doenças e promoção da saúde,
e o HB.Conselhos, software presente
em 20% das seccionais brasileiras da
OAB que padroniza procedimentos e
garante a segurança dos dados.
Mas ainda há desafios PARA
Ana Cristina: mercado de R$ 80 milhões
por ano em soluções para a gestão pública
precisa acontecer diariamente, pois
o conhecimento no mundo dobra a
cada seis meses”, afirma o empresário. Entre os produtos desenvolvidos
pela HBSIS estão o HB.Prever, que
auxilia empresas e operadoras de
planos de saúde em ações de preven-
Kornely: grandes empresas na carteira de
clientes e um crescimento anual de 20%
BLUMENAU É
superar. O maior deles continua sendo a dificuldade de encontrar mão de
obra qualificada em quantidade suficiente para suprir a demanda gerada
pelo crescimento do setor. Para formar novos trabalhadores, empresas e
o setor público buscam alternativas.
O Geração Tec, por exemplo, é um
programa do governo de Santa Catarina, gerenciado pela Blusoft, para
formar jovens de famílias de baixa
renda. “É um programa excelente. Os
alunos já chegam às empresas com
uma base tecnológica e com muita
determinação e vontade de aprender”, conta a diretora de planejamento da Cetil, Virgínia Kaiser. A empresa
participa do programa desde 2011
e o índice de sucesso é altíssimo: na
primeira turma de estagiários contratados, 19 dos 20 foram mantidos em
seu quadro funcional.
A HBSIS, por sua vez, conta com o
programa Universidade Corporativa,
que acaba de receber o Prêmio Educorp 2013, e oferece cursos e treinamentos tanto para gestores de alto escalão quanto para estagiários, trainees
e interessados em trabalhar no ramo.
A empresa também é parceira do Geração Tec e de outros programas de
formação, como o Entra21-Blusoft e o
Menor Aprendiz. “Ao apoiar essas iniciativas criamos um movimento constante de formação de mão de obra,
aproveitando talentos locais e desenvolvendo a economia local”, garante
Kornely, acrescentando que o setor de
TI, além de apresentar rendimentos
acima da média para os profissionais,
é conhecido por investir na qualidade
de vida de seus colaboradores.l
A PORTONAVE ESTÁ EM UMA LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA:
EM PRIMEIRO LUGAR NA MOVIMENTAÇÃO
DE CONTÊINERES EM SANTA CATARINA.
MAIS QUE UM PORTO, UM POLO LOGÍSTICO COMPLETO.
A Portonave é o porto responsável pela movimentação de 44%
das cargas conteinerizadas de Santa Catarina e está preparada para
aumentar cada vez mais esse número. Com investimentos em
infraestrutura e equipamentos, está inserida em um complexo portuário
consolidado e com serviços integrados. Venha crescer com a Portonave.
12
Panorâmica
Dedicadas e
determinadas
CINCO PERSONAGENS SINTETIZAM DOIS TRAÇOS MARCANTES DAS MULHERES BLUMENAUENSES:
NÃO DESISTIR DOS OBJETIVOS E COLOCAR O CORAÇÃO EM TUDO AQUILO QUE FAZ
E
Texto Giselle Zambiazzi Fotos Leo Laps
las são completamente distintas uma
da outra, mas todas combinam com
Blumenau e fazem uma grande diferença para a cidade onde vivem. Nascidas ou criadas blumenauenses, poderiam escolher qualquer lugar do mundo para viver,
mas preferem ficar aqui. Emocionam-se quando param para pensar naquilo que as move e ao mesmo
tempo as faz fincar raízes às margens do Rio Itajaí-Açu. “É a emoção de uma vida dedicada a uma cidade”, diz Sueli Petry, sem disfarçar as lágrimas que
brotam a uma simples pergunta sobre a sua relação
com Blumenau. “É uma cidade inigualável. Não a
troco por nenhuma outra. Quantas vezes abri mão
da minha família em prol dela... Faria tudo de novo”,
reflete a diretora do patrimônio histórico e museológico da Fundação Cultural de Blumenau.
Nas prateleiras que rodeiam sua sala, no andar
de cima da Biblioteca Pública Municipal, estão
guardadas as trajetórias de centenas de outras mulheres que marcaram a história de Blumenau, um
lugar essencialmente industrial, de ambiente austero e historicamente dominado por figuras masculinas em cargos de liderança. De certa forma isso
acontece ainda hoje, mas a evolução é visível. “A
mulher já conquistou o mercado, mas quando assume a gerência de uma indústria metalmecânica,
por exemplo, ainda tem quem olhe atravessado”,
analisa Paula Decarle, coordenadora da Câmara da
Mulher Empresária da Associação Empresarial de
Blumenau. “Mas muitas chegaram lá e venceram
essa barreira”, comemora.
Contudo, há horas em que o lado mãe fala mais
alto e elas são capazes de abrir mão do mundo para
cuidar dos filhos. Foi o que fez a jogadora de handebol Fabiana Kuestner Gripa. Depois de representar
Blumenau e o Brasil nas Olimpíadas de Atenas, seus
dias agora são repletos de pequenas alegrias como
procurar os ninhos das galinhas que cria em casa, ao
lado do filho de três anos e da filha de dois meses.
“Ainda acompanho o esporte, não quero me afastar,
mas o foco agora é a minha família”, pondera.
Blumenau também tem mulheres que estendem o conceito de família para fora de sua casa
e para toda a comunidade. É o caso de Aglaê Nazário de Oliveira, que preside uma das mais importantes organizações do terceiro setor do país,
a Rede Feminina de Combate ao Câncer. À frente
de cerca de 400 mil voluntárias atuantes em todo
o território nacional, ela foi a grande responsável
por transformar a ONG de Blumenau em uma referência brasileira. “Não existe explicação para os
momentos que tenho vivido na Rede. Quero espalhar pelo Brasil a mesma união que consegui
plantar em Santa Catarina”, almeja.
Esse mesmo senso de responsabilidade é transmitido por uma mulher que parece não alterar
nunca o seu tom de voz. E nessa linearidade, diz
o que pensa sem pestanejar. Rodeada por milhares de partituras, livros e instrumentos musicais
antigos, a diretora artístico-pedagógica da Escola
de Música do Teatro Carlos Gomes, Noemi Kellermann, cumpre expediente diário na biblioteca da
escola e afirma que a melhor maneira de aproveitar
a vida é continuar trabalhando no que mais ama:
a educação. “Blumenau é uma cidade que tem me
dado retornos maravilhosos, tanto profissional
como afetivamente”, declara.
BLUMENAU É
Dedicadas e determinadasPanorâmica
A ARTE DE EDUCAR
É como se Noemi Kellermann tivesse nascido no Rio Grande do Sul por
engano. Ainda na década de 1960 ela
passava férias na praia de Cabeçudas,
em Itajaí, e resolveu estender o passeio
para conhecer Blumenau. Aqui, entrou
em uma loja de antiguidades, foi atendida por um rapaz e foi embora. Voltou
para Porto Alegre e mais ou menos 10
anos se passaram sem que ela sequer
lembrasse daquele dia. Em 1971 foi
chamada para integrar uma equipe que
atuaria no extinto Conservatório Curt
Hering com a missão de reformular o
ensino da música. Sabe-se lá de que jeito ela e o moço da loja de antiguidades
se reencontraram. “Ele nem tinha mais
a loja, foi por acaso”. Hoje, ela e o agora
artista plástico Roy Kellermann comemoram 37 anos de casados.
Foi “por acaso” que muita coisa
aconteceu na vida da mulher que esta
à frente de uma das mais importantes
instituições artísticas de Santa Catarina. Foi assim que ela conquistou uma
bolsa de estudos na Áustria. “Sabe
aquelas amigas que te convidam para
tomar um café na casa delas, mas não
te passam o endereço?”, diverte-se. “Na
hora em que me falaram dessa bolsa,
achei que fosse um caso desses. Fiz a
inscrição, mas esqueci. E não é que me
chamaram?”, lembra.
Além da importante atuação junto
ao Teatro Carlos Gomes, Noemi também deixou a sua marca na Universidade Regional de Blumenau, onde lecionou diversas disciplinas e também
chefiou o setor de cultura dos campi.
A professora está aposentada pela universidade desde 2006, mas não consegue deixar de exercer algo que simplesmente faz parte da sua essência. Ela
fala com propriedade sobre música.
Mas sente mesmo que a sua missão é
educar. “Educar é ensinar a viver. Ensinar a técnica e a viver com ela. Não se
trata apenas de um pianista e seu ins-
13
Noemi: “Educar é ensinar a viver. Ensinar a técnica e a viver com ela. Não se trata apenas
de um pianista e seu instrumento, mas do ser humano que está sentado atrás do piano.”
trumento, mas do ser humano que está
sentado atrás do piano”, observa. “Conheço excelentes instrumentistas que
são péssimos de caráter e pouco profissionais”, completa.
BLUMENAU É
Tanto tempo depois Blumenau está
no coração de Noemi. “Sinto que a cidade me ama e eu amo Blumenau. Espero
que esta escola que ajudei a criar permaneça sempre crescendo”, finaliza.
14
Panorâmica4Dedicadas e determinadas
Fabiana já recusou convites para jogar em várias partes do mundo: “Não quero. Aqui está tudo o que eu amo, principalmente minha família”
DE VITóRIA EM VITÓRIA
É difícil de acreditar, mas ela teve
uma filha há pouco mais de dois meses. Barriga? Não no corpo de Fabiana
Kuestner Gripa, blumenauense criada
nas quadras esportivas. Sempre ativa,
ela lembra que desde os nove anos de
idade se envolvia em tudo e mais um
pouco do que a escola – pública, diga-se
de passagem – oferecia. “Teatro, dança,
esportes. Tudo o que dava eu fazia”, conta. “Chegou uma hora que tive que escolher e fiquei com o handebol”, completa.
É possível que ela fosse bem sucedida em qualquer uma das escolhas, mas
parece ter seguido o caminho certo. Não
demorou para que logo fosse convocada
para a seleção catarinense de handebol,
aos 14 anos. Vitória após vitória, Fabiana
foi conquistando cada vez mais espaço
e consolidou uma carreira respeitável.
As Olimpíadas de Atenas, em 2004, e
os Jogos Pan Americanos do Rio de Ja-
neiro, em 2007, foram alguns dos seus
grandes momentos. Mas ela lista dezenas de boas lembranças que o esporte
proporcionou. “Uma das finais da Liga
Nacional com o Sesi lotado, quatro mil
pessoas na arquibancada e minha família ali comigo. Vencer aquela partida
foi uma das maiores emoções da minha
vida”, conta.
Aliás, essa é a principal disputa no
coração de Fabiana hoje. E a opção família parece estar com uns pontinhos a
mais. Desde o final de 2012 ela está longe das quadras por conta da segunda
gravidez. Mas nem por isso está afastada de tudo. Com o devido acompanhamento médico, disputou os Jogos
Abertos de Santa Catarina e a Liga Nacional até os quatro meses de gestação.
Só largou a bola quando a barriguinha
começou a aparecer.
Antes disso, foram vários os convites
para jogar em diversas partes do Brasil e
BLUMENAU É
do mundo. Mas os pés de Fabiana estão
bem fincados em Blumenau. “Não quero. Esta aqui é a minha cidade. Aqui é o
meu lugar. Aqui está tudo o que eu amo,
principalmente minha família”, responde, sem pestanejar. Tanto que cada vez
em que era convocada para a seleção e
tinha que ir a São Paulo, ela lembra do
misto de alegria e tristeza que sentia.
