PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS NO CENTRO URBANO: O CASO

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PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS NO CENTRO URBANO: O CASO
PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS NO CENTRO URBANO: O CASO
DA REVITALIZAÇÃO URBANA NA ÁREA DE CISNEROS,
MEDELLÍN – COLÔMBIA
Juan Fernando Muneton Orrego
Universidade de Brasília, UnB
[email protected]
RESUMO
Atualmente, diversas propostas intervencionistas focam os centros originais, das cidades, que passaram pelo
esvaziamento nos últimos 50 anos. A revitalização e a requalificação, intervenções características do período
pós-moderno (re) criam novos espaços que antes estavam obsoletos nos núcleos centrais. A partir de essa
afirmação, o presente artigo se desenvolve, tendo como principal objetivo entender as dinâmicas das
transformações das áreas centrais, trazendo como objeto de estudo a área de Cisneros, Medellín, Colômbia.
Para tanto, o trabalho esta dividido em três partes: num primeiro momento abordaremos os vazios urbanos
das cidades. A segunda parte, a revitalização nestas áreas, antes obsoletas, agora alvo de diversas
intervenções. A última parte apresenta o estudo de caso, ou seja, a área de Cisneros.
Palavras-chave: Vazios Urbanos, Revitalização, Cisneros.
ABSTRACT
Currently, several interventionist proposals focus the originals centers of the cities which passed through
emptying the last 50 years. The revitalization and redevelopment, interventions features of the postmodern
period, create new spaces that were before obsolete in the cities centers. Based in this affirmation, the main
objective this article is to understand the dynamics changes in the central areas, taking as case study,
Cisneros area, Medellin, Colombia. For this purpose, the work is divided in three parts: First, discuss about
urban voids. The second part, broach the revitalization in this obsolete areas, now target of several
interventions. Finally, the case study Cisneros area.
Keywords: Urban Voids, Revitalization, Cisneros.
1 INTRODUÇÃO.
Diversas ações urbanísticas têm sido associadas à intervenção de antigas áreas centrais
no mundo inteiro. O recurso do ordenamento do território a partir de práticas urbanas
como a revitalização de centros históricos e a preservação do patrimônio, é conceituado
como uma prática para inserir as cidades no contexto da economia global. O discurso da
recuperação da identidade dos centros urbanos e o aproveitamento de vazios - deixados
pelas mudanças econômicas e sociais no mundo - foram bem aproveitados por diferentes
atores do mercado, fazendo grandes investimentos dirigidos aos centros históricos. Deste
modo, a cidade passou a ter novas funções, especialmente no campo da cultura; tudo
isto, teve como principais paradigmas as experiências internacionais de Barcelona, Bilbao
e Berlim.
Neste texto busca-se fazer uma reflexão da dinâmica das transformações nas áreas
centrais; os processos que levaram à sua descaracterização e as transformações pelas
quais ditas áreas passaram para atingir os objetivos de uma nova ordem global. Para
tanto, levamos em consideração as concepções teóricas de alguns autores para entender
as mudanças no espaço urbano, o processo de declínio e posterior revitalização do centro
das cidades. Para entendermos um pouco este processo, estudaremos o caso da cidade
de Medellín e abordaremos os exemplos das intervenções no centro histórico da cidade,
dos acertos e desacertos durante o processo de revitalização, além das contradições
advindas em ditas operações urbanas.
2 VAZIOS URBANOS: ESPAÇOS OBSOLETOS EM ÁREAS CENTRAIS.
Os vazios urbanos, fenômeno típico da cidade industrial do século XIX, são
caracterizados, inicialmente, como espaços residuais resultantes de áreas abandonadas
por indústrias obsoletas, por ferrovias, por portos, por conseqüência da violência, pelo
esvaziamento de áreas residenciais e comerciais, ou simplesmente pela deterioração de
um edifício (SABBAG, 2008).
A existência de vazios dentro da cidade, especialmente nos centros, poder-se-ia entender
através do processo de evolução histórica da cidade segundo algumas questões:
reminiscências de intervenções urbanas, legislação restritiva quanto a usos do solo e a
superposição de poderes e interesses. Segundo Clichevsky (2004), os vazios urbanos
são áreas resultantes das dinâmicas da cidade, como o funcionamento do mercado
imobiliário, por exemplo, que detém o poder de influenciar significativamente a forma e a
direção de crescimento urbano.
