deUs! - Edições Shalom

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deUs! - Edições Shalom
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Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00
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A
Espiritualidade
A descoberta da Alegria
Testemunho
Fidelidade à oração: a beleza
de estar diante de Deus
Especial
Fé e Misericórdia: “Acreditem
no amor misericordioso de Deus”
Trecho da oração do Papa Francisco à Virgem Maria
na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium
(...) Mãe do Evangelho vivente,
manancial de alegria para os pequeninos,
rogai por nós.
Amém. Aleluia!”
“Virgem e Mãe Maria,
Vós que, movida pelo Espírito,
acolhestes o Verbo da vida
na profundidade da vossa fé humilde,
totalmente entregue ao Eterno,
ajudai-nos a dizer o nosso ‘sim’
perante a urgência, mais imperiosa do que nunca,
de fazer ressoar a Boa-Nova de Jesus.
Revista Shalom Maná | Sumário
8
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14
16
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20
21
24
30
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40
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A Palavra do Papa
“Eis a Serva do Senhor”
Orando com a Palavra
8
Bendito seja o Deus e Pai de Nosso
Senhor Jesus Cristo
Especial
A igreja da minha vida!
Espiritualidade
A descoberta da Alegria
Especial
Um ano novo cheio de Deus!
Especial
Campanha Vocacional Shalom 2014
Testemunho
Fidelidade à oração: a beleza
de estar diante de Deus
Assunto do Mês
16
21
A paz é possível
Especial
Fé e Misericórdia: “Acreditem
no amor misericordioso de Deus”
Especial
Um upgrade no
planejamento da vida para 2014
Vida e Saúde
Alimentação saudável: que cuidados
tomar após as festas de final de ano?
Peregrinação a Roma
João Paulo II. Um homem. Um santo!
Entrelinhas
Feliz ano novo? Mas,
qual vai ser a diferença?
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24
42
Expediente
5
Fundador e moderador geral da
Comunidade Católica Shalom
Moysés Azevedo
Coordenação Geral das
Edições Shalom
Filipe Cabral
Coordenação Editorial
Carolina Fernandes
Equipe de Redação
Carolina Fernandes
Irlanda Aguiar
José Ricardo F. Bezerra
Projeto Gráfico e Diagramação
Kelly Cristina
Gerente Comercial
Eliana Gomes Lima
Assinaturas
Meiriane Silvério da Cunha
Jornalista Responsável
Carolina Fernandes JP 2140/CE
Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00
Z
A
P
é possível!
A
Espiritualidade
A descoberta da Alegria
Testemunho
Fidelidade à oração: a beleza
de estar diante de Deus
Especial
Fé e Misericórdia: “Acreditem
no amor misericordioso de Deus”
Serviço de Apoio ao Assinante
Estrada de Aquiraz - Lagoa do Junco
Aquiraz /CE CEP: 61.700-000
Para assinar ou renovar
(85) 3308.7403 3308.7415
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Para sugestões, dúvidas,
reclamações e testemunhos
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www.edicoesshalom.com.br
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Carta aoRevista
Leitor Shalom Maná | Fé em Verso
Um ano
cheio de paz!
Mais um ano se inicia. Louvamos a Deus por todas as
graças derramadas sobre nós em 2013 e, gratos pela Sua
providência, entregamos a Ele este novo ano. Desejamos
a você, caro leitor, um 2014 repleto da verdadeira paz, que
é Cristo Jesus, o Shalom do Pai. E para meditarmos mais
sobre este tema, apresentamos no Assunto do Mês uma
profunda reflexão da missionária Elena Arreguy, que nos
fala que a verdadeira paz é possível e dela temos duas certezas: vem de Deus e passa por nós. “Somos discípulos e
ministros da paz. Jesus é a nossa Paz”.
Ainda nesta edição, trazemos para você muitas novidades. Confira o novo projeto gráfico da Revista Shalom
Maná, criado a partir do desejo de proporcionar uma leitura mais fácil e de realçar a beleza das fotos. Um layout motivado pela busca da simplicidade, pois acreditamos que
são nas coisas mais simples que Deus se manifesta. Com
o objetivo de trazer para você um conteúdo cada vez mais
rico, também investimos na criação de novas seções. Uma
delas é a Vida e Saúde, que apresentará artigos de diversos profissionais com importantes dicas de cuidados com
a saúde e com o corpo.
Veja ainda neste mês texto de Moysés Azevedo sobre
“Fé e misericórdia”; artigo de Emmir Nogueira, que nos
leva a refletir sobre as nossas ações para este novo ano e a
necessidade de entregarmos todas as coisas nas mãos de
Deus. Confira também o testemunho do missionário Pedro
Henrique Holanda sobre a graça da fidelidade à oração. Estes e muitos outros artigos estão presentes nesta primeira
edição do ano.
Que o Senhor nos abençoe ao longo de 2014 e nos faça
sempre abertos à Sua vontade. Toda a equipe das Edições
Shalom deseja a você e à sua família um ano cheio de Deus.
Boa leitura!
Shalom!
Filipe Cabral
Coordenador Geral das Edições Shalom
www.edicoesshalom.com.br | 5
Na Revista Shalom Maná de dezembro, Padre Rômulo dos Anjos nos
levou a refletir, por meio do Assunto do Mês, sobre a grande graça
do Natal, que é preparado pelo tempo do Advento. Na seção A Palavra do Papa, Francisco exortou às famílias a viverem sempre com fé
e simplicidade, como a Sagrada Família de Nazaré. Na seção Só Família, Laura Martins nos falou sobre as etapas da preparação para o
casamento. Na Shalom em Missão, a cidade do mês foi Curitiba. Na
edição passada, conhecemos também um pouco mais sobre o Projeto José do Egito. Emmir Nogueira, na seção Entrelinhas, explicou-nos
o significado da palavra epulão, alertando-nos para os riscos de uma
vida movida pela ganância e pela cobiça. Estes e muitos outros artigos estiveram na Shalom Maná de dezembro. Para nós ajudar a fazer
a próxima edição, envie sua mensagem para nós. O nosso e-mail é:
[email protected].
FORMAÇÃO HUMANA | A vida do homem não depende de coisas materiais
TESTEMUNHO| Partir em missão: alegria de servir e crescer na fé
5
Edição de dezembro
Revista Shalom Maná | Fala Leitor
Ano 26 • nº 245| Dezembro • 2013 • R$ 12,00
“Venha o
teu Reino!”
“Projeto José do Egito: resgate da dignidade
de crianças e adolescentes”
A matéria sobre o Projeto José do Egito me fez louvar e agradecer a
Deus pela inspiração da necessidade do resgate da dignidade de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e espiritual.
Mas também gerou em mim o seguinte questionamento: será que fazemos todo o possível para melhorar a vida dessas crianças e adolescentes? Infelizmente, a resposta foi: não! Como não se inquietar com tal
situação? Parece que tudo o que dizemos fazer é uma gota no oceano,
ou seja, quase nada! Não podemos mais viver no comodismo, fingir que
nada vemos e que esta situação de vulnerabilidade não nos atinge! Que
Deus nos dê a graça de sairmos deste estado de inércia e nos ensine a
amar verdadeiramente os pequeninos! Deus nos abençoe! Shalom!
5
Camila Pio de Sousa
Secretária da Assessoria de Promoção Humana da Comunidade Shalom
Promoção Humana
“As ações do Projeto partem da visão do homem como um ser integral,
que não tem somente seu corpo para ser atendido, mas todas as suas
realidades.”
Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00
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de estar diante de Deus
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Revista
RevistaShalom
ShalomManá
Maná| Fé
| Féem
emVersos
Verso
Mãe
Humilde
João Paulo Lucena Lira*
Ó Maria, quão grande é a vossa humildade,
Reflexo do amor, Mãe da humanidade.
Se quem se humilha será exaltado,
Só Deus Uno e Trino, mais que vós elevado.
Minha Mãe, Santíssima Maria,
Sede sempre o meu modelo, meu amparo e minha guia.
Sede sempre meu consolo, me conduza para o Senhor,
Sede sempre Mãe e Mestra da minha vida interior.
Vós que sois cheia de graça e de suma caridade,
Impetrai em vossos servos a virtude da humildade.
Para assim servir a Deus, com amor e paciência,
Louvaremos vosso nome, ó Rainha de Clemência.
*Membro da Obra Shalom em João Pessoa (PB)
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Revista Shalom Maná | A Palavra do Papa
“Maria disse o seu ‘sim’ a Deus, um ‘sim’ que
transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas
não foi o único; antes, foi apenas o primeiro de
muitos ‘sins’ pronunciados no seu coração.”
R
ecitamos no salmo: “Cantai ao Senhor
um cântico novo, porque Ele fez maravilhas” (Sl 97,1). Encontramo-nos
hoje diante duma das maravilhas do
Senhor: Maria! Uma criatura humilde
e frágil como nós, escolhida para ser
Mãe de Deus, Mãe do seu Criador. Precisamente olhando Maria à luz das Leituras que acabamos de escutar, queria
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refletir convosco sobre três realidades:
a primeira, Deus nos surpreende; a segunda, Deus nos pede fidelidade; a terceira, Deus é a nossa força.
Deus nos surpreende
O caso de Naamã, comandante do
exército do rei da Síria, é notável: para
se curar da lepra, vai ter com o profe-
ta de Deus, Eliseu, que não realiza ritos
mágicos, nem lhe pede nada de extraordinário. Pede-lhe apenas para confiar
em Deus e mergulhar na água do rio; e
não dos grandes rios de Damasco, mas
de um rio pequeno como o Jordão. É
uma exigência que deixa Naamã perplexo e também surpreendido: que
Deus poderá ser este que pede uma
coisa tão simples? A vontade primeira
dele é retornar ao país, mas depois decide-se a fazê-lo, mergulha no Jordão
e imediatamente fica curado (cf. 2Re
5,1-14). Vedes!? Deus surpreende-nos; é
precisamente na pobreza, na fraqueza,
na humildade que Ele se manifesta e
nos dá o Seu amor que nos salva, cura,
dá força. Pede somente que sigamos a
Sua palavra e tenhamos confiança nele.
Esta é a experiência da Virgem Maria: perante o anúncio do anjo, não esconde a sua admiração. Fica admirada
ao ver que Deus, para se fazer homem,
escolheu precisamente ela, jovem simples de Nazaré, que não viveu nos palácios do poder e da riqueza, que não
realizou feitos extraordinários, mas que
está disponível a Deus, sabe confiar
nele, mesmo não entendendo tudo: “Eis
a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). É a sua
resposta. Deus surpreende-nos sempre,
rompe os nossos esquemas, põe em crise os nossos projetos e nos diz: confia
em mim, não tenhas medo, deixa-te surpreender, sai de ti mesmo e me segue!
Hoje, nos perguntemos, todos, se
temos medo daquilo que Deus nos poderá pedir ou está pedindo. Deixo-me
surpreender por Deus, como fez Maria,
ou me fecho nas minhas seguranças,
seguranças materiais, seguranças intelectuais, seguranças ideológicas, seguranças dos meus projetos? Deixo verdadeiramente Deus entrar na minha vida?
Como lhe respondo?
Pede-nos fidelidade
Na passagem lida de São Paulo,
ouvimos o apóstolo dizer ao seu discípulo Timóteo: lembra-te de Jesus Cristo; se perseverarmos com Ele, também
com Ele reinaremos (cf. 2Tm 2,8-13).
Aqui está o segundo ponto: lembrar-se
sempre de Cristo, a memória de Jesus
Cristo, e isto significa perseverar na fé.
Deus surpreende-nos com o Seu amor,
mas pede fidelidade em segui-lo. Podemos nos tornar “não fiéis”, mas Ele não
pode; Ele é “o fiel” e pede-nos a mesma
fidelidade. Pensemos quantas vezes
já nos entusiasmamos por qualquer
coisa, por uma iniciativa, por um compromisso, mas, depois, ao surgirem os
primeiros problemas, abandonamos.
E, infelizmente, isto acontece também
com as opções fundamentais, como a
do matrimônio. É a dificuldade de ser
constantes, de ser fiéis às decisões tomadas, aos compromissos assumidos.
Muitas vezes é fácil dizer “sim”, mas depois não se consegue repetir este “sim”
todos os dias. Não se consegue ser fiéis.
Maria disse o seu “sim” a Deus, um
“sim” que transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas não foi o único; antes,
foi apenas o primeiro de muitos “sins”
pronunciados no seu coração tanto nos
seus momentos felizes, como nos dolorosos… muitos “sins” que culminaram
no “sim” ao pé da cruz. Estão aqui hoje
muitas mães. Pensai até onde chegou
a fidelidade de Maria a Deus: ver o seu
único Filho na cruz. A mulher fiel, de pé,
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destruída por dentro, mas fiel e forte.
E eu me pergunto: sou um cristão
“soluçante” ou sou cristão sempre? Infelizmente, a cultura do provisório, do
relativo penetra também na vivência
da fé. Deus nos pede para lhe sermos fiéis, todos os dias, nas ações cotidianas;
e acrescenta: mesmo se às vezes não
lhe somos fiéis, Ele é sempre fiel e, com
a Sua misericórdia, não se cansa de nos
estender a mão para nos erguer e encorajar a retomar o caminho, a voltar para
Ele e confessar-lhe a nossa fraqueza a
fim de que nos dê a Sua força. E este é
o caminho definitivo: sempre com o Senhor, mesmo com as nossas fraquezas,
mesmo com os nossos pecados. Nunca
podemos ir pela estrada do provisório.
Isto nos destrói. A fé é a fidelidade definitiva, como a de Maria.
