FM-Marrocos _Junho 2012
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FM-Marrocos _Junho 2012
Mercados informação global Marrocos Ficha de Mercado Junho 2012 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Índice 1. País em Ficha 03 2. Economia 04 2.1. Situação Económica e Perspectivas 04 2.2. Comércio Internacional 07 2.3. Investimento 10 2.4. Turismo 11 3. Relações Económicas com Portugal 12 3.1. Comércio 12 3.2. Serviços 16 3.3. Investimento 17 3.4. Turismo 19 4. Relações Internacionais e Regionais 20 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 21 5.1. Regime Geral de Importação 21 5.2. Regime de Investimento Estrangeiro 23 5.3. Quadro Legal 25 6. Informações Úteis 27 7. Endereços Diversos 29 8. Fontes de Informação 31 8.1. Informação Online aicep Portugal Global 31 8.2. Endereços de Internet 33 2 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) 1. País em Ficha 2 2 Área: 710.850 km (incluindo o Sahara Ocidental, que ocupa 252.120 km ) População: 32,7 milhões de habitantes (estimativa 2011) Densidade populacional: 46 habitantes por km (estimativa 2011) Designação oficial: Reino de Marrocos 2 Chefe do Estado: Rei Mohammed VI Primeiro-Ministro: Abdelilah Benkirane (PJD) Data da actual constituição: Julho de 2011 Principais partidos políticos: Lealistas: Congregação Nacional dos Independentes; União Constitucional; Movimento Popular (MP); Aliança Nacional; Partido da Autenticidade e da Modernidade. Esquerda e Centro-Esquerda: Partido Istiqlal; União Socialista das Forças Populares; Partido do Progresso e do Socialismo (PPS); Esquerda Socialista Unificada. Islamista: Partido da Justiça e Desenvolvimento (PJD). O maior movimento islamita do país é o banido alAdl-wal-Ihsane (Justiça e Caridade). As eleições legislativas irão ter lugar em Novembro de 2016 (Câmara dos Representantes) Capital: Rabat - 1,4 milhões de habitantes (inclui Salé) - censo meados 2004 Outras cidades importantes: Casablanca (3 milhões), Fés (954 mil), Marrakech (844 mil), Tanger (704 mil) e Kénitra (573 mil) Religião: A religião oficial é o islamismo; a maioria da população é muçulmana Língua: A língua oficial é o árabe, embora uma minoria significativa da população fale o berbere. O francês (língua usada predominantemente nos negócios e na administração) e o castelhano são também utilizados Unidade monetária: Dirham marroquino (MAD) 1 EUR = 11,0509 MAD (BdP – final de Maio 2012) Risco do país: Risco político B (AAA = risco menor; D = risco maior) Risco de estrutura económica B Risco geral BB “Ranking” em negócios: Índice 5,51 (10 = máximo) “Ranking” geral: 68 (entre 82 países) Risco de crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior) (COSEC – http://cgf.cosec.pt - Março de 2012) Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. / PIB = 62,1% (estimativa 2011) Imp. / PIB = 40,8% (estimativa 2011) Imp. / Imp. Mundial = 0,23% (2010) Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) - ViewsWire May 22nd 2012; Country Report May 2012; Organização Mundial de Comércio (OMC); Banco de Portugal (BdP); Companhia de Seguros de Crédito (COSEC) 3 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) 2. Economia 2.1. Situação Económica e Perspectivas As reformas económicas introduzidas nos últimos dez anos, a crescente abertura ao exterior, o assinalável investimento em infra-estruturas e a aposta num conjunto de sectores considerados estratégicos para o desenvolvimento do país, mudaram de forma muito positiva a face económica de Marrocos, que se traduziu numa notável evolução do sector financeiro, dos serviços e da indústria. Apesar disso, a realidade económica marroquina caracteriza-se ainda por uma significativa volatilidade do seu crescimento em virtude da excessiva dependência do sector agrícola, que representa cerca de 16-17% do produto interno bruto (PIB) e emprega 40% dos trabalhadores, sendo que fracos desempenhos neste sector, que depende muito das condições climáticas, provocam efeitos nefastos, sobretudo ao nível do consumo privado. De forma gradual, os restantes sectores de actividade têm vindo a registar um maior desenvolvimento, nomeadamente a indústria, que contribui com cerca de 29% para o PIB e absorve 13% da população empregada, destacando-se a indústria transformadora, que ainda está concentrada nos produtos agroalimentares, indústria têxtil e do couro, e produtos químicos. Tem sido preocupação do Governo promover a diversificação da economia, apostando na promoção de indústrias de maior valor acrescentado (electrónica, aeronáutica e agro-alimentar), estando em curso o desenvolvimento de vários parques tecnológicos ao longo do país. A nova fábrica da Renault, situada no norte de Marrocos, já começou a operar, destinando-se a grande maioria da produção aos mercados externos. É previsível que este projecto possa gerar outros investimentos, o que produzirá impactos positivos em termos económicos. O sector dos serviços continua a ter um papel predominante na economia do país (aproximadamente 52% do PIB), com o turismo, os transportes e comunicações, os serviços de intermediação financeira e a construção e obras públicas a assumirem particular destaque. De salientar que a expansão do Porto de Tanger irá permitir um importante desenvolvimento dos serviços de logística. Muito embora o desempenho da economia marroquina tenha registado grandes flutuações ao longo dos últimos anos, em grande parte devido à evolução do sector agrícola, é de assinalar que no período 19962009, o crescimento médio anual do PIB atingiu cerca de 5%. Por outro lado, dado que a taxa média de crescimento anual da população foi de 1,7%, assistiu-se a um considerável aumento do PIB per capita, que se situa actualmente em cerca de 3.000 USD, ainda assim, aquém dos valores registados nos restantes países do Magrebe (à excepção da Mauritânia). Em 2010 verificou-se um abrandamento da actividade económica, que se fixou em 3,7%, devido ao fraco desempenho do sector agrícola, ao menor crescimento do consumo interno e a uma recuperação relativamente modesta da procura externa. Segundo estimativas da Economist Intelligence Unit (EIU), 4 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) confirmadas pelos dados do Haute Commisariat du Plan (HCP), em 2011 a taxa de crescimento económico atingiu 4,9%, impulsionada fundamentalmente pela robustez da procura interna e pelo bom ano agrícola, sendo que o sector externo teve uma contribuição nula para o crescimento. Para o corrente ano, a actividade económica deverá sofrer um declínio - prevendo a EIU que o 1 crescimento do PIB se situe em 2,4%, enquanto o FMI aponta para 3,7% - afectada pelos maus resultados do sector agrícola (alguns analistas prevêem uma queda do PIB agrícola entre 20 e 25%) e por um fraco desempenho das exportações, afectadas pela conjuntura recessiva da União Europeia, principal parceiro económico de Marrocos. Para o período 2012-2016, as previsões da EIU apontam para uma taxa de crescimento do PIB da ordem de 4,4% (média anual), a que não é alheia a estratégia governamental de diversificação da economia. A taxa de inflação tem-se mantido controlada, devido, particularmente, a subvenções por parte do Estado de um conjunto de produtos básicos (cereais, carburantes, gás, açúcar, entre outros), através do 2 mecanismo da caixa de compensação . Em 2009 a taxa de inflação baixou de forma considerável (não foi além de 1%), motivada, sobretudo, por uma mudança de metodologia e pela queda dos preços dos bens alimentares. Os dados relativos aos últimos dois anos indicam que o índece de preços ao consumidor se mantem controlado (1,4% em 2011), mas as projecções para 2012-2016 referem um valor da ordem de 2,4% (taxa média anual). A taxa de desemprego baixou de 13,4% em 2000 para 8,9% no último ano, não devendo verificar-se alterações significativas a curto prazo. De salientar que a metodologia utilizada para o apuramento deste indicador, inclui no conceito de emprego tanto o trabalho remunerado como o não remunerado (aprendizes e trabalho familiar), sendo que este último assume uma expressão muito significativa nos meios rurais. O desemprego atinge sobretudo os jovens entre os 15 e os 24 anos, os diplomados de nível superior e os que procuram o primeiro emprego. Depois de vários anos de relativo equilíbrio, a balança corrente sofreu um forte agravamento nos últimos anos, tendo-se verificado um défice superior a 8 mil milhões de USD em 2011 (8,2% do PIB) fruto do aumento do défice comercial. As projecções para 2012 apontam para um défice da balança corrente da ordem de 9,1% do PIB, mas deverá verificar-se uma evolução mais favorável a partir de 2013, em consequência de um sector de serviços mais forte, de uma redução da dependência das importações de 3 petróleo e da previsível diminuição dos preços desta commodity e, finalmente, de maiores excedentes nas transferências correntes (onde se destacam as remessas dos emigrantes, grande parte deles a trabalhar na Europa). 1 O Haute Commisariat du Plan prevê um crescimento de 4,1% para 2012. Em 2008, quando os preços do petróleo e dos produtos alimentares registaram uma subida acentuada, o montante dos subsídios correspondeu a 5% do PIB, tendo baixado para 2,5% do PIB em 2010; actualmente o Governo está empenhado em que este montante não ultrapasse 2% do PIB. 3 Marrocos está a apostar nas energias renováveis (solar, eólica e hídrica) e está a construir uma fábrica de gás natural liquefeito. Foram lançados dois projectos, de 2000 megawatts cada, para a produção de energia solar e eólica com o objectivo de, até 2020, 20% da energia consumida em Marrocos seja de origem renovável. 