IRS MARIsTAs NOVOs EM MIssÃO - Externato Marista de Lisboa

Transcrição

IRS MARIsTAs NOVOs EM MIssÃO - Externato Marista de Lisboa
Ao longo dos últimos anos o Ir.
Domingos foi manifestando este
desejo de poder colaborar nas
missões em África e chegou agora o
momento oportuno.
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a vida, são muitos os desafios que enfrentamos todos os dias. Na Casa da Criança, o mais complicado é conseguir que,
no primeiro dia em que uma criança nos chega e as lágrimas teimam em cair, possamos sorrir e dizer “podes confiar em
mim”, mascarando toda a angústia que aquele momento nos provoca! E, num rosto em
que os olhos dizem “mas eu não te conheço”, o sorriso é retribuído. A que custo!...
Cada criança é uma história por contar, e, nessa história, todos temos um papel: ajudar
a crescer, sarar feridas, preparar para o futuro, sorrir nas conquistas e ser âncora nas
tristezas. Conseguir estar à altura deste turbilhão de emoções e não defraudar a esperança,
nem o futuro, não é tarefa fácil. Precisamos de aliados, amigos! E estes amigos chegam na
forma de um Teatro organizado por pais para angariar fundos para a Casa da Criança de
Tires, alunos que dinamizam ações prescindindo dos seus intervalos, aniversários em que
as prendas revertem a favor na nossa resposta, um carro que é cedido, um dente que é
reparado, óculos que se substituem a cada acidente, a presença num Arraial, a aquisição
de produtos da nossa lista mensal, um quarto remodelado, uma máquina que é oferecida.
Amigos que nos dizem que o que dão é uma gota de água na intervenção que fazemos
diariamente e nós dizemos que essa gota é do tamanho do oceano.
Nós e Vocês somos uma equipa de sucesso com resultados fabulosos nas crianças.
E no meio de tanta incerteza, ansiedade e angústia, queremos dizer que passámos de ano com excelentes notas, somos
amigos uns dos outros, gostamos de partilhar, conseguimos
sonhar e acreditar porque é o que vocês fazem connosco.
Estamos a construir boas memórias juntos!
Estamos prontos para o nosso verão azul. Estamos
prontos para a vida!
Carla Semedo, Diretora da
A
penas a dois anos e meio do
bicentenário do Instituto Marista,
somos chamados a um NOVO
COMEÇO, o que nos leva a pensar
e refletir qual o rumo que Irmãos
e Leigos devem seguir.
Nesta perspetiva, irá decorrer,
em Nairobi, a II Assembleia
Internacional da Missão Marista,
sob o tema “Maristas Novos em
Missão”. De entre os objetivos da
Assembleia, gostaria de destacar
dois:
- Deixar-nos interpelar fortemente
pela presença de Deus no nosso
mundo e especialmente pela
Casa da Criança de Tires
COMO AJUDAR A FUNDAÇÃO CHAMPAGNAT
A Fundação Champagnat quer dar resposta às
necessidades de todos os que beneficiam com a
presença dos Missionários Maristas, promovendo
a melhoria das condições de vida das pessoas
necessitadas, em especial as crianças e os jovens.
Apoie a FUNDAÇÃO! Seja CHAMPAGNAT, HOJE.
IRS
APOIO FINANCEIRO:
Por transferência bancária, para a conta da Fundação:
0007 0030 00040400001 06 Banco Espirito Santo.
Por cheque, à ordem da Fundação Champagnat e
enviado para - Estrada de Benfica, 372
1500-100 Lisboa.
Agradecemos a todos os que contribuíram com o seu IRS para a Casa da Criança de Tires e Lar Marista de Ermesinde. Bem hajam!
vida das crianças e jovens pobres,
respondendo às suas vozes com a
força do Espírito Santo;
- Partilhar e celebrar a vida que
engendra um tempo novo para o
carisma marista no horizonte do
terceiro centenário do Instituto.
Estamos a ser desafiados a
ter uma significativa presença
evangelizadora não só entre os
jovens mas também entre todos
aqueles que necessitam.
Como
preparação
para
o
bicentenário do Instituto teremos
três anos especiais: Ano Montagne
(outubro 2014 a julho 2015), Ano
Fourvière (julho 2015 a julho
2016) e Ano La Valla (agosto 2016
a agosto 2017).
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4 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 1 9 | J U N H O
As mil e uma formas de ajudar a Casa da
Criança de Tires!!
