o nivel de atividade física pré-operatório pode predizer

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o nivel de atividade física pré-operatório pode predizer
UNIVERSIDADE DA CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM FISIOTERAPIA
FERNANDO WEGNER
O NIVEL DE ATIVIDADE FÍSICA PRÉ-OPERATÓRIO PODE
PREDIZER COMPLICAÇÕES APÓS CIRURGIAS
ABDOMINAIS?
SÃO PAULO
2015
FERNANDO WEGNER
O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA PRÉ-OPERATÓRIO PODE
PREDIZER COMPLICAÇÕES APÓS CIRURGIAS
ABDOMINAIS?
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado e
Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São
Paulo, como etapa de defesa para obtenção do título de
Mestre, sob orientação da Profa. Dra. Adriana Claudia
Lunardi e co-orientação da Profa. Dra. Luciana Dias
Chiavegato.
Este estudo tem apoio da Fundação de Desenvolvimento à
Pesquisa do Estado de São Paulo com número de processo
2013/00814-8.
São Paulo
2015
FERNANDO WEGNER
O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA PRÉ-OPERATÓRIO PODE
PREDIZER COMPLICAÇÕES APÓS CIRURGIAS
ABDOMINAIS?
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado e
Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São
Paulo, como etapa de defesa para obtenção do título de
Mestre.
Área de concentração: Avaliação, Intervenção e Prevenção em Fisioterapia
Data da defesa: 27 de Março de 2015.
Resultado: Aprovado
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dra. Adriana Claudia Lunardi
__________________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Prof. Dra. Lucíola Costa
_________________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Prof. Dra. Évelim Leal de F. D. Gomes
Universidade Nove de Julho
_________________________________________
DEDICATÓRIA
Primeiramente gostaria de dedicar essa dissertação à Deus e Nossa Senhora Aparecida,
por sempre me conceder sabedoria nas escolhas dos melhores caminhos, coragem para
acreditar, força para não desistir e proteção para me amparar.
À minha esposa, que se não fosse ela não teria enfrentado todos os objetivos
acadêmicos de minha vida, obrigado pelo companheirismo, amor, dedicação e cuidado.
Aos meus pais e irmãos, pelo amor, apoio, confiança e motivação incondicional. Que
sempre me impulsionaram em direção às vitórias dos meus desafios.
AGRADECIMENTO
Durante esses dois anos só tenho a agradecer a todos que passaram pelo meu caminho
e que com certeza deixaram um pouco de si. Os momentos de alegria serviram para me
permitir acreditar na beleza da vida, e os de sofrimento, serviram para um crescimento pessoal
único.
Primeiramente, agradeço a Adriana C. Lunardi por acreditar que eu era capaz e pela
orientação. Só tenho a agradecer aos seus ensinamentos (pessoais e acadêmicos), orientações,
palavras de incentivo, puxões de orelha, paciência e dedicação. Você é uma pessoa ímpar,
onde busco inspirações para me tornar melhor em tudo faço e irei fazer daqui para frente.
Tenho orgulho em dizer que um dia fui seu orientado.
À Luciana Dias Chiavegato por todas as críticas, opiniões e sugestões que foram de
muita valia para o desfecho da nossa pesquisa.
A todos os professores do Programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Cidade
de São Paulo pela atenção, apoio e profissionalismo.
Aos membros da banca, Prof. Dra. Lucíola Costa e Prof. Dra. Évelim Leal de Freitas
Dantas Gomes, pela atenção e disponibilidade.
À Daniel Correia de Souza que esteve ao meu lado durante todo o tempo e não mediu
esforços para me ajudar. Obrigado pela amizade, companheirismo e incentivo.
A todos os Hospitais no qual fiz as coletas, Hospital Universitário do Oeste do Paraná,
União de Combate ao Câncer do Oeste do Paraná e Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo
financiamento deste estudo (Processo 2012/16817-3) e pela bolsa de mestrado (Processo
2013/00814-8).
Por fim, o meu muito obrigado a todos os pacientes que participaram do trabalho. Se
não fosse a disponibilidade e boa vontade de vocês nada disso estaria acontecendo.
RESUMO
Objetivos: 1) Avaliar se o nível de atividade física pré-operatório está associado a
complicações após cirurgia abdominal eletiva; 2) Avaliar se a mensuração subjetiva do nível
de atividade física através de questionários tem boa correlação com a acelerometria; 3)
Validar o uso de acelerômetro para avaliar o nível de atividade física em pacientes
hospitalizados através da calorimetria indireta. Métodos: Este estudo de coorte avaliou o
nível de atividade física cotidiano de candidatos à cirurgia abdominal eletiva através dos
questionários International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) e Perfil de Atividade
Humana (PAH). Durante a hospitalização, os pacientes realizaram acelerometria. O gasto
energético basal foi avaliado pela calorimetria indireta. As complicações consideradas foram
as pulmonares, cardíacas e tromboembólicas. Análises multivariadas testaram a capacidade de
predição do nível de atividade física para complicações pós-operatória e testes de associação
verificaram o grau de relação entre nível de atividade física avaliado pelo acelerômetro,
questionários e metabolismo avaliado pela calorimetria. Resultados: Foram incluídos 112
pacientes. A incidência de complicações foi de 9,8% (n=11), sendo 6 respiratórias, 3
tromboembólicas e 2 cardíacas. O grupo que complicou era mais idosos, tinha mais
tabagistas, mais etilistas e tinha menor VEF1 se comparado ao grupo que não complicou. A
inatividade prevaleceu em 90% do tempo de hospitalização no pré-operatório. A atividade
física na vida cotidiana (OD=0,69; IC95% 0,01 a 0,93) e o tempo em atividade intrahospitalar
(OD=0,61; IC95% 0,12 a 0,87) parecem ter um efeito protetor contra complicação após
cirurgia abdominal eletiva. Houve correlação moderada entre a acelerometria e a calorimetria
indireta (r=0,5; p<0,005). Conclusões: O nível de atividade cotidiana do paciente não reflete
o nível de atividade física no hospital. No entanto, pacientes que são fisicamente ativos no
cotidiano e se mantém assim durante a hospitalização têm menos chance de desenvolver
complicações após cirurgia abdominal. Além disso, a acelerometria mostrou-se válida na
avaliação dos pacientes hospitalizados comparado à calorimetria indireta.
Palavras chave: Atividade física, questionários, acelerômetro, complicação pós-operatória,
fatores de risco, cirurgia.
ABSTRACT
Objectives: 1) To assess whether the physical activity level preoperatively is associated with
complications after elective abdominal surgery; 2) to assess whether the subjective
measurement of the physical activity level via questionnaires has good correlation with
accelerometry; 3) to validate the use of accelerometer to assess the physical activity level in
hospitalized patients via indirect calorimetry. Methods: This cohort study evaluated the
physical activity level on candidates for elective abdominal surgery via International Physical
Activity Questionnaire (IPAQ) and the Human Activity Profile (HAP). During hospitalization
patients performed accelerometry. The resting energy expenditure was measured by indirect
calorimetry. The complications reported were pulmonary, cardiac and thromboembolic.
