Química Forense

Transcrição

Química Forense
Superintendência da
Polícia Técnica Científica
I.C.
IML
CEAP
CP
Núcleo
Balí
Balística
Núcleo
Aná
Análise
Entorpecente
CP
CEAP
Núcleo
Aná
Análise
Instrumental
Núcleo
Biol.
Biol. e
Bioquí
Bioquímica
Núcleo
Física
Núcleo
Quí
Química
CENTRO DE EXAMES ANÁLISES E
PESQUISAS
Decreto nº 48.009, de 11 de agosto de 2003
I- supervisionar, no âmbito de sua área de atuação, o
desenvolvimento de pesquisas no campo da Criminalística,
visando ao aperfeiçoamento de técnicas e à criação de novos
métodos de trabalho;
II - estabelecer normas para a realização de exames, análises e
pesquisas e para a elaboração dos respectivos laudos periciais;
III - supervisionar o cumprimento das normas de ações e
procedimentos pelo Núcleos subordinados;
IV - promover o estudo e a divulgação de trabalhos técnicocientíficos relativos às análises, às pesquisas e aos exames
realizados;
CENTRO DE EXAMES ANÁLISES E
PESQUISAS
Decreto nº 48.009, de 11 de agosto de 2003
V - definir o tipo de material a ser utilizado na coleta, no
acondicionamento e no transporte de amostras e peças de
exame;
VI - divulgar às unidades requisitantes os tipos de substâncias
passíveis de serem identificadas ou cotejadas com padrões;
VII - padronizar as requisições de análises;
VIII - promover palestras e cursos de atualização para o
aprimoramento técnico dos exames em sua área de atuação;
IX - promover a avaliação técnica dos ambientes de trabalho
visando à sua otimização.
NÚCLEO DE BALÍSTICA
Atribuições técnicas
I - efetuar exames em:
a) armas de fogo, para o estabelecimento de
sua natureza e eficácia para a prática da
infração penal;
b) peças de munição;
II - realizar confrontos balísticos e exames
relacionados.
NÚCLEO DE ANÁLISES INSTRUMENTAIS
Atribuições técnicas
I - a identificação, as adulterações ou as
falsificações de produtos farmacêuticos;
II - a composição, os adulterantes ou o grau
de pureza de drogas psicoativas;
III - a identificação de venenos.
NÚCLEO DE ANÁLISES DE ENTORPECENTE
Atribuições técnicas
O Núcleo de Exames de Entorpecentes tem
por atribuição realizar exames de
identificação, constatação e comprovação de
substâncias tóxicas e de outras drogas
classificadas como causadoras de
dependência física ou psíquica
NÚCLEO DE BIOLOGIA E BIOQUÍMICA
Atribuições técnicas
I - identificação de fluidos biológicos, em
suportes ou "in natura";
II - tipagem sangüínea;
III - constatação e identificação de pêlos e
cabelos, exceto os destinados à identificação
humana, bem como de fibras naturais ou
artificiais;
IV - identificação humana por análise
comparativa de DNA.
NÚCLEO DE FÍSICA
Atribuições técnicas
I - proceder aos exames de: a) dispositivos e materiais
para caracterização de forma, disposição, integridade,
função, desempenho, atributos, propriedades ou
estrutura; b) alterações, deformações, fraturas e
secções em materiais diversos, para caracterização do
agente;
II - efetuar ensaios de caracterização de materiais;
III - realizar análises: a) elementares ou de estruturas
cristalinas por microscopia eletrônica de varredura,
difratometria de raios-X ou outros sistemas físicos de
precisão; b) espectrográficas acústicas.
NÚCLEO DE QUÍMICA
Atribuições técnicas
I- realizar exames e análises de produtos
químicos de origem industrial;
II - realizar exames de produtos residuais de
disparo de arma de fogo;
III - preparar reagentes específicos para os
exames de interesse criminalístico;
IV - efetuar análises químicas por via clássica,
cromatografia ou espectrofotometria de
substâncias orgânicas e inorgânicas.
QUÍMICA FORENSE
A Química Forense pode ser definida
como a ciência que se encarrega da
análise, classificação e determinação de
elementos ou substâncias encontradas
nos locais de averiguação ou ocorrência
de um delito ou que podem estar
relacionadas a este.
