Ao encontro do Desafio da Diversidade
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Ao encontro do Desafio da Diversidade
Volume 2, Número 1 Janeiro de 2016 Caros Membros, Feliz Ano Novo! Prevemos que o ano de 2016 será um grande ano para o AI uma vez que em 2015 podemos assistir a um interesse sem precedentes nos (e talvez até a uma obsessão pelos) princípios básicos que inspiram a missão do AI: aumentar a lealdade, transparência e responsabilização, e promover a diversidade na seleção de árbitros. A tendência tem sido verdadeiramente inequívoca. Em 2015, no Inquérito da Queen MaryWhite & Case, os participantes foram inquiridos sobre que as instituições poderiam fazer para melhorar a arbitragem internacional. Prevaleceu o tema “providenciar mais informação sobre a performance dos árbitros e aumentar a transparência sobre o processo de decisão das instituições em relação à nomeação de árbitros e pedidos de recusa”. Em sintonia com estas preocupações, as instituições e organizações arbitrais e adotaram uma série de reformas especificamente dirigidas à selecção de árbitros: o HKIAC anunciou um novo inquérito de satisfação para permitir às partes e advogados fornecer avaliações da performance da instituição e dos tribunais arbitrais; a ICC anunciou finalmente que passará a fornecer a fundamentação das decisões relativas a processos de recusa de árbitros; e o Centro de Arbitragem Comercial de Lisboa – Portugal (CAC) publicou os seus “Critérios para a nomeação de árbitros pelo Centro”, que foram implementados pela primeira vez. Em relação a estes temas, o Presidente da IBA, David Rivkin, reivindicou um “novo contrato” para clarificar os deveres dos árbitros e o Comité de Arbitragem da IBA propôs a criação de uma iniciativa de “lista negra” com publicação de dados sobre o tempo que os árbitros demoram a proferir as suas sentenças. O ano de 2015 também promoveu a agenda da diversidade e a necessidade de alargar o “pool” de árbitros. Várias instituições arbitrais publicaram as suas estatísticas que demonstram os seus esforços para nomear mulheres e árbitros de uma variedade de diferentes jurisdições. Entretanto, a “Arbitral Women” lançou um impressionante novo Guia denominado “Lidando com a Diversidade na Arbitragem Internacional” e a Freshfields está a liderar a implementação de um ambicioso novo Compromisso destinado a operacionalizar apoio para a diversidade de género nesta área. Estes desenvolvimentos dão um sinal da seriedade da comunidade arbitral em relação às reformas do processo de nomeação de árbitros. Ao criar uma “clearinghouse” de informação internacional sobre árbitros que emprega as últimas ferramentas e tecnologias de informação, o Arbitrator Intelligence aspira a fornecer soluções inovadoras e adaptadas ao mercado. Fundadora e CEO Ao encontro do Desafio da Diversidade Apesar da constante atenção, a falta de diversidade tem abundado entre os árbitros internacionais e o real progresso em direcção a uma maior diversidade tem sido lento e limitado. As percentagens aproximadas em relação a mulheres e árbitros fora da América do Norte e da Europa continuam a ser teimosamente baixas. Várias iniciativas importantes estão destinadas a apressar o lento progresso. Exemplos disso são o “Compromisso” liderado pela Freshfields e a Iniciativa da “Arbitral Women” (acima citada), bem como outras tal como a Iniciativa “Nivelando o Campo de Jogo” liderada pela Câmara de Comércio de Estocolmo (em conjugação com a Rede Sueca de Mulheres na Arbitragem). (continua na pág. 2) Sendo uma entidade sem fins lucrativos, o AI permanece fiel aos seus princípios fundacionais - equidade, transparência, responsabilidade e diversidade - livre de incentivos ou obrigações para com acionistas. Até à data, a AI tem operado principalmente na base do tempo e experiência oferecidos pelo seu Conselho de Direção, dos seus conselheiros e dos seus membros. Em 2015, o AI recebeu uma generosa doação da Penn State de US $ 50.000 (a mais de 2 anos) para ajudar a cobrir alguns custos, como a manutenção do site. Fundos adicionais são necessários para cobrir outras despesas essenciais, particularmente à medida que procuramos desenvolver os nossos recursos e torná-los disponíveis para a comunidade. Para o efeito, a AI está a candidatar-se à concessão de outras fontes de financiamento. Todas as sugestões ou ideias dos membros são muito apreciadas. O AI já recolheu aproximadamente 300 sentenças arbitrais inéditas e aproximadamente 1100 sentenças arbitrais e ordens processuais publicadas (principalmente provindas da arbitragem de investimento). Em derradeira análise, pretendemos reunir vários milhares de sentenças arbitrais, o que permitirá às partes analisar e comparar decisões de árbitros no passado. A maioria das sentenças arbitrais inéditas foram obtidas dos arquivos dos tribunais nas jurisdições onde é permitida a consulta pública dos processos judiciais. Em complemento dos arquivos judiciais, o AI encontra-se a abordar as instituições que publicam as suas sentenças