proteja o ambiente proteja o ambiente
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cardio-dúvidas: www.facebook.com/saudenoticias DEZEMBRO2012 | N.º 03 | ANO I | MENSAL + Este jornal é gratuito, pelo que não pode ser comercializado + Conheça a doença aterosclerótica e os fatores de risco, entre os quais se destacam o tabagismo e o excesso de colesterol. Veja na página 11 diretora-geral: Ana Santos proteja o ambiente faça faça a a reciclagem reciclagem das das suas suas embalagens embalagens de de medicamentos medicamentos Junte-se Junte-se a a nós nós numa numa campanha campanha de de responsabilidade responsabilidade social social ee ambiental ambiental Dificuldades no acesso a medicamentos inovadores Há doentes com doenças inflamatórias autoimunes que só podem tomar determinados medicamentos, entregues na farmácia hospitalar. Sem aquele fármaco não conseguem ter qualidade de vida e a sua situação clínica tende a deteriorar-se dia após dia. Conheça o testemunho de uma doente a quem foi negado o tratamento. Saiba mais na página 04 Saúde infantil no inverno Com a chegada do frio intenso, aumentam as probabilidades de o seu filho vir a ter uma infeção respiratória. Umas das mais prevalentes é a amigdalite aguda, mas pode haver outras. Saiba quais são os sintomas e os tratamentos com os conselhos de Inês Soares da Cunha, do Serviço de Otorrinolaringologia (ORL) do Hospital Dona Estefânia. Veja na página 12 breves Figuras públicas assinalam Dia Mundial da Prematuridade editorial VALORMED - Medicamentos com final feliz A responsabilidade social e ambiental do setor farmacêutico está em destaque nesta edição do “Saúde Notícias”. Em nome da saúde, mas também do ambiente, os medicamentos fora de uso (porque já não precisamos deles ou porque estão fora de prazo) e até mesmo as embalagens vazias, devem ser entregues nas farmácias, a partir de onde serão encaminhados para um destino seguro. Sem riscos para as pessoas e para a natureza. Todos nós temos uma farmácia doméstica, com medicamentos que guardámos ou porque os sintomas passaram ou porque não cumprimos à risca as indicações terapêuticas dadas pelo médico (o que no caso dos antibióticos nunca deveria acontecer). Muitos desses fármacos já estarão desprovidos das suas embalagens originais ou já perderam a bula informativa, aquele folheto fundamental para se conhecer melhor o medicamento. É igualmente provável que alguns desses medicamentos fiquem esquecidos para além do prazo de validade, tornando-se assim potencialmente perigosos para a saúde. A VALORMED – Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens e Medicamentos, é uma entidade criada pelas associações representativas da indústria farmacêutica, das farmácias e dos distribuidores de medicamentos e tem o objetivo de recolher, transportar e eliminar as embalagens e medicamentos fora de uso, com toda a segurança. Entregar as embalagens e medicamentos fora de uso nas farmácias é um procedimento ao alcance de todos, sobretudo quando já nos habituámos a separar o lixo doméstico de acordo com o tipo de material e a depositá-lo nos ecopontos, para posterior reciclagem. Os medicamentos é que nunca devem ser deitados no lixo; entregue-os na farmácia, contribuindo para reduzir os riscos inerentes à sua manipulação acidental ou indevida e para reduzir os riscos de contaminação ambiental. Os resíduos entregues nas farmácias são reencaminhados para um Centro de Triagem para separação de material objeto de reciclagem, com notórios ganhos ambientais quando comparada com a eliminação destes resíduos em aterros sanitários. Os bebés prematuros do Hospital D. Estefânia receberam a visita da apresentadora da RTP, Diamantina Rodrigues, e da animadora da RFM, Carla Rocha, no Dia Mundial da Prematuridade, que decorreu a 17 de novembro. Os pais dos recém-nascidos que se encontram internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do hospital tiveram um dia diferente com esta iniciativa que contou com a colaboração da NUK, uma marca de produtos de puericultura. O objetivo era promover a partilha de experiências e dar a conhecer o dia a dia deste serviço, onde as crianças enfretam, todos os dias, problemas de saúde. No final também tiveram direito a presentes da NUK. Portugueses demasiado expostos ao ruído A diabetes continua a ser uma preocupação Portugal tem apenas 68 municípios com mapa de ruído ambiente, destes todos registam valores acima do permitido e nenhum entregou os planos de redução do ruído exigidos pela União Europeia, alerta a Quercus. Portugal é o país da União Europeia (UE) com maior prevalência de diabetes, de acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). No total dos estados-membros da União Europeia, analisados em 2011, a média da diabetes é de 6,4 por cento, enquanto Portugal atinge 9,8 por cento. O vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, explicou à Lusa que o excesso de ruído pode ter consequências negativas, que vão além do simples incómodo. Stress, dores de cabeça, perturbações do sono e até aumento das doenças cardiovasculares podem ser consequência do excesso de ruído. Apesar de existir legislação, o responsável admite que as medidas exigidas são complicadas do ponto de vista técnico e por vezes político e podem implicar mudar pavimentos, reduzir velocidades ou retirar tráfego, o que dificulta a praticabilidade das medidas exigidas. Após terem analisado, em 2011, a população adulta, entre os 20 e os 79 anos, foi verificado que Chipre e Polónia tinham também uma prevalência da doença acima dos 9 por cento. Os países com menor número de casos de doença foram a Suécia, Luxemburgo e a Bélgica, todos com uma prevalência inferiores a 5 por cento, segundo o mesmo relatório. Em Portugal, a diabetes foi inclusive a principal causa de morte de cerca de 100 mil pessoas nesse ano. Juntos no combate às doenças respiratórias As farmácias comunitárias e os profissionais de saúde que nelas trabalham constituem elos essenciais nesta mensagem ambiental a transmitir às populações, pelo que a VALORMED presta anualmente homenagem às farmácias que mais se evidenciaram na recolha de resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) estabeleceu um protocolo com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia. O objetivo é prevenir e combater as doenças respiratórias através do projeto “Saúde Mais Próxima” da SCML. Para que a nossa relação com os medicamentos tenha um final feliz, há que respeitar um conjunto de procedimentos. Em nome da Saúde, mas também do Ambiente: A assinatura do protocolo acontece após as duas instituições terem colaborado, entre maio e junho, em ações de rastreio das doenças respiratórias, como alergias, asma, tabagismo, tuberculose e doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). aUtilize os medicamentos seguindo as instruções do seu médico e do seu farmacêutico; aGuarde os medicamentos em local seguro e