É a nossa força
O último ponto: Deus é a nossa
força. Penso nos dez leprosos do Evangelho curados por Jesus: vão ao Seu
encontro, param à distância e gritam:
“Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”
(Lc 17,13). Estão doentes, necessitados de serem amados, de terem força,
e procuram alguém que os cure. E Jesus responde, libertando-os a todos da
sua doença. Causa estranheza, porém,
o fato de ver que só regressa um para
lhe agradecer, louvando a Deus em alta
voz. O próprio Jesus o sublinha: eram
dez que gritaram para obter a cura,
mas só um voltou para gritar em voz
alta o seu obrigado a Deus e reconhecer
que Ele é a nossa força. É preciso saber
agradecer, saber louvar o Senhor pelo
que faz por nós.
Vejamos Maria: depois da Anunciação, o primeiro gesto que ela realiza é um
ato de caridade para com a sua parente
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“
Este é o caminho definitivo: sempre
com o Senhor, mesmo com as nossas
fraquezas, mesmo com os nossos
pecados. Nunca podemos ir pela estrada
do provisório. Isto nos destrói. A fé é a
fidelidade definitiva, como a de Maria”
idosa Isabel; e as primeiras palavras que
profere são: “A minha alma enaltece o
Senhor”, ou seja, um cântico de louvor e
agradecimento a Deus, não só pelo que
fez nela, mas também pela sua ação em
toda a história da salvação. Tudo é dom
dele. Se conseguimos entender que tudo
é dom de Deus, então quanta felicidade
teremos no nosso coração! Tudo é dom
dele. Ele é a nossa força! Dizer obrigado
parece tão fácil e, todavia, é tão difícil!
Quantas vezes dizemos obrigado em
família? Esta é uma das palavras-chave
da convivência. “Com licença”, “perdão”,
“obrigado”, se numa família se dizem estas três palavras, a família segue adiante. “Com licença”, “perdão”, “obrigado”.
Quantas vezes dizemos “obrigado” junto da família? Quantas vezes dizemos
“obrigado” a quem nos ajuda, vive perto
de nós e nos acompanha na vida? Muitas
vezes damos tudo isso como suposto! E
o mesmo acontece com Deus. É fácil ir
até ao Senhor para pedir alguma coisa,
mas ir agradecê-lo… “Ah, isso é difícil”.
Continuando a Eucaristia, invocamos a intercessão de Maria, para que
nos ajude a deixarmo-nos surpreender
por Deus sem resistências, a sermos-lhe fiéis todos os dias, a louvá-lo e
agradecer-lhe porque Ele é a nossa força. Amém.
Homilia do Papa Francisco na Santa Missa da
Jornada Mariana por ocasião do Ano da Fé, em
outubro de 2013.
Revista Shalom Maná | Orando com a Palavra
Bendito seja o Deus e
Pai de Nosso Senhor
Jesus Cristo
Você tem conseguido louvar e bendizer
a Deus? Reconhece “toda a sorte de
bênçãos espirituais” que o Senhor tem
derramado em sua vida? Meditemos
por meio desta lectio divina.
Por José Ricardo Ferreira Bezerra
C
omo sempre fazemos, antes de iniciar
a leitura, peçamos o auxílio do Espírito
Santo. Oremos: “Ó vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis,
acendei neles o fogo do vosso amor.
Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo
será criado e renovareis a face da terra”. Oremos: “Ó Deus que instruístes os
corações dos vossos fiéis com a luz do
Espírito Santo, fazei que apreciemos
retamente todas as coisas, segundo o
mesmo Espírito, e gozemos sempre de
sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém”.
seção é levá-lo a ler, meditar e orar com
a Palavra de Deus por meio do antigo
e comprovado método da lectio divina,
que consiste em quatro passos: leitura,
meditação, oração e contemplação.
Você que é leitor antigo da Revista
Shalom Maná sabe que o objetivo desta
São Paulo inicia sua Carta com
uma saudação aos santos e fiéis, isto é,
Tomemos hoje uma passagem da
primeira Carta de São Paulo aos Efésios, capítulo 1, versículos de 1 a 10 (Ef
1,1-10) sobre o plano divino da nossa
salvação e façamos a nossa lectio deste
dia. Leia, devagar, à meia voz, os versículos indicados.
Deus: fonte de todo bem
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aos cristãos da sua época, mas também
ela se estende até nós, do século XXI,
desejando-nos “graça e paz da parte de
Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. Ponha agora o nome do seu grupo
ou comunidade e releia este versículo.
Escute Paulo dirigindo-se a vocês como
destinatários desta Carta.
A partir do versículo 3, o apóstolo
começa um grande louvor à Trindade,
dizendo: “Bendito seja o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, que nos
abençoou com toda a sorte de bênçãos
espirituais, nos céus em Cristo”. O que
significa proclamar que Deus é bendito?
É reconhecer que Ele é a fonte de todo
o bem, que é generoso, bom, benfazejo.
Quando reconhecemos esses atributos
de Deus Sua glória não aumenta e nem
diminui, mas isto faz uma grande diferença para nós. Colocamo-nos numa
atitude de humildade, de aceitação da
verdade de quem Deus é e de quem somos nós. Você tem conseguido louvar
e bendizer a Deus? Medite sobre isso.
Você reconhece “toda a sorte de bênçãos espirituais” que o Senhor tem derramado em sua vida?
“Nele, ele nos escolheu antes da
fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no
amor” (v.4). Que graça sabermos amados e queridos por Deus desde sempre!
Que maravilha saber que Ele nos criou
para si, para sermos santos, e um dia poder gozar da Sua presença na eternidade. Você tinha (tem) consciência disso?
Filhos no Filho
“Ele nos predestinou para sermos
seus filhos adotivos por Jesus Cristo,
conforme o beneplácito da sua vontade...” (v.5). Por um desígnio insondável,
Deus quis nos adotar como filhos(as)
12 | www.shalom.org.br
“
Bendito sejas tu, Senhor meu Deus!
Bendito sejas pela tua santidade
e por me quereres santo como
somente Tu és. Dá-me coragem,
renúncia e disposição para abraçar
a santidade em todos os meus
pensamentos, palavras e atos”
por meio do Seu Filho Jesus que se
fez homem, tornando-se nosso irmão.
Que bênção imerecida esta! O apóstolo João diz: “Desde já somos filhos de
Deus, mas o que seremos ainda não se
manifestou” (1Jo 3,2a). Você vive como
um(a) filho(a) de Deus?
“... para louvor e glória da sua graça com a qual ele nos agraciou no Amado” (v.6). Fomos feitos filhos(as) para
louvá-lo e glorificá-lo, por Cristo, com
Cristo e em Cristo. Você tem dado todo
o louvor que Ele merece?
Salvos da morte eterna
“E é pelo sangue deste que temos
a redenção, a remissão dos pecados,
segundo a riqueza da sua graça...” (v.7).
O sangue de Cristo nos lava e nos redime de todo o pecado. Pela Sua paixão e
morte na cruz Jesus venceu todo o mal.
Mas muitos ainda não o reconhecem
como Senhor e Salvador. A quem você
tem dado a vitória em sua vida?
“... que ele derramou profusamente sobre nós, infundindo-nos toda a
sabedoria e prudência...” (v.8). A generosidade e abundância são próprias de
Deus. “... o amor de Deus foi derramado
sobre nós pelo Espírito Santo que nos
foi dado...” (Rm 5,5). Você tem usado os
dons do Espírito recebidos no Batismo?
“... dando-nos a conhecer o mistério
da sua vontade, conforme decisão prévia
que lhe aprouve tomar...” (v.9). Deus quis
nos revelar Sua vontade. Se não fosse assim, nós nunca a teríamos conhecido. E
Deus “quer que todos os homens sejam
salvos e cheguem ao conhecimento da
verdade” (1Tm 2,4). A vontade de Deus
é a nossa salvação. Você já o agradeceu
por tê-lo salvo da morte eterna?
“Obrigado, Senhor, por me teres
tornado teu filho adotivo por meio
de Jesus Cristo, o teu Único Filho. Dá-me viver, de fato, como um(a) filho(a)
teu(tua). Que eu nunca me esqueça que
tu és o meu Pai e que cuidas de mim”.
“... para levar o tempo à sua plenitude: a de em Cristo encabeçar todas as
coisas, as que estão nos céus e as que
estão na terra” (v.10). Toda a história da
humanidade está centralizada em Jesus Cristo. No início, Deus criou o céu e a
terra por Ele. Na plenitude dos tempos,
enviou o seu Filho Único. E, no final dos
tempos, Jesus voltará para julgar os vivos e os mortos. Assim, tudo veio dele,
existe por Ele e voltará para Ele. Você o
tem louvado pela criação inteira?
“Obrigado, Senhor, pelo Espírito
Santo e todos os Seus dons, dom da sabedoria, da inteligência, da fé...”
Oração
Mesmo que o Senhor já o(a) tenha
inspirado(a), retome cada versículo e vá
fazendo uma oração, conforme sugestões abaixo. Não se deixe levar apenas
por elas, mas deixe que o Espírito Santo
o(a) mova.
“Bendito sejas tu, Senhor, meu
Deus! Bendito sejas pela tua santidade e
por me quereres santo como somente tu
és. Dá-me coragem, renúncia e disposição para abraçar a santidade em todos
os meus pensamentos, palavras e atos”.
“Obrigado, Senhor, por teres me
escolhido desde sempre, desde antes
da fundação do mundo. Obrigado por
me quereres para ti. Ensina-me a amar-te com todo o meu coração, com toda
a minha alma, com todas as minhas forças e com todo o meu entendimento”.
“Bendito sejas, Senhor, pelo teu
sangue precioso derramado na cruz
por mim. Obrigado pelo perdão de
meus pecados”.
“Obrigado, Senhor, por me livrares
da morte e me teres salvado...”
“Obrigado pela tua santa vontade,
por teus desígnios de amor para mim.
Obrigado por teres vindo no tempo certo que estabelecestes. Obrigado por
que somos teus, pertencemos a ti...”
Ao final da lectio, lembre-se de tomar o seu caderno de oração e anotar as
graças que o Senhor o(a) fez experimentar. Se puder, escreva-nos dando o seu
testemunho. É uma alegria tê-lo(a) como
leitor(a). Veja os endereços no expediente
da revista ou envie ainda para este meu
e-mail: [email protected].
Concedei-nos, ó Senhor, conhecer
profundamente o mistério da salvação,
para que, sem temor e livres dos inimigos, vos sirvamos na justiça e santidade, todos os dias de nossa vida. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo.
Ó Maria, Rainha dos Pecadores e
Consoladora dos Aflitos, rogai por nós!
Até o próximo mês! Shalom!
José Ricardo Ferreira Bezerra é missionário da
Comunidade Católica Shalom em Fortaleza/CE
www.edicoesshalom.com.br | 13
Foto: Wallace Freitas
Revista Shalom Maná | Especial
Igreja:lugar de
reconciliação com Deus
Em jantar beneficente, Emmir Nogueira fala sobre
a importância da reconciliação e a construção da
igreja da Diaconia Shalom. Por Maria Emmir O. Nogueira
E
stamos construindo uma igreja. Lembro-me de que no ano passado (Jantar
Beneficente 2012) nós conversamos sobre todas as igrejas que fizeram parte
da nossa vida. Agora a igreja da nossa
vida é esta aqui. Quando construímos
uma igreja estamos proclamando ao
mundo que, primeiro, Deus existe. Segundo, nós acreditamos nele; terceiro,
nós damos testemunho através dela.
Este ano, queremos ressaltar a questão
da reconciliação. Uma igreja é o lugar
onde o homem se reconcilia com Deus.
Moysés Azevedo disse que a misericórdia de Deus seria encontrada nessa
igreja – como é encontrada em qualquer
igreja – mas aqui tem o sentido do Ressuscitado que passou pela cruz, que entende o sofrimento, a dor, a solidão do
homem. Este que, às vezes, está sem saber para onde ir, dividido em si mesmo,
nas suas paixões, nos seus sentimen-
14 | www.comshalom.org
tos, naquilo em que foi educado, enfim,
em todas as coisas que existem dentro
dele. Essa igreja quer ser o símbolo do
Ressuscitado, que conhece o sofrimento do homem. Uma igreja que fala de
esperança, porque Jesus passou pelos
seus sofrimentos e ressuscitou para que
você ressuscite. Jesus Cristo, como dizia
João Paulo II, tem sempre a última palavra. E o nosso Papa Francisco tem dito
tantas vezes: não tenha medo de pedir
perdão a Deus, não tenha medo de se
reconciliar. Ele está lhe esperando de
braços abertos.
Aliança com Deus e com o
irmão
Quando eu quebro a aliança com o
meu irmão, quando eu quebro a aliança
com minha irmã, meu marido, meu pai,
com alguém que eu conheço, eu quebro a aliança com Deus imediatamente,
Seja você também um construtor
da igreja da Diaconia!
Faça sua doação:
Associação Shalom
Banco do Brasil
Agência 1292-0
Conta Corrente 20408- 0
CNPJ 07.044.456/0001-00
Telefone: (85)3308-7407 / 8174-6466
.org
E-mail: coracaodaobra@comshalom
porque aquele que diz que ama a Deus,
mas não ama o seu irmão, não está falando a verdade. Para refazer a aliança
com Deus, eu preciso refazer a aliança
com o meu irmão. Daí vêm as bênçãos,
as graças, a alegria, a felicidade. O orgulho morre, a raiva morre, o desejo
de vingança morre, o desejo de morte
morre, acaba tudo. Começa um tempo
novo, um tempo de aliança que você
faz com Deus.
Perdoar é uma graça. Perdoar não
é difícil, não. Perdoar é impossível. Perdoar não é um ato humano, é um ato
divino. Este Deus que está dentro de
você é quem tem a graça. É Ele quem
dá a graça para perdoarmos. Podemos
ser muito francos com Ele e dizer: “Jesus, eu não tenho coragem, não tenho
coragem nem de chegar perto daquela
pessoa, mas eu conto com a tua graça,
e, por isso, coloco na fundação dessa
igreja a nossa reconciliação!”.
