A farmácia europeia sob um novo ponto de vista - EPF

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EPF Newsletter
FÓRUM DE FARMACÊUTICOS EUROPEUS Newsletter – Edição portuguesa
A farmácia europeia sob um novo ponto de vista
é de 25%, ou cerca de 70 000 lugares.
Outra distinção clara é a diferença nos
modelos de prestação de cuidados de
saúde entre a Europa e os Estados Unidos;
por exemplo, entre o sistema de saúde
nacional ao estilo britânico e o modelo
americano baseado em companhias de
seguros, com fins lucrativos, e a forma
como isso afeta as farmácias.
Apresentação de Kermit Crawford,
Presidente de Pharmacy, Health and Wellness
da Walgreens
Um desenvolvimento
extremamente importante no
sector farmacêutico no último ano
foi o anúncio da parceria entre
a Alliance Boots e a Walgreens,
que irá criar a primeira empresa
global de saúde e bem-estar
dirigida por farmácias. Para que os
membros do EPF fiquem a saber
mais sobre a Walgreens e as suas
experiências, Kermit Crawford
(Presidente de Pharmacy, Health
and Wellness da Walgreens) irá
conduzir os delegados, no primeiro
Seminário do EPF de 2013, por
uma valiosa viagem de descoberta
de uma típica Farmácia Walgreens
– irá mostrar aos farmacêuticos
europeus o que poderão aprender
com a experiência da Walgreens.
A parceria também proporciona
uma excelente oportunidade para
apresentar algumas das diferenças e
semelhanças entre as farmácias dos
Estados Unidos e Europeias.
A diferença mais impressionante entre
os Estados Unidos e a Europa é o mero
tamanho e âmbito do setor americano:
em 2010, havia quase 275 000 funções
de farmacêutico no país, em comparação
com 400 000 nos 47 países que
compõem a Europa; e o setor está a
crescer rapidamente. Enquanto a taxa de
crescimento média de todas as profissões,
até 2020, é de aproximadamente 15%, a
taxa de crescimento dos farmacêuticos
www.europeanpharmacistsforum.com
Apenas 23% dos farmacêuticos trabalham
em hospitais, enquanto o restante inclui
43% que trabalham em farmácias, 8% em
mercearias, 6% em centros comerciais e
5% noutras lojas de produtos gerais. As
“Drug Stores” nos Estados Unidos vendem
uma gama mais vasta de artigos do que
os seus correspondentes europeus, sendo
a primeira linha da loja dedicada a vendas
de retalho gerais, à semelhança de uma
loja de conveniência. Além disso, de uma
forma geral, apenas os medicamentos
vendidos com receita médica são
guardados atrás do balcão.
A contribuição de Kermit para o próximo
seminário do EPF será uma excelente
ocasião para explorar de forma mais
aprofundada o sistema americano de
farmácias, saber mais sobre as principais
diferenças em relação ao sistema
europeu, debater a forma como as
farmácias americanas estão a concorrer
à medida que o ambiente dos cuidados
de saúde se altera e explorar futuras
oportunidades no sector. A formação
de Kermit está intimamente ligada
ao sector das farmácias nos Estados
Unidos, já que trabalha na Walgreens há
30 anos, tendo ocupado o atual cargo
na empresa em Setembro de 2010.
Farmacêutico qualificado, com uma longa
e aprofundada experiência no sector,
Kermit obteve a sua licenciatura em
Farmácia na Faculdade de Farmácia da
Texas Southern University, e iniciou a sua
carreira na Walgreens, em 1983, como
farmacêutico interno.
Este entusiasmante seminário será
realizado em Paris, nos dias 11 e 12 de
Março, e será a primeira vez que Kermit
irá partilhar a sua vasta experiência com
o EPF; os participantes poderão colocarlhe as suas questões sobre a Walgreens
Pharmacy.
Março 2013 Número 30
Eventos internacionais
• 6-8 Abril 2013 – Salão Pharmagora,
Paris, França
• 19-21 Abril 2013 – Cosmofarma,
Bolonha, Itália
• 23-26 Abril 2013 – LogiPharma Europa, Suíça
• 26-28 Abril 2013 – Eczacilik Fuari
Feira de Farmácia, Istambul, Turquia
• 16-18 Maio 2013 – Conferência Anual da Associação Europeia de Faculdades de Farmácia (EAFP),
Ancara, Turquia
• 31 Agosto - 5 Setembro – Congresso FIP World, Dublin, República da Irlanda
Editorial de Ornella Barra
Como esta
é a primeira
edição da nossa
newsletter
trimestral
do EPF de
2013, parece
oportuno
colocar em
contexto os desafios que o nosso sector
e o mundo em geral enfrentam. Numa
economia globalizada em constante
mudança, os clientes têm mais poder do
que nunca, o que significa que as empresas
têm de ser mais lucrativas e oferecer uma
relação qualidade/preço cada vez melhor.