ANÁLISES QUÍMICAS
• VIA ÚMIDA
•INSTRUMENTAL
•VIA ÚMIDA ASSOCIADA ÀS TÉCNICAS
INSTRUMENTAIS
* Via úmida associada aos métodos
instrumentais:
técnicas destrutivas
* Métodos instrumentais
técnicas consideradas não destrutivas,
isto é, não exigem manipulação
(transformações físicas ou químicas) da
amostra investigada.
Ex. de técnicas destrutivas:
* Extração e separação de materiais
( sólidos ou líquidos) com uso de solventes,
separação de solventes por cromatografia ,
reações colorimétricas, etc.
Comumente utilizadas para:
* Análise de combustíveis; Análise e
identificação de solventes; Exames
residuográficos etc.
EXAME RESIDUOGRÁFICO
(por via úmida)
A reação de Fiegl e Suter é utilizada como
identificadora de chumbo ionizado.
O
O
ONa
O
ONa
O
A = Pb, Ba, Cd
Rhodizonic acid: Pb (Ba; Cd)
complex
Reação Química
Rodizonato de
chumbo
Rodizonato de sódio
O
O
O
ONa
O
ONa
Cor
acastanho
escuro
O
O
ON
Solução tampão O
ON
A = Pb, Ba, Cd
pH= 2,8
O
Fonte : Bartsch et al. - J. For. Sci., 41(6), 1046 (1996).
Pb
Coloração
vermelha
As técnicas de extração das
partículas de chumbo das mãos de
suspeitos, para averiguação de
resíduos disparo de arma de fogo,
consistem no uso do esparadrapo ou
de gel (Rochel H.) como agentes
extratores.
Para verificação de resíduos em vestes,
usa-se a técnica de prensagem.
Rodizonato de sódio
Orifício na superfície de um pneu
Rodizonato de chumbo
Após revelação do rodizonato
Após o desenvolvimento da coloração vermelha é aplicado ácido
clorídrico diluído, para formação de pigmento azul de chumbo
cuja fórmula química é
[Pb2(C6 O6)Cl2.2H2O].
Resíduos extraídos de roupas, e
revelados com rodizonato de sódio.
Atualmente, esta técnica de extração e reação
de identificação tem recebido exacerbadas
críticas pelo fato que um número crescente de
exames de coleta de materiais das mãos de
suspeitos apresentam resultados negativos,
tornando-os inúteis para orientação das
autoridades.
Para compreender o que está ocorrendo, é
necessário que se faça uma análise
retrospectiva.
Há cerca de 15 ou 20 anos, o número
de resultados positivos apresentavam
um percentual alto comparado com os
obtidos hoje, em qualquer região do
país.
* O mercado apresentava nessa época
poucas marcas de esparadrapos, duas ou
três no máximo, e que apresentavam boas
propriedades de aderência para o uso em
Criminalística.
*As propriedades físicas do material
colante naquela época permitiam que
mantivesse aderidas em sua superfície
partículas do analito, sem recobrir-lo
formando um casulo.
Hoje quando da utilização de
esparadrapos impróprios vê-se
claramente que partículas metálicas
ficam encapsuladas.
*A tecnologia de fabricação de
esparadrapo não foi desenvolvida
com o intuito de utilização na área da
Criminalística.
**As partículas metálicas são literalmente
recobertas por camada de cola,
encapsuladas, e os reagentes utilizados,
dadas as suas naturezas químicas, não
conseguem romper seus invólucros.
Conseqüentemente a reação colorimétrica
não se desenvolve.
*Forma inadequada de acondicionar o
esparadrapo, destinado ao exame
residuográfico.
**Uso crescente de projéteis encamisados,
que reduzem a taxa de partículas de chumbo
retrojetadas
* Forma inadequada da coleta. A etapa de
coleta de materiais é de fundamental importância,
INDEPENDENTEMENTE do método empregado.
* * *Excessiva exposição do exame
residuográfico aos meios de
comunicação.
VANTAGENS DESTE MÉTODO
CLÁSSICO SOBRE OS
INSTRUMENTAIS
* visualização das partículas e suas
respectivas distribuições no agente
extrator
*A análise morfológica permite ao perito
obter convicção de que houve um disparo
quando encontra pontos revelados, que
correspondem às partículas projetadas,
oriundas de disparo de arma de fogo.
