AVANTE JUNTOS AVANTE JUNTOS EM TEMPOS DE MUDANÇA

Transcrição

AVANTE JUNTOS AVANTE JUNTOS EM TEMPOS DE MUDANÇA
IGREJA
DE DEUS
NO
BRASIL
AVANTE JUNTOS EM
TEMPOS DE
MUDANÇA
IGREJA DE DEUS NO BRASIL
REGIÃO SUDESTE
Bispo Administrativo: Bp. Ruben R. Freitas
Autor: Dr. Raymond F. Culpepper
|
Traduzido do Espanhol por Pr. Eli J. Reis
Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
AVANTE JUNTOS
EM TEMPOS DE
MUDANÇA
Oração
Grande Comissão
Confiança
Uma mensagem pessoal de:
Dr. Raymond F. Culpepper
Supervisor Geral da Igreja de Deus
IGREJA DE DEUS NO BRASIL – Região Sudeste
Bispo Administrativo: Bp. Ruben R. Freitas
Direitos reservados © 2008
Igreja de Deus
Cleveland, Tennessee
Traduzido do Espanhol por Pr.Eli J. Reis
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
CONTEÚDO
Introdução …………………………………………………….………………………….. 5
Oração ……………………………………….................……………………………….. 10
Grande Comissão ……………………………………….................….………..……….. 15
Confiança …………………………………………………………................….……… 28
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
Reconhecimentos
Por meio deste trabalho, aconselharei aos líderes da Igreja de Deus a buscar a Deus para que
lhes revele sua vontade para com as pessoas e a igreja que dirigem. Tomando meu próprio
conselho, eu tenho buscado a direção do Senhor para sua igreja durante o biênio 2008-2010,
e comparto nestas páginas o que tenho descoberto.
Permita-me, primeiro, expressar minha gratidão pela honra que me concederam de trabalhar
como Assistente ao Supervisor Geral, Dr. G. Dennis McGuire durante os últimos quatro
anos. Ver sua entrega pessoal e seu trabalho incansável tem sido uma inspiração para mim.
Da mesma maneira, compartindo o trabalho com o Dr. Paul L. Walker, o Dr. Tim Hill e o
Dr. Orville Hagan, me tem ajudado a compreender os ministérios de nossa igreja
internacional. Estes homens foram meus mentores quando tratamos, juntos, os múltiplos
assuntos que enfrenta o Comitê Executivo Internacional. Estou agradecido a todos eles.
Os membros do atural Comitê executivo – Dr. Tim Hill, Bispo Mark Williams, Dr. David
Griffis e Dr. Wallace Sibley – tem me ajudado a pensar bem nas implicações do plano que
oferecemos neste folheto. Estes homens devotos e honráveis são presentes para a Igreja de
Deus e sua sabedoria é uma bênção para mim. Eu confio neles.
Em poucas semanas, entre a Assembléia Geral e nossa reunião de Liderança, não há muito
tempo para produzir materiais, assim que para ajudar-me nesta ocasião, eu designei um
grupo de escritores competentes – Floyd Carei, Tom George, Marcus Hand e Bill George.
Eles me escutaram falar por horas e puseram minhas palavras no papel, fazendo possível por
este trabalho em suas mãos. Devo-lhes o meu agradecimento.
Virgie Parker, minha assistente executiva é uma ajuda capaz, de experiência e talento. Sua
dedicação e assistência têm ajudado grandemente em minha transição para este escritório. O
Dr. Ken Bell, assistente administrativo ao Supervisor Geral, tem servido com cinco
supervisores gerais. Seu Conselho tem sido de muito valor.
Como sempre, Peggy, mina esposa por 38 anos, tem sido muito boa para escutar-me,
aconselhar-me, e ajudar-me a pensar, enquanto conversamos sobre estas idéias. Agradeçolhe muito.
Que as bênçãos do Senhor sejam sobre suas vidas e lhes dê forças para esta viagem. Ele nos
tem chamado a fazermos esta travessia juntos.
Raymond Culpepper
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
INTRODUÇÃO
Através de nossa história, a Igreja de Deus, de tempo em tempo, tem enfrentado os desafios
e demandas da mudança. Estamos vivendo outro “tempo de transição” em 2008, marcado
por uma economia incerta, frustração política, crises e um mal-estar massivo em todo o
mundo, avanços tecnológicos e apreensão sobre o futuro.
Agora, mais que nunca, é imperativo que nos conduzamos com sabedoria e valor para
continuar para frente.
Uma Alternativa Crucial
A Igreja de Deus nasceu no coração do que os historiadores chamam de “A Era Moderna”,
da história do mundo ocidental. Este período – cerca de 300 anos que abrange desde os
finais dos anos 1600 ao final dos 1900 – onde a qualidade de vida das pessoas foi aumentada
substancialmente. Foi um tempo de invenções importantes, descobrimentos assombrosos e
avanços em todos os aspectos.
Filosoficamente, ainda assim, esta época tem sido anti-Deus, anti-cristã, anti-Bíblia e anti-fé.
Carregada com as teorias e pensamentos de Darwin, Emerson, Freud, Kant, Marx, Renan e
Voltaire, esta moderna concepção do mundo estabelece um reino totalmente terrenal.
O rei deste reino terrenal foi o raciocínio: “Nós podemos converter nosso caminho
em nossa própria utopia”.
Sua rainha foi a ciência: “Só aquilo que se pode comprovar é válido”.
Sua corte veio a ser a soberania da mais alta crítica e liberalismo teológico.
A era moderna tem sido melhor representada pelo filósofo alemão Fredrich Nietzche o qual
criticou a moralidade em uma “Campanha Contra a Moralidade” e declarou Deus morto.
Dentro deste ambiente de modernismo nasceu a Igreja de Deus. Em 1886, oito homens e
mulheres formaram o que eles chamaram a União Cristã. Foi fundada por um homem de 72
anos de idade. Em 1896 um avivamento pentecostal arrasou esta parte do país, no qual, de
acordo com o historiador Charles W. Conn, cerca de 100 pessoas receberam o batismo no
Espírito Santo.
Os primeiros anos foram marcados por uma intensa perseguição, pessoas queimadas,
humilhadas e golpeadas. Do ano 1900 até 1902 o fanatismo herético devastou os crentes e
quase destruiu a nascente igreja. Em 1902, o jovem e quebrantado corpo de crentes foi
reagrupado. Estabeleceram uma forma mui simples de governo e mudaram seu nome para
“Igreja da Santidade de Camp Creek”
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Em 1906, 21 pessoas de quatro congregações novas se uniram em sua primeira Assembléia
Geral. Em 1907, o nome foi mudado para “Church of God” (Igreja de Deus). O resto da
história é emocionante.
Levada pelo forte vento do Espírito Santo, a Igreja foi levantada pelo Avivamento
Pentecostal do início do Século XX.
Rodeado pelo fogo da renovação carismática do meado do século, a Igreja de Deus tem se
duplicado em cada década.
Todavia, algo aconteceu em nossa viagem através da história. Ao terminar o século XX, o
modernismo foi incapaz de cumprir a utopia que havia prometido e morreu afogado em suas
teorias. Repentinamente a era moderna morreu e suas conseqüências foram as que se
encarregaram de carregar seu caixão – enfermidades, fome, pobreza, guerra, genocídio,
terrorismo.
Uma nova visão do mundo tem nascido para nós, o Pós-modernismo. Literalmente significa
“aquilo que procede da era moderna”. Este não é o mundo que meu pai conheceu há, apenas,
24 anos quando partiu para estar com o Senhor. Isto não é um mero capricho; é um novo
ambiente. Despertamos ao amanhecer do século XXI com as palavras de Dorothy em O
Mago de Oz, dizendo, “Já não estamos mais em Kansas”.
Concebida nos pensamentos de filósofos como Derrida, Foucault, Rorty e Lyotard, o pósmodernismo rapidamente estabelecer seu reino neste mundo.
Seu novo rei foi a experiência subjetiva, a qual declara “não existe tal coisa como a
verdade absoluta”.
Sua nova rainha foi a intolerância a qual declara “qualquer e cada estilo de vida é
verdade absoluta”.
Seus três bobos da corte foram o pluralismo, o pragmatismo e a cortesia política.
