Conheça o perfil dos empreendedore

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Conheça o perfil dos empreendedore
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editorial
editorial
A hora e a vez do empreendedorismo
C
omo todos sabem empreendedorismo
é o principal fator que promove o desenvolvimento econômico e social de
uma nação. Identificar oportunidade
e transformá-las em negócios lucrativos são para
pessoas super especiais. O Brasil atualmente possui uma economia aberta e inserida no processo
de globalização. Somos a 6ª economia mundial,
prestes a ocupar o quinto lugar.
E o empreendedorismo é um dos vértices para
o crescimento da nação, pois a criatividade aliada
à perspectiva de oportunidade gera sucesso.
Com uma política de redemocratização é o
momento ideal para crescer, aproveitando o
novo espaço e ousar.
Durante muito tempo “não podíamos pensar,
não nos era permitido”. Devemos aproveitar os
tempos políticos atuais, pois eles nos favorecem e
um empreendedor necessita fundamentalmente
de liberdade, criatividade para construir seu negócio.
Não há idade para começar a empreender,
basta ter habilidade de ver e avaliar oportunidades e negócios, inovar no segmento escolhido é a
arte de obter êxito.
Se você pretende seguir no brilhante caminho
do empreendedorismo, saiba que uma pessoa
que empreende busca constantemente auto-realização. Não visando somente o lucro, pois isto
será o fruto natural de seu trabalho.
Ficar alerta é sempre um dever, pois deixar
passar uma oportunidade sem correr atrás dela
gera grande frustração.
Hoje em dia o Brasil aposta em cursos para
formar empreendedores. Existem pensamentos e
opiniões de economistas que o estudo deveria ser
colocado nas escolas a partir do ensino fundamental, pois assim reduziria o número de jovens
e adultos que acabam se individando por falta de
controle e administração do seu próprio capital.
Um empreendedor é uma pessoa totalmente
orientada para a ação, não basta somente ter boas
ideias mas precisa fazer acontecer. Uma forte característica do empreendedor é a motivação, a
capacidade de assumir riscos e calcular o que for
necessário para atingir seu objetivo.
Em qualquer empreendimento, o mais importante de um sistema de inovação é a atuação de
uma liderança. Em primeiro lugar, é a visão, do
segmento mercadológico que definirá a organização como um todo e percorrerá os trilhos da
inovação.
Nesta edição você estará em contato com empreendedores que pegaram a oportunidade e foram em direção ao alvo, obtendo sucesso.
São exemplos nacionais e internacionais que
se destacam em seu segmento, inovando, investindo, se arriscando porém vencendo. Um dos
segredos do sucesso é inovar com sustentabilidade em seu próprio segmento.
Na ocasião mostraremos os ganhadores do
Destaque Empresarial 2012, um prêmio que faz
jus ao esforço e ao trabalho do empreendedor em
questão. Oferecido pela Associação Comercial de
São Paulo, entidade que defende a livre iniciativa
e o empreendedorismo. Você leitor terá oportunidade de conhecer a trajetória de sucesso empresarial de cada um dos premiados.
Lino Almeida
Editor
4
Diretor Responsável
Lino Almeida
(MTB 40.571)
[email protected]
Jornalismo
Regina Elias
(MTB 40.991)
[email protected]
Edição de Textos
Cassiana Crisostemo de Almeida
Projeto Gráfico e Diagramação
Priscilla Lima
priss@bienemann
[email protected]
Assistente de Arte
Laércio Guerreiro de Souza Junior
[email protected]
Departamento Comercial
Marina Crisostemo
Circulação e Assinatura
Daniela Crisostemo de Almeida
Redação
Rua Banco das Palmas, 349 - cj. 03
Santana - Sãp Paulo - SP
CEP 02016-020
tel: (11) 2978-8500 / 2959-1784
Produção e Acabamento
Global News Editora
índice
índice
EMPREENDEDORISMO
Como criar um ambiente
favorável para o
empreendedorismo?
ERA DA TECNOLOGIA
COM INOVAÇÃO
A internet 4G vem aí.
Mas o que preciso saber
sobre ela?
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EMPREENDEDORES
TRABALHANDO
PELO BRASIL
Empreendedores Tops de
2012 recebem destaque da
Associação Comercial.
As matérias assinadas refletem o ponto de
vista de seus autores, isentando a direção
desta revista de quaisquer responsabilidades provenientes das mesmas. A empresa
esclarece que não mantém nenhum vínculo empregatício com qualquer pessoa
que conste neste expediente. São apenas
colaboradores da revista. É vetada a reprodução parcial ou integral do conteúdo
desta revista sem autorização expressa do
Diretor Responsável.
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SUSTENTABILIDADE
Os especialistas em
sustentabilidade ajudam a
fortalecer os negócios.
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EMPREENDEDORISMO
COMO CRIAR
UM AMBIENTE
FAVORÁVEL PARA O
EMPREENDEDORISMO?
U
m dos fatores mais importantes da empresa inovadora
é delegar autonomia aos funcionários. No modelo antiquado, predominante até poucas décadas
atrás, o perfil de gestão era centralizador,
seus líderes concentravam poder por autoridade e estimulavam o comportamento passivo de seus subordinados, controlados ferozmente.
Já os melhores líderes, num conceito
mais moderno, atuam vigorosamente ao
definir caminhos, fazer escolhas e priorizar investimentos para conduzir a organização rumo a um futuro brilhante.
Para dar suporte ao crescimento, com
atenção às mais variadas oportunidades
e com ótima capacidade de transformar
ideias criativas em projetos de novos negócios, essas corporações se estruturam
em organizações específicas para atuar
em mercados bastante distintos, conferindo a responsabilidade pelos negócios
a um grande time de líderes.
A 3M organiza-se atualmente em seis
grandes Grupos de Negócio – Indústria
& Transporte, Saúde, Segurança, Consumo & Escritório, Elétricos & Comunicação e Comunicação Visual -, por onde
se distribuem 4- business units com alto
nível de independência.
A brasileira Votorantim também se
baseia em torno de três grandes segmentos. Na área industrial, há estruturas para
desenvolver os negócios de cimento, mineração e metalurgia, siderurgia, papel
e celulose, suco de laranja e autogeração
de energia; no mercado financeiro, há o
banco, a financeira, a gestão de ativos,
operações de leasing e corretora; em novos negócios, investiu-se em atividades
de biotecnologia, pesquisa mineral e química.
O presidente da 3M e seu corpo de
diretores sabem que não poderão liderar
pessoalmente todos os negócios, não serão capazes de desenvolver todas as estratégias vencedoras e conceber todas as
novas ideias para o crescimento dos negócios. Em nossa empresa, na qual esse
tipo de estrutura organizacional vigora
desde a década de 1940, a regra sempre
foi delegar responsabilidades e autonomia aos funcionários, inspirados no
exemplo dos líderes dos tempos heroicos das primeiras décadas. Dessa forma,
cria-se um amplo espaço para a atuação
de intraempreendedores nas dezenas de
áreas de negócio e surgem a todo o momento oportunidades para novas lideranças que desejam fazer a diferença.
Uma ferramenta formal muito poderosa para fortalecer essa orientação à
inovação é a nossa Avaliação Anual de
Desempenho. Ao final do ano, todos os
funcionários da 3M são avaliados por
um grupo de pessoas com base em certos atributos. Pelo menos dois deles se
referem diretamente à atitude empreendedora e à capacidade de interpretação
da realidade, de fora para dentro, com
proximidade do mercado para visões
originais que agreguem valor ao negócio.
Dessa forma, criase um amplo espaço
para a atuação de
intraempreendedores
nas dezenas de áreas
de negócio e surgem
a todo o momento
oportunidades para
novas lideranças
que desejam fazer a
diferença
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divulgação
INCENTIVO AO
EMPREENDEDORISMO
Toda empresa inovadora almeja que seus
funcionários sintam-se estimulados a colaborar com o crescimento da organização,
não somente executando tarefas definidas, mas usando sua energia para propor
ideias, sugerindo novos caminhos para os
negócios, aperfeiçoando processos, solucionando problemas. O início é realmente
conceder autonomia. Os talentos da companhia devem estar plenamente cientes dos
objetivos, valores, políticas e outros aspectos importantes do ambiente de negócios da
empresa.
Com esse ambiente de liberdade e autonomia, líderes empreendedores se fortalecem
e, motivados por um propósito, concebem
ideias e experimentam possibilidades, dando abertura para as inovações.
Esse comportamento caracteriza o intraempreendedorismo, um conceito que passou
a ser mais estudado no final da década de
1970 por acadêmicos como Gifford Pinchot, autor do livro-base para os primeiros
cursos sobre o assunto que começaram a ser
ministrados no Brasil especialmente a partir dos anos 1990, e que tentou responder
a uma grande pergunta: como uma organização consegue cultivar um ambiente e
fortalecer uma cultura favoráveis ao intraempreendedor?
Na prática, sabemos que é algo muito difícil de implementar, pois líderes desqualificados, teias burocráticas, inexistência de
propósitos e tantos outros obstáculos costumam emperrar o potencial máquina de
inovação.
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EMPREENDEDORISMO
Empreendedorismo
se ensina na escola
O Brasil ainda deixa de criar novas potências empresariais
por outra razão: falta de preparo e, podemos até dizer,
carência de perspectivas da mão de obra nacional
A
redemocratização política e a
consequente abertura da economia brasileira ao mercado
estrangeiro já completaram
mais de 20 anos. O Produto Interno Bruto cresceu exponencialmente neste período e milhares de pessoas ascenderam
socialmente. Mas, embora as instituições
brasileiras tenham conquistado crescimento e solidez - sejam elas políticas,
econômicas ou educacionais - pouco se
fez para destravar as rédeas burocráticas
e culturais que impedem o surgimento
de novos negócios no País. Prova disso é
a alarmante 121ª colocação ocupada pelo
Brasil em classificação global no ambiente empresarial realizada pelo Banco
Mundial em 2012. De acordo com a lista,
é mais fácil empreender num país como
Serra Leoa (África), que ocupa a 76ª posição na classificação e cujas famílias lutam para garantir o alimento de cada dia,
do que no Brasil, a 6ª maior economia do
mundo.
O ambiente institucional brasileiro
é, com certeza, um empecilho para a
criação de novos negócios em todas as
esferas: municipal, estadual e federal. O
empreendedor se depara com a exigência
de um número excessivo de documentos, vultosos pagamentos de impostos,
dificuldade na obtenção de licenças. E,
como se não bastasse, o Brasil ainda deixa de criar novas potências empresariais
por outra razão: falta de preparo e, podemos até dizer, carência de perspectivas
da mão de obra nacional. Alguns argu-
mentariam que o problema gira em torno dos baixos investimentos públicos em
educação. Não é o caso. A União destina
o equivalente a 5,8% do PIB à educação
- padrão perto do adequado, segundo a
UNESCO - , com meta de, nos próximos
cinco anos, elevar o gasto a 7%. A questão, portanto, está na má administração
dos recursos. E a educação pública elementar é um reflexo disso: no ensino
básico - que compreende ensino infantil,
fundamental e médio -, o investimento
por aluno é de apenas R$ 3.580, enquanto que, no ensino superior, a cifra sobe
para R$ 17.972, de acordo com dados do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Com o objetivo de identificar e desenvolver empreendedores em todas as esferas socioeconômicas, a JBS criou a escola
Germinare. Trata-se de uma escola gratuita subsidiada por recursos privados,
que visa a estimular e aguçar o espírito
empreendedor entre alunos do ensino
fundamental e médio. A expectativa é
mudar um cenário registrado por uma
pesquisa realizada pela Endeavor, em
que o brasileiro aparece como o típico
‘baixo sonhador’. Entre os Brics, o Brasil
é, de acordo com o levantamento, o país
que tem a segunda pior expectativa em
relação aos seus próprios negócios.
Por isso, a Germinare, que em 2013
completa quatro anos, mostra como tem
cumprido um papel importante, ainda
que incipiente, na mudança desta cultura. Localizada na Zona Oeste de São
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EMPREENDEDORISMO
Paulo, famílias de todas as classes têm
acesso ao ensino da Germinare. Isso por
meio de um rígido processo de admissão,
coordenado pela consultoria Primeira
Escolha - a mesma que prepara a seleção
de alunos para o Insper -, composta por
entrevista pessoal com uma equipe multidisciplinar, dinâmicas em grupo, testes
de conhecimento acadêmico e análise do
potencial cognitivo do ingressante.
A proposta pedagógica da escola é
sua principal ferramenta na difusão dos
conceitos do empreendedorismo. Ao
mesmo tempo em que contempla o currículo tradicional exigido pelo Ministério da Educação, a Germinare incorpora
em sua grade de disciplinas, da menor à
maior série, matérias como introdução
ao mundo dos negócios, educação para
o consumo e matemática financeira. O
intuito básico é colocar os alunos diante dos desafios reais da vida profissional,
em projetos que instigam o espírito de
liderança. O período de aula é integral,
10 horas diárias, e, além de ser utilizado
para o debate de assuntos relacionados
ao empreendedorismo na sala de aula,
propicia o contato entre estudantes e empresas, a partir de visitas a unidades de
produção.
Não à toa, a dificuldade do Brasil em
empreender está ligada não só a um am-
biente institucional e regulatório ainda
pouco desenvolvido e à formação técnica
ainda deficiente da sua força de trabalho,
mas, sobretudo, à falta de confiança das
pessoas em suas próprias ideias. A grande questão é que não podemos tratar essa
série de entraves de formas distintas. Todos têm um mínimo múltiplo comum:
a educação básica. É nesse setor que os
valores do empreendedorismo e liderança devem ser transmitidos e reforçados
desde cedo. Isso já acontece na Germinare e pode ser replicado em outras tantas
instituições de ensino. Afinal, uma economia do porte da brasileira já não aceita
mais remendos e curativos.
divulgação
Bielefeld School,
na Alemanha:
Empreendedorismo se
aprende desde cedo.
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EMPREENDEDORISMO
EMPREENDEDORISMO,
DINHEIRO X PLANO DE
NEGÓCIO - UM ENCANTO OU UM
DESENCANTO?
V
ivemos em um mundo totalmente capitalista, onde
creio que a maioria concorda comigo, as razões em que
descrevo esta afirmação, é em virtude de
ser Acadêmico de Administração com
ênfase em Empresas, e na perspectiva
de se colocar em prática daquilo que
aprendo na teoria em sala de aula, nos
Banco da Universidade. E com certeza
aumentar meu rendimento familiar e
ajudar a manter-me no meu dia-a-dia.
Certa vez, no 5° semestre o Prof° Ismael,
onde ministrava a matéria de Empreendedorismo e Liderança, adotou um livro
para que fosse lido e fizesse uma resenha
sobre o assunto, o livro foi: “O Segredo
de Luisa”. Uma Ideia, Uma paixão e um
Plano de Negócios: Como Nasce o Empreendedor e se cria uma empresa de
Fernando Dolabela e editado pela Editora – Cultura Editores Associados. Lendo
o Livro, fiquei empolgado, pois no seu
conteúdo o livro, nos orientava que para
se criar uma empresa o mais importante
é um ótimo Plano de Negócio e um excelente Projeto e que dinheiro não era tão
importante e se possível, procurasse uma
parceria, como por exemplo: o SEBRAE.
Até ai tudo bem: Elaborei um bom Plano
de Negócio, um excelente Projeto e procurei o SEBRAE, chegando lá fui orientado pelo consultor em fazer um projeto e
uma (análise de mercado) que é o plano
de negócio, pois se não tivesse isto, seria
impossível concluir esse empreendimento, e se fosse o caso eles fariam e teria que
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EMPREENDEDORISMO
divulgação
pagar uma taxa, falei que o meu objetivo principal de procurar o SEBRAE era
conseguir recurso, isto é Capital para a
conclusão do projeto, pois o mais já estava providenciado, isto é, Projetado,
analisado e o mais importante aprovado.
No entanto o consultor nada pôde fazer,
ai fiquei me perguntando. Como que o
Dinheiro não é importante? No momento, não concordei sobre o livro, em descrever que o dinheiro não é importante
para um empreendimento, concordo
que o objetivo maior de um empreendimento é o Plano de Negócios. O Plano
de Negócios por nós desenvolvidos não
representa somente um instrumento de
planejamento formalizado em um papel.
O Plano de Negócios deve, sim estar integrado a toda a empresa, difundindo e
retroalimentado permanentemente com
as informações de seu conteúdo no livro
bem apresentado que possam contribuir
para o sucesso organizacional. E que o
planejamento também deve ser flexível a
novas realidades, adaptável a novos paradigmas, sob pena de tornar-se um instrumento ultrapassado e não efeito. Já no
6° semestre na matéria de filosofia, matéria ministrada pelo Prof° Paulo Neto,
onde na aula em que o tema foi o Problema Linguístico ou Filosofia da Linguagem pude refletir algo. Creio que todos
já viram ou ouviram falar desta frase: “O
dinheiro é a mola que move o mundo!”.
Certamente são poucos os que com ela
não concordam. Ela sintetiza com precisão o que o dinheiro representa no mundo de hoje, apesar de incompleta. Sim,
incompleta, pois o dinheiro não apenas
move o mundo, mas é também para a
maior parte das pessoas o foco principal
de seus pensamentos e seu objetivo de
vida mais elevado. Para angariar dinheiro elas sacrificam a saúde e seu precioso
tempo terreno, forjam e destroem amizades, são capazes de mentir, ludibriar,
roubar e até matar. Tudo pelo dinheiro.
