Bandagem de Quatro Camadas versus Bandagem de Curto
Transcrição
Bandagem de Quatro Camadas versus Bandagem de Curto
Bandagem de Quatro Camadas versus Bandagem de Curto Estiramento em Úlceras Venosas na Perna Experimento Multicêntrico, Aleatório e Controlado Resumo Motivo: O foco do estudo foi comparar os índices atingidos de cicatrização de úlceras venosas com a Bandagem de 4 Camadas (B4C) versus Bandagens de Curto Estiramento (BCE). Projeto: Experimento multicêntrico, aleatório e controlado, executado em 5 centros da Holanda e em 2 centros da Áustria. Pacientes e métodos: 112 pacientes (53 tratados com B4C e 59 com BCE) com pelo menos um acompanhamento após o tratamento, 90 completaram o estudo.As bandagens e avaliação da úlcera foram executadas em intervalos semanais. A randomização foi executada em cada centro e foram separados de acordo como tamanho (mais ou menos que 10cm²) da área ulcerada. A terapia local consistiu de uma simples cobertura absorvente e não aderente.O tempo para completar a cicatrização foi protocolado em no máximo 16 semanas. Os dois grupos de tratamento foram comparados levando em conta suas características como base de referência. Resultados: Total de 33/53 (62%) pacientes com úlceras foram curados no grupo B4C, comparado com 43/59 (73%) do grupo BCE (diferença de 11%). 77% das úlceras com área inicial menor do que 5cm² cicatrizaram quando comparados com 33% das úlceras maiores. Os diferentes níveis de cicatrização nos centros puderam ser explicados pelos diferentes tamanhos das úlceras tratadas. Baseada nas estimativas de Kaplan-Meier o tempo médio de cicatrização foi de 57 dias para B4C (95%) e 63 dias para a BCE (95%). Conclusão: Os níveis de cicatrização das úlceras não se diferem entre os dois tipos de bandagens. O principal critério discriminante foi o tamanho inicial da úlcera. Em centros que foram experimentados usuários de bandagens de curto estiramento, não houve uma diferença significante nos níveis de cicatrização das úlceras venosas depois da utilização da B4C ou da BCE. Palavras-chave: Cicatrização de úlceras, bandagem de compressão, bandagem de quatro camadas, bandagem de curto estiramento. Introdução É bem aceito hoje em dia que a aplicação de compressão gradual melhora a taxa de cicatrização de úlceras venosas e deve ser utilizado rotineiramente em casos sem complicações [7]. Um método comumente utilizado de fornecer compressão é através do uso de bandagens de curto estiramento (BCE) que tem uma longa tradição de uso em vários países do continente europeu. Estas bandagens são relativamente inelásticas e conforme o músculo da panturrilha expande durante o exercício, a força não é absorvida pelo estiramento da bandagem, mas é refletida de volta para a perna. Elas aplicam picos de alta pressão durante o caminhar, criando um efeito de massagem. [11,16]. Um sistema de compressão desenvolvido mais recentemente é o sistema de compressão de quatro camadas (B4C), inicialmente proposto por Blair et.al.[1]. Este sistema envolve a aplicação de uma espuma ortopédica para absorver o exsudato da ferida e proteger as prominências ósseas, seguido por uma bandagem adaptável leve. Uma bandagem de leve compressão elástica é então aplicada como a terceira camada seguida por uma bandagem elástica aderente para se aplicar uma compressão adicional e segurar a outra bandagem no lugar. Este sistema foi avaliado detalhadamente em “clínicas da comunidade” e resultados de excelente eficácia foram reportados [8, 9, 14]. