Requisitos Para Produção de Lajes Alveolares Em
Transcrição
Requisitos Para Produção de Lajes Alveolares Em
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO MARCO AURELLIO POLENGHI PAGLIARONI Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. ORIENTADOR: PROF. DR. MARCELO DE ARAÚJO FERREIRA SÃO CARLOS 2008 i LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - EXEMPLOS DE PERFIS DE PAINÉIS ALVEOLARES (BISON)...........................................5 FIGURA 2 - EXEMPLOS DE LAJES ALVEOLARES COM SEÇÃO COMPOSTA (BISON).........................6 FIGURA 3 - ETAPAS DE PRODUÇÃO DE ELEMENTOS PRÉ-FABRICADOS ..........................................7 FIGURA 4 - SEÇÕES TRANSVERSAIS POSSÍVEIS DE SEREM OBTIDAS COM FÔRMA PARA SEÇÃO TT. (EL DEBS, 2000)......................................................................................................................12 FIGURA 5 - ESQUEMA DE PISTA DE PROTENSÃO COM BLOCOS INDEPENDENTES. (EL DEBS, 2000) ..................................................................................................................................................16 FIGURA 6 - ESQUEMAS DE ARMAZENAMENTO DOS ELEMENTOS (EL DEBS, 2000)....................23 FIGURA 7 - IÇAMENTO DE LAJE POR FITAS .................................................................................26 FIGURA 8 - EXEMPLO DE IÇAMENTO DE PAINEL ALVEOLAR POR ALÇAS (BISON)........................27 FIGURA 9 - APLICAÇÃO DE LAJE ALVEOLAR EM ALVENARIA ESTRUTURAL (BISON)...................27 FIGURA 10 - ACABAMENTO NA FACHADA DA OCUPAÇÃO (BISON).............................................28 FIGURA 11 - LAJE ALVEOLAR EM PAREDE DE ALVENARIA ESTRUTURAL DE 10 CM (BISON) .......28 FIGURA 12 - ABERTURAS PARA SHAFS (BISON) .........................................................................28 FIGURA 13 - CORTE DE PAINEL ALVEOLAR ................................................................................31 FIGURA 14 - ARMAZENAMENTO DE LAJES ALVEOLARES ............................................................34 FIGURA 15 - DESBOBINAMENTO DE CABOS PROTENSÃO ............................................................38 FIGURA 16 - APLICAÇÃO DE PROTENSÃO ...................................................................................38 FIGURA 17 - LANÇAMENTO DE CONCRETO NA CAÇAMBA DO CARRO EXTRUSOR ........................40 FIGURA 18 - INÍCIO DE CONCRETAGEM ......................................................................................40 FIGURA 19 - ACABAMENTO FEITO EM PAINEL ALVEOLAR DE FECHAMENTO ...............................41 FIGURA 20 - APOIO DE TELHA PRÉ-MOLDADA ............................................................................51 FIGURA 21 - APOIO DE PAINEL ALVEOLAR DE FECHAMENTO......................................................51 FIGURA 22 - APOIO DE PEÇAS ARQUITETÔNICAS ........................................................................52 FIGURA 23 - ALINHAMENTO DOS CALÇOS DE PEÇAS PRÉ-MOLDADAS ........................................54 FIGURA 24 – LIMPEZA EM CARRETA DE TRANSPORTE ................................................................55 FIGURA 25 - IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA NAS CARRETAS DE TRANSPORTE ..............................55 FIGURA 26 - CARREGAMENTO DE LAJES ALVEOLARES ...............................................................57 FIGURA 27 - ESTOCAGEM DE LAJES ALVEOLARES ......................................................................58 FIGURA 28 - ALINHAMENTOS DOS CALÇOS DOS APOIOS DE LAJES ALVEOLARES ........................58 FIGURA 29 - CARGA E TRANSPORTE DE LAJES ............................................................................59 FIGURA 30 - APOIO E TRAVAMENTO DE PAINÉIS ALVEOLARES EM ESTOQUE ..............................59 ii LISTA DE TABELAS QUADRO 1 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DE EXECUÇÃO COM FÔRMA MÓVEL COMPARADA COM EXECUÇÃO EM PISTA DE CONCRETAGEM (EL DEBS, 2000)...............................................11 QUADRO 2 - CARACTERÍSTICAS DAS FÔRMAS EM FUNÇÃO DO MATERIAL UTILIZADO (EL DEBS, 2000).........................................................................................................................................13 QUADRO 3 - ESTIMATIVA DO NÚMERO DE REUTILIZAÇÃO DE FÔRMAS (EL DEBS, 2000)..........14 QUADRO 4 - CONSISTÊNCIAS RECOMENDADAS PARA EXECUÇÃO DE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS (EL DEBS, 2000)......................................................................................................................18 QUADRO 5 - ESTOCAGEM MÁXIMA DE LAJES ALVEOLARES........................................................35 QUADRO 6 - CARREGAMENTO DE PEÇAS COM CINTA DE NYLON ................................................35 QUADRO 7 - VERIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS DE EXECUÇÃO ..........................................................42 QUADRO 8 - VERIFICAÇÃO EM PEÇAS PRONTAS .........................................................................43 QUADRO 9 - CONDIÇÕES ANTERIORES DE PROTENSÃO ...............................................................43 QUADRO 10 - VERIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS DE PROTENSÃO .......................................................44 QUADRO 11 - DISTÂNCIA DE SEGURANÇA PARA REDES DE ALTA TENSÃO ..................................46 QUADRO 12 - LIMITES MÁXIMOS DE CARREGAMENTO ...............................................................50 QUADRO 13 - LIMITES MÁXIMOS DE PEÇAS EM ESTOQUE ...........................................................56 QUADRO 14 - LIMITES MÁXIMOS DE CARREGAMENTO DE LAJES ALVEOLARES ..........................56 iii SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... I LISTA DE TABELAS.............................................................................................................II 1 ITRODUÇÃO ................................................................................................................1 1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................................1 1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................2 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................3 2.1 PAINEL ALVEOLAR ..........................................................................................................3 2.2 PRODUÇÃO DE PRÉ-FABRICADOS ....................................................................................7 2.2.1 Etapas de produção ................................................................................................7 2.2.2 Cuidados específicos ..............................................................................................7 2.2.2.1 Dosagem .........................................................................................................7 2.2.2.2 Fôrmas ............................................................................................................7 2.2.2.3 Cura ................................................................................................................8 2.2.2.4 Acabamento ....................................................................................................9 2.3 PROCESSOS DE EXECUÇÃO ...............................................................................................9 2.4 FÔRMAS .........................................................................................................................11 2.5 ARMAÇÃO E PROTENSÃO ...............................................................................................15 2.5.1 Armadura não protendida ....................................................................................15 2.5.2 Armadura Protendida...........................................................................................15 2.6 ADENSAMENTO .............................................................................................................16 2.7 ACELERAÇÃO DO ENDURECIMENTO E CURA .................................................................19 2.8 DESMOLDAGEM .............................................................................................................21 2.9 ARMAZENAMENTO ........................................................................................................22 2.10 EXECUÇÃO EM FÁBRICAS ..........................................................................................24 2.11 IÇAMENTO .................................................................................................................25 2.12 APLICAÇÕES EM SIMPLES OCUPAÇÕES .......................................................................27 3 METODOLOGIA...........................................................................................................29 4 DESEVOLVIMETO DO TRABALHO..................................................................30 4.1 PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES NA FÁBRICA DA MUNTE ........................................31 4.1.1 Execução de Laje Alveolar ...................................................................................31 4.1.2 Controle de Execução...........................................................................................42 4.1.2.1 Inspeção durante o processo de fabricação...................................................42 4.1.2.2 Verificações da peça pronta..........................................................................43 4.1.3 Controle de Protensão..........................................................................................43 4.1.3.1 Inspeções durante o processo .......................................................................43 4.1.3.2 Orientações gerais.........................................................................................44 4.1.4 Manuseio, armazenamento e transporte de peças pré-moldadas ........................46 4.1.4.1 Manuseio ......................................................................................................46 iv 4.1.4.2 Transporte.....................................................................................................47 4.1.4.3 Condições gerais...........................................................................................48 4.1.4.4 Grupos de carga ............................................................................................49 4.1.4.5 Recomendações ............................................................................................50 4.1.4.6 Armazenamento............................................................................................53 4.1.5 Manuseio, armazenamento e transporte de lajes alveolares ...............................54 4.1.5.1 Transporte.....................................................................................................55 4.1.5.2 Armazenamento............................................................................................57 4.1.5.3 Orientações gerais.........................................................................................60 5 COSIDERAÇÕES FIAIS.........................................................................................61 6 REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................62 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 1 ITRODUÇÃO A Indústria da Construção Civil é considerada atrasada quando comparada com outros ramos industriais. Isso se dá pelo fato de apresentar, de um modo geral, um grande desperdício de materiais, uma baixa produtividade e um baixo controle de qualidade. Uma das formas de confrontar essas características da construção civil é a utilização da Pré-Moldagem, que corresponde a um processo construtivo onde há o emprego, total ou parcial, de elementos de concreto moldados fora do local definitivo de utilização. Dentre todos os elementos pré-moldados será dada uma ênfase nas lajes alveolares, um dos mais populares elementos pré-moldados utilizados no mundo, especialmente na America do Norte e Europa Ocidental. Segundo El Debs, é estimado uma produção mundial de 150 milhões de metros cúbicos por ano desse elemento. As lajes têm origem Alemã, e hoje suas técnicas de execução são altamente desenvolvidas nos Estados Unidos e na própria Alemanha, tendo uma grande evolução em relação à altura e vão. 1.1 OBJETIVOS Este trabalho tem o objetivo de pesquisar e descrever os painéis alveolares em concreto pré-moldado, junto com seus tipos e aplicações. Será feita uma visita a uma fábrica de pré-moldados para apontar os principais critérios para a produção de lajes alveolares e avaliar com os critérios levantados em bibliografias. 1 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 1.2 JUSTIFICATIVA A insuficiência das normas NBR 9062:2006 (Projeto e Execução de Estruturas Pré-Moldadas de Concreto) e NBR 14861 (Laje Pré-Fabricada – Painel Alveolar de Concreto Protendido – Requisitos) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com relação a painéis alveolares, têm feito com que os projetistas e fabricantes de painéis alveolares venham a buscar soluções em normas estrangeiras cujas determinações são baseadas na realidade de cada país, pois levam em consideração seu clima, sismos, agressividades ambientais e cultura, o que é preocupante devido à incompatibilidade desses fatores entre os países. Na busca de soluções para os inconvenientes encontrados no projeto e na produção de painéis alveolares surgem alternativas que muitas vezes não são divulgadas e difundidas para o uso em maior escala, fazendo com que o pré-moldado, um sistema construtivo industrializado e racionalizado, perca sua qualidade ótima. 2 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A Pré-Fabricação de estruturas de concreto é um processo industrial com grande potencial para o futuro, por apresentar oportunidades positivas em relação aos métodos de construção tradicionais, além de ser uma construção menos agressiva ao meio ambiente. Os trabalhos são realizados em fábricas, tendo um uso potencializado e otimizado de materiais, junto a uma redução considerável no tempo de construção. A qualidade do produto é superior, existindo boas oportunidades para a arquitetura, com grande eficiência e flexibilidade estrutural. Há um maior aproveitamento do espaço, devido aos grandes vãos e à redução da altura efetiva, surgindo maiores ambientes livres ideais para a instalação de divisórias que facilitam futuras adaptações. (FERREIRA, 2003) Segundo Ferreira (2003), a industrialização da construção traz consigo algumas transformações na concepção do produto, como a modulação e a padronização de elementos típicos como pilares, vigas e lajes. O projetista pode selecionar o comprimento, dimensões e capacidades de carga, dentro de certos limites, com o auxilio de informações encontradas em catálogos de fabricantes. A modulação e a padronização, também, reduzem o custo das peças pré-moldadas, pois há um maior reaproveitamento de fôrmas, e, devido à grande experiência adquirida na execução, uma maior produtividade. 2.1 PAIEL ALVEOLAR O painel alveolar é constituído de concreto, possui seção transversal com altura constante e alvéolos longitudinais, com intenção principal de reduzir o peso da peça. Esses alvéolos podem ter formas variadas como circular, oval, retangular, etc. Os painéis podem ser utilizados junto a uma capa de concreto moldada no local, formando uma seção composta. (EL DEBS, 2000) 3 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO As lajes alveolares são encontradas tanto em concreto armado quanto em concreto protendido, e embora possa ser produzido por formas fixas, esse tipo de elemento é normalmente fabricado por extrusão ou por fôrmas deslizantes, em pistas de concretagem. Neste caso, os painéis são produzidos no comprimento da pista e posteriormente serrados no tamanho desejado. (FERREIRA 2003) Segundo El Debs (2000), esse tipo de elemento tem capacidade para vencer grandes vãos, variando de 5 a 20 m. Possui normalmente largura de 1,20 m, mas pode variar de 1,0 a 2,5 m. As alturas variam normalmente de 15 a 30 cm, embora possam atingir valores de 50 cm. 4 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 1 - Exemplos de perfis de Painéis Alveolares (Bison) Os painéis alveolares podem ser empregados tanto em lajes, quanto em paredes. No caso de laje, o painel pode receber uma capa de concreto, formando uma seção composta, e no caso de parede o painel pode receber uma camada adicional, formando um painel sanduíche. (EL DEBS, 2000) 5 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 2 - Exemplos de Lajes Alveolares com seção composta (Bison) 6 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 2.2 PRODUÇÃO DE PRÉ-FABRICADOS 2.2.1 Etapas de produção De acordo com Melo (2007), a produção de elementos pré-fabricados em indústrias divide-se basicamente nas seguintes etapas: Figura 3 - Etapas de produção de elementos pré-fabricados 2.2.2 Cuidados específicos 2.2.2.1 Dosagem A dosagem do concreto pré-fabricado deve apresentar uma qualidade de nível superior de terminação e ser isento de imperfeições que prejudiquem a estética das peças, pois normalmente, é utilizado de modo aparente, como material de acabamento final. Por isso, é necessário um adequado estudo inicial de dosagem precedendo a aplicação do concreto em fábrica. (MELO, 2007) De acordo com Melo (2007), é comum empregar um traço mais argamassado para a produção de peças onde a dimensão horizontal é predominante (placas), em comparação a elementos onde a dimensão maior é a vertical (vigas). Isso se deve pela necessidade adicional de mão-de-obra que os elementos horizontais geram para acabamento. Peças com alta taxa de armadura também podem exigir maior teor de argamassa. 2.2.2.2 Fôrmas A preocupação com a qualidade das fôrmas é redobrada, quando comparado as estruturas moldadas in loco, pois tudo fica registrado no concreto. Ante do lançamento, é 7 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO necessário conferir dimensões, nivelamento e prumo, e conformidade com as tolerâncias. As superfícies internas devem estar limpas e ser suficientemente estanques, impedindo a fuga de argamassa pelas juntas. Para se obter tal resultado, utiliza-se selantes e cantoneiras. (MELO, 2007) Segundo Melo (2007), a aplicação de desmoldantes antes da colocação das armaduras evita que o concreto “cole” na fôrma. Contudo esse material deve ser homogeneamente aplicado, evitando excessos e faltas ao longo da fôrma. Aconselha-se que desmoldantes a base de água, normalmente utilizados em fôrmas de madeira, não devem ser utilizados em fôrmas metálicas para evitar oxidação. Neste caso aconselha-se o uso de desmoldantes a base de óleo mineral ou vegetal. Em pré-fabricados usam-se predominantemente moldes metálicos, favorecidos pela maior repetição dos elementos construtivos, e com uma vantagem adicional de resultar em um melhor acabamento. (MELO, 2007) 2.2.2.3 Cura Como a evaporação da água pode provocar fissuras na superfície do concreto e se constitui uma preocupação recorrente, deve-se atentar para cuidados necessários de cura, de modo que o concreto esteja protegido do sol e de correntes de vento que incidam diretamente sobre estas estruturas. O uso de agentes de cura também pode contribuir positivamente nessa etapa. (MELO, 2007) De acordo com Melo (2007), a cura térmica é uma alternativa amplamente empregada em pré-fabricados, para acelerar as reações de hidratação do cimento e obter resistências adequadas para a desforma rápida. É aplicada principalmente em elementos delgados, como telhas W e lajes alveolares. 