“Ficava feliz por representar o país que
eu amo, mas triste por ter que deixar a
minha cidade”, relata.
Os planos para o futuro são incertos. O que ela sabe é que não vai conseguir ficar muito tempo longe das
quadras. Talvez não necessariamente
jogando. Formada em Educação Física
e mestre em Educação, oportunidades
não faltam. Outra possibilidade é o trabalho como doula. “Tive a experiência
do parto humanizado e amei. Quero
proporcionar isto a outras mulheres”,
cogita Fabiana.
Dedicadas e determinadasPanorâmica
PAIXÃO POR UMA CAUSA
O rosa é a cor de Aglaê Nazário de
Oliveira. Ela pode não estar toda vestida assim, mas sempre vai ter detalhes que façam alguma referência ao
tom adotado para representar a Rede
Feminina de Combate ao Câncer.
Mas, independente de ela ser a presidente nacional da entidade, poderia-se afirmar que Aglaê é uma “pessoa
cor de rosa”. Sempre doce, deixa evidente que em cima daquele salto alto
caminha, antes de tudo, um ser humano que tem necessidade de ajudar
o próximo.
Graduada em Serviço Social, Aglaê
não é daquelas pessoas que abraçam
uma causa depois de ser atingida
por ela. Não mesmo. Ela nunca teve
câncer e nem houve casos na família.
“Na verdade, eu sempre gostei de trabalho voluntário. Um dia uma amiga
me convidou e estou aqui até hoje”,
conta, resumindo uma história de 25
anos. Foi com essa simplicidade que
ela subiu cada um dos degraus para
tornar-se a líder da maior entidade do
terceiro setor do Brasil. “Nunca imaginei ser presidente. Fui convidada
para fazer parte da diretoria e aquela
mesma equipe foi reeleita. Em 2006,
fui eleita por unanimidade para a presidência de Blumenau”, lembra.
Daí para frente, o trabalho foi cada
vez mais intenso. Em 2010, durante o congresso nacional da Rede em
Maceió, quando Aglaê foi anunciada
a presidente em Santa Catarina, foi
aplaudida de pé por todo o auditório. “Eles gritavam meu nome. Senti
um misto de alegria e medo. Ficava
me perguntando se eu merecia aquilo
mesmo. O que eu fiz por aquelas voluntárias?”, emociona-se.
O trabalho consistente em Santa
Catarina não deu outro resultado. No
dia 8 de novembro de 2012 as 24 presidentes estaduais e a nacional a elegeram por unanimidade para ocupar
15
Aglaê tem a missão de coordenar voluntárias em todo o país: “Quero que o Brasil se
conheça entre as Redes Femininas. Então vou dar o meu melhor para que isso aconteça”
o cargo máximo da Rede. Para Aglaê o
maior desafio é congregar as presidentes estaduais na mesma linha de trabalho. “Quero que o Brasil se conheça
BLUMENAU É
entre as Redes Femininas”, afirma. “O
futuro é hoje. Amanhã não sei se poderei fazer. Então, vou dar o meu melhor para que isso aconteça”, garante.
16
Panorâmica4Dedicadas e determinadas
INTIMIDADE COM A CIDADE
Dois celulares, um telefone fixo
que toca a todo momento, vários e-mails para verificar, solicitações das
mais diversas que nunca deixam de ser
atendidas. Se a vida de Sueli Petry não
fosse assim, ela daria um jeito para que
ficasse. Parece ligada na tomada. Simplesmente não para. A não ser quando perguntada sobre o seu amor por
Blumenau. Aí parece se transportar a
algum lugar inominável que a faz refletir. Depois de alguns segundos suspensos, as lágrimas. Não chegam a escorrer pelo rosto, mas ela admite que não
consegue controlar a emoção. “Essa é
a minha cidade, a cidade do meu coração. Blumenau é inigualável. Não troco
por nenhuma outra”, afirma.
É que Sueli é realmente íntima de
Blumenau. Uma das mais importantes
historiadoras de Santa Catarina, ela começou a carreira pesquisando os primórdios da cidade. No mestrado levantou a
história dos clubes de caça e tiro e não
parou mais. Trabalhando há 40 anos na
Fundação Cultural de Blumenau, Sueli é
referência. É a verdadeira enciclopédia
dos blumenauenses. Se alguém tem uma
dúvida sobre algum acontecimento, certamente será o telefone de Sueli que irá
tocar. E ela sempre responde. “Essa é a
minha prestação de serviços. Acho que é
a minha missão”, conclui.
De personalidade forte, a historiadora e arquivologista não manda recado. Com ela o papo é sempre reto.
“Ah, eu sou do signo de áries. Gosto
das coisas certas”, define-se. Apesar da
aparência imponente, nem por isso ela
impõe. “Paciência, persistência e perseverança. Estes são os elementos que
me conduzem”, completa.
Casada, mãe de um filho e avó de
um garoto de oito anos, Sueli se considera uma mulher plena, 100% realizada, ainda que mantenha a sua rotina de
levantar às 5h e não ter hora para parar.
Aliás, Sueli Petry não para.
Sueli tem orgulho em guardar a
memória de Blumenau: “Essa é
a minha prestação de serviços.
Acho que é a minha missão.”
BLUMENAU É
18
Panorâmica4Dedicadas e determinadas
Paula: “Sinto vontade de
orientar os jovens para que
tenham uma vida planejada e
contribuir para que se sintam
mais seguros quando forem
para o mercado de trabalho’
conhecimento compartilhado
A coordenadora da Câmara da
Mulher Empresária, entidade ligada
à Associação Empresarial de Blumenau, tem só 34 anos. Mas quem a escuta falar imagina uma mulher bem
mais madura, experiente. Não que
ela tenha aparência de mais velha.
Ao contrário. Paula Angélica Decarle está sempre alinhada, pronta para
treinar homens, mulheres e crianças. Na Facilitação Treinamentos ela
dá palestras, presta consultoria e faz
treinamentos com gente de todas as
idades. “Porque ninguém nasceu sabendo”, é o slogan da sua empresa.
Se bem que Paula é dessa geração
que, se não sabe, aprende tudo rapidinho. Formada em Ciências Contá-
beis, ela logo percebeu que tinha um
vasto campo para explorar na área de
planejamento. Oratória, atendimento, liderança são alguns dos assuntos
que ela trata com empresários, colegas de trabalho e estudantes da rede
pública de ensino.
Essa rotina foi o que a tornou apta
a encarar algo que ela reconhece que
é um desafio: liderar mulheres. Participante de outras entidades e organizações, Paula está acostumada com o
trabalho em equipe. Mas esta é a primeira vez que encara uma equipe só
de mulheres. Ela percebe nítidas diferenças. “É uma tarefa difícil porque
todas se sobressaem. Mulher gosta de
liderar, quer estar à frente, não perde
as oportunidades”, avalia. “Todas gosBLUMENAU É
tam de falar. Este é um grande aprendizado. Percebi que tem momentos
de simplesmente ficar quieta, ouvir e
decidir depois”, complementa.
Além do trabalho na própria empresa e na câmara, Paula também atua
como voluntária fazendo o que sabe
e gosta. Uma das atividades é oferecer treinamento a estudantes da rede
pública de ensino, especialmente em
oratória e planejamento. “Para mim
é algo gratificante. Sinto vontade de
orientar os jovens para que tenham
uma vida planejada e também de contribuir para que se sintam mais seguros quando forem para o mercado de
trabalho disputar uma vaga de emprego”, afirma Paula, como se não fosse ela
mesma, uma jovem empreendedora.l
IMPAR – Índice das Marcas de Preferência e Afinidade Regional.
Categoria de Lojas de Eletrodomésticos.
Regiões: Grande Florianópolis e Extremo Sul do
Estado de Santa Catarina.
20
Panorâmica
Fotos Leo Laps
As lojas da Rua XV de Novembro mantêm o charme tradicional do comércio de rua, mas sempre de olho nas tendências do mercado
Criatividade para
manter a clientela
O ACIRRAMENTO DA CONCORRÊNCIA TEM LEVADO LOJISTAS E CENTROS COMERCIAIS A
BUSCARem ALTERNATIVAS PARA CONQUISTARem A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR
D
Texto Felipe Adam
iante da abertura de novos negócios e centros comerciais na
cidade nos últimos anos, os lojistas blumenauenses têm investido na busca por diferenciais, do
atendimento ao ambiente de vendas, para atrair
o consumidor. É preciso exercitar a criatividade
e a atenção ao cliente para se destacar em meio
ao ambiente cada vez mais concorrido do comér-
cio local. “Tem que se reinventar a cada instante”,
resume o presidente da Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL) de Blumenau, Paulo Cesar Lopes. Ele lembra que as lojas de rua sempre foram
muito fortes na cidade, pois cada vez mais a população quer comodidade, consumir próximo do
bairro onde mora. “É o comércio que mais cresce
em Blumenau, seguindo uma tendência mundial”, ressalta. Entretanto, quando os dois novos
BLUMENAU É
Criatividade para manter a clientelaPanorâmica
shoppings começaram a ser construídos
na cidade, no ano de 2009, a orientação
da CDL para os lojistas foi de alerta.
Segundo o presidente da entidade,
a estrutura dos shoppings possui um
atrativo que os diferenciam das lojas
de rua: opções de lazer e de serviços,
como cinemas, segurança, estacionamento coberto, ambientes climatizados e praças de alimentação que servem de fast-food a pratos sofisticados.
“Os shoppings saíram na frente”, diz Lopes. Para capacitar o varejo local, a CDL
promoveu treinamentos em relação a
vitrines, além de organizar conversas
em plenárias e reuniões nos bairros
para tentar diminuir o choque da provável queda de clientes com a chegada
dos shoppings. “Nossa preocupação
era com a concorrência agressiva. A
disputa é acirrada com as grandes empresas”, recorda Lopes.
Porém, ao contrário do que se esperava, na maioria, as lojas de rua em Blumenau não sofreram quase nada com
os novos concorrentes. Muitas, já consolidadas, se fortaleceram ainda mais.
É o caso da Crispim Calçados, com 29
anos de mercado e especialista na linha de bolsas, sapatos e tênis. Há cinco
anos no Centro Comercial Fortaleza,
próxima ao terminal urbano do bairro, possui um bom movimento e mesmo com a inauguração do Shopping
Park Europeu, em dezembro de 2011,
manteve uma clientela fiel. Janine da
Silva Steil, uma das donas da loja, até
concorda que houve uma concorrência sutil, mas nada que prejudicasse as
vendas. “Nós temos um perfil de cliente bem definido, a maioria é do próprio
bairro”. Janine ainda acredita que, pelos
preços acessíveis e por não possuir um
concorrente direto, o shopping não tenha a influenciado: “Nos últimos dois
anos, fizemos uma reforma e ampliamos o espaço”.
Apesar de estar com 74% do espaço
locado, o Park Europeu tem apresenta-
21
rem comprar em ambientes onde se sintam bem”, ressalta. Mesmo não estando
no Centro, o Park Europeu se situa num
ponto chave de Blumenau: a Via Expressa, principal entrada da cidade pela
BR-470. Mais de 100 mil carros passam
por ali todos os meses, em um fluxo que
vem aumentando a cada semestre. Segundo o superintendente, o empreendimento é focado essencialmente no público blumenauense. “Mas não descarto
que 30 a 40% do público seja também do
Vale Europeu”, pondera.
