Painel

Transcrição

Painel
Mapa das independências
africanas (Aniceto Afonso
e Carlos de Matos Gomes,
Guerra colonial, Lisboa,
Editorial Notícias, 2000).
A África
Levanta-se
No rescaldo da II Guerra Mundial, muitos povos oprimidos desafiam as velhas metrópoles coloniais e começam
uma caminhada para a liberdade e a dignidade.
Esse caminho será, no entanto, duro e repleto de equívocos. Mas a esperança pareceu varrer a Ásia e a África,
dando voz aos que estavam há muito silenciados.
Erguem-se a Índia e a China. A Indonésia ascende à independência. O Vietnam expulsa os ocupantes franceses. A Conferência de Bandung declara o imperialismo e
o racismo crimes contra a Humanidade e lança os princípios do Não Alinhamento. No Egipto, Nasser nacionaliza o Canal do Suez. Na América Latina triunfa a
Revolução Cubana.
Patrice Lumumba é eleito Primeiro-Ministro da República
do Congo (ex-Congo belga), que ascendeu à independência em 30 de Junho de 1960 – será assassinado em
17 de Janeiro de 1961.
“
“A África não será verdadeiramente livre
enquanto uma parcela do continente estiver sujeita ao domínio colonial e imperialista.”
A Argélia conquista a sua independência em 1962, após
uma dura luta de libertação nacional. E, no ano seguinte, o Quénia.
Na passagem dos anos 50 para a década de 60, na sequência da emergência dos movimentos e dos partidos
políticos emancipalistas, a África conhece os grandes movimentos descolonizadores e inicia o seu percurso das independências e de novas vias políticas e económicas.
Amílcar Cabral, “Sobre a ajuda de África aos
nossos Movimentos de Libertação Nacional”
Gamal Abdel Nasser e Jawaharlal Nehru na Conferência
de Bandung (Indonésia), Abril de 1955. Estiveram presentes os líderes de 29 Estados asiáticos e africanos.
Essas novas nações pós-coloniais encontram em Portugal, no governo de Salazar, uma total incompreensão e
animosidade, que dá lugar a uma política integracionista
cosmética, agravada pelo reforço da exploração das riquezas das possessões coloniais e pela adopção de crescentes medidas repressivas.
Após a vitória dos Aliados na II Guerra Mundial,
as potências coloniais viram-se obrigadas a conceder a independência a muitas das suas possessões.
Em Portugal, o regime salazarista ignorou esse
movimento impetuoso dos povos coloniais, tomando, pelo contrário, toda uma série de medidas integracionistas que visavam a
perpetuação do domínio sobre as matérias-primas e a mão-de-obra dos territórios sob sua administração.
Patrice Lumumba.
Kwame Nkrumah, primeiro-ministro do Ghana
após a independência do país, em 1957, e seu presidente entre 1960 e 1966.
”
Léopold Sédar Senghor, presidente do Senegal após a
independência do país em 1960.
Dirigentes da Frente de Libertação Nacional da Argélia capturados pelas tropas francesas em 22 de Outubro de 1956, na sequência do sequestro do avião civil marroquino em que seguiam
para o Egipto. Ben Bella, à direita, será o primeiro presidente da
Argélia independente.