Fungos conidiais associados a substratos vegetais em

Transcrição

Fungos conidiais associados a substratos vegetais em
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
FUNGOS CONIDIAIS ASSOCIADOS A SUBSTRATOS VEGETAIS
EM DECOMPOSIÇÃO NO MORRO DO CHAPÉU, BA.
Tasciano dos Santos Santa Izabel
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Botânica da Universidade Estadual
de Feira de Santana como parte dos requisitos
para a obtenção do título de Mestre em Ciências –
Botânica.
ORIENTADOR: PROF. DR. LUÍS FERNANDO PASCHOLATI GUSMÃO (UEFS)
Feira de Santana-Bahia
2010
Tasciano dos Santos Santa Izabel
FUNGOS CONIDIAIS ASSOCIADOS A SUBSTRATOS VEGETAIS
EM DECOMPOSIÇÃO NO MORRO DO CHAPÉU, BA.
Feira de Santana-Bahia
2010
Dedico esse trabalho a
minha mãe, Maria
Aparecida, que sempre me
apoiou em todos os
momentos.
AGRADECIMENTOS
 A Deus por direcionar minha vida
 A minha mãe Maria Aparecida por ter sido mãe e pai e por sempre me
incentivar a estudar e lutar pelos meus objetivos.
 A minha namorada Juliana pela paciência, compreensão e carinho durante
todo período do mestrado.
 A minha irmã Tássia pelo incentivo e pela amizade.
 Aos meus amigos Cláudio Edson, Ildo, Jailson, Ítalo, José Aguinaldo, Léo e
Marcos Paulo pela amizade pelas discussões diversas e pelas cervejinhas.
 Às minhas amigas Joseane e Juliana pelo apoio e pelas discussões sobre
as dissertações.
 Ao meu orientador professor Dr. Luis Gusmão pelos ensinamentos e
paciência, especialmente no início da minha iniciação científica, e por ter
me mostrado o fascinante mundo dos fungos conidiais.
 À família LAMIC: Alisson Cardoso (farofa) por ter sido meu “co-orientador”
durante o mestrado e por me aturar na viagem da Argentina; Dalila pela
oportunidade de “co-orientá-la” na sua monografia e pela amizade; Sheila
Leão pelas discussões micológicas e pelos conselhos; Flávia Barbosa
(Flavícolas) e Marcos (Marquito) pela amizade e pelas orientações
micológicas desde a iniciação científica; Davi por ser meu companheiro de
mestrado e discussões micológicas; Venício pela amizade e cultivo dos
fungos; Carol pelas discussões diversas e pela preparação dos meios de
cultura e repique dos fungos; Loise pelos conselhos nos momentos finais
do mestrado; Emília Valente pelo incentivo e pelos conselhos; Thiago pelo
cadastramento das separatas e pelos momentos de descontração; Jorge
Dias pela amizade, por me acompanhar nas coletas e pelas discussões de
Biologia e Educação; Hermeson pelas estórias mirabolantes e pela
amizade; Silvana, Patrícia pelos momentos de descontração; Fabio
Barbosa por ser o primeiro a me ensinar a técnica de lavagem e isolamento
dos fungos conidiais.
 Aos professores e colegas da Pós-Graduação que muito somaram à minha
formação durante as disciplinas.
 Aos pesquisadores, Dr. Li Dewei, Dr. Xiu-Guo Zhang, Dr. Zhao Guozhu e
Dr. Alena Kubatova pela gentileza e rapidez com que enviaram os artigos
solicitados, que muito auxiliaram na realização deste trabalho.
 À Universidade Estadual de Feira de Santana, especialmente ao
Laboratório de Micologia que forneceu a infra-estrutura necessária ao
desenvolvimento deste projeto.
 Ao Programa de Pós-graduação em Botânica pelo apoio fundamental para
a participação do Congreso Latino Americano de Micologia.
 Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela
bolsa concedida.
 Ao Programa de Pesquisa em Biodiversidade do Semi-árido que através do
Ministério de Ciência e Tecnologia forneceu o suporte logístico para a
realização das expedições a campo.
i
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... ii
LISTA DE QUADROS................................................................................................... iii
LISTA DE TABELAS.................................................................................................... iv
1. INTRODUÇÃO GERAL
1.1. Fungos: caracterização e classificação...................................................... 01
1.2. Fungos conidiais: caracterização e classificação....................................... 02
1.3. Estudo dos fungos conidiais em substratos vegetais em decomposição
no Brasil............................................................................................................ 03
1.4. Objetivos..................................................................................................... 04
1.5. Área de Estudo..................................................................................... ...... 05
1.6. Amostragem e coleta do material............................................................... 05
1.7. Processamento do material coletado......................................................... 08
1.8. Coleta dos fungos conidiais, estudo morfológico e identificação............... 09
1.9. Herborização.......................................................................................... ..... 09
1.10. Referências............................................................................................... 10
CAPÍTULO I Fungos conidiais no Morro do Chapéu, Bahia: novos registros
para o continente Americano, Neotrópico, América do sul e Brasil................... 17
Abstract................................................................................................... 18
Resumo................................................................................................... 18
Introdução............................................................................................. .. 20
Materiais e métodos................................................................................ 20
Resultados e discussão.......................................................................... 21
Referências ............................................................................................ 45
CAPÍTULO II. Fungos Conidiais do bioma caatinga: espécies do complexo
Sporidesmium............................................................................................................. 50
Abstract................................................................................................... 51
Resumo................................................................................................... 51
Introdução............................................................................................... 52
Materiais e métodos................................................................................ 53
ii
Resultados e discussão......................................................................... 54
Referências bibliográficas....................................................................... 64
CAPÍTULO III Fungos conidiais do bioma Caatinga: novas espécies de
Cordana, Selenodriella e Spondycladiopsis.....................................................
67
Abstract................................................................................................... 68
Resumo............................................................................................... .... 68
Introdução................................................................................................ 69
Materiais e métodos................................................................................ 69
Resultados e discussão........................................................................... 70
Referências bibliográficas....................................................................... 77
CONCLUSÕES GERAIS.............................................................................................. 80
RESUMO....................................................................................................................... 81
ABSTRACT................................................................................................................... 82
ANEXOS....................................................................................................................... 84
LISTA DE FIGURAS
INTRODUÇÃO GERAL
FIGURA 1. Mapa com a localização da área de estudo brasileiro......................... 06
FIGURAS 2-7. Locais de coleta............................................................................... 07
FIGURA 2. Campo Rupestre........................................................................ 07
FIGURA 3. Caatinga..................................................................................... 07
FIGURA 4-7. Mata estacional....................................................................... 07
CAPÍTULO I
FIGURAS 1-4. Anungitea palustris R.F. Castañeda & W.B. Kendr..........................32
FIGURAS 5-6. Dendryphiopsis biseptata Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker.... 32
FIGURAS 7-9. Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria dingleyae S. Hughes,
W.B. Kendr. & Shoemaker.................................................................................... 32
FIGURAS 10-12 Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria pulchriseta S. Hughes,
W.B. Kendr. & Shoemaker.................................................................................... 32
iii
FIGURAS 13-15. Dictyochaeta matsushimae (Hewings & J.L. Crane) Whitton,
McKenzie & K.D. Hyde.......................................................................................... 32
FIGURAS 16-18. Endophragmiella boothii (M.B. Ellis) S. Hughes.......................... 32
FIGURAS 19-22. Endophragmiella pallescens B. Sutton........................................ 33
FIGURAS 23-24. Eversia parvula Hol.-Jech …………...……...………..................... 33
FIGURAS 25-27. Gyrothrix hughesii Piroz ………………………............................. 33
FIGURAS 28-30. Helicoubisia coronata Lunghini & Rambelli.................................. 33
FIGURAS 31-33. Minimelanolocus navicularis (R.F.Castañeda) R.F. Castañeda...33
FIGURAS 34-36. Selenodriella ponmudiensis (Varghese & V.G. Rao) R.F.
Castañeda & Saikawa........................................................................................... 33
FIGURAS 37-39. Virgariella atra S. Hughes............................................................ 33
CAPÍTULO II
FIGURAS 1-6. Ellisembia sp. nov............................................................................ 61
FIGURAS 7-9. Sporidesmiella garciniae var. nov. .................................................. 62
FIGURAS 10-11. Ellisembia vaga (Nees & T. Nees) Subram.................................. 62
FIGURAS 12-15. Sporidesmiopsis zhejiangensis Wongsawas, H.K. Wang, K.D.
Hyde & F.C. Lin................................................................................................... 62
CAPÍTULO III
FIGURAS 1-4. Cordana sp. nov.............................................................................. 76
FIGURAS 5-8. Selenodriella sp. nov....................................................................... 76
FIGURAS 9-12. Spondylocladiopsis sp. nov............................................................ 76
LISTA DE QUADROS
INTRODUÇÃO GERAL
QUADRO 1. Pontos de coletas e coordenadas geográficas................................... 08
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO II
TABELA 1. Sinopse dos gêneros do complexo Sporidesmium.............................. 63
iv
CAPÍTULO III
TABELA 1. Sinopse das espécies de Cordana com conídios versicolores............ 71
TABELA 2. Sinopse das espécies de Selenodriella................................................ 73
TABELA 3. Sinopse das espécies de Spondylocladiopsis..................................... 75
v
Este trabalho está baseado no Código Internacional de
Nomenclatura Botânica, Código de Saint Louis (McNeill et al., 2007).
Com base nos critérios previstos nos artigos 29-31 do mesmo,
considera-se o presente trabalho uma publicação não efetiva e não válida
para fins de prioridade taxonômica e nomenclatural.
1
1. INTRODUÇÃO GERAL
1.1 . Fungos: caracterização e classificação
Historicamente, os fungos foram considerados plantas por apresentarem
algumas características em comum com esses organismos como: imobilidade,
presença de parede celular e produção de esporos. (Alexoupoulos et al, 1996).
No entanto, os fungos apresentam características próprias que os diferenciam das
plantas e dos demais seres vivos como: estrutura somática, comumente,
representada por hifas, que em conjunto constituem o micélio, a dicariofase e
nutrição por absorção (Alexopoulos et al., 1996; Kirk et al. 2008). Em 1969
Whittaker propôs a classificação dos fungos em um reino à parte (Reino Fungi)
englobando os fungos e organismos relacionados. (Bononi & Grandi, 1998).
Com o avanço de técnicas de ultraestrutura, bioquímica e principalmente
da biologia molecular, os fungos foram reconhecidos como polifiléticos e
distribuídos em três reinos: Chromista, englobando os Hyphochytridiomycota,
Labyrinthulomycota e Oomycota; Protozoa, representado pelos Acrasiomycota,
Dictyosteliomycota,
compreendendo
Myxomycota
os
Filos
e
Plasmodiophoromycota
Chytridiomycota,
Zygomycota,
e
Fungi,
Ascomycota
e
Basidiomycota (Kirk et al., 2001).
Schussler et al. (2001) através de análises moleculares, morfológicas e
ecológicas propuseram a criação do Filo, Glomeromycota, para segregar os
fungos micorrízicos arbusculares do filo Zygomycota. Por meio de análises
filogenéticas moleculares, James et al. (2006) demonstraram que o Filo
Chytridiomycota
não e monofilético e elevaram a ordem Blastocladiales,
anteriormente incluída em Chytridiomycota ao “status” de Filo Blastocladiomycota.
Hibbett et al. (2007), apresentaram uma nova reestruturação para o Reino
Fungi,
propuseram
o
Filo
Neocallimastigomycota
(segregando-o
do
filo
Chytridiomycota), incluíram o Filo Microsporídia no Reino Fungi e dividiram o filo
Zygomycota
em
4
Entomophthorimycotina
subfilos:
e
Kickxellomycotina,
Mucoromycotina.
Segundo
Zoopagomycotina,
esses
autores
os
representantes do Reino Fungi devem ser classificados em sete filos:
Blastocladiomycota,
Chytridiomycota,
Glomeromycota,
Microsporidia,
Neocallimastigomycota, Ascomycota e Basidiomycota, os dois últimos formando o
2
subreino (Dikarya), e quatro subfilos, Kickxellomycotina, Zoopagomycotina,
Entomophthorimycotina e Mucoromycotina. Kirk et al. (2008) consideram o filo
Zygomycota, desconsiderando os quatro subfilos propostos por Hibbett et al.
(2007),
além
de
não
reconhecerem
os
filos
Neocallimastigomycota
e
Blastocladiomycota.
Hawksworth (1991), presume existir cerca de 1,5 milhão de espécies de
fungos. O Reino fungi é composto atualmente por 36 classes, 140 ordens, 560
famílias, 8283 gêneros e 97861 espécies (Kirk et al., 2008). Esses organismos
destacam-se como os principais agentes decompositores de material vegetal pois
possuem uma capacidade eficiente na degradação de celulose e outros
compostos orgânicos complexos (Siqueira & Franco 1988). Ainda que muitas
espécies tenham uma distribuição geográfica restrita, a maior parte delas é
cosmopolita (Herrera & Ulloa, 1998).
1.2. Fungos conidiais: caracterização e classificação
Os
fungos
conidiais
se
reproduzem
por
mecanismos
assexuais,
compreendem aproximadamente 2.800 gêneros e 16.000 espécies segundo
estimativa de Kirk et al. (2001). Estes fungos, representam a fase assexual dos
Filos Ascomycota ou Basidiomycota (Kendrick, 1992). O termo fungo conidial não
constitui uma implicação taxonômica ou filogenética, visto que as espécies
incluídas em um gênero estão relacionadas entre si pela conidiogênese e
morfologia, não necessariamente por sua filogenia (Kendrick, 1992).
Os fungos conidiais não representam uma classificação natural, estes
costumam ser reunidos em classes, gêneros e espécies para a sistematização de
sua identificação e nomenclatura, dispensando um ordenamento sistemático
tradicional (Mercado-Sierra, 1984). Em virtude disto, e com base na morfologia de
estruturas de reprodução assexuada, estes fungos são subdivididos em três
classes artificiais: Agonomycetes, Coelomycetes e Hyphomycetes (Kirk et al.,
2008). Os Agonomycetes não produzem conídios, mas, estruturas de resistência
denominadas clamidósporos ou escleródios (Kirk et al., 2008). Os Coelomycetes
produzem conídios em acérvulos ou picnídios, freqüentemente desenvolvidos sob
o substrato vegetal, subcuticular ou intra-epidermal (Kendrick, 1992). Os
Hyphomycetes, por sua vez, reúnem os fungos que produzem conidióforos livres
sobre o micélio (Alexoupoulos et al., 1996).
3
As primeiras tentativas de classificação dos fungos conidiais eram
baseadas principalmente em caracteres morfológicos superficiais ou na aparente
preferência por determinados substratos (Mercado-Sierra, 1984). O sistema de
classificação mais importante do século XIX foi proposto por Saccardo (1886) em
sua obra Sylloge Fungorum IV. Este autor utilizou características como: cor,
septação e forma dos conídios; padrão de agregação dos conidióforos ou
ausência desses; produção, ou não, de conídios em estruturas fechadas.
No século XX, foram publicadas novas propostas de classificação que
enfatizavam os diferentes eventos de ontogenia do conídio, tratando os
caracteres propostos por Saccardo como tendo importância secundária (MercadoSierra 1984). A proposta de Hughes (1953) foi classificar os conídios, enfatizando
principalmente o tipo de crescimento da célula conidiogênica, a ontogenia conidial
e a posição da zona de crescimento do conidióforo. Os conceitos e a terminologia
empregados na taxonomia dos fungos conidiais foram padronizados na reunião
realizada em Kananaskis, Canadá (Kendrick, 1971). Ellis (1971) foi o primeiro a
fazer uso destes termos, enfatizando a célula que produz o conídio, ou seja, a
ontogenia, ao invés do tipo de conídio formado por estas células.
A introdução da conidiogênese como base para a ordenação dos fungos
conidiais, estabilizou os critérios de identificação dos esquemas anteriores onde
existem problemas de ambigüidade (Castañeda-Ruiz, 2001). A conidiogênese tem
revelado características constantes, as quais, normalmente, não se modificam
durante o cultivo dos fungos em cultura (Holubová-Jechová, 1990). Carmichael
(1971) considera arbitrário o agrupamento dos fungos conidiais com base na
conidiogênese, no entanto, segundo esse autor, sua utilização é necessária para
a ordenação destes fungos. Tubaki (1958, 1963) e Subramanian (1962),
comparando espécies de fungos conidiais aos respectivos estágios assexuais,
demonstraram
que
alguns
caracteres
ontogenéticos
são
provavelmente
monofiléticos, o que pode auxiliar significativamente na classificação do grupo.
1.3 . Estudo dos fungos conidiais em substratos vegetais em decomposição
no Brasil.
No Brasil, os estudos sobre os fungos conidiais associados a substratos
vegetais em decomposição são incipientes devido a pouca quantidade de
especialistas nesse grupo no país (Gusmão et al. 2006).
4
O estudo taxonômico dos fungos conidiais no Brasil teve início no final do
século XIX, como resultado do trabalho de coletores europeus, como E.H.G. Ule e
A. Puttemans (Gusmão et al., 2006).
Batista e colaboradores, nas décadas de 50 a 70 deram significativa
contribuição para o estudo dos fungos conidiais no país (Silva & Minter, 1995). Na
década de 70 alguns fungos foram descritos a partir de folhedo, originados de
coletas esporádicas ou até de visitas de pesquisadores ao país (Sutton & Hodges
Junior, 1975a, b, 1976a, b, 1977; Muchovej, 1980; Katz, 1981). No final da década
de 70 e na década de 80 é que finalmente projetos envolvendo coletas
sistemáticas e intensivas em determinadas áreas originaram trabalhos enfocando
o conhecimento da diversidade de microfungos associados a substratos vegetais
em decomposição (Booth, 1979; Grandi, 1985, 1990, 1991a, b, 1992; SchoenleinCrusius & Milanez, 1990).
Na década de 90 foram realizados diversos trabalhos abordando a
decomposição de detritos foliares nos Estados de São Paulo e Paraná (Grandi,
1992, 1998, 2004; Grandi & Gusmão, 1995, 1996, 2002a, 2002b; Gusmão &
Grandi, 1996, 1997, 2001; Gusmão, 2001; Gusmão et al., 2000, 2001).
O conhecimento da diversidade de fungos conidiais no semi-árido brasilero
é bastante pontual (Gusmão et al. 2006). Em levantamento da diversidade de
fungos em Pernambuco, Maia et al. (2002) registraram 2.697 espécies, das quais
42% são fungos conidiais. No estado da Bahia diversos trabalhos vêm sendo
realizados, principalmente, em regiões da Chapada Diamantina (Gusmão, 2003;
Barbosa & Gusmão, 2005; Gusmão & Barbosa, 2005), Serra da Jibóia (Barbosa
et al. 2007; Marques et al. 2007a, b) e outras áreas do semi-árido como: Senhor
do Bonfim, Reserva Ecológica do Raso da Catarina e Dunas do Médio São
Francisco, apresentando novos registros para o país, além de novas espécies
(Castañeda-Ruiz et al., 2006; Cruz et al., 2007a,b, 2008, 2009; Gusmão et al.,
2008; Leão-Ferreira et al., 2008).
1.4 . Objetivos
Geral:
•
Desenvolver estudo taxonômico de fungos conidiais associados a
substratos vegetais em decomposição em Morro de Chapéu - Ba.
5
Específicos:
•
Coletar e identificar os fungos conidiais encontrados nos diferentes
substratos vegetais.
•
Herborizar e preservar em lâminas permanentes os fungos conidiais
encontrados.
•
Descrever e ilustrar as espécies que constituírem novos registros para o
Brasil, América do Sul, Neotrópico e novas espécies.
•
Relacionar as demais espécies em forma de listagem e divulgar sua
ocorrência na área de estudo.
1.5 . Área de Estudo
A Chapada Diamantina ocupa aproximadamente 15% do território da
Bahia, situando-se na porção central do Estado, ocupando uma extensão de
70.258 km2 (Bandeira, 1995). O município de Morro do Chapéu situado ao Norte
da Chapada Diamantina, entre as coordenadas 10º40'-11º50'S e 40º50'- 41º20'W,
possui uma área de 5.920km2 com desníveis topográficos que variam entre 480 e
1.293 m (Rocha & Costa, 1995). Os solos apresentam-se ácidos e com baixa
fertilidade. Predominância do tipo climático tropical de altitude, com verão brando
e temperatura média do mês mais frio (julho) inferior a 18 ºC e temperatura média
do mês mais quente (janeiro) inferior a 22 ºC (Rocha & Costa, 1995). A
precipitação média anual geralmente é reduzida, em torno de 800 mm (Rocha &
Costa, 1995). É classificado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como área
de extrema importância biológica por apresentar uma alta taxa de endemismo
(Fig. 1) (Velloso et al., 2002). Além de outras características, o município possui
uma tipologia vegetal única de Caatinga que não se encontra representada em
nenhuma das outras Unidades de Conservação. (Maury, 2002). Além da
vegetação de caatinga, o município apresenta outras formações vegetacionais
como campo rupestre, florestas estacionais, vegetação de dunas interiores e
áreas de transição. (Junqueira & Biachini, 2006).
