Diversidade nas técnicas de esterilização
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Diversidade nas técnicas de esterilização
Esterilização Diversidade nas técnicas de esterilização Métodos físicos, físico-químicos e químicos compõem os mecanismos utilizados para a esterilização, que visa eliminar micro-organismos capazes de levar à contaminação e deterioração de produtos ou provocar infecções em seres vivos. Dada a variedade de técnicas disponíveis, deve-se buscar a mais apropriada a cada tipo de aplicação e material Marcelo Couto E mbora o uso do calor seja a forma de cosméticos, resinas, embalagens, da microbiologia, que se estabelece- mais difundida de esterilização, tintas e matérias-primas variadas”, ram princípios e foram obtidos os mais há atualmente uma diversidade comenta Silvia Eguchi, coordenadora significativos avanços que levaram ao de técnicas eficazes para promover do Grupo de Trabalho de Microbiologia desenvolvimento dos métodos moder- a eliminação de micro-organismos (GT2) da SBCC. nos, incluindo a técnica de esterilização (fungos, bactérias e seus esporos) e A escolha da técnica de esteriliza- por calor, a descoberta do peróxido até vírus, que, caso não sejam destru- ção mais adequada para cada caso de hidrogênio e do óxido de etileno, o ídos, podem se desenvolver de forma depende do tipo de material que deverá estabelecimento de processos de alta indesejada e provocar problemas como passar pelo processo, da carga micro- pressão e temperatura, a construção deterioração, falhas nas etapas de con- biana envolvida e de outras condições do primeiro autoclave e a realização de servação, comprometimento na utiliza- para o emprego do método, pois cada experiências com vários agentes este- ção de certos produtos ou utensílios e alternativa apresenta um conjunto de rilizantes. ainda causar graves contaminações e vantagens e desvantagens a serem “A área de alimentos foi a pioneira infeccções. consideradas nos critérios de avaliação na busca de métodos de esterilização”, de custos, eficiência, agilidade, dispo- lembra Silvia Eguchi. De fato, no sécu- nibilidade de espaço e segurança. lo XVIII, o cozinheiro francês Nicolas As técnicas de esterilização são comumente utilizadas com o objetivo de garantir níveis adequados de segurança Appert (1749-1841), considerado o “Pai em alimentos e medicamentos, além de das Conservas”, criou uma técnica instrumentos e dispositivos utilizados Evolução no ambiente médico-hospitalar, mas a 10 inovadora que consistia em cozinhar por um certo tempo alimentos acondi- sua aplicação também se estende a di- Desde longa data, o homem busca cionados em recipientes herméticos versas outras áreas. “Gradativamente, formas de realizar o que hoje conhe- de vidro, selados com rolhas, em água algumas das técnicas passaram a ser cemos como esterilização. Achados fervente, de forma a preservá-los para empregadas em diversos segmentos de 1450 a.C registram o que seria a o consumo por muito mais tempo, o que industriais, cujos produtos são suscetí- “esterilização” pelo fogo. Mas foi a representou um importante avanço na veis à biodeterioração, como é o caso partir do século XIX, com os avanços área e ajudou a combater doenças de Fotos Divulgação / Marcello Vitorino / Fullpress / IPEN Irradiador multipropósito do IPEN (acima). Na página ao lado, as fontes de cobalto, emissoras de radiação origem alimentar. A esterilização de alimentos enlatados formou inclusive a base da ciência da autoclavação, que é uma das formas mais utilizadas ainda hoje de esterilização por calor úmido e que se estendeu para várias outras aplicações, notadamente nos segmentos médico-cirúrgico e na indústria farmacêutica. Deve-se ao A ABNT registra atualmente 41 documentos relacionados à esterilização, sendo 25 no âmbito do CB-26 químico francês Charles Chamberland (1851-1908), um dos colaboradores do cientista Louis Pasteur, a concepção e construção do primeiro equipamento de serviram de base também para a nor- autoclave. malização do tema no Brasil. Somente A evolução do conhecimento técni- a ABNT – Associação Brasileira de co-científico levou ao desenvolvimento Normas Técnicas registra atualmente de diversas técnicas de esterilização 41 documentos relacionados à esterili- baseadas em meios físicos, físico-quí- zação, sendo 25 no âmbito do CB-26, micos e químicos. Os físicos incluem o dedicado ao segmento odonto-mé- próprio calor (seco ou úmido), a filtração dico-hospitalar. Há ainda portarias e e a radiação; enquanto os físico-quími- regulamentações específicas do Minis- cos dizem respeito aos processos que tério da Saúde e da Anvisa – Agência utilizam principalmente óxido de etileno Nacional de Vigilância Sanitária, o que (EtO) e peróxido de hidrogênio. Essas mostra o grau de preocupação com o são as técnicas mais empregadas em tema. larga escala. Além delas, há as que usam agentes químicos como formaldeído, glutaraldeído e ácido peracético, Calor Seco entre outras substâncias. Existem diversas normas interna- O calor é considerado o agente cionais que tratam das técnicas de es- físico mais prático e eficiente para es- terilização e suas aplicações. Algumas terilização. Pode ser utilizado seco ou 11 Esterilização úmido e sua eficácia depende basicamente de dois fatores: o tempo e a temperatura a que o produto fica exposto durante o processo. seco podem ser utilizadas estufas (também conhecidas como forno de Pasteur) ou túneis de esterilização. A morte dos micro-organismos neste caso decorre da oxidação e desidratação das células. As estufas, em particular, são frequentemente empregadas em consultórios médicos e odontológicos em virtude tanto da facilidade de operação quanto do seu baixo custo. Como regra geral, recomenda-se o calor seco para esterilizar vidros, Foto Divulgação / Marcello Vitorino / Fullpress / IPEN Para o processo envolvendo calor Alguns alimentos que podem ser tratados pela irradiação metais, óleos e substâncias em pó, ou seja, produtos resistentes à variação de ção. Para instrumentos cirúrgicos, por sa que oferece soluções para terapia temperatura ou que podem se oxidar exemplo, o tempo de exposição é de de infusão e nutricional com produtos com o vapor. Um exemplo desta alter- 120 minutos à temperatura de 170ºC, farmacêuticos, dispositivos médicos e nativa é para o caso de instrumentos mas se a temperatura for reduzida a descartáveis. Ela enfatiza, no entanto, de corte, pois não danifica a função 140ºC é necessário dobrar o tempo. que apesar das suas muitas vantagens, cortante e não provoca ferrugem. Em a utilização de calor úmido apresenta contrapartida, não é uma solução como principal limitação o fato de não para esterilizar líquidos nem materiais Calor úmido componentes têxteis, plásticos ou de Assim como no caso do calor seco, turas elevadas. o calor úmido (vapor saturado sob pres- A forma mais usual de realizar a es- “Pelo fato de não ser tão penetrante são) atua desnaturando e coagulando terilização pelo calor úmido é com au- quanto o calor úmido, o processo en- as proteínas das células microbianas, toclaves. Nesse tipo de equipamento, volvendo calor seco requer o uso de mas com a vantagem de que a água o material fica exposto ao vapor d’água temperaturas mais elevadas, por isso, presente neste caso contribui para a sob pressão a 121°C durante 15 minu- não é indicado para produtos termos- destruição das membranas e enzimas tos. Os itens devem ser embalados de sensíveis, embora devamos lembrar e induz à eliminação das ligações de forma a permitir o contato com o vapor que alguns produtos não suportam hidrogênio, tornando assim o método e o processo deve se dar no vácuo, nem mesmo a temperatura do calor