Trecho de
mensagem
proferida
durante
Jantar Anual
Beneficente
2013. Mantido
o tom
coloquial.
Eu termino com uma palavrinha
para as famílias. Muitas vezes, vemos
famílias com gerações e gerações de
mágoas, de ressentimentos, de brigas,
de vinganças. E quando rezamos pelas
pessoas, percebemos muito essa realidade. Agora, você também pode pedir
que essa reconciliação, esse refazer a
aliança com Deus, seja uma graça que
lhe seja dada.
Vamos todos rezar e pedir um só
coração ao Senhor. O coração de Jesus é o meu coração. O meu coração é
o Teu coração. E é verdade, porque Jesus comprou isso com a Sua cruz, Jesus
comprou isso com a Sua ressurreição.
Porém, se o meu coração não é o coração do irmão, tudo precisa ser corrigido. Vamos pedir ao Senhor esta graça.
“Senhor Jesus, nós estamos diante
de ti e queremos refazer a nossa aliança contigo através da construção deste templo, através da nossa oração, da
nossa esmola e, quando possível, Jesus,
através da tua igreja. Tu conheces no
nosso coração aquilo que precisa ser reconciliado, reconciliado contigo, reconciliado com o nosso irmão, reconciliado
com nossos parentes, amigos, filhos, sócios, patrões, empregados, vizinhos. Senhor, tu és o Deus de misericórdia, nós
acreditamos na tua misericórdia, tanto
acreditamos que queremos fazer um ato
de coragem. Derrama teu Espírito Santo
sobre nós, para que nos lembremos claramente das pessoas que tu desejas que
coloquemos na estrutura dessa igreja,
no alicerce dessa igreja, como uma intercessão constante para que haja paz,
para que haja reconciliação. Queremos,
Senhor, refazer a nossa aliança com o
nosso irmão, para refazer a aliança contigo através da construção desta igreja.
Meu coração é o teu coração”.
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Revista Shalom Maná | Espiritualidade
A descoberta da
Alegria
Visto que a alegria, como a felicidade, representa
uma meta da nossa existência e do nosso agir, uma
das buscas fundamentais do nosso ser, queremos
iniciar este novo ano meditando sobre ela, que está
entre as necessidades essenciais da nossa vida.
Por Pe. Rômulo dos Anjos
A
antropologia cristã afirma que Deus criou
o homem com um profundo desejo de felicidade e com a capacidade de buscar e
sentir alegria. Este sentimento é tão presente e forte na existência humana que
Santo Agostinho afirmava que basta ouvir falar deste termo que o homem sai à
sua procura. Nos tempos atuais é preciso
que se questione acerca do que seja a felicidade autêntica e sobre a possibilidade
de chegar a uma alegria plena.
Uma busca contínua
Ao mesmo tempo em que é evidente no coração humano esta sede de
alegria e felicidade, constatamos que
não é tão fácil definir o seu verdadeiro
significado. Frequentemente, tende-se
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a reduzir a alegria a um simples sentimento de satisfação, de harmonia. Muitos a identificam como um equilíbrio
entre as várias dimensões interiores do
ser humano ou até mesmo a realidades
exteriores ligadas à realização dos próprios desejos. Todavia, notamos que
não podemos reduzir a alegria a nenhuma destas realidades indicadas porque,
no fundo, a alegria supera estas experiências parciais, vai além de uma simples conquista do homem. Em que consiste então a verdadeira alegria? Visto
que ela não se limita ao plano simplesmente natural, esta busca, então, deve
coincidir-se com a busca de Deus, como
afirmava Santo Agostinho: “A busca de
Deus é a busca da alegria e o encontro
com Deus é a própria alegria”. Podemos
buscá-la no mundo ou em Deus, vejamos as diversas perspectivas.
Mentalidade mundana
“
O mundo nos oferece uma possibilidade de resposta que frequentemente
se confunde felicidade com facilidade.
Propõe ao homem sempre um caminho
no qual a alegria é apresentada de maneira superficial e não duradoura, vista
como a ausência de qualquer tipo de dificuldades, exigências, sacrifícios, sofrimentos, etc. A sociedade pós-moderna é
profundamente marcada por um individualismo que gera um estilo de vida em
que cada um tende a considerar-se como
centro e fundamento da própria existência. A consequência disso, que vemos
claramente presente no meio de nós, é
encontrar pessoas comprometidas no
seu desenvolvimento, sem sentido de alteridade e com suas relações profundamente fragilizadas. O individualismo se
apresenta como uma espécie de porta
larga (cf. Mt 7,13-14) que conduz a perdição, pois quando o homem se fecha em
si mesmo ele se perde, e o fruto amargo
é solidão, tristeza, falta de sentido de
vida, depressão, constantes conflitos entre indivíduos e nações, corações feridos
e sem perspectiva de vida. É uma porta
larga, mas somente no início, pois vai se
tornando cada vez mais estreita até colocar o indivíduo numa via sem saída, que
o torna escravo de tudo o que é provisório e incapaz de trazer a verdadeira alegria ao coração.
A alegria é sempre dom de Deus e
fruto da relação com Ele. Portanto, a
verdadeira alegria nasce do encontro
pessoal e comunitário com Deus”
Proposta evangélica
Por outro lado, temos a proposta
que nos é apresentada no Evangelho.
Tanto a alegria bem como todas as outras realidades essências da vida do
homem estão relacionadas a Deus. A
alegria é sempre dom de Deus e fruto da
relação com Ele. Portanto, a verdadeira
alegria nasce do encontro pessoal e comunitário com Deus. Este encontro é o
que permite ao homem experimentar
a fruitio Dei (alegria de Deus) não como
uma proposta para um futuro distante,
mas já agora, pois também nesta vida
posso começar a gozar da alegria divina.
Tanto o Antigo como o Novo Testamento nos revelam, em etapas e momentos
distintos da história da Salvação, que
a alegria encontra seu fundamento na
ação amorosa e redentora de Deus. Entretanto, de modo particular no Novo
Testamento, a alegria encontra sua
plena realização no evento Cristo, que
manifesta a plenitude da revelação e da
manifestação da Misericórdia do Pai.
Jesus Cristo se apresenta como a
origem e a causa suprema da alegria do
homem, e os Seus discípulos, mesmos
em meios às preocupações, perseguições e sofrimentos próprios desta vida,
são chamados a sempre alegrar-se no Senhor (cf. Fil 4,4-7). Desta forma, a alegria
passa a ser caracterizada pelo fato de a
sua vida estar conformada a vida do Mestre e nada poderá roubar esta alegria do
coração do discípulo. São Paulo identificará a alegria como uma das características fundamentais do homem espiritual:
aquele que nasceu de Deus por meio da
força do Espírito Santo (cf. Gal 5,22-26).
Nesta perspectiva, compreendemos que
a porta do Evangelho é estreita somente
no início, pois depois se alarga levando o
homem às grandes experiências da vida,
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que a torna plena e feliz. Na realidade,
como afirma Bento XVI, todas as alegrias,
pequenas ou grandes que podemos viver, têm sua origem em Deus.
As testemunhas da alegria
Partimos do pressuposto de que
não é fácil definir um conceito único
para alegria e felicidade, resta-nos então indicar caminhos seguros que nos
apontam a meta: o Evangelho e a vida
dos santos. Esta boa-nova se encontra
encarnado na vida dos santos que, com
suas vidas, tornam-se modelos seguros
de felicidade e verdadeira alegria para
todos nós. Cada um, de várias maneiras,
nos indica sempre o mesmo segredo da
alegria e da felicidade: Deus e Sua mensagem. Basta-nos pensar na experiência
de Santo Agostinho, para o qual a alegria
é fruto da experiência da Salvação e da
renúncia do mundo; para São Francisco
de Assis, ela é expressão da simplicidade
e da fraternidade; Santa Teresa de Ávila
revela-nos como disposição da alma à
graça de Deus. Notavelmente, em Santa
Teresinha, vemos que a alegria é experiência da ternura divina que transforma a
existência e infunde no coração o abandono total nas mãos paternais de Deus.
Cada santo é uma testemunha fiel da
alegria que nasce do amor de Deus. Todos eles nos revelam que a mensagem
cristã é um anúncio de esperança e de
alegria e que esta não se identifica com
uma fuga da realidade, mas é uma força
sobrenatural. A alegria do Ressuscitado
que passou pela cruz é a nossa força. Estou persuadido de que na vida dos santos encontramos os melhores “livros” de
teologia porque se tornam fonte de verdadeiros ensinamentos para todos.
Um presente de Deus
Recentemente o Papa Francisco
nos presenteou com sua Exortação
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Apostólica Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho). Por meio desta
exortação, convidou-nos a renovar a
experiência pessoal com Jesus Cristo e a redescobrir a alegria que nos é
transmitida pelo santo Evangelho e de
transmiti-lo ao mundo. É um convite a
recuperar o frescor original do Evangelho que sempre – com a sua força – é
capaz de encher de alegria o coração e
a vida daqueles que se encontram com
Jesus Cristo.
Enfim, acolhamos o que nos diz o
Papa Francisco: “Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que
se encontre, a renovar hoje mesmo o
seu encontro pessoal com Jesus Cristo
ou, pelo menos, a tomar a decisão de se
deixar encontrar por Ele, de o procurar
dia a dia sem cessar. Não há motivo para
alguém poder pensar que este convite
não lhe diz respeito, já que ‘da alegria
trazida pelo Senhor ninguém é excluído’.
Quem arrisca, o Senhor não o desilude;
e, quando alguém dá um pequeno passo
em direção a Jesus, descobre que Ele já
aguardava de braços abertos a sua chegada”. É neste contexto que queremos
nos abrir para acolher o Senhor que vem
ao nosso encontro sempre e desejamos
evangelizar aqueles que desconhecem a
alegria do Evangelho. Na medida em que
anunciamos a mensagem do Evangelho,
com palavras e atos, tornamo-nos maduros na fé. O Evangelho de Cristo é a
nossa alegria.
Pe. Rômulo dos Anjos é missionário da
Comunidade Católica Shalom em Pacajus/CE
Lexicon, Dizionario Teologico Enciclopedico. Ideazione, direzione editoriale a cura di
Luciano Pacomio e Vito Mancuso. Casale Monteferrato (AL): Edizioni Piemme Spa, 1993.
BIBLIA DO PEREGRINO. Edição de Estudo. São Paulo: Edições Paulus, 2002.
PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica EVANGELII GAUDIUM, 2013.
Revista Shalom Maná | Especial
Um ano novo cheio de...
Deus!
Em 2014, antes de tudo, desejamos Deus a todos
vocês, pois estamos certos de que somente Ele é
capaz de fazer feliz o seu ano novo.
U
Por Edinardo de Oliveira Júnior
m novo ano, um novo tempo se inicia. O
primeiro dia do ano já começa diferente. É meio preguiçoso, parece que o sol
amanhece mais tarde – não tão tarde
quanto as pessoas, é verdade. As ruas
desertas revelam que muitos passaram
a noite, ou boa parte dela, acordados,
em vigília, todos querendo acolher alegres, com um sorriso, o novo ano. Na “virada”, a multidão se abraça, as pessoas
se felicitam. Não importa se você não conhece aquele que está ao seu lado, pois
nesse dia, parece que nós estamos mais
abertos para o outro e mais conscientes
de que somos todos irmãos. Coisas que
só um tempo, em que o Filho de Deus se
coloca no meio de nós, é capaz de fazer.
Como dizia, a multidão se felicita.
Escuto e recebo alguns votos: “Feliz ano
novo! Tenha um 2014 cheio de paz”, diz
um. “Cheio de amor”, diz outro. “Com
muita prosperidade”, deseja um terceiro.
“Com muita saúde!”, responde mais um.
Eu também desejo feliz ano novo, mas
fico me perguntando, pensativo: será
que é isso que vai fazer realmente feliz
o ano novo dessas pessoas? Será que é
isso que eu também desejo para elas?
Hoje em dia, são muitos os que
põem sua confiança em coisas peque-
nas, em detalhes da vida, e acabam descuidando do essencial. Buscam sucesso financeiro, crescimento intelectual,
gozar de uma boa saúde, encontrar um
par perfeito ou até paz em suas famílias.
Colocam-se quase que desesperadamente à procura dessas coisas e, quando as encontram, não descobrem nelas
a felicidade. Inquietam-se com muitas
coisas, quando, na verdade, uma só é
necessária: Deus (cf. Lc 10,41b). É Ele que
faz a diferença em nossas vidas. Somente com Ele somos capazes de dizer como
o salmista: podem cair muitos milhares
ao meu lado, podem cair até dez mil a
minha direita, não temerei, não me abalarei (cf. Sl 91,7). É Ele que nos faz ter paz,
qualquer que seja a circunstância, aconteça o que acontecer, paz inabalável e
comprovada.
Por isso, neste novo ano, eu até
que desejo a vocês realizações, saúde
e prosperidade. Mas, sobretudo, desejo
Deus, pois estou certo de que somente
Ele é capaz de fazer feliz o seu ano novo.
Um 2014 cheio de Deus para todos! Feliz Ano Novo!
Edinardo de Oliveira é missionário da Comunidade Católica Shalom em Lugano (Suíça)
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Revista Shalom Maná | Especial
Campanha
Vocacional
Shalom 2014
Por Victor Frota
V
iajar, conhecer outros lugares, outros
países, outros povos. Ser jogador de futebol, ganhar muito dinheiro, ter uma
casa própria, assistir um filme, ter a
roupa da moda ou fazer uma faculdade, um mestrado, um doutorado. Ter
um bom emprego ou morar na praia e
trabalhar na cidade, ter renda própria,
estudar na Europa, ir para a copa do
mundo. O que nós realmente desejamos, o que realmente desperta o nosso
olhar e o nosso coração? Pelo que estamos dispostos a empenhar a nossa
vida? Qual projeto de vida nos atrai?