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia da B4C com BCE no tratamento de úlceras venosas na perna. Métodos Este foi um grupo de estudos paralelo, prospectivo, aleatório, aberto, multicêntrico para comparar os níveis de cicatrização atingidos utilizando B4C e BCE em ulcerações venosas na perna em pacientes ambulatoriais. O estudo foi conduzido em dois centros na Áustria (Viena e Graz) e em cinco centros na Holanda (Heerenveen, Sneek, Drachten, Nijmegen and Leiden) Pacientes com ulcerações bilaterais foram selecionados aleatoriamente a um tratamento apenas. A “relação do estudo do membro” foi tomada considerando a maior área da ulceração total. A randomização foi realizada separadamente em cada centro e posteriormente foi separada de acordo com a área ulcerada do membro sendo menor do que ou igual a 10cm², ou maior do que 10cm². O acompanhamento do estudo de uma paciente foi de até 16 semanas ou até o membro referido estar cicatrizado ou o paciente ter desistido. Além de o principal objetivo ser a completa cicatrização do membro referido, uma pesquisa de qualidade de vida (SF-36) foi tomada como base, no final do estudo e quatro semanas após a cura daqueles pacientes que tiveram uma completa cicatrização. A análise desses dados está além do âmbito desta publicação e será apresentada separadamente numa publicação futura. A circunferência do calcanhar de cada paciente foi medida como base de referência e após cada visita para observar uma possível redução no edema. A B4C foi aplicada como recomendada por Moffatt et.al. [9] utilizando a medida da circunferência do tornozelo para determinar qual combinação de bandagens deveriam utilizar. Detalhes específicos do sistema Profore™ (Smith andNephew Medical UK) utilizado está descrito na Tabela1. Bandagens de curta elasticidade (Rosidal K™, Lohmann & Rauscher, Alemanha) foram aplicadas sobre uma camada de espuma ortopédica usando a técnica de Püter[3]. Duas bandagens separadas foram aplicadas, uma sobre a outra, em direções opostas. As aplicações das bandagens ocorreram em intervalos semanais, ao menos que tenha sido requisitado ao paciente trocas mais frequentes. Em cada visita do acompanhamento a úlcera foi limpa com substância salina ou água e uma cobertura simples não aderente foi aplicada (Tricotex™, Smith andNephew Medical, UK). Se a ulcera fosse nas cavidades dos maléolos, então uma placa de espuma (Komprex™, Lohmann & Rauscher, Alemanha) poderia ser colocada sobre a úlcera para aumentar a pressão local[12]. Pacientes foram encorajados a andar o máximo possível. Não foi realizada nenhuma terapia física adicional. Consecutivos pacientes ambulatoriais que se apresentaram nas clínicas nos centros de triagem com um novo episódio de ulceração foram incluídos no estudo. Antes de um pacienteser selecionado para o estudo ele era rastreado utilizando um processo padrão. Pacientes de ambos os sexos, com idade acima de 18 anos de idade, com confirmação de úlcera venosa em um ou ambos os membros foram recrutados para o estudo. Ulceração venosa foi diagnosticada onde o refluxo venoso nas veias superficiais ou profundas podia serconfirmado por um ultrassom Doppler portátil. Se o refluxo venoso não fosse detectado, mas o paciente tinha um histórico documentado de trombose venosa profunda (TVP) e a aparência da perna era típica de um membro pós-trombótico (edema crônico e mudanças na pele), então o paciente também era elegível para o recrutamento do estudo. Pacientes com doenças arteriais importantes (ABPI<0.8, Índice de Pressão Tornozelo Braquial)ou com ulcerações reumatoides, diabéticas ou malignas foram excluídas da seleção. Pacientes com úlceras infectadas puderam ser recrutados para o estudo desde que as coberturas em teste e as bandagens eram consideradas apropriadas para o tratamento. O consentimento esclarecido por escrito foi recolhido de cada paciente antes da participação no estudo. Cada úlcera foi desenhada como base de referência e a área de ulceração foi determinada utilizando planimetria computadorizada. A cada acompanhamento a ulceração era avaliada e o tempo para completar a