Lopes: shoppings saíram na frente e lojistas
têm que se reinventar a cada instantante
do um crescimento sustentável e, aos
poucos, vai atendendo às expectativas
geradas com sua abertura. Marcelo
Manton, superintendente do shopping,
acredita que, mesmo sem atingir 90% de
área locada, o conjunto de lojas implantadas já oferece muito ao cliente, com
marcas exclusivas na cidade. “Produto
todo mundo tem. Mas as pessoas prefe-
No Centro da cidade, a
palavra de ordem entre os comerciantes também é inovar nos serviços para
concorrer com os shoppings. A lojista
Janice Müller de Menezes até chegou
a investir em roupas fitness. Mas há 12
anos, nove deles com loja na rua XV
de Novembro, tem sido bem-sucedida
com a linha de vestidos para festas: “É
um trabalho diferenciado. Vou até à
casa da cliente e faço um tipo de assessoria personalizada”, conta a proprietária da loja Monique&Cia. De olho na
fidelidade das clientes, Janice investe
no bom atendimento e em certos “mi-
Janice: bom atendimento e “mimos” são as estratégias para manter uma clientela fiel
BLUMENAU É
22
Panorâmica4Criatividade para manter a clientela
Divulgação
O Shopping Park Europeu (esq.) e o Blumenau Norte Shopping chegaram em 2011 e aumentaram o nível da concorrência no varejo local
mos” para manter a preferência delas.
Na compra de um vestido de festa, a
loja dá de presente uma maquiagem
num salão de beleza conceituado de
Blumenau, além de uma capinha para
preservar a roupa.
Há um ano e meio, Janice integra o
Núcleo da XV, setor da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) que tem como
objetivo fortalecer a imagem e o charme
da rua mais tradicional do comércio na
cidade. Segundo ela, valorizar essa importante via é prestigiar não apenas a
atividade comercial de Blumenau, mas
também sua história. “É possível sim
revitalizar a Rua XV. E não abro mão de
sair daqui, mesmo recebendo propostas
de shoppings”, garante Janice, cuja loja
está localizada a alguns metros do Shopping Neumarkt, um dos mais populares
centros comerciais da cidade e que está
prestes a completar 20 anos.
Quando
o
NEUMARKT
foi
inaugurado, Blumenau não possuía
parques de lazer, e a antiga Proeb (hoje
Vila Germânica) não contava com o
mix de entretenimento, comércio e serviços que hoje oferece. Um dos mais
antigos do estado, o shopping apresenta uma arquitetura ousada, com focos
em infraestrutura e mercado. “Ele nasceu para organizar o comércio e ajudou
a povoar o Centro”, diz Mário Goldberg,
seu superintendente. “O Neumerkt é
como uma cidade e eu tenho que administrá-lo como se fosse um prefeito”,
compara o executivo.
Com o fluxo mensal entre 450 mil a
500 mil pessoas, o shopping mais antigo da cidade apresenta um público
diversificado de domingo a domingo.
A localização é seu forte, já que está
próximo dos principais colégios particulares, da Furb, do centro comercial
e dos hotéis tradicionais de Blumenau.
Segundo Goldberg, o maior desafio de
manter a grife “Neumarkt”, tão presente
na cidade, é a inovação. “O segredo é o
ponto. Se você possui um negócio ruim
em um ponto bom, ele pode sobreviver. Caso contrário, se tem um negócio
bom num ponto ruim, morre”.
Outro empreendimento que chegou
para reforçar ainda mais a concorrência
entre os shoppings locais é o Blumenau
Norte Shopping, inaugurado em maio
de 2011 prometendo trazer modernidade, desenvolvimento e qualidade de
vida para a cidade e a região. Fabiano
Bussi, gerente de marketing do Norte
Shopping, esclarece que 90% da área
comercial está locada e, mês a mês, o
movimento vem melhorando. “Estimamos que daqui a três anos o shopping
deva estar maduro. O que ainda falta
são serviços como farmácia e salão de
beleza, além de operações de moda”.
BLUMENAU É
A cada mês, aproximadamente 400
mil pessoas visitam o Blumenau Norte
Shopping, que tem no sábado seu dia
de maior movimento. Por estar localizado em um local estratégico, em plena BR-470, metade desse público vem
dos bairros da região norte de Blumenau. Segundo o diretor de Marketing do
shopping, os outros 50% são formados
por consumidores das 44 cidades do
Médio e Alto Vale, principalmente Gaspar, Indaial, Pomerode, Timbó e Rio do
Sul. “O sentimento do nosso consumidor é o de encontrar tudo em um só local”, destaca.
O fato é que o comércio em geral, e
o segmento dos shoppings em particular, tem vivido um bom momento em
Blumenau. Mas segundo os empresários, ainda é necessário se investir em
mobilidade para impulsionar o comércio local. Avelino Lombardi, vice-presidente da Associação Comercial
e Industrial de Blumenau (Acib) comenta que, mesmo sendo uma cidade
polo, com vocação empreendedora e
mão de obra qualificada, não existem
terrenos apropriados para grandes
empresas do setor varejista. “Blumenau carece de algumas infraestruturas
básicas”, diz o dirigente. “Mas acredito
que o comércio na cidade possa se desenvolver ainda mais do que agora. O
cenário é propício”.l
BLUMENAU 163 ANOS
Uma cidade que caminha com inovação,
sem perder a tradição.
HAVAN, APAIXONADA POR BLUMENAU.
4 LOJAS EM BLUMENAU:
- Havan Castelo
- Havan Shopping Neumarkt
- Havan Park Europeu
- Havan Norte Shopping
24
Panorâmica
Limites para
a expansão
BLUMENAU CRESCE EM DIREÇÃO ÀS REGIÕES NORTE E LESTE, MAS JÁ HÁ
SINAIS DE ESGOTAMENTO NO ESPAÇO DISPONÍVEL PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
Texto Adão Pinheiro
O
pregos e contribui para a expansão
imobiliária. “Nunca foi tão fácil conquistar a casa própria no município,
pois há bastante oferta de imóveis e
de linhas de crédito para facilitar a
compra”, atesta Rogério Isnar Patrício, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação
e Administração de Imóveis e dos
Condomínios Residenciais e Comerciais de Blumenau e Região (Secovi).
De acordo com Patrício,
o índice de crescimen-
to do setor, em volume de negócios,
deve fechar o ano em 3%.
O presidente do Secovi acrescenta que a indústria da construção foi
um dos segmentos que evitou que
o Brasil sentisse todo o impacto da
crise que sacudiu a estrutura da economia mundial entre 2008 e 2009.
Segundo o empresário, nestes dois
anos o segmento mudou em todo o
país motivado pelo crédito imobiliário, especialmente por
Leo Laps
vaivém de caminhões betoneiras nas
ruas de Blumenau
testemunha que a
indústria da construção civil – um dos principais termômetros da economia – anda em alta
na cidade. O município mais populoso às margens do Itajaí-Açu, com
cerca de 300 mil habitantes, passa
por um processo de verticalização
que transforma a paisagem, cria em-
Limites para a expansãoPanorâmica
Divulgação
são Victor Konder e Ponta Aguda. O
presidente do Sinduscon confirma
que o direcionamento dos empreendimentos para as duas regiões geográficas fez com que a construção civil
local mudasse o foco e ampliasse a
oferta de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida. “Esse fato, no
entanto, gerou uma escassez de terrenos e o aumento do preço da construção, que foi repassado ao consumidor”, avalia.
Segundo Amauri Buzzi, um
Patrício: mercado prevê aumento de 3% na
compra e venda de imóveis para este ano
Divulgação
meio do programa Minha Casa Minha Vida. Em Blumenau não foi diferente. “De lá para cá, o mercado de
imóveis no município teve um crescimento bastante significativo”, afirma Patrício. Como em outras regiões
do País, o avanço do setor imobiliário
local é atribuído, sobretudo, à melhoria do poder aquisitivo das famílias, ao crescimento da população e
à oferta de crédito com taxas de juros
que variam entre 4,5% a 7,5% ao ano.
A ampliação dos negócios é verificada em todas as classes sociais, em especial nas de renda mais baixa.
De acordo com o presidente do
Sindicato da Indústria da Construção de Blumenau (Sinduscon),
Amauri Alberto Buzzi, a expansão
imobiliária tem direcionado o crescimento de Blumenau para as regiões
Norte e Leste do município. No Norte, onde há maior segurança geológica e menor risco de enchentes, os
bairros mais procurados para novos
investimentos são Itoupava Norte,
Fortaleza, Badenfurt, Salto do Norte,
Itoupavazinha e Itoupava Central.
Na região Leste os principais bairros
indicador da expansão do mercado
imobiliário blumenauense é a facilidade de fechar negócios com os
próprios moradores da cidade. Ele
explica que o foco das construtoras
locais sempre foi a comunidade de
Blumenau e das cidades circunvizinhas. “O investidor da fase inicial
busca uma possibilidade de revenda
a preço melhor, bem como a oportunidade de comprar um imóvel para
aluguel”, explica. Na opinião do presidente do Sinduscon, para manter a
atenção de novos investidores a cidade precisa investir continuamente
O bairro Victor Konder é um exemplo do
crescimento em direção ao leste da cidade
BLUMENAU É
25
em infraestrutura.
Com o objetivo de definir o
perfil imobiliário de Blumenau, o
Sinduscon encomendou uma pesquisa que ainda está em andamento. A análise foi dividida em duas
etapas: a primeira com os consumidores e a segunda com as construtoras. Como o planejamento da
construção civil de Blumenau está
sendo orientado a partir do Plano Diretor da Cidade, do Código
Florestal do Brasil e das Normas
de Regulamentação do Trabalho,
existe uma preocupação do setor
quanto ao esgotamento das áreas
disponíveis para a construção nos
próximos anos. O presidente do
Sinduscon destaca que o próximo
passo da indústria da construção é
tentar ajustar um plano adequado
para que o setor não fique estagnado, bem como resolver os entraves
legais que dificultam a atividade.
A rigor, segundo Amauri Buzzi,
Blumenau ainda tem espaço para
abrigar novos empreendimentos,
mas o novo Código Florestal Brasileiro alterou o potencial de investimentos em 75% das áreas livres
do município. “São terrenos que
antes faziam parte de um planejamento costumeiro, segundo as leis
ambientais municipais”, comenta o
presidente do Sinduscon. A dificuldade, segundo ele, está na distância
necessária entre as construções e os
cursos d’água, as chamadas Áreas
de Preservação Permanente (APPs).
Hoje, para construir ao lado de um
ribeirão é necessário manter uma
distância mínima de 30 metros. Para
o Itajaí-Açu, a distância mínima é
de 100 metros. Como Blumenau é
cortada por mais de 40 ribeirões, a
expectativa do sindicato é que o governo federal crie mecanismos para
gerenciar a legislação a partir das
peculiaridades de cada município.l
26
Panorâmica
O melhor amigo
também na polícia
CONHEÇA O TRABALHO DOS BRAVOS INTEGRANTES DO GRUPO DE
POLICIAMENTO COM CÃES DA POLÍCIA MILITAR DE BLUMENAU
Divulgação
M
uito mais que
animais, colegas.
Companheiros fiéis que desafiam
todos os obstáculos em prol da amizade. A vontade
e a alegria com que cumprem suas
missões fazem com que Átila, Ayron
e Apolo sejam tratados como verdadeiros integrantes do 10º Batalhão de
Polícia Militar. Em um município do
porte de Blumenau, o trabalho com
cães é fundamental para a PM como
um serviço especializado de combate
à criminalidade.