1.6 . Amostragem e coleta do material.
Foram realizadas quatro expedições de coleta em seis pontos do
município, escolhidos ao acaso, sendo um em Campo Rupestre, um em Caatinga
e quatro em Mata Estacional (Fig. 2, Quadro 1). A técnica de amostragem para a
6
coleta da serapilheira foi através do método de parcelas, que consistiu em traçar
em cada ponto uma área de 10x10 m, subdividida em quatro quadrados de 5 x
5m. Em cada quadrado foi coletado uma unidade de cada substrato: folha, casca
e galho em decomposição. As amostras coletadas foram acondicionadas
separadamente em sacos de papel Kraft.
Morro do Chapéu
Fig 1. Mapa da Região Nordeste com delimitação do
bioma Caatinga e designação das 57 áreas prioritárias
para conservação (em destaque a área de estudo). Fonte:
Velloso et al. 2002
7
2
3
43
54
65
76
Fig.2–7. Pontos de coleta: 2: Campo Rupestre; 3: Caatinga; 4–7: Mata
Estacional.
8
Quadro 1 : Pontos de coletas e coordenadas geográficas
Pontos de coleta
Coordenadas Geográficas
1 ( Campo Rupestre)
S 11º 35` 30,1``
W 41º 12` 30,0``
2 (Caatinga)
S 11º 37 `32,0``
W 41º 00` 10,0``
3 (Mata Estacional)
S 11º 36` 49,8``
W 41º 01` 10,1``
4 (Mata Estacional)
S 11º 36` 49,5``
W 41º 01` 0,9``
5 (Mata Estacional)
S 11º 36` 21,0``
W 41º 00` 55,6``
6 (Mata Estacional)
S 11º 36` 19,2``
W 41º 00` 58,3``
1.7 . Processamento do material coletado.
As amostras foram submetidas à técnica de lavagem em água corrente
(Castañeda-Ruiz, 2005). A técnica consistiu em depositar os substratos vegetais
em escorredor plástico (tipo doméstico) e submergi-los em bandeja sobre a qual a
água escorreu no período de uma hora. A torneira era aberta de modo que o jato
d’água não incidisse diretamente sobre os restos vegetais, para isso, a bandeja
era mantida inclinada em um ângulo de aproximadamente 45º, sendo a água
eliminada mediante escorrimento. Após esse processo os substratos vegetais
foram colocados sobre papel filtro por cerca de 20 minutos (tempo de secagem do
material), e acondicionados em câmaras-úmidas (placa de petri + papel toalha).
As câmaras-úmidas foram acondicionadas em uma caixa de isopor (170l) sobre
um suporte ao fundo do recipiente, cujas paredes e tampa foi recoberta por papeltoalha umedecido. Foi adicionado ao isopor cerca de 500 ml de água contendo
três a cinco gotas de glicerina. A caixa era aberta periodicamente por cerca de 15
minutos para circulação de ar e borrifamento com água para manter a umidade e
temperatura adequada ao crescimento dos fungos e produção de estruturas de
reprodução.
9
1.8 . Coleta dos fungos conidiais, estudo morfológico e identificação.
A partir do terceiro dia da colocação das amostras em câmaras-úmidas e
durante 30 dias foram coletadas as estruturas de reprodução dos fungos conidiais,
sob estereomicroscópio, utilizando agulhas de ponta fina (tipo insulina) e estiletes.
Os fungos foram coletados e colocados em lâminas com meio de montagem
(resina PVL - álcool polivinílico + ácido lático + fenol). Posteriormente, foi realizada
a observação microscópica para o estudo morfológico dos fungos conidiais, através
da qual foram registradas as características das estruturas de reprodução
assexuada (conidióforos, células conidiogênicas e conídios), como aferição das
dimensões, coloração e forma, além do tipo de conidiogênese apresentada.
A identificação foi realizada com o emprego de bibliografia especializada,
comparando os dados obtidos com dados da literatura, para alcançar o nível
específico dos fungos encontrados. Os microfungos foram ilustrados utilizando
uma máquina fotográfica digital (Canon powershot G5), acoplada ao microscópio
óptico (Zeiss Axioskop 40).
As espécies que constituiram novos registros para o Continente
Americano, Neotrópico, América do Sul e Brasil e novas espécies foram descritas
com indicação de material examinado, distribuição geográfica, e breve
comentário, além de ilustrações. As demais espécies foram apresentadas em
forma de listagem.
1.8. Herborização
Amostras dos substratos vegetais contendo os espécimes encontrados
foram postas para secar a temperatura ambiente, acondicionadas em envelopes
de papel vegetal e arquivados em caixas de papelão, onde foram depositadas
naftalinas, periodicamente, para evitar a deterioração pela ação de insetos
(Sakane, 1989). Em cada envelope foi acondicionado apenas um tipo de
substrato, ou fragmento, e recebeu uma numeração específica correspondente à
exsicata, visto que esta poderá estar relacionada a um ou mais fungos, de acordo
com o observado por Maia (2003). Todas as espécies foram cadastradas
devidamente numeradas, e depositadas no HUEFS.
10
Referências
ALEXOPOULOS, C.J.; MIMS, C.W.; BLACKWELL, M. 1996. Introductory
Mycology. John Wiley & Sons. New York.
BANDEIRA, R.L.S. 1995. Chapada Diamantina: história, riquezas e encantos.
Salvador, Onavalis Editora.
BARBOSA, F. F.; GUSMÃO, L. F. P. 2005. Two Speiropsis species (Anamorphic
Fungi-Hyphomycetes) from Bahia state, Brasil. Acta bot. bras. 19(3): 515-518.
Barbosa, F.R.; Gusmão, L.F.P.; Castañeda Ruiz, R.F.; Marques, M.F.O.; Maia,
L.C. 2007. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. New
species Deightoniella rugosa & Diplocladiella cornitumida with new records for the
neotropics. Mycotaxon 102: 39-49.
BONONI,
V.L.R.;
GRANDI,
R.A.P.1998.
Zigomicetos,
Basidiomicetos
e
Deuteromicetos: noções básicas de taxonomia e aplicações biotecnológicas.
(V.L.R. Bononi, org.). Instituto de Botânica, Secretaria de Estado do Meio
Ambiente, São Paulo.
BOOTH, T. 1979. Strategies for study of fungi in marine and marine influenced
ecosystems. Revista de Microbiologia (São Paulo) 10: 123-138.
CARMICHAEL, J. W. 1971. Blastosporos, Aleuriosporos, Chlamydosporos (p. 5070). In: Taxonomy of Fungi Imperfecti. Canadá: University of Toronto Press.
CASTAÑEDA-RUIZ, R. F. 2001. Parámetros empleados para la identificación de
los Hongos conidiales. Pasado y presente en la taxonomía de los hifomicetes.
Revista de protección vegetal, 16 (2-3): 92-101.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 2005. Metodología en el estudio de los hongos
anamorfos. pp. 182-183. In: Anais do V Congresso Latino Americano de
Micologia, Brasília, Brasil.
CASTAÑEDA-RUIZ, R. F.; GENE, J.; GUARRO, J. 2001. A new species of
Rhexoampullifera from leaf litter from Brazil. Mycologia 93 (1): 168-170.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.; GUSMÃO, L.F.P.; ABARCA, G.H.; SAIKAWA, M. 2006.
Some hyphomycetes from Brazil. Two new species of Brachydesmiella, two new
combinations for Repetophragma, and new records. Mycotaxon 95: 261-270.
CRUZ, A.C.R.; GUSMÃO, L.F.P.; CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 2007a. Conidial fungi
from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. Subramaniomyces pulcher sp. nov.
and notes on Sporidesmium circinophorum. Mycotaxon 102: 25-32.
CRUZ, A.C.R.; GUSMÃO, L.F.P.; FERREIRA, S.M.L.; CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.
11
2007b. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. Diplococcium
verruculosum sp. nov. and Lobatopedis longistriatum sp. nov. Mycotaxon 102: 3338.
CRUZ, A.C.R.; LEÃO-FERREIRA, S.M.; BARBOSA, F.R.; GUSMÃO, L.F.P. 2008.
Conidial fungi from semi-arid Caatinga biome of Brazil. New and interesting
Dictyochaeta species. Mycotaxon 106: 15-27.
CRUZ, A.C.R.; SANTA IZABEL, T. S.; LEÃO-FERREIRA, S.M.; GUSMÃO, L.F.P.
2009. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. New species and
new records of Helicosporium. Mycotaxon 110: 53-64.
ELLIS, M.B. 1971. Dematiaceous Hyphomycetes. Commonwealth Mycological
Institute, Kew. England.
FREIRE, F.C.O. 2005. An updated list of plant fungi from Ceará State (Brazil) – I
Hyphomycetes. Revista Ciência Agronômica 36(3): 364-370.
GRANDI, R.A.P. 1985. Hyphomycetes do Estado de São Paulo. 1. Espécies do
cerrado da Reserva Biológica de Moji-Guaçu. Rickia 12: 125-145.
GRANDI, R.A.P. 1990. Hyphomycetes decompositores 1. Espécies associadas às
raízes de Calathea stromata (Horticultural). Revista Brasileira de Biologia 50: 123132.
GRANDI, R.A.P. 1991a. Hyphomycetes decompositores 2. Táxons associados às
raízes de Maranta bicolor Ker. Revista Brasileira de Biologia 51: 133-141.
GRANDI, R.A.P. 1991b. Hyphomycetes decompositores 4. Espécies associadas
às raízes de Ctenanthe oppenheimiana Sond. Acta Botanica Brasilica 5: 13-23
GRANDI, R.A.P. 1992. Hyphomycetes decompositores 3. Espécies associadas às
raízes de Stromanthe sanguinea Sond. Revista Brasileira de Biologia 52: 275-282.
GRANDI, R.A.P. 1998. Hyphomycetes decompositores do folhedo de Alchornea
triplinervea (Spreng.) Mull. Arg. Hoehnea 25(2): 133-148.
GRANDI, R.A.P. 2004. Anamorfos da Serapilheira nos Vales dos Rios Moji e
Pilões, município de Cubatão, São Paulo, Brasil. Hoehnea 31(3): 225-238.
GRANDI, R.A.P.; GUSMÃO, L.F.P. 1995. Espécies de Gyrothrix (Hyphomycetes)
no folhedo de Cedrela fissilis Vell., em Maringá, PR, Brasil. Hoehnea 22 (1/2):
191-196
GRANDI, R.A.P.; GUSMÃO, L.F.P. 1996. Hyphomycetes decompositores de
raízes de Calathea zebrina (Sims) Lindl. (Matantaceae), provenientes da Reserva
Biológica do Alto da Serra de Paranapiacava, Santo André, SP, Brasil. Revista
12
Brasileira de Botânica 19(2): 165-172.
GRANDI, R.A.P.; GUSMÃO, L.F.P. 2002a. O gênero Subulispora Tubaki (Fungos
mitospóricos-Hyphomycetes) sobre folhas em decomposição no Estado de São
Paulo, Brasil. Hoehnea 29(1): 31-36.
GRANDI, R.A.P.; GUSMÃO, L.F.P. 2002b. Hyphomycetes decompositores do
folhedo de Tibouchina pulchra Cogn. Revista Brasileira de Botânica 25(1): 79-87.
GUSMÃO, L.F.P. 2001. Espécies de Cylindrocladium (Fungi-Hyphomycetes)
associadas a folhas de Miconia cabussu Hoehne. Sitientibus 1(2): 120-125.
GUSMÃO, L.F.P. 2003. Microfungos associados a folhas em decomposição de
plantas nativas de Campos Rupestres do estado da Bahia, Brasil. Tese de
doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
GUSMÃO, L.F.P.; BARBOSA, F.R. 2005. Hemibeltrania (anamorphic fungi
Hyphomycetes) from Bahia state, Brazil. Sitientibus – Série Ciências Biológicas 5:
17-19.
GUSMÃO, L.F.P.; GRANDI, R.A.P. 1996. Espécies do Grupo Beltrania
(Hyphomycetes) associadas a folhas de Cedrela fissilis Vell. (Meliaceae), em
Maringá, PR, Brasil. Hoehnea 23(1) :91-102.
GUSMÃO, L.F.P.; GRANDI, R.A.P. 1997. Hyphomycetes com conidioma dos tipos
esporodóquio e sinema associados à folhas de Cedrela fissilis (Meliaceae), em
Maringá, PR, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 11(2): 123-133.
GUSMÃO, L.F.P.; GRANDI, R.A.P. 2001. A new Neojohnstonia species from
Brazil. Mycotaxon 80: 97-100.
GUSMÃO, L.F.P.; GRANDI, R.A.P.; MILANEZ, A. I. 2000.A new species of
Beltraniopsis from Brazil, with a key to know species. Mycological Research
104(2): 251-253.
GUSMÃO,L.F.P.; GRANDI,R.A.P.; MILANEZ, A. I. 2001. Hyphomycetes from leaf
litter of Miconia cabussu in the Brazilian Atlantic rain forest. Mycotaxon 79: 201213.
GUSMÃO, L. F. P.; BARBOSA, F. R.; BARBOSA, F. F. 2006. Fungos conidiais
(161-201). In: Diversidade e caracterização dos fungos do semi-árido brasileiro.
Ministério da Ciência e Tecnologia. Recife: Associação Plantas do Nordeste.
13
GUSMÃO L.F.P.; LEÃO-FERREIRA, SM; MARQUES, M.F.O; ALMEIDA, D.A.C.
2008. New species and records of Paliphora from the Brazilian semi-arid region.
Mycologia 100: 306–309.
HAWKSWORTH, D. L. 1991. The fungal dimension of biodiversity: magnitude,
significance and conservation. Mycological Research 95: 641-655.
HERRERA, T.; ULLOA, M.; 1998 El Reino de los Hungos: Micologia básica e
aplicada, Universidad Nacional Autônoma de México, Fondo de Cultura
Econômica.
HIBBETT, D. S.; BINDER, M.; BISCHOFF, J. F.; BLACKWELL, M.; CANNON, P.
F.; ERIKSSON, O. E.; HUHNDORF, S.; JAMES, T.; KIRK, P. M.; LÜCKING, R.;
THORSTEN LUMBSCH, H.; LUTZONI, F.; MATHENY, P. B.;MCLAUGHLIN, D.
J.; POWELL, M. REDHEAD, S.; SCHOCH, C. L.; SPATAFORA, J. W.;
STALPERS, J.A.; VILGALIS, R.; AIME, M. C.; APTROOT, A.; BAUER, R.;
BEGEROW, D.; BENNY,G. L.; CASTLEBURY, L. A.; CROUS, P. W.; DAI, Y.;
GAMS, W.; GEISER, D. M.;GRIFFITH, G. W.; GUEIDAN, C.; HAWKSWORTH, D.
L.; HESTMARK, G.; HOSAKA, K.; HUMBER, R. A.; HYDE, K. D.;IRONSIDE, J. E.;
KÕLJALG,
U.;
KURTZMAN,
C.
P.;
LARSSON,
K.;
LICHTWARDT,
R.;
LONGCORE, J.; MIADLIKOWSKA, J.; MILLER, A.; MONCALVO, J.; MOZLEYSTANDRIDGE, S.; OBERWINKLER, F.; PARMASTO, E.; REEB, V.; D. ROGERS,
J.; ROUX, C.; RYVARDEN, L.; SAMPAIO, J. P.; SCHÜßLER; SUGIYAMA, J.;
THORN, R. G.; TIBELL, L.; UNTEREINER, W. A.;WALKER, C.; WANG, Z.; WEIR,
A.; WEISS, M.; WHITE, M. M.; WINKA, K.; YAO, Y. & ZHANG, N. 2007. A higherlevel phylogenetic classification of the fungi. Mycological Research, 111: 509-547.
HOLUBOVÁ-JECHOVÁ, V. 1990. Problems in the taxonomy of the dematiaceous
hyphomicetes. Botanical Institute Czechoslovak Academy of Science, Studies in
Mycology, 32: 41-48.
HUGHES, S.J. 1953. Conidiophores, conidia, and classification. Canadian Journal
of Botany 31: 577-659.
JAMES.T.Y.;LETCHER,P.M.;LONGCORE,J.E.;MOZLEY-STANDRIDGE,SHARON
E.; POWELL, M. J. ; PORTER. D.; POWELL, MARTHA J.; GRIFFITH .G. W. &
VILGALYS.
R.
2006.
A
molecular
phylogeny
of
the
flagellated
fungi
(Chytridiomycota) and description of a new phylum (Blastocladiomycota).
Mycologia, 98(6), pp. 860-871
14
KATZ, B. 1981. Preliminary results of leaf litter-decomposing microfungi survey.
Acta Amazônica 11(2): 410-411.
KENDRICK, W.B. 1971. Taxonomy of Imperfect fungi. University of Toronto Press,
Toronto.
KENDRICK, W.B. 1992. The Fifth Kingdom. Waterloo, Mycologue Publications.
KIRK, P. M.; CANNON, P. F.; DAVID, J. C.; STALPERS, J. A. 2001. Ainsworth
and Bisby’s Dictionary of the fungi. 9th ed. CABI: Wallingford 654p.
KIRK P.M; CANNON P.F; MINTER, D.W; STALPERS, J.A. 2008. Ainsworth and
Bisby’s dictionary of the fungi. 10th ed. Wallingford, CAB International.
JUNQUEIRA,
M.E.R;
BIANCHINIR,
.S.
2006.
O
gênero
Evolvulus
L.
(Convolvulaceae) no município de Morro do Chapéu, BA, Brasil. Acta Bot.
Bras. 20(1): 157-172.
LEÃO-FERREIRA, S.M.; CRUZ, A.C.R.; CASTAÑEDA RUIZ, R. F.; GUSMÃO,
L.F.P. 2008. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil.
Brachysporiellina fecunda sp. nov. and some new records for Neotropica.
Mycotaxon 104: 309-312.
MAIA, L.C. 2003. Coleções de fungos nos herbários brasileiros: estudo preliminar.
Pp.21-40. In: Peixoto, A.L. (Org.). Coleções biológicas de apoio ao inventário, uso
sustentável e conservação da biodiversidade. Rio de Janeiro, Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
MAIA, L.C.; YANO-MELO, A.M. ; CAVALCANTI, M.A. 2002. Diversidade de
fungos no Estado de Pernambuco. Pp. 15-50. In: M. TABARELI & J.M.C. SILVA
(orgs.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco. Ed. Massangana, Recife.
MARQUES, M. F. O; MORAES V. O. J. ; LEÃO- SANTOS, S. M.; GUSMÃO,
L.F.P; MAIA, L.C. 2007a. Fungos conidiais lignícolas em um fragmento de Mata
Atlântica, Serra da Jibóia, BA. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v.
5, supl. 2, p. 1186-1188.
MARQUES, M.F.O.; BARBOSA, F.R.; GUSMÃO, L.F.P.; CASTAÑEDA RUIZ,
R.F.; MAIA, L.C. 2007b. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of
Brazil. Cubasina microspora sp. nov., a note on C. albofusca, and some new
records for South America. Mycotaxon 102: 17-23.
15
MAURY, C.M. (org.). 2002. Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias
para conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da
biodiversidade brasileira. Brasília, Ministério do Meio Ambiente.
MERCADO-SIERRA, A. 1984. Hifomicetes Demaciáceos de Sierra del Rosario,
Cuba. Editorial Academia. Academia de Ciências de Cuba, Instituto de Botânica.
La Habana.
MUCHOVEJ, J.J. 1980. A new species of Acroconidiella from Brazil. Mycologia
72: 1045-1047.
ROCHA, A.J.D.; COSTA, I.V.G. (org.). 1995. Projeto mapas municipais do
município de Morro do Chapéu. Salvador, Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais.
SACCARDO, P.A. 1886. Syllogue Fungorum IV. Hyphomycetae. Padua.
SAKANE, M. 1989. Organização de herbário. In: técnicas de coleta, preservação
e herborização de material botânico. (coord. Por Oswaldo Fidalgo e Vera Lúcia R.
Bononi). São Paulo: Instituto de Botânica.
SCHOENLEIN-CRUSIUS, I.H.; MILANEZ, A.I. 1990. Hyphomycetes aquáticos no
Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 13: 61-68.
SCHUSSLER, A., SCHWARZOTT, D.; WALKER, C. 2001. A new fungal
phylum,the Glomeromycota: phylogeny and evolution. Mycological Research 105:
1413-1421.
SILVA, M.; MINTER, D.W. 1995.Fungi from Brazil, recorded by Batista and
Co.workers. Mycological Papers 169: 1-585.
SIQUEIRA, J.O.; FRANCO, A.A. 1998. Biotecnologia do solo. Ministério da
Educação-Esal, Brasília.
SUBRAMANIAN, C. V. 1962. The classification of hyphomycetes. Bulletin of the
Botanical Survey of India, 4:249-259.
SUTTON, B.C.; HODGES JUNIOR, C.S. 1975a. Eucalyptus microfungi: Codinaea
and Zanclospora species from Brazil. Nova Hedwigia 26: 517-525.
SUTTON, B.C.; HODGES JUNIOR, C.S. 1975b. Eucalyptus microfungi: two new
Hyphomycetes genera from Brazil. Nova Hedwigia 26: 527-533.
