- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
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Justiça manda arquivar inquérito sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog. Filiado à www.jornalistasp.org.br [email protected] JORNAL DOS JORNALISTAS Pág. 10 Órgão mensal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS número 314 JANEIRO/2009 r a r a p i o a f s e n e d r On a imp s ? s a o v i n t a a n r e alt ng estili s da a sua v a s ain d e a õ s ç n a c re publi a imp s , a 0 7 m 0/ gu nos 6 is , a l a o p s e o d ,n 7 anos ação 0 4 m .5a r e s o f d g n a i á rc elo? P ira na je, ce d e o o h l h i m r s Ma Guer nesse m ime. a g i e r r o cabe das n a Jornalistas de Rádio e TV tiveram acerto rápido na negociação salarial. Pág. 3 CIEE e Sindicato discutem estágio para estudantes de Jornalismo. Pág. 3 Acordo ortográfico: uma preocupação a mais para os jornalistas a partir deste ano. Pág. 4 2 Editorial UNIDADE JANEIRO/2009 Compromissos renovados e novos e velhos desafios O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo iniciou o ano de 2008 com a abertura da regional do Oeste Paulista, em 25 de janeiro, e encerrou suas atividades com a inauguração de uma sala em Sorocaba (3 de dezembro), única regional que ainda não possuia sede física. Além disso, todas as regionais e a sede central foram re-equipadas materialmente. No meio do período, em agosto, foi realizado o Congresso Nacional da categoria - a última vez que o encontro havia ocorrido no Estado foi em 1986. Nossa grande questão nacional, a necessidade do diploma para o exercício profissional, ainda não foi O processo eleitoral resolvida e, nos meses, no Sindicato, com próximos voltará à pauta, certeza, será principalmente no Supremo marcado pelo Tribunal Fededebate de idéias ral, onde aguare propostas da julgamento. Isto posto, será visando a melhor preciso utilizar solução para essa estrutura superar os do Sindicato para continuar a problemas mobilização em concretos defesa de nossa do dia-a-dia profissão. Mas essa não é a única questão relevante neste ano que agora se inicia, principalmente porque se apresentam novos problemas que afetam toda a classe trabalhadora, não apenas os jornalistas. A crise econômica, cuja real dimensão - ao contrário da Europa e dos EUA – parece ainda não estar bem definida no Brasil, já serve de mote para o empresariado aprofundar a “flexibilização” dos direitos trabalhistas. Nas empresas de comunicação, com uma tradição de “frilas fixos”, PJs, falsas cooperativas e outras coisinhas mais, isso pode significar um grande retrocesso nas relações de trabalho. Isso sem falar na grande desculpa que a crise dá aos patrões para dificultar ao máximo a negociação salarial, que no caso de jornais e revistas e de assessoria de imprensa têm database em 1º de junho. Assim, a luta dos jornalistas será a mesma luta dos demais trabalhadores. Para isso, o Sindicato não pode se isolar e precisa estreitar laços com outras organizações, principalmente com os sindicatos do ramo da comunicação. Estes poucos exemplos servem para demonstrar e simbolizar um trabalho que tem o objetivo de preparar a entidade para uma atuação cada vez mais próxima dos jornalistas. Apenas citamos algumas questões. Os desafios são muitos e os jornalistas sabem disso. Portanto, não será preciso enumerá-los todos, mas apenas salientar que a solução virá da organização, unidade da categoria e solidariedade dos demais trabalhadores. Esta constatação, bastante óbvia, serve para refletir sobre a atuação e o papel de um sindicato na vida dos trabalhadores. Como o Sindicato dos Jornalistas realizará, em breve, uma eleição para substituir a atual diretoria, cujo mandato se encerra em 15 de abril, data de fundação do Sindicato, é importante que a futura direção renove esse compromisso de lutar contra todas estas mazelas que afligem a categoria. Não é possível adivinhar o futuro, tampouco fazer previsões. Mas o processo eleitoral, com certeza, será marcado pelo debate de idéias e propostas visando a melhor solução para superar os problemas concretos do dia-adia. E caberá aos associados escolher aqueles que melhor representam os seus anseios, sonhos e projetos de uma sociedade melhor e mais justa. Agindo dessa maneira não haverá vencedores ou derrotados, mas somente uma categoria que, utilizando dos mecanismos democráticos, se aproxima cada vez mais dos trabalhadores, unifica suas ações e se fortalece para enfrentar os desafios que o ano apresenta. Diretoria do Sindicato Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11) 3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191 E-mail: [email protected] - site: www.jornalistasp.org.br EXPEDIENTE Diretor responsável: Wladimir Miranda (MTb 14.639/SP) Editor: Carlos Ferreira Lima (MTb 15.791/SP) Reportagem: Evelize Pacheco (MTb 31.122/SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Depto. Comercial: Fone (11) 3217-6299 Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem) Impressão: Prol Gráfica e Editora Ltda Fone (11) 2169-6199 Tiragem:10.000 exemplares DIRETORIA EXECUTIVA Presidente - José Augusto de Oliveira Camargo (Guto); Secretária Geral Lourdes Augusto (Lourdeca); Secretário de Finanças - Moacir Assunção; Secretário do Interior - Kepler Fidalgo Polamarçuk; Secretário de Cultura e Comunicação - Wladimir Miranda; Secretário de Relações Sindicais e Sociais - Eurenides Pereira (Eureni); Secretária Jurídica e de Assistência - Evany Conceição Francheschi Sessa; Secretário de Ação e Formação Sindical - Clélia Cardim (Telé); Secretário de Sindicalização JoséDonizeti Costa. CONSELHO DE DIRETORES Franklin Larrubia Valverde; Frederico Barbosa Ghedini (licenciado); Jaime Aparecido da Silva; Joel Scala; José Roberto Antonio; Manoel Bezerra Júnior; Mara Cristina Ribeiro; Rudinaldo Gonçalves e Terlânia M. T. Bruno DIRETORES REGIONAIS Bauru - Alcimir Antonio do Carmo Campinas - Márcia Regina Quintanilha Oeste Paulista - Tânia Brandão Piracicaba - Martim Vieira Ribeirão Preto - Brás Aparecido Peripato Santos - Nilson Regalado M. da Silva S. José do Rio Preto - Daniele Jammal Sorocaba - José Antonio Rosa Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira - André Freire COM. REG. E FISC. EXERC. PROF. (CORFEP) Titulares: Anderson Fazoli, Fábio César Venturini e Mário Iório Lopes Suplente: Benedito Egydio dos Santos Neto CONSELHO FISCAL Titulares: Alexandre Hernandez Mota (licenciado), Hugo Henrique Cilo e Raul Antônio Varassin Suplentes: José Aparecido dos Santos e Nataniel Honorato DIRETORIAS DE BASE Bauru: Angelo Sottovia Aranha, Jorge Alberto da C. Arruda, Juliano Maurício de Carvalho, Luis Victorelli, Luiz Augusto Teixeira Ribeiro, Rita de Cássia Cornélio e Sandra Mara Faria Firmino. Campinas: Agildo Nogueira Júnior, Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Lílian Mary Parise, Maria Ap. dos Passos Ramos, Renata Maria Sanches, Suely Torres de Andrade e Vera Lúcia Longuini. Oeste Paulista: Fernando Sávio e Sérgio Barbosa Piracicaba: Adriana Nanias de Aro Passari, Fabrice Desmonts da Silva, Marisa Wildner Benachio, Vanderlei Zampaulo, Noedi Monteiro, Poliana Salla Ribeiro, Ubirajara de Toledo. Ribeirão Preto: Elisangela Vigil do Espírito Santo, Antonio Claret Gouveia, Antonio Expedito de Figueiredo Filho (licenciado), David Batista Radesca, Jacinta Inocência Sad, Luiz Henrique Jovenato Porto e Ronaldo Augusto Maguetas. Santos: Carlos Alberto Ratton Ferreira, Francisco Ribeiro do Nascimento, Joaquim Ordonhez Fernandes Souza, José Rodrigues, Luigi Bongiovanni e Mário Jorge de Oliveira. Sorocaba: Adriane Mendes, Carla de Campos, Janaina Simões Caldeira,João J. Oliveira Negrão (licenciado) e Patrícia Moraes Ribeiro. São José do Rio Preto: Augusto Fiorin, Carlos Eduardo de Souza, Dulcimara Cirino, Júlio Cezar Garcia e Nelson Gonçalves. Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: Rita de Cássia Dell‘Aquila, Avelino Israel de Souza Neto, Edvaldo Antonio de Almeida, Fernanda Soares Andrade, Neusa Maria de Melo e Suely Ap. Rezende Guinsburg. Comissão de Ética: Denise Santana Fon, José Roberto Melo, Daniel Castro, Alcides Rocha, Flávio Tiné e Roland Marinho Sierra (suplente), Fernando Jorge, Lúcio França e Kenarik Boujikian Felippe e Juarez Pedro de Castro. Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Nilton Fukuda, Luiz Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho, Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz. Diretorias Regionais: Bauru: R. Primeiro de Agosto, 4-47, Sala 604 E. Telefax: (14) 3222.4194 Campinas: R. Dr. Quirino, 1319, 9º andar. Tel.: (19) 3231.1638 Oeste Paulista: R. Pedro de Oliveira Costa, 64, Bosque, Presidente Prudente. Tel.: (18) 3901.1633 Piracicaba: Pça. José Bonifácio, 799 - Sl. 22. Tel: (19) 3434.8152 Ribeirão Preto: R. Dr. Américo Brasiliense, 405, sl. 404. Tel.: (16) 3610.3740 Santos: R. Martim Afonso, 101 - 6º andar. Tels: (13) 3219.2546/3219.4359 S. J. do Rio Preto: R. Major Joaquim Borges de Carvalho, 497, Vila Angélica. Tel: (17) 32153500 (provisório) CEP:15050-170 Sorocaba: Rua Cesário Mota, 482 CEP 18035-200. Tel.: (15) 3342 8678 e-mail:[email protected] Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: R.Conselheiro Rodrigues Alves, 203, Casa 2, Centro, S.José dos Campos. Tel.: (12) 3941.2686 Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato Ação sindical Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo 429,00 236,00 536,00 536,00 558,00 354,00 965,00 965,00 965,00 965,00 4.181,00 4.181,00 CIEE e Sindicato debatem estágio Os diretores da regional Litoral trabalhista e a este regulamenna região do Vale do Paraíba Norte, Mantiqueira e Vale do Paraíto”. Uma nova reunião deverá ba, André Freire e Neusa Melo e reocorrer neste mês e o Sindicapresentantes do CIEE (Centro de Integração to propõe, entre outros itens, a participação Empresa-Escola) na região, Priscila Dalmas Decreto nº 83.284, de 13 de março de 1979, dos coordenadores de curso de jornalismo da e Vanderléa Ronconi, estiveram reunidos em que regulamenta a profissão de jornalista, diz região, além do próprio CIEE, para fundadezembro para uma discussão sobre estágios que “constitui fraude a prestação de serviços mentar as especificidades do estágio da cade jornalismo na região. Há regras específicas profissionais gratuitos, ou com pagamentos tegoria. André Freire está otimista e afirma para o estágio acadêmico de jornalismo apro- simbólicos, sob pretexto de estágio, bolsa de que essa discussão regional poderá servir para vadas em congressos da categoria que não complementação, convênio ou qualquer ou- reestruturar uma política com o CIEE para são cumpridas nas empresas. O artigo 19 do tra modalidade, em desrespeito à legislação todo o Estado. Conheça o lance | Economia em crise – proteja seu bolso | A viagem A REVISTA MENSAL DE BRASIL, A ? A INCRÍVEL TRAJETÓR QUE VIVE IA EM BUSCA DO PADRE DAS OBRAS SACRAS ROUBAD por SILVIA AS E HEITOR ROBERTO da Agricultu RODRIGUES, ex-minist ra ro ZEINA LATIF GA ta-chefe do TEDESCO | O padre que resgata CAUBY Banco ING LINS MONTADO EM CAVALOS GRUPO REFAZ E MULAS, OS PRIMEIR A VIAGEM QUE OS TROPEIR OS FIZERAM EM 1733 por PAULA obras sacras ELE JÁ CANTOU E BING CROSBY COM NAT KING COLE E CONTINU LEGIÕES A LEVANDO DE SHOWS PARAFÃS AOS SEUS OUVIR SUA ETERNA CONCEIÇ CINQUET TI ÃO por FERNAND O GRANATO | Encontro de arte em Olho no Juazeiro EXCLUSIVO R$ 7,90 18 maisa a dança SILVIO LUIZ O PAI DA ALEGR IA ENTREVISTADO de Milhazes | as “bundinh as” do Ofi cina de REALI LOPE NO TEM PO , economis ANTONIE TA DEL de 2009 CA Ê O SAND TO ELES , e Comércioministro do Desenvol Exterior vimento, LUCY SOUZA , president da Associaç e nacional do Mercado ão dos Analistas e Profissionais de Capitais por MARIA 18 – janeiro REPORTAG ENS R E ACRILSE E O QUE MIGUEL JORGETÊM A DIZER SOBRE ELA: Indústria O MAGNÍ FICO dos tropeiros FOTO: LUIZA SIGULEM de olho no TODAS AS HISTÓRIAS QUE VALE A PENA CONTAR número Silvio Luiz histórias. RO 20 09 personagens, suas ssinebra acesse www.a jornalista01 a: digite a senh JA N E I Brasil, seus IVA O EXCLUS PROMOÇÃ o: d ia sta assoc OS para Jornali IL S A BRA EIR T IS V E R E ASSIN e PAGUE 8 r RECEBA 12 sileiros.com.b 0 0 0 1 8 Mais de 100 jornalistas 30% do salário de 7 horas 9 Capital Interior De 26 a 100 jornalistas 20% do salário de 7 horas 1 559 00 Até 25 jornalistas 15% do salário de 7 horas ISSN 1981-5590 ABONO (em reais) A proposta orçamentária para 2009 apresentada pela diretoria do Sindicato foi aprovada em sessões de assembleia realizadas na sede e nas regionais da entidade no dia 16 de dezembro. A peça discutida prevê um cenário conservador na arrecadação e nos gastos da entidade para este ano, considerando a inflação estimada em 7% e um ligeiro aumento no quadro de associados. As contas do ano passado apresentaram um déficit nominal de R$ 50.172,69 e neste ano está previsto um superávit de R$ 5.920,02. Apesar do déficit apontado, o Sindicato ainda dispõe de R$150 mil aplicados para fazer frente às despesas do primeiro quadrimestre deste ano, quando é registrada uma queda na receita da entidade. O presidente José Augusto de Oliveira Camargo explicou que o déficit registrado no ano passado se deve, principalmente, ao prejuízo acumulado em três grandes eventos organizados pelo Sindicato: o Congresso Nacional dos Jornalistas, o Congresso Estadual dos Jornalistas e o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Já as mensalidades – contribuição social – cobradas dos associados serão mantidas nos mesmos valores aplicados desde 2002, sendo R$ 16,00 para a região metropolitana de São Paulo, Interior e Litoral e R$ 30,00 para a Capital. A contribuição assistencial também foi mantida em R$ 10,00 para a região metropolitana, interior e litoral e R$ 20,00 para a Capital. 77198 A lembrar que estes reajustes deveriam ser aplicados aos salários de dezembro, já que a data base do segmento é no dia 1º. Confira os valores na tabela. Já o abono foi dividido em três faixas, entre Capital e Interior, e será pago conforme apresentado abaixo. Na avaliação do SJSP, houve um aumento da participação dos colegas nas redações, mas as conquistas podem ser cada vez maiores com a mobilização da categoria. “Outro ponto positivo desta negociação é que pela primeira vez, nos últimos cinco anos, a discussão não passou para o ano seguinte”, diz o presidente do Sindicato, Guto Camargo. Orçamento para 2009 não mexeu no valor das contribuições 9 Jornalistas de Rádio e TV tiveram acerto rápido ca mpa n h a PISO SALARIAL salarial de rádio e TV 5 horas 7 horas 2008-2009 foi encerCapital R$ 1.351,23 R$ 2.365,52 rada no início de dezembro com a partiInterior R$ 861,85 R$ 1.508,17 cipação de 400 jornalistas em assembleias, Demais faixas salariais, reajuste pelo INPC (7,2%) quando aprovaram a proposta de reajuste salarial do segmen- pos, Santos, Piracicaba, Rio Claro, Lito. Estas reuniões foram organizadas na meira e Itapetininga. sede do Sindicato em São Paulo e em rePela nova convenção, o jornalista que dações de Presidente Prudente, Bauru, ganha o piso terá o reajuste de 7,2% Ribeirão Preto, Campinas, São José do (INPC) mais o aumento real de 1%. Para Rio Preto, Sorocaba, Cachoeira Paulista, quem recebe mais que o piso, o reajusAparecida, Taubaté, São José dos Cam- te proposto é apenas o do INPC. Cabe 3 UNIDADE JANEIRO/2009 POR RICARDO KOTS CHO Agosto | o documen tário sobre o Lira | a edição FERNANDO FIGUEIREDO E HÉLIO CAMPO MELLO S MELLO FOTO sem cortes J.R. DURAN de On the Road | a natureza de Araquém 4 Profissão UNIDADE JANEIRO/2009 P alavras sem acento, fim do trema e novos hífens. O correto pela nova regra, por exemplo, será re-escrever e não o antigo reescrever. O ano começou com mais uma preocupação para os jornalistas: o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, sancionado em lei em maio de 2008. O Brasil terá até 2012 para ajustar todas as publicações às novas regras, além do conteudo ensinado nas escolas. De um modo geral a imprensa já procurou se ajustar. Por sinal, deveria ser bem mais afinado esse diálogo profissional e ético entre aqueles que produzem conhecimentos em educação, educadores, especialistas e assessores de comunicação e os que levam informações à sociedade, jornalistas e articulistas. Mas este é outro debate. Miguel de Oliveira, jornalista veterano e ex-diretor do Sindicato, é um que trabalhou na revisão e na alteração dos programas corretores usados pelos jornalistas da Folha de S.Paulo, adaptando-os às novas regras. “Uma boa parte das palavras foram corrigidas automaticamente pelo sistema, mas outras foram alteradas uma a uma”, conta. Foram 36 mil palavras alteradas. Oliveira se preparou para a tarefa ao longo do ano passado, ao prestar serviços para a editora Ática, compondo a equipe que estava analisando a aplicação do novo acordo nos livros didáticos e viu uma possibilidade de oferecer o trabalho a outras publicações. “Comecei a estudar