O declínio da indústria gerou um esvaziamento de vastas áreas urbanas; as cidades se
tornaram um grande deposito de desperdícios urbanos. A configuração destes vazios
urbanos é difícil de quantificar, posto que, encontram-se espalhados na cidade casarões
abandonados em centros históricos, edifícios comerciais e diversas infra-estruturas
obsoletas, fazem parte do conjunto destes espaços residuais.
Os maiores vazios que podem ser distinguidos dentro de uma cidade, e que deixam
grandes marcas, são aqueles gerados pela indústria. Quando uma indústria de porte
abandona o seu sitio original, o estrago causado na área é gigantesco; ultrapassa, em
muito, o já grande vazio deixado no seu território industrial (MESTRINER, 2008).
Figura 1 – Edifício Companhia Antártica Paulista, atualmente desocupado (RODRIGUES, 2009)
Já na cidade moderna, ou melhor, na cidade traçada sob os preceitos da urbanística
modernista, os vazios do final do século XIX devem ser integrados à malha urbana
funcionalista. Estes espaços foram encarados pelos urbanistas modernos como pontos de
ruptura no tecido urbano, o que não condiz mais à cidade funcional, ligada ao
produtivismo e a eficiência de espaços.
O traçado de caráter moderno, regido pelas quatro funções – Habitar, Trabalhar, Circular
e Recrear- apresentadas na carta de Atenas de 1993, traz uma concepção da cidade. os
vazios urbanos agora são elementos de projeto, ou seja, são parte integrante do traçado
urbano moderno, fazendo parte da paisagem da cidade.
De acordo com Sabbag (2008), com a incorporação dos princípios das cidades jardim ou
cidades-parque, há uma inversão na figura-fundo, onde o plano principal é o vazio, e não
mais os edifícios; estes devem ser dispostos livremente no solo, agora liberado e tratado
como público. Portanto, na cidade moderna, é composto por grandes vazios como objetos
dispostos isoladamente.
Entretanto, nos últimos 40 anos, os centros das cidades passaram por diversas
transformações e processos de produção e consumo do espaço. As mudanças
econômicas e sociais no mundo inverteram as formas de ocupação do espaço urbano; o
centro, origem no processo de produção da cidade e local a partir do qual se configuram
novos espaços e hierarquias, vivenciam novamente o processo de esvaziamento e
deterioração, devido, em parte, ao surgimento de novos pólos de urbanos, com novas
ofertas de habitação, serviços e lazer. Muito deste processo se deve pela especulação
imobiliária, fato observado desde a cidade pós-industrial: saído do centro para a periferia.
Esses novos centros ou pólo urbanos se converteram no foco principal de iniciativas
públicas e privadas, redirecionando os grandes investimentos, o que intensificou a
desvalorização de áreas urbanas centrais, outrora pontos de referência na cidade.
Deste modo, o centro primário da cidade começou a ser identificado pela concentração de
atividades econômicas informais, pela gentrificação, pela degradação de seu patrimônio
histórico e pela subutilização e abandono dos seus edifícios, alterando o perfil das
atividades comerciais e de serviços.
Segundo Villaça (1998), o processo popularmente chamado de “decadência” e
“deterioração” do centro consiste no abandono por parte das camadas de alta renda e em
sua tomada pelas camadas populares.
O autor chama atenção para o fato da degradação das áreas centrais à saída da
população de alta renda, posto que as elites possuem um alto poder de influência e
sempre procuram se distinguir, de forma diferenciada, nas relações políticas, econômicas
e sociais. Isto tudo se reflete nas concentrações em determinadas áreas da cidade, das
camadas de alta renda.
De acordo com Gutierrez (1998) a degradação dos espaços acontece quando, além das
estruturas físicas, verifica-se a reverberação da mesma situação nos grupos sociais. As
atividades existentes são gradativamente substituídas por outras de menor rentabilidade,
até mesmo ilegais, praticadas por moradores de menor poder aquisitivo.
Segundo Maricato (2000), a construção de novos centros (comerciais, administrativos,
etc.) tem nos investimentos públicos seu grande motor. As grandes construções na
cidade, como sedes do poder público seguem a lógica da localização valorizada,
conferindo importância institucional à nova realidade e condenando o esvaziamento do
centro antigo.