SUTTON, B.C.; HODGES JUNIOR, C.S. 1976a.
Eucalyptus microfungi:
Microdochium and Phaeoisaria species from Brazil. Nova Hedwigia 27: 215-222.
SUTTON, B.C.; HODGES JUNIOR, C.S. 1976b. Eucalyptus microfungi: some
setose Hyphomycetes with phialides. Nova Hedwigia 27: 343-352.
16
SUTTON,
B.C.;
HODGES
JUNIOR,
C.S.
1977.
Eucalyptus
microfungi:
Miscellaneous Hyphomycetes. Nova Hedwigia 28: 487-498.
TUBAKI, K. 1958. Studies on Japanese Hyphomycetes. V. Leaf and stem group
with a discussion of the classification of Hyphomycetes and their perfect stages.
Journal of the Hattori Botanical Laboratory, 20:142-244.
TUBAKI, K. 1963. Taxonomic study of hyphomycetes. Ann. Rep. Institute For
Fermentation Osaka, 1:25-54.
VELLOSO, A.L.; SAMPAIO, E.V.S.B.; PAREYN, F.G.C. 2002. Ecorregiões
propostas para o Bioma Caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste APNE, Instituto de Conservação Ambiental, The Nature Conservancy do Brasil.
76p.
17
CAPÍTULO 1
FUNGOS CONIDIAIS NO MORRO DO CHAPÉU-BA: NOVOS
REGISTROS PARA O CONTINENTE AMERICANO, NEOTRÓPICO,
AMÉRICA DO SUL E BRASIL
Artigo submetido à Revista Rodriguesia.
18
Abstract
During investigation of conidial fungi from dead plant material in an area of
extreme biological importance at Caatinga biome, municipality of Morro do
Chapéu, State of Bahia, some new records for American continent, Neotropica,
South America and Brazil were found. Dendryphiopsis biseptata Morgan-Jones,
R.C. Sinclair & Eicker and Virgariella atra S. Hughes are new records for American
continent; Dictyochaeta matsushimae (Hewings & J.L. Crane) Whitton, McKenzie
& K.D. Hyde and Endophragmiella boothii (M.B. Ellis) S. Hughes are reported for
the first time for Neotropica; Anungitea palustris R.F. Castañeda & W.B. Kendr.,
Dictyochaeta anam. of Chaetosphaeria dingleyae S. Hughes, W.B. Kendr. &
Shoemaker , Dictyochaeta anam. of Chaetosphaeria pulchriseta S. Hughes, W.B.
Kendr. & Shoemaker, Eversia parvula Hol.-Jech., Gyrothrix hughesii Piroz. and
Minimelanolocus navicularis (R.F. Castañeda) R.F. Castañeda are new records to
South America; Endophragmiella pallescens B. Sutton, Helicoubisia coronata
Lunghini & Rambelli and Selenodriella ponmudiensis (Varghese & V.G. Rao) R.F.
Castañeda & Saikawa are reported for the first time for Brazil. Description,
comments, geographical distribution and illustrations are present for the species.
Key word - anamorfic fungi, biodiversity, leaf litter, taxonomy.
Resumo
Durante a investigação de fungos conidiais associados a materiais vegetais em
decomposição em uma área de extrema importância biológica no bioma Caatinga,
município de Morro do Chapéu, estado da Bahia, alguns novos registros para o
continente Americano, América do Sul, Neotrópico e Brasil foram encontrados.
Dendryphiopsis biseptata Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker e Virgariella atra
S. Hughes são novos registro para o continente Americano; Dictyochaeta
matsushimae (Hewings & J.L. Crane) Whitton, McKenzie & K.D. Hyde,
Endophragmiella boothii (M.B. Ellis) S. Hughes são reportados pela primeira vez
para o Neotrópico; Anungitea palustris R.F. Castañeda & W.B. Kendr.,
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria dingleyae S. Hughes, W.B. Kendr. &
Shoemaker , Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria pulchriseta S. Hughes, W.B.
Kendr. & Shoemaker, Eversia parvula Hol.-Jech., Gyrothrix hughesii Piroz. e
Minimelanolocus navicularis (R.F. Castañeda) R.F. Castañeda são novos
19
registros para América do Sul; Endophragmiella pallescens B. Sutton, Helicoubisia
coronata Lunghini & Rambelli, Selenodriella ponmudiensis (Varghese & V.G. Rao)
R.F. Castañeda & Saikawa são reportados pela primeira vez para o Brasil.
Descrições, comentários, distribuição geográfica e ilustrações são apresentadas
para as espécies.
Palavras-chave: biodiversidade, fungos anamórficos , serapilheira, taxonomia,.
20
Introdução
A região semi-árida brasileira compreende uma área de 970.000 Km2, o
que equivale a 11% do território nacional (Ministério da Integração Nacional,
2005), abrangendo o norte de Minas Gerais e quase todos os estados do
Nordeste, excluindo-se o Maranhão. Nessa região o aspecto fitofisionômico
predominante é a caatinga, ocorrendo outros tipos vegetacionais como matas
úmidas, matas estacionais, cerrados, tabuleiros e campos rupestres (AndradeLima, 1981).
O presente estudo foi realizado no município de Morro do Chapéu, situado
ao
Norte
da
Chapada
Diamantina
(10º40'–11º50'S
e
40º50'–41º20'W),
considerado área de extrema importância biológica (Velloso et al., 2002). A região
possui uma tipologia vegetal única de Caatinga, que não se encontra
representada em nenhuma das outras Unidades de Conservação no semi-árido
(Maury, 2002). Além da vegetação típica de Caatinga, a região apresenta outras
formações
vegetacionais
como
Campo
Rupestre,
Florestas
Estacionais,
vegetação de Dunas Interiores e áreas de transição (Junqueira & Bianchini,
2006), sendo uma região considerada de alta diversidade e com poucas Unidades
de Conservação.
O conhecimento da diversidade de fungos conidiais na região semi-árida
brasileira é bastante pontual (Gusmão et al., 2006). Diversos trabalhos publicados
recentemente têm revelado novas espécies e novos registros destes fungos,
ampliando consideravelmente a distribuição geográfica mundial de diversas
espécies (Barbosa et al., 2007; Castañeda-Ruiz et al., 2006; Cruz et al., 2007a,b,
2008, 2009; Gusmão et al., 2008; Leão-Ferreira et al., 2008; Marques et al.,
2007).
Esse trabalho teve como objetivo realizar a caracterização das espécies
que constituem novos registros para o Continente Americano, Neotrópico,
América do Sul e Brasil, coletadas em áreas de caatinga, campo rupestre e mata
estacional presentes na região de Morro do Chapéu, BA.
Materiais e métodos
Quatro coletas foram realizadas, entre maio de 2008 e fevereiro de 2009,
onde substratos vegetais em decomposição (cascas, folhas e galhos) foram
coletados em seis pontos distintos, escolhidos ao acaso, sendo um de caatinga,
21
um de campo rupestre e quatro de floresta estacional. A técnica de amostragem
para a coleta da serapilheira foi através do método de parcelas, que consistiu em
traçar em cada ponto uma área de 10x10 m, subdividida em quatro quadrados de
5 x 5 m. Em cada quadrado foi coletado uma unidade de cada substrato: folha,
casca e galho em decomposição. As amostras coletadas foram acondicionadas
separadamente em sacos de papel Kraft transportadas ao laboratório e
submetidas à técnica de lavagem em água corrente (Castañeda-Ruiz, 2005).
Após secagem, as amostras foram acondicionadas em câmaras-úmidas. Após
três e durante 30 dias as estruturas de reprodução dos fungos foram observadas
sob estereomicrocópio, coletadas com auxílio de agulhas finas (tipo insulina) e
transferidas para meio de montagem permanente com resina PVL (álcool
polivinílico + lactofenol). A identificação das espécies foi realizada comparando as
estruturas reprodutivas encontradas com as descrições apresentadas em
bibliografia especializada. O material foi depositado no Herbário da Universidade
Estadual de Feira de Santana (HUEFS).
Resultados e Discussão
Foram encontradas 83 espécies de fungos conidiais, das quais, duas
representam novos registros para o continente americano, dois para o Neotrópico,
seis para a América do Sul e três para o Brasil. A maioria das espécies foram
coletadas sobre folhas (51), seguido de cascas (28) e galhos (23).
Anungitea palustris R.F. Castañeda & W.B. Kendr., Univ. Waterloo Biol. Ser. 35:
10. 1991.
Fig. 1–4
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, simples, solitários ou em
grupos, eretos, retos, septados, lisos, castanhos a castanho-claros, subhialinos no
ápice, 34,5–127,5 × 4,5–6 µm; células conidiogênicas poliblásticas, integradas,
raramente evidentes, terminais, raramente laterais; dentículos proeminentes, 1–2
µm de compr.; conídios catenulados, cilíndricos a fusiformes, secos, lisos, 1–
septados, raramente 0–septados, hialinos, 13,5–18 × 1,5–2,0 µm.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 12/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155095).
Distribuição geográfica: Cuba (Castañeda-Ruiz & Kendrick, 1991).
22
O gênero Anungitea B. Sutton é caracterizado pelos conídios solitários ou
formando cadeias simples, surgindo de dentículos conspícuos (Sutton, 1973;
Castañeda-Ruiz et al., 1997). O gênero é composto por 13 espécies (CastañedaRuiz & Kendrick, 1997). Anungitea palustris pode ser comparada com A. fragilis B.
Sutton pela morfologia do conídio, no entanto, essa espécie apresenta células
conidiogênicas integradas, conídios castanho-claros e maiores (Sutton, 1973). O
material examinado está de acordo com a descrição apresentada por CastañedaRuiz & Kendrick (1991). Este é o segundo registro da espécie para o mundo e o
primeiro para a América do Sul.
Dendryphiopsis biseptata Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker. Mycotaxon 17:
304. 1983.
Fig. 5–6
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários ou em grupos,
eretos, retos ou levemente flexuosos, ramificados no ápice, septados, lisos ou
verrucosos, castanhos a castanho-escuros, 60–210 × 7,5–9 µm; células
conidiogênicas
monotréticas,
integradas,
subglobosas,
cilíndricas,
lisas,
castanhas a castanho-claras, 12–18 × 6–9 µm; conídios solitários, secos,
elipsóides a obovóides, lisos, 2-septados, raramente 1-septados, castanhos, 33–
42 × 18–21 µm.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 28/XII/2007, D.S. Santos s.n.
(HUEFS 134726).
Distribuição geográfica: África do Sul (Morgan-Jones et al., 1983).
Dendryphiopsis S. Hughes inclui cinco espécies (CABI, 2010). Dendryphiopsis
biseptata assemelha-se a D. atra (Corda) S. Hughes pela morfologia do
conidióforo e do conídio, porém, distingui-se pelo número de septos nos conídios
(Morgan-Jones et al.,1983). Dendryphiopsis biseptata foi descrito originalmente
com conidióforos lisos, no entanto, no material estudado estes se apresentaram
verrucosos. Este é o segundo registro para o mundo e o primeiro para o
continente americano.
23
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria dingleyae S. Hughes, W.B. Kendr. &
Shoemaker, N.Z. Jl Bot. 6: 343. 1968.
Fig. 7–8
Setas eretas, retas ou flexuosas, septadas, lisas, ápice arredondado,
castanhas a castanho-escuras, castanho-clara no ápice, 97,5–150 × 5–5,5 µm;
conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários ou em grupos de 2–4
associados a uma seta, eretos, retos ou ligeiramente flexuosos, septados, lisos,
castanho-claros, 37,5–73,5 × 2,5–3,5 µm; células conidiogênicas monofialídicas,
integradas, terminais, lisas, determinadas, com colaretes proeminentes; conídios
solitários, agregados em mucilagem, falcados a fusiformes, lisos, 1-septados,
hialinos, 12–15 × 1–1,5 µm; uma sétula em cada extremidade, 5,5–8,5 µm de
compr.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 06/XII/2007, D.S. Santos s.n.
(HUEFS 134727).
Distribuição geográfica: Nova Zelândia (Hughes & Kendrick, 1968), Estados
Unidos da América (Raabe et al., 1981), Austrália (Whitton et al., 2000), México
(Abarca et al., 2004).
A combinação dos caracteres, conídios 1-septados, uma sétula nas
extremidades e a presença de seta, são encontradas em quatro espécies:
Dictyochaeta malaysiana Kuthub., D. novae-guineensis (Matsush.) A.I. Romero,
D. tortuosa (B. Sutton) Whitton, McKenzie & K.D. Hyde e Dictyochaeta anam. de
Chaetosphaeria dingleyae (Kuthubutheen & Nawawi, 1991a). Dictyochaeta
malaysiana e D. novae-guineensis possuem conídios mais largos (3–4 µm e 2,53,5 µm, respectivamente) e D. tortuosa apresenta setas tortuosas (Kuthubutheen
& Nawawi,1991a; Whitton et al., 2000). As características do material examinado
estão de acordo com o referido na literatura por Hughes & Kendrick (1968) e
Whitton et al. (2000). Esta é a primeira referência da espécie para a América do
Sul.
24
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria pulchriseta S. Hughes, W.B. Kendr. &
Shoemaker, N.Z. Jl Bot. 6: 356. 1968.
Fig. 9–11.
Setas eretas, retas ou ligeiramente flexuosas, septadas, lisas, castanhas,
penúltima célula geralmente castanho-escura, 168–330 × 5–7 µm; conidióforos
macronemáticos, mononemáticos, solitários ou em grupos ao redor da seta,
eretos, retos ou flexuosos, septados, lisos, castanhos a castanho-claros, 25,5–45
× 3,6–5 µm; células conidiogênicas polifialídicas, com até três proliferações
sucessivas, integradas, terminais, com colaretes; conídios 0-septados, solitários,
agrupados em mucilagem, falcados a fusiformes, ligeiramente curvos, gutulados,
lisos, hialinos, 15–25 × 1,8–4 µm, com uma sétula em cada extremidade, 1,5–3
µm.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 24/XII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155085); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 08/VI/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155086), idem,
21/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155087), idem, 24/XII/2008, T.S. Santa
Izabel s.n. (HUEFS 155088); sobre galho em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155089), idem , 07/I/2008,
T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155090).
Distribuição geográfica: Estados Unidos da América e Nova Zelândia (Hughes &
Kendrick, 1968), Cuba e República Tcheca (Holubová-Jechová, 1984), Malásia
(Kuthubutheen & Nawawi, 1991b), Brunei, China (Whitton et al., 2000).
Setas com a penúltima célula castanho-escura, conídios multigutulados
estão presentes em, Dictyochaeta vittata Kuthub. & Nawawi e D. intermedia
Gusmão & Leao-Ferreira (Cruz et al., 2008).
Dictyochaeta
anam.
de
Chaetosphaeria pulchriseta difere das espécies relacionadas pelas sétulas
menores. O material examinado está de acordo com as descrições apresentadas
por Kuthubutheen & Nawawi (1991b) e Holubová-Jechová (1984). Este constitui o
primeiro registro da espécie para América dos Sul.
25
Dictyochaeta matsushimae (Hewings & J.L. Crane) Whitton, McKenzie & K.D.
Hyde, Fungal Diversity 4: 140. 2000.
Bas .: Codinaea matsushimae Hewings & J.L. Crane, Mycotaxon 13(2): 423. 1981.
Fig. 12–14.
Setas solitárias, eretas, retas ou flexuosas, lisas, castanho-escuras na
base,
castanho-claras
no
ápice,
300–360
×
4,5–6
μm;
conidióforos
macronemáticos, mononemáticos, eretos, retos ou flexuosos, simples, lisos,
castanho-claros, 40,5–66 × 4,5–6 μm; células conidiogênicas mono ou
polifialídicas, determinadas, integradas, lageniformes, lisas, subhialinas, 25,5–
34,5 × 2–3,5 μm; conídios falcados a alantóides, 3-septados, hialinos, 21–25,5 ×
3–4,5 μm; com uma sétula em cada extremidade, 9–12 μm de compr.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 29/VIII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 134724); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 17/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155084).
Distribuição geográfica: Estados Unidos da América (Hewings & Crane, 1981);
Antiga União Soviética (Farr & Rossman, 2009).
Conídios 3-septados, com sétulas nas extremidades, são observados em
Dictyochaeta matsushimae, D. caatingae A.C. Cruz & Gusmão, D. macrospora
Kuthub. & Nawawi e D. triseptata (Matsush.) R.F. Castañeda. Destas, D.
macrospora e D. triseptata não apresentam setas; a presença de seta é
observada em D. caantigae, a qual se diferencia de D. matsushimae pelos
conídios maiores e sétulas inconspícuas (Castañeda-Ruiz, 1986; Kuthubutheen &
Nawawi, 1991a; Cruz et al., 2008). O material examinado está de acordo com a
descrição de Hewings & Crane (1981). Este constitui o primeiro registro para o
Neotrópico.
Endophragmiella boothii (M.B. Ellis) S. Hughes, N.Z. Jl Bot. 17(2): 147. 1979.
Bas .: Endophragmia boothii M.B. Ellis, Mycol. Pap. 72: 35. 1959.
Fig. 15–17
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários ou em grupos,
eretos, retos ou levemente flexuosos, 4–6 septados, simples, lisos, castanhos,
92–189 × 4–6 μm; células conidiogênicas terminais, cilíndricas, ápice truncado,
lisas, 2–4 proliferações percurrentes, castanho-claras, 3–4 μm de larg.; conídios
26
solitários, secos, obpiriformes, 3–septados, lisos, lúmen celular reduzido,
castanhos a castanho-claros, 18–22,5 × 9–12 μm; ápice arredondado, base
truncada, 2–3 μm larg. Secessão rexolítica.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 17/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS155091);
sobre
casca
em
decomposição
de
dicotiledônea
não
identificada, 28/VII/2008, D.S. Santos s.n. (HUEFS 148831).
Distribuição geográfica: Reino Unido (Ellis, 1971); Estados Unidos da América
(como Endophragmia boothii, Sutton, 1978); Nova Zelândia (Hughes, 1979) China
(Wu & Zhuang, 2005).
Endophragmiella B. Sutton foi proposto com a espécie tipo E. pallescens B.
Sutton, para acomodar espécies anteriormente incluídas em Endophragmia
Duvernoy & Maire que apresentam conídios com secessão rexolítica e células
conidiogênicas com proliferações percurrentes (Hughes 1979; Castañeda-Ruiz et
al., 1995). Na classificação proposta por Hughes (1953), Endophragmiella foi
incluído entre as espécies anelóforas, cuja proliferação ocorre através das
cicatrizes/anéis (Wang, 1990). Endophragmiella boothii difere das demais
espécies do gênero pelos conídios triseptados com o lúmen célular reduzido (Wu
& Zhuang, 2005). O material examinado apresenta morfologia semelhante que as
apresentadas por Wu & Zhuang (2005), porém, apresentou conídios menores que
os descritos por Ellis (1959). Este constitui o primeiro registro para o Neotrópico.
Endophragmiella pallescens B. Sutton, Mycol. Pap. 132: 62. 1973.
Fig. 18–21
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários ou em grupos,
eretos, retos ou flexuosos, septados, simples, lisos, castanhos, castanho-claros
no ápice, 50–150 × 4,5– 6,5 μm; células conidiogênicas terminais, cilíndricas,
ápice truncado, lisas, proliferações anelídicas; conídios solitários, secos,
elipsóides, célula basal maior que a apical, 1–septados, septos espessos e
escurecidos, lisos, castanhos, 12–16 × 4,5–7,5 μm. Secessão rexolítica.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 15/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155092).
27
Distribuição geográfica: Canadá (Sutton, 1973); Argentina (Romero & Pildain,
2003); China (Wu & Zhuang, 2005); Inglaterra (Farr & Rossman, 2009).
Endophragmiella pallescens assemelha-se a E. uniseptata (M.B. Ellis) S.
Hughes pelos conídios 1-septados, elipsóides com célula basal maior que a apical
, no entanto, E. uniseptata possui conídios maiores (Hughes, 1979). O material
examinado difere do descrito por Sutton (1973), no que se refere à ramificação
dos conidióforos e na presença de conídios 1–2-septados. No entanto, o
espécime estudado está de acordo com a descrição apresentada por Wu &
Zhuang (2005). Esta é a primeira ocorrência para o Brasil.
Eversia parvula Hol.-Jech., Česká Mykol. 41(1): 31. 1987.
Fig. 22–23
Conidioma
em
esporodóquio;
conidióforos
semi-macronemáticos
a
macronemáticos, retos ou flexuosos, simples ou ramificados, septados, castanhoclaros, 40–60 × 3–4 μm; células conidiogênicas holoblásticas, integradas,
terminais,
cilíndricas,
com
proliferações
percurrentes;
conídios
solitários,
oblongos, secos, aplanados, muriformes, lisos, formados por dois braços unidos,
castanho-claros a castanhos, célula basal subhialina, 18–24 × 7.5–10,5 μm.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição, 09/VI/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155094), 13/X/2008,
D.S. Santos s.n. (HUEFS 148832).