Por ter a humanidade elevado com tanto
afinco esse bezerro de ouro a um lugar
de honra, ao ponto mais alto do seu altar de idolatrias, o descalabro econômico
que atinge a Terra torna-se agora um dos
mais pesados golpes do Juízo. A instabilidade econômica mundial traz convulsão
social, crise de governabilidade, medo
e, principalmente, insegurança. A ânsia desmedida pelo dinheiro é mais um
sintoma do domínio do intelecto sobre
o espírito. Como aquele provém da matéria, só tem capacidade de reconhecer e
dar valor àquilo que é material. E o dinheiro é o instrumento capaz de realizar
o sonho de todas as pessoas dominadas
pelo seu intelecto: acúmulo ininterrupto
de bens e riquezas terrenas. Uma grande
parte ainda dessas pessoas luta apenas
pelo dinheiro, unicamente para possuí-lo, sem sequer desfrutar das coisas que
ele pode comprar e muito menos utilizá-lo em prol do bem comum. Terríveis são
os efeitos retroativos desse ápice de egoísmo. Toda a segurança que tolamente
imaginam dispor pela posse do dinheiro transformar-se-á em pó de uma hora
para outra. Como seria então a maneira
correta de se relacionar com o dinheiro?
Uma grande e inflexível lei perflui toda a
Criação e assim também esta nossa pequena Terra de matéria grosseira: a Lei
da Reciprocidade ou Lei de Retorno. Entre outros efeitos, essa lei estabelece que
em tudo tem de haver equilíbrio. Dar e
receber em contínuo movimento. Onde
não houver paridade absoluta entre o
dar e o receber, lá não pode haver harmonia. Pode-se dizer que a exigência de
se manter o equilíbrio em todas as coisas é igualmente uma lei, assim como é
também uma Lei da Criação a necessidade de se manter o movimento dentro
dela. Ambas as leis, a Lei do Equilíbrio e
a Lei do Movimento, estão inseridas na
Lei da Reciprocidade, fazem parte dela.
O ser humano é transpassado por uma
Força que o permite viver. Essa Força é
neutra, e pode ser dirigida tanto para o
bem como para o mal. Através de seus
pensamentos, palavras e ações, ele tem o
poder de dirigir a Força, recebendo para
si mesmo depois de um certo tempo,
através da Lei da Reciprocidade, tudo o
que ele próprio formou com essa Força
neutra a ele doada. A única coisa que separa você de começar um novo Negócio
é o fato de que você ainda não tenha tentado “A Persistência e a Decisão é muito importante”. No entanto, temos que
continuar com nossos sonhos para que
eles se tornem realidade. José Valdeci de
Souza Martins Acadêmico do Curso de
Administração com Ênfase em Empresas. Instituto Campo Grande de Ensino
Superior - ICG
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EMPREENDEDORISMO
LIBERDADE, IGUALDADE E
INOVAÇÃO SÃO AS FORÇAS
DO EMPREENDEDORISMO
Visão de futuro e planejamento têm se mostrado fundamentais para
as empresas que conseguem se manter por décadas em evidência
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EMPREENDEDORISMO
A
sede da 3M em Sumaré, interior paulista, está em obras.
Novos laboratórios serão
construídos. Outros, ampliados. Até o refeitório está parcialmente
fechado para que sua capacidade seja
duplicada. As mudanças são motivadas
pelos resultados animadores dos últimos
anos – e pelos planos ambiciosos para os
próximos. Recentemente, a filial brasileira conseguiu atingir uma meta difícil: fazer com que 30% das receitas viessem da
venda de produtos lançados há, no máximo, cinco anos. A ordem agora é chegar
aos 40% até 2017. “Temos todas as condições de abreviar este prazo, atingindo
a meta ainda em 2015”, diz José Varela,
presidente da 3M no país.
O otimismo tem fundamento. Nos
últimos anos, a 3M aumentou consideravelmente esse índice – considerado uma
das mais eficientes medidas do poder de
inovação de uma empresa. Em 2006, por
exemplo, a participação dos produtos
recém-lançados em seu faturamento não
passava de 9%. O crescimento vigoroso é
fruto da combinação de uma cultura corporativa flexível pouco hierárquica com
o atual momento da economia brasileira.
Em outras palavras: de uma gestão inovadora com as circunstâncias. Este casamento fez com que a 3M do Brasil se
transformasse em uma das cinco maiores
do grupo, algo que provoca duas situações complementares. A primeira é que
a filial receberá cada vez mais atenção
da matriz (leia-se recursos). A segunda é
que será cada vez mais cobrada por essa
atenção. “Os acionistas estão investindo
pesado aqui e vão querer retorno”, diz
Varela.
A 3M acaba de desenvolver um filtro
de água para a Petrobras utilizar na exploração do pré-sal. O produto é mais
leve e tem uma vida útil 50% maior do
que as soluções existentes no mercado.
Outra novidade no Brasil é um aparelho
ortodôntico fixo que dispensa o uso daquelas borrachinhas coloridas. Os usuários de aparelhos agradecem. A matriz
também aplaudiu a iniciativa da Filial
de trocar todas as fachadas das antigas
agências do Banco Real pelas do Santan-
der. Nesse projeto, a empresa não só vendeu os painéis luminosos como também
lucrou ao oferecer ao banco o gerenciamento do serviço de troca desses painéis
– terceirizando a tarefa para alguns de
seus parceiros comerciais.
TODOS POR UM
Esses produtos só viraram realidade
porque as ideias dos funcionários da 3M
brasileira foram partilhadas com os colegas do México, China e Estados Unidos.
É o modelo de inovação participativa,
que agiliza o processo de transformação de ideias em produtos ou serviços.
Um ajuda o outro e assim o projeto vai
tomando corpo (basta passar a mão no
telefone, mandar um e-mail ou uma
mensagem pela intranet para qualquer
departamento, em qualquer parte do
mundo). “Para trabalhar aqui, a pessoa
precisa gostar mesmo de trabalhar em
grupo. Nesta companhia, ninguém faz
nada sozinho”, afirma Christopher Olson, um americano PHD em química
que é diretor técnico no Brasil.
Trabalhar em equipe e buscar sempre o pioneirismo- em qualquer área – é
Uma filosofia que acompanha a 3M desde a sua fundação. Ajuda e muito nessa
tarefa a prática de deixar os empregados
usarem 15% do seu tempo para pensar
em inovações, e a política de destinar ao
menos 5%do faturamento para pesquisas, Foi assim que a empresa inventou a
fita crepe, o Post-it, o líquido impermeabilizante, a esponja dupla face
A cultura inovadora da empresa está
intimamente ligada a William L. McKnight, que comandou a empresa (como
CEO e depois chairman), entre 1929e
1966. Numa época em que empresa eficiente era aquela que controlava e supervisionava de perto os funcionários,
McKnight veio com uma conversa diferente. Sua regra básica de gestão era delegar responsabilidade e encorajar homens
e mulheres (sim, ele já estava atento ao
papel delas no mercado de trabalho) a
ter iniciativa própria. Sabia, porém, que
dar autoridade às pessoas implicava correr riscos e tolerar erros. “A gestão que
faz críticas destrutivas aos erros mata a
iniciativa”, dizia. O ideário de liberdade
criativa de McKnight se espalhou como
um vírus pela 3M. E fez dela uma das
companhias mais inovadoras do planeta
Inovar não significa apenas fazer algo
radicalmente novo. É possível ser inovador renovando um processo, restaurando
uma ideia ou dando um uso diferente a
algo já existente. Na Basf, esse olhar amplificado sobre o processo de inovação
é resumido por uma iniciativa chamada
“Copywith Pride”. Pois é.Uma das maiores indústrias químicas do planeta não
só não vê mal algum em copiar, como
estimula seus funcionários a replicar
em seus departamentos inovações feitos
por outros colegas. O objetivo é tomar
o processo de inovação mais eficiente e,
por isso mesmo, não vale simplesmente
copiar uma ideia exitosa. É preciso melhorá-la e adaptá-la.
Esse processo também faz com que os
funcionários estejam sempre de olho em
tudo o que acontece na empresa, afinal,
nunca se sabe onde vai aparecer uma boa
ideia. As trocas podem acontecer não
só entre pessoas de diferentes departamentos, mas também de outros estados
do Brasil e até países. A comunicação
interna da Basf ajuda nessa empreitada,
divulgando as inovações para toda a empresa. Na 3M, onde 30% do faturamento
vem de produtos lançados, no máximo,
. há cinco anos, o processo para se chegar a uma inovação existe, mas ele não
está escrito em nenhum manual e nem
tem um passo a passo a ser seguido pelos funcionários. Cada um escolhe como
desenvolver sua ideia. Assim que alguém
pensa em algo novo, começa a se mexer
imediatamente para dar corpo a essa novidade. Se precisar de ajuda, pode entrar
em contato com quem quiser. “Há quem
prefira ligar para o colega. Outros preferem usar o e-mail. Há quem use o Skype
ou então um dispositivo interno que temos de troca de mensagens”, diz Christopher Olson, diretor técnico da empresa.
O que importa, no fim das contas, é fazer
a ideia virar um projeto e esse projeto virar um novo serviço ou produto.
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divulgação
Como se faz gente que faz um
empreendedor
David Cohen
Sim, é possível formar empreendedores. Investir nisso é
bom para o país, bom para as empresas e bom para você
“Vocês sabem o que é felicidade?”, pergunta o professor Jeffry Timmons a uma
turma de 40 empresários, altos executivos e acadêmicos no colégio de Babson,
uma linda faculdade de negócios na periferia de Boston, conhecida como o maior
centro de ensino de empreendedorismo
dos Estados Unidos. Os alunos, gente
como Richard Teerlink, ex-presidente da
Harley-Davidson, respondem em coro:
“Felicidade é um fluxo de caixa positivo!”
Essa turma está assistindo a um seminário de cinco dias para formar professores de empreendedorismo, que vão
dar aulas em faculdades dos Estados
Unidos, da Europa, da Ásia e da América
Latina. Boa parte é de gente que já ficou
rica e agora quer passar sua experiência
para a frente. Eles querem saber a melhor maneira de ensinar. Mas ensinar a
empreender?Para quê?
Há poucas dúvidas, hoje, de que uma
sociedade com mercado livre é capaz de
produzir mais riqueza. Mas há uma condição primordial para que isso aconteça,
uma característica sem a qual o mercado
mais livre pode se tornar o menos aproveitado de todos: gente. Sem pessoas
capazes de criar e aproveitar oportunidades, melhorar processos e inventar negócios, de pouco adiantaria ter o mercado
mais livre do mundo.
Não são só os empregos. Diferenças
no nível de atividade empreendedora
podem ser responsáveis por um terço
da variação do crescimento econômico
de um país, segundo um estudo feito em
dez países pelo Global Entrepreneurship
Monitor, um grupo de pesquisa formado
pelo Babson College e pela London Business School. Mais: estudos da Fundação
Nacional de Ciências e do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, nas
décadas de 80 e 90, concluíram que metade de todas as inovações e 95% das inovações radicais no mundo dos negócios
desde o fim da Segunda Guerra Mundial
vieram das pequenas empresas.
Pequenas que, bem entendido, muitas vezes se tornam grandes. Na década
de 60, a lista das 500 maiores empresas
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EMPREENDEDORISMO
americanas da Fortune tinha menos de
dez substituições a cada ano. No final dos
anos 80, o número de novatas triplicou.
Atualmente, o clube das 500 vem trocando um terço dos seus sócios a cada três
ou quatro anos.
Em resumo: o espírito empreendedor é um dos fatores essenciais para aumentar a riqueza do país e melhorar as
condições de vida de seus cidadãos. Essa
afirmação leva imediatamente a duas
questões. A primeira: o que é espírito
empreendedor? E a segunda: é possível
ensinar uma pessoa a se tornar empreendedora?
Quem de forma mais clara definiu a
figura do empreendedor e sua importância para a economia capitalista foi o economista austríaco Joseph Schumpeter.
No livro Capitalismo, Socialismo e Democracia, escrito em 1942, Schumpeter
define a função do empreendedor como
a de “reformar ou revolucionar o padrão
de produção pela exploração de um invento, ou, mais geralmente, de uma possibilidade tecnológica não testada, para
produzir um novo bem ou produzir um
velho bem de uma nova forma”.
Espírito empreendedor, portanto, não
é simplesmente a coragem de abrir um
negócio. Ele está intimamente ligado à
inovação, ao crescimento, à exploração
de uma brecha que ninguém mais viu. É
isso que amplia as possibilidades de uma
economia.
A maior parte das empresas não se
encaixa na definição de espírito empreendedor de Schumpeter. Segundo uma
sondagem feita em 1997 nos balcões do
Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas), 32% dos
novos empresários decidiram abrir seu
negócio porque estavam desempregados
ou insatisfeitos no emprego - um motivo
legítimo, mas insuficiente para denotar
o espírito empreendedor. Outra forte
razão para abrir uma empresa (também
32%) foi “ter tempo disponível.
Pode ser. Mas hoje há muito mais
gente propensa a ter negócio próprio, diz
Ofélia Torres, professora de empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, de
São Paulo. “Primeiro, porque as empresas são menos estáveis; em segundo lugar, porque há muito mais estresse hoje
nos cargos executivos, o que mina a atratividade da carreira como empregado; e,
no caso brasileiro, porque há muita atra-
ção pela criatividade”, diz Ofélia.
Isso quer dizer que a disposição para
empreender pode ser substancialmente
alterada pelo meio ambiente. Mas essa
disposição, embora essencial, não é suficiente para a formação do espírito empreendedor, tal como é encarado hoje:
uma forma de ver o mundo, aliada a um
conjunto de técnicas e conhecimentos,
que permite enxergar oportunidades e
atuar de forma a obter resultados.
Isso nos leva diretamente à segunda questão. É possível ensinar alguém a
ser empreendedor? Uma das maneiras
de responder a essa pergunta é com outra pergunta, formulada pelo consultor
Fernando Dolabela: “É possível ensinar
alguém a ser empregado?” Dolabela é
autor do livro Oficina do Empreendedor
(editora Cultura) e criador de um método de ensino de empreendedorismo já
utilizado em mais de 200 estabelecimentos de ensino, incluindo departamentos
de informática e administração de universidades de ponta, como a UFMG e a
FGV paulista.
Dolabela explica os descaminhos do
ensino com um exemplo caseiro. Numa
reunião na escola de sua filha Fernanda,
de 4 anos, a professora exibiu orgulhosa
o progresso da menina, mostrando que
em seis meses ela aprendera a fazer seus
desenhos sem ultrapassar as linhas que
delimitam o espaço para desenho. “Daqui a 20 anos, vou ter de gastar uns 30
000 dólares num MBA para ela reaprender a ultrapassar as linhas que limitam
seu espaço”, diz Dolabela. É basicamente
isso que se faz no Babson College.
32% dos novos
empresários decidiram abrir seu negócio
porque estavam
desempregados ou
insatisfeitos no
emprego - um motivo
legítimo
As lições de Babson
P
ois a aposta se pagou: a formação de empreendedores virou
uma febre nos Estados Unidos.
No ano passado, mais de 1 100
faculdades americanas ofereceram cursos de empreendedorismo. Em mais de
30 Estados do país, cursos desse tipo
vêm sendo oferecidos para crianças e
adolescentes, e oito deles já aprovaram
legislação requerendo que as escolas de
ensino primário e secundário incluam
essa matéria em seu currículo. Até a Escola de Negócios da veneranda Universidade Harvard, a 40 minutos de carro
de Babson, está reorganizando seu currículo de MBA para apostar na formação
de empreendedores: a cadeira de Administração Geral, carro-chefe da escola,
foi substituída este ano por uma que se
chama O Administrador Empresarial. (A
mudança de Harvard é provocada pelos
novos tempos: no ano passado, mais de
um quarto das cadeiras optativas escolhidas pelos alunos eram do Departamento de Empreendedorismo, que nos
anos 80 oferecia apenas duas matérias.)
Mas esse ensino funciona? Bill Gates,
talvez o maior símbolo de empreendedor
deste fim de século, não cursou MBA.
Ao contrário, largou a faculdade para
fundar a Microsoft. Jeffry Timmons, responsável pelo programa Price-Babson de
formação de professores de empreendedorismo, tem uma resposta na ponta da
língua: “Se você está me perguntando se,
num curso de 40 horas de aula, num semestre, eu posso transformar um aluno
médio no equivalente corporativo a um
Picasso ou um Beethoven, acho que nós
dois sabemos a resposta”.
O que aprendem, então, os 3 500 alunos de Babson? “Não estamos tentando
ensinar a melhor maneira de fazer negócios, e sim as melhores maneiras”.
15
EMPREENDEDORISMO
Mitos sobre empreendedores
MITO - 1
Empreendedores
nascem feitos.
MITO - 2
Qualquer um pode
começar um negócio.
MITO - 3
Dinheiro é o fator mais
importante para montar
uma empresa.
Realidade: Embora empreendedores
nasçam com uma certa inteligência,
vontade de criar e energia, sua formação depende da acumulação de
habilidades relevantes, experiência e
contatos.
Realidade: Pode. Sobreviver e florescer é que são elas. Empreendedores
que entendem a diferença entre uma
ideia e uma oportunidade e pensam
grande têm mais chances de ser bem
sucedido.
Realidade: Se as outras peças e o talento estão no lugar, o dinheiro virá.
Dinheiro é como pincel e a tinta para
o pintor – materiais que, nas mãos
certas produzem maravilhas.
MITO - 4
MITO - 5
MITO - 6
Empreendedores não têm
chefe e são completamente
independentes.
Realidade: Todo mundo é chefe do
empreendedor: seus sócios, investidores, clientes e comunidade. Mas os
empreendedores podem escolher as
exigências que vão atender, e quando.
Empreendedores devem ser
jovens e cheios de energia.
Realidade: Essas qualidades podem
ajudar, mas idade não é barreira. O
que é crítico é possuir o conhecimento relevante, experiências e contatos
que facilitam reconhecer e agarrar
uma oportunidade.
MITO - 7
Empreendedores são
jogadores.
Realidade: Os empreendedores mais
bem-sucedidos são líderes que constroem grandes equipes e ótimos relacionamentos com pares, direitos,
investidores, clientes, fornecedores e
outros.
Qualquer empreendedor com
uma boa ideia pode atrair
investimento de risco.
Realidade: Nos Estados Unidos, apenas entre 1 e 3 de cada 100 empreendedores com boas ideias conseguem
atrair capitalistas de risco.
