Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de
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Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais Gerson Antonio Lisita Lopes Arantes Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Produção. Área: Controle de Gestão. Orientador: Profº Dálvio Ferrari Tubino, Dr. Florianópolis 2003 de GERSON ANTONIO LISITA LOPES ARANTES Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais Esta Dissertação foi julgada adequada e aprovada para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, de abril de 2003. ___________________________________ Prof. Edson Paladini, Dr. Coordenador do Curso BANCA EXAMINADORA: _____________________________________ Profº Dálvio Ferrari Tubino, Dr. Orientador _____________________________________ Profª Eunice Passaglia, Drª Membro _____________________________________ Profº Ricardo Luiz Machado, Dr. Membro DEDICATÓRIA minha esposa Soraya, e às minhas filhas Nathália e Nicolle; Aos meus Pais Gerson e Ádua e ao meu irmão Ciro. AGRADECIMENTOS Muitos são os que acompanharam meus vários momentos de ansiedade e de crescimento. A eles abro o meu coração para compartilhar todos esses créditos, apresentando os meus mais sinceros agradecimentos: • aos professores e toda a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina, • à Reitoria da especialmente à Universidade Católica de Goiás, Vice-reitora de Pós Graduação e Pesquisa, • ao Departamento de Artes e Arquitetura da UCG e seus professores, especialmente à professora Marisa Soares Roriz, • aos colegas do Curso de Pós-Graduação - Mestrado, principalmente à Eliane, ao Hernani e ao Roberto (Bob), companheiros de todas as horas e principalmente amigos, • ao professor Dálvio, meu orientador, educador competente, firme, dedicado, duro, sempre presente, ágil e justo no acompanhamento, • enfim, a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta pesquisa. RESUMO Arantes, Gerson A. L. L. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação Para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais. Florianópolis, 2003, 113p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dálvio Ferrari Tubino, Dr. Defesa: 22/04/2003. O objetivo deste estudo é criar através das ferramentas disponíves do TQC um modelo capaz de avaliar quais são as mudanças necessárias a se efetivar nos escritórios e empresas de projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais sob aspecto operacional, e provê-los de sistema confiável de avaliação das não-conformidades decorrentes das falhas verificadas no transcorrer do desenvolvimento do projeto. Esse modelo operacional, em conjunto com uma lista de verificação, vem para dar suporte ao processo de gestão operacional da atividade de elaboração dos projetos hidrossanitários, tendo em vista a minimização de falhas decorrentes deste projeto, no processo produtivo da construção. Esse tema foi escolhido porque atualmente as empresas têm buscado melhorar sua participação no mercado, através da melhoria da qualidade de seus produtos e porque a área dos Sistemas Hidrossanitários Prediais, um importante subsistema da construção civil, maior empregador da economia nacional, não contempla ferramentas adequadas para esse fim. A metodologia aplicada nesta pesquisa consistiu de revisão bibliográfica, para que se pudesse identificar a concepção de estudiosos dos temas pertinentes ao TQC, de forma plena as quais envolvessem a construção civil, de forma a subsidiar este trabalho.Na seqüência passou-se ao estudo da metodologia a ser aplicada na elaboração do modelo proposto, resultando na divisão em três fases: planejamento; preparação e montagem e, por fim, a forma de implantação prática do modelo. Após a definição desse modelo passou–se à sua implantação num projeto de grande porte através de uma empresa de projetos interessada em utilizá-lo comercialmente. Ao longo dessa implantação pode ser feita a validação de cada etapa inicialmente proposta na metodologia. Concluído o estudo, ficou evidenciado que tais procedimentos, além de necessários, eram imprescindíveis à boa performance e obtenção de um padrão de qualidade acima da média para o produto (projeto de SHP) e para a melhoria do processo de gestão da empresa, concluindo com algumas recomendações para a continuidade dos estudos referentes ou relacionados ao tema. Palavras-chaves: Controle da Qualidade Total, Processo de Gestão Operacional, Sistemas de Instalações Hidrossanitárias Predias (SHP). ABSTRACT Arantes, Gerson A. L. L. Model of Evaluation and Verification List for Building Hidraulics and Sanitary Projects. Florianópolis, 2003, 113p. Thesis (Master of Science in Production Engineering) - Program of Masters degree in Production Engineering, Federal University of Santa Catarina. Adviser: Prof. Dálvio Ferrari Tubino, Dr. Defense: 22/04/2003. The objective of this study is to create through the available tools of TQC, a model capable to evaluate which are the necessary changes to modify the offices and companies of projects Hidraulics and Sanitary Systems, of the operational point of view and to provide to the same ones not a reliable system of evaluation of the current conformities of the flaws verified in elapsing of the development of the project. This operational model together with a verification list comes to give support to the process of operational administration of the activity of elaboration of the projects Hidraulics and Sanitary, taking the reduction of flaws in the productive process of the current of this project construction. This theme was chosen because now adays, the companies have been looking for to improve its participation in the market through the improvement of the quality of its products and for the area of the Hidraulics and Sanitary, an important part of a system of the civil construction, larger employer of the national economy, doesn't contemplate adapted tools for this end. The methodology applied in this research consisted of bibliographical revision, so that if it could identify the specialists' conception of the pertinent themes to TQC, in a full way and that they involved the civil construction, in way to subsidize this work. At the sequence we passed to the study of the methodology to be applied in the elaboration of the proposed model, dividing it in three phases (planning, preparation/assembly and finally the form of practical implant of the model). After the definition of the model occurs the implant in a project of a large building through an interested company of projects in using the model commercially. Along this implant it can be made the validation of each stage initially proposal in the methodology. Concluded the study, it was evidenced that such procedures, besides necessary, were indispensable the good performance and obtaining of a quality pattern above the average for the product project of SHP and for the improvement of the process of administration of the company, ending with some recommendations for the continuity of the referring studies or related to the theme. Key-Words: Total Quality Control , Operational Administration Procces, Hidraulic and Sanitary Building Systems (SHP). SUMÁRIO CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO 1.1 - Origem do Trabalho..........................................................................12 1.2 - Importância do Trabalho...................................................................14 1.3 - Objetivos ..........................................................................................15 1.3.1- Objetivo Geral .........................................................................15 1.3.2- Objetivos Especificos..............................................................16 1.4 - Limitações do Trabalho ....................................................................16 1.4.1-Resultados Esperados .............................................................17 1.5 - Estrutura do Trabalho.......................................................................18 CAPITULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 - Histórico da Qualidade ......................................................................20 2.2 - O Conceito da Qualidade...................................................................22 2.3 - O TQC Usado Para o Melhoramento do Processo .............................25 2.4 - Ferramentas Para Análise e Melhoria do Processo ...........................27 2.4.1 - Fluxograma ............................................................................28 2.4.2 - Diagrama de Pareto................................................................28 2.4.3 - Gráfico de Tendências ...........................................................28 2.4.4 - Diagrama de Causa e Efeito ( Diagrama de Ishikawa) ............29 2.4.5 - 5W1H......................................................................................31 2.4.6 - Brainstorming ........................................................................32 2.4.7 - Planilha Para Coleta de Dados ...............................................32 2.5 - Definições de Projeto ........................................................................33 2.5.1 - Construção Enxuta.................................................................37 2.5.2 - A Qualidade do Projeto ..........................................................39 2.6 - Considerações Finais ........................................................................41 CAPITULO 3 - METODOLOGIA PROPOSTA 3.1 - Introdução .........................................................................................43 3.2 - A Dinâmica dos Projetos SHP ...........................................................45 3.2.1 - A Estrutura do Projeto SHP ....................................................45 3.2.2 - A Qualidade no Projeto SHP...................................................49 3.3 - ETAPA 1- Planejamento Preliminar do Modelo de Avaliação da Qualidade ................................................................................53 3.3.1 - Passo1- Definição das Expectativas do Modelo .....................54 3.3.2 - Passo2- Escolha do Grupo e do Coordenador .......................56 3.3.2 - Passo3- Diagnóstico dos Pontos de Estrangulamento na Produção .................................................................................58 3.4 - ETAPA 2- Preparação para Montagem do Modêlo de Avaliação da Qualiadade...............................................................................60 3.4.1 - Passo 1 - Preparação das Pessoas ........................................61 3.4.2 - Passo 2 - Levantamento dos Procedimentos atuais aplicados .................................................................................................63 3.4.3 - Passo 3 - Levantamento das Prováveis causas de nãoconformidades em cada etapa do projeto SHP......................67 3.5 - ETAPA 3- Implantação e Gerenciamento do Modelo de Avaliação da Qualidade ..........................................................................................73 3.5.1 - Passo 1 - Definição da uniformização dos procedimentos e do check- list final ......................................................................73 3.5.1.1 - Qualidade do programa para o projeto e da solução adotada .................................................................................................74 3.5.1.2 - Qualidade da apresentação da documentação do Projeto ..76 3.5.1.3 - Qualidade do processo de elaboração do Projeto...............77 3.5.2 - Passo 2 - Implantação prática do Modelo...............................78 3.5.3 - Passo 3 - Gerenciamento do Modelo Implantado ...................84 3.6 - Considerações Finais ........................................................................85 CAPITULO 4 - APLICAÇÃO PRÁTICA 4.1 - Introdução .........................................................................................88 4.2 - ETAPA 1 - Planejamento para implantação .......................................89 4.2.1 - Passo 1 - Definição das Expectativas do Modelo ...................90 4.2.1 - Passo 2 - Escolha do Grupo e do Coordenador .....................91 4.2.3 - Passo 3 - Diagnóstico dos pontos de Estrangulamento.........92 4.3 - ETAPA 2 - Preparação para Aplicação do Modelo de Avaliação da Qualidade ................................................................................93 4.3.1 - Passo 1 - Preparação das pessoas.........................................95 4.3.2 - Passo 2 - Levantamento dos procedimentos atuais aplicados .................................................................................................95 4.3.3 - Passo 3 - Levantamento das prováveis causas de nãoconformidades.........................................................................96 4.4 - ETAPA 3 - Implantação prática e gerenciamento do modelo proposto .................................................................................................97 4.4.1 - Passo 1 - Definição da uniformização dos procedimentos ... 97 4.4.2 - Passo 2 - Implantação prática do modelo...............................98 4.4.3 - Passo 3 - Gerenciamento do modelo implantado .................107 4.5 - Considerações finais.......................................................................107 CAPITULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1 - Conclusões .....................................................................................111 5..2 - Recomendações .............................................................................115 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: .........................................................117 BIBLIOGRAFIA: .......................................................................................120 LISTA DE FIGURAS 2.1 - Ciclo PDCA de controle e gerenciamento de projetos......................25 2.2 - Quadro de fatores básicos Do ciclo de manutenção da qualidade...27 2.3 - Fluxo dos ciclos de manutenção e melhoria ....................................29 2.4 - Diagrama de Pareto (curva ABC) ......................................................30 2.5 - Diagrama de Ishikawa (causa-efeito) ................................................30 2.6 - Tabela 5W1H aplicada a um projeto SHP..........................................32 3.1 - Etapas e passos da metodologia......................................................44 3.2 - Funções do subsistema SHP............................................................46 3.3 - As etapas de elaboração do projeto SHP .........................................47 3.4 - Estrutura de inter-relação entre os projetistas .................................48 3.5 - Fluxograma dos intervenientes nos processos SHP ........................50 3.6 - Diagnóstico dos pontos de estrangulamento operacionais .............59 3.7 - Etapas iniciais e causas prováveis de não-conformidades ..............71 3.8 - Levantamento de dados ...................................................................79 3.9 - Programa de necessidades ..............................................................80 3.10- Estudo de viabilidades .....................................................................80 3.11- Anteprojeto.......................................................................................80 3.12- Legalização do Projeto .....................................................................82 3.13- Projeto Executivo7 ...........................................................................82 3.14- Caderno de Especificações ..............................................................83 3.15- Coordenação e Gerenciamento ........................................................83 3.16- Assistência e Execução....................................................................84 4.1 - Diagnóstico dos pontos de estrangulamento operacional ...............92 4.2 - Lista de verificação para o Levantamento de dados ........................99 4.3 - Lista de verificação para o Programa de necessidades ...................99 4.4 - Lista de verificação para o estudo de viabilidades..........................100 4.5 - Lista de verificação para o anteprojeto ...........................................101 4.6 - Lista de verificação para o legalização do Projeto ..........................103 4.7 - Lista de verificação para o Projeto Executivo .................................103 4.8 - Lista de verificação para o caderno de especificações ...................105 4.9 - Lista de verificação para a coordenação e gerenciamento..............106 4.10- Lista de verificação para a Assistência e Execução .......................106 4.11- Melhorias Obtidas com a utilização do modelo ..............................109 Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 12 Sistemas Hidrossanitários Prediais CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 Origem do Trabalho Atualmente, as empresas de projeto têm buscado novas técnicas administrativas e operacionais que sejam dinâmicas e que lhes proporcionem maior competitividade, seja na informatização, capacitação e/ou qualificação de seus quadros. Contudo, combinar tecnologia e talentos; conhecimento; ser flexível e veloz; produzir com qualidade e disseminar buscar, permanentemente, a integração com o mundo exterior demandam uma mudança no paradigma da qualidade, até então aplicado. Nesse contexto, o sucesso de qualquer organização empresarial ficará, também, condicionado à capacidade que tiverem seus gestores de eliminar fronteiras que separem pessoas, tarefas e lugares. Sempre que as empresas direcionarem suas ações à competitividade, mediante, por exemplo, a busca da qualidade total, será imprescindível proceder a desenvolvidas, um minucioso levantamento das atividades atualmente por meio de diagnósticos específicos. A partir deles, as empresas poderão dispor de informações fundamentais sobre tais atividades, de forma tal que, com dinamismo, sejam capazes de planejar com segurança o desenvolvimento de ações que viabilizem a racionalização e a otimização dos recursos disponíveis. No entanto, o gerenciamento de uma organização, não requer apenas Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 13 informações sobre o seu ambiente interno. O ambiente externo também deve ser contemplado nesta análise, antes da concepção do novo modelo de busca da qualidade, de maneira a abranger todas as etapas do processo produtivo, buscando abrangência ampla no seu planejamento, preparação e implantação. Especificamente no ramo de projetos para a construção civil, pesquisas efetuadas pelos sindicatos da industria da construção civil, capitanedaos pela Confederação Nacional d Industria, demonstram que, entre outros, um dos geradores de não conformidades nas edificações é o quesito que trata de Instalações dos Sistemas Hidrossanitários Prediais (SHP), os quais contribuem negativamente nesta estatística devido a vazamentos, baixa qualidade de escoamento e geração de odores prejudiciais à habitabilidade das edificações. Como desafios aparecem então, a necessidade de se estudar e utilizar as ferramentas para o controle de qualidade total (TQC), aplicada à etapa de elaboração dos projetos dos SHP, que busca a adequação, aos projetos, das interferências encontradas ao longo da execução dos serviços aos projetos. A filosofia do TQC pressupõe que cada colaborador, empregado na organização, conheça as metas a serem atingidas, de tal forma a satisfazer as necessidades dos processos seguintes ao seu, dando-lhes valores duradouros. Isto é, produzindo qualidade. Para tanto se propõe a adoção de um modelo de avaliação da qualidade dos Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais (SHP), objeto de estudo desta dissertação. O modelo proposto tem por base a utilização de ferramentas adequadas e geração de uma lista de verificações que proporcionará aos clientes, internos ou externos, uma produção mais rápida, enxuta e com grau de qualidade próximo dos esperados. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 14 CAMARGO(2000, pág.9), afirma de forma genérica, que a nova ideologia desenvolvimentista parte do pressuposto de que produzir com melhor qualidade significa produzir com maior produtividade, o que resultaria em menos desperdício, menor retrabalho e por fim menor custo. Dessa forma, o presente estudo adotou uma metodologia que envolve alterações no status quo operacional das empresas de projeto, o qual estará associado à aplicação de um Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos de SHP que engloba uma lista de verificação. A proposta foi aplicada em campo prático, pautada em uma metodologia científica de pesquisa, para que os dados obtidos tivessem confiabilidade e pudessem auxiliar os projetistas e construtoras da região abrangida neste trabalho, que está limitada à região da grande Goiânia, no estado de Goiás, a efetuar as análises pretendidas, à luz das ferramentas de avaliação disponíveis e aplicáveis no TQC. 1.2 Importância do Trabalho Tendo em vista a carência de trabalhos técnicos que esclareçam o processo de busca da minimização das não conformidades para a elaboração de projetos hidrossanitários prediais, na ótica do TQC, escolheu-se esse tema como objeto de estudo, visto sua importante função no domínio das causas que constituem um processo construtivo, que de outra forma poderiam interferir de maneira indesejável no resultado final da edificação objetivada. Por meio de pesquisas bibliográficas e de campo, foram determinadas as maiores incidências de não-conformidades referentes às instalações dos SHP. Através da utilização das ferramentas de avaliação existentes para o TQC, na forma de fluxo de atividades, diagrama de causa-efeito (Ishikawa), diagrama e análise de Pareto, 5W1H e 5S. Buscou-se a criação de uma lista de verificação Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 15 Sistemas Hidrossanitários Prediais que possibilitasse ao projetista verificar durante a etapa da elaboração de projeto as não-conformidades, ou com isso reduzir e até mesmo eliminar possíveis futuros problemas advindos da não observância dessas informações. Justifica-se a importância deste trabalho por três fatores distintos. São eles: Ø Relevância econômica, pelo fato de que as idéias que se materializam, relativamente aos processos, só se sustentam operacionalmente através da melhoria da qualidade dos mesmos. Em não se sabendo como atingir essa qualidade, todo o esforço despendido intelectualmente, fisicamente e socialmente, nas suas mais diversas formas, será desperdiçado; Ø Relevância social, pelo fato de que a metodologia proposta é participativa tanto a nível gerencial quanto a nível operacional, gerando conhecimento organizado pela interação de valores práticos e científicos e pela prática do PDCA como método de gestão dos processos de elaboração de projetos de SHP, que trazem benefícios à sociedade ; Ø Relevância bibliográfica, pelo fato de que, embora não inédito, o tema que aborda a qualidade em projetos de SHP carece de bibliografia, principalmente se abordado sob a ótica do TQC, como é o caso. 1.3 Objetivos A seguir são apresentados o objetivo geral e os específicos deste trabalho, como forma de elucidar o tema sob análise e os resultados que dele se esperam. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 16 1.3.1 Objetivo Geral Desenvolver e implantar um modelo de avaliação com uma lista de verificação do projeto de Sistema Hidrossanitário Predial (SHP), baseado em fatos e informações coletados e orientadas para os resultados do projeto e que possam ser aplicados a obras que se utilizem dos SHP, independentemente de seu porte. 1.3.2 Objetivos Específicos Buscou-se, com base no proposto objetivo geral, alcançar os seguintes objetivos específicos: 1. Identificar as características dos projetistas que atuam na área abrangida; 2. Identificar as características das empresas construtoras da que atuam na área abrangida; 3. Identificar os fatores que definem qualidade dos SHP para os clientes; 4. Determinar quais as ferramentas de controle da qualidade que serão utilizadas no modelo; 5. Estruturar um modelo de avaliação da qualidade dos SHP; 6. Definir uma lista de verificação das não conformidades dos SHP; 7. Aplicar e validar o modelo proposto. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 17 1.4 Limitações do Trabalho Dentre os fatores limitantes neste trabalho, aquele que se apresentou com maior intensidade é de natureza bibliográfica. O tema da qualidade, embora tratado em grande quantidade de publicações, enfoca sistemas produtivos bem diferenciados daquele encontrado nos escritórios de projetos. Não se apresenta disponível quantidade relevante de publicações, principalmente se abordado sob a ótica da gestão pela qualidade total, para o tema específico. O Trabalho tem como limitação geográfica a região da grande Goiânia e entorno, no estado de Goiás, onde se deu a pesquisa durante o período compreendido entre os meses de agosto 2000 até fevereiro de 2003. As empresas de projeto pesquisadas e consultadas, na sua maioria são empresas de pequeno e médio porte, algumas individuais, e as empresas construtoras e incorporadoras de médio a grande porte. As outras limitações encontradas, e também importantes, dizem respeito a áreas próximas ao tema desenvolvido e que mereceriam maior atenção e, embora tratadas no transcorrer deste trabalho, não terão um estudo aprofundado, ficando como recomendações para um futuro aprofundamento, de forma que o estudo presente possa ser ampliado. As áreas que assim se apresentam são as que delimitam a atuação do coordenador de projeto, que tem sua participação adequada a cada situação; verificação das melhorias que podem advir da implantação dos sistemas de gestão da qualidade nas empresas em outras áreas que não a de projeto, foco deste trabalho; avaliação do impacto que um sistema semelhante provocaria se aplicado a todos os projetos que envolvem a construção civil e não apenas no SHP; comparação do impacto econômico e de mercado provocado pelas melhorias obtidas com a implantação de modelos de qualidade; sistematização dos procedimentos na interface entre a fase de incorporação e a fase de projetos quanto a Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 18 contratação de projetistas e, por fim, o efeito da falta de padronização de projetos das empresas ou escritórios de projetos de áreas afins, para que possa ser implantado um modelo de melhoria da qualidade. 1.5 Resultados Esperados Após testado e validado o modelo de avaliação, bem como a lista de verificação, pretende-se, com a sua generalização e por aplicabilidade, que os mesmos permitam alcançar os seguintes resultados: 1. Decisões que priorizem a qualidade; 2. Mudança de determinados procedimentos da construção civil, principalmente os organizacionais e operacionais das empresas de projetos; 3. Que as ações e decisões dessas empresas sejam orientadas para resultados; Com o advento desse comportamento, os projetos das empresas de projeto terão: 1. Melhor aproveitamento dos recursos designados para qualidade; 2. Maior e melhor flexibilidade de adaptação, e acompanhamento das tendências do mercado; 3. Criação de uma rotina, com ciclo completo de planejamento, execução, controle e avaliação do processo. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 19 1.6 Metodologia Cientifica da Pesquisa Este tópico tem por objetivo fazer uma descrição suscinta acerca da metodologia utilizada para a consecução dos objetivos do presente trabalho. Serão brevemente caracterizados a tipologia da pesquisa, o tipo de amostra e os instrumentos utilizados para a realização da pesquisa. Foram adotadas como linha de pesquisa, os tipos: descritiva, exploratória e literária. A pesquisa descritiva se caracteriza por possuir objetivos e procedimentos bem estabelecidos e estruturados, visando a atender a resolução de um problema de pesquisa. As técnicas utilizadas na pesquisa descritiva são as seguintes: Entrevistas e questionários, sendo que neste trabalho, a pesquisa limitou-se às Entrevistas (pessoais e por telefone); A pesquisa exploratória do trabalho em estudo foi baseada em duas técnicas:Revisão de literatura e Pesquisa de Campo. A revisão de literatura foi efetuada através de uma revisão bibliográfica dos sistemas de TQC, Construção Enxuta, Sistemas Hidrossanitários Prediais, com a finalidade de se conseguir a atualização do tema pesquisado. Enquanto que para a pesquisa de campo foi utilizado o Estudo de Casos Múltiplos para a coleta das informações necessárias à identificação e análise dos sistemas hidrossanitários prediais e seus projetos na forma como são utilizados pelos escritórios de projeto da regia da Grande Goiânia e entorno. A amostra trabalhada poderia apresentar um número grande se fossem consideradas todos os escritórios de projeto e construtoras da região estudada, fato que tornaria impraticável o trabalho se considerado o fator tempo. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 20 Dessa forma, a definição da amostra baseou-se na teoria de Donaire que afirma que embora não haja um número ideal de casos, um número entre cinco e dez casos costuma ser satisfatório. Na presente pesquisa, foram considerados e entrevistados cinco escritórios de projetos de pequeno e médio porte, e quatro construtoras incorporadoras de grande e médio porte, a fim de se poder gerar a lista de verificações preliminar e estudar os procedimentos operacionais das mesmas. O modelo final adotado, foi desenvolvido ao longo do trabalho e tem por objetivos: Verificar como estão estruturados os procedimentos operacionais e organizacionais das empresas estudadas, bem como o funcionamento do quadro técnico da empresa; e ao par, mostrar a validade da implantação do TQC,suas funções e técnicas correspondentes de forma a propor a adequação de cada empresa, e seus clientes conforme suas necessidades, abrangendo os horizontes de curto, médio e longos prazos. 1.7 Estrutura do Trabalho Estruturalmente, esta dissertação se encontra dividida em cinco capítulos distintos, mas interligados. Dessa forma, a sua parte introdutória, Capítulo 1, apresenta o tema e o problema, os objetivos, a justificativa do estudo e a metodologia a ele aplicada. O capítulo 2 aborda a importância do Controle de Qualidade Total (TQC), através de uma pesquisa bibliográfica sobre as análises clássicas da aplicação do TQC das ferramentas existentes e disponíveis para a avaliação, e também apresentando trabalhos recentes que mostram a importância do TQC na construção civil. Para o tema específico são aproveitados os poucos trabalhos conhecidos. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 21 Sistemas Hidrossanitários Prediais No Capítulo 3 é apresentada uma análise geral dos SHP, bem como a metodologia de aplicação das ferramentas da qualidade discutidas no capítulo 2. A aplicação dessas ferramentas gera o modelo de avaliação, bem como a lista de verificação das não conformidades que podem vir a ser encontradas durante a fase de execução dos projetos. O Capítulo 4 foi feito com base em pesquisa de campo que acompanhou a implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Sistemas Hidrossanitários Prediais em uma empresa de projetos durante a elaboração de um projeto de grande porte com o objetivo de validar e posteriormente generalizar o modelo e a lista. No Capítulo 5 são apresentadas as conclusões advindas da elaboração deste estudo, relacionando ao final algumas recomendações para que este trabalho possa ter continuidade e possíveis futuros desdobramentos. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 22 CAPÍTULO 2 De acordo com o objetivo geral proposto no Capítulo 1, ou seja, desenvolver e implantar um Modelo de Avaliação e Lista de Verificação Para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais (SHP) que possibilitem ao projetista verificar, reduzir e eliminar possíveis problemas ainda durante a etapa de elaboração do projeto, este capítulo apresentará um breve histórico acerca da qualidade, passando pelos conceitos clássicos do TQC, bem como suas aplicações. Serão definidas as ferramentas a serem utilizadas na proposta do modelo e o pensamento atual dos pesquisadores sobre qualidade em projetos, fundamentado em trabalhos relevantes sobre a construção civil publicados nos últimos anos. Como será demonstrado, praticamente inexistem trabalhos relacionados diretamente sobre o tema abordado nesta pesquisa, ou seja, os Sistemas Hidrossanitários Prediais (SHP). 2.1 Histórico da Qualidade O conceito de qualidade, como será mostrado, desenvolveu-se de forma dinâmica e abrangente ao longo do tempo. PALADINI (1995, pg.31-43) apresenta os aspectos históricos e também as tendências, que demonstram estar o consumidor cada vez mais exigente e informado, obrigando as empresas a adaptarem-se a essas novas exigências, o que implica investimentos que causarão impacto sobre os custos inerentes. O autor apresenta uma divisão da história da evolução da qualidade em seis pontos, os quais são tratados de forma breve, como se segue. Antiguidade: verifica-se o rigor com que os egípcios e os romanos construíram suas pirâmides e palácios, denotando claramente a existência de controle de qualidade, principalmente no que tange a inspeção dos materiais e Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 23 dos produtos acabados; Idade Média: surgem as primeiras associações de artesãos e também pequenas empresas, onde a preocupação com a qualidade e as condições gerais de trabalho começam a aparecer; Início da industrialização (1900 – 1930): com a chegada da industrialização, aumenta a formação de organizações e a necessidade de desenvolvimento tecnológico. Para se manter o padrão fixado pelo empresariado, são utilizados inspetores (ou supervisores) de produção, que funcionam como avaliadores. Paladini(1995) mostra que nessa época surge o Journal of the American Statiscal Society, veículo de divulgação do tema e que existe até hoje. Durante esse período, toda a ênfase no controle de qualidade era dirigida a verificar os procedimentos de avaliação da qualidade dos produtos e serviços. O processo era apresentado como fonte de um produto adequado às exigências; Décadas de 30 e 40 (1930 – 1950): aparecem os dados estatísticos nos processos produtivos, popularizando os gráficos e os conceitos de qualidade por amostragem. Surgem nos Estados Unidos processos de regulamentação de diversos produtos, ressalte-se aqueles vinculados à higiene, saúde e segurança. As bases adotadas nos anos 40 foram fixadas como controle estatístico da qualidade. Durante a segunda guerra mundial, em face da utilização de mão-de-obra não qualificada ou sub-qualificada, sobretudo nas indústrias de armamentos, fez surgir de forma efetiva novas técnicas de inspeção e controle da qualidade; Anos 50 (1950-1960): nessa década o conceito de qualidade aparece no Japão, acompanhando a recuperação do país destruído na segunda guerra mundial, a partir dos trabalhos de Deming e Juran, datados de 1955, e também as técnicas de controle dos processos produtivos introduzidas por Ishikawa. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 24 Nessa década, os produtos japoneses atingem excelente conceito no mercado, demonstrando claramente o quanto é relevante a qualidade e como ela pode contribuir, se associada a determinação de um povo para seu desenvolvimento. De 1960 até início do século XXI: GHINATO (1996) destaca a década de 60 como sendo a do alvorecer da estruturação dos programas de zero defeito (CQZD), com o surgimento do sistema à prova de falhas, proposto por Shingo (baka-yoke) e, por fim, o (poka-yoke), um recurso que mostra como se produz com máximo desempenho. Nos anos 70 são mantidas as mesmas características da década anterior, com a expansão dos conceitos e de novas técnicas e estratégias, sobretudo a introdução da abordagem participativa da qualidade, a partir das experiências das empresas japonesas. A partir da década de 80, populariza-se o conceito de qualidade (envolvendo o ser humano completamente na busca pela qualidade). A informática participa com vários softwares especificamente desenvolvidos e aplicados ao controle da qualidade. Hoje, além de todos esses tópicos, aparecem as leis de defesa e proteção do consumidor, focando na qualidade para satisfação do cliente e da sociedade. Para entender melhor, é necessário ver os conceitos de qualidade emitidos por estudiosos do assunto. 2.2 O Conceito de Qualidade A qualidade de um produto pode ser definida como a adequação ao uso, ou seja, o quanto os clientes estão satisfeitos com um produto ou serviço. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 25 Sistemas Hidrossanitários Prediais Entende-se por adequação ao uso, uma avaliação de desempenho na qual os produtos ou serviços podem ser descritos com base seu comportamento em uso, tendo em vista as exigências dos clientes. Para GRAÇA (1995, pg. 4): “ existe significativa diferença entre a aplicação do conceito de desempenho a sistemas e materiais. O conceito de desempenho de sistemas liga-se diretamente a sua compatibilização às exigências dos usuários, independentemente dos materiais utilizados. O conceito de desempenho de materiais liga-se à durabilidade e à capacidade de, como parte do sistema, exercer sua função e conseqüentemente contribuir para que esse sistema também permaneça em funcionamento adequado, durante o período de utilização a ser considerado”. Juran apud CAMPOS (1992) salienta que “a satisfação com o produto origina-se nas suas características e é a razão pela qual os fregueses compram o produto”. Segundo PICHI (1993, pg.2-14), para que sejam atendidas as necessidades dos clientes: ”deve-se ter não somente um bom produto (cliente interno), mas também que seja fabricado com produtividade e rentabilidade (acionistas), e um bom ambiente de trabalho, que possibilite o crescimento do ser humano (empregados) e que respeite a legislação, e o meio ambiente e que possibilite o progresso social (vizinhos, sociedade de maneira geral)”. Ou seja, atender plenamente os stakeholders. CAMPOS (1992, pg.2-4) afirma que qualidade é o grande objetivo das organizações humanas, para atender às necessidades do ser humano em sua Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 26 luta pela sobrevivência na terra. Define ainda qualidade como sendo um produto ou serviço “que atenda perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”. O autor coloca de forma mais clara as definições anteriores: a- que atende perfeitamente - projeto perfeito b- de forma confiável - sem defeitos c- de forma acessível - baixo custo d- de forma segura - segurança do cliente e- no tempo certo - entrega no prazo certo, no local certo e - na quantidade certa. A obra “Inovação do Produto e do Processo”, de Oliveira (2000, pág 21), mostra o conceito de “Garantia da Qualidade”, segundo o qual é necessário evoluir para o estágio em que a qualidade seja garantida desde a concepção do produto (projeto) e dos processos produtivos (execução das instalações), através da inovação. Assim, desenvolvem-se produtos e processos que atendam totalmente às expectativas dos clientes. O Controle da Qualidade Total (TQC- Total Quality Control) é um método voltado para o contínuo melhoramento dos sistemas dos quais todos são partes integrantes. Aprendese a ver cada atividade como um processo e logo ser capaz de reconhecer as bases fundamentais para a gestão dos processos. Como primeiro fundamento da gestão dos processos tem-se a definição do processo, que consiste em compreender “o que fazemos, como fazemos e para que o fazemos”. Deve-se ver como funciona realmente o processo e não como parece funcionar. No trabalho tem-se uma incrível capacidade de adaptação e geralmente busca-se encontrar um modo de agregar resultados. É importante Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 27 ter domínio do processo produtivo, antes de incorporar qualquer melhoramento. E, quando é possível fazê-lo, devem existir determinados critérios de mensuração da capacidade do estado da eficiência do processo em questão. Hoje são recolhidas grandes quantidades de dados, mas grande parte deles realmente não tem grande serventia. Os dados são ingredientes necessários a que se possa monitorar e controlar um processo, identificar as partes suscetíveis de melhoramentos e qualificar os resultados provenientes de qualquer modificação porventura efetuada. Os instrumentos dos sistemas de controle de qualidade definem como coletar dados em espaço curto de tempo e quais dados são úteis, de maneira a não sacrificar o sistema. O último fundamento base do TQC deve ser a aplicação de ações corretivas, que propiciem mudanças no sistema de modo a melhorar a prestação do serviço. Essas ações podem assumir diversas formas, desde a eliminação das operações repetitivas, até mesmo, a reprogramação geral do processo. CAMPOS (1992, pg. 29) diz que o TQC é o “controle total exercido por todas as pessoas da empresa de forma harmônica (sistêmica) e metódica (baseada no ciclo PDCA) para a satisfação da necessidade de todas as pessoas“. 2.3 O TQC Usado Para o Melhoramento do Processo A metodologia TQC representa um modo de gestão do melhoramento. CAMPOS (1992, pág 29-34) e OLIVEIRA (2000, pág 21) dão uma visão de como funciona o processo interno através de diagramas, representando o ciclo PDCA, segundo GHINATO (1996, pág,46) ”idealizado por Walter Shewhart e Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 28 difundido por Williaam Edwards Deming”, abreviação do inglês – Plan – Do – Check – Act – (planejar, executar, verificar e agir corretivamente). A figura 2.1 ilustra este ponto. os itens de controle Agir corretivamente 6 5 Verificar os resultados Figura 1.1 1 A P CD Definir o método para alcançar as metas 2 3 Educar e treinar segundo o método 4 Realizar o trabalho e coletar dados Ciclo PDCA de controle e gerenciamento de processos. Fonte: TUBINO, 2000, pg 190. Todo esse processo tem como objetivo o cliente, interno ou externo. Suas exigências constituem a base das atividades, seja para todo o processo ou em grande parte dele, ou ainda, especificamente em um ponto do trabalho. Sucedem-se os aspectos relativos às bases de exigências e expectativas dos destinatários finais, com base nos dados coletados disponíveis. Quando se identifica qualquer aspecto do problema busca-se mudar, de forma a melhorar algumas características dos produtos ou serviços. Para eficiência do TQC há que se ater ao fato de a prática do controle de qualidade ser o centro do TQC, e também obrigação de todos os envolvidos no Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 29 processo. Percebe-se, segundo afirma Juran apud CAMPOS (1992), que “não existe controle sem padronização”. Logo, faz-se necessário criar a rotina de avaliação do controle de qualidade, que pode ser abordada com três objetivos: planejar a qualidade desejada pelos clientes; manter a qualidade desejada pelos clientes ou melhorar a qualidade desejada pelos clientes, o que pode ser observados nas figuras 2.2, baseada no ciclo PDCA, onde são mostrados sete fatores básicos para o ciclo de manutenção do controle da qualidade. Figura 1.2 Quadro de fatores básicos para o ciclo de manutenção da qualidade. Ciclo PDCA P Etapas Atividades de Manutenção no Controle da Qualidade Observações 1 Estabelecimento do Padrão Estude e determine as necessidades de seu cliente. de Qualidade Verifique a possibilidade de seu processo atender ou não essas necessidades. 