cicatrização foi recordado, num máximo de até 16 semanas. A cicatrização era definida com a completa epitelização de todas as áreas de ulceração no referente membro. O comitê de ética do hospital de cada centro participante aprovou o protocolo. Tabela I: Bandagem PROFORE Circunferência do tornozelo <26cm Soffban (Espuma natural) Soffcrepe (Bandagem de crepe) Litepress (Bandagem de leve compressão) Co-Plus (Bandagem flexível adesiva) Circunferência do tornozelo entre 26 e 30cm Soffban (Espuma natural) Tensopress (Bandagem de alta compressão) Co-Plus (Bandagem flexível adesiva) Estatísticas As informações foram analisadas utilizando SAS versão 6.08. O principal objetivo do estudo era o tempo para a completa cicatrização do membro em referência. Com uma amostra de 112 pacientes elegíveis, esse estudo confirmatório teve 77% de poder para detectar uma proporção de 25% de pacientes totalmente cicatrizados na semana 16 assumindo um teste de ambíguo com um nível de significância de 5%. A análise de Cox de risco proporcional foi aplicada no momento da cicatrização [4]. Todos os pacientes que abandonaram foram censurados do tratamento. Um modelo inicial era encaixado incluindo as condições para área inicial da úlcera e a duração da ulceração, sendo esses fatores prognósticos bem estabelecidos para a cicatrização da úlcera [15]. O resultado do centro de triagem também foi incluído no estudo. Todos os outros parâmetros de referência foram avaliados para a inclusão no estudo utilizando um procedimento de seleção com p=0.05 com parâmetro para entrar no modelo.O modelo final selecionado incluiu os termos do tratamento, o centro, área inicial da úlcera, duração da ulceração e a dimensão do SF-36 “Saúde Mental”. As estimativas de Kaplan-Meier estão apresentadas na Figura 1 que corresponde apenas ao modelo com o efeito do tratamento. O intervalo de confiança de 95% para a diferença em porcentagem de pacientes totalmente cicatrizados entre o sistema de bandagens de 16 semanas, foi calculado. Resultados Um total de 116 pacientes foram selecionados para o estudo, sendo 4 desses pacientes excluídos da análise estatística: três pacientes não proveram qualquer informação após o tratamento e um paciente foi selecionado erroneamente e consequentemente diagnosticado como tendo um carcinoma basocelular. Sendo assim, um total de 112 pacientes (53tratados com B4C e 59 pacientes tratados com BCE) que completaram pelo menos uma avaliação de acompanhamento após o tratamento e tiveram confirmação de uma úlcera venosa na perna foram incluídos na análise estatística. Doze pacientes tratados com B4C (23%) e 10 tratados com BCE (17%) desistiram da triagem prematuramente, não houve uma diferença significante nos níveis de desistência entre os tratamentos, p=0.45. Os motivos das desistências estão na Tabela II. Os dois grupos de tratamento foram amplamente comparados levando em consideração as variáveis de avaliação da base de referência. O intervalo médio entre as visitas para os dois tratamentos foi de 7 dias. O período médio das visitas dos pacientes foi similar para ambos os tratamentos e foram de 3.0 dias até 10.3 dias. Podemos ver na Tabela IV que Vienna, Heerenveen, Sneek e Drachten tiveram níveis de cicatrização muito maiores do que Graz, Nijmegen e Lieden. Para sustentar esta informação os modelos proporcionais de risco com os termos para o tratamento deram fortes evidências dos diferentes índices de cicatrização entre os centros (p=0.003). Entretanto o desequilíbrio nas bases de referências no prognóstico inicial da área da ulcera e a duração da ulceração explicam os diferentes níveis de cicatrização entre os centros. Os centros com os três níveis de cicatrização maiores, Heerenveen, Sneek e Drachten também tiveram as úlceras iniciais menores sendo assim as diferenças