Estas alterações significam que a agilidade
nos negócios é essencial para o êxito.
Estas mudanças nos padrões da economia
mais vasta estão a ter um efeito em cadeia
no nosso mundo do sector da saúde e,
se não adaptarmos a nossa forma de
trabalhar, estas mudanças poderão sair
caras. Consequentemente, os farmacêuticos
devem continuar a distanciar-se das formas
tradicionais de trabalhar e desenvolver
novos serviços em estreita parceria com os
fornecedores. Outra ameaça importante
ao sector farmacêutico atual provém dos
grandes supermercados e dos gigantes
do retalho. Assim, para sobreviverem, as
farmácias independentes têm de enfrentar
variações dentro da economia e uma
atividade concorrente em grande evolução.
Patrocinado por
(Números: Bureau of Labor Statistics, 2010 e PJ Online)
www.allianceboots.com
PELA EUROPA
Reino Unido
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Diretor de
Publicação:
Ornella Barra
Diretor Editorial:
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Este boletim é
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02
EPF Março 2013
República Checa
Investigadores pedem ao NICE para
eliminar a metodologia QALY
Regressão nas reformas dos seguros de
saúde
Um projeto de investigação financiado pela
Comissão Europeia descreveu a metodologia de
“quality-adjusted life year” (QALY), utilizada pelos
órgãos de tecnologias da saúde, tais como o
Instituto Nacional de Saúde e de Excelência Clínica
(NICE), como “defeituosa”. Esta metodologia é
utilizada para decidir se os medicamentos devem
ser aprovados para financiamento público e os
investigadores defendem que esta não reflete as
variações na forma como as pessoas classificam
os diferentes resultados médicos. Sugeriram que
o NICE deve abandonar a utilização de QALY na
sua avaliação de medicamentos e aconselharam
que este método não seja adotado por outros
países europeus. O NICE rejeitou a declaração de
que a metodologia apresenta defeitos
e afirma que QALY é o melhor
método disponível para avaliar os
medicamentos.
(Fonte: IMS Pharmaquery)
O Ministro da Saúde da República Checa, Leos
Heger, anunciou 14 propostas para ultrapassar os
défices do sistema de seguros de saúde e garantir
a estabilidade a longo prazo. Estas propostas
abrangem todos os setores dos cuidados de saúde:
companhias de seguros, hospitais, fabricantes de
dispositivos de saúde e empresas farmacêuticas.
Quatro das propostas são particularmente duras
para os fabricantes de medicamentos. A primeira
define um valor máximo para o reembolso que as
companhias seguradoras pagam por cada segurado.
A segunda recomenda a normalização das taxas
de reembolso para todos os procedimentos de
cuidados de doentes graves hospitalizados. A
terceira proposta destina-se à implementação de
um processo cego de concursos com ocultação
para produtos farmacêuticos a incluir nas listas
de reembolsos. A quarta obriga os médicos a
receitarem os medicamentos menos dispendiosos
com base na sua substância farmacêutica ativa
(DCI).
(Fonte: Business Monitor International)
Turquia
Países Baixos
Atraso na implementação de receitas
eletrónicas para os médicos
Aumento dos prémios de seguros de saúde
incendeia disputa política
A Instituição de Segurança Social (SGK) anunciou
que, devido a problemas técnicos, a implementação
da obrigatoriedade de os médicos receitarem
eletronicamente foi adiada de 1 de Janeiro de 2013
para 15 de Janeiro de 2013. Após esta data, só serão
aceites receitas manuscritas caso exista
uma avaria no sistema de receitas eletrónicas, que foi
implementado a partir de 1 de Julho de 2012.
O governo de coligação dos liberais de centro-direita
e do partido trabalhista de centro-esquerda, que
chegou ao poder em novembro de 2012, propôs
conjuntamente medidas de austeridade destinadas
a reduzir a despesa governamental em 15,3 mil
milhões de euros até 2017. Será realizado um corte
de cinco mil milhões de euros apenas na saúde, com
medidas que incluem a eliminação de benefícios
pagos durante internamentos hospitalares, um
maior contributo dos doentes crónicos no seu
tratamento e nos seus cuidados e a cobrança de
uma taxa de €50 aos doentes que recorram a um
serviço hospitalar de urgência sem que tenham sido
reencaminhados por um médico. Destacando o
objetivo do governo de mudar o ónus da despesa
com a saúde para os doentes, o plano do primeiroministro, Mark Rutte, inclui fazer depender os
prémios dos seguros de saúde dos rendimentos, o
que significa que os mais ricos pagarão mais. O líder
do Partido do Trabalho de centro-esquerda, Diederik
Samsom, decidiu concordar.
