Anuário brasileiro de hortaliças 2013
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Anuário brasileiro de hortaliças 2013
Anuário Brasileiro de 997721780897133 ISSN 2178-0897 Brazilian Vegetable Yearbook 2013 eccomais.com DOW AGROSCIENCES PROTEÇÃO DE PONTA A PONTA A Dow AgroSciences apresenta sua linha de produtos para proteção das lavouras de Hortifruti. São diversas soluções, para múltiplas culturas, que protegem sua produção de ponta a ponta! www.dowagro.com.br 0800 772 2492 Soluções para um Mundo em Crescimento ® ® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow. | AGATA – Marca registrada de ISK Biosciences Comercial Ltda. Platinum Neo – Marca registrada de Syngenta Proteção de Cultivos | Ellect – Marca registrada de Oxiquímica Agrociência | Tairel M – Marca registrada de FMC Agricultural Products. Inor Ag. Ag. Assmann Assmann Inor ANUÁRIO BRASILEIRO de hortaliças 2013 1 Sílvio Ávila expediente | Publishers and Editors EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA. CNPJ 04.439.157/0001-79 Diretor-Presidente: André Luís Jungblut Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann Diretor-Comercial: Raul José Dreyer Diretor-Administrativo: Jones Alei da Silva Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940 Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944 E-mail: [email protected] [email protected] Site: www.editoragazeta.com.br ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTALIÇAS 2013 Editor: Romar Rudolfo Beling; editor assistente: Daniel Neves da Silveira; textos: Cleonice de Carvalho, Benno Bernardo Kist e Heloísa Poll; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann) e divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado; marketing: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC). ISSN 2178-0897 Inor Ag. Assmann É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte. Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited. Ficha A636 Anuário brasileiro de hortaliças 2013 / Cleonice de Carvalho ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora Gazeta Santa Cruz, 2013. 88 p. : il. ISSN 2178-0897 1. Horticultura - Brasil. 2. Hortaliças. I. Carvalho, Cleonice de. CDD : 635 CDU : 635 Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197 2 Seu portal para fazer negócios com o Brasil! www.brasilglobalnet.gov.br Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras; Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior; Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior; Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011; Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria pesada e megaeventos esportivos. Ministério das Relações Exteriores Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial Departamento de Promoção Comercial e Investimentos PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO 2013/2014. COMEÇAR COM CRÉDITO É MUITO MAIS FÁCIL. O Brasil é um dos líderes da agropecuária no mundo, com recordes de produção a cada ano. Praticamente tudo o que os brasileiros consomem passa pela cadeia produtiva do agronegócio, o que movimenta a economia e garante cerca de 30 milhões de empregos no país. Parte da produção é exportada, contribuindo significativamente para a balança comercial. Por isso, investir na agropecuária é investir no Brasil. Com o Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014, mais de 5 milhões de propriedades rurais podem contar com crédito para desenvolver a produção: insumos, equipamentos, irrigação, armazenagem e muito mais. E assim continua o ciclo de crescimento. R$ 136 BILHÕES PARA PLANTAR, COLHER E GARANTIR ABASTECIMENTO. É MELHORIA DE RENDA E MAIS ACESSO AO SEGURO RURAL. INFORME-SE: 0800 704 1995 | AGRICULTURA.GOV.BR FACEBOOK.COM/MINAGRICULTURA 64 56 68 sumário | Summary 08 | Apresentação | Introduction 52 | AS PRINCIPAIS | Major ones Um setor essencial na economia, sinônimo de saúde, emprego e renda O cenário atualizado da produção e da comercialização nas 10 espécies que mais se destacam A sector essential for the economy, synonymous with health, jobs and income Garlic, potato, sweet-potato, onion, carrot, leafy, cassava and potato 10 | PRODUÇÃO | Production 84 | PAINEL | panel Cadeia de hortaliças movimenta em torno de R$ 25 bilhões no Brasil Os ganhos oferecidos pela adubação orgânica de uma empresa gaúcha Vegetable supply chain has the power to move R$ 25 billion in Brazil Gains provided by an organic fertilizer company in Rio Grande do Sul 28 | MERCADO | market 86 | EVENTOS | events O esforço realizado para aumentar gradativamente as exportações Atividades congregam agentes da horticultura em várias regiões do País Efforts to gradually increase exports Activities attracted agents from several regions 76 72 6 80 Sílvio Ávila apresentaçÃO | Introduction Gostinho de quero mais Se a socioeconomia de um País fosse organizada como um cardápio de restaurante, qual deveria ser a entrada, a primeira grande pedida, a fim de assegurar uma base para todo o resto? Uma boa salada. E quais as matérias-primas que jamais poderiam faltar nesse prato? As hortaliças, obviamente. E se, em seguida, o ilustre cliente (a população desse País) se preocupasse com o prato principal, que lhe fornecesse a energia suficiente para atender a suas necessidades calóricas, que alimentos não poderiam ser esquecidos? Mais produtos hortigranjeiros, sem dúvida. Aí está. Hortaliças e verduras nunca são um acompanhamento. Devem ser, sempre, para uma vida saudável e para um organismo em equilíbrio, que assegure vitalidade e plenitude, componentes essenciais. Centenas de espécies e de variedades conformam esse mosaico de lavouras e de canteiros em granjas e hortas pelo Brasil afora. De lá, semana após semana, são colhidos e transportados para grandes centrais de abastecimento espalhadas por todo o território nacional. Destes entrepostos, uma vez mais imitando um coração pulsante, numa metáfora orgânica, circulam por milhares de caminhos até chegar em atacados e mercados varejistas de pequeno, médio ou grande porte. E é ali que a população se abastece, todo santo dia, garantindo, na hora das refeições, uma mesa farta em pratos suculentos, nutritivos e coloridos. Esse mesmo trajeto, de um imenso complexo de produção e de 8 comercialização de hortigranjeiros, é o da renda: por isso, raras são as cadeias produtivas que propiciam, de forma tão eficiente, a inclusão social e econômica. Mini, pequenos e grandes propriedades convivem em iguais condições de sustentabilidade e podem, em sintonia, atuar nos mais seletos e remuneradores mercados, dentro e fora do País. Esse exemplo, essa estrutura e essa potencialidade são uma espécie de escola que a horticultura oferece à economia brasileira. E, em se tratando de escola, reparando nas estatísticas que traduzem o desempenho de produção e de mercados, fica evidente que as lições estão sendo muito bem assimiladas. A cadeia cresce, se consolida, se moderniza e obtém índices cada vez mais satisfatórios. Em conformidade com o que hoje já acontece nas frutas, é mais do que certo que dentro de poucos anos o Brasil será um importante fornecedor de hortaliças para o mundo. O abastecimento doméstico vai sendo garantido, e com isso, agora, o olhar pode ser dirigido com mais interesse e com mais ousadia para as necessidades globais. As mesas do mundo todo estão logo ali. Há um gostinho de quero mais... It tastes like more If socio-economy in the Country was structured like a restaurant menu, what about the first course, the first order, just for a pleasant start for what is coming next? Salad, no doubt. And what choice greens should always be present in the dish? Vegetables, of course. And if the discerning client (in this case, the Brazilian population) was concerned about the energetic properties of the main course, in line with the daily calorie needs, which foods could not be left out? Horticultural products, without any doubt. That’s it. Vegetables and salads are not just side dishes. If a healthy life is at stake, they should always be viewed as essential components of a main course. They are responsible for keeping the body in balance and full of vitality. Hundreds of species and varieties compose this mosaic in fields and plant-beds across Brazil. From remote corners, week after week, huge amounts of vegetables are harvested and sent to distribution centers over the entire national territory. Through these distribution centers, like vigorously beating hearts, in an organic metaphor, vegetables circulate through thousands of routes to their final destinations: small, medium and large wholesale and retail outlets. This is where people go for their vegetable purchases, all day long, as an assurance for healthy meals, with plenty of succulent, nutritious and colored dishes. This same trajectory, consisting of an immense vegetable production and trading complex, is followed by the income side. That is why only few supply chains provide for social and economic inclusion in such an efficient manner. Mini, small and big farms share the same sustainability conditions and can, side by side, serve the best remunerating and most discerning markets, both at home and abroad. This example, this structure and this potentiality is a kind of school horticulture offers to Brazilian economy. And, on the subject of schools, taking a look at the statistical numbers that mirror the performance at field and market level, there is no doubt about how intensively the lessons are assimilated. The chain grows, consolidates, gets modernized and reaps everincreasing results. In accordance with what is happening with the fruit segment, it is more than evident that Brazil will soon become a huge supplier of vegetables around the globe. Domestic supplies are under control and, therefore, the time has come for a confident look at the global needs. The dinner tables of the whole world are just a phone call away. It tastes like more... 9 Sílvio Ávila produção | Production Horta cheia Produção mostra a força da olericultura, com importantes avanços e plenas condições de atender a maior demanda, que ainda deixa a desejar A horticultura brasileira, no decorrer dos últimos anos, dá mostras de seu potencial produtivo, com evolução em diversos índices e condições para ir ao encontro das demandas. Estas, no entanto, ainda não correspondem às expectativas: em nível interno, o consumo fica aquém das necessidades; e no plano externo, há déficit entre entradas e 10 saídas de produtos. O avanço neste quadro é um dos desafios do setor, ao mesmo tempo em que a cadeia busca maior conhecimento e reconhecimento, diante da real importância que assume na socioeconomia nacional. A olericultura se posiciona entre os segmentos com maior expressão produtora no destacado agronegócio brasileiro. Ainda em vias de definir mais profundamente seu perfil, já se sabe que está entre os primeiros lugares na produção agrícola, ainda mais quando se inclui a tradicional cultura da mandioca. Afora esta, e considerando 32 produtos, a Embrapa Hortaliças levantou em 2011 total de 19,2 milhões de toneladas colhidas. No Instituto de Economia Agrícola (IEA), de São Paulo, número semelhante (de 19,6 milhões de t) foi apurado apenas em 11 itens, entre os quais a mandioca de mesa. Porém, apenas esta espécie, calculada integralmente, segundo o IBGE, soma 25 milhões de toneladas no ano. Em termos econômicos e sociais, Waldemar Pires de Camargo Filho e Avani Cristina Produtividade incorpora tecnologia e apresenta crescimento a cada ano de Oliveira, do IEA, estimam que a produção de 19,6 milhões de toneladas movimenta em torno de R$ 25 bilhões no País. Estudo da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM), com 17 segmentos, efetuado em 2010, avalia que o valor chega a R$ 40,6 bilhões, incluindo o varejo. Já o número de empregos gerados no setor, conforme verificou Nirlene Junqueira Vilela, da Embrapa, em 2009, deve envolver pelo menos 7,3 milhões de pessoas. Além disso, é lembrada sua relevância para a saúde, pois o consumo de hortaliças, ao lado das frutas, contribui para prevenir doenças. A produção brasileira de hortaliças cres- ceu 31% entre 2000 e 2011, conforme os últimos levantamentos da Embrapa Hortaliças. A economista da empresa evidencia que a quase totalidade do incremento se deu na produtividade, com 83,7%, graças à adoção de novas tecnologias. A área praticamente não se alterou, mantendo-se em cerca de 800 mil hectares. Inclusive já esteve um pouco maior neste período (824 mil hectares em 2002). Na relação com o aumento populacional, a disponibilidade também se elevou, na ordem de 17,4%. Quanto ao consumo, no entanto, pesquisa do IBGE revela que ele diminuiu 1,92 kg/habitante entre 2002 e 2008, ficando em 27,08 quilos. Este fato, junto com os benefícios dos produtos, motiva campanhas de estímulo à sua inserção no cardápio da população e iniciativas de adequação às exigências do mercado. Da mesma forma, não se pode descuidar do mercado externo, como mostram os dados. Embora a exportação avançasse 14% entre 2000 e 2011 (em números, o aumento ficou em 33 mil toneladas), ainda é inexpressiva diante da produção e depende basicamente do desempenho da fruta olerácea melão. Já a importação cresceu 118,7%, principalmente em batata inglesa, cebola e alho, já as mais adquiridas então do exterior, situação que remete a análise e reação. 11 Sílvio Ávila Lush vegetable garden Over the past years, Brazilian horticulture has signaled its productive potential, showing evolution in different areas and in a position to meet demand. The latter, nonetheless, has not yet lived up to expectations: at home, consumption is lagging behind the real needs; and in the foreign scenario, there is still a deficit between imports and exports. Advances in this picture are one of the challenges of the sector and, in the meantime, the supply chain is in search of more knowledge and recognition, in light of the real importance horticulture assumes in national socioeconomic terms. Olericulture is a segment that assumes great productive expression amid Brazil’s renowned agribusiness operations. Still seeking an accurate definition of its profile, it is already known that the segment is one of the frontrunners in agricultural production, and this is all the more true if the traditional cassava is included. Apart from it, and taking into consideration 32 products, Embrapa Vegetables refers to a harvest of 19.2 million tons in 2011. The Institute of Agricultural Economics (IEA), in São Paulo, ascertained a similar 12 number (19.6 million tons), from 11 items, including edible cassava. However, the latter crop alone, if integrally calculated, amounts to 25 million tons a year, according to IBGE sources. In economic and social terms, Waldemar Pires de Camargo Filho and Avani Cristina de Oliveira, of IEA, estimate that the 19.6 million tons involve revenues of approximately R$ 25 billion in the Country. A study by the Brazilian Association of Seed and Seedlings (ABCSEM), involving 17 segments, conducted in 2010, maintains that the value amounts to R$ 40.6 billion, including retail sales. As to the number of jobs generated by the sector, according to Nirlene Junqueira Vilela, of Embrapa, in 2009, should involve at least 7.3 million people. Furthermore, the health benefits are also mentioned, since regular consumption of vegetables and fruit is believed to ward off diseases. Vegetable production soared 31% from 2000 to 2001, according to the latest surveys by Embrapa Vegetables. The economist of the company credits the use of technology and the resulting higher productivity rates, which went up 83.7%, with the bigger production volumes. Production attests to the strength of olericulture, with relevant advances and prepared to meet soaring demand, which is still lagging behind The area devoted to vegetables has practically remained unchanged at 800 thousand hectares. It had once been bigger during the period (824 thousand hectares in 2002). In relation to the ever growing population, availability also soared 17.4%. As to consumption, nevertheless, a survey by IBGE detected a decrease of 1.92 kg/person from m2002 to 2008, remaining at 27.08 kilograms. This reality, along with the benefits of the products, is triggering campaigns encouraging people to add vegetables to their daily diets, along with market adjustment initiatives. Likewise, the foreign market should not be overlooked, as shown by the figures. Although exports rose 14% from 2000 to 2011 (in numbers it means 33 thousand tons), shipments abroad are still negligible in view of the huge volume produced in Brazil and they also depend basically on the performance of the melon , a fruit of the gourd family. In the meantime, imports increased by 118.79%, especially potatoes, onions, garlic, the leading horticultural products purchased abroad, a situation that calls for analysis and reaction. VIDA DE GRANJA | farm life Situação das hortaliças no Brasil 32 produtos Área (mil ha) Produção (mil t) Produtividade (t/ha) Disponibilidade (kg/hab) 2000 799 14.685 18,4 86 2011 809 19.235 23,8 101 1.709 23.044 1.733 25.349 Mandioca Área (mil ha) Produção (mil t) Fonte: IBGE/Embrapa Hortaliças COMÉRCIO INTERNACIONAL Exportação (mil t) Importação (mil t) 20002011 236 353 269 772 Fonte: Secex/MDIC/Embrapa Hortaliças/Anuário Hortaliças 13 Inor Ag. Assmann Liderança paulista Com 20% da produção e 22% do consumo, o Estado de São Paulo aquece os negócios, destacando-se em praticamente todas as espécies O Estado de São Paulo possui o maior setor produtivo de olerícolas do Brasil, com 20% da produção, e o principal mercado consumidor, que absorve 22% do produzido. Em 2011, computadas 11 culturas, a quantidade colhida chegou a 2,7 milhões de toneladas, em 86 mil hectares, segundo informações do Instituto de Economia Agrícola (IEA). Porém, o instituto tem pesquisa estadual mais ampla, do mesmo ano, que abrange o cultivo de 53 hortaliças: neste caso, em área de 141,1 mil hectares, o resultado obtido foi de 4 milhões de toneladas. Tanto em São Paulo como no Brasil, são praticamente os mesmos os produtos da olericultura que se destacam. Sem levar em conta a mandioca como um todo, sobressaem-se a batata inglesa e o tomate (para mesa e industrial), que no território paulista ocupam, respectivamente, 26,2 mil, 8,5 mil e 3,5 mil hectares. A produção de cada um deles, em 2011, pela mesma ordem, alcançou 665 mil, 587 mil e 276 mil toneladas. Ainda passam de 200 mil toneladas, no mesmo Estado: a beterraba, a cebola, a melancia, o repolho e as alfaces. O Sudeste brasileiro concentra a maior parcela da produção de hortaliças, destacando-se também Minas Gerais, que inclusive aparece na primeira posição no último Censo Agropecuário do IBGE (2006), levando-se em conta o número de estabelecimentos dedicados à atividade: 5.449 unidades, do total de 27.374 no Brasil. O Sul igualmente é forte no setor. O Paraná, inclusive, ocupava então a segunda posição no País entre os estados com mais produtores: 3.857 propriedades, posicionado logo após São Paulo neste item. Nos últimos anos, por outro lado, tem sido verificada maior descentralização da produção, que aparece de forma mais expressiva e extensiva em outros pontos, como Goiás, no Centro-Oeste. Na Bahia, líder no Nordeste, também aparece em evidência a expansão da olericultura em polos como Irecê e Chapada Diamantina. 