(formato pdf) da Edição nº 4092 de 13.01.2011

Transcrição

(formato pdf) da Edição nº 4092 de 13.01.2011
11 de Janeiro de 2011
13
Janeiro
2011
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXXII – N.º 4092
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
O caso do
ensino
privado
Reviver o passado e repensar o futuro
Em tempo de aniversário
No próximo dia 18 de Janeiro,
“Notícias de Beja” assinala 83 anos
de vida.
Jornal oficioso e porta-voz da
Diocese, sucedânio do semanário
“Ala Esquerda”, de cariz republicano e jacobino, foi fundado
pelo Bispo D. José do Patrocínio
Dias, que, na sua primeira edição,
lhe definia o rumo: fazer no Alentejo
a “Cruzada do Bem” que passava,
no seu entender, pela promoção humana, social e cultural do povo,
pela difusão do Evangelho de
Cristo e pela prática da Doutrina
Social da Igreja.
Temos uma identidade própria, uma
matriz cristã. Não escondemos o
que somos, não nos envergonhamos de falar de Deus, de Cristo,
da Igreja, do Papa, da vida cristã da
Diocese e das paróquias.
Não remetemos os assuntos religiosos para as páginas interiores,
em letra miudinha, que ninguém lê,
como fazem os jornais de âmbito
nacional e regionalista, mesmo
alguns que se dizem de inspiração
cristã e até diocesanos. Fiéis ao
nosso estatuto editorial e aos
nossos valores éticos, temos a
ousadia e a coerência de publicitar,
com o devido destaque, o pensamento da Igreja Católica sobre os
grandes problemas deste mundo,
nomeadamente nas mensagens do
Papa e dos nossos Bispos.
Procuramos, com toda a frontalidade
e sem subterfúgios anunciar o Bem
e denunciar todos os atropelos à
dignidade da pessoa humana.
É nosso direito e dever lembrar que
há mais vida para além do dinheiro,
da economia, da política, do futebol,
das telenovelas, das tecnologias,
do bem-estar material e de tantas
trivialidades de que está repleto o
nosso dia-a-dia.
É muito difícil fazer jornalismo, bom
jornalismo, em Portugal e, sobretudo, manter com saúde financeira
as empresas jornalísticas. O espaço
mediático está saturado com jornais para todos os gostos, a
televisão, a internet e outros meios
áudio-visuais absorvem o nosso
tempo livre. Não há disposição para
a leitura nem dinheiro para comprar
livros e jornais.
Os jornais da Igreja em Portugal
vão-se aguentando à custa de muita
dedicação, muita “carolice” de
algumas pessoas, quase sempre a
trabalhar, por espírito de fé e de
missão, em regime de voluntariado.
É o caso do director do “Notícias
de Beja”, nestas andanças há já 29
anos, e do chefe dos Serviços
Administrativos, Senhor Eliseu
Cardoso, nosso dedicado colaborador, há 13 anos. Com grande
escassez de meios humanos e
materiais, com críticas levianas da
parte de alguns, com especiais
responsabilidades na comunidade
eclesial, mas também com o aplauso
generalizado da maioria dos assinantes, “Notícias de Beja” enfrenta,
apesar de tudo, o futuro com
esperança. Confortam-nos e estimulam-nos as múltiplas mensagens
que recebemos na nossa Redacção
com palavras simpáticas a sublinhar o mérito do nosso trabalho
e a enaltecer o “Notícias de Beja
como um jornal católico de referência, pelos seus artigos oportunos e esclarecedores e também
pelo seu bonito visual, alinhamento
noticioso coerente e recurso à cor
e à fotografia, em todas as suas
páginas.
Preço 0,50 € c/ IVA
Nesta data de aniversário, saudamos a grande família do “Notícias
de Beja” - 3.000 assinantes, dos
quais 1.000 fora do terrirório do
Alentejo - e laçamos alguns alertas:
não deixem morrer o nosso jornal,
difundam o “Notícias de Beja”
entre amigos e conhecidos, sejam
pontuais no pagamento das suas
contas.
Se possível, sejam assinantes-benfeitores, juntando mais alguns
cêntimos à taxa dos 26 euros
estipulados, para que a factura do
jornal não seja tão pesada à Diocese
(quinze mil euros de défice no ano
de 2010).
“Notícias de Beja” é uma instituição
fundamental da Diocese, um órgão
de comunicação social com história, um poderoso instrumento de
cultura e de evangelização, que
nós, os cristãos, temos obrigação
de sustentar e valorizar. É a hora de
todos acordarmos para o apostolado da imprensa.
Uma palavra final de gratidão aos
bons amigos que todas as semanas
nos brindam com as suas saborosas crónicas, num português
castiço, que se lêem sempre com
muito proveito espiritual e cultural.
Poucos jornais se podem orgulhar
de ter tantas e tão categorizadas
individualidades entre os seus
colaboradores habituais.
Os nossos votos de que continuem, por muitos anos, a ser
profetas de um mundo novo, nesta
tribuna do “Notícias de Beja”, a bem
da Igreja, a bem do país.
Alberto Geraldes Batista,
Director
Nota Pastoral
Uma só família humana
António Vitalino, Bispo de Beja
Em clima de propaganda eleitoral para a presidência da república, num
país à beira da insolvência, pois consome mais do que produz, quase
não houve ambiente, na alegria e tranquilidade da família, para viver o
tempo natalício, que encerrou com a solenidade do Baptismo de Jesus,
a 9 de Janeiro. Embora não se trate de eleger uma nova assembleia da
República e, eventualmente, um novo governo, no entanto é o
descontentamento com a situação actual do país que vem ao de cima
nos debates.
Para não fazer desta nota mais um manifesto eleitoral, que neste período
deve ser deixado aos candidatos, pretendo alargar os horizontes,
comentando a mensagem do Papa Bento XVI para o dia mundial das
migrações e do refugiado, que vamos celebrar no próximo dia 16 de
Janeiro, na qual o Santo Padre nos apresenta a sociedade como uma
só família humana.
Página 5
António Marcelino
O problema resume-se a estes
pontos: o Estado democrático não
pode impedir, antes, deve fomentar
a iniciativa privada, sempre que o
bem comum o exige ou solicita,
porque a educação, em democracia,
não é monopólio do Estado; a
aceitação das iniciativas das forças
intermédias da sociedade, quando
sérias e qualificadas, é sempre uma
riqueza para o país; o direito à
educação - ensinar e aprender - e à
escolha pelos pais de um projecto
educativo para os seus filhos só se
pode exercer se houver alternativas,
e as escolas com contrato de
associação, como o vêm provando,
são uma alternativa credível; o
ensino privado, em democracia, que
abriu entre nós caminhos por esse
país fora, não é, por sua natureza,
supletivo do Estado, mas traduz um
direito social respeitável, sendo,
por isso, uma mais-valia para o
sistema educativo, porque só no
confronto leal de projectos educativos, se podem aperfeiçoar e
gerar propostas qualificadas; o
Estado não faz qualquer favor aos
particulares, nem prejudica o país,
ao proporcionar o ensino gratuito,
através de escolas privadas, a todos
os que já as podem escolher, pois a
função do Estado é garantir um
serviço público válido de educação, seja ele exercido por escolas
estatais ou privadas; o Estado
aplica o dinheiro dos contribuintes
em benefício de todos, não como
dono ou a favor dos seus interesses
políticos, mas como administrador
fiel do que não lhe pertence.
Página 3
Eleições
Presidenciais
23 de Janeiro
Ninguém se demita do seu
dever cívico. O sentido de
cidadania a todos implica,
envolve e desafia. Não
fique acomodadamente em
casa, dê o seu contributo.
Vá votar, é um direito, é um
dever.
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
11 de Janeiro de 2011
Lemos para os nossos leitores (XXXIX)
II Domingodo
Tempo Comum
Ano A
As catequeses de Bento XVI (XVII)
Depois das vinte catequeses dedicadas a S. Paulo ao longo do Ano
Paulino, as quais sintetizámos na
semana passada, o Santo Padre
retomou as catequeses das quartasfeiras sobre as grandes figuras da
Igreja, agora da Alta Idade Média.
Nas catequeses de 11 de Fevereiro
a 11 de Novembro de 2009, focou
as figuras de S. João Clímaco, S.
Beda Venerável e S. Bonifácio.
S. João Clímaco
O cognome de Clímaco resultou da
latinização da palavra grega que
significa “escada”, título da sua
obra mais significativa sobre a
subida da vida humana até ao Céu.
Nascido por volta de 575, viveu em
Bizâncio, capital do Império Romano do Oriente, numa época em
que as invasões dos povos bárbaros desmantelaram as estruturas
económico-sociais, com excepção
da Igreja, que se aguentou e
contribuiu para a reedificação da
civilização no que é hoje a Rússia.
Aos 20 anos, S. João Clímaco
passou a viver como eremita numa
gruta perto do mosteiro de Santa
Catarina, aí dirigindo espiritualmente as pessoas que o procura-
vam no desejo de uma vida mais
santa. Pelos 60 anos, passou a
orientar uma comunidade monástica, à frente da qual esteve até
morrer pelos anos 650.