Mas tudo depende da estrutura do
batalhão e também da capacitação
dos treinadores. Na cidade, apenas
os soldados Emerson, Cernucky e
Bonanoni possuem a habilitação. O
amor para com os animais é exercido
diariamente por eles e os cuidados
com veterinário, ração e moradia são
frequentes. O apego dos três pode ser
resumido nas palavras do comandante do canil, tenente Iuri Lima: “Não
basta gostar, tem que amar. É como
se fosse um filho que adotamos”.
O mais velho destes “filhos” é Átila,
de quatro anos e meio, que chegou à
PM como doação de um canil-escola
situado em Balneário Camboriú. Da
raça pastor belga, ele é treinado para
ação intensa e situações ostensivas,
Texto Felipe Adam
Especializado em farejar drogas, o labrador Ayron é um dos três cães treinados pela PM
como abordagens no presídio, eventos
festivos ou mesmo jogos de futebol. “É
um cão de combate que possui alto poder de inibição”, conta o tenente Lima.
Já o labrador Ayron, de três anos e
meio, também foi doado, só que veio
de Rio do Sul. O “meninão” é muito
dócil, personalidade marcante da
raça. Pelo jeito tranquilo, foi habilitado para que farejasse drogas. “Ele
gosta de brincar e isso o favorece. O
faro tem que ser exercitado para que
conheça o odor da droga em objetos
que servem de ‘brinquedo’ para ele”,
explica o soldado Fernando Cesar
Cernucky. O mais novo da turma é
o filhote Apolo, um pastor belga de
apenas quatro meses. Natural de ItaBLUMENAU É
jaí, o cão está sendo treinado para
duas finalidades, tanto para auxiliar
no policiamento quanto para farejar.
Para encarar treinamentos diários,
muito carinho por parte dos soldados
e uma deliciosa recompensa: ração
especial de alto rendimento, para garantir a disposição e a resistência. Por
mês, são 40 quilos. “É o tipo de trabalho que não é fácil, mas é prazeroso
para ambos”, comenta o soldado Edinei
Fabiano Bonanoni. Além de participar
das ações da PM, os cães do 10º BPM
prestam apoio às Polícias Civis das cidades de Gaspar, Ituporanga, Pomerode e Ibirama, auxiliando também no
cumprimento de mandados de busca e
apreensão em Indaial e Timbó.l
28
Panorâmica4O prefeito que sabe ouvir
Leo Laps
As habilidades de
comunicação e a
simplicidade no trato
com as pessoas são
características marcantes
da personalidade de
Napoleão Bernardes
Panorâmica
O prefeito que
sabe ouvir
INTELIGENTE, ACESSÍVEL E DISPOSTO A APRENDER. É ASSIM QUE
NAPOLEÃO BERNARDES É DEFINIDO PELOS INTEGRANTES DE SUA
EQUIPE DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Texto Giselle Zambiazzi
N
ão são raros os dias em que
Napoleão Bernardes deixa sua
equipe quase maluca. A agenda do prefeito de Blumenau,
sempre lotada, está organizada
nos seus mínimos detalhes para que os horários
sejam cumpridos à risca. Napoleão costuma ser
um homem extremamente disciplinado. Isso até
o momento em que chega ao seu gabinete e tem
alguém esperando para “falar com o prefeito”.
Os assessores podem até insistir, mas ele com
certeza vai parar para ouvir aquela pessoa com
muita atenção. “O Napoleão é sempre muito
simpático, acessível, quer falar com todo mundo, conversar e às vezes acaba atrasando um
pouco”, conta Jean Henrique Havenstein, amigo
há 12 anos e assessor especial de processos da
prefeitura de Blumenau.
Mas no fundo todos os que se propõem a trabalhar com o prefeito não esperam uma atitude
diferente. Antes de ser um político, Napoleão
Bernardes é essencialmente um comunicador.
Passou pelo menos metade da vida com um microfone nas mãos. E começou cedo. Aos 15 anos
sonhava em apresentar um programa de rádio,
mas não tinha experiência alguma e mal tinha
idade para trabalhar. Acompanhado da mãe,
o garoto de nome forte e voz imponente bateu
à porta de Edélcio José Vieira, dono da Rádio
Nereu Ramos. “Assim que o conheci, senti que
tinha futuro. Era educado, simpático e muito talentoso”, lembra o empresário.
O jovem comunicador podia não saber muito
bem como funcionava o mundo do trabalho ou
o dia a dia de uma emissora de rádio, mas tinha
plena convicção de que era exatamente aquilo
que queria fazer. E fez. Lá se vão 15 anos desde
o primeiro contato com a rádio, com Vieira e
com o público. “Abrimos um espaço aos sábados à noite, quando a audiência é mais baixa,
assim não teríamos tantos problemas com o que
aqueles garotos pudessem falar no ar”, diverte-se
Vieira, que hoje é chefe de gabinete do garoto a
quem deu a primeira oportunidade de trabalho.
Desde aquela época, Napoleão já chamava
a atenção por desempenhar com competência
funções comumente exercidas por pessoas com
mais idade. Considerado jovem para assumir
uma prefeitura – tem apenas 30 anos e exerceu
somente um mandato como vereador – a pouca experiência quando comparado aos demais
concorrentes nas últimas eleições municipais
não é problema. “Ele é jovem e muito inteligente, mas reconhece suas limitações. Depois de
eleito, um político normalmente acha que sabe
tudo. Napoleão não. Ele mantém a sua grande
capacidade de ouvir as pessoas”, avalia Vieira.
Aos 59 anos, é possível que ele esteja entre os
assessores mais velhos de Napoleão. A maioria
dos integrantes da sua equipe é de jovens abaixo
dos 40 anos com expectativas de modernizar a
administração da cidade. “Acho que ele representa as mudanças que as pessoas esperam.
Ele vem com uma nova forma de pensar e agir”,
BLUMENAU É
29
30
Panorâmica4O prefeito que sabe ouvir
NAPOLEÃO DO DIA A DIA
Acácio Bernardes, pai de Napoleão,
morreu em um acidente de carro quando o filho tinha 14 anos. A mãe precisou contar com a
ajuda dele e de seus dois irmãos para manter a
casa. Sozinho, o garoto “correu atrás” e conseguiu pagar os próprios estudos até se formar na
faculdade de Direito, em 2005. “Acho que tudo
isso exerce uma influência muito grande na personalidade dele e faz com que se comova com
as situações das pessoas; por isso a vontade de
fazer algo e a necessidade de ouvi-las”, acredita o
secretário e amigo.
“Napoleão herdou do pai esse carisma. Não
é algo que se aprende”, garante Luis Eduardo de
Oliveira, velho conhecido da família Bernardes
e atual motorista do prefeito. “Ele pode almoçar
com pessoas muito simples e à noite jantar com
empresários, mas todos são tratados igualmente.
É sempre a mesma pessoa”, destaca Oliveira, que
diz sentir-se orgulhoso do trabalho de transportar o prefeito para seus compromissos oficiais.
Segundo quem convive com o prefeito, outra característica de sua personalidade é não ter
problemas em deixar claras suas dúvidas. “Ele
pede opiniões. Se não sabe sobre algo pergunta, pesquisa, mas nunca compra a ideia de ninguém. Toma as decisões por si mesmo”, avalia o
motorista. A facilidade de expressão verbal também é marcante. “Ele não precisa de discursos
prontos. Com o raciocínio muito rápido a gente
passa as informações básicas e ele vai longe. É
impressionante”, ressalta Vieira.
Pela simplicidade e ao mesmo tempo seriedade na condução dos trabalhos, a expectativa
em torno do atual prefeito de Blumenau é unânime. Todos acreditam que a carreira política de
Napoleão Bernardes como uma liderança estadual está apenas começando. Ele pode não ter
muita experiência em administração pública,
mas sabe bem o que quer e aonde quer chegar.l
Fotos Divulgação
avalia o secretário municipal da Fazenda, Alexandro Eduardo Fernandes. Amigo de Napoleão
há mais de 15 anos, ele conta que os interesses
do colega de colégio sempre espantaram a turma. “Ele sempre leu muito e gostava de assuntos
diferentes. Na adolescência já discutia a Constituição com o pai, que também era advogado”,
lembra Fernandes.
Em Brasília, com o deputado Pizzolatti e o ministro Aguinaldo Ribeiro
Nas ruas, conferindo de perto as obras de implantação do sistema de esgoto
Participando do XI Congresso da Federação Catarinense de Municípios
BLUMENAU É
32
Horizontes
De olho em
mais um troféu
Com novos reforços e
apoio dos patrocinadores,
o time de basquete
prepara-se para voltar à
elite do esporte nacional
e é forte candidato a uma
medalha nos Jasc
De olho em mais um troféuHorizontes
BLUMENAU SEDIA NOVAMENTE OS JOGOS ABERTOS DE SANTA CATARINA E APOSTA NOS
TALENTOS LOCAIS PARA VOLTAR A DISPUTAR A LIDERANÇA NO QUADRO DE MEDALHAS
E
Texto e Fotos Leo Laps
ntre 20 e 30 de novembro, mais de
5 mil atletas de toda Santa Catarina estarão reunidos em Blumenau.
Disputando provas de atletismo,
voleibol, natação, remo, basquete,
ciclismo, tiro, ginástica artística e outras modalidades, eles vão representar seus municípios na
53a edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina.
A volta da tradicional competição à cidade que
mais vezes a venceu – são 39 títulos contra oito
da segunda maior campeã, Florianópolis – não
estava nos planos até o último mês de março,
quando Joinville, que sediaria os Jasc, anunciou
sua desistência. Desde então, o município do
Vale do Itajaí que há dez anos organizou o evento pela última vez corre contra o tempo para deixar tudo pronto para receber as competições. Já
os atletas da casa contam as semanas para lutar,
diante da sua torcida, pelo 40o troféu de campeão para a cidade.
O número de conquistas nos Jasc é prova da
longa tradição esportiva da cidade, que nunca
deixou de revelar novos talentos para o país.
Cada modalidade tem sua história: algumas
revelam uma incrível estabilidade, enquanto
outras passam por momentos de altos e baixos.
O time de basquete masculino, por exemplo,
tem planos de voltar a disputar a elite nacional
já em 2014: a Associação de Pais e Amigos do
Basquetebol de Blumenau (Apab), que administra o time, fechou parceria com o Metropolitano e está conseguindo bons patrocinadores
e apoiadores. Um deles pode ser o ala/pivô Tiago Splitter, que surgiu nas categorias de base
da cidade e hoje é um dos principais jogadores
do San Antonio Spurs, atual vice-campeão da
NBA, nos Estados Unidos.
Reforçada por atletas experientes como Ricardo Probst, 37 anos (que saiu de Blumenau
aos 17 para chegar à Seleção Brasileira), a equipe tem planos sólidos para os próximos meses:
vencer os Jasc e disputar a Copa Brasil, no início de 2014, lutando por uma vaga na NBB. “Ri-
cardo voltou para dar um retorno à cidade que
o revelou. Viu que temos um projeto sólido e
quis encerrar sua carreira aqui”, conta o técnico
Sérgio Carneiro, o “Serjão”, que fez carreira em
movimento oposto. Chegou do Rio de Janeiro
em 1987 para reforçar o time blumenauense
nos Jasc. Gostou, ficou e, desde 1990, treina e
revela novos jogadores na modalidade.
Serjão é um dos exemplos positivos de um
método utilizado até hoje por alguns municípios para brigar pelo título dos Jasc: trazer,
apenas para a competição, atletas de outras
cidades e estados. São os polêmicos “importados”, que muitas vezes custam mais que um
ano inteiro de investimento em categorias de
base. “Sou um desses importados que acabaram ficando. E desde então continuo trabalhando para o esporte da cidade”, avalia o
treinador da equipe de Blumenau.