aquilo, era um filão”, ressalta. Na Folha houve também o treinamento dos jornalistas em aula teórica e há a previsão de um novo manual de redação para ser publicado em março. Na Editora Abril, editores, repórteres e colaboradores tiveram palestras. Segundo a gerente de Serviços Editoriais da empresa, Bia Mendes, o processo foi iniciado em setembro do ano passado com os revisores. O departamento de Bia é responsável Grande imprensa já abraçou o novo português Evelize Pacheco pelo controle de qualidade dos textos publicados pela Abril. “O revisor é a figura principal neste processo”, destaca ela. Dois professores de Língua Portuguesa foram contratados para as palestras. Além das aulas, os jornalistas da Abril contam com um guia rápido em dois formatos – impresso e eletrônico – para consultas diárias. A versão eletrônica está disponível no endereço www.abril.com.br/reforma-ortografica/ até mesmo para os internautas. A editora também elaborou uma macro (série de comandos e instruções agrupadas como um único comando para realizar uma tarefa automaticamente) instalada nos computadores para correção automática de acordo com as novas regras. Bia explica que todas as revistas da Abril que estão nas bancas este mês já apresentam as alterações. O treinamento para o novo acordo, segundo ela, foi oferecido também para professores de Língua Portuguesa das escolas vizinhas à Abril. Os jornalistas do Grupo Estado têm à disposição em seus terminais de computador um corretor ortográfico eletrônico que foi desenvolvido pela Agência Estado há mais de dez anos, o que está facilitando bastante a adaptação às novas regras. “O programa tem cerca de 575 mil palavras, mas como foi desenvolvido pela própria empresa ficou fácil fazer as mudanças. Em cerca de 15, 20 dias com a ajuda de um funcionário do arquivo do jornal, o Marcelo Silveira, conseguimos inserir todas as palavras com acentuação nova, como alcaloide, assembleia. Ficaram faltando apenas aquelas que aguardam uma definição da Academia Brasileira de Letras para sua utilização, caso das que a partir de agora levariam hífen, como reescrever, por exemplo”, diz Francisco Marçal dos Santos, que faz o controle e avaliação de erros do Estadão. E a implantação parece ter sido um sucesso. Segundo ele, os textos do dia 1º de janeiro já sairam com a nova ortografia e o nível de erro desse tipo foi zero. A empresa colocou uma cartilha para os jornalistas na Intranet. E no dia 11 de dezembro um professor do Curso Anglo fez duas palestras para os jornalistas. Mas não há previsão para lançamento de novo Manual de Redação do jornal. No Diário de S. Paulo, escrever fora das novas regras de ortografia já está sendo contado como erro, diz o editor executivo Nelson Nunes. Os editores e fechadores tiveram um curso de três horas com um professor de português em meados de dezembro e foi elaborada uma cartilha para os repórteres, com o ‘beabá’ das mudanças. As medidas foram determinadas pelo Infoglobo, empresa à qual estão ligados também, além do Diário, entre outros jornais, O Globo e o Extra, do Rio. “Já temos um ‘filtro’, que é a secretaria gráfica, que está ainda mais atenta a qualquer erro.” Todas as editorias receberam orientações de forma a encontrar formas adequadas de se enquadrar nas novas regras. “Um exemplo que nos foi passado é que títulos do tipo ‘Chuva pára São Paulo’ não devem ser mais usados. Teremos de encontrar outro verbo, como paralisar, ou outro qualquer, já que o acento do verbo parar foi banido e usar a palavra dessa forma no título pode mudar todo o contexto do que se quer informar”, afirma Nunes. O novo acordo, no entanto, não está totalmente consolidado. Existe uma série de dúvidas sobre o uso do hífen, por exemplo. Oliveira, que fez a mudança na Folha, aponta a contradição no caso do prefixo re. “Como a palavra reeleger. Nos jornais saiu sem hífen e nos livros didáticos com hífen”, explica. No Brasil, a Academia Brasileira de Letras será o fiel da balança neste tipo de contradição – e está previsto para fevereiro a publicação do novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que determinará o uso correto em cada caso. Nas estantes das livrarias e na Internet já estão disponíveis algumas obras que ajudarão os colegas que precisam lidar com a ortografia diariamente. A editora Melhoramentos editou o Michaelis - Guia Prático da Nova Ortografia e o exemplar em pdf pode ser “baixado” gratuitamente pela Internet (www.melhoramentos.com.br). O portal do Estadão (http://www.estadao.com.br/ext/especiais/2008/11/guia_ nova_ortografia.pdf) oferece um arquivo fartamente ilustrado com as principais mudanças. Outro portal para consulta é o IG (www.ig.com.br), que antecipou a adoção das novas regras e está aplicando-as desde setembro do ano passado. Nossa contribuição vem com o quadro nesta matéria. Um resumo das principais mudanças preparado pelo jornalista Miguel de Oliveira. ~´-`-^ú ì ac-c â a- õed Principais mudanças do acordo ortográfico TREMA. O trema é suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas. Mas será mantido em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano, de Müller, hübneriano, de Hübner. ACENTUAÇÃO. Não se acentuam os ditongos abertos (sílabas tônicas) formados por EI e OI das palavras paroxítonas (só paroxítonas): Assembléia vira assembleia. Idéia vira ideia. Heróico vira heroico (diferente de herói que permanece o acento, pois o OI é oxítona, não paroxítona). Bóia vira boia. Mas atenção: mesmo incluídas nesse caso recebem o acento gráfico, por se enquadrar em regra de acentuação, as paroxítonas terminadas em R. Exemplos: destróier, blêizer, contêiner; percebeu? Perde o acento gráfico a vogal tônica fechada do seguem separados por hífen, conforme tradição lehiato OO em palavras paroxítonas, seguidas ou não xicográfica: para-brisa, para-choque. de S. Enjôo vira enjoo, vôo vira voo. Emprega-se o hífen nos seguintes prefixos: a) Não se acentuam as formas gráficas verbais for- quando o segundo elemento for iniciado por vogal madas por EE e EEM dos verbos e seus derivados igual à letra final do prefixo: b) segundo elemento na 3ª pessoa do plural. Fica assim, por exemplo: iniciado por H. São eles (entre outros): acro, agro deem (e não dêem). (“terra”), alfa, ante, anti, arqui, auto, beta, bi, bio, contra. HÍFEN. Vão passar, também, a se escrever sem hífen compostos que perderam a noção de compoNOTA: Quanto ao prefixo RE, algumas publicasição, como o caso de girassol, pontapé e madres- ções vão adotar o hífen, outras não, até que a Acasilva. Ficam, agora, também sem hífen paraque- demia Brasileira de Letras defina pequenas novas das, paraquedistas (e afins) e mandachuva. Outros regras omissas no sistema ortográfico, o que deve compostos separados com a forma verbal PARA ocorrer neste início de 2009. História UNIDADE JANEIRO/2009 5 Alternativa ao arbítrio Guerrilheira da informação, nos anos 60/70, quando os grandes jornais aderem ou calam diante da ditadura, a imprensa alternativa dá suas estilingadas no regime no período mais duro do arbítrio. E ajuda a abrir brechas na carapaça do sistema. Uma Opinião progressista aqui, um Movimento mais à esquerda adiante, Em Tempo de Resistência à mão pesada da repressão, não são poucos os que têm vida curta. Mas, se ex é quem sai de cena, logo aparece Mais Um. De Fato, quando falta Argumento, ao Desacato, o Beijo é a resposta que desnorteia e disfarça a Invasão dos espaços que se apresentam. No embate liberdade Versus arbítrio, os alternativos não fogem da Peleia. Contudo, minguam quando, Afinal, as forças democráticas levam a ditadura à Boca do Inferno. Denilson Vasconcelos A lternativa, nanica, popular? Não há consenso na denominação do tipo de imprensa feito quatro décadas atrás, reação ao autoritarismo político e econômico imposto pela ditadura. Mas todos concordam que, como em outros períodos, ela reaparece quando se escancara a brutalidade repressiva de regimes como o implantado com o golpe de 1964, na decretação do AI-5, em 1968. Será que o espírito que animava as publicações alternativas se mantém em jornais, revistas, sites e blogs editados 30 anos depois da efervescência dos anos 70? A opção da esquerda pela luta armada foi o pretexto para um controle mais rígido dos meios de comunicação, para impedir a divulgação das torturas e assassinatos políticos pelo aparelho repressivo, como observa o jornalista e professor Gustavo Falcón no livro Os baianos que rugem. A imprensa alternativa