Realidade: Alguns mais, outros não,
depende da area de atuação do empreendedor em questão.
MITO - 8
Empreendedores são
lobos solitários.
MITO - 9
Empreendedores trabalham
mais do que executivos de
grandes companhias.
Realidade: Empreendedores bem-sucedidos calculam muito bem os
riscos. Eles tentam influenciar o jogo
de probabilidades, frequentemente
atraindo outros para dividir os riscos
com ele.
MITO - 10
Empreendedores querem o
show todo só para eles.
Realidade: Privilegiar o próprio ego
coloca um teto nas possibilidades de
crescimento. Os melhores empreendedores geralmente sabem construir
um time, uma organização, uma companhia.
MITO - 11
Empreendedores sofrem um
estresse tremendo.
Realidade: Não há evidência de que o
empreendedor sofra mais estresse do
que outros profissionais com muita
responsabilidade. A maioria dos empreendedores, ao contrário, acha seu
trabalho muito satisfatório.
16
EMPREENDEDORISMO
divulgação
A Experiência brasileira
A
pesar de ainda embrionário,
o ensino de empreendedorismo vem crescendo muito no
Brasil. A adoção do método
de formação de empreendedores criada
pelo consultor Fernando Dolabela é um
exemplo. Outro exemplo é o programa
Brasil Empreendedor, lançado pelo governo no ano passado, cuja a meta é capacitar mais de 2 milhões de empresários
(embora seja um curso de apenas 16 horas, é um primeiro contato com o assunto: cerca de metade dos capacitados pelo
Sebrae tem se inscrito em novos cursos,
segundo o gerente de estudos e pesquisas
Araguacy Affonso Rego).
Também a chegada de investidores
estrangeiros está multiplicado o número
de incubadoras de empresas e cursos de
empreendedorismo nas universidades
(havia 2 incubadoras no país em 1988, 27
em 1995 e hoje há mais de 100). Uma das
melhores experiências brasileiras é da
PUC do Rio de Janeiro. Sua incubadora
já formou 9 empresas, e tem 24 em gestação. “Sete dessas empresas que saíram
são do tipo que nós queremos incentivar:
querem crescer, têm faturamento médio
de 80mil a 1 milhão de reais/ano e média de 20 funcionários”, diz José Alberto
Sampaio Aranha, responsável pelo programa. A mais bem-sucedida é a MHW,
que vende o universite, um software de
educação a distância. A empresa virou
parceira da Microsoft, tem escritório nos
Estados Unidos e recebeu investimento
de 12 milhões de dólares. Outra empresa saída do projeto Gênesis, a PUC, é a
Pipeway, inventora de um robozinho que
ganhou concorrência para a inspeção de
3.000 quilômetros do gasoduto Brasil
Bolívia. A PUC tem hoje três cadeiras de
empreendedorismo, eletivas. Elas serão a
espinha dorsal de uma coordenação de
empreendedorismo que deve atingir todos os cursos da universidade.
divulgação
17
EMPREENDEDORISMO
divulgação
STEVE JOBS
Conheça o perfil dos emp
R
STEVE JOBS
ivais no mundo dos negócios e semelhantes
no universo da inovação, Bill Gates e Steve
Jobs construíram dois grandes impérios, Microsoft e Apple, respectivamente. Apesar de
enfoques distintos, os visionários se tornaram referência como empreendedores e fizeram das empresas que
ajudaram a fundar duas das maiores indústrias de tecnologia do mundo.
Steve Jobs se tornou um símbolo no mercado em que
atua por inovar e tornar seus produtos uma referência
para os consumidores. Visão estratégica, tino comercial
e inclinação para arriscar foram suas principais habilidades.
Bill Gates, por sua vez, conseguiu com seus lançamentos uma importante participação na história da
informática e se tornou um dos homens mais ricos do
mundo. Visão de futuro e facilidade para negociações
foram características marcantes.
Segundo o professor Fernando José Barbin Laurindo, titular do departamento de engenharia da produção
da USP e vice-coordenador do curso de especialização
em Gestão de Projetos em Tecnologia da Informação
(TI) da Fundação Vanzolini, uma característica comum
na história de ambos foi que eles souberam observar as
mudanças do mercado.
“Eles criaram paradigmas que se tornaram muito
forte. Isso resultou em figuras que por muito tempo serão lembradas não só nos ramos em que atuam. Eles
também são espelhos para empreendedores de outras
áreas”, destaca.
Apesar de revolucionarem o mercado mundial de
tecnologia, Steve Jobs e Bill Gates direcionaram suas visões empreendedoras em ramos diferentes de atuação.
“O estrelato de Steve Jobs veio na década de 70 quando o Apple II se tornou o primeiro microcomputador
pessoal de grande aceitação no mercado. Junto ao colega Steve Wozniak, Jobs deu um novo formado para o
produto da companhia, o que foi decisivo para o mercado”, explica Laurindo.
Bill Gates procurou direcionar suas habilidades para
as relações comerciais. De acordo com o vice-coordenador da especialização de Projetos em TI, o grande salto
na trajetória de Gates foi quando a empresa IBM resolveu comercializar um computador para competir com
a Apple. “Bill Gates teve a grande visão de que ele não
iria vender o sistema operacional [MS-DOS] para IBM
e sim licenciá-lo”, explica. O resultado dessa escolha foi
o sucesso de vendas no período.
De modo geral, o professor Laurindo resume: “Jobs
durante muito tempo esteve muito mais associado a
inovações de produtos, enquanto que o Gates trouxe
mais do ponto de vista de relações comerciais.”
18
BILL GATES
EMPREENDEDORISMO
divulgação
preendedores de sucesso
divulgação
BILL GATES
As imagens de liderança ligadas aos profissionais
também se diferem em relação à gestão de suas empresas. “Jobs está mais ligado à inovação e Gates a uma
imagem mais séria, mais sisuda”, comenta o professor.
“Jobs se tornou muito mais um símbolo do que a
Apple faz, ao passo que Gates delegou mais e cobrou
mais os resultados, não importando os caminhos que
seguiu para desenvolver suas habilidades”, conclui.
Para Laurindo, outra grande diferença está ligada
a autonomia da Microsoft em relação ao Bill Gates. A
companhia está muito mais preparada para não depender dele. Ao contrário da Apple, que aparenta ter uma
forte dependência de Jobs.
Davi Nakano, professor do curso de capacitação
em Gestão Estratégica do Conhecimento da Fundação
Vanzolini - entidade ligada à Universidade de São Paulo (USP), destaca que ambos tiveram o conhecimento
técnico necessário para empreender em seus ramos de
atuação.
As percepções de futuro dos executivos, associadas
às características empreendedoras de seus companheiros de equipe, contribuíram para que ideias fossem
transformadas em realidade. Mas afinal, quais são as
características de um empreendedor?
Segundo o Davi Nakano, é preciso três requisitos
básicos: intuição, inclinação para assumir riscos e conhecimento sobre o negócio.
A intuição é fundamental para que o profissional
tenha capacidade de perceber onde há oportunidades
de negócio. “Eu acho que isso aqui vai dar certo. Se
der errado, depois tentarei outra coisa.” Para Nakano, é
com esse pensamento que o profissional deve atuar no
universo do empreendedorismo. Ele acrescenta que o
conhecimento sobre o mercado em que atua, ou deseja
atuar, é essencial. “Não precisa ser necessariamente técnico, mas é imprescindível tê-lo.”
Por fim, o professor destaca que empreender também é compartilhar habilidades. Há situações em que
existe um desejo de empreender, porém o profissional
não possui todas as características necessárias para administrar seu próprio negócio. Diante dessa dificuldade, o indivíduo deve desenvolver os requisitos e procurar em parceiros as competências necessárias para que
o empreendimento possa dar certo.
“Se eu tenho conhecimento de negócio me associo a
outras pessoas com características diferentes e nós acabamos desenvolvendo esses perfis. Um é o cara da parte
técnica, o outro é o que tem a intuição do negócio e o
terceiro tem um perfil mais de administrador. Sabendo
desses fatores, conseguimos equilibrar as competências”, conclui Nakano.
19
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
Inovação é muito mais do
que um produto novo
Asas para a inovação é novo modelo de negócio de criação futura
A
gigante química Du Pont iniciou sua trajetória em 1802
nos Estados Unidos, graças
ao empreendedorismo de
imigrantes franceses que fugiram da Revolução Francesa. Sua primeira operação
foi a produção de pólvora para explosivos e, ainda na primeira metade do século XIX, a empresa tornou-se o principal
fornecedor do exército norte-americano.
A Estação Experimental Du Pont também foi um dos primeiros laboratórios
de pesquisa industrial do mundo, ao ser
constituída em 1903 para aprofundar
a investigação da química da celulose,
fundamental para a futura diversificação das atividades. Em 1927, foi lançado
um programa formal de Pesquisa Básica
em Química Orgânica, Física e Engenharia Química. Como consequência,
a partir dos anos 1930 surgiram muitas
inovações, como a síntese dos primeiros
superpolímeros que convergiram na invenção do náilon, bem como na síntese e
polimerização do neoprene e o desenvolvimento dos fios de rayon.
A AT&T (originalmente, American
Telephone & Telegraph Company) foi
formada em 1885 a partir da Bell Telephone Company, empresa fundada em
1877 pelo inventor Alexander Graham
Bell, que havia registrado duas patentes
do telefone no ano anterior. Integrantes
da AT&T, os Laboratórios Bell, surgidos
em 1925, contribuíram com descobertas
científicas tão relevantes quanto o transistor, em 1949; um primeiro equipamento capaz de transformar a energia
solar em eletricidade, em 1954: a descoberta do laser (Light Amplification by
Simulated Emission of Radition), em publicação científica de 1958; a construção
e o lançamento do primeiro satélite de
comunicação em 1962; os telefones com
teclas substituindo os discos de rotação,
em 1963; a primeira rede comercial para
telefones celulares lançada em Chicago
na década de 1970; o primeiro chip processador digital de sinais, em 1979, entre
tantas inovações derivadas de mais de 30
mil patentes. Posicionados como o maior
centro de inovações em comunicação, os
Laboratórios Bell fazem parte do Grupo
Alcatel-Lucent desde meados dos anos
1990. Para registrar, a veterana AT&T
teve de se reestruturar em 1995, dando
origem a três empresas, entre elas a Lucent Technologies.
Em 1940, a 3M também estruturou
um departamento de novos produtos
para avaliar as possibilidades de novas
ideias de negócios. Três anos mais tarde,
era criado o laboratório de fabricação
de produtos para desenvolver métodos
de manufatura para novas produções.
Assim, contata-se o estabelecimento estratégico de um ecossistema de inovação que geraria milhares de patentes nos
anos futuros. Essa iniciativa contribui
muito para que a companhia se mobilizasse para desenvolver inovações que a
levariam a novos produtos e mercados,
tornando-a provavelmente a empresa da
tecnologia mais diversificada do mundo.
INOVAÇÃO E
ESTRATÉGIA
Atualmente, a 3M domina 46 plataformas tecnológicas, como adesivos, abrasivos, cerâmica, nanotecnologia, microrreplicação e filmes ópticos, que convergem
para cerca de 55 mil itens. Desde então,
a 3M ampliou sua estrutura de pesquisa
para mais de 85 laboratórios ao redor do
mundo, onde trabalham cerca de 10 mil
cientistas e técnicos.
Como se pode notar, a trajetória de
grande sucesso destas e de outras empresas consagrou determinados padrões de
inovação, com seus modelos, estruturas e
métricas, e um foco exclusivo em produtos e tecnologia, que até hoje influência
a busca pela inovação nas organizações.
Apesar de muitas mudanças recentes,
a inovação em produtos ainda é muito
importante. É a parte mais perceptível da
inovação e encontrada de forma tangível
em nossos lares, nas lojas de varejo, nas
ruas das cidades.
Com permanentes transformações
em suas ofertas, que evoluíram da organização de fóruns contou com a participação de grandes representantes da gestão mundial para prover conteúdos em
canal de televisão paga, revistas, coleções
de livros e DVDs, até a recente iniciativa
Antes de inovar em certa dimensão,
o melhor caminho é operar na avaliação,
definição e execução da estratégia empresarial. A estratégia, afinal, define a abordagem diferenciada da companhia para
competir e as vantagens competitivas em
que se baseiam, com o objetivo de criar e
sustentar um valor econômico superior.
Vantagens competitivas não são permanentes e tornam-se vulneráveis a novos
entrantes, tecnologias, regulamentações e
outros fatores imprevisíveis do ambiente
de negócios. A inovação aqui surge como
estratégia permanente para conquistar
vantagens competitivas, neutralizar vulnerabilidades e identificar oportunidades.
20
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
divulgação
de montar uma Escola de Negócios do
Brasil, além de expandir suas operações
nas Américas.
Companhias de Seguros também inovaram para fidelizar seus consumidores,
oferecendo novas formas de precificação
a determinados públicos, estabelecendo
serviços adicionais como o atendimento
a pequenos consertos domésticos e suporte de help desk, além de constantes
benefícios expandidos, desde descontos
em redes de estacionamentos, informações sobre o trânsito de São Paulo (Rádio
Sul América Bandeirantes) a surpreendentes lanches no momento da prestação
de socorro ao automóvel – uma inovação
simples e marcante para os clientes da seguradora Porto Seguro.
Nos últimos anos, consta que a produtividade brasileira na agricultura
quintuplicou. Certamente, a fertilidade
da terra, a pujança dos empresários nacionais, mas, em especial, aos esforços
no desenvolvimento de tecnologia nessa área, puxados pela Embrapa e alguns
outros atores, contribuíram fortemente
para esse resultado.
Ainda que a nação precise investir rapidamente no desenvolvimento de produtos de maior tecnologia, é importante
reparar que a produção de commodities
importantes em que nos destacamos globalmente, como soja, petróleo, celulose
e etanol, abrange um espectro de significativo conteúdo tecnológico. Imagine
quanta inovação é necessária para explorar petróleo em águas profundas e na
camada pré-sal e transformar o cerrado
em celeiro para o mundo.
Com esses exemplos mais uma vez se
comprova que a inovação não conhece
limites, não se aplica melhor a alguns
mercados, não se adequa mais a alguns
consumidores, e não se resigna diante de
paradigmas e dificuldades. Empresas de
grande ou pequeno porte, de qualquer
setor econômico, nas capitais ou nos
sertões do país, todas tem oportunidade
para incluir a inovação entre suas prioridades estratégicas como motor de crescimento.
Mais do que produtos e serviços
Hoje, a inovação vai muito além de
produtos e serviços. Seu escopo é mais
amplo e pode progredir em muitas direções.
Uma ferramenta interessante é o diagrama das dez dimensões de inovação,
classificadas em quatro grandes grupos,
e divulgado pela Doblin, uma consultoria ligada ao Grupo Monitor. Trata-se de
outra forma de classificação das inovações que pode inspirar os líderes para o
pensamento estratégico e o crescimento
de seus negócios.
O grande varejista brasileiro Casas
Bahia, hoje parte do Grupo Pão de Açúcar, demonstrou grande maturidade em
inovação no grupo de processos, seja nas
suas capacidades de integração de operações (TI, compras, finanças, vendas,
logística etc.), seja em seus processos
básicos (negociação com fornecedores,
estoques, atendimento e financiamento
a clientes, entre outros).É verdade, ainda, que atuou com bons resultados na
plataforma de experiências, com grande
expertise em adequar formatos e localização de lojas de acordo com as oportunidades de crescimento em relação ao
seu público-alvo, até o modelo de megaevento do Super Casas Bahia bem como
a tardia abertura de e-commerce.
Desde então, a
3M ampliou sua estrutura de pesquisa
para mais de 85 laboratórios ao redor do
mundo, onde trabalham cerca de 10 mil
cientistas e técnicos.
21
A internet 4G vem aí.
divulgação
Mas o que preciso
saber sobre ela?
Durval Ramos Junior
Nova rede de internet móvel está prestes a chegar ao Brasil. Saiba
um pouco mais sobre ela antes de assinar qualquer contrato.
Afinal, o que é o 4G?
M
as o que isso significa?
Apesar da euforia em
torno da novidade ser
enorme, muita gente ainda não sabe do que se trata ou
quais são as diferenças do novo formato em relação ao tradicional 3G.
Se você ainda tem dúvidas sobre o
que esperar da sua próxima internet,
saiba um pouco mais sobre ela antes
de assinar qualquer pacote de dados
que aparecer na sua frente.
C
omo o próprio
nome sugere, a
internet 4G é a
quarta geração de telefonia móvel, sendo a sucessora (óbvia) do 3G. No
entanto, mais do que trazer uma simples progressão numérica, temos uma
evolução significativa em
termos práticos, principalmente na velocidade.
Enquanto a conexão-padrão oferecida hoje
tem um limite de 14,4
Mbps, embora quase
nunca chegue a esse nível,
a nova tecnologia é capaz
de oferecer até 20 Mbps.
E não se trata de um valor
teórico, pois vários países
em que o 4G está disponível já chegaram nessa
faixa de transferência de
dados.
Como é de se imaginar, esse salto vai trazer muitos benefícios ao
usuário, que poderá se
conectar a seus sites favoritos de maneira muito
mais rápida. Nos tablets e
smartphones, os serviços
de streaming também serão acessados com muito
mais qualidade.
22
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
Quando vou poder utilizar?
A
previsão é que as
primeiras redes
4G comecem a
funcionar em meados
de abril de 2013 e em
apenas algumas capitais
brasileiras, como Rio de
Janeiro, Brasília, Belo
Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza. Outras
cidades, como São Paulo,
Curitiba, Porto Alegre,
Natal, Manaus e Cuiabá
só receberão a tecnologia
no final do ano.
Além disso, não é porque o município receberá a nova conexão que
ela estará disponível em
todos os bairros. Se nem
mesmo o 3G tem uma
abrangência completa,
ainda teremos de esperar um pouco mais para
que o 4G saia das regiões
centrais e chegue a loca-
lidades um pouco mais
afastadas.