Sua obra principal, “A Escada do
Paraíso” é um tratado da vida
espiritual do monge até à perfeição
do amor sobrenatural. São 30 os
degraus dessa “escada”, cuja
ascensão se processa em três
fases: a da ruptura com o mundo; a
do combate espiritual contra as
paixões; e a da perfeição cristã até
ao “êxtase do Espírito” pela perfeita
vivência da fé, da esperança e
sobretudo da caridade.
S. Beda Venerável
Nasceu em 672 ou 673 na Northumbria (Nordeste da Inglaterra). Aos
7 anos, os pais confiaram a sua
educação ao abade dum mosteiro
vizinho. Ali dedicou-se ao estudo
da Sagrada Escritura, depois ao da
história da Igreja dos “Anglos” e
por fim ao da Teologia Litúrgica. Os
seus estudos bíblicos levaram-no
à conclusão de que o Antigo
Testamento deve ser lido como
revelação de Jesus Cristo, que o
Novo Testamento descreve já
presente neste mundo para o salvar.
A sua história da Igreja dos “Anglos” foi logo considerada como a
que melhor descrevia a história do
povo inglês. E a sua Teologia
Litúrgica, concretizada em numerosas homilias descreve a Igreja
como “Mãe de Deus”, iluminando
a formação e a actividade pastoral
de quantos na Igreja têm a especial
missão de iluminar e santificar os
fiéis pelo anúncio da “Palavra de
Deus”.
O Papa convida os fiéis a pedirem a
Deus que suscite santos como Beda,
para que a verdade cristã a todos
una na mesma caridade para com
Deus e para com os irmãos, especialmente nos países da Europa.
S. Bonifácio
Natural da Grã-Bretanha. onde
nasceu por volta de 675, fez-se
monge muito cedo, dedicando os
primeiros anos ao estudo da língua
latina. Ordenado aos 30 anos, o seu
zelo apostólico levou-o a empenhar-se com outros monges na
evangelização do Continente Europeu, a começar pela Frígia (na actual
Holanda). Como aqui fosse perseguido pelo chefe local, dirigiu-se a
Roma, de onde o Papa o enviou a
evangelizar a Germânia. Dedicouse de corpo e alma a esta evangelização, demonstrando, além do
ardor apostólico, uma grande
capacidade de organização, que
levou o Papa a sagrá-lo como
“Bispo regional da Germânia”.
Fundou vários mosteiros, masculinos e femininos, especialmente o
de Fulda (em 743), que se tornou
no grande animador dos restantes.
Já no fim da vida, com 80 anos,
voltou à Frísia, e aí, quando
celebrava a Missa em Dokkum, no
dia 5 de Junho de 754, sofreu o
martírio por parte dum bando de
pagãos. De acordo com o seu
desejo, foi sepultado no mosteiro
de Fulda, onde ainda hoje os
Bispos da Alemanha se costumam
reunir periodicamente.
O Santo Padre, nas suas reflexões
finais, aponta S. Bonifácio como
exemplo de ardor missionário e de
fidelidade à Cátedra de Pedro.
+ Manuel Franco Falcão,
Bispo emérito de Beja
Viagens do Papa em 2011
O calendário das viagens que
Bento XVI tem previstas para
2011, incluem visitas a quatro
países - Croácia, Espanha, Alemanha e Benim -, para além de
cinco deslocações a dioceses
italianas.
A Jornada Mundial da Juventude,
em Madrid, e segunda passagem
por África são, neste conjunto,
os pontos altos da agenda papal.
A primeira viagem vai decorrer em
solo italiano, com uma visita a
Aquileia e Veneza, de 7 a 8 de
Maio.
Bento XVI visita depois a Croácia, nos dias 4 e 5 de Junho, numa
viagem em que vai visitar o
túmulo do beato Alojzije Stepinac, cardeal croata, mártir do
regime comunista.
Duas semanas depois, a 19 de
Junho, tem lugar a visita pastoral
à Diocese de São MarinoMontefeltro.
Em Agosto, acontece a terceira
viagem de Bento XVI à Espanha,
para participar na Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, de
18 a 21 de Agosto
O mês de Setembro tem duas
viagens apostólicas marcadas:
no dia 11, a Ancona (Itália), para
a conclusão do congresso eucarístico internacional, e de 22 a
25 para a referida visita à Alemanha, com passagem por Berlim,
Friburgo e Erfurt.
A 9 de Outubro, o Papa visita
novamente uma localidade italiana, Lamezia Terme e, nesse
mesmo mês, Assis, onde se
reunirá com líderes de várias
religiões para uma oração pela
paz.
A última viagem prevista para
2011 será a segunda de Bento XVI
a solo africano, tendo como
destino o Benim, de 18 a 20 de
Novembro, para a celebração dos
150 anos da evangelização deste
país.
Nesta ocasião, o Papa vai entregar aos bispos africanos a
exortação apostólica fruto do
Sínodo especial para a África que
decorreu no Vaticano, em Outubro de 2009.
Desde o início do pontificado, em
Abril de 2005, Bento XVI fez 18
viagens apostólicas fora da Itália,
incluindo uma visita a Portugal,
entre 11 e 14 de Maio último.
16 de Janeiro de 2011
Deus no Seu amor pelos homens, foi-Se-lhes manifestando progressivamente,
ao longo dos séculos, para lhes descobrir quem Ele era e quais os desígnios
da Sua vontade.
Essa revelação alcançou o seu ponto culminante, a sua plenitude, em Jesus.
N’Ele, o Pai nos dirigiu a Palavra definitiva, Palavra tão actual hoje, como
no tempo em que foi pronunciada, como o será daqui a 2.000 anos.
Ora se Deus nos falou, não podemos ficar indiferentes perante a Sua Palavra.
A nossa atitude deve ser a de Samuel e a dos discípulos de João Batista.
I Leitura
Is 49, 3.5-6
A liturgia da Palavra deste Domingo refere-se ainda à manifestação
do Senhor, celebrada no Tempo de Natal, particularmente na
solenidade da Epifania. Esta primeira leitura é um dos chamados
“Cânticos do Servo de Deus” do profeta Isaías. Este “Servo de Deus”,
que vem a identificar-Se com o Senhor Jesus, é por Deus escolhido
para levar a luz da palavra de Deus não apenas ao povo de Deus, mas
a todos os povos, para a todos trazer à unidade de um só povo, que é
afinal a sua Igreja. Mas esta luz só poderá iluminar os que olham para
o Senhor com a fé que lhes vem da Palavra de Deus.
Leitura do Livro de Isaías
Disse-me o Senhor: “Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a
minha glória”. E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o
seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe reconduzir
Jacob e reunir Israel junto d’Ele. Eu tenho merecimento aos olhos do
Senhor e Deus é a minha força. Ele disse-me então: “Não basta que sejas
meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os
sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti a luz das nações, para que a
minha salvação chegue aos confins da terra”.
Salmo Responsarial
Salmo 39 (40)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.
II Leitura
1 Cor 1, 1-3
Começamos a ler a Primeira Epístola aos Coríntios. Hoje quase nos
limitamos à dedicatória muito desenvolvida, como era costume
naquele tempo. Mas logo aí se podem encontrar grandes afirmações
da fé cristã, que depois serão desenvolvidas ao longo de toda a carta.
Toda a vida cristã é fruto do chamamento de Deus à fé: foi assim com
Paulo, é assim com todos os cristãos. Para todos, o chamamento à fé é
dom gratuito de Deus, portador de paz. Com esta introdução, todos
ficamos a sentirmo-nos destinatários da apístola, da qual este ano
apenas leremos a primeira parte.
Início da primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Paulo, por vontade de Deus escolhido para Apóstolo de Cristo
Jesus e o irmão Sóstenes, à Igreja de Deus que está em Corinto, aos que
foram santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade, com todo os
que invocam, em qualquer lugar, o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhor deles e nosso: A graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor
Jesus Cristo estejam convosco.
Evangelho
Jo 1, 29-34
Um dos testemunhos que manifesta Jesus como o Messias é o de João
Baptista. Ele apresenta-O como o “Cordeiro de Deus”. O símbolo do
Cordeiro reúne duas passagens do Antigo Testamento, aplicando-as
a Jesus: a do “Servo de Deus” (I leit.), que carrega com o pecado do
mundo (Is 53,7), e a do cordeiro pascal, que é imolado para tirar o
pecado do mundo. Uma e outra coisa o é o Senhor. Descendo à água
entre os pecadores, Ele humilha-Se, assumindo a situação da nossa
natureza de homens pecadores; uma vez ungido pelo Espírito Santo,
Ele torna-Se fonte desse mesmo Espírito para todos os que são
baptizados em seu nome.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, João Baptista viu Jesus, que vinha ao seu encontro, e
exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É d’Ele
que eu dizia: “Depois de mim vem um homem, que passou à minha
frente, porque era antes de mim”. Eu não O conhecia, mas foi para Ele
Se manifestar a Israel que eu vim baptizar na água”. João deu mais este
testemunho: “Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e
permanecer sobre Ele. Eu não O conhecia, mas quem me enviou na
baptizar na água é que me disse: “Aquele sobre quem vires o Espírito
Santo descer e permanecer é que baptiza no Espírito Santo”. Ora, eu vi
e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus”.