2 5 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Ao contrário dos anos precedentes, em que o saldo orçamental apresentava valores positivos, em 2009 verificou-se um défice das contas públicas correspondente a 2,7% do PIB, em resultado de um recuo das receitas fiscais superior a 15% face a 2008. Nos últimos dois anos o défice do sector público registou um agravamento substancial (3,7% e 5,9% do PIB em 2010 e 2011, respectivamente), em consequência de políticas expansivas destinadas a estimular a procura interna, permitindo fazer face à crise internacional. Para o corrente ano as previsões da EIU indicam um défice público da ordem de 6,2% do PIB, que deverá diminuir ao longo dos próximos anos. O peso da dívida pública continuou a aumentar, correspondendo a 63,7% do PIB em 2011 (61,1% do PIB em 2010), enquanto a dívida externa representou 27,9% do PIB (29,3% em 2010). As projecções apontam para um agravamento destes indicadores em 2012. O Bank al-Maghrib (banco central) continua a manter o dirham indexado a um cabaz de divisas onde predomina o euro (em 80%), pelo que nos próximos anos a moeda marroquina deverá continuar a acompanhar as flutuações do euro, permitindo assim ao país dispor de uma posição competitiva em termos de comércio internacional. Principais Indicadores Macroeconómicos Unidade População Milhões PIB a preços de mercado 10 MAD PIB a preços de mercado 2009 a 2010 a b 2011 32,0 32,4 9 736,2 764,3 10 USD 9 91,4 90,8 USD 2.860 % Consumo privado 2012 c 2013 c 2014 c 32,7 33,1 33,4 33,8 811,1 a 839,5 897,9 965,8 100,6 a 97,9 102,8 109,4 2.800 3.070 2.960 3.070 3.240 4,8 3,7 4,9 2,4 4,4 4,8 Var. % 4,6 2,2 5,0 2,5 5,0 4,5 Consumo público Var. % 12,1 -0,9 5,5 5,0 4,4 4,0 Formação bruta de capital fixo Var. % 2,6 -0,7 5,0 4,5 5,3 5,0 9,1 8,9 a 9,3 9,0 8,9 a 1,1 2,4 2,6 PIB per capita Crescimento real do PIB Taxa de desemprego % Taxa de inflação (média) 9,1 % 1,0 1,0 1,4 Dívida pública % do PIB 56,9 61,1 63,7 69,6 71,3 71,8 Dívida externa % do PIB 26,0 b 27,9 30,1 29,4 28,3 % do PIB -2,7 -3,7 -5,9 -6,2 -5,6 -4,9 Saldo do sector público d 6 29,3 Saldo da balança corrente 10 USD -5.362 -4.209 -8.251 -8.954 -6.102 -5.039 Saldo da balança corrente % do PIB -5,9 -4,6 -8,2 -9,1 -5,9 -4,6 8,57 8,74 8,82 11,19 11,27 11,16 Taxa de câmbio (média) 1USD=xMAD 8,06 8,42 8,07 a Taxa de câmbio (média) 1EUR=xMAD 11,23 11,17 11,23 a nd Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU) – ViewsWire May 22 Notas: (a) Valores efectivos; 2012 (b) Estimativa; (c) Previsão (d) Excluindo receitas de privatizações MAD – Dirham Marroquino 6 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) 4 Embora persistam alguns indicadores mais desfavoráveis , é de salientar que, como já referimos, Marrocos tem feito um esforço no sentido da diversificação da sua economia, no desenvolvimento e modernização das suas infra-estruturas e tem registado progressos assinaláveis ao nível das condições de vida da sua população. Em termos do sector industrial, o Governo apostou na criação de 22 plataformas integradas (previstas no Pacto Nacional de Emergência Industrial, incluindo sectores especialmente vocacionados para a exportação), a agricultura foi reorganizada em fileiras (sector de grande importância, objecto de um plano denominado Marrocos Verde) e o país deu mostras de um estilo de vida moderno e urbano, com o sector da logística, centros comerciais e franchising a registarem grande desenvolvimento. Também na área da distribuição foi criado o Plano de Acção Rawaj, com o objectivo de modernizar o comércio interno em termos de infra-estruturas, regulamentos e práticas. De salientar ainda que, de acordo com diversos relatórios de organizações internacionais – Fórum Económico Mundial, Banco Mundial e “The Heritage Foundation” – é possível identificar importantes avanços ao nível da estabilidade política, do quadro macroeconómico, do sistema financeiro, da abertura da economia, da facilidade de constituição de empresas e dos procedimentos aduaneiros. Os relatórios sublinham, no entanto, que certos constrangimentos entravam a competitividade do país, como sejam a justiça, o mercado de trabalho, a burocracia, a protecção dos investidores, a inovação, pesquisa e desenvolvimento e a qualidade do sistema de ensino e formação profissional. 2.2. Comércio Internacional Marrocos assume um lugar relativamente modesto no comércio mundial, particularmente na qualidade de exportador, ocupando, em 2010, a 71ª posição do ranking de exportadores, com uma quota de 0,12% das exportações mundiais, e a 56ª enquanto importador, com uma quota de 0,26%. Evolução da Balança Comercial 6 (10 USD) 2007 2008 2009 2010 2011 a Exportação 15.146 20.330 14.045 17.584 21.367 Importação 29.316 39.827 30.408 32.646 41.093 -14.170 -19.497 -16.363 -15.062 19.727 51,7 51,0 46,2 53,9 52,0 Como exportador 70ª 69ª 72ª 71ª n.d. Como importador 55ª 52ª 55ª 56ª n.d. Saldo Coeficiente de cobertura (%) Posição no “ranking” mundial Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) e Organização Mundial de Comércio (OMC) Notas: (a) Estimativa n.d. – não disponível 4 Nomeadamente em termos de uma economia informal muito significativa (que prejudica seriamente as finanças públicas), de um sector público sobredimensionado e de um rendimento per capita baixo. 7 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) A balança comercial marroquina é estruturalmente deficitária, tendo-se verificado um agravamento 5 significativo do défice em 2007 e 2008 . De facto, nesses dois anos, os sucessivos recordes atingidos no preço do petróleo fizeram aumentar a factura energética, que não foi suficientemente compensada pelo 6 forte crescimento das exportações de fosfatos , tendo daí resultado um défice da balança comercial de, respectivamente, 14,2 e 19,5 mil milhões de USD. Em 2009 assistiu-se a uma queda acentuada das transacções comerciais, na ordem de 30,9% para as exportações e de 23,6% para as importações. A diminuição das importações de petróleo bruto e de produtos energéticos diversos foram responsáveis por 60% do decréscimo das importações globais em 2009. Por outro lado, os constrangimentos ao nível das exportações deveram-se, sobretudo: à queda dos preços dos fosfatos e derivados e à decisão do Office Chérifien des Phosphates de suspender temporariamente a sua venda, em virtude da diminuição da procura mundial e a fim de evitar uma maior deterioração dos preços; à concorrência dos países de baixos custos, nomeadamente os asiáticos; e à descida registada na procura europeia. Os dados relativos a 2010 revelam uma recuperação das trocas comerciais, traduzida num aumento de 25,2% e 7,4% em termos de exportações e importações, respectivamente. O défice comercial registou um valor de 15,1 mil milhões de USD, correspondente a uma diminuição de 8% relativamente ao ano anterior. O aumento dos preços e das quantidades importadas de produtos energéticos, bens alimentares e produtos semi-acabados (produtos químicos, matérias plásticas e ferro e aço) foram os principais responsáveis pela subida das importações. Em termos de exportações, é de salientar o contributo determinante das vendas de fosfatos e derivados, que registaram uma subida de 97% em relação a 2009. As estimativas relativas a 2011 apontam para um aumento considerável tanto das exportações (+21,5% face a 2010) como das importações (+25,9%), com implicações negativas em termos de défice comercial, que terá atingido 19,7 mil milhões de USD (+31%). Para o corrente ano perspectiva-se um crescimento modesto dos dois fluxos da balança comercial (da ordem dos 4 a 5%), em virtude de uma certa estabilização dos preços das commodities e das fracas perspectivas económicas da União Europeia. A UE é o principal parceiro comercial de Marrocos (representou cerca de 56% das exportações do país e 47% das importações em 2011), impondo-se as razões históricas que fazem de França e de Espanha os seus principais mercados de exportação e importação. Embora tenham vindo a perder quota de mercado, estes dois países foram, em 2011, o destino de cerca de 38% das vendas e a origem de 25% das compras marroquinas ao exterior. 5 6 Entre 2004 e 2008, verificou-se um aumento médio anual do défice da balança comercial da ordem de 25%. Marrocos é o primeiro exportador de fosfatos a nível mundial, com 31% do mercado. Em 2008 constituíu o principal produto das exportações marroquinas. 8 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Principais Clientes 2009 2010 2011 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição França 24,4 1ª 21,6 1ª 19,7 1ª Espanha 20,2 2ª 17,1 2ª 18,2 2ª India 5,8 3ª 5,9 3ª 6,2 3ª Brasil 2,1 9ª 3,3 7ª 5,0 4ª Estados Unidos da América 3,2 6ªª 3,6 5ª 4,6 5ª Itália 4,6 4ª 4,5 4ª 4,0 6ª Holanda 2,8 8ª 3,3 6ª 2,7 7ª Alemanha 3,0 7ª 3,2 8ª 2,6 8ª Reino Unido 3,3 5ª 2,8 9ª 2,4 9ª Bélgica 1,6 1ª 2,0 10ª 1,9 10ª Portugal 1,2 16ª 1,2 16ª 1,3 15ª Fonte: World Trade Atlas (WTA) Principais Fornecedores 2009 2010 2011 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição França 15,5 1ª 15,4 1ª 13,6 1ª Espanha 12,5 2ª 11,8 2ª 11,3 2ª Estados Unidos da América 7,1 4ª 7,1 4ª 8,6 3ª Arábia Saudita 4,4 7ª 5,9 6ª 6,8 4ª China 7,9 3ª 8,0 3ª 6,5 5ª Itália 6,4 5ª 5,9 5ª 5,1 6ª Rússia 2,7 8ª 3,5 8ª 4,7 7ª Alemanha 5,3 6ª 4,6 7ª 4,5 8ª Turquia 2,2 11ª 2,2 11ª 2,7 9ª Iraque 2,0 12ª 2,0 13ª 2,6 10ª Portugal 1,2 21ª 1,6 16ª 1,7 16ª Fonte: World Trade Atlas (WTA) De salientar que as exportações marroquinas para a UE registaram uma queda de 29% em 2009 (face ao ano anterior), enquanto as importações diminuíram 20%. Os dados relativos aos dois últimos anos revelam uma recuperação dos fluxos comerciais com a UE, sendo de destacar que em 2011 as exportações aumentaram 19% (relativamente ao ano anterior) e as importações tiveram um acréscimo 9 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) de 17%. O Acordo de Associação com a UE e estatuto avançado (abolição de direitos aduaneiros para produtos industriais com certificado Euro 1) continuará a assegurar a posição especial da União no comércio marroquino, embora os acordos de livre comércio assinados entre Marrocos e os EUA, bem como com outros Estados, ajudem gradualmente a diversificar mercados. Em 2011 Portugal ocupou o 15º lugar do ranking de clientes e o 16º equanto fornecedor, com uma quota de mercado de 1,3% e 1,7%, respectivamente. De salientar que, em 2009, Portugal ocupava a 21ª posição enquanto fornecedor, com uma quota de 1,2%. No contexto