14 Largest producer Accounting for 20% of the production and 22% of consumption, the Sate of São Paulo is the driving force behind the vegetable business, and is a leading producer of almost all species The State of São Paulo is home to the largest vegetable production segment in Brazil, accounting for 20% of the total volumes, and also the largest consumer market, which absorbs 2% of what is produced. In 2011, a total of 11 different crops resulted into 2.7 million tons, harvested from 86 thousand hectares, according to figures released by the São Paulo State Institute of Agricultural Economics (IEA). Nevertheless, a more comprehensive survey of that same year conducted by the institute, including the cultivation of 53 vegetable species, on an area of 141.1 thousand hectares, mentions a total of 4 million tons. In São Paulo and in Brazil, the highlights are practically the same vegetable crops. Without taking into consideration cassava as a whole, the crops that predominate are potatoes and tomatoes (for the kitchen and for industrial purposes), which occupy 26.2 thousand, 8.5 thousand and 3.5 thousand hectares, respectively, in São Paulo. The harvested volumes of each of them, in 2011, reached 665 thousand, 587 thousand and 276 thousand tons. Other crops that produce upwards of 200 thousand tons in the State are as follows: beets, onions, watermelons, cabbage and lettuce. Most vegetables are produced in the Southeast region, where Minas Gerais is the leading producer. The state occupied the leading position in the latest Census of Agriculture, conducted by the IBGE, in 2006, taking into consideration the number of enterprises devoted to the activity: 5,449 units, of a total of 27,374 throughout Brazil. The South is also very representative in the sector. Back then the State of Paraná ranked as second biggest producer among the States with the biggest number of people devoted to vegetables: 3,857 farms, coming right after São Paulo on that score. Over the past years, nonetheless, production has gone through a decentralization process, now more expressive in other parts of the Country, like Goiás, in the Center-West. 15 Sílvio Ávila A grande família Além das principais hortaliças, mais um grande número de produtos é cultivado e comercializado no País para atender a mercados específicos 16 A horticultura brasileira ostenta vasta gama de produtos cultivados nos mais diversos recantos. Conforme a Embrapa Hortaliças, registra-se a presença de mais de 70 itens, incluindo os não convencionais. Nas suas estatísticas, são levantados 32, especificando oito (alho, batata, batata-doce, cebola, cenoura, melancia, melão, tomate – industrial e de mesa) e inserindo outros 24 reportados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) num grupo identificado como “outras hortaliças”. No conjunto, estas teriam alcançado produção de 5,2 milhões de toneladas em 2011, em torno de 12% a menos do que a registrada, por exemplo, em 2000. O grupo prevê as folhosas, que são tema de avaliação específica nesta publicação, ao contrário do que ocorre com melão e melancia, entre as hortaliças mencionadas, uma vez que são contempladas no Anuário Brasileiro da Fruticultura. O levantamento da Embrapa sobre as 24 culturas, com dados da FAO, não traz informação individualizada sobre cada produto. No entanto, ela pode ser encontrada em relação a alguns (os multiplicados por sementes) na pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) em 2010. Referências mais distantes também são feitas no Censo Agropecuário do IBGE, em 2006. Entre as hortaliças pesquisadas pela ABCSEM, em que se salienta a grande diferença a mais encontrada na melancia (3,4 milhões de toneladas, contra 2 milhões de toneladas apuradas pelo IBGE), chamam atenção as abobrinhas de modo geral (627,6 mil toneladas) e a japonesa (540 mil toneladas). A entidade apontou ainda entre os 10 principais produtos, além dos já conhecidos na lista do IBGE e da Embrapa, o pepino, com 565,4 mil toneladas, e o milho-doce, com 535 mil toneladas. Já no último Censo do IBGE aparecem “abóbora, moranga e jerimum” com 384,9 mil toneladas, enquanto a abobrinha ficava então com 158,8 mil toneladas. Constavam também, entre as de maior produção: chuchu (270 mil toneladas), milho-verde (268,2 mil toneladas), pimentão (248,7 mil toneladas) e pepino (215,1 mil toneladas). VARIAÇÕES A abóbora é representativa no País, com diferentes denominações, como moranga, mais ao Sul; e jerimum, no Norte e no Nordeste. O Censo do IBGE evidenciou o grande número de estabelecimentos rurais que se dedicavam a seu cultivo: 127.738, com 88,2 mil hectares, e sua produção destacava-se no Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e no Nordeste (tendo a Bahia à frente). É possível de ser consumida de diversas formas, inclusive as suas sementes, torradas. Existem diversas espécies e, além de materiais importados, também são desenvolvidas novas variedades nacionais, como a ornamental e comestível “Brasileirinha”, a decorativa “Linda” e a gila BRS Portuguesa, todas em nível de Embrapa. No milho-verde, destaca-se ultimamente o chamado milho-doce, que difere do comum por apresentar maiores quantidades de açúcar e menores de amido. É utilizado no consumo humano, ainda em espiga ou em grãos verdes enlatados, onde se dá sua maior destinação às indústrias de conservas. Mas se amplia o mercado para consumo in natura, como comprova Vanderlei Brauwers, da empresa Especialidades Vandrea, de Arroio do Meio, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, que possui ampla estrutura para verduras e legumes hidropônicos fornecidos a grandes redes de supermercados. Em relação ao milho-doce, especificamente, o empreendedor tem ampliado a produção própria e com produtores integrados, de variedade mais doce e macia, importada da Itália. Procura atender a um crescimento de demanda verificado com base na oferta exclusiva do produto no Sul e em divulgação na embalagem de experiência jovem e caseira com preparação mais rápida no microondas. Assim, projeta que deverá passar a colocar em 2013 quantia próxima de 700 mil espigas, enquanto no ano anterior esse número ficou em cerca de 100 mil unidades. 17 Inor Ag. Assmann Extended family Besides all major vegetables, several other plants are cultivated and traded in the Country to meet specific market needs Brazilian horticulture includes an array of crops cultivated in the most remote regions. According to Embrapa Vegetables, if nonconventional vegetables are included, there are more than 70 species. Embrapa statistics feature 32 species, and eight of them are specified (garlic, potatoes, sweet potatoes, onions, carrots, watermelons, melons, tomatoes – industrial and table tomatoes), with the insertion of another 24 reported by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), in a group identified as “other vegetables”. Together they are supposed to have reached a total production of 5.2 million tons in 2011, down 12% from 2000, for example. The group includes leafy vegetables, which are in fact the fo18 cus of this publication, contrary to what happens with melons, watermelons, among the above mentioned vegetables, as they are covered in the Brazilian Fruit Farming Yearbook. Embrapa’s survey of the 24 crops, relying on FAO data, contains no individual information on every item. Nonetheless, some details about some of them are available (the ones that are propagated by seed) in the research conducted by the Brazilian Seed and Seedling Trade Association (ABCSEM), in 2010. Somewhat more distant references are also reported in the 2006 IBGE Census of Agriculture. Among all vegetables surveyed by the ABCSEM, where the biggest difference is highlighted with regard to watermelons (3.4 million paisagem | landscape Últimas estimativas Produção (4 culturas – toneladas) 20122013 8.512 8.842 Fonte: LSPA/IBGE - Culturas: tomate, batata, cebola e alho VARIATIONS Pumpkins are very representative in the Country, and they are known by such different names as moranga (small pumpkin), in the South; and jerimum in the Northeast. The IBGE Census showed the great number of farming operations devoted to the cultivation of this vegetable: 127,738, with a total of 88.2 thousand hectares, most of them located in the Southeast (São Paulo and Minas Gerais) and in the Northeast (where Bahia is the most representative). Pumpkins can be consumed in different ways, and the seeds can be toasted. There are several species of this vegetable and, besides the imported cultivars, there are national varieties being developed, like the ornamental and edible “Brasileirinha”, the decorative “Linda” and the Gila BRS Portuguesa, all of them at Embrapa level. With regard to green corn, the highlight has been sweet corn over the past years, and it differs from common corn in that it has bigger sugar levels and less starch. It is appropriate for human consumption, either on the cob or in canned form, which is the leading destination given by the pickles industries. Nonetheless, fresh consumption has been soaring lately, says Vanderlei Brauwers, of the Especialidades Vandrea company, located in Arroio do Meio, in Vale do Taquari, State of Rio Grande do Sul, which is well structured for the production of hydroponic vegetables and legumes supplying huge supermarket networks. Specifically, with regard to sweet corn, the processing company has expanded its own production and through the integrated system, of a sweeter variety, imported from Italy. The idea is to meet soaring demand in its capacity as exclusive supplier of the product in the South, with the packaging featuring new experiences and messages as to how to microwave it almost instantly. This leads the company to project a production of 700 thousand corn ears for 2013, while in the previous year this figure remained at 100 thousand pieces. tons, against 2 million tons ascertained by the IBGE survey), the squash crop, in general, makes a difference (627.6 mil tons) and the Japanese squash (540 thousand tons). Among the 10 major products, in addition to the ones contained on the IBGE and Embrapa list, the entity also pointed out the cucumber, with 565.4 thousand tons, and sweet corn, with 535 thousand tons. The latest IBGE Census features “pumpkins, squash and jerimum”, with 384.9 thousand tons, while the squash crop remained at 158.8 thousand tons. Other vegetables with huge production volumes contained on the list were as follows: chayote (270 thousand tons), green corn (268.2 thousand tons), red pepper (248.7 thousand tons) and cucumber (215.1 thousand tons). sortimento | assortment Outras hortaliças no Brasil - (Total de 24 culturas* ) Ano Produção (mil toneladas) Área (mil hectares) Produtividade (t/ha) 20002011 5.920 5.210 351,5 325,2 16,8 16,0 Fonte: IBGE/FAO/Embrapa Hortaliças. * Alcachofra, aspargos, abóboras, alface, berinjela, beterraba, couve, couve-flor, cogumelos, ervilhas verde e seca, espinafre, grão-de-bico, inhame, lentilha, milho-verde, morangos, pepinos, pimentas, pimentões, quiabo, repolho, taro e vagem. 19 Inor Ag. Assmann Mostrando a cara Setor olerícola brasileiro se organiza para realizar amplo diagnóstico socieconômico e destacar os aspectos positivos com ações promocionais 20 do de São Paulo, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em âmbito nacional, que servirá de base para todos os estados brasileiros”, informa Carlos Schmidt, presidente do instituto e gerente executivo da Associação de Produtores e Distribuidores de Horti-Fruti de São Paulo (Aphortesp). Após várias reuniões, acertou-se a ação, que deverá se iniciar em 2013. A realização do diagnóstico é considerada fundamental para melhor conhecimento da importância do segmento e de sua devida promoção e valorização junto ao mercado, quanto a benefícios econômicos, sociais, ambientais e de saúde para toda a população. Neste sentido, discutem-se no Ibrahort estratégias de governança da cadeia produtiva, tendo em vista também um fundo de atividades voltadas a marketing, capacitação, inteligência competitiva e certificação. O incentivo a um maior consumo da produção, particularmente, assume posição especial, como é relatado em outro texto, na página 44. Inor Ag. Assmann O desenvolvimento de um completo perfil socioeconômico da olericultura no Brasil encontra-se em nível prioritário no Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), constituído em 2010 como instituição representativa nacional do setor. A ação se destaca na agenda estratégica de 2013, apresentada no final de 2012 pela entidade na Câmara Setorial de Hortaliças, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Estamos conseguindo alavancar o projeto, por meio de um plano piloto no Esta- SOLUÇÃO URGENTE Entre ações específicas para o desenvolvimento do setor, a reunião realizada na Câmara Se- torial, em dezembro de 2012, enfocou a regularização, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do uso de defensivos agrícolas para as hortaliças chamadas Minor crops, como pimentão, pepino e morango. “O produtor brasileiro precisa de uma solução urgente para estes produtos no combate às pragas e às doenças”, diz Waldir de Lemos, presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio (Acegri) e novo presidente da câmara. A exigência de padronização das embalagens usadas nas centrais de abastecimento foi outro assunto apreciado na oportunidade. Conforme Lemos, verifica-se ainda grande deficiência entre os mini e os pequenos produtores na utilização de embalagens higienizadas e rotuladas que permitam a rastreabilidade das hortaliças. O tema inclusive motivou a realização do Seminário Banco de Caixas, em fevereiro de 2013, em São Paulo, para debater as melhores formas de operacionalizar esta estrutura nas Ceasas brasileiras. Para João Alberto Paixão Lages, então presidente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), pesquisas indicam que o uso de caixas adequadas pode reduzir as perdas de produtos em até 40%, representando grande avanço no setor. O presidente da Abracen a partir de abril de 2013 é o dirigente da Ceagesp, Mário Murici. 21 Inor Ag. Assmann Out of the shelter Brazilian olericulture sector is getting organized to conduct a comprehensive socioeconomic diagnosis, whilst highlighting positive aspects with promotional initiatives The development of a complex socioeconomic profile of Brazilian olericulture is now a priority with the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort), set up in 2010 as a national representative institution of the sector. The initiative occupies a prominent position on the 2013 strategic agenda, presented in late 2012, by the entity at the Vegetables Sectoral Chamber, to the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA). “We are managing to leverage the project, through a pilot plan in the State of São Paulo, jointly with the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae), at national level, which is to serve as basis for all Brazilian states”, says Carlos Schmidt, president of the institute and executive manager of the São Paulo State Horti-Fruti Association of Producers and Distributors (Aphortesp). After several meetings, all actions were delineated, and they shall begin in 2013. The diagnosis is considered to be of fundamental importance for a better knowledge of the importance of the segment and the need to promote it throughout the market chain, highlighting its economic, social, health and environmental benefits to the entire population. Within this context, at Ibrahort there are debates about the governance of the supply chain, also with an eye towards activities focused on marketing aspects, capacity building, competitive intelligence and certification. Incentive to higher consumption of what is produced is a very particular focus, as already reported in another article, on page 47. 22 URGENT SOLUTION Among the specific initiatives for the development of the sector, the meeting held at the Sectoral Chamber, in December 2012, focused on the regularization, by the National Health Surveillance Agency (Anvisa), of the use of agrochemicals for the so-called Minor crops, like red pepper, cucumber and squash. “All Brazilian farmers need an urgent solution regarding products that fight diseases and pests”, says Waldir de Lemos, president of the Association of Commercial Producers and Users of Ceasa Grande Rio (Acegri) and new president of the chamber. The requirement of standard packaging used at the central distribution centers was another subject debated on that occasion. According to Lemos, there are still great deficiencies among mini and small-scale farmers in the utilization of hygienized and labeled packaging for reasons of vegetable traceability procedures. The matter gave rise to the Box Seminar, in São Paulo, in February 2013, with all debates focused on the best manner to appropriately operate this structure in all Brazilian Ceasas. João Alberto Paixão Lages, president of the Brazilian Association of Distribution Centers (Abracen), comments that surveys have shown that the use of appropriate boxes could reduce losses by up to 40%, representing a great step forward of the sector. As of April 2013, the president of Abracen is Ceagesp official Mário Murici. 23 24 Inor Ag. Assmann A cotação subiu Principais produtos da horticultura nacional registraram colheitas menores em 2012 e com isso tiveram elevação nos preços durante o ano O setor de hortaliças apresentou em 2012 produção menor e, por decorrência, remuneração melhor para os produtores, consideradas as informações existentes até então sobre os principais produtos, como tomate, batata e cebola, além da mandioca. Questões climáticas e de mercado justificariam os resultados, que a princípio voltariam a motivar nova elevação nos cultivos e nos volumes para o ciclo seguinte. As estimativas feitas no Levantamento Sistemático da Produção (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que tomate, batata, cebola e alho, somados, deverão ficar em 8,5 milhões de toneladas no ano em foco, 11,75% a menos do que na temporada anterior, já consolidada na Produção Agrícola Municipal (PAM). Entre 2010 e 2011, conforme esta base de dados, houve aumento de 5,14% nos referidos produtos. O mesmo ocorre na mandioca, que em 2012 aparece com 1 milhão de toneladas a menos do que no período antecedente, tendo a produção estimada em 24,3 milhões de toneladas. Não por acaso, os preços pagos para tais produtos neste intervalo mostraram-se bem mais encorpados. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgou no início de novembro de 2012 que hortaliças, legumes e frutas vendidos semanalmente nas feiras livres, nos hortifrutis e nos supermercados no País subiram em média 25,61% nos 12 meses anteriores. Entre os 27 produtos pesquisados, destacaram-se justamente as altas na cebola (56,84%), no tomate (54,62%) e no alho (42,67%). André Braz, economista do instituto, lembra que isto se deveu principalmente a fatores climáticos. A Ceasa Minas constatou em 2012 elevações de 94% na batata, 43,5% na cebola, 30% na mandioca e 23,6% no repolho, em relação a 2011. O Entreposto Terminal São Paulo, maior central de abastecimento da América Latina e terceira maior do mundo, registrou aumento de 13,9% no seu movimento financeiro, que alcançou R$ 5,72 bilhões, embora também ampliasse o resultado físico. Flávio Godas, economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado (Ceagesp), comentou que “mais pessoas tiveram acesso aos produtos comercializados em virtude da elevação da renda e da procura por alimentos saudáveis. A maioria dos setores produtivos apresentou boa rentabilidade em 2012”, disse, esperando, por isso, maiores investimentos para 2013. Inor Ag. Assmann UM CLIMA ATÍPICO O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), em avaliação anual sobre as hortaliças tomate, batata, cebola, cenoura e folhosas, nas principais áreas produtoras, também (e de maneira geral) confirmou menores cultivos em 2012. Referiu-se a condições climáticas “bastante atípicas” e a sua influência na oferta e na rentabilidade ao produtor, que conseguiu valores mais altos, especialmente no segundo semestre. Para 2013, ainda na passagem do ano, o seu setor de hortifruti previa estabilidade na área cultivada, dependendo ainda dos resultados da safra de verão. No IBGE, já se estimava em fevereiro de 2013 que a maioria das culturas pesquisadas mensalmente teria incrementos: próximo a 6% na produção da batata e de mais de 2% no tomate e na cebola. A mandioca deveria manter-se em níveis semelhantes e o alho voltaria a recuar. Manifestam-se altos e baixos comuns na adequação da oferta e da procura, mas, diante da representatividade dos principais produtos e da expectativa existente, 2013 tende a registrar crescimento nos números da horticultura brasileira. 25 26 Inor Ag. Assmann Prices going up The vegetable sector ended up with a smaller crop in 2012 and, as a result, farm gate prices soared, considering the information existing up to that time on all major products, like tomatoes, potatoes, onions and cassava. Weather and market conditions dictated the results which, in turn, encouraged the farmers to increase their plantings and volumes in the following cycle. Estimates released by Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA, in the Portuguese acronym), of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), reveal that tomatoes, potatoes, onions and garlic, together, will amount to 8.5 million tons in the year in question, down 11.75% from the previous year, figures that have already been consolidated at the Municipal Agriculture Production Department (PAM). From 2010 to 2011, according to this database, the said products were up 5.14%. The same holds true for cassava, which in 2012 suffered a deficit of 1 million tons from the previous period, with an estimated production of 24.3 million tons. Not by chance, prices fetched by these products in the meantime, were much more substantial. The Brazilian Economy Institute, a division of the Getulio Vargas Foundation (Ibre/FGV), in early November 2012, revealed that legumes and fruits sold on a weekly basis in street fairs, fruit stands and supermarket shelves went up 25.61% on average over the previous 12 months. Among the 27 vegetables that were analyzed, the ones that increased the most were onions (56.84%), tomatoes (54.62%) and garlic (42.67%). André Braz, economist at the institute, recalls that it happened mainly due to climate factors. In 2012, Ceasa Minas ascertained price increases of 94% in potatoes, 43.5% in onions, 30% in cassava and 23.6% in cabbage, compared to 2011. The Terminal Distribution Center in São Paulo, largest supply center in Latin America, and third biggest in the world, registered a 13.9-percent increase in its financial movement, which reached R$ 5.72 billion, whilst the physical result was also up. Flávio Godas, economist at the São Paulo General Warehousing and Centers Company (Ceagesp), commented that “more people had access to commercialized products due to their soaring purchasing power, and because of healthier food concerns. Most productive sectors proved profitable in 2012”, he said and, as a result, more investments are expected in 2013. Inor Ag. Assmann Major national horticulture products registered smaller crops in 2012, resulting into higher prices throughout the year ATYPICAL CLIMATE The Center for Advanced Studies on Applied Economics of the University of São Paulo (Cepea/USP), at its annual evaluation of the performance of such vegetables as tomatoes, potatoes, onions, carrots and leafy salads, in all major producing areas, also (and in general) confirmed smaller cultivations in 2012. There was reference to “very atypical” climate conditions and their influence upon supply and farm gate prices, which soared substantially, especially in the second half of the year. For 2013, on the turn of the year, the horticulture and fruit sector was supposed to repeat the cultivated area, but still depending on the results of the Summer crop. In February 2013, IBGE sources pointed to bigger areas devoted to all monthly surveyed vegetables; close to 6% for potatoes and 2% for onions and tomatoes. Cassava was to suffer no changes, while garlic was signaling reductions. Ups and downs are common when it comes to adjusting supply and demand but, in view of the representativeness of all major products and the existing expectation, 2013 tends to register an uptrend in the numbers of Brazilian horticulture. 