Paleocristão - arterusso.net

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HISTÓRIA das ARTES VISUAIS
11º ANO
Texto de Apoio JOSÉ MANUEL RUSSO
PALEOCRISTÃO
Sarcófago do Pedagogo, Tarragona
ESCOLA SEC. de QUELUZ
1992/93
Uma vez que os Romanos não permitiam a prática do cristianismo, os Cristãos viramse obrigados a efectuar, em segredo, os seus rituais em quintas localizados na periferia de Roma, pertencentes a romanos convertidos. Aí se situam subterrâneos artificiais, conhecidos como Catacumbas – galerias onde, nas suas paredes laterais, se
colocavam os corpos de cristãos mortos, e desembocam num pequena sala abobadada com funções de capela. As capelas apresentavam pinturas ornamentais simples
com influência romana, criadas por artistas medíocres. Os temas mais comuns, como
os que encontramos nas catacumbas de Domitila e Priscila, são o Bom-Pastor, o
Orante, a Virgem com o Menino, Cristo e os Apóstolos. Frequentemente se verificam
misturas com a religião pagã, como no Cristo-Orfeu ou Cristo-Apolo.
Por ser considerada como Idolatria, na escultura quase não encontramos expressão.
Exceptuam-se alguns sarcófagos em mármore – como os de Junius Bassus, com
cenas dos Testamentos e a Natividade, o Dogmático, o do Pedagogo ou dos Dois
irmãos – que também evidenciam as influências da arte romana.
Só em 313, Constantino, com o Édito de Milão, permitiu a liberdade religiosa no
Império Romano. Teodósio torna o Cristianismo a sua religião oficial, após a qual se
dá a cisão do Império.
Divergências religiosas, haveriam também de criar um cisma – ficando a Igreja de
Roma ligada ao Império do Ocidente, mas com independência do poder temporal,
tendo como figura máxima o Papa, e a Igreja Ortodoxa ligada ao Império do Oriente
e à figura do Imperador.
Com a liberdade religiosa, rapidamente se verificou a necessidade
de construir grandes espaços para o culto – surgindo, assim as
Basílicas. A de S. Pedro é a primeira basílica Paleocristã, seguindo-se a de S. Paulo Extramuros, Sta. Sabina e S. João Latrão.
À falta de uma linguagem própria, basearam-se na Basílica
romana e introduziram algumas alterações – entrada pelo lado
menor, antecedida de um pátio rodeado de colunas e um Nártex, interior com 5 ou 3 naves que se separam do Transepto
através de um Arco Triunfal e uma Abside. Existe uma certa
desproporção entre comprimento e largura, a cobertura é de
madeira e telha e o tecto plano, as colunas são lisas com capitéis coríntios em que se apoia a arquitrave (e posteriormente
em arquivolta) e, como a nave central é mais elevada que as
laterais, existe superiormente um Clerestório para a iluminação
interior, cujas janelas podem ter simplesmente um pano ou
finas placas de alabastro. O material de construção é o tijolo. A
cabeceira da basílica encontra-se orientada para Este.
Assim, ao estático e monumental espaço
romano, dá-se lugar à directriz humana
paleocristã, onde se salienta a Planta Axial
(com um eixo).
No entanto, também se utilizou a planta centralizada, como San Stefano Rotondo ou Santa Costanza, mais vocacionadas para Mausoléus ou Baptistérios, embora mantendo as
mesmas características direccionais.
Basílica de S. Pedro, Roma (333) – vista em corte e planta
HISTÓRIA das ARTES VISUAIS
PALEOCRISTÃO
Catacumbas de Domitila: Sarcófago (2005 © josé manuel russo)
Santa Costanza, Roma (2005 © josé manuel russo)
ESCOLA SEC. de QUELUZ
1992/93
11º ANO
Texto de Apoio JOSÉ MANUEL RUSSO

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