Multivariate analyzes tested the predictive ability of the preoperative physical activity level
for postoperative complications. Tests of association verified the degree of relationship
between physical activity level measured via accelerometer, questionnaires and metabolism
measured via calorimetry. Results: We included 112 patients. The incidence of complications
was 9.8% (n = 11). Six were respiratory, three thromboembolic and 2 cardiac. The group with
complication was older, had more smokers, more alcoholic and lower FEV1 compared to the
group without complication. Inactivity prevailed during 90% of preoperative hospitalization
time. Being physically activity in daily life (OD=0.69; CI95% 0.01 to 0.93) and during time
preoperative hospitalization (OD=0.61; CI95% 0.12 to 0.87) seem to have a protective effect
against complications after elective abdominal surgery. There was a moderate correlation
between accelerometry and indirect calorimetry (r=0.5; p<0.005). Conclusions: The physical
activity level during hospitalization does not reflect the daily life physical activity; however,
physically active patients in daily life and who still active during hospitalization are less likely
to develop complications after abdominal surgery. Furthermore, accelerometry proved to be
effective for the assessment of hospitalized patients compared to indirect calorimetry.
Keywords: Physical activity questionnaires, accelerometer, postoperative complications, risk
factors, surgery.
Lista de Figuras
Figura 1. Delineamento do estudo..............................................................................................9
Lista de Tabelas
Tabela 1. Escala ASA..............................................................................................................10
Tabela 2. Classificação movimentos/minuto Acelerômetro Actigraph GTX3........................11
Tabela 3. Caracterização da amostra........................................................................................15
Tabela 4. Avaliação do nível de atividade física pré-operatório, na vida cotidiana e intrahospitalar...................................................................................................................................16
Tabela 5. Comparação do grupo com complicação e não complicação..................................17
Lista de Abreviaturas e Símbolos
ASA
American Society of Anesthesiology
CO2
Gás carbônico
CP
Complicação
CPP
Complicações pulmonares pós-operatórias
CVF
Capacidade vital forçada
DPOC
Doença pulmonar obstrutiva crônica
ECG
Eletrocardiograma
HAS
Hipertensão arterial sistêmica
IAM
Infarto agudo do miocárdio
IC
Intervalo de confiança
IL
Interleucina
IMC
Índice de massa corpórea
IPAQ-6
Questionário internacional de atividade física versão 6
IRpA
Insuficiência respiratória aguda
Kcal
Quilocalorias
Kg
Quilograma
L
Litro
m
Metro
MET
Equivalente metabólico
NCP
Não complicação
O2
Oxigênio
PAH
Perfil de atividade humana
TEP
Tromboembolismo pulmonar
TVP
Trombose venosa profunda
VEF1
Volume expirado forçado no primeiro segundo
SUMÁRIO
1) INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1) Incidência e conceitos de complicações pós-operatórias ................................................ 1
1.2) Fatores de risco para procedimentos operatórios gerais .................................................. 2
1.3) Nível de atividade física na predição de complicações cirúrgicas .................................. 4
2) JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 6
3) OBJETIVOS .......................................................................................................................... 7
3.1) Objetivo primário ............................................................................................................ 7
3.2) Objetivos secundários ...................................................................................................... 7
4.1) Desenho do estudo ........................................................................................................... 7
4.2) Seleção da amostra .......................................................................................................... 7
4.3) Delineamento do estudo .................................................................................................. 8
4.3.1) Avaliações ................................................................................................................. 9
4.3.2) Seguimento pós-operatório ..................................................................................... 12
4.3.3) Critérios de complicações ....................................................................................... 12
4.4) Análise estatística .......................................................................................................... 14
5) RESULTADOS .................................................................................................................... 15
6) DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 19
7) CONCLUSÕES .................................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 23
ANEXOS .................................................................................................................................. 30
Ficha de Avaliação ................................................................................................................ 30
Questionário Internacional De Atividade Física (IPAQ versão 6) ....................................... 30
Perfil de Atividade Humana ................................................................................................. 33
Parecer Consubstanciado do CEP ......................................................................................... 36
1) INTRODUÇÃO
Complicações após cirurgias abdominais são extremamente comuns, sendo
consideradas importantes porque prolongam os dias de internação hospitalar e aumentam a
mortalidade e os custos hospitalares1. Trata-se de uma segunda doença inesperada ou
exacerbação de uma doença pré-existente que ocorre até 30 dias após a cirurgia e que altera o
quadro clínico do paciente, tornando necessária uma nova intervenção terapêutica1.
1.1) Incidência e conceitos de complicações pós-operatórias
Em geral, a literatura considera 3 principais complicações após cirurgias abdominais
não ligadas ao sítio cirúrgico que são as pulmonares, cardíacas e tromboembólicas.
A incidência de complicações pulmonares tem sido descrita na literatura entre 5 e 10%
nos pacientes submetidos a cirurgias gerais, sendo considerado o segundo tipo mais frequente
de complicações pós-operatórias2. Apesar dos estudos envolvendo cirurgias não torácicas
focarem mais as complicações cardíacas, as complicações pulmonares pós-operatórias (CPP)
são as mais comuns, variando de 2 a 19%, e seu impacto na morbidade, mortalidade e custos
gerais são superiores aos das complicações cardíacas3. Além disso, as CPPs nos
procedimentos operatórios em geral são as que apresentam maiores tempo de internação e
custos hospitalares, quando comparadas às complicações infecciosas, tromboembólicas e
cardíacas4-6. O surgimento de atelectasias, pneumonia, traqueobronquite catarral purulenta,
descompensação de doenças pulmonares crônicas, insuficiência respiratória aguda (IRpA),
ventilação mecânica e/ou intubação orotraqueal prolongadas por mais de 48 horas e
hipoxemia grave (SpO2<85%) estão entre as principais CPPs6-8. Atualmente, a definição de
CPP tem sido mais rigorosa, sendo considerada apenas quando houver necessidade de
intervenção9.
1
As complicações cardíacas, quando subsequentes a cirurgias não cardíacas respondem
por elevada taxa de morbidade e mortalidade perioperatória10, sendo que sua incidência em
pacientes submetidos a cirurgias abdominais varia de 1% a 5%11. As complicações
cardiovasculares mais comuns são infarto agudo do miocárdio (IAM) perioperatório,
descompensação de insuficiência cardíaca e arritmias significativas até 30 dias após o
procedimento11. A mortalidade após IAM durante o período perioperatório de cirurgias não
cardíacas, varia de 15% a 25% e é considerado fator de risco independente para morte até 6
meses após o procedimento12.
As complicações tromboembólicas são as mais frequentes em pacientes cirúrgicos em
geral. O tromboembolismo venoso é a complicação mais incidente13, seguido de
tromboembolismo pulmonar (TEP) que é a causa mais comum de morte previsível em
pacientes hospitalizados para procedimentos cirúrgicos após TVP, devido a migração do
trombo13. O risco de tromboembolismo venoso nesta população é determinado pela
combinação de fatores preditivos individuais e das características do tipo específico da
cirurgia14. A trombose venosa profunda (TVP) no pós-operatório é mais comum nos membros
inferiores e é frequentemente assintomática, sendo que o TEP fatal pode ser a primeira
manifestação clinica pós-operatória14. A incidência de TVP após cirurgia geral varia de 15% a
30% e a mortalidade após TEP pode chegar a 1%15 e os fatores de risco para surgimento de
TVP após cirurgias incluem câncer, duração da cirurgia, TVP prévio, idade avançada e
obesidade16.