Distribuição geográfica: Cuba (Holubová-Jechová, 1987); antiga União Soviética
(Melnik, 2000); México (Heredia-Abarca et al., 2004).
Eversia J.L. Crane & Schokn. é constituído por duas espécies, E. parvula e
E. subopaca (Cooke & Ellis) Crane & Schokn. que se diferenciam pelo número de
braços no conídio. Em E. subopaca os braços ocorrem em número de 3-4,
enquanto E. parvula possui dois braços (Holubová-Jechová, 1987). O material
examinado apresenta conidióforos maiores e conídios mais largos que os
descritos por Holubová-Jechová (1987) e Heredia-Abarca et al. (2004). Não foi
observada a formação de anelações conspícuas castanho-escuras na região
apical dos conidióforos, entretanto, as demais características do material
examinado possibilitam o enquadramento do espécime em E. parvula. Este é o
primeiro registro da espécie para a América do Sul.
28
Gyrothrix hughesii Piroz. Mycol. Pap. 84: 22. 1962.
Fig. 24–26
Setas eretas, septadas, 3–5 níveis de ramificações verticiladas, em curvas
ascendentes, lisas, castanhas, 82,5–105 × 2–3 µm; conidióforos ausentes; células
conidiogênicas poliblásticas, evidentes, surgindo lateralmente à superfície da hifa
somática ou da base da seta, obclavadas a lageniformes, subhialinas 6–7,5 × 3–
4,5 µm; conídios cilíndricos a fusiformes, arranjados numa fina camada
esbranquiçada na base da seta, hialinos, 13,5–15 × 1,5–2 µm
Material examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, T. S. Santa Izabel, 07/VIII/08 s.n.
(HUEFS 155098).
Distribuição geográfica: Paquistão (Pirozinski, 1962); Cuba (Mercado Sierra &
Mena Portales, 1995); Caribe, Gana, Serra Leoa, Sudão, (Farr & Rossman, 2009)
Gyrothrix foi proposto por Corda em 1884 e é caracterizado por apresentar
setas
ramificadas,
lisas
ou
verrucosas,
conidióforos
ausentes,
células
conidiogênicas poliblásticas, lageniformes a subuladas, subhialinas a hialinas e
conídios falcados, cilíndricos ou fusiformes. Gyrothrix hughesii é semelhante a G.
inops (Berlese) Piroz. e G. ramosa Zucconi & Onofri pela presença de setas
verticiladas (Pirozynski, 1962; Zucconi & Onofri, 1989). Gyrothrix inops se
diferencia de G. hughesi pelas setas maiores, levemente verrucosas e com
ramificações opostas (Pirozynski, 1962). Gyrothrix ramosa possui setas
verrucosas maiores, com ápice curvo e filiforme (Zucconi & Onofri, 1989). Este
constitui o primeiro registro para a América do Sul.
Helicoubisia coronata Lunghini & Rambelli, Micol. Ital. 8(1): 21. 1979.
Fig. 27–29
Sin .: Moorella monocephala Matsush., Matsush. Mycol. Mem. 7: 58. 1993.
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários, eretos, retos,
simples, septados, lisos, castanho-escuros, 63–107 × 4–6 µm; ápice inflado com
quatro células conidiogênicas em verticilo; células conidiogênicas holoblásticas,
evidentes, denticuladas, terminais, determinadas, subglobosas, lisas, castanhoclaras, 3,5–4 × 2,5–3 µm; conídios solitários, lisos, secos, enrolado 1 vez., 6–8
septados, simples, castanho-claros a subhialinos, 8–11 µm diâm.; largura do
filamento do conídio 2,5–4 µm.
29
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 25/VII/2008, D.S. Santos s.n.
(HUEFS 137808).
Distribuição geográfica: Costa do Marfim (Lunghini & Rambelli 1979); Equador e
Peru (como Moorella monocephala; Matsushima, 1993); Índia (Vittal & Dorai,
1995); China (Lu et al., 2000); Tailândia (Pinnoi et al., 2006).
O gênero monotípico Helicoubisia foi introduzido por Lunghini & Rambelli
(1979) com a espécie tipo H. coronata. Matsushima (1993) propôs uma nova
espécie para o gênero Moorella P. Rag. Rao & D. Rao, M. monocephala
Matsush., que apresentava as mesmas características de H. coronata. Pinnoi et
al. (2004) analisando esses dois gêneros, propuseram a sinonimização de M.
monocephala com H. coronata. O material examinado está de acordo com o
descrito por Lunghini & Rambelli (1979), exceto pela largura do filamento do
conídio, que no material examinado possui maiores dimensões. Esta representa a
primeira referência da espécie para o Brasil.
Minimelanolocus navicularis (R.F. Castañeda) R.F. Castañeda, Cryptog. Mycol.
22(1): 9. 2001.
Bas.: Pseudospiropes navicularis R.F. Castañeda, Fungi Cubenses II (La
Habana): 10. 1987.
Fig. 30–32
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, simples, solitários, ou em
grupos, eretos ou semi-prostados, retos ou flexuosos, septados, lisos, castanhos,
castanho-claros no ápice, 45–155 × 4–5 µm; células conidiogênicas poliblásticas,
integradas, terminais, simpodiais, lócus conidiogênico inconspícuo; conídios
solitários, naviculados, secos, lisos, 3–septados, raramente 2–septado, septos
escurecidos, células polares subhialinas a castanho-claras, células centrais
castanho-escuras, 18–23 X 6,5–8,0 µm.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 28/VII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155099), idem, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155100).
Distribuição Geográfica: Cuba (Castañeda-Ruiz et al., 1987).
Minimelanolocus R.F. Castañeda & Heredia foi estabelecido, com a
espécie tipo M. navicularis, para acomodar espécies anteriormente incluídas em
30
Pseudospiropes M.B. Ellis, que apresentam conídios euseptados surgindo de
células conidiogênicas poliblásticas, integradas, com proliferações simpodiais
holoblásticas, raramente enteroblásticas e com lócus conidiogênico inconspícuos
ou com uma pequena proeminência (Castañeda-Ruiz et al., 2001). O gênero é
composto atualmente por 18 espécies (Ma et. al., 2008; Zhang et al., 2009).
Minimelanolocus navicularis difere das demais espécies do gênero pelos conídios
naviculados (Castañeda-Ruiz et al., 1987). O material examinado tem morfologia
equivalente a apresentada por Castañeda-Ruiz et al. (1987), diferindo apenas
pelos conidióforos maiores. Esta espécie é reportada pela primeira vez para a
América do Sul.
Selenodriella ponmudiensis (Varghese & V.G. Rao) R.F. Castañeda & Saikawa
Mycotaxon 85: 225. 2003.
Bas.: Circinotrichum ponmudiensis Varghese & V.G. Rao Bot. Notiser 131(2): 215.
1978.
Fig. 33–35
Conidióforos setiformes, macronemáticos, mononemáticos, simples, eretos,
retos ou flexuosos, septados, castanhos, castanho-claros no ápice, 200–380 µm
de compr., 10–20 µm larg. na base bulbosa, 1,5–2,5 µm larg. no ápice; células
conidiogênicas poliblásticas, surgindo diretamente do conidióforo ou de células
suportes, ampuliformes a lageniformes, na região mediana do conidióforo,
castanho-claras a subhialinas, 3,0–4,5 × 1,5–3,0 µm; região fértil, 75–150 µm;
conídios solitários, clavados, subcilíndricos a alantóides, agregados em
mucilagem, lisos, 0–septados, hialinos 7,2–10,8 × 1,2–1,5 µm.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 31/I/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155096), idem, 16/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155097).
Distribuição Geográfica: Índia (como C. ponmuniensis, Varghese & Rao, 1978);
Cuba (como C. ponmuniensis, Castañeda-Ruiz, 1997); Venezuela (CastanedaRuiz et al., 2003)
Dentre as espécies de Selenodriella R.F. Castañeda & W.B. Kendr.,
apenas S. ponmudiensis e S. inaequilaterospora possuem células conidiogênicas
dispostas apenas lateralmente. No entanto, S. inaequilaterospora se diferencia de
S. ponmudiensis pelas células conidiogênicas lageniformes a subuladas, além
31
dos conídios fusiformes a vermiformes (Castañeda Ruiz & Kendrick, 1991). O
material examinado está de acordo com a descrição apresentada por Varghese &
Rao (1978). Este é o primeiro registro da espécie para o Brasil.
Virgariella atra S. Hughes, Can. J. Bot. 31(5): 654. 1953.
Fig. 36-38
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, simples, eretos, retos ou
flexuosos, septados, lisos, castanho escuros, 180–270 × 4,5–6 µm; células
conidiogênicas poliblásticas, integradas, terminais, cilíndricas, geniculadas, com
proliferações simpodiais; conídios solitários, secos, 0–septados, elipsóides,
subglobosos a ovais, lisos, hilo proeminente, castanho-escuros, 10,5–12 × 10,5–
13 µm.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 11/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155093).
Distribuição Geográfica: Inglaterra (Hughes, 1953); China (Farr & Rossman,
2009).
São aceitas oito espécies de Virgariella S. Hughes (Delgado-Rodriguez &
Mena-Portales,
macronemáticos,
2003).
O
gênero
mononemáticos,
é
caracterizado
simples,
com
pelos
células
conidióforos
conidiogênicas
poliblásticas, integradas, terminais, simpodiais, cilíndricas e conídios solitários,
secos, fusiformes a elipsóides, subesféricos, esféricos, globosos, subglobosos,
lisos ou verrucosos, castanhos (Hughes, 1953; Ellis, 1971; Sutton, 1992; DelgadoRodriguez & Mena-Portales, 2003). Virgariella atra está mais relacionada com V.
globigera (Sacc. & Ellis) S. Hughes, no entanto esta espécie apresenta conídios
globosos a subglobosos e menores (Delgado-Rodriguez & Mena-Portales, 2003).
O material examinado apresentou conidióforos maiores e conídios menores do
que os descritos por Hughes (1953). Este constitui um novo registro para o
continente Americano.
32
Fig. 1–4. Anungitea palustris. 1. Aspecto geral. 2. Detalhe da célula
conidiogênica. 3. Cadeia de conídios (seta). 4. Conídio. 5–6.
Dendryphiopsis biseptata. 5. Aspecto geral. 6. Detalhe da célula
conidiogênica (seta). 7–8. Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria
dingleyae. 7. Aspecto geral. 8. Conídio. 9–11. Dictyochaeta anam. de
Chaetosphaeria pulchriseta. 9. Aspecto geral. 10. Detalhe do conidióforo.
11. Conídio. 12–14. Dictyochaeta matsushimae. 12. Aspecto geral. 13.
Detalhe do conidióforo. 14. Conídios. 15–17. Endophragmiella boothii. 15.
Aspecto geral. 16. Conidióforo. 17. Conídio. Bar= 50µm (33, 36); 20µm (22,
24, 27,30); 10µm (18, 19, 25, 26, 31, 32, 34, 35, 37, 38); 5µm (20, 21, 23,
28, 29).
33
Fig 18–21. Endophragmiella pallescens. 18. Aspecto geral. 19. Detalhe das
proliferações percurrente (seta). 20-21. Conídios. 22–23. Eversia parvula. 22.
Conídios. 23. Conídio. 24–26. Gyrothrix hughesi. 24. Seta. 25. Detalhe das
células conidiogênicas. 26. Conídios. 27–29. Helicoubisia coronata . 27.
Aspecto geral. 28. Detalhe da célula conidiogênica. 29. Conídio. 30–32.
Minimelanolocus navicularis. 30. Conidíoforos. 31. Conídio. 32. Conídios. 33–
35. Selenodriella ponmudiensis. 33. Aspecto geral. 34. Detalhe das células
conidiogênicas. 35. Conídios. 36–38. Virgariella atra. 36. Aspecto geral. 37-38.
Conídios. Bar= 50µm (33, 36); 20µ (22, 24, 27,30); 10µm (18, 19, 25, 26, 31,
32, 34, 35, 37, 38); 5µm (20, 21, 23, 28, 29).
34
Outras espécies encontradas na região de Morro do Chapéu:
Actinocladium rhodosporum Ehrenb., Jahrb. Gewächsk. 1(2): 52. 1819.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 03/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155193); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 12/II/2009.
Atrosetaphiale flagelliformis Matsush., Matsush. Mycol. Mem. 8: 14. 1995.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 17/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155194), idem, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155195).
Beltrania rhombica Penz., Michelia 2 (8): 474. 1882.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 26/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155148), idem, 08/VI//2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155149),
idem, 29/XII /2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155150).
Beltraniella portoricensis (F. Stevens) Piroz. & S.D. Patil, Can. J. Bot. 48(3):
575. 1970.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155151), idem, 17/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155152), idem,
22/XII//2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155153), idem, 23/II//2009, T.S.
Santa Izabel s.n. (HUEFS 155154).
Brachysporiella gayana Bat., Bol Secr. Agric. (Pernambuco) 19(1-2): 109. 1952.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 17/III/2009, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155226); sobre galho em decomposição, 09/VI/2008, T.S. Santa
Izabel s.n. (HUEFS 155227), idem, 21/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS
155228), idem, 08/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155229).
Brachysporiellina fecunda S.M. Leão, Gusmão, R.F. Castañeda & A.C. Cruz,
Mycotaxon 104: 310. 2008.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 08/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155161).
35
Chalara affinis Sacc. & Berl., Atti Inst. Veneto Sci. lett., ed Arti, Sér. 6 3: 741.
1885.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 16/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155188).
Chalara alabamensis Morgan-Jones & E.G. Ingram, Mycotaxon 4(2): 489. 1976.
Material examinado: (HUEFS 155189).
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 11/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155189).
Chloridium virescens var. virescens (Pers.) W. Gams & Hol.-Jech., Stud. Mycol.
13: 17. 1976.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 27/XII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155162).
Chloridium transvaalense Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker, Mycotaxon 17:
301. 1983.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 08/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155163); sobre galho em decomposição de dicotiledônea não
identificada , 27/XII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155164).
Circinotrichum maculiforme Nees, Syst. Pilze (Würzburg): 19. 1816.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 09/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155224).
Circinotrichum olivaceum (Speg.) Piroz., Mycol. Pap. 84: 6. 1962.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155221), idem, 17/III/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155222).
Circinotrichum falcatisporum Piroz., Mycol. Pap. 84:7. 1962.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 17/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155223).
Cordana musae (Zimm.) Höhn., Zentbl. Bakt. ParasitKde, Abt. II 2 (60): 7. 1923.
36
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 19/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155190), idem, 18/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155191),
idem,17/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155192).
Cryptophiale kakombensis Piroz., Can. J. Bot. 46: 1124. 1968.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155198); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 02/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155199); sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 05/I/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155200).
Cryptophiale udagawae Piroz. & Ichinoe, Can. J. Bot. 46:1126. 1968.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 07/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155201).
Cryptophialoidea fasciculata Kuthub. & Nawawi, Mycol. Res. 98 (6): 686. 1994.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 13/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155196), idem, 17/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155197).
Cryptohialoidea ramosa G. Delgado, J. Mena & Gené, Fungal Diversity 20: 31.
2005.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS
155206).
Dactylaria candidula (Höhn.) G.C. Bhatt & W.B. Kendr, Can. J. Bot. 46: 1256
1968.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 08/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155234).
Dactylaria cazorlii Mercado, Gené & Guarro, in Gené, Mercado-Sierra & Guarro,
Mycol. Res.104 (11): 1404. 2000.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição, de dicotiledônea não identificada, 25/VII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155230).
37
Dendrypiopsis atra (Corda) S. Hughes, Can. J. Bot. 31: 655. 1953.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 07/I/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155183).
Dictyochaeta novae-guineensis (Matsush.) A.I. Romero, Boln Soc. argent. Bot.
22: 76. 1983.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 17/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155142).
Dictyochaeta simplex (S. Hughes & W.B. Kendr.) Hol.-Jech., Folia geobot.
phytotax. 19: 434. 1984.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 22/XII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155143).
Dischloridium inaequiseptatum (Matsush.) Hol.-Jech., Česká Mykol. 41(2): 111.
1987.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 09/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155187).
Drechslera rostrata (Drechsler) M.J. Richardson & E.M. Fraser, Trans. Br. mycol.
Soc. 51: 148. 1968.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 21/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155235).
Exserticlava vasiformis (Matsush.) S. Hughes, N.Z. Jl Bot. 16(3): 332. 1978.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 10/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155172); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 10/VI/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155173); sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 07/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155174).
Ellisembia adscendens (Berk.). Subram., Proc. Indian natn Sci. Acad., Part B.
Biol. Sci. 58(4): 183. 1992.
38
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 19/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155127), idem, 21/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS155128), idem,
09/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS155129); sobre galho em decomposição
de dicotiledônea não identificada, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS
155130), idem, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155131), idem,
31/I/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155132).
Ellisembia brachypus (Ellis & Everh.). Subram., Proc. Indian natn Sci. Acad.,
Part B. Biol. Sci. 58: 183. 1992.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada ,02/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155133).
Ellisembia vaga (Nees & T. Nees) Subram., Proc. Indian natn Sci. Acad., Part B.
Biol. Sci. 58(4): 184.1992.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 20/VIII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n.(HUEFS 155104).
Fusariella obstipa (Pollack) S. Hughes, Mycol. Pap. 28: 9. 1949.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 28/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155216).
Gonytrichum chlamydosporium var. simile W. Gams & Hol.-Jech., Stud. Mycol.
13: 88. 1976.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 11/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155166), idem, 16/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155167),
idem, 13/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155168); sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155169), idem,19/III/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155170).
Gonytrichum macrocladum (Sacc.) S. Hughes, Trans. Br. mycol. Soc. 34: 565.
1951.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 11/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155171).
39
Gyrothrix microsperma (Höhn.) Piroz., Mycol. Pap. 84: 14. 1962.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155217), idem, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155218), idem,
22/XII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155219), idem, 17/II/2008, T.S. Santa
Izabel s.n. (HUEFS 155220).
Helicosporium gracile (Morgan) Linder, Ann. Mo. bot. Gdn 16: 281. 1929.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155208); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 12/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155209).
Helicosporium griseum Berk. & M.A. Curtis, Grevillea 3 (XXVI): 51. 1874.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 07/VIII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155215).
Helicosporium pannosum (Berk. & M.A. Curtis) R.T. Moore, Mycologia 49: 582.
1957.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 12/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155214).
Helicsporium vesiculiferum A.C. Cruz & Gusmão, Mycotaxon 110: 55. 2009.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 12/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 141556).
Henicospra coronata B. Sutton & P.M. Kirk, Trans. Br. mycol. Soc. 75(2): 249.
1980.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 10/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155182).
Idriella setiformis R.F. Castañeda & G.R.W. Arnold. Revta. Jardín Bot. Nac.,
Univ. Habana 6: 50. 1985.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 19/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155144), idem, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155145), idem,
40
09/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155146), idem, 16/II/2009, T.S. Santa
Izabel s.n. (HUEFS 155147).
Junewangia globulosa (Tóth) W.A. Baker & Morgan-Jones, Mycotaxon 81: 308.
2002.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 15/VIII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155231).
Memnoniella echinata (Rivolta) Galloway, Trans. Br. Mycol. Soc. 18(2): 165.
1933.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 30/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155180).
Menisporopsis novae-zelandiae S. Hughes & W.B. Kendr., N.Z. Jl Bot. 6: 369.
1968.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 25/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155233).
Menisporopsis theobromae S. Hughes, Mycol. Pap. 48:59. 1952.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 20/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155232).
Myrmecridium schulzeri var. schulzeri (Sacc.) Arzanlou, W. Gams & Crous,
Stud. Mycol. 58: 84. 2007.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 08/VIII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155260).
Neojohnstonia minima Gusmão & Grandi, Mycotaxon 80: 98. 2001.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 28/VII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 133851).
Paliphora inflata Gusmão, Marques & D.A.C. Almeida, Mycologia 100(2): 306.
2008.
41
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 29/XII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155175).
Pappimyces hastatus B. Sutton & Hodges, Nova Hedwigia 26(2-3): 528. 1975.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 08/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155225).
Paraceratocladium silvestre R.F. Castañeda, Fungi Cubenses II (La Habana) 2:
9. 1987.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 17/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155207).
Periconia cookei E.W. Mason & M.B. Ellis, Mycol. Pap. 56:72. 1953.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 07/VIII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155213).
Phaeostalagmus tenuissimus (Corda) W. Gams & Hol.-Jech., Stud. Mycol. 13:
93. 1976.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 03/XII/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155202).
Phaeoisaria infrafertilis B. Sutton & Hodges, Nova Hedwigia 27(1-2): 219. 1976.
Material examinado: (HUEFS 155205).
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 16/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155205).
Ramichloridium anceps (Sacc. & Ellis) de Hoog, Stud. Mycol. 15: 59. 1977.
Material examinado: (HUEFS 155165).
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 05/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155165).
Speiropsis scopiformis Kuthub. & Nawawi, Trans. Br. mycol. Soc. 89(4): 584.
1987.
42
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 21/I/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155186).
Speiropsis pedatospora Tubaki, J. Hattori bot. Lab. 20: 171 1958.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 12/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155184); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 12/VI/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155185).