*No caso de adulteração dos vestígios,
gios aqui
considerados como as partículas de chumbo
que foram propositalmente introduzidas nas
mãos de um cadáver ou pessoa viva, pode-se
ver claramente que as morfologias dos resíduos
revelados não correspondem ao padrão
esperado.
**Deve ser considerada a praticidade, a
baixa complexidade e principalmente a
confiabilidade de um resultado positivo
obtido através da visualização de partículas
reveladas.
RESIDUOGRAFIA METÁLICA para
Chumbo, por via úmida, utilizando a reação de Fiegl e
Suter e col.
***válido para orientação das
investigações policiais.
DISCUSSÃO DO TEMA
E
ESCLARECIMENTO DE
DÚVIDAS
RESIDUOGRAFIA METÁLICA por via
úmida, associada a Métodos
Instrumentais não Destrutivos
O RESIDUOGRÁFICO AZUL
HISTÓRICO
* Há cerca de 15 anos, pela primeira vez em
São Paulo, foi observada a revelação
simultânea de uma mancha azul de cerca de
0,5 centímetro de diâmetro, juntamente com
partículas vermelhas dispersas na superfície
de esparadrapos contendo material coletado
das mãos de uma pessoa envolvida em
ocorrência de Resistência Policial e Morte.
Por falta de recursos técnicos mais avançados, a
experiência foi abandonada.
Há três anos o estudo dessas manchas
azuis foi retomado, com do uso de
equipamentos laboratoriais
avançados.
PARCERIA COM O INSTITUTO DE
QUÍMICA DA USP.
Resultado obtido em um residuográfico de
mãos(agente extrator : esparadrapo)
Resultado obtido na revelação de
residuográfico de amostras colhidas
das mãos de um suspeito de homicídio
Camiseta de cor preta submetida ao
teste residuográfico para detecção de
Pb
•Histórico: Cadáver deu entrada no IML
como sendo vítima de atropelamento de
trem.
•Médico legista detectou perfurações de
balins nas costas do cadaver.
•Roupa foi encaminhada ao I.C. para
exames residuográficos rotineiros
Resultado da
revelação do
residuograma
obtido por
prensagem da
camiseta preta,
colocada entre
dois papeis de
filtro,
embebidos em
solução tampão,
e revelados com
solução de
rodizonato de
chumbo.
Revelação de mancha bicolor, azul e rosa, indicando
presença de dois compostos químicos diferentes,
Fotografia obtida através do microscópio Olympus, com
aumento de cerca de 1000 X.
Detalhe
fotográfico
mostrando
presença de
substância
azul
impregnando
a superfície
do papel
Mostra fibras
do papel de
filtro,
impregnadas
por
substância de
cor azul.
Observa-se
a coloração
vermelha
do
rodizonato
de chumbo
juntamente
com a
coloração
azul.
0,50
Espectroscopia eletrônica
mancha
mancha
mancha
mancha
0,45
0,40
rosa
rosa real
azul
rosa+HCl
Absorbância
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
-0,05
400
500
600
700
800
Comprimento de onda / nm
900
1000
Conclusões Obtidas Através da
Espectroscopia Eletrônica
-O composto azul obtido após tratamento da
mancha vermelha de rodizonato de chumbo com
ácido clorídrico não é da mesma natureza química
do composto azul revelado nos residuogramas
objetos de estudo.
-A mancha bicolor apresenta distintas regiões de
absorção em função das diferentes colorações,
concluindo-se que é constituída por complexos de
diferentes naturezas químicas.
Espectroscopia pela Técnica de
Fluorescência de raios X
Detalhe
fotográfico da
mancha bicolor,
com aumento de
cerca de 60
vezes.
Espectro de fluorescência de raios - X obtido na região
intermediária entre as cores rosa e azul, designada ponto 01.
Mostra a presença dos elementos químicos presentes na região
intermediária da mancha, correspondente ao espectro anterior.
Foi realizado o
mapeamento dos
elementos presentes
em uma pequena área
de interesse, contida
no retângulo, e que
corresponde à região
intermediária entre as
cores rosa e azul.
Foto obtida pelo sistema de imagem do equipamento
de fluorescência de raios-X utilizado, na área
destacada.
[%]
100.0
0.80mm
PbLb1
4.0 x 3.0mm 0.000
Mostra a presença do elemento chumbo,
chumbo distribuído na área
investigada. A coloração azul indica ausência do elemento,
enquanto que a branca, indica presença do elemento em maior
concentração.