Em relação às demais
capitais brasileiras, a estimativa é de que a cobertura seja concluída
até maio de 2014, assim
como em outras cidades
com mais de 500 mil
habitantes. Com isso, o
Brasil estaria pronto para
receber turistas com
equipamentos de alta
velocidade na Copa do
Mundo.
A ideia é que, até dezembro de 2017, todas
as cidades com mais de
30 mil habitantes já tenham, pelo menos, uma
opção de operadora com
o novo sinal de internet
móvel. Em 2019, todo o
território já deverá estar
sendo atendido pelo formato.
Preparando os bolsos
S
abendo disso, avisamos com antecedência: guarde seu
dinheiro desde já. Se você
é um dos loucos por novidades e quer ser um dos
primeiros a desfrutar do
poderio do 4G, saiba que
será preciso desembolsar
uma quantia um pouco
salgada para ser um dos
“colonizadores” da tecnologia. Em entrevista ao
jornal Metro, o presidente
da Claro, Carlos Zantena,
disse acreditar que os primeiros a adquirir o serviço devem ser membros
das classes A e B.
Produtos importados
vão funcionar?
E
se você está com
viagem marcada
para o exterior e
quer aproveitar para trazer um desses telefones
para o Brasil, é melhor
pesquisar bem. As frequências utilizadas pelas
operadoras internacionais são diferentes daquelas que foram leiloadas
pela Anatel.
Por isso, antes de fazer
qualquer compra, tenha
sempre em mente as faixas disponíveis em nosso
país para não ter nenhuma decepção mais tarde.
O padrão estabelecido
pela Agência Nacional
de Telecomunicações é
de 2,5 GHz, enquanto a
frequência de aparelhos
norte-americanos varia
entre 700 Mhz e 2,1 GHz
em outras palavras, aquele seu lindo novo iPad
importado não aproveitará toda a velocidade possível.
Essa diferença acontece porque a faixa entre
700 e 800 MHz é ocupada
no Brasil pela TV analógica, e sua liberação só
deve acontecer após 2016,
quando a Anatel acredita
que o sinal da televisão
digital for considerado
padrão.
divulgação
23
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
Inovação, criatividade e invenção
Criatividade, um ponto de partida, invenção é uma etapa do processo.
divulgação
I
novação é o ato de renovar, introduzir novidade. Para os dicionários,
inovação tem praticamente o mesmo significado de criatividade. E foi
assim que aprendemos enquanto desenvolvemos nosso vocabulário.
Pensemos em Charles Chaplin, Santos-Dumont, Pelé, Jimmy Hendrix, Chiquinha Gonzaga, Louis Armstrong, Henry Ford, Machado de Assis, Leonardo da
Vinci, Coco Chanel e Barão de Mauá.
Que adjetivo lhes caberia melhor? Foram
inventivos? Criativos? Inovadores? Tanto
faz. Estaríamos aplicando termos diferentes para dizer que todos eles romperam limites, alargaram os horizontes de
suas atividades e trouxeram algo novo.
Em geral, não há motivos para complicar
e adotar definições mais rigorosas.
Vamos trazer ao assunto alguns grandes criadores que inovaram em seu tempo e em suas áreas de atuação.
Nos anos 1950, o músico baiano João
Gilberto imprimiu às cordas do seu violão uma batida diferente e uma nova técnica vocal que caracterizaram o estilo da
bossa-nova. Ele exerceu forte influência
no universo musical de toda a segunda
metade do século XX e manteve íntima
relação com o jazz e o samba, reverenciado por astros do tropicalismo, tornando-se fonte de inspiração perene para os
melhores compositores e intérpretes da
MPB e da música internacional.
Em 1969, o engenheiro mecânico João
Augusto do Amaral Gurgel montou com
capital exclusivamente nacional a Gurgel
Motores, na cidade de Rio Claro. Implantou muitas inovações na indústria
automotiva brasileira, a exemplo do uso
pioneiro da fibra de vidro para montagem de carrocerias. Amaral Gurgel ainda
inovou em diversas frentes, oferecendo
já naquela época uma garantia inédita de
100 mil quilômetros para os seus veículos e desenvolvendo os primeiros carros
elétricos totalmente projetados e manufaturados no Brasil e comercializados
ainda na década de 1970.
Criatividade, um ponto de partida
Para as empresas, inovação tem um
sentido muito específico. No mundo corporativo, muitas pessoas ainda atribuem
ao termo o significado dos dicionários e
continuam pensando que inovação, criatividade e invenção são a mesma coisa.
Elas utilizam as três palavras indiscriminadamente, como se fossem sinônimas.
No universo que abordamos aqui, trata-se de conceitos distintos, ainda que visceralmente interligados.
A inovação, no meio empresarial, é o
objeto final. É o resultado da introdução
de algum elemento com certo grau de
24
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
novidade capaz de criar valor econômico.
A criatividade, por sua vez, é o ponto
de partida para a inovação. Trata-se de
uma das mais admiráveis capacidades
humanas de produzir ideias, respostas
e soluções diante de um problema, uma
necessidade ou um objetivo que nos motiva. Chamamos de criatividade a habilidade de conceber ideias novas, de trazer
um ponto de vista original para a realidade, de desenvolver um pensamento
inédito em determinado contexto.
Certamente você conhece alguém que
todos consideram um gênio criativo. É
possível que ele tenha sido beneficiado
na distribuição das cartas genéticas. Naturalmente, e com muita fluência, essas
pessoas produzem ideias novas, inspiram-se com qualquer ato corriqueiro e
surpreendem com sua visão diferenciada.
Ao falarmos de criatividade, geralmente pensamos no artista espanhol Pablo Picasso. Ele demonstrou admirável
capacidade de transformação, execução
e incorporação permanente de novas
técnicas, temáticas, interesses, todos representados em suas “fases” artísticas ao
longo da vida, tornando-o state of the art
entre os criativos.
Em uma empresa, se queremos melhorar a capacidade de produzir ideias
pertinentes e inéditas, deve-se oferecer
treinamentos e estabelecer processos a
fim de estimular novas formas de pensar e de elaborar soluções. A liderança
de uma equipe e o ambiente de trabalho
também possuem um grande poder de
estimular a atitude do grupo em direção
da inovação, mas desse assunto vamos
tratar mais adiante.
Décadas depois de as organizações
experimentarem a hegemonia de um
pensamento profundamente analítico
e linear – ainda importante -, hoje no-
vas competências são requeridas, pois a
criatividade tornou-se uma capacidade
desejada por todas as organizações – um
dos mais importantes diferencias profissionais.
Entretanto, criar ideias é somente
o primeiro passo. Elaborar ideias sem
executá-las não traz compensações para
o indivíduo, nem sequer contribui com
a sociedade.
Nas organizações, ideias não implementadas também não trazem impacto
algum. Portanto, quando nossa criatividade nos abastece de boas ideias, deve
ocorrer um processo de seleção e priorização que nos leve a apostar em algumas
delas.
Nas organizações, a execução de uma
ideia hoje é tão importante quanto à fase
de geração de ideias, assim como perfis
distintos são essenciais para desenvolver
eficientemente o processo de inovação.
Em outros termos, mentes criativas não
bastam para inovar nas empresas.
Ao priorizar uma ideia original e torna-la algo concreto e tangível, chegamos
à invenção, isto é, à implementação da
criatividade. A invenção é, portanto, a
transformação de uma nova ideia apresentada em planos, fórmulas, protótipos,
modelos e outras formas de registro,
como resultado de uma ação deliberada
para criar algo que atenda uma finalidade.
Nesse período, com o forte movimento
da industrialização, o desenvolvimento
tecnológico acelerou-se muito e, nos
séculos seguintes, uma onda de invenções
transformou todo o modo de vida da
sociedade, com a produção em grande
escala de locomotivas, automóveis,
antibióticos, aviões, eletrodomésticos,
alimentos industrializados, produtos de
higiene, entre outros.
Outro marco referencial, porém mais
recente é representado pelo transistor,
que muitos consideram a maior invenção do século XX. Trata-se de um componente semicondutor, com capacidade
de amplificar e interromper sinais elétricos. Peça-chave de praticamente todos
os equipamentos eletrônicos modernos,
o transistor foi criado nos laboratórios
da Bell. Em 1949, pelos cientistas John
Bardeen, Walter Brattain e William Shockley, laureados com o prêmio Nobel de
Física de 1956.
Atualmente, testemunhamos a disseminação de tecnologias digitais que
aceleram os acontecimentos, reduzem
distâncias e interferem em nossas experiências, como o uso da internet, dos
smartphones, das telas 3-D e dos games,
impactando o relacionamento, a comunicação, o aprendizado, a tomada de decisão e a produção de conteúdos.
Para se caracterizar como
inovação, a invenção
precisa ter viabilidade
comercial e ser adotada
pelo mercado, gerando
retorno aos stakeholders
envolvidos.
divulgação
Para os dicionários, inovação
tem praticamente o mesmo
significado de criatividade.
25
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
divulgação
Conheça seis tendências do
marketing digital para 2013
Silvio Tanabe
1
E-Commerce portátil: as recomendações
sobre mobilidade valem sobretudo para
os sites de e-commerce. De acordo com
a Câmara e-Net, houve crescimento de
400% nas compras realizadas por celulares e
tablets somente no primeiro semestre de 2012
e esses números devem continuar em rápido
crescimento nos próximos anos. O desafio do
varejo é adaptar suas lojas aos aparelhos móveis, de modo que tenham a mesma facilidade
de acesso, navegação e pagamento que suas versões para desktop e notebooks.
2
Mobilidade e sites responsivos:
segundo projeção da IDC, o
Brasil deverá ser o quarto maior
mercado de smartphones do
mundo até 2016, o que significa mais
pessoas acessando a internet por meio de
aparelhos móveis. Sinal de que é preciso
começar já a adaptar o seu site para ser
acessado com facilidade em celulares e
tablets. Novas tecnologias já permitem
desenvolver com facilidade sites “responsivos”, que se ajustam automaticamente suas páginas ao tamanho da tela
em que estão sendo exibidos.
Segundo Larry Allen, VP de desenvolvimento de negócios do RealMedia
Group, uma das preocupações deve ser
a velocidade de carregamendo. Cada segundo a mais de carregamento representa 7% a menos de conversão.
26
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
3
Conteúdo touch: o enorme sucesso da tecnologia touch iniciada
com o iPhone, que se estendeu
para o iPad e hoje domina os
aparelhos móveis tende a ser assimilada também pelos desktops e notebooks,
como já deu a entender a Microsoft com
o Windows 8. O desafio para as empresas, portanto, é adaptar o conteúdo a esse
novo formato. Isso significa pensar em
formas inovadoras das pessoas acessarem e interagirem com textos, imagens,
fotos e vídeos. Larry Allen, do RealMedia Group, destaca como exemplo dessa
nova tendência o site Flipboard, uma
rede social em que cada usuário personaliza tanto as fontes como também o
formato em que são apresentados.
4
TV + Internet + Redes Sociais:
segundo o estudo Social TV do
Ibope Nielsen Online, um em
cada seis brasileiros navega na
internet enquanto assiste à televisão. Esse
comportamento tem um grande impacto
na interação entre conteúdo das mídias
e o telespectador/intermauta. Pode ver
uma oferta na TV e imediatamente fazer
uma pesquisa para comparar preços, ou
trocar ideias com os amigos nas redes sociais sobre o capítulo da novela enquanto
está assistindo, permitindo conhecer os
diferentes graus de interesse do enredo e
dos personagens.
5
Marketing estratégico: lidar com
este novo cenário requer também
mudanças na gestão do marketing digital. Will Margiloff, CEO
da Ignition One, ressalta que a área ganha papel estratégico, tende de estabelecer como metas: simplificar e integrar
plataformas de tecnologia (como por
exemplo as diversas redes sociais); planejar, desenvolver e executar as ações de
forma a criar sinergia, ao invés de se focar em determinados canais; e fazer uso
dos dados obtidos através de ferramentas
de business intelligence e CRM.
6
Games e aplicativos O poder
de retenção, viralização e engajamento dos games sempre representou um enorme potencial
para o marketing, mas esteve restrito ao
relativamente pequeno universo de jogadores. Mas a popularização da internet, o
lançamento do Nintendo Wii (que revolucionou o conceito de jogos eletrônicos,
tornando-os simples e acessíveis para
pessoas de todas as idades), a explosão
das redes sociais e dos smartphones e tablets vem transformando os games como
recurso perfeito para as empresas e marcas interagirem com seus potenciais consumidores e clientes.
Apesar de ser o quarto maior mercado
de gamers do mundo, com 61 milhões de
jogadores somente na internet, as iniciativas em advergames ainda são bastante
tímidas, o que abre um grande potencial
de oportunidades para as empresas que
investirem nessa forma dinâmica de marketing digital.
divulgação
27
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
Novos caminhos do consumo
tecnológico para 2013
A festa das mulheres na condução do mercado de smartphones,
são algumas das tendências importante neste universo
P
divulgação
or mais de 15 anos, a ConsumerLab tem realizado essa pesquisa
de valores das pessoas, comportamentos e modos de utilização
de produtos e serviços de TI.
Michel Björn, chefe de pesquisa do
ConsumerLab, explica: “Nosso programa de pesquisa global é baseado em
entrevistas anuais com mais de 100 mil
pessoas em mais de 40 países e 15 metrópoles. Ao longo dos anos, temos acumulado uma enorme base de dados de
tendência de consumo – e percebemos
que o ritmo da mudança está mais rápido
do que nunca”. Na análise, vale destacar
a preocupante falta de foco dos consumidores com o excesso de informações
analisadas ao mesmo tempo – em tablets,
PCS e smartphones – e a tendência das
pessoas trabalharem muito mais, ao utilizarem seus dispositivos pessoais para
atender questões da empresa.
Segundo a pesquisa, mais de 50% dos
usuários de tablets e bem mais de 40%
dos donos de smartphones nos EUA, Japão, Austrália e Suécia mostram-se cativados pela simplicidade aperfeiçoada de
ter as mesmas aplicações e os mesmos
dados facilmente disponíveis em seus
vários dispositivos pessoais, através da
cloud com puting. Isso mostra a tendência de que cada consumidor tenha futuramente na mesma casa um notebook ou
PC, um tablet e um smartphone – todos
sincronizados com os mesmos dados.
A computação tornará a mente cada
vez mais dispersa. Com arquivos e pastas
nos descktops, e aplicativos e serviços de
nuvem em seus dispositivos móveis, os
consumidores estão cada vez mais virando as costas para um paradigma de computação: a mente focada. As tarefas são
desempenhadas a todo momento – en-
quanto esperamos na fila de uma loja ou
falamos com alguém num café. O impulso de comprar e mais elevado em tablets,
em comparação com computadores de
mesa, assim como em smartphones, em
comparação aos notebooks.
Levando sua própria banda larga para
o trabalho. Um total de 57% dos usuários de smartphones usam seus próprios
planos de banda larga móvel (leia-se,
pagos do próprio bolso_ para tarefa no
trabalho. Smartphones pessoais estão
cada vez mais sendo usados para enviar
e-mail, planejar viagens de negócios, encontrar endereços e muito mais. Ou seja,
o trabalhador da era high tech está cada
vez mais comprometido com o trabalho,
abrindo mão de seus horários de lazer
em casa.
Os consumidores urbanos estão se
tornando constantemente móveis. Ao
28
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
acessarem continuamente a internet,
sempre e em qualquer lugar, os consumidores constituem agora uma força
ininterrupta, ternando a internet verdadeiramente móvel. O total de aquisições
de planos de smartphones atingirá os 3,3
bilhões até 2018 e a cobertura de rede
móvel será um dos mais importantes fatores de satisfação para a vida na cidade.
Mulheres impulsionarão o mercado
de smartphones. Novos dados demonstram claramente que as mulheres estão
impulsionando em massa o mercado de
smartphones. Nada menos que 97% das
usuárias de smartphones utilizam o SMS.
Um total de 77% envia e recebe fotografias, 59% utiliza redes sociais, 24%
realizam “check-in” em endereços e
17% usam cupons online de descontos.
Os dados relativos aos homens são bem
mais baixos nestas atividades.
As cidades se tornam “hubs” para
criatividade social. Segundo estudo, os
habitantes das grandes cidades têm significativamente mais amigos online do
que os habitantes das áreas suburbanas.
Aponta que 12% das pessoas que vivem
em cidades afirmam que a principal razão para utilizarem as redes sociais é para
se ligarem e trocarem ideias com os outros, tornando esta a terceira razão mais
comum para usarem as redes sociais, que
vem logo depois de se manterem atualizados e de contarem as novidades aos
amigos.
O boom das compras móveis: Um total de
32% dos usuários de smartphones já fazem
compras com os aparelhos; e começam
agora a combinar os benefícios das compras em lojas com os das compras online.
A TV está se tornando rede social: Um
total de 62% dos espectadores utiliza as
redes sociais ao mesmo tempo em que vê
vídeos ou televisão e
42% destes usuários
de redes sociais discutem nos fóruns sociais
o que estão assistindo.
divulgação
divulgação
29
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
divulgação
Projeto da NASA desenvolve
satélites com Android
M
ais do que um sistema de
smartphones e tablets, o
Android também é capaz
de rodar em um satélite.
É isso que pretende fazer o projeto PhoneSat, supervisionado pela NASA, que
acredita que conseguirá baixar os custos
para construção de satélites.
O PhoneSat é um satélite feito a partir
de um celular com Android. De acordo
com a Agência Espacial norte-americana, os smartphones atuais já contam
com muitos dos recursos exigidos em
um satélite, como processadores rápidos,
câmeras e diversos sensores. Por isso a
NASA entendeu que é mais fácil usar um
sistema já existente – o Android - do que
desenvolver um do zero, de acordo com
a Wired.
A agência pretende diminuir os custos para construir um satélite. A primeira
parte do projeto envolve a produção de
dispositivos que custem até US$ 3,5 mil e
que serão um cubo do tamanho de uma
xícara de café com um HTC Nexus One
rodando o Android internamente e tem
previsão de lançamento ainda neste ano.
