- Jornal Cidade S/A

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EDIÇÃO MENSAL | Nº 19 | Fevereiro de 2015 | Distribuição Dirigida para Indústrias e Usinas | Circulação regional
Jorge Innocêncio
Ele é especialista em propriedade
industrial e agronegócio. Conheça
Água x alimento
A crise hídrica que o Brasil
atravessa põe em risco também a
oferta de alimentos
Empresa
amiga
Alta do dólar
Mesmo elevando o custo da produção,
preço da moeda americana pode
alavancar exportações brasileiras
O agronegócio está
nas redes sociais
A principal intenção de uma comunicação eficiente nas redes sociais é utilizar o público como disseminadores
da marca. Mas no Brasil as empresas de agronegócio ainda aproveitam pouco os benefícios das ferramentas
online. O segmento investe menos de 1% de seu orçamento em marketing digital
arte guto gaspar
Mercado competitivo
A terceirização é um fenômeno irreversível que garante
eficiência e competitividade às
indústrias
Saber usar
A capacitação dos produtores
é primordial para que o uso da
água na agricultura seja mais
sustentável
adaptação Ferramentas de baixo custo podem oferecer bom retorno quando bem aplicadas
Opinião
Fevereiro de 2015
Cidade S/A
editorial
divulgação
Espera e
soluções
Agora o ano deve começar pra valer. O carnaval já passou e o mercado precisa se aprumar.
Muita gente ainda espera por medidas, resoluções e soluções que
podem demorar a vir, se é que virão. O setor de cana-de-açúcar continua desanimado à medida que o mercado de grãos enxerga uma
luz, ainda que pequena, no fim do túnel.
A escassez de água é assunto recorrente desde meados de 2014 e
ainda não começou a chover pra valer. A produção de alimentos em
algumas regiões pode ficar comprometida mas é possível, respeitando algumas medidas, produzir sem abusar dos recursos hídricos já
que os segmentos agrícolas utilizam em torno de 70% do consumo
de água no Brasil.
E respeitar o meio ambiente também é a preocupação da Fundecitrus, que lançou e está certificando parceiros com o selo Empresa
Amiga do Citricultor, incentivando ações de sustentabilidade para
o controle de doenças, como manejo conjunto entre citricultores e
educação fitossanitária.
Garantir competitividade e eficiência é o que toda indústria almeja e isso pode ser alcançado com a terceirização na produção. E o
mercado já enxergou isso. Uma pesquisa da CNI aponta que 69,7%
das empresas industriais utilizam serviços terceirizados. Outra tendência, porém ainda incipiente, é o uso das redes sociais no campo.
Será que esse tipo de interação combina com o agronegócio? Com
certeza. É só saber usar.
E mais um mês decorre e cada vez mais o agricultor espera dos
céus ou da terra, de alguém, que a safra melhore, que a planta nasça,
que ele possa investir, para que a indústria ganhe, que tenha emprego. E mais uma vez, ele segue plantando e esperando para colher.
Assim como todos nós.
Diretora de Jornalismo
pesquisas Testes em condições reais de campo para cana “seca“ estão previstos para 2016. No laboratório estão sendo
desenvolvidas mais duas linhas de pesquisa de engenharia genética com cana-de-açúcar: uma para aumento de conteúdo de
biomassa e outra para modificação da parede celular, que favoreceria produção de etanol celulósico
Artigo
Cana tolerante à seca
Jorge Innocencio da Costa*
| AI Abag
Que venham os ajustes
O Show Rural Coopavel realizado
de ajustes profundos, porém não de
todos os anos em Cascavel no Paraná
catástrofes como era temido desde o
é importante para agricultura brasi-
fim das eleições. Talvez o único hiato
leira por uma série de fatores. O prin-
que exista neste ano seja a cana-de-
cipal deles é que por ser o primeiro
-açúcar e toda a sua cadeia, uma vez
evento de agronegócio do ano, ele é
que os fabricantes de máquinas para
tido por especialistas como um ter-
este segmento, igualmente aos usi-
mômetro sobre como será o desem-
neiros, parecem estar encurralados,
penho do setor no ano.
salvo se houver uma grande inter-
Em 2015, apesar de todos os reve-
venção estatal.
ses da economia o evento sinalizou
Mesmo esquecidos pela falta de
bons ventos para o setor, em especial
política, os fabricantes brasileiros
nota-se uma demanda por equipa-
de máquinas agrícolas e os agricul-
mentos que provêm uma agricultura
tores tentam a duras penas manter
mais tecnificada, com uso mais ra-
a vocação agrícola do país. Estamos
cional dos insumos e uma integração
longe de termos os subsídios dos
maior da lavoura, pecuária e floresta.
