natal a espera(nça) a mais sublime vibração
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natal a espera(nça) a mais sublime vibração
ICEB - Instituto de Cultura Espírita do Brasil / Rio de Janeiro A ESPERA(NÇA) Nadja do Couto Valle NATAL Emmannuel Ano IV - no 45 - Dezembro / 2012 - R$ 4,00 A MAIS SUBLIME VIBRAÇÃO Antonio Carlos Siqueira de Lima Editorial M ais um dezembro com sua carga de consumismo, num incrível paradoxo entre a simplicidade da vida de Jesus e o suposto aniversário, tão complexo, com ritos dos quais Jesus jamais participou, festas que lembram muito mais o Zeus Invictus do que o menino que nasceu na manjedoura, do que o homem que andava a pé pela Galileia, com suas roupas caseiras. Era gentil, amoroso, sereno, tranquilo. O que fez, e muito do que disse, ainda não somos capazes de compreender. Para nós Jesus é o modelo perfeito. No Natal, mais do que nunca, devemos viver como Ele viveu, conforme está em João 2:4 “Aquele que diz que O conhece e não observa Seus ensinamentos, é mentiroso e a verdade não está com ele”. Para nós, Jesus é o construtor do planeta. Já era um espírito puro há mais de 4 bilhões de anos e isso é muito acima do nosso entendimento. Também é o governador do nosso planeta. Toda a humanidade, em relação a Ele é subordinada e serva (João, 15:15 e 20). No entanto, no corpo físico, não viveu entre aristocratas, ricos, sacerdotes ou sábios. Foi filho de carpinteiro, conversava amigavelmente com seus pequeninos servidores, comia com eles, pernoitava em suas casas, oferecendo a todos o seu coração (Mateus, 15:30). Jamais expulsou os fracos (Mateus, 26:40), os ignorantes (Mateus, 16:9-11 e 19:14), os ambiciosos (Mateus, 19:27), brigões (Mateus, 20:24), vaidosos (Marcos, 9:33), incrédulos (João, 20:27), incompreensivos (Mateus, 15:23), negadores Dele (João, 18:2527), desleais (Mateus, 26:56) e nem sequer os traidores (Mateus, 56:20). Melhor tradutor da lei divina, como está em Mateus, 7:12, subordinou-se às leis do homem, mesmo quando não obrigado (Mateus, 17: 26, 27). Maior autoridade que passou pela Terra, ensinou o perdão absoluto, total e sem limite (Mateus, 18:22). Na comemoração do nascimento de Jesus, recordamos a lição do servidor, como está em Mateus, 20: 26-28 : “ Não é assim entre vós: quem quiser tornar-se grande entre vós, esse será o que vos sirva e quem quiser ser o primeiro entre vós, esse será o vosso servo. Assim , o filho do homem não veio para SER SERVIDO, mas para SERVIR e dar a Sua vida em resgate de muitos”. O primeiro verbo que caracteriza o ser humano é o TER. Tem a ver com as raízes, a sustentação da vida, é muito instintivo. Depois o ser humano quer se afirmar. O novo verbo agora predominante é o SER. O homem bate no peito e diz que é forte, é doutor, tem posses: “Eu sou o que sou”. São atitudes de autoafirmação, mais cerebrais, carregadas de orgulho e vaidade, muitas vezes. Mas o homem cresce, desenvolve-se, amadurece e passa a oferecer apoio àqueles que se aproximam. É um homem autorrealizado, feliz. Então o verbo predominante em sua vida é COMPARTILHAR. Finalmente, o homem atinge o limite superior da sua progressão evolutiva, passa a ser um SERVIDOR da humanidade como, por exemplo, Gandhi, Albert Schweitzer, Madame Curie, Madre Tereza de Calcutá, Francisco de Assis, Irmã Dulce, Dr. Bezerra de Menezes, Chico Xavier. Todos eles se colocaram longe do mundo confuso e agitado, dos costumes estranhos ao Cristo. A Doutrina Espírita, na sua feição de Cristianismo redivivo é um convite ao SERVIR. Gabriela Mistral, admirável poetisa chilena, escreveu belo poema denominado A alegria de servir, que assim começa: “Toda a Natureza é um desejo de serviço. Serve a nuvem, serve o vento, servem os vales. Onde haja uma árvore que plantar, planta-a tu; Onde haja um erro que emendar, emenda-o tu; Onde haja um esforço que todos evitam, aceita-o tu.” Um feliz Natal de servir, para todos. Referência: CHOPRA. D - O terceiro Jesus: o Cristo que não podemos ignorar. 3. ed. RJ: ed. ROCCO, 2009. Revista Sabedoria. Ano 5, Nº 60 – p.311/354. RJ : Sabedoria Livraria Editora Ltda, 1968. t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 3 No 45 – ANO IV DEZEMBRO 2012 Diretor Cesar Reis Coordenação Geral Nadja do Couto Valle ÍNDICE Editorial Cesar Reis ................................................................................................................................................................................ 03 Revisão Teresa Costa Pelos Caminhos da Educação Jornalista Responsável Entrevista Marcelo José Gonçalves Sosinho Nadja do Couto Valle ................................................................................................................................................................ 05 Luiz Cláudio da Silva – O Evangelho no Lar ............................................................................................................................ 06 Reg. RJ 22746 JP Lar Fabiano de Cristo Diagramação e capa Deolindo Amorim Rogério Mota Rogério Mota Nesse Natal o Papai Noel é Você ............................................................................................................................................ 08 O Evangelho e a Interpretação Espírita (4a Parte) ................................................................................................................... 09 Crônicas de Família Ana Guimarães ......................................................................................................................................................................... 10 Colaboração Harmonia e Espiritualidade Glória Magalhães Assaruhy Franco de Moraes Anatasha Meckenna ................................................................................................................................................................11 Redação Rua dos Inválidos, 182 Centro - Rio de Janeiro/RJ Brasil Cristianismo Danilo Carvalho Villela ........................................................................................................................................................... 12 Kristianismo ESPERANTO – Versão: Saulo Wanderley ............................................................................................................................. 14 Encontro com Jesus Fabiano Pereira Nunes ........................................................................................................................................................... 15 As Curas de Jesus Claudio C. Conti ...................................................................................................................................................................... 16 E-mail: [email protected] Site: www.portaliceb.org.br Natal Emmanuel ................................................................................................................................................................................ 17 A Mais Sublime Vibração Antonio Carlos Siqueira Lima ................................................................................................................................................ 