outubro/novembro/dezembro.2008 - Pactum Consultoria Empresarial

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outubro/novembro/dezembro.2008 - Pactum Consultoria Empresarial
CONTEÚDOS EMPRESARIAIS SELECIONADOS - Nº 187 - OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO/2008 - www.pactum.com.br
Estamos em crise. E agora?
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A crise econômica iniciada nos países
desenvolvidos, em especial nos Estados Unidos,
espalhou-se e tomou dimensões mundiais. Estamos
em meio à maior crise econômica global desde o
famoso crash de 1929. “E as conseqüências deste
momento terão efeitos mais duradouros”, prevê Antonio
Carlos Caldeira, Diretor Operacional da unidade da
Pactum de São Paulo. Ele acrescenta que as
economias centrais, principalmente nos setores mais
dependentes de crédito, como imóveis e automóveis,
vão precisar de dois a três anos para se estabilizar.
Enquanto isto, os reflexos, que já são sentidos no
Brasil, “vão se intensificar no próximo semestre,
quando poderão ser percebidos mais claramente,
principalmente a restrição do crédito e a redução do
consumo”, afirma Rodrigo Piazzeta, Coordenador de
Consultoria da Pactum, sediado em Porto Alegre.
Futuro na prática
O fato está consumado. Agora, é o momento de
reagir, buscar soluções, equilíbrio, oportunidades.
Em resumo, pensar o futuro! O primeiro passo neste
novíssimo cenário é buscar a eficiência. Cada vez
mais a competitividade e a produtividade serão
atributos importantes para as empresas, que
precisam estar totalmente focadas no core business
para alavancar negócios e superar eventuais
dificuldades.
Os segredos práticos são reduzir despesas e
baixar as dívidas. Por exemplo: levantar os pontos
que permitem a redução de custos operacionais,
tributários, fiscais e trabalhistas, minimizando os
riscos, é essencial. É importante também revisar a
estrutura trabalhista. “É possível deixar a estrutura
mais leve sem promover demissões, mas isso vai
precarizar a relação”, explica Caldeira. “É a
oportunidade para melhorar processos internos e
obter vantagem competitiva”, completa Piazzeta.
Além disto, reduzir os gastos internos, como luz,
telefone, cópias, viagens e combustíveis, também
pode ser significativo. É fundamental atender bem os
clientes, mas pode ser interessante projetar
investimentos em novos mercados.
Este não é o momento de retardar as decisões
estratégicas. “Principalmente porque o concorrente
pode tomar a iniciativa”, alerta
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Wolmar Francisco Amélio
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Eventos do
! ComitêTrabalhista
Esteves, Diretor Coordenador
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da unidade de Minas Gerais
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da Pactum.
Prorrogado
As empresas não podem,
prazo de impostos
portanto, se contentar em
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sobreviver; é preciso que se
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esforcem para aproveitar as
Algumas ações
oportunidades. “Neste cenário,
para momentos
muitas oportunidades surgirão, e
de crise
é importante estar sempre atento
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para aproveitá-las”, completa
Antonio Caldeira.
Evanildo Taglieri!
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da InterAct!
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Notícias
Comitê de Estudos Laborais
O tema Como aplicar estrategicamente as normas regulamentadoras na área de saúde e segurança do trabalho foi abordado pelo Comitê de Estudos Laborais da Pactum Consultoria Empresarial no dia
25 de novembro, em São Paulo.
A palestra foi ministrada pelos
advogados Karla Bernardo, Norton
Augusto e Vanessa Ziggiatti.
Para a coordenadora da área trabalhista da Pactum, Karla Bernardo, além de regulamentar, as Normas Regulamentadoras (NRs) fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios para as empresas nacionais, como assistência
médica e segurança no trabalho.
“Atualmente a segurança e a saúde dos colaboradores são elementos fundamentais nas empresas, já
que suas conseqüências podem ter
reflexos administrativos, tributários
e judiciais.”
Há dois anos, o Comitê se reúne mensalmente com o objetivo de
discutir e esclarecer temas relacionados ao dia-a-dia empresarial e
sob o ponto de vista estratégico.
Já foram abordados temas como
terceirização, assédio moral, cota
de aprendizes nas empresas, possibilidades de redução de SAT (Seguro de Acidente de Trabalho).
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Comitê Trabalhista Empresarial
Porto Alegre realizou no dia 20 de novembro mais uma edição do
Comitê Trabalhista Empresarial. A palestra com o tema O Direito e
a Gestão Estratégica da Representação Comercial foi proferida pelos advogados Marcel Vieira Pinto e Mirela Barbosa Cardoso.