Todos precisamos ter um projeto de
vida, alguma coisa para amar, que dê
razão a nossa existência.
Nós, missionários da Comunidade
Católica Shalom, descobrimos que, apesar de todos esses planos serem bons e
lícitos, apesar destas esperanças serem
boas e até louváveis, não são capazes
de completar o homem naquilo que ele
mais deseja, de dar a saciedade, a paz, a
felicidade que todos procuram.
“Sim, eu desejo, eu quero, eu vou.
Amém!”. Esta é a expressão de um coração que foi conquistado por Deus,
de muitos corações que descobriram e
aspiraram junto ao santos, mártires e
pessoas de todos os tempos que a von-
20 | www.comshalom.org
tade de Deus é a única capaz de saciar
o nosso coração e, por isso, queremos
buscar esta vontade e nela encontrar
nossa felicidade.
“Sim, eu desejo, eu quero, eu vou!”.
É este o tema do Vocacional 2014 que nos
acompanhará neste ano. Este tema foi
discernido por ser uma frase presente nos
escritos do fundador da Comunidade Católica Shalom, no Escrito chamado “Obra
Nova”. Nele se expressa o sentimento e a
decisão de um coração que foi alcançado
por Deus e que descobre e redescobre a
cada dia que a verdadeira vida, a verdadeira felicidade está em aderirmos ao
projeto de Deus para nossas vidas. Escolhemos este tema porque nele podemos
cantar o anseio mais profundo do nosso
coração em contrapartida a tudo o que o
mundo oferece como falsa felicidade, por
meio da mídia, da propaganda enganosa.
E nós, como vocacionados à vontade de
Deus, vocacionados à felicidade que não
passa, vocacionados à santidade, vocacionados à vida eterna, queremos cantar
para que os homens possam ouvir que
nós desejamos, nós queremos e nos decidimos pela vontade de Deus.
A Assessoria Vocacional lança esta
proposta a todos aqueles que sentem o
apelo de Deus a algo mais, que sentem
em seu coração esta inquietação e que
desejam trilhar um caminho de descoberta acerca do que Deus quer para
cada um de nós. Este é o Vocacional
Shalom 2014. “Sim, eu desejo, eu quero
eu vou. Amém!”
Victor Frota é missionário da Comunidade de
Vida Shalom em Aquiraz/CE
Revista Shalom Maná | Testemunho
Fidelidade à oração:
Foto: Wallace Freitas
a beleza de estar
diante de Deus
“O meu único trabalho era
rezar e estar com Deus. A
partir daí, fui descobrindo
grandes coisas, fui
descobrindo a beleza da
vida de oração, a beleza do
que é estar diante de Deus”
Por Pedro Henrique Holanda Pascoal
S
Texto produzido a partir de entrevista concedida à Revista
Shalom Maná e ao Portal Shalom. Mantido o tom coloquial.
ou Pedro Henrique Holanda Pascoal,
nasci em Fortaleza, tenho 34 anos. Conheci a Comunidade Católica Shalom
em 1994. Participava do Projeto Juventude para Jesus. Em 1996 fiz vocacional
e, em 1997, ingressei na Comunidade.
Sou formado em Direito, com mestrado em direito tributário e doutorado
em processo penal. Em 2006, passei em
um concurso para juiz no estado do Maranhão e fui para lá. Em 2009, fui promovido para a Comarca de Tuntum – a
365 km da capital maranhense – onde
existiam muitos conflitos de terras,
crimes de pistolagem. Ao longo do trabalho, conseguimos acabar com esses
tipos de conflitos na região. Pelo meu
dever cristão, eu não colocava nenhum
empecilho para deixar os processos em
ordem. Em um ano, marquei 35 júris,
coisa que não acontecia na Comarca.
Os bandidos, então, começaram a se
sentir incomodados. Cheguei a sofrer
um atentado, metralharam toda a minha casa. Depois disso, eu andei totalmente escoltado durante um ano, o
que foi a gota d’água.
De repente, o meu trabalho – que
era a coisa que eu mais gostava na vida,
pois eu fazia dele um deus – foi-me tirado. Deus me tirou tudo, o trabalho, a
saúde. Caí numa depressão, fiquei com
síndrome do pânico por causa da tensão que eu vivia lá.
Caminho de retorno
Nesta época, eu já estava voltando para a Comunidade Shalom. Acredi-
www.edicoesshalom.com.br | 21
to, até, que tudo isso foi Providência de
Deus para que eu pudesse retornar para
a Comunidade, porque fui consagrado
durante 10 anos e tive que deixar tudo
porque fui para o Maranhão, e lá não tinha missão Shalom – hoje, depois do trabalho que fizemos, Tuntum é um campo
de evangelização da Obra Shalom.
“
O único desejo no meu coração é
agradecer a Deus pelas intervenções
que Ele fez na minha vida, sem eu fazer
o menor esforço. A única forma que
tenho de agradecer a Ele é ser santo”
Fotos: Wallace Freitas
Eu voltei para Fortaleza e, nessa
caminhada de retorno, senti o desejo de
todos os dias fazer minha oração pessoal não em casa, não em determinados lugares, mas na capela do Shalom
da Paz, em adoração ao Santíssimo.
Uma das coisas que eu pedia, todos os
dias, era que Deus interviesse na minha
vida profissional e a resolvesse.
Quando as pessoas me perguntavam o que eu iria fazer amanhã, quais
os meus planos, eu respondia que estava abandonado nas mãos de Deus,
porque, realmente, eu não tinha a dimensão do que poderia acontecer na
minha vida. Eu apenas sabia que estava
rezando e pedindo a Sua intervenção.
Esse tempo foi muito difícil. Eu tive
de me deparar com minha total impotência, porque eu era aquele tipo de
pessoa que resolvia tudo. Acreditava
que tinha total controle sobre a minha
vida. Na Comunidade, estava sempre à
frente dos grandes eventos de evangelização. Então, de repente, senti-me totalmente impotente. O meu único trabalho
era rezar e estar com Deus. E, a partir
daí, fui descobrindo grandes coisas, fui
descobrindo a beleza da vida de oração,
a beleza do que é estar diante de Deus.
Uma das descobertas que fiz é que, para
nós, que somos Shalom, a nossa vida só
vai ser resolvida quando tivermos vida
de oração. Com ela, deixamos Deus resolver tudo, conforme Ele quer.
22 | www.comshalom.org
Frutos da oração
Em setembro de 2013, o Tribunal
começou a me chamar para retornar a
Tuntum. Eu estava de licença médica
e o Senhor me falava: “Não volte, não
volte, não volte”. Fui pedir uma intervenção a Deus: “Senhor, estão querendo que eu volte, só tu podes fazer algo,
porque eu não posso fazer nada”. Eu
rezei pela manhã na capela e, à tarde,
recebi uma ligação de um juiz querendo permutar comigo, e houve a permuta. Fiquei no juizado especial de Balsas,
a 800 km de São Luís (MA). Mas quando
Deus me falou que eu iria para Balsas,
falou-me que eu passaria pouquíssimo tempo. Eu não entendia o que seria
este pouquíssimo tempo. A minha visão
Pedro durante
entrevista e em
oração na capela
da Diaconia Geral,
em Aquiraz/CE.
humana não conseguia compreender.
Então, fui para Balsas, fiquei lá 40 dias
e requisitei minhas férias para passar
novembro e dezembro em Fortaleza e
só voltar no dia 20 de janeiro.
Eu comecei a estudar tudo de novo
para passar em outro concurso, porque
assim Deus ia me revelando. Ele me
queria em outro lugar, queria que eu
abrisse outra frente de evangelização,
aonde a Comunidade ainda não havia
chegado. Eu não entendia a dimensão
da Sua vontade e sempre questionava:
“Senhor, nós temos tantas frentes de
evangelização, temos tantas coisas, a
Comunidade já está em tantos lugares,
então você não precisa de mim”. De
repente, quando eu estava de férias,
estudando no centro de estudos da Comunidade Opus Dei – a capela fica ao
lado da sala de estudos – deu-me uma
ânsia de olhar os meus e-mails. Quando
vi, estava lá uma mensagem da presidência do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) me nomeando para participar do
Comitê Nacional da Conciliação.
“
Naquele momento, eu entendi
aonde Deus queria me colocar e a grande intervenção dele na minha vida por
meio da oração, porque eu não fiz ne-
Quando as pessoas me perguntavam
o que eu iria fazer amanhã, quais
os meus planos, eu respondia que
estava abandonado nas mãos de
Deus, porque, realmente, eu não
tinha a dimensão do que poderia
acontecer na minha vida. Eu apenas
sabia que estava rezando e pedindo
a Sua intervenção”
nhum esforço humano, não falei com
ninguém, não fui atrás, não mandei
e-mail, não requisitei a ninguém. Ou
seja, foi somente fruto da fidelidade à
oração. Todos os dias eu começava a
oração assim: “Senhor, cumpre as tuas
promessas, eu estou aqui para dizer
que tu prometeste e agora tu cumpres”.
De repente, Deus me tirou do Maranhão, me colocou em outro lugar, em
uma nova dimensão.
Novo trabalho: vontade de
Deus
Fui nomeado pelo Ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo
Tribunal Federal, para trabalhar no Comitê Nacional da Conciliação do CNJ,
em Brasília. O Comitê visa organizar
toda a conciliação dos processos. Ou
seja, ao invés das partes estarem litigando, brigando por uma determinada causa, vamos promover um acordo
entre eles. E isso é bem típico da nossa
missão, como Shalom, promover a paz.
Eu não sei o que me espera, não
sei aonde tudo isso vai chegar, apenas
sei que gerou uma grande alegria ao
meu coração. Deus escuta as nossas
preces e Ele intervém no momento certo. A única coisa que precisamos fazer é
ser fiéis no pouco, que é a nossa oração
pessoal e estudo bíblico.
O que eu espero disso tudo é somente Deus, porque eu não sei, humanamente falando, o que me aguarda. O
único desejo no meu coração é agradecer a Deus pelas Suas intervenções na
minha vida, sem eu fazer o menor esforço. A única forma que tenho de agradecer a Ele é ser santo.
Pedro Henrique é missionário da Comunidade
de Aliança Shalom.
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Revista Shalom Maná | Assunto do Mês
z
a
P
A sível!
é pos
A verdadeira Paz é possível e dela temos duas
certezas: vem de Deus e passa por nós. Somos
discípulos e ministros da paz. Jesus é a nossa Paz.
V
Por Elena Arreguy Sala
iver em paz é uma necessidade real das
pessoas. De todas as pessoas. Há os
que a suplicam constantemente a Deus.
Outros a querem alcançar e construir
com as próprias mãos. Será a paz uma
tarefa mais divina ou mais humana?
Paz: fácil de ser desejada, difícil de ser
descrita. É possível, de fato, alcançá-la?
Se pararmos para pensar as perguntas se multiplicam. A paz é um estado
de alma ou é um acorde entre partes?
É fruto do bem-estar exterior unido à
estabilidade interior? É uma meta a ser
alcançada ou um dom a ser recebido?
É algo que nos precede ou é realização
do trabalho humano?
Quem pode nos ajudar a ter um
parâmetro justo para responder a estas
perguntas é o Papa emérito Bento XVI
que, com sua incontestável sabedoria,
nos falou no Dia Mundial da Paz, celebrado a cada 1 de janeiro. Coincidentemente, para não dizer providencialmente e simbolicamente, o Vaticano
escolheu como capa da mensagem de
paz para 2013 uma belíssima foto com
o nome S-H-A-L-O-M formado por cinco
painéis com as letras. Era a Comunidade Shalom que tinha sido fotografada
na Praça de São Pedro, em Roma, ao
celebrar os 30 anos de vida, em julho
de 2012. Vejamos, então, o que Bento
XVI nos ensina sobre a paz, enquanto
aguardamos a carta que nos chegará
do Papa Francisco.
Necessitados de paz
Não precisamos ligar a TV para sabermos que o mundo que nos cerca carece de paz. Também a cidade em que
habitamos e ambientes que frequentamos. O Papa Bento XVI nos descreve
o mundo dessa forma: “Vivemos num
mundo globalizado, marcado por conflitos sangrentos, por ameaças de guerra,
por problemas graves de tensão social,
o que requer um contínuo empenho de
todos pelo bem comum, em busca do
desenvolvimento de todo o homem e do
homem todo”. Vemos o fanatismo distorcer a verdadeira natureza da religião,
que é chamada a favorecer a comunhão e a reconciliação entre os homens.
Quem não se sente – ou já se sentiu –
muitas vezes enganado e manipulado
pelas mais variadas formas de terrorismo e criminalidade internacional, pelos fundamentalismos ideológicos que
regem governos, inclusive o nosso, no
Brasil, pela corrupção e pela mentira?
Essas pragas parecem atingir a todos,
e quantas vezes nos sentimos impotentes como se fôssemos minoria, nadando
contra a maré? Talvez seja por isso que
o Papa Francisco repete dia após dia,
homilia após homilia, que é urgente e
vital manter acesa e espalhar a chama
da esperança. E que é preciso levá-la às
periferias da existência, onde menos se
encontra vida, esperança, amor e paz,
enfim, Deus. Não porque Ele não este-
www.edicoesshalom.com.br | 25
ja presente, mas, porque foi negado ou
passou a ser um grande desconhecido.
Porém, sociedade é um conceito
abstrato: lugares, cidades, países e comunidades não são entidades com vida
própria. São os indivíduos que lhes dão
vida e voz. São pessoas que formam sociedades. Portanto, são pessoas que formam todas as realidades da sociedade e
são elas que fazem as guerras que carecem de paz. E é o coração de cada um,
de pessoa a pessoa, que precisa passar
por uma metamorfose para poder ter e
dar a paz. Que metamorfose é essa?