18 Distribuição Clube de Arte www.clubedearte.org.br Tiragem: 20 000 exemplares Segunda — 12:00h - Despertar Espírita - Yasmin Madeira Terça — 12:00h - Crônicas de Família - Ana Guimarães Quarta — 12:00h - Encontro com Jesus - Yasmin Madeira Quinta — 12:00h - Cultura Espírita - Assaruhy Franco e Cesar Reis RÁDIO RIO DE JANEIRO — 1400 Khz - A emissora da fraternidade Reprodução: Gráfica e Editora Stamppa Ltda. sintonize www.radioriodejaneiro.am.br "Pcflc"fq"Eqwvq"Xcnng S ete séculos antes de apresentar-Se diretamente ao mundo, Sua imagem já povoava o Inconsciente Coletivo principalmente em Israel – a única de todas as nações que não se submetia facilmente ao controle romano – com o anúncio da vinda do Messias, pelo respeitado profeta Isaías. Esperavam-No pela imagem idealizada de um super-herói, super -humano, acompanhado de uma escolta, com postura de rei, roupas de púrpura e seda, e com todas as exteriorizações da riqueza e do poder do mundo. Muitas gerações cresceram e desapareceram sem vê-Lo. A espera intensa e longa gerou expectativas, frustrações e sonhos, em alguns casos até mesmo delírios. Precursores e profetas anunciam a chegada. Muitos irrequietos, ansiosos, impacientes, abandonam a espera; poucos a vivem, a exemplificam. Neste sentido, transportando-nos agora até o rio Jordão, vamos (re) lembrar a figura daquele homem estranho, cabelos e barba revoltos, que vestia pele de camelo e cinto de couro, e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre (Mt 3:4), de pele ressecada pelo vento, pelo sol e pela poeira do deserto da Judeia. Poderia ter exercido, dada a sua ascendência, o sacerdócio no Santo Templo, mas outra era a sua vocação, a sua missão, como o último dos profetas. Filho do sacerdote Zacarias e de Isabel (Lc 1:15-25), embora fosse aparentado, talvez primo de Jesus (Lc 1:36), viveu sua espera por três décadas para ver, encontrar Quem ele não conhecia (João 1:31): “Eu mesmo não o conhecia...” A essa altura, Jesus estava em Nazaré, esperando a hora marcada. Então, apresentou-Se: vestes comuns, gentileza de movimentos, serenidade no rosto, falava também com a doçura dos olhos, que espe- ICEB - Aulas e Palestras lhavam a grandeza do Infinito; abriu espaço por entre a multidão, que procurava João para receber o batismo, de natureza moral, com água, pelo arrependimento – tão “normal” que em nada se assemelhava ao ideal desenhado por João como a pessoa mais poderosa da Terra. Ao vê-Lo, estupefato, em O reconhecendo, vibratoriamente, espiritualmente, deslumbrado com Sua humildade, João redirecionou o discurso, e poeticamente apresentou-O: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.”(Jo 1:29). Nada mais chocante para os homens da época, que queriam um salvador para livrá -los de Roma, da soldadesca romana, da fome e da miséria, do poder e da arrogância humana. Cheio de esperança, ali mesmo O batizou1, porque Ele queria “igualar-se aos homens” (Lc 3:21). Mas para si mesmo, João reivindicava tão somente ficar aos pés Dele, o homem que viria resgatar a humanidade, e mudá -la para sempre. Em Jerusalém, Simeão (Lc 2:2535), um homem “justo e piedoso que esperava a consolação de Israel”2, viveu sua espera(nça) messiânica. A cena é conhecida como “O Cântico de Simeão”, e também como Nunc dimittis – as duas primeiras palavras de sua versão latina e que significam “Agora podes despedir”. Induzido pelos Espíritos Superiores, com a revelação de que “não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor”, foi ao templo, onde tomou o menino Jesus nos braços, louvou a Deus e disse: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, (...) luz para revelação aos gentios (...).” Do que nos tem sido dado, ao que parece, Simeão é a única figura do Evangelho a ver Jesus-menino, o coração que foi capaz de esperar quase oitenta anos para ver “a Luz do mundo” – sua tarefa foi a de nos ensinar a esperar. Mas lembremos com Paulo: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (I Cor, 15:19), esperando egoisticamente que Jesus nos venha satisfazer os caprichos imediatos3. Busquemos, portanto, esperar em Cristo plenificados da certeza de que Ele é a esperança para os castigados pela fome, os enfermos do corpo e da alma, os miseráveis e oprimidos, os desesperados, desmotivados para a vida, os portadores de transtornos emocionais, os ansiosos, os abatidos e tantos, tantos outros... Neste Natal e a cada dia, “é imprescindível esperar em Cristo com a noção real da eternidade”4, com a vívida espera(nça) Nele, o “médium de Deus”5. Referências 1 Pessoas simples e importantes da Judeia, Galileia e de Jerusalém iam ouvir as palavras de João, que lhes abria as mentes; elas mergulhavam nas águas do Jordão e voltavam, mudadas por essa experiência de expressivo simbolismo psicológico, ligado à criação de uma nova vida ou de um “homem novo”, pois as águas, pelas valorações religiosas, simbolizam o reservatório das possibilidades da existência, a partir da crença de que o gênero humano nasceu das Águas, segundo uma espécie de cosmogonia aquática. 2 Ideia relacionada com a esperança messiânica : Isaías 40:1-2, Mateus 5:4. 3 XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 12.ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1986. Cap. 123, p. 261. 4 Idem. Ibidem. p. 262. 5 KARDEC, Allan. A gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 25.ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1982. Cap. XV, item 2, p. 311. Kardec afirma, sobre Jesus: “Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.” Sábado - 13h30min às 17h15min. t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 5 Entrevista O EVANGELHO NO LAR Luiz Cláudio da Silva (SP) – Membro do Departamento de Atendimento Espiritual da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USESP), na área do Evangelho no Lar e no Coração RCE – Por que os espíritas consideram tão importante o Evangelho no lar? LCS – O Evangelho no lar é muito importante para os espíritas, pelo fato de ser um processo de educação familiar, contribuindo para o equilíbrio dos membros da família. Segundo André Luiz, no livro Conduta Espírita, quem cultiva o Evangelho, em casa, faz da própria casa um templo do Cristo. Aos poucos, o hábito de estudar e orar em família vai se fortalecendo, estabelecendo uma afinidade do Evangelho de Jesus com os bons espíritos, cuja responsabilidade com a nossa e as demais famílias é muito grande. Para que a espiritualidade colabore com a família, é necessário que a mesma faça a sua parte, procurando melhorar seu dia a dia, mantendo a sintonia com espíritos elevados. esse exemplo está bem evidente que toda criança deve participar do Evangelho no lar, antes de nascer, deixando muito claro a responsabilidade dos pais. No livro Gestação, sublime intercâmbio, cujo autor é o Dr. Ricardo Di Bernardi, consta uma lição com o título - Prece e evangelho no lar na gravidez -, explicando de forma muito clara o papel dos pais, na educação dos filhos. Joanna de Ângelis no livro SOS família, no capítulo Deveres dos pais, diz que os deveres dos pais estão inscritos na consciência. Sugerimos aos pais estudagelho de Jesus é o código moral rem a pergunta 208 de O Livro de todo o universo, cujas lições se dos Espíritos, assim como o cadesdobram no infinito. pítulo XVII, Sede perfeito, de O Evangelho segundo o Espiritismo, RCE – A partir de que idade as O homem de bem. crianças devem ser admitidas às atividades do Evangelho no lar? RCE – Como manter interesLCS – Certa vez, o Chico foi ses tão distintos, de crianças, joprocurado por uma mãe preocu- vens, adultos e idosos nas ativiRCE – Por que a campanha pada com a curiosidade do filho dades do Evangelho no lar? que você lidera associa lar, cora- pequeno, ela queria saber se LCS – Livros infantis podem ção e Evangelho? poderia falar de Evangelho, ou ser uma opção para os pais manLCS – O lar é a base funda- se o mesmo poderia participar terem o interesse das crianças mental da sociedade, sendo as- do Evangelho no lar. Emmanuel nas reuniões de estudo do Evansim, o Evangelho no lar é o motivo estava próximo ao Chico, como gelho no lar e no coração. Com os da família permanecer unida, via- sempre, e mandou perguntar jovens pode-se utilizar o mesmo bilizando uma demonstração de qual a idade da criança. A mãe critério, com livros apropriados que o conhecimento moral, além respondeu que a ela tinha três para jovens; com os adultos, prode ser conhecido no lar, deve ser anos. O mentor pediu para res- vavelmente