2 Estabelecimento Procedimentos-padrão D 3 Trabalho de acordo com os As pessoas devem estar treinadas para manter os padrões valores padrão dos fatores importantes como determinados no item anterior. Conduza auditoria. C 4 Medidas Defina as medidas a serem feitas. Bitolas, Ângulos, comprimentos etc. 5 Padrões de Verificação Defina os padrões de verificação. Esses padrões são geralmente de nível superior aos padrões de qualidade. 6 Verificação Verifique se existem não conformidades em relação aos padrões de verificação. 7 Eliminação das conformidades A Fonte: CAMPOS, 1992, pg. 42. dos Estabeleça o seu processo de acordo com as necessidades do cliente e defina os fatores importantes do seu processo os quais devem ser padronizados. não As causas das não conformidades devem ser eliminadas de imediato. Se a não-conformidade for crônica, os procedimentos operacionais-padrão deverão ser alterados; se for ocasional, uma análise de falhas deverá ser conduzida para localizar a causa, devendo o evento ser registrado para análise futura. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 30 2.4 Ferramentas para Análise e Melhoria de Processos Para obtenção de sucesso na utilização da Qualidade Total, durante a fase de elaboração de projetos dos SHP, é necessário o envolvimento e participação ativa de todos envolvidos no processo. Atingir esse objetivo implica a utilização de algumas ferramentas, apresentadas a seguir. Elas auxiliam na identificação das não conformidades e na análise de problemas técnicos. Essas ferramentas são: 2.4.1 Fluxograma Uma vez identificado um problema, deve-se compreender e descrever o plano adotado para atuar no produto ou serviço, para que se possa ter a seqüência exata de entradas de dados, operações e tomadas de decisões necessárias. É a etapa mais difícil, pois envolve decisões após plena compreensão dos processos, mesmo os mais complexos. O resultado pode ser demonstrado através de um diagrama de fluxo do processo (figura 2.3) onde são escolhidos os critérios de medidas dos resultados, adaptados para indicar a qualidade desse processo. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 31 Sistemas Hidrossanitários Prediais Figura 1.3 Fluxo dos ciclos de manutenção e melhoria. SIM ACTION PLAN CHECK DO ACTION MANTÉM RESULTADO NÃO ACOMPANHA RETORNA ACTION IDÉIAS BLOQUEIA CAUSA MELHORA Fonte: Campos, 1992, pg. 36. 2.4.2 Diagrama de Pareto O diagrama de Pareto, segundo SOUZA (1995, pg.102), ”é uma forma especial de composição de gráfico de barras e gráfico de linha, que permite determinar propriedades entre diversos problemas”. A figura 2.4 ilustra esse fato. A partir de uma fonte de coleta de dados, o diagrama ajuda a dirigir sua atenção e esforços a questões realmente importantes. Tem por objetivo uma eficiente solução do problema, mas quando um determinado item apresenta importância relativa menor, e pode ser resolvido de maneira simples, seu equacionamento deve servir como exemplo de eficiência . Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 32 Sistemas Hidrossanitários Prediais Figura 1.4 Diagrama de Pareto (curva ABC). 100 frequencia(%) 80 60 40 20 0 A B C D Tipos de solicitações E F frequência por item frequência acumulada font: Souza(1995,pg.117) A- Vazamentos nas instalações hidráulicas B- Azulejos mal assentados C- falhas de impermeabilização D- Fissuras de alvenarias E- Estanqueidade de esquadrias F- Outros Fonte: Souza, 1995, pág117. 2.4.3 Gráfico de Tendências SOUZA (1995, pg.104) cita ainda como ferramenta importante e relevante, a elaboração de gráficos de tendências, os quais são instrumentos estatísticos extremamente simples, com a finalidade de monitorar o sistema e observar ao longo do tempo a existência de alterações em seu comportamento. Os dados são marcados no gráfico na medida em que estejam disponíveis, e apresentados por meio de retas, barras ou círculos. Esse gráfico é complementado por uma planilha para coleta de dados. Essa planilha é na verdade uma lista de verificação de fácil compreensão, que serve para determinar a freqüência de determinado item. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 33 Sistemas Hidrossanitários Prediais 2.4.4 Diagrama de Causa e Efeito (Diagrama de Ishikawa) TUBINO (2000, pg.188) apresenta o TQC como um processo que reúne organizadamente seis fatores ou causas, conhecidos como “6M” (matérias primas, máquinas, mão de obra, métodos, medidas e meio ambiente) no sentido de criar uma saída ou um efeito, conforme apresentado na Figura 2.5. O autor apresenta essa solução como elemento para obtenção de um produto. Pode-se também estudar essa representação causa-efeito quando da obtenção de um projeto. Figura 1.5 Diagrama de Ishikawa (causa-efeito).Fonte TUBINO(2000-pg.188) Causas Efeito Máquina Mão-de-Obra Medida Custo Qualidade Entrega Serviços Matéria-Prima Método Meio Ambiente Itens de Verificação PROCESSO Itens de Controle SAÍDA TUBINO (2000, pg.188) analisa o diagrama de Ishikawa, mostrando a possibilidade de processos complexos poderem ser divididos em outros mais simples, facilitando mais os controles. Segundo o autor, ”o desempenho de um processo pode ser avaliado através de seus itens de controle”, os quais podem Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 34 ser definidos como quatro índices numéricos relacionados com as quatro dimensões de qualidade (custo, qualidade, entrega(confiabilidade e rapidez) e serviços), analisadas com base no efeito do processo sobre o produto. Os problemas ocorrem quando não se obtém o padrão esperado, à luz da análise dos itens de controle. Assim, TUBINO (2000,pg. 189) define a idéia geral do TQC: “Para mantermos um processo sob controle, deve-se estabelecer itens de controle sobre seu efeito, e itens de verificação sobre suas causas, de maneira que sempre que um problema ocorra, ou seja, o índice de controle esteja fora do padrão, o processo seja analisado. Identificadas as causas que geram este problema, estas causas devem ser devidamente corrigidas, de forma a evitar que problemas futuros dessa natureza tornem a acontecer”. 2.4.5 – 5W1H Autores como CAMPOS (1992, pg. 202) e TUBINO (2000, pg. 193) sugerem, como forma de delinear os itens de controle das causas, montar a tabela de verificação composta de seis questões a serem respondidas, que serão transformadas em plano de ação. Toda vez que uma medida não é desdobrada, ela transforma-se em ação. Esse conjunto de quesitos também é conhecido como 5W1H – What; When; Where; Why; Who e How. Um exemplo aplicado a um projeto de SHP é mostrado na Figura 2.6. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais Figura 1.6 35 Tabela 5W1H aplicada a um projeto de SHP. What O Quê? Negociar com o empresário da construção a utilização de sistema alternativo de aquecimento de água. Who Quem? Coordenador do projeto When Quando? Durante a fase de elaboração do pré-projeto de Arquitetura e discussões das interferências preliminares Where Onde? Escritório do projetista de Arquitetura Why Por Quê? Minimizar custos com energia elétrica a longo prazo, mantendo a qualidade do produto, em que pese investimento inicial maior maior How Como? Apresentando estudo de ganhos a longo prazo sem perda pe qualidade pelos clientes da empresa 2.4.6 Brainstorming Trata-se de uma metodologia pela qual, reunidos com a finalidade de avaliar o trabalho a ser executado, todos os envolvidos no projeto apresentam suas idéias relativas ao projeto, por mais absurdas que sejam, ao grupo, e as colocam em discussão, e para que, quando agrupadas ou isoladamente, levem a solução dos problemas, de suas causas e abrangências. Ao fim cabe ao coordenador do grupo registrar todas as idéias e definir aquelas julgadas aproveitáveis. 2.4.7 Planilha para Coleta de Dados De simples entendimento, trata-se na verdade de uma lista de verificação que tem a finalidade de avaliar a freqüência com que acontecem certas não conformidades (intercorrências danosas à obra edificada decorrentes da não observância da técnica projetiva e construtiva adequada). É importante que os Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 36 dados coletados sejam apresentados de maneira simples e de fácil manuseio. A partir da coleta é montado um diagrama, que determina quais as causas que devem ser priorizadas para a tomada das devidas medidas corretivas. 2.5 Definições de Projeto Do que foi descrito no tópico anterior, entende-se que todo o sistema atinja com seu produto ou serviço a qualidade total, cobrindo os seguintes aspectos: ° qualidade ⇒visa atender o cliente interno e/ ou externo; ° custo ⇒custo do produto e /ou serviço compatíveis; ° atendimento ⇒entrega no prazo certo, no local certo, na quantidade certa; moral ⇒indicador do nível de satisfação de todos os envolvidos processo; ° segurança ⇒segurança que o produto oferece ao usuário. Neste sentido, CAMPOS (1999, pg.1-15) orienta: ”todo o sistema ou processo deve garantir a qualidade para o processo seguinte. Para que isto ocorra, deve ser praticado o controle da Qualidade Total”. Praticar o controle da qualidade total (TQC) consiste em eliminar a causa fundamental de qualquer resultado indesejável do processo. Logo, pode-se encontrar esse final insatisfatório na qualidade, custo, atendimento, moral e segurança, que serão denominados não conformes ou não conformidades existentes. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 37 Sistemas Hidrossanitários Prediais Armand V. Feigenbaun apud GHINATO (1996, pg. 75) define o Controle de Qualidade Total como: “um sistema eficiente para a integração do desenvolvimento de qualidade e dos esforços de melhoramento de qualidade dos diversos grupos em uma organização para permitir produção e serviços aos níveis mais econômicos que levem em conta a satisfação total do consumidor”. Nesse sentido, o TQC aplicado a projetos demanda conhecimento sobre projetos. Os conceitos de projetos são os mais variados, e serão apresentados a seguir. Para um melhor entendimento das ações que serão propostas na metodologia a ser aplicada nos capítulos 3 e 4, é importante atualizar o conceito de projeto à luz do pensamento expresso pelos pesquisadores nos últimos anos em congressos e encontros científicos, bem como nas atualizações da legislação existente. Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas, na NBR 5670 (ABNT,1977), projeto significa: “Definição qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e financeiros de um serviço ou obra de engenharia e arquitetura, com base em dados, elementos, informações, estudos; discriminações técnicas; cálculos; desenhos; normas; projeções especiais”. A NBR 13.531 (ABNT,1995), apresenta projeto como sendo: e disposições Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 38 Sistemas Hidrossanitários Prediais “Determinação e representação prévias dos atributos funcionais, formais e técnicos de elementos de edificação a construir, a pré-fabricar, a montar, a ampliar, (..) abrangendo os ambientes exteriores e interiores e projetos de elementos das edificações e instalações prediais”. AGOPYAN e MELHADO (1995, pg. 18) apresentam a seguinte conceituação para a palavra projeto: “Atividade ou serviço integrante do processo de construção, responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e transmissão das características físicas e tecnológicas especificadas para uma obra, a serem consideradas na fase de execução”. Para HEINECK E OLIVEIRA (2002, pg. 2), o projeto de edificações é montado a partir da resolução de uma gama apresentada de problemas, que envolvem o processo de tomada de decisões, no âmbito individual do projetista, e também no gerencial que envolve diversos intervenientes. Gray et. al. apud HEINECK (2002, pg.2) apresentam o projeto como sendo a expressão gráfica e escrita, de maneira artística, como resposta aos anseios dos clientes, demandando criatividade e originalidade em sua conformação. Definem projeto como “solução criativa e eficiente para um problema”. GRAÇA et. al. (2002, pág 3) afirma que a produção de um projeto passa por duas etapas: etapa de criação e etapa de utilização, sendo que na etapa de criação são englobados os projetos conceitual, preliminar, detalhado, de produção e de suporte ao produto. Nesse trabalho o autor dá ênfase as etapas do projeto conceitual e preliminar. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 39 Já MELHADO E VIOLANI (1992, pg. 04) dizem que “na construção civil, trata-se de um processo de criação de um produto, geralmente de baixa ou nenhuma repetitividade de produção, levando a uma maior complexidade que em outros tipos de projetos, onde existe o efeito de escala”, aproximando o conceito aos sistemas de produção. Desta forma, o projeto tem por objetivo antecipar uma atividade - neste caso, a montagem dos SHP - durante a execução de uma determinada obra, o que demanda conhecimento pleno da atividade fim. Um projeto terá atingido seus objetivos na mesma medida que seus profissionais tenham capacitação para conceber, além do produto, seu processo produtivo, dentro do conceito de engenharia simultânea. MELHADO e VIOLANI (1992, pg. 05) afirmam que “quando se pretende agregar qualidade e produtividade a um processo há que se incorporar tal filosofia ao projeto. O projeto deve ser capaz de construir no papel”. PERALTA (2002, pg. 25) conclui, à luz da definição de diversos estudiosos, que um projeto é “simplesmente um empreendimento organizado para alcançar um objetivo específico”. Ainda, apresenta que tecnicamente um projeto é definido como uma série de atividades ou de tarefas relacionadas que demandam um período de tempo significativo para sua realização. LEAL et al. (1996, pg.2) afirma que é necessária uma grande dose de arte de engenharia a ser envolvida para que todas as informações necessárias sejam combinadas de forma a garantir o desenvolvimento de um projeto e por conseqüência de uma obra. Ressalta que para “projetos pequenos e simples, as ações podem ser diretas, pois o engenheiro detém o conhecimento de tudo”. Para projetos complexos, essa ação pode levar a resultados desastrosos em termos técnicos e econômicos. MELHADO (1994), define projeto de produção como: Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 40 Sistemas Hidrossanitários Prediais “... conjunto de elementos de projeto elaborados de forma simultânea ao detalhamento do projeto executivo, para utilização no âmbito das atividades de produção da obra, contendo as definições de: disposição e seqüência das atividades de obra e frentes de serviço;uso de equipamentos; arranjo e evolução do canteiro; dentre outros itens vinculados às características e recursos próprios da empresa construtora”. SOUZA (1997) afirma que o fato de vários projetos serem desenvolvidos de forma completamente separada, muitas vezes tem como conseqüência situações em que a solução final do elemento construtivo, ou da unidade funcional, não é a solução mais adequada em termos do grau de complexidade, continuidade e desempenho. 2.5.1 Construção Enxuta As definições de LEAL et al. (1996), SOUZA (1997) e MELHADO (1994) conduzem a conceitos atualizados de projetar e construir, tais como a adoção de princípios da engenharia simultânea e da construção enxuta, que tem sua origem na síntese e na generalização das filosofias desenvolvidas no Japão, como o Just in Time (JIT); Total Quality Management (TQM); e Total Quality Control (TQC). Sabe-se que essas filosofias têm a mesma base, mas atuam em abordagens diferentes. A chamada construção enxuta, ou lean construction, é a visão dentro da Engenharia Civil dessas filosofias. Neste sentido, é importante que se entenda melhor as vantagens que o conjunto de técnicas associadas ao conceito de construção enxuta propicia. Womack & Jones apud MACHADO e HEINECK(2001) apontam cinco princípios necessários na orientação e configuração de um sistema enxuto de Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 41 produção: 1.- A definição detalhada do significado de valor de um produto a partir da perspectiva do cliente final em termos das especificações que este deveria ter, considerando aspectos relacionados às suas capabilidades, ao seu preço e ao tempo de produção; 2.- A identificação da cadeia de valor para cada produto ou família de produtos e a eliminação das perdas; 3.- A geração de um fluxo de valor com base na cadeia de valor obtida; 4.- A configuração do sistema produtivo de forma que o acionamento da cadeia de valor seja iniciado a partir do pedido do cliente ou, em outras palavras, a utilização da produção puxada; 5.- A busca incessante da melhoria da cadeia de valor através de um processo contínuo de redução das perdas. MACHADO e HEINECK(2001, pg. 3) observam que: “Em primeiro lugar, para que um sistema enxuto seja bem sucedido é preciso que esteja ancorado na correta determinação do valor que um produto deve possuir do ponto de vista do cliente. Já neste primeiro momento da condução da lógica da produção enxuta desde a concepção do produto, esbarra-se na ineficiência das ferramentas destinadas a definição de valor.” Assim pode-se entender que a busca por ferramentas que auxiliem na Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 42 Sistemas Hidrossanitários Prediais definição de valor e também na avaliação da qualidade dos projetos que serão utilizados na produção dos SHP, sejam eles na forma da construção tradicional do tipo “one of a kind”, onde a indústria da construção se compara à da mecânica pesada, ou da indústria naval, ou naquelas baseadas na lean construction, onde cada vez mais busca-se otimizar a produção, atenta a requisitos como a construção via produção puxada, invés da tradicional construção via produção empurrada. HEINECK E OLIVEIRA (2000, pg.2) apresentam entre os métodos de avaliação de valor e qualidade de projeto aplicáveis a qualquer tipo de obra, a análise de custo-benefício; custo-eficácia; custo global e análise de valor. Para tanto afirmam ser necessária a avaliação da qualidade da habitação como um todo “e a definição das características de projeto através de estudos que busquem uma maior aproximação com a demanda”. O uso de atributos qualitativos na proposta de avaliação tenta traduzir as variáveis de agregação de valor ao projeto, simulando o processo de avaliação do cliente. Os aspectos considerados neste processo, ainda segundo HEINECK e OLIVEIRA (2000), são basicamente a construtibilidade, a estética e a geometria funcional. O projeto que contempla qualidade busca equilibrar todos os aspectos qualitativos que visem o atendimento aos anseios e expectativas do usuário final. MACHADO (2003) faz referência à construtibilidade para algumas ações gerenciais preconizadas por esta teoria, com o objetivo listar de demonstrar a possibilidade dessas ações gerenciais nos planos de produção, que pode ser sintetizada como : "Ações gerenciais baseadas na construtibilidade: Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 43 Sistemas Hidrossanitários Prediais A construtibilidade é um neologismo significando a integração do conhecimento e experiência construtiva durante as fases de concepção, planejamento, projeto e execução da obra, visando a consecução de objetivos gerais do projeto (CONSTRUCTABILITY, 1986 apud RUSSEL et al., 1994). Pode-se pensar em cinco categorias de princípios gerais destinados a melhoria da construtibilidade: a simplificação do projeto, a padronização, a seqüência executiva e interdependência entre as atividades,a acessibilidade e espaços adequados para o trabalho e a comunicação entre projetos e obra (OLIVEIRA, 1993). Identificam-se as seguintes ações gerenciais genéricas ligadas à construtibilidade (FERGUSON, 1989; RUSSEL et al., 1994; HANLON & SANVIDO, 1995; FISCHER & RAHMAN, 2000, FISCHER & TATUM, 1997; ANDERSON,FISCHER & RAHMAN, 2000; O' CONNOR & MILLER, 1994 e KARTAM & FLOOD,1997) simplificação de detalhes de projetos visando permitir a flexibilidade de métodos construtivos e substituições de materiais, desenvolvimento de desenhos especificando detalhes de projeto que simplifiquem a execução dos serviços, exploração da padronização dos elementos construtivos, compatibilização de projetos de naturezas distintas e exploração da modularização das partes da obra." 2.5.2 A Qualidade do Projeto Para OLIVEIRA E HEINECK (2000, pág 8), a qualidade do projeto: “Abrange um conjunto de avaliações de acordo com os participantes envolvidos no processo: objetivos do empreendedor, cumprimento das funções de execução do construtor e a satisfação do usuário de acordo com suas intenções de consumo, o que envolve o conforto, a segurança, Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 44 a funcionalidade e os baixos custos de manutenção, entre outros. A qualidade do projeto tem, portanto, um forte impacto sobre a qualidade de todo o processo de planejamento e construção, e sobre a qualidade do produto final”. Para ajudar a definir a qualidade de projeto, MELHADO (1994, pg. 17) enumera algumas diretrizes essenciais que o processo de projeto deve seguir, tais como: 1. a adequação das relações entre projeto e planejamento do empreendimento, projeto e suprimentos, projeto e execução, projeto e uso e manutenção, dentro dos princípios da qualidade; 2. o caráter sistêmico da atividade de projeto, vinculada ao empreendimento e às relações externas com a construtora e o usuário final; 3. a inclusão no projeto do estudo dos meios estratégicos, físicos e tecnológicos necessários para a execução; 4. a elaboração do projeto voltado à execução da obra, baseando-se na tecnologia construtiva adotada pela empresa construtora; 5. o projeto como serviço, gerando o produto projeto; 6. o desenvolvimento do projeto por uma equipe multidisciplinar e coordenada de forma interativa. Além disso, MELHADO (1994, pg. 18) afirma que a qualidade de projeto depende de fatores intrínsecos e extrínsecos ao desenvolvimento do projeto. Segundo AMORIM (1997, pg. 134), a qualidade de projeto está vinculada a três níveis relacionados com as fases iniciais do ciclo de vida de um produto: a concepção, a produção e o uso. Sendo assim, a qualidade de projeto depende da: Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 45 1. Qualidade no processo de projeto, onde são considerados aspectos de legibilidade e precisão, que são fundamentais para que os diversos participantes da etapa de projeto tenham bons resultados em suas atividades; 2. Qualidade no processo de produção, que está relacionada ao desempenho comercial e financeiro do empreendimento, bem como, ao uso dos princípios de construtibilidade e de racionalização da execução da obra; 3. Qualidade no uso, que está vinculada ao desempenho do objeto projetado para seus usuários diretos. 