27 Inor Ag. Assmann mercado | Market Olhar macro Mais opções em tamanhos menores e itens processados ganham espaço 28 Mercado de hortigranjeiros está aberto para novos tipos de produtos, a que o setor procura ficar atento e corresponder com as adaptações exigidas Influenciada pelas preferências dos consumidores, a horticultura tem buscado oferecer opções diferenciadas nos últimos anos, com o propósito de manter e de ampliar a demanda dos seus produtos. Eventos recentes no setor têm alertado justamente para este aspecto na avaliação do mercado olerícola. O cenário aponta de modo especial para alternativas já oferecidas e oportunidades representadas por itens em novas formas de apresentação, como tamanhos mais reduzidos, ou os industrializados. Durante a última Hortitec, realizada em junho de 2012, em Holambra (SP), várias empresas produtoras de sementes apre- sentaram investimentos em novas sementes híbridas, com variedades melhoradas geneticamente, que possuem cores e formas inusitadas. O assunto foi enfatizado em relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), citando berinjela branca, listrada e achatada; tomate de tonalidade laranja, verde e amarela; abobrinha com aparência de banana, abóbora pequena e cenoura em miniatura. Em termos de maior aceitação junto aos consumidores, a análise chegou à conclusão que “hoje, devido a várias mudanças sociais, como, por exemplo, a diminuição do tamanho das famílias e os novos hábitos de compra, um produto exageradamente grande pode não ser um bom negócio”. Isto justificaria o desenvolvimento de variedades de hortaliças com frutos ou folhas menores. Por outro lado, conforme pesquisa de mercado realizada pelo agrônomo Francisco Herberth Costa, da Embrapa Hortaliças, junto a centrais de abastecimento de São Paulo, Brasília e Fortaleza, ainda há espaço para “frutos grandes da melancia, ao contrário dos menores, associados à alta frequência de imaturos”. Da mesma forma, entre os produtos analisados, apontou-se a valorização do pimentão verde graúdo e do vermelho médio. 29 Inor Ag. Assmann CAINDO DE MADURO Na verda- de, há mercado para as mais diversas opções e, neste sentido, vêm ganhando importância as chamadas hortaliças “mini” e “baby”, entre as quais se enquadram minitomate, cenoura e alface, e as folhosas babyleaf. O assunto foi tema de simpósio realizado pelo Grupo de Estudos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em novembro de 2012. No evento, enfatizou-se que esses produtos são mais valorizados e que o seu mercado, embora ainda pequeno, registra crescimento, especialmente entre os consumidores de maior renda. Já para a população mais pobre e que consome em grande escala, na opinião de Waldir de Lemos, presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio (Acegri) e da Câmara Setorial de Hortaliças, existem tipos de verduras, frutas e legumes de menor tamanho, e boa qualidade, que podem ser comercializados com preços mais baratos no varejo. Conforme Lemos, “via de regra, os supermercados colocam à venda os maiores, que, muitas vezes, também são mais caros”. Por isso, defende a opção de compra para esta faixa de consumidores, por meio do incentivo às feiras livres, o que incrementaria o consumo. 30 Macro view Market for horticultural products is open to new types of crops, and the sector is keeping a close watch on it and trying to correspond with the required adjustments Under the influence of consumer preferences, horticulture has offered a variety of options over the past years, with the purpose of retaining and expanding demand for its products. Recent events staged by the sector have strongly focused on this aspect in evaluating the horticulture market. In particular, the market is pointing to previously offered alternatives and opportunities in the form of items of different sizes, like small ones or industrialized vegetables. During the past Hortitec, held in June 2012, in Holambra (SP), several seed companies presented investments in new hybrid seed, with varieties genetically enhanced, of unusual colors and shapes. The subject was emphasized in a report by the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae), citing striped and flat eggplant; tomatoes with a shade of orange, green and yellow; squash with the appearance of a banana, small pumpkin and mini carrots. In terms of popularity among consumers, the analysis concluded that “nowadays, due to social changes, including smaller families and new purchasing habits, an unusually big product might not translate into good business”. This is sup- POPULARITY ON THE RISE As a matter of fact, there is market for a variety of options and, within this context, vegetables that are gaining momentum are the ones known as “mini” and “baby”, which include mini tomatoes, carrots, lettuce and baby leaf vegetables. The subject was the focus of a symposium conducted by the Luiz de Queiroz College of Agriculture (Esalq), of the University of São Paulo (USP), in November 2012. At the event, it was emphasized that these products are highly valued and that their market, although still small, is on an uptrend, especially among low income consumers. posed to justify the development of vegetable varieties with smaller fruits and leaves. On the other hand, according to market research conducted by agronomist Herberth Costa, of Embrapa Vegetables, at the distribution centers in São Paulo, Brasília and Fortaleza, there is still room for “large size watermelons, to the detriment of smaller fruits, as the latter are associated with a high frequency of immature fruit”. Likewise, among the analyzed products, the large size green pepper and medium size red pepper are now highly valued. Among the poor, where there is large scale consumption, in the opinion of Waldir de Lemos, president of the Association of Producers and Users of Ceasa Grande Rio (Acegri) and of the Vegetables Sectoral Chamber, there are types of vegetables, fruits and legumes of smaller size, and of good quality, which normally sell for lower retail prices. According to Lemos, “in general, supermarkets sell mostly bigger vegetables and more expensive ones”. That is why he advocates better purchasing options for this class of consumers, like, for example, street fairs, which would boost consumption. More options in smaller sizes and processed items are gaining momentum 31 32 Inor Ag. Assmann Poder de compra O fator renda, que aumentou no Brasil já desde 1994, em virtude da estabilização econômica, melhorando o poder aquisitivo da classe média, foi determinante para um maior consumo de hortaliças processadas. “Isso abre uma larga avenida de oportunidades para a olericultura brasileira”, afirma Paulo Eduardo de Melo, da Embrapa Estudos e Capacitação, sediada em Brasília (DF). Além de itens mais tradicionais e enlatados terem maior presença nos lares brasileiros, destaca novos produtos, entre os quais tomates inteiros pelados e pimentas inteiras em azeite, hortaliças congeladas de elevado padrão, como ervilhas doces, couve-de-bruxelas e floretes de brócolis de cabeça única; e diversos produtos processados de batata, inclusive em mais versões nacionais. A agroindustrialização de hortaliças, sob o ângulo da geração de emprego e de renda, esteve em evidência no 52º Congresso Brasileiro de Olericultura, em julho de 2012, em Salvador, na Bahia. Para Warley Nascimento, pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças, este é “um grande desafio para as áreas de produção, processamento e pesquisa no Brasil”. Entre os projetos de pesquisas já voltados à área, Warley cita ervilha, milho doce e tomate indústria, pimentas para conservas e condimento, tecnologia para produção industrial de minicenouras e melhoramento em pepino para picles e batata-doce para farinha. Nascimento salienta ainda a necessidade de cada parte atender às exigências qualitativas apresentadas. Quanto à ciência de alimentos, entende ser preciso agregar mais hortaliças com suas variadas formas, cores e sabores, tendo em vista a preocupação de diversificar a oferta de produtos com maior qualidade e de fácil preparo. Isto deve resultar, em sua avaliação, também em maior renda para os produtores. Inor Ag. Assmann Nichos de mercado para produtos diferenciados e que aumentem a praticidade no consumo sinalizam com renda extra em toda a cadeia PARA OS TRÓPICOS O desenvolvimento de variedades e de híbridos para os trópicos, o direcionamento para aspectos nutricionais e de conservação, e o incremento do consumo integram os desafios para o setor, ressaltou Celso Moretti, chefe-geral da Embrapa Hortaliças, no 2º Curso de Tecnologia Pós-Colheita, em agosto de 2012, na Embrapa Instrumentação, em São Carlos, São Paulo. Com a adoção de tecnologias, reforçou o dirigente, o mercado de hortaliças vem se expandindo em novas fronteiras e em outras áreas, como a médica e de cosméticos. Neste aspecto, segundo informou, tem-se trabalhado em compostos bioativos e estudos com foco em colesterol, infarto agudo do miocárdio, estresses oxidativos, hipertensão arterial e diabetes tipo 2. O alto teor de fibras, vitaminas, sais minerais e antioxidantes nas hortaliças vem sendo ressaltado no empenho pelo aumento do seu consumo, onde, diante dos índices ainda baixos verificados no País, observa-se acentuado potencial de crescimento. 33 Sílvio Ávila Purchasing power 34 Market niches for differentiated products that make consumption easier are signaling extra income in the entire supply chain The income factor, which has been rising in Brazil since 1994, by virtue of the economic stability that started improving the purchasing power of the middle class population, was a determining factor for the soaring consumption of processed vegetables. “This paves the way for a wide avenue of opportunities for Brazilian vegetable operations”, says Paulo Eduardo de Melo, of Embrapa Studies and Capacity Building, based in Brasília (DF). Besides the increased presence of the usual and traditional items on the Brazilian dining tables, there are new products coming in, and they include whole tomatoes and peppers preserved in kitchen oil, high quality frozen vegetables, like sweet peas, Brussels sprouts, single-head broccoli; and several potato-based processed products, including national versions. Vegetable agroindustrialization operations, from a job and income generating viewpoint, was highlighted in the 52nd Brazilian Olericulture Congress, in Salvador, State of Bahia, in July 2012. Warley Nascimento, researcher and assistant chief of Embrapa Vegetables Technology, maintains that “this is a big challenge for the areas of production, processing and research in Brazil”. Among the research projects already geared towards the area, Warley cites peas, sweet corn and industrial tomato, peppers for preserves and spices, technology focused on the industrial production of mini carrots, improvement of cucumbers for pickles and sweet potatoes for flour. Nascimento also stresses the need for all parties to comply with qualitative requirements. Regarding the matter of food science, he understands that it is necessary to include more vegetables in a variety of shapes, colors and flavors, in view of the concern about diversifying the supply of quality items that are easy to prepare. This should result into higher profits for the farmers, he understands. FOR THE TROPICS The development of varieties and hybrids for the tropics, specifically oriented towards nutritional aspects, preservation purposes and higher consumption, are all challenges of the sector, commented Celso Moretti, head of Embrapa Vegetables, in the 2nd Post-Harvest Technology Course, in August 2012, at Embrapa Instrumentation, in São Carlos, São Paulo. With the introduction of technologies, the official insisted, the vegetables market has been conquering new frontiers and working its way into such distinct areas as medicine and cosmetics. Within this context, he informed, work has been done on bioactive compounds and studies focused on cholesterol, acute myocardial conditions, oxidative stresses, high blood pressure and type 2 diabetes. The high content of vitamins, mineral salts, fibers and antioxidants found in vegetables have been constantly mentioned in all attempts to make people consume more salads and legumes. The low consumption levels across the Country suggest there is room for much growth on that score. 35 Inor Ag. Assmann curvas no caminho 36 Exportações do setor permanecem em nível pouco expressivo, enquanto o volume de produtos adquiridos do exterior é três vezes maior O mercado externo ainda é um espaço a ser conquistado na área da horticultura brasileira. As vendas têm se mantido no patamar de 260 mil toneladas anuais, que somam apenas pouco mais de 1% do total da produção, caso se leve em conta o último volume levantado (de 19,2 milhões de toneladas, em 2011), ou bem menos ainda se for incluída a forte cultura da mandioca. Enquanto isso, as importações são três vezes superiores, e seus números também não se alteram muito. Apenas o principal produto importado, a batata inglesa, mais de 90% na forma de “preparada”, representa quantidade próxima à exportação geral do setor. Depois de pequeno acréscimo em 2011, o total exportado de diversos produtos hortícolas em 2012 voltou a registrar redução. Mesmo computando-se neste ano farinha e fécula de mandioca (mais de 8,9 mil toneladas), o índice ainda se apresenta negativo em relação ao anterior, na ordem de -3,35%. A quantidade vendida ficou em 259,8 mil toneladas e o valor obtido nas transações, em US$ 223,8 milhões. Esse montante também se mostra um pouco abaixo do que foi alcançado na temporada anterior, quando se apurou US$ 226,7 milhões. O resultado ocorre mesmo que tenha havido acréscimo no produto de destaque entre os exportados, o melão, também relacionado entre as frutas, sendo inclusive o campeão nas vendas externas deste setor. A exportação da fruta olerácea, cuja produção se destaca no Nordeste brasileiro, cresceu 7,19% em volume e 4,49% em receita em 2012. Representando quase 70% do total destinado ao exterior no segmento, os 181,7 milhões de toneladas de melão vendidos neste ano ainda ficam aquém das mais de 210 milhões de toneladas embarcadas em 2008, quando se instalou a crise econômica na Europa, principal comprador. Por isso, os exportadores já estão buscando novos mercados. DE PESO Outra frutácea ocupa o segundo lugar nas lista de olerícolas exportadas: a melancia, que se destaca na produção, com mais de 2,2 milhões de toneladas, a partir do Rio Grande do Sul e em todo País. Para a venda externa, foram direcionadas 33,5 mil toneladas em 2012, o que significou crescimento de 14,53%. Em termos de receita, o aumento foi ainda maior: de 22,36%, chegando próximo a US$ 17 milhões. Por outro lado, produtos hortícolas que têm presença na exportação apresentaram desempenho mais fraco em 2012. É o caso do gengibre, que aparecia em 2011 com 6,6 mil toneladas e em 2012 registrou menos de 20 toneladas, sendo inserido dentro do conjunto de condimentos e temperos. O milho-doce, que sempre é saliente nas vendas externas, desta vez apresentou movimento diminuído em 4 mil toneladas. Da mesma forma, hortaliças que sobressaem entre as importadas, mas também são exportadas, reduziram no exercício passado a sua participação nas saídas. A cebola, que teve 14 mil toneladas destinadas ao exterior em 2011, retraiu este volume para 300 toneladas em 2012, enquanto a batata inglesa e o tomate tiveram, cada qual, envios menores, na ordem de 2,5 mil toneladas. COM MUITOS SOTAQUES O expressivo ingresso no mercado brasileiro de produtos da horticultura de outros países, por sua vez, não mostra grandes mudanças, a começar pelo primeiro da relação, a batata inglesa. Sua importação em 2012 ficou praticamente no mesmo volume do ano anterior, ou seja, de 252,7 mil toneladas. No total de hortaliças compradas do exterior, chega-se a 782 mil toneladas, ultrapassando inclusive o número anterior levantado (772 mil toneladas). No atual cômputo foram incluídas mandioca e lentilhas, não devidamente consideradas antes, de modo que, se permanecessem excluídas, teria havido pequeno decréscimo (-4%) no ingresso de produção externa. O valor gasto também caiu um pouco, situando-se em US$ 793,7 milhões, mas ainda expressivo. Entre os itens de peso nas hortaliças importadas que tiveram menor compra externa em 2012 estão a cebola e o alho, respectivamente com 15 mil e 6 mil toneladas a menos. Igualmente nas ervilhas, que estão na quarta posição neste ranking, reduziu-se a aquisição em 2 mil toneladas. Já os tomates, que vêm logo a seguir, registram acréscimo de 5,6 mil toneladas na compra do exterior, de modo que as modificações no quadro não chegam a ser tão representativas. Por outro lado, o sinal positivo é de que já no ano anterior havia-se reduzido a importação, o que pode sinalizar para tendência favorável ao setor. 37 Inor Ag. Assmann WINDING ROAD Exports of the sector are still lagging behind, while three times as many products are brought in from abroad The foreign market has not yet been conquered by the Brazilian horticulture segment. Sales have remained at only 260 thousand tons a year, representing just a little more than 1% of the total production, if we consider the latest survey (19.2 million tons in 2011), or even much less if cassava is included. In the meantime, imports are three times bigger, and their figures have not been changing much. Only the most imported product, Irish potatoes, upwards of 90% ‘prepared’, represents an amount very similar to the general exports of the sector. After a slight increase in 2011, total exports of several Brazilian products receded again. Although factoring in cassava flour and starch (more than 8.9 thousand tons), the amount is still down 3.35% from the previous year. Shipments abroad amounted to 259.8 thousand tons, whilst revenue from the transactions amounted to US$ 223.8 million. This total is also lower compared to the previous year, when revenue reached US$ 226.7 million. This result was obtained in spite of the shipment of bigger volumes of melons, the flagship product among all exports, and leader in foreign sales in the category of fruits. Shipments abroad of this fruit, mostly produced in the Northeast, were up 7.19% in volume and 4.49% in revenue, in 2012. Representing almost 70% of the total destined for foreign markets, the 181.7 million tons of 38 melons sold over the year lag behind the 210 million tons shipped abroad in 2088, when the economic downturn started in Europe, a major buyer. This is why exporters are seeking new markets. WEIGHTY Another fruit that ranks second in shipments abroad is the watermelon, with production volumes that amount to 2.2 million tons, grown in the state of Rio Grande do Sul and throughout the entire Country. In 2012, 33.5 thousand tons were shipped abroad, up 14.53% from the previous year. In terms of revenue, there was an even larger increase: 22.36%, amounting to almost US$ 17 million. On the other hand, horticulture products on the export agenda had a weaker performance in 2012. It is the case of common ginger, which belongs to the group of seasonings and spices, with 6.6 thousand tons exported in 2011 and only 20 tons in 2012. Sweet corn, always predominant in foreign sales, this time registered a decrease of 4 thousand tons. Likewise, vegetables that predominate among imported products, but are also exported, had a weaker performance in last year’s businesses abroad. The onion, with 14 thousand tons shipped abroad in 2011, reached only a volume of 300 tons in 2012, while Irish potatoes and tomatoes equally shipped smaller volumes abroad, about 2.5 thousand tons. PARA O MUNDO | to the world Exportações de hortaliças - 2012 Produto US$Kg Melão 134.114.090181.767.594 Melancia 16.979.92433.543.998 Mandioca 8.019.2838.920.983 Milho-doce 10.046.5848.743.201 Tomate 8.229.5656.068.319 Ervilha 4.847.4295.602.577 Condim./temperos10.220.271 3.252.560 Batata-doce 1.812.5382.811.180 Batata-inglesa 1.670.6661.114.079 Mostarda 571.022571.779 Cenoura/nabo 115.473314.033 Cebola 255.094304.794 Sementes diversas 14.531.924 299.578 Morango 622.233128.108 Beterraba 296.325125.414 Outros 11.497.5966.238.031 Total 223.830.017259.806.228 Fonte: MDIC/Aliceweb Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças DIFFERENT ACCENTS Expressive purchases of horticulture products from other countries have equally shown few changes, starting with the first on the list, Irish potatoes. Imports of potatoes in 2012 remained on a par with the previous year, that is to say, 252.7 thousand tons. The total amount of vegetables purchased abroad reaches 782 thousand tons, outstripping the previous number (772 thousand tons). The present estimation includes cassava, lentils, not duly taken into consideration before, so that, if they remained excluded, a small decrease would have taken place (-4%) in the entrance of vegetables from abroad. Values spent on