Grain Belts e Corn Belts dos Estados
Segundo alguns fabricantes, mesmo
Unidos, onde o governo fornece ge-
com a alta nos juros das linhas de
nerosos subsídios aos agricultores e
crédito do BNDES a procura pelos
fabricantes, mas se sem essas benes-
financiamentos foi semelhante a do
ses somos considerados o celeiro do
mesmo período do ano passado.
mundo, imagine se tivéssemos um
Assim, mais uma vez o agronegócio brasileiro visualiza um ano
Jornalista responsável
Ingrid Alves - MTB: 0070761/SP
[email protected]
Diretor Comercial
Felipe Bambozzi Veasey
[email protected]
financeiro
Carolina M. Gandolfi
[email protected]
pouco menos de obstáculos...
* Consultor técnico
A Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está desenvolvendo uma
variedade de cana tolerante à
seca. O objetivo é minimizar
o impacto da menor disponibilidade hídrica na produção
de cana-de-açúcar através de
modificação genética. A informação foi divulgada pelo site
canaonline. Para o engenheiro
agrônomo e coordenador do
Departamento Técnico – Detec
da Associação dos Plantadores
de Cana da Paraíba (Asplan),
Vamberto de Freitas, o projeto
é extremamente importante
para a cultura da cana no Nordeste, embora os resultados
em campo só devam ser vistos
mais adiante.
O setor sucroenergético
precisa de variedades mais tolerantes à seca, até porque as
diagramação
Luiz Gustavo Gementi Gaspar
novas áreas de expansão da
cultura têm problemas de estiagem prolongada ou chuvas
irregulares. “Esse tipo de variedade é importante porque nos
dá mais opções. Isso diminuiria também nossa área de renovação porque teríamos uma
cana mais tolerante”, comentou Vamberto, frisando que a
pesquisa é algo mais demorado
por causa da necessidade de
observação do comportamento da variedade.
Em função da complexidade da tolerância à seca, os
pesquisadores da Embrapa estão utilizando um gene que
codifica proteínas reguladoras
de diversos outros genes. “A
tolerância à seca é uma característica que está sendo trabalhada biologicamente pela
Embrapa e isso envolve vários
mecanismos. Por isso é que devemos esperar mais um pouco
para ver os resultados”, disse
Vamberto, elogiando a ação.
“Precisamos de mais pesquisas
nesse sentido. A Embrapa está
de parabéns pela iniciativa,
até porque vem sendo publicado que estudos indicam que
a cana apresenta aumento no
teor de sacarose e da taxa de
brotação”, continuou o engenheiro agrônomo.
Os testes em condições reais de campo estão previstos
para começar em 2016. Na Embrapa Agroenergia, há ainda
duas outras linhas de pesquisa
de engenharia genética com
cana-de-açúcar: uma para aumento de conteúdo de biomassa e outra para modificação da
parede celular. Esta última visa
a facilitar o acesso aos açúcares
do bagaço e palha, o que favoreceria a produção de etanol
celulósico (2G) e outros produtos de alto valor agregado
O Jornal Cidade S/A é uma publicação da
ASSISTEnte de produção
Mariluci Schiavetto
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Personagem
Jorge Innocêncio da Costa
| ingrid alves
A cultura de proteção à propriedade intelectual no Brasil
tem sido crescente. Muitas vezes, a patente ou a marca é para
uma empresa pequena ou média a única forma de se proteger
da concorrência voraz das multinacionais. E é esse suporte,
para que a empresa tenha uma
proteção mais adequada de seus
ativos imateriais, a especialidade do matonense Jorge Roberto Innocêncio da Costa, de 35
anos.
Formado em Direito, ele
tem cursos de especialização
em Propriedade Industrial
pela WIPO e em Propriedade
Industrial e Agronegócio pela
Universidade Federal de Santa
Catarina. “Eu comecei a trabalhar ainda garoto, por volta dos
quatorze anos. Aos 19 fui convidado para trabalhar na Marchesan [Implementos Agrícolas] para ser assessor de marcas
e patentes. Lá tive os primeiros
contatos com essa área; como
envolvia muita engenharia
mecânica eu sempre fui um entusiasta deste ramo, aprendi o
funcionamento das principais
máquinas agrícolas existentes
no mercado”, conta Jorge.