A segunda parte – o PhoneSat 2.0 –
rodará com um Nexus S, da Samsung,
e também terá um sistema de rádio que
permitirá o controle do satélite por cientistas que estejam na Terra. Essa etapa
está prevista para o meio de 2013.
O futuro do projeto depende do sucesso das duas primeiras tentativas. O
PhoneSat 3.0 será desenvolvido a partir
do resultado do PhoneSat 1.0 e do PhoneSat 2.0, ainda com o foco em diminuir
o preço e aumentar a capacidade.
30
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
Pela primeira vez, Google mostra
interior de seus data centers
O servidor da Google agora pode ser visto por Street View
O
Google mostrou pela primeira vez, o interior de
seus enigmáticos data
centers, onde ficam armazenados fisicamente as mensagens do
Gmail, os vídeos do YouTube e o seu
sistema de buscas. Agora, é possível
navegar pelo interior destes armazéns
por meio do Google Street View, recurso que disponibiliza imagens panorâmicas de algumas áreas ao redor do
mundo.
O engenheiro Urs Hölzle, um dos
responsáveis pelos centros de dados
do Google, afirmou em entrevista para
a revista americana Wired que a empresa tem um plano em andamento
que visa transformar “o design, a velocidade de funcionamento e a flexibilidade dos centros de dados e de suas
estruturas de computadores em rede”.
As imagens reveladas pelo Google
são inovadoras principalmente em razão da exclusividade do acesso a este
tipo de infraestrutura até o momento.
“Quase ninguém entrou em um data
center do Google”, disse Hölzle. Segundo ele, as instalações são mantidas
sob “estreita vigilância”. Os data centers formam o que é conhecido como
“a nuvem”, na qual milhões de cidadãos e empresas confiam sua privacidade sem pensar duas vezes.
Estes computadores, que dão vida
ao Google, consomem em torno de
1,5% da energia mundial, já que precisam de uma grande quantidade de
eletricidade para o funcionamento de
seus computadores e dos sistemas de
refrigeração. Desde que companhia
se constituiu como empresa em 1998,
instalou mais de 1 milhão de servidores (marca ultrapassada em 2008). Só
no centro de dados de Lenoir, na Carolina do Norte, há atualmente quase
50 mil servidores operando.
divulgação
Os data centers
formam o que é
conhecido como “a
nuvem”, na qual
milhões de cidadãos
e empresas confiam
sua privacidade sem
pensar duas vezes
32
33
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
O futuro é touch
Nova tecnologia sem fios usa o corpo humano para conduzir
a energia que move arquivos e poderá até abrir portas
MARINA NAVARRO LINS
E
m uma cena clássica do filme
Minority Report – A nova lei, o
personagem de Tom Cruise manipula as imagens de uma tela
apenas com gestos, à distância. Para selecionar um arquivo, aponta para ele. Para
dar zoom, faz um movimento de aproximação com as mãos. O ano é 2054. Mestre da ficção científica, Steven Spielberg
não poderia imaginar que a tecnologia
futurística inventada para seu filme –
lançado em 2002 – se tornaria realidade
bem antes do previsto.
Uma versão ainda incipiente da tecnologia de Minority Report foi apresentada pela companhia japonesa NEC
no Futurecom 2012, maior evento de
telecomunicações da América Latina, no
Rio de Janeiro. No estande da empresa,
duas telas estavam disponíveis para o
teste do Sistema de Interatividade Real.
Era só esticar o braço na direção de um
arquivo, fechar a mão como se estivesse
segurando alguma coisa, e soltar “a coisa” na tela seguinte. Tudo isso na mira de
uma câmera com sensor 3D e projetor,
que identifica o movimento e mostra o
caminho traçado pelo arquivo. “O gesto
é uma forma de interação e deve ser analisado pelas novas tecnologias”, afirmou
o diretor de negócios para governo da
NEC Brasil, Massato Takakuwa.
A tecnologia, a mesma do videogame Kinect, deve ganhar o mundo real
em dois anos. “Imagina uma Central de
Comando e Controle com esse sistema.
Os agentes de segurança vão poder passar informações do computador para o
celular com maior rapidez, agilizando o
trabalho deles”, disse Takakuwa. O diretor prevê o uso doméstico do Sistema de
Interatividade Real para daqui a cinco
anos. Ninguém mais precisará levantar
do sofá. Com um gesto, o ar condicionado diminui a temperatura. Com outro, a
televisão muda de canal. Desde que sua
divulgação
casa esteja equipada com muitos sensores, claro. “Toda tecnologia tem prós
e contras. Essa pode ajudar as pessoas
com deficiência, mas também incentiva
a obesidade”, disse o diretor.
Alguns estandes adiante, mais uma
experiência digna dos Jetsons. O Connected Me, da Ericsson, usa o corpo
humano para transportar dados entre
um aparelho e outro. Na mesa, duas máquinas com placas de aço – cada uma
contendo um sensor interno – estavam
disponíveis para o teste. Uma estava ligada a um celular programado para tocar
músicas. A outra, a uma televisão. Não
havia fios conectando as duas máquinas.
Quando as pessoas colocavam uma mão
em cada superfície, a música começava a
tocar na caixa de som da TV. Sem internet ou fios. “O corpo tem um potencial
elétrico natural, que pode ser modelado
Tecnologia K
34
ERA DA TECNOLOGIA COM INOVAÇÃO
para o transporte de dados. A radiação
do sistema é menor que a do celular e
está dentro dos padrões da Organização
Mundial de Saúde (OMS)”, afirmou o
diretor de inovação da Ericsson, Jesper
Rhode.
“Imagina uma Central de
Comando e Controle com
esse sistema. Os agentes de
segurança vão poder passar
informações do computador para o celular com
maior rapidez, agilizando
o trabalho deles”
Takakuwa
E
Kinect
divulgação
m novembro de 2010, o Kinect veio ao mundo.
Conhecido anteriormente como Projeto Natal,
o dispositivo veio para chacoalhar o mundo dos
games.
Por meio de uma tecnologia inovadora, o equipamento
é capaz de mapear o ambiente em três dimensões, filmar
os jogadores e receber ordens por meio de seus microfones. O fato é que esses recursos se mostram como um
prato cheio para quem curte experiências e inovações tecnológicas.
O Kinect pode, em uma definição bastante simples, dar
sentidos às máquinas e isso foi percebido rapidamente
por meio dos hacks, usos alternativos e totalmente independentes do aparelho.
Entre todos os recursos, talvez o mais impressionante
seja a utilização do Kinect em delicadas operações. Duas
maneiras já foram trabalhadas para levar o vídeo game
para dentro da sala de cirurgia.
Em procedimentos que utilizam câmeras e bisturis eletrônicos, médicos têm usado o Kinect para ter uma “sensibilidade real” do que está realmente acontecendo. Isso
porque os joysticks normalmente utilizados podem parar
de funcionar no meio de uma operação. Já com esse recurso, o médico sempre sabe (em tempo real) tudo o que
ocorre durante o procedimento.
Escutar música segurando a caixa de
som parece pouco prático, mas a tecnologia tem outras aplicações. Duas pessoas poderiam trocar seus contatos apenas
apertando as mãos – desde que estivessem encostadas em um celular adaptado.
Ninguém precisaria mais de chave para
abrir a porta de casa: bastaria colocar a
mão na maçaneta para que ela reconhecesse o dono e autorizasse sua entrada.
O Connected Me também poderia ser
usado pela medicina. Um marca-passo
conectado ao sistema manteria um boletim médico atualizado no celular do paciente, avisando como está a situação do
aparelho e se é preciso consultar um médico. “A Ericsson desenvolveu apenas a
tecnologia. Agora estamos conversando
com empresas interessadas em criar aplicativos com ela”, disse Rhode. “Trouxemos para o país para atrair companhias
brasileiras.”
Com o iPhone e o iPad, a Apple popularizou o touch screen e acabou com a
barreira entre as mãos e a tela. Agora, o
Sistema de Interatividade Real e o Connected Me levam a tecnologia do toque
e do gesto a um nível de ficção científica.
Para os que testaram, ficou um misto de
espanto e ceticismo. “É muito interessante, mas precisam melhorar os sensores.
Nem tudo funciona de primeira. E falta
ainda criar soluções para uso”, afirmou o
técnico de telecomunicação Cléber Rodrigues, que visitava a feira. “Hoje todo
mundo está conectado, não tem mais
volta.”
35
OMENAGEADOS
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Empreendedores Tops de 2012
recebem destaque da ACSP
A
Regina Elias
s Distritais Vila Maria, Norte e Centro da Associação Comercial de São Paulo homenageou e premiou os empreendedores que mais se destacaram
em seu segmento neste ano, com o Troféu Destaque Empresarial 2012. A recepção aconteceu no salão social
do Clube Esperia, dia 30 de novembro, onde mais de 750 convidados, entre amigos, personalidades e autoridades prestigiaram a cerimônia.
A tradicional e gostosa noite de homenagens contou com o
impecável serviço do Buffet Algazarra, com um delicioso coquetel seguido de um jantar. O cantor internacional Patrick
Dimon animou a todos com um show emocionante.
Os superintendentes João Bico de Souza, José Alarico Rebouças e Enio Gomes discursaram e entregaram os troféus às
empresas homenageadas, juntamente com o vice-presidente
da ACSP e coordenador geral das Distritais Roberto Ordine
e o vice-presidente e coordenador Regional Norte João de Favari.
PREMIAÇÃO: Troféu Destaque Empresarial 2012
Distrital Vila Maria: Superintendente Enio
Gomes homenageou Ana Paula Freitas/ Numatur Turismo e Câmbio.
Clésio Lima/ Serv-Cont Empresa de Serviços
Contábeis.
Distrital Centro: Superintendente José Alarico
Rebouças homenageou Márcia Regina Leme /
Tecnolamp do Brasil.
Amilca Pinheiro Irineu/ Bolsão de Compras
Ricardo de Faria Bertoni/ Empório San Martin.
Distrital Norte: Superintendente João Bico de
Souza homenageou Flávio Borba de Oliveira/
FAO Building Engenharia.
Cleverson Silva / Maxtal Imóveis.
Simone Costa Brasil / Buffet Mariah
José Carlos Eiras e Luís Carlos Eiras / Hotel
Maison Florence
José Carlos Nascimento / América Licenciamentos e Serviços.
Adilson Ferreira / Hyundai Caoa
Gisele Cristina Petterson e Irmã Luiza Rodrigues / Colégio Santana.
36
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Momentos de discontração durante a festa
Destaque Empresarial 2012
No salão social do Clube Esperia, os homenageados e seus convidados, juntamente com
as personalidades tiveram momentos de discontração e muita emoção durante a festa.
37
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
38
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
39
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
40
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
41
HOMENAGEADOS
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
HOMENAGEADOS PELA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO
Ana Paula Freitas
Numatur Turismo
e Câmbio
Distrital Vila Maria
E
stou muito feliz em receber esta
homenagem, nós da Numatur
trabalhamos com afinco e com
muito amor. Desde o início
quando soubemos a respeito da indicação foi uma honra, pois a Associação Comercial é uma entidade de destaque que
merece nosso respeito e aplauso, obrigada a todos.
Clésio Lima
Serv-Cont Empresa de
Serviços Contábeis
Ana Paula Freitas e Enio Gomes
Distrital Vila Maria
A
gradeço este prêmio, a Serv-Cont trabalha com honestidade e transparência para
atender às necessidades de
nossos clientes. Procuramos nos manter
atualizados sempre para desenvolvermos
um serviço de qualidade. Muito obrigado pela homenagem.
Márcia Regina Leme
Tecnolamp do Brasil
Clésio Lima e Enio Gomes
Distrital Centro
É
uma linda noite que estou vivendo, está tudo muito bonito
e agradável. Nós agradecemos
muito a homenagem e digo que
a Tecnolamp tem desenvolvido seu trabalho de forma árdua, tendo como objetivo atender cada vez melhor e com o
que há de mais moderno e eficiente nossa clientela.
Marcia Regina Leme e José Alarico Rebouças
42
HOMENAGEADOS
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Distrital Centro
Amilca Pinheiro Irineu
Bolsão de Compras
A
bri o Bolsão de Compras,
hoje são microempresas que
vendem atacado e varejo, é
o maior centro popular de
compras de São Paulo. Temos 6mil m² de
área útil, com produtos de muita qualidade a preços de atacado. Nos sentimos
muito honrados com esta homenagem e
isso nos motiva a continuar trabalhando
ainda mais e com maior eficiência, muito
obrigado.
Ricardo de Faria Bertoni
Empório San Martin
Amilcar P. Irineu e José Alarico Rebouças
Distrital Centro
É
uma honra receber este troféu,
isto significa muito para nós
do Empório San Martin, pois
trabalhamos pensando na satisfação de nossos clientes e na qualidade
dos produtos oferecidos. A Associação
Comercial está sempre de portas abertas
para o empresariado paulista incentivando e apoiando com seriedade. Nosso
muito obrigado a todos.
Flávio Borba de Oliveira
FAO Building Engenharia
César Akkari, Ricardo Faria Bertoni, Luigi Imparato e José Alarico Rebouças
Distrital Norte
A
FAO Building Engenharia
está há mais de uma década
no mercado da Construção
Civil, temos mais 50.000m²
de obras entregues, sempre primando
pela qualidade e satisfação do cliente. E
ver nosso trabalho reconhecido, nos dignifica e nos impulsiona a continuar realizando um trabalho de qualidade. Muito
obrigado por esta homenagem, nos sentimos muito honrados em recebê-la.
Flávio Borba Oliveira, Francisco Gianonni e João Bico
43
HOMENAGEADOS
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Distrital Norte
Cleverson Silva
Maxtal Imóveis
E
stou muito feliz com esta homenagem, acreditamos muito
no trabalho da Associação Comercial e só tenho a agradecer
esta honraria. A Maxtal Imóveis é uma
referência em seu segmento no mercado
de locação e vendas de imóveis. Temos
desenvolvido um trabalho com segurança e qualidade, além de responsabilidade.
É um trabalho realizado por uma equipe
unida e em sintonia, visando a satisfação
do cliente.
Simone Costa Brasil
Buffet Mariah
José Francisco Gianonni e Cléverson Silva
Distrital Norte
E
star entre os destaques de 2012
é uma honraria muito grande, nós do Buffet Mariah nos
sentimos privilegiados com a
escolha. Procuramos desenvolver um
trabalho autêntico, com muita qualidade. Através da inovação e competência,
para satisfazer nossos clientes da melhor
maneira possível. Muito obrigada pela
homenagem.
J
João de Favari, Kaique Costa Brasil, Janaina Costa Brasil de Campos, Roberto Ordine,
Julia Costa Brasil, Maria Simone Costa Brasil, João Bico e Francisco Gianonni
José Carlos Eiras
e Luís Carlos Eiras Hotel
Maison Florense
osé Carlos: Tudo começou
com o trabalho de meus
pais aqui presente, José
Duarte Eiras e Dona Maria
do Carmo. Eles foram os fundadores e merecem nossa homenagem. Demos continuidade ao
trabalho que eles começaram a
desenvolver. Estou feliz com a
indicação do Almeida, através
da Associação Comercial, e nos
resta agradecer, muito obrigado
mesmo, e vamos continuar tra-
balhando pela empresa com ética
e uma boa equipe, para gerar bons
resultados.
Luís Carlos Eiras:Muito obrigado
por esta homenagem, toda a família agradece. Pretendemos continuar trabalhando unidos com
muita amizade, primando sempre
pela qualidade que é essencial a
cada empreendimento. Pois a qualidade e a eficiência para com os
clientes e geram satisfação e sucesso. Nosso muito obrigado.
Distrital Norte
João de Favari, Luís Carlos Eiras e José Carlos Eiras
44
HOMENAGEADOS
José Carlos Nascimento
América Licenciamentos
e Serviços
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Distrital Norte
N
ós da América Licenciamentos e Serviços estamos muito
gratos pela honraria que nos
foi concedida. Trabalhamos
com a finalidade de fazer o que há de
melhor para os nossos clientes, com eficiência, transparência e competência para
garantir o sucesso de nossos parceiros.
A união do trabalho com a honestidade
gera excelentes frutos. Muito obrigado
pelo prêmio e pela homenagem.
Adilson Ferreira
Hyundai Caoa
Alexandre Nascimento, Ricardo Nascimento, João Bico, Vincentina Nascimento,
Francisco Gianonni e José Carlos Nascimento
Distrital Norte
A
Associação Comercial de São
Paulo muito nos honrou com
esta homenagem, estamos
muito agradecidos. Ver o trabalho da Hyundai Caoa sendo homenageado é um privilégio e uma motivação.
Nosso muito obrigado e tenham certeza
que continuaremos dando o melhor de
nós. Pois a Hyundai Caoa tem o objetivo
de servir com qualidade gerando a satisfação total de nossos clientes.
Gisele Cristina Petterson
e Irmã Luiza Rodrigues
Colégio Santana
João de Favari e Adilson Ferreira
Distrital Norte
G
isele Cristina Petterson: Em primeiro lugar nosso muito obrigada,
toda a equipe do Colégio Santana
aqui representada por nós agradece a grande homenagem. Nesta noite tão bonita e tenham a certeza que continuaremos nosso trabalho com muita dedicação, obrigada.
Irmã Luzia: Nós do Colégio Santana agradecemos muito a premiação e estar entre os participantes do prêmio Destaque Empresarial
2012, muito nos honra. Pois continuaremos
trabalhando por uma educação de qualidade
e oportunidades.
Irmã Luiza Rodrigues, Gisele Petterson e João Bico
45
DESTAQUE EMPRESARIAL 2012
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
DEPOIMENTOS DAS
LIDERANÇAS DA ACSP
Enio Gomes - Superintendente Distrital Vila Maria: Todos os homenageados aqui em destaque hoje merecem
nossos parabéns.São empreendedores
que muito trabalham pela nossa sociedade, gerando emprego e renda. Eles se
superaram neste ano e a homenagem é
justa e merecida e sinto-me honrado em
prestigiá-los.