2.6 Considerações Finais Neste capítulo se buscou apresentar a teoria e os principais estudos relacionados com o desenvolvimento e a implantação de um modelo de avaliação e de uma lista de verificação para projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais (SHP) que possibilitem ao projetista verificar, reduzir e eliminar possíveis problemas ainda durante a etapa de elaboração do projeto, objetivo principal deste trabalho. Inicialmente foi apresentado um breve histórico acerca da qualidade, passando pelos conceitos clássicos do TQC, bem como suas aplicações. Foram também definidas as ferramentas a serem utilizadas na proposta do referido modelo, e o pensamento atual dos pesquisadores sobre qualidade em projetos, fundamentado em trabalhos sobre a construção civil publicados nos últimos anos e em número reduzido de trabalhos relacionados diretamente com o tema abordado nesta pesquisa, ou seja, os SHP. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 46 Dessa forma, no próximo capítulo será encaminhada a proposição do modelo de avaliação e da lista de verificação para projetos de SHP que, na seqüência, será validada em uma aplicação prática. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 47 Sistemas Hidrossanitários Prediais CAPÍTULO 3 METODOLOGIA PROPOSTA 3.1 Introdução Partindo da revisão bibliográfica sobre qualidade, verifica-se que é possível fornecer ao meio técnico e acadêmico uma metodologia para implantação de um Modelo de Avaliação da Qualidade baseado em listas de verificação pelos projetistas de instalações hidrossanitárias prediais (SHP). A aplicabilidade dáse em obras de construção civil, de maneira a avaliar a possibilidade do surgimento de não conformidades, quando da execução dos serviços nas diversas situações encontradas no cotidiano da engenharia de projetos e construtiva. O modelo proposto para esta avaliação parte do princípio de que a checagem da qualidade proporciona uma evolução na diminuição dos custos ocultos, aqueles não previstos inicialmente, que implicam nas não conformidades. A aplicação deste Modelo de Avaliação da Qualidade com o uso de ferramentas adequadas, durante a fase de elaboração do projeto, visa reduzir substancialmente os índices dessas ocorrências. Este modelo propõe, ainda, analisar a qualidade dos SHP sob o ponto-devista do usuário final, que na revisão bibliográfica foi definido como alvo fixo de todos os processos que envolvam o projeto geral para a produção de qualquer bem que, neste caso, são as unidades sanitárias. A Figura 3.1 apresenta em forma de fluxo as três etapas do metodo de Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 48 implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade baseado em listas de verificação da qualidade. Figura 1.7 Etapas e passos do método proposta. Etapa 1: Planejamento Preliminar do Modelo de Avaliação da Qualidade Passo 1: Definição das expectativas do modelo Passo 2: Escolha do grupo e do coordenador Passo 3: Diagnóstico dos pontos de estrangulamento no processo de projeto Etapa 2: Preparação para Montagem do Modelo de Avaliação da Qualidade Passo 1: Preparação das pessoas Passo 2: Levantamento dos procedimentos atuais aplicados Passo 3: Levantamento das prováveis causas de não conformidades em cada etapa do projeto do SHP Etapa 3: Implantação e Gerenciamento do Modelo de Avaliação da Qualidade Passo 1: Definição da uniformização dos procedimentos e da lista de verificação final Passo 2: Implantação prática do modelo Passo 3: Gerenciamento do modelo implantado Inicialmente, como primeira etapa, tem-se o Planejamento Preliminar do Modelo de Avaliação da Qualidade, dividido em três passos distintos: a definição das expectativas do modelo, a escolha do grupo e do coordenador, e o diagnóstico dos pontos de estrangulamento no processo de projeto. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 49 Seqüencialmente, tem-se a etapa de Preparação para Montagem do Modelo de Avaliação da Qualidade, com os seguintes passos: preparação das pessoas, levantamento dos procedimentos atuais aplicados, e levantamento das prováveis causas de não conformidades em cada etapa do projeto do SHP. Por fim, a última etapa, que consiste na Implantação e Gerenciamento do Modelo de Avaliação da Qualidade, partirá do passo 1 com a definição da uniformização dos procedimentos e da lista de verificação final, caracterizando a formulação teórica do modelo, passando pelo passo de implantação prática do modelo, e terminando no passo de gerenciamento do modelo implantado. Preliminarmente ao detalhamento de cada uma destas três etapas e passos da metodologia proposta na Figura 3.1, há que se adentrar, mesmo que superficialmente, na dinâmica de um projeto de SHP. 3.2 A Dinâmica dos Projetos de SHP 3.2.1 A estrutura do projeto SHP O Projeto de SHP é parte integrante, como subsistema, de um todo denominado projeto geral. Para se projetar cada subsistema é necessário considerar as diversas interações com os demais subsistemas, e que o resultado final tenha sua funcionalidade, tal qual exigida pelo usuário final. O objetivo do subsistema SHP pode ser parcialmente demonstrado pela Figura 3.2, onde pode se observar as necessidades de suprimento de água fria e quente, sistemas de equipamentos e aparelhos sanitários e sistema de esgotamento sanitário. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 50 Pode-se conceituar o projeto de SHP como sendo um conjunto de elementos de representação gráfica, resultante de dimensionamentos específicos, dos componentes que definem as características das instalações Hidráulicas e Sanitárias de uma edificação. O SHP tem por finalidade a implantação de elementos construtivos com componentes físicos necessários ao atendimento do fornecimento e captação de água e coleta e disposição de esgotos, a todas as necessidades do cliente final, usuário da edificação. Figura 1.8 ORIGEM Funções do Subsistema SHP. DA ÁGUA PARA CONSUMO ÁGUA SISTEMA DE EQUIPAMENTO SANITÁRIO ÁGUA UTILIZADA EFLUENTE DESTINO DA ÁGUA As etapas de elaboração do projeto SHP, conforme ilustrado na figura 3.3, podem ser definidas em estudo preliminar, anteprojeto, projeto legal, projeto executivo e projeto “as built”. Além da representação gráfica dos projetos, compõem também seus elementos as especificações técnicas, os memoriais de cálculo e descritivos necessários ao orçamento, à contratação e à execução da obra. Na etapa de estudo preliminar tem-se o programa de necessidades, o Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 51 levantamento de dados, a verificação da viabilidade técnica perante os órgãos responsáveis; a análise e enquadramento nas normas técnicas nacionais e locais, e o relatório das demandas necessárias à execução dos projetos. Já na etapa de anteprojeto tem-se a análise do projeto de arquitetura, o desenho gráfico unifilar dos elementos, a pré-compatibilização com os projetos dos demais sistemas, e a aprovação do cliente. Nessa etapa, quando se dá a pré compatibilização com os demais sistemas, a coordenação de projetos tem grande importância, em função das modificações que poderão advir de atividades dissociadas entre os projetistas. A elaboração de projetos não pode ser tratada de forma seqüencial, mas sim de maneira integrada e simultânea. A Figura 3.4 mostra a inter-relação entre os projetistas dos diversos subsistemas. Figura 1.9 As etapas de elaboração do projeto SHP. Estudo Preliminar Anteprojeto Projeto Legal Projeto Executivo Projeto “as built” Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 52 Por outro lado, na etapa do projeto legal, utilizada somente para os órgãos que o exigem, tem-se o desenho gráfico nos moldes das exigências das leis locais, os memoriais de especificação e de cálculo, e a aprovação pelo órgão responsável. Na etapa de projeto executivo faz-se necessário desenvolver o desenho gráfico detalhado de todos os elementos constitutivos de um SHP, o memorial descritivo, a especificação dos materiais, e a lista de materiais. Terminando, na etapa de projeto “as built”, elaborada ao final da obra, fazse o levantamento das alterações ocorridas no transcorrer da obra, a adequação do projeto original com representação gráfica das mudanças encontradas, o relatório descritivo das mudanças efetuadas, e o manual de operação e manutenção dos SHP. Figura 1.10 Estrutura de inter-relação entre os projetistas. Empreendedor Necessidades dos usuários Diretrizes de projeto da empresa Arquiteto Consultores Projeto Estrutural Gerente de Projeto Projeto Hidrossanitário Outros projetistas Proj. Elétrico/Telefônico Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 53 Sistemas Hidrossanitários Prediais Para executar essas etapas a formação da equipe de projeto do SHP pode ser bastante variada, ocorrendo situações em empresas pequenas, em que um único profissional projetista desenvolve isoladamente todas as suas etapas. Entretanto, as empresas de projeto são na sua maioria compostas por uma equipe de profissionais que inclui: • Coordenador de projetos; • Engenheiro coordenador de projeto específico; • Engenheiro de desenvolvimentos específicos: hidráulica, esgotos sanitários, esgotos pluviais, instalações de prevenção e combate a incêndios, drenagens superficiais e estações de tratamento; • Estagiários ou operadores de plataforma de desenho gráfico auxiliado por computador (CAD); • Orçamentista (para levantamento quantitativo de materiais); • Engenheiro responsável pela checagem das partes específicas, da compatibilização com os projetos dos demais sistemas prediais que compõem o projeto geral ( pode ser exercida pelo Coordenador de Projetos). Uma vez apresentada a estrutura de um projeto SHP, passam na seqüência a ser estudadas as formas pelas quais será estudada a qualidade do projeto de SHP no Modelo de Avaliação da Qualidade a ser proposto. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 54 3.2.2 A qualidade no projeto SHP Para se desenvolver uma metodologia para implantação de um Modelo de Avaliação da Qualidade baseado em listas de verificação pelos projetistas de SHP é necessário trabalhar as inter-relações entre o projeto de SHP e os projetos de todos os outros sistemas que compõem o projeto geral. Isso requer, em primeiro lugar, a criação de uma lista de verificação que identifique os participantes no processo gerador, operativo e mantenedor dos SHP e de suas relações com os clientes. A identificação dos participantes do processo de produção do projeto SHP, dos clientes e dos fornecedores intervenientes, junto com o produto, permite direcionar a busca dos pontos de possível obtenção de resultados indesejáveis, que podem vir a se transformar em falhas dos SHP, nas interfaces entre eles. Essa identificação objetiva estabelecer os fornecedores e os clientes em cada etapa do processo, de forma a determinar as exigências que cada um deles tem em relação ao fluxo de produtos/serviços e informações. Como ferramenta útil para essa identificação, mostra-se na Figura 3.5 um fluxograma onde são representados os diferentes intervenientes que interagem em um processo de SHP. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 55 Sistemas Hidrossanitários Prediais Figura 1.11 Fluxograma dos intervenientes nos processo dos SHP. EMPREENDEDOR NORMAS TÉCNICAS CONTRATANTE CONCESSIONÁRIAS E ÓRGÃOS PÚBLICOS PROJETISTA Projetista dos demais subsistemas do edifício. FORNECEDOR DE COMPONENTES EXECUTOR RESPONSÁVEL PELA CLIENTE FINAL OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO A etapa de projeto de uma construção tem nas relações entre o empreendedor e os projetistas o delineamento das reais necessidades dos clientes, em termos de desempenho perante as condições a que será exposto o edifício em projeto. Definidas essas necessidades, deve-se controlar a qualidade do processo de elaboração do projeto, através de uma coordenação de projetos que esteja atenta à legislação vigente e também às normas técnicas propostas pela sociedade organizada. A diminuição das não conformidades que podem surgir do não atendimento às leis e normas e da incompatibilidade executiva dos diversos projetos que compõem o projeto geral da obra, como foi mostrado na figura 3.3, dar-se-á por intermédio de condições que serão concedidas pela empresa contratante ao coordenador de projetos, ou seja, o empreendedor deve através deste coordenador estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do projeto, que visem a integração entre os vários projetos, ao mesmo tempo em que faz a análise crítica dos mesmos, com a finalidade de controlar e garantir a qualidade Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 56 final do produto. As não-conformidades decorrentes de falhas oriundas do processo gerador do projeto são detectadas em três fases distintas, quais sejam: Fase 1- De execução da obra; Fase 2- De plena conclusão da obra e antes da entrega ao cliente; Fase 3- De pós-entrega da obra ao cliente. Pode-se afirmar que sem o controle do projeto e seu acompanhamento na execução, sem a elaboração do projeto “as-built”, as não conformidades se apresentam como um enorme “iceberg”, onde só se apontam as não conformidades referentes às fases 2 e 3, sendo que aquelas que surgiram na fase 1 ficam desconhecidas e, portanto, de difícil detecção. A sua não detecção no momento oportuno inicial implica a geração de custos de correção futuros. Portanto, é de vital importância para que o modelo de avaliação da qualidade obtenha sucesso, uma interação entre projetistas, executor da obra e o responsável pela manutenção da construção. Tal articulação pode ser vista pelo fluxograma apresentado na figura 3.5, que delineia a inter-relação dos intervenientes no sistema. Para um bom entendimento e uma aplicação adequada da metodologia proposta é essencial tomar-se conhecimento dos conceitos básicos acerca do que seja qualidade do projeto SHP. Buscando suporte para definir a qualidade do projeto SHP, são enumeradas algumas diretrizes essenciais que o processo de projeto SHP deve seguir. São elas: Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 57 Ø O caráter sistêmico da atividade de projeto SHP, vinculada ao empreendimento e às relações externas com a construtora e o usuário final; Ø A inclusão no projeto SHP do estudo dos meios estratégicos, físicos e tecnológicos necessários à execução; Ø A elaboração do projeto SHP voltado à execução da obra, baseando-se na tecnologia construtiva adotada pela empresa construtora; Ø O projeto SHP como serviço, que gerará o produto desejado; Ø O desenvolvimento do projeto geral por uma equipe multidisciplinar, coordenada de forma interativa. A qualidade de projeto SHP está vinculada ainda a três níveis relacionados com as fases iniciais do ciclo de vida de um produto: a concepção; a produção e o uso, a saber: Ø Qualidade no processo de projeto SHP, em quê são considerados aspectos de legibilidade e precisão, fundamentais para que os diversos participantes da etapa de projeto tenham bons resultados em suas atividades; Ø Qualidade no processo de produção, que está relacionada ao desempenho comercial e financeiro do empreendimento, bem como, ao uso dos princípios de construtibilidade e de racionalização da execução da obra; Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 58 Ø Qualidade no uso, que está vinculada ao desempenho do objeto projetado para seus usuários diretos. Todos estes intervenientes no processo e os fatores que influenciam na produção do projeto serão objetos de estudo dentro das três etapas e seus respectivos passos da metodologia proposta, que será descrita na seqüência do capítulo. 3.3 Etapa 1 - Planejamento preliminar do Modelo de Avaliação da Qualidade A busca da qualidade em uma empresa exige uma postura de coragem na tentativa de novos caminhos. O progresso alcançado com o implemento da qualidade nos diversos espectros da vida humana é que impulsiona o trabalho de empresas e empresários para satisfazer cada vez mais seus clientes efetivos e conquistar os clientes potenciais. No planejamento, para que sejam atingidos seus objetivos, é necessário que a empresa busque claramente a definição de quais são suas expectativas quanto ao modelo que pretende implantar. Esse modelo deverá buscar a padronização de serviços visando garantir a uniformidade de resultados dos projetos e controle de custos, com a sistematização da aplicação de mão-deobra, redução do “lead time”, melhor atendimento aos clientes (empreendedor) e ao consumidor final. Para se obter esta padronização, procurar-se-á conhecer as causas, razões e objetivos que levam uma empresa a implantar um modelo de avaliação da qualidade. Definidas estas expectativas da empresa, é necessário definir quem serão os responsáveis pela implantação gradativa deste novo sistema na Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 59 empresa e, por fim, os pontos em que haja dificuldades de implementação que possam impedir a implantação do novo modelo. 3.3.1 Passo 1 - Definição das Expectativas do Modelo A qualidade, entendida como maior adequação ao uso, é um dos recursos mais poderosos de que dispõe uma empresa que objetiva a satisfação do cliente. A tomada da decisão no sentido da implementação de um modelo de avaliação da qualidade exige do empresário empenho, força de vontade e determinação para enfrentar os sucessos, posicionamentos contrários e, no caso de tentativa falha, coragem para retomar o caminho. Aos responsáveis pela empresa, ou escritório de projetos, o primeiro passo para implementar o Modelo de Avaliação da Qualidade é buscar as razões pelas quais o grau de eficiência atual não está atingindo na empresa as expectativas internas e externas, aquelas que dizem respeito às expectativas dos clientes. Obviamente, é necessário conhecer os clientes, para identificar suas expectativas. Uma empresa de projetos de SHP tem três clientes, que de forma genérica podem ser citados como: • Construtor: o projeto elaborado deverá levar em consideração as tecnologias de execução utilizadas pelo cliente construtor; deve considerar também as limitações de custo da execução dos serviços; Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 60 Sistemas Hidrossanitários Prediais • Morador: o projeto deverá atender às preferências dos clientes moradores quanto aos aspectos estéticos, ergonômicos, de funcionalidade e de conforto ambiental; • Mantenedor: o projeto deverá levar em consideração as futuras atividades de manutenção, a cargo do cliente mantenedor (condomínio ou responsável), tais como consertos, limpeza e segurança. Ao atender às expectativas, tanto internas quanto externas, deve a empresa de projetos visar sempre a redução de custos, acompanhada do aumento da qualidade do produto ou serviço. Deve-se ter claro que custo, em um sentido mais abrangente, representa o grau de eficiência do projeto dentro das metas que o Modelo de Avaliação da Qualidade estabelecerá. Reduzir custos deve ser interpretado como sinônimo de aumento de eficiência, e jamais ser utilizado como justificativa para redução da qualidade. Espera-se que as expectativas da empresa com relação à implementação do modelo de qualidade sejam compatíveis com suas diretrizes no que diz respeito à padronização de projetos, especificações e procedimentos: o que é valor, quais as preocupações que devem dar o norte para quem projeta, quais resultados devem ser alcançados. Uma vez definidas claramente as metas dessa nova proposta de modelo, deve-se buscar contribuições de todos para que as expectativas quanto ao sucesso do Modelo de Avaliação da Qualidade sejam incentivadas e aquelas expectativas pessimistas sejam colocadas em discussão e, na medida do possível, eliminadas através do esclarecimento e da negociação das metas do projeto ainda nesta primeira etapa do planejamento. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 61 Sistemas Hidrossanitários Prediais Potencializadas as expectativas que visam o sucesso do Modelo de Avaliação da Qualidade, para se obter sua implementação propõe-se a escolha de um grupo, que terá como gestor um coordenador, que irá operacionalizar a mudança. 