Veículo: Site Clica Brasília

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Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br
Veículo: Correio Braziliense
Seção: Revista do Correio
Assunto: Em dia com a saúde
Data: 07/02/2010
Pág.: Capa
Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br
Veículo: Correio Braziliense
Seção: Revista do Correio
Assunto: Em dia com a saúde
Data: 07/02/2010
Pág.: 20 a 27
Em dia com a saúde
Fazer um checkup anual, mesmo que o corpo não dê sinais de que algo
vai errado, é a maneira mais eficiente de prevenir ou tratar precocemente
possíveis doenças. Conheça os exames a que todos devem ser
submetidos regularmente
MARIA VITÓRIA
Há poucos dias, os brasileiros viram estampada na primeira página dos jornais
e revistas a imagem do presidente Lula abatido e com aparência de doente. O
motivo? Uma crise de hipertensão causada por estresse. A recomendação
médica? Um checkup completo. Depois de ser internado e submetido a uma
bateria de exames, Lula foi liberado com algumas recomendações. O
procedimento passado pelo presidente deve fazer parte da rotina de todos. Só
que com uma diferença: antes que os sintomas de que algo está errado com o
corpo apareçam. Os médicos ouvidos pela Revista do Correio alertam que o
checkup anual é importante para uma vida saudável. Para quem reclama de
falta de tempo, uma boa dica é aproveitar parte das férias e feriado do carnaval
para cuidar da saúde. Também é a época ideal para cumprir aquela velha
promessa de ano-novo: cuidar da saúde.
“O objetivo básico é o de prevenir doenças. Porém, os exames de checkup
também têm a função de fazer o diagnóstico prematuro, tornando o tratamento
de uma possível enfermidade mais eficaz”, explica a médica Chris Paulini,
cardiologista do Hospital do Coração do Brasil. O vigilante José Jorge Monteiro,
43 anos, entende muito bem o recado da médica.
Em 2007, durante exames de rotina, os exames laboratoriais detectaram um
pequeno problema na dosagem de colesterol no sangue. A fração HDL,
considerada o bom colesterol, estava baixa, um sinal de que José Jorge
poderia ter problemas cardíacos. Além disso, a taxa de glicose estava alta —
indicação de que ele tem predisposição a desenvolver diabetes, como a mãe.
“Levei um susto, pois era uma pessoa saudável. Fiz testes mais complexos, a
pedido médico, e descobri que tenho intolerância ao açúcar”, conta. Para
mudar o quadro, adotou um novo tipo de alimentação, com mais frutas e
verduras e sem doces, e passou a correr 10km, três vezes por semana. Em
janeiro, fez o checkup anual. “As taxas estão normais. Estou bem de saúde.”
O hábito de verificar como está a saúde não é tão complicado assim. Entre os
exames básicos estão hemograma, glicose, ureia, creatina, colesterol, ácido
úrico, urina e fezes. No caso do coração, exames de sangue, glicemia,
triglicérides, eletrocardiograma e teste de esforço. E ainda testes para medir a
gordura corporal, avaliação nutricional, exames de fundo de olho e pressão
ocular, entre outros.
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O preço é um pouco salgado: algo em torno de R$ 2.700 a R$ 4 mil. “As
grandes empresas estão subsidiando esses exames para os executivos, como
forma de diminuir os gastos com saúde dos funcionários. Assim, o checkup se
torna mais acessível”, afirma o cardiologista Bruno Ganem Siqueira,
coordenador do Total Care, uma empresa especializada em checkup. Para
quem não conta com essa ajuda e depende dos planos de saúde, o segredo é
reservar uma semana ou mais e percorrer as clínicas para fazer os exames.
O segredo do checkup, segundo Siqueira, é o de levar em conta a história de
vida do paciente. “A conversa inicial com o médico determinará a necessidade
de exames complementares”, diz. A gastroenterologista Carla Delduca cita
como exemplo o caso de uma pessoa na faixa dos 40 anos e que têm parentes
diretos com histórico de câncer de intestino. “Por precaução, pedirei o teste de
sangue oculto nas fezes e, talvez, até o ultrassom total do abdome”, explica
médica. Esses exames geralmente são indicados para pessoas com mais de
50 anos.