Sporidesmiella aspera Kuthub. & Nawawi, Mycol. Res. 97(11): 1305.1993.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 24/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS155136); sobre casca em decomposição 23/V/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS155137), idem, 17/XII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS155138);
sobre galho em decomposição de dicotiledônea não identificada, 23/XII/2008, T.S.
Santa Izabel s.n. (HUEFS 155139).
Sporidesmiella cuneiformis (B. Sutton) P.M. Kirk, Trans. Br. mycol. Soc. 79(3):
481. 1982.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 11/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155140).
Sporiesmiopsis zhejiangensis Wongsawas, H.K. Wang, K.D. Hyde & F.C. Lin, J.
Zhejiang Univ., Sci. B, 9: 798. 2008.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155101), idem, 23/XII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155102),
12/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155103).
Sporidesmium tropicale var. tropicale M.B. Ellis, Mycol. Pap. 70: 58. 1958.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 13/II/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155141).
Stachybotrys chartarum (Ehrenb.) S. Hughes, Can. J. Bot. 36: 812. 1958.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 16/VI/2008, T.S. Santa Izabel
43
s.n. (HUEFS 155176); sobre casca em decomposição de dicotiledônea não
identificada, 08/VI/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155177).
Stachybotrys longispora Matsush. Icon. microfung. Matsush. lect. (Kobe): 145.
1975.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155178), idem, 08/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155179).
Stachybotrys parvispora S. Hughes, Mycol. Pap. 48:74. 1952.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155261).
Thozetella cristata Piroz. & Hodges, Can. J. Bot. 51(1): 168. 1973.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 05/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 133854).
Thozetella queenslandica Paulus, P.Gadek & K.D. Hyde, Mycologia 96: 1081.
2004.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 16/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155212).
Umbellidion radulans B. Sutton & Hodges, Nova Hedwigia 26(2-3): 532. 1975.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 24/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155203), idem, 14/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155204).
Vermiculariopsiella falcata Nawawi, Kuthub. & B. Sutton, Mycotaxon 37: 175.
1990.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 10/VI/2008, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 133855).
Virgaria nigra (Link) Nees, Nat. Arr. Brit. Pl. (London) 1: 553. 1817.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 12/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155210); sobre galho em decomposição de dicotiledônea não
identificada, idem, 26/X/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155211).
44
Volutella minima Höhn., Sber. Akad. Wiss. Wien, Math.-naturw. Kl., Abt. 1, 118:
1543. 1909.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição, 17/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155262).
Wiesneriomyces laurinus (Tassi) P.M. Kirk, Trans. Br. mycol. Soc. 82(4): 748.
1984.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição, 17/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155181).
Zanclospora brevispora var. brevispora S. Hughes & W.B. Kendr., N.Z. Jl Bot.
3: 156. 1965.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155160).
Zanclospora novae-zelandiae S. Hughes & W.B. Kendr., N.Z. Jl Bot. 3: 152.
1965.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155155), idem,
06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155156), idem, 07/I/2009, T.S. Santa
Izabel s.n. (HUEFS 155157); sobre galho em decomposição, 23/V/2008, T.S.
Santa Izabel s.n. (HUEFS 155158), idem, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155159).
Esse trabalho demostrou a diversidade de fungos conidiais encontrados na
região de Morro do Chapéu, apresentando novos registros e ampliando o
conhecimento da distribuição geográfica das espécies encontradas.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Botânica PPGBot/UEFS e ao PPBIO (Programa de pesquisa de biodiversidade no Semiárido). T. S. Santa Izabel e L.F.P. Gusmão agradecem ao CNPq (proc.
474589/2008-0).
45
Referências
ANDRADE-LIMA, D. 1981. The caatinga dominium. Revista Brasileira de Botânica
4: 149-153.
HEREDIA-ABARCA, G.; ESTEBANEZ, M.R. MOTA; R.M.A.; MENA-PORTALES,
J.; MERCADO-SIERRA, A. 2004. Adiciones al conocimiento de la diversidad de
los hongos conidiales del bosque mesófilo de montaña del estado de Veracruz.
Acta Botánica Mexicana 66: 1-22.
BARBOSA, F.R., GUSMÃO, L.F.P., CASTAÑEDA-RUIZ, R.F., MARQUES,
M.F.O.; MAIA, L.C. 2007. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of
Brazil. New species Deightoniella rugosa & Diplocladiella cornitumida with new
records for the neotropics. Mycotaxon 102: 39-49.
CABI BIOSCIENCE DATABASE. 2010. Index Fungorum. Disponível em <
http://www.indexfungorum.org >. (Acesso em 02/01/2010).
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 2005. Metodología en el estudio de los hongos
anamorfos. Pp. 182-183. In: Anais do V Congresso Latino Americano de
Micologia, Brasília, Brasil.
CASTAÑEDA-RUIZ,
R.F.
1986.
Fungi
Cubense.
Cuba,
Instituto
de
Investigaciones Fundamentales em Agricultura Tropical.
CASTAÑEDA- RUÍZ, R.F. 1987. Fungi Cubenses 2. Cuba, La Habana, Instituto de
Investigaciones Fundamentales en Agricultura Tropical.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.; GUSMÃO, L.F.P.; ABARCA, G.H.; SAIKAWA, M. 2006.
Some hyphomycetes from Brazil. Two new species of Brachydesmiella, two new
combinations for Repetophragma, and new records. Mycotaxon 95: 261-270.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.; GUARRO, J.; CANO, J. 1995. Notes on conidial fungi.
II. A new species of Endophragmiella. Mycotaxon 54: 403-406.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.; KENDRICK, W. B. 1991. Ninety-nine Conidial Fungi
from Cuba and three from Canada. University of Waterloo Biology Series 35.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.; HEREDIA, G.; REYES, M.; ARIAS, R.M.; DECOCK, C.
2001. A revision of the genus Pseudospiropes and some new taxa. Cryptogamie,
Mycologie 22: 1-18.
CASTANEDA-RUIZ, R.F.; ITURRIAGA, T.; MINTER, D.W.; AIKAWA, M.; VIDAL,
G.; VELAZQUEZ-NOA, S. 2003. Microfungi from Venezuela, A new species of
Brachydesmiella, a new combination, and new records. Mycotaxon 85: 211-229
CRUZ, A.C.R.; GUSMÃO, L.F.P.; CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 2007a. Conidial fungi
46
from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. Subramaniomyces pulcher sp. nov.
and notes on Sporidesmium circinophorum. Mycotaxon 102: 25-32.
CRUZ, A.C.R.; GUSMÃO, L.F.P.; FERREIRA, S.M.L.; CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.
2007b. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. Diplococcium
verruculosum sp. nov. and Lobatopedis longistriatum sp. nov. Mycotaxon 102: 3338.
CRUZ, A.C.R.; LEÃO-FERREIRA, S.M.; BARBOSA, F.R.; GUSMÃO, L.F.P. 2008.
Conidial fungi from semi-arid Caatinga biome of Brazil. New and interesting
Dictyochaeta species. Mycotaxon 106: 15-27.
CRUZ, A.C.R.; SANTA IZABEL, T. S.; LEÃO-FERREIRA, S.M.; GUSMÃO, L.F.P.
2009. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. New species and
new records of Helicosporium. Mycotaxon 110: 53-64.
DELGADO-RODRÍGUEZ, G; MENA-PORTALES, J. 2003. Virgariella ellipsospora
sp.nov. (Hyphomycetes, anamophic fungi) from Cuba. Cryptogamie, Mycologie
24: 153-157.
ELLIS,
M.B.
1959.
Clasterosporium
and
some
allied
dematiaceae
–
Phragmosporae. II. Mycological Papers 72: 1-75.
ELLIS,
M.B.
1971.
Dematiaceous
Hyphomycetes.
Kew,
Commonwealth
Mycological Institute.
FARR,
D.F.
&
ROSSMAN,
A.Y.
FUNGAL
DATABASES,
SYSTEMATIC
MYCOLOGY AND MICROBIOLOGY LABORATORY, ARS, USDA. Disponível em
< http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases>. Acesso em 31 de julho de 2009.
GUSMÃO, L. F. P.; BARBOSA, F. R. & BARBOSA, F. F. 2006. Fungos conidiais
(161-201). In: Diversidade e caracterização dos fungos do semi-árido brasileiro.
Ministério da Ciência e Tecnologia. Recife: Associação Plantas do Nordeste, 219
p.
GUSMÃO, L.F.P; LEÃO-FERREIRA, S.M; MARQUES, M.F.O; ALMEIDA, D.A.C.
2008. New species and records of Paliphora from the Brazilian semi-arid region.
Mycologia 100: 306–309.
HEWINGS, A.D.; CRANE, J.L. 1981. The genus Codinaea. Three new species
from the Americas. Mycotaxon 13: 419-427.
HOLUBOVÁ-JECHOVÁ,
V.
1984.
Lignicolous
hyphomycetes
from
Czechoslovakia. 7. Chalara, Exochalara, Fusichalara and Dictyochaeta. Folia
geobotánica et Phytotaxonomica 19: 387-438.
47
HOLUBOVÁ-JECHOVÁ, V. 1987. Studies on hyphomycetes from Cuba V. Six new
species
of
dematiaceous
hyphomycetes
from
Havana
Province. Česká
Mykologie 41(1): 29-36.
HUGHES, S.J. 1979. Relocation of species of Endophragmia auct. with notes on
relevant generic names. New Zealand Jornal of Botany 17: 139-188.
HUGHES, SJ. 1953. Conidiophores, conidia and classification Conidiophores,
conidia and classification. Canadian Journal of Botany 31:577–659.
HUGHES, S.J. & KENDRICK, W.B. 1968. New Zealand Fungi. 12. Menispora,
Codinaea, Menisporopsis. New Zealand Jornal of Botany 6: 323-375.
JUNQUEIRA, M.E.R & BIANCHINI,. R.S. 2006. O gênero Evolvulus L.
(Convolvulaceae) no município de Morro do Chapéu, BA, Brasil. Acta Botânica
Brasílica 20(1): 157-172.
KUTHUBUTHEEN AJ, NAWAWI A. 1991a. Key to Dictyochaeta and Codinaea
species. Mycological Research 95: 1224–1229
KUTHUBUTHEEN, A.J.; NAWAWI, A. 1991b. Eight new species of Dictyochaeta
(Hyphomycetes) from Malaysia. Mycological Research 95(10): 1211-1219.
LEÃO-FERREIRA, S.M.; CRUZ, A.C.R.; CASTAÑEDA-RUIZ, R. F.; GUSMÃO,
L.F.P. 2008. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil.
Brachysporiellina fecunda sp. nov. and some new records for Neotropica.
Mycotaxon 104: 309-312.
LU, B.; HYDE, K.D.; HO, W.H.; TSUI, K.M.; TAYLOR, J.E.; WONG, K.M.; YANNA;
ZHOU, D. 2000. Checklist of Hong Kong Fungi. Hong Kong, Fungal Diversity
Press.
LUNGHINI, D.; RAMBELLI, A. 1979. Helicoubisia e Talekpea, due nuovi generi di
ifali demaziacei. Micologia Italiana 8(1): 21-24.
MA, J.; ZHANG, K.; ZHANG, X.G. 2008. Two new species of the genus
Minimelanolocus in China. Mycotaxon 104: 147-151.
MARQUES, M.F.O.; BARBOSA, F.R.; GUSMÃO, L.F.P.; CASTAÑEDA RUIZ, R.F.
; MAIA, L.C. 2007. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil.
Cubasina microspora sp. nov., a note on C. albofusca, and some new records for
South America. Mycotaxon 102: 17-23.
MATSUSHIMA, T. 1993. Matsushima Mycological Memoirs n. 7. Kobe, Published
by the author.
48
MAURY, C.M. (ORG.). 2002. Avaliação e identificação de áreas e ações
prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da
biodiversidade brasileira. Brasília, Ministério do Meio Ambiente.
MELNIK, V.A. 2000. Definitorium fungorum Rossiae. Classis Hyphomycetes.
Fasc. 1. Fam. Dematiaceae. Nauka. San Petersburgo.
MERCADO SIERRA, A.; MENA PORTALES, J. 1995. Hifomicetes dematiáceos
de tres provincias orientales de Cuba. Revista Iberoamericana de Micología 12
(4): 101-107.
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. 2005. Secretaria de políticas de
desenvolvimento regional. Nova delimitação do semi-árido brasileiro. Brasília:
MISDR.
MORGAN-JONES,
G.,
SINCLAIR,
R.C.;
EICKER,
A.
1983.
Notes
on
Hyphomycetes. XLIV. New and rare Dematiaceous species from the Transvaal.
Mycotaxon 17: 301-316.
PINNOI, A.; LUMYONG, S.; HYDE, K.D.; GARETH JONES, E.B.
2006.
Biodiversity of fungi on the palm Eleiodoxa conferta in Sirindhorn peat swamp
forest, Narathiwat, Thailand. Fungal Diversity 22: 205-218.
PINNOI, A.; PINRUAN, U.; HYDE, K.D. ; LUMYONG, S. 2004. Submersisphaeria
palmae sp. nov. and key to genus and notes on Helicoubisia. Sydowia 56: 72-78.
PIROZYNSKI, K.A. 1962. Circinotrichum and Gyrothrix. Mycological Papers 84: 128.
RAABE, R.D.; CONNERS, I.L.; MARTINEZ, A.P. 1981. Checklist of plant diseases
in hawaii. College of tropical agriculture and human resources, University of
Hawaii. Information Text Series no. 22. Hawaii Inst. Trop. Agric. Human
Resources.
ROCHA, A.J.D. & COSTA, I.V.G. (ORG.). 1995. Projeto mapas municipais do
município de Morro do Chapéu. Salvador, Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais.
ROMERO, A. I.; PILDAIN, M. B. 2003. Contribución al estudio de los hongos
xilófilos de la Argentina. VII. Deuteromycotina en
Eucalyptus viminalis
(Myrtaceae). Boletín de la Sociedad Micológica de Madrid 28: 125-134..
SUTTON, B.C. 1973. Hyphomycetes from Manitoba and Saskatchewan, Canada.
Mycological Papers 132: 1-143.
49
SUTTON, B.C. 1978. New and interesting Hyphomycetes from Tampa, Florida.
Mycologia 70: 784-801.
SUTTON, B.C., 1992. The relationships of Virgariella verrucosa sp. nov. on Aloe
leaves from Turkey. Sydowia 44:321-331
VARGHESE, K.I.M.; RAO, V.G. 1978. Two new setose hyphomycetes from India.
Botaniska Notiser 131: 215-217.
VELLOSO, A.L., SAMPAIO, E.V.S.B.; PAREYN, F.G.C. 2002. Ecorregiões
propostas para o Bioma Caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste APNE, Instituto de Conservação Ambiental, The Nature Conservancy do Brasil.
VITTAL, B.P.R. & DORAI, M. 1995. Studies on litter fungi VIII. Quantitative
studies of the mycoflora colonizing Eucalyptus tereticornis Sm. Litter. Kavaka
22/23: 35-41.
WANG, C.J.K. 1990. Ultrastructure of percurrently proliferating conidiogenous
cells and classification. Studies in Mycology 32: 49-64.
WHITTON, S.R.; MCKENZIE, E.H.C.; HYDE, K.D. 2000. Dictyochaeta and
Dictyochaetopsis species from the Pandanaceae. Fungal Diversity 4: 133-158.
WU, W. & ZHUANG, W. 2005. Sporidesmium, Endophragmiella and related
genera from China. Fungal Diversity Research Series 15. Hong Kong, Fungal
Diversity Press.
ZHANG, K.; FU, H.B.; ZHANG, X.G. 2009. Taxonomic studies of Minimelanolocus
from Yunnan, China. Mycotaxon 109: 95-101.
ZUCCONI, L. & ONOFRI, S. 1989. Gyrothrix ramosa sp. nov. and notes on
Gyrothrix citricola. Mycological Research 92: 380-382.
50
CAPÍTULO 2
FUNGOS CONIDIAIS DO BIOMA CAATINGA: ESPÉCIES
DO COMPLEXO SPORIDESMIUM
Artigo a ser submetido para publicação na Revista Mycotaxon.
51
FUNGOS CONIDIAIS DO BIOMA CAATINGA: ESPÉCIES DO COMPLEXO
SPORIDESMIUM
Tasciano dos Santos Santa Izabel & Luís Fernando Pascholati Gusmão
Abstract
During an inventory of conidial fungi from dead plant material in an area of
extreme biological importance, in semi-arid Caatinga Biome of Brazil, some
species of Sporidesmium sensu lato were found. A new species of Ellisembia and
a new variety of Sporidesmiella are proposed. Sporidesmiopsis zhejiangensis
Wongsawas, H.K. Wang, K.D. Hyde & F.C. Lin and Ellisembia vaga (Nees & T.
Nees) Subram. are news records for American continent and South America,
respectively. Sporidesmium knawiae Crous is considered synonymous to
Repetophragma inflatum (Berk. & Ravenel) W.P. Wu. New combinations for
Ellisembia Subram. and Repetophragma Subram. are proposed. A table with the
main features of Sporidesmium and related genera is included.
Key word – Ellisembia, Repetophragma, Sporidemiella, Sporidesmiopsis.
Resumo
Durante um inventário de fungos conidiais associados a materiais vegetais
em decomposição em uma área de extrema importância biológica, no Bioma
Caatinga, região semi-árida do Brasil, algumas espécies de Sporidesmium sensu
lato foram encontradas. Uma nova espécie de Ellisembia e uma nova variedade,
Sporidesmiella são propostas. Sporidesmiopsis zhejiangensis Wongsawas, H.K.
Wang, K.D. Hyde & F.C. Lin e Ellisembia vaga (Nees & T. Nees) Subram.
constituem novos registros para o continente Americano e para a América do Sul,
respectivamente. Sporidesmium knawiae Crous é considerado sinônimo de
Repetophragma inflatum (Berk. & Ravenel) W.P. Wu. São propostas novas
combinações para Ellisembia Subram. e Repetophragma Subram. É incluída uma
tabela com as principais características de Sporidesmium e gêneros relacionados.
Palavra-chave – Ellisembia, Repetophragma, Sporidemiella, Sporidesmiopsis.
52
Introdução
O gênero Sporidesmium Link foi revisado por Ellis (1958) que analisou
materiais provenientes de diversos herbários. Neste trabalho, o autor traz uma
revisão histórica de Sporidesmium e apresenta como conceito genérico a
descrição de S. ehrenbergii M.B. Ellis, utilizado por Hughes (1979) e Kirk (1982).
A circunscrição do gênero incluía espécies que apresentavam em comum
conidióforos solitários ou em grupos, células conidiogênicas com ou sem
proliferações e conídios lisos ou verrucosos, euseptados ou distoseptados (Ellis,
1958). No entanto, esta circunscrição apresentava grupos de espécies que
poderiam ser segregadas em diferentes gêneros e/ou subgêneros, sendo
considerado como “complexo Sporidesmium“ ou “Sporidesmium sensu lato”
(Sutton & Hodges, 1978; Hughes, 1979). O processo de delimitação de gêneros a
partir do complexo Sporidesmium foi iniciado com a proposta de Sporidesmiella
P.M. Kirk, eregido para incluir espécies que possuem conídios cilíndricos a
cuneiformes ou obovóides e distoseptados (Kirk, 1982). No final da década de 80,
Sporidesmiopsis Subram. & Bhat foi proposto para acomodar espécies que
apresentam conidióforos ramificados apicalmente (Subramanian & Bhat, 1987).
Subramanian (1992) dividiu o complexo Sporidesmium em sete gêneros,
baseado no tipo da septação do conídio, na proliferação das células
conidiogênicas e na presença ou ausência de conidióforos. Desta forma,
Subramanian (1992) propôs uma nova circunscrição para Sporidesmium e amplia
a delimitação Sporidesmiella, o primeiro restringindo-se a espécies que
apresentam
células
conidiogênicas
sem
proliferação
ou
proliferando
irregularmente com conídios euseptados, o segundo passa a acomodar espécies
com proliferações anelídicas e conídios distoseptados.
Hernández-Gutierrez & Sutton (1997) propuseram dois gêneros: Imimyces
A. Hern. Gut. & B. Sutton para acomodar as espécies que apresentam
conidióforos
associados
às
células
conidiogênicas
com
proliferações
lageniformes, doliformes ou ovóides, com conídios distoseptados e Linkosia A.
Hern. Gut. & B. Sutton que passou a incluir espécies que possuem células
conidiogênicas ampuliformes, surgindo diretamente do micélio, produzindo
conídios distoseptados. (Hernández-Gutierrez & Sutton (1997).
Imimyces foi tipicado com a espécie Imimyces densus (Sacc. & Roum.) A.