3.3.2 Passo 2 – Escolha do Grupo e do Coordenador Deverá ser criado um grupo que ficará encarregado de dirigir o processo de implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade desde o seu início. A formação desse grupo se dará de modo não agressivo, ou seja, sem causar traumas e sem projetar expectativas negativas, já avaliadas e que devem ser minimizadas. Essa equipe crescerá de forma lenta e gradual, com a absorção de novos integrantes à medida em que se desenvolvem os objetivos do projeto. Devem fazer parte desse grupo representantes de todas as áreas da empresa ou escritório de projetos de SHP. Esses representantes têm a responsabilidade de fazer crescer o ânimo de todos e demonstrar, em suas respectivas áreas de atuação, as potencialidades do modelo. Esse grupo de trabalho deve desenvolver um pacto de compromisso entre as partes envolvidas, buscando viabilizar os objetivos e implantar a dinâmica originada pela mudança da rotina organizacional. Na seqüência dos trabalhos, esse mesmo grupo desenvolverá o detalhamento de todo o Modelo de Avaliação da Qualidade, levando em consideração questões que conduzam a: • Analisar as formas de gestão para o processo de elaboração de projetos SHP; Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais • 62 Impor mudanças no processo produtivo do projeto através de um check list que permita a avaliação continuada durante toda a elaboração dos serviços prestados pela empresa de projetos SHP; • Definir a equipe piloto para desenvolver e implementar inicialmente o Modelo de Avaliação da Qualidade; • Desenvolver um programa de treinamento e capacitação de todos os envolvidos no processo produtivo, com auxílio do RH; • Limitar a autonomia das equipes de projeto, ao projeto específico; • Definir níveis hierárquicos tendo em vista as novas responsabilidades relativas ao coletivo resultantes das atividades que irão deixar de existir e das que surgirão com a implantação deste Modelo de Avaliação da Qualidade; • Impor sistemas de apoio à implantação do modelo (políticas de recursos humanos, remuneração, clima organizacional, incentivos etc.). Para que se tenha pleno êxito, deverá ser escolhido um coordenador do processo de implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade que irá liderar o grupo. Tal designação deve ser feita pela direção da empresa ou pelos responsáveis pelo escritório de projetos, guindando a esse cargo uma pessoa de sua confiança, com habilidades técnicas e que ainda agregue as seguintes características: • ser conhecedor das políticas e metas da empresa; Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais • 63 ser conhecedor da forma de produção dos projetos de SHP e do ambiente onde será implantado o novo modelo; • que tenha domínio científico dos projetos SHP; • que tenha fácil relacionamento com todos os níveis envolvidos no processo de implementação do modelo de avaliação da qualidade; • que tenha autonomia para decisão no sentido de manter controle sobre a implementação do projeto. O coordenador do projeto deve ser o centro de apoio para o qual serão canalizadas as atenções do grupo, buscando desenvolver os recursos materiais e humanos necessários para a obtenção do sucesso do modelo e atendimento das metas propostas. Definido o grupo e sua coordenação, o próximo passo é o de diagnosticar a situação atual da empresa para avaliação dos pontos de estrangulamento no processo dos projetos elaborados por ela, no sentido de propor um conjunto de ações que direcione o sistema para a implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade dos projetos de SHP. 3.3.3 Passo 3: Diagnóstico dos pontos de estrangulamento na produção e na qualidade Uma vez definida a implantação do modelo de avaliação da qualidade para os projetos SHP a serem elaborados, ou seja, todos os componentes da hierarquia superior estejam de acordo com o modelo a ser implantado, faz-se Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 64 Sistemas Hidrossanitários Prediais necessária a partir daí a difusão desse modelo para os níveis gerenciais e operacionais. A melhor maneira de se conduzir esse passo é a partir da elaboração conjunta de um diagnóstico detalhado dos pontos de estrangulamento na produção e na qualidade dos produtos, obtendo-se uma abordagem sob diferentes visões para que, ao serem expostos, esses pontos problemáticos possam ser discutidos. A abrangência desse diagnóstico deve incluir os aspectos críticos de desempenho operacional, que deverão ser checados através de uma avaliação objetiva, em que se possa verificar dentre as etapas de desempenho produtivo, quais representam estrangulamentos que prejudicam a produção e, por conseguinte, a qualidade, conforme ilustrado na figura 3.6. Figura 1.12 Diagnóstico dos pontos de estrangulamento operacionais. Diagnóstico operacional pré-implantação do modelo de avaliação da qualidade dos projetos SHP Diagnóstico Satisfaz Sim Nâo Atendimento ao cliente Avaliação e assinatura de contrato Definição da equipe para o produto (projeto) Cumprimento dos cronogramas previamente determinados Padronização do produto acabado (projeto SHP) Adaptação do atendimento às solicitações dos clientes Ampliação da redução dos custos operacionais Sistematização do tempo de execução do projeto Otimização das cargas horárias de tempo de CAD Atendimento a solicitação de acompanhamento na obra ...... Nesse passo, a aplicação desse diagnóstico já deverá ser feita com a participação do coordenador de implantação do modelo e sua equipe, uma vez Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 65 que sua finalidade é demonstrar para os demais quais são os pontos onde a participação operacional vem demonstrando ineficiência. Com esse diagnóstico o coordenador e a equipe encarregada da qualidade poderão cumprir de forma mais simplificada e eficiente seu objetivo. A praticidade e simplicidade devem ser constantes durante esse processo, para que todos os membros efetivamente possam atuar no diagnóstico, durante a correção e também na disseminação dos resultados encontrados, de forma que a implantação do modelo de avaliação da qualidade dos projetos aconteça de maneira não traumática. Esse diagnóstico do local e das pessoas sob o ponto de vista operacional é a célula mãe para se obter uma visão crítica da situação antes do início da implantação do projeto de modelo de avaliação da qualidade. Uma vez planejado o sistema, com a definição das expectativas, escolha do coordenador e do grupo, e montagem do diagnóstico dos pontos de estrangulamento na produção e na qualidade, passa-se para a etapa seguinte proposta na figura 3.1, que visa a preparação para a montagem do modelo de avaliação da qualidade. 3.4 Etapa 2 - Preparação para montagem do Modelo de Avaliação da Qualidade O Modelo de Avaliação da Qualidade de Projetos SHP se propõe a ser um avanço não só na qualidade do projeto, mas fundamentalmente na forma de estruturação sistêmica de trabalho. Por esse motivo a implementação deve seguir suave e gradativa em todos os níveis da empresa, por se tratar de uma alteração profunda na rotina operacional, bem como nas relações de gestão do trabalho. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 66 Deverá ser realizada periodicamente uma avaliação de como anda a implantação do modelo e como está o grau de satisfação de todos os envolvidos no processo. É o caminho para criar o ambiente adequado de trabalho e a consolidação das mudanças propostas, dando vigor ao processo de mudança, com o qual serão alcançadas as metas inicialmente desejadas pela empresa . Para que este objetivo seja atingido é necessário que o relacionamento entre todos os envolvidos na elaboração do produto, que é o projeto SHP, seja o mais tranqüilo possível. Quando uma empresa opta por mudanças e decide implantar um novo modelo de avaliação da qualidade, deve analisar, a luz de experiências anteriores, as questões de relacionamento entre os envolvidos, principalmente no que diz respeito aos níveis hierárquicos. Todos aqueles que terão contato com o novo modelo deverão compreender o que representará esse novo modelo de gestão da produção e de trabalho profissional. Logo, o ambiente organizacional deve estar amparado numa política de recursos humanos moderna e que esteja atenta às verdadeiras aspirações das pessoas que participam do desenvolvimento da organização. Neste sentido, há necessidade de preparar tanto o ambiente físico como as pessoas para os novos desafios que se desenrolarão a partir daí. Para se alcançar essa preparação, procurar-se-á preparar as pessoas envolvidas no processo, efetuar um levantamento dos procedimentos atuais aplicados na elaboração dos projetos SHP e, por fim, levantar as prováveis causas de não-conformidades provocadas pelo método atual em cada uma das etapas de elaboração do projeto SHP. Concluídas essas etapas, tem-se todos os parâmetros para a montagem do modelo de avaliação da qualidade dos projetos SHP. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 67 Sistemas Hidrossanitários Prediais 3.4.1 Passo 1: Preparação das pessoas O plano estratégico de organização somente obterá o sucesso almejado e conseqüentemente atingirá o objetivo preliminar proposto se adotar um processo interativo de comunicação com os diversos participantes do processo produtivo. É fundamental o envolvimento de todos, de forma que fique esclarecido que os novos procedimentos resultarão em benefícios gerais à empresa e benefícios específicos individuais às pessoas. É necessária para sua implementação uma mudança do ambiente interno, ou seja, o interrelacionamento deve ser ampliado, e uma mudança do ambiente externo, o que significa a mudança de postura no atendimento aos clientes, em todas as suas expectativas. A reorganização das pessoas, adaptando-as às novas práticas, a captura de seus envolvimentos no processo a correta divulgação de seus termos e o desenvolvimento dos talentos individuais serão os grandes desafios a serem vencidos neste passo de implementação do modelo de avaliação da qualidade dos projetos SHP. O fundamento básico a ser seguido é a conscientização dos participantes do que é obrigatório, justo e adequado, de forma a estabelecer as normas diretoras das metas profissionais que se buscam dentro de ideais sistematizados. O esquema geral a ser adotado deve ter como normas básicas as seguintes orientações: a. Na área da profissão: buscar a competência individual e do grupo como um todo, visando uma reputação profissional ampliada, via Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 68 Sistemas Hidrossanitários Prediais desenvolvimento individual com a conscientização de uma visão integral das etapas produtivas, priorizando uma visão empresarial do modelo em superação à visão unidirecional da fase em que cada membro participe; b. Na inter-relação pessoal: a lealdade e solidariedade profissional evitando críticas levianas e competição desleal. Adotando uma postura de desenvolvimento solidário, fazendo surtir a consciência de que o resultado geral somente pode ser obtido com o somatório dos esforços individuais despendidos; c. Na clientela profissional: a execução integral do serviço conforme o combinado, esclarecendo sempre ao cliente o método mais seguro, conveniente às suas demandas e, quando a solicitação não for a de melhor técnica, deve-se mostrar tais inconvenientes e se, ainda assim, permanecer a escolha do cliente por esta opção, deixar que assuma de forma expressa e clara sua escolha, desde que tal procedimento não gere prejuízos à reputação profissional da empresa; d. Da justa remuneração: obviamente quando uma atividade empresarial investe em sua produção, incluindo qualidade, está indiretamente buscando ampliar seus lucros. Deve ficar claro aos participantes do processo que os benefícios advindos serão repassados proporcionalmente e de forma justa a todos os que tiverem trabalhado para realizar o projeto. Uma vez definida a preparação das pessoas, e com a conseqüente preparação das equipes de elaboração dos projetos SHP, passa-se ao passo seguinte, que é a busca da referência interna, em que devem ser catalogados todos os procedimentos em curso na empresa, para avaliação e para proposição de checagens da qualidade, que levem à formação do modelo de Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 69 avaliação da qualidade. 3.4.2 Passo 2: Levantamento dos procedimentos atuais aplicados Com o treinamento e a preparação do pessoal, o coordenador de implantação do modelo define, em conjunto com a equipe da qualidade, o processo pelo qual uma equipe de desenvolvimento de projetos SHP passa durante as diversas fases de elaboração de um projeto, desde a geração dos SHP (para tanto se faz necessário entender essas fases, da concepção até a análise pós-ocupacional de um edifício pronto), avaliando os de controle e os itens de verificação, pautados em um modelo que avalie as causas mais prováveis da existência das não conformidades. Cada equipe de desenvolvimento de projetos SHP deve estar sempre alerta para todos os sintomas de existência de uma não-conformidade que possa ser proveniente do projeto SHP por ela desenvolvido. Esses sintomas devem ser desdobrados até que se esgote o último nível gerencial, nenhuma das medidas podendo passar por mais desdobramentos. Nesse ponto geram-se os planos de ação, na forma de itens de controle e de verificação. Para que possam ser definidos os itens de controle a serem trabalhados, é necessário conhecer as metas estabelecidas pelo engenheiro responsável dentro de cada equipe de elaboração de projeto SHP e repassadas ao demais. Cada uma dessas metas corresponde a um item de controle. Em determinadas circunstâncias também são denominados itens de gerenciamento. Para que possa ser assim enquadrado, cada item de controle deve responder às seguintes perguntas: Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 70 Sistemas Hidrossanitários Prediais • Qual o objetivo deste item de controle? • Qual o principal agente verificador dentro da equipe de projeto? • Quais os limites de análise e ação, e quando verificá-los? • Qual a atitude de cada componente da equipe de projeto, quando solicitado? • Como proceder a documentação relativa aos relatórios de atuação? Definido se é válida como item de controle, essa meta passa por um processo de tempestade cerebral gerando desdobramentos, auxiliada pelas ferramentas de controle da qualidade, já discutidas no capítulo 2, começando com o uso do diagrama de Ishikawa, até que esses sucessivos desdobramentos gerem um item que não possa mais ser desdobrado. Ao final desse processo, cada item de controle gera alguns sub-itens de verificação. Neste ponto são definidos os problemas a serem estudados. Os itens de verificação podem ser estabelecidos em função de tempo, tarefas ou medidas. Para o caso específico do projeto SHP, não há como controlar os itens de verificação em função do tempo de produção, uma vez que o processo de um SHP independe de outro que venha na seqüência. Não se trata de produção em massa ou em lotes. Os projetos SHP funcionam como produção sob encomenda à empresa, de forma que cada equipe de projeto trabalhe como uma célula independente. Para que seja feita a verificação em função da tarefa executada deve-se estar atento ao resultado de cada produto, para que não prejudique cada Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 71 equipe dentro da empresa e, conseqüentemente, da empresa no mercado, visto que a qualidade do produto é que vai garantir novas encomendas. Já para que seja feita a verificação em função da avaliação das medidas adotadas, compara-se o resultado, verificando o efeito de cada melhoramento implantado. Uma empresa de projetos SHP deve ter controle sobre os processos empresariais e, fundamentalmente, sobre os processos técnicos. Tomando por base esses dois processos que se desenvolvem paralelamente, pode-se listar como itens de verificação dentro de cada processo os seguintes pontos: Ø Para o processo empresarial: • Processo de planejamento e gestão; • Processo de comercialização; • Processo administrativo-financeiro. Ø Para o processo técnico: • Levantamento de dados e informações; • Concepção do projeto; • Desenvolvimento do projeto; • Avaliação pós-ocupação. O processo empresarial tem mínima influência na geração de não Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 72 conformidades, pois somente haverá não conformidades se os profissionais contratados pela empresa não tiverem qualificação adequada para o trabalho a ser desenvolvido. Neste caso, há que se reformular o quadro técnico. O foco dos itens de verificação e de controle estará no processo técnico, que é desenvolvido dentro da equipe de elaboração do projeto e onde qualquer falha será causa de uma não conformidade. Conhecidos os itens de controle do processo técnico, passa-se ao desdobramento dos referidos itens. Para que se possa chegar a um modelo de avaliação da qualidade, a ser aplicado na forma de lista de verificação, é necessário que se relacione em todo o processo do projeto quais são os passos que geralmente implicam em não conformidades. Numa etapa seguinte virão formar a lista de verificação. 3.4.3 Passo 3: Levantamento das prováveis causas de não conformidades em cada etapa do projeto SHP Preliminarmente à elaboração de um projeto há a contratação, momento em que se faz necessário o estabelecimento de bases concretas e exeqüíveis. É nessa fase que ambas as partes envolvidas devem ter pleno conhecimento de seus objetivos e de sua capacidade e potencialidade, para que no momento seguinte, promessas desatendidas não venham a se tornar problemas administrativos capazes de gerar não conformidades. Uma vez resolvida a contratação, passa-se à fase de levantamento de dados e informações, primeira etapa da elaboração do projeto SHP, quando devem ser considerados itens de verificação básicos, abaixo relacionados, que em parte (face à terceirização parcial dos serviços) serão repassados para a equipe responsável pelo projeto dentro da empresa, quais sejam: Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 73 1. Elaboração do programa de necessidades dos clientes finais a serem atendidos; 2. Atendimento das necessidades dos contratantes do projeto; 3. Delineamento completo do projeto a ser desenvolvido; 4. Elaboração de memorial básico descritivo dos serviços a serem efetuados no projeto SHP; 5. Levantamento de dados cadastrais iniciais para montagem do anteprojeto do SHP; 6. Levantamento de dados cadastrais finais, em conjunto com o construtor para elaboração do projeto “as-built”. Com o levantamento concluído, avalia-se a concepção do projeto, que é a etapa em que a equipe responsável pelo projeto SHP começa a trabalhar integralmente na proposta a ser executada, observando fundamentalmente os seguintes itens de verificação: 1. Tipologia do projeto a ser desenvolvido; 2. Estudo do terreno onde será implantado o projeto; 3. Coletânea da legislação local que regulamenta a matéria (caso das normas de Corpo de Bombeiros e das concessionárias locais.); 4. Comparação do terreno com a viabilidade técnica da concessionária Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 74 de serviços públicos de água e esgoto; 5. Lançamento das redes internas de SHP; 6. Definição de produtos e técnicas a serem utilizados no SHP; 7. Montagem do anteprojeto de SHP. Ao par com o desenvolvimento do projeto SHP observam-se ainda os seguintes itens para verificação. 1. Desenvolvimento do anteprojeto após a liberação da concepção pelo contratante; 2. Pré-formatação do anteprojeto conforme solicitação das diretrizes do projeto executivo; 3. Desenvolvimento do memorial de cálculo para continuação do desenvolvimento e detalhamento; 4. Comparação do projeto pré-executivo com o lançamento do projeto estrutural e demais projetos complementares; 5. Montagem do caderno de encargos e especificação de materiais; 6. Pré-análise do Projeto SHP junto aos órgãos aprovadores das concessionárias locais; 7. Reunião de compatibilização dos projetos entre todos os projetistas; Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 75 8. Adequação do projeto pré-executivo às decisões da reunião de compatibilização; 9. Desenvolvimento e Detalhamento do projeto executivo; 10. Montagem da lista estimativa de materiais do projeto SHP para orçamento; 11. Entrega do projeto para execução da obra; 12. Montagem da preparação do projeto SHP “as-built” em parceria com a empresa construtora e acompanhamento da obra; 13. Elaboração de um manual do usuário para a etapa do pós-obra. A última etapa consiste em uma avaliação pós-ocupação que se torna fundamental na medida em que os resultados encontrados na Análise PósOcupação (APO) passam a servir de “benchmark“, ou referência da qualidade nas avaliações futuras. Nessa etapa, desenvolvem-se os seguintes itens de verificação: 1. Aplicação de um “Check-list” para avaliar o grau de satisfação do cliente final; 2. Elaboração junto com a construtora do projeto “as-built” dentro dos critérios previamente acordados para esse fim; 3. “Feedback” do processo de elaboração de projeto SHP a partir das informações obtidas na avaliação APO. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 76 Sistemas Hidrossanitários Prediais Ao final, obtém-se a determinação dentre vários itens de verificação e de controle apontados, quais são aqueles que se apresentam com maior freqüência ou com maior intensidade, checando o número de ocorrências. Às vezes o elevado número de ocorrências não implica em não conformidades graves, mas estas devem ser avaliadas e corrigidas sempre que detectadas. A intensidade do surgimento de um item é quase sempre causa de uma nãoconformidade séria. Para se definir e escolher claramente as causas a serem estudadas, há que se estar atento ao ciclo PDCA, fundamentalmente no CHECK, ponto no qual os itens são verificados. Para tal são usadas listas de verificação. Quando da fase embrionária do SHP, compreendida pelo levantamento de dados; programa de necessidades; estudo de viabilidade e estudo preliminar referente ao projeto geral, o projetista SHP atua como consultor, com a previsão de que seja ele quem irá trabalhar o desenvolvimento do projeto. A não contratação desse consultor para elaboração pode gerar não conformidades, uma vez que as concepções entre projetistas são diversas. Surge aí a primeira causa a ser analisada. A figura 3.7 apresenta exemplo de um evento, no caso as etapas iniciais de um projeto SHP, para que a empresa utilize-o como padrão de levantamento de causas prováveis de não conformidades, em todos os outros eventos. Figura 1.13 Etapas iniciais e causas prováveis de não conformidade. EVENTO Levantamento de Dados Programa de Necessidades Estudo de Viabilidade Causas prováveis de não conformidades Especificação dos dados necessários a serem coletados Troca de informações com o coordenador do projeto geral para obtenção de informações gerais acerca da concepção do projeto. Verificação das reservas ambientais próximas que devem ser preservadas; Estudo amplo do abastecimento de água fria; Da possibilidade de disposição dos esgotos sanitários; Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 77 Sistemas Hidrossanitários Prediais Do encaminhamento das águas pluviais; Levantamento cadastral dos serviços públicos: rede de água; Rede de esgotos sanitários; galerias de águas pluviais; Levantamento plani-altimétrico atualizado Definições em conjunto com o arquiteto e com o coordenador do projeto geral para definição do partido adotado na arquitetura, com definição clara de: funções, usos, dimensões, níveis das edificações e outras informações básicas. Estudo Preliminar Para dar início ao projeto SHP, o projetista deverá, de posse dos dados obtidos em discussões da equipe de projetos (brainstorming), desdobrados nas etapas mencionadas na fig. 3.7, atuar corretivamente observando as informações e estabelecendo contato permanente com todos os profissionais envolvidos na elaboração dos projetos dos outros subsistemas prediais, principalmente o arquiteto, para estar ciente de todas as alterações no projeto arquitetônico que possam intervir no atendimento do projeto de SHP. Nesta etapa ocorrem o dimensionamento e a localização dos equipamentos, complementos e tubulações, dados que devem ser comunicados ao coordenador do projeto geral, para que todos os outros subsistemas estejam alimentados com essas informações. Cabe aos componentes da equipe de desenvolvimento do projeto SHP a compatibilização entre esses projetos dentro dos níveis hierárquicos traçados para cada componente. A maior causa de não-conformidade, conforme resultado de consulta as empresas construtoras, encontrada para os projetos SHP reside na sua relação com o projeto de estrutura, dada a inflexibilidade deste após a execução de obra. Uma vez as tubulações estejam conflitantes com a estrutura, é comum que o executor da construção altere o traçado das tubulações sem consultar o projetista. Essa falha deve ser atribuída ao projeto SHP por não ter observado, ou não ter solicitado alterações nos demais projetos para adequação plena dos elementos construtivos. Uma vez avaliados os itens de verificação, que são normalmente rotineiros Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 78 e que podem ser aplicados com adaptações a todos os projetos dos outros subsistemas do projeto geral, é necessário avançar para uma fase de avaliação específica dos quesitos que dizem respeito exclusivamente ao projeto SHP. Na fase de detalhamento individualizado, onde as Normas Brasileiras exige maior cuidado com a utilização de escalas ampliadas e apresentação dos detalhes na forma de perspectivas isométricas e vistas frontométricas, proliferam programas de computador com plataforma CAD que geram automaticamente esses detalhes. Ocorre, porém, que esses elementos gerados pelo CAD devem ser criteriosamente analisados e corrigidos, pois existem distorções, uma vez que a máquina não faz a análise e comparação qualitativa das opções, cabendo esta tarefa ao coordenador da equipe de elaboração do projeto SHP. Quando essa análise não é efetuada, aparece o superdimensionamento das tubulações. Durante a fase de cálculo e detalhamento, deve ser montada a especificação técnica do projeto, bem como a especificação dos materiais a serem utilizados na obra. Não se pode deixar a critério de construtores, que anseiam por minimizar custos, a definição da qualidade dos produtos a serem adotados. Todos os materiais têm seu lugar e momento de utilização. Assim, após a especificação elabora-se uma relação quantitativa de materiais para orientar em sua aquisição quando da montagem na obra. Decorre daí outra causa de não conformidades: ao comprar por uma lista mal elaborada, que acaba gerando falta de determinadas peças na montagem, o profissional encarregado da montagem substitui peças sem comunicar os responsáveis pela obra ou pelo projeto SHP. Essa situação pode gerar mau Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 79 funcionamento do sistema hidrossanitário predial após a entrega dos serviços. De maneira oposta, ocorrendo sobras significativas de materiais, certamente esta ocorrência influenciará negativamente no conceito da competência técnica da empresa. Com as prováveis causas de não conformidades levantadas, pode-se passar à etapa final proposta neste modelo de avaliação da qualidade dos projetos SHP, que prevê a estruturação da pesquisa sob a forma de “checklist”, seguida de orientação para a implantação prática do modelo e a forma de gerenciar a avaliação segundo o modelo proposto. 3.5 Etapa 3 – Implantação e Gerenciamento do Modelo de Avaliação da Qualidade Chega-se à fase final da metodologia que visa a implantação de um modelo, sob a forma de lista de verificação, com a efetiva definição da montagem da lista e dos procedimentos para sua aplicabilidade nos escritórios e empresas de projeto. A montagem ocorrerá em três passos, que serão descritos a seguir. 3.5.1 Passo 1: Definição da uniformização dos procedimentos e da lista de verificação final Para se obter uma lista de verificação que seja ampla e que possa atender às mais diversas tipologias de projeto que se apresentem, pode-se dividir a qualidade em: a) qualidade do programa para o projeto e da solução adotada, envolvendo pesquisa de mercado com correta identificação das necessidades dos Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 80 Sistemas Hidrossanitários Prediais clientes e o atendimento ao programa de forma otimizada; b) qualidade da apresentação da documentação do projeto, com informações claras e completas; c) qualidade do processo de elaboração do projeto, considerando prazos, custos e comunicação entre os profissionais. Deverão portanto ser observados durante a definição dos procedimentos e de uniformizações adotados, diversos quesitos que abranjam, de forma clara, as iniciativas que devem ser incentivadas na busca da qualidade de projeto em todos os patamares previstos anteriormente. A verificação dar-se-á através dos itens seguintes, que representam os aspectos a serem observados segundo os três componentes da qualidade acima definidos, a serem desenvolvidos nas diversas etapas de projeto. 3.5.1.1- Qualidade do programa para o projeto e da solução adotada A qualidade do programa está principalmente relacionada à pesquisa de mercado, à correta identificação das necessidades dos clientes e à antecipação de tendências, atendendo a necessidades encontradas nas pesquisas junto aos projetistas e construtoras.. A qualidade da solução está vinculada ao acatamento do programa no que concerne às exigências psico-sociais, às exigências de desempenho e às exigências de otimização da execução, para as quais são importantes os seguintes aspectos: a) atender ao programa de necessidades (adequação funcional); Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 81 b) buscar a flexibilidade do projeto quanto ao uso pelo cliente, assim como permitir a adaptação a novas utilizações; c) utilizar a modulação dos serviços; d) considerar na solução: resistência ao fogo (limitações do risco de início e propagação do fogo, segurança em caso de incêndio); estanqueidade (estanqueidade dos líquidos); conforto antropodinâmico (acelerações, ruídos de vibrações e esforços de manobra, ergonomia); higiene (cuidados corporais, abastecimento de água, remoção de resíduos); e) atentar às normas existentes (por exemplo, conhecer as viabilidades técnicas das concessionárias de serviços públicos de água e esgoto para utilizar de forma adequada os seus índices); f) prever a durabilidade (conservação do desempenho ao longo da vida útil); g) cuidar da economia (custo inicial e custos de operação, manutenção e reposição durante o uso); h) considerar aspectos de construtibilidade; i) considerar aspectos de manutenibilidade; j) utilizar materiais adequados a cada etapa; k) referenciar-se no feedback (avaliar nas edificações em uso a solução adotada no projeto); Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 82 l) decidir baseado em informação técnica e segura e não na intuição; m) padronizar os procedimentos. 3.5.1.2- Qualidade da apresentação da documentação do projeto A qualidade da apresentação está, principalmente, relacionada com a clareza, quantidade das informações e facilidade de consulta. Para tanto se deve: a) padronizar a apresentação (tipos de documentos, tamanho, símbolos, tipo de graficação, etc.); b) definir padrões de apresentação de detalhes construtivos, com apresentação desvinculada dos demais documentos, porém sempre referenciados; c) utilizar para os documentos dimensões que permitam o fácil manuseio em qualquer lugar (especialmente na obra); d) desenvolver especificação técnica para compra dos materiais e componentes; e) desenvolver o manual do usuário; f) ao final da obra elaborar projeto como construído-“as-built”; g) procurar formas de facilitar a visualização (plantas com elevações cotadas, perspectivas isométricas e vistas frontométricas cotadas); Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 83 Sistemas Hidrossanitários Prediais h) facilitar o entendimento do projeto evitando deixar as definições para o canteiro de obras (por exemplo, cotar a distribuição de hidráulicos em planta). 3.5.1.3-Qualidade do processo de elaboração do projeto A qualidade da elaboração do projeto se encontra fortemente, relacionada com prazo, custo, integração e com a comunicação entre as pessoas envolvidas. Deve-se observar os seguintes aspectos: a) gerenciar o escritório (arquivamento de documentos; prática de desenho - letras legíveis, escalas apropriadas, terminologia apropriada, símbolos padronizados, colocação clara das cotas etc.); b) estabelecer procedimentos gerenciais para utilização do projeto (controle de cópias, controle de arquivo, controle de atualização de plantas etc.); c) promover a coordenação dos projetos; d) formalizar as revisões dos projetos; e) verificar a compatibilização dos projetos; f) estabelecer cronogramas de desenvolvimento dos projetos; g) estabelecer regras de contratação dos projetos; h) definir o fluxograma do processo de projeto; Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 84 Sistemas Hidrossanitários Prediais i) estabelecer o fluxo geral de projeto com todas as relações de interface e definição dos momentos de tomada de decisão e concepção conjuntas; j) montar um banco de dados de materiais e acabamentos; k) registrar a falta de informações com a definição de quando será resolvido e de quem depende a solução; l) avaliar indiretamente um projeto através de outro (por exemplo, distância dos banheiros prejudica o projeto de instalações hidráulicas); m) manter a integração com o setor de assistência técnica, e obter informações sobre novas tecnologias; n) cumprir prazos; o) evitar a ocorrência de alterações no projeto durante a execução da obra ( pode haverr problemas como o aumento no custo, soluções indesejadas etc.); p) coordenar e integrar os intervenientes; Com a definição dos procedimentos, e conhecidos os elementos considerados relevantes na fase preliminar de discussões para a montagem da lista de verificação final do modelo de avaliação da qualidade dos projetos SHP, pode-se ir ao passo seguinte, que é a montagem do “check-list” para a implantação prática do modelo. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 85 3.5.2 Implantação prática do modelo Neste passo buscar-se-á, através da aplicação de uma lista de verificação padrão e da adoção de determinados procedimentos, obter uma melhoria continuada através da busca do processo de qualidade. Quanto mais pontos favoráveis encontrados neste passo, mais próximo da qualidade almejada estará o projeto em análise. A lista de verificação padrão sugerida dos procedimentos de projeto e itens de projetos em checagem inclui os seguintes pontos: a) Levantamento de dados (Figura 3.8); b) Programa de necessidades (Figura 3.9); c) Estudo de viabilidade (Figura 3.10); d) Anteprojeto (Figura 3.11); e) Legalização do projeto (Figura 3.12); f) Projeto executivo (Figura 3.13); g) Caderno de especificações (Figura 3.14); h) Coordenação e gerenciamento (Figura 3.15); i) Assistência à execução (Figura 3.16). Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 86 Figura 1.14 Lista de verificação para o levantamento de dados. LEVANTAMENTO DE DADOS Objetivos do cliente/obra Prazos disponíveis Padrão pretendido da construção Normas de apresentação gráfica Levantamento planialtimétrico/topográfico Levantamento cadastral Nível lençol freático Rede de água potável Rede de esgotos sanitários Rede de águas pluviais Levantamento legal e jurídico Contrato Escrituras e impostos Proteção do patrimônio histórico Proteção ambiental Informações sobre o terreno Limites e dimensões Orientação solar Vegetação existente Informações sobre o entorno Infra-estrutura existente Fotos do terreno e seu entorno Figura 1.15 Lista de verificação para o programa de necessidades. PROGRAMA DE NECESSIDADES Caracterização funcional Tipologia do projeto População fixa População variável Fluxo de utilização Exigências ambientais Desempenho dos equipamentos Figura 1.16 Lista de verificação para o estudo de viabilidade. ESTUDO DE VIABILIDADE Metodologia a ser empregada no projeto Estudos alternativos para viabilidade técnica Análise da viabilidade econômica Conclusões, expectativas e recomendações Figura 1.17 Lista de verificação para o anteprojeto. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 87 ANTEPROJETO Planta de situação Implantação Locação da obra Jardins Planta do Pavimento Base Lay-out dos ambientes para SHP Níveis dos pisos Posição da estrutura e aberturas Posição de floreiras e sacadas Planta de Cobertura Caimento dos telhados Calhas e coletores de águas pluviais Planta de Subsolo Drenagem do piso Rebaixamento de lençol freático Posição das vigas no teto subsolo Planta de Térreo Áreas de permeabilidade Drenagem superficial Cortes Esquemáticos Altura de piso a piso Reservatórios inferior e elevado Escada contra pânico Fundações Checagem das estacas Checagem das vigas baldrames Estrutura de concreto / metálica Checagem dos pilares Checagem das vigas Aberturas nas lajes Instalações mecânicas Elevadores e casa de máquinas Centrais de ar condicionado Casas de bombeamento Instalações Elétricas Checagem das prumadas elétricas Checagem das prumadas de telefone Caixas de passagem Pontos de luz Automação predial Elaboração do anteprojeto hidrossanitário Dimensionamento reservatórios Superior Inferior Dimensionamento dos ramais Público Alimentação predial Hidrômetro Coluna piezométrica Sistema de recalque Sucção Recalque Bombas Descidas de água Ramais internos Pontos de consumo Tubulação Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais Aquecimento central de água Segurança contra Incêndios Esgoto sanitário Águas Pluviais 88 Solar Gás Tubulação água quente Reserva técnica Caixas de incêndio(hidrantes) Chuveiros automáticos (sprinklers) Registro de asseio Sistema de pressurização Ramais de descarga Ramais de esgoto Ventilação Caixas de passagem Caixas de inspeção Ligação a rede pública Sistemas individuais de tratamento Prumadas de esgoto Prumadas de ventilação Caixas de gordura Calhas Coletores verticais Redes coletoras Caixas de areia Deságüe das águas pluviais Figura 1.18 Lista de verificação para a legalização do projeto. LEGALIZAÇÃO DO PROJETO Atendimento as normas técnicas Registro da Anotação de Responsabilidade Técnica junto ao CREA Definição dos representantes legais Recolhimento de taxas para aprovação Figura 1.19 Lista de verificação para o projeto executivo. PROJETO EXECUTIVO Elaboração do Hidrossanitário Planta de Implantação anteprojeto Dimensionamento reservatórios Dimensionamento dos ramais Curva de nível original e alterada Limites do terreno Áreas com jardins Superior Inferior Público Alimentação predial Hidrômetro Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais Sistema de recalque Descidas de água Aquecimento central de água Segurança contra Incêndios Esgoto sanitário Águas Pluviais Apresentação do Projeto 89 Coluna piezométrica Sucção Recalque Bombas Ramais internos Pontos de consumo Tubulação Solar Gás Tubulação água quente Reserva técnica Caixas de incêndio(hidrantes) Chuveiros automáticos (sprinklers) Registro de passeio Sistema de pressurização Ramais de descarga Ramais de esgoto Ventilação Caixas de passagem Caixas de inspeção Ligação a rede pública Sistemas individuais de tratamento Prumadas de esgoto Prumadas de ventilação Caixas de gordura Calhas Coletores verticais Redes coletoras Caixas de areia Deságüe das águas pluviais Indicação de dutos Indicação de enchimentos Indicação das Prumadas Mapeamento da rede Distribuição Especificação de diâmetros Especificação de tubos e Conexões Especificação dos registros Especificação de ligações de louças Especificação de ligação da cozinha Carimbo padronizado Pranchas padronizadas Memorial de cálculo Memorial descritivo do projeto SHP Relação detalhada de Materiais Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 90 Figura 1.20 Lista de verificação para o caderno de especificações. CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES Especificação completa dos materiais e equipamentos Indicar a condição de aplicação de cada material e / ou serviços Mostrar o local correto de aplicação de cada material e / ou serviços Indicar as normas técnicas e / ou leis específicas Figura 1.21 Lista de verificação para a coordenação e gerenciamento. COORDENAÇÃO E GERENCIAMENTO Apoio de consultores Cronograma de elaboração de projetos Prazos de entrega do projeto Reunião preliminar das equipes técnicas envolvidas no projeto Reuniões periódicas de acompanhamento das equipes técnicas Elaboração de atas documentando as decisões das reuniões Verificação do cumprimento das decisões adotadas e/ou solicitadas Autorização para entrega definitiva dos serviços Figura 1.22 Lista de verificação para assistência à execução. ASSISTÊNCIA À EXECUÇÃO Visitas periódicas ao canteiro de obras Reuniões técnicas na obra para esclarecimento de dúvidas Atendimento das modificações solicitadas nas reuniões de obra Alteração, substituição ou complementação dos projetos para a obra Elaboração de um manual de operação. Finda a avaliação através da lista de verificação padrão chega-se a fase final desta avaliação com a indicação da forma de atuação no gerenciamento durante a aplicação deste modelo de avaliação dos projetos SHP. 3.5.3 Gerenciamento do modelo implantado Para se ter um gerenciamento adequado do modelo implantado, o gestor designado para esse fim deve preferencialmente ter feito parte da equipe que implementou o processo no escritório ou empresa de projeto SHP, e sua Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 91 designação para o acompanhamento da utilização do modelo proposto deve ser imediata, ou seja, no início do primeiro projeto a fazer uso da avaliação através do modelo. A execução do monitoramento e gestão da aplicação do modelo de avaliação deve ser aplicada dentro da própria equipe executora do projeto, visando com isto que a qualidade do produto final esteja garantida. O Gestor deve ter como objetivos de atuação manter uma comunicação perfeita entre os participantes do projeto, ao mesmo tempo em que promove sua integração na busca da qualidade final. O gestor deverá agir imediatamente quando detectar ou for informado de qualquer possibilidade de surgimento de não conformidades proveniente da incoerência do produto projetado com o processo de execução adotado pela empresa construtora contratante. Deve também zelar pela melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados e também pela melhoria da produtividade da equipe de projetos, mantendo o binômio produção e qualidade. Para que os resultados sejam alcançados, durante o gerenciamento da aplicação do modelo de avaliação da qualidade dos projetos SHP o gestor deve saber claramente quais são os objetivos e parâmetros adotados para o projeto em tela. Também deve definir todas as partes componentes do projeto e quais as consultorias que serão necessárias como suporte à equipe de projetos. A manutenção dos padrões e procedimentos indicados durante o processo de implementação do modelo de qualidade na empresa deve ser buscada sempre. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 92 Agindo dessa forma o gestor do modelo implantado terá uma sistemática sólida de avaliação e também de retroalimentação do projeto. Trata-se então de garantir que os procedimentos adotados e implantados tenham sido suficientemente amplos, que tenham conseguido fazer com que a execução da obra após a conclusão do projeto ocorra de forma tranqüila, contínua e sem interrupções e improvisos de última hora. 3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo foi proposta uma Metodologia para a Implantação de um Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos SHP, com foco no aumento da qualidade do produto projeto em todos os níveis. Como dito, esse aspecto torna-se relevante pois é através dessa qualidade que se pode viabilizar o sucesso desse modelo de avaliação. A metodologia foi descrita a partir de três etapas seqüenciais: planejamento preliminar do Modelo de Avaliação da Qualidade, preparação para montagem do Modelo de Avaliação da Qualidade, e implantação e gerenciamento do Modelo de Avaliação da Qualidade. Na descrição da etapa de planejamento identificaram-se os impactos que ocorrerão na estrutura do escritório de projetos, bem como quais são os requisitos para a montagem de uma equipe de implantação do modelo e quais são os atributos que seu coordenador deve ter para este novo modelo de gestão de trabalho. Outro aspecto relatado como relevante nesta etapa foram as expectativas decorrentes da implantação e o diagnóstico dos pontos de estrangulamento no processo de projeto decorrentes da falta de sistematização e padronização dos serviços. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 93 A segunda etapa da metodologia proposta, a de preparação para montagem do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos SHP, refere-se à alteração no comportamento das pessoas envolvidas no processo, notadamente nos aspectos qualitativos. As pessoas atingidas por essa nova estrutura de trabalho devem estar preparadas para fazer o levantamento dos atuais métodos aplicados pela empresa, para posteriormente usá-los como referencial nos processos de concepção dos projetos. Essa mesma etapa cumpre ainda a função de fazer um levantamento genérico de todas as prováveis causas geradoras de não conformidades para que se possa vir a gerar na etapa seguinte a lista de procedimentos e de verificação da qualidade do projeto proposto. A terceira etapa, a de implantação e gerenciamento do Modelo de Avaliação da Qualidade, pode ser considerada como a principal etapa da metodologia, pois é quando são definidos os procedimentos adequados e as etapas de um projeto SHP a serem avaliadas e checadas. É nesse momento que se cria uma grande lista que verifica os procedimentos e o modo de executar cada etapa do projeto SHP. Com a lista de verificação definida, faz-se a checagem conforme determinação do gestor de avaliação da empresa, sempre atendendo às diretrizes propostas e previamente estabelecidas. É nesse gerenciamento do sistema, através das marcações na lista de verificação, que se demonstra e mensura o aumento de qualidade e produtividade advindo da implantação do modelo. Apresentada a metodologia, no próximo capítulo será demonstrado como se realiza na prática a implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos SHP e m um escritório de projetos da região metropolitana de Goiânia, capital do Estado de Goiás, com grande participação na elaboração de projetos SHP no estado. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 94 CAPÍTULO 4 APLICAÇÃO PRÁTICA DO MODELO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS PROJETOS DE SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS PREDIAIS 4.1 Introdução O modelo proposto de avaliação da qualidade dos projetos de sistemas hidrossanitários prediais foi aplicado em uma empresa especializada na elaboração de projetos de engenharia baseada na região Centro-Oeste, na cidade de Goiânia (Goiás). Estabelecida desde o início dos anos 80, a empresa elabora projetos para construção civil, em particular, projetos residenciais. Ao longo destes anos de funcionamento a empresa vem utilizando o método tradicional, ou seja, cada projetista trabalhando de forma independente, deixando a integração dos diversos projetos componentes da construção a cargo da equipe de canteiro de obra. Fato este que, aumenta os custos de produção a partir do retardo na tomada de decisões que poderiam e deveriam ter sido feitas preliminarmente na fase de projetos. Recentemente a empresa passou a buscar soluções que viabilizassem a redução no tempo de elaboração do projeto, a redução do custo de elaboração, e a redução no custo de correção de projetos, e passou a investir na modernização de sua área de informática, tanto em hardware como em software. A busca para obtenção do certificado ISO 9002 estabeleceu um Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 95 marco para a empresa, que passou à sistematização de seus processos de projeto. Mesmo com essa informatização e sistematização empresarial, ainda podese verificar que estes projetos continuam sendo encaminhados para o canteiro de obras sem a devida avaliação e proporcionando dificuldades para a equipe construtora, com grandes possibilidades de geração de não conformidades. A empresa tem uma estrutura considerada tradicional, composta por três diretorias com atividades distintas: Administrativa, Comercial e Técnica, sendo esta última a responsável pela condução do processo de elaboração dos projetos. A diretoria técnica controla a ação dos grupos elaboradores de projetos em número de três. Cada grupo é composto por um engenheiro sênior, um engenheiro de desenvolvimento e dois técnicos, que acumulam as funções de operadores de CAD. Na seqüência do capítulo serão descritas as três etapas da metodologia proposta no capítulo anterior, e seus respectivos passos, aplicadas à empresa em questão. 4.2 ETAPA 1 - Planejamento para a implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade Nesta etapa serão mostradas quais foram as expectativas da empresa em termos de resultados após a implementação do modelo; a escolha do grupo de trabalho e seu coordenador, responsável pela aplicação do modelo e a observância das dificuldades atuais, através do diagnóstico dos pontos de Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 96 estrangulamento no processo do projeto, no que diz respeito à qualidade e ao lead time produtivo. O contato com a direção da empresa teve início em duas reuniões com o diretor técnico da mesma. Foram apresentados a proposta do Modelo de Avaliação da Qualidade e o desejo de se aplicar de forma experimental o novo método objetivando a redução do lead time, isto é, do tempo total de produção do projeto para a melhoria na qualidade final do produto a ser apresentado ao cliente final. Nesses contatos iniciais ficou bem clara a intenção da empresa em melhorar seu processo produtivo, e foram realizados os passos preparatórios para a implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade. Estes foram facilitados visto a predisposição da empresa em ter, anteriormente, adotado a sistematização dos processos internos, exigidos na certificação ISO 9002. 4.2.1 – Passo 1- Definição das expectativas do modelo Após conhecer o processo operacional da empresa, apresentado pelo diretor técnico, foi exposta a necessidade das empresas hoje estarem buscando agregar qualidade a uma maior produtividade e, conseqüentemente, maior competitividade no mercado. Foi explicada a necessidade de se buscar a redução dos custos operacionais, a firme constatação da qualidade dos projetos e a entrega nos prazos previamente acordados. Explicação esta prontamente aceita e confirmada, tanto pela diretoria como pelo grupo escolhido para a experimentação prática, reconhecida por eles como uma necessidade que a empresa já vinha sentindo, e, nesse sentido, tentando encontrar algumas soluções para melhorias na produção. A posição favorável pretendeu buscar criar condições para que o projeto fosse elaborado de forma a atender a capacidade produtiva tecnológica do Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 97 Sistemas Hidrossanitários Prediais cliente construtor, incrementando gradativamente novas técnicas que fossem compatíveis com a realidade financeira da empresa e sua capacidade de assimilação. Com estas atitudes, os demais clientes foram também contemplados, a partir dos critérios ergonômicos de funcionalidade, que atende os clientes moradores e com a qualidade do produto que facilita a manutenção posterior para os clientes mantenedores. Com a redução do lead time produtivo do projeto, e a conseqüente padronização dos serviços a serem executados, aumentando a qualidade dos mesmos, as diretorias da empresa avaliaram que os custo-benefício da implantação do modelo seria satisfatório e autorizaram o prosseguimento para o passo seguinte. 4.2.2 - Passo 2 – Escolha do grupo e do Coordenador Uma vez definidas as expectativas do modelo (passo 1), as mudanças para que sejam minimizados os problemas vigentes a partir da implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade, propostas a partir da diretoria técnica da empresa, teve como ponto de partida a escolha de um grupo, e de seu coordenador dentro da empresa para a aplicação da proposta (passo 2). Desta forma, foi escolhido o Grupo Três para a implementação do modelo durante a elaboração de um projeto residencial a ser edificado pela construtora Construquick Ltda., na cidade de Itumbiara (Goiás), com área construída de 7.500 m2, distribuídos em um edifício de 14 pavimentos, sendo que cada pavimento tem 4 apartamentos. A população estimada a ser atendida é de 318 pessoas. O grupo procedeu a escolha do coordenador para o projeto específico, que recaiu sobre o profissional com mais tempo de casa, dado sua participação ativa na reorganização da empresa do ponto de vista de Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 98 sistematização empresarial e reestruturação e adaptação da informática aplicada na empresa. Para se passar ao passo seguinte, o diagnóstico dos pontos de estrangulamento na produção e na qualidade, tinha que se ter a visão clara de que o sucesso das transformações em qualquer empresa não é o resultado de um grupo isolado dentro da empresa. Para que o sucesso fosse obtido desde a etapa de Planejamento até a de Implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade, seria necessária a participação efetiva de toda estrutura organizacional da empresa e, em especial, dos componentes do grupo embrião, onde as ações anteriores individuais passam a ser um trabalho em equipe de forma coordenada e com objetivos pré-determinados. 4.2.3 – Passo 3 – Diagnóstico dos pontos de estrangulamento na produção e na qualidade Definida e formada a equipe, foram realizadas reuniões para que fossem avaliados quais eram os pontos onde a participação operacional estava deficiente para que toda a equipe (Grupo 3) pudesse prosseguir na implantação do modelo proposto. Este diagnóstico do local e das pessoas a trabalhar no projeto, feito de forma simples como mostra a Figura 4.1, proporcionou uma análise preliminar à implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade, que favoreceu a correção e também a divulgação para toda a empresa dos resultados encontrados para não haver surpresas para as outras equipes, ainda não engajadas no processo de implantação do modelo, quando o mesmo fosse implantado na sua totalidade. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 99 Sistemas Hidrossanitários Prediais Figura 1.23 Diagnóstico dos pontos de estrangulamento operacionais. Diagnóstico Operacional Pré-Implantação Do Modelo De Avaliação Da Qualidade Dos Projetos SHP Diagnóstico Satisfaz Sim Não Atendimento ao cliente Avaliação e assinatura de Contrato Definição da equipe para o produto (projeto) Cumprimento dos cronogramas previamente determinados Padronização do produto acabado (projeto SHP) Uniformização do atendimento às solicitações dos clientes Ampliação da redução dos custos operacionais Sistematização do tempo de execução do projeto Otimização das cargas horárias de tempo de CAD Atendimento a solicitação de acompanhamento na obra Utilização de Programas adequados e atualizados Como pode ser visto na Figura 4.1, este diagnostico identificou como pontos fracos nos procedimentos operacionais relacionados à elaboração do projeto, a falta de organização na fase de contratação; a forma desordenada de trabalhar na empresa; a falta de um padrão para projeto final que gere identidade à empresa; falta de uniformização no atendimento aos clientes; má gestão na análise dos custos operacionais; falta de padrão nos prazos de execução em projetos similares, tanto na operação de CAD como para os prazos de entrega. Feito este diagnóstico, o Grupo 3 passou a etapa seguinte com a intenção de iniciar a montagem do modelo de avaliação da qualidade . Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 100 Sistemas Hidrossanitários Prediais 4.3 ETAPA 2 - Preparação para aplicação do Modelo de Avaliação da Qualidade Nesta etapa será mostrado como ocorreu a preparação do grupo escolhido para o projeto piloto. Ela se deu a partir do levantamento dos procedimentos atuais de elaboração de projetos e do entendimento da equipe de quais seriam as prováveis causas que levam a não conformidades nas obras oriundas de cada etapa de um projeto de Sistema Hidrossanitário Predial. 4.3.1 - Passo 1- Preparação das pessoas Durante a observação do funcionamento da empresa e avaliação dos métodos atualmente empregados, principalmente na avaliação da forma de atuar na elaboração dos projetos, a diretoria técnica, com apoio das demais diretorias, contatou o engenheiro sênior encarregado do Grupo Três de produção e o colocou a par das possíveis melhorias que poderiam ser estudadas, a fim de evitar-se a grande quantidade de horas atualmente empregadas nesta operação e a possível diminuição das não conformidades originadas a partir dos SHP. Com a colaboração deste engenheiro sênior e o apoio dos dirigentes da empresa, a tarefa seguinte foi a de informar o restante da equipe acerca da implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade dos projetos Hidrossanitários Prediais. A escolha da equipe foi facilitada e dispensou um nivelamento de conhecimentos dos componentes, pois todos têm nível de formação superior completo ou incompleto, ficando os níveis hierárquicos definidos em função da Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 101 experiência profissional e capacidade gestora de cada um dos componentes, conforme os critérios estabelecidos no capítulo anterior, onde a alta direção, em conjunto com o engenheiro de produção, define a equipe com base nas exigências de qualidade e das competências individuais de cada componente. No entanto, foi utilizada uma fase de diagnóstico da equipe, tomando por base as questões que abrangem conhecimento profissional, inter-relação pessoal entre os membros, e a inter-relação com os clientes. Nessa fase os componentes foram submetidos a uma análise de conhecimento prático em cada uma das fases de elaboração dos projetos SHP, e nos casos em que foi constatada alguma deficiência, os funcionários receberam treinamento à luz da nova proposta metodológica para que todo o grupo tivesse pleno domínio das operações. Da parte da alta direção da empresa ficou acertado que com a melhoria continuada do processo, e o consequente aumento nos lucros da empresa, haveria um repasse de parte destes lucros entre os componentes da equipe, de forma proporcional. 4.3.2 Passo 2 – Levantamento dos procedimentos atuais aplicados Em conjunto com o grupo já formado fez-se a análise dos pontos a serem projetados para o edifício de Itumbiara que poderiam vir a gerar não conformidades. Esta avaliação foi feita através de um brainstorming e da aplicação do 5W1h, onde todos os componentes da equipe apresentaram suas opiniões acerca dos pontos que deveriam merecer mais atenção durante a fase de projeto. Pôde-se observar que todas as possíveis causas apresentadas durante a Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 102 realização do exercício de brainstorming traziam em seu bojo as falhas que tradicionamente os escritórios de projetos mais recebem ao longo da execução da obra, e no 5W1H aquelas decorrentes do tempo de elaboração do projeto, da maneira de se elaborar as tarefas e das medidas tomadas para consecução dos serviços. Ficaram desprezados aqueles itens que regularmente são corrigidos sem qualquer acompanhamento pela equipe de obra, sem avaliação dos possíveis prejuizos que poderia advir. Entende-se que com o tempo, os componentes da equipe passarão a ter uma visão mais abrangente das causas mais constantes de não conformidades. A aplicação da lista de verificação montada a partir de pesquisa junto aos escritórios de projetos de SHP, proposta no capítulo anterior, que encampa todos os itens listados na reunião e que apresenta uma ampla gama de itens a serem verificados, se apresentou como uma forma prática e precisa para ajudar na eliminação das não conformidades. A aplicação deste check-list, em comum com toda a formatação de trabalho, ajudou na avaliação final do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais. 4.3.3 Passo 3 – Levantamento das Prováveis causas de não conformidades em cada etapa do projeto SHP Este passo, durante o processo de implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade, foi efetuado pela equipe antes de dar início a elaboração do projeto piloto, e, para tal, lançou mão da lista de verificação que foi apresentada no capítulo 3. Durante uma análise preliminar da lista de verificação foi efetuado o levantamento das prováveis causas de não conformidades, de acordo com o roteiro macro de elaboração de projetos: Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 103 1. Fase de contratação; 2. Fase de levantamento de dados (locais e cadastrais); 3. Fase de concepção do projeto; 4. Fase de elaboração do estudo preliminar e anteprojeto; 5. Fase de elaboração do projeto, memoriais e listas de materiais; 6. Fase de acompanhamento de obra; Após a verificação da forma adotada de conduzir cada uma das fases acima descritas, a equipe de trabalho chegou a conclusão de que suas falhas se concentram na fase de concepção do projeto, isto porque muitas das decisões tomadas não são compartilhadas com os projetistas dos outros subsistemas prediais, bem como na fase de acompanhamento da obra, por um lado desprezada desde a contratação visto que não contempla uma remuneração para este fim, e por outro em função da má vontade em deixar o escritório com a finalidade de fiscalizar a execução dos serviços. A equipe entendeu que sob a ótica macro de laboração de projetos estas são as falhas mais comuns, sendo que aquelas pontuais dentro da fase de elaboração de projetos podem ser facilmente conferidas desde que de posse de uma lista de verificação, como aquela apresentada no início deste passo. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 104 Sistemas Hidrossanitários Prediais 4.4 ETAPA 3 - Implantação prática e gerenciamento do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais Esta etapa consistiu na implantação e gerenciamento dos resultados encontrados a partir da uniformização dos procedimentos dentro da empresa e, em especial, na equipe que opera o projeto piloto, e confirma na prática a validade do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais. 4.4.1 Passo 1 – Definição da uniformização dos procedimentos e da lista de verificação final De acordo com o Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais proposto, a equipe deve trabalhar claramente a uniformização de seus procedimentos de elaboração do projeto e de aplicação da lista de verificação proposta de forma a atender a: a) qualidade do programa para o projeto e da solução adotada; b) qualidade da apresentação da documentação do projeto; c) qualidade do processo de elaboração do projeto. Observou-se que a equipe ao fazer esta análise, já encontrou itens anteriormente discutidos e que naquele momento passavam a fazer parte da uniformização ou padronização de suas propostas de trabalho. Verificou-se o desenvolvimento da pesquisa de mercado com correta identificação das Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 105 necessidades dos clientes e o atendimento ao programa de forma otimizada, a necessidade de padronizar a apresentação dos projetos com informações claras e completas, e fundamentalmente a necessidade de cumprir prazos, estabelecer um elo de comunicação entre os profissionais, clientes e os custos que decorrerão deste projeto. 