foreign purchases went down slightly, too, reaching US$ 793.7 million, but still expressive. Among the relevant items that were imported, the least purchased ones in 2012 include onions and garlic, respectively with a reduction of 15 thousand and 6 thousand tons. With regard to lentils, which rank fourth on that score, there was a reduction of 2 thousand tons in imports. Tomatoes come next and purchases from abroad were up 5.6 thousand tons from the previous year, leading to the conclusion that the changes in the Picture are not much representative. On the other hand, the positive sign is that imports had already been decreased in the previous year, which could signal a favorable trend to the sector. DE CHEGADA | of arrival Importação de hortaliças - 2012 Produto US$Kg Batata-inglesa 257.387.150252.739.583 Cebola 68.112.012183.239.869 Alho 189.528.061159.172.453 Ervilha 26.569.11645.304.910 Tomate 38.404.48441.726.088 Mandioca 6.682.37227.388.528 Lentilha 10.105.72013.445.749 Grão-de-bico 9.474.2207.326.678 Cogumelo/trufa 19.079.1657.164.382 Condim./temperos24.360.938 5.892.097 Sementes diversas 75.009.980 4.512.803 Morango 6.884.7474.115.517 Mostarda 4.416.8502.694.289 Aspargo 6.053.8362.259.048 Milho-doce 2.783.3311.681.453 Outros 48.899.39023.617.478 Total 793.751.372782.280.925 Fonte: MDIC/Aliceweb Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças 39 Sílvio Ávila A ordem é revitalizar Plano Nacional de Abastecimento (PNA) propõe a criação de órgão federal para articular ações das centrais atacadistas que atuam no setor A construção de uma nova etapa, de revitalização e de fortalecimento das centrais de abastecimento no País, está em curso. Responsáveis pela movimentação atacadista de grande parte das hortaliças consumidas no Brasil, essas unidades são o foco direto do Plano Nacional de Abastecimento (PNA), apresentado em 2012 pela Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Entre diversos pontos específicos, propõe-se basicamente criar um órgão capaz de articular nacionalmente as ações das chamadas Ceasas e uma diretriz macroestratégica para o setor. Este, conforme foi salientado na apre40 sentação do plano, com base no diagnóstico feito em 2009 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), reúne 72 entrepostos públicos, 11 mil empresas, 22 mil produtores e, segundo dados de 2011, movimentou 18 milhões de toneladas de produtos e R$ 2,1 bilhões em recursos. A partir da década de 1980, houve desagregação do sistema nacional, criado na área, no decênio anterior. Com isso, nas centrais hoje existentes passaram a predominar os mais diversos modelos societários, iniciativas isoladas e normas regionais, justificando a proposta de diretrizes coordenadas em nível nacional. O PNA, elaborado em parceria por Ceasas de todo o País, prevê a criação de uma secretaria nacional vinculada ao Mapa para gerir a política do setor, em parceria com o Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Conab, no mesmo ministério. Paralelamente, estabelece um conjunto de ações governamentais a serem adotadas visando à promoção e ao desenvolvimento da área. O assunto está sendo tratado de perto por grupo de trabalho instituído pelo então ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, por meio da Portaria nº 1.037, de 9 novembro de 2012. O novo ministro, Antônio Andrade, que como deputado federal relatou o projeto do PNA, disse que vai reforçar ainda mais a atenção ao abastecimento. Revitalization is what matters National Supply Plan (PNA) proposes the creation of a federal organ to articulate the actions of the wholesale centers that operate in the sector The construction of a new step, geared toward strengthening and revitalizing the distribution centers across the Country, is now underway. Responsible for all wholesale operations of a huge part of all vegetables consumed in Brazil, these units are the direct focus of the National Supply Plan (NSP), presented last August by the Brazilian Association of Distribution Centers (Abracen) to the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA). Among several specific points, the basic proposition is the creation of an organ capable of articulating, at national level, all actions of the so-called Ceasas, and the creation of a microstrategic directive for the sector. The latter, as stressed at the moment the plan was introduced, based on the diagnosis conducted in 2009 by the National Supply Company (Conab), comprises 72 public distribution centers, 11 thousand companies, 22 thousand farmers and, from data released in 2011, involves 18 million tons of products and revenue of R$ 2.1 billion. From the 1980s onward, the national system, created in the previous decade, was disrupted. This gave rise to an array of different socio-oriented models in the distribution centers in operation now, along with isolated initiatives and regional standards, a fact that justifies the proposal for directives coordinated at national level. The NSP, elaborated jointly by all Ceasas throughout the Country, sets forth the cre- ation of a national secretariat linked with the Mapa for governing the policies of the sector, jointly with the Brazilian Program for the Modernization of the Brazilian Horticulture Market (Prohort), of Conab, in the same ministry. At the same time, it sets forth a set of government actions to be adopted with an eye towards the development of the area. The subject is now being dealt with by a working group instituted by the then Minister of Agriculture Mendes Ribeiro Filho, through Decree nº 1.037, of November 9, 2012. New minister Antônio Andrade who, as federal deputy, was the rapporteur of the PNA project, said he would further strengthen his focus on the question of supply. 41 A volta por cima Entre as propostas específicas relacionadas no Plano Nacional de Abastecimento (PNA), mencionado na matéria anterior, destaca-se a implantação do Programa de Recuperação das Centrais de Abastecimento (Receasa). A preocupação é atualizar a estrutura física construída a fim de atender demandas, ainda da década de 1960. Busca-se financiamento para a transformação dos entrepostos em centros eficientes de distribuição dos produtos e em centros de informação, desenvolvimento, capacitação, controle de qualidade e de apoio ao pequeno produtor, ao pequeno varejo e ao pequeno serviço de alimentação, eliminando distorções. Na avaliação de João Alberto Paixão Lages, presidente da Ceasa Minas, trata-se de grande oportunidade para revitalização das centrais de abastecimento. Caio Rocha, secretário de Política Agrícola do Mapa, por sua vez, destaca o diferencial evolutivo representado pelo Receasa e pelo novo modelo de funcionamento, mais articulado e eficiente, projetado pelas demandas do PNA na regionalização do abastecimento. De acordo com o plano, a adoção de uma linguagem comum de qualidade, baseada em normas de classificação e de rastreabilidade, surge como solução para aumento da transparência e confiabilidade na comercialização. Na mesma linha, apresentam-se as ideias de um guia de boas práticas e um selo de qualidade, adequação das embalagens e bancos de caixas para diminuir perdas, criação de serviço nacional de assistência técnica, para garantir competitividade aos agricultores familiares, e cadastramento nacional dos produtores. INFORMAÇÃO Inor Ag. Assmann Programa para recuperar a estrutura física e modernizar as centrais de abastecimento está entre as metas do PNA, recentemente apresentado A ampliação da informação está em evidência ainda no desenvolvimento do Índice Geral de Preços de Hortigranjeiros no âmbito do mercado atacadista (IGP-Hort Brasil) e na adoção do Sistema de Informações de Mercados de Abastecimento do Brasil (Simab), do Prohort. Ressalta-se igualmente a projetada operacionalização de uma Universidade Corporativa do Sistema de Centrais de Abastecimento (Uniceasas), para oferecer cursos aos agentes do setor. Ademais, a promoção da segurança alimentar e nutricional mostra-se com força nas propostas, particularmente por meio de Bancos de Alimentos, assim como a preocupação com a gestão ambiental no abastecimento alimentar. E, mesmo se tratando de um plano gestado numa área mais voltada ao atacado, não se esqueceu de chamar atenção para a necessária valorização e para o fortalecimento dos importantes mercados municipais e das feiras livres, visando a oferta de produtos hortigranjeiros locais e qualificados de uma forma acessível à população. 42 A successful recovery Program intended to recover the physical structure and modernize the distribution centers is one of the PNA targets, recently presented Among the specific proposals related to the National Supply Program (PNA, in the Portuguese acronym), mentioned in the previous article, the highlight is the implementation of the Distribution Centers Recovery Plan (Receasa). The idea is to upgrade the physical structure that was built in the 1960s, fulfilling the specific demands of that time. Now financing schemes are sought to transform the supply stations into efficient product distribution warehouses and into centers focused on information needs, development, capacity building, quality control and support to small-scale farmers, small retailers and to small food services, with the elimination of all possible distortions. João Alberto Paixão Lages, president of Ceasa Minas, maintains that it is an excellent opportunity for revitalizing all distribution centers. Caio Rocha, secretary of Mapa’s Agricultural Policy Division, in turn, highlights the evolving side represented by the Receasa and by the new functioning model, which is more efficient, more articulated, projected in compliance with the PNA demands geared towards regional supply systems. According to the plan, the adoption of a common language in terms of quality, based on grading and traceability standards, comes as a solution to more transparency and reliability in all trading operations. Within this context, there are ideas about a best practices guide and a quality label, adjustment of all packaging and box systems for waste reduction, the creation of a national technical assistance service, so as to make the family farmers more competitive, and a national register of all farmers. INFORMATION A broader range of information is clearly stated in the development of the General Price Index of all Horticulture products in the realm of the wholesale market (IGP-Hort Brasil) and in the introduction of the Information System of the Brazilian Supply Markets (Simab), of Prohort. What is also highlighted is the projected operation-oriented Corporate University of the Distribution Centers System (Uniceasas), which is supposed to offer courses to sector agents. Furthermore, the promotion of food and nutritional safety is vitally present in all proposals, particularly through Food Supplying Stations, without overlooking the environmental question in all food supplying moves. And, although being a plan deeply based on the wholesale market, it did not fail to point to the necessary value and the strength of important municipal markets and street fairs, aimed at providing for locally produced horticultural products, and graded in manner easily understood by the local people. 43 Sílvio Ávila Um mutirão em favor da saúde 44 Ibrahort e centrais de abastecimento defendem maior valorização e maior inserção de produtos naturais na alimentação dos brasileiros possa acelerar esta caminhada”, diz Luciano Vilela, representante do Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) na coordenação e presidente da Associação dos Empresários da Ceasa-DF, em Brasília. Na capital federal, a campanha foi lançada em março de 2013, em reunião da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen). No final de 2012, o tema foi destacado no encontro da entidade realizado em Porto Alegre (RS). Assim, todas as unidades integradas (em torno de 50 das 72 existentes) deverão fazer lançamentos locais. Além da Abracen e do Ibrahort, o grupo de trabalho inclui os ministérios da Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Ibrahort e o Mapa já haviam divulgado em 2012 material com o slogan CONTRA O SOBREPESO Todas as ações buscam – além de, naturalmente, incrementar o negócio – enfrentar problemas detectados na alimentação dos brasileiros. Conforme dados mostrados pela campanha, o excesso de peso avançou assustadoramente na população brasileira, passando de 18,5% para 50,1% entre os homens e de 28,7% para 48% nas mulheres, entre 1970 e 2009. Enquanto isso, paralelamente, ocorreu redução no consumo de alimentos básicos e maior participação de alimentos ultraprocessados. Na justificativa, o projeto paulista lembra que, nos últimos tempos, em função das inovações tecnológicas, as pessoas alteraram o modo como se alimentam, diminuindo significativamente o consumo de produtos in natura e aumentando o de produtos industrializados, com alto nível de conservantes e gorduras. Chama atenção a grande disponibilidade de itens com alto valor calórico, baixo índice nutricional e pouca diversidade de alimentos. Por isso, assume maior importância a execução de políticas públicas que promovam a alimentação saudável, diretriz do próprio Ministério da Saúde. A pouca ingestão de frutas e de hortaliças está entre os fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, câncer, diabetes e enfermidades cardiovasculares. Desta forma, as ações auxiliam na prevenção, ao proporcionar que maior diversidade de alimentos, com qualidade nutricional, chegue à mesa da população. “Consuma hortaliças diariamente. Sua saúde agradece”. Pretendem intensificar seu uso durante o ano de 2013, ao lado da ação nas Ceasas. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), principal elo na cadeia de abastecimento de produtos hortícolas no País, por sua vez, já está em andamento o Programa de Incentivo à Alimentação Saudável, alinhado à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. A campanha nacional busca realizar atividades educativas integradas e intersetoriais de incentivo ao aumento no consumo de frutas e hortaliças, destinadas ao público interno e externo das Ceasas do País. Na primeira etapa, a meta é sensibilizar os agentes diretos, como “produtores e vendedores de saúde”, reforçando boas práticas, uso correto de embalagens e rastreabilidade. No momento seguinte, deverão ser atingidos os consumidores em geral, por diversos meios. Sílvio Ávila A presença de hortaliças e de outros produtos naturais na mesa dos brasileiros ainda está longe daquilo que se preconiza para uma alimentação saudável. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal seria que cada pessoa consumisse 400 gramas diárias de frutas, legumes e verduras (FLV ), mas este número ainda fica em cerca de 150 gramas no Brasil. Essa constatação é o grande mote da campanha que está sendo implementada junto às centrais de abastecimento (Ceasas) no País para incentivar o consumo. “Temos um longo caminho a percorrer até atingir o ideal recomendado e a iniciativa quer contribuir para que se 45 46 Sílvio Ávila Health-oriented joint efforts Ibrahort and food distribution centers advocate the insertion of more natural products in Brazilian dietary habits The presence of vegetables and other natural products on the Brazilian dining tables is lagging far behind of what is supposed to be a healthy diet. According to the World Health Organization (WHO), ideally, every person should eat at least 400 grams of fruit, salads and legumes a day, but this amount remains at 150 grams in Brazil. This ascertainment is the driving force behind the campaign now being implemented at the distribution centers (Ceasas) in Brazil, aimed at encouraging fruit consumption. “We still have a long way to go until we achieve the target and our initiative intends to speed up this journey”, says Luciano Vilela, representative of the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) and member of the coordinating group, and also president of the Federal District Ceasa Entrepreneurs’ Association, based in Brasília. In the federal capital the campaign was launched in March 2013, at a meeting of the Brazilian Association of Distribution Centers (Abracen). In late 2012, the matter was highlighted at the meeting of the entity held in Porto Alegre (RS). Within this context, all integrated units (some 50 of the 72 existing ones) should launch the campaign locally. Besides Abracen and Ibrahort, the working group includes the Ministries of Education, Health, Social Development and Hunger Fighting; Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), and the National Supply Company (Conab). In 2012, both Ibrahort and Mapa had published material under the slogan “Eat vegetables every day. Your health will be thankful”. Their intention is to intensify their campaign over 2013, jointly with all Ceasas. The São Paulo General Warehousing and Centers Company (Ceagesp), major link in the supply chain of horticultural products throughout the Country, has in turn launched the Healthy Eating Incentive Program, in line with the National Healthy Food and Nutritional Program. The nationwide campaign seeks to conduct integrated and inter-sectoral educational campaigns encouraging the consumption of fruit and vegetables, destined for the internal and external public of all Ceasas in Brazil. During the first stage, the target is to turn all direct agents into “health promoters and campaigners”, strengthening best practices, correct use of containers and traceability. At a second moment, all consumers are to be reached, through different approaches. AGAINST OBESITY Besides boosting businesses, all initiatives seek to fight the problems detected in Brazilian eating hab- its. According to data released by the campaign, obesity has been making strides among Brazilian people, jumping from 18.5% to 50.1% among males and from 28.7% to 48% among the women, from 1970 to 2009. In the meantime, and simultaneously, what occurred was a reduction in the consumption of basic staples, and a higher share of ultra-processed foods. What justifies the São Paulo project is the fact that, over the past years, by virtue of an array of technological innovations, people have altered their dietary habits, with a considerable reduction in the consumption of fresh produce and, in turn, more consumption of industrialized products, with high contents of fat and additives. What captures the attention is the availability of huge amounts of high-calorie items, low nutritional value and little diversity of foods. To this end, public policies geared towards healthy diets are of vital importance, which is in fact a directive of the Ministry of Health. Insufficient consumption of fruits and vegetables is seen as a risk factor for non-transmissible chronic diseases, like cancer, obesity, diabetes and cardiovascular conditions. Therefore, the above mentioned initiatives help ward off these diseases by providing the dinner tables with diversified food staples, of high nutritional quality. 47 Sílvio Ávila Lição de casa 48 Público infantil é alvo de estratégias de incentivo ao consumo de hortaliças, com almanaque desenvolvido pela Embrapa, que atua na área Embrapa & Escola, o almanaque desperta grande interesse entre os pequenos. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), por sua vez,desenvolve desde o biênio 2009/10 projetos como HortiEscolha e Escola do Sabor, voltadas ao meio educacional. O primeiro, em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), e com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), apoia a escolha de frutas e de hortaliças frescas na alimentação escolar. O segundo, em escala piloto na Associação de Apoio à Infância e à Adolescência Nossa Turma, nas dependências da Ceagesp, realiza atividades de estímulo à mudança de hábitos alimentares. Conseguiu ampliar o consumo de produtos como mandioca, batata-doce, beterraba, chuchu, goiaba, acelga e berinjela. Tais objetivos também foram alcançados em outras inicia- NA REDE tivas pelo País, como aconteceu com o Projeto Hortas Escolares, desenvolvido durante vários anos por meio do jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul (RS), e da Souza Cruz, no Sul do Brasil. A preocupação com a alimentação saudável em ambiente educacional tem amparo legal. A lei federal nº 11.947/2009 estimula o uso de produtos agrícolas na alimentação oferecida em escolas. O texto prevê o direcionamento de pelo menos 30% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para aquisição de produtos da agricultura familiar, a serem usados na merenda escolar. Aliado ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que já atinge 1.180 municípios e prioriza hortigranjeiros, possibilita acesso de mais crianças a estes produtos, como confirmam vendas intermediadas pela Ceasa Regional em Santa Cruz do Sul. Sílvio Ávila O esforço para melhorar o consumo de hortaliças no País tem um dos focos direcionado ao segmento infantil. É nessa fase que se formam hábitos alimentares e até mesmo se influencia os adultos na compra de alimentos. Muitas iniciativas são voltadas a esse público, como o programa Embrapa & Escola e o projeto “Estratégias de comunicação como ferramenta de incentivo ao consumo de hortaliças pelo público infantil”, da Embrapa Hortaliças, sediada em Brasília (DF). A unidade criou o almanaque Horta & Liça, que já está em sua terceira edição, onde apresenta histórias em quadrinhos e passatempos que ressaltam as vantagens de uma alimentação saudável, de forma lúdica e atrativa. A publicação é distribuída entre as escolas e as crianças que visitam a empresa de pesquisa, como aconteceu com 1.300 alunos em 2012. De acordo com Orébio de Oliveira, responsável pelo programa Ainda por meio da Embrapa Hortaliças, o consumo de hortigranjeiros tem sido estimulado desde 1999 em projeto que associa a redução do desperdício. Uma série de cartilhas resultou no livro “50 Hortaliças – Como comprar, conservar e consumir”, com dicas que hoje estão inseridas também no site “Hortaliças na Web”, lançado recentemente pela empresa. Além da seção “50 Hortaliças”, há outros cinco espaços nesta ferramenta destinados a informações com 150 receitas para todas as refeições, melhor escolha, aproveitamento e acondicionamento dos produtos, e sobre a importância de consumir hortaliças diariamente. Conforme a engenheira agrônoma Milza M. Lana, pesquisadora da Embrapa Hortaliças, o objetivo é “contribuir para o aumento do consumo, com diversas opções de preparo, nutritivas, práticas e baratas”. No material, é lembrada a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que uma pessoa deve ingerir pelo menos três porções de hortaliças por dia (400 g, incluindo frutas). Hoje, só 18,9% dos brasileiros conseguem cumprir as orientações da OMS. Já pesquisa da Esalq mostra que a média de consumo nacional de carotenoides, essenciais para a manutenção da vida, está em 4.117 microgramas por dia, quando os níveis prudentes de ingestão seriam de 9 mil a 18 mil microgramas. Cita-se como alimentos ricos na substância tomate e seus derivados, manga, cenoura, acerola, cajá, goiaba, mamão, abóbora, alface, agrião, couve e milho. 