8 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Alternativamente, existem aditivos que permitem ganho de resistências iniciais sem interferir necessariamente nas resistências finais ou nos tempos de pega, com vantagem de não estarem associados a altos custos de implantação, manutenção e operação, como é o caso das caldeiras a vapor. Essas opções devem, no entanto, ser estudadas caso a caso para definição da melhor solução técnico-econômica. (MELO, 2007) 2.2.2.4 Acabamento Sempre que necessário, deve-se fazer reparo nas estruturas pré-fabricadas que apresentem problemas de fissuras, bolhas ou bicheiras, os quais podem causar prejuízos estéticos ao concreto. A estucagem (argamassa) é necessária para preencher os pequenos defeitos de execução, e o caldeamento (pasta fluida) é aplicado na superfície do concreto para conferir maior homogeneidade às superfícies, depois de reparadas. (MELO, 2007) 2.3 PROCESSOS DE EXECUÇÃO Segundo El Debs (2000), os processos de execução podem ser enquadrados, em linhas gerais, nos seguintes tipos: • Execução com fôrma estacionaria; • Execução com fôrma móvel (carrossel); • Execução em pista de concretagem. A execução com fôrma estacionaria corresponde a aquela que todo o trabalho de execução ocorre em torno das fôrmas, que permanecem na mesma posição , em todas a atividades envolvidas. (EL DEBS, 2000) Em contrapartida a esse tipo de execução, tem-se execução por fôrmas móveis, também chamado de carrossel. Esse tipo de execução é caracterizado pelo movimento das 9 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO fôrmas, fazendo com que as diferentes etapas da produção (limpeza de fôrma, montagem de armadura na fôrma, moldagem, desmoldagem, etc.) ocorram em locais distintos com equipes estacionarias. (EL DEBS, 2000) A execução em pista de concretagem apresenta a particularidade de que a execução ocorra em linha, na chamada pista de concretagem, na qual os elementos são produzidos seqüencialmente. Esse processo de execução é normalmente empregado em elementos protendidos, mediante a pista de protensão. Um exemplo para esse tipo de execução é o painel alveolar que é feito por extrusão ou por fôrmas deslizantes. (EL DEBS, 2000) El Debs (2000) diz que, execução em pista de concretagem e em fôrmas deslizantes possibilita maiores ganhos de produtividade. A seguir são apresentados vantagens e desvantagens com relação à execução com fôrma móvel e à execução em pista de concretagem. 10 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Quadro 1 - Vantagens e desvantagens de execução com fôrma móvel comparada com execução em pista de concretagem (EL DEBS, 2000) Vantagens Desvantagens Possibilidade de mudar a produção do tipo de Maiores investimentos iniciais, elemento de um dia para o outro; especialmente em fôrmas; Produção simultânea de diferentes elementos; Maior custo de manutenção; Instalações físicas de menor área; Protensão medida por força e não pó alongamento; Menor consumo de energia no caso de cura térmica; Desmoldagem e aplicação da protensão mais trabalhosas; Mais adaptável à automação; Maior desperdício de cordoalhas, especialmente em fôrmas curtas Possibilita o emprego de mão-de-obra menos qualificada; Especialmente vantajosa para elementos não protendidos; 2.4 FÔRMAS Segundo El Debs (2000), as fôrmas são de fundamental importância na execução dos pré-moldados, pois são elas que determinam a qualidade do produto e a produtividade do processo. As qualidades desejáveis para as fôrmas são: • Estabilidade volumétrica, para que as dimensões dos elementos obedeçam às tolerâncias especificadas; • Possibilidade de serem reutilizadas diversas vezes sem gastos excessivos com manutenção; • Serem de fácil manejo e facilitem tanto a colocação e fixação da armadura em seu interior quanto dos elementos especiais, se for o caso; • Apresentar pouca aderência com o concreto, e fácil limpeza; 11 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO • Facilidade de desmoldagem, sem apresentar pontos de presa; • Estanqueidade,para que não ocorra fuga de nata de cimento, com prejuízo n resistência e no aspecto do produto; • Versatilidade, de forma a possibilitar seu uso em varias seções transversais; • Transportabilidade, no caso de execução com fôrma móvel. Em relação à versatilidade, cita-se o caso das formas para os elementos de seção TT, que podem ser adaptadas para executar as variações mostradas na figura a seguir. Figura 4 - Seções transversais possíveis de serem obtidas com fôrma para seção TT. (EL DEBS, 2000) Normalmente, as fôrmas são feitas com os seguintes materiais: • Madeira; • Aço; • Concreto ou alvenaria; • Plástico reforçado com fibra de vidro. 12 13 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO A escolha do material para execução das fôrmas depende de vários fatores, como: • Acabamento superficial; • Tolerância; • Dimensões e formas dos elementos; • Tipo de adensamento e cura; • Numero de reutilizações. No sentido de fornecer subsídios para essa escolha, são apresentados a seguir as principais características das fôrmas executadas com esses materiais. (EL DEBS, 2000) Quadro 2 - Características das fôrmas em função do material utilizado (EL DEBS, 2000) Características Aço Madeira Concreto Plástico Constância volumétrica Boa Ruim Boa Boa Aderência Boa Regular Ruim Boa Manuseio Boa Boa Ruim Boa Possibilidade de transformação Boa Boa Ruim Ruim Facilidade de transporte Boa Ruim Boa Boa Segundo El Debs (2000), os materiais mais empregados são a madeira e o aço. As fôrmas de menor custos são as de madeira, entretanto, além de apresentar um menor número de reaproveitamentos, necessitam de maior manutenção. Por outro lado, as fôrmas de aço que permitem um grande número de reaproveitamento e menor manutenção, são bem mais caras. Para se ter uma noção do número de reutilizações, são apresentados a seguir alguns valores encontrados em literatura. REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Quadro 3 - Estimativa do número de reutilização de fôrmas (EL DEBS, 2000) Tipos de material úmero de reutilizações Sem tratamento térmico 40-80 Com tratamento térmico 20-30 Sem tratamento térmico 80-120 Com tratamento térmico 30-80 Sem tratamento térmico 80-150 Com tratamento térmico 30-80 Madeira não tratada Madeira tratada1 2 Madeira revestida de chapa Concreto 100-300 Plástico reforçado com fibra de vidro 80-400 Fôrmas de aço desmontáveis 500-800 Fôrmas de aço não desmontáveis 800-1200 1 – Inclui o uso de chapas de madeira compensada 2 - Revestimento de chapas de aço de 0,3 a 0,5 mm de espessura Segundo El Debs (2000), no sentido de facilitar a execução dos elementos, merece destaque os seguintes detalhes de projeto: • Para facilitar a desmoldagem sem a necessidade de desmontar as fôrmas, deve ser prevista inclinação das nervuras, de no mínimo 1:10 para fôrmas de madeira e 1:15 para fôrmas de aço, ou então, no caso de fôrma de aço, recorrer à flexibilidade da fôrma; • Devem ser evitados os cantos vivos, que são suscetíveis a danos durante o manuseio dos elementos; • Deve-se evitar bordas especiais e ângulos agudos, pela mesma razão comentada no item anterior. 14 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 2.5 ARMAÇÃO E PROTESÃO 2.5.1 Armadura não protendida Os trabalhos de armação nos elementos pré-moldados são basicamente os mesmos das estruturas de concreto moldado no local. No entanto, a produção em série e as facilidades de execução em local apropriado possibilitam uma racionalização dos trabalhos,em maior ou menor grau, dependendo das circunstâncias. (EL DEBS, 2000) Segundo El Debs (2000), para elementos pequenos a montagem da armadura é feita em bancadas com o auxilio de gabaritos, sendo posteriormente colocada nas fôrmas. Nesse caso, devem ser tomadas as devidas precauções no armazenamento e no manuseio das armações prontas, para que o ajuste na fôrma não seja prejudicado. No caso de elementos grandes, em que o procedimento descrito anteriormente seria trabalhoso devido ao peso e manuseio da armação, a montagem é feita na própria fôrma ou junto a ela, com certo prejuízo na racionalização dos trabalhos. (EL DEBS, 2000) 2.5.2 Armadura Protendida El Debs (2000) diz que a protensão em elementos pré-moldados é com prétração da armadura (concreto protendido com aderência inicial). Geralmente, utilizam-se pistas de protensão de 60 a 200 m de comprimento para execução de vários elementos, com blocos de reação independentes ou usando a própria fôrma como estrutura de reação. Na figura a seguir está esquematizado o caso típico de pista de protensão com blocos independentes. 15 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 5 - Esquema de pista de protensão com blocos independentes. (EL DEBS, 2000) Nas pistas de protensão é mais comum o emprego de cabos retos, como indicado na Figura acima. Para essas situações pode ser feita uma redução de força de protensão nas proximidades do apoio, empregando isolamento dos cabos com mangueira plástica. Outra possibilidade, menos usual, é a combinação de cabos retos e poligonais para reduzir o efeito da protensão na região dos apoios, com um trabalho adicional para desviar a trajetória dos cabos. (EL DEBS, 2000) Segundo El Debs (2000), além da execução em pistas de protensão (Long Line Prestressiongin Method), tem-se o emprego do processo de execução com fôrma móvel (Flow Line Prestressionig Method), comentado anteriormente. Neste caso, a protensão é feia para os elementos individualmente, utilizando-se a fôrma para aplicar a força de protensão. Essa forma de execução tem sido utilizada principalmente na Europa e Ásia, na execução de lajes, postes, estacas, dormentes etc. 2.6 ADESAMETO Segundo El Debs (2000), o adensamento é uma atividade importante na execução do concreto pré-moldado, pois ele tem forte implicação na qualidade do concreto e na produtividade do processo. 