O mesmo evento aconteceu em Belo Horizonte, no dia 26 de
novembro, com palestra de Julian Carlo Simões de Matos.
O comitê tem tratado de temas relevantes, a partir de uma abordagem que considera as consultorias e o direito como estratégicos
para as empresas.
Spaan: um lugar cheio de vida
Os idosos carentes de Porto Alegre encontram na Sociedade PortoAlegrense de Auxílio aos Necessitados (Spaan) um lar onde podem
viver com dignidade. A organização,
criada em julho de 1929, com sede
no bairro Teresópolis, atende cerca
de 150 idosos, que desfrutam de alimentação balanceada, vestuário,
assistência médica, odontológica e
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psicológica, higiene, conforto e lazer. Conheça mais a Spaan acessando o site www.spaan.org.br.
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Editorial
Crise e
crescimento
É da natureza a existência dos ciclos e mudanças. O ciclo diário,
composto por dia e noite.
O ciclo semanal, anual, as
quatro estações. Ou o
nascimento, a vida provecta com saltos de sete
em sete anos. Heráclito já
disse que no universo a
mudança é única constante. E se o mundo muda
lá fora, precisamos mudar
dentro de nós e de nossas
empresas. Vamos fazer
isto olhando as grandes lições que os "problemas"
nos trazem e aproveitando para INOVAR, melhorar, crescer. Vamos fazer
aquilo que o nosso cliente
está necessitando.
E as necessidades
das empresas estão ai,
GRITANDO, pedindo que
sejamos sua INTERFACE, que sejamos COADJUTORES. E a pedir ação
positiva, transformadora e
empreendedora.
Ivar Piazzeta
DataPactum é uma publicação trimestral distribuída gratuitamente aos clientes e parceiros da Pactum Consultoria Empresarial
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Cardoso, Vinicius Piazzeta e André Crossetti • Execução: Contexto Marketing Editorial Ltda. • Telefones: (51) 3395-2515/3395-2404 • Jornalista
responsável: Milene Leal (Reg. Prof. nº 7036/30/42) • Redação: Fernanda Pacheco • Editoração: Henrique Santos • Atendimento: Izabella Boaz
Projeto gráfico: Carmen Fonseca • Os artigos assinados publicados nesta edição não traduzem, necessariamente, a opinião da Pactum
Jurisprudência $$$$$
Responsabilidade dos sócios-gerentes
A insufiência de bens da massa
falida para garantia da execução fiscal não autoriza o redirecionamento aos sócios-gerentes da empresa extinta. Duas regras básicas comandam o redirecionamento da execução: a) quando a empresa se extingue regularmente, cabe ao exe-
qüente provar a culpa do sócio para
obter a sua imputação de responsabilidade; b) se a empresa se extingue de forma irregular, torna-se
possível o redirecionamento, sendo
ônus do sócio provar que não agiu
com culpa ou excesso de poder.
(Superior Tribunal de Justiça)
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IR apenas sobre o lucro real
Não incide imposto sobre o
lucro inflacionário acumulado
pelas empresas. A 2ª turma do
Superior Tribunal de Justiça
(STJ) entendeu que a base de
cálculo para o tributo é o lucro
real, resultado da atividade econômica. O lucro inflacionário, diferentemente, é apenas correção, sem representar qualquer
acréscimo, daí impossível de ser
tributado.
(Superior Tribunal de Justiça)
Correção monetária
A assinatura de termo de quitação não afasta o direito à correção monetária devida em razão do pagamento das parcelas em atraso, independentemente de estar prevista no contrato.
(Superior Tribunal de Justiça)
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Crédito-prêmio
do IPI
Reconhecida usurpação
de competência do Supremo
Tribunal Federal (STF) pelo
Superior Tribunal de Justiça
(STJ) ao julgar que o créditoprêmio do IPI, criado pelo
Decreto Lei nº 491/69, teria
acabado em 4 de outubro de
1990. Em razão disto, foi
deferido o pedido de medida
liminar para suspender os
efeitos da decisão proferida
pelo STJ até decisão final
nesta reclamação.
(Supremo Tribunal Federal)
Apenas ISS
para farmácias
de manipulação
Os serviços prestados por farmácias de manipulação, aquelas
que preparam e fornecem medicamentos sob encomenda, passam
a se submeter exclusivamente a incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS).