Atualmente, ele faz todo o
processo administrativo junto ao INPI, órgão do governo
responsável por conceder as
proteções. A patente, mais especificamente, é um documento técnico em que se descreve
o que existe no mercado, que
é chamado de estado da técnica, e o que a invenção proposta
vai melhorar. Ele também atua
com credenciamento de empresas junto ao BNDES. “Hoje
o processo de credenciamento
demanda uma apresentação
bastante detalhada do ciclo de
produção e vida do produto
que visa vender através das linhas de créditos do respectivo
banco, desta forma assisto as
principais empresas do setor
metalmecânico nessa necessi-
dade”, explica Jorge.
O profissional começou a
trabalhar bem cedo para os
atuais padrões. Foi office-boy,
trabalhou em gráficas e agências de publicidade e ainda
adolescente sempre teve a expectativa de ingressar em uma
grande empresa da cidade até
que foi trabalhar na Marchesan
aos 19 anos. Lá ele ficou por
cinco anos e teve os primeiros
contatos com a literatura e prática do agronegócio. Depois foi
para a Baldan, onde trabalhou
como coordenador de marcas
e patentes até 2009. “Vendo a
crescente demanda do mercado por serviços relacionados
às áreas em que atuava resolvi
abrir uma empresa de consultoria, a Alberto e Innocêncio.
Seis anos se passaram e tenho
a satisfação de ter atendido algumas das mais importantes
empresas da América Latina,
bem como de ser procurado por
alguns dos escritórios de maior
renome do país para auxiliar ou
revisar processos de patente”,
orgulha-se.
Para Jorge, a sua geração
tinha uma satisfação cada vez
mais rara para os dias de hoje, a
vontade de aprender e ser desafiado. Quando ele ingressou em
uma empresa de grande porte
era um garoto em termos profissionais, mas ele conta que foi
modelado no mais clássico estilo italiano pelas empresas que
passou. “Éramos continuamente desafiados a melhorar. Nesses
anos pude aprender três novos
idiomas, conceitos de mecânica, eletrônica e acima de tudo
como ter postura profissional”,
revela.
“Hoje tenho a certeza que
os ensinamentos lá de trás me
serviram como uma base sólida, pois quando estou diante de
alguma decisão ou de um problema por certo me recordo de
alguma frase que ouvi de algum
diretor ou dono dessas empresas e isso me faz prosseguir sempre”, ensina Jorge.
3
Sustentável
Fundecitrus lança selo “Empresa
Amiga do Citricultor”
4
Iniciativa valoriza empresas que apoiam ações coletivas de manejo de doenças e conscientização dos citricultores
| AI Fundecitrus
O Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus lançou o
selo “Empresa Amiga do Citricultor” para reconhecer as empresas
ligadas à cadeia de citros que incentivam ações de sustentabilidade para o controle de doenças,
como manejo conjunto entre
citricultores e educação fitossanitária.
As empresas de defensivos
Bayer Cropscience, FMC, Ihara e
Syngenta receberam o selo pelo
apoio prestado ao sistema de
Alerta Fitossanitário, criado para
incentivar o manejo regional do
greening (huanglongbing/HLB)
e estimular os citricultores a trabalharem em conjunto com seus
vizinhos para reduzir a população
de psilídeo, inseto que transmite
a doença.
O programa prevê ainda encontros e reuniões com produtores para a multiplicação de boas
práticas e medidas mais racionais
nas pulverizações contra o inseto.
Para a Syngenta, uma das primeiras empresas a dar apoio ao
programa, a parceria irá trazer resultados importantes. “Acreditamos no manejo regional e no uso
correto e seguro dos produtos. O
caminho é esse”, afirma o Desenvolvimento Técnico de Mercado
da Syngenta, Thales Barreto.
Para o consultor de desenvolvimento de mercado da Ihara,
Rodrigo Naime Salvador, o alerta
fitossanitário é uma oportunidade do setor citrícola se unir para
o controle da pior doença da ci-
tricultura. “Neste momento de
busca de novas tecnologias e um
novo modelo de produção, toda a
cadeia produtiva deve estar unida
pelos objetivos comuns: contra o
HLB e pela viabilidade da citricultura. A proposta do Fundecitrus
de fomentar o controle regional
do psilídeo, levando os produtores a tomarem ações eficazes em
harmonia com toda região é uma
solução viável”, declara.
A Bayer CropScience tem
apoiado este e outros programas e pesquisas do Fundecitrus
apostando na sustentabilidade.
“Buscamos a sustentabilidade da
citricultura por meio do apoio a
projetos e ações que promovam
o desenvolvimento da cultura”,
afirma o gerente de Cultura Citrus, Ricardo Baldassari.