16 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Em principio, na execução de elementos pré-moldados procura-se utilizar concreto de resistência mais alta que o das estruturas de concreto moldadas no local. Assim, é comum se trabalhar com concretos com menores relações água/cimento e, portanto, com menores índices de consistência, salvo casos especiais, comentados oportunamente. Em face disto, faz-se necessário maiores cuidados para adensar adequadamente, de forma a garantir a qualidade do concreto. (EL DEBS, 2000) As principais formas de adensamento empregadas são as seguintes: a) Vibração; b) Centrifugação; c) Prensagem; d) Vácuo. Há possibilidade de combinação dessas formas, como por exemplo, vibração e prensagem, empregada me tubos de concreto e painéis, denominados vibro-laminação. (EL DEBS, 2000) Na tabela a seguir são apresentadas as consistências do concreto para alguns tipos de elementos, em função da forma de adensamento. Esses valores mostram o predomínio do emprego de concretos com baixos índices de consistência, salvo os casos de adensamento por centrifugação e por vácuo. (EL DEBS, 2000) 17 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Quadro 4 - Consistências recomendadas para execução de elementos pré-moldados (EL DEBS, 2000) Consistência Slump Aplicação (mm) Fluida 100 a 200 Produtos feitos com adensamento a vácuo ou centrifugação Plástica 50 a 100 Idem ao caso anterior; elementos adensados por vibração interna ou em mesas Rígida 20 a 50 Elementos adensados por vibradores de fôrma ou em mesas Seca 0 a 20 Elementos adensados por vibradores de fôrma, de superfície ou em mesas Muito seca - Elementos ocos com vibração de mesa combinada com pressão; tubos e vigas Extremamente seca - Tubos de concreto executados por equipamentos especiais; blocos de concreto Segundo El Debs (2000), o adensamento por vibração pode ser de duas formas: vibração interna e vibração externa. El Debs (2000) diz que a vibração interna é feita normalmente com vibradores de agulha. Seu emprego na pré-moldagem não é tão comum como no concreto moldado no local. El Debs (2000) completa que a vibração externa, que é a comumente empregada em fabricas, pode ser subdividida em: a) com vibradores de fôrma; b) com mesas ou cavalete vibratórios; c) com vibração superficial. 18 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO No primeiro caso, os vibradores de fôrma podem ser fixos, quando os elementos forem de pequenas dimensões, ou que deslizam à medida que é feito o lançamento do concreto, o que é indicado para elementos de grandes dimensões. (EL DEBS, 2000) No caso de vibração com mesas ou cavaletes vibratórios, os vibradores são fixados em uma estrutura apoiada elasticamente, que vibra os moldes colocados sobre ela. Este tipo de vibração é limitado a pequenos elementos. (EL DEBS, 2000) Segundo El Debs (2000), a vibração superficial geralmente é empregada em elementos de pequena espessura, salvo quando combinada com outros tipos, pois sua atuação se restringe a pequenas profundidades. Pelo fato de a vibração produzir ambiente de trabalho desfavorável, tem sido procurado, em países mais desenvolvidos socialmente, possibilidades para reduzir o desconforto dos trabalhadores. (EL DEBS, 2000) A centrifugação, que é um tipo de adensamento especifico para execução de elementos pré-moldados, é empregada principalmente em estacas, postes e tubos de concreto. Em geral, são necessários grandes investimentos em equipamentos, o que limita seu uso a poucas empresas. (EL DEBS, 2000) 2.7 ACELERAÇÃO DO EDURECIMETO E CURA Segundo El Debs (2000), na execução de elementos pré-moldados procura-se sempre liberar a fôrma e o elemento moldado o mais possível, ou seja, procura-se reduzir o chamado “tempo morto”, para aumentar a produtividade do processo. As possíveis formas de acelerar o endurecimento do concreto são as seguintes: a) Utilizar cimento de alta resistência inicial (cimento ARI) b) Aumentar a temperatura c) Utilizar aditivos 19 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO As formas mais comuns são as duas primeiras, podendo inclusive ser combinadas. O aumento de temperatura atua acelerando a velocidade das reações químicas entre o cimento e a água. Embora seja uma forma bastante interessante de acelerar o endurecimento do concreto, devem ser tomados cuidados em sua realização. Esses cuidados referem-se ao perigo de perda de água necessária para a hidratação do cimento, devido à vaporização e ao perigo de elevados gradientes térmicos provocarem microfissuração e, conseqüentemente, perda de resistência. (EL DEBS, 2000) A utilização de aditivos para acelerar o endurecimento é pouco comum. Uma das razões está relacionada ao fato de os primeiros aditivos aceleradores de endurecimento terem sido à base de cloreto de cálcio, que provoca a corrosão da armadura. Hoje em dia já existem aditivos que não apresentam este inconveniente, mas mesmo assim é uma alternativa de uso restrito na execução de concreto pré-moldado. (EL DEBS, 2000) Segundo El Debs (2000), a cura propriamente dita, pode ser feita das seguintes formas: a) Cura por aspersão – na qual as superfícies expostas são mantidas úmidas. b) Cura por imersão – corresponde à colocação dos elementos em tanques de água. c) Cura térmica – corresponde a aumentar a temperatura do concreto. d) Cura por película impermeabilizante – corresponde a aplicar pinturas que impeçam a saída de água pela superfície exposta. Em particular, as formas de proceder a cura térmica são as seguintes: a) Com vapor atmosférico; b) Com vapor e pressão (autoclave); 20 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO c) Com circulação de água ou óleo em tubos juntos às formas; d) Com resistência elétrica (utilização da armadura ou fios especiais como resistência elétrica). A forma mais difundida os pré-moldados de concreto é a cura a vapor atmosférico. Em relação aos outros casos, cabe destacar o emprego de vapor e pressão em elementos de concreto celular. Os demais casos citados não são muito difundidos. Salienta-se ainda que existam outras formas de aumentar a temperatura, como aquecer a água e os agregados antes da mistura, bem como emprego de raios infravermelhos, mas também não são usuais. (EL DEBS, 2000) 2.8 DESMOLDAGEM Segundo El Debs (2000), os procedimentos empregados na desmoldagem dependem basicamente da forma. A desmoldagem pode ser das seguintes formas: a) Direta – Este caso correspondente à retirada dos elementos por levantamento, com retirada ou não de partes laterais de fôrma; b) Por separação dos elementos – Este caso corresponde às formas tipo bateria utilizadas na execução de painéis; c) Por tombamento da fôrma – Neste procedimento, também direcionado à execução de painéis, o elemento é moldado com fôrma na posição horizontal e é colocado na posição vertical para a desmoldagem mediante o uso de mesa de tombamento; El Debs (2000) cita que no caso de concreto protendido, a desmoldagem é usualmente realizada de forma natural, com a transferência da força de protensão para o 21 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO elemento. Se a fôrma, ou parte dela, puder restringir a livre deformação do elemento quanto a força de protensão for transferida, sua retirada deve ser feita previamente. A forma de se fazer a desmoldagem é, normalmente, mediante meios mecânicos. Para isto, são necessários dispositivos de içamento, os quais são apresentados na seção seguinte. Há também a possibilidade de recorrer, nessa operação, os macacos hidráulicos ou a ar comprimido. (EL DEBS, 2000) Na desmoldagem deve ser considerada certa aderência entre o concreto e a fôrma, que depende, entre outros fatores, do material da fôrma, da eficiência do desmoldante, da existência de inclinação das nervuras. (EL DEBS, 2000) Segundo El Debs (2000), a resistência do concreto para a desmoldagem depende das solicitações as quais o elemento possa ser submetido em seguida. Há a indicação pratica de que seu valor deva ser metade da resistência de projeto. No entanto, esse valor pode ser reduzido, tendo em vista o que foi dito anteriormente e com base em experiência anterior. De qualquer forma, não é recomendável realizar a desmoldagem quando a resistência do concreto for inferior a 10 MPa. El Debs (2000) diz que quando a desmoldagem e o manuseio da peça são feitos com resistências baixas podem ocorrer os seguintes problemas: a) deformações excessivas; b) perda de resistência proveniente de fissuração prematura; c) quebras de cantos e bordas. Em se tratando de fôrma móvel e para certos tipos de elementos, pode-se proceder a desmoldagem imediatamente após a moldagem. Essa forma de desmoldagem é comumente utilizada na execução de tubos de concreto. (EL DEBS, 2000) 2.9 ARMAZEAMETO Em geral, após a execução, os elementos são retirados da área de fabricação e armazenados em área apropriada. Eventualmente, alguns tipos de elementos podem, 22 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO transitoriamente, ir para uma área de acabamento superficial, ou mesmo de retoques. Este último tipo de operação, que também pode ser feito na área de armazenamento, deve ser sempre minimizado. (EL DEBS, 2000) El Debs (2000) cita que o armazenamento ocorre fundamentalmente pelas seguintes razoes: a) por uma questão de planejamento da produção; b) para que aumente a resistência do concreto, até atingir preferencialmente, a resistência de projeto. A parte destinada ao armazenamento ocupa uma área considerável da fabrica e depende principalmente da produção, dos tipos de elementos e dos equipamentos de transporte interno. (EL DEBS, 2000) Segundo El Debs (2000), no armazenamento dos elementos pré-moldados recomenda-se não utilizar mais que duas linhas de apoio e armazenar os elementos na posição correspondente à de utilização definitiva. Alguns esquemas de armazenamento são mostrados na figura a seguir. Figura 6 - Esquemas de armazenamento dos elementos (EL DEBS, 2000) . Nesta etapa, devem ser objeto de atenção os seguintes aspectos: a) possibilidade de deformações excessivas devido a pouca idade do concreto; b) estufamentos 23 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO devido à variação de temperatura e às retrações diferenciadas nas faces de painéis. (EL DEBS, 2000) 2.10 EXECUÇÃO EM FÁBRICAS El Debs (2000) diz que a execução dos elementos pré-moldados, de uma maneira geral, constitui-se em um conjunto de operações, que necessitam de um cuidadoso planejamento. No desenvolvimento e na otimização do processo, bem como no dimensionamento das instalações físicas, aplicam-se os