1.2) Fatores de risco para procedimentos operatórios gerais
O American College of Physicians, em 2006, propôs uma diretriz para estratificação
de risco pulmonar e estratégias para redução do mesmo em pacientes submetidos a cirurgias
não torácicas3. Nesta revisão, os autores identificaram os fatores de risco cirúrgicos e clínicos
2
de maior relevância com seus respectivos graus de evidência3. Os fatores de risco cirúrgicos
incluem local, tipo e tempo de duração da cirurgia. Segundo esta diretriz, o local da cirurgia é
o principal fator de risco relacionado à incidência de CPP, sendo que as cirurgias torácicas e
abdominais são consideradas como os procedimentos de maior risco, principalmente quando a
incisão é próxima ao diafragma2,17-19.
Os fatores de risco clínicos associados ao paciente incluem idade avançada,
particularmente acima de 60 anos, presença de comorbidades tais como hipertensão arterial
sistêmica (HAS) e insuficiência cardíaca congestiva, sendo que todos estão associados ao
desenvolvimento de complicações cardiovasculares e pulmonares2,17-19. A obesidade acarreta
diversas alterações na mecânica ventilatória e na relação ventilação-perfusão que podem ser
acentuadas com a cirurgia. Além disso, essa população também apresenta risco elevado para
TVP e TEP pós-operatórios17. A presença de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o
hábito do tabagismo, geralmente, estão associados à diminuição da depuração mucociliar e ao
aumento da secreção de muco, além de provocar estreitamento das vias aéreas, podendo,
inclusive, levar ao aumento da responsividade brônquica18. O tempo de interrupção do
consumo e a história tabagística antes do ato operatório podem influenciar o risco
cirúrgico18,20.
Apesar de todo conhecimento existente sobre os fatores de risco associados a
complicações pós-operatórias, não existem estudos na literatura nacional e internacional que
propiciaram a elaboração de uma escala específica voltada para a avaliação de candidatos à
cirurgia abdominal. Atualmente, o avanço dos recursos tecnológicos, o aumento na
expectativa de vida da população e o aprimoramento técnico das equipes cirúrgicas resultaram
em procedimentos mais complexos em uma população progressivamente mais idosa com
maior número de comorbidades e, por isso, de maior risco cirúrgico6.
3
1.3) Nível de atividade física na predição de complicações cirúrgicas
A atividade física é definida como qualquer atividade na qual o gasto energético é
superior aos níveis do repouso21, por outro lado, a ausência de atividade física e a falta de
movimentos mínimos e baixo gasto energético são consideradas como comportamento
sedentário22.
Exercícios físicos realizados de maneira sistemática e regular desencadeiam uma série
de adaptações crônicas benéficas em todo o organismo, como redução da pressão arterial e da
frequência cardíaca de repouso em indivíduos hipertensos23,24, aumento do consumo máximo
de oxigênio25, aumento da massa muscular e densidade óssea26, melhora da resposta
imunológica (se a atividade for predominantemente realizada em intensidade leve ou
moderada)27 e aumento da expressão e atividade de enzimas anti-oxidantes28,29.
Já a inatividade ou o comportamento sedentário está ligada ao aumento da obesidade e
está associada à morbidade e doenças crônicas entre jovens, enquanto a atividade física é uma
importante parte para um estilo de vida saudável e o desenvolvimento de boa saúde e
condicionamento físico21,23.
Especificamente em pacientes cirúrgicos, Nery et al. (2007) mostraram benefício da
prática da atividade física no prognóstico cirúrgico imediato, sendo que os pacientes
apresentaram 78% menos risco de desenvolverem complicações durante o período de
internação após revascularização do miocárdio30. Assim como, Cook et al. (2001) observaram
que pacientes com baixa capacidade aeróbia apresentaram alto risco para, pelo menos, uma
complicação pós-operatória e maior tempo de internação hospitalar após cirurgias cardíacas31.
Ditmyer et al. (2002) realizaram um programa incluindo atividade física antes de cirurgias
ortopédicas e mostraram melhora da capacidade funcional dos pacientes, levando os mesmos
a resistirem melhor durante o período de inatividade associado ao procedimento32.
4
A atividade física parece implicar na redução de custos de procedimentos cirúrgicos,
já que estudos têm demonstrado redução média de 40% dos custos com internação em grupos
que realizam intervenções como programas de educação para mudanças nos hábitos de vida e
suporte social pré-operatórios, a diminuição média do tempo de internação é de dois dias e a
taxa de reinternação menor para pacientes fisicamente ativos33-35.
A avaliação da tolerância ao exercício tem se mostrado um importante fator para
determinar o risco cirúrgico de pacientes submetidos a cirurgias torácicas e não torácicas2,18,3641
. Afirma-se que pacientes com baixa tolerância ao exercício estão mais propensos a
desenvolver complicações pós-operatórias, provavelmente por serem portadores de mais
comorbidades como Diabetes Mellitus, DPOC e HAS42. Por outro lado, acredita-se que
pacientes com boa tolerância ao exercício estão melhores preparados para enfrentar o trauma
cirúrgico e suas consequentes alterações fisiopatológicas. Além disso, estes pacientes estão
mais aptos a mobilizar-se precocemente no período pós-operatório, fato fundamental para
reduzir complicações pós-operatórias e dias de internação hospitalar43.
Não existe um padrão-ouro para medir a atividade física diária e os questionários têm
sido comumente usados em pesquisas de saúde pelo seu baixo custo e fácil administração,
porém podem ser considerados inapropriados em algumas situações porque seus resultados
quase sempre superestimam as reais atividades realizadas pelos indivíduos, além de
considerar as atividades realizadas num tempo que nem sempre é o atual 42,43. Recentemente,
foram desenvolvidos os acelerômetros, equipamentos que monitoram a atividade física em
tempo real de frequência, intensidade e duração da atividade física na vida livre e têm sido
considerados como uma das melhores formas de avaliar nível de atividade física42,46. A
medida de atividade física com acelerômetro representa uma substancial melhora comparada
com método de auto-resposta44.
5
2) JUSTIFICATIVA
Complicações após procedimentos abdominais são extremamente comuns e acarretam
prolongamento dos dias de internação hospitalar, mortalidade e aumento dos custos
hospitalares. Com base na evolução do conhecimento dos fenômenos perioperatórios, a
prevenção destas complicações deve ser objetivo constante da equipe multiprofissional. A
estratificação do risco cirúrgico, em cirurgias eletivas considera fatores relacionados ao ato
operatório: tempo de duração, local da incisão e medicamentos empregados, e fatores
relacionados ao paciente: doenças pré-existentes, idade, estado nutricional e o estado
funcional. Parece que a funcionalidade e a capacidade de exercício de pacientes cirúrgicos são
marcadores importantes de complicação, tempo de internação e mortalidade após a cirurgia.
Neste sentido, diversos testes de capacidade funcional como teste do degrau, da caminhada e
incremental têm sido empregados na tentativa de predizer risco cirúrgico em cirurgias
cardíacas e torácicas, porém, nenhum deles ainda mostrou-se eficaz em cirurgias abdominais.