OPINIÃO
11 de Janeiro de 2011
O regresso à ditadura?
Quando se esquecem exigências
democráticas ou se impede que elas
funcionem, abre-se a porta ao
ditador. Já foi assim na antiga
Grécia, onde a democracia nasceu.
Foi assim ao longo dos séculos. É
também assim nos tempos que
correm. O governo socialista, em
campos bem determinados como o
ensino, a solidariedade social, a
saúde, com o medo que provoca
nos da sua cor que dissentem,
passou a agir como novo ditador.
Não ouve, não reflecte, não acolhe,
desconhece a realidade, embrulha
e deturpa a verdade, julga-se único
para decidir e decide a seu belo
prazer. Faz tábua rasa do povo e da
história, nega-se a procurar com
parceiros obrigatórios soluções de
consenso, rasga acordos bilaterais
assinados, volta costas a quem
realiza trabalho de qualidade, só
agrada a clientelas discutíveis, vive
obcecado pelo poder, dá péssimo
exemplo de democracia e de isenção
a quem tem o encargo de governar.
Uma situação, que se vem tornando
cada dia mais grave, refere-se ao
menosprezo pela iniciativa privada.
A cidadania, esclarecida e aberta, é
um direito e um dever de todos.
Permite enriquecer o bem comum
nacional com propostas e respostas
adequadas, surgidas num contexto
de respeito por exigências legais
justas. Foram sempre os governos
totalitários que destruíram a democracia, desprezaram e impediram a
legítima iniciativa privada. O Estado
Social, de contornos megalómanos,
sonhado e defendido por ideologias coloridas e pelo povo que
só quer benefícios, com respostas
Notícias de Beja – 3
O caso do ensino privado
impossíveis para os problemas,
está condenado ao fracasso. A
história assim o tem mostrado. O
Estado não se identifica com um
partido ou com uma força política
maioritária. Ele concretiza-se na
comunidade civil organizada, com
lugar para todos, responsabilidades
repartidas, objectivos claros ao
serviço das pessoas. Muita gente,
levada por uma partidocracia míope,
que mais procura ocasiões para
reinar e se governar a si, do que
para servir, ainda não o entendeu
ou não o quis entender.
Os governos, em geral, têm tendência para se tornarem totalitários.
O que não conseguem por competência e engenho impõem-no por
um poder discricionário.
Está na praça pública o problema
do ensino privado. Vamos percorrer
a história. Séculos atrás, a iniciativa
do ensino alargado e qualificado
surgiu sempre por iniciativa da
sociedade civil. Já quase em meados do século passado, o governo
esforçou-se para garantir a todos
os portugueses o ensino básico. A
outros níveis, abriram-se escolas
estatais, mas apenas nas cidades e
vilas mais importantes. A democratização deu-se, mais uma vez, a
partir de grupos locais e de instituições da Igreja que se preocupavam com a promoção dos jovens
mais pobres, onde quer que vivessem. Chegamos ao 25 de Abril.
Revolucionários do PREC, vazios
de cultura, mas cheios de ódios,
assaltaram colégios da província
com uma história longa de bemfazer e destruíram, como inúteis,
escolas, livros e monumentos
locais. Quiseram apagar a história.
E, como se fôssemos um país
abastado, abriram-se então escolas
estatais onde já as havia privadas,
que foram injustamente desprezadas e fechadas. Verificou-se, a
seguir, uma campanha de desinformação da opinião pública, que
persiste ainda, fazendo-se crer que
todo o ensino privado era elitista e
só para os ricos. Aceitava-se, como
ensino gratuito, só onde o Estado
não podia ainda chegar. Era o tal
“papel supletivo” do ensino privado.
Por ideologia e bairrismos locais
construíram-se escolas estatais
onde o parque escolar privado já
existia e era de qualidade e iniciouse um projecto claro de asfixia, a
seu tempo, do ensino privado, dito
supletivo. As escolas estatais
precisavam de alunos e muitos pais
optavam pelas escolas privadas.
Para os brios dos governos isto não
era admissível. Depois, vieram os
pagamentos em atraso, a redução
arbitrária de turmas, a multiplicação
de exigências que não existiam para
a escola estatal. Assim se chegou à
situação actual de um injusto
extermínio, por uma morte lenta, de
há muito cuidadosamente programada e sempre desejada por forças
ideologicamente totalitárias e por
grupos corporativos que nada
vêem além dos seus interesses.
O Ministério da Educação está
inquinado, desde há muito. Até
Salazar teve de fazer cedências à
maçonaria, que já então dominava
o Ministério, para poder governar
noutros campos! Quem por lá
passou com saber, sentido de
responsabilidade e ideias abertas,
nunca aqueceu o lugar e foi torpedeado de mil maneiras.
O problema resume-se a estes
pontos: o Estado democrático não
pode impedir, antes, deve fomentar
a iniciativa privada, sempre que o
bem comum o exige ou solicita,
porque a educação, em democracia,
não é monopólio do Estado; a
aceitação das iniciativas das forças
intermédias da sociedade, quando
sérias e qualificadas, é sempre uma
riqueza para o país; o direito à
educação - ensinar e aprender - e à
escolha pelos pais de um projecto
educativo para os seus filhos só se
pode exercer se houver alternativas,
e as escolas com contrato de
associação, como o vêm provando,
são uma alternativa credível; o
ensino privado, em democracia, que
abriu entre nós caminhos por esse
país fora, não é, por sua natureza,
supletivo do Estado, mas traduz um
direito social respeitável, sendo,
por isso, uma mais-valia para o
sistema educativo, porque só no
confronto leal de projectos educativos, se podem aperfeiçoar e
gerar propostas qualificadas; o
Estado não faz qualquer favor aos
particulares, nem prejudica o país,
ao proporcionar o ensino gratuito,
através de escolas privadas, a todos
os que já as podem escolher, pois a
função do Estado é garantir um
serviço público válido de educação, seja ele exercido por escolas
estatais ou privadas; o Estado
aplica o dinheiro dos contribuintes
em benefício de todos, não como
dono ou a favor dos seus interesses
políticos, mas como administrador
fiel do que não lhe pertence.
O que o governo socialista faz
agora e quer continuar a fazer, a
falso pretexto da crise económica,
e que é urgente denunciar, constitui
um retrocesso democrático, uma
ameaça grave de contornos ditatoriais, uma negação clara do mais
legítimo pluralismo, uma injustiça
que a história guardará com o seu
juízo crítico inexorável.
António Marcelino,
Bispo emérito de Aveiro
Metade a enganar outra metade
Acabados os festejos – de Natal
ou de passagem d’ano – tornase importante reflectir sobre os
sinais que esta época nos trouxe
e as implicações (pessoais, familiares e/ou sociais) que tudo
isto nos exige assumir.
Dizem que a vida está cara e a
crise tem deixado marcas, mas o
que vemos (ou vimos) foram
lugares de diversão a abarrotar,
os preços exorbitantes com-
prados, uma certa alegria na rua...
Os ordenados encolheram, mas o
sector de vendas de automóveis
cresceu, só em Dezembro passado, mais de sessenta por cento... Sindicatos e políticos reclamam mais medidas para com-
bater a crise, mas ou só se vê
metade do que nos mostram ou
fazem-nos crer que somos pobres
com aspirações incontroladas de
riqueza escondida...
Antes de mais a metade que anda
a enganar a outra metade parece
ser o próprio a si mesmo, pois há
quem se queixe de que está mal e
logo de seguida está a estourar
milhares de euros sem ver se tem
com que pagar. Esta espécie de
esquizofrenia colectiva devernos-ia fazer reflectir, pois parece
que à pobreza colectiva se contrapõe uma riqueza (económica e
não só) pessoal não declarada...
Ou andaremos todos a disfarçar
sem nos conhecermos, suficientemente, a nós mesmos e, por
isso, desconfiando dos outros ou
tendo a mesma bitola que temos
para connosco?
Como se é ou pode ser cristão
neste ambiente?
Esta crise – ainda no começo
cultural, embora com alguns
desenvolvimentos económicos
mínimos – não tem trazido mais
pessoas à prática religiosa, pelo
contrário:
. vemos esvaziarem-se as igrejas,
sobretudo nestes dias de festas;
. vemos as pessoas (ditas) praticantes a fugirem da expressão
comunitária da fé... católica;
. vemos crescerem umas espiritualidades de auto-comprazimento sem vínculo aos outros;
. vemos proliferar uma certa
religiosidade sem culto e mesmo
sem igreja/comunidade;
. vemos alguma confusão nos
responsáveis eclesiais, podendo
virem a refugiar-se em devoções
à míngua de projectos mais ousados de evangelização;
. vemos uma quase capitulação:
onde o desânimo vence, a descrença ganha, o medo impera; o
‘tanto-faz’ parece ser o critério
mais usado...
Para que se possa resolver esta
questão da clandestinização da fé
– como vemos de forma crescente
na Europa e em Portugal também
– urge fazer um diagnóstico sério,
sereno e centrado no Essencial,
pois, hoje, o diálogo não é possível sem sabermos e conhecermos quem tem fé ou quem se
afirma e impõe como descrente e
sem Deus. É urgente percebermos quem ainda acredita ou
quem vive ‘como se Deus não
existisse’ – como diz o nosso
Papa, desde o início do seu ministério – e que trata todos os outros
com esse mesmo critério.