Assim, o processo de esvaziamento de áreas centrais se dá também pelo alto custo dos
terrenos em detrimento ao surgimento de loteamentos nas periferias e subúrbios das
cidades, além da alteração dos padrões de consumo dos centros tradicionais com o
surgimento de Shoppings Centers, ora, pela procura de um lugar mais aprazível de se
morar, mesmo que este lugar seja afastado do trabalho e das atividades cotidianas.
Os principais estudos acerca dos vazios urbanos tiveram inicio a partir da década de
1980, quando arquitetos e urbanistas levaram sua atenção em função de sua presença
marcante nas áreas urbanas.
No XIX Congresso da União Internacional de Arquitetos, realizado em Barcelona, 1996,
analisou-se a questão sobre a realidade urbana contemporânea e os vazios urbanos na
cidade. Nesse congresso a arquiteta Irena Fialová (1996, apud ROSA, 2008), utilizou o
termo francês terrain vague para designar áreas vagas. No entanto, na discussão
contemporânea, foi Solá-morales quem melhor traduz o conceito de vazios urbanos,
utilizando também a expressão. Podendo ser entendido no sentido de vazio, livre de
atividade, improdutivo, em muitos casos obsoletos, terrain vague também pode ser visto
como memórias urbanas, como uma área plena de identidade coletiva das cidades, a
forma de ausência (SABBAG, 2008).
É sabido que as cidades contemporâneas ainda apresentam áreas e edifícios vagos. No
contexto pós-moderno, pretende-se, através de ações e projetos intervencionistas,
reinserir estes espaços na trama produtiva da cidade. Para tal, o melhor projeto de
requalificação deve ser discutido pela população, que opta, muitas vezes, pela
manutenção do espaço vazio como memória urbana, como reconhecimento de um tempo
passado vivenciado no presente, passível de preservação para futuras gerações.
3 REVITALIZAÇÃO URBANA EM ÁREAS CENTRAIS.
Com a crítica ao movimento moderno, verificado na década de 1950, inicia-se um reação
pós-moderna que, resumidamente, é a rejeição ao discurso universal, totalizante do
período moderno. Neste contexto, a apropriação do solo volta a ter participação de
incentivos privados. Se o urbanismo moderno se baseia em projetos de larga escala,
tendo na renovação urbana a sua principal intervenção, o planejamento urbano pósmoderno, sendo planejamento estratégico uma das suas vertentes, cultiva o conceito de
tecido urbano como algo fragmentado, lançando mão da revitalização e da requalificação
urbana para vender os projetos urbanos contemporâneos (SABBAG, 2008).
Experiências européias de revitalização e requalificação de áreas ociosas e degradadas
serviram como referências para diversos países da América latina, sendo Barcelona uma
das primeiras cidades a se apropriar destas intervenções nos projetos urbanos pontuais
desenvolvidos para sediar as Olimpíadas de 1992.
O modelo de Barcelona para os Jogos Olímpicos de 1992 consolidou a fórmula-padrão
dos projetos urbanos para outras cidades a fim de se inserirem na rede das cidades
globais. Assim, cidades como Buenos Aires, São Paulo e Rio de Janeiro receberam a
orientação e consultoria de urbanistas catalães, seguindo o mesmo modelo de
planejamento estratégico para a intervenção de áreas urbanas empregado em Barcelona.
Figura 2 – Barcelona antes da Requalificação Urbana, Espanha (VIÑAS, 2010)
Figura 3 – Requalificação Urbana em Barcelona, Espanha (WIKKIPEDIA, 2007)
Nesse contexto, a cultura tem se revelado como um poderoso instrumento propício para
alcançar a competitividade e divulgação da imagem urbana necessária para a promoção
da cidade. Teatros, museus, centros de convenções, peças arquitetônicas patrimoniais,
desvendam um novo modo de projetar a cidade a partir de um urbanismo
monumentalista. Para Arantes (2000), vale lembrar o papel do “cultural” para a
consolidação das estratégias neoliberais de intervenção urbana, inclusive para a criação
dos consensos: a identidade da cidade – sua cultura – valorizada por grandes eventos ou
projetos culturais, fortalecendo sua inserção na rede de “cidades-globais”.
Nos últimos trinta anos estes processos atingiram diversos países que voltaram sua
atenção à recuperação de áreas abandonadas, principalmente aquelas de cunho
histórico. Deste modo, a valorização cultural, sobretudo, de bens patrimoniais aliada com
as idéias do mercado e o turismo, foram um dos preceitos para a aplicação e legitimação
destes tipos de intervenções nos centros das cidades.