apropriado, mantendo-os dentro das embalagens; Esta política de saúde de proximidade com a sociedade teve início no bairro da Mouraria, a 17 de maio, passando posteriormente por mais zonas de Lisboa como Charneca, Ameixoeira, Alcântara, Rossio, Graça, Bairro Padre Cruz, Quinta das Laranjeiras, Bairro da Liberdade, Anjos, entre outras. aVerifique sempre o prazo de validade antes de tomar qualquer medicamento; aLembre-se de que um medicamento adequado para uma pessoa pode não ser adequado para outra; aNão guarde medicamentos que já não são necessários; aNão deite medicamentos no lixo doméstico; Diamantina Rodrigues, apresentadora da RTP; Madalena Legídio, da NUK; Micaela Serelha, diretora da Unidade Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital D. Estefânia; e Carla Rocha, animadora da RFM. FICHA TÉCNICA | Esta edição é de distribuição gratuita, pelo que não pode ser vendida aEntregue as embalagens vazias e os medicamentos fora de uso na sua farmácia. Ana Santos [email protected] Subscreva o Saúde Notícias e envie-nos as suas sugestões para: [email protected] Siga-nos também no Facebook www.facebook.com/saudenoticias 02 dezembro 2012 Ano I – 2012 Propriedade Guess What Comunicação, Lda Rua Francisco Sanches, nº55 2ºEsq 1000 Lisboa Sede da Redação Rua Ramalho Ortigão, nº8 3ºEsq 1070-230 Lisboa Tel.: 21 386 15 82 Email: [email protected] Diretora Ana Santos [email protected] DESIGN E PAGINAÇÃO Tânia Espinheira Tiragem 25 mil exemplares Periodicidade Mensal Depósito Legal - ERC 125983 Nº Contribuinte 508521211 Impressão Funchalense - Empresa Gráfica, SA Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº50 Morelena 2715-028 Pêro Pinheiro Colaboradores Maria João Ramires Carla Fonseca Mário Tomé Sónia Morais As opiniões, notas e comentários são da exclusiva responsabilidade dos autores ou das entidades que produziram os dados. Nos termos da Lei, está proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos. PUB reportagem Medicamentos inovadores Dificuldades no acesso podem agravar doença Maria João Ramires Imagine que tem uma doença inflamatória autoimune, que só é controlada com um único medicamento, que lhe é negado no hospital. Esta situação aconteceu com alguns doentes em hospitais portugueses e o Saúde Notícias foi tentar saber o que se passa com o acesso a este tipo de medicamentos, nomeadamente os chamados biológicos. “Não lhe podemos dar nada, porque nos próximos 15 dias, os medicamentos biológicos [inovadores] só estão disponíveis para doentes internos. Tem de se dirigir a outro hospital, como por exemplo ao de Santa Maria”. Maria da Graça Brás Loupas, doente com artrite reumatóide, não queria acreditar no que estava a ouvir. As palavras da auxiliar do Centro Hospitalar do Barreiro-Montijo caíram que nem “balde de água fria”. “Sempre tive direito a este tratamento. Só ia levantar o medicamento que tinha sido encomendado para mim”, afirma. A artrite reumatóide, uma doença inflamatória autoimune crónica, já lhe tinha tirado a qualidade de vida há alguns anos. “As dores são horríveis! As mãos costumam inchar muito e não consigo levantar nada, incham os pés… Afeta-me muito a nível pessoal e profissional”, salienta. Experimentou vários tratamentos, mas a sua situação clínica não melhorava. 04 A única terapêutica que a ajudou “a 100 por cento” foi aquela que lhe foi negada no hospital. “É um pack de injeções para administrar todas as semanas e que só podem ser adquiridas em unidades hospitalares.” Se a situação já não era positiva, piorou ainda mais quando soube que o hospital deixaria mesmo de disponibilizar medicamentos inovadores a doentes externos, tal como acontecera até aí. Para conseguir ter acesso ao fármaco teve de voltar à sua médica assistente e dirigir-se ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa. “Com isto tudo, acabei por ficar cerca de 15 dias sem medicação, acabando por piorar”, refere. Após ter feito queixa junto da ANDAR, a associação que representa os doentes com artrite reumatóide, e no livro de reclamações do hospital, recebeu um telefonema do centro hospitalar a informá-la que poderia voltar a ir buscar o seu medicamento. dezembro 2012 O hospital referiu ao Saúde Notícias que na base desta questão esteve o facto de, “por razões conjunturais, ter havido interrupção, por um curto período de tempo, no fornecimento de medicamentos biológicos a doentes cuja prescrição vinha do setor privado”. A administração “lamenta o sucedido” e garante que se preocupou com a situação dos doentes, tendo dado condições para que, ”em articulação com o médico prescritor, fosse procurada a melhor e mais atempada resposta junto de outros serviços farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde, numa perspetiva de salvaguardar o direito dos doentes”. Fármacos únicos para doenças graves A situação de Maria da Graça Brás Loupas não é única. Nos últimos tempos, desde que a palavra crise se tornou obrigatória no dia a dia dos portugueses, há relatos de vários casos de utentes a quem lhes é negado o acesso a medicamentos, nomeadamente aos inovadores, como é o caso dos biológicos. Trata-se de terapêuticas que só podem ser disponibilizadas nos hospitais a determinados doentes, que já experimentaram vários tratamentos e que não obtiveram resultados positivos. Por outras palavras, estes fármacos são o único tratamento disponível para aquele paciente, caso contrário a sua qualidade de vida deteriora-se, ficando impossibilitado, muitas vezes, de trabalhar e de fazer as tarefas diárias mais básicas. O presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, disse, em declarações ao Público, que já incumbiu “um grupo de trabalho interno” que define um “sistema de prioridades” para a aprovação de medicamentos inovadores. Maria da Graça Brás Loupas, doente de artrite reumatóide Há relatos de vários casos de utentes a quem lhes é negado o acesso a medicamentos reportagem Estes são ordenados com base em dois critérios: o benefício que representam para os doentes e o baixo custo. Mas garante que ”se aparecer um medicamento que cura” é aprovado, independentemente do seu custo. No caso dos hospitais, enquanto não houver uma avaliação farmacoeconómica e um acordo prévios com as farmacêuticas para se acordar o preço final, os médicos podem pedir uma autorização especial de utilização, tendo em conta cada caso. Cortar, mas não a torto e a direito Apesar da legislação europeia e nacional consagrar o direito ao acesso a estes medicamentos, a verdade é que nos últimos tempos têm surgido casos em que este não é facilitado. Nesse sentido, foi criada a Plataforma Mais Saúde, que envolve a ANDAR – Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide, ANEA – Associação Nacional da Espondilite Anquilosante, APDI – Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino e PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase. O objetivo é reunir esforços na defesa do diagnóstico