o aprendizado seja sentido no coração, para ser vi- ponder que ela estava atrasada mais facilitado; com os idosos, venciado no dia a dia. O espírito três anos e nove meses, para fa- deve-se motivá-los com diálogo André Luiz pondera que o Evan- lar do Evangelho com o filho. Com do qual eles participem de forma Despertar Espírita na WEB - Sábado, 19h, na tv cei.com t g x k u v c Cultura Espírita – 6 / dezembro 2012 “...quem cultiva o Evangelho, em casa, faz da própria casa um templo do Cristo. Aos poucos, o hábito de estudar e orar em família vai se fortalecendo, estabelecendo uma bem espontânea. Em todos os casos, a pessoa responsável deve conduzir a reunião com a participação de todos, atribuindo funções como a prece de abertura, encerramento, colocar os livros na mesa, as vibrações. A casa espírita pode orientar as famílias como proceder nessas condições, indicando e comentando livros, esclarecendo interpretações de textos, incentivando a participação de crianças. afinidade do Evangelho de Jesus com os bons espíritos, cuja responsabilidade com a nossa e as demais famílias é muito grande.” RCE – Há notícias de pesquisas que comprovam a eficácia do Evangelho em favor do lar? LCS – A eficácia do Evangelho no lar é comprovada com o depoimento das famílias com relação ao padrão vibratório do ambiente que foi sendo elevado em função das reuniões serem realizadas regularmente. Em muitos ambientes familiares, a presença de espíritos inferiores é comum, porém com o Evangelho no lar, esses espíritos vão tendo os primeiros contatos com o Evangelho de Jesus, deixando de influenciar os encarnados de forma negativa. Nas reuniões mediúnicas há relatos de espíritos que começaram o aprendizado do Evangelho do mestre Jesus durante a prática do Evangelho no lar e, consequentemente, houve uma mudança para melhor, entre esses espíritos; alguns receberam a incumbência de prejudicar determinada pessoa da família e terminaram sensibilizados com os ensinamentos resultantes da prática do Evangelho. t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 7 LAR FABIANO DE CRISTO NESSE NATAL O PAPAI NOEL É VOC¯! Família. Fraternidade. Democracia. Consciência Social. Reforma Íntima. Caridade. Autotranscedência. Essas poderiam ser algumas das palavras para descrever o Espírito de Natal. Mas são, na verdade, os princípios que norteiam todo o trabalho do Lar Fabiano de Cristo. Nós temos a missão de viver o Natal durante todos os dias do ano, e transmitir esses valores para todos os nossos coparticipantes. Até hoje, mais de 2 milhões de pessoas tiveram suas vidas transformadas pelo amor da Obra de Fabiano. E atualmente mais de 26.000 irmãos estão vivendo esse lindo processo da reforma pelo amor. Nós queremos fazer muito mais! Ainda existem 16 milhões de brasileiros que vivem na miséria e extrema pobreza. Sonhamos em fazer o Lar Fabiano de Cristo crescer muito mais, e atender um número ainda maior de pessoas. E agora você pode sonhar esse sonho junto conosco! E ajudá-lo a tornar-se realidade! Nesse natal, torne-se um Associado Contribuinte do Lar Fabiano de Cristo e seja o Papai Noel para mais de 12.000 crianças atendidas em nossas casas espalhadas pelo Brasil. Com uma contribuição mensal no valor mínimo de R$5,00, você ajuda a transformar e promover a vida de milhares de pessoas, além de colaborar para o crescimento do Lar Fabiano de Cristo. Para se tornar um Associado Contribuinte do Lar Fabiano de Cristo, você só precisa: • Acessar o site www.umgrao.com.br e fazer a sua doação online, pagando via boleto bancário ou cartão de crédito; • Ou ligar o telefone • Enviar um e-mail para [email protected] e retornaremos o contato. (21) 3506-3606, e nós faremos o seu cadastro; O grão que você doa hoje de boa vontade, semeado por nós com amor e cuidado, com carinho, virará uma linda árvore cheia de bons frutos a se espalhar pelo mundo. Vamos começar hoje a construir o mundo em que queremos viver e deixar para os nossos filhos: com amor, família, fraternidade, democracia, caridade, consciência social, reforma íntima, autotranscedência, respeito e justiça. “Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore de natal é a presença de uma família feliz”. Então façamos mais 6 mil famílias felizes, nesse Natal e durante todo o ano. Crônicas de Família, com Ana Guimarães – Terça-feira, 12h, na Rádio Rio de Janeiro 1400 AM t g x k u v c Cultura Espírita – 8 / dezembro 2012 "Fgqnkpfq"Coqtko Q"Gxcpignjq"g"c"Kpvgtrtgvcèçq"Gurîtkvc (4a parte) E nsina Jesus: Batei, e abrir-sevos-á (Para que a porta abra, é necessário que se tenha o trabalho de bater. A porta não se abre sem esforço pessoal. Logo, um ato está condicionado ao outro). Recomenda Jesus: Pedi, e darse-vos-á (Jesus afirma, com isto, o valor da prece, mas é necessário que saibamos pedir. A prece pode ser inútil, desde que o sentimento não seja honesto). Ensina a Doutrina Espírita: O trabalho constitui uma necessidade. (O Livro dos Espíritos – questão nº 674). Tem-se, aí, a moral do trabalho, ensinada por Jesus. Diz a Doutrina Espírita: O essencial não é orar muito, mas orar bem. (O Livro dos Espíritos, questão nº 660). Orar bem é orar com justiça, com sinceridade, não querer absurdo por meio da prece. Este preceito exprime o mesmo sentido da sentença de Jesus, apenas por outras palavras. As duas passagens sugerem, ainda, alguns comentários, especialmente porque nelas se verifica a simultaneidade dos propósitos, tanto de uma parte como da outra: a lição do Evangelho e a Doutrina Espírita ressaltam, ao mesmo tempo, a qualidade da prece. O Espiritismo tem elementos positivos para demonstrar a eficácia da prece. Convém notar, entretanto, que até nisto Jesus estabeleceu uma CONDIÇÃO: Mas, quando orardes, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai-lha, para que o vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas falhas. (Não tomemos as frases ao pé da letra, tanto mais quanto as traduções estão muito sujeitas a alterações de forma; procuremos, pois, o pensamento essencial). O sentido desta recomendação evangélica, sejam quais forem as traduções, não é outro, senão este: se queremos ser beneficiados pela prece, que é o mais poderoso recurso da alma humana, sejamos sinceros, humilhemo-nos, esqueçamos as ofensas e, assim, purificando os nossos sentimentos, estaremos em condições de “orar bem”, como ensina a Doutrina Espírita em concordância com o Evangelho. Antes de pedirmos ou querermos que as nossas súplicas sejam atendidas (nem sempre são justas), devemos fazer um EXAME DE CONSCIÊNCIA para que nos possamos colocar espiritualmente no plano do merecimento. Que vem a ser tudo isto, senão esforço íntimo, luta interior, desejo de ascensão espiritual? É trabalho, portanto. Quanto o homem luta consigo mesmo para se melhorar, está trabalhando. Vejamos a questão nº675, de O Livro dos Espíritos: “Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?” “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.” O conceito de trabalho é o mais elástico possível. As promessas do Evangelho, e são promessas consoladoras, não nos eximem do trabalho, não nos dispensam da reforma moral. Coincidindo absolutamente com o Evangelho, os pontos fundamentais da Codificação de Allan Kardec falam a mesma ênfase, com o mesmo vigor, sobre a significação do trabalho como fator primacial no processo do espírito. Podemos inferir, sensatamente, que AS RESPOSTAS DO ALTO NÃO NOS VÊM COMO GRAÇAS OU PRIVILÉGIOS, MAS NA MEDIDA DE NOSSO ESFORÇO, DE NOSSO TRABALHO, DE NOSSO MERECIMENTO PERANTE A JUSTIÇA DIVINA. Prometer paraísos ou anunciar a felicidade suprema sem fazer sentir a necessidade essencial da reforma própria como base de todas as conquistas espirituais, é mistificar em nome do Evangelho, é desvirtuar o verdadeiro espírito da palavra de Jesus. Não é possível, pois, interpretar o Evangelho à luz do Espiritismo pelas mesmas regras com que o interpretam os crentes ortodoxos. Não. O Evangelho, interpretado à luz do Espiritismo, longe de nos levar à beatitude e à vida “puramente contemplativa”, exige ação, estudo, transformação interior. Seria também contraproducente, para o meio espírita, imitar o sistema de interpretação das igrejas cristãs, o que equivaleria a pôr a doutrina de lado e reproduzir os textos evangélicos sem as luzes da filosofia, sem os elementos de elucidação que a Doutrina Espírita fornece à inteligência. Referência: AMORIM, Deolindo. O Espiritismo e as doutrinas espiritualistas. 