E D I T O R I A L
FICHA TÉCNICA
Diretora
Bárbara Gardete
Colaboraram neste número
Andrea Rigato | Bárbara Gardete |
Carla Freitas | Carla Semedo |
FUNDAÇÃO CHAMPAGNAT
Estrada de Benfica, 372
1500 - 100 Lisboa
Tel/Fax: 217 780 073 e-mail:
Carlos Ribeirinha | Graça Galvão |
[email protected]
Ir. Jaime Barbosa | Ir. João Pedro Pereira |
Distribuição gratuíta
200 exemplares
Marino Tralhão | Vasco Matias |
Abracemos assim o ano Montagne
que nos impele a acompanhar,
com amor e carinho, os jovens
Montagne
com
que
nos
deparamos todos os dias.
Bárbara Gardete, Presidente da
Fundação Champagnat
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Irmão Domingos Lopes
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A sua ligação às missões vem desde que
era Irmão jovem, tendo nessa altura Vamos sentir a sua falta, mas ficamos
estado um pouco mais de dois anos em contentes pelo entusiasmo que tem
missão no Setor de Angola que pertencia manifestado com a nova missão.
à Província Marista Portuguesa.
Desejamos-lhe as maiores felicidades
Mais tarde teve uma ligação forte com o e que Deus o acompanhe por terras
Setor de Moçambique como Provincial africanas!
da Província Marista Portuguesa, da
Ir. João Pedro Pereira
N
fundação
CHAMPAGNAT
qual Moçambique ainda fazia parte.
1 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 1 9 | J U N H O
Ir. Domingos Lopes vai brevemente
pôr em prática o Lema da II Assembleia
de Missão Marista de Nairobi “Marista
Novos em Missão”, partindo em missão
para o Setor de Moçambique da
Província Marista da África Austral.
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MARISTAS NOVOS EM MISSÃO
CAMPOS DE TRABALHO E MISSÃO
Zâmbia e Honduras 2014
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2 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 1 9 | J U N H O
PARTILHAR
ESPERANÇA
CRIANÇAS
N
ALEGRIA, FÉ E nesta Instituição com a qual me
COM TODAS AS identifico enquanto pessoa e
cristão. A participação nos Campos
de Trabalho e Missão advém de
um desejo de conhecer África
e de poder ajudar quem mais
necessita aliado a um entusiasmo
contagiante nos testemunhos
dados por voluntárias como
a Cláudia Novais e a Cristiana
Galante.
Fui aluno do Externato Marista
de Lisboa entre 1998 e 2006. Em
2006 ingressei na universidade
mas nunca me afastei e sempre
participei em diversas iniciativas
ao longo dos anos. Este é o meu
terceiro ano como docente
Andrea Rigato, Secretário da
Fundação Champagnat
Aprendi a valorizar o essencial, a viver
o momento, a não deixar de partilhar
o tanto que tenho, a não esquecer os
injustiçados da vida.
Percebi o abismo entre a riqueza
fácil e imensa dos que têm poder em
África e a mais que miséria do povo.
Percebi que todos devemos lutar
para que assim deixe de ser. Sem
paternalismos, sem aculturações,
antes
ombro-a-ombro
na
aprendizagem do direito à dignidade
e à justiça. Ajudando a SER.
No mês e meio que estive no Nivava,
a principal tarefa que tive foi na
ajuda no arranjo da Missão (limpeza,
pinturas, obras…). As condições
físicas dos Irmãos são muito más pela
degradação dos espaços.
Para a população nada se faz de útil
e transformador em tão curto espaço
de tempo.
Deixaria a sugestão para uma
articulação entre quem esteve e
quem irá a seguir no sentido de uma
continuidade nas ações, de modo
a que as atividades desenvolvidas
tenham impacto e não se esvaziem.
Marino Tralhão, ex-aluno Marista e
voluntário CTM Moçambique 2013
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Como todos os anos, os frutos do
trabalho da comunidade Marista
desta estação são, entre muitos
outros, os Campos de Trabalho e
Missão (CTM), e são frutos bem
maduros e duradouros, como é da
sua natureza.
Neste verão irão realizar-se dois
campos, na Zâmbia (Comunidade
de Chibuluma) e nas Honduras
(“Horizontes
al
futuro”
em
Comayagua), em que os voluntários
irão apoiar o trabalho das
Comunidades
Maristas
locais
(sobretudo em âmbito educativo,
mas não só). No primeiro Campo,
de 6 de julho a 15 de agosto, irão
participar quatro voluntários: o Irmão
Isaac Rodríguez e três professores,
respetivamente, de Palencia, Lisboa
e Vigo (Sílvia Martínez, Carlos
Ribeirinha e Rubén Gallego).
Pela
mesma
altura,
mais
concretamente de 28 de junho até 14
de agosto, Maria González e Marina
Rodríguez, ativas respetivamente no
persistem, no despojamento mais
absoluto, em dedicar os seus dias
na ajuda a estas esquecidas almas.