Mesma representação anterior, com alteração
para rosa, para indicar a presença do elemento
chumbo, e sua distribuição na área estudada.
[%]
100.0
0.80mm
BaLa
4.0 x 3.0mm 0.000
Mostra a presença do elemento bário,
rio distribuído na
área investigada. A coloração azul indica ausência do
elemento, enquanto que a branca, indica presença do
elemento em maior concentração
Mesma representação anterior, com alteração da
cor para laranja para indicar a presença do
elemento Bário e sua distribuição na área
estudada.
[%]
100.0
0.80mm
FeKa
4.0 x 3.0mm 0.000
Indica as regiões de maiores concentrações do
elemento ferro, na área selecionada.
Escolha da cor verde, para melhor visualização do
mapeamento do elemento Fe.
Conclusões Obtidas Através da
Espectroscopia de Fluorescência de raios-X:
- O cátion que forma o complexo de cor
azul, objeto de estudo, é o Ferro.
TÉCNICAS ANALÍTICAS NÃO
DESTRUTIVAS:
- ESPECTROSCOPIA ELETRÔNICA
- ESPECTROSCOPIA DE FLUORESCÊNCIA
DE RAIOS- X
- ESPECTROSCOPIA RAMAN
DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Através da espectroscopia Raman, foi
determinado que a coloração azul deve-se a
um complexo de rodizonato.
1
2
-Espectro nº 1: padrão de
complexo de rodizonato
com chumbo.
- Espectro nº 2 feito de área
vermelha da mancha
vermelha.
DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Tanto na espectroscopia Raman como na
os
resultados
indicaram
eletrônica,
claramente que o composto azul não é da
mesma natureza que aquele obtido com
rodizonato de chumbo na presença de ácido
clorídrico diluído [Pb2(C6O6)Cl2.2H2O ].
Testes laboratoriais por via úmida não
conseguiram reproduzir os resultados obtidos
na revelação dos residuogramas.
Não foi possível determinar a
estrutura desse complexo azul
somente com os dados disponíveis
no momento.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos através
das técnicas analíticas
apresentadas permitem afirmar
que o complexo azul obtido na
revelação dos residuogramas é
constituído por rodizonato e por
ferro,
ferro com uma estrutura
química e estequiométrica ainda
não determinada
As condições em que foram obtidos
os residuogramas, aliadas aos estudos
até agora realizados, indicam que o
complexo azul investigado é o
produto de resíduos de disparo de
arma de fogo que reagiram com
rodizonato de sódio, em meio
previamente tratado com solução
tampão de ácido tartárico e tartarato
de sódio, com pH= 2,8.
Bibliografia:
1)F. Fiegl and H.A . Suter, Ind. Eng.
Chem. Anal. Ed,14, (1942) 840.
2)Bartsch et al. -J. For. Sci., 41(6), 1046
(1996)
DISCUSSÃO DO TEMA
E
ESCLARECIMENTO
DE DÚVIDAS
O Código de Processo Penal
– Capítulo II – art. 160
determina
“ o perito deve descrever
minuciosamente o que
examinar e responder aos
quesitos formulados”
Equipamentos analíticos + microscópios
análise morfológica + estrutura química
(espectro)
Sofisticada tecnologia
Imagem
química
Confronto com padrões
Identificação do composto ou dos
elementos
Olhares eletrônicos dos equipamentos
fornecem imagens da morfologia e
registros das estruturas químicas dos
compostos analisados.
Os resultados obtidos sob parâmetros
previamente estabelecidos em metodologia,
são reprodutíveis, de forma inequívoca.
Qualidade fundamental para
apresentação de provas jurídicas
VESTÍGIOS
viajantes que
percorrem o tempo decorrido entre o
fato e a chegada dos policiais,
trazendo consigo importantes
informações sobre a ocorrência e a
forma de como foi produzida.
Técnicas instrumentais não
destrutivas
Não requerem a destruição ou manipulação da
amostra e permitem o estudo de quantidades
mínimas de substâncias.
-estudos sobre drogas ilícitas
- explosivos,
-investigações de fibras e pigmentos.
-falsificações de documentos
-objetos de valor, como pinturas e
pequenas esculturas.