Estamos num tempo de mudança
cultural e não podemos responder
com os mesmos meios (intelectuais ou emocionais) às
mutações constantes dos nossos
contemporâneos.
De facto,
- temos de ser cada vez mais humildes
para sabermos aprender a traduzir a
fé cristã com valores que unem,
valorizando-nos reciprocamente;
- temos de criar pontes de diálogo
– interreligioso, ecuménico e
inter-eclesial – sabendo perceber
as roupagens e discernindo as
linguagens;
- temos de construir espaços de
valorização comunitária em vez de
redutos de individualismo... dentro ou fora dos lugares de culto.
Numa palavra: temos de deixar
converter em nós mesmos, pela
Palavra e pelo Espírito, a metade
mais ou menos pagã de nós
próprios, vivendo a exigência do
Evangelho de Cristo, hoje.
António Sílvio Couto
PATRIMÓNIO
4 – Notícias de Beja
PEDRA ANGULAR
11 de Janeiro de 2011
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
Aliança inédita entre Natureza e Património
Ministério do Ambiente e Diocese de
Beja unem esforços para salvaguardar
biodiversidade no meio rural
O Instituto de Conservação da
Natureza e da Biodiversidade e
o Departamento do Património
Histórico e Artístico da Diocese
de Beja assinaram a 11 de Janeiro,
na igreja matriz de Mértola, um
protocolo que concretiza uma
nova metodologia de intervenção, pouco frequente no país:
assenta no cruzamento do património natural e do património
para pontos de referência do
território.
A tónica da colaboração que se vai
iniciar é posta na dimensão pedagógica resultante da ligação do
património arquitectónico e artístico e da natureza em que ele está
inserido. “Não faz sentido trabalhar-se isoladamente; a defesa da
biodiversidade constitui a causa
maior com que a humanidade se
Peneireiro-cinzento, ave de presa de pequeno porte característica
dos montados e sistemas extensivos do sul
cultural para mobilizar e dinamizar a participação da sociedade civil na salvaguarda e
promoção dos valores naturais
e culturais do Baixo Alentejo,
designadamente no âmbito das
áreas protegidas dispersas pela
região. Trata-se de um dos
contributos que, segundo é
reconhecido no texto do pacto,
visa o aprofundamento das
iniciativas nacionais no âmbito
do Ano Internacional da Biodiversidade, celebrado em 2010.
Inédita em Portugal, a união de
esforços entre o principal organismo responsável pela conservação do património natural, sob
a tutela do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do
Território, e um departamento
diocesano com 27 anos de experiência na defesa dos bens
culturais, assenta no facto de que
muitas igrejas ou as suas envolventes, especialmente em área
rural, são verdadeiros santuários
da vida selvagem. Espécies
protegidas, como o francelho e
a cegonha, encontram pontos
privilegiados de nidificação nas
torres dos campanários e noutros
pontos dos templos. Os adros e
os espaços em redor destes
edifícios reúnem igualmente
condições excepcionais para a
preservação da fauna e da flora.
De acordo com um dos mentores
do projecto, João Filipe Bugalho,
não se torna difícil irradiar daqui
defronta nos dias e é preciso
repensá-la também à escala regional”, salienta José António Falcão,
director do Departamento do Património da Diocese de Beja. E acrescenta: “Os nossos monumentos
religiosos podem dar um contributo
importante nesse sentido; como
retorno, ganhar-se-á uma nova
dinâmica, criando melhores condições de conservação e fruição do
próprio tecido edificado – e dos
valores culturais e paisagísticos
que lhe estão associados.”
O protocolo, aberto à intervenção
de outras entidades, como os
municípios e as associações locais,
aposta fortemente na dinamização
de distintas valências patrimoniais
como factor de sustentabilidade do
desenvolvimento regional. Uma
das iniciativas gizadas neste âmbito por Tito Rosa, presidente do
ICNB, prende-se com a criação
de rotas facilmente praticáveis de
“touring” ambiental que permitam aos automobilistas descansar um pouco, saindo durante breves horas das autoestradas, visitando, através de
caminhos secundários, mas
acessíveis e bem sinalizados,
alguns dos sítios mais interessantes de Portugal, do ponto de
vista cultural e natural. Isto é
feito, em primeiro lugar, a partir
da rede de parques e reservas já
estabelecida no terreno, sem
esquecer a salvaguarda das
zonas cujo estatuto de protecção
não se coaduna com uma presença humana mais intensa.
Se o envolvimento das comunidades vai ser essencial para o
êxito do projecto que dá agora
os primeiros passos, o seu alvochave reside na colaboração dos
estabelecimentos de ensino e
dos agricultores. Tarefas muito
simples e pouco dispendiosas
como a melhoria dos pontos de
água – as velhas “fontes santas”
– existentes junto às ermidas, a
criação de pequenas searas de
feijão-frade ou a colaboração dos
alunos das escolas na monitorização da fauna bravia através
de web cameras podem fazer a
diferença para a sobrevivência
de espécies ameaçadas, entre
elas a abetarda, o sisão e o grou.
Podem trazer igualmente um
contributo decisivo para suster
a ruína de dezenas de velhas
igrejas que permanecem fechadas ao longo do ano, por falta de
quem delas se ocupe.
Caboz-de-água-doce, peixe da bacia do Guadiana, de distribuição
localizada e com elevado interesse para a conservação
“São Jorge combatendo o Dragão”, por José Escada (1961)
Actualização do
inventário dos bens
da Paróquia de
Azinheira de Barros/
Lousal
Em articulação com a Paróquia de
Azinheira de Barros/Lousal, o
Departamento do Património Histórico e Artístico tem vindo a
debruçar-se, alguns anos após a
conclusão do inventário da arte
sacra local, sobre algumas peças de
particular interesse artístico. É o
caso de uma notável obra do pintor
José Escada, datada de 1961, que
representa “São Jorge a combater
o Dragão”. Esta peça figura o orago
da vasta igreja de Lousal e constitui
um elemento muito importante do
dossier de arte contemporânea da
nossa Diocese. Regista-se por isso
com enorme satisfação o esforço
que a comunidade do Lousal está a
fazer para lhe dar o devido realce.
Ao contrário do que se poderia
supor, as igrejas da Diocese de Beja
continuam a ser alvo, todos os
anos, de importantes descobertas
patrimoniais. A pintura agora valorizada em Lousal é um bom exemplo
desta constante redescoberta dos
nossos tesouros artísticos. Lembramos aqui o que escreveu a
respeito de José Escada um dos
melhores conhecedores da sua
fascinante obra: “José Jorge da
Silva Escada nasceu em 1934, em
Lisboa, falecendo na mesma cidade
em 1980. Estudou na Escola António Arroio e obteve o diploma em
Pintura na Escola de Belas-Artes
de Lisboa. Em 1955, juntamente com
os artistas Lurdes de Castro, René
Bertholo, João Vieira e Gonçalo
Duarte, constitui o Grupo KWY, ao
qual se ligaram posteriormente
Costa Pinheiro, Jan Voss e Christo
Javacheff.
Desde as suas primeiras realizações
pictóricas, José Escada desenvolveu uma estética pessoal que
caracterizou a sua obra futura: a
utilização da linha como contorno,
com ritmo definido, combinada
com a acentuação de contrastes
provocados por diferentes níveis
de luminosidade. Nos anos 50, os
mesmos valores são aplicados a
uma pintura não figurativa, evoluindo, dez anos mais tarde, para o
total informalismo que se aproxima
de uma expressão caligráfica.
Em meados da década de 60, José
Escada retoma o trabalho a partir
da linha, gerando pequenos elementos simétricos criados a partir
de colagens e dobragens de papel.
É evidente a influência de Matisse
e da sua valorização do processo
criativo, de carácter gestual e
manual. O trabalho no campo do
relevo abstracto orientou José
Escada para a pesquisa dos elementos decorativos tradicionais
portugueses. Nas composições
dos anos 70, combina a abstracção
e a figuração em quadros que
reflectem uma visão do seu mundo
pessoal, no qual homem e natureza
se fundem.”
Igreja de Nossa
Senhora das Salas na
ordem do dia
Este monumento nacional, a mais
importante referência do património
religioso de Sines, foi recuperado
nos inícios do século XXI ao abrigo
de um protocolo entre o Ministério
da Cultura (que é o seu proprietário), o Município de Sines, a
Paróquia do S. mo Salvador e a
Diocese de Beja, protocolo que
prevê a intervenção da autarquia
para a sua abertura regular ao
público. Assim tem vindo a realizarse desde 2006, sem sobressaltos.
Nos últimos anos tem-se contado
com a presença de uma colaboradora do Município, D. Carolina
Pereira, pessoa de enorme dedicação para com o monumento e os
visitantes – sempre acolhidos com
um sorriso nos lábios e uma palavra
de simpatia. Esta senhora termina
o seu contrato com a autarquia no
dia 27 de Fevereiro.
Sabendo-se das dificuldades que
actualmente afectam o erário público, é importante que este e outros
casos de verdadeiro empenhamento na abertura dos monumentos
possam ser repensados de modo
positivo. Estamos confiantes em
que a igreja das Salas permaneça
de portas abertas, para satisfação
dos residentes no concelho e dos
muitos turistas.