Ensinando, ouvindo, socorrendo,
evangelizando…
Como preparação para os
CTM (Zâmbia) tivemos três
encontros essenciais para um
enquadramento efetivo do país,
da sociedade, da sua cultura, dos
cuidados
higiénico-sanitários,
dos projetos, financiamentos,
entre outros. O ambiente entre
voluntários e coordenadores da
equipa é fantástico e propício a
CTM 2013 – HORIZONTES AO FUTURO
o verão de 2013 tive a sorte de viver
uma experiência muito especial: um
Campo de Trabalho e Missão (CTM) nas
Honduras, na América Central.
cidade de Comayagua, um colégio e
uma obra social, chamada “Horizontes
ao Futuro”, onde acolhem cerca de
quarenta rapazes e desde a qual dão
Honduras é um dos países mais pobres
da América Latina. As suas estatísticas
mostram altos índices de pobreza e
de violência e graves problemas nas
estruturas públicas, nomeadamente na
educação e na saúde.
Os Irmãos Maristas têm neste país, na
apoio a dezenas de famílias pobres da
região.
Durante pouco mais de um mês, que
foi o tempo que passei nas Honduras,
vivi em “Horizontes ao Futuro” onde
colaborei em atividades de apoio
nos estudos, nos tempos livres e nas
uma partilha de conhecimentos,
esperança, fraternidade e paz.
Na véspera de uma experiência
que será certamente inesquecível,
diferentes sentimentos surgem.
Um sentimento de ansiedade,
felicidade e aventura pela ida mas
ao mesmo tempo um sentimento
de tristeza por não poder partilhar
este momento com todos os
voluntários que integram o
projeto.
Tenho a certeza de que não
mudarei África mas estou certo
que farei tudo para partilhar
alegria, fé e esperança com todas
as crianças.
Carlos Ribeirinha, professor do
Externato Marista de Lisboa
atividades do dia-a-dia do centro.
Além disso, durante as manhãs,
ajudava num pequeno infantário
que os irmãos financiam e apoiam
através da ONG SED. Tive também
a oportunidade de visitar várias
famílias locais e de conhecer o país.
A parte mais importante da
experiência foi o contacto com as
pessoas: com as crianças e jovens
de “Horizontes ao Futuro”, com as
crianças do infantário, com as gentes
de Honduras com a comunidade
dos Irmãos em Comayagua. O
acolhimento não podia ter sido
melhor e, apesar da pobreza e miséria
que vi, as pessoas não deixam de ter
um sorriso na cara e de dar o melhor
que têm.
Aprendi que na vida há valores muito
mais importantes que a abundância e
a riqueza: a felicidade, a fraternidade,
a entre ajuda. E vim muito orgulhoso
por ter visto toda a vida e esperança
que os Irmãos e voluntários estão a
cultivar nas Honduras.
Ir. Jaime Barbosa, Estudante
e Educador no Lar Marista de
Ermesinde
| 2014
S NOSSOS FRUTOS DA ESTAÇÃO
notícias antes do final, mas, se não
for possível, havemos de vos contar
como correram os Campos e o que
aprendemos, pelo menos depois
da sua conclusão e do momento de
avaliação.
Entretanto, por agora, podem ler
o testemunho do professor Carlos,
voluntário português do Campo da
Zâmbia, já aqui a seguir.
screver sobre Nivava em meia dúzia
de linhas é remexer em sentimentos
tão diversos e antagónicos quão doces
e acres.
Reviver terras de gentes únicas penduradas no nada. Crianças em
bando, rotos, esfaimados, de olhos
tão grandes e belos que escondem a
fome e a solidão. Mulheres de filhos
às costas, sem mostras de cansaço do
injusto mundo em que habitam, cabeça
erguida em corpo de gazela, lançando
sorrisos tímidos e resignados. Homens
num constante vai e vem, montados nas
suas bicicletas carregadas de bambus,
sacas de milho, porcos, ou de molhos de
galinhas a recobrirem o guiador como
se fossem grinaldas. Lá vão a caminho
da feira, deixando no ar o cheiro da
aguardente de cana que lhes dá a ilusão
da dignidade nunca vivida.
Neste além do mundo, dois Irmãos
Maristas, o Ir. António Reis e o Ir.
Pedrinho Tambosi, de coração grande
3 | F U N D A Ç Ã O C H A M PA G N AT | N . º 1 9 | J U N H O
O
Champa de Salamanca e na MarCha
em Valladolid, irão trabalhar no CTM
das Honduras.
Como de costume, procuraremos
ir acompanhando esta importante
iniciativa da Província Marista de
Compostela (promovida, em Portugal,
pela Fundação Champagnat e, em
Espanha, pela ONGD SED), apesar
da distância (apenas geográfica,
no nosso caso…) e das dificuldades
mais técnicas ligadas, por exemplo,
a alguns meios de comunicação.
Esperamos ir conseguindo dar-vos
E
CTM 2013 - NIVAVA, A TERRA ESQUECIDA