da UE, Portugal posicionou-se em 8º lugar enquanto cliente e fornecedor. Principais Produtos Transaccionados – 2011 Exportações / Sector % Importações / Sector % 85-Máquinas, aparelhos e materiais eléctricos 13,7 27-Combustíveis/óleos minerais 26,0 31-Adubos e fertilizantes 11,1 84-Máquinas e aparelhos mecânicos 9,5 62-Vestuário e seus acessórios, exc. de malha 10,9 85-Máquinas, aparelhos e materiais eléctricos 7,4 28-Produtos químicos inorgânicos 10,0 87-Veículos automóveis e partes 6,3 25-Sal, enxofre, gesso, cal e cimento 8,4 10-Cereais 4,6 27-Combustíveis/óleos minerais 5,6 39-Plásticos e suas obras 3,7 61-Vestuário e seus acessórios, de malha 4,3 72-Ferro fundido, ferro e aço 3,6 03-Peixes, crustáceos e moluscos 3,8 25-Sal, enxofre, terras e pedras, cal e cimento 1,7 16-Prep. de carnes, peixes, crustáceos e moluscos 2,6 73-Obras de erro fundido, ferro ou aço 1,7 07-Produtos hortícolas 2,5 52-Algodão 1,7 Fonte: World Trade Atlas (WTA) A análise sectorial das transacções comerciais revela, em 2011, uma recuperação das exportações da maior parte dos sectores de actividade, com particular destaque para as vendas de fosfatos e derivados, que registaram uma subida da ordem de 65% em relação a 2010, sendo determinantes para o aumento acentuado das exportações. Também as exportações de máquinas, equipamentos e materiais eléctricos (13,7% do total exportado em 2011) aumentaram 12,4% relativamente a 2010, enquanto o vestuário e seus acessórios tiveram um acréscimo de 10,5%. No que se refere às importações, o acréscimo verificado em 2011 resultou de uma subida generalizada de todos os produtos, com especial relevância para a aquisição de produtos energéticos (+34% face a 2010), que representou 26% das importações totais (24% em 2010 e 21% em 2009). 2.3. Investimento De acordo com o World Investment Report 2011 publicado pela UNCTAD, os dados relativos aos fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE) revelam que Marrocos não é um player a nível mundial nesta 10 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) área, ocupando posições muito modestas nos respectivos rankings, e recebe maiores fluxos de investimento estrangeiro do que aqueles que emite. Em 2010, último ano disponível, o país posicionouse em 80º lugar do ranking mundial enquanto receptor de IDE (0,1% do total mundial) e ocupou a 59ª posição no conjunto dos países emissores. Entre 2006 e 2010 Marrocos recebeu cerca de 11 mil milhões de USD de investimento directo estrangeiro (média anual de 2,2 mil milhões de USD) e, segundo a EIU, o stock total de IDE ascende a 45,3 mil milhões de USD, correspondendo a 47,5% do PIB e a 1.398 USD per capita. Estimativas referentes a 2011 revelam que os fluxos de IDE ultrapassaram 2,5 mil milhões de USD, representando 2,5% do PIB e 8% da formação bruta de capital fixo. Investimento Directo 6 (10 USD) 2006 Investimento estrangeiro em Marrocos 2007 2008 2009 2010 2.449 2.805 2.487 1.952 1.304 445 622 485 470 576 Como receptor 66ª 64ª 69ª 70ª 80ª Como emissor 59ª 65ª 67ª 59ª 59ª Investimento de Marrocos no estrangeiro Posição no “ranking” mundial Fonte: UNCTAD - World Investment Report 2011 Ao analisarmos o investimento directo estrangeiro por país de origem, é notória a tradicional relevância da França que, em 2010, foi responsável por cerca de 60% do total de IDE. Outros investidores importantes são a Espanha, Emirados Árabes Unidos, Suíça, Kuweit, Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos da América e Itália. A título de exemplo, algumas das maiores empresas que têm investido em Marrocos, incluem o grupo sul-coreano Daewoo, o grupo franco-italiano SGS Thomson, a Microsoft, a Oracle e Compaq, a GlaxoSmithKline e a Renault-Nissan. Os sectores das telecomunicações e do imobiliário foram os mais atractivos em termos de captação de IDE, representando, respectivamente, 31,8% e 22,9% do total dos fluxos investidos no país em 2010. O 7 sector bancário, a indústria e o turismo representam também uma fatia importante do IDE. Em termos industriais, é entendimento generalizado que Marrocos perdeu, no sector têxtil, o mercado de baixos preços, mas tem grandes possibilidades se apostar em produtos de maior valor acrescentado, em grande parte devido à sua proximidade à União Europeia. A política de promoção do investimento continua a constituir um dos eixos fundamentais da estratégia de desenvolvimento do país, tendo em conta o seu papel determinante na concretização dos objectivos nacionais, sobretudo em termos de crescimento económico sustentado e da criação de empregos. 7 Grande parte do peso da indústria deve-se à implantação da Renault e de empresas de componentes auto que acompanham a multinacional francesa no projecto da zona franca de Tanger Med. 11 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Com a abertura da economia e as medidas de flexibilização de operações de capital adoptadas pelo Office des Changes, verificou-se um maior interesse dos investidores marroquinos por oportunidades de negócio fora do país. Em 2010 o investimento directo de Marrocos no estrangeiro alcançou 576 milhões de USD e destinou-se, fundamentalmente, aos países africanos (mais de 90% do total), com particular destaque para o Mali, Gabão e República do Congo. A França é também um receptor habitual de investimento marroquino (6,3% do total em 2010). Em termos sectoriais, as telecomunicações (40,4% do total) e a banca (32,8%) foram as áreas que atraíram maiores fluxos de investimento marroquino em 2010, tal como tinha acontecido no ano anterior. 2.4. Turismo O turismo é um dos principais motores de crescimento da economia marroquina e tem um papel fundamental no equilíbrio da balança de pagamentos e enquanto actividade empregadora, continuando a ser considerado pelas autoridades como um sector prioritário. Neste sentido, foi lançado o ambicioso Plano Vision 2020, que surge na sequência do anterior Vision 2010, iniciado em 2001. Com o Plano Vision 2020, pretende-se duplicar a dimensão do sector turístico e colocar Marrocos entre os vinte principais destinos turísticos mundiais. Concretamente, o plano visa atrair 18,6 milhões de turistas em 2020, aumentar a sua capacidade de alojamento em 200 mil camas, incrementar as receitas turísticas para um montante de 16,6 mil milhões de USD e gerar 470.000 novos postos de trabalho. Nos últimos anos, o número de turistas tem aumentado de forma considerável, sendo a França, Espanha, Reino Unido, Alemanha, Itália e EUA os mercados emissores mais representativos. Nestes, incluem-se os cidadãos marroquinos residentes no estrangeiro (MRE), que visitam com frequência o seu país nas férias de Verão e são um importante factor de equilíbrio da balança de invisíveis correntes. As autoridades têm vindo a promover um programa especial de acolhimento, para que os MRE não percam o contacto com o seu país de origem, sobretudo as 2ª e 3ª gerações. Indicadores do Turismo 2007 a 3 Turistas (10 ) b 6 Receitas (10 USD) Fonte: Notas: 2008 2009 2010 2011c 7.408 7.879 8.341 9.288 9.342 7.162 7.168 6.557 6.703 7.252 WTO – World Tourism Organization (a) Inclui visitantes nacionais a residir no estrangeiro (b) Não inclui as receitas de transporte (c) Estimativas De acordo com as estatísticas da World Tourism Organization (WTO), entraram nas fronteiras de Marrocos cerca de 9,3 milhões de turistas em 2011 (4,4 milhões em 2001), a que correspondeu um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior, colocando o país na 27ª posição enquanto receptor de 12 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) turistas a nível mundial (24ª em 2010). No que se refere às receitas provenientes do sector do turismo registou-se, em 2011, um acréscimo de 4%, colocando o país no 36º lugar do ranking mundial (37º em 2010). 3. Relações Económicas com Portugal 3.1. Comércio Marrocos é um importante parceiro comercial de Portugal, designadamente enquanto destino das nossas exportações, já que no que se refere à origem das importações a sua posição é bastante mais modesta. Ocupando posições cada vez mais relevantes na lista dos principais clientes de Portugal (15ª em 2010 e 2011 versus 21ª em 2007), é de realçar que, fora do espaço europeu, Marrocos se encontra em sexto lugar, depois de Angola, EUA, Brasil, México e China, representando 3,5% das exportações extracomunitárias. Nos primeiros três meses do corrente ano, o seu peso no valor global das exportações portuguesas continuou a subir (1,1% das exportações totais), posicionando-se no 13º lugar do ranking de clientes. Enquanto fornecedor, Marrocos foi responsável por 0,24% do total das importações portuguesas em 2011 (35ª posição), o valor mais elevado dos últimos anos. Até Março do corrente ano, o seu peso no valor global das importações manteve-se estável, posicionando-se no 38º lugar do ranking de fornecedores. No contexto do comércio externo marroquino, e de acordo com os dados divulgados pelo World Trade Atlas relativos a 2011, verifica-se que Portugal ocupa o 16º lugar enquanto fornecedor e tem vindo a ganhar quota de mercado ao longo dos últimos anos (1,24% das importações em 2007 e 1,71% em 2011). Como cliente, Portugal detém a 15ª posição, com uma quota de 1,29%. Importância de Marrocos nos Fluxos Comerciais para Portugal 2007 2008 2009 2010 2012 Jan/Março 2011 Posição 21ª 17ª 17ª 15ª 15ª 13ª % Saídas 0,52 0,70 0,68 0,82 0,91 1,07 Posição 47ª 51ª 53ª 43ª 35ª 38ª % Entradas 0,14 0,11 0,11 0,19 0,24 0,24 Como cliente Como fornecedor Fonte: Nota: INE - Instituto Nacional de Estatística Os termos Saídas e Entradas correspondem aos agregados (Expedições+Exportações) e (Chegadas+Importações), cujas designações se referem às trocas comerciais IntraUE e ExtraUE, respectivamente. 