José Alarico Rebouças - Superintendente Distrital Centro: É um prazer
muito grande participar desta solenidade, pois os empresários que se destacaram neste ano de 2012 são dignos de
nossos aplausos e incentivos. Eles estão
ajudando a construir um Brasil melhor e
são de exemplos deste nível que necessitamos para fazer crescer nosso país.
João Bico de Souza - Superintendente Distrital Norte: É uma honra muito
grande homenagear esses empreendedores que lutam e trabalham por uma
sociedade melhor e mais digna para se
viver. É nosso papel homenagear e destacar o trabalho da iniciativa privada que
muito tem colaborado para o sucesso da
economia que hoje vivemos.
Roberto Matheus Ordine - vice-presidente da ACSP e coordenador geral
das Distritais: Todos os homenageados
são representantes de exemplos que devem ser seguidos. Pois defendem a livre
iniciativa que gera o progresso de uma
nação e transforma para melhor tudo ao
seu redor.
Rogerio Amato - Presidente da Associação Comercial de São Paulo: Quero parabenizar a todos os empreendedores que se destacaram pela nossa cidade
neste ano, desejar-lhes muito sucesso e
dizer que estamos orgulhosos do trabalho por eles desenvolvido.
João de Favari - vice-presidente e coordenador Regional Norte: Os empreendedores homenageados conquistaram o
sucesso com muito trabalho e muita luta.
São exemplos de garra e motivação para
todos nós. Esta homenagem representa
nosso apoio e incentivo a todos eles.
46
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Sobre a ACSP
Rogério Amato
A
Associação Comercial de São
Paulo (ACSP), em seus 118
anos de história, é considerada a voz do empreendedor
paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo
de sua trajetória, tem estado sempre ao
lado da pequena e média empresa, dos
profissionais liberais, contribuindo para
o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços no
País.
Sempre ao lado do empreendedor, a
ACSP dispõe, além do seu prédio central, de 15 sedes distritais que mantêm
os associados informados sobre assuntos
do seu interesse, promovem palestras
e buscam manter o foco nos problemas
de cada região e nas soluções para cada
caso.
47
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
NUMATUR
28 Anos de história
Homenageado como Destaque Empresarial 2012 pela Associação
Comercial de São Paulo e Distritais Centro, Norte e Vila Maria
S
omos uma empresa familiar com
o orgulho de conduzir nossos
projetos com seriedade e profissionalismo.
Desde 1985, nosso foco tem sido a
qualidade que visa suprir as necessidades
e expectativas de nossos clientes e empresas que buscam o amplo serviço que
envolve uma viagem. Compreender as
necessidades e agregar serviços, antes,
durante e depois de uma viagem, tem
sido o fator indispensável de nossa empresa.
Discutimos roteiros, destinos, culturas e logísticas com o objetivo de transformar sonhos em experiências reais.
Parte do Know-how em consultoria
de viagens da Numatur é adquirida através de nossa equipe pelo mundo afora,
participando de inúmeras viagens educacionais, os profissionais tem a oportunidade de vivenciar não somente as diversas culturas, mas também o conceito
de serviços oferecidos pela Numatur.
Treinamentos periódicos e reciclagens
são incentivadas para que nossa equipe,
hoje com 18 profissionais possam sempre superar expectativas em todas as etapas do processo de organização de uma
viagem e nas oportunidades de interação
com o cliente.
A Numatur atende em dois endereços:
São Paulo, no bairro da Vila Guilherme e
Santo Andre, no bairro centro, onde nos
encontramos a disposição para atendê-los e compartilhar nossos conhecimentos e sonhos de uma próxima viagem
pelo Brasil ou exterior.
divulgação
Ana Paula Freitas
Ao longo desses anos,
a Numatur desenvolveu aspectos importantes como o profissionalismo qualificado
de sua equipe no atendimento ao cliente e
empresas. Todas as
lojas são informatizadas com consultores
treinados e prontos a
atender toda solicitação com rapidez
e eficiência.
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
TECNOLAMP
HÁ 18 ANOS ILUMINANDO O BRASIL
Homenageada como Destaque Empresárial 2012 pela Associação
Comercial de São Paulo e Distritais Centro, Norte e Vila Maria
C
Marcia Regina Leme
omprometida com o desenvolvimento, seus produtos
acompanham a vanguarda
tecnológica do mercado inter-
nacional.
Ao apostar em qualidade, eficiência
energética e sustentabilidade, mantém-se pioneira em inovações no mercado
da iluminação pública, comercial e industrial.
Tecnolamp vem inovando o mercado
de luminária aperfeiçoando a tecnologia
de um sistema global de iluminação, e
vem trabalhando com várias cidades do
Brasil fazendo sua iluminação natalina
com tecnologia moderna.
Nesses 18 anos a Tecnolamp procurou
desenvolver grandes projetos com parceiros no mercado internacional. Para
oferecer uma iluminação de alta qualidade com baixo custo, modernidade e
praticidade, com sistema totalmente implantado pela empresa juntamente com
os parceiros internacionais
Com o mesmo desempenho, desenvolve e executa projetos de iluminação
decorativa, festiva, ornamental e natalina aplicadas em edifícios, vias públicas,
monumentos, praças, viadutos e túneis
em municípios e empreendimentos privados.
A
Feiras e
Eventos
Tecnolamp do Brasil tradicionalmente participa das
maiores feiras sobre tecnologia de iluminação no Brasil e no exterior.
O acompanhamento das tendências
do mercado de iluminação e seu aprimoramento tecnológico e sustentável é
uma das vigas mestras de nossa empresa. Sempre interessados no update dos
produtos e serviços estamos atentos em
nível geral ao mundo da iluminação.
divulgação
50
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
BOLSÃO
DE COMPRAS
SENADOR QUEIROZ
Homenageada como Destaque Empresarial
2012 pela Associação Comercial de São Paulo
e Distritais Centro, Norte e Vila Maria.
O fundador Amilca Irineu do Bolsão de Compras
Senador Queiroz, agrega 438 lojas gerando
emprego para 1860 empregados diretos
O
Bolsão de Compras foi
fundado
por
AMILCA
PINHEIRO IRINEU no dia
29/08/2004 para solucionar
os problemas dos camelôs na região
da 25 de Março onde funcionava uma
feira da madrugada, que gerava sérios
problemas para à região, hoje estas
pessoas são micro empresários, que
vendem bijouterias para todo o Brasil
e America Latina, contando com cerca
de 438 lojas gerando 1860 empregos
diretos, com um público frequentador
de 30 a 40 mil pessoas diariamente, o
horário de funcionamento e das 05:00 as
16:00 horas. Hoje podemos afirmar que
resolvemos grande parte dos problemas
da região, e também, destas pessoas que
não tinham um lugar para trabalhar e
hoje tem.
Contamos agora com um Shopping
popular, aonde agregam-se diversos
microempreendedores e comerciantes
de artigos com grande variedade em
bijouterias.
Atendendo o público de todo o
Brasil, o Bolsão de Compras vende tanto
no atacado quanto no varejo. Venha
conhecer o mais novo centro de compras
de São Paulo.
O Bolsão de Compras vem do
projeto da Associação Comercial de
São Paulo chamado “Pop Centro” que
o seu idealizador foi Guilherme Afif
Domingos, hoje atualmente Vice –
Governador de São Paulo.
Este projeto também contou com os
apoios dos senhores: Roberto Mateus e
Andrea Matarazzo e o apoio da Univinco
onde não podemos deixar de agradecer
a todos.
Procurando bijouteria, venha
para o Bolsão de Compras.
O bolsão
de compras
agrega 438
microempreendedores
52
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
EMPÓRIO
Empório
San
Destaque
Empresarial 2012
Martin
San Martin
Homenageado pela Associação
Comercial de São Paulo Distritais
Centro, Norte e Vila Maria
O
Empório San Martin começou com a ideia de dois amigos, hoje sócios César Akkari
e Luigi Imparato, da venda de
carnes importadas e cortes nobres para
churrasco, com o propósito de criarem
sua própria empresa. Inicialmente eles
começaram a vender apenas para amigos, mas o sucesso foi tão grande que
automaticamente o negócio foi se espalhando pelo boca a boca e a medida que o
tempo passava e as vendas aumentavam,
os sócios perceberam que o negócio poderia ser maior. Depois de muito trabalho conquistando clientes e implantando
conhecimento e produtos, convidaram
outro amigo e chefe de cozinha, Ricardo
Bertoni para se unir a esta empresa e dar
continuidade e desenvoltura ao negócio.
Hoje o Empório San Martin detém
uma gama considerável de clientes, possui produtos da mais alta qualidade no
que diz respeito à carnes nobres e importadas, além de ser referência no mercado.
Ricardo Faria Bertoni
Nosso Trabalho
Carnes da mais alta qualidade agora na
porta da sua casa!
Os amantes de carnes nobres e churrascos , agora tem a oportunidade de experimentar a reconhecida e deliciosa carne Argentina.
Entre as carnes nobres, temos os cortes
argentinos do Bife de Chorizo, Bife Ancho
e Picanha. Também temos o corte especial
do gado japonês Kobe Beef, o Contra Filé
do Wagyu.
56
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
MAXTAL IMÓVEIS
Homenageada como destaque empresarial
2012 pela Associação Comercial de São Paulo
e Distritais Centro, Norte e Vila Maria
Dinamismo e Empreendorismo
Cleverson Alves Silva
“O sucesso é muito trabalho, fazendo o que
gosto com satisfação, prazer e transparência”
N
o ano de 1991 foi fundada
a empresa Maxtal Imóveis,
desde o inicio sua principal meta e característica é
o comprometimento com seus clientes,
que se multiplicam com o passar dos
anos.
Agregando profissionais competentes e adequados ao setor, as funções
são delegadas com intuito de maximizar a qualidade dos serviços prestados,
garantindo as melhores taxas do mercado, bem como valorizando e conservando seu patrimônio.
A Maxtal tem por missão melhorar a
vida dos clientes, oferecendo soluções
rápidas e inovadoras. Busca a excelência como organização, perseguindo a
rentabilidade e a satisfação dos clientes, prezando os valores éticos com relação aos colaboradores, fornecedores,
clientes, respeitando as necessidades
do mercado e garantindo a perpetuação da organização como exercício de
nossa responsabilidade social.
Ser uma empresa inovadora no mercado imobiliário, oferecer nossa contribuição para melhorar a qualidade de
vida e a valorização do patrimônio de
nossos clientes, prestar atendimento e
serviços com qualidade e transparência.
Cleverson não teve nenhum tipo de
Cleverson
Meu objetivo
é ter um
colaborador bem
preparado, com
possibilidades
de crescimento
profissional e
satisfação pessoal
o que reflete
positivamente no
trabalho.
incentivo financeiro, porém mesmo
sozinho foi em busca do trabalho, do
conhecimento e do estudo com a finalidade de vencer.
Os momentos difíceis foram muitos,
mas a cada dificuldade ele saiu fortalecido.
Santana foi o bairro escolhido para
iniciar seu empreendimento por ser
tradicional.
Hoje, a Maxtal é uma grande empresa do mercado imobiliário que dispõe
de um eficaz Departamento de Administração de Condomínios, além dos
Depar­tamentos de Vendas e Locações.
Possui equipe de profissio­nais capacitados e um Departa­mento Jurídico
próprio. Atual­mente, a Maxtal administra vários imóveis e condomínios de
grande porte.
Muito dinâmico, humano e arrojado, assim podemos definir o perfil de
Cleverson Alves sempre disposto a investir tudo em seu pessoal. “Meu objetivo é ter um colaborador bem preparado, com possibilidades de crescimento
profissional e satisfação pessoal o que
reflete positivamente no trabalho”.
Sempre de bom astral, relacionando-se muito bem com to­dos e incentivando o trabalho em equipe, fundamental para o su­cesso.
58
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Buffet
Buffet Mariah
Mariah
Homenageado como Destaque Empresarial
2012 pela Associação Comercial de São Paulo
e Distritais Centro, Norte e Vila Maria
F
Julia Costa Brasil e Maria Simone Costa Brasil
divulgação
undado em 2010 a história do
Mariah começou como um
simples negócio de locação de
brinquedos e barraquinhas para
festas,aonde trabalhava toda a família
pais, filhos, genro e até a netinha Maria
a qual foi inspiração ao nome do Buffet.
O desejo de montar uma estrutura
mais sólida em relação a serviços, levou a
família a abrir a primeira sede do Buffet
Mariah, aonde acomoda dois salões amplos e bem decorados, sendo um Social e
um Infantil.
Mesmo com pouco tempo de existência, o Mariah vem se mostrando para o
que veio, com agenda lotada,cardápio saboroso e clientes satisfeitos.
A família Mariah agradece ao apoio
e confiança de todos nossos clientes, e
afirma que a cada ano se inovará para
atendê-los da melhor maneira possível.
MARIAH - ESPAÇO INFANTIL
O Mariah Buffet possui um espaço clean, repleto de atrações: arvorismo,
brinquedão com camarim, casinha de madeira, rocher, barco vicky com led,
basquetinho, tombo legal entre outros. Transforme o aniversário de seu
filho(a) em um momento mágico e inesquecível.
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61
62
´
EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
América Licenciamentos:
apoiando as empresas na luta contra a burocracia
Homenageado como Destaque Empresarial 2012 pela Associação
Comercial de São Paulo e Distritais Centro, Norte e Vila Maria
F
José Carlos Nascimento
undada em 2000, a América Licenciamentos é uma empresa
especializada na regularização
de imóveis e empresas junto aos
órgãos públicos. Ao perceber que empresas e empresários perdiam muito tempo,
dinheiro e paciência lidando com as diversas regras governamentais, o empresário José Carlos Leite Nascimento criou
a América Licenciamentos para permitir
que as empresas focassem exclusivamente em seus negócios e que não perdessem
tempo com os entraves burocráticos impostos pelo Estado. Contando com uma
Diretoria e corpo técnico oriundos de
órgãos públicos, a América Licenciamentos atua junto aos diversos departamentos da Prefeitura (Subprefeituras,
CONTRU, SEHAB, Secretaria do Verde
e Meio Ambiente, Vigilância Sanitária),
ao Corpo de Bombeiros, à CETESB, entre outros.
Atualmente, uma grande preocupação
da América Licenciamentos no apoio aos
seus clientes diz respeito ao cumprimento do prazo para solicitar o Auto de Licença de Funcionamento Condicionado
(ALFC) já que centenas de milhares de
empresas paulistanas funcionam de forma irregular. Um dos principais motivos
para isto é a impossibilidade de obter
o Auto de Licença de Funcionamento
devido ao fato do imóvel em que a empresa funciona não ter o Habite-se. No
fim de 2011, o prefeito Gilberto Kassab
(PSD) sancionou a Lei 15.499/2011 originada na Câmara Municipal, criando
condições favoráveis para que os empreendedores regularizassem sua situação,
ao menos temporariamente. Em suma,
a “nova lei do alvará de funcionamento”
instituiu a figura do ALFC, permitindo
que estabelecimentos funcionando em
situação irregular por conta da ausência do Habite-se pudessem obter uma
“anistia temporária” para funcionar regularmente, condicionada à obtenção do
Habite-se num prazo de dois anos, sendo
que este prazo poderia ser renovado por
igual período desde que ficasse comprovado que medidas para regularizar
o imóvel foram tomadas. Devido à baixa divulgação e adesão do empresariado
por falta de conhecimento da nova lei, a
Câmara Municipal prorrogou o prazo de
vigência da lei até 31 de março de 2013.
A iniciativa promete ajudar a regularização de aproximadamente um milhão de
estabelecimentos na Capital localizados
em áreas de uso não residencial (nR1 e
nR2) cuja edificação tenha área total de
até 1.500 m².
Apesar da boa perspectiva, a lei contém muitas “ciladas” e o empresário deve
estar atento para não cometer nenhum
erro e acabar por ter seu pedido indeferido e, pior ainda, chamar a atenção da
fiscalização para seu empreendimento. A
lei é clara em afirmar que a licença condicionada só será expedida caso todas
outras exigências legais estejam completamente atendidas. Isto significa que se
uma determinada empresa é obrigada
a ter Auto de Verificação de Segurança
(AVS), o Certificado de Acessibilidade,
ou qualquer outra exigência do Corpo de
Bombeiros e das autoridades ambientais,
ela precisa estar com tudo isto já regularizado. Caso contrário, o pedido de licença condicionada será negado. E vale
notar que a lei é complexa e a quantidade
de exigências é grande, sendo prudente
contar com o apoio de especialistas para
evitar problemas. Outro ponto importante é que o empresário deve dar início
à regularização do imóvel o quanto antes
tanto para acelerar a obtenção da licença
definitiva quanto para não ficar sujeito
a uma negativa de renovação da licença
condicionada, ficando vulnerável à fiscalização. Sob o ponto de vista dos negócios, vale ressaltar que atualmente muitos órgãos públicos e empresas de grande
porte exigem a licença de funcionamento
como um dos itens a serem apresentados
em processos licitatórios. São inúmeros
os casos de empresas que foram eliminadas de concorrências públicas e privadas
por não possuírem o documento, deixando de fazer novos negócios e aumentar vendas e lucros.
No caso do imóvel ser locado, o proprietário do imóvel também deve se preocupar com a regularização da edificação. Bons administradores dificilmente
alugarão imóveis irregulares, pois antecipam que enfrentarão muitos problemas
para licenciar seus empreendimentos no
futuro. Além disso, locadores de imóveis terão dificuldades em vender suas
edificações para beneficiários de financiamentos de grandes bancos visto que
antes da liberação de empréstimos são
feitas vistorias preliminares, buscando
verificar se o imóvel está de acordo com
a última planta aprovada na Prefeitura,
sendo ainda requerido o Habite-se do
imóvel. Em suma, imóveis regularizados
tendem a ser mais valorizados em função
da segurança oferecida aos locatários, investidores e agentes financeiros.