O pluralismo diz, “Jesus é um caminho, mas só um de vários caminhos para a verdade
espiritual”. O Pragmatismo no diz que “o fim justifica os meios”. Por seu lado a Cortesia
Política dia, “Creia no que quiseres, mas mantenha tua fé para ti mesmo”.
A esta nova era, tem se dado um rosto na televisão ‘satelital’, uma voz na Internet, e a
energia necessária através da economia global. A agenda pós-moderna, tem impactado o
mundo.
Você se perguntará: “Aonde se quer chegar?”. Considere isto. Muitas denominações cristãs,
movimentos e agrupamentos têm sido atrelados na voragem desta mudança sísmica. A terra
debaixo de nossos pés tem tremido e agora vivemos num mundo novo. David Olsen disse,
“Não importa em que mundo queremos viver, só podemos viver no mundo que existe hoje.
A expressão que descreve o querer viver num mundo que não existe mais é falsa ilusão”.
Assim é que a pergunta em questão está em Ezequiel 33.10: “Como, pois, viveremos?”
Viveremos isolados e girando dentro de nosso “casulo sub-cultural”, retirados em
nossos armazéns enquanto a colheita se apodrece no campo?
Viveremos na intimidação?
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Perderemos nossa confiança em Deus?
Teremos medo dos desafios?
Seremos cativados pela falta de clareza da mudança rápida?
Uniremo-nos a Elias, que gemeu, “... só eu fiquei, e me buscam para tirar-me a vida”
(I Re 19.14b)?
Viveremos em divisão?
Acusaremos uns aos outros?
Devoraremos uns aos outros com palavras tanto escritas como faladas?
Politizar-nos-emos, polarizar-nos-emos e nos pulverizaremos uns aos outros até que
percamos a paixão pela colheita?
Como, pois, viveremos?
Adotaremos a agenda do pós-modernismo?
Rebaixaremos o evangelho a um nível de tolerância cultural?
Esconderemos a Cruz?
Interemos criar um evangelho mais tolerante?
Mostraremos ao Espírito Santo a porta da saída?
Como, pois, viveremos?
Estaremos tão apaixonados para nos conectarmos com o novo mundo que
rejeitaremos os santos nos bancos que oraram por nós e que construíram nossos
templos? Aqueles que sacrificaram seu tempo e até seu sangue, os quais com toda
fidelidade serviram ao Senhor e nos ensinaram quem é Jesus?
Será que nossa embriagadora visão do amanhã nos fará rejeitar as pessoas do ontem?
Começaremos a assumir que para fazer uma nova proposta para o amanhã teremos
que nos opor ao ontem?
Como, pois viveremos?
Viveremos em resignação?
Renunciaremos?
Sairemos da arena de combate que está cheia de pessoas necessitando nossa
mensagem?
Esqueceremos de quem “em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a
cruz, não fazendo caso da ignomínia”? (Hb 12.2).
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Esqueceremos de quem disse, “Está consumado”, mas nunca disse, “renuncio”?
Desperdiçaremos 122 anos de preparação simplesmente por não estar preparados
para o jogo?
Não! Como viveremos, então?
Viveremos por revelação. Provérbios 29.18 declara. “Onde não há revelação, o povo
fica sem freio” (TB) Temos uma revelação. A suprema revelação ou profecia é a pessoa
mesma de Cristo Jesus – Soberano Senhor, Salvador, Redentor, Rei de toda a terra.
Viveremos pela Grande Comissão. A Mensagem de Mateus 28.18-20 nos diz; “ide e
fazei discípulos de todas as nações”. Marcos 16.15 nos requer “ir por todo o mundo e pregar
o evangelho a toda a criatura”. Lucas 24.46-47 nos instrui acerca de pregar que o
arrependimento e a remissão de pecados devem ser proclamados ao mundo. Em João 20.21,
Jesus amorosamente fala: “assim como o Pai me enviou, Eu vos envio”. Atos 1.8 vem a ser o
último chamado de Jesus ao dizer-nos; “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria e até aos confins da terra”
Viveremos por intenção. Alcançar nosso mundo deve ser intencional, não opcional. Tem
se dito “a igreja não pode usar os métodos de ontem para mudar o mundo de hoje e esperar
seguir no ministério amanhã”.
Abramos as janelas, abramos as portas, demos boas vindas a um vento fresco do Espírito
Santo. O mundo de hoje é muito parecido com o mundo do primeiro século de Jesus e dos
apóstolos. É um mundo de caos, muitos deuses e curiosidade espiritual, mas as pessoas
seguem sendo pessoas. As mesmas pessoas que querem estabelecer relações pessoas reais
que se preocupem com elas. As mesmas pessoas que precisam de autenticidade com pessoas
que sejam genuínas em todo momento. As mesmas pessoas que querem uma fé com um
fundamento e uma esperança que lhes dê uma visão de um mundo melhor. As mesmas
pessoas que querem um amor que se dá sem restrições de nenhuma índole.
No estremecimento deste terremoto pós-moderno, a Igreja de Deus é um contrapeso
atendendo ao chamado de Deus.
BUSCANDO DIREÇÃO DIVINA.
Estando no umbral de uma nova Assembléia Geral bienal e buscando a direção divina para a
Igreja de Deus para o período 2008-2010, tenho sido instruído e guiado pelo que Deus me
tem ensinado no passado.
Peggy e eu experimentamos uma transição maior em nossas vidas em 1980,quando minha
alma estava imersa em plantar uma igreja em Birmingham, Alabama. Uma porta aberta para
o engrandecimento do Reino estava diante de mim. Era uma brilhante oportunidade. Estava
cheio de energia espiritual. Ao mesmo tempo, estava muito consciente e contemplava a falta
de uma equipe plantadora de igrejas e do limitado apoio financeiro. Necessitava direção
divina.
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Como Peggy e eu havíamos meditado e lutado com este desafio, o Senhor tocou nossos
corações e mentes e nos deu três objetivos chaves:
1. Viver em um espírito de oração
2. Focalizarmo-nos em um diligente e apaixonado objetivo; e
3. Praticar um estilo de vida pessoa e congregacional de fidelidade, integridade e
confiança.
Esta três metas formaram o fundamento para nosso pastorado de 24 anos e para todos os
ministérios da igreja.
Estou certo que o Senhor no impactou para enfatizar estas qualidades porque elas formam as
forças que modelam nossas vidas. Meu pai e minha mãe moldaram estas virtudes em suas
vidas e ministérios. Sua influência divina deu forma ao meu ministério. Eles me ensinaram a
predominância da oração, a imperiosa necessidade de ganhar almas e a importância da
confiança. Peggy também foi consolidada em um lar onde seus avós viveram e ensinaram
uma forte relação entre fé e fidelidade.
Quando a Igreja de Deus me honrou elegendo-me para servir como Supervisor Geral, estes
mesmos objetivos – oração, a Grande Comissão e confiança – se cruzaram novamente em
meu coração. Estes ideais são a chave para a vida de cada crente, mas também são os valores
pelos quais eu tenho estado orando para que toda a igreja se uma numa ênfase especial
durante o período 2008-2010.
Nas páginas seguintes, compartilharei o significado destes três valores fundamentais, os
objetivos específicos aos quais creio que o Senhor está chamando a Igreja.
Primeiro, Oração. Oremos para que o Senhor dirija nosso entendimento sobre a importância
destes valores em nosso ministério e como enfatizá-los.
Segundo, a Grande Comissão. Consideremos como a igreja pose unir-se em uma nova visão
do alcance da Grande Comissão.
Terceiro, Confiança. Elevemos a importância da mútua confiança enquanto trabalhamos
juntos para o Senhor.
As pautas e materiais para assistir-lhes ao enfatizar estas três iniciativas serão apresentados
nas publicações e conferências / seminários da igreja nos próximos meses. Depois de ler
estas páginas, sintam-se à vontade para responder pelo Correio Eletrônico (E_mail) que
é: [email protected], ou por carta para P. O. Box 2430. Cleveland, TN 37320-2430.
Mais informação e recursos estarão disponíveis na página da Internet:
www.forwardtogetherinchangingtimes.com.