mais eficaz e reduzindo o tempo de para que a temperatura desejada seja úmido”, considera Yves Léon Marie exposição dos materiais. alcançada com mais eficiência, além borracha. “Por ser um processo eficiente, de permitir a penetração do vapor nos de fácil utilização, custo acessível e poros do material e também evitar a Além das restrições quanto ao tipo bem conhecido, o vapor saturado sob formação de bolsões de ar frio. de material, outra desvantagem do pressão tornou-se o método mais uti- “A elevada temperatura e a pressão processo envolvendo calor seco é que lizado de esterilização para a maioria que formam as bases da técnica de ele atua mais lentamente que o calor dos casos”, destaca Maria Silva de autoclavação são suficientes para obter úmido, o que exige temperaturas mais Oliveira, supervisora de Controle da a esterilização, levando os micro-or- elevadas ou maior tempo de exposi- Qualidade da Fresenius Kabi, empre- ganismos à morte. Uma vez finalizado Gayard, analista de Validação da ABL – Antibióticos do Brasil. 12 servir para esterilizar pós, líquidos e produtos que não resistem a tempera- termossensíveis, como os que contêm o processo, os materiais são naturalmente resfriados e não necessitam de quarentena para eliminar resíduos, diferentemente da esterilização por óxido de etileno, o que representa uma importante vantagem da técnica baseada no calor úmido”, considera a especialista da Fresenius. Apesar de eliminar os tipos mais O calor é considerado o agente físico mais prático e eficiente para esterilização. Ele pode ser utilizado seco ou úmido apenas que o material passou pelo processo. Para demonstrar que a esterilização foi eficaz, costuma-se utilizar um indicador biológico, porém o seu uso é um pouco complicado e encarece a operação. O bioindicador, no entanto, costuma ser um grande aliado para monitorar ocasionalmente o processo e avaliar a sua eficácia. comuns de vírus, fungos e bactérias, a Fora a autoclavação há ainda outro técnica de esterilização por calor úmido método comum de esterilização por ca- pode não destruir completamente os lor úmido, chamado tindalização. Neste príons. Existem no mercado autoclaves de parede simples e de parede dupla, registram a temperatura e pressão em caso, o material é submetido a três função do tempo, permitindo acompa- sessões de exposição a vapor d’água a nhar o desempenho do equipamento. 100°C, durante um intervalo de 20 a 45 estes mais sofisticados e que permitem Uma fita indicadora também pode minutos, 45 minutos e, por fim, por mais melhores extração do ar e secagem. O ser colocada em embalagens de pro- um período de 20 a 45 minutos, com um monitoramento do processo é impor- dutos antes de iniciar o processo, para repouso de 24h entre cada uma dessas tante para garantir que a esterilização identificar que o material (ou o lote) foi sessões. Mesmo havendo germinação tenha sido bem-sucedida. A maioria submetido ao calor. A fita não garante dos esporos entre duas sessões a das autoclaves possui sistemas que que a esterilização tenha sido eficaz, esterilização fica garantida com a sua Fotos: Arquivo SBCC Esterilização Autoclaves instaladas em unidades de produção em indústria de medicamentos veterinários e em farmacêutica: uso do vapor sob pressão posterior destruição ao fim de todas ticos e devem, eles próprios, também embalagem final e a penetração da ra- as etapas. É normalmente usada para ser esterilizados, geralmente em auto- diação assegura esterilização de todo soluções açucaradas ou com gelatina. claves, a uma temperatura que não da- o volume. Além disso, o processo é nifique suas frágeis membranas. Para contínuo, seu único controle é o tempo garantir a esterilidade, as membranas de exposição dos produtos à radiação, filtrantes necessitam ser verificadas e não requer tratamento posterior”, quanto a perfurações