procedimentos relativos à organização das fábricas em geral. (EL DEBS, 2000) Segundo El Debs (2000), as fabricas de pré-moldados podem ser fixas, semifixas ou moveis as fabricas fixas são aquelas previstas para tempo indeterminado, para as quais o planejamento é feito a longo prazo e se pode tirar maior proveito da racionalização dos trabalhos. As fábricas semi-fixas são previstas para um tempo determinado, para atender determinadas situações, limitando, assim, os investimentos para melhoria da produtividade. As fábricas móveis constituem-se em fábricas instaladas nos canteiros, visando atender uma obra. El Debs diz que em relação ao investimento, as fabricas podem ser classificadas em quatro categorias cujas características básicas são as seguintes: a) Fábrica de produção artesanal Uma central de concreto simples, barracão de obra, cobertura na área da moldagem, fôrmas simples, pórtico rolante, adensamento por vibração de imersão, cura natural (por aspersão ou imersão), corte de aço por guilhotina. b) Fábrica de média mecanização 24 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Dosagem do concreto por peso, galpões de moldagem, execução de armadura em oficinas, silos de matérias-primas, cura térmica, laboratório de materiais, pontes rolantes, instalações de ar comprimido. c) Fábrica de alta mecanização Classificação de agregados, central automática de concreto, distribuição do concreto por meios semi-automáticos, oficias de armadura com solda, laboratório de materiais bem equipados e outros equipamentos do caso anterior. d) Fábrica automatizada Comando à distancia, circuito fechado de TV, além dos outros casos anteriores. As fábricas automatizadas são raras devido aos altos investimentos necessários e se caracterizam pelo emprego de pouca mão-de-obra e pela especialização de produção. Cabe registrar que um pais bastante desenvolvidos tecnologicamente e com escassez de mão-de-obra, como, por exemplo, o Japão, tem sido introduzida a robótica na execução de determinados tipos de elementos. 2.11 IÇAMETO Segundo Melo (2007), o içamento de lajes é realizado por dispositivos mordedores, fita ou cabo de aço, que laçam a laje por baixo. Neste sistema não existem alças ou dispositivos na laje, não sendo necessário que o projeto detalhe o posicionamento. Como comentado anteriormente, somente a laje recortada longitudinalmente precisará ter alças de içamento. 25 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 7 - Içamento de laje por fitas O manuseio de lajes alveolares, nas varias fases de produção, é feito com o auxilio de equipamentos. De acordo com El Debs (2000), quando fabricado por extrusão ou por fôrma deslizante, evita-se a colocação de dispositivos de içamento para não prejudicar a racionalização do processo. 26 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 8 - Exemplo de içamento de painel alveolar por alças (Bison) 2.12 APLICAÇÕES EM SIMPLES OCUPAÇÕES A laje alveolar pode ser utilizada em construções residenciais de alvenaria estrutural, sendo apoiada diretamente na parede. Para complementar o acabamento da fachada pode-se utilizar de uma parede não estrutural de alvenaria. (BISON, 2007) Figura 9 - Aplicação de laje alveolar em alvenaria estrutural (Bison) 27 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 10 - Acabamento na fachada da ocupação (Bison) Figura 11 - Laje alveolar em parede de alvenaria estrutural de 10 cm (Bison) Figura 12 - Aberturas para shafs (Bison) 28 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 3 METODOLOGIA Os métodos utilizados para a elaboração deste trabalho serão análises em bibliografias nacionais e internacionais sobre painéis alveolares em concreto pré-moldado, com o intuito de levantar as potenciais aplicações existentes, recomendações de produção e suas interações com outros sistemas construtivos. Em seguida será feita uma síntese e uma análise das informações coletadas, apontando os principais requisitos de produção de lajes alveolares. Pretende-se, também, fazer uma visita técnica a uma fabrica de pré-moldados visando coleta de dados que auxiliem na elaboração do trabalho. 29 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 4 DESEVOLVIMETO DO TRABALHO Lajes alveolares são fabricadas por vários e diferentes métodos encontrados hoje em dia. Devido a isso a maioria dos sistemas de produção são patenteados e os produtores normalmente entram em uma franquia ou adquirem uma licença para utilização dos conhecimentos técnicos da máquina de fabricação. Cada produtor tem então o apoio técnico de uma grande rede de produtores associados. Dois métodos básicos de fabricação estão atualmente em uso para a produção de lajes alveolares. Um deles é uma fabricação a seco ou sistema de extrusão, onde um concreto de slump bem baixo é forçado através da máquina. Os alvéolos são formados por tubos com o concreto sendo compactado ao arredor dos mesmos. O segundo método utiliza de um concreto de alto slump. A seção da laje é formada por fôrmas fixas ou por fôrmas deslizantes. O núcleo da laje alveolar, nesse sistema, é formado pelo concreto auto-adensável que é lançado por tubos nas fôrmas. Como citado anteriormente, as lajes alveolares são produzidas por dois tipos básicos de concreto: concreto de baixo slump e concreto de alto slump. Para o concreto de baixo slump, o teor de água é reduzido para um nível ligeiramente maior que o necessário para a hidratação do concreto. A relação água/cimento é normalmente 0,3. A mistura deve ser crítica, pois a baixa quantidade de água disponível deve ser bem dispersa na água. Os produtos de slump normal ou alto tem uma relação água/cimento por volta de 0,40 a 0,45. Dependendo da forma do painel alveolar o slump normalmente varia entre 50 – 130mm. 30 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 4.1 PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES A FÁBRICA DA MUTE Um dos maiores fabricantes de laje alveolar no Brasil é a MUNTE Construções Industrializadas Ltda. A empresa tem mais de 30 anos de atuação no mercado e iniciou a fabricação de lajes alveolares na década de 90. Os processos apresentados a seguir foram levantados junto ao engenheiro responsável pela produção e qualidade da fábrica visitada em Rafard no interior de São Paulo, que teve sua inauguração no ano de 2004. 4.1.1 Execução de Laje Alveolar Corte e Alívio Transfere a peça de concreto, já com resistência adequada, a carga de protensão que está ancorada nas cabeceiras da forma e subdividir a pista em peças individuais, nos comprimentos indicados em projeto. Figura 13 - Corte de painel alveolar Requisitos: • O alívio só poderá ser permitido quando a peça atingir fcj > 25 Mpa; 31 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO • É permitido o uso de maçarico no processo de alívio somente para o primeiro corte, no lado ativo, sendo que os demais serão feitos pelo processo de corte através da serra; • Não é permitido o corte longitudinal na porção maciça da laje, devendo este ocorrer sempre ao longo do alvéolo e, portanto, previamente previsto em projeto. Operação: • Verificar o resultado dos corpos de prova que foram curados junto à forma, nas mesmas condições de cura da peça. Caso o resultado seja fcj > 25 Mpa, o processo de corte poderá ser iniciado desde que respeitado o período mínimo de 1 hora após o fechamento do vapor, para promover o resfriamento homogêneo da peça. • O disco diamantado deverá ser inspecionado antes da sua utilização para verificação da espessura do material cortante e a falta de dentes, evitando possíveis travamentos da serra. • Realizar corte transversal da laje segundo a medida de projeto. Observações: • Caso a protensão provoque, durante o corte, contra flechas travando o disco, pesos padrão deverão ser colocados no centro do vão da peça para minimizar este efeito. • O corte longitudinal deverá ser executado de forma continua de uma extremidade a outra da peça, na própria pista de ancoragem, com o concreto ainda verde. 32 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO • Recortes especiais para encaixes de canto e outros detalhes deverão ser executados após a passagem do carro extrusor, com o concreto ainda verde. Desforma e Saque Requisitos: • Deve ser tomado cuidado para não se introduzir na peça esforços não previstos no cálculo. • A movimentação da ponte deve ser suave, sem causar impacto, evitando-se trincas, fissuras ou mesmo quebra do cano das peças. Operação: • Verificar, nas extremidades serradas nas cabeceiras e entre as peças, se todos os cabos de protensão estão cortados. • Posicionar os grampos mordedores a no mínimo 30 cm e no máximo a 100 cm das extremidades da peça a ser içada, ou de acordo com o especificado em projeto. • Verificar a posição do moitão da ponte rolante, devendo estar na mesma prumada do centro de gravidade da laje. • Suspender o moitão, em primeira velocidade, até o tensionamento dos cabos, quando se deve verificar novamente o posicionamento dos mesmos. Estocagem e Carregamento Requisitos: 33 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO • Deve ser tomado cuidado para não se introduzir na peça esforços não previstos no cálculo. • A movimentação da ponte deve ser suave, sem causar impacto, evitando-se trincas, fissuras ou mesmo a quebra de cantos da peça. • Deve-se observar rigorosamente o perfeito alinhamento dos calços de madeira entre as lajes. Figura 14 - Armazenamento de lajes alveolares Operação: Laje alveolar: o Para o transporte de laje alveolar para o pátio de estocagem ou obra em carreta, os calços de madeira devem ser posicionados a no mínimo 30 e no Maximo 100 cm das extremidades da peça, ou de acordo com o especificado em projeto o Será permitido o empilhamento de peças de diferentes comprimentos desde que obedecidas todas as restrições anteriores. 