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A Oração
Se olharmos em retrospectiva o máximo possível, creio que a resposta a nosso futuro se
encontra em nosso próprio passado. Na realidade, nossa igreja não nasceu em 19 de agosto
de 1886, mas no amanhecer no nosso primeiro século no Dia de Pentecostes, em uma
reunião de oração no aposento alto.
Estes dias, nos quais ministramos, poderiam ser nossos últimos, e esperamos antes do fim
apresentar nosso mundo a Jesus Cristo. Se quisermos ter êxito em nossa missão, devemos
ser pessoas de oração.
O Que é a Oração?
A oração é a intercessão santa e íntima de Deus e Sua Igreja, onde Deus delega autoridade à
Sua Igreja para fazer cumprir a agenda do reino na terra, assim como se faz no céu. A oração
não é uma característica de saúde espiritual, mas é o próprio caráter da saúde espiritual. A
oração é o batimento rítmico e permanente do corpo de Cristo, que mantém e energiza a
igreja, provendo fervor e adoração, fortaleza para servir, e motivação para a ação. A oração
é a corda de conexão indispensável para os recursos do céu.
O Dr. Charles W. Conn faz referência à oração, ao buscar a Deus e à súplica pelo menos 43
vezes nos primeiros cinco capítulos do livro de história da Igreja de Deus, “Como Exército
Poderoso”. Podemos ler estes comentários:
“Eles passaram muito tempo em oração, orando na noite”.
“Eles estavam orando e chorando constantemente”.
“Eles davam bastante tempo à oração e ao jejum”.
“Eles cantavam, testificavam e oravam. O importante é que eles oravam”.
Pelo fato de que as igrejas existentes se opunham ao avivamento, os poucos que
ardentemente o desejavam, se uniam em grupos e oravam – Deus escutava suas súplicas.
Documentos históricos dão conta das Atas (Minutas) da Assembléia Geral e da
revista Church of God Evangel (O Evangelho da Igreja de Deus). A primeira Assembléia
Geral de 1906 deixa registrado:
“É, portanto, o sentir desta assembléia que nós recomendamos , aconselhamos e temos por
urgente que cada igreja local tenha uma reunião de oração pelo menos uma vez por
semana”.
Os escritores na revista Evangel (O Evangelho) no início dos anos 1920, solicitavam que a
igreja estivesse unida “em grandes dias de oração”. Nossas raízes pentecostais cresceram
profundamente em um solo de oração. A oração nos estabilizou em nossa infância. A oração
deu a vitória quando se enfrentava a perseguição. A oração manteve o balanço em meio ao
fanatismo. A oração nos fortaleceu por décadas em meio a mudanças culturais e ataques
satânicos.
A oração é o perfume sagrado e aromático dos céus que interatua sem interrupção com o
Deus eterno.
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A Natureza da Oração
Jesus intercedeu por Pedro, de quem sabia que passaria por momentos de prova e tentação (
Lucas 22.31, 32). Agora Ele intercede por nós ao Pai (Hebreus 7.25). O Espírito Santo
intercede por nós “de acordo com a vontade de Deus” (Romanos 8.27). Sendo que nós os
crentes somos um reino de sacerdotes, ou um “sacerdócio real” ( I Pedro 2.5), nós devemos
interceder por outros.
Que é a oração? É uma relação com Deus (Jo 15.5,7)
A oração é companheirismo com Deus (I Coríntios 1.9).
A oração é uma associação com Deus (Mateus 26.36, 37).
As igrejas saudáveis são igrejas de oração!
Quando oramos, caminhamos nos passos de Jesus, que disse a Pedro: “Eu, porém, roguei
por ti, para que a tua fé não desfaleça;” (Lucas 22:32).
Quando oramos, levantamos o exemplo de Paulo, que escreveu: “Damos sempre graças a
Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós”. (Colossenses 1.3).
Quando oramos, seguimos o padrão de Moisés que intercedeu a Deus pelo povo que havia
pecado (Ex 32.31,32).
Quando oramos cumprimos com nossa responsabilidade bíblica de “orar uns pelos outros”
(Tg 5.16).
Quando oramos exercitamos nossa fé na promessa de Jesus: “tudo quanto em oração
pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco”. (Mc 11.24).
Quando oramos afirmamos que Cristo nos tem dado fruto, porque Jesus disse: “Eu vos
escolhi e vos nomeei para que .... deis frutos” (Jo 15.16).
Quando oramos levantamos as cargas dos outros e nos asseguramos na alegria, porque Paulo
escreveu: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Mas prove
cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro (Gl
6.2,4).
Quando oramos resistimos ao pecado da falta de oração, porque a Palavra de Deus diz em I
Samuel 12.23, “Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de
orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito”.
A ORAÇÃO É RELACIONAMENTO
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No começo eu era ministro da juventude sob o pastorado de John D. Smith, quem fez um
impacto em minha vida de oração de numerosas maneiras que não posso descrever. Ele
costumava orar ou adorar em qualquer momento, algumas vezes nas formas mais
inesperadas. Ele vivia numa atmosfera de oração. Passamos muitas horas juntos; e sem
importar a ocasião, sempre havia uma atmosfera de oração.
Chamo a isto “oração atmosférica”. Durante os 18 meses deste relacionamento, vivendo e
orando com ele, aprendi o significado de “orar sem cessar”. Orar é mais que uma rotina e
uma ação, é uma relação íntima com Deus.
Quando começamos a igreja em Birmingham, crescemos até 80 em assistência e logo nos
estancamos. Enquanto estávamos no processo durante dois anos, chegou à nossa igreja
Randall Weeks, um amigo do Lee College. Ele trouxe uma nova ênfase à oração. Junto com
duas irmãs piedosas, organizou os grupos de oração, reuniões de oração e equipes de oração
na igreja Metro, incluindo um tempo de oração às 4.30 h da manhã, que continuou por
vários anos. Por meio de seus esforços, nos convertemos em uma igreja de oração. Também
fizemos extensivo nosso ministério de oração a outros crentes de outras igrejas – ainda em
outras denominações. Durante este tempo, a oração chegou a ser um relacionamento para
mim.
O Espírito Santo invadiu a cidade como um vento, trazendo as pessoas às igrejas desde o
norte, sul, este e oeste. Este mover de Deus não somente afetou nossa cidade, mas também
aprofundou meu entendimento sobre a oração.
A ORAÇÃO É COMPANHEIRISMO
A oração tem sido, sem dúvida, uma parte importante na formação de meu ministério. O
som quando meus pais oravam por mim, ainda faz eco em minha memória. Eu não me
lembro de algum momento quando meu pai e minha mãe deixaram de orar por mim antes de
ir para a escola. Eles oravam a Deus para que me guardasse, me protegesse e me ajudasse o
fazer o melhor.
Entender a oração tem sido um processo em desenvolvimento em minha vida.
Há um oceano de uma profundidade não descoberta no privilégio sagrado da oração. Existe
um mistério acerca da oração. Mas também existe um plano de Deus para a oração. Se
quisermos ser eficientes para Deus, devemos aprender qual é o plano e entrarmos no
programa.
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Papai e mamãe inculcaram em mim o conhecimento que a oração e a preparação são
qualidades essenciais para uma vida frutífera. Comecei a evangelizar e dirigir cruzadas
enquanto ainda era adolescente. Papai me convenceu que se não orasse três horas por dia,
nada ia acontecer em minhas cruzadas. Enquanto pregava nas igrejas no estado de Oregón,
sentia necessidade de orar três horas cada dia. Foi durante esse tempo que aprendi acerca da
“oração avançada”. Todavia o creio. Mas deixei de ver a oração como uma ferramenta ou
um meio para obter o que quero, e agora a vejo mais como uma associação pessoal com
Deus. É mais que uma memorização, uma rotina diária de oração. É mais que uma obrigação
legalista de três horas por dia.
A ORAÇÃO É ASSOCIAÇÃO
A oração é companheirismo, mas é algo mais. É mais que exercício, é aplicação. É mais que
atividades, é autoridade. A oração é nosso ministério porque orar é nossa missão.
Façamos ou não outra coisa, nós devemos continuar orando.
A igreja deu passos gigantes para frente no século passado, mas o fizemos baseado em
nossos joelhos. Se vamos evangelizar, plantar igrejas, discipular os crentes, levantar líderes e
pregar o evangelho, devemos orar. Ensinemos sobre a oração. Preguemos sobre a oração.