Paz: dom de Deus
Não estaríamos sendo muito simplistas e subjetivos achando que indivíduos podem fazer a diferença? Creio
que não, pois, foi Deus mesmo quem
falou pela boca dos profetas que o homem precisa receber dele um coração
de carne no lugar do coração de pedra
para poder ser feliz. E mais, a revelação plena da Verdade manifestada na
pessoa do Filho de Deus, Jesus, o Senhor, nos diz que é do coração do homem que nascem todos os males que o
contaminam (Mc 7, 20-23) e não o que
está fora. Sendo assim, é na rendição
dos corações e das vidas a Jesus Cristo – um a um, pessoa a pessoa, repito
– que a única e verdadeira revolução ou
metamorfose pode acontecer. E essa
revolução repercute, a seguir, paulatinamente, em todas as dimensões da
vida humana e não se restringe à esfera
religiosa espiritual, mas a tudo. Jesus
veio salvar o homem todo e todos os
homens e, por mais boa vontade que as
pessoas tenham, – e há muitas pessoas
de boa vontade no mundo, todas criadas à imagem e semelhança do Deus
vivo e verdadeiro, o Deus de Israel, o
26 | www.shalom.org.br
Deus de Jesus Cristo – a metamorfose
do novo coração e a salvação eterna só
se encontram em Jesus. Daí a urgência
da evangelização e o testemunho contínuo em palavras e em vida.
Mas mesmo com todos os problemas e conflitos, Bento XVI vai nos apontar a esperança presente nas inúmeras
obras de paz que enriquecem o mundo
e que testemunham a vocação natural
da humanidade à paz. É mais uma vez
a lembrança evangélica que nos fala do
joio e do trigo convivendo num mesmo
terreno. E o papa nos diz, com grande
poesia sobre o desejo de paz que existe
na essência de cada ser humano: “Em
cada pessoa, o desejo de paz é uma
aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida
humana plena, feliz e bem sucedida.
Por outras palavras, o desejo de paz
corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de
um desenvolvimento integral, social,
comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na
verdade, o homem é feito para a paz,
que é dom de Deus”.
Deus tem desígnios de paz para
seus filhos e, por isso, ela é tão essencial. Mas a paz é dom de Deus, é um
atributo divino que nos é comunicado e
“
Deus, que é a eterna novidade, é
aquele que pode fazer nova a Vocação
Shalom, fazendo novos os corações
dos que são Shalom, levando-os mais
perfeitamente a viver o amor e a
violência de coração que caracteriza
seus bem-aventurados filhos”
Comunidade
Shalom na Praça
de São Pedro, em
Roma, durante a
celebração dos
seus 30 anos.
deve ser acolhido. De modo particular,
Jesus Cristo é o único que pode nos dar
a verdadeira paz. Ela nasce do encontro
confiante do homem com o seu Deus.
A partir desse encontro, que pode ser
vivido como amizade e filiação, como
abraço de salvação, como rendição ao
amor, que é abrir-se à ação do Espírito
Santo, o homem passa a ser um bem-aventurado e um construtor da paz. Ele
é receptor da paz e instrumento de paz.
Ele leva outros a essa mesma experiência de bem-aventurança. Ele passa
a contribuir para a construção de uma
cultura de paz que privilegia o bem do
homem, defende a vida humana e sua
integridade a partir do relacionamento
do homem com seu Criador. Vejamos
como o papa descreve a bem-aventurança da paz: “A bem-aventurança de
Jesus diz que a paz é, simultaneamente, dom messiânico e obra humana. Na
verdade, a paz pressupõe um humanismo aberto à transcendência; é fruto do
dom recíproco, de um mútuo enriquecimento, graças ao dom que provém de
Deus e nos permite viver com os outros
e para os outros. A ética da paz é uma
ética de comunhão e partilha”.
Discípulos da paz
A seguir, Bento XVI toca em um
ponto importantíssimo para quem é
consagrado e vive um maior compromisso de santidade e de evangelização
explícita: “Condição preliminar para a
paz é o desmantelamento da ditadura
do relativismo e da apologia duma moral totalmente autônoma, que impede o
reconhecimento de quão imprescindível
seja a lei moral natural inscrita por Deus
na consciência de cada homem. A paz é
construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre
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um alicerce cuja medida não é criada
pelo homem, mas por Deus. Como lembra o Salmo 29,11: ‘O Senhor dá força ao
seu povo, e abençoa seu povo com paz’”.
Cabe agora uma palavra especial
para nós, da grande família Shalom.
Somos discípulos e ministros da paz.
Jesus é a nossa Paz. Ele é o Shalom do
Pai. Ele é o Ressuscitado que passou
pela cruz e na cruz nos ressuscita. Nele
recebemos a paz e nele, a partir de Seu
coração transpassado, a ministramos,
como um transbordamento da obra do
Seu Espírito em nós. Mas somos discípulos e ministros da paz porque em Jesus fomos feitos, primeiramente, filhos
e filhas de Deus Pai. Na filiação, uma
bem-aventurança que fundamenta a
nossa vocação de construtores da paz.
É Jesus quem nos chama de bem-aventurados filhos de Deus quando construímos a paz (cf. Mt 5, 9).
E o que é ser um bem-aventurado
discípulo e ministro da paz? Como construir a paz? Como receber e dar a paz?
Como ser shalom para dar shalom? Acolhamos a sabedoria que nos vem do coração do Santo Padre que ilumina nossa
inteligência e dá sentido ao nosso agir
evangelizador e vida de consagrados e
vocacionados em tão magnífica vocação: “As bem-aventuranças proclamadas por Jesus (cf. Mt 5,3-12; Lc 6, 20-23)
são promessas (...). Assim, as bem-aventuranças não são meras recomendações
morais, cuja observância prevê no tempo devido – um tempo localizado geralmente na outra vida – uma recompensa, ou seja, uma situação de felicidade
futura; mas consistem, sobretudo, no
cumprimento duma promessa feita a
quantos se deixam guiar pelas exigências da verdade, da justiça e do amor.
Frequentemente, aos olhos do mundo,
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aqueles que confiam em Deus e nas suas
promessas aparecem como ingênuos ou
fora da realidade; ao passo que Jesus
lhes declara que já nesta vida – e não só
na outra – se darão conta de serem filhos de Deus e que, desde o início e para
sempre, Deus está totalmente solidário
com eles. Compreenderão que não se
encontram sozinhos, porque Deus está
do lado daqueles que se comprometem
com a verdade, a justiça e o amor. Jesus,
revelação do amor do Pai, não hesita em
oferecer-se a Si mesmo em sacrifício.
Quando se acolhe Jesus Cristo, Homem-Deus, vive-se a jubilosa experiência de
um dom imenso: a participação na própria vida de Deus, isto é, a vida da graça,
penhor duma vida plenamente feliz”.
Para nos tornarmos autênticos
obreiros da paz, é fundamental a atenção à dimensão transcendente e o diálogo constante com Deus, Pai misericordioso. Para quem é eleito e chamado
por Deus para ser ministro e discípulo da
paz, como consagrado ou vocacionado
Shalom, conhecer a paz nunca será tarefa esgotada ou árida. Só vai depender da
sede de cada um. O Shalom do Pai, que
é Jesus e que Jesus nos comunica no
“
Para nos tornarmos autênticos
obreiros da paz é fundamental a
atenção à dimensão transcendente
e o diálogo constante com Deus, Pai
misericordioso. Para quem é eleito e
chamado por Deus para ser ministro e
discípulo da Paz, como consagrado ou
vocacionado Shalom, conhecer a Paz
nunca será tarefa esgotada ou árida”
“
Se a Vocação Shalom
é o nosso tesouro, é
o meio e o caminho
onde conhecemos e
partilhamos o convite
para uma vida na paz,
construindo a paz, que
em 2014 coisas novas
desse grande tesouro
possam ser descobertas
e coisas velhas possam
ser revisitadas”
Seu Espírito, é inesgotável. Cabe a nós
desejar e viver, viver e desejar, deixando
a alma esposa expandir-se pela ação da
graça, sem medidas, sem receios, sem limites. Em plena liberdade e consciência
da própria dignidade, em pleno uso da
inteligência e da vontade. Como menores, os mais miseráveis. Como diletíssimas almas esposas, muito amadas, que
o Pai escolheu para o Seu divino Filho.
que em 2014 coisas novas desse grande tesouro possam ser descobertas e
coisas velhas possam ser revisitadas.
Pois Deus, que é a eterna novidade, é
aquele que pode fazer nova a Vocação
Shalom, fazendo novos os corações dos
que são Shalom, levando-os mais perfeitamente a viver o amor e a violência
de coração que caracteriza seus bem-aventurados filhos.
Mas não é verdade que os extremos se tocam? Os menores. Almas esposas diletas. Na Vocação Shalom esta
realidade se comprova e, por isso, em
mais esse ano que Deus nos dá, temos
a oportunidade de viver um trecho
do Evangelho que, junto ao da bem-aventurança, ilumina a experiência de
acolhida e de doação do dom da paz.
Refiro-me ao texto de Mt 13, 52, em que
Jesus convida o que acolhe o Reino a
tirar do “seu tesouro coisas novas e velhas”. Se a Vocação Shalom é o nosso
tesouro, é o meio e o caminho onde conhecemos e partilhamos o convite para
uma vida na paz, construindo a paz,
E que venham as surpresas e as
belezas que só o Esposo pode dar e
pode pedir à Esposa neste ano que se
inicia. Eis-nos aqui, Pai, para fazer a tua
vontade como indivíduos e como corpo
comunitário, espalhados na face da terra. Eis-nos aqui, Senhor, dispostos a colaborar com a tua Obra Nova na Igreja
e no mundo! Eis-nos aqui, Deus misericordioso, recebe o nosso amor e nosso louvor. Eis-nos aqui, Rainha da Paz,
guia-nos no Caminho da Paz!
Elena Arreguy Sala é missionária da Comunidade de Aliança Shalom no Rio de Janeiro/RJ
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Revista Shalom Maná | Especial
Foto: Wallace Freitas
Fé e
Misericórdia
“Acreditem no amor misericordioso de Deus”
Em pregação proferida durante o Fórum Carismático
Shalom 2013, Moysés Azevedo nos levou a meditar
sobre a fé e a importância de nos reconhecer
necessitados da divina misericórdia. Por Moysés Azevedo
N
a Carta Encíclica Lumen Fidei, o Papa
Francisco, que a escreveu com o Papa
emérito Bento XVI, nos convida a ter
um olhar de fé sobre a nossa existência,
sobre a Igreja, sobre a história, sobre a
humanidade. E em que consiste este
olhar de fé? No fundo, esta Encíclica é
um chamado, é um clamor, um apelo da
Igreja para que acolhamos o dom da fé,
não simplesmente para dizer que o temos, mas para olharmos todas as coisas
a partir da ótica da fé e para encarnarmos esta fé na nossa vida e a testemunharmos no coração do mundo. Este é
o grande objetivo desta carta do papa.
A fé é uma luz que faz com que seja
iluminada toda a escuridão que existe
30 | www.comshalom.org
dentro de nós e fora de nós, e que nos
capacita a ver todas as coisas não apenas de uma forma natural, pois a realidade e a verdade não são somente
aquelas que podemos tocar e ver, estão
muito além. A verdade e a realidade são
aquelas que a fé nos proporciona, que
nos fazem ver além do que o nosso olhar
alcança, além do que os nossos sentidos
podem alcançar.
É muito racional crer? Sim! Não é
uma coisa irracional. A fé e a razão estão em uma comunhão profunda, porque a nossa razão nos faz crer em Deus.
Ele nos fez à Sua imagem e semelhança
e, ao contemplarmos a criação e o mistério da salvação, ao contemplarmos
Cristo, o Verbo encarnado, ao contemplarmos Sua cruz e ressurreição, pelo
Seu Espírito, Ele nos dá o dom da fé,
que ilumina a nossa inteligência e nos
faz ver a verdade, a realidade. Deus nos
dá em Cristo Jesus a luz da fé para que
possamos olhar o mundo, olhar as escuridões da nossa vida e enxergar a verdade, a realidade.
É este o grande convite que Jesus
Cristo nos faz: nós não podemos mais
viver de uma forma apenas natural. Em
Cristo, somos uma nova criatura, nos
tornamos filhos de Deus, recebemos o
Espírito Santo e recebemos a vida divina. Já não vivemos mais com a medida
simplesmente dos nossos sentidos. Já
não vivemos mais com a medida simplesmente do nosso olhar, mas vivemos toda a nossa vida iluminados pelo
dom da fé de uma forma sobrenatural,
para além dos nossos sentidos, para
além dos nossos entendimentos.
“
De uma forma sobrenatural vou
vivendo a minha vida, as minhas escolhas. A partir daí, nós nos sentimos
impelidos a transmitir esse dom da fé
para que todos possam ver e conhecer
a verdade, o amor, para que todos possam ver e viver esta vida sobrenatural
que Cristo Jesus nos conquistou na Sua
cruz e na Sua ressurreição. Por isso,
Deus convida a todos nós, pelo dom da
fé, a ver todas as coisas sob a luz da fé,
dissipando a escuridão da nossa vida,
da nossa história e do mundo. Assim,
vivendo esta vida nova, essa vida divina, vida plena que nos é dada pela fé
Você, meu querido irmão, não se
conforme! Em nome de Jesus Cristo,
não se conforme com os desvios e
com as feridas da sua vida”
em Jesus Cristo, somos impelidos a dar
de graça o que de graça recebemos, e,
portanto, transmitir a fé.
Confiar no amor misericordioso
Para vivermos da e na fé e para
transmiti-la é importante compreendermos o seu sentido profundo. Eu quero apresentar mais uma definição que
o Papa Francisco nos dá sobre a fé, na
Lumen Fidei. Ele diz: “Acreditar significa
confiar-se a um amor misericordioso
que sempre acolhe e perdoa, que sustenta e guia a existência, que se mostra
poderoso na sua capacidade de endireitar os desvios da nossa história. A fé
consiste na disponibilidade a deixar-se
incessantemente transformar pela chamada de Deus. Paradoxalmente, neste
voltar-se continuamente para o Senhor,
o homem encontra uma estrada segura
que o liberta do movimento dispersivo
a que o sujeitam os ídolos”.