34 35 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO o Para o empilhamento deverá ser verificado o perfeito alinhamento dos calços entre as peças e o nivelamento do terreno, de forma a não permitir a inclinação da pilha. o A pilha de estocagem máxima é de acordo com tabela a seguir: Quadro 5 - Estocagem máxima de lajes alveolares LM200 LM265 6,0 A 8,0M 18 12 COMPRIMETO DA PEÇAS 8,0 A 10,0M 10,0 A 12,0 M 16 14 10 9 > 12,0 M 12 8 o É permitido a retirada das peças da pista, transporte para estoque e carregamento com as peças já empilhadas, através de laçada com cinta de nylon, conforme tabela a seguir: Quadro 6 - Carregamento de peças com cinta de nylon LM200 LM265 L<5M 6 5 COMPRIMETO DAS PEÇAS (L) POR LAÇADA 5 M < L < 7,5 M 7,5 M < L < 12,5 M 12,5 M < L < 16 M 4 3 2 3 2 1 L > 18 M 1 1 Observações: • Válida somente para carregamentos em pontes rolantes de 10 toneladas de capacidade. • A cinta de nylon deve estar rigorosamente alinhada com s calços de madeira; • O ângulo entre a face superior das lajes e a cinta deve ser de 90o; REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Laje alveolar de fechamento • Para o transporte de laje para o pátio de estocagem ou obra em carreta e no estoque, os calços de apoio devem ser posicionados exatamente sob a posição das alças Limpeza da fôrma e Aplicação de Desmoldante Requisitos: • Durante o processo devem ser corrigidas eventuais falhas na fôrma devidas ao disco de serra. Para tal, a região danificada deve ser preenchida com solda, sendo a seguir utilizada lixadeira elétrica com disco de desbaste. • Caso a fôrma fique muito tempo sem uso e sua superfície apresente muita ferrugem, esta deverá ser removida com lixadeira elétrica. Operação: • Aplicar manualmente sobre toda a f6orma palha d aço número 2 e lixa 100, removendo os restos de concreto que ficarem aderidos. • Semanalmente promover uma limpeza mais intensa para evitar manchamentos provocados pelo acumulo de óleo desmoldante em regiões com excesso de incrustações de concreto; • Aplicar ar comprimido em toda a superfície da fôrma, removendo totalmente a poeira; • Aplicar desmoldante em toda a superfície, protegendo as cordoalhas com tubos plásticos, através de revólver pulverizador. Os excessos devem ser removidos com estopa limpa. 36 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Protensão Requisitos: • Os cabos de protensão não podem apresentar indícios de óleo, graxas ou desmoldante. Caso se verifique o não atendimento a este requisito, os mesmos devem ser limpos com solventes apropriados, a fim de não comprometer a aderência dos cabos ao concreto; • Os cones de ancoragem e as cunhas devem ser limpos e lubrificados antes de cada utilização. Estes dispositivos devem também, sofrer periodicamente uma analise para se detectar trincas que possam comprometer seu desempenho; • Não se deve utilizar emendas nos fios ou cordoalhas dentro da peça; Operação • Posicionar o rolo de cabo no gabarito de desbobinamento • Desbobinar os cabos sobre a pista, anteriormente à aplicação do desmoldante, com um comprimento de 3 metros superior ao comprimento total da pista • Posicionar os cabos de acordo com o projeto • Ancorar os cabos na cabeceira da pista que constituirá a ancoragem passiva dos cabos, utilizando cunhas de acordo com a bitola do cabo • Interditar e sinalizar a área para dar início à protensão • Esticar os cabos com uma pressão inicial de 50 Bar, para esticar os cabos e evitar erros devido à catenária • Verificar o alongamento dos cabos pelo módulo de elasticidade da partida da cordoalha usada, e medir a pressão de óleo do macaco 37 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO hidráulico. A diferença entre os dois processos não pode ser superior a 5%. Figura 15 - Desbobinamento de cabos protensão Figura 16 - Aplicação de protensão Concretagem Requisitos: • O concreto deve obedecer a dosagem fornecida para laje alveolar; 38 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO • O equipamento de verificação de umidade da mistura deve indicar um valor padrão conforme definição realizada no inicio de cada pista; • O concreto somente poderá ser utilizado até, no máximo, 40 minutos após a mistura; Operação: • Verificar o funcionamento completo do carro extrusor antes do inicio da mistura do concreto, seguindo o check list fixado na lateral da maquina. Executar diariamente, todos os procedimentos de manutenção e cuidados de utilização, fixados na máquina; • Manter o carro extrusor ligado em automático “esperando por concreto”; • Lançar o concreto na caçamba do carro extrusor, sem derramamento; • Adequar após os primeiros metros a necessidade ou não de frenagem ou aceleração do carro extrusor; • Promover a marcação dos comprimentos e identificação das peças de acordo com o programado; • Suspender imediatamente a concretagem para qualquer indicação de erro e/ou sinal sonoro emitido pelo carro extrusor; Observação: Para painel alveolar de fechamento deve ser dado acabamento superficial na face da peça, após a passagem da extrusora. 39 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 17 - Lançamento de concreto na caçamba do carro extrusor Figura 18 - Início de concretagem 40 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 19 - Acabamento feito em painel alveolar de fechamento Cura a vapor Requisitos: • Durante a cura todas as superfícies expostas da peça devem estar protegidas para evitar a perda de água em massa • A temperatura deve ser mantida uniforme em todos os pontos da peça, não podendo exceder 60 graus. Operação: • Verificar o tempo de inicio de pega do cimento empregado; • Colocar a lona sobre a pista, imediatamente após a concretagem; • Aplicar vapor após 2 horas do inicio da pega; • Acompanhar a temperatura de cura; Observação: Para painel alveolar de fechamento, a pista não deverá ser coberta, sendo que para atenuar o efeito de retração por secagem durante a cura a vapor, deve-se aspergir uma rodopás ou alguma outra resina PVA sobre a peça; 41 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 4.1.2 Controle de Execução 4.1.2.1 Inspeção durante o processo de fabricação Quadro 7 - Verificação dos serviços de execução Item Verificações Tolerâncias Inexistência de materiais estranhos no local de trabalho. Inexistência de materiais estranhos impregnados, desmoldante inclusive. Deve estar aplicado sobre toda a superfície da forma sem excessos. Equipamento A Limpeza da pista B Limpeza dos cabos C Desmoldante D Número e bitola de cabos Não deverão sofrer variações. _ E Posicionamento dos cabos Não deverão sofrer variações. _ F Protensão Valores conforme projeto. Manômetro/ trena G Peça - - H Seqüência - - I Dimensões Serão aceitos desvios de ± 5 mm. Trena; Esquadro de alumínio. J Detalhes-Furação, Alças, Incertos e Recortes Serão aceitas variações de ± 5 mm. Trena Método _ Inspeção visual _ Inspeção visual _ Inspeção visual Visual: contar o número de cabos de protensão existentes na peça e verificar sua bitola. Visual: Verificar se os cabos estão posicionados de acordo com o especificado em projeto. Utilizar controle de protensão FC-FAB-012 Preencher o tipo de peça de acordo com o especificado em projeto. Preencher a seqüência da peça em relação ao total de peças projetadas, de acordo com a etiqueta de identificação. Comprimento: medir as duas laterais da peça; Largura: verificar em três pontos (dois na extremidade e um no meio da peça); Espessura: três medidas nas extremidades e uma no meio do vão (nas faces laterais); Esquadro: nas extremidades checar o alinhamento da face, com o alinhamento longitudinal da peça. Verificar toda peça, medindo as locações e dimensões destes detalhes / recortes, de acordo com o especificado em projeto. 42 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Para os itens I e J inspecionar individualmente as peças da pista apontando as não conformidades observadas na coluna correções necessárias, discriminando as peças que necessitam de correção. 4.1.2.2 Verificações da peça pronta O Inspetor de Produção deve, diariamente, inspecionar 1 (uma) peça por amostragem das lajes alveolares produzidas por pista. Quadro 8 - Verificação em peças prontas Item Verificações Tolerâncias Equipamento L Escorregamento cabos Serão aceitas medidas de até 1,5cm. Paquímetro M Contra flecha Conforme projeto Linha e trena Aspecto Visual As peças deverão apresentar coloração uniforme, sem a presença de manchas, bolhas aparentes e nichos _ N O Dimensões Serão aceitos desvios de ±5 mm Trena Método Introduzir o paquímetro nas posições ocupadas pelos cabos protendidos, observando o quanto eles escorregaram para o interior da peça. Puxar uma linha no sentido longitudinal da peça pela face inferior e medir a diferença entre linha e peça. Inspeção visual Comprimento: medir as duas laterais da pista protendida; Esquadro: medir as diagonais da peça (devem ter o mesmo valor). 4.1.3 Controle de Protensão 4.1.3.1 Inspeções durante o processo Quadro 9 - Condições anteriores de protensão Item Verificações A Área isolada Critérios de verificação Avisos de protensão / Tráfego interrompido junto as cabeceiras e nas laterais da pista. 43 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Quadro 10 - Verificação dos serviços de protensão Verificações Tolerâncias/ critérios de aceitação A Força de protensão / Manômetro Deve respeitar exatamente o valor especificado em projeto Manômetro B Força de protensão / Alongamento Desvios de ± 5% Trena Item 4.1.3.2 Equipamento Método Através da tabela de correlação entre a força aplicada no macaco x pressão de óleo no manômetro, ativar o sistema de injeção de óleo para protensão dos cabos até que o registro de pressão no manômetro, seja correspondente a força desejada. Esticar o cabo de protensão manualmente, de modo a retificá-lo. Posicionar o dispositivo de ancoragem na cabeceira ativa. Marcar com fita crepe o cabo a uma distância da cabeceira aproximadamente 10cm maior do que o alongamento teórico. Realizar a protensão observando a indicação do manômetro. Atingida a pressão especificada, verificar se o alongamento do cabo condiz com o valor requerido para força de protensão, respeitando a tolerância de 5%. Orientações gerais A protensão deve ser executada com o emprego de meios e sistemas que permitam carregar os cabos progressivamente até se atingir a carga de projeto. Os fios ou cabos da armadura pré-tracionada podem ser tracionados individualmente ou em grupo. Os sistemas de ancoragem, seja com fixação nas próprias formas ou em apoios independentes, devem ser de tal forma, rígidos que não permitam perdas de tensões maiores que as previstas no projeto. A tensão na armadura pré-tracionada deve ser verificada simultaneamente pela medida da força aplicada e pelo alongamento. Os aparelhos utilizados, como manômetros, células de cargas, dinamômetros e outros, devem ser mantidos devidamente calibrados e aferidos. 