Sobretudo, oremos. Nossa missão é nosso ministério. Enquanto oramos, prevaleceremos.
FOCALIZANDO A ORAÇÃO DE 2008/2010
Junto com meus irmãos do Comitê Executivo, estamos pedindo à Igreja de Deus ao redor do
mundo que se uma a nós em oração. Temos planejado eventos de oração para este período.
Oito Grandes Dias de Oração. Durante um domingo estabelecido em cada trimestre dos
próximos dois anos, teremos momentos especiais de oração, onde pastores e leigos de cada
igreja local oram por suas famílias, suas igrejas e a comunidade onde eles servem. A igreja
lhes dará instruções para estes dias. Eles são:
19 de Outubro de 2008
4 de outubro de 2009
4 de janeiro de 2009
3 de janeiro de 2010
5 de abril de 2009
4 de abril de 2010
5 de julho de 2009
25 de julho de 2010
A batida (do coração) da Igreja. No mês de Janeiro de 2009, estudaremos juntos o livro do
Doug Small, “Prayer, the Heartbeat of the Church”, (Oração, a Batida do Coração da
Igreja). Alem disso, colocaremos à disposição um manual para o líder com um DVD e
outros recursos. Os materiais terão um preço módico para que cada um que o deseja possa
obtê-lo.
Reuniões Semanais de Oração. O Pessoal dos Escritórios Internacionais se reunirá todas as
quartas-feiras às 8.3º h da manhã para orar juntos. Pediremos que o pessoal de cada
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escritório Estadual e Regional, que se uma como a equipe dos Escritórios Internacionais,
com os pastores e membros em todo o país, em um tempo unido de intercessão.
Deus honrará à Igreja de Deus, enquanto oramos juntos.
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
A GRANDE COMISSÃO
A Missão da Igreja
J. Philip Hogan disse: “A colheita não é medida pelo grão (que está) no celeiro, mas pelo
quanto fica no campo”. A Grande Comissão contém as ordens de marcha da igreja; Se
falharmos na obediência é este mandato, teremos fracassado por completo. Uma igreja pode
ter grandes edifícios, grandes orçamentos, uma reputação imaculada, mas se não cumpre a
Grande Comissão, teria um defeito sério.
Segundo George F. Vicedom: “Toda a Bíblia atribui a Deus uma só intenção: Salvar a
humanidade. Cada tarefa da igreja somente tem sentido e propósito se realiza esta missão”.
Eu estou de acordo. Deus decidiu que seu Filho não morreria em vão. Ele nos chama, como
indivíduos e membros de um corpo, a que participemos na narração desta história ao mundo
e a que convidemos mulheres e homens a segui-lo.
Durante os inícios de meu ministério visitei muitas das grandes igrejas do país que Elmer
Towns descreve em seu livro, “As Dez Maiores Escolas Dominicais”. Um dos pastores com
quem compartilhei foi Jack Hyles, pastor de uma mega igreja no povoado de Hammond,
Indiana, nos arredores de Chegado. Hyles costumava dizer: “Os grandes pastores não
constroem igrejas grandes, antes, nos grandes pastores edificam as pessoas que constroem
igrejas grandes”. A obediência à Grande Comissão vai além da salvação de almas, ainda
que, sem dúvidas, começa por aí. Isto significa que as levemos ao discipulado, que lancemos
mão de II Timóteo 2.2: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso
mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.“.
O estudo das repetições da Grande Comissão nos dá a revelação plena que necessitamos
para que compreendamos suas dimensões. A Grande Comissão é reiterada em Mateus,
Lucas, João e Atos. Vejamos juntos:
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MATEUS - CONEXÃO
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.
E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
A declaração de Mateus sobre a Grande Comissão ilustra a necessidade de estabelecer uma
conexão; quer dizer, devemos ir às pessoas e relacionarmo-nos pessoalmente com elas. A
tradução portuguesa que diz: “Ide por todo o mundo”, poderia ser traduzida como “enquanto
vão pelo mundo”. Para que ganhemos uma audiência entre os perdidos é indispensável que
cheguemos aonde se encontram e deixemos que nos conheçam.
Estabelecendo Amizades
Em um dado momento de meu ministério na Igreja Metropolitana de Birmingham
contratamos um consulto. Nesse tempo passamos um tempo estancados no crescimento e
queríamos fazer algo a respeito. Dan Reiland nos ajudou grandemente. Depois de estudar o
que estávamos fazendo, ele me sacudiu com sua descoberta de nossa flagrante fracasso e a
necessidade de correção: Muito poucos membros estavam se relacionando com pessoas
inconversas!
A observação e o conselho de Dan fizeram com que eu me envolvesse no ginásio locar, onde
tive a oportunidade de relacionar-me com muitas pessoas que não assistiam à igreja. E a boa
notícia é que Deus permitiu que ganhasse umas quantas pessoas para Cristo e para a Igreja.
Muitos de nossos membros imitaram essa visão e começaram a dar as mãos aos inconversos
e aos que não assistiam à igreja. Nós compreendemos que para fazer discípulos tínhamos
que transpassar as barreira que nos separavam dos inconversos.
Ed Stetzer e David Putnam, autores do livro “Decifrando o Código Missionário”, dizem:
“Nós temos que reconhecer que existem umas barreira culturais, além das espirituais, que
impedem que as pessoas compreendam o evangelho. Nossa tarefa é encontrar a maneira
correta de penetrar através dessas barreiras culturais sem que removamos as barreiras
espirituais e teológicas”.
Uma Igreja Missionária
Podemos converter nossas igrejas em ilhas pequenas que estejam desconectadas da cultura
em que vivemos. Alguns observadores externos têm assinalado que nossas igrejas
constituem uma “subcultura separada”. Devemos mudar essa realidade.
Advirto-lhes: Se nos apropriamos desta verdade, devemos evitar sair correndo para
montarmos em nossos cavalos sem saber para onde vamos. Dessa maneira poderíamos ferir
os santos que temos na igreja. Temos que ser cuidadosos. Fomos nós os que lhes ensinamos
ou deixamos que nossos membros chagassem a esse estado. As mudanças drásticas podem
causar danos à igreja.
Gênesis 33 conta a história de Jacó e Esaú. Depois de seu encontro amistoso, depois de
muitos anos de uma amarga separação, eles fizeram uma celebração. Então, Esaú convidou
Jacó e sua companhia a continuar a jornada.
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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A resposta de Jacó é instrutiva: “Porém Jacó lhe disse: Meu senhor sabe que estes meninos
são tenros, e tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se forçadas a caminhar demais um só
dia, morrerão todos os rebanhos. Passe meu senhor adiante de seu servo; eu seguirei
guiando-as pouco a pouco, no passo do gado que me vai à frente e no passo dos meninos,
até chegar a meu senhor, em Seir”. (Gn 33.13, 14).
Talvez herdamos uma igreja onde temos visto a imperiosa necessidade de transformá-la em
uma igreja missional (que toma a Grande Comissão a sério e que deseja ganhar as pessoas e
fazer discípulos). Mas, temos que atuar com sabedoria. Deus deve sentir-se ferido quando vê
que um dos nossos pastores, com zelo e pressa por resultados, prejudica a congregação.
Algumas igrejas têm sido reduzidas a cinzas por líderes imprudentes. Temos que ser sábios e
pacientes com as mudanças.
Como pastor, tive que ajudar a igreja a aproximar-se de uma nova compreensão da missão.
Foi necessário criar uma nova visão para eles. Nós seguimos deliberadamente. Muitas
igrejas têm sido divididas por boas intenções de líderes que atuaram com demasiada rapidez.
Ninguém deveria ferir à igreja, para logo abandoná-la e deixá-la sem membros.Nosso
objetivo que está emoldurado dentro de nossas ordens de marcha e zelo pentecostal, é “a
todos fiz de tudo”.
Existe uma tensão saudável entre “a todos fiz de tudo” e “trabalhando ardentemente pela fé
que uma vez foi dada aos santos”. Não temos que comprometer nossas crenças para
relacionarmo-nos com os inconversos, mas essa conexão é o começo da obediência à Grande
Comissão.