3 ed. Rio de Janeiro: CELD, 1988. Cap. II, p. 59 – 61, 4ª parte. Encontro com Jesus, com Yasmin Madeira – Quarta-feira, 12h, na Rádio Rio de Janeiro 1400 AM t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 9 "Cpc"Iwkoctçgu L á se vai mais um ano... Como corre o tempo! Ou será que nós é que corremos contra ele? Não sei, todavia parece-me que, de uns tempos para cá, tudo caminha mais rápido, e os ponteiros do relógio não nos dão tréguas, engolindo os minutos com incrível rapidez. Entretanto percebo: à medida que a vida corre, as criaturas se tornam mais ricas de experiências, sejam elas positivas ou negativas, não importa; experiências representam sempre aprendizado. Logo que iniciamos nossas tarefas espíritas nesta cidade, trazíamos uma bagagem de experiências vividas em pequena comunidade, lidando com crianças de famílias de baixa renda. Eram crianças tímidas, medrosas, que, vagarosamente, aprendiam a confiar e a aceitar nossa proximidade. Trabalho agradável e feliz. Agora, o desafio era outro, a casa espírita era próxima à favela da Apoteose. Logo apareceu um número significativo de crianças, em nada semelhantes àquelas que conhecíamos. Crianças agressivas, violentas, desdenhosas, acostumadas a enfrentamentos que desconhecíamos e a um ritmo de vida jamais imaginado. Seria nosso primeiro Natal com aquelas crianças; difícil encontrar um meio de controlá-las. Não aceitavam diretrizes, eram irrequietas, buliçosas e complicadas. Depois de muito pensar, resolvemos apresentar um teatro de fantoches, quiçá conseguíssemos fazê-las se interessar pela estória e, assim, ouvir-nos falar um pouco sobre Jesus. Chegou o grande dia. Era véspera de Natal e todos estavam emocionados e expectantes. Começamos a receber nossas “ferinhas”, pois, apesar dos pesares, eram queridas. Sentaram-se diante do palco improvisado e começou a apresentação: os pequenos bonecos se movimentavam e falavam tentando chamar a atenção da plateia. Debalde se esforçavam os jovens. A meninada era terrível. — Tia! — exclamou uma jovem com lágrimas nos olhos – não dá para continuar. — É verdade — acentuou um rapaz —, eles vão quebrar tudo. – Jesus! Veja se você pode fazer alguma coisa! Fomos até o salão, onde a balbúrdia era geral, e pedimos silêncio que, por acaso, aconteceu. Aproveitando aquele raro momento de tranquilidade, entramos, sorrateiramente, por detrás da cortina e, pegando o boneco, iniciamos a improvisação de uma conversa com a plateia que começava a se agitar novamente, depois de curta trégua. — Estou tão cansado — dizia o boneco —, preciso da ajuda de alguém. Vivo tão sozinho, não tenho pai nem mãe, moro na rua e passo tanta fome! Fez-se um silêncio expectante entre a criançada que começou a prestar atenção. — É Natal! — continuava o boneco — Será que Jesus ouve as crianças abandonadas? Queria que Ele me ouvisse e me mandasse um pedaço de bolo, um cachorro, um amigo e, quem sabe, uma casa para morar. Entusiasmado com o silêncio e a atenção dos garotos, o boneco estendeu a mão e suplicou: — Você pode me dar a sua mão e ser meu amigo? Estabeleceu-se a maior confusão, todos queriam pegar a mão do boneco; alguém a agarrou e começou a puxá-la. — Por favor — gritava o fantoche —, estão machucando minha mãozinha, soltem, por favor. Naquele momento, um adolescente que se sentava na última cadeira e permanecia sério se levantou e, com a autoridade da força, afastou as crianças aproximando-se do palco, pegou, com extrema delicadeza, a mão do fantoche e falou com voz emocionada e inesquecível: — Não fica com medo. Eu vou proteger você, vou ser seu amigo. Eu também não tenho família, vamos ficar juntos, está bem? Eu, às vezes, sinto medo, mas não digo para ninguém. Agora vou cuidar de você. Desnecessário falar da emoção que a cena causou a todos, porém vale a pena recordar que o trabalho do bem, na casa espírita, produz frutos de suave e doce sabor. Aproxima-nos das pessoas e faz-nos descobrir que, por trás de máscaras de violência e agressividade, muita vez, se escondem corações que precisam, apenas, de um pouco de afeto para desabrochar em perspectivas mais amenas. Daquelas crianças do passado, muitas se perderam nos meandros insondáveis das experiências malsãs, entretanto houve uma pequena percentagem que se esquivou para uma vida equilibrada e honesta, entre elas, o adolescente que protegeu o boneco. No final da festa, ele falou com um sorriso feliz: “Foi o melhor Natal da minha vida”. É tão pouco o que oferecemos, mas, com Jesus, o pouco vira muito. Então, amigos e irmãos, um bom Natal para todos e, se surgir uma chance, estenda a mão amiga a alguém que, aos seus olhos, parecer tão sozinho e triste. De repente... pode ser o Senhor Jesus. Cultura Espírita, com Assaruhy Franco e Cesar Reis – Quinta-feira, 12h, na Rádio Rio de Janeiro 1400 AM t g x k u v c Cultura Espírita – 10 / dezembro 2012 "Cpcvcujc"Ogemgppc"*TL+ “Toda vez que ouvimos uma bela música, selecionamos uma impressão que se entrelaçará com a harmonia do nosso desenvolvimento”.1 F.A. Newhouse tualmente, a humanidade anseia pela harmonia. Diante dos percalços cotidianos, das vicissitudes e tantos outros fatores, o ser tem buscado o caminho para o equilíbrio. A respeito da harmonia reportemos aos pensadores e seus ensinos, que atravessam gerações, em que a harmonia é uma conquista diária. Através do exercício da paciência, da tolerância, do perdão e da compreensão, por exemplo, o homem consegue viver melhor consigo e com todos ao seu redor. É como uma paisagem representada numa tela: as cores e as formas não brigam entre si, mas se combinam, se completam e se complementam. Nos diversos campos da sociedade viver em harmonia é uma questão fundamental. A harmonia estabelece uma conjuntura de qualidades que transmitem coerência e sentimentos agradáveis ao meio em que é implantada. Antigamente, a harmonia era algo vago e específico a cada área de atuação do ser humano, mas hoje, quando se fala de harmonia e espiritualidade é possível compreender a extensão imensurável que isso significa. A harmonia aliada à espiritualidade consegue fazer com que o indivíduo se perceba e tudo mais que existe e acontece à sua volta sabendo como lidar com as mais adversas situações. A harmonia ao passo que tranquiliza, quando espiritualizada ela repercute atingindo um raio que jamais poderia ser atingido a não ser pelas vias infinitas e iluminadas da espiritualidade que é um clarão a abrasar a Terra e a todo o espaço, num verdadeiro efeito de contágio apenas com a ressalva de que está voltado ao Bem. Como viver em harmonia quando tudo o que acontece parece antagônico a esse ideal? Como ter harmonia em meio a tantas violências, tantos preconceitos, tantas injustiças e tantas corrupções? A resposta cabível é de que quanto mais o homem emprega esforços para transformar a si próprio o coletivo sofre as consequências. É como alguém que está cercado de pessoas em um quarto A completamente escuro e de repente resolve acender uma vela. A vontade é o fósforo e a chama a consequência dessa vontade que não apenas clareia, ou seja, beneficia a quem tem a iniciativa de acender a chama como também a todos que