A sustentabilidade também é
o foco da FMC. “O Alerta Fitossanitário coordenado pelo Fundecitrus junto com os associados
é uma grande iniciativa que está
promovendo a sustentabilidade
da cadeia citrícola no estado de
São Paulo na ação coletiva para
controle da praga”, afirma o
gerente de Marketing, Flavio Mitsuru Irokawa.
O sistema do Alerta
Fitossanitário monitora a população de
psilídeo em mais de
125 mil hectares de
citros por meio de
14,9 mil armadilhas
adesivas amarelas georreferenciadas. Todos
os citricultores têm acesso gratuito aos resultados do
programa e podem participar com
o envio de informações sobre a
situação da praga em seu pomar.
Mais informações podem ser obtidas e o cadastramento pode ser
feito no site http://www.fundecitrus.com.br/alerta-fitossanitario.
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Tecnologia
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O uso das redes sociais na agricultura
Setor aproveita pouco os benefícios das ferramentas online para se relacionar com clientes
divulgação
vantagem Conteúdo deve ser desenvolvido com foco no relacionamento com o público
| Mariluci Schiavetto
As redes sociais são usadas
cada vez mais por empresas
de varejo que observam aumento nas vendas e melhora
no relacionamento com os
clientes. Mas no Brasil as empresas de agronegócios ainda
aproveitam pouco os benefícios das ferramentas online.
O segmento investe menos
de 1% de seu orçamento em
marketing digital, o que pode
se tornar um problema já
que comunicação é essencial
e qualquer setor precisa se
integrar para melhorar seus
processos de exposição.
O estudo Agronegócios
2.0 da consultoria brasileira
TerraForum demonstra que
há um grande espaço para o
crescimento do uso de ferra-
mentas web dentro da cadeia
do agronegócio. O resultado
deve ser sentido pelo consumidor com a oferta de melhores produtos e preços e
pelos produtores com o fortalecimento do relacionamento
entre os públicos-alvo que
atuam nas diversas redes de
negócios permitindo um trabalho mais globalizado, troca
de experiências e dinamismo.
Para as empresas, a vantagem de se usar as mídias sociais é que elas permitem uma
resposta mais rápida, além da
interação entre cliente e empresa. Assim, fica fácil saber o
que os seus clientes pensam
de seus produtos. É certo que
um fato que ganha repercussão vai direto para os canais
de comunicação da internet e
recebe comentários de outros
usuários, que querem expressar seu conhecimento sobre
o tema ou mesmo comentar
o seu atendimento por determinada empresa.
A maior parte dos bons
exemplos de uso de redes sociais por membros da cadeia
do agronegócio está no exterior, como é o caso das unidades da AGCO e da Monsanto
nos Estados Unidos, a bolsa
Tecnologia
de mercadorias de Chicago
e também uma coalizão de
produtores rurais do estado
americano do Maine. Mas o
estudo também avalia investidas brasileiras, como as da
Secretaria de Agricultura de
São Paulo, da Rede de Inovação Tecnológica para Defesa
Agropecuária e da Brasil Foods, entres outras.
A Marchesan, uma das
maiores empresas fabricante
de implementos agrícolas do
mundo, utiliza o Facebook e
o Youtube para se comunicar
e atender às necessidades dos
agricultores e, segundo o analista de marketing da empresa, Luís Varella, o feedback
por parte dos usuários é crescente e positivo.
“O Youtube é um grande
canal para difusão de vídeos explicativos, comerciais e
demonstrações de produtos,
com ele é possível fazer chegar a informação ao agricultor de forma menos invasiva
e mais incisiva. Pensando no
lado financeiro, é possível
colher bons resultados com
7
um orçamento menor, pois
a publicação é gratuita e não
demanda altos investimentos
em veiculação como as de
mídias tradicionais. Já o Facebook é um canal de maior
contato. Os usuários o utilizam com maior frequência
para sanar dúvidas e fazer comentários. O utilizamos também para fazer as coberturas
dos eventos, onde os usuários
verificam o que está acontecendo e sendo apresentado
no stand” explica Luis.
Para o analista de marketing, este é um canal de duas
vias, em que além de fornecer informações, a empresa
recebe o feedback por parte
dos consumidores.”Este feedback ajuda na elaboração de
novos produtos e a conhecer
melhor as reais necessidades
diárias dos agricultores. Mas
de nada adianta estar presente na rede e não dar a devida atenção. Para conectar-se
com os consumidores através
das redes sociais é necessário
profissionais qualificados e
acima de tudo pronta-respos-
ta “, diz.