A Evangelização Amistosa
Ed Stetzer, o antigo professor do seminário que trabalhou conosco na Igreja de Deus, disse:
“Ao final do dia devo me lembrar (Todos devemos nos lembrar) que não se trata de ti nem
de mim. Jesus nos enviou a proclamar um evangelho de um modo compreensível às pessoas.
Às vezes nossas igreja lutam porque antepomos nossas preferências ao chamado, nossos
gostos à missão”.
Uma conexão eficaz depende das relações interpessoais, pois é mais fácil ganhar nossos
amigos, parentes, vizinhos e conhecidos. Deus esta nos chamando para evangelizar por meio
das relações ou amizades. Ele está nos chamando para que entendamos as pessoas.
Os estudos indicam que cada membros da igreja tem dentro de seu perímetro de influência
pelo menos umas 20 pessoas inconversas. Isto significa que uma igreja de 50 membros tem
umas 1000 pessoas inconversas a seu alcance. Em uma igreja de 100, o número sobre para
2.000.
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MARCOS - CONVERSÃO
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for
batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de
acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas;
pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”. Mc 16.15-18)
Marcos expressa claramente outra das dimensões da Grande Comissão: Conversão. “Quem
crer e for batizado, será salvo; quem, porém não crer será condenado”, segundo o evangelho.
Este “crer” não é uma leve mudança de direção. Não é fazer um ângulo sem dar um giro de
180 graus. É uma mudança radical. É uma experiência de crise.
A Necessidade de uma Transformação.
Merril Tenney, o grande estudioso do Novo Testamento, comenta em seu livro, “Você deve
nascer de novo”, que esse nascimento é a entrada no novo mundo junto com tudo que é
necessário para adaptar-se a ele. Segundo Tenney, assim é definido o nascimento físico, mas
também descreve o nascimento espiritual. As coisas passaram, e, eis aqui, todas se fizeram
novas.
Jesus ensinou a seus discípulos que sua mudança de vida, conversão, lhes afetaria a tal modo
que deixariam de ser adultos para tornarem-se como crianças (Veja Mt 18.3).
Tanto em nosso ensino como em nossa pregação temos que seguir enfatizando a natureza
radical da conversão. Do contrário, as pessoas virão ao altar e, talvez, farão um borrão e
conta nova, para em seguida continuar vivendo como antes. As pessoas não necessitam uma
nova página em sua vida, Elas tem que reescrever sua história! O autor Jim Wilson faz um
comentário inteligente; “A voz no caminho de Damasco não aconselhou a Saulo sobre seu
trato com as pessoas de outras religiões, tão pouco, sobre o que devia fazer para controlar
seu caráter. Saulo não necessitava assumir o controle de seu destino entrando em contato
com seus sentimentos sobre o passado, nem reprocessar sua energia no presente para criar
um futuro novo e mais luminoso. Ele tinha que ser transformado”.
Lembro-me que uma vez levava meu pai de volta ao lugar onde foi salvo e enquanto
passávamos por um lote vazio, me disse: “Filho, na noite em que fui salvo, lancei duas
garrafas de whisky e um maço cheio de cigarros neste lote. Jamais regressei a eles!”. Isto é
conversão!
Chamado à Santidade
Algumas igrejas ensinam a declaração de Cristo corretamente, “eu, tão pouco, te condeno”,
mas temos sido chamados a ir mais além; “vai-te e não peques mais”. A igreja está
procurando alcançar a primeira geração que tem sido totalmente criada dentro de uma
cultura secular. Em sua vida:
Sempre tem sido ilegal orar nas escolas públicas, mas o aborto é legal.
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As escolas não podem distribuir Bíblias, mas podem distribuir camisinhas
(preservativos).
Um terço das crianças está nascendo de mães solteiras.
Nosso desafio é que apresentemos um estilo de vida de santidade para aqueles que tem sido
corrompidos pela cultura e que elevemos a santidade como uma meta alcançável. A meta
para os novos discípulos e alcançar o estilo de vida de santidade presente em Cristo. A
santidade descreve uma pessoa que funciona de acordo com a intenção divina, alguém que
está cumprindo com a intenção de Deus para a sua vida. Isto traduz na vida cotidiana como
integridade, pureza, retidão e libertação da culpa. A meta da conversão é uma vida
transformada.
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LUCAS – DISCIPULADO
Lucas explora outra dimensão da Comissão:
“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco:
importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos
Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse:
Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro
dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as
nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. Eis que envio sobre
vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos
de poder”. (Lc 24.44-49)
Muitas pessoas não entendem o conceito de discipulado. Alguns crêem que se trata de uma
classe de seis semanas. Outros o descrevem como um evento, mas não é nem um nem outro.
O discipulado é um relacionamento entre um seguidor e Aquele a quem segue. Recordemos
que os convertidos não são nossos discípulos, mas do Senhor. Nossa função é ajudar-lhes a
estabelecer essa relação.
Por isso Deus usa muitas pessoas. O discipulado é o efeito acumulativo que muitas pessoas
(exercem sobre outras) durante certo período de tempo. Temos que estar dispostos a nutrir as
amizades, demonstrar nosso interesse em seu bem-estar e confrontar-lhes quando necessário.
Os novos convertidos vêm com suas velhas maneiras de pensar e agir, e é por isso que
devemos estar disponíveis para desafiar suas idéias e encaminhá-los para o novo.
E Sobre o Batismo nas Águas?
Mateus é o escritor que sublinha a necessidade do batismo nas águas, mas Lucas enfatiza
que o conhecer as Escrituras abre um caminho claro por onde levamos os novos convertidos,
para que entendam o necessário. Todos nós cremos na doutrina do batismo nas águas, mas
poucos a praticamos com a sinceridade que ordena a Bíblia. Talvez, temos deixado que
nosso entusiasmo seja aplacado pela insistência de nossos irmãos e irmãs de outras
congregações, que praticam o batismo como uma condição para a salvação. Qualquer que
seja a razão, temos nos acostumado a ler nos relatórios ministeriais que 100 pessoas foram
salvas, mas somente dez foram batizadas nas águas.
Jesus ordenou o batismo em água como o primeiro passo ao discipulado. Ao entrar nas
águas, o novo convertido confessa publicamente sua fé no Salvador. Esta pessoa testifica
que as coisas velhas passaram e que todas são feitas novas.
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Richard Jackson, pastor de uma igreja grande em Phoenix, conta que, vários anos atrás, foi
ao hospital para visitar um de seus membros e ali teve o prazer de trazer aos pés de Cristo o
seu companheiro de quarto. A nova convertida havia trabalhado por vários anos como
anfitriã de um clube noturno. O pastor Jackson tomou um tempo para explicar-lhe a natureza
do batismo e a animou para obedecer ao Senhor. Ela respondeu que realmente estava
interessada em obedecer ao que o Senhor lhe pedia, mas, poderia esperar umas semanas? Ela
preparou uns convites para seu batismo, parecidos com convites para bodas, e os enviou pelo
correio a 200 conhecidos. Duas semanas depois, entre os adoradores estava um grupo grande
de amigos. Mais tarde o pastor explicava que estas pessoas não acostumavam assistir à
igreja; mas chegaram e se sentaram nos primeiros cinco bancos!
No batistério, a mulher deu um curto testemunho de sua vida antes e depois de Cristo.
Depois de seu testemunho, o pastor fez um chamado à salvação e cerca de 37 dos
convidados entregaram seus corações ao Senhor.
Pregue o batismo nas águas. Ligue a água! Obedeça este aspecto da Grande Comissão que
diz: “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Converta-o em uma das
atividades principais da igreja. Este ato permite que o novo convertido entenda o estado do
seu relacionamento com Deus diante dos seus amigos. É o primeiro passo para o
discipulado.
Corações Ardentes
Lucas nos explica a maneira em que o discipulado continua quando descreve a conversação
entre Cristo e seus discípulos sobre o conteúdo da Bíblia; “lhes abriu o entendimento para
que compreendessem as Escrituras”. Sua exposição das Escrituras fez com que anelassem
sua presença. Eles testificaram que seus corações ardiam; “Não ardia nosso coração?”. Esse
é o efeito que o estudo da Bíblia surte sobre um novo discípulo investigador.