por algum momento habitavam em total negritude. Harmonia e espiritualidade caminham juntas e se comprazem do que cada ser tem de melhor. Por meio dessa aliança a criatura consegue discernir o certo do errado, o verdadeiro do duvidoso e consegue galgar melhores caminhos favoráveis ao seu aprimoramento e desenvolvimento moral e espiritual. Segundo Allan Kardec, Reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que emprega para domar as más inclinações2. Isso é buscar harmonia, isso é viver a verdadeira origem: espiritual. Nas artes, a harmonia está presente quando há beleza na obra do artista. Em todos os campos da vida deve ser cultivada essa beleza. A música, por exemplo, atribui o termo harmonia à combinação dos seus elementos constitutivos (sons) que geram sensações agradabilíssimas aos seus ouvintes e os tornam seus apreciadores. Na poesia há o harmônico no emprego das palavras que se combinam e que metricamente estabelecem uma onda linear e celeste. Na pintura, os tons e os objetos estabelecem entre si um pacífico diálogo e isso torna a tela atraente, encantadora e por tanto, harmônica. Por tudo isso, a criatura deve procurar as notas suaves e criar a harmonia que preenche a alma e a espiritualidade que somará forças e transformará as sementes do caminho em árvores frondosas verdejantes de esperança e frutíferas em evolução porque o ser está destinado ao progresso e para isso tem o apoio da harmoniosa e espirituosa força de Deus. "Anatasha Meckenna é cantora, compositora, instrumentista, graduanda do curso Bacharelado de Letras da UFRJ Referências 1 LINGERMAN, Hal A. As energias curativas da música. São Paulo: Cultrix, 1983. p. 17. 2 KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 102.ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1990. Cap. XVII, item 4, p. 288. t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 11 T ivemos a oportunidade de assistir, há alguns anos, a descrição de uma campanha promocional destinada a fortalecer a imagem de determinada organização, e o diretor da agência de publicidade falava para os representantes daquele possível cliente. O trabalho, muito bem concebido, se desdobraria ao longo de vários meses, datas importantes seriam pontuadas, mas impressionounos a afirmativa daquele profissional quando chegou ao mês de dezembro: “[...] e, naturalmente, não podemos esquecer uma data com a importância comercial do Natal...”. Pensamos, depois, várias vezes, naquelas palavras: “importância comercial...” A civilização ocidental que surgiu na Europa, como herdeira da cultura greco-romana e que constitui o suporte social do Cristianismo, desenvolveu-se extraordinariamente a partir dos séculos XV e XVI com base na objetividade, no emprego da técnica e da razão e estendeu sua influência a todas as demais, como se observa, por exemplo, na questão da cronologia. Embora existam outras referências para a contagem do tempo – calendários judaico, chinês, etc. – a noção de que estamos no ano 2012 (após o nascimento de Jesus) é universal, figurando em contratos, comemorações e planejamentos. Na cultura ocidental, surgiram também o cidadão, os direitos humanos e a democracia, com a separação de poderes e a escolha periódica de governantes pelos governados; eminentes renovadores da educação igualmente são filhos da civilização que se gerou na Europa, onde surgiram ainda a imprensa e a comuni- t g x k u v c Cultura Espírita – 12 / dezembro 2012 cação de massa – cujo avanço mais recente é a internet, sem esquecermos a grande música, pois as composições de Mozart, Beethoven, Brahms, Chopin, entre outros, são admiradas no mundo inteiro. Enquanto escrevemos este breve comentário, milhões de pessoas em nações asiáticas e africanas, na Índia e na Austrália, já leram jornais ou utilizaram computadores, contando, além disso, em seus países, com universidades e parlamentos que são também produtos da cultura europeia. Diante de tal expansão, não seria impróprio indagar quanto à dimensão espiritual dessa cultura – o Evangelho – em termos de reconhecimento e aceitação, deparando-nos, então, com panorama contristador – a mensagem de Jesus é pouco conhecida e ainda menos praticada – mas não surpreendente, pois não podemos esquecer que egoísmo, violência e exploração estiveram quase sempre associados àquela expansão, num contraste flagrante entre discurso e prática, frequência aos templos cristãos e conduta diária, facilmente percebido e logo, infelizmente, adotado nos locais onde chegavam os “colonizadores”, que habitualmente levavam consigo os símbolos religiosos, até a cruz pintada nas velas de suas embarcações, e nas mãos armas para a dominação arbitrária. Acrescente-se a isto o surgimento, no âmbito do pensamento europeu, de filosofias materialistas ao longo do século XIX (o Positivismo, de Augusto Comte; o Comunismo, de Marx e Engels, e o Utilitarismo, de Bentham) que viriam favorecer, “E o Natal é sempre uma referência para esse esforço, não só por evidenciar a certeza do Mestre quanto ao êxito de suas propostas, mas por mostrar, igualmente, a forma adequada para sua efetivação: simplicidade, ação e fidelidade à própria consciência.” Danilo Carvalho Villela (RJ) no século seguinte, o aparecimento de regimes políticos (Comunismo e Nazismo) baseados na exclusão e no desvalor da pessoa humana, período, também, em que ocorreram duas guerras mundiais, as mais letais de toda a História, que fizeram milhões de vítimas, causando sofrimento superlativo para outros tantos sobreviventes. No entanto, ao lado dessa listagem sombria, é preciso assinalar que, periodicamente, renasceram, entre nós, missionários do amor e da renúncia, que exemplificaram fielmente as virtudes cristãs, aos quais se juntaram mais tarde nobres trabalhadores da solidariedade e da cultura que, atuando fora dos ambientes religiosos, promoveram o aparecimento de instituições e iniciativas voltadas para o bem, quais a Cruz Vermelha, a Organização das Nações Unidas, assim como organismos internacionais destinados ao combate à fome e a determinadas doenças, à proteção do meio ambiente, de refugiados e minorias, em número crescente e com ação cada vez mais efetiva. Mas, apesar disso, o quadro prossegue muito difícil com extensas multidões dominadas pela fome e o analfabetismo, enquanto o luxo renteia com a miséria em inúmeras metrópoles e multiplicam-se os consumidores de drogas cujo comércio prossegue vigoroso. Cabe assinalar, a propósito, que esse panorama deficitário não decorre de alguma “falha” na mensagem cristã ou no planejamento para sua implantação entre nós. Essa assimilação lenta e difícil era mesmo prevista, dadas as nossas características espirituais, havendo o próprio Mestre prometido a vinda do Consolador destinado a lembrar-nos o que Ele ensinara e a ficar conosco, fortalecendo-nos para a vivência daqueles ensinos. Achamo-nos, assim, em plena aplicação desse planejamento e, além disso, em momento crítico de sua efetivação, quando o bem passará a governar nosso relacionamento pessoal e coletivo com base no conhecimento da realidade espiritual e na (auto)educação para a vivência das Leis Divinas. E o Natal é sempre uma referência para esse esforço, não só por evidenciar a certeza do Mestre quanto ao êxito de suas propostas, mas por mostrar, igualmente, a forma adequada para sua efetivação: simplicidade, ação e fidelidade à própria consciência. O Consolador prometido por Jesus, ou seja, a Doutrina Espírita, é ainda nova, pois está há pouco mais de 150 anos entre nós, mas veio para ficar e fazer com que os princípios em que se baseia se tornem crença geral, marcando uma nova era na História da Humanidade (O Livro dos Espíritos, questão 798). E nós, os espíritas, nos dois planos da vida, somos testemunhas conscientes desse processo, pois sabemos que ele está