entre os centros e o tamanho inicial das úlcerasexplicam a observação inicial na diferença de cicatrização entre os centros. Igualmente os centros com a menor taxa de cicatrização, Graz, Nijmegen, e Leiden tiveram a mais longa duração média de ulceração. Quandoos modelos proporcionais de risco foram reajustados incluindo os termos para a área das úlceras iniciais e a duração da ulceração, não houve evidência da influência dos centros (p=0.79). No geral, não houve diferença significante entre os tratamentos na primeira análise. (p=0.49), com a taxa de risco de 1.19 e um intervalo amplo de confiança de 95% (0.73 a 1.91). A taxa de risco de 1.19 representa um nível de cicatrização maior para a BCE do que para B4C. Tabela II: Razão para a desistência dos pacientes Nº de pacientes Desistências Motivo Solicitação do paciente Perdeu o acompanhamento Falta de responsabilidade Incidentes adversos Outros B4C 53 12 (23%) BCE 59 10 (17%) 7(13%) 3(2%) 0(0%) 1(2%) 1(2%) 2(7%) 2(2%) 1(7%) 1(2%) 1(2%) TabelaIII : Características de base de referência Sexo Idade do paciente (anos) Tamanho inicial da úlcera (cm²) Tamanho inicial da ùlcera>5cm² Número de pacientes com úlceras >10cm² Duração da Úlcera (semanas) Mobilidade do paciente Histórico médico prévio ou documentação Patologia Venosa *TVP prévio Número de pacientes Homem Mulher Média Variação Média Variação Acamado/ na cadeira Anda com auxílio Anda livremente Hipertensão Diabetes TVP Superficial apenas Superficial e profunda Profunda apenas Nenhuma B4C 53 20 (38%) 33 (62%) 68 34 à 85 1.5 (0.4 à 72.7) 11 (21%) 7 (13%) 5.0 1 à 1040 1 (2%) 3 (6%) 49 (92%) 13 (25%) 1 (2%) 14 (26%) 32 (60%) 19 (36%) 2 (4%) 0 (0%) BCE 59 22 (37%) 37 (63%) 71 32 à 87 1.9 (0.4 à 70.1) 13 (23%) 9 (16%) 4.0 1 à 780 2 (3%) 4 (7%) 53 (90%) 12 (20%) 4 (7%) 12 (20%) 32 (54%) 25 (42%) 1 (2%) 1* (2%) Tabela IV : Número de pacientes completamente cicatrizados Centro Vienna Graz Drachten Sneek Heerenveen Nijmegen Leiden Total Úlcera inicial média (cm²) 3.3 4.7 1.1 1.3 1.5 2.7 8.1 1.7 Duração média da úlcera (semanas) B4C BCE 3.0 16.0 3.0 6.0 4.0 8.0 17.0 4.0 4/5 (80%) 4/9 (44%) 12/15 (80%) 4/6 (67%) 9/10 (90%) 0/6 (0%) 0/2 (0%) 33/53 (62%) 6/9 (67%) 3/10 (30%) 13/15 (87%) 7/7 (100%) 9/10 (90%) 4/6 (67%) ½ (50%) 43/59 (73%) A tabela V mostra a circunferência média do tornozelo em dois grupos, no começo e no final do estudo. Tabela V: Circunferência média do tornozelo (cm) Semana 0 Avaliação final B4C 23.4 21.8 BCE 23.3 22.0 A figura 1 é o gráfico de sobrevivência de Kaplan-Meier que estima a proporção de cicatrização para cada tratamento versus o tempo. Por volta de 16 semanas aestimativa de Kaplan-Meier de cicatrização foi de 78% para B4C e de 85% para BCE. O tempo médio de cicatrização foi similar para ambos os grupos de tratamento. Para B4C o tempo médio de cicatrização foi de 57dias (intervalo de confiança de 95% 47 à 85 dias) e para BCE o tempo médio de cicatrização foi de 63 dias (intervalo de confiança de 95% 43 dias à 70 dias). Um total de 33/53 (62%) dos pacientes tratados com a B4C cicatrizaram durante o estudo em comparação com 43/59 (73%) dos pacientes tratados com BCE. A diferença proporcional dos pacientes cicatrizados foi de 11% em favor da BCE com um intervalo de confiança correspondente a 95% de -28% à 7%. Setenta e sete por cento das úlceras com uma área inicial menor do que ou igual à 5cm² cicatrizaram comparados com 33% de cicatrização das úlceras com área inicial maior do que 5cm² (Fig.2). Discussão A revisão sistemática de compressão conclui que enquanto há evidência que o sistema de compressão melhora a cicatrização de úlceras venosas, não há evidências confiáveis para indicar qual sistema é mais efetivo [7]. É feito um apelo para que seja feito mais testes, de boa qualidade, randomizados. Neste estudo não encontramos