O publicitário Denis Pupin, da agência Arena, de São
Carlos, esclarece que existem
perfis diferentes de empresas
presentes nas redes sociais e
maneiras distintas de atuarem em relação a comunicação. “A eficiência do resultado é proporcional ao grau de
profissionalismo dedicado ao
desenvolvimento do trabalho. As marcas que utilizam
a plataforma como forma de
relacionamento conquistam
maior destaque e presença da
marca junto ao público”, salienta.
A principal intenção de
uma comunicação eficiente
nas redes sociais é utilizar o
público como disseminadores da marca. Para Denis, as
pessoas acreditam mais na
opinião de outras do que nas
mensagens divulgadas pelas
empresas. Segundo ele, todos com acesso a tecnologia
ganharam poder de decisão.
As marcas precisam entender
que a dinâmica da comunicação mudou e que não estão
lidando
simplesmente
com consumidores, mas
com pessoas que
possuem
sentimentos, razões e
emoções.
Para as
empresas
do setor agrícola e até mesmo
produtores rurais
obterem vantagens
e gerar negócios por
meio das redes sociais,
o publicitário afirma que trabalhar o conteúdo com intenção de venda direta e momentânea pode ser invasivo
e ineficiente. Outro fator que
merece atenção é o alcance
do conteúdo, pois algumas
plataformas o limitam fazendo com que a sua mensagem
nem sempre atinja o objetivo
almejado sendo necessário o
investimento em links patrocinados para aumentar a fre-
quência.
“Acreditamos que desenvolver conteúdo com foco
em se relacionar com o público alvo é o caminho mais
vantajoso para gerar bons
negócios. Planejar a médio e
longo prazo com o equilíbrio
de um bom conteúdo e alcance significativo é fundamental para obter bons resultados
e otimizar o investimento”,
completa Pupin.
Economia
8
Alta do dólar beneficia as exportações
Lado negativo é o alto custo na produção
Divulgação
2014: Exportações
na região
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC) divulgou em
meados de janeiro o saldo comercial por município do Estado de São Paulo referente ao
ano de 2014. Com base nessas
informações, o Depecon e o
Derex/Fiesp-Ciesp elaboraram
uma análise do comércio exterior de cada uma das 39 Diretorias Regionais (DR) do Ciesp.
No âmbito agregado, o saldo da Balança Comercial do
Estado de São Paulo foi deficitário em US$ 27,1 bilhões no
acumulado do ano de 2014.
As exportações somaram US$
57,8 bilhões, registrando que-
da de 8,2% em relação ao mesmo período de 2013. Por sua
vez, as importações acumularam US$ 84,9 bilhões, uma
queda de 5,5% em relação ao
acumulado do ano de 2013.
Para efeito de comparação,
o saldo da Balança Comercial
do Brasil no acumulado do
ano de 2014 foi deficitário em
US$ 4,0 bilhões, ante um superávit de US$ 2,3 bilhões no
mesmo período em 2013. As
exportações brasileiras atingiram no ano de 2014 US$ 225,1
bilhões, uma queda de 7,0%
em relação ao mesmo período de 2013. Já as importações
acumularam US$ 229,1 bilhões, uma queda de 4,5% em
relação ao acumulado do ano
de 2013.
Variação
(Jan-Dez 2014 / Jan-Dez 2013)
Diretoria regional
Exportação
Importação
RIBEIRÃO PRETO
-13,0%
-3,3%
ARARAQUARA
-37,1%
12,6%
SERTÃOZINHO
-23,7%
35,1%
MATÃO
-10,1%
-9,3%
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
29,0%
43,2%
Divulgação
alta Estimativa é exportar mais e reduzir o déficit da balança comercial em 2015
|Da Redação
Entre as previsões para o
ano que se inicia, uma é certa:
o dólar continuará com tendência de alta durante todo o
período. O patamar de R$ 2,80
para a moeda norte-americana
previsto pela FCStone para o
segundo semestre foi atingido
logo no início de fevereiro.
Segundo Francisco Matturro, vice presidente da Abag
(Associação Brasileira de Agronegócio), o dólar não subirá livremente, o Governo deve fazer intervenções pontuais com
o propósito de controlar a inflação. “O movimento cambial
no início de janeiro registrou
baixas. O governo deve fazer
intervenções pontuais utilizando as reservas internacionais para equilíbrio da balança
de pagamentos e controle de
inflação”, explica Matturro.
O lado negativo da alta do
dólar é a pressão no nível de
preços, na compra de insumos
e nos custos de produção, que
serão mais elevados neste ano.