durante ou antes destaca Wilson Calvo, gerente do Filtração estéril No caso de líquidos e gases sensí- do uso. Mesmo com esses cuidados, é Centro de Tecnologia das Radiações veis a temperatura ou que tenham res- recomendável que a filtração seja reali- do Instituto de Pesquisas Energéticas trição ao uso de processos químicos, zada em ambiente controlado. e Nucleares (IPEN), autarquia gerida pode ser necessário lançar mão da pela CNEN – Comissão Nacional de filtração estéril, que consiste na remo- Irradiação ção mecânica de micro-organismos. Neste processo, a solução ou o gás 14 Energia Nuclear, ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Segundo ele, outro aspecto a destacar é que o emprego atravessam um filtro com membranas A radiação ionizante é uma das de embalagem impermeável a gases de diâmetros bastante diminutos. Um alternativas para casos que reque- assegura esterilização por tempo ilimi- exemplo da utilização dessa técnica é rem esterilização “a frio”, podendo ser tado. “A probabilidade de encontrarmos na produção de vitaminas e antibióti- empregada em sólidos e fluidos. A um único micro-organismo no produto cos. radioesterilização consiste na redução radioesterilizado é de 1 em 1.000.000”, A filtração pode ser considerada um dos micro-organismos, impedindo que enfatiza. processo relativamente rápido e econô- se reproduzam, pela quebra de suas A lista de materiais compatíveis com mico de se obter a esterilização, mas cadeias moleculares (DNA) e induzindo a radiação inclui termoplásticos, borra- somente é possível utilizá-la em fluidos. reações dos fragmentos com o oxigê- chas, têxteis, metais, pigmentos, vidros, Além disso, obviamente, esse método nio atmosférico ou compostos oxigena- pedras preciosas, papéis, adesivos e também não pode ser empregado nos dos. Tecnicamente, duas fontes podem tintas, entre outros. Na área médica, casos em que os sólidos em suspensão ser utilizadas no processo de radiação pode ser utilizada em seringas descar- nos fluidos são o próprio princípio ativo. ionizante: raios gama de fontes seladas táveis, agulhas, catéteres, luvas, kits ci- Os meios filtrantes (velas porosas, de Cobalto-60 ou feixe de elétrons de rúrgicos, suturas, implantes, proteínas, discos de amianto e filtros de vidro aceleradores industriais de média e alta unidades para hemodiálise, pinças e poroso, por exemplo) podem ser feitos energias. reagentes. A lista inclui ainda próteses, de diversos materiais, como acetato de “As vantagens incluem o fato de cosméticos, aditivos e componentes celulose, policarbonato e outros sinté- que os produtos são esterilizados na farmacêuticos, meios de cultura, solu- ções e ingredientes para laboratórios. Mais recentemente, vem sendo utilizada também na esterilização de tecidos humanos (ossos e peles) para enxerto e pacientes com graves queimaduras. Além dessas e outras aplicações, um dos segmentos na mira da irradiação é o de processamento de alimentos e produtos agrícolas. “A técnica Autoridades de vigilância sanitária de 37 países, inclusive o Brasil, já aprovaram o uso de irradiação em mais de 40 tipos de alimentos é utilizada em especiarias (pimenta do reino), plantas medicinais, frutas (mangas), carne moída (hambúrguer) em países industrializados, como os é reduzido”, pondera o analista de Vali- Estados Unidos, mas ainda busca se dação da ABL, Yves Gayard. As insta- expandir no Brasil e em outros países lações devem seguir rígidas normas de em desenvolvimento”, constata Calvo. segurança e ter pessoal especializado. A propósito, autoridades de vigilância Além da radiação ionizante (raios sanitária de 37 países, incluindo o gama e feixe de elétrons), há a não-io- Brasil, aprovaram a irradiação em 40 nizante (raios ultravioleta), que é menos tipos de alimentos. As decisões foram usual para esterilização, porque tem