na Bahia (Edufba, 1996). Não por acaso ele faz parte da história de Versus, ex e outros alternativos. O endurecimento chega ao paroxismo no assassínio, sob tortura, do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, no DOI-Codi paulista. O mesmo garrote que cerceia as atividades artísticas, impede a tentativa de abertura de espaços para o exercício do jornalismo na imprensa convencional e leva jornalistas, intelectuais e artistas a somar esforços para romper o cerco. Produzir novos jornais diários é difícil, até porque exige grandes investimentos. A alternativa é um modelo de imprensa capaz de enfrentar a camisa de força da censura e ser um veículo adequado à circulação das novas idéias. Para superar a precariedade de recursos, ampliam e diversificam a rede de colaboradores, as formas de captação de recursos para a infraestrutura e lançam mão da enorme criatividade do brasileiro na execução do projeto e na hora de dar nome às publicações. Frente fragmentada Fernando Gasparian, empresário do setor têxtil e um dos remanescentes da outrora conhecida burguesia nacional, encabeça uma frente democrática, ao criar o semanário Opinião, em 1972. Raimundo Rodrigues Pereira, que tem passagem pela inovadora revista Realidade e andava insatisfeito na grande imprensa, é convidado para comandar a equipe de jovens talentos. Não tarda a que Opinião seja censurado, receba pressões econômicas — corte de anúncios, apreensão de edições já liberadas pela censura e até atentados a bancas que vendem o semanário. Dife- renças de enfoque político levam o editor e sua equipe a deixar a publicação, três anos depois. “Opinião foi um jornal de grande repercussão, um jornal muito bom. O dono, Fernando Gasparian, uma figura extraordinária. Mas a luta contra a ditadura foi dividindo o campo democrático, principalmente no governo Geisel”, diz Raimundo. “No campo popular, Opinião adotou uma postura de considerar que as manobras de Geisel eram mais democráticas e tal, enquanto nós achávamos que o general organizou uma saída autoritária, de direita, cuja primeira tarefa foi liquidar a oposição mais radical. Liquidar fisicamente e desaparecer com os corpos.” As divergências, diz, “levaram a que o patrão, no caso Gasparian, nos demitisse”. “Toda a redação saiu comigo, gente como Tonico (Antonio Carlos Ferreira, seu companheiro em Amanhã, feito por estudantes, em 1967, e distribuído a operários) e Marco Gomes, só para citar dois nomes”, afirma Raimundo. Profissionais extremamente competentes, jornalística e politicamente, de acordo com ele. Com os espaços bloqueados na grande imprensa, buscam um novo rumo, com o lançamento de Movimento. Formato e estilo seguem o do antecessor, mas o conteúdo aponta outros rumos. “Fomos mais à esquerda do que Opinião. O nosso caminho, o caminho da impren- 6 UNIDADE JANEIRO/2009 sa popular é à esquerda”, diz Raimundo. No conselho editorial, nomes de peso: Fernando Henrique Cardoso, Audálio Dantas, Chico Buarque, Orlando VillasBoas, Edgar da Mata Machado, Hermilo Borba Filho e Alencar Furtado. Mas, o que diferencia Movimento dos demais é a organização como empresa de jornalistas. “Fizemos uma empresa, com diretoria, conselho... Vendemos cotas para lançar o jornal. E as pessoas doaram 51% do valor da cota para um Conselho de Redação. O conselho é que era o dono. As crises no jornal foram resolvidas por este conselho”, afirma o editor. Outros jornalistas insatisfeitos com a falta de espaço na imprensa convencional, se organizam em cooperativas. A mais expressiva e duradoura delas, Coojornal, em Porto Alegre (1974 a 1983), para a prestação de serviços jornalísticos, é formada por experientes profissionais que saem da Folha da Manhã, em 1975, entre os quais José Antônio Vieira da Cunha, Osmar Trindade, Rosvita Saueressig, Euclides Torres, Elmar Bones e Jorge Polydoro. Daí a lançar jornal próprio foi questão de tempo. Riso ferino Um pouco antes, em 1969, no Rio, jornalistas e humoristas lançam um semanário para circular apenas entre a patota do bairro de Ipanema e adjacências. Mas O Pasquim, que reúne uma turma calejada em outras experiências, como Millôr Fernandes (Pif-Paf, 64), Ziraldo, Jaguar, Tarso de Castro, decola e surpreende até mesmo os criadores. Ganha expressão nacional, dita moda no campo dos costumes e cutuca o sistema pelo deboche e denúncia dos abusos autoritários. Chega a vender 250 mil exemplares e estabelece um jeito descontraído de fazer jornalismo. Nessa escrita, o hebdomadário sobrevive como o mais longevo dos alternativos. Continua aí, com algumas interrupções e mudança de mão, é verdade. Em outra faixa, surgem alternativos ligados a outro grupo criativo e talentoso, com passagem por Realidade e outras publicações. É o time de Sérgio de Souza, integrado por Myltainho Severiano, Narciso Kalili, Hamilton Almeida Filho, o Haf, e Amâncio Chiodi, que cria Ex, Bondinho, Mais Um... Se a primeira reação à ditadura, de publicações como Pif-Paf, é pela galhofa, no golpe dentro do golpe do final de 1968, uma nova geração de ilustradores e cartunistas também dá o ar da graça. Os irmãos Caruso, Luiz Ge, Jota, Angeli, Alcy, Laerte e outros cutucam o sistema com o bico de suas penas e a expressividade dos História traços, em publicações como Opinião, Movimento, Versus. Mas os estrategistas principais são jornalistas com nomes associados a projetos de renovação da grande imprensa: Sérgio de Souza, Raimundo Pereira, Marcos Faerman, entre outros. A centelha que incendeia mentes e disposição para reagir ao arbítrio é o assassinato de Vladimir Herzog. Bernardo Kucinski, que faz parte dessa geração de jornalistas, escreve, na página 21 do livro Jornalismo e Revolução, nos tempos da imprensa alternativa (Edusp, 2003): como outros surtos, o fenômeno alternativo tem contornos nítidos no tempo. O apogeu foi no triênio 1975/77, “quando o padrão alternativo tornou-se dominante”. Em pouco mais de um ano surgem cerca de 40 publicações, a maior parte de vida efêmera - caso de Invasão, de 1976, em Salvador, com apenas uma edição. Mas, qual hidra da mitologia, a cada cabeça decepada muitas se apresentam. te não publicar a matéria”, diz Myltainho. E botam o ex 16 na rua. O argumento da comissão, de acordo com Myltainho, é este: a linha dura militar “estaria vencendo a correlação de forças e estaria a sair caçando, de novo, a esquerda, desta vez para dizimar”. O pessoal do Sindicato temia que a reportagem precipitasse algo do gênero. “Um erro de avaliação. Justamente essa reportagem contribuiu para acuar mais um pouco a direita, que já estava acuada, porque a repercussão da morte do Vlado foi enorme. A praça da Sé lotou na missa de sétimo dia, oficiada por D. Paulo.” “Li em algum lugar que o medo pode ser paralisante ou impulsionador”, prossegue Myltainho, sem esconder que “o medo, a tensão, o pavor de ver chegar uma C-14” (modelo de veículo largamente usado pela repressão) provoca nele o ‘bruxismo’. “Eu arrebentei vários dentes. Mas, a gente também sentia. Eu, pelo menos, sentia que botar aquele jornal Bendita porralouquice na rua era salutar. Se não fizesse aquilo, A turma de Sérgio de Souza cintila aqui iria me agachar pro resto da minha vida. e ali. Mas é com ex, Não sairia inteiro, como lembra Mylfisicamente intainho Severiano teiro. Voltar para Ainda há espaço para o exercício do jornalismo alternativo? Algumas publicações caberiam — não por acatrás, depois de 10, no modelo. É o caso, entre outras, de Caros Amigos, de ViaPolítica, revista virtual que não esso, substituto do 15 dias, duas seconde seus laços com Versus, de Retratos do Brasil, revista com a marca de Raimundo Pereira, saudoso “Serjão” manas apurando da Revista do Brasil e da Brasileiros, mais uma iniciativa de Ricardo Kotscho, Nilando Beirão em Caros Amigos uma reportagem, e Hélio Campos Mello. Mas os pontos de vista diferem. Para o jornalista e professor da Ufba — que esse pestalvez a mais imGustavo Falcón, a imprensa alternativa era uma forma de produção jornalística de contestação soal faz do medo portante da nossa ao sistema, de contracultura. Com o fim da ditadura, “o garrote da censura e da ameaça de prisão o aditivo para envida até hoje, e, de foi substituído pelo garrote do envolvimento com negócios, principalmente imobiliários, da fraquecer a bestarepente, atendenindústria da construção”. Segundo ele, atualmente, algo que lembra a imprensa alternativa do período ditatorial são publicações como Caros Amigos, “mais à esquerda”, e