As avaliações objetivas do nível de atividade física e do sedentarismo têm sido cada vez mais
desenvolvidas, na tentativa de substituir o teste de exercício cardiopulmonar na prática
clínica, e atualmente utilizam equipamentos de mais baixo custo e fácil utilização, os
acelerômetros. Eles são capazes de quantificar a intensidade das atividades e sua demanda
energética e já foram utilizados com sucesso em diversas populações como DPOC, crianças,
adultos saudáveis, participantes de programas de reabilitação e pacientes submetidos a
cirurgias cardíacas. Como, ainda desconhecemos um método de avaliação de estado funcional
relacionado ao desenvolvimento de complicações após cirurgias abdominais, este estudo
tornou-se relevante.
6
3) OBJETIVOS
3.1) Objetivo primário
Avaliar se o nível de atividade física pré-operatório está associado a complicações
pulmonares (atelectasia com repercussão clínica, hipoxemia e pneumonia), cardíacas (infarto
agudo do miocárdio, descompensação da insuficiência cardíaca e arritmias significativas) e
tromboembólicas (trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar) em pacientes
submetidos à cirurgia abdominal eletiva.
3.2) Objetivos secundários
a) Avaliar se o nível de atividade física quantificado pelo acelerômetro tem boa associação
com o medido por dois questionários já validados (IPAQ-6 e o Perfil de Atividade Humana);
b) Validar o uso de acelerômetro para avaliar o nível de atividade física em pacientes
hospitalizados comparando-o com a taxa metabólica basal avaliada pela calorimetria indireta.
4) MÉTODOS
4.1) Desenho do estudo
Estudo de coorte prospectivo.
4.2) Seleção da amostra
Neste estudo, foram avaliados pacientes internados consecutivamente para realização
de cirurgia abdominal alta no Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestório e Coloproctologia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC7
FMUSP). Todos deveriam ser capazes de realizar as avaliações propostas, não restritos ao
leito por incapacidade física ou prescrição médica e com idade maior ou igual a 18 anos.
Foram considerados como critérios de exclusão: necessidade de ventilação mecânica invasiva
por mais de 48 horas após a cirurgia, necessidade de reintervenção cirúrgica e óbito
intraoperatório. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do HC-FMUSP (CAAE:
06324412.9.0000.0068) e após serem informados sobre o estudo, os pacientes assinaram o
termo de consentimento por escrito para participarem.
4.3) Delineamento do estudo
Os candidatos selecionados para o estudo foram abordados no momento da internação
e após verificação dos critérios de inclusão, foram informados sobre os objetivos,
procedimentos e potenciais riscos do estudo. Após a assinatura do termo de consentimento e
verificação dos critérios de exclusão os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, da
função pulmonar, quantificação do nível de atividade física e calorimetria indireta. No
período pós-operatório, todos foram seguidos diariamente pela equipe de fisioterapeutas do
hospital com atendimento padronizado. As complicações foram determinadas pela equipe
médica “de maneira cega” aos resultados das avaliações pré-operatórias (Figura 1).
8
Figura 1. Delineamento do estudo
4.3.1) Avaliações
Todas as avaliações foram realizadas no pré-operatório em no máximo 24 horas após a
internação.
Avaliação clínica: Foi utilizada ficha padronizada na qual foram incluídos dados pessoais,
antropométricos (estatura e peso mensurados como recomendado pelo National Institute of
Health, Heart, Lung and Blood (1998)47, diagnóstico atual, doenças pré-existentes,
procedimento cirúrgico proposto, história de tabagismo e etilismo, presença de sintomas
respiratórios, escala ASA e parâmetros de espirometria simples.
Escala ASA: A American Society of Anaesthesiologists (ASA) propôs normas de cuidados
anestésicos com o objetivo de normatizar a avaliação (Tabela 1). A abordagem deve incluir: a
revisão do prontuário, entrevista com o paciente, exame físico, exames de laboratório,
anestesias prévias, medicações em uso e/ou consultas com especialistas48.
9
Tabela 3: Escala ASA
Estado Físico
ASA I
ASA II
ASA III
ASA IV
ASA V
ASA VI
Descrição
Paciente sadio sem alterações orgânicas
Paciente com alteração sistêmica leve ou moderada, sem
limitação funcional
Paciente com doença sistêmica severa, com limitação
funcional
Paciente com doença sistêmica severa, representa risco de
vida constante
Paciente moribundo com perspectiva de óbito em 24
horas, com ou sem cirurgia
Paciente com morte cerebral, mantido em ventilação
controlada e perfusão, para doação de órgãos (transplante)
Espirometria: Realizada por um espirômetro microprocessado portátil (Spirobank II, MIR)
onde solicitou-se três medidas de capacidade inspiratória e expiratória forçadas no mesmo
ciclo respiratório e foi considerado o maior valor obtido dentro dos critérios internacionais de
aceitabilidade. Os procedimentos foram realizados de acordo com critérios previamente
estabelecidos pela European Respiratory Society e American Thoracic Society49. Foram
realizados 3 testes com variação inferior a 5% e o maior valor obtido num dos testes é,
posteriormente, comparado com valores de referência previamente descritos50. Foram
considerados os seguintes parâmetros: capacidade vital forçada (CVF) e volume expirado
forçado no primeiro segundo (VEF1). Todos os indivíduos deviam estar clinicamente estáveis
no dia da realização do teste.
Quantificação do nível de atividade física: Foram realizadas com três ferramentas:
questionários IPAQ-6, PAH e acelerômetro.

IPAQ-6: Os pacientes foram questionados sobre a presença e intensidade da atividade
física na sua rotina, no trabalho, em casa e meio de transporte. Foram agrupados de acordo
com o nível de atividade física e de acordo com a equivalente metabólico (MET)51. De acordo
10
com as definições padrões, a intensidade da atividade física foi classificada em baixa se
menor que 3,0 METs, moderada se a intensidade foi de 3,0 a 6,0 METs e vigorosa se a
intensidade da atividade foi maior ou igual a 6,0 METs51.

PAH: Os pacientes foram questionados sobre a realização atual e pregressa de
atividades de vida diária. A pontuação global varia de 0 a 94 (sendo que a pontuação é dada
pela atividade mais intensa que ele ainda realiza menos o número de atividades que ele parou
de realizar). A pontuação fornece uma estimativa mais estável das atividades diárias, pois
representa os níveis médios de equivalentes metabólicos gastos em um dia típico. Então, os
pacientes foram agrupados de acordo com o nível de atividade física. De acordo com as
definições padrões, a intensidade da atividade física é classificada como inativo se a
pontuação foi inferior ou igual a 53 pontos, em moderadamente ativo se a pontuação foi entre
54 e 73 pontos e ativo se a pontuação foi de 74 ou mais52.

Acelerometria: A aferição foi realizada durante 24 horas, iniciando-se no 1º dia após a
internação. O Actigraph GTX3 é a prova d’água e por isso, o paciente não precisou retirar
nem para tomar banho. O equipamento registra o número de passos, intensidade dos
movimentos53(Tabela 2) e prediz a taxa metabólica gasta.