(Superior Tribunal de Justiça)
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Penhora de precatórios
Os créditos decorrentes de precatórios, obtidos mediante cessão,
foram considerados válidos para nomeação à penhora em execução
independentemente da ordem de preferência dos créditos estabelecida no art. 11 da Lei de Execuções Fiscais (LEF).
(TRF da 1ª Região)
Inconstitucional ISS sobre leasing
É inconstitucional a cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS) sobre
leasing. A decisão foi assegurada a um banco de leasing do Paraná.
(TJ do Paraná)
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Legislação
Impostos: prorrogação
do prazo para pagamento
Foi publicada Medida Provisória
que altera o prazo de recolhimento
de impostos e contribuições federais.
Veja as novas datas:
IRRF: O prazo para recolhimento
foi prorrogado para até o dia 20 do
mês subseqüente ao mês de ocorrência. Permanecem sem alteração
os prazos para IRRF relativo:
• a rendimentos atribuídos a residentes ou domiciliados no exterior;
• a pagamentos a beneficiários não
identificados;
• a juros sobre o capital próprio e
aplicações financeiras, inclusive os
atribuídos a residentes ou domiciliados no exterior;
• a títulos de capitalização;
• a prêmios, inclusive os distribuídos
sob a forma de bens e serviços,
obtidos em concursos e sorteios
de qualquer espécie e lucros decorrentes desses prêmios;
• a multas ou qualquer vantagem
decorrente de rescisão de contrato, de que trata o art. 70 da Lei nº
9.430 de 1996;
• a rendimentos e ganhos de capital
distribuídos pelos fundos de investimento imobiliário.
IPI: O prazo para recolhimento do
IPI foi alterado para até o dia 25 do
mês subseqüente, com exceção do
IPI relativo a cigarros.
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Contribuições devidas à Seguridade Social: O prazo de recolhimento do INSS passou para o dia 20
do mês subseqüente ao da competência das seguintes contribuições:
• parte patronal e as descontadas
dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes
individuais a serviço da empresa;
• as decorrentes da sub-rogação proveniente da comercialização da produção rural e as retidas pela empresa contratante de serviço prestado mediante cessão de mão-deobra ou empreitada.
PIS, Pasep e Cofins: O prazo
para recolhimento dessas contribuições passou para 25 do mês subseqüente ao de ocorrência, com exceção do recolhimento a ser efetuado
por bancos comerciais, de investimentos e de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e
investimento; sociedades de crédito
imobiliário; corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
empresas de arrendamento mercantil; agentes autônomos de seguros
privados e entidades de previdência
privada, que permanecem recolhendo até o dia 20 do mês subseqüente.
Estes prazos são aplicados para o
regime cumulativo e para o regime
não-cumulativo.
(MP nº447; DOU 17.11.2008)
Débitos do ICMS no Paraná
Foi alterado o Dec. nº 3.382/08 que autorizava no Paraná a redução dos juros e multas incidentes sobre os débitos do ICMS, vencidos até 31.12.2006, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida
ativa, inclusive ajuizados, para possibilitar a adesão aos benefícios
mediante pedido de parcelamento até 18.12.2008, podendo ser efetuado o pagamento da primeira parcela ou da parcela única até
30.12.2008, com as reduções de multa e juros especificadas.
(Decreto nº 3.734; DOE/PR 7.11.2008)
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Parcelamento:
nova oportunidade
A medida provisória nº 449,
de 4/12/2008, criou novas possibilidades de parcelamentos de
débitos tributários federais para
dívidas de pequeno valor (iguais
ou inferiores a R$ 10 mil), débitos decorrentes de proveitamentos de créditos de IPI oriundos
de aquisição de matérias-primas, materiais de embalagens
e de intermediários com alíquota
zero ou não tributados e, ainda, os débitos dos parcelamentos Refis e Paes. Na primeira
hipótese, as dívidas de pequeno valor vencidas entre 1/1/2003
e 31/12/2005 poderão ser parceladas em até 60 meses, com
redução de 40% da multa e
100% dos encargos legais. Por
opção do contribuinte, o parcelamento poderá ter um prazo inferior e, em contrapartida, as
reduções podem alcançar 100%
da multa, 30% dos juros e
100% dos encargos legais. A
parcela mínima não poderá ser
inferior a R$ 50,00 para os parcelamentos de débitos de pessoas físicas e de R$ 100,00
para as jurídicas.