diferença significante nos níveis de cicatrização entre B4C e BCE (p=0.49). Para a B4C 33/53 (62%) pacientes foram cicatrizados durante o estudo, comparado com 43/59 (73%) da BCE. Uma das dificuldades vividas em conduzir um estudo multicêntrico comparativo de diferentes sistemas de compressão é que, inevitavelmente, os centros envolvidos têm vastas experiências anteriores na utilização de um dos sistemas antes do início do estudo, e geralmente uma experiência limitada com o sistema comparativo. Neste estudo, enquanto a equipe de todos os centros participantes foi treinada na aplicação da B4C antes do estudo, todos tinham uma vasta experiência em aplicar a BCE. È possível que esta familiaridade com o sistema existente fez-se mais difícil para demonstrar as vantagens do novo sistema. Este problema pode ser facilmente resolvido realizando o estudo em centros que utilizam nenhum (ou ambos) sistema de bandagens em comparação. Os resultados dos testes randomizados controlados comparando as bandagens de curto estiramento e as de longo estiramento são conflitantes. Alguns centros tiveram melhores níveis de cicatrização utilizando bandagens elásticas, possivelmente pela falta de experiência de aplicar adequadamente a bandagem inelástica [2,5]. (As técnicas de aplicação de bandagens de curto estiramento geralmente necessitam mais treinamento do que com as bandagens elásticas). Um grupo de Oxford, (Reino Unido) [6] relatou um estudo com 50 úlceras venosas na perna e obteve uma cicatrização de 44% utilizando as B4C e 40% com BCE (p>0.05). Estes níveis de cicatrização são menores do que os obtidos no estudo apresentado, mas em conjunto com a curta duração dos acompanhamentos, as úlceras estudadas pelo grupo de Oxford foram consideravelmente grandes (média de 13cm²) do que as relatadas neste estudo (média de 5.9cm²). Um estudo realizado em Leicester, Reino Unido [13] de 64 pacientes com úlceras venosas também não encontrou diferença entre a BCE e B4C, reportando 1ano de tempo de cura de 55% para o grupo que utilizou a B4C e 57% para a BCE (p=1.00). Novamente, a diferença nos resultados pode ser explicada pelas úlceras relativamente grandes estudadas em Leicester (média de 11cm²). O desequilíbrio na base de referência do prognóstico inicial da área da úlcera e a duração da ulceração explicam a grande diferença nos índices de cicatrização observados entre os centros. Os centros com maiores índices de cicatrização tiveram as úlceras iniciais com tamanhos menores e igualmente os centros com menores índices de cicatrização tiveram a maior duração da ulceração. Experimentos utilizando pletismografia a ar demonstraram que B4C e BCE têm efeitos similares no que se diz respeito à redução do volume e dos refluxos venosos. Uma vantagem da bandagem de quatro camadas é que elas são capazes de manter pressão suficiente por mais tempo do que bandagens de curta elasticidade [10]. Esses resultados experimentais estão de acordo com o presente estudo, o qual mostra um desempenho eficaz das duas bandagens tanto de quatro camadas quanto de curto estiramento, no tratamento de úlceras venosas da perna, não sendo observada diferença significante entre os níveis de cicatrização. Finalmente, este estudo foi realizado em clínicas ambulatoriais dos principais centros de referência por médicos experientes, que estão acostumados a manusear bandagens de curto estiramento com alta pressão. Este é provavelmente um cenário “idealizado” para a comparação dos tratamentos de úlceras venosas na perna uma vez que pacientes que estão com este tipo de lesão são tratados em suas próprias casas por enfermeiros comunitários. É possível que um estudo com base na comunidade seja uma comparação mais apropriada de diferentes sistemas de bandagem e seja uma área em potencial para estudos futuros.