49 50 Sílvio Ávila Homework Children are the target of strategies intended to boost fruit and vegetable consumption, with an almanac developed by Embrapa, responsible for the area All efforts towards boosting vegetable consumption in the Country are predominantly focused on children. It is during childhood that healthy eating habits are acquired, and children frequently influence adults when it comes to buying food items. Lots of initiatives are geared towards infants, like the project, “Communication strategies as tools for encouraging children to consume vegetables”, conducted by Embrapa Vegetables, based in Brasília (DF). The unit created the Horta & Liça almanac, now at its third edition, featuring comic strips and pastimes that highlight the benefits of healthy eating, in an amusing and attractive manner. The publication is given out to schools and children who happen to visit the research corporation. In 2012, 1,300 students visited the research facilities. According to Orébio de Oliveira, responsible for the Embrapa & School program, the almanac arouses keen interest among children. Since 2009/10, the São Paulo General Warehousing and Centers Company (Ceagesp) has, in turn, been involved with 10 projects, like HortiEscolha and Escola do Sabor, geared towards educational institutions. The first one, jointly with the Luiz de Queiroz College of Agriculture (Esalq), of the University of São Paulo (USP), and with the São Paulo Research Foundation (Fapesp), strongly recommending the inclusion of fresh fruit and vegetables in school meals. The second, at a pilot phase at the Our Group Children and Adolescent Support Association, at the Ceagesp premises, conducts activities intended to encourage changes in the eating habits. The project has managed to boost the consumption of cassava, sweet potatoes, beet, chayote, guava, chard and eggplant. Similar objectives have also been achieved by other initia- tives across the Country. Examples include the School Vegetable Gardens Project, conducted for years by newspaper Gazeta do Sul, in Santa Cruz do Sul (RS), jointly with Souza Cruz, in South Brazil. Concern with healthy eating habits in educational environments relies on legal support. Federal Law nº 11.947/2009 proposes the use of farm products in school meals. To this end, legislation makes it mandatory to destine 30% of the resources from the National Education Development Fund for the acquisition of school meal products from small family farmers. In conjunction with the Food Acquisition Program (FAP), the National Supply Company (Conab), now including 1,180 municipalities, and giving priority to horticultural products, a move that is confirmed by sales intermediated by the Regional Food Distribution Center in Santa Cruz do Sul. ON THE WEB Embrapa Vegetables has also been stimulating the consumption of vegetables since 2009 through a project associated with waste reduction. A series of primers gave rise to a book, “50 Vegetables – how to purchase, preserve and consume”, containing tips now posted on site “Vegetables Web”, recently launched by the company. Besides the “50 Vegetables” section, the tool features other five spaces that give details about 150 recipes for all meals, best choice, use and how to condition products and, of course, about the importance of daily intakes of vegetables. According to agronomic engineer Milza M. Lana, researcher with Embrapa Vegetables, the objective consists in “contributing towards a rise in consumption, with several nutritional, practical and cheap preparation options”. The publicity material refers to the recommendations by the World Health Organization ( WHO) that a person should eat at least three portions of vegetables a day (400 grams, including fruit). Currently, only 18.9% of all Brazilians comply with the WHO recommendations. A survey conducted by Esalq shows that the consumption of carotenes, essential for the body, is something like 4,117 micrograms a day, while recommended levels point to 9 to 18 thousand micrograms. Foods laden with this substance include tomatoes and tomato derivatives, mango, carrot, acerola, cajá, guava, papaya, pumpkin, lettuce, watercress, cabbage and corn. 51 Sílvio Ávila AS principais | Main NO mercado nacional, produto importado tem mais de 50% de participação 52 ALHO | GARLIC Mostrando os dentes Publicação de Instrução Normativa que aprova os requisitos fitossanitários, em fevereiro de 2013, deu mais ânimo ao segmento O Brasil, que já foi responsável por 90% do consumo interno de alho, ainda sente os reflexos das importações oriundas da China. Mesmo assim, o segmento busca soluções e alternativas para recuperar a participação no mercado. Hoje, os 10 mil hectares de alho plantados no Brasil – divididos em regiões de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – representam abastecimento interno de 33% do consumo de alho total. O restante é importado dos chineses (42%) e dos argentinos (25%). Conforme Rafael Jorge Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), são consumidas 2,2 milhões de caixas de 10 quilos de alho por mês no País, totalizando 26,4 milhões de caixas por ano. “Nos anos de 1990, o produto nacional atingiu quase que a totalidade da oferta. Porém, com a abertura de mercado, a importação cresceu em números assustadores, devastando a produção interna”, explica o engenheiro agrônomo. “Ou seja, muitos produtores brasileiros diminuíram a área de produção e a consequente oferta.” De acordo com conjuntura publicada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil registrou aumento de 45,6% do total de alho importado em outubro de 2012, com relação a setembro de 2012, e queda de 20,4% em relação a outubro de 2011. Mesmo diante de um cenário onde predo- mina o produto estrangeiro, lideranças e produtores acreditam no grande potencial do País para retomar o cultivo. Além disso, a atividade agrícola desempenha importante papel social, gerando 10 postos de trabalho a cada hectare plantado, sendo quatro diretos e seis indiretos. Corsino salienta, entretanto, que, apesar do potencial para atender à maioria da demanda, ou até mesmo à totalidade desta, a cultura do alho depende basicamente da adoção de políticas públicas de proteção da produção nacional e de valorização e desenvolvimento. “Se a concorrência desleal for banida e a produção nacional valorizada, nosso setor tende a crescer de forma mais rápida”, acredita. QUEBRA-CABEÇAS Em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira de alho foi de 108.393 toneladas. Em relação a 2011, os números sinalizam para decréscimo de 24,35%. No período, a Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa) observou melhora significativa do produto nacional. Conforme Rafael Corsino, presidente da entidade, diversos fatores levaram a este cenário. Na temporada 2010/11, a China, principal país exportador mundial e regulador de mercado, registrou a maior safra da história. Na seguinte, o ciclo 2011/12, registrou diminuição de área de 10%, devido a problemas climáticos. Consequentemente, os asiáticos produziram 30% a menos de alho, o que equilibrou um pouco a oferta nacional ao longo de 2012. Já em 2013, os preços praticados têm sido equilibrados e os produtores no Sul, que estão comercializando o alho no início do ano, se mostram otimistas. Com isso, o panorama deve se manter até julho, afirma Corsino. De julho em diante, o mercado deverá ser acompanhado com cuidado, pois é quando chegam ao Brasil as importações da nova safra de alho chinês. 53 ALHO | GARLIC Showing the cloves Normative Instruction, published in February 2013, approved phytosanitary requisites and brought a sigh of relief for the sector Brazil once produced 90% of the garlic consumed in the Country, but still senses the ripple effects from imports coming from China. Nevertheless, the segment is seeking solutions and alternatives to recover its market share. Now, the 10 thousand hectares devoted to garlic – split into the regions of Goiás, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina ando Grande do Sul – represent only 33% of our total domestic consumption. To make up for the shortfall, garlic is imported from China (42%) and from Argentina (25%). According to Rafael Jorge Corsino, president of the National Association of Garlic Producers (Anapa), consumption in Brazil amounts to 2.2 million 10-kilogram boxes a month, totaling 26.4 million boxes a year. PUZZLE “In the 1990s, the Brazilian crop was almost big enough to meet domestic demand. However, when globalization set in, imports began skyrocketing, causing havoc to our national crops”, the agronomist explains. “In other words, lots of Brazilian growers reduced their production areas, with consequent smaller supply”. In accordance with the market scenario published by the National Supply Company (Conab), Brazilian garlic purchases from abroad were up 45.6% from the total imported in October 2012, compared to September 2012, and down 20.4% compared to October 2011. Although facing a scenario where imports from abroad predominate, leaderships of the sector and producers believe in the Country’s huge potential to resume the crop. Furthermore, agricultural activities play an important social role, generating 10 job positions for every hectare devoted to garlic, four direct ones and six indirect jobs. Corsino emphasizes, nonetheless, that, although boasting the potential to meet almost the total demand of the product, or even its entirety, garlic cultivations depend basically on the introduction of public policies that protect the national vegetable, besides raising its value and promoting its development. “If unfair competition is eliminated and the national crop is given its due value, our sector is poised to make strides again”, he believes. In 2012, from data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the garlic crop in Brazil amounted to 108,393 tons. Compared to 2011, the numbers represent a decrease of 24.35%. During the period, the National Association of Garlic Producers (Anapa) observed a tangible improvement of the national production volumes, Rafael Corsino, president of the entity, understands that several factors are credited with this scenario. In the 2010/11 crop year, China, major global exporter and market indicator, registered its largest crop on record. In the following season, the 2011/12 cycle, the area devoted to garlic was down 10% due to erratic weather conditions. As a result, the Asian giant harvested a 30-percent smaller crop, which brought national supplies into balance in 2012. In 2013, prices have suffered only negligible fluctuations and the southern farmers, who sell their crop at the start of the year, are very optimistic. This signals a similar panorama until July, says Corsino. From July onwards, the market should be followed closely and with caution, as it is the time when the imports from the newly harvested crop in China are working their way into Brazil. 54 Inor Ag. Assmann In Brazil, imported garlic has a 50-percent market share MAIS SEGURO Publicada no Diário Oficial, em 28 de fevereiro de 2013, a Instrução Normativa que aprova os requisitos fitossanitários para a importação de bulbos de alho produzidos na China trouxe alegria ao setor. Com base no documento, o produto importado deverá estar livre de resíduos vegetais e material de solo. Resultado de pleito encaminhado em 2006 ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), a medida deve trazer segurança aos produtores e garantir a qualidade da produção sem correr riscos. Até então, todo o alho importado da China ingressava ao Brasil sem nenhum tipo de controle fitossanitário. Com a publicação, considerada marco no setor, espera-se diminuir as possibilidades de contaminação em solo nacional. POR TODO CANTO | everywhere Principais regiões produtoras de alho no Brasil Estado Bahia Goiás Santa Catarina Minas Gerais Rio Grande do Sul ÁreaProduçãoProdutividade (ha)(t) (t/ha) 7008.400 12 3.30059.400 18 1.500 15.000 10 2.700 48.600 18 1.800 18.000 10 Fonte: Anapa. SAFER Published in the Government Gazette, on 28th February 2013, Normative Instruction that approves the phytosanitary requisites for importing garlic bulbs produced in China brought relief to the sector. On the grounds of the document, imported garlic should be free from vegetable residues and soil particles. The result of a petition filed with the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), in 2006, by the National Association of Garlic Producers (Anapa), the measure brings safety to the producers and ensures production quality, free from risks. Up to February 2013, garlic imported from China was shipped to Brazil without any type of phytosanitary control. With the publication, seen as a milestone for the sector, it is hoped that there will be fewer incidences of national soil contaminations. 55 Inor Ag. Assmann batata | potato É batata Estimativas apontam para acréscimo de 6% na produção da batata, assegurando o abastecimento de um dos petiscos prediletos do brasileiro 56 Nada pode ser mais brasileiro do que a batata frita, acompanhada de feijão, arroz e bife. Mas, além de ter lugar garantido na mesa dos consumidores, nas lavouras de todo o País essa hortaliça garante o sustento de milhares de produtores, que abastecem, em parte, o mercado interno. É um petisco de dar água na boca. Enquanto em 2012 o País registrou produção de 3,382 milhões de toneladas de batata, em 2013 devem ser colhidas 3,585 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do montante, a primeira safra tende a representar 1,639 milhão de toneladas. Para a segunda e para a terceira, a previsão de colheita é de 1,031 milhão de toneladas e 914,1 mil toneladas, respectivamente. Em relação à área a ser colhida, o IBGE estima 129,9 mil hectares, com aumento de 2% em relação a 2012, quando foram cultivados 127,1 mil hectares. O rendimento médio também deve apresentar variação positiva, de 3%. Em 2012 foram obtidos 26,5 quilos por hectare. Em 2013, a expectativa é de que sejam atingidos 27,5 kg/ha. Em artigo sobre o perfil da olericultura no Brasil e em São Paulo, o pesquisador Waldemar Pires de Camargo, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), mapeia igualmente o cultivo da batata. De acordo com ele, a região Sudeste responde por cerca de 50% da produção. Já o Sul detém mais de 33% e os estados de Goiás e Bahia registram 7% e 7,8%, respectivamente. O cultivo em território nacional é realizado em três épocas: 1ª safra, conhecida como a das águas; 2ª safra, ou seca; e 3ª safra, de inverno. Somente o primeiro período tem participação de 45% no abastecimento. O Estado de São Paulo é responsável por cerca de 18,5% da batata produzida no Brasil, sendo o segundo maior produtor, atrás apenas de Minas Gerais. Produtividade e área a ser colhida devem apresentar aumento no Brasil 57 Inor Ag. Assmann batata | potato OLHAR REGIONAL Em todo o Brasil, o plantio de batata atende às diferentes características e necessidades da cada região. Segundo levantamento de março do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o pico da colheita da safra das águas 2012/13, no Triângulo Mineiro e no Alto Paranaíba, em Minas Gerais, deveria ocorrer em março, com as atividades iniciando-se em janeiro. No mês, estima-se oferta do equivalente a aproximadamente 40% da área dessa região. Já no Sul de Minas Gerais, o ciclo, que ocorreu do fim de dezembro até o início de março, estava praticamente encerrado. Para o plantio, os produtores mineiros registraram redução de área próximo de 8%. Para a temporada 2013/14, a expectativa inicial é de que permaneça no mesmo patamar. No Paraná, o plantio das secas, que deveria ter sido encerrado em fevereiro, acabou se prolongando até março em Curitiba, São Mateus do Sul, Irati e Ponta Grossa. O atraso nas cidades paranaenses ocorreu em decorrência das chuvas. De acordo com o Cepea, não foram registrados problemas com doenças nas lavouras. Quanto à área, as quatro cidades devem somar 7.207 mil hectares. 58 senhora batata | big potato safras de batata no brasil Batata inglesa no BrasilSafra 2012Safra 2013 * Produção (t) 3.382.363 3.585.214 Área colhida (ha) 127.195 129.903 Rendimento (kg/ha) 26.592 27.599 * Estimativa. - Fonte: IBGE Potatoes, please Estimates point to a 6-percent bigger potato crop, ensuring a plentiful supply of one of Brazilian people’s favorite delicacies There is nothing more Brazilian than French fries accompanied with rice, beans and a steak. And, besides being a great dish on every dinner table, in the Brazilian rural setting this vegetable represents the livelihood of thousands of farmers, who supply part of the domestic market. It is a mouth watering delicacy. While in 2012 the Country harvested 3.382 million tons of potatoes, in 2013 the crop is estimated at 3.585 million tons, according to data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Of this amount, the first crop tends to account for 1.639 million tons. For the second and the third, the forecast is for 1.031 million tons and 914.1 thousand tons, respectively. With regard to the area to be harvested, IBGE sources refer to 129.9 thousand hectares, up 2% from 2012, when the area devoted to potatoes reached 127.1 thousand hectares. On average, yields are also supposed to increase by 3%. In 2012, perhectare productivity rates reached 26.5 thousand kilograms. For 2013, the expectation is for 27.5 thousand kg/ha. In an article on the profile of olericulture in Brazil and in São Paulo, researcher Waldemar Pires de Camargo, of the Agriculture Agronomy Institute (IEA), presents a map of all areas devoted to potatoes. According to him, the Southeast produces about 50% of the entire national crop. The South is responsible for 33% and the States of Goiás and Bahia register 7% and 7.8%, respectively. In Brazil, potatoes are grown in three different periods: 1st crop, known as the water crop; 2nd, or dry crop; and 3rd, the winter crop. The share of the first period alone represents 45% of the entire annual volumes. The State of São Paulo produces approximately 18.5% of all potatoes harvested in Brazil, and is the second-largest producer, coming only after Minas Gerais. Productivity and planted area soared in Brazil REGIONAL LOOK All across Brazil, potato crops comply with the needs and characteristics of every different region. According to a survey conducted in March by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), of the Luiz de Queiroz College of Agriculture (Esalq), the harvest of the 2012/13 water crop in Triângulo Mineiro and Alto Paranaíba, in Minas Gerais, was supposed to reach its peak in March, with all activities starting in January. It is estimated that in March 40% of all fields in the region have been harvested. In South Minas Gerais, the early December to early March cycle had practically come to a close. The planted area in Minas Gerais was down 8% from the previous crop. For the 2013/14 cycle, initial estimations show no changes in the planted area. In Paraná, the dry crop, which was to have been completed in February, ended up going on until March in Curitiba, São Mateus do Sul, Irati and Ponta Grossa. The delay in these regions in Paraná is blamed on excessive precipitation levels. According to Cepea sources, there were no disease outbreaks in the fields. As to the planted area, the four towns together will devote 7,207 thousand hectares to the crop. 59 Inor Ag. Assmann batatA-doce | Sweet potato 60 Elaboração de etanol passa a ser uma alternativa para a batata-doce Peso-pesado Apesar de crescimento nas colheitas, batata-doce brasileira precisa de ações que ajudem a promover o seu desenvolvimento e a divulgação Planta tropical, a batata-doce tem sua trajetória traçada de um lado a outro do mundo. De origem americana, hoje seu grande berço de produção está em continente asiático, sendo a China a responsável pelas maiores colheitas. Enquanto isso, no Brasil as safras têm registrado bons índices, recuperando o fôlego, uma vez que em 2009, com a produção de 477,5 mil toneladas, houve declínio, no comparativo com os períodos anteriores. Em 2011, o Brasil produziu 544,8 mil toneladas em 43,8 mil hectares, com variação positiva de 2,9% em relação a 2010, quando foram colhidas 495,2 mil toneladas, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes à Produção Agrícola Municipal. Na China, o principal produtor, as safras contabilizam, em média, 118 milhões de toneladas, numa área de 6 mil hectares. Enquanto a produção se recupera do declínio nas últimas décadas, por outro lado percebe-se que o índice de produtividade tem sido crescente nos últimos anos. Em 2009, os bataticultores brasileiros colheram 11,3 toneladas por hectare. No ano seguinte, foram 11,8 t/ha e, em 2011, 12,4 t/ha. Os números revelam, sobretudo, as mudanças sofridas pelo sistema de produção, o que indica evolução do nível tecnológico. NO CAMINHO Para o pesquisador Wilson Roberto Maluf, da Universidade Federal da Lavras (UFLA), de Minas Gerais, as estatísticas atuais sobre a batata-doce ainda refletem o baixo nível de tecnologia empregado na cultura. Em seu entender, vários são os aspectos que prejudicam o bom desempenho da batata-doce em território nacional. Práticas culturais obsoletas, cultura de subsistência, uso de cultivares inapropriadas, suscetíveis a pragas e doenças; baixa difusão e adoção de tecnologias já disponíveis, entre outros fatores, são apontados por Maluf como obstáculos ao desenvolvimento da cultura. Mesmo assim, além de sua utilização na alimentação humana – no Brasil, o consumo per capita é de 2,7 quilos, aproximadamente –, e animal e o seu emprego na produção de etanol, a hortaliça vem crescendo em algumas regiões. Em Sergipe, que detém a quinta maior produção do País, por exemplo, o cultivo é o grande gerador de renda em algumas localidades. Conforme Maluf, dados recentes demonstram que a adoção de práticas culturais adequadas, aliada ao plantio de variedades selecionadas para alta produtividade, tornam viáveis produtividades superiores a 50 t/ha, podendo chegar a 100 t/ha. Isso facilitaria a adoção da batata-doce como matéria-prima na produção de etanol (podendo rivalizar com a cana-de-açúcar), além de gerar co-produtos residuais de baixo custo para a alimentação animal. 