Acreditar significa confiar-se a um
amor misericordioso que sempre acolhe e perdoa. O que é o dom da fé, na
sua última instância? É acreditar que
existe um olhar sobre mim, um olhar
sobre a minha existência, um olhar sobre a humanidade e que este olhar é de
um Deus que é amor e misericórdia, e
que eu posso confiar nele. Esta é a fé,
esta é a resposta a esse olhar que me
acompanha. Esta é a Por Moysés Azevedo resposta a este Deus que me alcança e que tem um olhar misericordioso,
um amor misericordioso.
Nas palavras do papa: confiar-se,
entregar-se, abandonar-se a um amor
misericordioso que sempre acolhe, independente da situação e da circunstância da vida em que nos encontremos. Ele sempre, sempre acolhe, e isto
talvez seja uma das maiores dimensões
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da nossa fé. Acreditar e me confiar a um
Deus que sempre me acolhe, não obstante a circunstância em que eu esteja
vivendo. Este amor misericordioso me
acolhe, me perdoa, me sustenta.
naquele ditado popular “pau que nasce
torto, não tem jeito, morre torto, e até a
cinza é torta”. Isso é um ditado do diabo.
Pau que nasce torto tem jeito, sim, se
confiar na misericórdia de Deus.
Meus queridos, este é o grande convite da fé: abandonar-me, confiar neste
Deus que é misericórdia. Que sempre,
sempre poderá me acolher e me perdoar! E me acolhendo e me perdoando,
Ele é suficientemente poderoso para
endireitar os desvios da minha história.
Duas coisas importantíssimas: se acontecem desvios na nossa história, se nos
desviamos da estrada do Senhor, se caímos, ferimos ou se nos confundimos, eu
creio e nós cremos em quem é o nosso
Deus! Um Deus capaz de nos perdoar, de
nos acolher sempre e de endireitar esses
desvios. Nós temos que ter a confiança
de que Nosso Senhor é capaz de entrar
na nossa vida, se deixarmos, e é capaz
de corrigir os desvios da nossa estrada
para a verdade, para a paz, para a vida,
para a plenitude. Ele é poderoso o suficiente para isso. Por isso, nenhum pecado, nenhuma fraqueza, nenhum erro
é maior do que a misericórdia de Deus,
porque se lançamos o nosso olhar sobre
Ele, se jogamos o nosso coração nele,
se cremos, se nos abandonamos, Ele é
poderoso o suficiente para corrigir os
desvios da nossa história e levar a nossa
história à plenitude da Sua vontade. Crer
é confiar-se neste amor misericordioso.
Todo mundo aqui é “pau que nasceu torto”, porque nasceu com a mancha do pecado original. Mas nós temos
um Deus que é amor e misericórdia, que
se compadeceu dos nossos desvios, que
se compadeceu do nosso deformar, veio
ao nosso encontro e morreu por nós na
cruz. Tomou sobre si toda a nossa deformação para que, ao lançarmos nosso
olhar sobre Ele, pela força da misericórdia dele, possamos nos endireitar e não
só morrer nele, mas viver eternamente e
retamente nele, porque essa é a nossa
esperança. A esperança não decepciona. O nosso Deus é um Deus de misericórdia e esta é a fé que nos salva.
Não conformar-se com nossos
desvios
Meu querido irmão, este é o nosso
Deus, o Deus que, poderosamente, pode
endireitar os desvios da nossa história.
Você encontra desvios na sua história?
Pois recorde-se: a fé consiste em não se
conformar com estes desvios. A maior
mentira que o diabo pode dizer consiste
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Você, meu querido irmão, não se
conforme! Em nome de Jesus Cristo,
não se conforme com os desvios e as
feridas da sua vida. E não se iluda de
que é você quem vai curá-las e consertá-las. Não se iluda que é a força
do seu braço que tem esse poder, mas
é a força daquele que derramou o Seu
sangue. É a força daquele que tomou
as suas feridas sobre o Seu corpo. É a
força daquele que ressuscitou e venceu
as nossas feridas. Por isso, em nome de
Jesus Cristo, não se conformem com os
desvios da sua e da nossa história.
Acreditem no Deus misericordioso.
Ele é poderoso para endireitar os desvios
da nossa história e esta é a estrada segura da salvação. Não nos acomodar na
dispersão dos ídolos, mas fixar os nossos
olhos Nele, voltar-se para Ele e permitir
que a potência da Sua graça e da Sua
misericórdia nos regenere, nos recrie e
nos faça novas criaturas. Crer é confiar
neste poderoso, infinito e salvífico amor
misericordioso de Deus que se manifesta
em Jesus Cristo, Nosso Senhor. Nesta dimensão, como anda a sua fé?
Reconhecer-se pecador
Moysés Azevedo
durante pregação
no Fórum
Carismático
Papa Francisco:
olhar
misericordioso
de Deus
Para ser testemunha da misericórdia e para transmiti-la, a primeira coisa
que tenho de fazer é reconhecer-me necessitado dela, reconhecer-me pecador
e libertar-me das teias da corrupção. O
Papa Francisco apresenta uma diferença muito bonita entre ser pecador e ser
corrupto. Pecador, diz o Papa Francisco,
todos nós somos, e é nesse voltar-se
continuamente para Deus que Ele vai
nos santificando. Mas corrupto, não! O
corrupto faz um mal tremendo à Igreja, diz ele, porque o corrupto é aquele
que não reconhece a sua debilidade – e
quando reconhece, é simplesmente por
rótulo intelectual. Ele não apresenta a
sua verdade diante de Deus, não reconhece e não confia nesse amor misericordioso. Esconde e vive uma vida dupla
que leva ao endurecimento do coração.
Diz o Papa Francisco a este respeito: nós temos que nos reconhecer
pecador com nome e sobrenome, e
quando um cristão não consegue fazer
isso diante da Igreja, na sua confissão,
não reconhecendo a verdade sobre si
mesmo, dando desculpas e justificativas, algo está errado. Por isso ele não
poderá entender a beleza da salvação
que nos traz Jesus Cristo, o tesouro da
misericórdia. Para nos deixar atingir
pela misericórdia a primeira coisa é se
reconhecer pecador.
A consciência de ser pecador e a
experiência da misericórdia divina vão
nos dar um olhar diferente quando encontrarmos alguém que está sob o peso
dos pecados. Não haverá um olhar de
julgamento, um olhar de condenação,
mas um olhar de misericórdia, de compaixão, porque ele é igual a mim. Eu sou
tão ou pior pecador do que ele, e se não
estou fazendo o que ele faz, simplesmente é por misericórdia de Deus. Por
isso, homem, diz São Paulo, não condene nenhum outro, porque ao condenar o
outro, você condena a si mesmo. Dessa
forma, objetos da misericórdia de Deus,
nós vamos ter um olhar diferente sobre
os outros, sobre a humanidade. Vamos
ter um olhar compassivo e vamos querer
dar a eles o que nós temos, o que salvou
a nossa vida, o que nos libertou, o que
nos curou, nos perdoou, o que nos recriou: a misericórdia de Deus. Por isso,
você não poderá ser instrumento alegre
da misericórdia se você, na sua carne,
não experimentou esta misericórdia.
Quando nos deixamos contagiar por ela,
nós atraímos a muitos e, junto com eles,
com os jovens que desconhecem a Deus,
com os dependentes químicos, com
as famílias feridas e chagadas, unidos
a Cristo, esquecidos de nós mesmos e
abraçados com eles, quando chegarmos
no Céu, nas portas da eternidade, Deus
olhará para nós e dirá: “A ti eu reconheço, porque tu és como o meu Filho. Tu
recebestes a misericórdia do meu Filho,
e tu, cheio dessa misericórdia, não queres entrar só. Tu trazes contigo uma multidão, e assim é o meu Filho. Pela Sua
vida ofertada, resgatou uma multidão.
Na oferta do meu Filho, tu também vem.
Vem! E entra no gozo do teu Senhor!”. É
isto que nos espera, irmãos, e é esta a
nossa alegria, é esta a alegria de Deus.
Moysés Azevedo é fundador e moderador
geral da Comunidade Católica Shalom.
Trecho de pregação proferida no Fórum
Carismático Shalom, em novembro de 2013.
Mantido o tom coloquial.
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Acontece no mundo
Alegria do Evangelho é tema central da
primeira exortação apostólica do Papa Francisco
Um convite a todos os cristãos à
“alegria do Evangelho que enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus”. É este o tema central
da primeira exortação apostólica do
Papa Francisco, “Evangelii Gaudium”,
apresentada no dia 26 de novembro,
na sala de imprensa do Vaticano. O
documento, que trata do anúncio do
Evangelho no mundo atual, foi escrito
pelo pontífice em agosto, após a Jornada Mundial da Juventude no Rio de
Janeiro, e nasce das propostas da 13°
Assembleia Geral Ordinária do Sínodo
dos Bispos.
Os sete pontos principais da
Exortação são: a reforma da Igreja, os
agentes pastorais, a Igreja como totalidade do povo de Deus que evangeliza,
a homilia e a sua preparação, a inclu-
são social dos pobres, a paz e o diálogo
social.
O papa convida os cristãos a
recuperar o frescor do Evangelho,
encontrando novas estradas, novos
métodos criativos para anunciar a
Boa-Nova, “não deixando roubarem
a alegria da evangelização”. A palavra
alegria aparece muitas vezes no documento, repetida ao menos 59 vezes.
Isso demonstra o desejo do Santo Padre de ver renovado na Igreja um caminho de simplicidade.
A Igreja, como afirma o Papa
Francisco, deve sair de si mesma, ser
audaz e criativa para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo e
superar as tentações que ameaçam a
nova evangelização.
Fonte: www.comshalom.org
Papa escolhe o tema da fraternidade
para o Dia Mundial da Paz 2014
“Fraternidade, fundamento e caminho
para a paz”: este é o tema do 47º Dia Mundial
para a Paz, celebrado em 1º de janeiro de
2014, o primeiro do Papa Francisco. De acordo com um comunicado do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, o Pontífice escolheu
a fraternidade como tema já que “desde o
início do seu ministério como Bispo de Roma,
destacou a importância de superar a ‘cultura
do descartável” e de promover a ‘cultura do
encontro’, para caminhar rumo à realização
de um mundo mais justo e pacífico”.
Diante dos inúmeros dramas que atingem a família humana, como pobreza, conflitos, criminalidade organizada e fundamentalismos, a fraternidade é fundamento e
caminho para a paz. Esses mesmos dramas e
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a cultura do bem-estar fazem perder o sentido da responsabilidade e da relação fraterna.
Os outros, ao invés de nossos ‘semelhantes’,
aparecem como antagonistas ou inimigos e,
muitas vezes, como objetos. Não raramente,
os pobres e os necessitados são considerados
como um “fardo”, que impede o desenvolvimento. Ou seja, não são mais vistos como
irmãos, chamados a compar tilhar os dons da
criação, os bens do progresso e da cultura.
Como afirmou em várias ocasiões o
Santo Padre, é a fraternidade que pode vencer o difundir-se da globalização da indiferença e enraizar-se em todos os aspectos da
vida, inclusive na economia, nas finanças, na
pesquisa científica e na política.
Fonte: Rádio Vaticana
Acontece na comunidade
México: Shalom participa de
encontro sobre nova evangelização
O assistente local da Comunidade Shalom em Fortaleza, padre Sílvio Scopel, e o
assistente internacional, Cristiano Pinheiro,
participaram do encontro “Nossa Senhora de
Guadalupe, Estrela da Nova Evangelização no
Continente Americano”, promovido pela Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL).
O encontro, que aconteceu de 16 a 19 de novembro, no Santuário de Nossa Senhora de
Guadalupe, na cidade do México, reuniu 300
participantes convidados, entre bispos, presbíteros, religiosos e leigos, e mais de 300 congressistas da arquidiocese mexicana.
O congresso-peregrinação teve como
objetivo envolver cada vez mais a Igreja na
América no dinamismo de uma missão continental, segundo o legado da Exortação
Apostólica Pós-Sinodal “Ecclesia in America”,
do documento conclusivo da V Conferência
Geral do Episcopado Latino-Americano, em
Aparecida, e dos apelos pontifícios a uma
“nova evangelização”.
“Que todo o continente americano seja
essa ‘tilma’, uma tilma eclesial de discípulos,
missionários, carismas, unidos nessa tilma
da Virgem Maria de Guadalupe”,
afirmou o cardeal Marc Ouellet,
presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Os participantes trabalharam em diferentes comissões
abordando questões concernentes ao apelo da nova evangelização na América e da América
para o mundo. Padre Sílvio e
Cristiano colaboraram nas comissões do encontro.
“Estamos vivendo um tempo de graça,
um tempo profético para a Igreja na América.
As palavras e testemunhos de tantos cardeais, bispos, consagrados e leigos nos impulsionam a continuar firmes na nossa grande
missão de evangelizar, a avançar na amizade
com Deus e no amor à Virgem Maria. Assim,
seremos cada vez mais amigos uns dos outros e, impulsionados por este amor, iremos
até as periferias existenciais”, destacou Cristiano Pinheiro.
Fonte. www.comshalom.org e Rádio Vaticano
Comunidade Shalom lança
romance policial na Livraria Cultura
No dia 25 de novembro, as Edições Shalom
promoveram o lançamento do romance policial
Tomas Rocha e os Filhos de Odin, de José Edilson Filho, na Livraria Cultura, em Fortaleza.