e tratamento precoces, bem como o acesso à inovação terapêutica, para os cerca de 400 mil doentes que sofrem de patologias inflamatórias autoimunes, segundo a plataforma. O Saúde Notícias falou com as quatro associações que fazem parte desta plataforma e todas são unânimes: os medicamentos inovadores são essenciais e contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos doentes, além de diminuírem os custos com tratamentos, baixas médicas prolongadas e reformas antecipadas. Problemas, que “muitos recursos custam ao Estado”, ainda de acordo com a Plataforma. Um estudo do Academic Medical Center, de Amesterdão, apresentado no encontro anual do Colégio Americano de Reumatologia, em novembro, vem confirmar a denúncia da Plataforma Mais Saúde e o testemunho de vários doentes. Portugal é um dos países da Europa com pior acesso a terapêuticas biológicas, consideradas inovadoras. A comparação entre 46 países da Europa alerta para a existência de vários obstáculos, como o preço da medicação, as barreiras à prescrição e a existência de reembolso. Os cortes na saúde, o controlo da despesa e a recente Lei dos Compromissos obriga os administradores e gestores hospitalares a controlarem de forma mais restrita os gastos. Exemplo disso é o corte de quase 500 milhões de euros nas despesas dos hospitais em 2013. Desta quantia, 333 milhões de euros serão poupados através da chamada “racionali-zação da política de medicamentos”, segundo o Governo. De acordo com o recente parecer do Con selho de Ética para as Ciências da Vida, o que se pretende com as novas medidas é escolher “os mais baratos dos me-lhores” medicamentos. No caso da Lei dos Compromissos, aprovada em fevereiro, obriga-se os organismos públicos a contenção máxima nas despesas, logo os administradores hospitalares não podemgastar dinheiro em produtos e serviços se não tiverem capacidade de os pagar em 90 dias. Restrições que, no entender da deputada Maria Antónia Almeida Santos, não justificam a não disponibilização de terapêuticas inovadoras a doentes, que só podem receber aquele tratamento. “A despesa em saúde não pode ser tratada como noutros setores. Estes doentes só têm este tratamento, por isso não lhes pode ser negado”, refere a deputada do PS. No seu entender, deve haver “ponderação e bom senso”. Diz compreender o dilema dos admi-nistradores hospitalares, mas “é preciso cortar em recursos menos fundamentais, para se evitar casos em que se nega terapêuticas inovadoras”. Portugal, dos piores no acesso a terapêuticas biológicas E acrescenta: “Apostar em saúde é um investimento, porque estamos a evitar o absentismo laboral, as baixas médicas permanentes, as reformas por invalidez e o gasto em recursos de saúde Plataforma Mais Saúde, www.maisaude.com que podiam ser evitados se se prevenisse as situações agudas”. João Semedo, deputado do BE, também considera que não se pode poupar nos medicamentos inovadores, face aos seus benefícios, “mesmo sendo bastante caros”. Face às dificuldades que os administradores hospitalares e os doentes estão a enfrentar, o BE apresentou uma proposta – ainda a aguardar debate no fecho desta edição, segundo a qual se deve criar um fundo especial de financiamento de medicamentos inovadores e outros que representam um custo elevado. “Seria uma almofada financeira, gerida pelo Ministério da Saúde, que deveria ser administrada por um conselho, constituído por representantes do Infarmed, Direção Geral de Saúde, Autoridade Central de Serviços de Saúde, pela central de serviços partilhados e por associações de doentes”. As farmacêuticas devem reduzir o preço e deve haver um grande rigor na aplicação dos medicamentos inovadores, além de ser nePlataforma Mais Saúde, cessário acabar com envolve a ANDAR – Associação o fornecimento que se faz a grupos Nacional de Doentes com Artrite hospitalares priReumatóide, ANEA – Associação Nacional vados”. da Espondilite Anquilosante, APDI – Associação Com a mediaPortuguesa de Doença Inflamatória do Intestino e tização deste problema de PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase. acesso a medicamentos inovadores, Com o objetivo de reunir esforços na defesa do a Plataforma diagnóstico e tratamento precoces, bem como Mais Saúde espera que cao acesso à inovação terapêutica, para os sos como o de cerca de 400 mil doentes que sofrem de Maria da Graça Brás Loupas e de patologias inflamatórias autoimunes, outros doentes não segundo a plataforma. se venha a repetir. Afinal, o acesso à saúde é um direito constitucional. Para o deputado do PCP, Bernardino Soares, é preciso trabalhar para garantir a acessibilidade a estes medicamentos. “Estas situações são uma consequência das políticas restritivas que se tem aplicado na saúde, pondo em causa a continuidade de um tratamento essencial para a saúde da pessoa”. No seu entender, “os hospitais não têm de resolver o problema, mas sim o Estado. As unidades hospitalares já têm muitos cortes.” Quanto à solução defende “o reforço orçamental dos hospitais, cortando-se apenas no que é superficial – seja na saúde ou noutros setores, mas sobretudo nos interesses privados. dezembro 2012 05 saúde e ambiente Maria João Ramires Embalagens fora de uso Não deite no lixo, entregue na farmácia O saco de entrega de embalagens fora de uso nas farmácias já é do conhecimento da maioria da população. A campanha de saúde ambiental começou em 1999, com a criação da Valormed, que não para de sensibilizar os farmacêuticos e a população para a importância da reciclagem. Como forma de motivar a recolha de embalagens fora de uso, todos os anos entrega prémios às farmácias que mais contribuíram para a campanha. Já deu uma vista de olhos pelas embalagens de medicamentos que tem em casa? Muitas delas estão, com certeza, fora de uso. Uma forma de as reciclar e de proteger o ambiente é entregá-las na farmácia. A iniciativa não é nova e já tem 12 anos, mas ainda há muito trabalho a fazer. “O resultado tem sido positivo e a população está alerta para a reciclagem das embalagens, mas, como em 06 qualquer projeto ambiental, é necessário continuar a lançar o desafio: entregue as embalagens fora de uso na farmácia mais próxima”, refere o diretor-geral da Valormed, José Carapeto. dam, inevitavelmente, de mãos dadas e as embalagens fora de uso também têm um local apropriado para serem recicladas, a fim de se evitar mais uma fonte de poluição. Reduzir, reutilizar, reciclar, respeitar e responsabilizar dão os cinco R da campanha da Valormed, que conta com a adesão da maioria das farmácias portuguesas. No sistema Valormed, o material recolhido é objeto de um processo de triagem, sendo reencaminhado para sistemas de reciclagem e tratamento adequados para valorização energética. Através do sistema de A saúde e o ambiente an- dezembro 2012 incineração, os resíduos contribuem para a produção de energia, “não sendo um simples sistema de eliminação dos mesmos”, como descreve