Tabela 4: Classificação movimentos/minuto Acelerômetro Actigraph GTX3
Classificação
Inatividade
Atividade leve
Atividade diária
Atividade Moderada
Atividade vigorosa
De acordo com a equação de Freedson et al., 1998 53.
Movimentos/ Minuto
0 - 99
100 - 759
760 - 1951
1952 - 5724
> 5725
Avaliação da taxa metabólica basal: Foram coletados valores por calorimetria indireta (O2 e
CO2) utilizando o calorímetro (Metacheck, Korr, USA) com cálculo realizado por meio da
equação de Harris-Benedict. O teste foi realizado com os pacientes em jejum de 4 horas em
11
ambiente hospitalar, durante 10 minutos, com o paciente em posição supino, coletando-se os
valores espirométricos respiração a respiração. Os pacientes usaram uma máscara conectada
ao analisador de gases, devidamente calibrado antes de cada teste54.
4.3.2) Seguimento pós-operatório
Após a cirurgia, os dados referentes ao tipo e tempo de procedimento, intercorrências, tipo e
local de incisão e medicamentos utilizados foram coletados.
O paciente que apresentou alguma complicação pulmonar, cardíaca ou tromboembólica que
necessitou de intervenção fisioterapêutica individualizada, foi assistido e essa informação
anotada.
As seguintes complicações pós-operatórias foram consideradas:
a) Complicações pulmonares: atelectasia com repercussão clínica, infecção respiratória
(pneumonia e traqueobronquite) e hipoxemia <85% de saturação periférica de O2. Exames
complementares, incluindo o radiograma torácico e hemograma completo, foram realizados
de acordo com a evolução individual dos pacientes;
b) Complicações cardíacas: infarto agudo do miocárdio, descompensação da insuficiência
cardíaca e arritmia significativa. Exames específicos como eletrocardiograma (ECG) e análise
de enzimas cardíacas foram realizados de acordo com as necessidades do paciente;
c) Complicações tromboembólicas: trombose venosa periférica e tromboembolismo
pulmonar. Ultrassonografia doppler, tomografia helicoidal e exames laboratoriais foram
realizados conforme a suspeita do fenômeno.
4.3.3) Critérios de complicações
Pneumonia= Radiograma torácico com infiltrado pulmonar associado a dois dos seguintes
sinais55:
12
• Expectoração purulenta;
• Hipertermia superior a 38,3°C;
• Aumento superior a 25% no número basal de leucócitos.
Atelectasia: Radiograma torácico anormal associado a sintomas respiratórios agudos56.
Hipoxemia: Saturação periférica de O2 abaixo de 85% associada a sintomas respiratórios57.
Infarto agudo do miocárdio: Eletrocardiograma (ECG) compatíveis com IAM, com elevação
de segmento ST, aumento dos níveis séricos da fração de mioglobina da creatinoquinase e/ou
creatinoquinase total de pelo menos duas vezes o valor normal de referência adotado pelo
laboratório58.
Descompensação de insuficiência cardíaca: 1) Edema agudo de pulmão, caracterizado por
rápido aumento da pressão capilar pulmonar, levando a um aumento de líquido nos espaços
intersticiais e alveolares dos pulmões, causando dispnéia intensa e repentina em repouso. 2)
Choque cardiogênico, caracterizado por grave hipotensão arterial (pressão sistólica < 90
mmHg ou 30% abaixo dos níveis basais) durante pelo menos 30 minutos, com sinais de
hipoperfusão tecidual e disfunção orgânica (taquicardia, palidez, extremidades frias, confusão
mental, oligúria e acidose metabólica) de fundo cardíaco59.
Arritmia significativa: Qualquer episódio de arritmia supraventricular cujo traçado
eletrocardiográfico apresentasse ondas f de morfologia e amplitude variáveis, com ritmo
ventricular irregular60.
Trombose venosa profunda: Diagnosticada por flebografia pela ultrassonografia doppler61.
Tromboembolismo pulmonar: Alteração do dímero D e pela cintilografia ventilação/
perfusão60.
13
4.3.4) Variáveis analisadas
Variáveis pré-operatórias: gênero, idade, IMC, presença de sintomas respiratórios (tosse,
expectoração, chiado e ou dispneia) e pneumopatia crônica, hábito e carga tabagística (tempo,
quantidade e quanto tempo parou), valores de VEF1, CVF, presença de outra doença clínica
associada, doença que motivou o tratamento cirúrgico, nível da atividade física e taxa
metabólica basal.
Variáveis perioperatórias: tipo de cirurgia, tempo de procedimento, tipo de incisão,
intercorrências, medicamentos intra-operatórios e analgesia.
Variável de desfecho: presença de complicação.
4.4) Análise estatística
Para o cálculo da amostral foi considerado uma proporção de 10% de complicações,
uma sensibilidade (power) de 80% e nível de significância de 5% (p<0,05), sendo encontrado
um tamanho de amostra ideal de 107 indivíduos.
Os dados foram submetidos à análise descritiva. A normalidade dos dados foi avaliada
pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Modelos de Regressão Logística Múltipla foram
utilizados para testar a associação do nível de atividade física (variáveis independentes)
avaliado pelos diversos métodos propostos com o desenvolvimento de complicações após
cirurgias abdominais (variável dependente). Testes de correlação de Pearson e qui-quadrado
verificaram a relação entre nível de atividade física avaliado pelo acelerômetro, IPAQ-6 e
PAH, e pela taxa metabólica basal. O nível de significância foi ajustado para 5%. O software
utilizado para a análise foi SigmaStat 12.1 (San Jose, EUA).
14
5) RESULTADOS
Foram incluídos no estudo 137 pacientes, 11 foram excluídos por retirarem o
acelerômetro antes do período proposto, 5 por não conseguir realizar os testes de calorimetria
e espirometria, 5 porque a cirurgia foi cancelada e 4 por complicações do sítio cirúrgico que
levaram a reoperações. Dessa forma, 112 pacientes realizaram todas as avaliações e
realizaram as cirurgias.
Dos 112 pacientes avaliados, 51 (46%) eram homens, 43 (39%) portadores de doença
oncológica e 62 (55%) apresentavam pelo menos uma comorbidade (Tabela 3). Quando
questionados, 13% disseram ser tabagistas ou ex-tabagistas, 3% etilistas e 16% apresentavam
algum tipo de queixa respiratória, 10 indivíduos relataram praticar atividades física regular. A
função pulmonar foi considerada normal, de acordo com a curva de predição de Pereira et al.
(2002) (Tabela 3).