influenciadas pela publicação de nor- baixo poder de penetração, não atra- mas nacionais e internacionais sobre vessando vidros, filmes sujos e outros o tema. materiais espessos. Como em outras aplicações relacionadas à radiação, a técnica enfrenta resistências, mas, segundo Calvo, a Óxido de Etileno informação e o esclarecimento são os melhores meios para ampliar a utili- O óxido de etileno (EtO) é um gás FILTRAX DO BRASIL FABRICANTE DE FILTROS DE AR, FILTROS BOLSA, FILTROS zação dessa alternativa. “A irradiação utilizado desde a Segunda Guerra de alimentos vem sendo pesquisada como alternativa de esterilização a bai- ABSOLUTOS, FILTROS CARTUCHOS, há mais de 50 anos e, do ponto de xa temperatura, notadamente no caso FILTROS DE ÁGUAS, ESTRUTURAS DE vista técnico, mostra-se bastante efi- de produtos e artigos médico-hospita- ciente para eliminar ou reduzir micro- lares com componentes plásticos ou organismos, parasitas e pragas, sem termossensíveis que não resistem a prejuízo ao alimento e ainda garantindo temperaturas superiores a 60°C ou a a segurança alimentar ao consumidor”, processos de radiação. Ele apresenta defende. grande eficácia na destruição de micro- Nas diversas aplicações há tam- organismos formadores de esporos. bém outra questão prática e econômi- Ganhou espaço na aplicação em ins- ca a ser superada para maior dissemi- trumentos de uso intravenoso e cardio- nação dessa técnica, que é a oferta pulmonar, aparelhos de monitorização de irradiadores comerciais com fontes invasiva, seladas de Cobalto-60 e aceleradores materiais elétricos (eletrodos, fios elé- industriais de elétrons licenciados pela tricos) e marcapassos, entre diversos CNEN para operar. “O número de em- outros. presas no Brasil que prestam o serviço instrumentos telescópios, FILTROS, SISTEMAS DE FILTRAGEM E SUAS RESPECTIVAS ESTRUTURAS, FAN FILTER E FLUXOS LAMINARES. FILTRAGEM, VENTILAÇÃO, AR CONDICIONADO E ACÚSTICA PABX: (11) 4771-2777 – FAX: (11) 4771-2554 [email protected] – www.filtraxbrasil.com.br O processo de esterilização com o 15 Rua Philomena Vivilechio, 142 Taboão da Serra – São Paulo – SP Esterilização óxido de etileno é normalmente executado com temperatura na faixa de 40ºC a 60ºC, umidade relativa com ponto ótimo entre 40% e 80% e uma concentração de gás normalmente acima de 400mg/l (ponto ótimo de eficiência) com duração média de ciclo de três a até mais de 10 horas. O EtO penetra em papel, tecido e em alguns filmes plásticos, mas pesa contra ele o fato de ser altamente inFoto: Arquivo SBCC flamável, tóxico e cancerígeno, o que exige cuidados. No Brasil, a Portaria Interministerial MS/MET nº 482, em vigor desde abril de 1999, estabelece procedimentos para as instalações de unidades de esterilização com esse Preparo de bolsas para envio a autoclave tipo de gás e disciplina ainda as suas misturas e seu uso. Nos Estados Uni- A esterilização é feita em câmara de hidrogênio (H2O2) é outra tecnologia dos, a OSHA – Occupational Safety de gás própria para essa finalidade, de esterilização de baixa temperatura and Health Administration também preenchida com EtO e gases diluentes, (ciclo entre 45°C a 55°C) disponível. estabelece limites para a exposição como dióxido de carbono ou nitrogê- Assim como o óxido de etileno, esse dos operadores ao gás neste tipo de nio (antes usava-se também CFC). A método encontra grande aplicação em operação. vantagem desse processo é o ganho instrumentos e dispositivos médico- O processo de esterilização com de escala, dada a quantidade de itens hospitalares. As suas propriedades EtO normalmente inclui uma fase de processados de uma vez em um pallet, oxidantes são capazes de destruir uma pré-condicionamento condicina- por exemplo. Mas o ganho de escala ampla gama de patógenos e apresenta mento, seguida de vácuo para a retira- obtido implica na utilização de