Espectroscopia
– estudo da inteiração da radiação
eletromagnética com a matéria,
objetivando determinar os níveis
energéticos de átomos ou moléculas, e as
inteirações existentes entre eles, para
conhecimento da estrutura química da
qual fazem parte.
Fluorescência de raios-X
Técnica espectroscópica de análise
multielementar.
Amostras : sólidas e líquidas.
Aplicação: ciências dos materiais,
biológicos, geológicos, áreas do meio
ambiente.
Espectroscopia Eletrônica
-Possibilita a identificação precisa das
cores e destinge as diferentes tonalidades.
Aplicada em amostras sólidas ou líquidas.
Determinação de concentrações de soluções.
Espectroscopia Infravermelho – Muito
empregada para identificar composto de
natureza orgânica.( sólidos,líquidos e
gasosos)
Espectroscopia Raman - empregada
para identificar compostos orgânicos
e inorgânicos.( sólidos)
ESTUDO DE CASO COM O USO
DA ESPECTROSCOPIA
ELETRÔNICA
Objeto de estudo : quadro com a assinatura do
pintor DI CAVALCANTE
Tela que exibia
assinatura do
pintor
brasileiro
DI
CAVALCAN
TE
Na foto tirada
sob a luza do
ultravioleta ,
observa-se as
regiões da
pintura que
sofreram
restaurações.
Foto digital cujos
pontos marcados
em branco,
indicam as
regiões da pintura
que foram
investigadas com
o uso de sonda de
fibra ótica.
Objetivo:
determinar cores
de básicas
utilizadas na
feitura da tela
Detalhe
mostrando na
região inferior
esquerda, a
rubrica do
pintor
DI
CAVALCANTE
Foto obtida com luz rasante
Foram determinadas as seguintes cores
1- amarelo
2- branco
3- Azul
4 – verde
5- vermelho
A
B
S
O
R
B
Â
N
C
I
A
DISCUSSÃO DO TEMA
E
ESCLARECIMENTO
DE DÚVIDAS
Confronto de fibras através da
espectroscopia do infravermelho
Fibras sintéticas – apresentam
reprodutibilidade de resultados em
toda a sua extensão,em relação aos
parâmetros de diâmetro, coloração,
composição total etc, quando em
bom estado de conservação.
Fibras naturais:
Apresentam variações referentes às
propriedades físico-químicas e
morfológicas.
São esperadas variações de diâmetro,
densidade, comprimento, extrato
totais etc.
Amostras de fibras
que se encontravam
aderidas às vestes da
vítima.
Fibras naturais
recolhidas de uma amostra
de carpete, com aumento
de 1000 e 1500 vezes.
–
O espectro superior é relativo à amostra colhida do carpete, e o
inferior, da amostra recolhida das vestes da vítima
110
amostra1
100
90
80
% Transmitância
70
60
50
40
30
100
amostra 2
80
60
40
20
4000
3500
3000
2500
2000
1500
-1
Número de onda (cm )
1000
Apesar das diferenças observadas, e
considerando-se principalmente os fatores
interferentes, pode-se afirmar que as
amostras apresentam mesma natureza
química, ambas constituídos por fibras
naturais.
Resinas fotorreflexivas
Produtos polimerizados que
diminuem a nitidez de
fotografias
obtidas com
flash de radares, impedindo
a identificação de veículos.
Um produto comercializado no Brasil,
indica as seguintes vantagens :
“Foi testado em situações de “ANTES” e “
DEPOIS” com equipamentos
sofisticados, e
mostrou ser 100% eficiente em todas as fotos
tiradas”.
“É totalmente invisível a olho nu e sua aplicação
não altera as condições de legalidade e
visibilidade, portanto ninguém saberá que você
está usando”
“Ajuda para que você não seja alvo
de
flashes
oportunistas
e
inconvenientes e só você saberá
que está usando, ninguém mais”.
Impede
que
máquinas
fotográficas
altamente
sofisticadas identifiquem seu
carro
sem
a
sua
autorização”.
Recomendação e Advertência
A propaganda recomenda que se faça
pelo menos uma aplicação por semana.
Adverte: ” A responsabilidade pelo uso e
os resultados obtidos com a utilização
deste produto cabe somente ao
comprador e/ou usuário”.