Para as dívidas decorrentes
do creditamento do IPI e débitos do Refis e do Paes, o prazo
do parcelamento poderá se estender em até 125 meses, desde que não haja qualquer redução dos débitos e, ainda, seja
quitado no primeiro ano 30% do
valor consolidado. Alternativamente, o contribuinte poderá optar por parcelamentos com prazo reduzido, mas que podem
apresentar reduções de 100%
da multa, 30% dos juros e
100% dos encargos legais.
Nesses casos, a parcela mínima deverá ser igual ou maior
que R$ 2.000,00.
(MP nº 449; DOU 04.12.2008)
Destaque • Capa
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Os desafios da crise para o Brasil
Política monetária responsável, com grandes reservas de recursos; economia diversificada;
exportações variadas em produtos e compradores (hoje o Brasil
não apresenta dependência de
outros países); democracia vigorosa; disponibilidade de recursos
naturais (como petróleo, água, alimentos, energia, minérios) e sistema bancário sólido. Estas são
as armas do Brasil para enfrentar
a crise, o que deve acontecer com
alguma naturalidade e, principalmente, sem que o país precise se
submeter a organismos financeiros internacionais.
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Rodrigo Ochoa Piazzeta,
Diretor Coordenador de
Consultoria em Porto Alegre
Esta é a boa notícia. O potencial do Brasil é muito bom, as multinacionais estão olhando para o
país, que, juntamente com Rússia, Índia e China, é apontado por
economistas, empresários e estudiosos como um dos países
com maior potencial de investimento no futuro. “O chamado G7
vai ter menos voz, e o Brasil, assim como os demais países do
BRIC, ao contrário, vai ter mais
voz. O Brasil vai ser chamado a
um novo papel político e empre-
sarial em um mundo diferente,
multipolar”, prevê Antonio Carlos
da Relva Caldeira, Diretor Coordenador Operacional da unidade da
Pactum de São Paulo.
É essencial, contudo, que a
sociedade brasileira ataque os
problemas de sempre: burocracia,
corrupção, violência, deficiência
de infra-estrutura. O Congresso
tem que trabalhar nas reformas
necessárias. O Brasil não vai conseguir dar o salto de crescimento
enquanto não resolver as reformas
previdenciária, tributária, política
e administrativa.
Grande ensinamento
No meio empresarial, a crise,
na verdade, tem sido um grande
ensinamento para os administradores brasileiros. “As organizações que arriscaram muito sofrerão mais com a crise. As empresas mais estruturadas, aquelas
que estão focadas no seu produto, no seu mercado e na busca da
eficiência, vão sentir menos e tomar a dianteira dos negócios”,
analisa Rodrigo Ochoa Piazzeta,
Diretor Coordenador de Consultoria em Porto Alegre.
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Wolmar Esteves,
Diretor Coordenador da
unidade de Minas Gerais
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Antonio Caldeira, Diretor
Coordenador Operacional
em São Paulo
Hoje, o mundo corporativo, de
uma maneira geral, já arregaçou
as mangas e está trabalhando em
busca de soluções e alternativas.
A crise está na agenda diária.
As empresas estão segurando
os gastos e postergando investimento. “Veremos reavivado o interesse em planejamento tributário e na reorganização das empresas que, nos últimos anos, devido
ao forte crescimento do mercado
de consumo, prestaram menos
atenção em seu controle e gerenciamento de custos”, analisa Wolmar Esteves, Diretor Coordenador
da unidade de Minas Gerais. “Este
será o momento de se voltar para
dentro e reorganizar a casa, bem
como a forma de se relacionar com
os terceiros, sejam eles seus clientes, fornecedores ou o governo.
Até porque, mesmo em um cenário de desaceleração econômica,
ainda assim o governo não freará
o ritmo de crescimento de seus
gastos e manterá sua agenda política”, acrescenta Esteves.
Além disso, não se pode esquecer que o ano foi de crescimento e
que a grande maioria das organizações vai fechar no positivo.
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Doutrina
Algumas ações para momentos de crise
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“O grande desafio é criar
alternativas para que a
economia local não seja
prejudicada”
Jefté Lisowski, advogado
tributarista e Diretor da Pactum
Consultoria Empresarial de
Santa Catarina
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Dentro da atual conjuntura global, a insegurança e a incerteza estão contribuindo para a formação de um cenário desfavorável ao crescimento. A expectativa de perdas está inibindo novos investimentos e reduzindo a circulação de recursos financeiros, agravando ainda mais a escassez de crédito.