Este elemento crucial do discipulado é o conhecimento da Bíblia. Uma vez mais faço
referência à minha experiência como pastor em Birmigham. Logo cedo descobri que os
crentes têm que estar nutridos com a Palavra para que vençam o pecado, resistam ao diabo,
lutem pela fé e sejam fiéis. E desenvolvi uma série de estudos bíblicos que intitulei “Busca
66”. Este programa de estudos semanais começava em Gênesis e terminava em Apocalipse.
No futuro vou colocar na internet essa série de estudos para que os pastores e as pastoras
possam tirar proveito (visite a página forwardtogetherinchangingtimes.com).
A Grande Comissão estará inconclusa a menos que o discipulado seja parte integral da
agenda da igreja local.
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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JOÃO – EQUIPAR
O Evangelho de João compartilha com seus leitores outra versão da Grande Comissão que
enfatiza o trabalho e equipar.
“Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde
estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz
seja convosco! E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os
discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim
como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disselhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se
lhos retiverdes, são retidos“ (João 20.19-23).
Equipar é sinônimo de preparar os crentes para o ministério.
Encontrando o Ministério Pessoal
Efésios 4.11-13 expõe o plano que Deus determinou para o ministério. Disse: “ E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu
serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo”. Um estudo a fundo do método de Cristo revela que o mandato de
“equipas os santos” está baseado nos dons de cada pessoa.
Escutei Rick Warren falar sobre a maneira de ajudar às pessoas a encontrar um lugar de
ministério. Ele falou sobre os Dons espirituais, o Coração, as Habilidades, a Personalidade e
a Experiência. Estes elementos trabalham em conjunto para que cada cristão identifique um
lugar de serviço dentro dos ministérios da igreja. A combinação dos dons espirituais, a força
que inspira o coração, as habilidades naturais ou adquiridas, a personalidade e experiência,
servem para discernir um ministério.
Propriedade e Responsabilidade
Em nossa igreja de Birmingham seguíamos um processo útil. Cada vez que alguém se
aproximava de mim com uma petição para começar um novo ministério, eu lhe dava boas
vindas. Mas nos regíamos pelo princípio de nunca começar um ministério a partir de uma
visão, idéia e inclusive uma necessidade. Deve ser edificado por um líder! Assim damos a
esse projeto um significado de propriedade e responsabilidade. Deus chama e unge os líderes
para as tarefas ministeriais específicas. Os crentes são mais eficientes quando ministram sob
a unção que Deus lhes tem dado. O ministério é mais eficaz quando o líder está equipado.
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
Quando era um pastor jovem, em um domingo desafiei a igreja a que, se quisessem
descobrir seus ministérios, viessem a reunir-se comigo na noite de quarta-feira. Não estava
certo do que me esperava, mas minhas expectativas vieram ao chão quando somente
chegaram quatro jovens. Decidi que trabalharia com o que Deus havia enviado e por mais de
três anos me reuni com esses quatro homens sem sequer um plano de estudos. Falávamos
sobre o ministério. Atendíamos as perguntas e os problemas que surgias. Algumas pessoas
poderiam ter descartado esses quatro, da mesma maneira que julgaram a Jesus e aos doze.
Quando olho para trás, posso identificar a um desses quatro que entrou para o pastorado e
plantou outra igreja. Outro se converteu um ganhador de almas. Deus usou o terceiro para
começar um ministério chamado “Ponto Chave”, que por anos tem ajudado na reabilitação
de mais de 1000 alcoólicos e viciados em drogas. O quarto passou a ser parte do ministério
pastoral.
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ATOS – AUTORIDADE
As palavras de Jesus podem ser tomadas como outra expressão da Grande Comissão, ainda
que apareçam no livro dos Atos. Diz assim:
“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. (Atos 1.8)
Sempre que discutimos a autoridade é imperioso que sublinhemos a necessidade do batismo
no Espírito Santo. Tal e como Lucas no seu evangelho, Jesus disse a seus seguidores que
esperassem em Jerusalém até que fossem dotados com o poder. João recorda que Jesus
soprou sobre eles e expressou seu desejo e expectativa de que fossem cheios do Espírito. No
umbral da experiência do Dia de Pentecostes, Jesus volta a dizer-lhes que esperassem a
promessa do Pai e lhe esclarece que a principal razão do Espírito Santo e que sejam
capacitados para o serviço.
O Espírito Santo nos dá Poder
Nós temos que manter na mente dos nossos membros o ministério do Espírito Santo.
Lembre-lhes que se dependêssemos somente de nossas habilidades para ministrar,
certamente estaríamos limitando-nos. Mas quando ministramos sob o poder do Espírito
Santo nos tornamos imitadores de Jesus e da igreja primitiva. Eles transformaram o mundo,
segundo testemunham os críticos (veja Atos 17.6), e conseguiram isto porque foram
revestidos com o Espírito Santo.
O Espírito Santo nos capacita para que alcancemos o mundo para Cristo Jesus. Jesus disse
que este alcance seria semelhante a uns círculos, começando em Jerusalém, expandindo-se
para a Judéia, chagando a Samaria e, finalmente, alcançando as partes mais remotas da terra.
Por muito tempo a igreja tem interpretado este aspecto da Grande Comissão de um modo
simplista, dizendo que isto implica que devemos começar no nosso povo de nascimento,
logo estendermo-nos para a nossa região, e dali passarmos para o próximo estado e
finalmente chegarmos ao mundo. Parece-me que há uma maneira melhor de entender a
descrição que Cristo fez da expansão da igreja. Em primeiro lugar, note-se que nenhum dos
discípulos havia nascido em Jerusalém. Eles vinham das aldeias pequenas da Galiléia.
Jerusalém era uma cidade grande em comparação com suas origens. Será que Jesus estava
querendo dizer que deviam começar seus esforços no centro populacional mais próximo?
O exemplo do apóstolo Paulo (e na história missionária da Igreja de Deus, de Maria
Atkinson, no México) comprova que essa estratégia é falível. Ambos concentraram seus
primeiros esforços nos centro populacionais. Uma vez que estabeleciam uma igreja,
passavam para os arredores (sua Judéia) e plantavam outras igrejas filhas. Note-se que
quando Paulo esteve três anos em Éfeso, “toda a Ásia ouviu o Evangelho”. No México,
primeiro houve uma penetração nas cidades grandes; logo, a igreja se estendeu aos povoados
pequenos circundantes, onde agora mais de 1200 igrejas e mais de 500 congregações
(futuras igrejas) adornam a paisagem.
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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Tão logo Jerusalém e Judéia estejam saturadas com congregações, a igreja passará para
Samaria. E que são os samaritanos? São as muitas minorias que vivem entre nós, que
necessitam ouvir o evangelho e uma oportunidade para responder ao chamado. Tem-se
comprovado que as pessoas respondem ao evangelho quando o recebem em sua língua
materna. Os confins do mundo estão no final da nossa rua. Romenos, vietnamitas, hispanos,
jamaicanos, coreano, haitianos, brasileiros e dezenas de outros povos têm fome por saber o
que se lhes ofereçe a igreja. Os analistas nos informam que para o ano de 2020, os norteamericanos de nascimento serão a minoria nos Estados Unidos. Temos que nos estendermos
para a Samaria!
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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O Campo é o Mundo
Então o mundo é sua responsabilidade. Nosso campo é o mundo. Jesus nos comissionou a ir até o
último. Deus ama o mundo. Jesus morreu pelo mundo. A Igreja está cumprindo a ordem de seu
Senhor quando investe todos seus esforços para que o evangelho chegue aos extremos da terra.
Durante os últimos cem anos, a Igreja de Deus, tem tomado a sério sua visão para missões
mundiais. Durante o biênio 2009-2010 celebraremos nosso centenário de missões.
Nos anos recentes temos comprometido nosso pessoal e recursos com o esforço de localizar
os povos onde não existem igreja ou que não tem sido alcançado pelo evangelho, enquanto
continuamos trabalhando nos campos tradicionais. Como Paulo, estamos determinados a
pregar onde o evangelho não é conhecido. Creio que nossa obediência à Comissão é uma das
razões pelas quais Deus continua abençoando a Igreja de Deus.
