POP - 03 Prev. de ITU

Transcrição

POP - 03 Prev. de ITU
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
Recomendações para Prevenção e Controle
de Infecção Hospitalar
Tópico
Prevenção de Infecção do Trato Urinário
Associado a Sonda Vesical
N0 Recomendação
REC - 003
Início de validade
07/2010
Página
1/6
Revisão
07/2012
Elaborado pela equipe da CCIH da FSCMPA
1- INTRODUÇÃO:
O trato urinário é um dos sítios mais comuns de infecção hospitalar,
contribuindo com cerca de 40% do total das infecções referidas por hospitais gerais.
Além das condições de susceptibilidade individual, a sondagem vesical de demora
(SVD) é o fator de risco mais importante para as infecções do trato urinário hospitalar
(ITUH) e infecções associadas a este procedimento representam 66 a 88% de todas as
ITUs do hospital.
2- OBJETIVOS:
1. Geral:
Prevenir a ocorrência de infecções urinárias associadas a sondagem
vesical.
2. Específicos:
Reduzir a morbidade e mortalidade relacionada à ITUH associada à
SVD;
Diminuir o tempo de internação dos pacientes com ITUH;
Estabelecer metas de incidência destas infecções.
3- DEFINIÇÕES:
a) Sonda Vesical de Alívio (SVA): é a inserção de um cateter (sonda) estéril pelo
canal uretral até a bexiga, para drenagem imediata da urina, sendo logo depois
retirado;
b) Sonda Vesical de Demora (SVD): é a inserção de um cateter (sonda) pelo canal
uretral até a bexiga, para drenagem contínua da urina, por certo período.
4- VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA:
Elaborado pela equipe da CCIH da FSCMPA
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
Recomendações para Prevenção e Controle
de Infecção Hospitalar
Tópico
Prevenção de Infecção do Trato Urinário
Associado a Sonda Vesical
N0 Recomendação
REC - 003
Início de validade
07/2010
Página
2/6
Revisão
07/2012
Realizado vigilância do procedimento invasivo (sonda vesical de demora) com
construção de tendências de infecções de taxas de infecção do trato urinário associada à
sonda vesical de demora (SVD). Adaptada da vigilância por componentes do
NNIS/CDC. Os critérios de definição são também adaptados do sistema NNIS (Ver
Critérios de Definição de Infecção Hospitalar da FSCMPA).
5- MEDIDAS PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA:
A) Equipe de Assistência:
1. Somente pessoas treinadas devem manusear a sonda vesical e o sistema fechado.
2. Deve haver treinamento periódico das técnicas de inserção e manejo da sonda
vesical e sua conexão.
B) Uso da Sonda Vesical:
1. A medida preventiva mais simples e eficaz é evitar o uso do cateter vesical. A
inserção só deve ocorrer quando necessária, e retirada o mais breve possível.
2. Considerar alternativas a SVD: uso de punção suprapúbica, cateterização
intermitente e uso de coletor urinário.
C) Higienização das Mãos:
1. Realizar sempre a higienização das mãos antes e após a manipulação do sistema.
D) Inserção da Sonda:
1. Usar técnica asséptica de inserção.
2. Higienizar as mãos com degermante.
3. Usar luvas estéreis, gazes estéreis e geléia lubrificante de uso único.
4. Usar sonda com o menor calibre possível.
5. Fixar sonda, evitando movimentos que tracionem a uretra.
E) Sistema Fechado Estéril:
Elaborado pela equipe da CCIH da FSCMPA
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
Recomendações para Prevenção e Controle
de Infecção Hospitalar
Tópico
Prevenção de Infecção do Trato Urinário
Associado a Sonda Vesical
N0 Recomendação
REC - 003
Início de validade
07/2010
Página
3/6
Revisão
07/2012
1. O sistema fechado não deve ser desconectado.
2. Não desconectar a sonda do sistema coletor
3. Trocar todo sistema caso haja desconexão acidental.
4. Manter a ponta distal do sistema coletor protegida evitando que toque
superfícies contaminadas como receptores de urina, lixeiras, cama e chão.
F) Irrigação:
1. Deve-se evitar a irrigação.
2. Somente é permitida no pós-operatório de cirurgia urológica. Neste caso:
a. Preferir o sistema contínuo e fechado.
b. A irrigação com antibiótico não deve ser feita.
c. A junção sonda-coletor-sistema fechado deve ser desinfectada antes da
desconexão.
d. Para desobstrução, usar seringas e líquido estéril.
e. Se a causa da obstrução da sonda for relacionada ao próprio cateter,
deve-se proceder a troca.
G) Coleta de Urina:
1. Proceder a coleta de amostra de urina no local apropriado realizando desinfecção
prévia com álcool a 70% e utilizando agulha de fino calibre.
2. Nunca colher urina da bolsa coletora.
3. Nunca desconectar o sistema para coleta de urina.
H) Fluxo Urinário:
1. Manter fluxo de urina livre.
2. Evitar dobra dos tubos.
3. Esvaziar a bolsa sempre que necessário.
4. Trocar cateteres com problemas de funcionamento.
5. Manter a bolsa coletora em nível inferior à bexiga.
Elaborado pela equipe da CCIH da FSCMPA
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
Recomendações para Prevenção e Controle
de Infecção Hospitalar
Tópico