13 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) As transacções comerciais entre os dois países são tradicionalmente favoráveis a Portugal, com as nossas exportações a apresentarem, no período 2007-2011, um crescimento médio anual de 21,1%, enquanto que as importações registaram um aumento de 19,9%. Estes valores resultaram, fundamentalmente, do bom desempenho dos fluxos comerciais nos últimos dois anos. Em 2011, as exportações portuguesas para o mercado marroquino atingiram 387,5 milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 28,1% relativamente a 2010. Por outro lado, as importações alcançaram 139,2 milhões de euros, o que representou um acréscimo de 26,9% em relação a 2010. Os últimos dados disponíveis, relativos ao primeiro trimestre de 2012, e quando comparados com os do período homólogo do ano anterior, indicam uma subida pronunciada das exportações portuguesas para Marrocos (+53,9%), enquanto as importações registaram um decréscimo de 3,2%. Evolução da Balança Comercial Bilateral 3 Var.% 07/11 a Jan/Mar 2011 b Jan/Mar Var % 2012 11/12 (10 EUR) 2007 2008 2009 2010 2011 Exportações 199.408 273.331 215.357 302.366 387.476 21,1 79.514 122.390 53,9 Importações 85.842 70.911 58.469 109.662 139.215 19,9 35.001 33.884 -3,2 Saldo 113.567 202.419 156.888 192.704 248.261 -- 44.513 88.506 -- Coef. Cobertura (%) 232,3% 385,5% 368,3% 275,7% 278,3% -- 227,2% 361,2% -- Fonte: Notas: INE – Instituto Nacional de Estatística (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007 – 2011 (b) Taxa de variação homóloga Período 2007 a 2009 – resultados definitivos; 2010 a 2012 – resultados preliminares A estrutura das exportações portuguesas para Marrocos, por grandes grupos de produtos, revela uma predominância das máquinas e aparelhos (22% do total em 2011) e dos metais comuns (20,5%), que, em conjunto, representaram 42,5% das exportações totais em 2011 (42,6% em 2010). Ou seja, é perceptível uma preponderância dos bens vinculados aos sectores da construção e obras públicas e fornecimentos industriais. Das restantes categorias de produtos, destacam-se ainda os plásticos e borracha (9,3%), veículos e outro material de transporte (8,5%), madeira e cortiça (7,6%), matérias têxteis (7,0%), pastas celulósicas e papel (6%) e produtos químicos (5,8%). De salientar que todos estes grupos de produtos registaram aumentos assinaláveis no último ano relativamente a 2010, com particular destaque para as exportações de produtos químicos (+114,3%), de máquinas e aparelhos (+42%), de plásticos e borracha (41,8%), de veículos e outro material de transporte (+41,8%) e de pastas celulósicas e papel (+40,7). Numa análise mais detalhada, a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC), verifica-se que em 2011 os seis produtos mais representativos, por ordem decrescente, foram os seguintes: fios e outros condutores, isolados para usos eléctricos (11,5% do total, com um aumento de 120,6% face a 2010); fiomáquina de ferro ou aço não ligado (10%, com um aumento de 185,7%); automóveis de passageiros e 14 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) outros veículos de transporte de passageiros (5,8%, com um acréscimo de 40,6%); produtos semimanufacturados de ferro ou aço não ligado (4,7% do total, com um decréscimo de 58%); papel e cartão para escrita ou outros fins gráficos (4,4%, com um aumento de 53,2%) e polímeros de cloreto de vinilo ou outras olefinas halogenadas (3,5%, com um acréscimo de 38,7%). Exportações por Grupos de Produtos 3 (10 Euros) 2007 % Total 2007 2010 % Total 2010 2011 % Total 2011 Var % 10/11 Máquinas e aparelhos 49.935 25,0 60.062 19,9 85.297 22,0 42,0 Metais comuns 23.753 11,9 68.559 22,7 79.251 20,5 15,6 Plásticos e borracha 18.498 9,3 25.401 8,4 36.011 9,3 41,8 Veículos e outro mat. transporte 12.214 6,1 23.362 7,7 33.117 8,5 41,8 Madeira e cortiça 13.540 6,8 28.184 9,3 29.287 7,6 3,9 Matérias têxteis 27.524 13,8 21.960 7,3 27.211 7,0 23,9 3.667 1,8 16.570 5,5 23.311 6,0 40,7 11.728 5,9 10.443 3,5 22.381 5,8 114,3 Minerais e minérios 7.802 3,9 8.171 2,7 11.128 2,9 36,2 Combustíveis minerais 8.600 4,3 14.079 4,7 10.672 2,8 -24,2 Alimentares 5.347 2,7 4.061 1,3 3.939 1,0 -3,0 816 0,4 1.318 0,4 3.892 1,0 195,4 Instrumentos de óptica e precisão 2.263 1,1 2.864 0,9 3.227 0,8 12,7 Agrícolas 1.808 0,9 2.687 0,9 2.499 0,6 -7,0 Vestuário 1.149 0,6 540 0,2 2.300 0,6 326,1 Calçado 1.261 0,6 1.758 0,6 2.001 0,5 13,8 Outros produtos 2.130 1,1 10.590 3,5 11.252 2,9 6,3 Valores confidenciais 7.373 3,7 1.757 0,6 700 0,2 -60,2 Total 199.408 100,0 302.366 100,0 387.476 100,0 28,1 Pastas celulósicas e papel Químicos Peles e couros Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Se analisarmos a evolução das exportações portuguesas de produtos industriais transformados por grau de intensidade tecnológica, verifica-se que a maior representatividade, em 2010, recai no grau médiaalta com 39,7% (48,2% em 2006) e no grau média-baixa com 36,6% (19,0% em 2006), seguindo-se a baixa com 20,7% (27,4% em 2006) e, por último, a alta com 3,0% (5,4% em 2006). De assinalar que as exportações de produtos industriais transformados representam 91% das exportações totais para Marrocos. Relativamente às importações provenientes de Marrocos, assiste-se a uma maior concentração relativamente às exportações, sendo que os dois primeiros grupos – máquinas/aparelhos e vestuário representaram 53,6% das importações totais em 2011, com particular destaque para o grupo das máquinas e aparelhos, que detem uma quota de 37,7%. Cabe ainda salientar os produtos agrícolas e os produtos químicos, que totalizaram, em conjunto, 21% das importações. 15 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Numa análise mais detalhada, são de destacar os seguintes produtos importados: fios e outros condutores e cabos de fibras ópticas, os quais representaram 36% do total, com um acréscimo de 18,5% face a 2010; pentóxido de difósforo, ácido fosfórico e ácidos polifosfóricos (8,7% do total e um aumento de 160,1%); moluscos (7,6% do total, com um decréscimo de 2,3%); e fatos, conjuntos, calças e calções de uso masculino (6,4%, com um aumento de 15,6%). Importações por Grupos de Produtos 3 (10 Euros) % Total 2007 2007 Máquinas e aparelhos 2010 % Total 2010 % Total 2011 2011 Var % 10/11 30.701 35,8 46.797 42,7 52.481 37,7 12,1 Vestuário 1.761 2,1 18.690 17,0 22.110 15,9 18,3 Agrícolas 2.786 3,2 14.304 13,0 14.670 10,5 2,6 Químicos 1.937 2,3 5.969 5,4 14.622 10,5 144,9 21.370 24,9 3.442 3,1 7.618 5,5 121,3 5.973 7,0 4.770 4,3 5.441 3,9 14,1 940 1,1 2.355 2,1 5.378 3,9 128,4 Alimentares 2.743 3,2 2.678 2,4 4.768 3,4 78,0 Minerais e minérios 6.812 7,9 4.982 4,5 4.460 3,2 -10,5 Veículos e outro mat. transporte 839 1,0 1.654 1,5 2.414 1,7 45,9 Peles e couros 121 0,1 954 0,9 1.870 1,3 96,1 Matérias têxteis 857 1,0 1.307 1,2 1.818 1,3 39,0 Calçado 418 0,5 684 0,6 700 0,5 2,3 Instrumentos de óptica e precisão 50 0,1 47 0,0 447 0,3 858,5 Pastas celulósicas e papel 79 0,1 78 0,1 46 0,0 -41,5 8.149 9,5 0 0,0 § Outros produtos 165 0,2 770 0,7 373 0,3 -51,6 Valores confidenciais 140 0,2 180 0,2 Total 85.842 100,0 109.662 100,0 Metais comuns Madeira e cortiça Plásticos e borracha Combustíveis minerais Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Nota: § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero no período anterior -100,0 139.215 100,0 26,9 Considerando as importações de produtos industriais transformados por grau de intensidade tecnológica, verifica-se que a maior representatividade, em 2010, recai no grau média-alta com 52,9% (40,2% em 2006) e no grau baixa com 41,1% (32,6% em 2006), seguindo-se a média-baixa com 5,1% (26,4% em 2006) e a alta com 0,8% (0,9% em 2006). De assinalar que o rácio entre as importações de produtos industriais transformados e as importações totais, em 2010, foi de 92,7% (86,5% em 2006). De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), constata-se que o número de empresas portuguesas que exportaram produtos para Marrocos tem vindo a aumentar de forma contínua 16 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) ao longo dos últimos anos, passando de 721 em 2006 para 966 em 2010. Por outro lado, o número de empresas portuguesas que adquiriram produtos no mercado marroquino tem oscilado entre 237 (em 2009) e 289 (em 2006). 3.2. Serviços No âmbito dos serviços, e segundo dados do Banco de Portugal, constata-se que Marrocos é mais importante como fornecedor do que como cliente de Portugal. No último ano, Marrocos ocupou o 34º lugar enquanto cliente de Portugal (tendo absorvido 0,16% das vendas totais ao exterior) e posicionou-se em 30º como fornecedor (0,25% das importações). Importância de Marrocos nos Fluxos de Serviços com Portugal 2007 Posiçãoª 2008 2009 2010 2011 2012 Jan/Mar 28ª 30ª 30ª 33ª 34ª 36ª % Exp . 0,23 0,19 0,17 0,15 0,16 0,15 Posiçãoª 13ª 26ª 29ª 25ª 30ª 36ª 1,00 0,33 0,27 0,34 0,28 0,25 Marrocos como cliente de Portugal b Marrocos como fornecedor de Portugal b % Imp . Fonte: Notas: Banco de Portugal (a) Posição num conjunto de 55 mercados seleccionados (b) Quota do mercado nas exportações e importações totais de Portugal Ao contrário do que acontece no comércio de mercadorias, na área dos serviços a balança bilateral tem sido, de um modo geral, desfavorável a Portugal e tem registado uma evolução negativa ao longo dos últimos cinco anos. As exportações de serviços para Marrocos atingiram cerca de 29,8 milhões de euros em 2011 (o que representou um aumento de 11,3% relativamente a 2010), enquanto as importações alcançaram 31,6 milhões de euros (-14,7%), o que se traduziu num défice de 1,8 milhões de euros. Balança de Serviços entre Portugal e Marrocos a 3 2008 2009 Exportações 39.539 34.184 28.534 26.747 29.774 -6,3 5.690 Importações 103.956 37.091 28.381 37.047 31.610 -18,0 6.289 Saldo -64.417 -2.907 153 -10.300 -1.836 -- -599 38,0% 92,2% 100,5% 72,2% 94,2% -- 90,5% Fonte: Banco de Portugal Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007-2011 2011 2012 Jan/Mar 2007 Coeficiente de Cobertura 2010 Var.% 11/07 (10 EUR) Os últimos dados disponíveis, relativos aos primeiros três meses de 2012, indicam que as exportações portuguesas de serviços continuaram a ser inferiores às importações, o que se traduziu num défice de 599 mil euros. 