Probst (dir.) saiu de Blumenau aos 17 anos, chegou à
seleção, e voltou para reforçar o basquete da cidade
BLUMENAU É
33
34
Horizontes4De olho em mais um troféu
A blumenauense Flávia Bilsland, revelação na natação aos 21 anos, treina em Porto Alegre, mas representará sua cidade natal nos JASC
Blumenau abandonou quase por
completo os “importados”. Em 2013,
apenas 12 dos 600 atletas que vão representar a cidade serão trazidos especialmente para os Jasc, sempre com o
investimento de patrocinadores. Uma
delas é a nadadora Flávia Bilsland, 21
anos, blumenauense que hoje treina
pelo Grêmio Náutico União, de Porto
Alegre. Segundo o técnico João Henrique Negrão de Castro, o reforço representa muito mais que medalhas nos
Jogos Abertos. “É importante para a
natação feminina, que tem uma longa
tradição de conquistas nos Jasc, ter visibilidade e aumentar o interesse pela
prática. A Flávia é um espelho para meninas que estão nas categorias de base.
Aprendeu a nadar aqui e agora é atleta
de Seleção Brasileira”, observa.
“Representar Blumenau nos Jasc é
sempre especial”, garante a jovem nadadora, que quando está de férias da
faculdade de Fisioterapia aproveita
para nadar nas raias do Complexo Esportivo do Sesi. “Treinando aqui em
Blumenau consegui construir minha
carreira de atleta, graças à boa estrutura e aos excelentes técnicos que a cidade possui”, afirma Flávia.
Quem ganhou muito com AS
melhorias de infraestrutura foram os irmãos Haiko e Anke Zimmermann, que
treinam em uma pista de piso sintético de alto padrão, também no Sesi. “O
meu desempenho melhorou bastante
desde que começamos a correr na pista
nova. Antes, treinávamos em pista de
pó de brita”, lembra Anke, que aos 19 se
despede da categoria juvenil do atletismo. Nem tudo é perfeito: além de a academia ser pequena e com equipamentos velhos, segundo eles segue faltando
mais visibilidade e apoio para o atletismo e outras modalidades. “Acredito
BLUMENAU É
que faltam investimentos, não só em
Blumenau, mas no Brasil inteiro. O país
valoriza muito o futebol, mas acaba esquecendo de investir e dar condições
para o treinamento e a formação de
atletas que possam brigar em alto nível
nas Olímpiadas”, afirma Haiko, 24 anos.
No azul da pista sintética do Sesi, a
dupla supera as dificuldades e diminui,
cada vez mais, suas marcas. Em cálculos precisos, Haiko sabe o caminho para
representar o Brasil no Jogos Olímpicos
do Rio de Janeiro, em 2016: hoje entre
os dez melhores do país nos 100 metros
rasos, com tempo de 10s44, ele conclui
que com dois décimos a menos pode
chegar lá. Anke, atual terceira colocada no ranking brasileiro juvenil da
mesma prova, também sonha em participar da maior competição esportiva
do planeta. Antes, porém, pode passar
uma temporada no exterior. Em julho, a
atleta chamou a atenção de técnicos da
De olho em mais um troféuHorizontes
Universidade de St. John, nos Estados
Unidos, que ofereceram uma bolsa de
estudos integral para a blumenauense.
“Estou analisando a proposta, pois
aqui tenho a bolsa de estudos da FURB
e bolsas-atleta municipal e federal. Mas
gostaria muito de ir, acho que será um
grande aprendizado. Talvez no final do
ano”, avalia Anke, que ao lado do irmão
espera garantir pelo menos mais duas
medalhas de ouro nos Jogos Abertos – a
dupla também deve disputar outras provas, como o revezamento 4x100 metros
rasos – e, quem sabe, quebrar alguns recordes. “Atuar em Blumenau é diferente,
competir na pista na qual treino faz eu
me sentir confiante”, garante Haiko.
No comando da Fundação
Municipal de Desportos está um dos
maiores campeões dos Jasc – um ex-pedreiro que conheceu mais de 30 países
através do esporte. Com 16 medalhas
de ouro em 17 participações na mar-
Galdino: ex-campeão agora trabalha para
o sucesso dos Jogos Abertos de Blumenau
cha atlética, o agora dirigente Sérgio
Galdino, que lidera a Comissão Central
Organizadora dos Jogos, acredita que
Blumenau pode fazer uma das melhores edições da história da competição.
35
A cidade recebeu R$ 1,5 milhão do Governo de Santa Catarina para investir
nos jogos. Como já conta com uma boa
estrutura, o município vai usar a maior
parte do dinheiro no Ginásio Sebastião
Cruz, o Galegão – palco do encerramento dos Jasc 2013. O espaço, que já
havia sido repaginado em 2008, terá o
piso reformado depois dos danos sofridos nas enchentes de 2008 e 2011.
Mas um dos maiores desafios encarados por Galdino – mais até do que
voltar a vencer a competição pela cidade depois de seis anos – é conseguir
recuperar o prestígio dos Jasc, que em
outros tempos ganhava grande cobertura da imprensa, o que contagiava a
população. “Os Jasc sempre foi atraente. É um evento importante, que hoje
está escondido. Queremos investir na
comunicação, engajando os blumenauenses e fazendo um trabalho ágil e
competente na divulgação e cobertura
das provas”, afirma o dirigente. l
Os irmãos Zimmermann treinam na nova pista sintética do Sesi e se preparam para os Jasc com um olho nas Olimpíadas do Rio de Janeiro
BLUMENAU É
36
Horizontes
Abrindo caminho para
o desenvolvimento
BLUMENAU PROJETA NOVOS RUMOS PARA A ECONOMIA
com o INÍCIO DAS OBRAS DE DUPLICAÇÃO DA BR-470
Texto Adão Pinheiro Fotos Leo Laps
Abrindo caminho para o desenvolvimento Horizontes
Q
uando as máquinas começarem
a rasgar o chão do Vale do Itajaí para duplicar o trecho de 74
quilômetros da BR-470 que liga
Navegantes a Indaial, finalmente
terá início a parte visível de uma das obras mais
aguardadas da região. A rodovia é a espinha dorsal do transporte rodoviário do Estado e uma das
principais ligações entre o Oeste Catarinense e
o Litoral. Apesar da sua importância econômica
e estratégica, a estrada não se encontra em boas
condições e necessita urgentemente de investimentos e modernização. Um dos trechos mais
críticos, que atravessa as cidades do Médio Vale
e o perímetro urbano de Blumenau, aguarda há
cerca de seis anos pelo começo da duplicação.
As obras foram incluídas no Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo
Federal em 2007, mas somente em julho deste
ano a ordem de serviço dos lotes 3 e 4, de Gaspar
a Indaial, foram assinados. Os outros dois trechos, correspondentes aos lotes 1 (de Navegantes
a Ilhota) e 2 (de Ilhota a Gaspar) devem ter a ordem de serviço assinada até o fim do ano. O lote
3, chamado de Trecho Blumenau, tem custo esti-
mado em cerca de R$ 170 milhões e corresponde
ao segmento compreendido entre o km 44,87 e
o km 57,78. O lote 4, que receberá investimentos
de R$ 200 milhões, vai do km 57,78 ao km 73,18.
Trata-se da duplicação do trecho que vai de Blumenau a Indaial, além do acesso a este último
município. Estão previstas ainda a implantação
de marginais, ciclovias, recuperação, reforço,
reabilitação e a construção de obras de arte especiais, como pontes e viadutos.
O prazo para execução de cada lote é de três
anos e onze meses. Nesses quase quatro anos,
enquanto as obras não acontecem, a economia
da região sofre as consequências. Pela BR-470,
passam 40% das cargas transportadas em Santa Catarina, 4 mil contêineres por mês e quase
70 mil veículos por dia na temporada de verão.
Projetada há quatro décadas para abrigar 5 mil
veículos por dia, a rodovia se encontra hoje com
sua capacidade defasada. A falta de infraestrutura causa prejuízos econômicos, decorrentes da
dificuldade de transportar as mercadorias que
embarcam pelos portos de Itajaí e Navegantes.
Carlos Tavares D’Amaral, presidente da
Associação Empresarial de Blumenau (Acib),
Incluída no PAC desde 2007, somente em julho deste ano a ordem de serviço para a duplicação foi assinada
BLUMENAU É
37
38
Horizontes4Abrindo caminho para o desenvolvimento
D’Amaral: empresários estão cansados de
ver a duplicação constantemente adiada
afirma que a expectativa dos empresários locais é que a obra contribua
efetivamente para o desenvolvimento
da economia da região e para a redução do número de acidentes, além de
facilitar o acesso rodoviário ao sistema portuário do Estado. O empresário
destaca que a grande preocupação do
setor, no entanto, é com o andamento
das obras, pois em governos anteriores
a duplicação da BR-470 foi anunciada
sem que os serviços fossem realizados.
Na opinião de Carlos D’Amaral dois
pontos precisam ser levados em consideração para a imediata execução das
obras: a possibilidade de redução dos
custos de transportes com gastos de
óleo diesel e a necessidade urgente do
aumento da segurança dos usuários
da rodovia.
O secretário Municipal de
Desenvolvimento Econômico, Jorge
José Cenci, explica que nesse momento o desejo da população blumenauense é que a obra seja realizada dentro do cronograma. “Isso não
pode levar 10, 12 anos. Tem que andar e terminar nos prazos estabeleci-
dos”, diz. A maior expectativa, na opinião do secretário, é que a duplicação
atraia outros investimentos para a região. “Os empresários podem investir
mais, tomar a decisão de construir
novas fábricas ou abrir novos negócios, tendo em vista que a duplicação
não é mais uma promessa”, destaca.
Contudo, na opinião do secretário, o
principal impacto a curto prazo será
a valorização dos imóveis comerciais.
Segundo Leonardo Moser, presidente do Conselho de Desenvolvimento da Itoupava Central (Codeic),
a duplicação é de suma importância
para a economia do município, principalmente por causa da revitalização
da rua Dr. Pedro Zimmermann, que
tem um fluxo diário de 35 mil veículos.
“Se tivermos a duplicação, vai diminuir muito o volume de trânsito que
hoje é todo deslocado para essa rua.
Além disso, se os empresários perceberem que a duplicação vai facilitar o
deslocamento até os portos, não tenha
dúvidas que haverá muitos empreendimentos na região”, acrescenta Moser.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau,
Paulo Cesar Lopes, acredita que a duplicação da BR-470 consolidará ainda
mais a cidade como polo econômico
da região metropolitana. “Assim, aumentam as chances de fortalecermos
o turismo de compras, trazendo pessoas de outras cidades para Blumenau e conquistando turistas que visitam a região”, destaca. Ele acrescenta
que o comércio só tem a ganhar com a
melhoria na mobilidade para pessoas
e empresas, além da redução nos custos do transporte de mercadorias.