Enfoque na Grande Comissão – 2009-2010
Durante os próximos dois anos concentraremos nossos esforços no cumprimento da Grande
Comissão nas seguintes áreas:
A evangelização amistosa. Em primeiro lugar, enfatizaremos a importância de
relacionarmos com as pessoas que não assistem à igreja. A igreja local e global desafiará os
crentes a que ganhem seus amigos, parentes, conhecidos e vizinhos. Esperamos que cada
pastor e pastora faça um inventário das pessoas que estejam ao alcance da igreja, para que
assim desenhe uma estratégia onde seus membros consigam relacionar-se com eles. O
Departamento de Evangelismo e Missões Nacionais, e o Comitê Executivo Internacional
lançará uma campanha para promover este tipo de evangelismo.
O Batismo nas Águas. Nós destacaremos a importância do batismo nas águas. Os
seguidores de Cristo tem a obrigação de obedecer e Ele nos tem dito claramente que deseja
que batizemos os novos crentes. O batismo nas águas é um evento fundamental que os
identifica com o povo de Deus.
Conhecimento bíblico. Nossa gente terá como meta conhecer a Bíblia. A Palavra de Deus é
o manual de vida do crentes. Alentaremos o ensino semanal da Bíblia e proveremos o
sistema de Busca 66 para o domínio da Palavra.
Plantar Igrejas. Posto que reconheça que o melhor método para evangelizar e ganhar almas
é o estabelecimento de novas igrejas, nomeei um Comitê Timão para a plantação de Igrejas,
o qual terá a tarefa da coordenação de todos os ministérios e as funções relacionadas com
estes fins. Nossos irmãos e irmãs hispanos fixaram a meta de plantar 1000 novas
congregações durante os próximos cinco anos em toda a América do Norte. Muitos de
nossos pastores anglos podem colaborar com este processo emprestando suas facilidades
para que as congregações hispanas celebrem seus cultos durante as horas desocupadas.
Dessa maneira usaremos sabiamente nossos recursos e abençoaremos a uma nova
congregação.
Estou orando para que, durante os próximos anos, Deus levante centenas de pastores e
pastoras que se comprometam a plantar uma igreja filha.
Qual é o melhor que uma igreja pode fazer? Ganhar uma alma? Não. O melhor que pode
fazer é reproduzir-se mediante a plantação de uma igreja que ganhe muitas almas.
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
A melhor maneira de assegurar o êxito de uma nova congregação é ser uma mãe. Você
assegura o êxito de uma nova igreja se lhe empresta seus professores, obreiros e ajuda
financeiramente quando for necessário. A nova igreja será um monumento ao
desprendimento e a obediência de pastores e pastoras zelosos, que tem sido chamados por
Deus.
Simpósios sobre a Grande Comissão. Celebraremos duas grandes reuniões, uma no Leste
outra no Oeste, onde trataremos o assunto de como a igreja deve cumprir o mandato de
Cristo. As datas serão anunciadas nos próximos meses.
Ênfase na Saúde da Igreja. O Dr. Paul L. Walker e eu estamos trabalhando no desenho de
uma plano de desenvolvimento para a igreja local que se ajuste ao tamanho de cada
congregação. O que funciona em uma igreja de 500 membros nem sempre funciona em uma
de 50.
Um dia a Grande Comissão chegará ao seu fim, mas não será porque todo o mundo foi
salvo, mas porque todos tiveram a oportunidade de escutar o evangelho. Jesus disse, em
Mateus 24.14, que quando o evangelho do reino for pregado em todo o mundo, então, virá o
fim. A Igreja de Deus está colaborando com outras igrejas e agências missionárias num
esforço para que todos os povos do mundo escutem o evangelho.
Muitos líderes experimentados nas agências missionárias afirmam que esta meta pode ser
conseguida durante os próximos 12 ou 20 anos. Durante os últimos quatro anos temos
plantado igrejas entre 10 grupos de povos não alcançados. Temos em mira a outros 60
grupos e estamos desenvolvendo as estratégias para pregar-lhes e plantar igrejas nesses
lugares.
Quando chegar esse dia em que se anunciar que todas as nações – panta ta ethne –
escutaram o evangelho, eu gostaria de estar entre aqueles que ouviram o Salvador dizer:
“Muito bem, bom servo fiel”. Esse dia Deus não examinará as medalhas, os títulos ou
diplomas, mas as cicatrizes.
Steve Hawthorne, o novo presidente da Cruzada Estudantil para Cristo, chamou minha
atenção quando disse: “Você pode fazer qualquer outra coisa que não seja colaborar com
Deus em seu propósito, mas sempre ficará no meio e nunca chegará a fazer algo melhor”.
A Igreja de Deus está comprometida com a Grande Comissão!
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
CONFIANÇA
Em meu escritório tem uma citação de um livro do falecido Charles W. Conn. Quase não
passa um dia, sem que eu pense sobre seu profundo significado para minha vida e
ministério.
O Dr. Conn escreveu com grande sabedoria.
“Ainda que não haja nada mal no poder próprio, o amor ao poder é mau, o fazer mal uso
dele é mau, a sede de poder é má. O queres buscar o poder na vida te levará por um labirinto
de brutalidade, domínio e supressão. E enquanto buscas poder pessoal – baseado em
aclamação pública, financeira, de aprendizagem ou qualquer outra – tu, como um homem
inválido se apóia em uma muleta, te apoiarás, mais e mais na fonte de poder. No final, não
desfrutarás do exercício de autoridade porque te debilitaste dependendo de tuas muletas.
Converter-te-ás em um cativo de teu desejo de autoridade, um escravo das circunstâncias
que te deram”.
A advertência do Dr. Conn sobre o perigo do mau uso do poder necessita ser atendida por
toda a pessoa a que se tem concedido um lugar de autoridade na igreja. Devemos reconhecer
que todo poder ou autoridade que temos recebido vem de Deus. “Todos devem sujeitar-se às
autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades
que existem foram por ele estabelecidas”. (Romanos 13.1 - NVI)
Desde que cheguei a este escritório, me dei conta da grande responsabilidade que Deus e a
Igreja de Deus me concederam.
Faz alguns anos, Broker T. Washington escreveu, “poucas coisas podem ajudar mais a um
indivíduo que por uma responsabilidade sobre ele, e fazer-lhe saber que confias nele”.
Profundamente agradeço a confiança que a Igreja de Deus pôs em mim. É minha intenção
sincera dirigir a igreja de uma maneira digna dessa confiança. Portanto, junto com a oração e
a Grande Comissão, uma busca de confiança, será um de nossos temas principais.
Desde que llegue a esta oficina, me he dado cuenta de la gran responsabilidad que Dios y la
Iglesia de Dios me han encomendado.
A confiança é definida como “uma dependência segura no caráter, habilidade, força, ou
verdade em algo ou alguém”. Existe uma grande necessidade na igreja hoje de segurança, de
que podemos confiar no caráter e verdade daqueles que nos dirigem.
Temos visto demasiados naufrágios morais e financeiros entre ministros de alto perfil. Isto
tem levado a um grau de incredulidade sobre todos os ministros e ministérios. Os dias
quando o ministro era a pessoa mais respeitada da comunidade são passados. Agora nos
enfrentamos com espíritos de cinismo, incredulidade e negativismo que questionam os
motivos da igreja – ainda a relevância do evangelho.
Não somente nos círculos religiosos, mas nas áreas financeira e políticas também tem havido
uma crise de falta de confiança. Não é de maravilhar-se que nos encontremos em meio a
uma crise de falta de confiança, onde as pessoas cinicamente duvidam dos motivos e da
sinceridade daqueles que deveriam ser exemplos de integridade e confiança.
Avante Juntos em Tempos de Mudança
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Dr. Raymond F. Culpepper – Supervisor Geral
A confiança não é gratuita, tem que se conquistar. As sementes da confiança devem ser
plantadas no terreno do caráter cristão, nutridas pela comunicação, regadas pela competência
e receber vida do Príncipe da Vida. A confiança se trata de integridade, pureza, lealdade,
responsabilidade e prestar contas.
A Igreja de Deus poderá cumprir seu destino somente quando edifiquemos uma comunidade
de confiança que enfrente os desafios do futuro com oração fervente, um novo compromisso
com a Grande Comissão e uma busca de confiança que vá muito alem que do púlpito aos
bancos e da plataforma ao piso.
Como se Desenvolve esta Confiança?