4.4.2 Passo 2 - Implantação prática do modelo Para a implantação prática do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais partiu-se para uma avaliação, feita de forma simples e direta, que visava checar dentro das listas apresentadas no final do capítulo três quais daqueles itens estavam sendo cumpridos ou não, ficando a análise por conta dos itens descumpridos, e se a sua não inclusão poderia representar dificuldades ou não conformidades ao final do projeto, quando estivesse pronto para a execução da obra. Algumas das listas incluem quesitos que estão diretamente ligados a etapa de execução da obra e também do pós-obra. Estes itens são parte do gerenciamento posterior, que demanda um longo prazo até a conclusão da obra. Na análise foram marcados nas listas, apresentadas nas Figuras 4.2 até 4.10, como sendo “SIM” aos itens atendidos, como “NÃO” aos itens desprezados ou não atendidos, e como “FUT” aos itens que deverão ser analisados a posteriori. Dentro da lista de verificação para o levantamento de dados apresentada na Figura 4.2, dos itens registrados como não cumpridos, somente a falta de levantamento plani-altimétrico pode levar a alguma não conformidade, em função de possíveis dificuldades no escoamento das águas pluviais e dos esgotos. Da mesma forma, problemas podem surgir a partir da não Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 106 observância do entorno, onde a falta de avaliação da proteção ambiental e de algum sítio histórico próximo que possa ser danificado. Na lista de verificações para o programa de necessidades, apresentada na Figura 4.3, novamente as questões ambientais representam, como visto no parágrafo anterior, fator gerador de pendências jurídicas e sociais para o conjunto de moradores e também para o grupo empreendedor. Figura 1.24 Lista de verificação para o levantamento de dados. DE DADOS SIMLEVANTAMENTO Objetivos do Cliente/Obra SIM Prazos disponíveis SIM Padrão pretendido da Construção NÃO Normas de Apresentação Gráfica NÃO Levantamento Planialtimétrico/Topográfico SIM Levantamento cadastral Nível lençol freático SIM Rede de água potável SIM Rede de esgotos sanitários SIM Rede de águas pluviais SIM Levantamento legal e jurídico Contrato SIM Escrituras e impostos NÃO Proteção ao patrimônio histórico NÃO Proteção ambiental SIM Informações sobre o terreno Limites e dimensões SIM Orientação solar NÃO Vegetação existente SIM Informações sobre o entorno Infra-estrutura existente SIM Fotos do terreno e seu entorno Figura 1.25 Lista de verificação para o programa de necessidades. PROGRAMA DE NECESSIDADES SIM Caracterização funcional SIM Tipologia do projeto SIM SIM SIM NÃO Exigências ambientais População fixa População variável Fluxo de utilização Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 107 Sistemas Hidrossanitários Prediais SIM Desempenho dos equipamentos Ao acompanhar a lista de verificação do estudo de viabilidade, como apresentado na Figura 4.4, pode-se verificar que todos os cuidados que envolvem a comercialização dos imóveis a serem construídos foram cuidadosamente observados, dando maior importância a estes quesitos do que a itens técnicos, que segundo os analistas financeiros e econômicos poderiam vir a ser corrigidos ao longo da execução dos serviços, ou até mesmo após a conclusão da obra. Figura 1.26 Lista de verificação para o estudo de viabilidade. ESTUDO DE VIABILIDADE SIM Metodologia a ser empregada no projeto SIM Estudos alternativos para viabilidade técnica SIM Análise da viabilidade econômica SIM Conclusões, expectativas e recomendações Durante a fase de elaboração do anteprojeto, como pode ser constatado na Figura 4.5, verificou-se tratar de um momento onde a equipe de projetistas, mesmo que empenhada em atender a lista de verificação específica para esta fase, deixou vários pontos sem a devida atenção, com a justificativa de que o anteprojeto deveria ser concluído de forma breve para que se pudesse levar o conteúdo base para a discussão junto ao grande grupo de projetistas envolvidos com o empreendimento. Nesta reunião observou-se que por parte dos projetistas dos demais sub-sistemas prediais havia a mesma idéia, o que gerou demoradas reuniões, pois haviam pontos de interesse comum que não haviam sido estudados inicialmente por nenhum dos proponentes. Isso, associado a um cronograma previamente estabelecido em contrato, certamente fará com que algumas decisões sejam tomadas sem a devida análise e discussão dentro da equipe responsável pelo projeto. Observou-se que o Coordenador do grupo conseguiu entender este problema, mas que dificilmente será sanado dentro deste projeto piloto. Acredita-se que a equipe conseguirá Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 108 absorver a nova sistemática em pouco tempo. Figura 1.27 Lista de verificação para o anteprojeto. ANTEPROJETO SIM SIM SIM SIM SIM SIM, SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM, SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM Planta de situação Implantação Locação da obra Jardins Planta do Pavimento Base Layout dos ambientes para SHP Níveis dos pisos Posição da estrutura e aberturas Posição de floreiras e sacadas Planta de Cobertura Caimento dos telhados Calhas e coletores de águas pluviais Planta de Subsolo Drenagem do piso Rebaixamento de lençol freático Posição das vigas no teto subsolo Planta de Térreo Áreas de permeabilidade Drenagem superficial Cortes Esquemáticos Altura de piso a piso Reservatórios inferior e elevado Escada contra pânico Fundações Checagem das estacas Checagem das vigas baldrames Estrutura de concreto / metálica Checagem dos pilares Checagem das vigas Aberturas nas lajes Instalações mecânicas Elevadores e Casa de Máquinas Centrais de Ar condicionado Casas de bombeamento Instalações Elétricas Checagem das prumadas elétricas Checagem das prumadas telefone Caixas de passagem Pontos de luz Automação predial Elaboração do anteprojeto Hidrossanitário Dimensionamento reservatórios Superior Inferior Dimensionamento dos ramais Público Alimentação predial Hidrômetro Coluna piezométrica Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM Sistema de recalque Descidas de água Aquecimento Central de Água Segurança contra Incêndios Esgoto sanitário Águas Pluviais 109 Sucção Recalque Bombas Ramais internos Pontos de Consumo tubulação Solar Gás Tubulação água quente Reserva técnica Caixas de Incêndio(Hidrantes) Chuveiros Automáticos (Sprinklers) Registro de Passeio Sistema de Pressurização Ramais de descarga Ramais de Esgoto Ventilação Caixas de Passagem Caixas de Inspeção Ligação a rede Pública Sistemas individuais de tratamento Prumadas de Esgoto Prumadas de Ventilação Caixas de Gordura Calhas Coletores verticais Redes coletoras Caixas de areia Deságüe das águas pluvIais Já para a legalização do projeto, conforme apresentado na Figura 4.6, a equipe trabalhou dentro dos parâmetros pré-estabelecidos pela norma especifica da ABNT, pecando parcialmente no atendimento às normas locais, sob a alegação de que sempre ao analisar os projetos, os analistas que avaliam e analisam os trabalhos jamais aprovam um projeto em primeira análise, fazendo entendimentos diferenciados das normas para cada projeto, com a finalidade de exigir correções. Isto fez com que os projetistas encaminhassem o projeto para pré-análise, e somente após as exigências dos analistas elaborassem o trabalho final. Isto representa atraso e perda de tempo. Este fato pode ser minimizado se a equipe envolvida no projeto antes Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 110 de iniciar o trabalho fizer uma consulta a estes analistas, a luz da lista de verificação proposta. Quanto aos demais itens foram todos atendidos plenamente. Figura 1.28 Lista de verificação para a legalização do projeto LEGALIZAÇÃO DO PROJETO SIM Atendimento as normas técnicas SIM Registro da Anotação de Responsabilidade Técnica junto ao CREA SIM Definição dos representantes legais SIM Recolhimento de taxas para aprovação Para a elaboração do projeto definitivo, atendendo a uma determinação do coordenador da equipe de projetos, amparada pelo diretor técnico da empresa, foi adotada uma estratégia de somente aplicar-se a lista de verificação ao final da etapa, mesmo que isso resultasse em retomada do serviço para eventuais correções. A intenção do coordenador era de fazer a verificação da assimilação da equipe à nova sistemática e, amparado na avaliação efetuada quando do anteprojeto, avaliar o rendimento da equipe. O coordenador neste momento deixava de lado o check-list e, momentaneamente, voltava ao sistema tradicional. Concluído o trabalho e feita a checagem através do modelo de avaliação, com a participação de toda a equipe, chegou-se à conclusão de que diversos itens relevantes haviam sido preteridos, mesmo após um trabalho de equipe, como pode ser visto na Figura 4.7. Figura 1.29 Lista de verificação para o projeto executivo. PROJETO EXECUTIVO Elaboração Hidrossanitário NÃO SIM SIM SIM SIM do anteprojeto Planta de Implantação Dimensionamento reservatórios Curva de Nível original e alterada Limites do Terreno Áreas com Jardins Superior Inferior Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM Dimensionamento dos ramais Sistema de recalque Descidas de água Aquecimento Central de Água Segurança contra Incêndios Esgoto sanitário Águas Pluviais Apresentação do Projeto 111 Público Alimentação predial Hidrômetro Coluna piezométrico Sucção Recalque Bombas Ramais internos Pontos de Consumo Tubulação Solar Gás Tubulação água quente Reserva técnica Caixas de Incêndio(Hidrantes) Chuveiros Automáticos (Sprinklers) Registro de Passeio Sistema de Pressurização Ramais de descarga Ramais de Esgoto Ventilação Caixas de Passagem Caixas de Inspeção Ligação a rede Pública Sistemas individuais de tratamento Prumadas de Esgoto Prumadas de Ventilação Caixas de Gordura Calhas Coletores verticais Redes coletoras Caixas de areia Deságüe das águas pluviais Indicação de dutos Indicação de enchimentos Indicação das Prumadas Mapeamento da rede Distribuição Especificação de diâmetros Especificação de tubos e Conexões Especificação dos registros Especificação de ligações de louças Especificação de ligação da cozinha Carimbo padronizado Pranchas padronizadas Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais SIM SIM SIM 112 Memorial de cálculo Memorial descritivo do projeto SHP Relação detalhada de Materiais Neste caso, o item planialtimetria havia sido substituído pela planta baixa de Arquitetura, prejudicando todo o trabalho de escoamento dos esgotos e das águas pluviais. Também o sistema de aquecimento central de água foi desprezado por não constar estas informações do projeto arquitetônico. Quando este fato passa pela vontade do empreendedor e dos compradores; nenhum sistema de pré-tratamento individual dos líquidos afluentes ao empreendimento, bem como daqueles efluentes, é proposto sob o argumento de que o empreendimento é servido pela concessionária de saneamento local. Da mesma forma, não foi feito um mapeamento das redes que servem ao empreendimento de forma unifilar geral reduzida para facilitar o entendimento, bem como nenhuma especificação de materiais ou forma de executar o serviço foi grafada nas planta do projeto, sob a alegação de que estariam no memorial descritivo geral da obra e no memorial descritivo específico do projeto de arquitetura. Após esta verificação, o projeto voltou a mesa para as devidas correções à luz da lista de verificação, fato este que demandou mais dois dias de trabalho, provocando atraso no prazo previsto inicialmente no contrato. O fato é que, apesar do atraso, pontos importantes foram corrigidos e a parte gráfica do projeto for concluída atendendo a nova sistematização e com a qualidade almejada pela alta direção da empresa. O atraso foi entendido, tanto pelo coordenador como pela direção, como sendo benéfico, pois demonstrou à equipe a importância do modelo, bem como do trabalho em equipe. Para o caderno de especificações, que foi elaborado após a conclusão do projeto gráfico, foram atendidos os quesitos de especificações de materiais e equipamentos, bem como a indicação da forma correta de aplicação de cada material (neste caso compilado dos fabricantes), da execução dos serviços Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 113 (compilado da ABNT), com a indicação das respectivas normas técnicas e leis locais que regem os serviços a serem executados. Como pode ser visto na Figura 4.8, faltou a descrição dos locais corretos de aplicação, que a equipe após a correção do projeto gráfico com as devidas indicações julgou ser redundante. Após a checagem foi elaborada a lista de locais de aplicação. Figura 1.30 Lista de verificação para o caderno de especificações. CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES SIM Especificação completa dos materiais e equipamentos SIM Indicar a condição de aplicação de cada material e / ou serviços NÃO Mostrar o local correto de aplicação de cada material e / ou serviços SIM Indicar as Normas Técnicas e / ou leis específicas Na sistematização da coordenação e gerenciamento do projeto, onde o Engenheiro sênior assumiu as funções, observou-se que o mesmo havia incorporado todos os pontos propostos para esta função, tendo ficado prejudicado itens que envolveram as equipes de projeto dos demais subsistemas prediais. Assim sendo, como apresentado na Figura 4.9, não foram elaboradas atas coletivas da reunião e, sim, um relatório dos pontos discutidos por parte do coordenador do projeto do subsistema SHP. Este coordenador propôs que seu relatório fosse assinado por todos os demais projetistas que tivessem envolvimento com as deliberações inerentes ao subsistema SHP. Quanto à autorização para entrega definitiva dos serviços, não houve nenhuma deliberação neste sentido durante as reuniões de compatibilização dos projetos. Ficou a critério do coordenador da equipe do projeto de SHP definir a cerca da conclusão e posterior entrega definitiva do projeto, como pode ser visto na Figura 4.10. Figura 1.31 Lista de verificação para a coordenação e gerenciamento. COORDENAÇÃO E GERENCIAMENTO SIM Apoio de Consultores SIM Cronograma de elaboração de projetos Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO 114 Prazos de entrega do projeto Reunião preliminar das equipes técnicas envolvidas no projeto Reunião de acompanhamentos periódicos das equipes técnicas Elaboração de atas documentando as decisões das reuniões Verificação do cumprimento das decisões adotadas e/ou solicitadas Autorização para entrega definitiva dos serviços Figura 1.32 Lista de verificação para assistência à execução. ASSISTÊNCIA À EXECUÇÃO FUT Visitas periódicas ao canteiro de obras FUT Reuniões técnicas na obra para esclarecimento de dúvidas FUT Atendimento às modificações solicitadas nas reuniões de obra FUT Alteração, substituição ou complementação dos projetos para a obra FUT Elaboração de um manual de operação. 4.4.3 Passo 3 – Gerenciamento do modelo implantado Para este projeto piloto, coube ao Diretor técnico da empresa o papel de gestor de monitoramento do processo implantado. De acordo com o preconizado no capítulo 3, este gestor deveria ser um dos membros efetivos da equipe de implantação do Modelo de Avaliação da Qualidade dos Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais. Como membro da alta direção, e diretamente ligado e conhecedor da proposta para todo este processo, o Diretor técnico foi escolhido como gestor para que a empresa tivesse a avaliação mais rápida possível do resultado obtido. Com isso obteve-se, juntamente com o coordenador do grupo que elaborou o projeto, uma sólida avaliação acerca da amplitude dos procedimentos implantados e da abrangência das verificações feitas ao longo do processo, de forma a conseguir uma minimização dos imprevistos e improvisos que ocorrem após a elaboração de um projeto e sua entrega para a confecção do sistema na obra. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 115 Sistemas Hidrossanitários Prediais 4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este capítulo apresentou uma aplicação prática do Modelo de Avaliação da Qualidade de Projetos SHP proposto. A metodologia proposta contemplou o uso de ferramentas simples do TQC, onde a aplicação dos exercícios de brainstorming, diagrama de Ishikawa e outras que foram utilizadas com baixo custo operacional, possibilitaram maior flexibilidade e rapidez ao dimensionamento e elaboração do projeto SHP. O modelo foi aplicado em uma empresa de projetos instalada em Goiânia, Goiás, com penetração no mercado da região Centro Oeste do Brasil. Preliminarmente, foi feita uma análise do processo operacional atual da empresa na elaboração dos projetos SHP e do fluxograma administrativooperacional da empresa. Em um dos módulos de elaboração de projeto da empresa foi adotada a proposta de utilização do Modelo de Avaliação da Qualidade de Projetos SHP, como uma nova sistematização de trabalho e a aplicação de um check-list para a melhoria da qualidade do produto elaborado pela empresa. A partir da utilização do Modelo de Avaliação da Qualidade de Projetos SHP, a empresa agilizou não só o processo de implantação de elaboração de projetos, como também a diminuição de não conformidades referentes aos projetos de SHP nas obras. Com isso, houve uma série de melhorias que estão apresentadas de forma sintética na Figura 4.11. Detalhando melhor o impacto positivo da utilização do modelo por parte da empresa, pode-se ressaltar inicialmente que ficou sistematizada uma metodologia de trabalho com sensível melhoria do processo produtivo baseado na equipe de projeto. Até então, a empresa executava seus trabalhos de forma Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 116 dissociada, o que implicava em perdas de prazo e qualidade no processo. Aspecto importante a ser ressaltado com o uso do modelo é o da redução do lead-time necessário para a elaboração do projeto. Antes da implantação do modelo a empresa demandava cerca de sessenta dias para executar um projeto de SHP predial, onde todos os cálculos e detalhes eram executados de forma dissociada desconsiderando a simultaneidade de todas as variáveis. Ao final, o projeto final passava por uma revisão e era analisado, fazendo com que qualquer alteração necessária demandasse prazos demasiadamente longos para sua reestruturação. Figura 1.33 Melhorias obtidas com a utilização do Modelo. Impacto da Utilização do Modelo de Avaliação da Qualidade de Projetos SHP Uso Do Após o Uso do Modelo Características Antes do Modelo Expectativas do modelo Não existente Existente Coordenação independente Não existente Existente Diagnóstico das deficiências verificado no As-Built verificação anterior ao projeto Preparação da Equipe de Formação Profissional Formação Profissional e Projeto Treinamento TQC Levantamento procedimentos aplicados dos Não existente atuais Existente Levantamento das prováveis Deficiente causas de não conformidades Eficiente Aplicação da Verificação Existente Lista de Não existente Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 117 Sistemas Hidrossanitários Prediais Melhoria de prazos qualidade e de Falhas no cronograma Entregues no prazo com sensível melhoria da qualidade Atualmente, com o uso do Modelo de Avaliação da Qualidade de Projetos SHP, o tempo desde a entrada dos dados, obter e analisar os resultados e tomar as decisões necessárias para a elaboração do projeto e sua conclusão, ficou reduzido a trinta dias, utilizando uma equipe de cinco pessoas. Considerando que na composição dos custos relativos a elaboração de projetos, o item mão-de-obra e seus encargos representam algo muito próximo de 70% do custo final e com a redução do tempo de produção em 50% em dias consumidos de mão de obra, estes custos tendem a cair para 35% do valor inicialmente proposto. Este fato proporciona para a empresa a possibilidade de auferir um acréscimo no ganho mínimo em torno de 35% por projeto, ou proporcionar a seus clientes uma redução de custo, em patamares que mantenham seu lucro presumido inicialmente,e estar mais competitiva no mercado. Essa economia foi obtida devido à simplicidade operacional do Modelo de Avaliação da Qualidade de Projetos SHP, baseado em Check-List. Este resultado vem confirmar as conclusões encontradas por Eldin (1999), que ao avaliar os impactos do emprego do gerenciamento e implementação dos processos de construtibilidade afirma:” A Implementação da construtibilidade mostrou uma redução no cronograma dos projetos acima de 30%, sem proporcionar nenhum incremento adicional de custos.”. A Interrelação entre redução de prazos e diminuição dos custos produtivos é direta, o que reafirma o aumento de lucros ou da margem de trabalho na composição do custo final. Vale ressaltar o ganho obtido pela empresa a partir da sistematização do controle da atividade operacional dentro da empresa, desde a alta direção até Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de Sistemas Hidrossanitários Prediais 118 as equipes de projeto, uma vez que antes não havia uma matriz de operacionalização. Atualmente a empresa agrega a suas equipes um elenco ainda maior de consultores cadastrados aptos a colaborar, em qualquer etapa ou passo do processo, além de possuírem uma visão sistêmica do produto e do processo, condição básica para o sucesso da filosofia TQC. Agregando-se a todos estes ganhos apresentados, outro fator extremamente positivo foi a otimização da utilização dos equipamentos de informática com o uso de softwares mais ágeis e troca de informações via sistema em rede, o que possibilitou a obtenção de respostas mais rápidas, comprovando a eficácia do modelo proposto. Uma vez apresentada a aplicação prática do modelo proposto em cada uma de suas etapas, pode-se passar ao capítulo 5 onde serão discutidas algumas recomendações adicionais e feitas as conclusões finais em relação ao conteúdo do trabalho. Modelo de Avaliação e Lista de Verificação para Projetos de 119 Sistemas Hidrossanitários Prediais REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOPYAN, VAHAN E MELHADO, SILVIO BURLATINO , O Conceito de projeto na construção de edifícios: Diretrizes para elaboração e controle.BT/PCC/139, EPUSP, 1995, São Paulo. AMORIM, SIMAR VIEIRA DE E GONÇALVES, ORESTES MARRACCINI, Estruturação de sistemas de informação para projeto dos sistemas hidráulicos prediais – BT/PCC/182 . EPUSP, 1997, São Paulo. ANDERSON, S.D.; FISCHER, D.J.; RAHMAN, S.P.. Integrating Constructability into Project Development: A Process Approach. Journal of Construction Engineering and Management, Vol. 126, Nº 2, March/April 2000, p. 81 - 88. BAÍA, JOSAPHAT LOPES, Sistemas de Gestão da Qualidade em empresas de projeto: aplicação às empresas de arquitetura, Dissertação de Mestrado , POLI-USP, 1998, São Paulo. BERNARDES, CLÁUDIO ET AL., Qualidade e o Custo das não conformidades em obras de construção civil, Editora PINI, 1998, São Paulo. 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