Tabela 3. Caracterização da amostra (n=112)
Variáveis
média
Idade (anos)
51,72
Peso (Kg)
84,48
DP
14,29
29,49
Altura (m)
1,63
0,09
31,80
frequência
51
43
62
15
3
18
10
média
3,32
97,00
11,08
%
46
39
55
13
3
16
9
DP
0,98
17,20
VEF1 (L)
2,75
0,80
VEF1 (% do predito)
98,50
18,50
2
IMC (Kg/m )
Sexo Masculino
Câncer
Comorbidades
Tabagismo
Etilismo
Queixa respiratória
Atividade física regular
Função pulmonar
CVF (L)
CVF (% do predito)
IMC=índice de massa corpórea; DP=desvio padrão; CVF=capacidade
vital forçada; VEF1=volume expiratório forçado no 1º segundo;
%=percentual do predito segundo Pereira et al. (2002)
15
Nas avaliações do nível de atividade física e do metabolismo basal, notamos que
predominou o comportamento moderado a fisicamente ativo no cotidiano e sedentário durante
a hospitalização no período pré-operatório. A distribuição dos pacientes foi diferente se
compararmos os questionários IPAQ e PAH, o que era esperado já que os dois instrumentos
avaliam um período diferente de atividades cotidianas. (Tabela 4)
Os pacientes permaneceram a maior parte do tempo inativos durante a hospitalização,
sendo que eles andaram durante o tempo avaliado (24 horas) 26% menos do que é esperado
que se ande por dia (10.000 passos)62 (Tabela 4).
Tabela 4. Avaliação do nível de atividade física pré-operatório, na vida
cotidiana e intra-hospitalar (n=112).
Método de avaliação
IPAQ (classificação)
Ativos
Moderadamente ativos
Inativos
PAH (pontos)
PAH (classificação)
Ativos
Moderadamente ativos
Inativos
Acelerometria
Kcal
METs
Passos dados
% do tempo em inatividade
% do tempo em atividade leve
% do tempo de atividade de vida diária
% do tempo de atividade moderada
% do tempo de atividade vigorosa
Calorimetria (kcal)
no. absoluto
56
49
7
média
%
50
44
5
DP
67,77
9,78
no. absoluto
33
70
9
%
29
63
8
média
198,26
1,05
7377,85
88,40
8,22
2,49
0,98
0,02
média
1587,32
DP
183,73
0,06
3791,05
5,50
3,78
1,48
1,03
0,03
DP
332,52
IPAQ=Questionário Internacional de Atividade Física; PAH=Perfil de Atividade Humana;
DP=Desvio Padrão; Kcal=Kilocalorias.
16
Os pacientes que apresentaram complicação foram 11 (9,8%). As complicações
encontradas foram 6 respiratórias (5 pneumonias e 1 traqueobronquite catarral), 3
complicações tromboembólicas (2 tromboses venosas profundas e 1 tromboembolismo
pulmonar) e 2 complicações cardíacas (1 arritmia com descompensação hemodinâmica e 1
infarto agudo do miocárdio). Na comparação, o grupo que complicou era mais idoso,
apresentava menor VEF1, eram mais tabagistas e etilistas, e tinham um maior risco cirúrgico
segundo a escala ASA (Tabela 5).
Tabela 5. Comparação do grupo com complicação e não complicação.
VARIÁVEIS
Idade*
IMC*
CVF (% predito)*
VEF1 (% predito)*
Câncer°
Comorbidades°
Tabagismo°
Etilismo°
Queixa respiratória°
IPAQ
Inativos
Moderadamente ativos
Ativos
PAH (pontos)*
PAH
Inativos
Moderadamente ativos
Ativos
ASA score°
I
II
III
Passos dados*
Sedentarismo (% do tempo)*
Calorimetria (Kcal)*
CP (n=11)
63,73±12,27
26,8 (9,2)
90 (0,13)
88 (0,123)
36%
82%
46%
3%
10%
Não CP (n=101)
50,42±13,93
29,2 (15,7)
96 (0,138)
98 (0,13)
38%
53%
10%
0%
17%
P
0,003
0,707
0,137
0,034
0,857
0,124
0,005
<0,001
0,817
0%
50%
50%
64,8±7,96
6%
50%
44%
68,0±9,938
0,294
25%
50%
25%
6%
64%
30%
9%
73%
18%
7003 (2975)
89,2% (3,8%)
1445 (384,25)
39%
56%
5%
6815 (4418,75)
90% (8,1%)
1535 (453,25)
0,049
0,707
0,664
0,356
Idade e PAH estão expressos em média±desvio padrão; CVF, VEF 1, Passos dados, Sedentarismo e Calorimetria
estão expressos em mediana e intervalo interquartil; *Test t-Student; °Test qui-quadrado; CP=Complicação PósOperatória; IMC=Índice de Massa Corporal; CVF=Capacidade Vital Forçada; VEF 1=Volume Expiratório no
Final do 1º segundo; PAH=Perfil de Atividade Humana; %=Percentual do predito segundo Pereira et al.(2002).
ASA=American Society of Anesthesiologist; IPAQ=Questionário Internacional de Atividade Física.
17
Nos modelos de regressão, a atividade física cotidiana (avaliada pelo PAH) (Odds
ration=0,69; IC95% 0,01 a 0,93) e o percentual do tempo em atividade, independente da
intensidade da mesma, durante a hospitalização (Odds ration=0,61; IC95% 0,12 a 0,87)
mostraram ter um efeito protetor contra complicações pós-operatórias, como demonstrado na
equação a seguir:
Chance de CPP = 0,0000003194 + 18 - (0,0000003335 + 19 * % do tempo em atividade) (0,0000001878 + 18 * fisicamente ativo pelo PAH)
Na comparação do nível de atividade física classificado pelo questionário Perfil de
Atividade Humana e o acelerômetro, não houve correlação significativa da pontuação gerada
pelo questionário e as variáveis da acelerometria.
Na validação do uso do acelerômetro em pacientes hospitalizados, á avaliação do nível
da atividade física em comparação com a calorimetria indireta, encontramos uma correlação
moderada das kcal avaliados pelo calorímetro e os inferidos pela acelerometria (r=0,5;
p<0,001).
18
6) DISCUSSÃO
Nossos resultados mostram que ser fisicamente ativo na vida diária e durante a
internação no período pré-operatório tem um efeito protetor contra as complicações pósoperatórias após cirurgia abdominal eletiva. Dessa forma, um comportamento ativo na vida
diária dos pacientes não é transportado para dentro do hospital mesmo no período préoperatório para cirurgias eletivas e sem necessidade de repouso no leito.
A maior parte dos pacientes avaliados foi classificado como sendo de moderado a
fisicamente ativos na vida diária medida segundo os questionários administrados. Esta boa
capacidade funcional foi refletida pela taxa metabólica basal e estado nutricional no início da
hospitalização. Estudos anteriores também observaram a grande capacidade funcional dos
candidatos para cirurgia abdominal eletiva63,64, no entanto eles não conseguiram associar está
variável com as complicações, provavelmente porque todos os pacientes conseguiram
percorrer grandes distâncias no teste de caminhada de seis minutos, dificultando a
diferenciação dos pacientes com e sem risco.
Nossos resultados mostram que os instrumentos de mensuração do nível de atividade
física têm comportamentos diferentes e precisam ser escolhidos adequadamente dependendo
do tipo de população e local de avaliação, sendo o questionário PAH mais adequado que o
IPAQ-6. O questionário PAH inclui atividades que vão desde muito fácil até muito extenuante
por toda a vida, com boas propriedades de medida65, e tem sido amplamente utilizado em
populações saudáveis e com doenças crônicas, porém, nunca havia sido administrado em
população cirúrgica. O IPAQ-6 investiga as atividades dos últimos 15 dias50, o que pode
alterar as reais medições do nível de atividades. Obviamente, a utilização de um instrumento
que avalia objetivamente o nível de atividade física parece ser mais atraente do que a
aplicação de um questionário. No entanto, na prática clínica, dispositivos objetivos como
19
pedômetros e acelerômetros não são gratuitos e necessitam de um período prolongado de
mensuração, podendo os sujeitos esquecerem de usá-los durante períodos do dia ou não usálos, o que dificultando sua utilização fora de um ambiente acadêmico.