Siqueira também chama atenção para o uso de teste de equipamentos de
última geração, como tomografias e ressonâncias, para o rastreamento de
doenças. Ele explica que existe atualmente o conceito de que a tecnologia de
ponta é capaz de fazer diagnóstico precoce da maioria das doenças existentes,
resultando em tratamento rápido. “Porém, são poucos os exames usados para
rastreamento que têm eficácia e efetividade comprovadas, até o momento”,
afirma.
Em alguns casos, acredita, alguns exames podem até “fazer mal”. Isso porque
o paciente que tem o teste positivo, mas não apresenta a doença (o chamado
resultado falso-positivo), muitas vezes, é submetido a exames mais caros e
invasivos, implicando em riscos. “Doenças cardiovasculares, diabetes,
hipertensão arterial, doenças infecciosas, renais, metabólicas, hepáticas ou
câncer são problemas que podem ser detectados e mapeados pelo checkup. O
ideal é fazer essa prevenção anualmente ou, no máximo, a cada dois anos”,
resume a cardiologista Chris Paulini.
Gordura vital
As gorduras do sangue, denominadas lipídios, são compostas pelo colesterol e
triglicerídeos. O colesterol se divide em duas frações: o LDL, o tipo perigoso, e
o HDL, considerado bom, por proteger as artérias. A Associação Médica
Americana determina que os níveis normais de colesterol devem ficar abaixo
dos 200 miligramas, no caso do LD. Quanto ao HDL, o índice é acima de 35
miligramas.
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De olho no coração
“Espero não ter nenhuma surpresa nos exames.” A
expectativa era de Pedro Marinho, 38 anos, ao
chegar em uma clínica de checkup, minutos antes
de colher sangue para verificar os níveis de
glicose, colesterol e outras taxas que dariam um
parecer sobre o funcionamento do organismo do
executivo. Antes de sair de casa, fez um pequeno
desjejum e, em seguida, deu início a uma
maratona de testes e consultas. Dali a pouco, teria
encontros
com
cardiologista,
urologista,
oftalmologista, clínico-geral e nutricionista.
Fotos: Valério Ayres/Esp.
CB/D.A Press
Pedro Marinho no teste de
esforço: acima do peso, mas
com o coração bom
Pedro reconhece que nunca teve uma
preocupação séria com a saúde. Fazia consultas descentralizadas, com idas
ao cardiologista e ao oftalmologista, pois é míope. A chegada do primeiro e
único filho, de dois anos, e o aumento da carga e responsabilidade no trabalho
mudaram a forma de pensar dele. No escritório da empresa, trabalha em torno
de 10 a 12 horas por dia. Três vezes por semana, faz caminhada ou natação.
“A idade pesou e fiquei mais preocupado com a saúde. Por isso estou aqui”, diz
Pedro.
Na primeira bateria de testes, uma surpresa: ele está acima do peso e precisa
emagrecer. Pedro mede 1,67m, está com 81kg e alto percentual de taxa de
gordura no corpo. O coração está bem. O executivo ficou feliz com o resultado
do teste de esforço e eletrocardiograma. “De agora em diante, farei consultas
rotineiras”, garante.
A preocupação com o coração tem um motivo importante. Segundo uma
pesquisa da American Heart Association, em Orlando (EUA), a incidência de
morte cardíaca em homens é três vezes maior do que em mulheres.
Pesquisadores da Northwestern University, de Chicago, constaram que, no
sexo masculino, o problema aparece em um de cada grupo de oito ao longo da
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vida. Já entre o sexo feminino a incidência é de uma para cada 24.
Uma rotina que já dura cinco anos
Teoricamente, toda mulher, a partir da primeira
menstruação ou com o início da vida sexual, vai ao
ginecologista para exames de rotina. Algumas
todos os anos, outras de vez em quando, quando
sentem algum incômodo. Por isso, as mulheres
fazem checkup com mais frequência —
diferentemente dos homens, que geralmente só se
preocupam com o assunto depois dos 40 anos. A
gerente Rosângela Alves dos Santos, 42 anos,
mãe de uma menina, sempre seguiu a rotina
feminina. Em janeiro, aproveitou para fazer uma
série de exames periódicos. Os de ginecologia,
como mamografia, fez em dezembro. Está tudo
bem.