O grande desafio do governo e das empresas brasileiras é encontrar meios
de transpor a intempérie que assola o mercado externo, criando alternativas
para que a economia local não seja prejudicada.
As medidas adotadas até o momento pelo governo foram positivas e merecem aplauso, contudo, pode-se fazer – e é necessário que se faça – mais,
como a adoção de benefícios fiscais e redução da carga tributária para
setores que são responsáveis pela geração de emprego e renda, por meio
da desoneração da folha e estímulo à contratação, bem como criar incentivos destinados ao exportador, com o fim de tornar o produto nacional
mais competitivo no exterior.
As empresas devem adotar medidas estratégicas que lhes dêem
competitividade no curto prazo, mas que não impliquem problemas no médio ou longo prazo. Algumas dicas importantes para superar momentos de
crise como o atual, por meio de medidas simples e que podem ser geridas
pela empresa:
• Identificar e avaliar regimes especiais criados e mantidos por estados e
municípios que possam reduzir o custo tributário ou de investimento e tornar
viáveis novos empreendimentos ou mais competitivos antigos projetos.
• Verificar na legislação federal benefícios fiscais que desonerem tributariamente produtos ou determinadas operações, impactando em aumento da
capacidade financeira e de autofinanciamento.
• Analisar criticamente a empresa e suas operações, reestruturando-os em
modelos cuja tributação seja mais benéfica, dando competitividade à atividade e aos produtos.
• Estudar com cuidado decisões que impactem em elevação repentina da
folha e encargos, ao passo que podem antecipar ou gerar uma crise. Demissão nem sempre é a melhor solução para momentos de crise, pois o custo
imediato pode chegar a até três vezes o gasto normal com folha e encargos.
Vale lembrar que mais adiante, quando a empresa retomar o crescimento,
terá que buscar profissionais e investir novamente na qualificação dos mesmos. Na legislação trabalhista há mecanismos que podem evitar a demissão como solução.
• Negociar e propor a revisão de financiamentos ou parcelamentos, bem
como averiguar opções que alonguem ou que reduzam o comprometimento
financeiro de curto prazo.
• Não adotar procedimentos de evasão tributária com o fim de pagar despesas e custos correntes, pois mais à frente, o pagamento de multa qualificada e juros pode tornar a operação ou a empresa insustentável, além de gerar
custos extras e o desgaste decorrentes de processos criminais.
Defesa Fiscal $$$$$
Preço de transferência
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Compensação no Simples
Anulada uma autuação sofrida em 2001 pela empresa em função de uma importação realizada em 1997.
Para a Câmara Superior de Recursos Fiscais, o fisco
não pode comparar as formas de cálculo do preço de
transferência atuais com métodos futuros, como prevê
o artigo 11 da IN nº 243, de 2002, da Receita Federal.
(Câmara Superior de Recursos Fiscais)
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Permitida a compensação dos recolhimentos efetuados no Simples com os valores lançados de ofício no lucro arbitrado.
(Conselho de Contribuintes)
Notas
# Estados Unidos têm a maior taxa de
desemprego em 14 anos
Crise terá reflexos no Brasil
ainda neste ano
O Departamento de Trabalho dos Estados
Unidos divulgou que a taxa de desemprego subiu
para 6,5% em outubro, atingindo o maior
patamar desde março de 1994. A economia
americana eliminou 240 mil postos de trabalho
em outubro, bem mais que o esperado.
Economistas previam para outubro a eliminação
de 200 mil vagas.
Em setembro o
índice ficou em 6,1%,
a maior baixa desde
novembro de 2001.
(Agência Brasil)
Os efeitos da crise financeira internacional
terão reflexo na economia brasileira a partir
do último trimestre deste ano. A avaliação
consta do Boletim Regional do terceiro
trimestre publicado pelo Banco Central. De
acordo com o documento, a crise tem mais
impacto na escassez de crédito, "que vem
se constituindo em canal relevante para a
sustentação do crescimento interno, e na
queda no desempenho das exportações,
por causa do recuo nos preços das
mercadorias com cotação internacional
(commodities). (Agência Brasil)
#
Oito estados concentram
80% do PIB brasileiro
#
Cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro vem de apenas oito dos 27 estados,
segundo dados referentes ao ano de 2006
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). São eles São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Paraná, Bahia, Santa Catarina e Distrito Federal.