Hern. Gut. & B. Sutton (bas.: Helminthosporium densum Sacc. & Roum.), no
53
entanto, Hernández-Gutierrez & Sutton (1997) não estudaram o tipo dessa
espécie, mas a parte do tipo entre outros espécimens de H. leptosporum Sacc. &
Roum., considerado sinônimo de H. densum por Ellis (1958) (Shoemaker &
Hambleton, 2001). Hughes (1958) analisou o tipo de H. densum e considerou
sinônimo de Polydesmus elegans Durieu & Mont., além disso, observou que o tipo
H. leptosporum não deveria ser considerado sinônimo de H. densum. Desta
forma, Shoemaker & Hambleton (2001) propuseram a exclusão da espécie tipo de
Imimyces e propuseram o gênero Imicles Shoemaker & Hambl, com a espécie
tipo Imicles leptospora (Sacc. & Roum.). Shoemaker & Hambl., para acomodar as
espécies anteriormente incluídas em Imimyces.
Segundo Wu & Zhuang (2005) a delimitação das espécies de
Sporidesmium-Penzigomyces e Ellisembia-Imicles permanece tênue, desta forma,
os autores sugerem que as espécies incluídas em Penzigomyces Subram. e
Imicles
deveriam
ser
transferidas
para
Sporidesmium
e
Ellisembia,
respectivamente. No presente trabalho optou-se por seguir as circunscrições
proposta por Subramanian (1992) e a redescrição de Polydesmus Mont., com
conídios euseptados, proposta por Hernández-Gutierrez & Sutton (1997).
O complexo Sporidesmium apresenta um número crescente de espécies
(Shi & Zhang, 2007; Ma & Zhang, 2007a, b; Zhang et al., 2008). Entretanto,
caracteres tidos como importantes na delimitação de gêneros, como o tipo de
septo no conídio e a redução do conidióforo a uma célula conidiogênica, têm sido
questionados (Hughes & Illman, 1974, Réblová, 1999). Um estudo filogenético,
baseado em seqüências parciais da LSU nu-rDNA e RPB2 de 27 espécies e nove
gêneros, demonstrou que o complexo Sporidesmium tem múltiplas origens
evolutivas e filogeneticamente estão distribuídos em Dothideomycetes e
Sordariomycetes (Shenoy et al., 2006). A necessidade de mais estudos, com
maior esforço amostral e com a utilização de mais marcadores genéticos é
fundamental para que novas delimitações de gêneros sejam propostas.
Materiais e métodos
Quatro coletas foram realizadas, entre maio de 2008 e fevereiro de 2009,
onde substratos vegetais em decomposição (cascas, folhas e galhos) foram
coletados em seis pontos distintos, escolhidos ao acaso, sendo um de caatinga,
um de campo rupestre e quatro de floresta estacional. A técnica de amostragem
54
para a coleta da serapilheira foi através do método de parcelas, que consistiu em
traçar em cada ponto uma área de 10x10 m, subdividida em quatro quadrados de
5 x 5 m. Em cada quadrado foi coletado uma unidade de cada substrato: folha,
casca e galho em decomposição. As amostras coletadas foram acondicionadas
separadamente em sacos de papel Kraft transportadas ao laboratório e
submetidas à técnica de lavagem em água corrente (Castañeda-Ruiz, 2005).
Após secagem, as amostras foram acondicionadas em câmaras-úmidas. Após
três e durante 30 dias as estruturas de reprodução dos fungos foram observadas
sob estereomicrocópio, coletadas com auxílio de agulhas finas (tipo insulina) e
transferidas para meio de montagem permanente com resina PVL (álcool
polivinílico + lactofenol). A identificação das espécies foi realizada comparando as
estruturas reprodutivas encontradas com as descrições apresentadas em
bibliografia especializada. O material foi depositado no Herbário da Universidade
Estadual de Feira de Santana (HUEFS).
Resultados e discussão
Ellisembia sp. nov.
Fig. 1–6.
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários, eretos, retos ou
flexuosos, simples, 1–4 septados, lisos, cilíndricos, castanhos, 25–45 × 7,5–10
μm; células conidiogênicas monoblásticas, integradas, terminais, cilíndricas, lisas,
determinadas ou raramente com proliferações percurrentes, castanho-claras, 5–
6,5 × 6,5–7 μm; conídios solitários, secos, obclavados, rostrados, curvos,
tortuosos ou enrolados irregularmente, 33–133-distoseptados, lisos, castanhos,
220–850 × 12,5–22,5 μm; célula apical cilíndrica, 7,5–12,5 μm de larg.; célula
basal cônico-truncada a trapezóide, 5–7,5 μm de larg. Secessão esquizolítica.
HOLÓTIPO: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em decomposição
de dicotiledônea não identificada, 13/I/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS
155105)
Outro material examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição de dicotiledônea não identificada, 06/X/2008, D.S. Santos s.n.
(HUEFS 148830).
55
Ellisembia Subram. foi proposto para acomodar espécies anteriormente
incluídas em Sporidesmium Link que apresentam célula conidiogênica sem
proliferação ou proliferando irregularmente produzindo conídios distoseptados
(Subramanian, 1992). Dentre as espécies do gênero, Ellisembia sp. nov. está
mais relacionada com E. adscendens (Berk.). Subram. e E. vaga (Nees & T.
Nees) Subram., pela morfologia do conidióforo e pelos conídios obclavados, sem
apêndices e com muitos distoseptos. Entretanto, E. vaga e E. adscendens
apresentam conidióforos mais estreitos, conídios menores e com menor
número de distoseptos (até 300 μm de compr. e 38 distoseptos; até 375 μm de
compr. e 62 distoseptos, respectivamente) (Ellis, 1971; Matsushima, 1975, Wu &
Zhuang, 2005). A presença de conídios curvos, tortuosos ou enrolados, com
grandes dimensões e o número elevado de distoseptos são características que
diferenciam Ellisembia sp. nov. das demais espécies do gênero.
Sporidesmiella garciniae var. nov.
Fig. 7–9.
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários ou em grupos,
eretos, retos ou flexuosos, lisos, castanhos, subhialinos no ápice, 45–85,5 x 3,5–
5,5 µm; células conidiogênicas poliblásticas, integradas, terminais, cilíndricas,
lisas, com proliferações simpodiais; conídios solitários, secos, cilíndricos a
subcilíndricos,
lisos,
4–distoseptados,
castanho-claros
a
oliváceos,
base
subhialina, 22,5–28,5 x 2,5–3,6 µm. Secessão esquizolítica.
HOLÓTIPO: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em decomposição de
dicotiledônea não identificada, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS
155106).
O gênero Sporidesmiella P.M. Kirk é composto por 24 espécies e quatro
variedades (Yanna et al., 2001; Wu & Zhuang, 2005). Sporidesmiella hyalosperma
var. novae-zelandiae (S. Hughes) P.M. Kirk e Sporidesmiella parva var.
palauensis Matsush. foram propostas por apresentarem proliferações simpodiais,
diferindo das células conidiogênicas com proliferações percurrentes comumente
presentes no gênero (Kirk, 1982; Matsushima, 1985). Sporidesmiella garciniae
Matsush. possui conidióforos maiores que S. garciniae var. nov. e apresenta
células conidiogênicas com proliferações percurrentes (Matsushima, 1985).
56
Ellisembia vaga (Nees & T. Nees) Subram., Proc. Indian natn Sci. Acad., Part B.
Biol. Sci. 58(4): 184. 1992.
Bas.: Sporidesmium vagum Nees & T. Nees [as 'Sporidermium'], Nova Acta Acad.
Caes. Leop. - Carol. 2: 231. 1818.
Fig. 10-11.
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, solitários, eretos, retos ou
flexuosos, simples, 2–3-septados, lisos, cilíndricos, castanhos, 10–25 x 3,75–5
μm; células conidiogênicas monoblásticas, integradas, terminais, cilíndricas a
lageniformes, lisas, determinadas, castanho-claras, 6–7,5 x 4–5 μm; conídios
solitários, secos, obclavados, rostrados, lisos, castanhos a castanhos-claros, 13–
32–distoseptados, 95–212,5 x 10–13,75 μm; ápice arredondado, 4,5–5,5 μm larg.;
célula basal cônico-truncada, 3–5 μm larg. Secessão esquizolítica.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição, 20/VIII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155104).
Distribuição geográfica: China, Cuba, Ilhas Cooke, Samoa (Farr & Rossman,
2009); Alemanha, antiga União das Repúblicas Socialitas Soviéticas, Gana,
Jamaica, Japão, Paquistão, Reino Unido, Serra Leoa, (como Sporidesmium
vagum, Farr & Rossman, 2009; Wu & Zhang, 2005).
Ellisembia vaga tem morfologia similar a de E. adscendens. As duas
espécies se diferenciam pela largura do conídio e número de septos do mesmo.
(Ellis, 1971; Matsushima, 1975, Wu & Zhuang, 2005). O material examinado está
de acordo com os apresentados por Ellis (1958) e Matsushima (1980). Este é o
primeiro relato da espécie para América do Sul.
Sporidesmiopsis zhejiangensis Wongsawas, H.K. Wang, K.D. Hyde & F.C. Lin ,
J. Zhejiang Univ., Sci. B 9: 798. 2008.
Fig. 12-15.
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, septados, eretos, retos ou
flexuosos, ramificados apicalmente, 13–15 septados, verrucolosos, castanho
escuros, 270–462 x 16,5–20 μm; ápice, 4–7,5 de larg.; células conidiogênicas
monoblásticas, integradas, langeniformes a doliformes, 9–13 x 4–6 μm; conídios
solitários, obclavados a fusiformes, ápice truncado, base arredondada, 5–9distoseptados, verruculosos, células centrais, castanho-escuras, células polares
57
castanho-claras, 35–79,5 x 7,5-13,5 μm, 3,5–6 μm larg. da base, 2,5–4 μm larg.
do ápice. Secessão esquizolítica.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição, 06/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155101), idem,
23/XII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155102), 12/II/2009, T.S. Santa Izabel
s.n. (HUEFS 155103).
Distribuição geográfica: China (Wongsawas et al., 2008).
O gênero Sporidesmiopsis é composto por três espécies e caracteriza-se
pelos conidióforos ramificados apicalmente, células conidiogênicas cilíndricas a
doliformes e conídios obclavados a fusiformes (Subramanian & Bhat, 1987; Bhat
& Kendrick, 1993; Wongsawas et al., 2008). Sporidesmiopsis goanensis Bhat &
Kendr. possui conídios 3–4-euseptados e menores que S. zhejiangensis (Bhat &
Kendrick, 1993). S. dennisii (Crane & Dumont) Bhat, Kendr. & Nag Raj apresenta
conídios 17-euseptados e maiores que S. zhejiangensis (Subramanian & Bhat
1987). O material examinado tem morfologia similar as apresentadas por
Wongsawas et al. (2008), no entanto, apresentou conídios maiores, maior número
de septos e ausência de mucilagem no ápice. Essa é a segunda ocorrência da
espécie para mundo, primeira para o continente americano.
Propostas de combinações de espécies do complexo Sporidesmium.
Nota: Segundo Subramanian (1992), Sporidesmium e Ellisembia diferenciam-se
pelos conídios euseptados e distoseptados, respectivamente (Tabela 1). De
acordo com essas características e baseado nas descrições e ilustrações
originais das espécies, seis combinações novas para Ellisembia são propostas
(Shi & Zhang, 2007; Ma & Zhang, 2007a).
Ellisembia delavayae (Cheng K. Shi & X.G. Zhang) T.S. Santa Izabel & Gusmão
comb. nov.
Bas.: Sporidesmium delavayae Cheng K. Shi & X.G. Zhang, Mycotaxon 99: 359.
2007.
Ellisembia ilicis (Jian Ma & X.G. Zhang) T.S. Santa Izabel & Gusmão comb. nov.
Bas.: Sporidesmium ilicis Jian Ma & X.G. Zhang, Mycotaxon 99: 369. 2007.
Ellisembia ochnae (Cheng K. Shi & X.G. Zhang) T.S. Santa Izabel & Gusmão
comb. nov.
58
Bas.: Sporidesmium ochnae Cheng K. Shi & X.G. Zhang, Mycotaxon 99: 365.
2007.
Ellisembia phoebes (Cheng K. Shi & X.G. Zhang) T.S. Santa Izabel & Gusmão
comb. nov.
Bas.: Sporidesmium phoebes Cheng K. Shi & X.G. Zhang, Mycotaxon 99: 362.
2007.
Ellisembia pruni (Jian Ma & X.G. Zhang) T.S. Santa Izabel & Gusmão comb.
nov.
Bas.: Sporidesmium pruni Jian Ma & X.G. Zhang, Mycotaxon 99: 369. 2007.
Ellisembia tarennae (Cheng K. Shi & X.G. Zhang) T.S. Santa Izabel & Gusmão
comb. nov.
Bas.: Sporidesmium tarennae Cheng K. Shi & X.G. Zhang, Mycotaxon 99: 361.
2007.
Nota: De acordo com Subramanian (1992) Sporidesmium e Repetophragma
diferenciam-se pelas células conidiogênicas com ou sem proliferações irregulares
em Sporidesmium e com proliferações anelídicas em Repetophragma (Tabela 1).
Baseado nas descrições e ilustrações originais das espécies, quatro combinações
são PR
opostas para Repetophragma devido à presença de células conidiogênicas com
proliferações anelídicas (Matsushima, 1995; Castañeda-Ruiz,1985; CastañedaRuiz & Kendrick, 1991).
Repetophragma apiceinflatum (Matsush.) T.S. Santa Izabel & Gusmão comb.
nov.
Bas.: Sporidesmium apiceinflatum Matsush., Matsush. Mycol. Mem. 8: 36. 1995.
Repetophragma laxisporum (R.F. Castañeda) T.S. Santa Izabel & Gusmão
comb. nov.
Bas.:
Sporidesmium
laxisporum
R.F.
Castañeda
[as
'laxusporum'],
Deuteromycotina de Cuba, Hyphomycetes (La Habana) 3: 35. 1985.
Repetophragma longiphorum (R.F. Castañeda & W.B. Kendr.) T.S. Santa Izabel
& Gusmão comb. nov.
Bas.: Sporidesmium longiphorum R.F. Castañeda & W.B. Kendr., Univ. Waterloo
Biol. Ser. 35: 105 (1991)
Repetophragma perproliferatum (R.F. Castañeda & W.B. Kendr.) T.S. Santa
Izabel & Gusmão comb. nov.
59
Bas.: Sporidesmium perproliferatum R.F. Castañeda & W.B. Kendr., Univ.
Waterloo Biol. Ser. 35: 112. 1991.
Proposta de sinomização
Repetophragma inflatum (Berk. & Ravenel) W.P. Wu, Fung. Divers. Res. Ser.
15: 109, 2005.
Bas.: Helminthosporium inflatum Berk. & Ravenel, Grevillea 3: 104. 1875.
Sin.: Helminthosporium subfuscum Berk. & M.A. Curtis, Grevillea 3: 104. 1875.
Helminthosporium tiara Berk. & Ravenel, Grevillea 3(no. 27): 104. 1875.
Helminthosporium episphaericum Cooke & Peck, Rep. N.Y. St. Mus. nat.
Hist. 29: 52. 1878.
Helminthosporium collabendum Cooke, Grevillea 17: 67. 1889.
Clasterosporium herculeum Ellis, Proc. Acad. nat. Sci. Philad.: 92. 1891.
Clasterosporium sigmoideum Ellis & Everh., Bull. Torrey bot. Club 24: 472.
1897.
Sporidesmium inflatum (Berk. & Ravenel) M.B. Ellis, Mycol. Pap. 70: 70.
1958.
Sporidesmium knawiae Crous, Fungal Planet 29. 2008. sin. nov.
Material examinado: BRASIL. Piauí: Caracol, 5/XII/2006, A.C.R. Cruz s.n.
(HUEFS 130991).
Nota: Sporidesmium knawiae, proposta por Crous (2008), é filogeneticamente e
morfologicamente próxima a Repetophragma inflatum (Crous, 2008). As
características dessa espécie estão completamente incluídas na variação
morfológica da espécie descrita por Ellis (1958). Desta forma, propõe-se a
sinonimização entre Sporidesmium knawiae e Repetophragma inflatum.
Outras espécies do complexo Sporidesmium encontradas.
Ellisembia adscendens (Berk.) Subram., Proc. Indian natn Sci. Acad., Part B.
Biol. Sci. 58(4): 183 1992.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição, 19/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS155127), idem,
21/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS155128), idem, 09/I/2009, T.S. Santa
Izabel s.n. (HUEFS155129); sobre galho em decomposição, 23/V/2008, T.S.
60
Santa Izabel s.n. (HUEFS 155130), idem, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n.
(HUEFS 155131), idem, 31/I/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155132).
Ellisembia brachypus (Ellis & Everh.) Subram., Proc. Indian natn Sci. Acad., Part
B. Biol. Sci. 58: 183. 1992.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição 02/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155133).
Sporidesmiella aspera Kuthub. & Nawawi, Mycol. Res. 97(11): 1305.1993.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em
decomposição, 24/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS155136); sobre casca
em decomposição, 23/V/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS155137), idem,
17/XII/2008,
T.S.
Santa
Izabel
s.n.
(HUEFS155138);
sobre
galho
em
decomposição 23/XII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155139).
Sporidesmiella cuneiformis (B. Sutton) P.M. Kirk, Trans. Br. mycol. Soc. 79(3):
481. 1982.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre galho em
decomposição 11/VI/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155140).
Sporidesmium tropicale var. tropicale M.B. Ellis, Mycol. Pap. 70: 58. 1958.
Material Examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre casca em
decomposição 13/II/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155141).
61
Fig. 1-6. Ellisembia sp. nov. 1-2. Aspecto geral. 3. Detalhe do conidióforo
(seta) 4-6. Conídios. Bar = 100µm (1, 2, 4, 5, 6); 20µm (3).
62
Fig. 7-9. Sporidesmiella garciniae var. nov. 7. Aspecto geral. 8-9. Conídios. 10-12.
Ellisembia vaga. 10. Aspecto geral. 11. Conidióforo. 12. Conídio. 13-15.
Sporidesmiopsis zhejiangensis. 13. Aspecto geral. 14. Detalhe da célula
conidiogênica (seta). 15. Conídio. Bar = 50µm (13); 20µm (10, 12, 14); 10µm (7, 15);
5µm (8,9, 11).
63
Tabela 1. Sinopse dos gêneros do complexo Sporidesmium.
Gêneros
Conidióforos
Células
Conídios
conidiogênicas
Ellisembia
Imicles
Presentes
Presentes
Proliferações
Distoseptados/Apêndices
irregulares
simples
Proliferações
Distoseptados/Apêndices
percurrentes
simples
Janetia
Ausente
-
Euseptados/ Distoseptados
Linkosia
Ausentes
-
Distoseptados
Lomaantha
Presentes
Sem proliferações
Distoseptados/Apêndices
ramificados
Morrisiella
Sinematosos
Sem proliferações
Distoseptados
Neosporidesmium
Sinematosos
Proliferações
Distoseptados/ Apêndices
percurrente
simples
Proliferações
Distoseptados/ Apêndices
anelídicas
simples
Proliferações
Euseptados/ Apêndices
percurrentes
simples
Novozymia
Penzigomyces
Sinematosos
Presentes
Polydesmus
Presentes
-
Euseptados
Repetophragma
Presente
Proliferações
Euseptados
anelídicas
Sporidesmiella
Presente
Proliferações
Distoseptados/Apêndices
anelídicas
simples ou ramificados
Sporidesmina
Sinematoso
Sem proliferações
Euseptados/ Distoseptados
Sporidesmiopsis
Presente/
Sem proliferações
Euseptados/ Distoseptados
Proliferações
Euseptados/ Apêndices
irregulares
simples
-
Euseptados
Ramificado
Sporidesmium
Stanjehughesia
Presente
Ausente
64
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Botânica PPGBot/UEFS e ao PPBIO (Programa de pesquisa de biodiversidade no Semiárido). T. S. Santa Izabel e L.F.P. Gusmão agradecem ao CNPq (proc.
474589/2008-0).
Referências
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 2005. Metodología en el estudio de los hongos
anamorfos. Pp. 182-183. In: Anais do V Congresso Latino Americano de
Micologia, Brasília, Brasil.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 1985. Deuteromycotina de Cuba. Hyphomycetes III.
Havana, Instituto de Investigaciones Fundamentales em Agricultura Tropical
“Alejandro de Humboldt”.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.; KENDRICK, W. B. 1991. Ninety-nine Conidial Fungi
from Cuba and three from Canada. University of Waterloo Biology Series 35.
CROUS. 2008. Sporidesmium knawiae Crous, sp. nov. Fungal Planet 29.
ELLIS, M.B. 1971. Dematiaceous Hyphomycetes. Kew, Commonwealth
Mycological Institute.
ELLIS,
M.B.
1958.
Clasterosporium
and
some
allied
dematiaceae-
phragmosporae. I. Mycol Pap 70:1–89.
HERNÁNDEZ GUTIÉRREZ, A; SUTTON BC. 1997. Imimyces and Linkosia, two
new genera segregated from Sporidesmium sensu lato, and redescription of
Polydesmus. Mycol Res 101:201–209.
HUGHES, S.J. 1958. Revisiones Hyphomycetum aliquot cum appendice de
nominibus rejiciendis. Canadian Journal of Botany 36:727–836.
HUGHES, S.J. & ILLMAN, W.I. 1974. Sporidesmium larvatum. Fungi
Canadenses 58: 1–2.