a Valormed. Em 12 anos, José Carapeto acredita que esta entidade assumiu um papel importante junto da comunidade farmacêutica e da população, “muito graças ao empenho de muitos farmacêuticos que sensibilizam os seus clientes para a im- portância da devolução das embalagens”. Para valorizar e reconhecer o trabalho desenvolvido um pouco por todo o país, foram entregues, mais uma vez, os Prémios Valormed, no dia 23 de novembro, no Museu das Comunicações (Lisboa), a 46 farmácias que aderiram a esta campanha de reciclagem e que apresentaram resultados muito positivos. “Com esta cerimónia pretendemos também incentivar todos os profissionais do setor farmacêutico a continuarem a apostar na reciclagem das embalagens, porque o sucesso da campanha passa, sobretudo, pela sua palavra junto dos doentes”. Saúde e ambiente andam de mãos dadas saúde e ambiente José Carapeto, diretor-geral da Valormed, na cerimónia de entrega de prémios a 46 farmácias Projeto com balanço positivo O ambiente “não costuma ser, por hábito, uma preocupação prioritária”, segundo José Carapeto, mas “a população está, sem dúvida, sensível a esta temática, tendo em conta o crescimento sustentado das embalagens fora de uso entregues nas várias farmácias portuguesas”. Rui Loureiro, da Ordem dos Farmacêuticos, também concorda com o presidente da Valormed, quando este fala da importância do farmacêutico na sensibilização da população: “A campanha tem tido resultados positivos ao longo destes anos, porque há uma grande motivação das farmácias em estarem inseridas na comunidade”. O mesmo pensa Luís Matias, da Associação Nacional de Farmácias (ANF). “O envolvimento do setor farmacêutico é essencial, porque, dentro do sistema de saúde, é a rede que se encontra mais próxima da população”. Q u a n t o a o f u t u r o da Valormed, José Carapeto, que está quase a passar o testemunho, considera que vai ser de sucesso, “apesar de ainda haver muito trabalho pela frente, já que nestas questões ambientais nunca se pode dizer que já se alcançou a meta”. O apoio de cada um de nós Se aos farmacêuticos faz parte “do seu código gené- tico”, como afirma Rui Loureiro, participar nesta campanha, a população também se deve sentir motivada para reciclar as embalagens fora de uso. Para isso é preciso continuar a informar, como referiram os vários intervenientes na cerimónia de entrega de prémios e evitar “alguma preguiça”, como aponta Pedro Carteiro, do Centro de Informação de Resíduos da Quercus. “Dou o meu exemplo, apesar de ser uma pessoa sempre atenta às questões ambientais. Levo muito tempo a juntar as embalagens, que podem não estar todas no mesmo sítio. Umas estão num lado, as outras noutro”. E continua: “As pessoas devem ser motivadas, de forma frequente, porque facilmente juntamos muitas caixas que, facilmente, acabam por ir para o lixo doméstico”. Rui Loureiro, da Ordem dos Farmacêuticos Luis Matias, da Associação Nacional de Farmácias Pedro Carteiro, do Centro de Informação de Resíduos da Quercus “A campanha “O “Dou o meu tem tido resultados positivos ao longo destes anos, porque há uma grande motivação das famácias em estarem inseridas na comunidade” envolvimento do setor farmacêutico é essencial, porque, dentro do sistema de saúde, é a rede que se encontra mais próxima da população” exemplo. As pessoas devem ser motivadas (...) porque facilmente juntamos muitas caixas que, facilmente, acabam por ir para o lixo doméstico” Não guarde medicamentos que já não são necessários; Não deite medicamentos no lixo doméstico; Entregue as embalagens fora de uso na farmácia. dezembro 2012 07 saúde e ambiente O O exemplo exemplo da da Farmácia Farmácia de de Águeda Águeda 7 mil contentores de embalagens fora de uso foi o contributo da farmácia Simões Roque, vencedora dos Prémios Valormed, desde a primeira edição. O Saúde Notícias entrevistou a responsável, Maria Júlia Simões Roque, para saber qual é o segredo para conseguir uma adesão tão grande por parte da população. A farmacêutica Maria Júlia Simões Roque não para. Apaixonada pela saúde, especificamente pelo mundo da Farmácia, dedica-se de corpo e alma ao projeto da Valormed. E, como tem acontecido todos os anos, a sua farmácia, Simões Roque, de Águeda, foi a vencedora dos Prémios Valormed. «Ao todo entreguei cerca de 7 mil contentores, o que equivale a cerca de 2600 toneladas de embalagens fora de uso”, disse ao Saúde Notícias. Números mais elevados dos que dos outros anos. Cada ano que passa tem representado um crescimento na entrega destes materiais para reciclagem. “Com a crise há menos consumo de medicamentos, mas, mesmo assim, consegui aumentar as quantidades”, refere com orgulho. O segredo está, no seu entender, na paixão pela sua 08 profissão e pela vontade de sensibilizar a população, através de campanhas, mas, sobretudo, falando com as pessoas que se dirigem ao balcão. “Como farmacêutica sinto que devo alertar as pessoas para as várias questões da saúde e uma das temáticas é a recolha das embalagens. Reciclar é importante, porque a saúde também depende do ambiente”, frisa. Apesar de toda a sensibilização feita diariamente no balcão da sua Farmácia, Maria Júlia Roque já se deslocou a várias escolas do concelho. Nas suas deslocações explica esta ação às crianças, qual é o papel de um farmacêutico, como se faz um medicamento, mas também o que se deve fazer às embalagens fora de uso. “Através das crianças conseguimos chegar aos mais velhos, pais e avós, e levá-los a estar atentos a esta dezembro 2012 questão ambiental”, especifica a farmacêutica. Muito trabalho e dedicação são dois dos fatores chave para que esta farmácia de Águeda vença todos os anos os Prémios Valormed, mas também é preciso imaginação e sentido de oportunidade. “Já cheguei a fazer uma campanha de sensibilização e informação sobre a gripe e, pelo meio, arranjei um espacinho para falar da recolha das embalagens e de como é prejudicial deitá-las no lixo doméstico”. E deixa uma mensagem para os seus colegas farmacêuticos: “Não se esqueçam do vosso papel junto da população. Somos aqueles que estamos mais próximos. É muito importante falar com quem vem ter connosco sobre as mais diversas questões, como esta”. Para a população em geral deixa o seguinte pedido: “Recolha todas as embalagens fora de uso, vazias ou não, e entregue-as na farmácia mais próxima. Se tiver alguma dúvida, fale com o seu farmacêutico. Pode confiar em nós.” De futuro, garante que vai continuar a investir nesta campanha, “que conta sempre com um apoio muito grande da Valormed”. Se para o ano que vem vai ser novamente a vencedora destes prémios, só o futuro o dirá. Reciclar é importante, porque a saúde também depende do ambiente saúde e ambiente Saúde e ambiente e o alerta está lançado: é preciso pensar mais no ambiente, para que a saúde da população não seja tão afetada pela poluição. Pequenos gestos fazem mesmo a diferença Nas últimas décadas, em resultado da