44 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Liberação dos elementos pré-moldados protendidos por pré-tração A liberação dos elementos de concreto pré-moldados protendidos por prétração das mesas ou pistas de protensão é a operação da fixação das ancoragens dos fios ou cabos aderentes e o seccionamento destes entre as extremidades de elementos contíguos no caso de fabricação em linha. Esta operação deve ser executada com meios apropriados que evitem transmissão de choques dos fios ou cabos no concreto e somente após comprovação de que a resistência efetiva do concreto à compressão tenha atingido o valor indicado no projeto para esta fase. Fôrmas para elementos protendidos Para a produção de elementos pré-moldados de concreto protendido, as fôrmas devem atender aos seguintes requisitos: a) no caso de pré-tração, quando a armadura protendida for ancorada na própria forma, esta deve ser dimensionada e executada de maneira a resistir ao esforço de protensão sem apresentar deformações excessivas; b) a forma deve ser lisa e isenta de obstáculos, saliências, reentrâncias ou ondulações acentuadas que possam impedir ou dificultar o deslocamento relativo do elemento pré-moldado em relação à forma, quando da operação de alívio da fixação das ancoragens ou do seccionamento dos fios ou cabos de que trata. c) os dispositivos imersos no concreto ou em contato com estes e fixados às formas, como insertos, tirantes, placas separadoras, placas de extremidade. Armadura protendida a) verificação quanto à limpeza e oxidação; 45 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO b) verificação de tipos, quantidades, dimensões e locações de fios e cordoalhas e respectivas tolerâncias; c) verificação das dimensões, locações, tolerâncias e estanqueidade dos isolamentos de cordoalhas especificados no projeto; d) verificação dos dispositivos de ancoragem e tração dos fios e cordoalhas; e) verificação das dimensões e posição dos calços e outros dispositivos de manutenção da pré-tração dos fios ou cordoalhas; 4.1.4 Manuseio, armazenamento e transporte de peças pré-moldadas 4.1.4.1 Manuseio Recomendações gerais: • Deve haver coincidência entre o centro de gravidade da peça e o seu ponto de içamento; • No caso de movimentação de cargas em áreas de alta tensão deve-se respeitar a distância mínima entre a máquina e a linha de alta tensão segundo o quadro abaixo: Quadro 11 - Distância de segurança para redes de alta tensão VOLTAGEM (V) 0 A 13000 13000 A 50000 50000 A 200000 200000 A 350000 350000 A 500000 • DISTÂCIA DE SEGURAÇA (m) 3 4,5 6 7,5 10,5 Nunca utilizar cabos úmidos ou cabos metálicos próximos aos postes de alta tensão. Nestes casos recomenda-se a utilização de cordas de poliéster ou polipropileno para melhor isolação; 46 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO No manuseio para a montagem das peças, devem-se utilizar cordas para • controle da carga. Em peças extensas utilizar uma corda em cada uma das extremidades controladas por duas pessoas; • Assegurar condições mínimas de visibilidade para movimentação das peças; • Cargas em movimento horizontal devem ser acompanhadas pelos montadores, sempre atrás ou ao lado, nunca à frente do movimento; Nunca ficar abaixo de cargas suspensas; • 4.1.4.2 Transporte Configuração estrutural mínima para carreta de transporte de prémoldados A carreta deve possuir no mínimo 10m de comprimento, com as seguintes configurações: a) Número de eixos • 2 eixos – carga até 22tf; • 3 eixos – carga até 28tf; Deve possuir 4 pneus tipo 110 por eixo. b) Feixe de molas • 13 molas; • 5 calços; c) Longarinas longitudinais principais 17” 1/2 5/8” 4” d) Transversinas 47 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 2 1/8” 7” 3/16” 1 1/4" Posicionadas a cada 70 cm ao longo de toda a carreta e) Assoalho • Madeira = tábua de peroba ou ipê (e= 2,5cm); • Aço = chapa antiderrapante 4.1.4.3 1/8” (tipo xadrez); Condições gerais Pneus • Devem estar com no mínimo 10 mm de altura nos sulcos da banda de rodagem; • No caso de pneus recauchutados, o mesmo não deve apresentar fissuras entre a carcaça e a banda de rodagem; Freios • Verificar eventuais vazamentos de ar do sistema; • Realizar o teste do sistema de freio com a carreta estacionada; Lanternas de sinalização • Verificar as condições do luminoso da lateral; • Verificar as condições das lanternas de freio; • Verificar as condições das lanternas traseiras; Pára-choque 48 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO • Verificação estrutural e dimensional; Placa de identificação • Verificar o lacre e a condição de leitura da mesma; Limpeza e placa de identificação da Munte • Não é permitida a saída da carreta com objetos soltos sobre ela; • Não é permitida a liberação da carreta sem a placa de identificação da Munte; 4.1.4.4 Grupos de carga Para efeito de carregamento as peças pré-fabricadas são divididas em grupos de carga, tais como: • Telha; • Laje alveolar de piso; • Laje alveolar de fechamento; • Pilar, viga armada, viga protendida e peças complementares; • Escada; • Peça arquitetônica. A intenção em se definir diferentes grupos de carga é de evitar que peças de natureza diferente sejam transportadas conjuntamente. Caso seja necessário o transporte, em uma mesma carreta, de peças distintas, deve-se consultar o engenheiro de produção para sua liberação. 49 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 4.1.4.5 Recomendações Quadro 12 - Limites máximos de carregamento Tipo de peça Telha Laje alveolar de piso 20 Laje alveolar de piso 26,5 Laje alveolar de fechamento Escada Pilar, viga armada, viga protendida, peças complementares Limites Empilhamento de até 5 peças Empilhamento de até 6 peças Empilhamento de até 4 peças Disposição lateral de até 6 peças Disposição de até 2 escadas por carreta Dispor as peças respeitando o limite máximo de carga do conjunto cavalo+carreta Obs.: Em todos os casos de carregamento não é permitido superar o limite máximo de carga do conjunto cavalo+carreta. Carga/ Descarga balanceada: A disposição de peças sobre a carreta deve ser realizada de forma equilibrada, para evitar esforços de torção, que podem ocasionar tombamento da carga. O processo de descarga deve seguir a mesma orientação para garantir a integridade das peças e dos funcionários envolvidos. Apoios para transporte: Os apoios devem ser dispostos seguindo o alinhamento das alças das peças apresentado em projeto, sendo que os calços intermediários entre as peças, devem observar o mesmo alinhamento. 50 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO a) Apoio de telha: Figura 20 - Apoio de telha pré-moldada b) Apoio de painel alveolar de fechamento: Figura 21 - Apoio de painel alveolar de fechamento c) Apoio de pilares, vigas armadas e protendidas, peças complementares e laje alveolar de piso: 51 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Tais peças devem ser apoiadas sobre cepos de madeira nas posições das alças de içamento, ou conforme indicado em projeto. d) Apoio de escadas: O patamar inferior das escadas deve seguir a orientação apresentada para o caso dos pilares e vigas. Já o patamar superior, a fim de manter a escada na sua posição final de montagem, deve ser disposto sobre o apoio apresentado abaixo: e) Apoio de peças arquitetônicas: Figura 22 - Apoio de peças arquitetônicas Como regra geral de transporte de peças pré-fabricadas, é proibido o apoio das mesmas diretamente sobre o assoalho da carreta. As carretas devem apresentar pinos de amarração e catracas em número suficiente, sendo estas equipadas com cabos de aço, para fixação das peças sobre a mesma. Na região de contato entre os cabos de aço e as peças deve-se dispor uma cantoneira metálica para proteção destes pontos. 52 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 4.1.4.6 a) Armazenamento Deve ser tomado cuidado para não se introduzir na peça esforços não previstos no cálculo. b) Estoques temporários no canteiro de obras devem ser ao máximo evitados, procurando dispor as peças diretamente em sua posição final, assim que retiradas da carreta. c) No caso de ser inevitável o estoque em obra este deve ser o mais breve possível. As peças protendidas, de mesma idade, devem ser dispostas em uma mesma pilha, a fim de minimizar as diferenças de contra-flecha. d) O terreno de apoio das peças deve ser plano, regular e estável evitando- se, assim, a introdução de efeitos adicionais nas peças, tais como torção. Para cada tipo de peça existe calço inferior padronizado para transmissão dos esforços para o solo. e) As peças devem ser apoiadas sobre calços de madeira planos e de boa qualidade, sendo suportadas uniformemente por toda sua largura. f) Deve-se observar rigorosamente o perfeito alinhamento dos calços de madeira entre peças, tanto na carreta quanto na pilha de estocagem (figura 1), de acordo com o posicionamento das alças especificado em projeto. 