Não só pelo efeito do dólar,
como também por consequência do aumento da energia
elétrica, combustíveis e salário
mínimo.
A consultoria FCStone
aponta que o lado positivo da
alta do dólar é a competitividade que ela proporciona às
exportações brasileiras. Estima-se exportar mais este ano
e reduzir o déficit da balança
comercial.
Além do momento delicado que vive a economia brasileira, que faz o real desvalorizar frente ao dólar, o cenário
internacional também beneficia essa tendência altista. A
economia dos Estados Unidos
está em recuperação, enquanto potências como a União
Europeia, China e Japão dão
sinais de desaceleração de suas
economias.
Em 2014, a balança comercial brasileira – que é a diferença entre exportações e importações - teve um déficit de US$
3,93 bilhões, o primeiro desde
o ano 2000 e o pior resultado
desde 1998.
Aparecido Sidnei Candido,
gerente de exportação da Baldan Implementos Agrícolas,
explica que uma das maneiras de o Brasil estimular sua
competitividade é depreciar o
real em relação ao dólar (perda
do valor do real frente a outras moedas). A alta do dólar
alavanca as exportações das
indústrias, tornando vários setores mais competitivos e também ajuda na capitalização das
empresas.
“É importante lembrar que
a desvalorização da moeda
pode ser algo bom para a economia do Brasil, uma vez que
uma moeda mais fraca gera
uma taxa de câmbio mais desvalorizada, o que certamente
estimularia a produção industrial e consequentemente as
exportações e o emprego. Isso
certamente geraria um crescimento econômico no país”,
acredita Sidnei.
Na segunda semana de fevereiro, o dólar turismo passou
os R$ 3. Agora é esperar para
ver a que preço a moeda americana chegará e como a indústria se beneficiará com isso.
9
Mercado
10
Água e agricultura: como será 2015?
Para não comprometer mais o abastecimento, recurso deve ser usado com racionalidade
Divulgação
limpa Agricultura toma a água emprestada da natureza e grande parte dela, depois de utilizada, volta para a atmosfera
|Mariluci Schiavetto
A crise hídrica que o Brasil
atravessa põe em risco não só
o abastecimento de água nas
cidades, mas também a oferta
de alimentos nos mercados do
país. O conhecimento científico gerado nas últimas décadas
comprova ser possível utilizar
água na produção vegetal e
criação animal com racionalidade e sem desperdício. Diante da crise hídrica em regiões
importantes do Brasil, é fundamental que a sociedade tenha
acesso a este conhecimento.
O crescimento das áreas urbanas e industriais influenciou
diretamente no aumento da
demanda pela água dos mananciais. Outro setor sobrecarregado com isso é o de energia
elétrica que passou a exigir um
maior parque gerador de energia, que por sua vez, trouxe a
necessidade de aproveitamentos hidrelétricos. Numa ação
em cadeia, surgiu a demanda
por crescimento na produção
de alimentos, que encontrou
na agricultura irrigada o canal
apropriado para se satisfazer.
Dados do Programa Mundial de Levantamento sobre a
Água da ONU informam que
os segmentos agrícolas utilizam em torno de 70% do consumo. No Brasil, cerca de 72%
das vazões disponíveis iriam
para a agricultura - em especial a irrigada - 11% matam
a sede dos rebanhos, 9% são
distribuídos para as cidades
e 1% abastece as áreas rurais.
Esses números são muito difundidos, mas não consideram
a qualidade da água retornada
ao rio no caso da indústria e
do setor urbano, e também a
quantidade de água evaporada
nas barragens que se destinam
à produção elétrica. É preciso
também considerar que a agricultura utiliza a água no estado natural e não água tratada,
a custos muitas vezes substanciais.
É preciso relativizar a afirmação que “a agricultura é
o maior usuário de água no
mundo”, já que a agricultura simplesmente toma a água
emprestada da natureza. Gran-
de parte da água utilizada pelo
setor volta para a atmosfera,
pela evaporação da água presente nas camadas superficiais
do solo, pela transpiração que
ocorre nas folhas das plantas,
pela água que drena e recarrega os aquíferos e que escoa
para as fontes. É o que se chama de ciclo hidrológico, que
nada mais é que a contabilização da água que entra e sai da
atmosfera, da crosta terrestre
e dos corpos de água (lagos,
reservatórios, rios, mares, oceanos).