Com a construção de novos acessos para a cidade, a comunidade
empresarial vislumbra também a
possibilidade de reativação dos voos
de carreira no Aeroporto Regional
de Blumenau. Osmar Ricardo Labes,
presidente do Sindicato das EmBLUMENAU É
Cenci: início das obras vai valorizar imóveis
e estimular novos investimentos na região
presas de Logística e Transporte de
Cargas no Estado de Santa Catarina
(SETCESC), explica que vai acompanhar de perto a evolução da obra. “O
momento é de cautela”, destaca o dirigente. Labes espera ainda que não
ocorram surpresas, especialmente no
que tange às questões ambientais e
outras relacionadas às desapropriações ao longo dos 28,31 quilômetros
dos primeiros lotes contratados. O
governo federal garante que as obras
seguirão em frente e desta vez a duplicação não recuará.l
O que passa pela BR-470
l 40% das cargas de Santa Catarina passam pela rodovia
l Mais de 90 mil toneladas de produtos
por mês
l Pelo menos 4 mil caminhões por mês
Números da obra
l 28 viadutos
l 11 pontes
l 900 desapropriações
l R$ 1,3 bilhão em verbas do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC)
40
Horizontes
Uma nova Oktoberfest
COM MENOS PÚBLICO E MAIS SEGURANÇA, A MAIOR FESTA ALEMÃ DO PAÍS CHEGA À
SUA 30ª EDIÇÃO REPLETA DE NOVIDADES PARA AUMENTAR O CONFORTO DO PÚBLICO
Texto Felipe Adam
N
o alto de um prédio
com telhado pontiagudo e madeiras entrecruzadas, o ponteiro do relógio indica
11h. Mesmo faltando uma hora para
o almoço, o aroma de um típico prato
germânico toma conta do ambiente,
enquanto a música ritmada que sai das
caixas de som embala a manhã de inverno. Ao caminhar pelo Parque Vila
Germânica, tradicional sede da Oktoberfest de Blumenau, o visitante se
sente num vilarejo em plena Europa.
Preservar essa sensação ao longo do
tempo, sem descaracterizá-la, é o desafio da nova administração municipal,
na visão do secretário de Turismo Ricar-
do Stodieck. Segundo ele, a festa a partir
deste ano terá como fio condutor a qualidade e não mais a quantidade. “Não
vamos mais nos preocupar em bater
recordes de público ou de consumo de
chope. O que realmente será o foco desta edição é o cuidado com o conforto e a
segurança dos participantes”, assegura.
Desde o início do ano, com a posse
do prefeito Napoleão Bernardes, a Secretaria de Turismo se fundiu com a
administração do Parque Vila Germânica. Aos 48 anos de idade, sendo 28
de atuação no setor privado, Stodieck
foi o escolhido para comandar a secretaria e cuidar de cada detalhe para que
a edição de trinta anos da Oktoberfest
seja um evento inesquecível tanto para
Leo Laps
os turistas quanto para os moradores
da cidade. Com sua vasta experiência
no meio empresarial, Stodieck gosta
de comparar a gestão da Vila Germânica à de uma empresa. “Organizar
uma Oktoberfest é como administrar
um verdadeiro negócio”, afirma. Um
empreendimento que continua dando
certo há três décadas e cujo formato
será mais uma vez posto à prova a partir do próximo dia 3 de outubro.
Sob a nova gestão, o Parque Vila
Germânica investiu na compra de bafômetros e vem promovendo uma nova
abordagem para o consumo do chope,
com a valorização da família e atrelado a campanhas educativas. Tanto que
uma das principais atrações da festa, o
Concurso Nacional de Tomadores de
Chope em Metro, será feito à base de
cerveja sem álcool. Mas os apreciadores de um bom chope, que prezam a
qualidade e a diversidade de opções,
podem ficar tranquilos. A partir deste
ano, foi determinado que pelo menos
20% das cervejas servidas na festa terão
que estar de acordo com a Lei de Pureza
Alemã, que não permite outros aditivos
à bebida além de malte, lúpulo e água.
Além de moderar o consumo
Stodieck: organização da Oktoberfest vai deixar de lado os recordes de público ou de
consumo de chope para se concentrar no conforto e na segurança dos participantes
BLUMENAU É
de chope, outra preocupação é com o
número máximo de participantes que
a festa pode comportar. Ao caminhar
pelo maior centro de eventos de Santa
Catarina é possível entender o motivo:
fica difícil imaginar um público de 46
mil pessoas dividindo um espaço de
Uma nova OktoberfestHorizontes
Marcelo Martins/Divulgação
Os tradicionais desfiles terão novas regras para que todos os interessados possam participar
tário municipal de Defesa do Cidadão
e presidente da comissão. “É possível
comprar pela internet e imprimir em
casa,evitando filas para retirar o ingresso no dia da festa”.
Durante
todo
o
primeiro
semestre, o trabalho da Comissão de
Segurança incluiu diversas vistorias do
Corpo de Bombeiros e também da Polícia Militar nas instalações do Parque Vila
Germânica. Alguns ajustes tiveram que
ser realizados a fim de deixar o ambiente
mais bem preparado para a realização de
grandes eventos. Foram providenciadas
a ampliação do tamanho das placas de
emergência, a instalação de um gerador
para manter o sistema de som em caso
de queda de energia, além da adoção de
produtos anti-inflamáveis para compor
toda a decoração dos pavilhões.
Outra novidade da edição 2013 envolve o visual da festa. Este ano, cada
setor da Vila Germânica vai seguir
uma linha temática: o setor 1 lembrará as cervejarias antigas, o setor 2 fará
referência às cervejarias modernas e o
setor 3 abordará a inovação tecnológica na produção da bebida, enquanto o
Biergarten dará destaque para a agricultura. De acordo com o novo edital
BLUMENAU É
de licitação para a escolha da cervejaria oficial da Oktoberfest, a empresa
vencedora será a responsável por toda
a decoração da festa. Até o ano passado, a decoração do setor 1 e do Biergarten ficava a cargo da Vila Germânica,
representando uma despesa de R$ 300
mil para a organização da festa. Com os
recursos economizados este ano, a prefeitura pôde investir em diversas melhorias no parque, como as reformas
no piso dos setores 1 e 3.
Marcas registradas da Oktoberfest,
os desfiles de sociedades tradicionais
e grupos de amigos também terão mudanças. A principal delas é a redução
do tempo reservado para cada grupo. A
intenção é incentivar a participação de
mais grupos e valorizar a iniciativa de
quem vive a cultura alemã durante os
365 dias do ano. “Vamos dar uma atenção especial aos clubes de caça e tiro,
em respeito a quem sobrevive da preservação da cultura germânica há mais de
um século”, diz Stodieck. “A redução no
tempo não tem a intenção de prejudicar
nenhum outro grupo, apenas estamos
tentando dar espaço para todos.”l
Leo Laps
26 mil m2, como ocorreu no momento
mais movimentado da edição do ano
passado. A festa agora contará com
painéis eletrônicos que mostrarão, em
tempo real, a quantidade de pessoas
dentro da Vila Germânica. Ao ser atingida a marca de 38.960 participantes,
ninguém mais poderá entrar. No ginásio Galegão, que vai receber crianças de
até 12 anos, a capacidade será de 1.256
pessoas. A limitação foi planejada para
garantir o bem-estar e a integridade física de quem participa do evento. “Será
a Oktoberfest com o maior nível de segurança até hoje”, garante Stodieck.
A Comissão de Segurança da Oktoberfest, formada por integrantes do
Corpo de Bombeiros, das Polícias Militar e Civil e do governo municipal, decidiu mudar o local das bilheterias para
a área em frente ao Galegão. O número de ingressos passará a ser limitado
e não serão mais oferecidos “pacotes”,
que antes valiam para todos os dias.
A abertura, as duas segundas-feiras e o
encerramento, no dia 20, terão entrada gratuita. Mas para entrar na festa às
quintas, sextas e sábados, será preciso
comprar bilhetes com data específica.
“Vamos incentivar o ingresso antecipado”, afirma Marcelo Schrubbe, secre-
41
Schrubbe: novidades incluem ingressos
específicos para dias de maior movimento
42
Almanaque
Almanaque
Diversidade no menu
UM tour gastronômico PELOS RESTAURANTES LOCAIS MOSTRA QUE AS OPÇÕES
PARA COMER BEM EM BLUMENAU VÃO MUITO ALÉM DA CULINÁRIA GERMÂNICA
Texto Adão Pinheiro Fotos Victor Carlson
O
restaurante Moinho do
Vale é a junção de tudo
o que há de mais tradicional na gastronomia
local. Localizado em um
dos principais pontos turísticos blumenauenses, oferece uma vista majestosa
da cidade à beira do Rio Itajaí-Açu e um
menu com os pratos mais populares da
cultura alemã. Mas serve também uma
grande variedade de carnes, aves, peixes,
massas, pratos quentes, saladas, entradas, sobremesas e até oferece um menu
para crianças. A variedade está também
nos quatro diferentes ambientes disponíveis. Aqui o jantar pode ser servido em
um deque ao ar livre ou em sofás românticos à beira do jardim.
Além da comida alemã, outra paixão
do blumenauense é por um bom churrasco. Para quem busca um ambiente
descontraído para curtir uma carne na
brasa com os amigos, o lugar ideal é o
Na Moita Churrascaria e Galeteria, com
música ao vivo de sexta a domingo. São
várias opções de carnes grelhadas acompanhadas de tudo aquilo que não pode
faltar para que o churrasco fique completo: arroz, feijão, pão com alho, farofa
e maionese de batatas. E se quiser variar
um pouco do chope gelado, a opção é a
caipirinha feita com cachaça artesanal
produzida na região.
Pelo menos na hora de comer, em
Blumenau também é possível dar a volta ao mundo. Quando Ping Hsiao veio
de Taiwan para Blumenau, há 40 anos,
teve uma ideia ousada: montar um restaurante chinês na terra dos alemães.
“Imagine que na primeira semana não
veio ninguém e ainda deu uma enchente.
Até o cozinheiro foi embora”, conta o filho, Adriano Hsiao. Não é a toa que existe
a expressão “paciência oriental”. Quatro
décadas depois, o Restaurante Chinês
tornou-se uma referência em comida
oriental na cidade, com mais de 200 opções no cardápio.
Da China para o Japão. Siguekatsu
Akaishi tem até sotaque, mas nasceu em
São Paulo. Visitou Blumenau durante um
Stammtisch e, depois de morar por quatro anos na terra do sol nascente, quis
voltar ao Brasil. “Escolhemos Blumenau
pela semelhança na organização e limpeza”, revela o chef. E assim surgiu o Restaurante Akatorii, que mais parece uma
grande casa pronta para receber os amigos. “Hoje percebo que as pessoas estão
cada vez menos resistentes a comer o que
chamam de peixe cru”, brinca. “Mas também temos pratos quentes, para quem
prefere ir se familiarizando, se bem que
já tem criança de cinco anos que chega
pedindo sushi”, completa.
Com tanta coisa boa no cardápio de
Blumenau fica difícil escolher só um prato para mostrar. As quatro opções que
apresentamos nas páginas seguintes são
apenas uma pequena amostra de tudo o
que a cidade pode oferecer para quem
gosta de comer bem.
BLUMENAU É
43
44
Almanaque4Diversidade gastronômica
Camarão ao Lego
Antes que a sua imaginação remeta às pecinhas
de plástico de um brinquedo infantil, saiba
que o nome é inspirado em um amigo do chef
Siguekatsu Akaishi. “Um cliente chamado Lego
viu o prato em um restaurante e pediu para eu
fazer. Resolvi fazer essa homenagem a ele”, conta.
Em tamanhos grandes, os camarões empanados
são enrolados em tiras de salmão com cream
cheese, tudo ao molho tare, de sabor agridoce.
Restaurante Akatorii
Rua Thomé Braga, 105, Jardim Blumenau. Abre de segunda a
sábado das 18h30min às 23h30min. (47) 3322 9411.