grandes como vantagem a rapidez no processo, da do ar do interior da câmara, entrada quantidades de agente esterilizante, já que a liberação do produto ocorre de gás inerte e agente esterilizante que gera um elevado volume de resí- num intervalo de 30 minutos a 1 hora. (EtO), exposição (fase de esterilização duos de EtO, com alta inflamabilidade Conforme descrito em artigo da propriamente dita), lavagens com gás e os problemas de armazenamento daí odontóloga e enfermeira Denise De- inerte e ar para remover resíduos de decorrentes, o que requer cuidados marzo, publicado na edição 23 da EtO e, por fim, uma aeração completa especiais de manuseio e treinamento Revista SBCC (“A evolução dos esteri- para eliminar o gás da carga. ou adequado. Em função de custos e do lizadores a baixa temperatura: plasma “A esterilização com EtO continua banimento mundial do CFC, por causa de peróxido de hidrogênio”, veja artigo sendo o método mais utilizado para dis- dos impactos na camada de ozônio, os completo acessando o site www.sbcc. positivos médico-hospitalares descartá- processos tendem a utilizar 100% de com.br), dentro da câmara de esterili- veis no mercado brasileiro e mundial, óxido de etileno ou misturas de EtO e zação se desenvolvem reações a partir com os processos por irradiação apre- dióxido de carbono. do H2O2 que interagem com moléculas essenciais ao metabolismo e reprodu- sentando grande potencial neste segmento”, considera Fabiano Andreazza, supervisor de Esterilidade Assegurada da BD Medical, empresa que atua no Plasma de Peróxido de Hidrogênio 16 ligações químicas inespecíficas com membranas citoplasmáticas, enzimas, ácido desoxirribonucleico (DNA) e fornecimento de dispositivos médicohospitalares. ção dos micro-organismos, realizando A utilização de plasma de peróxido ácido ribonucleico (RNA), entre outros, que resulta em ação esporicida, fungicida, bactericida e virucida. Ao fim da esterilização e uma vez terminada a ação das ondas eletromagnéticas, as espécies químicas tendem a se recombinar formando H2O e O2 em pequenas concentrações, dispensando a aeração dos artigos. Os equipamentos também não re- As técnicas de esterilização asseguram níveis adequados de segurança em alimentos, medicamentos e em outros produtos consulta ao fabricante do artigo a ser esterilizado para garantir que pode ser submetido a esse método. Dispositivos que contenham celulose, por exemplo, podem absorver em excesso o precursor químico. Por isso, as embalagens devem ser diferenciadas. A capacidade de penetração de peróxido de hidrogênio também impõe querem áreas com rede de vapor ou limitações no comprimento e diâmetro tubulações e o cassete que carrega dos lumens (quantidade de luz visível o peróxido de hidrogênio não requer que um sistema emite) que podem ser condições controladas de temperatura o atendimento aos requisitos de eficá- no transporte e armazenamento. Os cia e segurança das regulamentações modernos equipamentos também têm RDC nº 185/01 e nº 56/01. efetivamente esterilizados. Em relação aos aspectos de segurança para o usuário, mesmo consi- ciclo automatizado e computadoriza- Existem, por outro lado, restrições derando que o peróxido de hidrogênio do, além de permitir o cancelamento inerentes à tecnologia. O sistema é não seja tóxico na mesma medida que do ciclo, caso as condições mínimas incompatível com líquidos. Por ser um o óxido de etileno, a OSHA também es- para a sua reprodutibilidade não sejam forte oxidante, o peróxido de hidrogênio tabelece limites de exposição a deter- alcançadas. Para o registro desses também pode ser incompatível com minadas concentrações da substância Anuncio SBCC - HI VAC MX II.pdf 1 6/22/2011 equipamentos no Brasil são exigidos 10:45:46 AM certos materiais, o que exige do usuário ao longo do dia. 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