ocorrendo, devendo ser também seus agentes mediante a contribuição, singela embora, que possamos oferecer ao engrandecimento do bem comum. Voltando às palavras daquele publicitário, lembrado no início, realmente, para muitas pessoas, Jesus ainda é apenas um nome, um registro que não merece atenção maior e o Natal um período comemorativo nas organizações e nas famílias, mas não há dúvida de que, à medida que os anos transcorrem, a mensagem da Boa Nova influencia cada vez mais os homens que, mesmo sem precisar ou perceber a fonte inicial das mudanças que nos proporcionam convivência melhor e vida mais segura, continuam caminhando na direção da fraternidade e da justiça que refletem o amor ensinado e vivido, integralmente, por Jesus. " Danilo Villela é militar reformado, escritor e expositor espírita e Diretor do Lar Fabiano de Cristo e da Cruzada dos Militares Espíritas t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 13 GURGTCPVQ Vtcfwmq<"Ucwnq"Ycpfgtng{ KRISTIANISMO A ntaý kelke da jaroj mi havis oportunecon spekti la priskribon de diskoniga kampanjo kiu celis fortigi la imagon de organizacio; estro de la diskoniga agentejo paroladis al reprezentantoj de tiu organizacio, ebla kliento. La kampanjo, efektive bone konceptita, daýrus multe da monatoj; datoj gravaj estus citotaj, sed aserto el tiu profesiulo, pri la monato decembro, impresis min: “[...] kaj ni, nature, ne povas forgesi daton kiu havas la komercian gravecon de la Kristnasko...” . Mi pensis pri tiuj vortoj, diversfoje poste: “komercia graveco...” La okcidenta civilizacio kiu ekaperis en Eýropo, heredante la romo-grekan kulturon, kaj kiu konstituas la socian apogon de Kristanismo, disvolviøis eksterordinare ekde la centjaroj XV kaj XVI, surbaze de objektiveco, de tekniko-uzado kaj racio, etendante øian influon al æiuj aliaj kulturoj, kiel videblas, ekzemple, en la kronologio. Spite al ekzisti aliaj referencoj por la tempo-kalkulado – kalendaroj juda, æinia, ktp. – la nocio pri esti en la jaro 2012 (post la naskiøo de Jesuo) estas monda, kaj uzata en kontraktoj, memorfestoj kaj planadoj. En la okcidenta kulturo ankaý ekaperis la civitano/civitaneco, la homaj rajtoj kaj la demokratio, kun separataj politikaj povoj kaj kun regatoj elektante registaron; eminentaj renovigintoj de edukado estas egale gefiloj de la eýropa naskiøinta civilizacio, kie ankaý ekaperis presarto kaj amaskomunikarto – kies antaýenigo plej moderna estas la elektronika reto komputila, ne forgesante la grandan muzikon, æar la kompozicioj de Mozart, Beethoven, Brahms, Chopin, inter aliaj, estas tramonde admirataj. Dum mi skribas tiujn mallongajn komentariojn, milionoj da personoj, en aziaj kaj afrikaj nacioj, en Hindio kaj Aýstralio, legas ¼urnalojn kaj uzas komputilojn, kaj ankaý havas en iliaj landoj universitatojn kaj parlamentojn kiuj estas produktoj de la eýropa kulturo. Observante tian ekspansion, ne estus maltaýge demandi pri la dimensio spirita de tiu kulturo – la Evangelio – rilate al øin rekoni kaj akcepti; ni alfrontus, bedaýrinde, post tia demando, panoramon maløojigan - la mesaøo el Jesuo estas malbone konata kaj ankoraý pli malbone praktikata – sed tio ne estas surprizige, æar ni ne povas forgesi ke egoismo, perforto kaj troprofito estis preskaý æiam asociigataj al tiu ekspansio, kun videbla kontrastigo inter praktiko kaj diskurso, frekventado al kristanaj temploj kaj æiutaga sinteno; tiaj faktoj estis facile perceptataj kaj bedaýrinde adoptataj en la lokoj atingataj de la koloniistoj, kiuj kunportis kun si, kutime, la religiajn simbolojn, inkluzivante la krucon, pentrita sur la þipveloj, kaj armiloj enmane, celante la superregado arbitra. Al tio oni devas adicii la ekaperon, en la eýropa pensuniverso, de materiismaj filozofioj, dum la XIX jarcento (Pozitivismo, de Augusto Comte; Komunismo, de Marx kaj Engels kaj Utilcelismo, de Bentham), filozofioj favoraj al la ekapero, dum la sekvanta jarcento, de politikaj reøimoj (Komunismo kaj Nazismo) kies bazoj estis el¼eto kaj senvalorigo de homoj; dum tiu periodo ankaý okazis du mondmilitoj, la plej letalaj de la homa historio, kiuj faris milionojn da viktimoj, superlative suferigante aliajn milionojn. Tamen, spite al tiu ombra listo, estas necese citi ke periode renaskiøis inter ni misiistoj de la amo kaj de la abnegacio, kiuj fidele ekzempladis la kristanajn virtojn; al ili kuniøis, poste, noblaj laborantoj de la solidareco kaj kulturo; tiuj lastaj, agante ekster la religiaj ambientoj, aperigis instituciojn kaj iniciatojn celantaj la bono, kiel la Ruøa Kruco, la Organizacio de la Unuiøintaj Nacioj, tiel kiel internaciajn instituciojn celantaj la batalon kontraý malsato, malsanoj, protektado al la ambiento, al rifuøintoj kaj minoritatoj; tiaj institucioj laýtempe numerkreskas kaj pliefektive agas. Sed spite al tio, la kadro estas ankoraý tre malbona, ekzistante homamasoj suferantaj pro malsato kaj analfabeteco, dum lukso kaj mizero restas flanke-æe-flanke en multaj urboj, kaj multobliøas la droguzantoj, kiuj favoras la rilatan ombran komercon, kiu vigle daýras. Menciinde estas ke tiu panoramo malbona ne devenas el difekto en la kristana mesaøo aý en la planado celante øian enplantadon inter ni. Tiu malrapida kaj malfacila asimilado estis fakte antaývidita de Jesuo, pro niaj spiritaj karakteroj; pro tio, la Majstro Jesuo mem promesis al ni ICEB – Aulas de Esperanto – Sábado, 10h30min às 12h t g x k u v c Cultura Espírita – 14 / dezembro 2012 la Konsolanton (Spiritismon, kodigita de Allan Kardec), kies celo estas rememorigi nin pri Lia Instruado kaj resti æe ni, fortigante nin, por la spertoj rilataj al tia Instruado. Ni, do, estas plene en la aplikado de tiu planado kaj, krome, trairante krizan momenton en la kadro de øia efektivigo, kiam bono regos sur niaj personaj kaj kolektivaj interrilatoj, kies bazo estos koni la spiritajn realecojn kaj (mem)edukado por la vivo sub la Diaj Leøoj. Kaj Kristnasko estas æiam referenco por tiu klopodo, ne nur pro evidentigi la certecon de la Majstro Jesuo pri la sukceso de Liaj Proponoj, sed ankaý pro egale elmontri la adekvatan vojon al øiaj efektivigo: simpleco, agado kaj fideleco al la propra konscienco. La Konsolanto promesita de Kristo Jesuo, tiel estas, la Spiritisma Doktrino, aý Spiritismo, estas ankoraý nova, æar estas inter ni ekde iomete pli ol 150 jaroj, sed alvenis por resti tie æi kaj transformi øiajn bazajn principojn en kredo øenerala, karakterizante novan eraon de la Homa Historio (Libro de la Spiritoj, Allan Kardec, demando 798 – Eldono brazila). Kaj ni, la spiritismuloj, tie æi kaj en la spirita mondo, estas konsciaj atestantoj de tiu procedo, æar ni scias ke øi nune okazas, kaj ni ankaý devas esti øia agantoj per kontribuo, eæ simpla, kiun ni povas oferi al la kreskigo de la komuna bono. Rememorante la vortojn de tiu diskonigoagenteja estro, tie æi supre citita, Jesuo estas ankoraý, por multaj uloj, vere, simpla nomo; estas registro kiu ne meritas pli grandan atenton kaj Kristnasko nur periodo por festoj en la organizacioj kaj familioj; sed sendube, laý la tempo-pasado, la Evangelio de Kristo Jesuo influas pli kaj pli la homojn, kiuj eæ sen perfekte identigi aý percepti la fonton de la þanøoj, kiuj permesas al ni pli bonan kaj sekuran kunvivadon, restas survoje al la frateco kaj justeco, kiuj reflektas la amon instruatan kaj travivata, plene, de Kristo Jesuo. " Danilo Villela (Brazilo-RJ) estas emerita militisto, spiritisma verkisto/prelegisto kaj direktoro de la Hejmo Fabiano de Cristo kaj de la Kongregacio de Spiritismaj Militistoj "Fabiano Pereira Nunes D efine-se autopromoção como a prática de alardear os próprios atos, atributos ou méritos1. Consequência natural do anseio pelo reconhecimento público, quando é vivenciada de forma equilibrada pode lograr justos benefícios nas esferas pessoal e