Iremos consagrar a este monumento, nas próximas edições, algumas notas, destinadas a dar a conhecer aos nossos leitores não só a
história de um dos mais belos
templos da Diocese, mas também o
trabalho aí realizado pelo Estado,
pelo Município e pelas instituições
da Igreja.
DIOCESE
11 de Janeiro de 2011
Nota Pastoral
Uma só família humana
Em clima de propaganda eleitoral
para a presidência da república, num
país à beira da insolvência, pois
consome mais do que produz, quase
não houve ambiente, na alegria e
tranquilidade da família, para viver o
tempo natalício, que encerrou com a
solenidade do Baptismo de Jesus, a
9 de Janeiro. Embora não se trate de
eleger uma nova assembleia da
República e, eventualmente, um
novo governo, no entanto é o
descontentamento com a situação
actual do país que vem ao de cima
nos debates.
Para não fazer desta nota mais um
manifesto eleitoral, que neste período
deve ser deixado aos candidatos,
pretendo alargar os horizontes,
comentando a mensagem do Papa
Bento XVI para o dia mundial das
migrações e do refugiado, que
vamos celebrar no próximo dia 16 de
Janeiro, na qual o Santo Padre nos
apresenta a sociedade como uma só
família humana.
Vivemos num mundo marcado pela
mobilidade, pelos mais diversos
motivos, que torna as nossas sociedades e países cada vez mais multiétnicos, intraculturais e com a
presença de várias confissões religiosas, reclamando-se todas da ver-
dade para si mesmas. Nesta realidade
incontornável, que nem os nacionalismos conseguem negar e sufocar,
o Papa dá-nos alguns elementos para
acolher esta situação como uma
riqueza a integrar na nossa mentalidade e na vida dos nossos países.
É importante considerarmo-nos
todos como membros de uma só
família humana, que tem Deus como
origem e destino último. No caminho
da vida, que pode ser considerado
uma peregrinação, o acolhimento e
ajuda mútuas facilitam o percurso,
aceitando as diferenças, promovendo o diálogo para as compreender e lutando pelo bem comum, não
apenas da família, dos grupos e dos
países, mas de toda a família humana,
que tem a dimensão do mundo
global.
Esta consideração ajuda-nos a
superar os nacionalismos egoístas
de povos e de grupos e a encontrar
soluções para o bem comum e o
empenho em seu favor com as
dimensões da família humana inteira,
ou seja, da comunidade dos povos
e das nações, para dar forma de
unidade e paz à cidade do homem e
torná-la em certa medida antecipação
que prefigura a cidade de Deus sem
barreiras, afirma o Papa, citando o nº
7 da sua encíclica Caritas in veritate.
É também com este olhar que deve
ser considerado o fenómeno migratório. A falta de fraternidade e de
justiça entre os povos é causa
profunda de subdesenvolvimento,
já o afirmara Paulo VI na encíclica
Populorum Progressio. Pelo contrário, a comunhão fraterna entre todos
os povos, muito especialmente com
os migrantes que vêm até nós,
enriquece a todas as partes e contribui para o desenvolvimento e bem
comum de toda a família humana.
Esta doutrina, levada a sério, poderá
ajudar a resolver os problemas da
crise, encontrando soluções duráveis, para bem de todos. Não será
exportando o nosso lixo para os
países pobres e importando os seus
cérebros ou explorando a sua mão
de obra barata e escrava, que
resolveremos a crise a longo prazo,
mas apenas adiamos soluções mais
estáveis, porque verdadeiras e
éticas. Torna-se ridículo querer
vender as nossas dívidas a outros
povos mais pobres, com regimes
ditatoriais.
A paz e a sobrevivência da humanidade só pode ser alcançada neste
mundo global com uma política que
promova o bem comum de toda a
família humana. Políticas de uns
contra outros ou de alguns à custa
de outros, com uma visão egoísta
do bem comum, não têm futuro
pacífico, porque não correspondem
à verdade do ser humano nem,
marcado pela ânsia da comunhão,
de que a Igreja deve ser sinal eficaz.
Mudar algumas políticas conseguese com eleições. Mas mudar mentalidades só a força da conversão é
capaz, como nós cristãos confessamos através do baptismo. Precisamente a festa do Baptismo de Jesus,
com que encerramos o tempo de
Natal, afirmava isso mesmo: pelo
Baptismo tornamo-nos filhos amados de Deus, que não faz acepção
de pessoas e nos convida a construirmos uma só família humana.
† António Vitalino, Bispo de Beja
Clero do Sul realiza jornadas de actualização
O Instituto Superior de Teologia de
Évora organiza, pelo terceiro ano
consecutivo, a actualização do
clero da Província Eclesiástica do
Sul (Dioceses de Évora, Beja e
Algarve).
As jornadas estão agendadas para
24 a 27 de Janeiro, em Tavira e terão
a Crise como tema de fundo.
Programa
Dia 24, pelas 14h30, recepção dos
participantes. Às 15h30, sessão de
abertura. Às 16h, conferência sobre
“Um olhar cristão sobre a Crise
Global”, por José Ribeiro e Castro.
Às 17h30, José Ribeiro e Castro
dará nova conferência intitulada “O
papel da União Europeia e das
Agências Internacionais no combate à Crise”, à qual se seguirá um
diálogo com o conferencista. Às
19h30, vésperas.
No dia 25, às 8h30, Laudes. Às 9h30,
conferência sobre “Não podes
servir a Deus e ao dinheiro”, por
Armindo Vaz. Às 11h30, Manuel
Ferreira Patrício falará sobre “Ser
ou Ter? Eis a questão”. Às 15h00,
conferência “Um olhar sobre a
realidade portuguesa”, por Francisco Sarsfiel Cabral. Às 17h,
conferência “Uma leitura a partir
da Doutrina Social da Igreja”, por
Manuel António do Rosa´rio,
seguida de denate com o orador.
Às 19h, Vésperas e Eucaristia.
Prevê-se neste dia 25, haja um serão
cultural animado pelo Grupo de
Santa Maria e pelo Coro de Câmara
da Sé de Faro.
No dia 26, às 8h30, Laudes. Às 9h30,
João César das Neves abordará o
tema “Radiografia da Crise I.
Questões económicas”, que terá
desenvolvimento, pelas 11h, com
o mesmo orador a desenvolver o
tema “Radiografia da Crise II.
Outras vertentes da Crise”.
Às 15h, painel sobre “Crise: a
realidade e os desafios emergentes”: Os jovens (Pablo Lima);
Os desempregados (Ana Duarte,
IEFP); As famílias (casal do Algarve). Às 17h30, Armindo Monteiro desenvolverá o tema “O papel
das Empresas na solução da
Crise”. Às 19h, Vésperas e
Eucaristia.
No dia 27, às 8h30, Laudes. Às 9h30,
painel “Crise: pequenas/grandes
respostas”: Economia da Comunhão (António Abel, Movimento
Focolares); IPSS (Lino Maia);
Pastoral Sócio-Caritativa (Eugénio
da Fonseca).
Ao meio-dia decorrerá o encerramento dos trabalhos.
Notícias de Beja – 5
Concerto de Reis
do Coro do Carmo
O Coro do Carmo de Beja apresentou na tarde do passado domingo, 9
de Janeiro, na Igreja do Carmo de
Beja, o seu tradicional Concerto de
Reis, sob a direcção do seu maestro,
P. Dr. António Cartageno.
Para além dos elementos do Coro, o
Concerto teve a brilhante colaboração de João Cavaco no órgão, de
Gonçalo Oliveira no violino, de
Carlos Cartageno na trompete, de
Andreia Rosa no clarinete e de
Francisco Teixeira e José Palma na
viola. A apresentação esteve a cargo
de Clara Palma que, numa linguagem
clara e informativa, contextualizou as
peças.
Apesar da tarde pouco convidativa,
a Igreja do Carmo encheu-se completamente. Entre o público encontravase o Presidente da Câmara Municipal
de Beja, Dr. Vasco Pulido Valente, o
Bispo Diocesano, D. António Vitalino e outros representantes da
Igreja.
O Concerto teve início com a entrada
do Coro pelo fundo da Igreja a cantar
“Os Reis” de Mértola:
Esta casa é nobre gente/ Se escutarem eu direi/ Ao partir do Oriente/
São chegados os três Reis. Lá da
terra estão chegando/ Lá das ilhas
de Belém/ Vêm visitar Deus Menino
/ Que Nossa Senhora tem…
O programa do Concerto foi inteiramente natalício. Na 1ª parte, os temas
diziam respeito aos cantos de Natal
de várias partes do mundo: França.
Inglaterra, Espanha. República
Checa e Chile, bem como a obras de
alguns compositores clássicos; a 2ª
parte foi toda dedicada à música
portuguesa para o Natal, quer escrita
por alguns autores – M. Luís, J.