Práticas de intensificação
sustentável da agropecuária,
nas quais o Brasil tem se destacado, terão grande impacto no
ciclo hidrológico, com maior
recarga de aquíferos e com a
melhor regularização do fluxo
hídrico ao longo do ano. A Integração Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF) é também outra
opção por se tratar de uma estratégia que proporciona a produção sustentável integrando
atividades agrícolas, pecuárias
e florestais na mesma área. Em
cultivo consorciado, em suces-
são ou rotacionado à adoção
do ILPF leva a uma substancial
proteção do solo e da água. São
práticas que, além de ajudar o
agricultor a elevar a produtividade e a lidar com o desafio de
descarbonizar a agricultura, reduz a pressão sobre os recursos
solo e água. Hoje temos cerca
de 60 milhões de hectares de
pastagem degradadas no Brasil
que poderão ser ocupadas por
sistemas integrados, futuros
produtores de água limpa.
Otimizar a utilização da
água na agricultura é possível utilizando infraestrutura
e tecnologias já disponíveis.
Fonte Inmet
médias Precipitação prevista para fevereiro/março/abril de 2015
Mercado
Na agricultura irrigada temos
que evitar perdas nas tubulações e canais que conduzem a
água de uma fonte até a área
agrícola, na sua distribuição
dentro de uma área e na aplicação de água e também utilizando a quantidade que a
cultura necessita, de acordo
com conhecimento técnico e
equipamentos recomendados.
Na agricultura de sequeiro ou
dependente de chuva, existem
práticas agrícolas que ajudam
a conservar a água pluvial,
como o plantio direto e a utilização de curvas de nível na
área a ser plantada.
Perdas
Este ano, para a agricultura, os dados disponíveis
não demonstraram situações
graves ou de alarme generalizado. Pelas informações disponíveis até o momento, não
se prenuncia uma situação de
perdas significativas na safra
2014/2015, já que os veranicos
de 20 a 25 dias são comuns e
têm ocorrido sistematicamente a cada 4 a 5 anos sem afetar drasticamente a produção
agrícola brasileira. Há, no entanto, situações localizadas de
maior escassez, especialmente
no entorno das grandes cidades da região Sudeste.
São Paulo, Minas Gerais e
Rio de Janeiro são os principais produtores de hortaliças
do país. Folhosas, cenoura e
11
Divulgação
tomate e boa parte das hortaliças consumidas no Norte e
no Nordeste do Brasil provêm
desses três estados. Há, portanto, necessidade de acompanhar com atenção situações de
escassez de água de irrigação
no entorno da região Sudeste,
em especial durante o inverno
de 2015, quando o suprimento
de hortaliças poderá ser afetado.
Dificuldades
A agricultura pode enfrentar melhor as dificuldades relativas à crise hídrica com a
promoção da reservação – que
nada mais é do que construir
reservatórios para armazenar
água e utilizá-la para irrigação,
e se possível, para outros fins
– com a ampla disseminação
de práticas de conservação do
solo e da água e a construção
de pequenas e médias barragens na parte baixa das nascentes nas microbacias que
compõem as principais bacias
hidrográficas. É importante
incentivar o plantio direto e
a construção de terraços nas
áreas de produção de grãos e
terraceamento nas áreas destinadas à produção de fruteiras,
florestas plantadas e pastagens.
Essa ação garantiria a “produção” de água nas fazendas,
com intensificação da infiltração de água no solo, o que elevaria os níveis dos aquíferos e
do lençol freático, permitindo
alimentos Agricultura irrigada surgiu com o crescimento da demanda
a regularização dos fluxos dos
cursos de água durante o ano
e, ainda, reduzindo o volume
do fluxo instantâneo causador
de enchentes após a ocorrência de chuvas intensas.
Considerando a precipitação média anual no Brasil
e a efetivação dessas ações de
“produção” e reservação de
água, teríamos à disposição
água suficiente para o abastecimento humano e animal, para
a produção de energia e para
aumentar significativamente
as áreas irrigadas no país. Com
a implementação do novo
Código Florestal inicia-se um
processo massivo de recomposição de APPs, com reflorestamento de matas ciliares que
evitarão o assoreamento dos
corpos d’água e possibilitarão mais fluidez dos cursos de
água das bacias hidrográficas.
Boa utilização de água
Existe uma série de critérios técnicos que podem ser
utilizados pelos produtores
para uma boa utilização da
água, sem eventuais desperdícios. Tem-se o exemplo do uso
da cobertura morta, que pode
ajudar na conservação de água
no solo, e o exemplo da medição por meio de sensores da
quantidade de água que está
no solo e das condições meteorológicas, que auxiliam a
definir a quantidade de água
a ser aplicada por um sistema
de irrigação, e que também
vai depender da fase em que
a cultura se encontra, ou seja,
de muita ou pouca exigência
de água. Isso varia em função
da região, cultura e do sistema
de produção agrícola que está
sendo utilizado. Em resumo, o
produtor precisa utilizar critérios técnicos para a água que
utilizará na irrigação.