17 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) 3.3. Investimento De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, e exceptuando o ano de 2002, em que Marrocos ocupou um importante 7º lugar enquanto destino do investimento directo português no exterior (IDPE), este mercado tem ocupado posições relativamente modestas ao longo dos últimos anos - 19º lugar do ranking em 2011, com uma quota de 0,13%. Por outro lado, o investimento realizado em Portugal com origem em Marrocos assume valores pouco significativos, relegando o país para posições baixas no ranking dos investidores estrangeiros (31ª em 2011, com uma quota de 0,01%). Importância de Marrocos nos Fluxos de Investimento para Portugal 2007 Posição a Portugal como receptor (IDE) % IDE total Posição b a Portugal como emissor (IDPE) % IDPE total b 2008 2009 2010 2012 Jan/Mar 2011 36ª 30ª 54ª 44ª 31ª 45ª 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 22ª 21ª 22ª 24ª 19ª 19ª 0,18 0,29 0,16 0,11 0,13 0,07 Fonte: Banco de Portugal Notas: (a) Posição no mercado enquanto origem do IDE bruto total e destino do IDPE bruto total, num conjunto de 55 mercados (b) Com base no ID bruto total Se analisarmos os fluxos de investimento português em Marrocos, verificamos que em 2009 e 2010 se registou um assinalável decréscimo dos montantes emitidos, tendo-se assistido a uma recuperação em 2011, quando os valores do IDPE alcançaram 20,9 milhões de euros, ou seja, cerca do dobro do montante atingido no ano anterior. No mesmo período, os valores do desinvestimento foram muito 8 elevados, particularmente em 2009 (414,7 milhões de euros), o que teve implicações ao nível do investimento líquido, que atingiu valores negativos nos três últimos anos. No primeiro trimestre de 2012, o investimento português em Marrocos foi de aproximadamente 2,1 milhões de euros (19º lugar no ranking de países de destino do investimento português no estrangeiro, com uma quota de 0,1%), enquanto o desinvestimento registou um valor da ordem de 1,5 milhões de euros. Investimento Directo de Portugal em Marrocos 3 (10 EUR) 2007 2008 2009 2010 2011 Var %a 07/11 2012 Jan/Mar Investimento bruto 27.164 32.850 12.606 10.422 20.853 10,5 2.084 Desinvestimento 17.774 26.694 414.717 27.335 29.990 355,0 1.523 9.390 6.156 -402.111 -16.913 -9.137 -- 561 Investimento líquido Fonte: Banco de Portugal (BdP) Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007 – 2011 8 Na sequência da operação de venda da participação que a Portugal Telecom detinha no operador móvel marroquino Meditel. 18 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) No entanto, se do ponto de vista estritamente financeiro, o investimento português em Marrocos é relativamente baixo, tem-se verificado um interesse crescente pelo mercado, estando a presença de empresas portuguesas calculada em cerca de 150 (115 em 2009), sendo de notar o reforço da tendência para o incremento das pequenas e médias empresas (PME) nacionais em detrimento das grandes empresas. Em termos sectoriais, a presença nacional assenta na fileira da construção (construção e obras públicas, cimento, materiais de construção e, de forma crescente, engenharia e arquitectura), bem como nas confecções e calçado, indústria farmacêutica, energia, agro-indústria e serviços. A construção e obras públicas assume um peso significativo na nossa presença em Marrocos, tendo as empresas portuguesas ganho mais de mil milhões de euros em projectos públicos e privados desde 2007. No último ano e meio, constata-se uma mudança de paradigma nos contratos ganhos por empresas portuguesas no sentido de projectos mais pequenos, do alargamento a outros segmentos da construção (forte diminuição das grandes infra-estruturas e maior especialização em áreas como o tratamento de água, as TIC, os estudos e os trabalhos de maior complexidade), de maior incorporação tecnológica e destinados a clientes mais diversificados. Em paralelo, os serviços em geral, as tecnologias de informação, a construção de infra-estruturas especiais ou os projectos ligados ao saneamento e tratamento de águas e ao ordenamento do território começam a ter um peso relevante no conjunto dos contratos adjudicados a empresas nacionais. Em 2011, as empresas portuguesas ganharam contratos num valor aproximado de 100 milhões de euros, com destaque para as obras ligadas ao saneamento e tratamento de águas, energia e tecnologias de informação. Numa perspectiva de aumento dos investimentos portugueses em Marrocos, terá de ser considerado que a prioridade do Governo marroquino continua a ser o reforço do investimento público em todas as suas vertentes, em especial nas infra-estruturas com repercussão social. De acordo com os responsáveis governamentais marroquinos, o investimento público deverá conhecer novo incremento ao longo dos próximos anos, em especial o protagonizado pelas empresas e estabelecimentos públicos, devendo esta importante parcela alcançar 11 mil milhões de euros em 2012. Neste contexto são de realçar, entre outros projectos com potencial interesse para as empresas portuguesas, o reforço da rede eléctrica, a promoção da habitação social, a extensão da rede de autoestradas, as novas linhas ferroviárias e de TGV, as infra-estruturas portuárias (em especial a extensão de Tanger Med e o novo porto Nador West Med) e aeroportuárias, os grandes trabalhos de reabilitação urbana, a energia solar e eólica, bem como as parcerias público-privadas (PPP) no domínio agrícola. 19 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Investimento Directo de Marrocos em Portugal a 3 (10 EUR) 2007 2008 2009 Var % 07/11 2011 2012 Jan/Mar b 267 2.535 203,0 1.556 70 916 827 322,9 830 -1.368 -649 1.708 -- Investimento bruto 707 2.386 Desinvestimento 540 Investimento líquido 167 Fonte: 2010 -1.298 13 13 Banco de Portugal (BdP) Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007-2011 (b) Este valor encontra-se associado a lucros reinvestidos negativos, ou seja, a prejuízos Relativamente ao investimento de Marrocos no nosso país, os valores revelam-se pouco significativos e voláteis, o que permite concluir que Portugal não tem sido um destino escolhido pelas empresas marroquinas que já se internacionalizaram. No entanto, em 2011, os fluxos de investimento marroquino ultrapassaram 2,5 milhões de euros, que constitui o valor mais elevado dos últimos anos. 3.4. Turismo No que se refere ao ao turismo de Marrocos em Portugal e com base nas receitas geradas na hotelaria global – o único indicador disponível – verificou-se um decréscimo médio anual de 36% entre 2007 e 2011, que foi particularmente acentuado nos últimos anos. Neste contexto, o mercado marroquino ocupou, entre 2009 e 2011, a 54ª posição no ranking das receitas provenientes dos países emissores de turistas para Portugal, num conjunto de 55 mercados seleccionados. Turismo de Marrocos em Portugal a 2007 3 Receitas (10 EUR) % Total Notas: 2009 2010 Var % 07/11 2011 2.529 2.082 1.104 729 399 -36,0 0,03 0,03 0,02 0,01 0,00 -- 46 50 53 53 53 -- c Posição Fontes: b 2008 d INE – Instituto Nacional de Estatística; Banco de Portugal (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2007-2011 (b) Inclui apenas a hotelaria global (c) Refere-se ao total de estrangeiros (d) Posição enquanto mercado emissor, num conjunto de 55 mercados seleccionados 4. Relações Internacionais e Regionais O Reino de Marrocos é membro, nomeadamente, do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA – http://www.badea.org), do Banco Islâmico de Desenvolvimento (BisD – http://www.isdb.org), do Fundo Árabe para o Desenvolvimento Económico e Social (FADES – http://www.arabfund.org), do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD – http://www.afdb.org/en), do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD – http://www.ebrd.com) e da 20 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Organização das Nações Unidas (ONU – http://www.un.org), assim como da maioria das suas agências especializadas (http://www.un.org/en/aboutun/structure/#Others), de entre as quais se destaca o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). É, ainda, membro da Organização Mundial do Comércio (OMC – http://www.wto.org) desde 1 de Janeiro de 1995. A nível regional, Marrocos integra a União Africana (UA), a Liga dos Estados Árabes (LEA), a União do Magreb Árabe (UMA) e o Fundo Monetário Árabe (FMA). Este país assinou vários acordos de comércio livre, designadamente, o Acordo de Agadir (Arab Mediterranean Free Trade Agreement) e o Acordo Panárabe de Livre Comércio (mais conhecido pela sigla em inglês - Pan Arab Free Trade Area - PAFTA). A UA (http://www.au.int), fundada em 2002, sucedeu à Organização da Unidade Africana. Composta por cinquenta e quatro Estados membros promove a integração regional como forma de desenvolvimento económico e tem por objectivo final a completa integração das economias de todos os países da África numa Comunidade Económica Africana. A LEA (http://www.arableagueonline.org/wps/portal/las_en), mais conhecida por Liga Árabe, foi instituída em 1945 com o objectivo de estreitar a cooperação no domínio económico, financeiro e comercial entre os países membros. A Liga conta, actualmente, com vinte e dois membros (Arábia Saudita, Argélia, Bhrain, Comoros, Dijibuti, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Iémen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Oman, Qatar, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia) e tem estatuto de observador na Assembleia-Geral das Nações Unidas. A UMA (http://www.maghrebarabe.org/en), criada em Fevereiro de 1989 e em vigor a 1 de Julho de 1989, constitui uma organização de integração regional, com o fim de promover a unificação política, social e económica dos seus membros (Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia), bem como a criação de um mercado comum norte-africano (livre circulação de mercadorias, capitais, serviços e factores de produção). Estabelecido em 1977, o FMA (http://www.amf.org.ae) tem por finalidade impulsionar o processo de integração e desenvolvimento económico dos seus vinte e dois membros (Arábia Saudita, Argélia, Bhrain, Comoros, Dijibuti, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Iémen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Oman, Qatar, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia), prestando-lhes assistência técnica, com o objectivo, entre outros, de eliminar progressivamente as barreiras alfandegárias, a coordenação das políticas monetárias e a promoção da estabilidade cambial nos respectivos mercados. No contexto do processo de abertura ao exterior, Marrocos assinou vários Acordos de Livre Comércio, dos quais se destacam, pela sua relevância e projecção, o Acordo de Agadir (http://www.agadiragreement.org/Home.aspx), de 2004, que estabelece uma Zona de Comércio Livre entre Marrocos, Egipto, Jordânia e Tunísia, com o objectivo de dinamizar o processo de integração económica “Sul-Sul”; e o PAFTA (1997) que pretende facilitar e desenvolver o comércio entre países árabes, eliminando as barreiras aduaneiras e técnicas nas respectivas trocas. 