atividade humana, a quantidade de dióxido de carbono existente na atmosfera aumentou 25%. Embora o mundo tenha cada vez menos recursos hídricos, nos países desenvolvidos cada pessoa consome 800 m3 de água por ano. O dobro de há quatro décadas. Os dados são da Quercus Uma forma de evitar poluir os solos, as águas, o ar é a reciclagem. Há muitos anos que se houve falar da importância deste gesto, mas ainda há quem não o ponha em prática. Para Pedro Carteiro, do Centro de Informação de Resíduos da Quercus, é necessário continuar a apostar na informação, “pois pode haver ainda quem não saiba bem o que pode fazer”, mas também motivar a população a passar da palavra ao ato. “Por exemplo, na recolha de embalagens fora de uso, ainda há muito trabalho a fazer. Dou o meu exemplo, apesar de ser uma pessoa sempre atenta às questões ambientais. Levo muito tem- po a juntar as embalagens, que podem não estar todas no mesmo sítio. Umas estão num lado, as outras noutro”. E continua: “As pessoas devem ser motivadas, de forma frequente, porque facilmente juntamos muitas caixas que, facilmente, acabam por ir para o lixo doméstico”. Das palavras à ação pode haver uma grande distância, por isso nunca é demais (re)lembrar pequenos gestos diários que podem me-lhorar o ambiente e, por conseguinte, a nossa saúde e a das gerações futuras. Entre no mundo da reciclagem! Quais as Vantagens da Reciclagem? 4Aumento do tempo de vida e maximização do valor extraído das matérias-primas; 4Poupanças energéticas; Conservação dos recursos naturais; 4Desviam-se os resíduos dos aterros ou outras instalações de tratamento mais poluidoras; 4Participação ativa dos consumidores, o que implica uma maior consciência ambiental; 4Redução da poluição atmosférica e da poluição dos recursos hídricos; 4Criação de novos negócios e mercados para os produtos reciclados. O que são RSU? RSU é a abreviatura de Resíduos Sólidos Urbanos, que, na prática, significa o lixo doméstico resultante do nosso dia a dia, enquanto consumidores. Utiliza-se cada vez mais este termo, em detrimento de “lixo”, por ser mais específico, uma vez que indica apenas o material inútil descarregado no meio ambiente, de caráter urbano, não reciclável ou reaproveitável, enquanto o termo “lixo” se refere a tudo o que consideramos supérfluo e passível de eliminar. O que é um ecocentro? É um equipamento público, de acesso controlado, composto por células de deposição multimaterial de resíduos, destinado a dar suporte a ações de deposição seletiva por transporte voluntário. Habitualmente, estas estruturas permitem depositar resíduos de categorias não contempladas no ecoponto (monstros, eletrodomésticos, madeira, pneus, entre outros). Quais as vantagens em reciclar resíduos? Ao contribuir para a reciclagem vai ajudar não só a reduzir a quantidade de lixo que tem de ser enviada para aterros sanitários, mas também a poupar água e energia, diminuir a poluição e preservar os recursos naturais. Para além de benefícios imediatos sobre o meio ambiente, dota o seu município de um maior orçamento para a construção de infraestruturas de melhoria das condições de vida das populações, em vez de o utilizar na recolha, transporte e tratamento de resíduos. Qual o significado dos 5 R? Os 5 R são uma mnemónica para a prática da Cidadania Ativa. Reduzir: usar menos recursos naturais ; Reutilizar: voltar a usar; Reciclar: o velho em novo transformar; Respeitar: a atitude certa tomar; Responsabilizar: a cidadania praticar. Fonte: Quercus Aqui ficam algumas dicas da Quercus: É preciso pensar mais no ambiente, para que a saúde da população não seja tão afetada pela poluição. Quer ser ecológica e ainda fazer exercício? Quando a distância for pequena, use a escada em vez do elevador. Ensine o seu filho a não desperdiçar papel, usando sempre os dois lados da folha. Desligue os aparelhos da tomada. Mesmo em stand-by, eles consomem energia. Da mesma forma, feche a torneira sempre que estiver a escovar os dentes. Isto ajudará a economizar 19 litros de água por dia. Ao fazer compras, não escolha sacos de plástico. Leve da sua própria casa, sacos de pano. Pense duas vezes antes de imprimir alguma coisa. Assim, você economiza tinta, energia e papel. Ensine os seus filhos a fazer o mesmo. Conserte torneiras em mau estado. De gota em gota, muita água é desperdiçada. Ao substituir uma lâmpada incandescente de 60w por uma lâmpada economizadora de 15w que esteja ligada 4 horas por dia, poupará anualmente entre 8 a 9,5 €. Os oceanos ocupam mais de 70 por cento da superfície do nosso planeta. É muito importante a preservação da biodiversidade que aí habita. Este ano foram galardoadas 46 farmácias. A entrega dos Prémios Valormed teve lugar, no passado dia 23 de novembro, no Museu das Comunicações, em Lisboa. Segue-se a lista de quem mais se destacou na recolha das embalagens fora de uso: Farmácia Simões Roque | Águeda Farmácia Nuno Barros | Braga Farmácia Santo André | Vila Nova de Poiares Farmácia Atlântico | Bragança Farmácia Parreira | Barreiro Farmácia Bem Saúde | Bragança Farmácia do Fogueteiro | Seixal Farmácia Diamantino | Fundão Farmácia Reis Oliveira | Lisboa Farmácia Paços | Évora Farmácia Silva Domingos | Vila de Rei Farmácia Ribeiro | Vendas Novas Farmácia Sacoor | Oeiras Farmácia Amparo | Portimão Farmácia Veritas | Oeiras Farmácia Ilda | Portimão Farmácia Central | Sabugal Farmácia do Caniço | Santa Cruz Farmácia Borges de Figueiredo Farmácia Santo António | Funchal Ribeira de Pena Farmácia Associação de Socorros Mútuos Farmácia Paula de Campos | Loures Ponta Delgada Farmácia Alcoitão | Cascais Farmácia Costa | Ponta Delgada Farmácia Galvão | Arganil Farmácia Magalhães | Alcobaça Farmácia Verdemilho | Aveiro Farmácia Cunha Miranda | Portalegre Farmácia Fonseca | Lousã Farmácia Elvas | Portalegre Farmácia Sanches | Leiria Farmácia da Liga das Associações de Farmácia Central de Carnaxide | Oeiras Socorros Mútuos | Vila Nova de Gaia Farmácia Patricio | Gouveia Farmácia Portela | Vila Nova de Gaia Farmácia Carlos Pereira Lucas Farmácia Oliveira | Vila Nova da Barquinha Entroncamento Farmácia do Jardim | Valença Farmácia Uruguai | Lisboa Farmácia Abelheira | Viana do Castelo Farmácia Fonseca | Beja Farmácia Chaves Ferreira | Vila Real Farmácia Central | Serpa Farmácia S. José | Viseu Farmácia De Joane | Vila Nova de Famalicão Farmácia da Lajeosa | Tondela dezembro 2012 09 medicinas doces A comichão leva-nos a querer rasgar a mesma pele que nos protege e que nos causa angústia Alexandra Martins, Terapeuta de Medicina Chinesa www.terapiasdoces.net | [email protected] Psoríase o mal estar à flor da pele A pele é a nossa montra para o mundo. Para além de ser o maior órgão do corpo humano é também aquele que nos confere proteção e o nosso cartão de visita. e, mesmo que esteja num sítio que possa ser tapado, a preocupação, a vergonha, levam a que esteja sempre presente. bém fatores que agravam ou desencadeiam