A capacitação dos produtores é primordial para que
o uso da água na agricultura
seja mais sustentável, principalmente quando a irrigação
for utilizada. A gestão eficiente dos recursos hídricos passa pelos vários usos exigindo
atenção na busca de soluções
para se garantir suficiência do
recurso. É importante reservar
água para a agricultura e, se
possível, também para outros
fins, como a geração de energia e abastecimento de cidades
e indústrias, o que implica a
necessidade de uma gestão integrada dos recursos hídricos.
*Com informações: Embrapa
Tendência
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Terceirização garante eficiência e
competitividade na indústria
Tendência está cada vez mais em alta em todos os setores da produção industrial
Gabriel Nogueira
Gabriel Nogueira
diferencial Empresa especializada em industrialização de terceiros tem mão de obra qualificada e investe em maquinários
|Ingrid Alves
O cenário das grandes empresas com imensos barracões
com áreas segmentadas que
produz desde o parafuso até a
montagem da máquina final
está cada vez mais raro. Visando diminuir custo e garantir
prazo e eficiência, e com isso
maior competitividade, cada
vez mais as indústrias estão
terceirizando a linha de produção. E isso em todos os setores.
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), realizada em meados
de 2014, aponta que 69,7%
das empresas industriais – de
transformação, extrativas e
construção civil – utilizam serviços terceirizados e 84% das
companhias que terceirizam
pretendem manter ou ampliar
a utilização do recurso nos
próximos anos.
Na avaliação da CNI, a terceirização é um fenômeno irreversível, reflexo da divisão
do trabalho moderno num
contexto produtivo globalizado. A divisão de etapas produtivas para prestadores de
serviços terceirizados é instrumento essencial para acesso a
melhores técnicas, tecnologias
e eficiência, com reflexo direto
no custo do produto nacional.
Diego Augusto Cappi, daTechnolaser, empresa especializada em industrialização de
terceiros com corte a laser, diz
que a terceirização agiliza o
processo e, muitas vezes, diminui o custo, já que tira a produção da fábrica diminuindo
a responsabilidade sobre funcionários e maquinário. “Uma
empresa especializada em
industrialização de terceiros
tem mão de obra qualificada,
prédio adequado e investe em
bons maquinários, itens com
os quais a indústria não precisa se preocupar porque não é o
foco”, ressalta.
De acordo com dados da
CNI, dos quatro principais serviços terceirizados, três estão
ligados à estratégica produtiva: montagem e manutenção
de equipamentos industriais
(56,2%), logística e transportes (54,7%) e serviços de
consultoria técnica (47,3%).
Outras atividades estratégicas
delegadas a prestadores de
serviços incluem pesquisa e
desenvolvimento, etapas na
cadeia de suprimentos, tecnologia e segurança da informação e SAC e/ou telemarketing.
Na visão da CNI, a pesquisa
mostra que a terceirização é a
forma moderna de organização empresarial que promove
a integração de empresas no
fornecimento de bens e serviços.
A redução do tempo de
produção, aliás, é o principal
fator para a decisão de terceirizar serviços na indústria, à
frente da redução de gastos
com pessoal. Entre as empresas entrevistadas, 87,9%
consideram o ganho de tempo como fator importante ou
muito importante para terceirizar. A redução de custos
é fundamental para o sucesso
de um empreendimento, mas
vale destacar que a economia
de tempo, associada à melhora da qualidade de serviços e o
acesso a tecnologias, afeta positivamente a competitividade
das empresas.
“O processo de industrialização terceirizado é visto
como mais confiável porque a
empresa contratada é especializada naquilo”, explica Die-
pesquisa 69,7% das indústrias utilizam serviços terceirizados
go. Mas ele diz que algumas
empresas ainda são ‘conservadoras’ e acham que manter
uma linha de produção dentro
do pátio é vantajoso. Só que
muitas vezes elas não fazem
contas e o cálculo é simples.
“Há gastos com equipamento, manutenção, mão de obra,
matéria prima e alguns outros.
Aqui a peça sai pronta”, diz.
Para as empresas que prestam esse serviço, é necessário
também observar o mercado e
enxergas oportunidades. A Technolaser atua na produção de
peças para a área agrícola, civil
e automotiva.
Gabriel Nogueira
vantagem Redução do tempo de produção é o principal fator para decisão de terceirizar serviços na indústria