21 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Marrocos assinou, também, um Acordo de Livre Comércio com os Estados Unidos da América (http://www.moroccousafta.com/ftafulltext.htm). Este Acordo, em vigor desde Abril de 2007, representa uma importante alavanca para o comércio externo marroquino, ao permitir a exportação de produtos industriais e de bens de consumo (ex.: têxteis; calçado; e cerâmicas) para os EUA com eliminação imediata de direitos aduaneiros. Esta vantagem competitiva verifica-se, também, para as empresas portuguesas instaladas em Marrocos que podem vender para o mercado americano a sua produção proveniente de Portugal, transformada e concluída em Marrocos, enquanto que a exportação directa da União Europeia (UE) para os EUA está sujeita ao pagamento de direitos aduaneiros. No que respeita ao relacionamento de Marrocos com a UE este rege-se fundamentalmente pelo Acordo de Associação Euro-Mediterrânico, assinado em 1996 e em vigor desde 1 de Março de 2000, que estabelece a liberalização comercial recíproca, através da criação progressiva de uma zona de livre comércio durante um período de transição com duração máxima de 12 anos – (http://eeas.europa.eu/morocco/association_agreement/index_en.htm). De mencionar, ainda, que Marrocos beneficia do novo quadro de apoio à política externa da UE – “Instrumento Europeu de Vizinhança e Parceria” (Regulamento n.º 1638/2006) em vigor desde 29 de Novembro de 2006 e com aplicação desde 1 de Janeiro de 2007 até 31 de Dezembro de 2013 http://ec.europa.eu/world/enp/index_en.htm. Este programa destina-se a prestar assistência comunitária à criação progressiva de uma zona de prosperidade e de boa vizinhança que englobe a UE e os países e territórios previstos no Anexo ao Regulamento já citado (entre os quais se encontra Marrocos) e que será enquadrado no contexto do Acordo de Associação. Os interessados podem aceder a informação actualizada sobre o relacionamento entre as partes no Portal European Union, no tema External Action – Marrocos (Kingdom of Marocco) – http://eeas.europa.eu/morocco/index_en.htm. 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 5.1 Regime Geral de Importação As trocas comerciais de Marrocos com o exterior regem-se pelo disposto na Lei n.º 13-89, de 1992 (com alterações posteriores) – http://www.maroc- trade.gov.ma/LeMinistere/LoiTextes/Documents%20de%20Lois%20et%20textes%20de%20rfrence/Lois %20sur%20le%20commerce%20extérieur/Loi13-89.pdf. 22 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) De acordo com esta legislação, praticamente todas as mercadorias podem ser importadas livremente mas com respeito pelos limites impostos à protecção da moral, segurança e ordem públicas, da saúde, da fauna e flora, do património histórico, arqueológico e artístico nacional, ou para preservar a posição financeira do país http://www.maroc- – trade.gov.ma/ReglementationImportation/ProceduresDocumentsImportation/ProcedureImportation/Procd ures%20Importation/PROCEDURES_Imp.pdf. Nesta sequência, existem produtos cuja importação se encontra proibida e produtos cuja importação se encontra sujeita a formalidades específicas. Os interessados podem aceder a informação sobre os produtos em causa no Site Administration des Douanes et Impôts Indirect, clicando em “Entreprises & Professionells” / “Entreprises” / “Dédouanement à l’Importation” / “Importations prohibée” ou “Importations avec formalités” – http://www.douane.gov.ma. No que concerne aos produtos cuja importação é efectuada livremente é apenas exigido que o importador solicite, junto de uma instituição bancária autorizada para o efeito, um Engagement d’Importation (documento indispensável à tramitação aduaneira e à regularização dos pagamentos com uma validade de 6 meses) – http://www.maroctrade.gov.ma/ReglementationImportation/ProceduresDocumentsImportation/Formulaires/Formulaires/eng _imp.pdf. Os produtos alimentares estão sujeitos a rigorosa regulamentação sanitária. Assim, a importação de animais vivos e produtos de origem animal deve ser acompanhada de um certificado veterinário, ficando estes ainda submetidos a inspecção prévia, por parte das autoridades locais. No que respeita aos produtos vegetais, é necessária a apresentação de um certificado fitossanitário, no qual deve constar que os mesmos se encontram livres de parasitas e foram embalados de acordo com as normas sanitárias em vigor – http://www.maroc- trade.gov.ma/ReglementationImportation/ProceduresDocumentsImportation/ProcedureImportation/Procd ures%20Importation/PROCEDURES_Imp.pdf farmacêuticos deve obter a (consultar concordância ponto do 7). A Ministère importação de la de produtos Santé – http://srvweb.sante.gov.ma/Pages/Accueil.aspx – solicitada pelo importador. A Pauta Aduaneira de Marrocos segue o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias. Por sua vez, os direitos aduaneiros são calculados numa base ad valorem sobre o valor CIF (custo, seguro e frete) das mercadorias. Os produtos comunitários e, como tal, os portugueses, beneficiam de isenções/reduções das taxas dos direitos de importação, conforme previsto no Acordo de Associação Euro-Mediterrânico. 23 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Para que os bens possam beneficiar do regime preferencial quando da sua exportação para Marrocos, a origem comunitária deve ser comprovada mediante a apresentação do certificado de circulação de mercadorias EUR, 1 ou de declaração emitida pelo exportador, numa nota de entrega ou em qualquer outro documento comercial, que descreva os produtos em causa de uma forma suficientemente pormenorizada para permitir a sua identificação (normalmente designada por declaração na factura). A declaração de origem na factura pode ser feita por qualquer exportador, estando em causa remessas de mercadorias cujo valor não exceda 6.000 euros, ou por um “exportador autorizado” (procedimento simplificado) no que diz respeito a remessas de mercadorias de valor superior a esse montante. O estatuto de “exportador autorizado” deve ser solicitado por escrito ao Director-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, devendo o pedido ser acompanhado de um dossier, em duplicado, de onde conste a informação referida no ponto 5.4.5. (página 99) do Manual de Origem das Mercadorias – http://pauta.dgaiec.min-financas.pt/NR/rdonlyres/A2C62368-6C09-4720-88B72521FCB8C79A/0/Manual_Origem_II_Intranet.pdf. No caso dos produtos sujeitos a contingentes pautais, os importadores devem entregar uma Demande de Franchise Douanière (http://www.maroc- trade.gov.ma/ReglementationImportation/ProceduresDocumentsImportation/Formulaires/Formulaires/FR ANCH_1.pdf) ao Département du Commerce Extérieur / Direction de la Politique des Echanges Commerciaux / Division de la Réglementation et de la Facilitation Commerciale - http://www.maroctrade.gov.ma/reglementationimportation/contingentsimportationfranchisesdouanieres/Pages/default.aspx. Os direitos aduaneiros cobrados na entrada dos produtos comunitários em Marrocos, bem como a documentação exigida, podem ser consultados na página «Market Access Database», da responsabilidade da União Europeia – http://madb.europa.eu (clicar em «Applied Tariffs Database» e em «Exporter’s Guide to Import Formalities»). Aos produtos originários da União Europeia aplicam-se os direitos da coluna EU (European Union). Para além destes encargos, os produtos estão ainda sujeitos ao Imposto sobre o Valor Acrescentado, de acordo com as seguintes taxas: normal de 20% (generalidade dos bens); 14% (gorduras alimentares, chá, veículos automóveis para transporte de mercadorias, energia eléctrica e aquecedores de água solares); 10% (por exemplo: sal de cozinha, arroz, patés e óleos alimentares); reduzida de 7% (por exemplo: alguns produtos alimentares, farmacêuticos e escolares). Há, ainda, alguns produtos sujeitos a taxas específicas (ex, impostos especiais de consumo), tais como o vinho, tabaco, ouro, platina e prata – http://www.douane.gov.ma/web/guest/rdii#http://www.douane.gov.ma/content/rdii/titres.jsf (consultar o Titulo 3, Capitulo 4, Secção 1, sobre as taxas do IVA e o Titulo 3, Capítulo 8, Secção 2 sobre as taxas dos impostos especiais sobre o consumo). 24 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) 5.2 Regime de Investimento Estrangeiro A “Carta de Investimento” (Lei-Quadro n.