Durante quatro horas,
Rosângela Alves dos Santos
se submeteu a uma bateria de
exames
Por determinação da empresa onde trabalha,
desde 2006 faz um checkup anual. Esse foi o
quinto e a equipe da Revista do Correio a acompanhou nessa maratona, com
duração de quatro horas. A pressão arterial está ótima: 11 por 7. O coração
também. “Não tenho cardíacos na família e como fiz o teste de esforço no ano
passado e deu tudo certo, não foi preciso repeti-lo”, justifica-se. Por outro lado,
Rosângela sofre de osteartrose no joelho direito, herança de uma grave lesão
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provocada por um acidente de moto quando tinha 15 anos. Mas o peso está
em dia: 58kg distribuídos em 1,57m.
Como é míope, realizou o teste de fundo de olho para verificar a retina e outro
para medir a pressão ocular — um preventivo de glaucoma. “Estou bem de
saúde”, declara Rosângela feliz. Ela sabe muito bem da importância desses
exames. No checkup de 2008, os médicos descobriram um nódulo na tireoide
dela. “Fizeram uma punção, retiraram o nódulo e hoje só faço consultas de
acompanhamento”, conta Rosângela.
Se o coração de Rosângela está bem, não significa que mulheres como ela
não precisam ficar atentas ao checkup cardíaco. “Nas últimas décadas, houve
aumento na incidência de infarto feminino. Isso porque elas passaram a fumar
e a beber mais, usam anticoncepcionais indiscriminadamente e, ao longo do
tempo, ficaram mais exposta ao estresse, por conta de cargos que vêm
ocupando na sociedade”, explica a cardiologista Chris Paulini.
Uma rotina que já dura cinco anos
Teoricamente, toda mulher, a partir da primeira menstruação ou com o início da
vida sexual, vai ao ginecologista para exames de rotina. Algumas todos os
anos, outras de vez em quando, quando sentem algum incômodo. Por isso, as
mulheres fazem checkup com mais frequência — diferentemente dos homens,
que geralmente só se preocupam com o assunto depois dos 40 anos. A
gerente Rosângela Alves dos Santos, 42 anos, mãe de uma menina, sempre
seguiu a rotina feminina. Em janeiro, aproveitou para fazer uma série de
exames periódicos. Os de ginecologia, como mamografia, fez em dezembro.
Está tudo bem.
Por determinação da empresa onde trabalha, desde 2006 faz um checkup
anual. Esse foi o quinto e a equipe da Revista do Correio a acompanhou nessa
maratona, com duração de quatro horas. A pressão arterial está ótima: 11 por
7. O coração também. “Não tenho cardíacos na família e como fiz o teste de
esforço no ano passado e deu tudo certo, não foi preciso repeti-lo”, justifica-se.
Por outro lado, Rosângela sofre de osteartrose no joelho direito, herança de
uma grave lesão provocada por um acidente de moto quando tinha 15 anos.
Mas o peso está em dia: 58kg distribuídos em 1,57m.
Como é míope, realizou o teste de fundo de olho para verificar a retina e outro
para medir a pressão ocular — um preventivo de glaucoma. “Estou bem de
saúde”, declara Rosângela feliz. Ela sabe muito bem da importância desses
exames. No checkup de 2008, os médicos descobriram um nódulo na tireoide
dela. “Fizeram uma punção, retiraram o nódulo e hoje só faço consultas de
acompanhamento”, conta Rosângela.
Se o coração de Rosângela está bem, não significa que mulheres como ela
não precisam ficar atentas ao checkup cardíaco. “Nas últimas décadas, houve
aumento na incidência de infarto feminino. Isso porque elas passaram a fumar
e a beber mais, usam anticoncepcionais indiscriminadamente e, ao longo do
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tempo, ficaram mais exposta ao estresse, por conta de cargos que vêm
ocupando na sociedade”, explica a cardiologista Chris Paulini.
Quando o caso é especial
O exame médico periódico (checkup) e o rastreamento de
doenças e problemas de saúde em adultos
assintomáticos (screening) vêm ganhando importância
cada vez maior entre médicos e não médicos. Como a
medicina atual vê o paciente como um indivíduo, parte
das pessoas foge do padrão e necessita de uma
avaliação diferenciada. “Em um país tropical como o
nosso, o exame preventivo de câncer de pele deve fazer
parte do checkup de pessoas claras ou de quem trabalha
ou exerce atividades ao ar livre”, exemplifica o
dermatologista
Gilvan
Alves.