Piauí, no que tange fera. Perguntamos do a um apelo, cea pauta, texto e imagem. a Myltainho qual o der ao medo, não Myltainho Severiano, editor de Caros Amigos, pergunta: “O que é alternativo?” No seu grande momento publicar?” modo de ver, era uma expressão da época (anos 70/80). “Hoje a gente prefere não chamar uma dos alternativos A Polícia Ferevista como Caros Amigos de alternativa. É uma revista independente. Não deixa de ser altere ele nem pisca: deral comunica nativa, assim como, no mesmo sentido, a Carta Capital é uma alternativa às outras semanais, “Acho que foi a aos editores que o que são tudo farinha do mesmo saco. Da mesma forma, temos Piauí, Bravo e assemelhadas, um morte do Vlado, jornal estaria sob jornalismo que eu chamo de fofo”. que até gerou o censura prévia. Raimundo Rodrigues Pereira afirma que ainda há espaço para a imprensa alternativa, que prêmio do Hamil“A gente não se ele prefere chamar de popular. “O que veio depois da ditadura? Foi uma democratização ampla? Não foi. Primeiro entramos num ciclo liberal, com eleição de Collor, Fernando Henrique... E ton. A nossa mansubmetia jamais o que aconteceu com a chamada mídia, imprensa escrita e televisionada, falada, etc? Não vi chete foi: ‘Liberà censura. A genprogresso”. No campo tecnológico, ele admite que houve algum avanço. “Com a introdução do dade, liberdade, te fechava e abria computador, as coisas ficaram mais rápidas num certo sentido: impressão, essas coisas técnicas, abre as asas sobre outro, era o nosso mas a qualidade caiu. Revista como Veja, que tinha capacidade de investigação política, hoje, eu nós’, no ex-16.” padrão”. Dito e acho, é uma revista dispensável”. Desafiando o feito. “Agora nosso clube da esquina está na internet”, diz Omar de Barros Filho. Revista virtual, medo, passam por Mudam o títuViaPolítica, que ele edita com Sylvia Bojunga, aborda a política em seu sentido mais amplo, cima do excesso lo. E o ex-17, cuja tratando de suas interfaces com a cultura, as artes, a economia, a diplomacia, o meio ambiente, de cautela, incluedição já estava a responsabilidade social, as novas tecnologias, o comportamento e o humor. Essa, de acordo com ele, é uma das alternativas para o jornalista “contribuir com sua experiência renovada para sive do Sindicato em andamento, enfrentar o desafio da web com novas utopias”. dos Jornalistas, vira Mais Um, que manda uma com reportagem “comissão de uns cinco rapazes, que fode Otávio Ribeiro sobre o Esquadrão ram à nossa redação (....) pedir para a genda Morte. “Aí, o coronel Barreto nos in- Há alternativa? História timou a comparecer na Polícia Federal e, para resumir, disse: ‘Ou vocês param com isso (brandindo o Mais Um) ou não respondo mais pela integridade de vocês”. Isso, somado ao prejuízo da apreensão de 50 mil exemplares de um número especial (Extra: O Melhor de ex), na distribuidora, leva a turma a paralisar Mais Um. Em meados dos anos 70, os primeiros presos políticos com penas já cumpridas reintegram-se à vida civil, observa Bernardo Kucinski, no livro já citado. Uma das opções de trabalho é a imprensa alternativa. No plano nacional, pipocam jornais aqui e ali, como Versus e Movimento, e logo depois Em Tempo — com a turma que deixa Movimento, na qual predomina o ativismo político. Regionalmente, jornalistas de prestígio dão cria a publicações como De Fato (Minas), Coojornal (RS), Boca do Inferno (BA), Resistência (PA), muitos de curta existência. A campanha da anistia gera publicações como Maria Quitéria. Também surgem alguns ligados a movimentos populares e ao ativismo do movimento feminista (Brasil Mulher, Nós Mulheres, Mulherio). O vaivém de jornalistas entre essas publicações é constante. Versus venda 30 mil exemplares mensais e conquiste o Prêmio Vladimir Herzog pela publicação de um depoimento que denuncia a violência contra os presos políticos no País. Escrita no cárcere, traz o título: “Carta de um torturado ao presidente Geisel.” Omar afirma que o espírito dos colaboradores naquela época, amadurecido ao longo desses anos, continua presente, agora, na internet. O site ViaPolítica, reúne remanescentes de Versus, reafirmando que “companheirismo, amizade e confiança são valores mais fortes que as distâncias e as diferentes visões de mundo”. Caos criativo Volta às bases Omar de Barros Filho, editor de Versus durante quatro anos, lembra que o jornal, “lançado poucos dias depois de anunciada a tragédia de Vladimir Herzog”, em outubro de 1975, tem semelhança com jeito de ser de Marcos Faerman, o Marcão, seu articulador, editor de ex, do número 6 ao 10. “Versus era desordenado, indisciplinado, inventivo.” Do jornalista e escritor Eduardo Galeano, veio o toque para a experiência da Crisis, revista argentina, que inspira “a temática da América hispânica que Versus incorporou de forma inédita no Brasil”, trazendo não só a realidade repressiva latino-americana a um público “mais acostumado e sensível aos assuntos e debates na moda em Paris ou Nova York”, mas, também trabalha “sobre os mitos, a história, as culturas do continente com emoção”. As pontes que Marcão estabelece com a universidade, “que até então vivia cerceada pela ditadura”, contribuem para que O repúdio ao assassinato de Vlado estimula a criação do mineiro De Fato. O atual presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Aloísio Morais Martins, trabalha no Diário de Minas, quando o proprietário do jornal, Afonso Paulino, “soltou editorial justificando o assassinato, rasgando a capa de liberal”. É a “gota d’água para a debandada geral” da redação. “Aí, surgiu a idéia de fazermos um jornal nosso”, o que se concretizou em 1976. “Arrecadamos o dinheiro necessário, fizemos o primeiro número e todos saímos vendendo”, diz Aloísio. O dinheiro apurado assegura o segundo número, que viabiliza o terceiro, e por aí segue, até a edição 28, em 1978. Dezenas de colaboradores passam por De Fato, alguns eventuais, outros mais ou menos fixos, mas todos participam do trabalho coletivo, da apuração das informações à feitura e venda do jornal. Nesse entra e sai, ora o jornal pende para a política, ora para o jornalismo. E revela muita gente, entre jornalistas e cartunistas que irão contribuir com outras publicações, nomes como Flaminio Fantini, Beth Cataldo, Charles Magno e Aroeira. A redação, funciona na casa de Aloísio, “invadindo o meu quarto”. Certo dia, os esbirros da ditadura passam das ameaças telefônicas à invasão da casa. “Numa noite em que eu e Fernando dormimos fora, entraram, quebraram máquina, telefone e outros objetos, largando uma garrafa com produto inflamável”, sinal da intenção de atear fogo no local. De Fato, que já definha no ocaso da ditadura, com a debandada de colaboradores para publicações sindicais e partidárias, organizações comunitárias, até mesmo para a imprensa tradicional, tem, naquela agressão, o empurrão que falta para encerrar sua oscilante trajetória, que começa com mil exemplares e tem pico em torno de cinco mil. Aloísio acredita que, “como ocorreu em outros pontos do País, com outros alternativos, De Fato foi fruto de uma época em que o descontentamento profissional e a falta de espaço para se manifestar eram enormes”. UNIDADE JANEIRO/2009 7 1980. Com passagem pelos baianos Boca do Inferno e Invasão, e retorno a um Movimento em estado terminal, ele admite que “a convivência era um pouco complicada em todas as publicações”. Mas o que temos em 1980, é um Em Tempo desfigurado na forma e conteúdo - órgão do grupo trotskista Democracia Sindical (DS) já em 1979, adere ao formato tablóide. Caso especial Em Minas, surge, em 1976, o Jornal dos Bairros, que circula até 1983, “atraindo jornalistas, estudantes e organizações populares”, de acordo com Nilmário Miranda, um de seus mentores, juntamente Tiro de misericórdia A censura prévia é uma das armas utilizadas para asfixiar jornais mais expressivos, como Opinião, Movimento e Pasquim. Obrigados a mandar originais com dias de antecedência à Brasília, recebem de volta pedaços de matérias para serem remontados. Isto, mais a crônica incapacidade administrativa que caracteriza essas editoras, principalmente no quesito distribuição, acelera a decadência e o fechamento da maior parte dos alternativos, num momento em que a imprensa convencional (“imprensa gorda”, no dizer de Myltainho), de um jeito ou de outro, acomodada ao sistema, dá uma arejada na pauta. Mas, aí, já estamos nos anos 80. Atacados por diversos flancos — prisão de