Pedro Martins e outros – quer
popular, de várias regiões do país,
nomeadamente do Alentejo. Grande
parte destes cânticos em louvor do
nascimento de Jesus tinham o dedo
do P. Cartageno, que harmonizou,
adaptou e fez os arranjos instrumentais: peças muito belas, variadas
e enriquecidas com a intervenção
instrumental, criando uma atmosfera
quase mágica…
É com emoção que constatamos que,
nos tempos conturbados de hoje, os
povos do mundo inteiro cantam e
louvam o nascimento de Jesus
Menino – Aquele que veio anunciar
e trazer ao mundo a paz, a humildade,
a alegria, a fraternidade e o amor. É
também gratificante verificar que no
nosso Alentejo – terra de missão – o
Natal foi e ainda é hoje celebrado
com fé, paz, doçura e muita emoção,
através da expressividade dos seus
cânticos tradicionais. Neste Concerto de Reis, o Coro do Carmo
reviveu e ajudou a reviver alguns
desses belíssimos cânticos.
É difícil descrever neste texto as
vivências e os sentimentos despertos em todas as pessoas que
enchiam a Igreja. O silêncio reinante
demonstrou que o Coro do Carmo,
através da sua forte expressividade
musical, conseguiu transmitir para o
público a alegria e a beleza da mensagem de Natal. No fim do concerto o
público, agradecido e emocionado,
aplaudiu de pé o Coro com efusivos e
prolongados aplausos.
Parabéns ao maestro P. Cartageno,
ao Coro e aos vários solistas e
instrumentistas por este belo concerto que encerrou o ciclo das festas
natalícias.
M. Amélia Gomes
Em cumprimento da lei de imprensa, publica-se o Estatuto Editorial
do “Notícias de Beja”, que, no dia 18, assinala 83 anos de existência.
Estatuto Editorial
1. “Notícias de Beja” é um semanário regionalista de inspiração
cristã, propriedade da Diocese de Beja.
2. Independente do poder económico e político, rege-se pela
Verdade, que tem no Evangelho a sua norma suprema, procurando
iluminar as realidades terrenas com as luzes da fé, segundo os
ensinamentos da Igreja Católica.
3. Órgão de comunicação social ao serviço do povo alentejano,
“Notícias de Beja” dá particular realce às notícias desta província
e faz-se eco dos problemas e das aspirações das suas gentes.
4. Tem igualmente a preocupação de levar aos seus leitores uma
síntese dos acontecimentos mais importantes do País e do
Estrangeiro, fazendo deles uma correcta leitura, segundo os
princípios do cristianismo.
5. “Notícias de Beja” assume o compromisso de respeitar os
princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de
modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar
da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação.
SOCIEDADE
6 – Notícias de Beja
Última coluna
Erradicar a
pobreza só com a
colaboração de
todos e sempre
O ano 2010 foi dedicado a
combater a pobreza.
Como pude verificar, pela leitura
e por alguma observação directa,
multiplicaram-se as iniciativas,
neste sentido. Muito se conseguiu já, mas muito mais ficou por
alcançar. É que o cancro da
pobreza e da miséria tem múltiplas
causas. Umas vêm de pobres
destituídos, não raro, de qualidades ou capacidades para se
orientarem a si próprios; outras
surgem de cataclismos que ocorrem; outras, ainda, da desumanidade, da injustiça e da iniquidade daqueles cujo intento é
enganar e explorar o pobre. Com
todo o esforço da humanidade a
pobreza vai enfraquecendo, lentamente, mas logo vêm circunstâncias
favoráveis ao seu reaparecimento e
desenvolvimento. É como as ondas
do mar que avançam e recuam segundo o estado do tempo.
Com estas palavras não quero dar
a entender que a erradicação da
pobreza é um trabalho impossível
e que há-de existir sempre numa
visão fatalista. Creio que a erradicação da pobreza do mundo é
uma missão ciclópica. Temos de
lutar sempre, para que retroceda
ou desapareça.
Não posso deixar de me referir à
polémica entre os políticos por
causa das suas referências aos
pobres e à pobreza. Disse-se,
então, que isso era manipular os
pobres para angariar os seus
votos, mostrando-se simpáticos,
em campanha eleitoral, para com
os desfavorecidos. Sendo assim,
há que protestar contra esse uso
da pobreza pouco transparente.
Fico, no entanto, na dúvida, se
os protestos destes políticos
terão a transparência necessária
para serem credíveis.
Não é mal fazer referências aos
pobres, mal será fazê-las como
estratagema e sem verdade, para
alcançar objectivos por métodos
pouco saudáveis.
Dedicar-se aos pobres, e, há
muitos que dedicam a vida inteira
ao seu serviço em todo o mundo,
é fazê-lo sem segundas intenções
pouco claras; é concorrer para
que as causas da pobreza vão
desaparecendo; é contribuir para
que não falte o pão de cada dia e
os bens necessários para uma
existência digna e feliz; é ajudar a
que haja emprego, casa, saúde e
educação e se tornem como os
não pobres, cidadãos dignos e
responsáveis na sociedade que é
de todos.
Só se erradicará a pobreza criando
uma nova mentalidade com um
trabalho sério e permanente na
família, nas escolas e nas comunidades, contando com a colaboração
da Comunicação Social e com o
apoio indispensável do Estado.
João Alves,
Bispo emérito de Coimbra
11 de Janeiro de 2011
D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
“2010 foi ano histórico para a Igreja em Portugal”
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera
que o ano de 2010 vai ficar marcado
pela visita de Bento XVI ao nosso
país, um acontecimento que classifica como “histórico”.
Em entrevista à ECCLESIA, D.
Jorge Ortiga assinala que esta visita
“serviu para que desaparecessem
clichés” sobre Bento XVI e “crescesse o amor ao Papa, determinante
para acolher a sua mensagem”.
O arcebispo de Braga refere que o
convite da CEP “coincidiu também
com a vontade do Papa em ser
peregrino de Fátima”, dando origem à viagem que decorreu entre
11 e 14 de Maio.
A este respeito, D. Jorge Ortiga diz
que “Fátima tem uma dimensão de
anúncio, em nome de Deus, para
toda a sociedade”.
Ainda recordando as intervenções
de Bento XVI, o arcebispo de Braga
refere que “é necessária uma
presença muito concreta nos variados âmbitos da sociedade: na
cultura, na escola, na universidade
e outros lugares”.
“Nós já soubemos estar, já soubemos ser fermento na sociedade
e que talvez hoje tenhamos centralizado a acção da Igreja dentro dela
própria”, considera.
Para o presidente da CEP “há
alguns leigos e padres que «clericalizam» a pastoral, centralizando
tudo na pessoa do padre ou do
bispo”, em vez de “unir as diversidades de pessoas, de competência e de funções”.
O ano que passou foi ainda mar-
Ao ritmo do Ano Pastoral
oportunidade para analisar, por
exemplo, o que faz, e como faz, o
Parlamento”, refere.
Para o arcebispo de Braga, “a
democracia participativa não se
pode limitar ao dia do voto, expresso muitas vezes sem conhecimento do programa, da ideologia
do partido.
Em relação ao ano europeu do
combate à pobreza e à exclusão
social, D. Jorge Ortiga critica a
ausência de “iniciativas concretas
para a verdadeira erradicação da
pobreza, com o compromisso dos
Estados”.
Ao passar em revista os acontecimentos do ano 2010, o Presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa fala em novo momento
civilizacional e alerta contra tendências conservadoras apegadas
ao passado e afirma a necessidade
da Igreja «sair das sacristias»,
desafiando os católicos à coerência na vida política “sacrificando
mesmo o carreirismo”.
Aos assinantes do “Notícias de Beja”
A leitura orante da Palavra de Deus
Um dos métodos de abordagem
bíblica mais conhecidos, mais aconselhados e frutuosamente seguido
e celebrado é a pedagogia da Lectio
Divina (lê-se Leccio Divina), a
Leitura orante da Palavra de Deus.
Numa Pastoral de 1993, o Cardeal
Martini, Arcebispo de Milão, que na
célebre missão popular da sua
Diocese fundou milhares de Assembleias de Lectio Divina, afirmou que
não conhecia outro meio e estratégia
para que a velha Europa vença os
efeitos do consumismo e secularismo.
Segundo Orígenes a Lectio Divina
já era praticada no século III pelos
monges da Tebaida e foi incrementada pelos Padres da Igreja.
Na Idade Média confrontaram-se
dois métodos de abordagem à Sagrada Escritura:
- A Lectio Escolástica, ou seja leitura
técnica da Sagrada Escritura e tendia
para a “disputácio”, a disputa ou
debate entre docentes e alunos, que
prevaleceu no século XIII.
- A “lectio Divina” praticada nos
mosteiros, também conhecida por
“Lectio monástica”, que tendia para
a meditação e oração e visava a união
do ser humano com Deus e o bem
espiritual do crente.
O Papa S. Gregório Magno, que
governou a Igreja de 590 a 604, era
monge e para ele não bastava apenas
o conhecimento material da Sagrada
Escritura. Esta depunha sementes no
coração do crente e alimentava a vida
contemplativa na liberdade do
Espírito. Por isso, cultivou e legou à
Igreja o primado da Palavra de Deus,
compendiada na “Lectio Divina”,
que era uma leitura interiorizada e
sapiencial de “unção”, “gosto”,
“sabor”, “delícias”. No seu seguimento S. Bernardo, afirmava:
“Não tive tanto a intenção de expor
o Evangelho, como de aproveitar a
cado, a nível eclesial, pelos casos
de abuso sexual de menores por
parte de membros do clero, com D.