O livro do escritor cearense traz em sua
trama mistério, investigação, suspense e aventura. Primeiro de uma trilogia, o livro Tomas
Rocha e os Filhos de Odin tem um enredo que
envolve corrupção no governo, exploração de
diamantes e uma rede internacional de intrigas.
Ambientada em Salvador, a história mescla o
melhor da literatura policial com valores como
amizade e lealdade. Segundo o autor, que concedeu entrevista durante o evento, a inspiração
surgiu do desejo de dar aos outros uma experiência bem pessoal. Já o impulso para escrevê -
-la veio com a escuta da pergunta feita pelo
“homem de hoje”, fim e personagem de quem a
saga Tomas Rocha busca ir ao encontro.
“O livro nasce do desejo de criar um personagem com quem o leitor pudesse se identificar, tê-lo como referência de vivência de virtude, alguém que está descobrindo o caminho
da fé. A indicação é livre para todas as faixas
etárias”, afirma Edilson.
No meio de muitos best sellers contemporâneos cujos enredos se desenvolvem no mundo
imaginário ou fora do Brasil, Tomas Rocha e os
filhos de Odin apresenta as ladeiras e as paisagens naturais e urbanas da capital baiana como
espaço da narrativa. O lugar é bastante conhecido pelo autor, que morou durante dois anos em
Salvador. Em 230 páginas, a obra traz, ao final de
cada capítulo, um desfecho repleto de suspense
e expectativa do desvendamento do crime.
Fonte: www.comshalom.org
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Divirta-se
Significado de nomes bíblicos
José Ricardo Ferreira Bezerra
HORIZONTAIS
1- "Filho da consolação" (At 4,36)
2- "Que Deus proteja" (Gn 25,26)
3- "Que felicidade" (Gn 30,13)
4- "Que Deus se mostre forte" (Gn 32,29)
5- "Minha doçura" (Rt 1,19)
6- "Mãe de nações" (Gn 17,16)
7- "Mãe de todos os viventes (Gn 3,20)
4
8- "Eu o tirei das águas" (Ex 2,10)
9- "Iahweh viu minha aflição" (Gn 29,32)
10- "Eu o pedi a Iahweh" (1Sm 1,20)
11- "Quem como Deus" (Ap 12,7)
12- "Eu darei glória a Iahweh" (Gn 29,35)
13- "Iahweh é favorável" (Lc 1,13)
14- "Meu marido se unirá a mim" (Gn 29,34)
15- "Que sorte" (Gn 30,11)
16- "Deus me deu meu salário" (Gn 30,18)
VERTICAIS
1- "Iahweh salva" (Mt 1,21)
2- "Iahweh ouviu" (Gn 29,33)
11
3- "Pai de multidão" (Gn 17,5)
4- "A amiga" (Rt 1,4)
5- "Que Deus ouça" (Gn 16,11)
6- "Filhos do trovão" (Mc 3,17)
7- "Amado de Iahweh" (2Sm 12,25)
8- "Rocha" (Mt 16,18)
9- "Deus semeia" (Os 1,4)
10- "Que Deus me dê outro" (Gn 30,24)
11- "Que Deus sorria" (Gn 17,17)
12- "Iahweh fez-me justiça" (Gn 30,6)
13- "Deus conosco" (Mt 1,23)
14- "Eu lutei as lutas de Deus" (Gn 30,8)
15- "Filho de bom augúrio" (Gn 35,18)
6
1
13
1
15
2
9
3
11
3
5
6
7
5
14
8
8
2
9
4\10
10
7
12
13
14
12
15
16
Blood Money
O documentário, escrito e dirigido por David Kyle, examina a trajetória do
aborto nos Estados Unidos, a invenção da Planned Parenthood, o caso Roe versus Wade, a negação de quando começa a vida pelo movimento pró-aborto e
histórias de mulheres que passaram pelo aborto. Expõe a verdadeira agenda por
detrás da indústria que terminou com a vida de mais de 50 milhões de bebês em
todos os estágios de gestação. O depoimento de várias mulheres que abortaram
revelam sequelas físicas, psicológicas e espirituais que estas carregam pela vida
toda; experiências que frontalmente contradizem os argumentos (enganosos)
em que se apoiam a propaganda abortista. Documentário, 1h 20 min, 2013.
Verticais: 1.Jesus, 2.Simeão, 3.Abraão, 4.Rute, 5.Ismael, 6. Boanerges, 7.Jededias, 8.Pedro, 9.Jezrael, 10.José, 11.Isaac, 12.Dã, 13.Emanuel, 14.Isaac, 15.Ismael.
Horizontais: 1. Barnabé, 2.Jacó, 3.Aser, 4.Israel, 5.Noemi, 6.Sara, 7.Eva, 8.Moisés, 9.Ruben, 10.Samuel, 11.Miguel, 12. Juda, 13.João, 14.Levi, 15.Gad, 16.Issacar.
36 | www.shalom.org.br
Revista Shalom Maná | Especial
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É preciso mudar. E essa atitude nem sempre é
tranquila. Gerenciar sua vida é uma questão de
escolha. Você precisa estar disposto a assumir
uma nova postura, e não adianta achar que vai ser
fácil. Pode ser paralisante sair da sua comodidade.
Por Raphael Moura
M
ais um ano se inicia e é comum afirmamos ou até ouvirmos colocações de
pessoas que, se tivessem uma chance de voltar no tempo, mudariam por
completo e fariam tudo diferente para
ter uma vida melhor, mais feliz, mais
equilibrada e com menos ansiedade e
estresse. Diante disso, uma certeza precisa vir à nossa mente: não temos como
voltar ao passado, mas o futuro está ao
nosso alcance, para recomeçarmos e
fazermos tudo diferente. Muitas pessoas passam a vida inteira esperando “o
momento certo” para mudar, mas, infelizmente, ele nunca chega, e elas terminam por viver o dissabor da sensação
de ter perdido tempo.
Caso você seja uma dessas pessoas, será que não seria interessante parar de viver no passado, que não pode
mais ser alterado, e começar a viver o
presente e pensar no seu futuro? Que tal
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aproveitar esse começo de ano e colocar
diante de você o que precisa ser mudado
e escolhido, para uma nova etapa? Que
tal criar um planejamento para sua vida?
Planejar: um ato de fé
Ter uma vida planejada significa
crescer na qualidade de vida. Planejar
é estar atualizado e pronto para viver
diante de tantas novidades e exigências
do mundo. Muitas pessoas pensam que
o ato de planejar quer dizer somente
organizar a vida segundo as próprias
expectativas. Essa afirmativa pode até
possuir um fundo de verdade, porém,
quando esse “planejar” situa-se no Reino de Deus, tudo muda de perspectiva.
Planejar, para quem deseja ser santo, é
um ato de fé. É uma descoberta da vontade de Deus. É um verdadeiro caminho
“do estar nas mãos do Senhor”. Ato que
não chega a ser sinônimo de descuido
ou de uma vida sem sentido. Pelo contrário, trata-se de uma experiência de
escuta da voz de Deus, de uma compreensão do que Ele falou e da incorporação de atitudes diferentes.
Para muitos santos, o ato de planejar poderia parecer uma presunção
ou uma independência arriscada por
tomar a vida nas próprias mãos. Mas
pensar em um ato humano sem uma
boa preparação é realizar uma atividade sem foco e sem sentido. Pensar
dessa forma pode conduzir muitas
pessoas a destinos inesperados com
fortes probabilidades de experiências
emocionais rodeadas de tensões. São
Francisco de Assis afirmava que, diante de uma ação, toda pessoa precisava
começar o que era necessário, depois
o que era possível e, de repente, ela já
estaria executando o impossível. Seguir essa direção é compreender que
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o santo pode ter trilhado um caminho
segundo uma lógica organizada e planejada na sua vida. Ele sabia para onde
queria ir, como, quando e através de
que meios deveria alcançar seus objetivos. São Francisco de Assis tinha metas,
em sua evangelização. Faça isso!
Mudar a forma de encarar as
situações
A falta de foco e de organização da
vida, unida à má organização do tempo, parecem estar enraizadas no nosso
hoje, e temos sempre a sensação de que
não conseguimos encontrar uma solução para tantos problemas. Isso pode
ser resolvido. Basta apenas você mudar
a forma de encarar as situações que te
impedem de seguir em frente. Não fique
mais parado. Aproveite e transforme o
hoje no “momento certo” para mudar
e refletir, e dê a si mesmo uma nova
oportunidade para repensar nas coisas
que realmente são importantes para
sua vida. Pergunte a Deus o que Ele quer
para sua vida, nesse novo ano. Pense
em novas metas. Metas realizáveis. Crie
novas estratégias, para alcançar seus
objetivos e comece a dar passos. Não
esqueça que uma das coisas mais difíceis, na nossa vida, é saber qual ponte
precisamos atravessar ou queimar. Isso
é uma realidade que todos nós vivemos,
“
Aproveite e transforme o hoje no
‘momento certo’ para mudar e
refletir, e dê a si mesmo uma nova
oportunidade para repensar nas coisas
que realmente são importantes para
sua vida. Pergunte a Deus o que Ele
quer para sua vida, nesse novo ano”
quer andeis à direita quer à esquerda”
(Isaías 30,21). É preciso mudar. E essa
atitude nem sempre é tranquila. Gerenciar sua vida é uma questão de escolha.
Você precisa estar disposto a assumir
uma nova postura, e não adianta achar
que vai ser fácil. Pode ser paralisante
sair da sua comodidade.
“
O que pode acontecer com
quem não tem uma vida
planejada
Planejar, para quem deseja
ser santo, é um ato de fé. É
uma descoberta da vontade de
Deus. É um verdadeiro caminho
‘do estar nas mãos do Senhor’”
mas ela não deve nos paralisar. A meta
indica o ponto que você pretende alcançar. Os caminhos que te conduzirá até a
realização dos seus objetivos são definidos pelo planejamento.
Não fazer nada de qualquer
jeito
É importante saber o que você almeja para esse ano de 2014. Se não sabe
o que deseja ou o que e quem é importante na sua vida, de que adianta ter
meta, planejamento, organização ou capacidade de execução? Fazer as coisas
por fazer, de forma mecânica, não traz
benefício algum a você. Viver as circunstâncias pode ser muito doloroso. Muita
gente só se dá conta disso quando, já
com uma idade avançada, olha para
trás e se pergunta: o que eu fiz da minha vida? Talvez, nessa hora, já não haja
mais tempo para construir uma resposta agradável a essa pergunta.
“Teus ouvidos ouvirão uma palavra
atrás de ti: este é o caminho, segui-o,
A verdade precisa ser dita e alertada. As consequências na saúde são graves. Doenças como gastrite, pressão alta
e infarto passaram a ser consideradas
questões comuns da vida cotidiana. O
estresse é visto como algo tão corriqueiro que muitos o consideram até mesmo
algo comum. Nossa cultura aceita como
normal esse ritmo desenfreado, mas esquece que a possibilidade de mudança
para uma vida melhor está bem a nossa
frente. O número de pessoas com pressão alta, diabetes e obesidade está drasticamente aumentando em todo o mundo, de acordo com a última “Estatística
da Saúde Mundial“ lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em uma
pesquisa realizada em 194 países.
Diante desse quadro, precisamos
ter uma atitude para não entrarmos
nesses números. Mudar de vida e fazer
uma boa gestão do nosso tempo é uma
questão até de conversão. Então, aproveite o início desse novo ano para dar
um novo sentido para sua história. Comece sempre com a oração, pois a unidade com Deus te levará a dar o melhor
upgrade no seu planejamento.
Raphael Moura é seminarista e missionário da
Comunidade de Vida Shalom em Aquiraz/CE
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Revista Shalom Maná | Vida e Saúde
Alimentação saudável
que cuidados tomar após as festas de final de ano?
É com muita alegria que trazemos uma nova seção para
você. A cada mês, diversos profissionais apresentarão
importantes dicas de cuidados com a saúde. Confira
a seguir sugestões de uma alimentação saudável para
começar 2014 de bem com o nosso corpo, que é templo
do Espírito Santo. Por Thaís Gonçalves
A
alimentação é um dos fatores comportamentais que mais influencia a nossa
qualidade de vida. O corpo humano é
formado por aproximadamente 100 trilhões de células, destas, 50 bilhões se
renovam a cada dia, e, para que isso
aconteça de forma adequada, é necessário a presença de inúmeros nutrientes. Portanto, uma alimentação
saudável é fundamental para garantir o
funcionamento das células.
Após as festas de final de ano, é
normal que as pessoas sintam aquela
“culpa” por ter exagerado na alimentação, afinal, é uma época de comemora-
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ção, quando há muita fartura de comidas e de bebidas. O excesso da ingestão
desses alimentos e bebidas (refrigerantes e bebidas alcoólicas) faz com que
haja um acúmulo de substâncias tóxicas, desequilibrando o organismo.
Se você exagerou, é hora de destoxificar e reequilibrar as células e as
funções do seu corpo. O processo destoxificação (detox) tem como objetivo
a eliminação de substâncias estranhas
ao organismo – o que chamamos de
xenobióticos – que causam danos nas
células, levando ao desenvolvimento de
inúmeras doenças. Este processo deve
ser feito com acompanhamento de um
profissional nutricionista, que fará uma
dieta individualizada, sendo necessário,
neste período, o uso de suplementação
de vitaminas e minerais que são essenciais neste processo. Após o detox, é
importante continuar se alimentando
de maneira adequada, garantindo uma
alimentação saudável e balanceada,
prevenindo o aparecimento de doenças
e melhorando a qualidade de vida.
Vale lembrar que as festas de fim de
ano duram poucos dias, ou seja, se tivermos frequentemente uma alimentação
equilibrada, o organismo não sofrerá
tanto com a exposição a esses alimentos.
importantes:
alimentares, seguem algumas dicas
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Para que voc
É importante considerar
as, realizando de 5 a 6 refeições/dia.
•Procure alimentar-se de 3 em 3 hor
na saúde.