dirigentes, apreensão de edições, e pressão de militares contra os anunciantes — alternativos como Coojornal, de Porto Alegre, perdem gás no início da década de 1980. Ressalte-se que a receita deste jornal baseia-se na venda avulsa (68%) e publicidade (25%). As dissensões internas, somadas a erros administrativos, também fazem estragos. E não dá para esquecer o fortalecimento de jornais partidários (O Trabalho, Convergência Socialista, O Companheiro, Causa Operária, Hora do Povo, Tribuna da Luta Operária e Voz da Unidade, entre outros) que abrem o leque de oportunidades a jornalistas militantes políticos. Em Tempo é dos poucos alternativos que entram em 1980. Criado pela corrente que deixa Movimento em 1977, motivada pela rejeição à proposta de convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, entre outras divergências, apresenta-se como “espaço político para um conjunto de expressões que não estavam em nenhuma organização política, como um espaço para a militância”, nas palavras de Tibério Canuto, presidente do jornal até com Tilden Santiago. “Foi uma escola de jornalismo popular. Vinha gente de outros estados para ver esse trabalho”, observa o ex-preso político e ex-ministro dos Direitos Humanos. Distribuído por mais de 100 moradores e colaboradores (a maior parte estudantes de comunicação ou profissionais da área) na região do Barreiro, Contagem, Betim e Ibirité, na Grande Belo Horizonte, alcança quinzenalmente mais de 60 bairros. Baseado no voluntariado, o Jornal dos Bairros contribui para mudar a forma de atuação das esquerdas, abrigando militantes do MR-8, PCdoB, Centelha, diz Nilmário. Ele ressalta que o coletivo se envolve nas tarefas administrativas, de redação e venda. Nilmário lembra das reuniões de pauta, que chegam a reunir 100 pessoas nas plenárias, para discutir temas relacionados a movimento ambientalista, transporte coletivo decente, moradia, sem jamais esquecer que “para cumprir seu papel político, é preciso fazer bom jornalismo”. A criação do PT, que atrai cerca de 90% dos militantes, o novo sindicalismo que o jornal ajuda a moldar, e os mesmos fenômenos que solapam o encanto dos alternativos em geral, põe um ponto final na trajetória do Jornal dos Bairros e neste capítulo do jornalismo no País. 8 Moagem UNIDADE JANEIRO/2009 Este Moagem abre 2009 mostrando alguns lançamentos, como o da revista Súmula, demissões na Gazeta Mercantil, e as novas andanças de Clayton Netz, Renato Essenfelder, Guilherme Evelin, Ivan Martins, entre outros. Destaca ainda a renúncia de nosso ex-presidente Audálio Dantas à Presidência da Representação São Paulo da ABI e à Vice-Presidência Nacional da instituição, no que foi seguido por todo o Conselho Consultivo. Entre as notas tristes, a morte de Tide Hellmeister e Walmir Venturini. Boa leitura! JORNAL Co Estadão, Julia Duailibi deixou a coluna Direto da Fonte e foi para Nacional. E Gabriel Manzano Filho, que era da Nacional, voltou para a coluna. Ainda no jornal, Rodrigo Pereira deixou Metrópole para ser assessor de imprensa do Ministério Público Federal. Andréia Fernandes saiu do Jornal da Tarde e está agora como analista de comunicação do Grupo Fleury Medicina e Saúde. Angélica Nicoletti começou como editora dos Cadernos Especiais do Diário do Grande ABC. Ainda por lá, registro para o retorno de Elaine Granconato, na editoria de Política. N a Folha de S.Paulo, registro para a chegada de Renato Essenfelder na equipe do caderno Dinheiro. U ma reestruturação na Gazeta Mercantil provocou a demissão de 70 funcionários, 15 deles da redação. Deixaram o jornal Ana Maria Géia, Edilson Coelho, Marcos Seabra, Fabiana Gitsio, Simone Cavalcanti, Elaine Bittencourt, Antonio Furtado, Sheila Horvath, Márcia Maria, Fernando Taquari, Romualdo Ribeiro e Rubens Ribeiro da Silva. M iguel de Oliveira reforçou a equipe da Folha de S.Paulo que cuidou do programa de adaptação do jornal ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Ele trabalha atualmente na New West (11-3531-8761). Leilane Vasconcellos começou no Jornal 100% Bairro, do Grupo Upper. REVISTA Guilherme Evelin e Ivan Martins foram promovidos, passando a compor, com André Fontenelle, o trio de editores-executivos de Época. L ucas Amorim foi efetivado como repórter da editoria de Gestão da Exame, na vaga de Larissa Santana, que deixou a revista. Fabiano Candido deixou o Informá- tica Hoje, da Plano Editorial, e começou como editor-assistente da Info Online, respondendo pelo canal Downloads. R odrigo Rainho (ex-Art Press e atualmente disponível para frilas) vai lançar no dia 25/1/09 o blog TV Realidade (www.tvrealidade.com.br), focado em reality show, documentário e teatro. INTERIOR Natasha Madov deixou a Trip e a cus- E C A P I T A L tomizada Dufry World e está agora como diretora de Redação da Tam Nas Nuvens, no lugar de Thiago Lotufo. Para o lugar de Natasha, a Trip escalou o editor Lino Bocchini. R obson Viturino está há alguns meses na Vistadivina. Clayton Netz e João Paulo Nuc- ci deixaram a sociedade na Totum, para fundar a Barravento (11-3031-9626), especializada em publicações corporativas, customizadas e outras. Nely Caixeta segue à frente da Totum e da revista PIB. INTERNET O Diário OnLine, site de notícias em tempo real do Diário do Grande ABC, estreou em 1º/12 o boletim Ronda da Madrugada, gravado diretamente da redação com as notícias policiais da região. A iniciativa surgiu de uma parceria entre Marcelo Ruiz, do Diário OnLine, e o repórter policial Evandro De Marco, do Diário impresso. E duardo Reina, do Estadão, estreou o blog É tudo política, que pode ser conferido no http://etudopolitica.blogspot.com. A lfredo de Souza, ex-diretor-regional do nosso Sindicato em Santos, assumiu a Chefia do Departamento de Comunicação da Prefeitura de Praia Grande, em substituição a Kátia Giulietti, que se desincompatibilizou para seguir assessorando o ex-prefeito Alberto Mourão em seu escritório político. A troca desencadeou outras mudanças: Melchior de Castro, que ocupava a Chefia de Redação, retornou à Prefeitura de Cubatão. Em seu lugar ficou Antonio Cassimiro. Edgar Dallácgua passou a assessor do gabinete do prefeito. O repórter fotográfico Fred Casagrande ([email protected]) deixou o Comércio da Franca para voltar à Baixada Santista. Ele assumiu a Fotografia da Prefeitura de Mongaguá, sua terra natal. E laine Silva, editora da Folha Ribeirão, regional da Folha de S.Paulo, estreou no caderno a coluna Painel Regional, contando com a colaboração de José Benedito da Silva e George Aravanis. E m Araraquara, Jonas Gonçalves deixou a Folha da Cidade e começou na Tribuna Impressa. A driana Silva, que dirigia o Instituto de Pesquisa e Estudo de Ribeirão Preto, é a nova secretária da Cultura da cidade. P atrícia Penteado (ex-Record) está agora no SBT Ribeirão Preto, apresen- ASSESSORIAS F red Ghedini (fredghed@gmail. com), ex-presidente do nosso Sindicato, deixou a assessoria do vereador petista Donato, na Câmara Municipal de São Paulo. M aysa Penna assumiu o posto de diretora-adjunta da CDN, com dedicação integral à conta da Odebrecht. L uiz Cegato Bertomeu ([email protected]) começou como gerente de Comunicação Corporativa para a América Latina na British Telecom. D aniela Barbará (daniela@evcom. com.br) deixou a MVL para se associar à Evcom. J ean-François Hue deixou o Grupo Accor. C omeçaram na S2 Esther Camara, Ronald Silva, Adelaine Nascimento, Ricardo Iunes e Alexsandro dos Santos Pimenta. P atrizia d’Aversa assumiu a diretoria da Mass Media. A parecido Francisco (cidfrancis@ uol.com.br) deixou a WCA. UNIDADE JANEIRO/2009 Claudia Rezende (claudia.rezende@ ajato.com.br) deixou a Diretoria de Comunicação da McCann Erickson. O cargo foi extinto. M ariana Marçal (11-7682-7663) começou na Ace. A driana Bueno (ex-Comunicação da Gol) reforça a área de projetos e consultoria da Tree. LANÇAMENTOS S ob a batuta de Joaquim Maria Botelho, começou a circular a revista Súmula (Editora Bruxelas; [email protected] e 11-3141-0082), com tiragem de 50 mil exemplares e periodicidade mensal. Ela é dirigida a operadores do Direito e sua função é explicar e esmiuçar questões relativas à aplicação da Lei e da Justiça. Estão na equipe Daniel Pereira, Antonio Marmo Cardoso e Renato Sant’Anna; e mais os colaboradores José Eustáquio de Freitas, que cobre a área econômica, Ana Paula Galvão, correspondente na Europa, Fernando de Santis, Marcos Zibordi, Jefferson Coppola e Tanda Melo, os dois últimos na fotografia. O