Dentro do hospital, pacientes fisicamente ativos na vida diária adotaram um
comportamento sedentário, sem correlação entre o nível de atividade física nestes dois
momentos, além disso, esta inatividade intra-hospitalar está relacionada com o
desenvolvimento de complicações pós-operatórias. Nossa hipótese é que a falta de
informação, a estrutura hospitalar e o baixo estímulo da equipe de cuidados de saúde são os
fatores mais importantes relacionados com esta mudança de comportamento. Estudos
anteriores mostraram que a internação parece estar associada a alterações na funcionalidade,
independência e força muscular66,67,68, provavelmente devido ao longo tempo em inatividade
durante a hospitalização26. Esses resultados prejudiciais da internação podem ser mais
importantes em pacientes mais idosos, com maior obstrução pulmonar, tabagistas e
consumidores de álcool, e deixá-los mais susceptíveis ao risco cirúrgico e ao desenvolvimento
de complicações após cirurgia abdominal69,70.
A incidência de complicações observada foi de 9,8%. As infecções respiratórias foram
as complicações mais frequentemente registadas na nossa população (6,4%). A associação
entre pneumonia pós-operatória e idosos, alcoólatras, fumantes e baixo FEV1 parece ser um
fator importante e já foi previamente descrito por Lunardi (2012) e Covinsky (2011)69,70. O
comprometimento da força muscular e da imunidade relacionada com a idade está relacionada
à perda de tosse eficaz e maior incidência de pneumonia63,3,69. O hábito de fumar aumenta a
produção de muco, prejudica o clearance de secreções, levando à retenção de escarro
favorecendo o desenvolvimento de pneumonia71. Enquanto os pacientes etilistas apresentam
modificações imunológicas como o aumento dos níveis de IL-10, supressão da proporção IL6/IL-10 e hipercortisolismo imediatamente após a cirurgia que foram associadas com uma
20
pneumonia72. Muitas vezes ter o hábito de fumar e beber, estão associados a um
comportamento não saudável de vida, fazendo com que os pacientes desenvolvam mais
complicações devido a falta do efeito protetor da atividade física.
Não encontramos correlação entre a pontuação ajustada alcançada no PAH e as
variáveis da acelerometria. Nossos resultados corroboram com resultados anteriores
demonstrados por Pereira et al. (2008) que também testou este questionário com a
ergoespirometria e também não encontrou correlação entre as variáveis73. Provavelmente, isso
tenha acontecido porque uma mensuração de 24h de acelerometria intra hospitalar pode não
refletir o real nível de atividade de vida cotidiana do paciente e nem seu grau de
condicionamento cardiovascular.
A correlação entre os Kcals inferidos pelas atividades captadas pela acelerometria e a
calorimetria, mostrou uma correlação moderada. Nossa hipótese é que com a hospitalização o
comportamento sedentário seja predominante e isso limite a correlação, o que concorda com
os resultados do estudo de Eisenmann et al. (2004) que mostrou que a correlação entre a
calorimetria indireta e a acelerometria cai, apesar de existir, quanto menor for o nível de
atividade realizada pelo indivíduo74.
No nosso conhecimento, este é o primeiro estudo que investigou a influência do nível
de atividade física na vida diária e durante a internação na incidência de complicações pósoperatórias. A maior novidade deste estudo foi a utilização de um questionário simples e
acelerômetro para avaliar candidatos à cirurgia abdominal.
21
7) CONCLUSÕES
Os nossos resultados mostram que o comportamento funcional do paciente no hospital
não reflete a vida diária, mesmo em pacientes que não estão restritos ao leito. No entanto, se o
paciente realizar atividades simples como subir escadas ou caminhar antes da hospitalização e
ainda realizar atividades durante o período hospitalar suas chances de desenvolver
complicações após a cirurgia abdominal diminui. Os pacientes idosos, tabagistas, etilistas,
com baixo VEF1 e com maior risco cirúrgico pelo têm maior predisposição de desenvolver
complicações ao procedimento cirúrgico abdominal. Os questionários não mostraram boa
correlação entre eles, porém, o questionário PAH por avaliar toda o histórico de atividade do
paciente parece ser mais adequado para essa população. A acelerometria mostrou-se válida na
avaliação dos pacientes hospitalizados comparado à calorimetria indireta.
22
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29
ANEXOS
Ficha de Avaliação
Data internação:____________________________________________________________________
Sexo: (
) F
(
) M
Data de Nascimento: _____/_____/_______
Idade:____________
Peso:______________
Altura:_____________
IMC:______________
ASA:_____________
Diagnóstico:_______________________________________________________________________
HAS:( )S( )N DM:( )S( )N IRC:( )S( )N DPOC:( )S( )N ASMA:( )S( )N ICC:( )S ( )N
Outros:___________________________________________________________________________
Tabagista: (
)S(
)N
Realiza atividade física:(
Carga tabágica: __________________
)S (
)N
Quais: __________________
Etilista: (
)S(
)N
Frequência:_____________
Alguma queixa:_____________________________________________________________________
Alguma queixa respiratória: (
)S(
)N
Questionário Internacional De Atividade Física (IPAQ versão 6)
1a. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades LEVES ou MODERADAS por
pelo menos 10 minutos, que façam você suar POUCO ou aumentam LEVEMENTE sua respiração ou
batimentos do coração, como nadar, pedalar ou varrer:
(a) _____ dias por SEMANA
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
1b. Nos dias em que você faz este tipo de atividade, quanto tempo você gasta fazendo essas
atividades POR DIA?
(a)_____ horas _____ minutos
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
30
2a. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades VIGOROSAS por pelo menos
10 minutos, que façam você suar BASTANTE ou aumentem MUITO sua respiração ou batimentos do
coração, como correr e nadar rápido ou fazer jogging:
(a) _____ dias por SEMANA
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
2b. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta fazendo essas atividades
POR DIA?
(a)_____ horas _____ minutos
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO
1a. Atualmente você trabalha ou faz trabalho voluntário fora de sua casa?
Sim (
) Não (
)
1b. Quantos dias de uma semana normal você trabalha? ______ dias
Durante um dia normal de trabalho, quanto tempo você gasta:
1c . Andando rápido:_____ horas______ minutos.
1d. Fazendo atividades de esforço moderado como subir escadas ou carregar pesos leves: ____
horas____ minutos.
1e. Fazendo atividades vigorosas como trabalho de construção pesada ou trabalhar com enxada,
escavar: ___ horas_____ minutos.