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•Inclua frutas, legumes, verduras e
remesa;
uma fruta em cada lanche e na sob
•Garanta a ingestão de pelo menos
ncia) e água de coco;
is (sem adição de açúcar, de preferê
ura
nat
os
suc
por
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•Troqu
•Prefira cereais integrais;
•Aumente a ingestão de água;
alimena, evitando o consumo excessivo de
cas
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faç
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•Antes de ir para
tos ricos em gorduras e açúcares;
enso de destoxificação e reeducação alim
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par
sta
oni
rici
nut
al
•Procure um profission
e segura.
tar seja realizado de maneira correta
Opção de suco detox
Bata no liquidificador:
Gelo de couve
Bata no liquidificador, aos poucos:
•5 folhas de couve manteiga
•1 folha de couve manteiga
•1 pedacinho (moedinha) de gengibre
•1 laranja
•1 kiwi (ou outra fruta, banana fica
um sabor super agradável)
•1 copo (200ml) de água de coco
•1 colher (sopa) de semente de chia
ou linhaça.
Importante: Não coar, não adicionar açúcar, tomar todos os dias, de
preferência de manhã, em jejum.
Para facilitar no preparo diário do
suco, faça cubinhos de gelo de couve.
•100ml de água
•5 rodelinhas de gengibre.
Após a mistura no liquidificador,
coloque em forminhas de gelo (de silicone) e leve ao freezer. Quando congelar, desenforme os gelinhos de couve e
coloque em um recipiente de vidro com
tampa. Leve ao freezer. Todos os dias é
só bater 2 a 3 gelinhos com os outros ingredientes. Está pronto seu suco!
Thaís Gonçalves é nutricionista, pósgraduanda em Nutrição Clínica Funcional e
membro da Comunidade de Aliança Shalom
em Fortaleza/CE
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Revista Shalom Maná | Peregrinação a Roma
João Paulo II
Um homem.
Um santo!
Um santo dos nossos tempos. Um santo fascinado
pelo homem, por suas dores, por seus desafios, por
seus questionamentos. Conheça um pouco mais
sobre a vida e a obra deste grande homem de fé.
J
Por Luciana Peres
oão Paulo II, um homem que se deixou
envolver pela graça de Deus. Completamente alcançado por Sua misericórdia,
por ela tornou-se canal da experiência
do amor para tantos homens e mulheres
sedentos de esperança, de presença, de
acolhimento. Testemunhou a tantos a
razão da sua fé, muitas vezes somente
pelo sorriso, pelo olhar. Para outros tantos, foi um intrépido anunciador da verdade do Evangelho, sem medos ou adaptações, pois compreendia, com sua vida,
que o mistério de Cristo não poderia ser
adaptado às nossas conveniências. Um
homem que entendia profundamente a
via da santidade como um caminho de
configuração a Cristo e buscava isso com
fidelidade, por meio de sua oração constante e profunda.
Vida
Karol Wojtyla nasceu em 18 de
maio de 1920, em Wadowice, perto de
42 | www.shalom.org.br
Cracóvia, no sul da Polônia. Ele era o
mais novo de três irmãos. Sua mãe,
Emilia Kaczorowska, morreu pouco
tempo depois, em 1929. Seu irmão
mais velho, Edmund, morreu em 1932,
e seu pai, em 1941. Após terminar a escola, Wojtyla foi estudar teatro na Universidade Jagiellonian, em Cracóvia,
em 1938. Em sua juventude, nutria também um grande desejo de ser ator. A
ocupação nazista forçou a universidade
a ser fechada em 1939. Wojtyla foi então trabalhar em uma pedreira, depois
em uma indústria química, onde permaneceu entre 1940 e 1944 para evitar
a sua deportação para Alemanha. Em
1942, entrou em um seminário clandestino na Cracóvia, onde iniciou seus
estudos eclesiásticos. Na mesma época, também atuava em um teatro clandestino. Após o fim da Segunda Guerra,
retomou seus estudos na Universidade
Jagiellonian, onde passou a estudar te-
ologia. Sua ordenação sacerdotal aconteceu em 1946.
Pouco depois, Wojtyla foi enviado
a Roma para trabalhar com dominicanos franceses. Continuou seus estudos,
finalizando o doutorado de teologia em
1948. No mesmo ano retornou à Polônia, onde passou a atuar como vigário
em diversas paróquias de Cracóvia até
1951. Mais tarde, passou a lecionar teologia e ética social no seminário e na Faculdade de Teologia de Lublin. Tornou-se bispo auxiliar de Cracóvia em 1958.
Em 1964, foi nomeado arcebispo de Cracóvia e, três anos depois, apontado pelo
Papa Paulo VI, foi criado cardeal. Pouco
antes, o então arcebispo Wojtyla participou do Concílio Vaticano II, em que fez
uma importante contribuição na autoria
da Constituição Gaudium et Spes.
Pontificado
Venha em uma
peregrinação a
Roma, junto com
a Comunidade
Shalom, e participe
da cerimônia de
canonização de João
Paulo II e João XXIII.
Mais informações
pelo e-mail:
peregrinacao@
comshalom.org.
Wojtyla foi eleito papa em 16 de
outubro de 1978 no conclave que sucedeu a morte do Papa João Paulo I, cujo
pontificado durou apenas um mês. Ele
foi o primeiro papa não italiano desde
1523. Enquanto foi papa, João Paulo II
esteve em 129 países e realizou 146 visitas pastorais dentro da Itália. Apenas
em Roma, ele visitou 317 das 333 paróquias, mostrando, com isso, seu grande desejo de estar próximo do rebanho
que lhe foi confiado. Em sua primeira
visita à Polônia, em 1979, milhões de
pessoas foram às ruas para recebê-lo
– foi também um momento crucial na
política do país. Além disso, a influência
de João Paulo II é tida como fundamental para a queda do regime comunista
em boa parte da Europa. Foi o papa que
teve mais encontros com líderes religiosos e políticos do que qualquer um de
seus antecessores. Também encorajou
o diálogo com outras religiões, princi-
palmente com os judeus, convidados
diversas vezes a encontros para celebrar a paz. Era um homem que desejava vivenciar a unidade, lutava por ela e
contra tudo que pudesse ameaçar o ser
humano e sua dignidade.
Durante seu pontificado – um dos
três mais longos da história – João Paulo II escreveu 14 encíclicas, organizou
15 assembleias do Sínodo dos Bispos e
nomeou 231 cardeais, além de ter publicado cinco livros. Também teve um
grande ímpeto nas canonizações e beatificações, com foco nos exemplos que
poderiam incentivar a todos os homens
a buscar igualmente este caminho seguro e de felicidade plena. Durante seu
pontificado, 1.338 pessoas foram beatificadas e 482 declaradas santas. Este
grande homem foi incansável no convite
a todos os cristãos a lutarem por uma
vida de comunhão com Cristo. Diz-nos
João Paulo II: “A vocação do cristão é a
santidade, em todo momento da vida.
Na primavera da juventude, na plenitude do verão da idade madura e depois
também no outono e no inverno da velhice e, por último, na hora da morte”.
João Paulo II, um santo dos nossos
tempos. Um santo fascinado pelo homem, por suas dores, por seus desafios,
por seus questionamentos. Um santo
que foi e continua sendo capaz de arrastar milhões por seu testemunho coerente de vida. Um santo que está junto ao
Pai a interceder por nós e de forma particular pelos jovens, esperança da Igreja
e da humanidade. É com muita alegria
que em poucos dias poderemos erguer
a prece que já grita em nossos corações:
“São João Paulo II, rogai por nós!”.
Luciana Peres é missionária da Comunidade
Católica Shalom em Aquiraz/CE
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Revista Shalom Maná | Entrelinhas
Feliz ano novo?
Mas, qual vai ser a diferença?
Será diferente se fizermos diferente. Diferente, se
colocarmos nossa vida nas mãos do Deus que tem todo
o mundo e todo o universo em suas mãos. Diferente se
procurarmos ver os acontecimentos sob a perspectiva
dele, com os pensamentos dele, com os Seus sentimentos.
Por Maria Emmir O. Nogueira
F
“
eliz ano novo! Um ano cheio de paz,
alegria, felicidade! Um ano cheio de realizações! Um ano de sucesso!” Essas
são algumas das frases mais ouvidas
nesses primeiros dias do ano. É muito
belo ver que, nos marcos que ele mesmo estabeleceu no tempo, o homem
abre-se ao amor, à reconciliação, ao desejo sincero de felicidade. Parece haver
uma graça universal de boa vontade e
sede de alegria e paz, nova disposição
de deixar para trás tudo o que é velho e
buscar o novo de todo o coração.
A boa e sincera disposição, porém,
logo passa. Até os bons propósitos feitos entre as últimas horas do ano que se
vai e as primeiras do que chega tendem
a desvanecer-se com o apaziguamento
das emoções, o apagar dos fogos, o silenciar da música, o fim dos efeitos do
champanhe e... a implacável constatação de que... tudo continua igual!
É como um curioso “deixar-se iludir coletivo” que desemboca em silenciosa e inconfessável desilusão já
prevista. Será mesmo que tudo será
igual? Virão insucessos, certamente.
Haverá catástrofes, dores, desilusões,
decepções. Virão também surpresas,
sucessos, alegrias, superações, boas
surpresas. Sucessos e insucessos, boas
e más surpresas, alegrias e tristezas,
nascimentos e mortes. Então será tudo
igual? O mesmo do mesmo?
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Depende! Depende de em que
mãos você decidir colocar o ano novo.
Depende de quem vamos esperar a real
novidade deste ano. Gosto de fechar os
olhos e imaginar um coral imenso de
vozes negras descendo ruas molhadas
pela neve derretida estalando os dedos
e cantando o soul:
He’s got the world in his hands, He’s
got the whole world in his hands. He’s
got the whole wide world in his hands.
He’s got the whole world in his hands.
He’s gotten you in his hands. He’s
gotten me in his hand. He’s gotten you
and me in his hands. He’s got the whole
world in his hands.
Para os tropicalistas saudosos vale
também lembrar a versão brasileira
dos tempos antigos:
Ele tem o mundo em suas mãos. Ele
tem o mundo em suas mãos. Ele é meu Deus
e nosso Deus, ele é meu pai e nosso pai.
Einstein oferece-nos frase genial:
Loucura é esperar resultado diferente e fazer tudo igual.
Vai ser tudo igual se fizermos tudo
igual. Tudo igual se quisermos controlar
nossa vida com nossas mãos. Tudo igual
se quisermos que nossa vontade prevaleça. Tudo igual se fixarmos os olhos em
nós mesmos. Vai ser o mesmo do mesmo.
Porém, será diferente se fizermos
diferente. Diferente, se colocarmos
nossa vida nas mãos do Deus que tem
todo o mundo e todo o universo em
Suas mãos. Será diferente se fixarmos
os olhos no olhar dele. Diferente se procurarmos ver os acontecimentos sob a
perspectiva dele, com os pensamentos
dele, com os Seus sentimentos.
Então, as catástrofes certamente
nos atingirão, mas não nos desesta-
46 | www.shalom.org.br
bilizarão. A dor e a morte baterão em
nossa porta, mas já estarão vencidas. A
desilusão e decepção saberão tornar-se
esperança. Isso tudo porque teremos
adquirido um novo olhar, o olhar evangélico que centraliza a vida em Deus e no
outro. Que coloca Deus acima de tudo e
no centro de tudo. Que busca o interesse
do outro antes do próprio interesse. Simplesmente por crer que Ele tem o mundo
inteiro em suas mãos, que Ele é meu Deus,
nosso Deus, é meu pai e nosso pai e, por
direito, fé e respeito damos a Ele a última
palavra. Sim! Ele tem o mundo inteiro em
Suas mãos e, por isso, tem sempre a última palavra! Não eu, não os outros, não
as contingências, mas Ele, o Deus em que
cremos, o Pai que cuida de nós, Ele tem
sempre a última palavra de amor!
Feliz ano realmente novo, naquele
que tem o mundo inteiro em Suas amorosas mãos.
“
Sim! Ele tem o mundo
inteiro em Suas mãos
e, por isso, tem sempre
a última palavra! Não
eu, não os outros,
não as contingências,
mas Ele, o Deus em
que cremos, o Pai
que cuida de nós, Ele
tem sempre a última
palavra de amor!”
Maria Emmir O. Nogueira é cofundadora
da Comunidade Católica Shalom
A Liturgia do
dia todo mês
na sua casa.
3X
R$
24,00
assinatura anual com 12 edições
Um instrumento
de evangelização
e catequese.
3X R$
36,33
assinatura anual
com 12 edições
informações e pedidos: (85) 3308.7403
edicoesshalom.com.br | [email protected]
Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
14
Teus Asão
oalouvor,
a honra
Shalom 2a0glória,
gend
E toda a bênção. Só a ti, Altíssimo,
são devidos; E homem algum é digno
De te mencionar. Louvado sejas, meu
Senhor, Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o senhor irmão Sol,
Que clareia o dia E com sua luz nos
alumia. E ele é belo e radiante Com
grande esplendor: De ti, Altíssimo, é
a imagem. Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas, Que no
céu formaste claras E preciosas e be-
las. Louvado sejas, meu Senhor, Pelo
irmão Vento, Pelo ar, ou nublado Ou
Acompanhe
seus compromissos
e fique
em dia com
o
sereno,
e todo
o tempo,
Pelo
qual
às
calendário da Igreja com a Agenda Shalom 2014, uma
tuas edição
criaturas
dás sustento. Louvado
em homenagem a São Francisco de Assis.
sejas, meu Senhor Pela irmã Água,
sua!
ra já aútil
dqui
QueAé
mui
e humilde E preciosa
/edicoesshalom
@edicoesshalom
| 3308.7403
– www.edicoesshalom.com.br
e 3308.7402
casta.
Louvado
sejas,
meu
Senhor,

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