uma crise. Muitos pacientes referem que a altura da Primavera ou o Outono são as mais críticas. Por muito que escondamos há sempre algo de nós que é visto e notado. Por isso os problemas de pele afetam tanto o nosso estado de espírito, por mais que tentemos esconder há sempre a possibilidade de ser visto e notado e, para além disso é desconfortável. Os doentes de psoríase podem beneficiar muito com as terapias complementares Em termos de terapias complementares os doentes de psoríase têm muito por onde beneficiar, e não só em termos de controle do stress. A psoríase é uma doença autoimune que se manifesta na pele e por vezes noutros órgãos do corpo, é crónica e bastante desconfortável, quer a nível físico como a nível psicológico. Não é contagiosa, mas capta os olhares dos outros Como em todas as doenças autoimunes o stress é um fator a ter em causa. Para além disso o vento, o frio, a humidade são tam- Em termos de Medicina Chinesa existe uma resposta por parte da acupunctura e da fitoterapia. A acunpuctura pode ajudar a regular o desequilíbrio base e em caso de crises ajudar com bastante eficácia, quer se trate de uma psoríase que esteja visível na pele, ou, como quando se manifesta a nível das articulações. O tratamento laser pode ser Fitoterapia A fitoterapia é a toma de ervas e plantas com o fim de suplementar algo que nos falta. A diferença entre a fitoterapia ocidental e chinesa está, basicamente, no número de plantas que compõem o suplemento e também na origem destas. Qualquer uma delas pode ajudar na psoríase uma vez que há suplementos que ajudam a controlar o desequilíbrio que o organismo apresenta. 10 dezembro2012 uma boa opção, até combinado com a acupuntura. A fitoterapia também pode ajudar de uma forma constante, pois existem fórmulas que podem ser tomadas nestes casos e que, a pouco e pouco, vão ajudando o corpo a reagir e a ficar cada vez mais forte e preparado. Da mesma forma, por vezes uma alteração da dieta pode conduzir a bons resultados. Se por vezes pode existir o receio de mostrar ou de que o terapeuta não consiga fazer a massagem, existem sempre alternativas dependendo da área do corpo afetada. E porque apanhar sol e ar é fundamental não se esqueça de andar e conviver. E uma das alterativas é a automassagem ou um exercício como o Yoga ou o Tai Chi. O isolamento é um inimigo tão grande quanto a própria psoríase, e é uma arma que não lhe podemos dar. É uma ótima forma de exercício e ajuda a quebrar o ciclo do stress. Automassagem A pele é a nossa montra para o mundo Para além disso, e como referimos anteriormente, a autoestima e o fator psicológico são bastante importantes, e como sabemos stress cria mais stress. É pois importante tratar também este aspeto. As massagens podem ser também bastante benéficas, quer em termos de relaxamento, quer também em termos de terapia. A automassagem é uma excelente forma de obter alguns dos benefícios de uma massagem e de, por alguns momentos, relaxar e meditar. Relaxar é a coisa mais difícil do mundo. Aprendemos de pequenos que devemos estar sempre em alerta e o ritmo do dia a dia não nos dá tréguas. Por isso, não desista logo se for difícil encontrar a calma. O bom da automassagem é que pode ser feito ao ritmo e de acordo com a disponibilidade de cada um e pode ser adaptada para servir os propósitos de cada pessoa. No caso dos pacientes com psoríase, uma massagem para o stress e, também, com alguns pontos específicos para a própria patologia podem servir de alívio e também de medida de prevenção. Um bom terapeuta poderá ajudar a indicar alguns exercícios e pontos específicos para cada caso. cardio-dúvidas Prevenção cardiovascular Dr.ª Vítor M. Gil, Cardiologista do Hospital dos Lusíadas, é o responsável pela rubrica cardio-dúvidas do Saúde Notícias A doença aterosclerótica, essencialmente caracterizada pela progressiva deposição de colesterol na parede das artérias, provocando a sua obstrução progressiva, muitas vezes complicada pela oclusão aguda devido à formação de trombos intravasculares, está na origem da causa principal de mortalidade nos países desenvolvidos: a doença cardio e cérebro-vascular. É de todos conhecido, sobretudo a partir da análise de grandes estudos epidemiológicos como o de Framingham, que um conjunto de factores contribuem para o risco de doença aterosclerótica. Podem fazê-lo individualmente, quando a sua gravidade seja particularmente acentuada ou associando-se a outros factores de risco, mesmo que cada um por si só tenha uma gravidade apenas moderada. Este conceito de risco cruzado e da associação de factores de risco tem sido objecto de grande atenção e recentemente um conjunto organizações científicas europeias desenvolveram um sistema – o SCORE system - capaz de calcular o risco individual em função das características de cada doente e no contexto da região geográfica a que pertence, já que existem assimetrias regionais quanto ao risco de doença cardiovascular a nível da Europa. Inúmeros estudos epidemiológicos e ensaios clínicos, permitiram estabelecer com alguma precisão o “peso” relativo dos vários factores de risco, bem como os alvos a atingir para lograr uma melhoria da saúde cardiovascular. Muitas vezes classificam-se os factores de risco nos que são corrigíveis e nos que não o são, ou apenas o são em parte. Comecemos pelos primeiros: Tabagismo – O tabaco aumenta o risco coronário duas a três vezes e potencia outros factores de risco. Os fumadores passivos também estão em risco ( mais 30%) e não há evidência de que os filtros ou outras modificações dos cigarros reduzam o risco. Deixar de fumar, processo para o qual muitas técnicas têm sido propostas mas que assenta sobretudo na força de vontade, vale a pena: após deixar de fumar, o risco reduz-se para valores quase normais em menos de um ano. Um homem de 35 anos que deixe de fumar tem a probabilidade de viver mais três a cinco anos, em média. Após enfarte do miocárdio, a cessação do tabaco reduz em 50% o risco de recorrência do enfarte. A agressão vascular provocada pelo tabaco é multifactorial e compreende: - risco aterogénico: aumenta os níveis de produtos oxidados incluindo as LDL (lipoproteínas de baixa densidade que tendem a depositar colesterol nas artérias: “mau colesterol”; diminui os efeitos cardioprotectores das HDL, lipoproteínas de alta densidade que tendem a remover colesterol das artérias (“bom colesterol”) teína B (significado semelhante ao LDL-C) e à relação Apo B/Apo A1. - aumenta a reactividade vascular: agressão endotelial (revestimento interno das artérias) por efeito da nicotina e do monóxido de carbono. Previamente consideradas como factores de risco ape- - risco trombogénico: aumenta os níveis de fibrinogénio e aumenta a agregabilidade das plaquetas sanguíneas, criando condições favoráveis à formação de trombos (coágulos) dentro das artérias. Colesterol - A elevação das gorduras no sangue, colesterol e trigliceridos, constitui