Segundo
ele,
a
recomendação é porque esse tipo de tumor é o mais
frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os
casos de câncer.
João Luiz Liberatoscioli, funcionário público e atleta
amador de tênis, tem a pele clara e sempre toma cuidado
durante as partidas no fim da manhã e início da tarde,
Monique
Renne/CB/D.A Press
O hobby de João Luiz
Liberatoscioli é jogar
tênis: uso de protetor
solar e exames
preventivos de câncer
de pele
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quando o sol está a pino. Já realizou exames preventivos duas vezes — e por
acaso. Em 2007, com um problema de micose, aproveitou a consulta e pediu
ao dermatologista para olhar a pele. Tinha apenas um sinal — que foi retirado,
analisado e o resultado deu negativo. No ano passado, fez apenas um teste
visual e o médico nada detectou. “Apesar de não fazer consultas de rotina,
tomo cuidados: uso boné, camisa de tecido especial e protetor solar”, conta o
tenista.
O cardiologista César Jardim, do Hospital do Coração de São Paulo (Hcor), diz
que algumas profissões exigem exames específicos. Entre elas, estão as de DJ
e as de quem trabalha em pátios de aeroporto. É a audiometria, que mede a
capacidade de audição e deve ser realizada anualmente. Outro caso é para
quem atua em ambientes poluídos e mexe com produtos tóxicos. A prova de
função pulmonar (espirometria) avalia o funcionamento dos pulmões por meio
de várias medidas, como capacidade vital pulmonar, volume inspiratório e
expiratório e fluxo pulmonar, realizados por meio de um sistema
computadorizado. Um alerta: o teste também é indicado para fumantes.
E hoje, graças aos avanços da medicina, é possível saber se há uma
predisposição para desenvolver certas doenças, como alguns tipos de câncer,
distúrbios cardíacos e vasculares, diabetes mellitus e doenças degenerativas
do cérebro, como o mal de Alzheimer. Segundo o farmacêutico e bioquímico
Gustavo Barro, isso é feito a partir da análise genética. Eles podem definir as
chances de uma pessoa ter trombose e alguns tipos de câncer, como o de
mama, por exemplo. Eles são importantes para redobrar os cuidados com a
prevenção e eliminar ao máximo os fatores de risco para o surgimento de um
distúrbio. “Porém, são testes que precisam de uma recomendação médica bem
restrita, para quem tem predisposição a determinada doença”, esclarece o
farmacêutico. E também são caros, algo em torno de R$ 4 mil.
Independentemente do avanço da medicina, um grupo não pode ficar de fora
desse ritual: o de pessoas que prometeram iniciar algum tipo de atividade física
em 2010. O cardiologista Nabil Ghorayeb, do Hospital do Coração (HCor), em
São Paulo, afirma que iniciar atividades físicas sem um monitoramento prévio
pode trazer riscos diversos. “Os exercícios, dependendo do nível de
intensidade e de exigência física, desencadeiam uma série de fenômenos
metabólicos variados e intensos. Se esse indivíduo tiver alguma doença
silenciosa ou inicial, esse exercício físico possivelmente elevará os riscos de
complicações”, afirma.
Para evitar transtornos, Ghorayeb aconselha a realização de um checkup
esportivo, cujo objetivo é fazer avaliações clínicas, físicas e cardiológicas. Ele
diz que os exames servem para indicar a intensidade, a periodicidade e o
tempo de cada exercício determinado para cada pessoa.
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Com chave de ouro
Tudo certo com o coração? Suspiro aliviado com o afastamento de chances de
um tipo de câncer? O corpo está saudável, como prova o checkup. Mas e o
calendário de vacinação? “Quando se fala em vacinas, quase todo mundo
pensa na imunização infantil, já que é por meio delas que se busca obter
imunidade contra agentes de doenças que o organismo não estaria preparado
para combater. Porém, jovens, adultos e especialmente pessoas mais velhas
precisam estar em dia com o programa de vacinação”, adverte o infectologista
Henrique Marconi Pinhati. Segundo ele, a proteção contra tétano, rubéola,
hepatite e, mais recentemente, gripe A tem como aliada as vacinas. “Até
turistas e viajantes a negócios devem se preocupar com esse tipo de
prevenção”, afirma Pinhati.