Jorge Ortiga a afirmar que “o Santo
Padre foi extremamente feliz, quando veio a Portugal, ao reconhecer
que o pecado está dentro da Igreja”.
“São situações que envergonham
e entristeçam a Igreja. Esperemos
que seja uma situação ultrapassada, que os casos de abuso não
se repitam e exista maior cuidado
na preparação e formação para o
sacerdócio”, afirma.
Os casos foram conhecidos em
pleno Ano Sacerdotal, que terminou a meados de 2010, iniciativa
que, para D. Jorge Ortiga, não foi
“devidamente preparada”.
Sobre o centenário da República,
em Portugal, o presidente da CEP
lamenta que não tenham existido
conclusões “a respeito do exercício
da democracia, vendo o que a
supõe e como deveria ser exercida,
quais as exigências da «re-pública», da coisa pública.
“Este centenário poderia ser uma
ocasião para, a partir do Evangelho, falar daquilo que me deleitava expor”.
No século XII as Ordens mendicantes foram beber à lectio Divina
o segredo e o carisma das suas regras
monásticas. Contudo, no século
posterior, a leitura monástica viria a
ser oficialmente vencida pela Teologia Escolástica.
No século XVI a leitura orante da
Bíblia, nem sequer era fomentada nos
conventos e nos mosteiros e foi um
dos factores mais perversos da
Contra Reforma. A leitura da Bíblia
era suspeita e cheirava a “livre
exame”, o direito a acreditar só no
que a nossa razão individual pode
verificar. Uma censura moral, fortemente inspirada pelo jansenismo,
proibia a leitura dos textos bíblicos
julgados “indecentes”.
Santa Teresa de Ávila e Santa
Teresinha, separadas por três séculos, não puderam ler a Bíblia em
vernáculo para seu uso pessoal.
Insistia-se na leitura espiritual.
As disputas entre protestantes e
católicos criaram uma desconfiança
velada em relação à Escritura. Os
primeiros distinguiam-se pela promoção e leitura em vernáculo da
Bíblia esquecendo a Tradição. Por
sua vez, os católicos refugiaram-se
na Tradição e na Eucaristia.
A leitura da Bíblia em latim, a deficiente preparação bíblica dos presbíteros, o criticismo do século das
Luzes, o século XVII e posteriormente o século XIX, até meados
do século XX, também não favoreceram o estudo da Bíblia. O conhecimento bíblico bate no fundo.
Na próxima semana vamos ver como
se sai desta letargia.
António Aparício,
Pároco de S. João Baptista, Beja
Pedimos encarecidamente aos assinantes em débito que
satisfaçam, o mais breve possível, a sua dívida do ano de 2010
e, também, a doutros anos anteriores que porventura ainda
estejam em atraso.
Já que pelo correio as cobranças ficam sempre dispendiosas,
quem preferir pode pagar por transferência bancária através
do NIB 001000003641821000130.
Pedimos que, ao enviarem por transferência bancária, a
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Martins e João Oliveira Machado.
REGIONAL
11 de Janeiro de 2011
Aljustrel celebra em festa o Natal,
Epifania e Ano Novo
As celebrações de Natal, para
celebrar o nascimento de Jesus,
tiveram inicio na Paróquia de
Aljustrel, a 19 de Dezembro, na
Igreja Matriz, com a Festa de Natal
das crianças da catequese, que
como já é habitual, com as suas
lindas melodias natalícias, poesias
e a encenação do nascimento do
Menino, na gruta de Belém, fizeram
recuar no tempo aqueles que ali se
deslocaram e sentir-se contagiados
pelo espírito de um nascimento
especial, que mudou os destinos
das nações. Este ano os pais das
crianças e a comunidade adulta,
também se envolveram na realização da festa. Durante o dia o
Pároco, através da Rádio TLA
(Telefonia Local de Aljustrel),
desejou a todos os aljustrelenses,
residentes e fora do concelho, as
Boas Festas, com a tradicional
mensagem de Natal via rádio.
No dia 24 de Dezembro foi celebrada pelo pároco a Missa da Noite
de Natal, cujo canto litúrgico esteve
a cargo do Coro Paroquial. Este ano
os Aljustrelenses a residir fora da
vila, bem como muitos forasteiros,
contribuíram para encher a Igreja
Matriz, em noite tão especial para
se celebrar, todos juntos, enquanto
família de Deus, o nascimento de
Jesus Salvador. O mesmo aconteceu no dia seguinte, dia da Solenidade do Natal do Senhor, 25 de
Dezembro.
A 1 de Janeiro, Dia Mundial da Paz
e Solenidade de Santa Maria Mãe
de Deus, a comunidade mais uma
vez se reuniu à volta da mesa do
altar, para, em Jesus, no sacramento
da Eucaristia, cantar também os
louvores a Maria, a Mãe de Deus e
Nossa Mãe, e assim também dar
graças por mais um ano que passou
e pelo novo ano que se iniciou.
Nas vésperas do Baptismo do
Senhor, dia 8 de Janeiro, teve lugar
o já tradicional Concerto de Reis e
Ano Novo, com os Coros Paroquiais de Aljustrel e S. João de
Negrilhos, acompanhados pelo
Grupo de Metais da SMIRA, que
interpretaram vários temas alusivos
ao Natal e Epifania. O Grupo de
Metais fez a abertura do concerto,
com a interpretação de algumas
peças de musica clássica. Numa
noite chuvosa, foram muitos os
paroquianos de Aljustrel e S. João
de Negrilhos, que se reuniram, na
imponente e engalanada Igreja
Matriz, para assistir ao concerto,
que se realiza há já seis anos, desde
a vinda do actual Pároco para
Aljustrel. As instituições da terra
fizeram-se representar, e entre estas
contavam-se, a Vereadora da Câmara Municipal de Aljustrel, Professora Conceição Parreira, o Presidente da Junta de Freguesia de
Aljustrel, o Presidente da Direcção
da SMIRA e o Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Aljustrel. A noite
terminou com as boas festas da
Vereadora da Câmara Municipal e
do Pároco.
No dia seguinte, após a Eucaristia
Dominical, teve lugar o almoço de
Reis e Ano Novo, da comunidade
praticante da vila mineira, com
presença também de alguns convidados, entre os quais as entidades oficiais da vila e a comunidade religiosa das Irmãs Doroteias de S. João de Negrilhos. E,
como não podia deixar de ser, o
almoço terminou com o convívio
entre todos e com cânticos alusivos
a época festiva.
Tiago Pereira
Notícias de Beja – 7
Pequenos Violinos da Metropolitana
Concertos de Ano Novo em Beja,
Évora e Portalegre
A Direcção Regional de Cultura do Alentejo vai promover três concertos
de Ano Novo pelo agrupamento de Pequenos Violinos da Metropolitana,
que terão lugar no mês de Janeiro, com o apoio dos respectivos municípios.
Os concertos estão programados para o dia 16, no Teatro Garcia de
Resende, em Évora; para 22, no Centro de Artes do Espectáculo de
Portalegre; e para 29, no Pax Julia – Teatro Municipal de Beja, sempre às
18:00 horas.
Dirigido por Inês Saraiva, Pequenos Violinos da Metropolitana é o mais
jovem agrupamento da Metropolitana – constituído por alunos do
Conservatório de Música que a integra – que faz uma abordagem da
música através do método de ensino concebido pelo japonês Shinichi
Suzuki, em meados do século XX, baseado numa aprendizagem do
instrumento por via da assimilação intuitiva.
Dr. Rui Miguel Conduto
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CONSULTAS:
Sábados
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Editado em
Portugal
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ÚLTIMA PÁGINA
11 de Janeiro de 2011
Ditos e Feitos
Registado
Deste
Mundo
e do
Outro
Bispos acolhem 2011 com alertas
Vários bispos portugueses assinalaram o início do novo ano com
alertas contra a discriminação da dimensão religiosa na esfera
pública, criticando mesmo o que classificam como “campanhas”
contra a Igreja.
No Porto, D. Manuel Clemente apontou o dedo a “ideologias
redutoras ou impositivas, como seria o caso do laicismo ou do
fundamentalismo religioso”.
“Trata-se de servir pessoas concretas, habilitando-as para a escolha
consciente e responsável ; não se trata de governar as pessoas contra
elas próprias, escolhendo por elas e até antes delas o que houvessem
de crer e fazer”, disse, numa homilia proferida a 1 de Janeiro.
Segundo D. António Carrilho, assiste-se no país a “uma subtil
campanha contra a religião católica, não só com perseguição e
consequentes perdas de vidas humanas, mas também contra os
símbolos que recordam os mistérios da nossa fé”.
O Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, disse, na sua
homilia de ano novo, ser necessário “vencer todas as tentações de
fundamentalismos radicais ou de hostilidades agressivas que
ponham em risco, em formas extremas, o diálogo entre as instituições
civis e religiosas”. D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, alertou,
por sua vez, para a actual situação de crise económica, sublinhando
que para a vencer “não são suficientes medidas emergentes” como
a do Fundo Social Diocesano”
Escolas Católicas preparam-se
para processar o Estado
A Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) prepara-se
para processar o Estado, alegando «má fé e falta de respeito» em
relação aos contratos assinados com os estabelecimentos de ensino
privados para o presente ano lectivo.