(Fonte: Business Monitor International)
Farmacêuticos processam fabricantes
A associação de farmacêuticos (TEB) decidiu interpor
um processo judicial contra empresas farmacêuticas
individuais pelo não reembolso dos farmacêuticos de
prejuízos ocorridos com stocks adquiridos antes, mas
vendidos depois, dos descontos maiores obrigatórios
dos fabricantes, que entraram em vigor em Novembro
de 2011. Os farmacêuticos queixam-se de prejuízos na
ordem dos YTL129 milhões (58 milhões de euros).
Diversas farmacêuticas insistem que não irão
compensar os farmacêuticos pelos seus prejuízos,
apesar dos regulamentos legais que estabelecem que
as farmacêuticas devem reembolsar os prejuízos das
farmácias através dos grossistas.
(Fontesx: IMS Pharmaquery)
Itália
França
Ministério da Saúde propõe novo
sistema de remuneração das
farmácias
Autorizada venda online de
medicamentos sem receita médica
Parlamento discute reformas do
mercado farmacêutico
O Conselho de Ministros francês adotou
regulamentações que permitem a venda
online de medicamentos. A decisão
segue-se ao lançamento, no dia 19 de
novembro de 2012, da primeira venda
de medicamentos através da Internet
em França, que teve início apesar
da proibição por lei da operação de
serviços de farmácias eletrónicas e de
farmácias de encomenda por correio,
em França. De acordo com estas novas
regras, os farmacêuticos licenciados têm
autorização para vender medicamentos
sem receita médica através da Internet,
embora o website tenha de estar ligado
a uma farmácia tradicional existente.
As regras, que entraram em vigor a 1 de
janeiro de 2013, não permitem a venda
online de medicamento com receita
médica.
(Fonte: IMS)
O governo federal suíço apresentou,
recentemente, no parlamento diversas
propostas que envolvem mudanças
nos regulamentos que regem o sector
farmacêutico na venda a retalho.
A medida, denominada a Lei sobre
produtos terapêuticos, foi apresentada
ao parlamento a 7 de novembro de 2012
e inclui a flexibilização das normas que
regem a dispensa, segundo as quais as
lojas que têm atualmente licença para
vender apenas produtos de venda livre
poderiam passar a vender também
alguns medicamentos sujeitos a receita
médica. As propostas permitiriam também
aos farmacêuticos receitar e vender
determinados medicamentos sujeitos a
receita médica aos pacientes, sendo a
lista destes medicamentos elaborada pelo
Departamento Federal de Saúde Pública.
(Fonte: IMS)
O Ministro da Saúde italiano elaborou
uma nova proposta sobre a remuneração
dos farmacêuticos, na sequência das
dificuldades em relação a um acordo
assinado em outubro de 2012. O novo
plano inclui a introdução de uma
compensação fixa de 55 cêntimos por
embalagem de produtos farmacêuticos
com preços até 50 cêntimos e mais 10
cêntimos de compensação no caso de
farmácias com um volume de negócios
inferior a €258 228,45. Além disso, para
os medicamentos não patenteados, a
compensação fixa seria de 50 cêntimos,
aos quais seria adicionada uma
compensação variável de 17% do preço
de venda ao público. A associação de
farmacêuticos, Federfarma, irá analisar
a proposta e salientou que só aceitará
as modificações ao acordo assinado em
outubro se estas cumprirem determinados
requisitos.
(Fonte: Global Insight)
Suíça
Espanha
Portugal
Alemanha
Redução das vendas nas farmácias
espanholas em 2012
Novos países de referência a partir
de 2013
Reembolsos e comparticipações
oferecem poupanças
As vendas nas farmácias espanholas
sofreram uma redução até 25%, em
2012, uma diminuição relacionada com
uma quebra no consumo de
medicamentos pelo público e com as
medidas de austeridade, que
provocaram uma redução de 27% da
despesa farmacêutica do público, em
comparação com 2010. A Fedefarma, a
associação farmacêutica espanhola,
espera uma redução de 15% nos
rendimentos das farmácias se as
medidas de austeridade se mantiverem
durante 2013. Além disso, na maioria das
regiões, as farmácias enfrentam faltas de
medicamentos como consequência dos
atrasos de pagamento do governo. O
efeito combinado destas dificuldades
poderá significar um risco real de
encerramento para um grande número
de farmácias, especialmente das situadas
em zonas rurais.