arbitrais com omissão de referências às partes para que estas procedam à indicação dos nomes de árbitros de forma a que essas sentenças arbitrais possam ser acrescentadas à base de dados. Para contribuir com uma sentença arbitral, visite o nosso site ou escreva a [email protected] Page 2 (continuação da pág. 1) Estas e outras iniciativas relacionadas são meios importantes para chamar a atenção sobre a falta de diversidade, para explorar as suas causas e para pressionar para uma maior responsabilização entre os decisores. Mas a falta de diversidade é também, pelo menos a um determinado nível, o produto de particularidades estruturais que são endémicas do próprio sistema. Ser reconhecido como árbitro implica não só acumular nomeações arbitrais para adquirir a necessária perícia, mas também desenvolver uma reputação de possuir tal destreza. No entanto, é extremamente difícil desenvolver uma reputação quando a maior parte da informação a propósito da sua performance como árbitro é tratada como altamente confidencial e apenas partilhada por um “passa a palavra” entre poucas pessoas. Os aspirantes a árbitros não têm apenas de ser bons, mas também sortudos na lotaria da informação. O AI procura melhorar esta situação através da reunião de informação mais sistemática e neutral sobre árbitros e sobre a sua performance. Uma fonte de informação serão sempre as sentenças arbitrais de casos passados e outra será um inquérito de encerramento do processo, similar em alguns aspectos àquele que recentemente foi implementado pelo HKIAC (veja a história na página 1). Contudo, ao contrário de inquéritos feitos por uma instituição em particular, o AI planeia reunir informação provinda de todas as instituições participantes e tornar disponível essa informação sistematicamente reunida. Existem desafios significativos ao desenvolvimento de um inquérito que gere informação detalhada, precisa e confiável sobre a gestão de casos e sobre a performance dos árbitros em casos passados. Mas esse desafio será o principal foco de atenção do AI para o novo ano. Através da orientação do seu Conselho de Consultores e do Conselho de Pesquisa e Diversidade prestes a ser nomeado, esperamos lançar o inquérito em 2016. Iniciativas de Expansão Quando estiver totalmente desenvolvido, o AI não será uma base de dados estática ou uma plataforma online. Será ao invés um portal electrónico interactivo para uma rede global composta pelas partes e por advogados internos, instituições e organizações arbitrais, profissionais e árbitros, universidades e professores. Esta rede global é essencial para encontrar fontes, tais como sentenças arbitrais em processos judiciais pelo mundo fora e para assegura um elevado nível de resposta ao Inquérito quando este for lançado. Para desenvolver esta rede global, o AI lançará várias “Iniciativas de Expansão” dirigidas a alvos específicos, começanda pela América Latina, África e o Médio Oriente. O AI já nomeou vários “Embaixadores” para a “Iniciativa de Expansão Latino-Americana: André Rank de Vasconcelos (Brasil); Juan Ignacio Chacón (Chile), Salua Kamerow (Colômbia), Lenin Navarro-Moreno (Equador) e Frida Paola Altamirano Jiménez (México). Estes Embaixadores já identificaram vários potenciais parceiros em organizações, instituições e universidades que poderão ajudar a construir a rede do AI. Como parte da nossa Expansão, esta Newsletter está disponível no website em Espanhol, Português, Chinês e Árabe. Em 2015, os Conselheiros, Membros e até os observadores externos citaram o AI como uma importante inovação. Apenas nos últimos seis meses, o AI foi discutido e debatido em conferências por todo o mundo, incluindo São Paulo e Cataratas de Iguaçu, no Brasil; Nova Iorque; Zagreb, na Croácia; Nairobi, no Quénia; Seul, na Coreia do Sul; Oslo, na Noruega; Xi’na, na China; Londres, em Inglaterra; Los Angeles, na California; e Cidade do México, no México. Nesta última cidade, o “Young Institute of Transnational Arbitration (ITA)” entrevistou Abby Cohen-Smutney sobre os seus pensamentos relativos ao potencial de sucesso do AI e ela foi da opinião que a melhoria do processo de seleção de árbitros seria uma valiosa contribuição. Em 2015, o Arbitrator Intelligence foi apresentado na edição de lançamento do “Journal of Technology on International Arbitration (JTIA)”. No artigo, Patricia Shaughnessy, Professora da Universidade de Estocolmo, Conselheira do AI e membro do conselho editorial do “Journal”, entrevista Catherine Rogers, Fundadora e CEO do AI. A entrevista abordou a trajectória do AI, desde a sua criação aos desenvolvimentos recentes e aos planos para o futuro. Para ler esta entrevista na íntegra, basta cliquar aqui para descarregar. Os nossos quase 200 membros são a mais importante fonte de apoio. Para demonstrar o seu papel essencial, o grafismo do website do AI agora incorpora colagens rotativas com as caras dos nossos Membros. Precisamos de mais fotografias para criar mais colagens. Para contribuir com a sua fotografia, envie para: [email protected].