ATIVIDADE FÍSICA EM CASA
Agora, pensando em todas as atividades que você tem feito em casa durante uma semana normal:
2a . Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades dentro da sua casa por pelo menos
10 minutos de esforço moderado como aspirar, varrer ou esfregar:
(a) _____ dias por SEMANA
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
2b. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta fazendo essas atividades
POR DIA? _______ horas _____ minutos
2c. Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades no jardim ou quintal por pelo menos
10 minutos de esforço moderado como varrer, rastelar, podar:
(a) _____ dias por SEMANA
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
31
2d. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta POR DIA? _______ horas
_____ minutos
2e. Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades no jardim ou quintal por pelo menos
10 minutos de esforço vigoroso ou forte como carpir, arar, lavar o quintal:
(a) _____ dias por SEMANA
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
2f. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta POR DIA? _______ horas
_____ minutos
ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE
Agora pense em relação a caminhar ou pedalar para ir de um lugar a outro em uma semana normal.
3a. Em quantos dias de uma semana normal você caminha de forma rápida por pelo menos 10
minutos para ir de um lugar para outro? (Não inclua as caminhadas por prazer ou exercício)
(a) _____ dias por SEMANA
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
3b. Nos dias que você caminha para ir de um lugar para outro quanto tempo POR DIA você gasta
caminhando? (Não inclua as caminhadas por prazer ou exercício): _______ horas _____ minutos
3c. Em quantos dias de uma semana normal você pedala rápido por pelo menos 10 minutos para ir
de um lugar para outro? (Não inclua o pedalar por prazer ou exercício)
(a) _____ dias por SEMANA
(b) Não quero responder
(c) Não sei responder
3d. Nos dias que você pedala para ir de um lugar para outro quanto tempo POR DIA você gasta
pedalando? (Não inclua o pedalar por prazer ou exercício).
_______ horas _____ minutos
32
Perfil de Atividade Humana
Atividades
Ainda faço
Parei de fazer
Nunca fiz
1. Levantar e sentar em cadeiras ou cama (sem ajuda)
2. Ouvir rádio
3. Ler livros, revistas ou jornais
4. Escrever cartas ou bilhetes
5. Trabalhar numa mesa ou escrivaninha
6. Ficar de pé por mais de um minuto
7. Ficar de pé por mais de cinco minutos
8. Vestir e tirar a roupa sem ajuda
9. Tirar roupas de gavetas ou armários
10. Entrar e sair do carro sem ajuda
11. Jantar num restaurante
12. Jogar baralho ou qualquer jogo de mesa
13. Tomar banho de banheira sem ajuda
14. Calçar sapatos e meias sem parar para descansar
15. Ir ao cinema, teatro ou a eventos religiosos ou esportivos
16. Caminhar 27 metros (um minuto)
17. Caminhar 27 metros, sem parar (um minuto)
18. Vestir e tirar a roupa sem parar para descansar
19. Utilizar transporte público ou dirigir por 1 hora e meia
(158 quilômetros ou menos)
20. Utilizar transporte público ou dirigir por ± 2 horas
(160 quilômetros ou mais)
21. Cozinhar suas próprias refeições
22. Lavar ou secar vasilhas
23. Guardar mantimentos em armários
24. Passar ou dobrar roupas
25. Tirar poeira, lustrar móveis ou polir o carro
26. Tomar banho de chuveiro
27. Subir seis degraus
28. Subir seis degraus, sem parar
29. Subir nove degraus
30. Subir 12 degraus
31. Caminhar metade de um quarteirão no plano
32. Caminhar metade de um quarteirão no plano, sem parar
33. Arrumar a cama (sem trocar os lençóis)
34. Limpar janelas
35. Ajoelhar ou agachar para fazer trabalhos leves
36. Carregar uma sacola leve de mantimentos
37. Subir nove degraus, sem parar
38. Subir 12 degraus, sem parar
39. Caminhar metade de um quarteirão numa ladeira
40. Caminhar metade de um quarteirão numa ladeira, sem parar
33
41. Fazer compras sozinho
42. Lavar roupas sem ajuda (pode ser com máquina)
43. Caminhar um quarteirão no plano
44. Caminhar dois quarteirões no plano
45. Caminhar um quarteirão no plano, sem parar
46. Caminhar dois quarteirões no plano, sem parar
47. Esfregar o chão, paredes ou lavar carro
48. Arrumar a cama trocando os lençóis
49. Varrer o chão
50. Varrer o chão por cinco minutos, sem parar
51. Carregar uma mala pesada ou jogar uma partida de boliche
52. Aspirar o pó de carpetes
53. Aspirar o pó de carpetes por cinco minutos, sem parar
54. Pintar o interior ou o exterior da casa
55. Caminhar seis quarteirões no plano
56. Caminhar seis quarteirões no plano, sem parar
57. Colocar o lixo para fora
58. Carregar uma sacola pesada de mantimentos
59. Subir 24 degraus
60. Subir 36 degraus
61. Subir 24 degraus, sem parar
62. Subir 36 degraus, sem parar
63. Caminhar 1,6 quilômetro (± 20 minutos)
64. Caminhar 1,6 quilômetro (± 20 minutos), sem parar
65. Correr 100 metros ou jogar peteca, vôlei, beisebol
66. Dançar socialmente
67. Fazer exercícios calistênicos ou dança aeróbia
por cinco minutos, sem parar
68. Cortar grama com cortadeira elétrica
69. Caminhar 3,2 quilômetros (± 40 minutos)
70. Caminhar 3,2 quilômetros, sem parar (± 40 minutos)
71. Subir 50 degraus (dois andares e meio)
72. Usar ou cavar com a pá
73. Usar ou cavar com pá por cinco minutos, sem parar
74. Subir 50 degraus (dois andares e meio), sem parar
75. Caminhar 4,8 quilômetros (± 1 hora) ou jogar 18 buracos de golfe
76. Caminhar 4,8 quilômetros (± 1 hora), sem parar
77. Nadar 25 metros
78. Nadar 25 metros, sem parar
79. Pedalar 1,6 quilômetro de bicicleta (dois quarteirões)
80. Pedalar 3,2 quilômetros de bicicleta (quatro quarteirões)
81. Pedalar 1,6 quilômetro, sem parar
82. Pedalar 3,2 quilômetros, sem parar
83. Correr 400 metros (meio quarteirão)
34
84. Correr 800 metros (um quarteirão)
85. Jogar tênis/frescobol ou peteca
86. Jogar uma partida de basquete ou de futebol
87. Correr 400 metros, sem parar
88. Correr 800 metros, sem parar
89. Correr 1,6 quilômetro (dois quarteirões)
90. Correr 3,2 quilômetros (quatro quarteirões)
91. Correr 4,8 quilômetros (seis quarteirões)
92. Correr 1,6 quilômetro em 12 minutos ou menos
93. Correr 3,2 quilômetros em 20 minutos ou menos
94. Correr 4,8 quilômetros em 30 minutos ou menos
ACELERÔMETRO
PASSOS___________________ Kcal/ DIA__________________ MET’s_____________________
% SEDENTARISMO_________ % DEITADO_______ %SENTADO__________ %ANDANDO______
CALORÍMETRO
Kcal/ DIA__________________ Kcal/ DIA Previsto____________________ %_________________
VO2______________ FeO2________________ Vol/Min________________ FR______________
ESPIROMETRIA
CVF_________________ VEF1_____________________ VEF1/CVF_______________________
35
Parecer Consubstanciado do CEP
36