A lei abriu uma janela de oportunidade que o empresário deve aproveitar,
obtendo o Auto de Licença de Funcionamento Condicionado (para aquelas
empresas que não têm Habite-se) ou Definitivo (para aqueles que o tem). Contudo, o prazo para solicitação do ALFC
vence em 31/03/2013 e, caso os empreendedores não o façam, estarão sujeitos
às sanções pertinentes, incluindo multas
e fechamento.
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EMPREENDEDOR: TRABALHANDO PELO BRASIL
Colégio Santana
Homenageado como Destaque Empresarial 2012 pela Associação
Comercial de São Paulo e Distritais Centro, Norte e Vila Maria
Irmã Luiza Rodrigues, Gisele Petterson
“120 anos de excelência educacional, responsabilidade
social e compromisso com as novas gerações.”
O
Colégio Santana teve seu
início em 18/12/1892, na
Av. Angélica, com cinquenta pensionistas e nove órfãs.
Sua Diretora era a Irmã Maria Virgínia
Faraldi, da Congregação das Irmãs de
São José de Chambéry.
Em 2009 foi comemorado o sesquicentenário da chegada de Madre Maria
Teodora Voiron no Brasil, a 1ª Provincial
das Irmãs de São José de Chambéry.
Em 1894, o Colégio, cujo nome era
Sagrado Coração de Maria, foi transferido para o bairro de Santana, no alto da
colina, passando a chamar-se “COLÉGIO SANTANA” para se diferenciar da
Congregação Sagrado Coração de Maria,
que abrira um colégio com este nome na
cidade de São Paulo.
Por muito tempo, a Capela Santa
Cruz e o Colégio Santana foram pontos
de referência em documentos oficiais da
cidade. Este Colégio, junto com o Observatório Astronômico de Santana, são
considerados marcos culturais do bairro.
A partir de 1893, o Padre Roberto Landell de Moura fazia várias experiências,
testando seu aparelho que denominou
Telefone Sem Fio (pois já existia o telefone com fio). Nesta época contava com a
colaboração de uma Irmã da Congregação de São José de Chambéry, que havia
chegado da França e tinha conhecimentos das pesquisas relacionadas. Assim o
Colégio Santana entra para a história das
telecomunicações do Brasil e do Mundo,
pois no solo desta escola foram feitas as
“primeiras experiências de transmissão
de voz humana, sem auxílio de fios, que
se tem notícia na história mundial das
telecomunicações.”
As Irmãs do Colégio Santana mobi-
lizaram-se para a instalação da 1ª linha
telefônica no bairro, conseguindo que,
em 16/03/1912, a Companhia Telefônica
instalasse o 1º aparelho da região, com ligação direta para a cidade em seu prédio.
É inegável que o crescimento de Santana está atrelado à vinda das Irmãs de
São José de Chambéry para a instalação
do Colégio Santana.
O Colégio Santana permanece como
espaço de produção cultural, social, intelectual, científica e religiosa, consolidando a cada ano sua missão de centro
vivo de expansão de conhecimentos, ao
mesmo tempo que preserva as raízes dos
moradores da área que desejam contribuir para a construção de uma sociedade
justa, fraterna e solidária, comprometida
com a vivência da cidadania.
66
67
É tempo de renovação!
O
Equipe Contac na cerimônia de recebimento da certificação ISO 9001 – maio/2012.
ano de 2012 foi muito gratificante para a Contac, uma
empresa de Gestão Contábil,
localizada na cidade de Porto
Ferreira - SP, especializada nas áreas Con-
tábil, Fiscal, Trabalhista, Planejamento
Societário e Tributário e Previdência.
Em fevereiro receberam a certificação
ISO 9001, selo de Qualidade reconhecido internacionalmente, que atesta que a
Estrutura física da Contac, redesenhada e com alta informatização.
empresa possui um Sistema de Gestão da
Qualidade que monitora constantemente
seus processos de trabalho a fim de evitar
erros e garantir a satisfação do Cliente.
Em 14 de julho a empresa celebrou
seus 35 anos. A Diretora Geral Maria
Anselma Coscrato dos Santos comemora: “é um momento simbólico em que refletimos sobre quem fomos até agora e o
que queremos ser daqui para frente, sempre pensando em melhorar, evoluir. Faz-se um balanço de realizações, dos dias
felizes e dos nem tanto assim. Renova-se
e evolui-se”. A Diretora Administrativa
Ana Paula C. dos Santos completa: “A
economia muda, os Clientes passam a
ter novas exigências, empresas surgem
com outras necessidades, o governo aumenta obrigações, o perfil de colaboradores e suas aspirações pessoais mudam,
o mercado muda. Tudo muda o tempo
todo. Em nossos 35 anos temos mantido
um olho para dentro, cuidando da nossa
Equipe e outro para fora, acompanhando
o que nossos Clientes precisam e as mudanças que o mercado apresenta”.
A Contac vai além de números e le68
Diretoras e Gestoras, que representaram cada membro da equipe que compõe essas conquistas.
gislações. Entende que sua atividade
consiste fundamentalmente em um relacionamento de pessoas para pessoas, e
concentra seus esforços em alimentar e
zelar pelo sonho empreendedor, livrando
seus Clientes de preocupações e riscos.
O foco é manter o Cliente em segurança
tributária e trabalhista.
A marca Contac também foi renovada neste ano. “Modernizamos a estrutura
física e tecnológica, a forma de organizar e realizar o trabalho, os processos de
monitoramento e controle da Qualidade
e a maneira de acompanhar as mudanças
legislativas que impactam diretamente o
empresário. Essa renovação, no entanto,
mantém a história de solidez, que zela
pelos Clientes com ética e compromisso”
– ressalta Maria Anselma.
Para encerrar o ano com chave de
ouro, a empresa recebeu o Prêmio Top
Empresarial Internacional promovido
pela Associação dos Empresários do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e
Mercosul. Diz Maria Anselma: “Para nós
foi grande a surpresa quando recebemos
o ofício comunicando nossa indicação
ao prêmio. Isso só reforçou o orgulho
que já temos de nosso trabalho e de nossa Equipe, pela dedicação, comprometi-
mento e zelo, e a gratidão que temos em
relação a nossos Clientes, pela confiança
e preferência. Só assim é que tudo isso é
possível. Também ficamos muito orgulhosas por poder levar Porto Ferreira a
outras fronteiras”.
São indicadas ao prêmio as empresas que recebem no mínimo 10% de
lembrança em uma pesquisa enviada a
mais de 5 mil organizações no Brasil e
países do Mercosul por se destacarem
na prestação de serviços, no comércio,
na indústria, no lazer, na política, nas
artes, na cultura, no esporte ou que de
alguma maneira contribuem para o desenvolvimento do país. A Diretora Ana
Paula reforça que “todo título ou reconhecimento traz consigo cada vez maior
responsabilidade. E isso nos estimula a
continuamente buscar padrões mais elevados de excelência”.
Nosso foco: manter sua empresa em segurança
tributária e trabalhista.
Nossa satisfação: ver você tranquilo!
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71
SUSTENTABILIDADE
divulgação
ELES NÃO ABRAÇAM ÁRVORES
Os especialistas em sustentabilidade nunca tiveram tanto prestígio nas empresas como agora.
Sem abrir mão do idealismo em questões ambientais, eles ajudam a fortalecer os negócios
72
E
m meados dos anos 90, o
paulista Fernando Von Zuben recebeu uma missão na
subsidiária brasileira da indústria sueca de embalagens
Tetra Pak. Recém-contratado como diretor de meio ambiente, ele foi encarregado
de desenvolver tecnologias que possibilitassem à empresa aumentar a reciclagem
de suas embalagens longa vida. A missão
começou como um trabalho solitário.
“Era uma diretoria de uma pessoa só”,
diz Von Zuben, engenheiro químico formado pela Unicamp. “Mas ganhei carta
branca para atuar, desde que seguisse as
diretrizes da matriz.”
No trabalho com os fornecedores da
Tetra Pak, ele buscou identificar oportunidades de aumentar o índice de reciclagem das embalagens e fomentar o
mercado de produtos feitos com esse material. O resultado foi além do esperado.
Mas foi a criação de uma tecnologia que
permite separar o alumínio, o papel e o
plástico das embalagens – algo inédito
no mundo – que Von Zuben e a unidade brasileira ganharam reconhecimento
internacional. O método foi exportado
para fábricas da empresa na Espanha e
na China e permitiu à Tetra Pak reduzir
drasticamente os danos de seu negócio à
natureza. Hoje Von Zuben comanda uma
equipe de 12 profissionais e orgulha-se
de já ter ajudado a formar mais de 30
engenheiros na área de sustentabilidade.
A experiência de Von Zuben exemplifica o que é valorizado hoje nos profissionais de sustentabilidade: executivos que
entregam resultados, algo longe de estereótipo de abraçadores de árvores. “O
que o mercado busca são profissionais
que conheçam a empresa e ajudem a dar
respostas aos desafios ambientais do nosso tempo”, diz Martin Bernard, consultor
que acaba de criar a P4BW, empresa paulistana de recrutamento de executivos
especializada em sustentabilidade. “Uma
dose de idealismo pode ser bem-vinda,
mas não é o elemento principal.”
Para as empresas, o problema é que
não existem muitos especialistas com o
perfil desejado. “A demanda está muito
aquecida, e as empresas se queixam de
que falta gente qualificada e experiente”,
diz Marcus Nakagawa, presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de
Sustentabilidade, que reúne especialistas
SUSTENTABILIDADE
A experiência de Von Zuben
exemplifica o que é valorizado
hoje nos profissionais de
sustentabilidade: executivos que
entregam resultados
que atuam em empresas, ONGs e no setor público. “O cargo de gestor de sustentabilidade, que há dez anos mal existia,
hoje está em alta.” Uma pesquisa recente
da consultoria Deloitte analisou a estrutura de sustentabilidade de 23 grandes
companhias que atuam no país.
A valorização do profissional de sustentabilidade reflete a grande transformação pela qual o tema vem passando
nos últimos anos. Há pouco mais de uma
década, o que a maioria das companhias
tinha era um funcionário que gerenciava as doações a ONGs ou instituições de
caridade.
Ainda hoje, muitas vezes o departamento de sustentabilidade das empresas
é responsável por conduzir as dezenas de
relacionamento e parcerias com entidades do terceiro setor.
divulgação
73
SUSTENTABILIDADE
Seu
computador
velho vale
dinheiro
O mercado de reciclagem de lixo
eletrônico, ainda incipiente no Brasil, pode
movimentar 300 milhões de reais por ano
P
or quase três décadas, milhares de equipamentos obsoletos,
como computadores, aparelhos
de fax e impressoras matriciais,
ocuparam um depósito de quase 300
metros quadrados nas dependências da
usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do
Iguaçu, no Paraná. Nesse período, 63
toneladas de sucata tecnológica se acumularam - e a perspectiva era de alta. O
descarte, porém, tinha de ser planejado.
Havia a preocupação de evitar que os
equipamentos velhos fossem parar nas
mãos de sucateiros, que certamente jogariam fora parte do material. “Guardamos
tudo durante todos esses anos porque até
então não havia uma forma de darmos
um destino correto a essa parafernália”,
diz Fabrício Rocha, gestor de logística
reversa da Itaipu Binacional. A solução
encontrada pela usina foi fazer um leilão
eletrônico. Em setembro, o material, avaliado inicialmente em 50 400 reais, recebeu 150 lances de quatro empresas, mas
foi vendido por 9400 reais.
A correta destinação de resíduos eletrônicos se transformou num dos maiores
desafios ambientais do mundo. Todos os
anos, são produzidos aproximadamente
50 milhões de toneladas - 10% desse total
nos Estados Unidos e na China. De acordo com a Organização das Nações Unidas, o lixo tecnológico cresce três vezes
mais do que o tradicional, e o problema é
cada vez mais grave nos países em desenvolvimento. No Brasil, estima-se que sejam descartadas quase 400 000 toneladas
de eletrodomésticos e eletroeletrônicos
por ano. A baixa destinação está ligada
à falta de capacidade instalada para lidar
com esse tipo de resíduo. Menos de dez
empresas no país possuem tecnologia
para realizar a manufatura reversa. Para
os próximos anos, a expectativa é que
esse quadro mude. Um dos motivadores
é a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Sancionada em 2010, a nova regulamentação prevê que uma série de resíduos
especiais - como eletroeletrônicos obsoletos, pneus, lâmpadas, medicamentos,
pilhas e baterias - seja objeto de gestão
compartilhada entre indústrias, varejo e
consumidor final.
A logística acabou se tornando um dos
maiores entraves para as empresas do
setor. Enquanto as unidades de processamento de resíduos estão concentradas
nas principais regiões metropolitanas,
a matéria-prima encontra-se espalhada
por todo o país. “Para o negócio ser viável, é necessário reduzir os custos com
logística, descentralizando as operações”,
afirma Roberto Lopes, superintendente
da Essencis Soluções Ambientais, empresa de manufatura reversa de São Paulo.
Ele calcula que 50% do custo operacional
da empresa seja gerado pelo transporte
das matérias primas.
Parte do desafio logístico também inclui acessar os equipamentos que estão
estocados em milhões de residências no
país. De acordo com um estudo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica, 35% da sucata tecnológica é
guardada pelos consumidores - uma boa
notícia do ponto de vista ambiental, mas
um desestímulo aos investimentos na
cadeia de manufatura reversa. Algumas
empresas têm batido de porta em porta
em busca de TVs, computadores e celulares ultrapassados. A mineira E-Mile
roda a região metropolitana de Belo Horizonte à procura de equipamentos velhos. Metais nobres contidos em placas e
circuitos eletrônicos, como ouro e prata,
são reciclados no exterior. “O Brasil ainda está engatinhando nesse mercado”, diz
Fernanda Marciliano, diretora da E-Mile. Independentemente de onde seja feita
a reciclagem, o importante é diminuir a
pilha de lixo tecnológico.
Enquanto as
processadoras
de resíduos
estão em regiões
metropolitanas,
a matéria-prima
está espalhada
por todo o país
74
SUSTENTABILIDADE
divulgação
75
SUSTENTABILIDADE
Inovação para uma cadeia de valor mais
sustentável, em produtos e serviços
O
utra possibilidade é a criação
de produtos e serviços sustentáveis, ou ainda a reformulação da linha já existente
para gerar menor impacto ao meio ambiente.
Um caso interessante sobre isso é o do
desenvolvimento do sabão em pó para
água fria Tide®, da Procter & Gamble,
em 2005. Cientes de que até 3% da eletricidade consumida anualmente pelas
residências norte-americanas eram usados para aquecer a água na lavagem de
roupas, a empresa lançou um produto
para água fria, o Tide® Coldwater, nos
Estados Unidos, e o Ariel® Cool Clean,
na Europa.
No Brasil, recentemente observamos
o lançamento pela Braskem do “plástico verde” – o polietileno derivado da
cana-de-açúcar -, utilizado nas peças do
tradicional jogo Banco Imobiliário da
Brinquedos Estrela, nas embalagens da
indústria de cosméticos Shiseido e também em produtos da P&G, com direito a
anúncios co-branded (Braskem e P&G)
para celebrar a inovação.
Vale destacar a grande oportunidade
para criação de novos modelos de negócio.
Recentemente, assisti a uma apresentação fascinante em evento de inovação
da divisão de mercados de capitais do
Banco Itaú, na qual foi compartilhado
um novo modelo de microcrédito a empreendedores de regiões carentes como a
Vila Cruzeiro e Jacarezinho na cidade do
Rio de Janeiro. Inspirado na iniciativa do
Grameen Bank, fundado pelo professor
Muhammad Yunus em 1976 em Bangladesh, o modelo do Itaú conta com di-
versos agentes de microcrédito que dão
acesso a financiamentos para pequenos
negócios nas comunidades.
RESULTADOS
Essa inovação que se ampara na mais destacada função
social dos produtos e serviços criados pela empresa
tem um efeito muito além
dos resultados econômicos,
exercendo um poder incomparável de engajar e entusiasmar grande contingente
de funcionários, os quais
veem nesses projetos razões
adicionais para o comprometimento com a organização, sem mencionar o reforço positivo da reputação
corporativa na sociedade.
Criar plataformas futuras
para fim sustentável é
objetivo de novas
organizações.
divulgação
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SUSTENTABILIDADE
Vale destacar a grande oportunidade para criação de novos modelos
de negócio.
Por fim, organizações inovadoras
pensam em criar plataformas futuras
para uma sociedade mais sustentável.
Empresas como IBM vêm investindo
fortemente na relação entre a tecnologia
digital e a gestão energética, contribuindo para o desenvolvimento de redes inteligentes (smart grids) que administrarem
a geração, transmissão e distribuição de
energia de todas as fontes com as demandas, reduzindo custos, racionalizando
sistemas e otimizando o consumo.
Espera-se que as empresas com maior
sucesso nessa estratégia sejam aquelas de
conduta ética, que no cotidiano se pautem por incluir em seus valores o respeito
às pessoas, aos funcionários, clientes, às
comunidades e ao meio ambiente. Quem
tem essa filosofia enraizada já andou metade do caminho para buscar inovações
em seus processos e produtos sustentáveis.
Uma crença sólida na cultura do Grupo Pão de Açúcar defende que 99% das
ideias nascem nas lojas. Compreender as
necessidades do consumidor nos leva a
inovações por todo o negócio: nos itens
que oferecemos, na escolha de fornecedores, nos processos internos e no layout
das lojas. Nos últimos anos, promovemos algumas mudanças, como a ampliação do espaço para perecíveis, a oferta
de produtos orgânicos, o crescimento
do açougue, a expansão do segmento de
pratos prontos, a variedade da padaria,
entre tantas inovações, sempre em linha
com as tendências e mudanças de comportamento de nosso consumidor.