HUGHES, SJ. 1979. Relocation of species of Endophragmia auct. with notes on
relevant generic names. New Zealand Journal of Botany 17: 139-188.
KIRK, P.M. 1982. New or interesting microfungi VI. Sporidesmiella gen. nov.
(Hyphomycetes). Transactions British Mycological Society 79: 479-489.
65
KUTHUBUTHEEN, A.J.; NAWAWI. 1993. A. Three new and several interesting
species of Sporidesmiella from submerged litter in Malaysia. Mycological
Research, 97 (11): 1305-1314.
MA, J.; ZHANG, X.-G. 2007. Taxonomic studies of Sporidesmium from China.
Mycotaxon 99: 367-372.
MA, J.; ZHANG, X.G. 2007. Two new species of Sporidesmium from Yunnan,
China. Mycotaxon 101: 73-76.
MATSUSHIMA, T. 1975. Icones Microfungorum a Matsushima Lectorum.
Published by the author, Kobe.
MATSUSHIMA, T. 1980. Matsushima Mycological Memoirs n. 1. Kobe,
Published by the author.
MATSUSHIMA, T. 1985. Matsushima Mycological Memoirs n. 4. Kobe,
Published by the author.
MATSUSHIMA, T. 1993. Matsushima Mycological Memoirs n. 7. Kobe,
Published by the author.
RÉBLOVÁ, M. 1999. Studies in Chaetosphaeria sensu lato III. Umbrinosphaeria
gen. nov. and Miyoshiella with Sporidesmium anamorphs. Mycotaxon 71: 13–43
ROCHA, A.J.D. & COSTA, I.V.G. (ORG.). 1995. Projeto mapas municipais do
município de Morro do Chapéu. Salvador, Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais.
SHENOY, B.D., JEEWON, R., WU, W.P., BHAT, D.J. AND HYDE, K.D. (2006).
Ribosomal and RPB2 DNA sequence analyses suggest that Sporidesmium and
morphologically similar genera are polyphyletic. Mycological Research 110:
916-928.
SHOEMAKER, R.A.; HAMBLETON, S. 2001. "Helminthosporium" asterinum,
Polydesmus elegans, Imimyces, and allies. Canadian Journal of Botany 79:592599.
SHI, C.K.; ZHANG, X.-G. 2007. Taxonomic studies of Sporidesmium from
Guangxi, China. Mycotaxon 99: 359-366.
SUBRAMANIAN, C.V. 1992. A reassessment of Sporidesmium (Hyphomycetes)
and some related taxa. Proceedings of the Indian National Sciences Academy
58: 179-190.
SUBRAMANIAN, C.V.; BHAT, D.J., 1987. Hyphomycetes from South India. I.
Some new taxa. Kavaka 15(1-2):41-74.
66
SUTTON,
B.C.;
HODGES,
C.S.
1978.
Eucalyptus
microfungi.
Chaetendophragmiopsis gen. nov. and other Hyphomycetes. Nova Hedwigia
29: 593-607.
VELLOSO, A.L., SAMPAIO, E.V.S.B. & PAREYN, F.G.C. 2002. Ecorregiões
propostas para o Bioma Caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste APNE, Instituto de Conservação Ambiental, The Nature Conservancy do Brasil.
76p.
WONGSAWAS, M; WANG, H. K., HYDE, K. D., LIN, F.C. 2008. New and rare
lignicolous hyphomycetes from Zhejiang Province, China. J Zhejiang Univ Sci
B. 9(10): 797–801.
WU, W.; ZHUANG, W. 2005. Sporidesmium, Endophragmiella and related
genera from China. Fungal Diversity Research Series 15. Hong Kong, Fungal
Diversity Press.
YANNA; HO, W.H.; HYDE, K.D. 2001. Sporidesmiella oraniopsis, a new
species of dematiaceous hyphomycetes from North Queensland, Australia and
synopsis of the genus. Fungal Diversity 8: 183-190.
ZHANG, K.; MA, J.; ZHANG, X.G. 2008. Taxonomic studies of Sporidesmium
from Hainan, China. Mycotaxon 104: 165-169.
67
CAPÍTULO 3
FUNGOS CONIDIAIS DO BIOMA CAATINGA: NOVAS ESPÉCIES
DE CORDANA, SELENODRIELLA E SPONDYCLADIOPSIS.
Artigo a ser submetido para publicação na Revista Mycosciense.
68
FUNGOS CONIDIAIS DO BIOMA CAATINGA: NOVAS ESPÉCIES DE
CORDANA, SELENODRIELLA E SPONDYCLADIOPSIS.
Tasciano dos Santos Santa Izabel & Luís Fernando Pascholati Gusmão
Abstract
During an inventory of conidial fungi from dead plant material in an area of
extreme biological importance, municipality of Morro do Chapéu, in Caatinga
biome, some interesting fungi were found. New species of Cordana,
Selenodriella and Spondylocladiopsis are proposed, described, discussed and
illustrated. A table with the species related of Cordana sp. nov. and a table and
a key to species of Selenodriella and Spondylocladiopsis are included.
Key word – biodiversity,microfungi, leaf litter, taxonomy.
Resumo
Durante o levantamento de microfungos associados a substratos vegetais em
uma área de extrema importância biológica, município de Morro do Chapéu, no
bioma Caatinga, alguns fungos interessantes foram encontrados. Novas
espécies de Cordana, Selenodriella e Spondylocladiopsis são propostas,
descritas, discutidas e ilustradas. São incluídas uma tabela das espécies
próximas de Cordana sp. nov., uma tabela e uma chave das espécies de
Selenodriella e Spondylocladiopsis.
Palavra-chave- biodiversidade, microfungos, serapilheira, taxonomia.
69
Introdução
O semi-árido brasileiro está localizado quase exclusivamente no
Nordeste do Brasil, com aproximadamente 970.000 Km2 (Ministério da
Integração Nacional, 2005). A Caatinga constitui o tipo de vegetação mais
característico dessa região e o domínio desse bioma abrange cerca de 900.000
Km2, correspondendo aproximadamente a 54% da região Nordeste e 11% do
território brasileiro (Andrade et al., 2005).
O Bioma Caatinga tem sido descrito como um ecossistema pobre em
espécies e endemismos (Vanzolini et al., 1980; Andrade-Lima, 1982).
Entretanto, estudos recentes têm desafiado esse ponto de vista e demonstrado
a importância da Caatinga para a conservação da biodiversidade brasileira
(Leal et al., 2003, 2005; Silva et. al., 2004).
Um exemplo é a informação gerada pelas pesquisas desenvolvidas no
bioma Caatinga sobre a diversidade de fungos conidiais (Barbosa et al., 2007;
Castañeda-Ruiz et al., 2006; Cruz et al., 2007a,b, 2008, 2009; Gusmão et al.,
2008; Leão-Ferreira et al., 2008; Marques et al., 2007) que têm revelado uma
rica micobiota. Cordana
Esse trabalho teve como objetivo propor novas espécies de Cordana
Preuss, Selenodriella R.F Castañeda & W.B. Kendr. e Spondylocladiopsis M.B.
Ellis, coletadas em áreas de caatinga, campo rupestre e mata estacional
presentes na região de Morro do Chapéu, BA.
Materiais e métodos
Quatro coletas foram realizadas, entre maio de 2008 e fevereiro de
2009, onde substratos vegetais em decomposição (cascas, folhas e galhos)
foram coletados em seis pontos distintos, escolhidos ao acaso, sendo um de
caatinga, um de campo rupestre e quatro de floresta estacional. A técnica de
amostragem para a coleta da serapilheira foi através do método de parcelas,
que consistiu em traçar em cada ponto uma área de 10x10 m, subdividida em
quatro quadrados de 5 x 5 m. Em cada quadrado foi coletado uma unidade de
cada substrato: folha, casca e galho em decomposição. As amostras coletadas
foram acondicionadas separadamente em sacos de papel Kraft transportadas
ao laboratório e submetidas à técnica de lavagem em água corrente
(Castañeda-Ruiz, 2005). Após secagem, as amostras foram acondicionadas
70
em câmaras-úmidas. Após três e durante 30 dias as estruturas de reprodução
dos fungos foram observadas sob estereomicrocópio, coletadas com auxílio de
agulhas finas (tipo insulina) e transferidas para meio de montagem permanente
com resina PVL (álcool polivinílico + lactofenol). A identificação das espécies
foi realizada comparando as estruturas reprodutivas encontradas com as
descrições apresentadas em bibliografia especializada. O material foi
depositado no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana
(HUEFS).
Resultados e discussão
Cordana sp. nov.
Fig. 1-4.
Conidióforos
macronemáticos,
mononemáticos,
eretos,
retos
ou
flexuosos, simples, septados, lisos, castanhos, castanho claros no ápice 60–
187,5 x 3–5 μm; células conidiogênicas poliblásticas, integradas, terminais,
simpodiais,
dentículos
inconspícuos.
Conídios
solitários,
secos,
lisos,
elipsóides, 1-septados, versicolores, célula basal castanho-clara, célula apical
castanho-escura, 12–15 x 6–7,5 μm; hilo protuberante, 1–1, 5 μm diam.
HOLÓTIPO: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em decomposição,
13/VI/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155108).
O gênero Cordana é caracterizado pela produção de conidióforos
macronemáticos,
mononemáticos,
simples;
células
conidiogênicas
holoblásticas, denticuladas, integradas, simpodiais e conídios elipsóides a
ovóides, 0-2 septados, subhialinos, castanho-claros a castanho-escuros (Ellis,
1971; Castañeda-Ruiz et al., 1999; Markovskaja, 2003; Soares et al., 2005).
São aceitas 15 espécies de Cordana (Castañeda-Ruiz et
al., 1999;
Markovskaja, 2003; Cai et al., 2004; Soares, et al. 2005).
Cordana sp. nov. pode ser comparada com C. crassa Tóth, C.
uniseptata L. Cai, McKenzie & K.D. Hyde e C. versicolor D.J. Soares &
R.W.Barreto por apresentar conídios versicolores (Tabela 1). No entanto,
Cordana crassa possui conídios maiores, obpiriformes e célula basal mais
escura que a apical (Castañeda-Ruiz et al., 1999; Heredia et al., 2004). Os
71
conídios de Cordana uniseptata são mais largos e a célula basal é mais escura
que a apical (Cai, et al. 2004). Cordana versicolor possui conídios com célula
apical mais escura que a basal como C. sp. nov., porém, os conídios são
maiores, a célula basal é subhialina, a apical castanho-clara e podem
apresentar uma célula apical adicional subulada (Soares, et al. 2005).
Tabela 1: Sinopse das espécies de Cordana com conídios versicolor.
Espécie
Conidióforos
Conídios
Cordana sp. nov.
Castanhos, castanho-claros no
Elipsóides, 1-septados,
ápice, lisos, 102–200 μm x 4,5–
célula basal castanho-
6µm
claras, célula apical
castanho- escura, 12–15 x
6–7,5 μm
Cordana crassa
Castanho-escuros, castanho-
Obpiriformes, 1-septados,
claros no ápice, lisos, até 300 μm
lisos, célula basal
de compr., 5–9 μm. de larg.
castanho-escuras, célula
apical castanho-claras, 18–
27 x 11–15 μm.
Cordana uniseptata
Castanhos a castanho - escuros,
Elipsóides, 1-septados,
lisos, 75–275 x 4.5–6 μm.
célula basal castanhas,
célula apical castanhoclara, 13,5–23 x 8,5–11
μm.
Cordana versicolor
Castanhos, castanho-claros no
Elipsóides, 1-septados,
ápice, lisos, até 260 μm de compr.,
célula basal subhialinas,
7–14 μm. de larg.
célula apical castanhoclara, 10–25 x 8–14 μm.
Selenodriella sp. nov.
Fig. 5-8
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, simples, raramente
ramificados, solitários, eretos, retos ou flexuosos, 8–11-septados, setiformes,
ápice fértil, raramente estéril, lisos, castanhos, 102–200 x 4,5–6µm; células
conidiogênicas poliblásticas, evidentes, laterais, terminais, lageniformes,
dispostas simpodialmente, castanho-claras, 9,5–12 x 2,5–4,0 µm; conídios
72
subcilíndricos e encurvados, agregados em mucilagem, lisos, hialinos, 0septados, 7–10,5 x 1–1,5 µm.
HOLÓTIPO: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em decomposição,
16/II/2009, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155121).
Outro material examinado: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha
em decomposição, 07/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155120).
Selenodriella é composto por seis espécies que possuem em comum
conidióforos setiformes com células conidiogênicas poliblásticas, evidentes,
ampuliformes a lageniformes, surgindo na lateral ou no ápice do conidióforo
(Castañeda-Ruiz & Kendrick, 1990, 1991; Bhat & & Kendrick, 1993; CastañedaRuiz et al., 2003). Selenodriella fertilis (Piroz. & Hodges) R.F. Castañeda &
W.B. Kendr., espécie tipo do gênero, foi segregada de Idriella por apresentar
células conidiogênicas surgindo lateralmente no conidióforo (Castañeda-Ruiz &
Kendrick, 1990).
Selenodriella fertilis, S. intermedia R.F. Castañeda & W.B. Kendr. e S.
perramosa W.B. Kendr. & R.F. Castañeda apresentam células conidiogêncicas
na lateral e no ápice do conidióforo como em S. sp. nov. (Tabela 1). No
entanto, Selenodriella fertilis possui células conidiogênicas ampuliformes a
lageniformes, conídios subfalcados e maiores (Pirozynski & Hodges, 1973).
Selenodriella
intermedia
apresenta
células
conidiogênicas
dispostas
unilateralmente, conídios maiores, aciculados a fusiforme (Castañeda-Ruiz &
Kendrick, 1990). Selenodriella perramosa se diferencia de S. sp. nov. por
apresentar células conidiogênicas surgindo de ramificações verticiladas e
conídios aciculados a fusiformes
(Castañeda-Ruiz & Kendrick, 1990).
73
Tabela 2: Sinopse das espécies de Selenodriella.
Espécie
Conidióforos
Células conidiogênicas
Conídios
S. sp. nov.
Simples, 102–200
10,5–12 X 2,5–4 µm,
Falcados a
X 4,5–6 µm
lageniformes, laterais e
alantóides, 7–
terminais, dispostas
10,5 X 0,9–1,5
simpodialmente.
µm
Simples ou
6 x 4.5 , ampuliformes a
Subfalcados, 15–
ramificado, 120–
lageniformes, laterais e
20 X 1,8–2,5 µm.
400 × 7–8 µm
terminais.
Simples, 55–200 ×
10–15 × 2–3 µm,
Fusiformes a
3–6 µm.
lageniformes, subuladas a
vermiformes, 9–
geniculadas, laterais,
12 × 1–1,5 µm.
S. fertilis
S. inaequilaterospora
dispostas simpodialmente.
S. indica
Simples, 110–220
8–10 µm de compr., até 5
Falcados, 7–10 ×
× 5–8 µm.
µm e larg., lageniformes,
0,5–1 µm.
terminais, dispostas em
verticilos ou agrupadas.
S. intermedia
S. perramosa
Simples, até 180
6–10 × 3–5 µm,
Aciculados a
µm de compr., 7–
lageniformes, laterais e
fusiformes, 9–15
10 µm de larg.
terminais.
× 0,5 µm.
Ramificado, até
10–15 × 2,5–3 µm,
Aciculados a
350 µm de compr.,
lageniformes, laterais e
fusiformes, 5–10
5–11 µm de larg.
teminais, dispostas em
× 0,5–1 µm.
verticilo.
S. ponmudiensis
Simples, 160–300
3,5–5 × 3,5–4 µm,
Estreitamente,
× 6–7,5 µm.
ampuliformes a
clavados, 7–9,5 ×
lageniformes, laterais.
1,5–2 µm.
Chave das espécies de Selenodriella
1. Células conidiogênicas restritas a região mediana do conidióforo................. 2
1’. Células conidiogênicas localizadas tanto na porção mediana quanto no
ápice do conidióforo..................................................................................... ....... 3
1’’. Células conidiogênicas restritas ao ápice do conidióforo.................. S. indica
2.
Células conidiogênicas lageniformes a subuladas, conídios fusiformes a
vermiformes, 9–12 × 1–1,5................................................. S. inaequilaterospora
74
2’. Células conidiogênicas ampuliformes a lageniformes, conídios estreitamente
clavados, 7–9,5 × 1,5–2........................................................... S. ponmudiensis
3. Células conidiogênicas dispostas em verticilo............................ S. perramosa
3’. Células conidiogênicas dispostas simpodialmente......................... S. sp. nov.
3’’. Células conidiogênicas dispostas não como acima.......................................4
4. Conídio aciculado a fusiforme, 9–15 × 0,5 µm............................ S. intermedia
4’. Conídio subfalcado, 15–20 x 1,8–2,5 µm........................................... S. fertilis
Spondylocladiopsis sp. nov.
Fig. 9-12.
Conidióforos macronemáticos, mononemáticos, setiformes, septados,
simples, raramente ramificados, solitários ou em grupos, eretos, retos ou
flexuosos, lisos, ápice raramente fértil, castanhos na base, castanho-claros no
ápice, 150–300 x 5–8 μm; células conidiogênicas, poliblásticas, evidentes,
solitárias, em pares ou em verticilos, surgindo diretamente do conidióforo ou de
1–2 células suportes, denticuladas, subhialinas a castanho-claras, 7,0–13,5 de
compr., 3,0–5 μm larg. da base, 3,0–4,5 μm larg. do ápice; conídios solitários,
secos, lisos, subhialinos, 0-septados, clavados, 12,6–19,8 x 1,8–3,0 μm.
HOLÓTIPO: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre folha em decomposição,
24/VII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155123).
Outros materiais examinados: BRASIL. Bahia: Morro do Chapéu, sobre
folha em decomposição, idem, 15/VII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS
155122), idem, 10/X/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155124), idem,
24/XII/2008, T.S. Santa Izabel s.n. (HUEFS 155125), idem, 16/II/2009, T.S.
Santa Izabel s.n. (HUEFS 155126).
O gênero Spondylocladiopsis foi estabelecido com a espécie-tipo S.
cupulicola M.B. Ellis e é caracterizado pelos conidióforos macronemáticos,
mononemáticos,
simples
ou
ramificados,
setiformes,
com
células
conidiogênicas poliblásticas, evidentes, solitárias, em pares ou em verticilos
(Ellis, 1963). Spondylocladiopsis inclui duas espécies: S. cupulicola e S.
aseptata S. Pratibha (Prathiba, 2009).
75
Spondylocladiopsis cupulicola pode ser diferenciada de S. sp. nov. pelos
conídios cilíndricos, 2-septados. (Ellis, 1963). Spondylocladiopsis aseptata
Pratibha, Raghuk. & Bhat se diferencia de S. sp. nov. pelos conidióforos
menores e conídios cilíndricos a fusiformes (Prathiba, 2009).
Tabela 3: Sinopse das espécies de Spondylocladiopsis
Espécie
Conidióforos
Células conidiogênicas
Conídios
Spondylocladiopsis
Simples ou
Surgindo diretamente dos
Cilíndricos, 2-
cupulicola
ramificados, 120–
conidióforos.
septados, 18–23 ×
310 x 6–8 μm
3–4 μm
Spondylocladiopsis
Ramificados na
Surgindo diretamente dos
Cilíndricos a
aseptata
região basal, 45–
conidióforos ou de 1–4
fusiformes,
115 × 2.5–5 μm.
células suporte
0-septado, 13,5–23
× 2–4 μm
Spondylocladiopsis sp.
Simples, raramente
Surgindo diretamente dos
Clavados, 0-
nov.
ramificados, 150–
conidióforos ou de 1–2
septados, 12,6–
300 x 5,25-6,75.
células suporte
19,8 × 1,8–3,0
Chave para as espécies de Spondylocladiopsis
1. Conídios 2-septados..................................................................S. cupulicola
1’. Conídios 0-septados.................................................................................... ..2
2. Conidióforos ramificados na região basal, conídios cilíndricos a fusiformes
13,5–23 × 2–4 μm.............................................................................. S. aseptata
2’. Conidióforos simples, raramente ramificados, conídios clavados, 12,6–19,8
× 1,8–3,0 μm........................................................................................ S. sp. nov.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Botânica PPGBot/UEFS e ao PPBIO (Programa de pesquisa de biodiversidade no Semiárido). T. S. Santa Izabel e L.F.P. Gusmão agradecem ao CNPq (proc.
474589/2008-0).
76
4
4
1
2
3
5 22
23
6
1
2
3
22
23
8
8
12
12
7
9
2710
11
Fig. 1-4. Cordana sp. nov. 1. Aspecto geral. 2. Detalhe do dentículo (seta). 3-4. Conídios.
7
11
9
5-8. Selenodriella sp. nov. 5. Aspecto geral. 6. Detalhe da 27
célula conidiogênica. 7-8.
Conídios. 9-12. Spondylocladiopsis sp. nov. 9-10. Aspecto geral. 11-12. Conídios. Bar=
20µm (1, 5, 9, 10); 10µm (2, 3,6, 7, 8, 12); 5µm (3, 4, 11 ).