BLUMENAU É
Diversidade gastronômicaAlmanaque
Carré de Cordeiro
com Jus de Uvas Frescas
Ideal para ser consumido em dias frios, o
prato à base de vinho do porto foi incorporado
ao cardápio pelas mãos da chef Dirce Patrício.
O molho que vai sobre a carne ganha um
charme extra com a adição de uvas itália
roxas. Para acrescentar ainda mais sabor e
textura, batatas empanadas com crosta de
amêndoas e queijo. “O cordeiro combina
muito com o vinho e com o frio. Durante o
preparo uso temperos variados como vinho
branco, hortelã e limão”, explica a chef.
Moinho do Vale
Rua Porto Rico, 66, Ponta Aguda. Aberto de terça a sábado
das 11h30 à meia-noite. Domingos e feriados das 11h30 às
15h. (47) 3322 3440.
BLUMENAU É
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Almanaque4Diversidade gastronômica
Picanha Fatiada
Suficiente para alimentar duas pessoas, é a
reprodução do típico churrasco com os amigos,
mas com a qualidade que um restaurante de
primeira linha oferece. Acompanhada de tudo
aquilo que nunca falta em um churrasco, pode
ser temperada com alho ou não, de acordo
com o gosto do freguês. “A caipirinha feita com
cachaça artesanal é a opção mais procurada pela
clientela”, afirma a gerente Gabriela Lenzi.
Na Moita Restaurante
Rua Joinville, 365, Vila Nova. Funciona de segunda a sexta das
11h30 às 14h e das 18h à meia-noite, Sábados das 11h30 às
15h e das 19h à meia-noite. Aos domingos, não abre à noite.
(47) 3322 8417.
BLUMENAU É
Diversidade gastronômica Almanaque
Tepanyaki de Camarão
Antes de chegar à boca, ele já enche os olhos.
Servido sobre uma chapa bem quente, é
preparado com camarões grandes. Legumes
refogados e molho shoyu completam o sabor
típico preparado por alguém que nasceu e
cresceu na China. “O oriental come muito legume
com peixes e frutos do mar. Esse é um prato
bastante tradicional”, explica Adriano Hsiao.
Se quiser seguir o costume à risca, um chá é o
mais indicado para acompanhar. Para os menos
tradicionais, um vinho branco é uma boa pedida.
Restaurante Chinês
Rua XV de Novembro, 340, Centro. Oferece serviço de entrega.
Aberto de segunda a sexta das 11h às 14h e das 18h30 às
23h30. Sábados e domingos das 11h às 14h30 e das 18h30 às
23h30. (47) 3322 5753 ou 3322 4541.
BLUMENAU É
47
48
Almanaque
A casa das artes
HÁ 74 ANOS, O TEATRO CARLOS GOMES VEM FORMANDO NOVOS TALENTOS E
ABRINDO SUAS PORTAS PARA A EXPRESSÃO ARTÍSTICA DOS BLUMENAUENSES
O
s acordes de piano
soam como trilha musical para uma tarde
comum no Teatro Carlos Gomes. Nas salas
ao lado, um aluno de cravo e outro
de violino parecem completar um
ensaio de orquestra aos ouvidos de
quem atravessa os corredores largos
de um dos mais tradicionais centros
culturais de Santa Catarina. O vaivém de bailarinas e atores completa
a miscelânea de jovens talentos que
frequentam diariamente as dependências do teatro, que já contribuiu
para formar gerações de artistas ao
longo de sua história.
Texto Luciana Zonta Fotos Leo Laps
Inaugurado em 1939, o imponente prédio no coração de Blumenau
é hoje um verdadeiro monumento
cultural em homenagem à forte ligação da cidade com as artes cênicas,
a música e a dança. Além de shows
e apresentações periódicas que atraem público de toda a região, o local
abriga três tradicionais escolas de
arte: a Escola de Música do Teatro
Carlos Gomes, a Cia. Carona Escola
de Teatro e a Pro-Dança de Blumenau, uma das poucas escolas de ballet credenciadas pela Royal Academy
of Dance, de Londres.
Desde a criação do Conservatório
Curt Hering, em 1948, o teatro tem
BLUMENAU É
sido uma das principais referências
de formação musical de qualidade
no Estado. Atualmente, são 400 alunos que cursam aulas variadas de
instrumentos como piano, saxofone,
clarinete, violino, flauta transversa,
guitarra, percussão e violoncelo. A
escola conta ainda com a Orquestra
Prelúdio, formada por alunos e professores, que se apresenta em eventos da região.
A escola de dança também é outra importante referência para Blumenau. Há 26 anos na direção do
Pró-Dança, a professora e bailarina
Beatriz Niemeyer conta que sua história no Carlos Gomes começou aos
A casa das artesAlmanaque
quatro anos de idade, quando tinha
aulas de ballet como uma professora
húngara que morava em Blumenau
e fazia as apresentações de final de
ano no palco principal do teatro.
Aos sete anos, foi estudar no próprio
Teatro Carlos Gomes com a bailarina
Mara Probst Schloegel, uma referência na história da dança da cidade.
“Sem tecnologias para amplificação
do som, nos shows ao público, nos
apresentávamos ao som da orquestra do conservatório regida pelo
maestro Heinz Geyer. Era um grande
espetáculo”, lembra.
Na adolescência, Beatriz teve aulas como a professora inglesa Pauline
Stringer, responsável por introduzir
a metodologia da Royal Academy of
Dance. “Foi quando descobri que
minha missão na vida era ensinar
dança”, diz. Beatriz formou-se em Direito, casou-se e teve filhos, mas não
abandonou a arte que tanto ama. Aos
56 anos de idade, a diretora do Pro-Dança ainda dá aulas de balé para
professores e corpo de dança do teatro. A Cia. de Dança do Teatro Carlos
Gomes é formada por grupos avançados de sapateado, balé clássico e
dança contemporânea.
Já a escola de teatro busca
a formação de atores através de um
trabalho continuado. Fundada em
1995, a Cia. Carona ministra cursos
que ensinam desde a percepção corporal até o trabalho de ator e a ação
dramática. Ao final de cada semestre,
a escola monta e apresenta um novo
espetáculo desenvolvido pelos próprios alunos durante as aulas. Quem
busca a profissionalização na área se
submete à prova do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de
Diversão (Sated) após cinco semestres de curso.
Um projeto lançado em abril
deste ano e aprovado pela Lei Rou-
49
Cerca de 400 alunos frequentam hoje as aulas de música no Conservatório Curt Hering
Dal Molin: iniciativas como o coletivo cultural Colmeia aproximam o público da arte local
BLUMENAU É
50
Almanaque4A casa das artes
Beatriz: das aulas de balé no teatro aos quatro anos de idade até a coordenação do Pro-Dança, uma vida dedicada à arte e ao Carlos Gomes
anet do Ministério da Cultura oferece bolsas de estudos nas três escolas
do Teatro Carlos Gomes. O Cultura
Para Todos abriu 128 vagas graças aos
R$ 200 mil captados junto a empresas
de Blumenau. As bolsas são disponibilizadas para beneficiários escolhidos
pelas empresas e alunos selecionados
pela comissão técnica do teatro.
Resultante da então Sociedade
Teatral de Blumenau – com origem
em 1859 – o Teatro Carlos Gomes
mantém parte de sua estrutura original, incluindo pisos, lustres e poltronas de 1939. Situado na Rua XV de
novembro, o prédio ocupa uma quadra inteira da disputada região central de Blumenau. O auditório Heinz
Geyer é sua principal sala de teatro e
palco para apresentações de ballet,
concertos de orquestras e eventos
artísticos nacionais, a exemplo do
Festival Universitário de Teatro. Com
capacidade para 822 pessoas, o audi-
tório conserva os mesmos camarotes
de 65 anos atrás.
A preservação da arquitetura interna confere um charme extra ao
teatro, remetendo a uma Blumenau
onde todos se conheciam e se reconheciam no Carlos Gomes. A ampla
caixa cênica é uma das poucas no Sul
do Brasil com palco giratório, que
permite variações múltiplas de montagens de cenários. A estrutura é hoje
movida a motor, bem diferente da
engrenagem manual que necessitava
da força de quatro pessoas para ser
posta em movimento.
Um evento que reúne shows
de música, espetáculos teatrais e intervenções culturais tem ajudado a
aproximar ainda mais o público da
cidade do Teatro Carlos Gomes. Em
agosto, o teatro abrigou a segunda
edição do Coletivo Laboral Multicultural de Experimentações e IntervenBLUMENAU É
ções Artísticas (Colmeia), com 140
apresentações em uma maratona de
dois dias. Quase 5 mil pessoas se espalharam por auditórios, corredores,
escadas, sacada e na Praça Carlos
Gomes para conferir simultaneamente dança, música, cinema, teatro,
literatura e artes visuais produzidas
por artistas de Blumenau e região.
A segunda edição do Colmeia
confirmou a inserção do evento no
calendário cultural anual da cidade.
O coordenador artístico do Teatro
Carlos Gomes, Rodrigo Dal Molin,
explica que um dos objetivos do coletivo cultural – que incluiu ainda
oficinas e rodas de conversa – foi o de
abrir horizontes e quebrar paradigmas entre os próprios artistas. “Há
uma interação e uma intensidade
entre a arte e o público, como uma
espécie de teia que vai construindo
uma linha e uma história”, explica
Dal Molin.l
O Instituto RIC de Atitude Social foi criado pelo Grupo RIC para ser o seu
braço nas ações sociais, ambientais e educacionais. Tem desenvolvido,
desde sua fundação, uma série de projetos relevantes e conta com parceiros que buscam atuar de forma objetiva e com bons resultados sociais.
Veja a seguir alguns dos projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento
do Instituto RIC e se torne nosso parceiro dando mais visibilidade para as
ações da sua empresa.
Ações realizadas entre 2012 e 2013
Ações temáticas no dia da mulher, dia do combate ao sedentarismo, dia de combate ao tabagismo, dia mundial de
Em Blumenau, a presença do Instituto RIC tem proporcionado
atividade física e dia mundial da saúde.
em vários eventos o acesso a serviços de saúde que contribuem
na melhor qualidade de vida da comunidade todos os anos.
Série de matérias para o Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, comemorado em 31/05, com o objetivo de alertar a
A presença no RIC Na Praça, por exemplo, traz ao público
população para uma das maiores epidemias do mundo.
aferição de pressão, teste de glicose e outras diversas ações
relacionadas à área.
Dentro do projeto de gerenciamento do estresse, foram realizadas blitezes posturais no grupo, visando conscientizar os cola-
Na tradicional festa do trabalhador, o público teve acesso a
boradores quanto a melhor postura para manutenção da saúde.
dicas de saúde para mulher e teste de capacidade pulmonar.
Além disso, foram explorados os seguintes temas: incentivo
Participação no evento RIC no Parque, reaizado no Parque Ra-
a doação de sangue, esclarecimentos sobre a doação de ór-
miro Ruediger no dia 29/08, dia Nacional de Combate ao fumo.
gãos, Dia Mundial da Água e proposta de reflexão para as
novas atitudes em prol de um mundo melhor.