A associação quer que seja reposta a contratualização inicial ou,
pelo menos, que seja negociada de forma clara, «sem má fé, um
pressuposto financeiro que torne viável a continuidade do ensino
particular e cooperativo» afirmou o padre Querubim Silva, presidente
da APEC e também director do Colégio de Calvão, em Vagos.
Actualmente existem 93 escolas privadas com contrato de
associação, que abrangem um total de 2.120 turmas, prevendo a
tutela iniciar este mês a reavaliação de todos os contratos.
O Secretário de Estado Adjunto e da Educação escusou-se a
comentar a notícia de que as escolas católicas vão processar o
Estado e afirmou que o Governo mantém a sua posição.
Dependência alimentar de Portugal
Temos de importar mais de 60 por cento da carne que consumimos,
deixámos de ter produção de açucar e só há pouco tempo começámos
a plantar olival. E temos de importar praticamente tudo o que
consumimos em matéria de cereais, até mesmo para alimentar o
gado nacional. Nos últimos dez anos, o défice da nossa balança
comercial alimentar disparou 23,7 por cento. Os portugueses estão
cada vez mais dependentes do estrangeiro para comer e, por isso,
cada vez mais vulneráveis a uma escalada dos preços das matérias-primas alimentares como a que está a acontecer agora.
De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação (FAO), os preços das matérias-primas
alimentares nunca estiveram tão altos como agora. O índice da FAO,
que reúne 55 produtos diferentes, atingiu em Dezembro o recorde
histórico, depois de ter estado a subir durante seis meses consecutivos.
O açúcar, os óleos e os lacticínios acumulam as maiores subidas desde
2009, mas os cereais e a carne também estão a aumentar.
Os perigos do tabaco
Numa altura em que muitos estudos comprovam o “rastilho” director
que existe entre o tabaco e as várias patologias respiratórias, o
relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias,
recentemente apresentado no congresso da Fundação Portuguesa
do Pulmão, vem alertar que todos os anos são diagnosticados 3500
novos casos de cancro do pulmão e que em metade dos casos a
doença já é detectada em fase avançada, afectando outros órgãos.
Em 2008, o primeiro ano em que se registou uma ligeira redução para
os homens, morreram 3681 portugueses com esta patologia
oncológica - um aumento de quase 19 por cento face a 1999. Perto
de 750 óbitos foram de mulheres, contra 1800 mortes por cancro na
mama.
Alberto Batista
AAssassinados
história do desporto
em 2010rei
23 missionários católicos
A Fides, agência do Vaticano para
o mundo missionário revelou que
23 agentes pastorais foram assassinados em 2010, com destaque para
o continente americano, com 15
mortes.
O número é inferior ao de 2009 (37
mortes), que tinha sido o mais
elevado na última década, mas
ultrapassou o registo de 2008 (20).
Na lista divulgada pela Fides
encontra-se um bispo, 15 sacerdotes, um religioso, uma religiosa,
dois seminaristas e três leigos.
“Esta é apenas a ponta do icebergue de uma situação crítica que
atinge cada vez mais a comunidade
cristã no mundo”, refere a agência
da Congregação para a Evangelização dos Povos.
O caso mais mediático foi o assassinato do bispo italiano Luigi
Padoveses, presidente da Conferência Episcopal da Turquia, que
teve lugar no dia 3 de Junho.
No Iraque, dois sacerdotes perderam a vida no ataque terrorista
contra a catedral siro-católica de
Bagdad, a 31 de Outubro, que
deixou mais de 50 mortos. As seis
mortes na Ásia são ultrapassadas
pelas 15 que aconteceram na América, cinco das quais no Brasil.
O elenco destas mortes refere-se
não só aos missionários “ad gentes”, mas a todo o pessoal eclesiástico que faleceu de forma
violenta ou que sacrificou a sua
vida consciente do risco que corria.
A Fides explica que entre os membros desta lista “provisória”, vários
“foram vítimas da mesma violência
que estavam a combater ou da
disponibilidade para ir ao encontro
dos outros, colocando em segundo
plano a sua segurança pessoal”.
Muitos foram assassinados em
tentativas de assalto ou sequestro.
Os números da agência mostram
que desde 1980 morreram quase mil
missionários, com destaque para as
vítimas provocadas pelo genocídio
do Ruanda, em 1994. Desde 2001
houve já 253 mortes registasa pela
agência do Vaticano.
ANove
história
desporto rei
mildo
portugueses
rezam via Internet
São já nove mil os portugueses que
fazem a sua oração diária recorrendo às meditações que descarregam da Internet a partir do site
www.passo-a-rezar.net, segundo
notícia publicada esta semana pelo
“Diário de Notícias”.
São dados exemplos de pessoas
que saem todos os dias de casa ao
som da oração que descarregaram
para o telemóvel ou leitor MP3.
Normalmente, essas pessoas aproveitam o trajecto a pé ou nos meios
de transporte de casa até ao trabalho para terem o seu momento
diário de fé.
O projecto da Companhia de Jesus
surgiu em Inglaterra (com o site
www.pray-as-you-go.org) e chegou a Portugal há 10 meses, contabilizando já mais de um milhão e
meio de downloads. O site que pôs
muitos portugueses a rezar através
do mp3, iPod, e agora também do
telemóvel, conta recentemente com
uma cersão brasileira e, em breve,
será lançado em Espanha.
Neste site é disponibilizado um
ficheiro gratuito com 10 a 11
minutos de duração, onde são
recitados excertos da Bíblia - quase
sempre relacionados com as leituras da liturgia do dia -, acompanhados por música e textos de
meditação escritos por Jesuítas,
religiosas e alguns leigos. Artistas,
jornalistas ou simples crentes dão
voz aos textos gravados nos estúdios da Rádio Renascença em
Lisboa e Porto.
Depois do lançamento da oração
diária “Rezar o meu dia” e o formato
“Pausas na beleza” - com textos do
escritor e sacerdote Tolentino
Mendonça e a voz de Pedro Granger-, o site disponibiliza já uma
nova modalidade, intitulada “Ao
ritmo
dos Salmos”.
Esta versãorei
fimA história
do desporto
de-semana é baseada nos salmos,
os poemas da Bíblia, e tem uma
duração mais longa, de 15 minutos.
Direito à Liberdade
Liberdade é cada um poder agir de
acordo com a sua consciência
honesta, sem limites nem pressões.
É poder: votar, expressat opinião,
praticar uma religião, circular pelo
mundo, reunir-se em associações...
- No mundo, perto de metade da
população mundial vive em países
que garantem a liberdade: 3.89 mil
milhões de pessoas; 2,3 mil milhões
vivem em países parcialmente livres
e 1,3 mil milhões não têm liberdade.
- São 89 os países onde os cidadãos
gozam de liberdade. Considera-se
parcialmente livres 58 Estados. Em
47, não há liberdade, isto é, são
anulados os direitos políticos e a
liberdade cívica dos cidadãos.
- Em África, 13 países onde havia
democracia passaram a militar a
liberdade.
- Nos países lusófonos. Angola é o
único Estado não livre. São par-
cialmente livres Guiné-Bissau,
Timor-Leste e Moçambique.
Garantem a liberdade em Portugal,
Brasil, Cabo Verde e São Tomé e
Príncipe.
- No início deste terceiro milénio,
apenas 16 dos 194 países do mundo
fizeram progressos para garantir uma
maior liberdade às populações.
Recordes estranhos
* Um Jaguar XJ6 conseguiu ficar
ligado por 866 horas 44 minutos e
54 segundos (cerca de 36 dias), sem
qualquer problema.
* O inglês Tom Shufflebotham é
encantador de minhocas, em 30
minutos conseguiu atrair nada
menos que 511 destes animais para
fora da terra.
* A maior piscina do mundo tem
480 metros de comprimento e está
situada na cidade marroquina de
Casablanca.
Bom humor
- O que acontece quando um
elefante se apoia numa pata?
- O pato fica viúvo.
- Como é que se mata uma planta?
- Fazendo-lhe a folha.
- Qual é o cúmulo do basquetebol?
- Atirar a bola à cesta e ela cair no
sábado.
- Qual é o antónimo de skate?
- Molhei-te!
- Porque é que a manteiga não
entrou na discoteca?
- Porque foi barrada à porta.
- Um homem rouba sinos de igreja
e coloca-os num forno. Qual é o
nome do filme?
- Assa sinos.
Estão dois dinossauros a comer
semáforos num cruzamento e diz
um para o outro:
- Eh, não comas esse, que está
verde!
Iam dois amendoins na rua. Um
contou uma anedota, o outro descascou-se a rir.
- Porque é que o livro de matemática morreu?
- Tinha muitos problemas.
- O que é que o ponteiro grande do
relógio diz para o pequeno?
- Não te vás embora, que eu volto
daqui a uma hora.
- Porque chegaste tarde à escola?
- Porque a companhia tocou antes
de eu entrar.
- Hoje o dia está fresco!!!
- Pois claro que está, se é de hoje...
- Qual é o pior defeito?? Ignorância
ou indiferença??
- Não sei nem me interessa!
A.B.

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