º 18-95 - (http://www.maroc.ma/NR/rdonlyres/DBE80874-8C4340DD-9B6A-2522BF775CBF/0/CHARTE_FRANCAIS.pdf), em vigor desde 1 de Janeiro de 1996, veio diminuir e simplificar os procedimentos administrativos referentes à realização de investimentos, tendo adoptado incentivos comuns para todos os sectores, à excepção do sector agrícola, cujo regime fiscal é objecto de legislação específica. Ao investidor estrangeiro é concedido idêntico tratamento que aos nacionais, praticamente para todos os sectores de actividade, podendo as empresas ser detidas na totalidade por capital externo. No entanto, a exploração de certos recursos está vedada à participação estrangeira, uma vez que são considerados estratégicos (por exemplo, a exploração de fosfatos, cujo monopólio é detido pelo Office Chérifien des Phosphates – OCP) – http://www.ocpgroup.ma. O Estado garante o repatriamento total do capital investido e reinvestido sem limite dos rendimentos, dos dividendos, parte dos lucros e royalties, dos rendimentos prediais auferidos pelos beneficiários estrangeiros não residentes, dos lucros realizados pelas sucursais marroquinas das sociedades estrangeiras, de todos os resultados distribuídos pelos accionistas ou associados não residentes e dos proveitos resultantes da cessação ou liquidação total ou parcial do investimento, incluindo as mais-valias. Com o objectivo de atrair o capital estrangeiro foram adoptadas, entre outras medidas: a redução da carga fiscal nas operações de aquisição de bens de equipamento, materiais e ferramentas necessários à realização do investimento, nomeadamente com a aplicação de direitos aduaneiros mais baixos e de isenção de IVA; a redução da taxa de imposto que recai sobre o rendimento e o lucro; a isenção do imposto referente aos registos e taxas locais no âmbito da aquisição de terrenos ou ampliação de estruturas já existentes; a aplicação de um regime preferencial em favor do desenvolvimento regional; e a promoção de praças financeiras off shore, de zonas francas de exportação e de um regime franco de entreposto industrial. Algumas regiões como Tânger têm um regime especial de redução de 50% de todos os impostos. Segundo o artigo 17.º, da Lei-Quadro n.º 18-95 e respectiva regulamentação de aplicação, as empresas cujo projecto de investimento se revele de grande importância em função do montante e do número de trabalhadores (nomeadamente se iguais ou superiores a 200 milhões de dirhams investidos e 250 ou mais postos de trabalho criados), se realize numa das províncias ou municípios definidos no Decreto n.º 2-08-132 (http://adala.justice.gov.ma/FR/DocumentViewer.aspx?id=D%3A%5Cproduction%5Chtml%5Cfr%5C1633 95.htm%40frcoll), assegure transferência de tecnologias e contribua para a protecção do ambiente, podem ainda, mediante a celebração de contratos individualizados com o Estado, usufruir de apoios especiais. 25 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Entre os incentivos estão previstas as contribuições estatais nas despesas inerentes à aquisição de terrenos, de infra-estruturas e de formação profissional, além de isenção de direitos aduaneiros e do IVA aplicáveis à importação de bens associados ao investimento. Este deve-se realizar nos trinta e seis meses seguintes ao estabelecimento do acordo com o Estado. Salienta-se, no entanto, que o Governo marroquino está a rever o regime de investimento estrangeiro com o objectivo, entre outros, de facilitar o ambiente de negócios para os projectos de investimento e criar um quadro único e claro de incentivos (http://www.lavieeco.com/news/economie/maroc-charte-de-linvestissement-ce-qui-va-changer-20465.html / http://creer-et-developper-une-societe-au-maroc.over- blog.com/article-le-projet-de-charte-de-l-investissement-avance-a-petits-pas-105848199.html). No que se refere a Zonas Francas Marrocos conta com: duas zonas francas de exportação, situadas em Tânger e Kénitra, com as empresas aí instaladas a beneficiarem de condições especiais para o desenvolvimento de actividades industriais e comerciais, nomeadamente em termos fiscais e de comércio externo; duas zonas francas “tradicionais” em Tanger Med Ksar el Majaz Mellousa 1 e 2 e em Dakhla et de Laayoune e uma zona franca para armazenagem de hidrocarbonetos em Kebdana-Nador – http://www.invest.gov.ma/index.php?Id=89&lang=fr). Em termos de organismos de apoio ao investimento, a Agence Marocaine de Développement des Investissements (http://www.invest.gov.ma) é a entidade responsável pela promoção e prospecção de novos investimentos, pelo desenvolvimento de zonas de actividade para os sectores do comércio, indústria e novas tecnologias e, ainda, pela coordenação dos investimentos a nível nacional e internacional. O seu Site disponibiliza informações sobre os incentivos existentes ao investimento estrangeiro (http://www.invest.gov.ma/?lang=fr&Id=20 / http://www.invest.gov.ma/upload/documents/fr_Doc_84.pdf), as diversas formas societárias admitidas (http://www.invest.gov.ma/upload/documents/fr_Doc_85.pdf), os passos a seguir para a criação de empresas em Marrocos (http://www.invest.gov.ma/?lang=fr&Id=85), o imposto sobre o rendimento das sociedades (http://www.invest.gov.ma/upload/documents/fr_Doc_119.pdf), entre outras (http://www.invest.gov.ma/?lang=fr&Id=51). De acordo com a localização do investimento, os promotores devem contactar com o respectivo Centre Régional d’Investissement (CRI). Os CRI (instituídos em 2002) têm como funções essenciais disponibilizar ajuda à criação de empresas e apoiar os investidores na realização dos seus projectos de investimento, através da assistência de dois guichets únicos, assim como promover a atractividade das regiões nos sectores de forte potencial. Existem CRI nas principais Províncias – http://www.finances.gov.ma/portal/page?_pageid=53,17814357&_dad=portal&_schema=PORTAL. No âmbito dos concursos públicos internacionais, segundo uma informação disponibilizada pelo Centro de Negócios da AICEP em Rabat, o Ministro do Equipamento de Marrocos, Aziz Rebbah, enviou, no final de Abril de 2012, uma circular a todas as direcções dependentes do seu ministério no sentido da aplicação imediata de uma preferência nacional a favor de empresas de obras públicas e gabinetes de 26 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) estudos marroquinos no âmbito de concursos publicos a serem lançados. Esta preferência concedida às empresas nacionais traduzir-se-á numa majoração automática de 15% sobre as ofertas das empresas estrangeiras concorrentes. Sendo certo que a lei geral dos mercados publicos já incluia a possibilidade de recurso a uma medida deste tipo, a aplicação apenas em casos excepcionais tinha sido até aqui efectiva. Esta medida, que constitui um constrangimento adicional para as empresas estrangeiras, e naturalmente portuguesas, a operar em Marrocos (desde que não operem através de sociedades de direito marroquino), é o resultado das fortes pressões das empresas locais da área das obras publicas que têm, de há longo tempo a esta parte, manifestado o seu desagrado pela alegada concorrência desleal movida pelas empresas estrangeiras que as afastam dos grandes e médios concursos publicos. Constituem excepção à aplicação desta medida os concursos publicos financiados por empréstimos internacionais ou doações que imponham expressamente a igualdade de tratamento entre concorrentes estrangeiros e nacionais. Por último, de forma a promover o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países, foram assinados entre Portugal e Marrocos o Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíproca dos Investimentos, em vigor desde 22 de Março de 1995 (em 2008 foi publicado novo Acordo de Promoção que aguarda o cumprimento das formalidades necessárias pela parte de Marrocos para a sua entrada em vigor, substituindo o actual Acordo) e a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, em vigor, desde 27 de Junho de 2000. 5.3 Quadro Legal Regime de Importação • Lei n.º 13-89, de 9 de Novembro 1992 (com alterações posteriores) – Sobre o regime legal do comércio externo. (http://www.maroctrade.gov.ma/LeMinistere/LoiTextes/Documents%20de%20Lois%20et%20textes%20de%20rfrence/L ois%20sur%20le%20commerce%20extérieur/Loi13-89.pdf) • Decreto n.º 2-93-415, de 2 de Julho 1993 (com alterações posteriores) – Regulamenta a Lei n.º 1389, de 9 de Novembro de 1992, que estabelece o regime legal do comércio externo. (http://www.maroctrade.gov.ma/LeMinistere/LoiTextes/Documents%20de%20Lois%20et%20textes%20de%20rfrence/D écrets/Decret2-93-415.pdf) No que respeita ao quadro legal aduaneiro ae Administration des Douanes et Impôts Indirects disponibiliza informação na respectiva página Web – Sommaire du Code des Douanes et impôts Indirects – http://www.douane.gov.ma/code/T_Sommaire_F.htm. 27 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Regime de Investimento Estrangeiro • Lei n.º 65-99 (publicada no Jornal Oficial de 6 de Maio de 2004) – Aprova o Código do Trabalho (http://www.maroc.ma/NR/rdonlyres/9A951844-BCA6-4468-9EFD7460E229E00F/0/codedetravail.pdf) • Lei n.º 15/95 (publicada no Jornal Oficial de 3 de Outubro de 1996) – Código do Comércio (http://www.maroc.ma/NR/rdonlyres/7067F711-441F-482A-ABB723361BFF2813/0/codedecommeremarocain.doc) • Lei-Quadro n.º 18-95 (publicada no Jornal Oficial de 8 de Novembro de 1995) – Estabelece a Carta de Investimento (http://www.maroc.ma/NR/rdonlyres/DBE80874-8C43-40DD-9B6A2522BF775CBF/0/CHARTE_FRANCAIS.pdf) • Lei n.º 19-94 (publicada no Jornal Oficial de 15 de Fevereiro de 1995) – Define o regime legal aplicável às Zonas Francas de Exportação. (http://www.maroc.ma/NR/rdonlyres/81E4A4E3-28AC4FAE-8D5F-1F2AC289B812/0/LALOI1994ZF.pdf) Acordos Relevantes • Decisões n.ºs 2000/204/CE, CECA e 2000/205/CEE, JOCE n.º L70, de 18 de Março – Acordo EuroMediterrânico que cria uma Associação entre as Comunidades Europeias e o Reino de Marrocos – http://eurlex.europa.eu/JOIndex.do?year=2000&serie=L&textfield2=70&Submit=Pesquisar&_submit=Pesquisa r&ihmlang=pt • Resolução da Assembleia da República n.º 69-A/98, de 23 de Dezembro – Aprova a Convenção para Evitar a Dupla Tributação entre Portugal e Marrocos – http://dre.pt/pdf1sdip/1998/12/295A01/00020024.pdf. • Decreto n.º 5/90, de 1 de Março (aguarda-se, conforme já referido, o cumprimento das formalidades necessárias pela parte de Marrocos para a entrada em vigor do novo Acordo, publicado através no Decreto n.