77
Referências
ANDRADE, L.A.; PEREIRA, I. M.; LEITE, U.T.; BARBOSA, M. R. V. 2005.
Análise da cobertura de duas fitofisionomias de Caatinga com diferentes
históricos de uso no município de São João do Cariri, Estado da Paraíba.
Cerne, Lavras 11(3): 253-262.
ANDRADE-LIMA, D. DE. 1982. Present-day forest refuges in northeastern
Brazil. In: G.T. Prance (ed.). Biological diversification in the tropics. pp. 245251. Columbia University Press, Nova York.
BARBOSA, F.R., GUSMÃO, L.F.P., CASTAÑEDA RUIZ, R.F., MARQUES,
M.F.O.; MAIA, L.C. 2007. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of
Brazil. New species Deightoniella rugosa & Diplocladiella cornitumida with new
records for the neotropics. Mycotaxon 102: 39-49.
BHAT, D.J.; KENDRICK, W.B. 1993. Twenty-five new conidial fungi from the
Western Ghats and the Andaman Islands (India). Mycotaxon 49: 19-90.
CAI, L.; MCKENZIE, E.H.C.; HYDE, K.D. 2004. New species of Cordana and
Spadicoides from decaying bamboo culms in China. Sydowia 56: 222-228.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 2005. Metodología en el estudio de los hongos
anamorfos. Pp. 182-183. In: Anais do V Congresso Latino Americano de
Micologia, Brasília, Brasil.
CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.; GUSMÃO, L.F.P.; ABARCA, G.H. & SAIKAWA, M.
2006. Some hyphomycetes from Brazil. Two new species of Brachydesmiella,
two new combinations for Repetophragma, and new records. Mycotaxon 95:
261-270.
CASTAÑEDA RUÍZ, R.F.; ITURRIAGA, T.; GUARRO, J. 1999. A new species
of Cordana from Venezuela. Mycotaxon 73: 1-8.
CASTAÑEDA RUIZ, R.F.; KENDRICK, B. 1991. Ninety-nine Conidial Fungi
from Cuba and three from Canada. University of Waterloo Biology Series 35.
CASTANEDA-RUIZ, R.F., ITURRIAGA, T., MINTER, D.W., SAIKAWA, M.,
VIDAL, G.; VELAZQUEZ-NOA, S. 2003. Microfungi from Venezuela, A new
species of Brachydesmiella, a new combination, and new records. Mycotaxon
85: 211-229
CRUZ, A.C.R.; GUSMÃO, L.F.P.; CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. 2007a. Conidial
fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. Subramaniomyces pulcher
sp. nov. and notes on Sporidesmium circinophorum. Mycotaxon 102: 25-32.
78
CRUZ, A.C.R.; GUSMÃO, L.F.P.; FERREIRA, S.M.L.; CASTAÑEDA-RUIZ, R.F.
2007b. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. Diplococcium
verruculosum sp. nov. and Lobatopedis longistriatum sp. nov. Mycotaxon 102:
33-38.
CRUZ, A.C.R. DA; LEÃO-FERREIRA, S.M.; BARBOSA, F.R.; GUSMÃO, L.F.P.
2008. Conidial fungi from semi-arid Caatinga biome of Brazil. New and
interesting Dictyochaeta species. Mycotaxon 106: 15-27.
CRUZ, A.C.R.; SANTA IZABEL, T.S.; LEÃO-FERREIRA, S.M.; GUSMÃO,
L.F.P. 2009. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil. New
species and new records of Helicosporium. Mycotaxon 110: 53-64.
ELLIS, M.B. 1971. Dematiaceous Hyphomycetes. Kew, Commonwealth
Mycological Institute.
ELLIS, M.B. 1963. Dematiaceous hyphomycetes. IV. Mycological Papers 87: 142.
GUSMÃO, L.F.P, LEÃO-FERREIRA, S.M, MARQUES, M.F.O, ALMEIDA,
D.A.C. 2008. New species and records of Paliphora from the Brazilian semi-arid
region. Mycologia 100: 306–309.
HEREDIA-ABARCA,
G..;
ESTEBANEZ,
M.R.;
MOTA,
R.M.A.;
MENA-
PORTALES, J..; MERCADO-SIERRA, A. 2004. Adiciones al conocimiento de la
diversidad de los hongos conidiales del Bosque Mesófilo de Montaña del
estado de Veracruz. Acta Botanica Mexicana 66: 1-22.
LEAL, I.R., TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. 2003. Ecologia e conservação da
Caatinga. Editora Universitária, Universidade Federal de Pernambuco, Recife,
Brasil.
LEAL, I.R.; SILVA, J.M.; TABARELLI, M.; LACHER JR, T. E. 2005. Mudando o
curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. In:
Conservação Internacional do Brasil (ed.). Megadiversidade. Belo Horizonte,.
Vol. 1, p. 139-146.
LEÃO-FERREIRA, S.M.; CRUZ, A.C.R.; CASTAÑEDA-RUIZ, R.F. & GUSMÃO,
L.F.P. 2008. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of Brazil.
Brachysporiellina fecunda sp. nov. and some new records for Neotropica.
Mycotaxon 104: 309-312.
79
MARKOVSKAJA, S. 2003. A new species of Cordana from Lithuania.
Mycotaxon 87: 179-185.
MARQUES, M.F.O.; BARBOSA, F.R.; GUSMÃO, L.F.P.; CASTAÑEDA RUIZ,
R.F. & MAIA, L.C. 2007. Conidial fungi from the semi-arid Caatinga biome of
Brazil. Cubasina microspora sp. nov., a note on C. albofusca, and some new
records for South America. Mycotaxon 102: 17-23.
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. 2005. Secretaria de políticas
dedesenvolvimento regional. Nova delimitação do semi-árido brasileiro.
Brasília: MISDR.
PIROZYNSKI, K.A.; HODGES, C.S. JR. 1973. New Hyphomycetes from South
Carolina. Canadian Journal of Botany 51: 151-173.
PRATIBHA, J.; RAGHUKUMAR, S.; BHAT, D.J. 2009. New species of
Digitoramispora and Spondylocladiopsis from the forests of Western Ghats,
India. Mycotaxon 107: 383-390.
ROCHA, A.J.D.; COSTA, I.V.G. (ORG.). 1995. Projeto mapas municipais do
município de Morro do Chapéu. Salvador, Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais.
SILVA, J.M.C., M. TABARELLI, M.T. FONSECA & L.V. LINS (ORGS.). 2004.
Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação.
Ministério do Meio Ambiente, Brasília.
SOARES, D.J.; NECHET, K.L.; BARRETO, R.W. 2005. Cordana versicolor sp.
nov. (dematiaceous hyphomycete) causing leaf-spot on Canna denudata
(Cannaceae) in Brazil, with observations on Cordana musae. Fungal Diversity
18: 147-155.
VANZOLINI, P.E.; RAMOS-COSTA, A.M.; VITT, L.J. 1980. Répteis das
Caatingas. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro.
VELLOSO, A.L., SAMPAIO, E.V.S.B. & PAREYN, F.G.C. 2002. Ecorregiões
propostas para o Bioma Caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste APNE, Instituto de Conservação Ambiental, The Nature Conservancy do Brasil.
76p.
80
CONCLUSÕES GERAIS
 Foram identificadas 88 espécies de fungos conidiais associadas a
substratos vegetais em decomposição em Morro do Chapeu- BA.
 São propostas novas espécies de Cordana , Ellisembia , Selenodriella e
Spondylocladiopsis .
 É proposta uma nova variedade de Sporidesmiella
 São propostas seis novas combinações de Ellisembia e quatro de
Reptophragma.
 Dendryphiopsis biseptata, Sporidesmiopsis zhejiangensis e Virgariella
atra são novos registros para o continente Americano.
 Dictyochaeta matsushimae, Endophragmiella boothii são relatas pela
primeira vez para o Neotrópico.
 Anungitea palustris, Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria dingleyae,
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria pulchriseta, Ellisembia vaga,
Eversia parvula, Gyrothrix hughesii e Minimelanolocus navicularis são
novos registros para América do Sul.
 Endophragmiella pallescens, Helicoubisia coronata e Selenodriella
ponmudiensis são reportados pela primeira vez para o Brasil.
 O folhedo foi o substrato com maior incidência de fungos conidiais,
seguido da casca.
 Esse trabalho demonstrou a diversidade de fungos conidiais na região
de Morro do Chapéu, incluindo espécies inéditas.
81
FUNGOS CONIDIAIS ASSOCIADOS A SUBSTRATOS VEGETAIS EM
DECOMPOSIÇÃO, NO MORRO DO CHAPÉU, BAHIA.
Tasciano dos Santos Santa Izabel
RESUMO
Os fungos conidiais representam a fase assexual dos Filos Ascomycota e
Basidiomycota. São importantes agentes decompositores desempenhando um
importante papel na manuntenção dos ecossitema através da ciclagem de
nutrientes. A região semi-árida ocupa cerca de 11% do território brasileiro e é
uma
das
menos
protegidas.
Visando
aumentar
o
conhecimento
da
biodiversidade no semi-árido brasileiro foi realizado um estudo taxonômico de
fungos conidiais associados a substratos vegetais em decomposição no
município de Morro do Chapéu, Bahia. Localizado na região Norte da Chapada
Diamantina, é considerada área de extrema importância biológica. Foram
realizadas quatro expedições, entre maio de 2008 e fevereiro de 2009, onde os
substratos vegetais em decomposição (folhas, cascas e galhos) foram
coletados, levados para o laboratório e submetidos à técnica de lavagem em
água corrente. Após secagem, as amostras foram acondicionadas em
câmaras-úmidas. Durante 30 dias, estruturas de reprodução dos fungos foram
extraídas, sob estereomicrocópio, com auxílio de agulhas finas (do tipo usado
para aplicação de insulina) e transferidas para meio de montagem permanente
com resina PVL. A identificação das espécies foi realizada comparando as
estruturas reprodutivas encontradas com as descrições apresentadas na
bibliografia especializada. O material foi depositado no Herbário da
Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). Foram encontradas 88
espécies de fungos conidiais, sendo: quatro novas espécies: Cordana sp. nov.,
Ellisembia sp. nov., Selenodriella sp. nov. e Spondylocladiopsis sp. nov. ; uma
nova variedade de Sporidesmiella; três novos registros para o continente
Americano: Dendryphiopsis biseptata Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker.,
Sporidesmiopsis zhejiangensis Wongsawas, H.K. Wang, K.D. Hyde & F.C. Lin
e Virgariella atra S. Hughes; dois novos registros para o Neotrópico:
Dictyochaeta matsushimae (Hewings & J.L. Crane) Whitton e Endophragmiella
82
boothii (M.B. Ellis) S. Hughes; sete novos registros para América do Sul:
Anungitea palustris R.F. Castañeda & W.B. Kendr., Dictyochaeta anamorfo de
Chaetosphaeria dingleyae S. Hughes, W.B. Kendr., Dictyochaeta anam. de
Chaetosphaeria pulchriseta S. Hughes, W.B. Kendr., Ellisembia vaga (Nees &
T. Nees) Subram., Eversia parvula Hol.-Jech., Gyrothrix hughesii Piroz. e
Minimelanolocus navicularis R.F. (Castañeda) R.F. Castañeda e três novos
registros para o Brasil: Endophragmiella pallescens B. Sutton, Helicoubisia
coronata Lunghini & Rambelli e Selenodriella ponmudiensis (Varghese & V.G.
Rao) R.F. Castañeda & Saikawa . Os resultados obtidos revelam a diversidade
fúngica de Morro do Chapéu, apresentando novos registros e espécies novas.
ABSTRACT - (Conidial Fungi associated to plant substrate in decomposition, in
Morro do Chapéu, Bahia). Conidial fungi represent the assexual stage of the
Phyla Ascomycota and Basidiomycota. They are the importants decomposers
agents playing an important role in the preservation of the ecosystem through
nutrients cycling. The semi-arid region occupies about 11% of Brazilian territory
and is one of the least protected. In order to increase the knowledge of
biodiversity in semi-arid region a taxonomic study of conidial fungi associated
with decaying plant debris in municipality of Morro do Chapéu was carried out.
Located in the north of the Chapada Diamantina in Bahia state, it is considered
an area of extreme biological importance. Four expeditions were realized
between May 2008 and February 2009, where decaying plant debris were
collected, brought to the laboratory and submitted to the technique of washing
in water. After drying, the samples were placed in moist chambers. For 30 days,
reproductive structures of fungi were recovered under estereomicrocópio with
the aid of needles (the type used for administration of insulin) and transferred to
a permanent mounting medium with PVL resin. Identification of specimens was
performed by comparing the found reproductive structures with the descriptions
in literature. The material was deposited in the Herbarium of Universidade
Estadual de Feira de Santana (HUEFS). Eighty-eight species of conidial fungi
were found, as follows: four new species: Cordana sp. nov., Ellisembia sp. nov.
Selenodriella sp. nov. and Spondylocladiopsis sp. nov.; a new variety: of
Sporidesmiella; three new records to the American continent: Dendryphiopsis
biseptata Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker., Sporidesmiopsis zhejiangensis
83
Wongsawas, H.K. Wang, K.D. Hyde & F.C. Lin and Virgariella atra S. Hughes;
two new records to the Neotropics: Dictyochaeta matsushimae (Hewings & J.L.
Crane) Whitton and Endophragmiella boothii (M.B. Ellis) S. Hughes; seven new
records for South America: Anungitea palustris R.F. Castañeda & W.B. Kendr.,
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria dingleyae S. Hughes, W.B. Kendr.,
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria pulchriseta S. Hughes, W.B. Kendr.,
Ellisembia vaga (Nees & T. Nees) Subram., Eversia parvula Hol.-Jech.,
Gyrothrix hughesii Piroz. and Minimelanolocus navicularis R.F. (Castañeda)
R.F. Castañeda and three new records for Brazil: Endophragmiella pallescens
B. Sutton, Helicoubisia coronata Lunghini & Rambelli and Selenodriella
ponmudiensis (Varghese & V.G. Rao) R.F. Castañeda & Saikawa .These
results demonstrated the diversity of fungi at Morro do Chapéu, presenting new
records and new species.
84
ANEXOS
85
Tabela1: Fungos Conidiais encontrados associados a substratos vegetais coletados em Morro do
Chapéu com relação a cada substrato ( CA= casca, FO= folha, GA= galho).
Substratos
FO
X
X
2
Anungitea palustris R.F. Castañeda & W.B. Kendr.
X
1
Atrosetaphiale flagelliformis Matsush.
X
1
Beltrania rhombica Penz.
X
1
Beltraniella portoricensis (F. Stevens) Piroz. & S.D. Patil
X
1
Actinocladium rhodosporum Ehrenb.
Brachysporiella gayana Bat.
X
Brachysporiellina fecunda S.M. Leão, Gusmão, R.F. Castañeda & A.C. Cruz
X
X
2
1
X
Chalara affinis Sacc. & Berl.
Chalara alabamensis Morgan-Jones & E.G. Ingram
GA
NS*
CA
1
X
1
Chloridium virescens var. virescens (Pers.) W. Gams & Hol.-Jech.
X
1
X
2
Chloridium transvaalense Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker
X
Circinotrichum falcatisporum Piroz.
X
1
Circinotrichum maculiforme Nees
X
1
Circinotrichum olivaceum (Speg.) Piroz.
X
1
X
Cordana musae (Zimm.) Höhn.
X
Cordana sp. nov.
Cryptophiale kakombensis Piroz.
X
X
1
1
X
3
Cryptophiale udagawae Piroz. & Ichinoe
X
1
Cryptophialoidea fasciculata Kuthub. & Nawawi
X
1
Cryptophialoidea ramosa G. Delgado, J. Mena & Gené
X
1
X
Dactylaria candidula (Höhn.) G.C. Bhatt & W.B. Kendr.
Dactylaria cazorlii Mercado, Gené & Guarro
X
1
X
Dendryphiopsis atra (Corda) S. Hughes
Dendryphiopsis biseptata Morgan-Jones, R.C. Sinclair & Eicker
X
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria dingleyae S. Hughes, W.B. Kendr. &
1
1
1
X
1
Shoemaker
Dictyochaeta anam. de Chaetosphaeria pulchriseta S. Hughes, W.B. Kendr.
X
X
Dictyochaeta matsushimae (Hewings & J.L. Crane) Whitton, McKenzie & K.D. Hyde
X
X
Dictyochaeta novae-guineensis (Matsush.) A.I. Romero
X
X
3
& Shoemaker
1
X
Dictyochaeta simplex (S. Hughes & W.B. Kendr.) Hol.-Jech.
X
Drechslera rostrata (Drechsler) M.J. Richardson & E.M. Fraser
Ellisembia brachypus (Ellis & Everh.). Subram.
1
X
Dischloridium inaequiseptatum (Matsush.) Hol.-Jech.
Ellisembia adscendens (Berk.). Subram.
2
X
1
1
X
2
X
1
86
Ellisembia sp. nov.
X
1
Ellisembia vaga (Nees & T. Nees) Subram.
X
1
X
2
Endophragmiella boothii (M.B. Ellis) S. Hughes
X
Endophragmiella pallescens B. Sutton
X
1
Eversia parvula Hol.-Jech.
X
1
Exserticlava vasiformis (Matsush.) S. Hughes
X
X
X
X
Fusariella obstipa (Pollack) S. Hughes
Gonytrichum chlamydosporium var. simile W. Gams & Hol.-Jech.
X
Gonytrichum macrocladum (Sacc.) S. Hughes
X
3
1
X
2
1
Gyrothrix microsperma (Höhn.) Piroz.
X
1
Gyrothrix hughesii Piroz.
X
1
Helicoubisia coronata Lunghini & Rambelli
X
1
X
2
Helicosporium gracile (Morgan) Linder
X
Helicosporium griseum Berk. & M.A. Curtis
X
1
X
Helicosporium pannosum (Berk. & M.A. Curtis) R.T. Moore
1
X
Helicosporium vesiculiferum A.C. Cruz & Gusmão
1
Henicospora coronata B. Sutton & P.M. Kirk, in Kirk & Sutton
X
1
Idriella setiformis R.F. Castañeda & G.R.W. Arnold.
X
1
X
Junewangia globulosa (Tóth) W.A. Baker & Morgan-Jones
1
Memnoniella echinata (Rivolta) Galloway
X
1
Menisporopsis novae-zelandiae S. Hughes & W.B. Kendr.
X
1
Menisporopsis theobromae S. Hughes
X
1
Minimelanolocus navicularis (R.F. Castañeda) R.F. Castañeda
X
1
X
Myrmecridium schulzeri var. schulzeri (Sacc.) Arzanlou, W. Gams & Crous
1
Neojohnstonia minima Gusmão & Grandi
X
1
Paliphora inflata Gusmão, Marques & D.A.C. Almeida
X
1
Pappimyces hastatus B. Sutton & Hodges
X
1
Paraceratocladium silvestre R.F. Castañeda
X
1
Periconia cookei E.W. Mason & M.B. Ellis
X
1
X
Phaeostalagmus tenuissimus (Corda) W. Gams & Hol.-Jech.
X
Phaeoisaria infrafertilis B. Sutton & Hodges
1
X
Ramichloridium anceps (Sacc. & Ellis) de Hoog.
1
1
Selenodriella ponmudiensis (Varghese & V.G. Rao) R.F. Castañeda & Saikawa
X
1
Selenodriella sp. nov.
X
1
Speiropsis scopiformis Kuthub. & Nawawi
X
1
X
2
X
1
Speiropsis pedatospora Tubaki
X
Spondylocladiopsis sp. nov.
Sporidesmiella aspera Kuthub. & Nawawi
X
1
87
Sporidesmiella cuneiformis (B. Sutton) P.M. Kirk
X
Sporidesmiella garciniae var. brasiliensis T.S. Santa Izabel & Gusmão, va. var. nov.
X
2
X
1
X
Sporidesmiopsis zhejiangensis Wongsawas, H.K. Wang, K.D. Hyde & F.C. Lin
Sporidesmium tropicale var. tropicale M.B. Ellis
X
Stachybotrys chartarum (Ehrenb.) S. Hughes
X
1
1
X
2
Stachybotrys longispora Matsush.
X
1
Stachybotrys parvispora S. Hughes
X
1
Thozetella cristata Piroz. & Hodges
X
1
Thozetella queenslandica Paulus, P.Gadek & K.D. Hyde
X
1
Umbellidion radulans B. Sutton & Hodges
X
1
Vermiculariopsiella falcata Nawawi, Kuthub. & B. Sutton
X
1
Virgaria nigra (Link) Nees
X
Virgariella atra S. Hughes
X
X
2
1
Volutella minima Höhn.
X
1
Wiesneriomyces laurinus (Tassi) P.M. Kirk
X
1
Zanclospora brevispora var. brevispora S. Hughes & W.B. Kendr.
X
Zanclospora novae-zelandiae S. Hughes & W.B. Kendr.
X
Total geral
29
NS*: Número de substratos de ocorrência de cada espécie.
TO*: Total de ocorrência para cada espécie.
1
55
X
2
23
107

Documentos relacionados