site, que já está no ar, é www. revistasumula.com.br. C om tiragem de 20 mil exemplares, periodicidade semestral e distribuição nacional, chega ao mercado a revista É Pique (Editora Manchete), filhote de Pais e Filhos, focada em festas de aniversário. Na equipe estão Larissa Purvinni (editora-chefe), Magali Balloti (editora), Fátima Liberatori (diretora de Arte), Camila Toledo (projeto gráfico), Mariana Mirrha (repórter), Letícia Oliveira (produção), Daniel Japiassu (revisor), Paula Dip e Sofia Benini (colaboradoras). A versão online está a cargo de Claudia Casanova (editora) e Bruno Pansarello (webdesigner). TELEGRÁFICAS A událio Dantas, ex-presidente do nosso Sindicato, renunciou à Presidência da Regional São Paulo e também à Vice-Presidência Nacional da ABI. Em carta que dirigiu ao presidente do Conselho Deliberativo, Pery Cotta, ele alegou profundas divergências com o presidente Maurício Azêdo na condução da instituição. Com ele e em solidariedade, também renunciou o Conselho Consultivo da Representação São Paulo integrado, entre outros, pelos professores José Marques de Melo e Carlos Chaparro, Carlos Marchi, Alberto Dines, Sérgio Gomes, Laurindo Lalo Leal, Gioconda Bordon e este colunista. O mesmo Audálio aceitou convite do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, para integrar o Conselho Nacional de Comunicação, que está sendo reativado após período de inatividade. São 13 os membros, representando setores diversos do mercado e da sociedade civil. R oberto Muylaert, da RMC, assumiu no início de dezembro a Presidência da Associação Nacional dos Editores de Revistas – Aner, cargo que exercerá no biênio 2008-2010. Q uartim de Moraes (apquartim@ dualtec.com.br) despediu-se da Ediouro, onde, desde maio de 2007, trabalhava como editor-associado. O cantor Roberto Carlos lançará em março de 2009 uma revista anual intitulada Emoções. A publicação será produzida pela Editora Glamurama e dirigida por Joyce Pascowitch. L uiz Carlos Ladeia ganhou o Prêmio Cidade de Recife de Literatura, na categoria Teatro, pela peça Passos de Ontem, que retrata o drama dos moradores de rua que sobreviveram ao massacre da Sé. A Fundação Reuters abriu inscrições para seu Programa de Bolsas de Estudos, que permite a jornalistas estudarem de três a nove meses na Universidade de Oxford. Exige um mínimo de cinco anos de experiência e proficiência na língua inglesa. Inscrições até 28/1 no http:// reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/fellowships/applying.html. LIVROS C hegaram às livrarias Mordaça no Estadão, de José Maria Mayrink; A casa AGÊNCIA D epois de quase oito anos vivendo e atuando em Piraju, no interior de São Paulo, Otávio Bueno da Fonseca está de volta à capital paulista, associado a Joel Santos Guimarães e Cláudia M. Abreu na Agência Meios. da minha infância (Agir), de Luís Nassif; Folha Explica Roberto Carlos (Publifolha), de Oscar Pilagallo; Missão no Reich – Glória e covardia dos diplomatas latino-americanos na Alemanha de Hitler (Odisséia Editorial), de Bob Lopes; Veja sob censura – 1968-1976 (Editora Jaboticaba), de Maria Fernanda Lopes Almeida; É Câncer (Bei Editora), de Camilo Vanucchi e José Alberto Camargo; Além do Silêncio – Peregrinação Ecumênica por Mosteiros da Europa, de Arcelina Helena Públio Dias; Desvirando a página: a vida de Olavo Setubal (Global Editora), de Ignácio de Loyola Brandão e Jorge J. Okubaro; Neoliberal, não. Liberal (Editora Globo), de Carlos Alberto Sardenberg; Ping Pong – chinês por um mês (Editora Arte e Paubrasil), de Felipe Machado; A reconstrução do Timão – A saga do Corinthians na segunda divisão, de Maurício Oliveira e Rodrigo Vessoni; A saga corintiana — A maior prova de amor da Fiel ao Timão, de Luís Augusto Simon; A Globalização e o Capitalismo Contemporâneo (Expressão Popular), de Edmilson Costa; Paginas Ímpares – Um jeito rio-pretense de olhar para Rio Preto (THS Arantes Editora), de José Luís Rey; Sujeito oculto e demais graças do amor (Editora Record), de Luciana Pinsky; Operação Condor: O seqüestro dos uruguaios (LP&M), de Luiz Cláudio Cunha. REGISTRO F aleceu no último dia 27/11, aos 87 anos, Walter Lacerda, que trabalhou no final dos anos 40 e início dos 50 na Folha de S.Paulo, tendo depois passado por Gazeta Esportiva, Popular da Tarde, TV Record e Rádio Panamericana (atual Jovem Pan), sempre cobrindo esportes. Depois atuou como assessor de imprensa, inclusive do São Paulo Futebol Clube. Deixou três filhos e cinco netos. Flávio Pedroso morreu, aos 73 anos, 9 no último dia 2/12, em Bauru, vítima de enfarte. Natural de Ourinhos, ele atuou em diversos veículos, como Rádio AuriVerde, TV Bauru, Bauru Rádio Clube e Diário de Bauru. Desde 1997, escrevia colunas para o Jornal da Cidade, também de Bauru. F aleceu no último dia 19/12, aos 70 anos, em São Paulo, Walmir Venturini, revisor aposentado do Estadão desde 1998. Um dos últimos profissionais formados nos moldes da antiga revisão, área hoje extinta, foi vitimado pela hemorragia de um tumor, mas sofria de peritonite, leucemia e aneurisma. T ambém em São Paulo, faleceu no último dia 31/12, aos 66 anos, de parada cardíaca durante um cateterismo, Tide Hellmeister, considerado um dos maiores artistas gráficos do País e um mestre da colagem, que durante cerca de dez anos ilustrou a coluna Diário da Corte, de Paulo Francis, no Estadão e em O Globo e que completaria este ano 50 anos de carreira. Havia vários anos dedicava-se exclusivamente à colagem, que classificava como a “verdadeira arte da liberdade”, à qual acrescentava uma forte e refinada caligrafia – sua marca registrada. Deixa os filhos André, Tito e Alice. Cursos Cursos de Redação Criativa (Avançado) e Jornalismo Cultural estão agendados para o mês de fevereiro no Sindicato, oferecidos pelo Departamento de Formação. Esses cursos são definidos a partir das sugestões dos próprios jornalistas e posteriormente os conteúdos e a concepção estabelecidos mediante consultas a professores e profissionais. Para ampliar esse trabalho, o Departamento de Formação está aberto a várias parcerias. Atualmente conta com o apoio da UNICID – Universidade Cidade de São Paulo e da Ação Educativa e já teve atividades com apoio da BM&F, da Escola de Comunicações e Artes da USP, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, do IPSUS – Instituto PróSustentabilidade, da Câmara BrasilChina de Desenvolvimento Econômico, entre outras. Informações: (11) 3217 6294 ou 3217 6297. 10 Geral UNIDADE JANEIRO/2009 Nivaldo Silva D a noite de 13 de dezembro de 1968, e pelos sete anos seguintes, até a retirada da censura prévia, em 4 de janeiro de 1975, quando o jornal comemorou seu centenário, a família Mesquita esteve à frente da resistência da redação do Estadão aos arbítrios do AI-5, o golpe dentro do golpe que eles tinham ajudado a deflagrar em 1964. Na noite desta segunda-feira, 15 de dezembro de 2008, quando o jornal lançou o livro “Mordaça no Estadão”, que relata o período da censura, com texto de José Maria Mayrink, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, nenhum Mesquita foi visto no evento. O que terá acontecido nos 40 anos que separam um dezembro do outro? Aconteceu muita coisa no país e no mundo, claro. Caímos numa democracia com plenas liberdades públicas. A União Soviética acabou. 