um importante risco para a progressão da arteriosclerose (doença obstrutiva das artérias), encontrando-se fortemente associado à doença das coronárias (angina de peito e enfarte). As lipoproteínas (fracções do colesterol) são também importantes, uma vez que o “bom” (HDL) colesterol e o “mau” (LDL) colesterol são isoladamente factores de risco se estiverem respectivamente baixo e elevado. Actualmente dá-se grande importância a outros marcadores como a Apolipopro- Existem numerosos estudos que comprovam a eficácia da medicação na redução do colesterol e o respectivo impacto na redução da mortalidade cardíaca. nas parcialmente corrigíveis, uma vez que a modificação de estilos de vida, incluindo prática de exercício físico e uma alimentação mais saudável apenas permite um controlo limitado em muitas situações, com a adição de terapêutica farmacológica, destacando os novos fármacos actualmente à nossa disposição, podemos dizer que a hiperlipidémia é corrigível na imensa maioria dos casos. Embora o valor-alvo de colesterol varie conforme se trate de um indivíduo sem ou com antecedentes de doença vascular, o valor geral recomendado é de 190 mg/dl, admitindo-se que no futuro este valor venha ainda a baixar. Respostas às questões da edição anterior: Qual a quantidade de cigarros que podemos inalar durante o dia sem nos causar grande “stress” oxidativo? O problema do tabaco não é só o “stress oxidativo” mas também efeitos pró-trombóticos e pró-inflamatórios, vasoconstritores, pró-arrítmicos que em conjunto aumentam a vulnerabilidade para instabilização de placas ateroscleróticas podendo contribuir em agudo para tromboses arteriais e em crónico para o crescimento das placas ateroscleróticas. É claro que há alguma proporcionalidade entre o grau de consumo e o grau de risco, por exemplo, no estudo INTERHEART efectuado em doentes que sofreram enfarte, quem fumava mais de quarenta cigarros por dia tinha um risco oito vezes superior mas que fumava apenas 1 a 5 cigarros por dia não ficava isento de risco, sendo o mesmo multiplicado nesses casos por 1,5. Como em todos os fenómenos biológicos, há uma susceptibilidade individual que de momento não conseguimos determinar e é por isso que todos conhecemos pessoas que fumam e morrem de doenças não relacionadas em idades avançadas e outras que com pequenos consumos têm complicações. Por tudo isto, porque os dados de grandes populações são inequívocos quanto aos malefícios do tabaco, é melhor não jogar na “sorte” e seguir o conselho não de reduzir mas de parar mesmo de fumar. Deveria existir uma coima para quem fuma dentro de carros com crianças? Pessoalmente não sou a favor de medidas punitivas que interfiram na esfera individual, privada, das pessoas. A censura pública e acima de tudo a consciência da agressão a outros que é fumar em espaços fechados deverão ser suficientes para que dentro dum carro não se fume perto de crianças ou perto de qualquer outra pessoa (mesmo que fumadora) pois ninguém tem o direito de agredir outros. Talvez mais importante devesse ser a obrigatoriedade de respeito da lei em espaços públicos como em esplanadas fechadas em que se fuma sem qualquer punição dos responsáveis. dezembro 2012 11 saúde infantil Amigdalite aguda: como como tratar? tratar? O inverno está aí, e com ele a época das infeções respiratórias, altas (nariz, faringe e laringe) e baixas (brônquios e pulmões) A amigdalite ou faringoamigdalite, também conhecida como “Anginas”, faz parte do grupo das infecções respiratórias altas, sendo provocada por vírus, bactérias ou ambos. É mais frequente no inverno mas pode ocorrer ao longo de todo o ano. As amígdalas palatinas, onde esta infecção ocorre, são constituídas por tecido linfóide envolvido por uma cápsula, e localizam-se nas paredes laterais da orofaringe. As vegetações adenóides, também conhecidas como “adenóides”, são constituídas pelo mesmo tipo de tecido mas localizam-se na rinofaringe, atrás das fossas nasais. 12 O tecido linfóide da faringe funciona como local de reconhecimento de microrganismos invasores, que inalamos ou deglutimos e contra os quais desenvolvemos, a partir daí, defesas (anticorpos) específicas, construindo-se através deste contacto, ao longo da infância, defesas cada vez mais robustas. Percebe-se assim que a primeira infância seja um período de maior susceptibilidade à infecção. A amigdalite aguda pode ocorrer isolada, ou em contexto de constipação ou síndrome gripal. A amigdalite aguda isolada caracteriza-se pela rápida instalação de dor de garganta intensa, febre elevada e mal estar geral, identificando-se na observação da orofaringe pontos brancos ou placas de exsudado purulento sobre a superfície das amígdalas, cujo volume está geralmente aumentado. Na palpação do pescoço identificam-se frequentemente nódulos dolorosos (gânglios linfáticos inflamados). Este tipo de amigdalite é na maior parte dos casos provocada por bactérias, das quais a mais frequente é o Estreptococo beta-hemolítico dezembro 2012 do grupo A (micróbio implicado no desenvolvimento da Febre Reumática) e é mais comum em doentes com idade superior a 2 anos (criança ou adulto). A faringo-amigdalite que ocorre no contexto de um síndrome gripal manifesta-se geralmente por quadro de constipação, com obstrução nasal, secrecção nasal (inicialmente aquosa que se torna progressivamente mais espessa e amarelada), tosse e dor de garganta, com ou sem febre. Na observação da faringe pode observar-se apenas uma inflamação difusa (garganta vermelha) ou identificar-se também pús sobre as amígdalas e parede posterior da garganta. Este tipo de amigdalite, sobretudo quando ocorre na criança menor de 2 anos, é caracteristicamente de causa viral. As características de cada quadro clínico, ao fornecerem orientação quanto à causa da amigdalite ( viral ou bacteriana) determinam o seu tratamento. Em todos os casos deve ser recomendada dieta liquida e fria, e tratamento sintomático da dor, febre e inflamação administrando, de acordo com idade e peso da criança ou adulto, Paracetamol e/ ou Ibuprofeno, por um período previsível de 72horas. Nos casos em que a causa viral é a mais provável não deverá ser iniciado antibiótico e o doente deverá ser reavaliado 48 a 72 horas depois, se o quadro clinico não sofrer qualquer melhoria. Nos casos em que a causa bacteriana é a mais provável, ou naqueles em que, por existir dúvida se realizou uma análise ao pús presente na faringe (exame de detecção rápida de antigénios de Estrepococos beta-hemolíticos ou Phadirect) cujo resultado foi positivo, deve avançar-se de imediato para tratamento com antibiótico, no sentido de resolver o quadro clínico presente e prevenir a ocorrência de Febre Reumática. A Penicilina Benzatínica administrada em injecção intramuscular única (em dose de acordo com peso do doente) é a primeira opção. Como alternativa poderá ser administrada Amoxicilina ou associação de Amoxicilina e Ácido clavulânico, em suspensão oral ou comprimidos, por um período de 7 a 10 dias. Nos doentes alérgicos à Penicilina poder-se-á optar pela Claritromicina ou Cefalosporinas. Nos casos submetidos a tratamento antibiótico em que não haja melhoria clínica 48 a 72 horas após o inicio do tratamento deve ser contemplada a etiologia viral, nomeadamente a infeção por vírus Epstein- Barr ou outros vírus do grupo Herpes. Nestes casos, para além de cuidada avaliação clinica, está recomendada a avaliação laboratorial, com realização de hemograma, determinação de transaminases e reacção de PaulBunnell . Dr.