HISTÓRICO
Objeto de exame :Placas automotivas
com o objetivo de comprovar a
presença de substância que pudesse
causar interferência na identificação
de veículos, quando submetidas ao
flash de radares.
As placas foram encaminhadas `a CET,
para testes de velocidades , a fim de
testar a detectabilidade por flashes de
radares .
Os resultados dos testes fotográficos podem
ser vistos a seguir :
Horário
23:52
máquina
Autovelox
, com
Flash
Horário 2:43
máquina Autovelox
com flash
horário 0:31
com máquina
GETSA 24,
com flash.
- Lombada eletrônica, com
lâmpada infravermelho para
leitura noturna.
Resultados dos testes
Diferentes tipos de radares,
identificaram as placas do veículo.
Este fato poderia levar à conclusão que
em suas superfícies não havia depósito
de resina.
Espectroscopia
Método analítico , onde utilizamos olhos
eletrônicos como ferramenta.
Permite detecção de resíduos orgânicos e
inorgânicos em diferentes superfícies, ou em
soluções.
A natureza do composto investigado determina
qual o melhor equipamento a ser utilizado.
Metodologia
Amostra do
produto vendido
no comercio
Placas teste, do
mesmo tipo das
placas apreendidas
Placas apreendidas e
testadas nos radares
Resultados
EQUIPAMENTOS
Espectrofotômetro de
absorção,(medidas na faixa de 300 a
900 nm)
Espectrofluorímetro (medidas
de 300 a 900 nm
Infravermelho ( FTIR)
Resultados iniciais
Os espectros de absorção UV-vis
obtidos a partir da resina não
indicaram presença de elementos
químicos fluorescentes ou
fosforescentes.
Fluorescência
Espectros de fluorescência,
tampouco
apresentaram
bandas que permitissem a
constatação de elementos
desse grupo.
Investigação na faixa do
I.R.
Devido a falta de resultados nos
exames anteriores, o líquido foi
analisado na faixa de frequência
do Infravermelho, que fornece
excelentes resultados para
compostos orgânicos.
Espectro da resina na forma líquida
(FTIR)
Placa Teste
Película de tinta original não
absorve na região do
infravermelho, dada a sua
natureza química.
Foram aplicadas cerca de 50
camadas da resina, e retiradas
após secagem,amostras
sucessivas para análise no I.R.
Placas Questionadas
Pelo processo inverso, foram
extraídas amostras de suas
superfícies, e analisadas no I.R.
Após 50
raspagens,
ainda foram
encontrados
resíduos da
resina.
A
comparação
dos
espectros permitiu concluir
que as placas questionadas
foram revestidas com várias
camadas
de
resina
semelhante à
amostra
enviada pelo CET.
Aviso amigo
A informação no folheto
de propaganda do produto,
recomendava ao
consumidor aplicações
semanais do produto .
Resinas sofrem oxidação
A não refletância da luz nos testes
efetuados pelo CET,(com identificação
da
numeração
das
placas),
provavelmente se deve a quebra da
cadeia da resina quando exposta às
intempéries, necessitando assim, de
aplicações freqüentes.
Testes laboratoriais
preliminares indicaram que a
resina promove reflexão da luz
incidente, reflexão esta que
depende da potência da luz e do
ângulo na qual ela incide sobre a
peça .
Conclusões
A comparação e análises dos perfis
espectrais obtidos no I.R. forneceram a
informação da presença de resina
semelhante àquela enviada como
amostra pelo CET, na superfície das
placas questionadas, embora na sua
forma inativa.
Não foram encontrados traços
dos
elementos terra raras
(propriedades luminescentes, em
especial a fluorescência )
Informações Técnicas
Segundo informações de uma
empresa destinada a instalações
de radares, as lâmpadas de flash
dos radares são de Xenônio tipo
“XOP-7”, com potência de cerca
de 400 watts, e todos os radares
utilizam o mesmo tipo de
lâmpada.
O primeiro
número
apresenta baixa
visibilidade em
decorrência da
reflexão
provocada pelo
composto
orgânico (óleo)
Foto da
placa
anterior,
com
margarina
depositada
sobre o
primeiro
número
Imagem com reflexão total da luz incidente
Foto obtida por radar que capta a reflexão especular da energia incidente sobre
o leito carroçável, reproduzindo o conjunto alfa numérico da placa do veículo
,que após tratamento de imagem propicia a identificação .