Aqueles que estudam sobre a confiança vêem dois extremos: 1) Algumas pessoas não
confiam o suficiente porque têm suspeitas; e 2) algumas pessoas são tão confiadas, ainda
crédulas, porque são muito ingênuas.
Como, então, aprendemos a dominar os riscos da confiança? Devemos nos dar conta que a
confiança é como uma moeda, e o eixo de nosso futuro. O futuro da Igreja de Deus gira em
torno de nossa confiança – primeiramente em Deus, mas também entre nós.
A confiança necessita ser mais que palavras ocas que soam bonito na superfície mas
somente dissimulam atitudes e motivos que violam o princípio da confiança. Eu creio que
três coisas são importantes em nossa busca de desenvolver confiança: Verdade, Tempo e
Prova.
Verdade
Verdade é mais que somente dizer a verdade. A verdade requer que a vivamos e que
deixemos uma boa impressão. A igreja não é um lugar para truques ou jogos. Estas são
maneiras enganosas do mundo.
A Bíblia nos dá instruções explícitas de como devemos conduzir-nos. “Por isso, deixando a
mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos
outros”. (Ef 4.25 RA) Enquanto falamos uns aos outros a verdade em amor, criamos uma
atmosfera de comunicação que ajuda a desenvolver a confiança.
Tempo
A confiança não é um direito herdado. As pessoas não vão confiar em uma pessoa pela
posição que ele ou ela tem. A confiança deve ser conquistada e isto leva tempo.
A maioria dos pais tem tido esta experiência. Quando o pequeno tem um ano de idade, pode
ser colocado sobre um balcão e mandar que ele se lance nos braços de seu pai. A criança vai
duvidar a princípio, até que o pai se coloque próximo a ela. Depois que ele brinca nessa
distância curta, então, o pai pode afastar-se um passo ou dois. A princípio ele brincará com
cautela, depois de estar brincando a algum tempo, a criança estará gritando “Papai, segurame”, bem disposto a brincar mais longe. É um assunto de tempo e experiência.
Provas
A confiança se conquista durante os tempos de prova. As provas nos dão o direito de
confiança em nós, de nossos companheiros de colégio e eleitores. As provas chegarão. São
parte da vida. O nível de confiança aumenta quando acontecem as provas.
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Às vezes, é difícil fazer o que é bom, mas durante os tempos duros se requer fazer decisões
difíceis. Em 1982 sete pessoas morreram por tomar Tylenol que havia sido maliciosamente
contaminado com cianuro. Muitos pensaram que a companhia Johnson & Johnson nunca
mais venderia outra garrafa de Tylenol. Mas a companhia tomou a responsabilidade pelo que
aconteceu, e imediatamente alertou os consumidores que deixassem de tomar Tylenol até
que eles pudessem determinar o que o havia contaminado.
Mais de 31 milhões de garrafas de Tylenol no valor de 100 milhões de dólares foram
recolhidas. Johnson & Johnson ofereceu uma recompensa de 100 mil dólares pela
informação sobre a pessoa que havia contaminado o produto. Quando eles puseram o
produto de novo no mercado, tinha um novo lacre triplo. Uma embalagem resistente contra a
contaminação. A maneira sábia com que eles trataram o incidente lhes trouxe uma confiança
renovada e credibilidade.
Haverá tempos quando nós, a Igreja de Deus, necessitaremos manejar situações duras e fazer
decisões difíceis. Quando fizermos o correto, aumentaremos nossa credibilidade e nível de
confiança.
Ocupando-nos na Busca da Confiança – 2009-2010
Como vamos ocupar-nos na busca da confiança na Igreja de Deus? Isto se conseguirá
envolvendo nossos ministros e membros em um compromisso de três níveis.
O Comitê Executivo. Nós, os cinco que servimos no Comitê Executivo Internacional, nos
comprometemos a valorizar altamente um ambiente onde a confiança possa ser
demonstrada. Viajaremos pela nação e pelo mundo fazendo “viagens para escutar”. Estas
reuniões estarão estruturadas para que possamos escutar as preocupações, sentimentos e
interesses das pessoas, tanto de pastores como de leigos.
Dessas viagens para escutar e das discussões com os pastores e leigos, eu espero que
juntamente com o Concílio dos Dezoito, possamos produzir uma verdadeira agenda da
missão para a Assembléia Gera de 2010, lançando a igreja para a segunda década do século
XXI.
Alem disso, das reuniões cara a cara, implementaremos uma presença por meio da Internet
para a Igreja de Deus.
Fora disso, podem desenvolver-se sessões de perguntas e respostas onde poderemos tratar
assuntos específicos. Unamo-nos para abrir portas inovadoras de comunicação para todos os
níveis.
Escritórios Estaduais/Regionais. Tenho pedido a cada Supervisor Estadual ou Regional que
faça um compromisso de liderança comprometido de dirigir os pastores a estabelecer um
exemplo de confiança bíblica. Espera-se que os lideres deverão elevar o nível do caráter que
desenvolvemos na liderança.
Esforçar-nos-emos nestas áreas:
Responsabilidade
Prestação de Contas de Contas
Lealdade
Pureza
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Integridade
O compromisso de companheiros de liderança estará baseado no exemplo dos líderes:
“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos,
para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”. (At 20.28
RA)
Pastores
Pastores, farão vocês um compromisso de liderança para unirem-se com esta prioridade de
confiança bíblica de toda a igreja? Pergunto-lhes isto tendo em mente as palavras do
apóstolo Paulo, “o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”.
Falamos muito da necessidade de uma mudança. Eu creio que necessitamos ser a mudança
que queremos ver. Robert Kennedy disse certa vez, “Existem os que olham as coisas como
são, e perguntam: por que?... Eu sonho com coisas que nunca aconteceram e pergunto,
“porque não?” Deixemos que a Igreja de Deus sonhe e pergunte: Porque não?
Enquanto construímos novas avenidas de confiança, eu creio que veremos o amanhecer de
um novo dia, um dia de ministérios saturados de oração; unção de Deus; edificação do Reino
que abrirão as portas de oportunidades para alcançar o desafio de cumprir a Grande
Comissão.
Finalmente
Vinte anos atrás, enquanto Peggy e eu estávamos em um longo período de oração e jejum,
em uma ocasião, à meia noite, eu tive o que talvez tenha sido a experiência mais estranha da
minha vida.
Eu não tinha sonho, mas, depois de vários dias sem comer, estava um pouco débil. Sem um
resplendor luminoso, sem saber o que estava acontecendo, encontrei-me a mim mesmo
levantado fora de minha cama, parado no meio da casa, me sentia animado e completamente
despertado como estou neste momento. Enquanto estava parado ali, na obscuridade, escutei
a voz do Senhor falando-me, somente duas palavras: “pede abundantemente”.
Pede Abundantemente.
Estive parado ali no silencia da noite sem escutar mais nada, senão os grilos do lado de fora.
Então perguntei; “Senhor, tem mais?” Diga-me o que isto significa. Que coisas tenha que
pedir abundantemente? Não houve mais que silencia. Durante os 20 anos seguintes oi
Senhor foi mostrando o significado destas duas palavras.
Primeiro, pede abundantemente de Deus. Ele está disposto a dar-nos abundantemente mais
além do que pedimos ou pensamos. Pede abundantemente de Deus! Uma razão pela qual as
pessoas nunca vêem milagres é porque elas não vão ver milagres como resposta às
“oraçõezinhas” que fazem.
Segundo, o Senhor estava dizendo. “exija abundantemente de ti mesmo”. A vida não é um
passeio pela Disneylândia. Jesus foi sacrificado, mas Ele espera que nós também nos
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sacrifiquemos. Exija abundantemente de ti mesmo. Requeira de ti mesmo a milha extra, o
valor de seguir adiante e o compromisso de agüentar o que for necessário para ver o avanço
do Reino. Pede abundantemente de ti mesmo!
Terceiro, “pede abundantemente de outros”. Que aconteceria se cada pastor e líder
recebessem uma revelação de Deus acerca de Sua vontade para a igreja, e logo desafiasse o
povo com os sonhos de Deus para seus ministérios?
Deus, seguramente, nos ajudará a aproveitar este breve momento do Século XXI para a sua
glória!
Vamos fazer isto e sigamos em frente juntos nos tempos de mudança.
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