61 Sílvio Ávila batatA-doce | Sweet potato Sweet potatoes might be an alternative for ethanol 62 Heavyweight Although the crop is on a rising trend, Brazilian sweet potato farming needs a push to promote its development and create public perception As a tropical plant, the trajectory of the sweet potato ranges from one corner of the world to the next. Originated in America, now the great production environment is located in Asia, where China is the leading producer. In the meantime, the crops of this vegetable have registered good volumes in Brazil, recovering strength, as the 477.5 thousand tons in 2009 represented a decline from the previous periods. In 2011, Brazil’s crop reached 544.8 thousand tons, in 43.8 thousand hectares, with a positive variation of 2.9% from 2010, when 495.2 thousand tons were harvested, according to data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), related to the Municipal Agriculture Production department. In China, leading producer, in general, the crops in that country amount to 118 million tons, from an area of 6 thousand hectares. While there is a recovery of the crop from the downward trend in the past decades, there is also no doubt about the soaring productivity rates over the recent years. In 2009, the Brazilian tobacco farmers harvested 11.3 tons per hectare. In the following year, it was 11.8 t/ha; and in 2011, 12.4 t/ha. Above all, these figures hint at the changes in the production system, signaling technology-oriented evolution. mais doce | sweeter safras de batata no brasil AnoProdução (mil t) Área (mil ha)Produtividade (t/ha) 2007 529,544,0 12,0 2008 548,445,6 12,0 2009 477,542,2 11,3 2010 495,242,0 11,8 2011 544,843,8 12,4 Fonte: IBGE. ON THE RIGHT TRACK Researcher Wilson Roberto Maluf, of the Federal University of Lavras (UFLA), in Minas Gerais, understands that the current numbers related to sweet potato crops still reflect the low level of technology at field level. He maintains that there are several variables that still jeopardize the performance of sweet potatoes in our national territory. Obsolete cultural practices, subsistence crops, disease-prone and inadequate cultivars; little use of available technologies, are just some of the factors cited by Maluf as real obstacles in the development of the crop. Even so, besides its use as human food – in Brazil, per capita consumption is 2.7 kilograms, approximately, while the use of the vegetable as livestock food and for ethanol purposes has been rising in several regions. In Sergipe, the fifth biggest producer in the Country, for example, the crop is a real source of income in some districts. According to Maluf, recent data have attested that the use of appropriate cultural practices, along with the selection of recommended high productive varieties make it possible to reap upwards of 50 tons per hectare, with chances to reach 100 tons. This would pave the way for sweet potatoes to turn into raw material for the production of ethanol (in a real competition with sugar cane), besides generating byproducts of low cost for livestock feed. 63 Robispierre Giuliani cebola | onion Em 2012 foram produzidas 1,357 milhão de toneladas de cebola no País 64 Estabilidade na produção e queda nas importações a partir da Argentina moldaram o cenário brasileiro de cebola em 2012 e animam a nova safra Camadas de aceitação Numa roda de amigos, ao citar a Holanda, não há como deixar de lembrar dos belos campos de flores, repletos de tulipas das mais diversas cores. Mas além das dicas e histórias turísticas, o país europeu também frequentou discussões em outro setor brasileiro: o da cebola. Em 2012, um dos principais destaques no mercado da hortaliça no Brasil foi o expressivo aumento nas importações a partir dessa origem. No total, foram internalizadas 39,5 mil toneladas, contra 12,8 mil toneladas em 2011, como apontam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Conforme Daniel Rogério Schmitt, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Holanda possui a melhor estrutura de produção, classificação e embalagem para cebola em todo o mundo, tendo se tornado, na última década, o maior exportador, quando se toma por base o valor bruto financeiro. “Com a excelente infraestrutura de armazenamento e de comercialização do porto de Roterdã, os holandeses conseguem abastecer de forma rápida diversos mercados em todos os continentes, além da Europa, onde é o principal fornecedor”, afirma o engenheiro agrônomo e analista de mercado. Enquanto as importações tiveram participação expressiva do mercado europeu (a Espanha também surgiu entre os maiores fornecedores), houve queda de 25% nas compras a partir da Argentina. Com isso, as compras oriundas de outros países recuaram 10% em 2012, no comparativo com o ano anterior, ressalta Schmitt. ESTABILIDADE NA LAVOURA Enquanto o cenário internacional apresentou mudanças, a cebolicultura brasileira manteve a produção estável em 2012. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram produzidas 1,357 milhão de toneladas, com área cultivada de 57.346 hectares e rendimento médio de 23.358 kg/ha, dados similares aos da safra de 2011. De acordo com Daniel Rogério Schmitt, da Epagri, nos ciclos de 2009 e 2010 a produção ultrapassou a 1,5 milhão de toneladas, mas os preços médios ficaram próximos do custo de produção. Com isso, houve redução de área nos dois anos seguintes. Em 2012, os preços médios foram bastante favoráveis, oscilando de R$ 0,70 a 1,45/kg para a classe 3 (bulbos de 5 a 7 cm de diâmetro), não havendo excesso de oferta. O entusiasmo do setor deve se manter em 2013. Munidos de expectativas positivas, produtores e lideranças preveem um bom ano. Nos dois primeiros meses, por exemplo, os preços recebidos pelos produtores foram promissores, ultrapassando a R$ 1,00/ kg, o que significa o dobro do custo de produção, afirma Schmitt. Com os bons resultados de 2012, estima-se que os investimentos na produção sejam maiores, principalmente no Sudeste brasileiro, podendo significar até mesmo aumento da área de cultivo. Segundo a publicação do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea), no Cerrado também deve haver incremento na área a ser reservada a essa atividade. Técnicos estimam acréscimo de 5% tanto em Minas Gerais quanto em Goiás. 65 cebola | onion Widely accepted Inor Ag. Assmann Stable production and declining imports from Argentina have shaped the Brazilian onion scenario in 2012 and are now evoking expectations for the new crop NA ÁREA Cebola no Brasil Safra 2012 Área colhida (há) 57.346 57.814 Produção (t) 1.356.705 Rendimento (kg/ha)23.658 23.993 * Estimativa Fonte: IBGE 66 Safra 2013 * 1.387.141 In a group of friends, when the subject turns to Holland, there is no way not to remember the beautiful flower beds, full of tulips of different colors. Besides the hints and tourist-related stories, the European country took part in discussions in another Brazilian sector: onions. In 2012, a major highlight in the Brazilian vegetable market was the expressive increase in imports from that country. In all, purchases from Holland reached 39.5 thousand tons, against 12.8 thousand tons in 2011, from data released by the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). According to Daniel Rogério Schmitt, of the Santa Catarina State Rural Extension and Agriculture Research Corporation (Epagri), Holland boasts the best onion production, grading and packaging structure all over the world and, over the past decade, the country has become the leading exporter, if the gross financial value is considered. “With an excellent warehousing and sales structure at the port of Rot- terdam, the Dutch farmers manage to supply in a very fast manner several markets in all continents, besides Europe, where the supplier has its place of business”, says the agronomic engineer and market analyst. While imports had a significant share in the European market (Spain also came forth as a major supplier), purchases from Argentina decreased y 25%. This has made imports from other countries decline 10% in 2012, compared to the previous year, Schmitt stresses. STABILITY IN THE FIELD While the international scenario hinted at changes, onion farming in Brazil kept stable throughout 2012. According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), production reached 1.357 million tons, on a cultivated area of 57,346 hectares, with average yield remaining at 23,358 kg/ha, data related to the 2011 crop year. According to Daniel Rogério Schmitt, of Epagri, in the 2009 and 2010 cycles, production reached upwards of 1.5 million tons, but average prices remained on a par with the production costs. This induced the farmers to reduce their plantations in the following two years. In 2012, average prices were rather favorable, ranging from R$ 0.70 to R$ 1.45 for classes 3 (5 to 7 cm diameter bulbs), and there were no surpluses. The sector is supposed to continue in a soaring mood in 2013. Relying on positive expectations, both farmers and leaderships anticipate a good year. Over the first two months, for example, prices fetched by the growers looked promising, over R$ 1.00/kg, twice as much as the production cost, Schmitt states. With the good results in 2012, higher investments in production are expected, particularly in the Southeast, with chances for bigger planted areas. According to a publication by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), there will also be more land devoted to onions in the Cerrado region. Technicians estimate a 5-percent increase in Minas Gerais and Goiás. 67 Sílvio Ávila cenoura | carrot Diferentes fontes têm variação significativa em relação à safra nacional 68 verde e amarela Minas Gerais responde por metade da colheita brasileira de cenoura, cultura importante no Alto Paranaíba e também em outros estados As regiões do Brasil costumam se identificar com os mais variados tipos de alimentos. Com as hortaliças, não é diferente. A cenoura é cultura representativa nas propriedades do Alto Paranaíba, no Estado de Minas Gerais. Um dos indícios é a realização da Festa Nacional da Cenoura (Fenacen), em São Gotardo, localizado a 292 quilômetros da capital, Belo Horizonte, cuja 16ª edição ocorreu em julho de 2012. No município são semeados 246 hectares por ano, com produção de 9.348 toneladas. O Alto Paranaíba é o maior fornecedor de cenouras do Estado. Localidades como Campos Altos, Ibiá, Tiros, Matutina e Rio Paranaíba igualmente se destacam nessa hortaliça. A região concentrou 85,7% da colheita de 415 mil toneladas de 2012. A área total plantada em Minas Gerais chega a 8,4 mil hectares, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No cenário da produção de cenoura, apontada por levantamento da Embrapa Hortaliças, Minas Gerais responde por mais de 50% do volume colhido no Brasil. Na safra de 2011, o País colheu 780,8 mil toneladas, em 25 mil hectares. A produtividade média chegou a 31,2 toneladas por hectare. Os resultados de 2011, em volume e rendimento, foram os maiores desde 2000, conforme a economista Nirlene Junqueira Vilela, pesquisadora da Embrapa, responsável pelos dados. E esse desempenho pode ter sido ainda maior. Na avaliação do engenheiro agrônomo Waldemar Pires de Camargo Filho, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, o resultado é muito superior. Ele chegou a produção de 1,065 milhão de toneladas de cenoura, em área de 24.625 hectares. Já o rendimento médio por hectare, em seu entendimento, teria sido de 43,25 toneladas. SAFRA ESTENDIDA A cenoura terminou o ciclo de inverno de 2012, entre julho de 2012 e janeiro de 2013, com resultados positivos na maioria das regiões que foram analisadas pela equipe do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A previsão era de que a temporada se encerrasse em dezembro nos estados de Minas Gerais e do Paraná, mas o clima favorável estendeu a safra até janeiro de 2013. O cultivo total foi de 5.718 hectares, 13,5% a menos do que em 2011, devido ao recuo de área nos estados da Bahia, do Paraná e do Rio Grande do Sul. No início da temporada, os preços estiveram em patamares elevados, em decorrência da menor oferta, ocasionada pela redução na área e ainda pelo clima desfavorável durante o plantio. No entanto, com o avanço da safra, o volume ofertado aumentou, pressionando as cotações. Por outro lado, o excesso de cenouras que restou da temporada de inverno de 2012, e que ainda estavam sendo colhidas no início de 2013, atrasou em um mês o começo da safra de verão 2012/13 em Minas Gerais e no Paraná. Os produtores adiaram o início da colheita de verão para evitar o excesso de cenouras no mercado, como menciona o levantamento do Cepea. 69 cenoura | carrot green and yellow Sílvio Ávila Minas Gerais accounts for half of all carrots produced in Brazil, an important crop in the Alto Paranaíba region and in other states Different sources vary significantly within the context of the national crop 70 AVANTE | ahead Produção brasileira de cenoura Ano Área (mil ha)Produção (mil t) 2010 25,3763,9 2011 25,0780,8 Fonte: Embrapa Hortaliças. The different regions throughout Brazil are normally associated with various types of food crops they cultivate. With vegetables, it is not different. Carrots are very representative on the farms in Alto Paranaíba, State of Minas Gerais. One of the indications is the National Carrot Fest (Fenacen), in São Gotardo, located 292 kilometers from the capital city, Belo Horizonte, whose 16th edition occurred in July 2012. In the municipality 246 hectares are devoted to carrots, with a production of 9,348 tons. Alto Paranaíba is the leading supplier of carrots in the State. Districts like Campos Altos, Ibiá, Tiros, Matutina and Rio Paranaíba also cultivate this vegetable. The region was responsible for 85.7%% of the 415 thousand tons produced in 2012. The area devoted to carrots in Minas Gerais reaches 8.4 thousand hectares, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). In the carrot producing scenario, surveyed by Embrapa Vegetables, Minas Gerais accounts for upwards of 50% of the entire volume harvested in Brazil. In the 2011 cycle, the Country harvested 780.8 thousand tons, in 25 thousand hectares. Average productivity reached 31.2 tons per hectare. The 2011 results, in volume and revenue, were the biggest since 2000, says economist Nirlene Junqueira Vilela, Embrapa researcher, responsible for the numbers. And this performance could have been better. In the evaluation of agronomic engineer Waldemar Pires de Camargo Filho, researcher of the Agriculture Economy Institute (IEA), of the São Paulo State Technology and Agribusiness Agency (APTA), linked with the São Paulo State Secretariat of Agriculture and Supply, the result is much higher. He estimated a volume of 1.065 million tons in an area of 24,625 hectares. In his view, yields per hectare were supposed to have reached 43.25 tons. EXTENDED CROP The winter cycle of the carrot crop in 2012 lasted from July 2012 to January 2013, with positive results in the majority of the regions analyzed by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea). The forecast had been for the season to come to a close in December in the states of Minas Gerais and Paraná, but the favorable climate conditions extended the crop until January 2013. The total area amounted to 5,718 hectares, down 13.5% from 2011. Smaller planted areas in the states of Bahia, Paraná and Rio Grande do Sul are blamed for the smaller crop. At the start of the season, prices were high, a result of the smaller supplies, brought about by area reductions and unfavorable climate conditions at planting time. Nevertheless, as the crop progressed, higher volumes were offered, pressing prices down. On the other hand, the remaining carrots of the 2012 winter season, still being harvested in early 2013, caused a 30-day delay to the 2012/2013 summer crop in Minas Gerais and Paraná. The growers delayed the harvest of the summer crop to prevent market surpluses, according to the survey conducted by the Cepea. 71 Sílvio Ávila folhosas | leafy Verdes mares Dez principais espécies de folhosas renderam mais de 644 mil toneladas em 2012 no Estado de São Paulo, referência nessas espécies Ricas em vitaminas e minerais, as hortaliças obrigatoriamente devem estar presentes na alimentação diária daqueles que têm a saúde entre suas prioridades. Os profissionais da área de nutrição liberam o consumo de saladas de folhas verdes no almoço e no jantar. São Paulo é o Estado brasileiro onde mais são consumidas hortaliças em geral, e onde também ocorre a maior produção. A olericultura, com 53 espécies, ocupou área de 141,1 mil hectares e gerou colheita de 4 milhões de toneladas em 2011, ano mais recente com dados disponíveis. O grupo de folhosas, flores, condimentares e outros, com 20 tipos, representou 19,5% de toda a produção paulista em 2011. 72 A alface e o repolho, juntos, contribuíram com 11,1%, conforme o engenheiro agrônomo Waldemar Pires de Camargo Filho, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), organismo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. No Brasil todo, em 2011, estima-se que a produção de alface e de repolho tenha somado 2,59 milhões de toneladas, em área de 123.580 hectares. O repolho participou com 1,313 milhão de toneladas e a alface, com 1,276 milhão de toneladas. Em São Paulo, de acordo com o pesquisador, as 10 principais espécies de folhosas têm mantido a área cultivada estável. A ex- ceção, segundo ele, foi o plantio de repolho, que em 2012 apresentou área maior, em virtude dos altos preços praticados no ano anterior. A área plantada com a hortaliça teve aumento de 945 hectares em relação a 2011. O repolho também respondeu pelo maior volume, de 278.855 toneladas, seguido pela alface, com 207.060 toneladas. Outros resultados significativos foram verificados nas produções de brócolis (40.380 toneladas), couve-flor (42.952 toneladas), couve (34.736 toneladas) e almeirão (15.630 toneladas). O volume obtido com as 10 espécies, incluindo as produções de agrião, salsa, cebolinha e coentro, totalizou 644.338 toneladas em 2012. O grupo de hortaliças movimentou cerca de R$ 2 bilhões em 23 Ceasas CINTURÕES VERDES A produção olerícola paulista é desenvolvida durante o ano todo. As folhosas e condimentares estão concentradas na Grande São Paulo, na circunscrição dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR) de Mogi das Cruzes, Sorocoba e Campinas. Também existem cinturões verdes em médias e grandes cidades do interior, como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Botucatu e Marília. A alface é a folhosa com a maior área cultivada, de 10.508 hectares, em dados de 2012. Os municípios de Mogi das Cruzes, Ibiúna, Piedade e Biritiba-Mirim cultivam 66% da área estadual. “A alface tem pouca influência dos preços na área plantada. O que altera o mercado é o excesso de chuva ou o frio intenso”, observa Waldemar Pires de Camargo Filho, do IEA. VIRANDO A FOLHA Em 2012, as 23 principais Centrais de Abastecimento Brasileiras (Ceasas) comercializaram 522 mil toneladas de hortaliças do subgrupo folha, flor e haste. No total, elas geraram receita de aproximadamente R$ 2 bilhões, conforme dados do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiros (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As hortaliças mais vendidas foram repolho (240 mil toneladas), couve-flor (85 mil toneladas), alface (79 mil toneladas), brócolis (29 mil toneladas), acelga (15,6 mil toneladas), couve (8 mil toneladas), couve chinesa (6,3 mil toneladas), cebolinha (6 mil toneladas), escarola (5.7 mil toneladas) e agrião (5.7 mil toneladas). Os municípios de origem com maior participação no abastecimento das centrais foram Ibiúna e Piedade (São Paulo), Barbacena (Minas Gerais), Nova Friburgo (Rio de Janeiro), Santa Maria de Jetibá (Espírito Santo), São José dos Pinhais (Paraná) e São Francisco de Paula (Rio Grande do Sul). As informações das 58 principais Ceasas sobre preço médio, preço diário, quantidade, volume e município de origem são repassadas ao Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). O trabalho é desenvolvido pela Conab, desde 2007. Os dados são disponibilizados no site www.ceasa.gov.br, do Prohort. 