(Fonte: Global Insight)
De acordo com a imprensa local, os
preços dos medicamentos
deverão sofrer uma redução de 8%
(em média) devido à alteração da
lista de países de referência utilizados
para estabelecer os preços de venda
máximos dos fabricantes (P max) e às
revisões anuais dos preços. O Governo
aprovou a alteração para que, a partir
de 2013, os preços de venda ao público
dos medicamentos, em Portugal, sejam
comparados aos da França, da Eslováquia
e da Espanha. Atualmente, são utilizados
como países de referência
a Itália, a Eslovénia e a
Espanha.
(Fonte: IMS
Pharmaquery)
De acordo com os números publicados
pelo Sindicato Federal das Associações
Alemãs de Farmacêuticos, o governo
alemão foi bem sucedido na sua
tentativa de conter a despesa pública
com produtos farmacêuticos. Em 2011,
os reembolsos pagos pelas farmácias
atingiram um valor de 1,21 mil milhões
de euros, um aumento de 16,96% em
relação a 2010. Da mesma forma, os
reembolsos pagos pelos fabricantes,
em 2011, atingiram um valor de 2,28
mil milhões de euros, um aumento de
54,30% em relação a 2010. Os números
demonstram que os governos podem
impor cada vez mais controlos sobre
os preços dos produtos farmacêuticos
em situações em que os fabricantes
de medicamentos têm normalmente
cobrado o valor que o mercado consegue
suportar nos mercados desenvolvidos e
emergentes.
(Fonte: Business Monitor
International)
EPF Março 2013
03
EM FOCO
Seminário final de 2012 realizado em Roma
O EPF realizou o seu 4.º seminário do
ano nos dias 4 e 5 de Dezembro, em
Roma. Este seminário final do EPF de
2012 reuniu membros da organização
dos seus países membros para discutirem
questões importantes de todo o sector
farmacêutico. O evento de dois dias foi
aberto com boas-vindas de Andrew
Lane (Presidente do EPF), seguindose um discurso inaugural de Stefano
Dessena (Managing Director, Alliance
Healthcare Itália – armazenista associado
da Alliance Boots, em Itália), que
descreveu em linhas gerais o mercado
dos cuidados de saúde em Itália e os
sérios impactos das pressões económicas
que afetam o país. A seguir a Stefano,
Annarosa Racca (Presidente da
Federfarma – a associação nacional de
proprietários de farmácias, em Itália) fez
um discurso sobre o papel da farmácia em
Itália até aos dias de hoje.
Em seguida, os delegados ouviram os
representantes da GSK Europa, incluindo
Mike Connell (Vice Presidente e
Diretor Geral de Marcas Estabelecidas)
e o seu colega Joaquim Neukan (Vice
Presidente de Vendas e Estratégias de
Clientes). Ambos discutiram as perspetivas
das marcas de consumidores e os desafios
que as farmácias europeias enfrentam
em termos de marcas éticas; em seguida,
conduziram uma sessão de perguntas
e respostas que envolveu a audiência
em geral. Após esta sessão, Andrea
Mandelli (Presidente da Federação
italiana de farmacêuticos) descreveu a
evolução da profissão de farmacêutico.
No discurso final do primeiro dia, Ornella
Barra partilhou uma atualização sobre a
Alliance Boots Pharmaceutical Wholesale
Division. Ornella também falou sobre as
tendências do mercado até 2016, que
deverão incluir um baixo crescimento
e medidas de contenção orçamental.
Mencionou também a forma como
os mercados europeus estarão sob
pressão face ao crescimento dos países
emergentes. Ornella incentivou todos os
membros do EPF a serem pró-ativos e a
melhorarem o formato do próprio fórum
em 2013, e a anteciparem as tendências
do mercado.
No segundo dia, o seminário começou
com um feedback dos eventos do dia
anterior, fornecido por Andrew Lane.
Em seguida, a GSK realizou workshops
para os participantes sobre o apoio à
farmácia comunitária, destacando as
oportunidades proporcionadas pelo
trabalho com os stakeholders, novas
formas de trabalhar e a expansão do papel
do farmacêutico.
CONTACTOS
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Andrea Mandelli
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