53 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 23 - Alinhamento dos calços de peças pré-moldadas g) No caso de utilização de cinta de levantamento, os calços de madeira precisam ser espessos o suficiente (5 cm) para permitir a entrada da mesma. h) Será permitido o empilhamento de peças de diferentes comprimentos desde que obedecidas todas as considerações anteriores. i) As escadas devem ser estocadas na mesma posição de sua utilização final em obra. 4.1.5 Manuseio, armazenamento e transporte de lajes alveolares No manuseio para a montagem das peças, devem-se utilizar cordas para controle da carga. Em peças extensas utilizar uma corda em cada uma das extremidades controladas por duas pessoas; • Assegurar condições mínimas de visibilidade para movimentação das • Cargas em movimento horizontal devem ser acompanhadas pelos peças; montadores, sempre atrás ou ao lado, nunca à frente do movimento; • Nunca ficar abaixo de cargas suspensas; 54 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO • Os critérios específicos de manuseio de cada peça pré-fabricada estão descritos nos seus respectivos procedimentos executivos; 4.1.5.1 Transporte Não é permitida a saída da carreta com objetos soltos sobre ela: ERRADO CERTO Figura 24 – Limpeza em carreta de transporte Só é permitida a liberação da carreta com a placa e/ou adesivo de identificação da Munte: Figura 25 - Identificação da empresa nas carretas de transporte Lajes Alveolares LM 20 e LM 26,5: Recomendações: 55 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Quadro 13 - Limites máximos de peças em estoque Tipo de peça Laje alveolar de piso (LM 20) Laje alveolar de piso (LM 20) Laje alveolar de piso (LM 26,5) Laje alveolar de piso (LM 26,5) Comprimento Menor que 8 metros Maior que 8 metros Menor que 8 metros Maior que 8 metros Limites 18 peças 15 peças 12 peças 10 peças Quadro 14 - Limites máximos de carregamento de lajes alveolares Tipo de peça Laje alveolar de piso (LM 20) Laje alveolar de piso (LM 26,5) Limites 5 peças 5 peças Observações: Em todos os casos de carregamento não é permitido superar o limite máximo de carga do conjunto cavalo+carreta. Carga/ Descarga balanceada: A disposição de peças sobre a carreta deve ser realizada de forma equilibrada, para evitar ”TORCER” a peça, ou a carreta, que pode ocasionar tombamento da carga. Em alguns casos é permitida a colocação de uma peça estreita (“banda”) na parte superior da carga, sempre sob o aceite do Encarregado de Carregamento ou Engenheiro de Produção. 56 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 26 - Carregamento de lajes alveolares Da mesma forma a descarga deve ser balanceada, para garantir a integridade das peças e dos funcionários envolvidos. Como regra geral de transporte de peças pré-fabricadas, é PROIBIDO o apoio das mesmas diretamente sobre o assoalho da carreta ou solo. As carretas devem apresentar pinos de amarração e catracas em número suficiente, sendo estas equipadas com cabos de aço, para fixação das peças sobre a mesma. Na região de contato entre os cabos de aço e as peças deve-se dispor uma cantoneira metálica para proteção destes pontos. 4.1.5.2 Armazenamento No caso de ser inevitável o estoque em obra este deve ser o mais breve possível. As peças protendidas, de mesma idade, devem ser dispostas em uma mesma pilha, a fim de minimizar as diferenças de contra-flecha. O terreno de apoio das peças deve ser plano, regular e estável evitando-se, assim, a introdução de efeitos adicionais nas peças, tais como torção. Para cada tipo de peça existe calço inferior padronizado para transmissão dos esforços para o solo. As peças devem ser apoiadas sobre calços de madeira planos e de boa qualidade, sendo suportadas uniformemente por toda sua largura. Garantindo o alinhamento da pilha. 57 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO ERRADO CERTO Figura 27 - Estocagem de lajes alveolares Deve-se observar rigorosamente o perfeito alinhamento dos calços de madeira entre peças, tanto na carreta quanto na pilha de estocagem, o calço deve estar a no mínimo 30 cm e no máximo 70 cm da extremidade da peça, vide figuras a seguir: ERRADO CERTO De 30 à 70 cm Figura 28 - Alinhamentos dos calços dos apoios de lajes alveolares No caso de utilização de cinta/cantoneira de levantamento, os calços de madeira precisam ser espessos o suficiente (5 cm) para permitir a entrada da mesma. 58 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Figura 29 - Carga e transporte de lajes Será permitido o empilhamento de peças de diferentes comprimentos e ângulos desde que obedecidas todas as considerações anteriores, ou então, em condições especiais, devem-se seguir orientações do Encarregado de Transportes ou Engenheiro de Produção. No caso de painéis alveolares de fechamento, tanto estoque quanto transporte, deve ser realizado no sentido vertical, e garantindo a segurança contra o tombamento, seja por cavaletes apropriados ou travas entre peças. Figura 30 - Apoio e travamento de painéis alveolares em estoque 59 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO O painel de fechamento demanda cuidado especial quanto ao contato ao solo, em casos que seja notada qualquer mancha ou sujeira na peça, deve ser realizada limpeza com palha de aço no momento da carga. 4.1.5.3 a) Orientações gerais Inspeção e armazenamento: Verificar possíveis marcas de cordoalha expostas nas peças em estoque. Caso seja constatado problemas, deve-se encaminhar as peças para reparos. Deve-se tratá-las com counpond adesivo e passar por reinspeção do Inspetor de qualidade. b) A retirada das lajes só deve realizada após comprovação do atendimento de sua resistência para transporte estabelecida em projeto; c) O tempo mínimo de armazenagem é de 5 dias após o saque. d) As lajes pré-fabricadas devem ser armazenadas na planta de produção apoiadas nas posições estabelecidas em projeto. e) É terminantemente proibido o carregamento de peças, sem as devidas etiquetas de liberação do Inspetor de Qualidade. 60 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 5 COSIDERAÇÕES FIAIS Com o desenvolvimento da pesquisa foi possível observar que a fabricação de peças pré-moldadas no Brasil tem sido pouco explorada com relação a países estrangeiros. Isso se dá pela falta de conhecimento de alternativas para emprego do pré-moldado. Buscando a qualidade ótima do pré-moldado, percebe-se que as empresas de pré-moldado, fabricantes de lajes alveolares, criam seus próprios procedimentos de execução baseados em estudos, sem dúvida, de outros países. Esses estudos são muitas vezes de fontes confiáveis como normas estrangeiras, porém muitas vezes não se aplicam a condições locais. Com uma visita à fábrica da MUNTE Construções Industrializadas Ltda. em Rafard no interior de São Paulo, e com uma reunião junto ao engenheiro responsável pela produção, foram coletados dados e procedimentos de produção de lajes alveolares que contribuíram para o desenvolvimento do trabalho. Com essa visita a fábrica, percebeu-se que mesmo com a falta de normalizações as empresas fabricantes de lajes alveolares criaram potentes procedimentos de produção, fazendo com que a fabricação desses elementos ocorra com devida qualidade. É de se perceber que é necessário um estudo normalizado nesta área para o desenvolvimento do pré-moldado no país, pois as empresas, mesmo criando seus próprios procedimentos, necessitam de apoio de normas para que haja uma melhoria continua na fabricação de lajes alveolares, um dos elementos pré-fabricados mais utilizados no mundo. 61 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 6 REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIOÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. BR 9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado, Rio de Janeiro, 2006. 42 p. ASSOCIOÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. BR 14861: Laje Pré-Fabricada – Painel Alveolar de Concreto Protendido – Requisitos, Rio de Janeiro, 2002. 5 p. BISON Precast Concrete Flooring. United Kingdom. August 2007. 68 p. CARVALHO, R. C.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado. 3a ed. São Carlos: EdUFSCar, 2007. 368 p. CARVALHO, R. C. Introdução ao Concreto Protendido. São Carlos: UFSCar / Departamento de Engenharia Civil, 2007. 183 p. Apostila. EL DEBS, M. K. Concreto Pré-Moldado: Fundamentos e Aplicações. 1a ed. São Carlos: EESC – USP, 2000. 456 p. FERREIRA, M. A. Manual de Sistemas Pré-Fabricados de Concreto. São Paulo: ABCP/ABCIC, 2003. 129 p. FRANÇA, R. L. S.; ISHITANI, H.; GRAZIANO, F. Concreto Protendido: Conceitos Fundamentais. São Paulo: Escola Politécnica – USP / Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações, 2004. 119 p. Apostila. MELO, C. E. E. Manual Munte de Projetos em Pré-Fabricados de Concreto. 2a ed. São Paulo: PINI, 2006. 540 p. MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Lajes Alveolares. Disponível em: <http://www.munte.com.br/v1/portugues/produtos.php?id_nivel1=8&id_nivel2=23>. Acesso em: 11 de Maio. 2008. MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Controle de Concretagem, Rafard, São Paulo, 2007. 9 p. Procedimento interno. MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Controle de Execução, Rafard, São Paulo, 2007. 4 p. Procedimento interno. MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Controle de Protensão, Rafard, São Paulo, 2007. 4 p. Procedimento interno. MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Execução de lave alveolar, Rafard, São Paulo, 2007. 12 p. Procedimento interno. MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Manuseio, armazenamento e transporte de peças pré-fabricadas, Rafard, São Paulo, 2007. 9 p. Procedimento interno. 62 REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DE LAJES ALVEOLARES EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Reforço para lajes alveolares, Rafard, São Paulo, 2007. 2 p. Procedimento interno. MUNTE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS LTDA. Manuseio, armazenamento e transporte de Lajes Alveolares, Rafard, São Paulo, 2007. 8 p. Procedimento interno. TATU PRÉ-MOLDADOS. Laje Alveolar Protendida. Disponível em: <http://www.tatu.com.br/1.1-Tabelas_de_Lajes_Alveolares.pdf>. Acesso em: 11 de Maio. 2008. 63
Documentos relacionados
PRÉ – FABRICADOS DE CONCRETO CURSO BÁSICO ABCIC
• O tipo de ligação está diretamente correlacionado com o custo da estrutura pré-fabricada.> complexidade; > custo. • Em cada situação a ligação pode ter uma ou mais funções : Transferência de esfo...
Leia mais