º 30/2008, de 27 de Agosto – http://dre.pt/pdf1sdip/2008/08/16500/0604906058.pdf) – Aprova o Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíproca dos Investimentos entre Portugal e Marrocos – http://dre.pt/pdf1sdip/1990/03/05000/08190824.pdf. Para mais informação legislativa sobre mercados externos, consulte o Site da aicep Portugal Global em http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/SobreMercadosExternos/Paginas/SobreMercadosExternos.aspx ou a “Livraria Digital” – http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx. 28 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) 6. Informações Úteis Formalidades na Entrada Os cidadãos portugueses estão isentos de visto para estadias de turismo até 90 dias. Têm apenas de ser portadores de um passaporte válido. Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a garantia de cobertura de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro, originados por factos de natureza política, monetária e catastrófica. No contexto das Políticas de Cobertura para Mercados de Destino das Exportações Portuguesas, apólice individual, a cobertura para o mercado de Marrocos (prioritário) é a seguinte (Fevereiro 2011 – http://www.cosec.pt/layout.asp?area=2230): Curto prazo – Aberta sem condições restritivas. Médio/Longo prazo – Garantia bancária ou garantia soberana. Indicações mais pormenorizadas sobre políticas e condições de cobertura podem ser obtidas junto da Direcção Internacional da COSEC. Hora Local Corresponde ao UTC (Tempo Universal Coordenado). Em relação a Portugal, Marrocos tem a mesma hora no Verão (Maio a Setembro) e menos uma hora no Inverno. Horários de Funcionamento Serviços Públicos: (de segunda a sexta-feira) Inverno – 9h00 às 16h30 Verão – 9h00 às 15h00 Ramadão – 9h00 às 15h00 Bancos: (de segunda a sexta-feira) Inverno – 8h15 às 16h00 Verão – 8h30 às 15h00 Ramadão – 9h00 às 15h00 29 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Comércio: (de segunda-feira a domingo) Inverno – 9h00 às 13h00/15h00 ou 15h30 às 19h00 Verão – 9h00 às 13h00/15h00 ou 15h30 às 20h00 ou 20h30 Ramadão – 10h00 às 13h00/14h00 às 16h00 Em alguns locais o comércio encerra ao domingo. Feriados Feriados fixos 1 de Janeiro – Dia de Ano Novo 11 de Janeiro – Manifesto da Independência 1 de Maio – Dia do Trabalhador 30 de Julho – Festa do Trono 14 de Agosto – Dia de Oued ed-Dahab 20 de Agosto – Revolução do Rei e do Povo 21 de Agosto – Festa da Juventude 6 de Novembro – Aniversário da Marcha Verde 18 de Novembro – Festa da Independência Feriados móveis Aid al-Fitr – Fim do Ramadão Aid al-Adha – Festa do Sacrifício Ano Novo Muçulmano Aid Al Maoulid - Festa do Nascimento do Profeta Corrente Eléctrica 220/110 Volts AC, 50Hz. Pesos e Medidas Marrocos utiliza o sistema métrico, embora também sejam usadas algumas unidades de medida locais. 30 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) 7. Endereços Diversos Em Portugal Embaixada do Reino de Marrocos Rua Alto do Duque, 21 1400-099 Lisboa Tel.: (+351) 213 008 080 | Fax: (+351) 213 020 935 E-mail: [email protected] | http://www.emb-marrocos.pt aicep Portugal Global O’ Porto Bessa Leite Complex Rua António Bessa Leite, 1430, 2º 4150-074 Porto Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399 E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt aicep Portugal Global Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: (+351) 217 909 500 | Fax: (+351) 217 909 581 E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt Câmara de Comércio e Indústria Luso-Marroquina Edifício ISLA – Quinta do Bom Nome Estrada da Correia, 53 – Carnide 1500-210 Lisboa Tel.: (+351) 213 970 036 | Fax: (+351) 213 970 588 E-mail: [email protected] | http://www.ccilm.pt/ Autoridade Tributária e Aduaneira, Rua da Alfândega, n.º 5, r/c 1149-006 Lisboa – Portugal Tel.: (+351) 21 881 37 00 I Linha Azul: (+351) 21 881 38 18 E-mail: [email protected] / [email protected] https://www.e-financas.gov.pt/de/jsp-dgaiec/main.jsp 31 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA Direcção Internacional Av. da República, n.º 58 1069-057 Lisboa Tel.: (+351) 21 217 913 700 | Fax: (+351) 21 217 913 720 E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt Em Marrocos Embaixada de Portugal em Rabat 5, Rue Thami Lamdouar – Souissi Rabat Tel.: (+212) 537 75 64 46/47/50 | Fax: (+212) 537 75 64 45 E-mail: [email protected] | http://ambportugalrabat.org/ aicep Portugal Global - Agence pour l’Investissement et le Commerce Extérieur du Portugal Ambassade du Portugal 5, Rue Thami Lamdouar B. Postale 5050 Souissi Rabat Tel.: (+212) 537 752 472 | Fax: (+212) 537 656 984 E-mail: [email protected] I http://www.portugalglobal.pt Ministère de l’Economie et des Finances Quartier Administratif - Chellah Rabat Tel.: (+212) 537 67 75 01 | Fax: (+212) 537 67 75 26 E-mail: [email protected] | http://www.finances.gov.ma Ministère du Commerce Extérieur 63, Avenue Moulay Youssef Rabat Tel.: (+212) 537 70 63 21 | Fax: (+212) 537 72 05.53 E-mail: [email protected] | http://www.mce.gov.ma Bank Al-Maghrib (Banco Central) 277, Avenue Mohamed V B. P. 445 Rabat Tel.: (+212) 537 70 26 26 | Fax: (+212) 537 70 66 67 E-mail: [email protected] | http://www.bkam.ma 32 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) Délégation de l’Union Européenne au Royaume du Maroc RIAD BUSINESS CENTER Aile Sud, Boulevard Er-Riad Quartier Hay Riad B.P. 1302 Rabat Tel.: (+212) (0) 537 57 98 00 I Fax.: (+212) 537 57 98 10 E-mail.: [email protected] I http://eeas.europa.eu/delegations/morocco/index_fr.htm 8. Fontes de Informação 8.1. Informação Online aicep Portugal Global • Título: “Marrocos – Relações Económicas Bilaterais com Marrocos 2007-2012 (Março)” Edição: 05/2012 • Título: “Marrocos – País em Síntese” Edição: 04/2012 • Título: “Marrocos – Relações Comerciais Bilaterais (2NC e 4NC) com Marrocos 2006 – 2011 (Agosto)” Edição: 11/2011 • Título: “Marrocos – Condições Legais de Acesso ao Mercado” Edição: 10/2011 • Título: “Marrocos – Sites Seleccionados” Edição: 10/2011 • Título: “Marrocos – Informações e Endereços Úteis” Edição: 09/2011 • Título: “Marrocos – Relações Comerciais Bilaterais (2NC e 4NC) com Marrocos 2005 – 2009” Edição: 06/2011 • Título: “Marrocos – Guia Práctico de Acesso ao Mercado” Edição: 03/2011 • Título: “Oportunidades e Dificuldades do Mercado” Edição: 01/2011 33 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) • Título: “Marrocos – Acordos Bilaterais Portugal/Magreb” Edição: 03/2010 Documentos de Natureza Geral • Título: “Guia do Exportador” Edição: 05/2012 • Título: “Apoios Financeiros à Internacionalização – Guia Prático” Edição: 04/2012 • Título: “Como Participar em Feiras nos Mercados Externos” Edição: 04/2012 • Título: “Aspectos a Acautelar num Processo de IDPE” Edição: 04/2012 • Título: “Marcas e Desenhos ou Modelos – Regimes de Protecção” Edição: 04/2012 • Título: “Normalização e Certificação” Edição: 04/2012 • Título: “Acordos Bilaterais Celebrados por Portugal” Edição: 03/2010 Esta informação On-line, entre outra, pode ser consultada no Site da aicep Portugal Global, na Livraria Digital (http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx) ou no tema “Mercados Externos” – Marrocos (http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/Paginas/MercadosExternos.aspx?marketId=26). 8.2. Endereços de Internet • Administration des Douanes et Impôts Indirects – http://www.douane.gov.ma • Agence Marocaine de Développement des Investissements (Investir au Maroc) – http://www.invest.gov.ma • Agence Nationale pour la Promotion de la Petite et Moyenne Entreprise (ANPME) – http://www.anpme.ma • ANIMA Investment Network – http://www.animaweb.org 34 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Junho 2012) • Artémis (site de informação jurídica) – http://www.artemis.ma/Front/Bases/Visiteur.aspx • Chambre des Représentants (Parlement) – http://www.parlement.ma/fe • Confédération Générale des Entreprises du Maroc (CGEM) – http://www.cgem.ma • Conseil National du Commerce Extérieur – http://www.cnce.org.ma • CRI Casablanca – http://www.casainvest.ma • CRI Marrakech – http://www.crimarrakech.ma/accueil1.asp?codelangue=23&po=2 • CRI Rabat – http://www.rabatinvest.ma • CRI Tanger – http://www.investangier.com • E-Invest – http://www.e-invest.ma • Embaixada do Reino de Marrocos em Portugal – http://www.emb-marrocos.pt • Etablissement Autonome de Contrôle et de Coordination des Exportations (EACCE) – http://web2.eacce.org.ma • Institut National de Statistique et d’Economie Appliquée (INSEA) – http://www.insea.ma • Lexadin (Legislation Morocco) – http://www.lexadin.nl/wlg/legis/nofr/oeur/lxwemar.htm • Market Access Database – http://madb.europa.eu • Ministère de l’Economie et des Finance – http://www.finances.gov.ma/portal/page?_pageid=53,1&_dad=portal&_schema=PORTAL • Ministère de l’Industrie, du Commerce et des Nouvelles Technologies – http://www.mcinet.gov.ma • Ministère de l’Industrie, du Commerce et des Nouvelles Technologies (Départment du Commerce Extérieur) – http://www.maroc-trade.gov.ma • Ministère de la Santé – http://srvweb.sante.gov.ma/Pages/Accueil.aspx • Ministère des Affaires Etrangères et de la Coopération – http://www.diplomatie.ma/default.aspx 35 aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (Fevereiro 2011) • Ministère des Affaires Générales et de la Gouvernance – http://www.affaires-generales.gov.ma • Office des Changes – http://www.oc.gov.ma • Office Marocain de la Propriété Industrielle et Commerciale – http://www.ompic.org.ma • Office National Marocain du Tourisme – http://www.visitmorocco.com/index.php/fre • Office National de Sécurité Sanitaire des Produits Alimentaires – http://www.onssa.gov.ma/onssa/index.php • Portail National du Maroc – http://www.maroc.ma/Portailinst/Fr • Portail National des Marchés Publiques – http://www.marchespublics.gov.ma • Portal Europa (Acordos Euro-Mediterrânicos de Associação) – http://europa.eu/legislation_summaries/external_relations/relations_with_third_countries/mediterr anean_partner_countries/r14104_pt.htm • Secrétariat Générale du Gouvernement – http://www.sgg.gov.ma/sgg.aspx • Tourisme au Maroc – http://www.tourism-in-morocco.com 36 Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Avenida 5 de Outubro 101 – 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt Capital Social – 114 927 979,87 Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120
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