Prevenção de Infecção do Trato Urinário
Associado a Sonda Vesical
N0 Recomendação
REC - 003
Início de validade
07/2010
Página
4/6
Revisão
07/2012
6. Clampear o tubo de extensão e colocar a bolsa coletora entre as pernas do
paciente durante transporte de pacientes sondados.
I) Recomendações Específicas:
Cuidados na manutenção:
Higienizar a região perineal, com água e sabão, pelo menos duas vezes ao
dia.
Realizar anti-sepsia do meato uretral com PVP-I aquoso duas vezes ao dia.
Realizar antissepsia das mãos com solução de PVP-I degermante ou fricção
alcoólica antes e após o manuseio do cateter, tubo ou saco coletor.
Manter
os
fluxos
contínuos
de
urina,
favorecendo
a
drenagem
contínua/espontânea por gravidade.
Esvaziar o saco coletor sempre que necessário, assegurando-se que a bolsa
coletora permaneça abaixo do nível da bexiga. Utilizar nestas tarefas luvas
de procedimento, obedecendo a seguinte técnica:
a) Fazer antissepsia das mãos com PVP-I degermante ou álcool a 70%;
b) Calçar luvas de procedimento;
c) Clampear o tubo de extensão;
d) Posicionar o tubo de drenagem do saco coletor para o recipiente que irá receber a
urina, evitando o contato de ambas as superfícies durante o procedimento;
e) Abrir o clamp do tubo de drenagem;
f) Acompanhar o esvaziamento espontâneo da urina do saco coletor no recipiente
de uso individualizado;
g) Fechar o clamp do tubo de drenagem;
h) Realizar desinfecção, com álcool etílico a 70%, na ponta do tubo de drenagem;
i) Colocar o tubo de drenagem no seu protetor;
j) Observar o volume drenado e aspecto da urina;
k) Desprezar a urina no vaso sanitário;
l) Retirar e desprezar as luvas de procedimento;
Elaborado pela equipe da CCIH da FSCMPA
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
Recomendações para Prevenção e Controle
de Infecção Hospitalar
Tópico
Prevenção de Infecção do Trato Urinário
Associado a Sonda Vesical
N0 Recomendação
REC - 003
Início de validade
07/2010
Página
5/6
Revisão
07/2012
m) Realizar antissepsia das mãos com álcool a 70% ou solução de PVP-I.
IMPORTANTE!
Todos os passos desta técnica devem ser repetidos para o esvaziamento
da urina de cada paciente;
É proibido o esvaziamento simultâneo de vários sacos coletores bem
como a utilização de um único recipiente para várias coletas;
Encaminhar a CME os recipientes coletores para processamento
adequado (desinfecção de baixo nível);
Indicações de urocultura em pacientes com cateter vesical:
Suspeita de infecção do trato urinário, orientados pelos dados clínicos e
epidemiológicos;
Investigação de febre a esclarecer;
Bacteremia/Septicemia de provável origem urinária;
Pacientes procedentes de outros hospitais e com sonda vesical deve ser
colhida urina rotina no momento da admissão no Hospital. Caso seja
detectado piúria, a urocultura deve ser solicitada;
Nos pacientes admitidos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
procedentes de outras unidades do Hospital, deve-se colher na admissão
na UTI o exame de urina rotina. Caso seja detectado piúria, a urocultura
deve ser solicitada;
Não está indicada a coleta de urina para realização de vigilância
periódica.
Indicações de troca:
Não existe periodicidade na troca da sonda vesical e do sistema coletor;
Obstrução da luz do cateter ou tubo coletor;
Elaborado pela equipe da CCIH da FSCMPA
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
Recomendações para Prevenção e Controle
de Infecção Hospitalar
Tópico
Prevenção de Infecção do Trato Urinário
Associado a Sonda Vesical
N0 Recomendação
REC - 003
Início de validade
07/2010
Página
6/6
Revisão
07/2012
Suspeitas ou evidências de incrustações na superfície externa do cateter
urinário quando é previsível a obstrução do cateter;
Contaminação do cateter por técnica inapropriada na instalação ou
manuseio;
Desconexão acidental do cateter com o tubo coletor, ou quando
apresentar mal funcionamento.
IMPORTANTE!
Quando houver violação do sistema fechado, por exemplo, vazamento no saco
coletor, a indicação é de troca de todo o sistema e não apenas do saco coletor.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Mayhall CG. Hospital epidemiology and infection control. Williams e Wilkins,
1999,1.286 p.
2. Bennett JV et al. Hospital infections. 3 ed., Boston: Little Brown and Company,
1992.
3. Wenzel RP. Preventions and control of nosocomial infections. Williams &
Wilkins, 3 ed. 1997.
4. Couto CR. Infecção hospitalar e outras complicações Não-infecciosas da
Doença – Epidemiologia, Controle e Tratamento. 3 ed., RJ: MEDSI, 2003
Elaborado pela equipe da CCIH da FSCMPA

Documentos relacionados

Infecção de Trato Urinário - Secretaria de Estado da Saúde

Infecção de Trato Urinário - Secretaria de Estado da Saúde Revisão da literatura, coleta de dados (indicação da utilização de CV, ITU associada, tempo de permanência, custo dos atm usados no tratamento da ITU e custo da hospitalização) Maio a junho de 2005...

Leia mais