ª Inês Soares da Cunha, Médica Otorrinolaringologista do Serviço de ORL do Centro Hospitalar de Lisboa tral EPE – Hospital Dona Estefânia PUB saúde animal Pulgas transmitem doenças graves A palavra “pulga” costuma ser assustadora, principalmente para quem tem cães e gatos. Saiba mais sobre estes pequenos parasitas, que podem saltar até 1.000 vezes a sua altura, e como levam a doenças graves nos animais, como o parasita intestinal Dipylidium caninum e a bartonelose. Quem tem um cão ou um gato pode enfrentar-se várias vezes com o problema das pulgas, que se não se tornar grave, é, no mínimo, aborrecido. As irritações são os principais problemas que afetam o cão e o gato, mas há outros, como a dermatite alérgica provocada pela picada da pulga, a transmissão da ténia, infeções bacterianas, anemia e infestação do habitat. Duas outras complicações, desconhecidas de muitos donos, é o parasita intestinal Dipylidium caninum e a bartonelose. No primeiro caso, a fonte de infeção ocorre quando o cão ou o gato se coçam com a boca e ingerem alguma pulga infetada com o quisto do parasita. Este vai libertar-se no intestino e os sinais visíveis são a saída de restos em forma de grãos de arroz nos excrementos do animal. Os sintomas podem ser perdas nutricionais, diarreia, mal estar geral e, nos casos mais graves, anemia. A bartonelose, por sua vez, provoca anemia, febre, prostração e perda de peso. Animais imunodeprimidos, bebés e mais velhos parecem ser mais susceptíveis ao agente, apresentando quadros mais graves da doença. O ideal é prevenir, utilizando antiparasitários nos animais. Estes produtos devem ser utilizados de modo frequente, já que evitam as doenças e uma infestação do lar, que se pode tornar numa situação bastante complicada e delicada. Como uma pulga pode levar 24 horas a morrer, é normal que possa ver algumas entre 6 a 24 horas depois de colocar o antiparasitário. Nada de alarmante se se tiver em conta que os produtos existentes no mercado já permitem matar a pulga antes de esta picar o animal ou de depositar ovos na casa. Com a prevenção evitam-se os problemas e os aborrecimentos destes pequenos parasitas. Mas, afinal, quem são estes «moradores” que de vez em quando se tornam um incómodo? A pulga é um pequeno inseto, sem asas, que tem uma capacidade de saltar até 1.000 vezes a sua altura. Quando chega ao estado adulto pode permanecer, de forma permanente, nos pelos dos animais domésticos, como é o caso do cão, gato, entre outros. Sendo um parasita, infeta o animal e alimenta-se do seu sangue, picando, em média, dez vezes por dia. A pulga pode, inclusive, ingerir até 15 vezes o seu próprio peso. O cão ou o gato fica infetado quando passa por um local de eclosão, como referem os veterinários, isto é, locais de infestação onde se encontram pulgas jovens. Não se pense que é necessário haver um contato direto entre animais. Basta uma passagem por zonas onde esteve anteriormente um animal infetado, o que pode acontecer facilmente quando se passeia, por exemplo, o cão na rua. Como decorre o ciclo de desenvolvimento das pulgas? Os estadios larvares e os casulos ou pupas fazem parte deste ciclo, que não se desenvolve no animal mas no ambiente, não sendo visível a olho nu. Nestes locais de eclosão aparecem pulgas jovens que podem saltar para o animal e encontrar, assim, um hospedeiro, caso as condições ambientais sejam favoráveis. Este ciclo de desenvolvimento é muito rápido, já que as fêmeas adultas podem por até 20 ovos por dia durante quatro meses. A partir daí, estes ovos vão infestar o ambiente, podendo encontrar-se larvas, que saem dos ovos, debaixo de tapetes e rodapés, entre outros locais da casa. Como este ciclo não para, se não for efetuada uma boa desinfestação numa casa, as pulgas podem sobreviver nesse local vários meses, no interior de casulos. Por isso, se se detetar pulgas num cão ou num gato, o mais certo é haver outras escondidas na habitação. Caso se tenha mais que um animal, o tratamento deve ser feito a todos e ao mesmo tempo. Por exemplo, os gatos são fonte de contaminação para os cães. O problema das pulgas é sobretudo aborrecido, mas pode se tornar muito grave RCM Nome do medicamento veterinário Advantage 40 solução para unção punctiforme para Gatos. Número de autorização: 449/01/12NFVPT. Data da autorização 20 de Março de 2012. Indicações terapêuticas Prevenção e tratamento de infestações por pulgas (Ctenocephalides felis, Ctenocephalides canis) em gatos com menos de 4 kg de peso. Para gatos com 4 kg de peso e mais, aplicar o Advantage 80 para Gatos. Um tratamento previne infestações futuras por pulgas durante 3 a 4 semanas. O medicamento veterinário pode ser utilizado como parte de uma estratégia de tratamento da dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP). Precauções especiais para utilização em animais Este medicamento veterinário é para uso externo e não deve ser administrado oralmente.Devem ser tomadas precauções para evitar que o conteúdo da pipeta entre em contacto com os olhos ou a boca do animal tratado. Não permitir que os animais recentemente tratados se lambam mutuamente. Precauções especiais que devem ser tomadas pela pessoa que administra o medicamento aos animais Lavar bem as mãos após a aplicação. Em caso de derrame acidental sobre a pele, lavar imediatamente com água e sabão. Pessoas com antecedentes de sensibilidade cutânea poderão ser particularmente sensíveis a este medicamento veterinário. Evitar o contacto do medicamento veterinário com os olhos ou a boca. Em caso de contacto acidental do medicamento veterinário com os olhos, lavar bem com água. Se a irritação cutânea ou ocular persistir, ou se o medicamento veterinário for ingerido acidentalmente, dirija-se imediatamente a um médico e mostre-lhe o folheto informativo. Não comer, beber ou fumar durante a aplicação. O solvente deste medicamento veterinário poderá manchar alguns materiais incluindo peles, tecidos, plásticos e superfícies polidas. Deixar secar o local de aplicação antes de permitir o contacto com esses materiais. Medicamento não sujeito a receita médico-veterinária. Leia cuidadosamente as informações constantes do acondicionamento secundário e do folheto informativo e, em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consulte o médico veterinário. 14 dezembro 2012 PUB PUB