profissional, conquanto, quando desmedida, também possa levar a resultados muito perturbadores. E diante do desafio de se obter o salutar equilíbrio entre não ufanar-se dos próprios atributos e labutar por um justo prestígio, nunca será demais recordar que temos em Jesus o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode pretender na Terra2. Na narração contida em O Evangelho segundo Mateus encontraremos singular reflexão, à propósito da passagem sobre a profissão de fé e primado de Pedro3. Chegando Jesus ao território de Cesaréia de Filipe, perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” E eles responderam que uns afirmavam que o Filho do Homem era João Batista, outros que era Elias, outros, ainda, que era Jeremias ou um dos profetas. Em vista disso, Jesus outra vez interrogou a eles: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro, respondeu-Lhe: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”, ao que Jesus obtemperou: “Afortunado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos Céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Comunidade, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”. Em seguida, Jesus - severamente - proibiu aos discípulos de propagarem que Ele era o Cristo. Natural indagarmos por qual razão teria Jesus, com tanta contundência, coibido aos Seus discípulos divulgarem ser Ele o Cristo? Insofismável, encontraremos a exegese mais lógica, racional e inspirada para todo nó interpretativo do Novo Testamento na vasta literatura publicada pelo Codificador do Espiritismo, Allan Kardec. Conforme elucida o insigne exegeta de Lyon4, Jesus anelava que o povo descobrisse Sua condição Messiânica não pela propaganda daqueles que O seguiam, mas pela observação da Sua vida e virtudes. Notaremos, claramente, tal intenção também na passagem em que João Batista Lhe envia seus discípulos, para perguntarem se Ele era o Cristo, ao que Jesus, de maneira surpreendente, não respondeu “Eu o sou”. Haja vista que qualquer falso messias poderia dessa forma intitular-se, Ele não lhes fala nem de seus prodígios, nem de coisas extraordinárias, nada obstante, simplesmente respondeu: “Ide dizer a João: os cegos vêem, os doentes são curados, os surdos ouvem, e o Evangelho é anunciado aos pobres.” Allan Kardec prossegue esclarecendo que isto era o mesmo que lhes dizer “Reconhecei-me pelas minhas obras, julgai a árvore pelo fruto”, visto que esse era o verdadeiro caráter da Sua missão divina. Segundo o ensino do Codificador5, O Cristo não somente ensinara a Lei de Deus, como também dera o exemplo da prática dessa Lei, através da Sua caridade, Sua mansuetude, Sua humildade, e Sua paciência ao sofrer, sem queixas, os tratamentos mais ignominiosos e as mais acerbas dores. Interessante notar, igualmente, o atilamento da resposta dos Bons Espíritos, publicada na questão 625 de O Livro dos Espíritos2, acerca de qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo: “voyez Jésus”, isto é, “vede Jesus”, “olhe Jesus”, ou ainda “observe Jesus”. Historicamente, acredita-se que Jesus falava um dialeto semítico muito específico, o aramaico da Galileia6. Além dele, ao Seu tempo o aramaico ainda possuiria sete subgrupos, como o aramaico samaritano e o aramaico da Judeia. Afora os dialetos do aramaico, o grego era usado extensivamente nos centros urbanos. O hebraico era a língua culta das Sagradas Escrituras Judaicas, não falada usualmente. Poder-se-ia concluir, pois, que haveria uma grande dificuldade do povo, não Galileu, em entender o significado das exatas palavras de Jesus, devido ao regionalismo linguístico. Soma-se a isso o fato – bíblico – de enormes multidões estarem sempre junto Dele, o que tornaria muito dificultoso ouvir Suas pregações. No entanto, toda a Sua doutrina foi apreendida pelo povo vendo-O em ação, pela observação direta de Sua vida - reta e feliz, a despeito de todas as vicissitudes – plena em caridade irrestrita, abastada em amizades, usufruindo o prazer de bem viver os valores morais e espirituais. Não nos preocupemos, portanto, em ter reconhecidos e divulgados nossos méritos. Resistamos à ânsia pelos confetes mundanos. Se esses méritos – de fato – existirem, o tempo se encarregará de adequar-nos o justo valor. Vivamos em prol das conquistas morais, cujo reconhecimento só ocorrerá de nós para conosco e para com Deus, sempre convictos de que somente o desenvolvimento moral pode transformar, para melhor, todos os setores da nossa vida. Referências: 1 HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0. Editora Objetiva Ltda. 2009. 2 KARDEC, Allan. Le Livre Des Esprits. Quatorzième Édition. Didier Et Cie Libraires-Éditeurs, Paris: 1866. Q.625. p. 268. As primeiras edições francesas de O Livro dos Espíritos, assim como as demais obras de Allan Kardec, podem ser lidas no site “Google Livros”, através da URL http://books.google. com.br/books?id=XC44AAAAMAAJ&dq=le%20 livre%20des%20esprits&hl=pt-br&pg=PP7#v= onepage&q&f=false 3 BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Nova edição rev. e ampl. São Paulo: Paulus, 2002. 3 a. Impressão: 2004. O Evangelho Segundo Mateus, cap. 16, versículos 13 ao 20. p. 1733-4. 4 KARDEC, Allan. A gênese – Os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Tradução de Albertina Escudeiro Sêco. 2. ed. Rio de Janeiro: Leon Denis Gráfica e Editora, 2007. Cap. XV, Item 27. p. 349. 5 Idem. Ibidem. Cap. XI, Item 46. p. 254-255. 6 Aramaico. In: Wikipédia – A enciclopédia livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Aramaico#Dialetos_falados_na_.C3.A9poca_de_Jesus . Acesso em outubro de 2012. ICEB – Curso sobre Doutrina Espírita – Sábado, 10h30min às 12h t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 15 "Encwfkq"E0"Eqpvk"*TL+ T ecer qualquer comentário sobre os atos de Jesus não é simples, pois seu conhecimento está muito além do que possamos imaginar, portanto, estamos longe de compreender os motivos e processos. Desta forma, o conteúdo deste texto não pretende explicar como Jesus realizava as curas, mas apresentar uma análise com o conhecimento atual. Tomemos como exemplo os relatos de três curas descritas no livro A gênese1 da Codificação Espírita: 1) Perda de sangue: Uma mulher sofria de hemorragia e tocou a roupa de Jesus sem que ele visse, porém ele percebeu uma diferença distinta daquele toque em meio à multidão. 2) O cego de Betsaida: Jesus colocou saliva nos olhos de um cego de nascença e, depois, aplicou a imposição das mãos. Necessitou repetir o procedimento. 3) Paralítico: Jesus disse ao paralítico “Levanta-te e anda!” e assim ele o fez. No primeiro caso, Jesus não pode ter “impregnado” o fluido com qualidades específicas, pelo simples fato de ele não saber quem o tocou; no segundo, Jesus necessitou de uma ação local e outra no ser como um todo e, no terceiro, precisou apenas verbalizar o comando. Percebemos claramente que o procedimento não é o mesmo, conclui-se, então, que a cura utilizando fluidos é mais complexa do que a mera administração de um “medicamento”. Nesta abordagem, podemos creditar certa “inteligência” ao fluido no sentido deste atuar diferentemente: em algumas situações teria condições de reconhecer como deve agir; noutros casos teria ação local e, noutros, ainda, ação geral. Diante das curas realizadas por Jesus, em que sempre afirmava que a fé do paciente é que o havia curado, devemos nos perguntar o quanto é ação do médium, passista ou curador, e o quanto é ação do paciente? E, ainda, mais profundamente, o quanto é ação das próprias células? A ciência atual nos proporciona meios de compreender melhor os processos envolvidos na ação dos fluidos. Os biofótons se caracterizam por radiação eletromagnética emitida por organismos vivos. Todavia, seu conceito vai um pouco mais além, podendo ser compreendido como um processo de comunicação