73 Inor Ag. Assmann folhosas | leafy Green seas 74 Ten major leafy species amounted to upwards of 644 thousand tons in 2012 in the State of São Paulo, a reference in these species Rich in vitamins and minerals, vegetables should always be part of the daily diet of those who make health one of their priorities. The professionals of the nutrition areas recommend the consumption of green salads at lunch and dinner. São Paulo is the Brazilian state with the highest consumption of vegetables and is also where most vegetables are produced. Olericulture, with 53 species, occupied an area of 141.1 thousand hectares and generated a harvest of 4 million tons in 2011, from latest data available. Comprising 20 different types, the group of leafy, flowers, spices and other vegetables represented 19.5% of the entire production volumes in São Paulo, in 2011. Lettuce and cabbage, together, contributed with 11%, according to agronomic engineer Waldemar Pires de Camargo filho, researcher with the Agriculture Economy Institute (IEA), of the São Paulo Agribusiness Technology agency (APTA), an organ of the São Paulo State Secretariat of Agriculture and Supply. In the entire Country, in 2011, it is estimated that the production of lettuce and cabbage amounted to 2.59 million tons, in an area of 123,580 hectares. Cabbage had a share of 1.313 million tons and lettuce, 1.276 million tons. In São Paulo, according to the researcher, the area devoted to the 10 major leafy vegeta- bles has remained stable. The exception, according to him, was cabbage, which, in 2012, presented a bigger planted area by virtue of the better prices fetched by the crop in the previous year. The area devoted to this vegetable soared 945 hectares compared to 2011. Cabbage was also responsible for the biggest volume, 278,855 tons, followed by lettuce, with 207,060 tons. Other significant results were obtained by broccolis (40,380 tons), cauliflower (42,952 tons), kale (34,736 tons) and common chicory (15,360 tons0. The volume obtained from the 10 species, including watercress, common parsley, pearl onions and coriander totaled 644,338 tons in 2012 GREEN BELTS In São Paulo, vegetables are produced year-round. Leafy salads and spices are mostly grown around Greater São Paulo, in the circumscriptions of the Rural Development Offices (RDO) of Mogi das Cruzes, Sorocoba and Campinas. There are green belts that surround medium and big interior cities, like Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Botucatu and Marília. Lettuce is the leafy vegetable with the largest planted area, 10,508 hectares, in 2012. The municipalities of Mogi das Cruzes, Ibiúna, Piedade and BiritibaMirim cultivate 66% of the total area. “The price of lettuce has a negligible influence on the planted area. What dictates the rule to the market are such natural phenomena as excessive rainfall and cold temperatures”, observes Waldemar Pires de Camargo Filho, of IEA. ON THE SUBJECT OF LEAVES In 2012, the 23 Brazilian Central Distribution Centers (Ceasas) traded 522 thousand tons of vegetables of the leaf, flower and stem subgroup. In all, they generated revenue of approximately R$ 2 billion, according to data from the Brazilian Horticulture Market Program (Prohort), of the National Supply Company (Conab). The best-selling vegetables were as follows: cabbage (240 thousand tons), lettuce (79 thousand tons), broccolis (29 thousand tons), chard (15,6 thousand tons), kale (8 thousand tons), Chinese cabbage (6.3 thousand tons), pearl onions (6 thousand tons), escarole (5.7 thousand tons) and watercress (5.7 thousand tons). The municipalities of origin with the highest share in supplying the distribution centers were Ibiúna and Piedade (São Paulo), Barbacena (Minas Gerais), Nova Friburgo (Rio de Janeiro), Santa Maria de Jetibá (Espírito Santo), São José dos Pinhais (Paraná) and São Francisco de Paula (Rio Grande do Sul). Information by the 58 major Ceasas on average prices, daily prices, quantities, volume and municipality of origin is furnished to the Brazilian Horticulture Market Program (Prohort). The work has been conducted by Conab, since 2007. All data are available at site www.ceasa.gov.br, of Prohort. canteiros | spaces Produção de hortaliças folhosas em São Paulo (2012) Produto Volume ÁreaProdutividade (t)(ha) (kg/ha) Alface 207.06010.508 19,7 Repolho 278.8557.143 39,0 Couve-flor42.9522.085 20,6 Couve 34.7361.040 33,4 Brócolis 40.3802.457 16,4 Almeirão15.630927 16,8 Agrião 6.570654 10,1 Salsa 7.9551.270 6,3 Cebolinha 6.9701.640 4,3 Coentro 4.230920 4,6 Fonte: Waldemar Pires de Camargo Filho (IEA/SP). The vegetable group raked in R$ 2 billion in 23 Ceasas 75 Inor Ag. Assmann mandioca | cassava Brasil colheu o segundo maior volume mundial de raiz fresca em 2011 enraizando Tempo seco na região Nordeste poderá frustar a projeção do IBGE de produção de 24 milhões de toneladas de mandioca em 2013 A mandioca, uma das hortaliças mais difundidas no território brasileiro, é ingrediente de inúmeros pratos e alimentos regionais. A produção nacional em 2013 poderá ficar abaixo do volume projetado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A colheita da matéria76 -prima ocorre ao longo do ano, com maior incidência entre os meses de maio e agosto. A previsão era de que o Brasil produzisse 24,455 milhões de toneladas da raiz fresca em 2013, conforme apontou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE. Se este resultado se confirmar, vai representar um pequeno acréscimo, de 0,58%, sobre o volume obtido no ano anterior. Além deste dado, o levantamento, divulgado em fevereiro de 2013, também destacava que a área plantada ocuparia 2,381 milhões de hectares, 10,88% abai- xo do verificado em 2012. Já a área colhida seria de 1,69 milhão de hectares, com recuo de 7,16% sobre o registrado no ano anterior. A produtividade média esperada era de 14.470 quilos por hectare, 8,34% acima do rendimento de 2012. No entanato, os números divulgados pelo IBGE em fevereiro não correspondiam à realidade apresentada na reunião da Câmara Setorial da Mandioca e Derivados, ocorri- da em março de 2013. Na ocasião, de acordo com Cláudio Chicherchio, técnico de Planejamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) estimava que haveria quebra de 30% na produção de mandioca da Bahia, terceiro maior produtor nacional. O técnico da Conab avalia que a projeção de 2,923 milhões de toneladas de mandioca prevista para o território baiano pelo IBGE, na colheita de 2013, tende a não se confirmar. Chicherchio observa que todo mês o órgão ajusta os números, de acordo com a percepção. “No geral, todo o Nordeste deverá ter seus números de área, produção e rendimento revisados para baixo, em função da ocorrência da maior seca dos últimos 40 anos”, relata. Acrescentou que era cedo para afirmar qual seria o impacto na produção nacional. No Sul do Brasil, para aproveitar os ótimos preços da farinha de mandioca, na visão industrial, a raiz estava sendo colhida prematuramente, antes mesmo de completar um ciclo, algo em torno de sete meses, o que faz cair o rendimento. Na avaliação de Chicherchio, altos preços da farinha estavam associados à quebra de produção em alguns estados consumidores do Nordeste, como Bahia, Piauí e Ceará. “Por isso, discordo da produtividade média anunciada pelo IBGE”, complementa. EM DESTAQUE NO MUNDO O cultivo da mandioca está presente em mais de 100 países, principalmente naqueles que estão em desenvolvimento. Em 2011, a colheita de 25 milhões de toneladas da raiz destacou o Brasil como o segundo maior produtor mundial, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), consultados em janeiro de 2013. O maior volume, de 52 milhões de toneladas, foi registrado na Nigéria. O continente africano respondeu por 55,9% da produção mundial, de 252,203 milhões de toneladas. De acordo com o IBGE, os produtores brasileiros somaram 24,313 milhões de toneladas de mandioca em 2012. A área colhida teve abrangência de 1,820 milhão de hectares. A mandioca é plantada em todos os estados brasileiros, tendo sido a quarta cultura mais produzida no País em 2011. Os principais produtores em 2012 foram os estados do Pará (4,808 milhões de toneladas), Paraná (4,062 milhões de toneladas), Bahia (2,293 milhões de toneladas) e Maranhão (1,529 milhão de toneladas). “A produção nacional de raiz de mandioca é bastante sazonal”, enfatiza Cláudio Chicherchio, técnico de Planejamento da Conab. Segundo ele, os preços do produto no mercado e as condições climáticas são decisivos e exercem influência direta no plantio e na oferta. A área diminui em épocas de preços baixos, reduzindo a disponibilidade do produto. Na temporada seguinte ocorre o contrário, em função da elevação dos preços do produto e de seus derivados. A produção da farinha de mandioca, por ser caseira ou industrial, dificulta o mapeamento. Conforme o técnico da Conab, são utilizados como referência, para fins de elaboração de políticas públicas, o comportamento do mercado e os índices técnicos relativos ao consumo per capita emitidos por FAO, Embrapa e IBGE. O interesse mundial por fontes energéticas renováveis faz com que a cultura da mandioca adquira papel de destaque na produção de etanol, sobretudo na Tailândia e na China. Também é projetado forte incremento na utilização da mandioca na produção de plásticos biodegradáveis, além de novos usos nos setores têxtil e alimentício. UM PRODUTO CONCORRIDO No Brasil, a exportação de fécula predomina sobre as vendas externas de farinha e de raiz de mandioca. Em 2012, o segmento nacional embarcou 7.262 toneladas de fécula de mandioca, gerando receita de US$ 6,309 milhões FOB. Os maiores volumes seguiram para Estados Unidos (2.013 toneladas) e Bolívia (1.466 toneladas), de acordo com a Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os maiores volumes exportados foram verificados em 2002 (24.780 toneladas) e em 2011 (17.958 toneladas). “A retração obser- vada nos últimos anos foi provocada, essencialmente, pelos preços mais competitivos no mercado externo, principalmente quando comparados às vendas efetuadas pela Tailândia”, esclarece Cláudio Chicherchio, da Conab. O comércio de fécula representa, em média, 85% do total das exportações mundiais de derivados da mandioca. Em maior proporção, em 2012, as importações de fécula de mandioca feitas pelo Brasil totalizaram 12.206 toneladas, que equivaleram a US$ 5,478 milhões FOB. O principal fornecedor do produto foi o Paraguai, que respondeu por 12.188 toneladas. Em 2004, o País chegou a importar 58.329 toneladas do derivado da mandioca. O Brasil também comprou no mercado externo 15.175 toneladas de raízes de mandioca, pelo valor de US$ 1,163 milhão FOB. 77 mandioca | cassava Deep-rooted Inor Ag. Assmann Dry weather conditions in the Northeast could frustrate IBGE’s projections of a 24-million ton cassava crop in Brazil in 2013 Cassava, one of the most widely spread vegetables across the Brazilian territory, is an ingredient of several regional dishes and foods. The 2013 national production volumes are poised to remain below the volume projected by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Cassava is harvested year-round, more intensely May through August. The forecast had been for Brazil to produce 24.455 million tons of the fresh root in 2013, according to the Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA, in the Portuguese acronym) conducted by the IBGE. If this result confirms, it will represent a small increase, of 0.58%, over the volume obtained the previous year. Besides this indication, the survey, published in February 78 2013, also referred to a planted area of 2.381 million hectares, down 10.88% from 2012. The harvested area was estimated at 1.69 million hectares, down 7.16% from the previous year. The expected average productivity rates pointed to 14,470 kilograms per hectare, up 8.34% from the yields in 2012. Nevertheless, the numbers released by the IBGE in February were not in line with the reality presented at the meeting of the Cassava Sectoral Chamber and Derivatives, held in March 2013. Back then, according to Cláudio Chicherchio, Planning Technician with the National Supply Company (Conab), the Bahia State Agriculture Development Corporation (EBDA) had estimated a reduction of 30% in the cassava crop in that state, third biggest national producer. The Conab technician maintains that the projection of 2.923 million tons of cassava in Bahia, forecast by the IBGE, for the 2013 cycle, will likely not confirm. Chicherchio observes that the organ updates its numbers on a monthly basis, in accordance with actual perceptions. “In general, the entire Northeast region will have to downgrade its numbers related to planted area, production and yield, by virtue of the most severe drought in the past 40 years”, he argues. He also commented that it was still too early to evaluate the impacts on the national production volumes. In South Brazil, to take advantage of the excellent prices fetched by cassava, in industrial terms, the root was being harvested prematurely, even before completing one cycle, something like seven months, which presses down productivity rates. In Chicherchio’s view, the high prices of cassava flour were associated with the crop frustration in some northeastern cassava producing states, like Bahia, Piauí and Ceará. “This is what makes me disagree with the average productivity rates announced by the IBGE”, he complements. KNOWN WORLDWIDE Cassava is grown in upwards of 100 countries, especially in developing nations. In 2011, the 25-million ton crop gave Brazil the status of the second-largest global producer of cassava, according to data from the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), released in January 2013. The leading producer was Nigeria, with a crop of 52 million tons. The African continent accounted for 55.9% of the global production volumes of 252.203 million tons. According to IBGE sources, the Brazilian producers harvested a crop of 24.313 million tons of cassava in 2012. The harvested area amounted to 1.820 million hectares. Cassava is cultivated in every Brazilian State, and ranked as fourth largest crop harvested in the Country in 2011. Major producers in 2012 comprise the States of Pará (4.808 million tons), Paraná (4.062 million tons), Bahia (2.293 million tons) and Maranhão (1.529 million tons). “In Brazil, the production of cassava is rather seasonal”, says Cláudio Chicherchio, Planning Technician with Conab. In his view, the prices fetched by the root in the market and the climate conditions play a decisive role and have a direct influence on plantings and supply. The area decreases at times of low prices, resulting into tight supplies. In the following cycle it is just the opposite, by virtue of higher prices fetched by the root and its derivatives. The production of cassava flour, as both a family and industrial operation, makes any mapping attempts difficult. According to the Conab technician, references for the purpose of public policies include the behavior of the market, technical indices regarding per capita consumption, released by FAO, Embrapa and IBGE. Global interest in renewable energy sources has turned the crop into an important ingredient for the production of ethanol, especially in Thailand and China. Biodegradable plastic manufacturers are also strongly considering the use of cassava for this purpose, besides its new uses in the textile and food sectors. mandiocal | crop Produção brasileira de mandioca Ano Área colhida (ha) Volume (t) 2012 1.820.42124.313.883 2013* 1.690.13324.455.717 Fonte: IBGE/LSPA (*Projeção fevereiro de 2013) A PRODUCT IN TIGHT SUPPLY In Brazil, starch exports prevail in foreign flour and cassava root sales. In 2012, the national segment shipped abroad 7,262 tons of cassava starch, bringing in revenue of US$ 6.309 million FOB. The largest volumes were destined for the United States (2,013 tons) and Bolivia (1,466 tons), according to the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). Record volumes were shipped abroad in 2002 (24,780 tons) and in 2011 (17,958 tons). “The smaller volumes over the past years were essentially the result of competitive prices in the foreign market, especially if compared to sales conducted in Thailand”, clarifies Cláudio Chicherchio, of Conab. Starch sales represent, on average, 85% of global exports of cassava derivatives. Outstripping exports, in 2012, cassava starch imports by Brazil totaled 12,206 tons, which amounted to US$ 5.478 million FOB. The main supplier of the product was Paraguay, with 12,188 tons. In 2004, the Country imported 58,329 tons of this cassava byproduct. Brazil also purchased from abroad the equivalent of 15,175 tons of fresh cassava, shelling out US$ 1.163 million FOB. COMÉRCIO EXTERNO | external trade Exportação de fécula de mandioca Ano quantidade (toneladas) Valor US$1000FOB 2011 6.7625.571 2012 7.2626.309 Importação de fécula de mandioca Ano quantidade (toneladas) Valor US$1000FOB 2011 19.0538.563 2012 12.2065.478 Fonte: Secex/MDIC Brazil harvested the second largest fresh root volume in 2011 79 Inor Ag. Assmann tomate | tomato Vermelhou Colheita nacional de tomates deverá crescer 2,88% em 2013, marcando a retomada de produção anterior, de cerca de 4 milhões de toneladas O consumidor brasileiro pagou bem mais em 2012 para garantir a salada de tomate e outros pratos que levam o ingrediente. De março de 2012 a fevereiro de 2013, o valor do tomate aumentou 74,82%, conforme registrou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), um dos indicadores do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). “A elevação dos preços do tomate e de outras hortaliças, principalmente no primeiro trimestre do ano, é considerada normal, dado o rigor do clima, com sol e chuva fortes”, explica o economista André Braz, da FGV, responsável pelo levantamento. A partir de março, esclarece ele, o clima é mais ameno e a oferta do fruto cresce, contribuindo para diminuir os preços. A oferta de tomate tende a ser maior em 2013. A colheita nacional foi estimada em 3,769 milhões de toneladas, 2,88% a mais do que em 2012. A previsão é do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 80 (IBGE), divulgado em fevereiro de 2013. A área colhida (60.872 hectares) e a plantada (60.876 hectares) significam avanços de 5,18% e 5,06%, respectivamente. No entanto, a projeção para a produtividade média fica em 61.933 quilos por hectare, 2,2% inferior aos 63.323 kg/ha verificados em 2012. De acordo com o IBGE, a tomaticultura respondeu por produção de 3,664 milhões de toneladas em 2012. O maior volume colhido, de 4,417 milhões de toneladas, foi registrado em 2011. O principal produtor em 2012 foi o Estado de Goiás, que contribuiu com 1,145 milhão de toneladas da hortaliça. Igualmente representativos são os estados de São Paulo (656.055 toneladas), Minas Gerais (444.693 toneladas), Paraná (342.280 toneladas) e Rio de Janeiro (195.627 toneladas). Na região Norte, Roraima obteve safra de 5.388 toneladas de tomate. “A menor produção de tomates em 2012 foi decorrência da redução da área cultivada na região Nordeste, que tem sido afetada por forte seca”, explica Luís Eduardo Ro- drigues, presidente da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM). Um aspecto que contribuiu para a queda no volume foi a manutenção da área cultivada nas outras principais regiões produtoras, como Sudeste, Centro-Oeste e Sul. “Os agricultores não ampliaram os cultivos em função dos baixos preços praticados em 2010”, destaca Rodrigues. No entanto, a menor oferta no mercado elevou o preço do tomate e favoreceu os produtores, que deverão investir mais em tecnologia nos plantios de 2013. “Com isso, a colheita tende a registrar maior produtividade e um tomate de melhor qualidade, tanto na forma quanto no sabor”, avalia Rodrigues. Segundo ele, a cultura nacional tem espaço para melhorar ainda mais em termos de rendimento. “Em relação ao preço do tomate para 2013, não deverá apresentar as grandes oscilações de 2012, favorecendo tanto o produtor quanto o consumidor”, prevê. De acordo com a ABCSEM, a tomaticultura de mesa gera cerca de 300 mil empregos por ano. Safra menor em 2012 levou à oferta de tomate mais caro ao consumidor MUNDOS DISTINTOS No Brasil, o cultivo do tomate se divide entre o produto destinado à mesa e o encaminhado ao processamento industrial. Ambos apresentam características distintas, inclusive de manejo. O tomate industrial, por exemplo, é uma variedade de cultivo rasteiro, adocicado, de formato alongado e com pouca semente. É mais conhecido como tomate italiano, nas feiras e mercados. Mas o fruto é a principal matéria-prima da indústria de atomatados para a fabricação de molho, purê, extrato e catchup. O setor de tomate industrial em 2012 sofreu queda de 25% na safra, em função de problemas climáticos. O segmento movimenta mais de R$ 2,6 bilhões por ano. “Em 2012, a situação só não foi pior porque tivemos boa colheita no ano anterior e os estoques nos salvaram”, relata Antonio Carlos Tadiotti, diretor da Predilecta Alimentos, de Matão (SP). A cultura é plantada até maio e a colheita ocorre entre junho e setembro. Conforme Tadiotti, o plantio que estava em andamento para a safra 2013 foi afetado pelas chuvas incessantes nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. “A safra a ser colhida em julho estava praticamente comprometida em 20%, porque em março, época do plantio, não parou de chover”, explica. Conforme ele, nos últimos dias de março, o tempo até mostrou melhoras, mas dificilmente as perdas seriam compensadas nos meses seguintes. “Há boas chances de recuperação, com otimização no processamento para agosto e setembro, que são os meses líderes para a colheita do tomate”, menciona. A ENERGIA DA INDÚSTRIA A produção brasileira de tomate industrial foi estimada em 1,2 milhão de toneladas em 2012, diante de 1,6 milhão de toneladas no ano anterior. “A demanda por matéria-prima tem se mantido firme, porque a venda de extratos e de molhos cresce num ritmo de aproximadamente 17% ao ano”, destaca o empresário Antonio Carlos Tadiotti, diretor da Predilecta Alimentos, de Matão (SP). A indústria também compra por ano entre 60 e 70 toneladas de pasta de tomate, principalmente do Chile e da China. Tadiotti explica que a área plantada com tomate industrial deve ficar entre 19.000 e 21.000 hectares em 2013, podendo alcançar a 1,7 milhão de toneladas de polpa processada. “Esses dados não são exatos, mas estão na direção certa”, esclarece. Os processadores não costumam divulgar esses dados, com exceção da Predilecta. A Associação Brasileira da Cadeia Produtiva de Tomate Industrial (Abratop) deveria ser registrada em abril de 2013, com Tadiotti assumindo a presidência. “Aí vamos iniciar a nossa jornada, tentando aglutinar todos os empresários dos ramos da semente até o fechamento do ciclo, fortalecendo nosso segmento”, planeja. 