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SUSTENTABILIDADE
M
SUSTENTABILIDADE
Fabio Feldmann
uitas vezes se tem a impressão de que a fila não
anda no tema da sustentabilidade no Brasil. De
fato há muita publicidade por parte das
empresas e na maioria das vezes assistimos ao que se chama “greenwashing”,
ou seja, maquiagem ambiental. Ao invés
de se entender que sustentabilidade no
mundo empresarial passou a ser requisito de sobrevivência para as empresas e o
próprio planeta, muita gente age como se
bastasse despender recursos em belíssimas propagandas, sendo o assunto matéria do departamento de marketing ou
comunicação.
Se depender da publicidade das grandes empresas, não haveria como negar
que hoje todos são sustentáveis: bancos,
mineradoras, montadoras, enfim, o planeta estaria fora de perigo pois sustentabilidade se tornou algo intrínseco aos
negócios. Será verdade?
Em partes, sim, pelo fato de que a sociedade hoje está exigindo dos governos
e das empresas respostas claras às demandas de sustentabilidade, com ênfase
nos aspectos sócio-ambientais. Por esta
razão tanta propaganda. Por outro lado,
há que se separar o joio do trigo, ou seja,
criar mecanismos que assegurem efetivamente a incorporação da sustentabilidade no mundo empresarial, evitando assim que se esvazie o conteúdo efetivo da
sustentabilidade, que traz uma mudança
radical no papel das empresas diante da
sociedade. Não é suficiente gerar lucros
para os acionistas e investidores de maneira geral, mas enfrentar problemas do
mundo contemporâneo como o aquecimento global, esgotamento dos recursos
naturais, desigualdade social.
Para tanto, as empresas precisam internalizar a dimensão da sustentabilida-
de em suas atividades, com perspectiva
de médio e longo prazo, compreendendo que devem exercer um papel absolutamente estratégico nos temas acima
mencionados. Um bom exemplo de
como operacionalizar tal dimensão em
seus negócios pode ser visto quando as
empresas criam critérios de sustentabilidade para aquisição de seus bens e serviços, criando uma cultura nova que atinge toda a cadeia produtiva, assegurando
com isso que o consumidor possa exercer uma escolha adequada em termos de
seus próprios valores no seu cotidiano.
Explico: ao comprar um móvel de
madeira certificada o consumidor está
fazendo uma opção clara pela preservação de nossas florestas, bem como ao
comprar carne com rastreabilidade está
evitando o desmatamento de nossos biomas. Produtos isentos de pesticidas asseguram a saúde dos consumidores, bem
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SUSTENTABILIDADE
divulgação
EMPRESARIAL PARA VALER
como vasos sanitários bem projetados
evitam desperdício de água.
Os exemplos que podemos citar revelam claramente que as empresas realmente comprometidas podem ter um
papel crucial na construção de uma cidadania planetária, desde que se engajem
na busca de soluções para os problemas
que vivemos. Um exemplo concreto desse engajamento se dá quando as redes
de varejo orientam seus departamentos
de compra a construir com a sociedade
civil critérios de sustentabilidade, sendo
que a participação das ONG’s é importante para conferir credibilidade nesses
processos.
Esta semana participei de um evento
ilustrativo do que estou falando. A Accenture, uma das empresas de consultoria mais importantes do mundo, reuniu
representantes dos diversos segmentos
do setor empresarial com o propósito
de discutir exatamente como estabelecer
tais critérios, procurando identificar as
barreiras concretas existentes no mercado para que a retórica da sustentabilidade empresarial dê lugar a ação efetiva.
É possível comprar produtos eletrônicos com bom desempenho energético? Como adquirir computadores
e aparelhos celulares que não venham
comprometer o meio ambiente com seus
metais pesados? Para produzir sabonetes
e shampoos é viável adquirir matéria prima que respeite a dignidade dos animais
no momento do seu abate?
Estas questões foram claramente colocadas nesta reunião, demonstrando
que se formos capazes de respondê-las,
há razão para que sejamos otimistas. As
empresas estão engajadas no processo de
construção de novos paradigmas empresariais e - porque não dizer - de uma sociedade com novos padrões de consumo,
transformando a lógica da velha economia predatória dos recursos naturais. A
partir daí, de acordo com um dos participantes da reunião, o importante é agregar valor para a sociedade a médio prazo.
Mais uma vez saí convencido de que
o grande desafio político (em letras maiúsculas) do desenvolvimento sustentável é a articulação do setor empresarial
cosmopolita com a sociedade civil organizada, lideranças governamentais comprometidas com o futuro, comunidade
científica e mídia. Uma vez articulada
tais alianças estratégicas será possível
oferecer aos cidadãos, consumidores, investidores, comunidades, um repertório
de opções que viabilizem uma cidadania
planetária revestida de direitos e deveres,
que não se confunde com campanhas
publicitárias enganosas e vazias de governos e empresas.
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SUSTENTABILIDADE
A SEDE DAS
METRÓPOLES
A demanda por água nas grandes cidades
do mundo vai crescer 40% em 15 anos.
Matar a sede urbana exigirá tempo,
vontade política e muito dinheiro.
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divulgação
C
omo é comum em países
emergentes e pobres, na Índia
parte dos burocratas vive no
mundo do faz de conta. Pelos
cálculos oficiais da companhia de saneamento de Nova Délhi, apenas 12% do
suprimento de água da capital da Índia
vem do subsolo. Na realidade, porém,
estima-se que pelo menos metade de
toda água consumida na cidade, de quase
17 milhões de habitantes, tenha origem
nos lençóis subterrâneos, grande parte deles contaminada pelo esgoto. O rio
Yamuna, o poluído afluente do Ganges
que abastece a capital, costuma ter um
bom fluxo de água somente durante os
três meses de chuvas. No resto do tempo,
impera a escassez. Nos meses mais secos,
a disponibilidade de água num raio de
100 quilômetros da capital é de 26 litros
por pessoa por dia (o recomendável são
100 litros por pessoa por dia, volume
que equivale a menos de uma banheira
cheia). Estima-se que o volume deva cair
para menos de 5 litros até 2050. O que
ocorre em Nova Délhi é um exemplo dos
desafios do abastecimento de água nas
maiores metrópoles mundiais. Em menos de 15 anos, a demanda por água nas
grandes cidades deve aumentar 40%, segundo cálculos da consultoria americana
McKinsey. Será necessário buscar, sabe-se lá onde, quase 80 bilhões de metros
cúbicos a mais, o equivalente a 20 vezes o
consumo atual da cidade de Nova York.
Até 2050, cerca de
3 bilhões de pessoas
deverão viver em
cidades onde faltará
água em algum
momento do ano
Hoje, mais da metade dos habitantes
do planeta já vive nas cidades. Esse número deverá aumentar para quase 60%
da população mundial em 2025, com um
agravante. Levando- se em conta o crescimento populacional nos centros urbanos mais a migração vinda do campo, as
metrópoles receberão 1 bilhão de novos
habitantes nos próximos 13 anos. Quase
todas as cidades em que o consumo de
água deve crescer acentuadamente ficam
em países emergentes. “Não vamos solucionar esse problema sem gastar tempo,
vontade política e muito dinheiro”, diz
Rob McDonald, pesquisador da ONG
americana The Nature Conservancy.
Atualmente, pelas contas de pesquisadores da Universidade da Cidade de Nova
York, quase 900 milhões de pessoas vivem em cidades onde falta água em algum momento do ano. Ou seja, durante
SUSTENTABILIDADE
pelo menos um mês do ano, a disponibilidade é inferior a 100 litros por pessoa
por dia.
No Brasil, onde estão 12% da água
doce mundial, menos da metade dos 5
565 municípios tem abastecimento considerado satisfatório. Para não arriscar
ficar sem água nos próximos três anos,
a outra metade precisa investir na ampliação dos sistemas de captação ou encontrar novos mananciais. “Há um descompasso entre o crescimento urbano,
com a expansão das favelas e dos bairros
de periferia, e a velocidade com que se
constrói infraestrutura de tratamento de
água e saneamento”, afirma Glauco Kimura de Freitas, coordenador do programa de água doce da ONG WWF Brasil.
Se a questão do abastecimento de água
se resumisse à quantidade, já seria gravíssima. Mas somam-se as dificuldades
relacionadas à qualidade. Na China, por
exemplo, o Ministério dos Recursos Hídricos já admite que mais de 70% de toda
a água da superfície do país — e 74% da
subterrânea — está poluída.
A inabilidade dos gestores públicos
em lidar com a questão da água é generalizada, e a fatura para zerar o problema é alta. De acordo com a consultoria
McKinsey, para prover água a toda a
população urbana do mundo até 2025,
serão necessários investimentos de 480
bilhões de dólares em infraestrutura de
tratamento e distribuição, o equivalente
ao PIB da Noruega. Parece muito, mas o
preço de não fornecer água de qualidade
pode ser muito maior. No México e na
Índia, o número de protestos provocados
pela escassez tem aumentado. A crescente tensão ficou clara no último verão
indiano, que bateu recorde de calor. O
pico da demanda inflacionou os preços
cobrados pela máfia do caminhão-pipa e
elevou a pressão sobre os lençóis freáticos. Embora seja proibido, os proprietários de terra da região abrem poços em
seus quintais para sugar água do subsolo
e vendê-la ilegalmente. Cada 1 000 litros
— o consumo de uma família de quatro
pessoas durante cinco dias — custa o
equivalente a até 40 reais, valor alto para
o padrão das famílias mais pobres nas
grandes cidades.
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SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade Social Também é
Fundamental para o Brasil
“Sustentabilidade social é; e
sempre será o início de
qualquer projeto de
sustentabilidade econômica
ou ambiental que se preze.”
N
unca se falou tanto em
sustentabilidade e em
meio ambiente como nos
dias de hoje. E é mesmo
importante que as pessoas compreendam que a importância de se conservar
os recursos naturais e levar uma vida
mais condizente com a capacidade de
produção e renovação dos recursos planetários é nossa única chance de conti-
que as cerca. Pois onde há miséria; carências de toda espécie; pobreza extrema e a
falta das mais básicas condições de vida;
é impossível exigir-se, ou sequer sonhar,
que as pessoas envolvidas nesse mar de
carências se preocupem com a preservação do que quer que seja. Afinal de contas; ninguém pode se preocupar com o
perigo de extinção do pássaro “negro de
quatro olhos”; enquanto morre de
fome a míngua e o pássaro dá um “caldo
gostoso”.
Por isso, todo o planejamento para
nuarmos ainda por um longo tempo por
aqui. Contudo, o que muitos esquecem é
de que nada adianta um meio ambiente
cuidado e vigiado; bem como empreendimentos voltados para a preservação
ambiental e para a sustentabilidade, se
não forem observadas a manutenção e o
oferecimento das condições mais básicas
de vida para as populações inseridas no
contexto desse mesmo meio ambiente.
Para isso, a necessidade de ampliar-se
a sustentabilidade ambiental para que alcançasse também as pessoas; deu surgimento ao termo sustentabilidade social.
Sim, porque da mesma forma que é necessário preservar os recursos ambientais
de uma determinada região; é necessário
que as pessoas que nela vivem o façam de
forma completa e satisfatória. Desta forma, os habitantes locais serão muito mais
facilmente permeáveis às ideias conservacionistas e se dedicarão com muito
mais afinco a conservação e a evolução
de comportamentos e tradições mais responsáveis em relação ao meio ambiente
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SUSTENTABILIDADE
tornar um determinado empreendimento sustentável deve, antes de qualquer
coisa, levar em consideração a aplicação
da sustentabilidade social. Perceber a importância desse fator e desse imperativo,
é a diferença entre o sucesso e o fracasso
de quaisquer políticas ambientais que se
deseje implantar. E compreender o quão
difícil é preocupar-se com o ambiente e
com a conservação da natureza enquanto
se morre de fome; caminha-se no esgoto
e bebe-se da água mais poluída possível;
é a chave para o sucesso desses projetos.
Assim, a sustentabilidade social deve
preceder qualquer outra prática.
No entanto, nem sempre é assim que
acontece. Muitos governos e empresas
jogam determinações para serem cumpridas de “cima para baixo” e sem entender a realidade que aflige determinado
grupo humano. Um exemplo bem claro
disso é o que ocorre na Amazônia. Proíbem-se as madeireiras e se deseja combater a exploração ilegal do lugar. Contudo,
não se criam oportunidades de emprego
e renda nas cidades que estão as margens
da floresta e, muito menos, nas que estão
localizadas dentro dessas áreas. O resultado é líquido e certo: Entre morrer de
fome e deixar a floresta vicejar ou aceitar
o emprego na madeireira; botar as árvores a baixo e ir dormir todos os dias com
a barriga cheia e aquecida; qual opção
você escolheria? E é exatamente o que
ocorre por lá. O povo inverteu a “ordem
natural das coisas” e aliou-se aos criminosos; pois eles são a sua única fonte de
renda e de sustento no meio da selva.
Quando chegam os órgãos governamentais de meio ambiente e combatem as
madeireiras; eles é que são considerados
os inimigos.
Se os preceitos de sustentabilidade social tivessem sido aplicados por lá; a história com toda a certeza seria muito diferente e o governo federal teria o apoio
quase total dos moradores e habitantes
daquela região.
Essa é a importância e a relevância
que deve ser dada e a urgência com que
esse conceito deve ser debatido e introduzido o mais rapidamente possível em
todas as deliberações que tenham o tema
sustentabilidade como pauta.
Sustentabilidade social é; e sempre
será o início de qualquer projeto de sustentabilidade econômica ou ambiental
que se preze.
divulgação
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divulgação
Sustentabilidade contra à pobreza
Agricultores tiram seu sustento em projeto
sustentável de florestas de alimentos na Amazônia
M
ilhares de quilômetros separam o distrito de Nova
Califórnia, na divisa dos
estados do Acre e de Rondônia, dos principais centros consumidores do país - aliás, de todos os principais pólos irradiadores de qualquer
tendência ou novidade. Mas a distância
pouco importou para que os agricultores
que resolveram tirar de lá o sustento de
suas famílias transformassem sua aventura numa bem-sucedida experiência
que seria reconhecida internacionalmente. A verdadeira “missão” desenvolvida
pelo Projeto de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (conhecido como Projeto Reca) rendeu aos
seus idealizadores o Prêmio ODM Brasil
2007, iniciativa do governo brasileiro em
parceria com o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Foi um reconhecimento à sua contribuição para o cumprimento dos Objetivos do Milênio (ODM), principalmente
aqueles relativos a sustentabilidade ambiental, combate à pobreza e garantia
da segurança alimentar. Para entender
como foi possível garantir paz e prosperidade a centenas de moradores numa
região tão inóspita como o Noroeste do
país, no coração da floresta amazônica, é
preciso explicar como se deu o processo
de colonização do local. Em fins de 1970,
diversas famílias atenderam aos chamados de uma oferta do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a agência fundiária do governo federal, e partiram para a colonização na
Amazônia. O Incra doou lotes de 100
hectares de mata fechada aos interessados em colonizar os grotões do Brasil
na esperança de resolver um problema
fundiário, uma vez que Acre e Rondônia
divergiam sobre a localização da linha de
divisa territorial na região.
Hoje o projeto conta com uma extensa rede de parceiros, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-
pa) ao Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),
da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ao
Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA). A medida do sucesso do projeto
veio em 2000, quando a empresa de cosméticos Natura passou a comprar deles:
a companhia solicitou o fornecimento
de matéria-prima da região (manteiga
de cupuaçu e óleo de castanha-do-pará),
para a linha de produtos “Natura Ekos”.
E é a própria empresa que define a bem-sucedida parceria. “A comunidade extrai de maneira sustentável os frutos da
terra e se beneficia do seu valor comercial. As empresas compram os ativos e
matérias-primas para seus produtos e
apóiam projetos em benefício da terra,
da comunidade e da sustentabilidade. Os
consumidores dão preferência a adquirir
produtos de empresas com atitude ecológica e sustentável, o que faz com que o
ciclo se feche. É o mundo ideal, não?” Se
não é, está muito perto disso.
SUSTENTABILIDADE
Roupa Nova Sem Culpa
Um novo conceito para se vestir
D
oze entre dez mulheres
amam perambular pelo shopping center. Melhor quando
voltam com pelo menos algumas pecinhas novas para casa, certo?
Muito bem, se você ama de paixão as
tendências, aqui vai uma que está sacudindo o mundo fashion - moda que respeita o planeta.
Nova garante: dá para desfilar linda e
ainda fazer a linha ecoantenada. A cantora Beyoncé já aderiu. Quer entrar para
a turma?
PANOS QUENTES, SUSTENTÁVEIS
E CONFORTÁVEIS Você já deve ter
ouvido falar que o consumo desenfreado - com a constante troca de coleções
da moda incluída - é um dos grandes
vilões da destruição do meio ambiente.
Pois pode começar a conjugar o verbo no
passado se a conversa for sobre o seu, o
nosso guarda-roupa.
Não são duas nem três grifes que estão
adotando processos e matérias-primas
sustentáveis. A nova vedete entre os estilistas ecofriendly (parceiros da ecologia) é o algodão orgânico, cultivado sem
agrotóxicos ou fertilizantes artificiais.
O que você ganha com isso? Como
a produção mundial do tecido ainda é
pequena, as peças são exclusivas e assinadas por marcas descoladas, entre elas
Zara, Stella McCartney, Nike, Cantão e
Levi’s.
Essa última fez bastante sucesso com
o jeans orgânico Revolution. “No futuro, vamos ampliar o alcance para toda
a linha”, aposta Maurício Busin, gerente
de marketing da empresa. Outro figurão engajado é o italiano Giorgio Armani. “As camisetas Emporio Armani Red
usam algodão plantado em áreas do Peru
e da Bolívia que foram palco do tráfico
de drogas”, conta Patricia Gáia, diretora
executiva do grupo Armani no Brasil.
Sem falar das roupas da marca feitas
de cânhamo, erva que não necessita de
pesticida para se desenvolver e produz
um fio muito resistente. “O resultado é
um tecido fresco para o verão e confortável para o inverno”, fala Patricia.
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