celular, carregando consigo informação que regularia o comportamento e a relação entre as células2. Acreditamos, todavia, que a parte perceptível seja apenas a “ponta do iceberg”, isto é, os biofótons seriam decorrentes de processos variados, essenciais e imperceptíveis aos sistemas de detecção disponíveis. O avanço do conhecimento está proporcionando outra forma de compreender os efeitos e comportamento dos fluidos - a nanotecnologia, que desenvolve partículas e robôs extremamente pequenos, na faixa de um milhão de vezes menor quer o milímetro. A nanomedicina3 visa sua utilização para diagnosticar e tratar doenças de forma “inteligente”, capaz de aplicar o medicamento exatamente no local necessário, sendo mais efetivo e, ao mesmo tempo, minimizando efeitos colaterais. Vários testes já estão sendo realizados em humanos com resultados satisfatórios. Apesar dos processos de cura e os efeitos dos fluidos serem mais complexos e mais autônomos do que possa parecer inicialmente, o tratamento com esta terapia se torna mais fácil para o médium e para o próprio paciente. Há, portanto, a necessidade de se reavaliarem as práticas de passe, pois a saúde é mais natural para o espírito do que a doença4, 5,6,7. Em decorrência do que foi apresentado, podemos supor que são as desarmonias geradas ao longo de várias encarnações, devido a comportamento e mente em desalinho, o motivo pelo qual tantas doenças se manifestam no seio da humanidade. Diante disto podemos compreender o porquê de Jesus, após viabilizar a cura do enfermo, dizer: “vá e não peques mais”. " Claudio C. Conti é doutor em engenharia nuclear e expositor espírita Referências: 1 KARDEC, Allan. A gênese – Os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 36. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. P. 316-318. 2 MELSERT, Rafael. Biofótons na Interação Entre o Espírito e o Corpo Físico. Revista Cultura Espírita. Ano IV, n. 34, p. 16, jan. 2012. 3 WANG, Yucai; BROWN, Paige; XIA Younan. Nanomedicine: swarming towards the target. Nature Materials 10, 2011, p. 482–483. 4 CONTI, Claudio C. O Passe Espírita; http://ccconti.com/Artigos/OPasse.pdf, 2011. 5 CONTI, Claudio C. Considerações sobre o passe; http://ccconti.com/Texto4/ textos4.htm#texto23, 2011. 6 CONTI, Claudio C. O passe nos casos de pacientes com tumor; http://ccconti. com/Artigos/OPasseOTumor.pdf, 2012 7 CONTI Claudio C. Cuidados no passe; http://ccconti.com/Texto5/textos5. htm#texto9, 2012. ICEB – Revista Cultura Espírita – Fale conosco: [email protected] t g x k u v c Cultura Espírita – 16 / dezembro 2012 "Emmanuel “Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens.” (Lucas, 2:14) A s legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência. Glória a Deus no Universo Divino. Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível ... Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria. Paz na Terra. O algoz seria digno de piedade. Boa vontade para com os Homens. O inimigo converter-se-ia em irmão transviado. O Pai Supremo, legando a nova era de segurança e tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir. Nem castigo ao rico avarento. Nem punição ao pobre desesperado. Nem desprezo aos fracos. Nem condenação aos pecadores. Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso. Nem anátema contra o gentio inconsciente. Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa Vontade. A justiça do “olho por olho” e do “dente por dente” encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz. O criminoso passaria à condição de doente. Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície. Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento. Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nos para que nos amemos uns aos outros. Natal! Boa Nova! Boa Vontade! ... Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia. (In: XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 36.ed. 2ª. reimpressão. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 180, p. 431-432.) ICEB – Tels.: 0XX(21) 2224-1060 / 2224-0736 – [email protected] / [email protected] t g x k u v c dezembro 2012 / Cultura Espírita – 17 "Cpvqpkq"Ectnqu"Ukswgktc"Nkoc"*TL+ O s seres vivos encarnados ou desencarnados apresentam assinaturas energéticas. Tanto é assim que a ciência atualmente se baseia em diversos exames em que a resposta energética do organismo é fundamental para a identificação do estado do ser. No caso dos desencarnados não é diferente, porém as consequências podem ser outras. Por exemplo, desencarnados de mesmo estágio vibratório tendem a se agrupar. Os agrupamentos sociais são a contrapartida entre encarnados desse fenômeno. Esse agrupamento acarreta uma assinatura distinta daquele grupo. É assim que surgem as regiões excelsas e os vales dos suicidas. Os espíritos perfeitos, portanto, tendem a se localizar em regiões particulares do universo. Contudo, isso não quer dizer que eles estão limitados a localizações específicas, mas apenas que eles, ao se deslocarem, “levam consigo” parte da ambiência do local onde habitam. Não é muito diferente de quando encontramos uma pessoa com conhecimento diferenciado em que facilmente percebemos que a simples presença dessa pessoa vem acompanhada do conhecimento que ele obteve. É a sensação especial que temos quando sentimos o toque de um ente querido ao nos acordar, a mão carinhosa do ente querido vem “carregada” dos sentimentos de afeto que aquele ente sente por nós. É o abraço invisível de nossos companheiros do além que em momentos inesperados vêm nos visitar e enche o nosso coração e mente de sensações e pensamentos agradáveis. Imaginemos agora que ao invés desse nosso ente querido a visita seja de um espírito de escol. A visita agora, não é apenas ao nosso lar, mas às residências de todos os habitantes do planeta. A esse fenômeno que acontece todo o final de ano chamamos de Natal. Muito embora a sociedade atual venha desvirtuando um pouco o verdadeiro significado do Natal, o Mestre t g x k u v c Cultura Espírita – 18 / dezembro 2012 Jesus não tem desistido de nós. A cada final de ano vem renovar-nos o ideal, trazendo a sua presença e sua vibração capaz de trazer paz e transformar a psicosfera. Ao se aproximar do orbe de forma ostensiva, não são poucos os que percebem a mudança no ar, uma pequena revolução em nossos corações e mentes. Infelizmente, a nossa imperfeição faz com o que o verdadeiro espírito de Natal dure apenas poucas horas. Para fazer essa vibração se propagar e perdurar é necessário que mudemos a nós mesmos. É como se fossemos uma mola destinada a empurrar uma grande massa, sendo o ideal cristão a força que move essa mola. Para tanto é interessante que seja reduzido o atrito entre a massa e a mola. A vibração do Mestre Jesus é o agente que reduz esse atrito. Todo ano se aproxima de forma mais expressiva para nos lembrar da importância do nosso ideal. Somos todos elementos de uma orquestra desafinada, em que o regente é paciente e nos espera pelo verdadeiro interesse em executar a música Divina que o Criador nos preparou e nos legou como objetivo final. Devemos buscar um novo diapasão, onde um sentimento rico, comum a todos, perdure todo o ano. Há de chegar o dia em que em todo o planeta, durante todo o ano, será Natal. Não o Natal das compras, mas o Natal da Solidariedade Cristã. O mestre Jesus estará mais próximo de nós e a sua vibração não será um evento único, continuará especial, mas será diário. O mundo não mudará sem nós, a Reforma Íntima que prega a nossa querida Doutrina Espírita é um elemento crucial para mudarmos a psicosfera e sua assinatura energética. Vamos mudar o mundo, começando por mudar a nós mesmos. "Antonio Carlos Siqueira Lima é doutor em engenharia elétrica e expositor espírita (RJ).
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