81 tomate | tomato In the red National tomato harvest expected to soar 2.88% in 2013, marking the resumption of the previous year’s volume of about 4 million tons Brazilian consumers had to shell out more money in 2012 for their tomato salads and other dishes that contain this ingredient. From March 2012 to February 2013, tomato prices increased by 74.82%, according to the Consumer Price Index (CPI), one of the indicators of the General Price Index - Market (GPI-M), conducted by the Getúlio Vargas Foundation (FGV). “The higher prices of tomatoes and other vegetables, especially in the first quarter of the year, are seen as normal, given the rough climate conditions, with excessive sunshine and rainfall”, explains economist André Braz, of the Foundation, responsible for the survey. From March onwards, he clarifies, climate conditions get back to normal, supply goes up and prices begin to recede. The trend in 2013 is for higher tomato supplies. The crop was estimated at 3.769 million tons, up 2.88% from 2012. The forecast is made by the Systematic Agriculture Production Survey (SAPS) department of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), released in February 2013. The harvested area (60,872 hectares) and planted area (60,876 hectares) represent advances of 5.18% and 5.06%, respectively. Nonetheless, average productivity rates are projected at 61,933 kilos per hectare, down 82 2.2% from the 63,323 kg/ha in 2012. According to IBGE sources, the tomato crop amounted to 3.664 million tons in 2012. The biggest crop on record was harvested in 2011, and reached the considerable amount of 4.417 million tons. The largest tomato grower in 2012 was the State of Goiás, with a total of 1.145 million tons of the vegetable. Equally representative are the states of São Paulo (656,055 tons), Minas Gerais (444,693 tons), Paraná (342,280 tons) and Rio de Janeiro (195,627 tons). In the North, Roraima harvested a crop of 5,388 tons. “The smaller tomato crop in 2012 resulted from planted area reductions in the Northeast, a region that was struck by a prolonged drought”, explains Luís Eduardo Rodrigues, president of the Brazilian Association of Seed and Seedlings (ABCSEM). One reason that accounts for the smaller production volumes was the maintenance of the same areas cultivated in other major producing regions, like the Southeast, Center-West and South. “The farmers did not expand their cultivations by virtue of the low prices fetched by the vegetable in 2010”, Rodrigues argues. Nonetheless, tight supplies in the market pushed up farm gate prices, encouraging the farmers to make investments in technology in 2013. “This will certainly result into higher yield and tomatoes of better quality, both in appearance and taste”, Rodrigues comments. In his view, our national tomato farming operations could improve even further in terms of productivity. “With regard to prices for the 2013 season, they should remain on a par with 2012, without any tangible changes, benefiting both growers and consumers”, he anticipates. According to ABCSEM sources, table tomato cultivations generate about 300 thousand jobs a year. DE MOLHO | to soak Produção brasileira de tomate Ano Área colhida (ha)Produção (t)Produtividade (kg/ha) 2012 57.8673.664.299 63.323 2013* 60.8723.769.953 61.933 Fonte: LSPA/IBGE, fevereiro de 2013. - * Estimativa. DISTINCT WORLDS Smaller crop in 2012 drove up consumer prices INDUSTRIAL STRENGTH The Brazilian industry-oriented tomato crop was estimated at 1.2 million tons in 2012, compared to the 1.6 million tons in the previous year.”Demand for this type of raw material has continued steady, because sales of extracts and juices soar approximately 17% a year”, says entrepreneur Antonio Carlos Tadiotti, director of Predilecta Alimentos, in Matão (SP). The industry also purchases 60 to 70 tons of tomato paste, especially from Chile and China. Tadiotti explains that the area devoted to industrial toma- Sílvio Ávila In Brazil, tomato farming is split into table tomatoes and tomatoes destined for industrial processing. Both present distinct characteristics, including different management practices. Industrial tomatoes, for example, are rather bushy plants with the fruits growing close to the ground, a sweetish flavor, elongated shape and with few seeds. In fairs and sales outlets they are also known as Italian tomatoes. The fruits are the raw material for tomato industries, where they are transformed into cream sauce, puree, extract and catchup. In 2012, the industrial tomato sector suffered a reduction of 25% in the volume of the crop, mainly because of bad weather problems. The segment runs businesses that amount to R$ 2.6 billion a year. “The situation in 2012 could have been much more serious if there had not been huge carryover stocks from the previous cycle”, says Antonio Carlos Tadiotti, director of Predilecta Alimentos, in Matão (SP). Tomatoes are planted until May, and harvest takes place from June to September. According to Tadiotti, in 2013, recently planted tomato fields were seriously affected by incessant rains in the Center-West and Southeast. “The crop to be harvested in July has already suffered 20% losses, because it rained too much in march, at planting time”, he explains. In his view, over the last days in March, weather conditions improved a little, but with hardly any chances for the crop to make a good recovery in the following months. “Chances for making up for the losses are likely to materialize in August and September, through processing maximization, and when tomato harvest is in full swing”, he comments. toes should range from 19,000 to 21,000 hectares in 2013, with a chance to reach 1.7 million tons of processed pulp. “These numbers are not exact, but are on the right track”, he clarifies. Most processors, with the exception of Predilecta, never disclose their numbers. The Brazilian Association of the Industrial Tomato Supply Chain (Abratop) was supposed to have been registered in April, with Tadiotti taking over the presidency. “That is where we are going to start our journey, attempting to bring together all entrepreneurs of the chain, from seed production to the final cycle, strengthening our segment”, he confesses. 83 Divulgação PAINEL | Panel Força extra Empresa gaúcha proporciona mais uma opção de adubação orgânica para diferentes culturas agrícolas, com resultados em curto prazo Melhorar a saúde do solo e ainda trazer vantagens à plantação é o desejo de qualquer produtor rural. Com foco nessa premissa, a Extratus Compostos Orgânicos desenvolve fertilizantes que auxiliam no desenvolvimento de lavouras localizadas em todo o País. Situada em Garibaldi, na Serra gaúcha, a empresa procura apresentar aos agricultores alternativa de adubo que traz diversas vantagens à plantação. Entre os benefícios da utilização está a melhora da saúde do solo, uma vez que a matéria orgânica composta se liga às suas partículas, o que auxilia na retenção e 84 na drenagem, favorecendo, assim, a aeração. A Extratus, que atua no beneficiamento de resíduos orgânicos desde 2010, produz em torno de mil toneladas de fetilizante por mês, afirma o responsável técnico Felipe Hahn da Silva. Ele explica que o envio de matéria-prima é realizado por empresas parceiras, entre elas frigoríficos, indústrias papeleiras, vinícolas e fumageiras. Além de vantagens para o rendimento da plantação, a destinação de resíduos orgânicos, por parte das empresas, permite preservar o meio ambiente, minimizar a poluição e garantir o desenvolvimento sustentável. “Ao utilizar de forma correta esse material, um grande problema ambiental começa a ser solucionado”, afirma Silva. O composto orgânico também aumenta a capacidade de infiltração da água, reduzindo a erosão; favorece a sobrevivência de minhocas, insetos e micro-organismos desejáveis; proporciona a solubilização e a retenção dos nutrientes químicos; dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras; e mantém a temperatura e os níveis de acidez do solo, entre outras vantagens. PRODUÇÃO Com um processo de produção que dura de 10 a 12 meses, o adubo orgânico leva, em sua fórmula, resíduos de serragem, incubatório, bagaço de uva, pó de fumo, esterco de poedeira, lodo de frigorífico e cinzas. A compostagem é realizada no interior de pavilhões que totalizam área coberta de aproximadamente 10.800m², com capacidade para recebimento de 2,5 mil toneladas por mês. Antes de ser embalado, o composto passa por várias etapas. Após receber o resíduo de empresas, são elaboradas e formadas as leiras. Em seguida, o material permanece no pavilhão, com temperatura controlada, umidade, aeração, pH e grau de maturação. Por último ocorre o revolvimento das leiras e o peneiramento. Para venda, o fertilizante é oferecido embalado e a granel. O insumo produzido pela Extratus é inspecionado e aprovado pela Ecocert Brasil, o que garante a certificação como produto apropriado para uso na produção orgânica. Extra power To improve soil health and, at the same time, benefiting the crop, is what every farmer desires. Focused on this premise, Extratus Compostos Orgânicos develops fertilizers that boost the development of farms located in South Brazil. Based in the city of Garibaldi, at the foot of the Gaucho Sierra, the company provides the growers with alternative fertilizers that impart benefits to the crops. One of the benefits is the improvement of soil health, once compound organic matter mingles with soil particles, helping with retaining moisture levels and, at the time, with drainage and aeration systems. Extratus has been involved in organic residue processing operations since 2010, and its output reaches approximately one thousand tons of fertilizers a month, says Felipe Hahn da Silva, technician in charge. He explains that the raw material is shipped to the company by partner companies, including meat packing industries, paper industries, wineries and tobacco companies. Besides the advantages derived by the crops, the destination of organic waste by the companies results into environment preservation, pollution minimization, whilst ensuring sustainable development. “By correctly utilizing this material, a solution is on the way for a huge environmental problem”, says Silva. The organic compound also improves soil’s water infiltration capacity, thus reducing erosion; it favors the survival of earthworms, insects and desirable Divulgação Company in Rio Grande do Sul provides for one more organic fertilization option for different crops, with short-run results micro-organisms; it provides for solubilization and chemical nutrient retention; it impairs and prevents the germination of weed seed; and keeps both soil acidity levels and temperature stable, just to mention a few advantages. PRODUCTION With a production process that lasts for 10 to 12 months, the formulation of the organic fertilizer carries sawdust and incubator waste, grape bagasse, tobacco dust, egg-laying hen manure, sludge from meat processing and ash. The composting process takes place inside the pavilions, with a total area of 10,800 square meters under roof and a capacity for 2.5 thousand tons a month.. Before being packed, the compound goes through different stages. After receiving the waste from the companies, ridges are made. Then the material is kept in the pavilion, under controlled temperature, moisture and aeration levels, along with PH and degree of maturation. Finally, the ridges are revolved and the material is sifted. This type of fertilizer is sold in sacks or in bulk. The input produced by Extratus is inspected and approved by Ecocert Brazil, ensuring its certification as an appropriate organic production fertilizer. 85 Sílvio Ávila Eventos | Events Central de abastecimento Horticultura nacional permanece em destaque durante todo o ano em eventos que estão programados para as mais diversas regiões do País Se as hortaliças brasileiras já garantem variedade e qualidade aos consumidores, imagina só quantos eventos de renome podem ser realizados a partir delas. Ano a ano, a seleta de simpósios, cursos, seminários e encontros é grande. Tem para todos os gostos, principalmente para o do conhecimento e do aperfeiçoamento. Mesmo que a realização do Congresso Brasileiro de Olericultura, tradicional para o setor, ocorra, a partir de 2013, no formato bienal (o próximo está marcado para julho de 2014), há várias outras promoções interessantes, organizadas para produtores, técnicos e lideranças. Entre eles está o 4º Seminário Nacional de Tomate de Mesa. Com realização nos dias 23 e 24 de abril, em Campinas, região que abrange cerca de 50% da tomaticultura de mesa nacional, no Estado de São Paulo, o evento tem como objetivo reunir representantes da cadeia produtiva, incentivar a troca 86 de experiências e de visões do setor. Para isso, estão programados debates sobre temas relacionados ao comércio, ao consumo e às tendências de mercado no Brasil. Mais tarde, nos dias 19 e 20 de setembro, a capital dos catarinenses, Florianópolis, recebe o 8º Encontro Brasileiro de Hidroponia. Realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pelo Laboratório de Hidroponia (LabHidro), com apoio de outras instituições, tem por meta promover a interação entre os produtores de hidropônicos e suas experiências. Além disso, os participantes têm a chance de praticar o intercâmbio de informações com os palestrantes, consolidar redes de pesquisa, fortalecer a representatividade da hidroponia na produção nacional de hortícolas e proporcionar maior visibilidade das ações, entre outras oportunidades. Durante o ano, outro evento de destaque será o 15º Congresso Brasileiro de Mandioca, cujo tema central será “Inovação e sustentabilidade: da raiz ao amido”. Em Salvador, na Bahia, entre 21 e 26 de outubro, deverão ser discutidos aspectos como práticas culturais e novas oportunidades de uso na indústria, aproveitamento da raiz como alimento funcional e na alta gastronomia, importância da mandioca para a segurança alimentar e mais uma porção de subtemas. Para tanto, serão apresentados trabalhos científicos, promovidos minicursos, palestras, painéis e mesas redondas. Paralelamente, será realizado um evento de integração gastronômica envolvendo bares e restaurantes da capital baiana. A proposta é que sejam servidos pratos e petiscos com foco na mandioca, durante o congresso. São eventos que visam ampliar e desenvolver milhares de novas e boas ações. As hortaliças brasileiras agradecem. Distribution Center If Brazilian vegetables give consumers a chance for different varieties of excellent quality, it is not hard to imagine the number of renowned events that could be staged with the focus on them. Year after year, the number of symposiums, courses, seminars and meetings keeps growing. There is always something for every different operation, especially for people seeking knowledge and improvement. Even though the Brazilian Olericulture Congress, very traditional for the sector, from 2013 onward will be held every other year, the next one has been scheduled for July 2014. There is an array of very useful promotions scheduled for producers, technicians and leaderships, among them the 4th National Table Tomato Seminar. Scheduled to be held in Campinas, on April 23 and 24, region that comprises about 50% of all table tomato fields in Brazil, located in the State of São Paulo, the goal of the event is to bring together representatives of the supply chain, encourage the exchange of experiences and visions of the sector. To this end, debates have been programmed on themes related to trade, consumption and trends of the Brazilian market. Later on, on September 19 and 20, the capital city of Santa Catarina will be the venue for the 8th Brazilian Hydroponics Conference. Coordinated by the Federal University of Santa Catarina (UFSC) and by the Hydroponics Lab (LabHidro), with support from other institutions, the event aims to promote interaction between hydroponics farmers and their experiences. Furthermore, the attendees will have a Sílvio Ávila Horticulture in Brazil stays in the spotlight year-round in events held in different regions of the Country chance to exchange information with the lecturers, consolidate research networks, strengthen the representativeness of hydroponics farming in the national vegetable supply chain and provide for more visibility of all initiatives, just to mention a few opportunities. During the year, another highlight will be the 15th Brazilian Cassava Congress, focused on “Innovation and Sustainability: from root to starch”. In Salvador, State of Bahia, from October 21 – 26, debates will be held on cultural practices and new industrial uses, the root as functional food and used in high gastronomy, the importance of cassava for food safety purposes and lots of other subsequent subjects. To this end, the agenda includes scientific papers, mini courses, panels, lectures and roundtable presentations. Simultaneously, a gastronomic integration event will be held with the representatives of the bars and restaurants of the capital city. With regard to the meals during the event, the suggestion is for cassava-based dishes and delicacies. Such events are aimed at broadening and developing thousands of new and good initiatives. Many thanks from all Brazilian vegetables. 87 Mesa farta | Abundant table E-mail: [email protected] Site: www.hortitec.com.br Inor Ag. Assmann 3º Congresso de Processamento de Frutas e Hortaliças 2013 Data: 15 a 19 de setembro Local: Ilhéus (BA) Fone: (73) 3680-5259 / (73) 3680-5347 E-mail: [email protected] / [email protected] Site: www.cbpfh2013.com/ 18º Congresso Brasileiro de Sementes Data: 16 a 19 de setembro de 2013 Local: Florianópolis (SC) Fone: (43) 3025-5223 E-mail: [email protected] Site: www.abrates.org.br/cbsementes 4º Seminário Nacional de Tomate de Mesa 8º Encontro Brasileiro de Hidroponia Data: 23 e 24 de abril de 2013 Data: 19 e 20 de setembro de 2013 Local: Unicamp, em Campinas (SP) Local: Florianópolis (SC) Fone: (62) 3241-3939 / (19) 3243-6472 Fone: (48) 4052-8089 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected] Site: www.tomatedemesa.com.br/ Site: www.encontrohidroponia.com.br 4º Simpósio Brasileiro de Pós-Colheita – Frutas, 15º Congresso Brasileiro de Mandioca Hortaliças e Flores e 7º Encontro Nacional sobre Data: 21 a 26 de outubro de 2013 Processamento Mínimo de Frutas e Hortaliças Local: Salvador (BA) Data: 12 a 16 de maio de 2013 Fone: (71) 2102-6600 Local: Ribeirão Preto (SP) E-mail: [email protected] Fone: (16) 3602-0317 Site: www.congressomandioca2013.com.br E-mail: [email protected] Site: www.spcepm2013.com.br 53° Congresso Brasileiro de Olericultura Data: julho ou agosto de 2014 HortiFruti Brasil Show 2013 Local: Palmas (TO) Data: 16 a 18 de maio Fone: (77) 3425-9350 Local: Curitiba (PR) E-mail: [email protected] Fone: (41) 3072-1000 Site: www.abhorticultura.com.br E-mail: [email protected] Site: www.hortifrutibrasilshow.com.br/ 7º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial e 7ª Feira de Produtos e Negócios 88 20ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Data: 26 a 28 de novembro de 2014 Cultivo Protegido e Culturas Intensivas Local: Goiânia (GO) Data: 19 a 21 de junho de 2013 Fone: (62) 3241-3939 Local: Holambra (SP) E-mail: [email protected] Fone: (19) 3802 4196 Site: www.congressotomate.com.br EFICIENTE NAS CULTURAS DE TOMATE, CEBOLA E BATATA. 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