82% da nossa população não tem hoje a menor idéia do que foi o AI-5. O operário nordestino Luiz Inácio Lula da Silva é o presidente do Brasil e o negro Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos. Casei, tive duas filhas, que me deram três netos. As maiores empresas capitalistas do mundo pedem ajuda aos governos centrais para não ir à falência _ tanta coisa aconteceu… Mas o que explica a ausência da família dos fundadores no lançamento de um livro que registra a história mais gloriosa do centenário jornal? Não sei. Sei que eles já não estão mais, faz anos, no comando do jornal, restringindo-se a participação da família a Ruy Mesquita, responsável pelas duas páginas de opinião. Os demais foram cuidar da vida em outros ramos. Ninguém poderia imaginar algo assim nos mais de 10 anos em que lá trabalhei, de 1967 a 1977, quando os jornalistas da casa referiam-se a Júlio Mesquita Filho e, depois, seus filhos Júlio Neto e Ruy, simplesmente, como “deus”. Mais do que donos do jornal, eram tratados como verdadeiras entidades superiores. Sonia Mele A noite em que os Mesquitas abandonaram o Estadão Ontem à noite, numa roda ao lado de Mayrink, o autor do livro que assinava as dedicatórias para as cerca de 200 pessoas que foram ao lançamento, quem recebia os cumprimentos das autoridades era o diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour. Até brinquei com ele: estava parecendo o pai da noiva… Entre as poucas autoridades que vi passar pela livraria, anotei os ex-governadores Cláudio Lembo e Orestes Quércia. Na fila de autógrafos, quem mais chamava a atenção era a nobre figura do pernambucano Carlos Garcia, ex-diretor da sucursal do Recife e, mais tarde, do arquivo do jornal. Preso e torturado pelos militares, era um dos poucos a lembrar, em sua elegância de septuagenário de barbas brancas, os velhos tempos da aristocracia que o jornal tão bem representou. Daquele meu tempo de Estadão, o único que encontrei, e ainda permanece trabalhando por lá, foi Antonio Carvalho Mendes, mais conhecido por Toninho Boa Morte, por ser o redator das notícias fúnebres do jornal _ naquela época, e até hoje. Por uma dessas finas ironias da vida, o mais próximo da família Mesquita que encontrei foi o jornalista Getúlio Alencar, um pernambucano de esquerda, que foi casado com a herdeira Patrícia Mesquita, filha do Carlão, e que ainda é sua representante no Conselho de Administração. Antes das dez da noite, a fila tinha acabado. Fui com alguns amigos para o Boteco Brasil, na esquina da Bela Cintra com Alameda Santos. Lembramos de histórias dos velhos tempos em que o Estadão era o jornal mais importante do país e, a família Mesquita, seu símbolo. A gente tinha muito orgulho de trabalhar lá. Publicado no blog do jornalista Ricardo Kotscho, ‘Balaio do Kotscho’ (http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/), em 16/12/2008 SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ 62.584.230/0001-00 – ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA EDITAL DE CONVOCAÇÃO A Diretoria Executiva do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, por seu presidente abaixo-assinado e em conformidade com o artigo 89 do Estatuto Social, convoca os associados quites e em pleno gozo de seus direitos associativos para participarem da Assembléia Geral Ordinária de Instauração do Processo Eleitoral e outros assuntos referentes à Eleição, a realizar-se em sua sede social, à Rua Rego Freitas nº 530 – sobreloja, São Paulo, Capital, no dia 02 de fevereiro de 2009, às 12h00, para discutir e deliberar sobre a seguinte pauta: 1) Eleição da Comissão Eleitoral para as eleições de renovação dos órgãos diretivos desta entidade sindical; 2) Proposta de convolação da presente assembléia geral ordinária em assembléia geral permanente e 3) Outros assuntos referentes ao processo eleitoral. São Paulo, 23 de Janeiro de 2009. a) José Augusto de Oliveira Camargo – Presidente. Amadeu Mêmolo, em pé à esquerda na foto, presidente da AJAESP (Associação dos Jornalistas Profissionais Aposentados no Estado de São Paulo), comemorou no almoço de fim de ano com associados a recondução à presidência da entidade para o período de 2009/2011, na eleição de dezembro. No dia 23/01 haverá o Encontro dos Aposentados, a partir das 11h, no Auditório Vladimir Herzog, no Sindicato (Rua Rego Freitas, 530, sobreloja). Cá estamos em 2009 Agradecemos (e retribuímos) os votos de Feliz Natal e Próspero Ano -Novo que recebemos de amigos e colaboradores como Paulo Marra e equipe; Link Portal da Comunicação; Maxpress; deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP); Focus Escola de Fotografia; Ordem dos Velhos Jornalistas de Ribeirão Preto (SP); Rádio Graciosa de Perus (SP); Gerência de Imprensa da Comunicação Institucional da Petrobrás; Você + Cursos Terapêuticos; Marco Aqueiva; Guta Chaves; Rogério Munhoz Comunicação Ltda.; Canalclick; Emancipacion Socialismo Del Siglo XXI; Polibio Braga; All Sul; Restaurante Rosário; Treino Total; Newsletter O Jornalista; Voice Comunicação Institucional; Agência Radioweb; McCann Ericksson; Filomena Sayão Comunicações; Portal Comunique-se; Guia de Madureira; Onda Latina; Edições Rosari; Site Rolando Boldrin; De Pieri Comunicação; F&M ProCultura; Marcio Zeppelini; Matrix Editora; DM9DDB; Mercado Livre.com; LVBA Comunicação; Singular Comunicação de Resultados; Instituto Ágora; Grupo SM; Tag & Line Comunicação e Eventos; deputado federal Marco Maia (PT-RS); Bridgestone; William Lara; Conselho Regional de Psicologia (SP); Editora Quantum; Daniela Giuntini; VIPCOMM Agência de Comunicação; Editora Nobel; Rafael Murió; Levy Bretherick; Jerê Filmes; Estilo Press; Lima & Rocha Advocacia de Apoio na cidade de São Paulo; Agê ilustrador/cartunista; Madras Editora; Assessoria de Imprensa da Universidade Metodista de São Paulo; Cepis – Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae; Saint-Gobain Vidros; Texto & Imagem Assessoria de Comunicação; NTC Idiomas; Primeira Página Assessoria de Comunicação e Eventos; Comunicação Social da NovaDutra; Gabinete de Comunicação; Assessoria de Comunicação PUC-SP; Izabel Duva; Ralcoh Comunicação; D.A. Comunicação; Remesp – Rede Metrológica do Estado de São Paulo; Dutra Máquinas; IAI – International Alliance of Inhabitants; Grupo Odebrecht; Casa de Tipos; Escritório Econômico e Cultural de Taipei; Home Doctor. Juíza manda arquivar caso Herzog A Justiça determinou o arquivamento da investigação sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida no DOI-Codi, em São Paulo, durante a ditadura militar. A decisão foi da juíza substituta Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Criminal de São Paulo, e atingiu também Luiz José da Cunha, o Comandante Crioulo, militante da ALN (Aliança Libertadora Nacional), morto sob tortura, cuja ossada foi encontrada 18 anos depois, no cemitério de Perus, onde havia sido enterrado como indigente. Segundo a juíza, os crimes estão prescritos. O pedido de inquérito criminal havia sido feito pelos procuradores Marlon Weichert e Eugênia Fávero tentando responsabilizar os militares reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, comandantes do DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e 1976. Para serem responsabilizados criminalmente eles agora teriam de ser condenados por um tribunal internacional. Mas Eugênia Fávero lembra que ainda corre processo civil contra Ustra e Maciel, que não trata de mortes específicas, mas está parado aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal. Segundo ela o juiz suspendeu a ação esperando decisão do STF sobre a Lei da Anistia. “Foi uma decisão equivocada, incomum. A anistia vale para a área criminal e não civil”, afirma Fávero. No caso de Herzog, já existe decisão da Justiça de 1978 responsabilizando o Estado pela morte do jornalista. Imagem UNIDADE JANEIRO/2009 , o d i e c p á n r a l o o d F n e D o h l o e d 11 oram poucas as vezes em que Luiz Doro, trabalhando como fotógrafo, não esteve com suas lentes apontadas para algum evento esportivo. Passou cerca de 22 anos de seus quase 48 de idade clicando competições no Brasil e no Exterior antes de mudar de foco. Tudo começou na Revista Match Point, pela qual cobriu o Roland Garros de 1988 (Guga despontaria para o mundo no mesmo torneio nove anos depois). Também esteve em seis etapas da regata Volvo de volta ao mundo em 2005/2006, entre EUA e Europa. Foi um dos seis repórteres fotográficos contratados pela agência Reuters para cobrir a visita do papa Bento XVI ao Brasil em maio de 2007. Com isso, teve trabalhos publicados na Time dos Estados Unidos, por exemplo. Foi capa do UOL diversas vezes. “É impressionante lidar com a alta tecnologia em coberturas internacionais como essa da visita do papa. A relação do profissional a partir do momento que coloca as fotos no laptop é instantânea com meios de comunicação do mundo inteiro. O acesso é imediato: escolhem, editam, dão cortes de uma forma compartilhada”, diz. APESAR DA tRAnSPARênciA DA águA, tEm gEntE quE não vê o quE EStá PoR tRáS Do tRAbAlho DA SAbESP. Sabesp. Cuidando do meio ambiente com transparência. Tudo o que a Sabesp faz, ela faz pensando na nossa qualidade de vida. E isso vai muito além de tratar a água que chega à sua casa. O trabalho da Sabesp é cuidar do meio ambiente como um todo. E a gente faz questão de deixar isso bem claro para você. Claro, limpo e cristalino. Proteção de mananciais, tratamento de esgotos e soluções ambientais são apenas algumas atividades da Sabesp. Fornecer uma das melhores águas tratadas do mundo é apenas conseqüência desse trabalho.
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