Aulas de ginástica laboral trabalhando o fortalecimento dos
músculos com atividades ligadas ao tema mensal encaminhado pelo Instituto RIC.
institutoric.org.br
facebook.com/instituto.ric
52
Almanaque
Duas vezes
mais bola
Quase uma década longe dos gramados, mas o BEC entra em campo novamente para disputar uma vaga na 2a divisão do Catarinense
O RETORNO DO BEC E O DESEMPENHO CADA VEZ MELHOR DO METROPOLITANO, faz
BLUMENAU VOLTAr A CONTAR COM DOIS TIMES PARA DIVIDIR O CORAÇÃO DA TORCIDA
F
Texto e Fotos Leo Laps
oram quase dez anos, mas uma rivalidade que ensaiou os primeiros passos
no começo dos anos 2000 acaba de
renascer para o futebol blumenauense. De volta aos gramados desde o
dia 3 de agosto, quando estreou pela Divisão de
Acesso (a terceira divisão estadual), o Blumenau
Esporte Clube (BEC), voltou a disputar o coração
dos torcedores locais com o Metropolitano, time
que completou 11 anos de atividade e disputa a
Divisão Principal do Campeonato Catarinense
(primeira divisão estadual). Ainda não há previsão de confronto entre os dois clubes. Mas, além
de dividir o mando de campo no gramado do Estádio do Sesi, ambas as equipes têm um mesmo
desafio: garantir um calendário mais extenso de
jogos para poder fortalecer sua estrutura e crescer no difícil e disputado mercado da bola.
A história do BEC remonta ao primeiro time
da cidade: o Brasil Football Club, fundado em
1919. Após a Segunda Guerra Mundial, por determinação da Presidência da República, mudou seu nome para Palmeiras Esporte Clube.
Em 1980, o time se uniu ao Olímpico – única
equipe da cidade a conquistar um campeonato
estadual – para formar o Blumenau Esporte Clube, que acabou fechando suas portas em 2004,
depois de vários anos de dificuldades financeiras e cada vez mais longe das principais competições do Estado.
Na época, um novo clube já começava a conquistar sua própria torcida na cidade: o Metro-
BLUMENAU É
Duas vezes mais bolaAlmanaque
politano. O “Verdão”, como é conhecido
pelos torcedores, subiu para a primeira
divisão do Catarinense em 2005 e nunca
mais caiu. O desempenho nos gramados foi evoluindo pouco a pouco e, nos
últimos dois anos, o time chegou muito
perto de obter uma inédita vaga nas semifinais da competição. Desde 2010, o
clube também participa de todas as edições do Campeonato Brasileiro da Série
D e este ano já garantiu sua passagem
para as oitavas-de-final, melhor resultado desde que começou a participar da
competição nacional.
Para o presidente do Metropolitano, Marcelo Romeu Georg, conquistar
uma vaga na Série C é essencial para os
planos do clube. “A competição garante um calendário anual de 18 jogos para
os participantes. Na Série D, se o time
não passa de fase, acabou. E isso gera
um grande baque financeiro”, explica
Georg, que encerra seu mandato no
ano que vem. Até lá, quer deixar como
legado, além da loja situada na Avenida Beira-Rio – “que aproximou os
torcedores”, garante o presidente –, o
novo Centro de Treinamento, cujas
obras iniciaram em agosto no bairro
Fidélis e preveem uma pista de caminhadas e academia ao ar livre para uso
da comunidade.
“Atualmente, o time reveza seus treinamentos em quatro lugares diferentes
na cidade, e as categorias de base também treinam separadamente. Isso prejudica a preparação dos atletas e também nossa organização. Com o Centro
de Treinamento tudo vai ficar em um
só lugar, e isso vai resultar em melhores
resultados dentro de campo”, projeta o
presidente do Verdão, que divide a tarefa de liderar o clube com a administração da rede de lojas de materiais de
construção que leva o nome de seu pai,
Romeu Georg. Falecido em 2005, ele
foi um dos maiores apoiadores do esporte blumenauense, principalmente
o basquetebol masculino, modalidade
Georg: centro de treinamento vai ajudar o
Metropolitano a se preparar para a Série C
que o Metropolitano também passou a
apoiar a partir deste ano.
Desde o fechamento do
Blumenau Esporte Clube, em 2004, o
sonho de ressuscitar o clube acompanha a vida de seu presidente, Eduardo
Corsini. Ex-meia esquerdo do time, ele
comandava o Madureira no campeo-
Corsini: o ex-jogador e atual presidente do
BEC aposta firme no retorno do tricolor
BLUMENAU É
53
nato amador da cidade no ano em que
o tricolor decretou oficialmente seu
fim Desde então, aliou-se a um grupo
de fiéis entusiastas para trazer o amado BEC de volta. Nestes quase dez anos
eles tiveram que suportar, além da ausência do time em campo, a demolição
do Estádio Aderbal Ramos da Silva, o
Velho Deba, vendido para pagar as dívidas do clube. Foram várias tentativas
frustradas até que, no início do ano, o
retorno aos gramados voltou a ser assunto na mídia esportiva da cidade.
Mais uma vez não faltaram incrédulos. Até que, em uma tarde ensolarada de inverno, torcedores puderam,
finalmente, cantar das arquibancadas
do Sesi que “o tricolor voltou”. Podia
não ser o mesmo CNPJ e nem o mesmo
escudo na camisa dos jogadores. Mas a
torcida era, sem dúvida, a mesma. “Eles
são o maior patrimônio de um clube.
Não desisti de fazer isso acontecer por
causa deles”, revela Corsini. Não foi exatamente a estreia dos sonhos: o time
teve gol anulado e acabou derrotado
pelo Inter de Lages por 1 a 0.
Mas nada que faça o presidente do
BEC mudar os planos: “Queremos ser
campeões para subir para a segunda
divisão (Divisão Especial) em 2014.
Tínhamos o objetivo de apenas voltar
com o time, mas conseguimos juntar
uma equipe e uma comissão técnica
com condições de buscar essa taça”,
avalia o presidente do tricolor blumenauense. O título da Divisão de Acesso
é fundamental, segundo ele, para ampliar o calendário da equipe já no próximo ano. Caso os planos de Corsini se
concretizem, existe uma possibilidade
de Metropolitano e BEC se encontrarem em 2014, pela Copa Santa Catarina.
O Verdão já tem vaga garantida na edição deste ano, que garante ao campeão
vagas no Brasileiro da Série D e na Copa
do Brasil de 2014. A estreia já está agendada: 16 de outubro, às 20h30, contra o
XV de Outubro de Indaial.l
56
Almanaque
Victor Carlson
O menino que sonhava
em ser jogador de
futebol deixou a
carreira nos gramados
e hoje é comentarista
da RICTV Record
Almanaque
57
Um craque do
jornalismo esportivo
SEJA NO RÁDIO, NA TV OU NA INTERNET, O APRESENTADOR EMERSON LUIS DÁ UM SHOW
DE BOLA, ESBANJANDO COMPETÊNCIA E CONHECIMENTO SOBRE O ESPORTE LOCAL
Texto Luciana Zonta
O
sonho cultivado na infância
de ser um jogador de futebol famoso ajudou Emerson
Layr Schelenski a continuar próximo da modalidade
mesmo não seguindo a carreira de atleta.
Quando criança, chegou a jogar futsal nas
categorias de base da Associação Atlética
do Branco do Brasil (AABB) e também futebol no Clube Vasto Verde. Por conta de uma
mudança de bairro houve incompatibilidade de horários entre os treinos e a escola.
Como tinha apenas 11 anos, os pais não o
deixaram abandonar as aulas e a saída foi
passar a acompanhar o futebol profissional
local pelo rádio e nos estádios.
Com o passar do tempo, o amor pelo esporte continuou o mesmo, mas foi direcionado para uma nova profissão: o jornalismo.
Hoje, aos 42 anos, Emerson é reconhecido
como um dos profissionais da área que mais
conhecem a história do futebol na região do
Vale do Itajaí. Ele apresenta o bloco de esportes no Jornal do Meio Dia, da RICTV Record
de Blumenau, e diz ter orgulho da carreira
que iniciou no rádio e atualmente ganha
repercussão não só na TV, mas também na
internet, com uma coluna diária no site ND
Online (www.ndonline.com.br/vale).
Desde 1990, Emerson Luis já passou
pelas principais emissoras da cidade. Co-
meçou na Unisul, hoje CBN, quando se dispôs a fazer cobertura do futebol local para
suprir a saída do repórter Isaías de Souza,
então setorista responsável por transmitir
as notícias do Blumenau Esporte Clube. A
namorada de Emerson, que trabalhava na
emissora, fez a ponte entre ele e o diretor
da rádio. “Me propus a fazer o noticiário
mesmo sem qualquer experiência de transmissão, porque entendia que os torcedores
não podiam ficar sem informações do time.
O responsável pela emissora ficou curioso e
me chamou”, lembra o jornalista, que hoje é
casado com a jornalista e editora do Jornal
do Meio Dia, Roberta Koki, e pai de Taysa,
de apenas sete meses.
De lá para cá, Emerson passou pelas
rádios Nereu Ramos, Clube, Blumenau e
Menina, sempre atuando na cobertura esportiva e também como apresentador de
programas de jornalismo. Há nove anos, a
direção da Rede SC, que mais tarde se transformou em RIC SC, o chamou para conversar sobre futuros projetos para a TV. Até então, ele nunca tinha pensado em atuar em
televisão, mas topou na hora o desafio de
fazer notícia em um espaço de tempo mais
breve do que no rádio. “E foi a melhor escolha que fiz na carreira”, pontua.
Em nove anos de RIC Record, o jornalista não esquece de duas coberturas mar-
BLUMENAU É
58
Almanaque4Um craque do jornalismo esportivo
Victor Carlson
Emerson, ao lado de Alexandré José (esq.) e Peninha: trabalho reconhecido pelos colegas e pelos telespectadores do Jornal do Meio Dia
cantes: a dos Jogos Abertos de Joaçaba, em 2006, quando viajou com
a missão de mostrar o dia a dia da
delegação de Blumenau na competição; e a mudança forçada no foco de
cobertura em 2008, quando estava
em Timbó para acompanhar os Jogos Abertos, que foram cancelados
por causa da grande enchente que
matou dezenas de pessoas em todo
o Vale do Itajaí.
Por conta da queda de barreiras
e do transbordamento do rio Itajaí-Açu, ele e o cinegrafista deixaram o
esporte de lado e passaram a registrar imagens e a colher depoimentos emocionantes no caminho entre
Timbó e Blumenau, até conseguirem
chegar na sede da emissora. “Nos
juntamos ao resto da equipe de jor-
nalismo da TV, trabalhamos dias e
noites e só retomamos a cobertura
do esporte quando a situação começou a se normalizar. Foi marcante na
minha carreira”, comenta.
A rotina de trabalho do
jornalista é intensa. De segunda a
sexta-feira, ele chega à redação da
RIC Record Blumenau às oito e meia
da manhã e segue trabalhando até
uma e meia da tarde. De uma a duas
vezes por semana, à tarde ou à noite, e também nos finais de semana,
produz reportagens variadas sobre
esporte e faz a cobertura dos jogos de
futebol da região. Além de produzir
e apresentar o quadro no Jornal do
Meio Dia, também escreve a coluna
diária no site do grupo. Um sábado
BLUMENAU É
por mês, fica responsável por apresentar o Jornal do Meio Dia inteiro.
Nas ruas, Emerson consegue sentir a repercussão de seu trabalho. As
pessoas o abordam no shopping e na
fila do mercado para comentar matérias e pedir abraços ao vivo durante o
bloco, estratégia que a emissora criou
para aproximar o público dos apresentadores. O debate sobre futebol
predomina nas conversas de rua, mas
sugestões de pauta e de perfis para o
quadro Memórias do Esporte, que
vai ao ar todas as terças-feiras, também são bem-vindas para o apresentador. “São telefonemas e e-mails que
recebo pedindo para que determinado ex-atleta ou dirigente seja lembrado no programa. Isso me enche de
orgulho”, diz o apresentador.l
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