Entre 2002 e 2006, São Paulo e Rio Grande Sul
foram os estados que mais perderam
participação: de 34,6% para 33,9%, e de 7,1%
6,6%. O IBGE também concluiu que o Distrito
Federal continua com o maior PIB per capita do
país (R$ 37.600), quase o triplo da média
nacional (R$ 12.688) e bem à frente de São
Paulo (R$ 19.548) e Rio de Janeiro (R$ 17.695).
(Terra)
As micro e pequenas empresas tinham
53,4% dos empregos do setor empresarial
em 2006, segundo estudo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Contudo, elas pagaram apenas
19,5% do montante total de salários e
outras remunerações. Já as grandes
empresas, que são 0,2% do total e
ocuparam 32% da mão-de-obra, forneceram
57,7% dos R$ 324,5 bilhões em salários
pagos em 2006. As microempresas
pagavam em média R$ 654,00 por mês,
enquanto as grandes empresas tinham
salário médio de R$ 1.494,00 – diferença
de 128,4%.
(Terra)
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Empregos na micro e pequenas
empresas
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Empreendedores
Imaginação e transpiração, a receita para
buscar oportunidades em meio à crise
Evanildo Pedro Taglieri, sócio-diretor da InterAct Soluções de Espaço, concedeu entrevista ao Datapactum
sobre a crise econômica mundial e as suas conseqüências para o segmento de movéis para escritório. A InterAct, com
sede em São Paulo capital, atua no segmento de divisórias pisos-tetos, armários e lambris para o meio corporativo.
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Os efeitos da recente crise econômica mundial já
chegaram a sua empresa? De que forma?
Não e sim. Até o momento, não sentimos o impacto em
termos de vendas. Mas de certa maneira os efeitos da
crise já chegaram à InterAct. Nós trabalhamos a partir de
projetos de escritórios de arquitetura, e as solicitações
de orçamentos a estes profissionais já diminuíram. A partir
de janeiro e fevereiro devemos sentir impacto também no
faturamento. Estamos estimando que em 30 a 40 dias
os nossos negócios devem ser reduzidos em 30% em
média.
Qual a expectativa
da InterAct para a
retomada dos negócios?
Os efeitos da crise
econômica não devem durar mais de 90
dias. Na verdade, o
ajuste já começou. O
governo está atuando fortemente – vai
incentivar o setor automobilístico, amparar o segmento de fiEvanildo Pedro Taglieri é
nanciamento
e bussócio-diretor da
InterAct Soluções de Espaço
car alternativas para
a área da construção
civil. Acredito que em março ou abril a situação começará a melhorar. Na verdade, o nosso principal mercado
– prédios comerciais – não deve ser afetado imediatamente. Os projetos que estão sendo suspensos (e devem ser retomados em seis meses) devem impactar no
nosso negócio em 2011.
E qual é a situação do mercado de construção civil
como um todo?
A construção civil afeta toda a economia. O governo está
muito preocupado e vai tomar medidas. Em 90 dias a
situação deve estar equalizada. Claro, em um ritmo de
crescimento menor, com queda de 20% a 30%. Mas o
setor estava num crescimento muito forte.
Como enfrentar este período mais crítico da crise
financeira?
Primeiro, trabalhando mais e aumentando a nossa participação em mercados nos quais atuamos modestamente. Depois, ajustando as despesas com o novo patamar
de faturamento. A InterAct, prevendo a crise econômica,
antecipou os ajustes ao longo de 2008, e está preparada
para encarar a turbulência do mercado. E, finalmente, o
fundamental: não perder as oportunidades de mercado.
Qual o segmento mais afetado pela crise?
A crise é mais séria para quem exporta, e nós vendemos
para muitas empresas multinacionais que trabalham com
exportação. Acredito também numa queda de preços de
produtos como o aço e o alumínio. Agora, o mercado é o
mercado interno. A economia brasileira deve crescer em
torno de 3% em 2009, contra os 5% previstos para 2008.
Qual o conselho que podemos dar para as empresas neste momento? Como enfrentar a crise?
São dois. Primeiro, voltar-se para as contas internas, ajustar as despesas ao faturamento. E, então, partir para o
mercado. Ou seja, imaginação e transpiração. Trabalhar
mais. Acabou a facilidade, o cliente não vem mais, temos que buscar o cliente, buscar a oportunidade.
E existem oportunidades neste momento tão crítico
da economia?
Oportunidades sempre existem, principalmente em épocas de crise. Tem que buscar. Muitas empresas ficam
apavoradas e entram em compasso de espera. Este é o
momento de atuar fortemente, de conquistar clientes nos
mercados nos quais se tem pouca participação e ganhar
da concorrência.

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