De acordo com Medeiros (2002), o processo e a consolidação do patrimônio mundial,
cultural e natural encontram-se nas bases da requalificação e da revitalização. Esta
autora conceitua revitalização como um modo de intervir em um espaço urbano
considerado social, cultural e economicamente falido, visando uma qualidade espacial
para sua reinserção na malha urbana. Já a requalificação, segundo Medeiros (2009), é a
ação intervencionista que soma o viés metodológico da revitalização à visão sócia da
reabilitação, outro tipo de intervenção.
David Harvey (2010), diz que a requalificação urbana é uma ação intervencionista
indissociável da condição pós-moderna, sendo uma forma de promover o (re)
desenvolvimento urbano. Uma arquitetura de espetáculo é quase essencial para o
sucesso de um projeto de requalificação e de revitalização urbana. Harvey (2010), conclui
que proporcionar determinada imagem à cidade através da reorganização dos espaços
urbanos espetaculares se toma uma forma de atração de capital e de pessoas,
principalmente nas áreas centrais as cidades, locais estes muitas vezes caracterizados
pelo abandono, pelo esvaziamento.
Segundo Botler e Rolnik (2004), na década de 1990 surgiram diversos programas de
revitalização
dos
centros
tradicionais
vinculados
à
estratégia
de
fortalecer
a
competitividade das cidades em atrair investimentos. Os projetos urbanos nas áreas
centrais começam a fazer parte da estratégia de atrair grandes financiadores das
propostas de revitalização e renovação dos centros. Portanto, os centros das cidades
passam a ser pensados como laboratórios de marketing, lugares de empreendimento
seguindo as lógicas impostas pelo mercado.
No Brasil, importantes estratégias de revitalização foram disseminadas por diversos
locais, cidades como Salvador, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, foram
alvos de projetos urbanos com o intuito de recuperar antigos centros históricos. Na Bahia,
para reverter a degradação física da área central do Pelourinho, foram propostos uma
série de projetos, conduzidos pela arquiteta Lina Bo Bardi. A idéia do projeto estava
baseada na restauração de antigos casarões para o uso residencial de população de
baixa renda, junto com atividades comerciais e culturais no térreo.
Para manter a diversidade de atividades e usos, que foi uma das preocupações da
arquiteta, decidiu-se promover a mistura de habitação social, comercio informal e
atividades culturais, evitando assim, a expulsão da população de baixa renda, residente
na área. Na teoria, o projeto procurava conservar as ligações sociais e reforçar as raízes
populares no contexto do Pelourinho.
Figura 4 – Revitalização urbana no Pelourinho em Salvador, Bahia, Brasil (FURSTENAU, 2012)
Figura 5 – Revitalização urbana no Pelourinho em Salvador, Bahia, Brasil
(WWW.NUBLOG.COM.BR, 2009)
Contudo, o processo de revitalização do Pelourinho transformou o modo de apropriação e
consumo do espaço urbano: a maioria dos prédios reabilitados foi convertida para uso
comercial (lojas de souvenir, bares e restaurantes), galerias de arte, museus e casas de
espetáculo invadiram as grandes residências coloniais. Isto revela a estratégia de
planejamento cultural e turística do governo local para promover a imagem e o
desenvolvimento econômico na cidade. Quanto à população residente, a maioria dela foi
relocada pelo governo, os moradores receberam uma compensação financeira ou a
opção de se mudar para outra casa restaurada. Portanto, a população do centro e os
arredores tiveram uma considerável redução entre os anos 1980 e 2000.
Tanto no Brasil quanto nos demais países da América latina estão sendo utilizados
modelos similares de intervenção para recuperar áreas degradadas e revitalizar os
centros históricos; ditas estratégias aliadas com outros fatores, têm sido empregadas por
governos para fomentar o desenvolvimento econômico em cada região. Para Rolnik &
Balbim (2005), é possível utilizar referências das práticas já resolvidas em outras cidades
como uma boa forma de obter resultados, mesmo que haja a necessidade de adaptá-los
ao contexto local.
Diante desse panorama de intervenções, aparece o planejamento estratégico como uma
forma de integrar ações entre o poder público e privado, de modo que, essa integração
possa atender às exigências da economia do mundo globalizado. Este processo visa
atrair grandes investimentos para a geração de projetos de grande porte: promoção de
grandes equipamentos públicos e de lazer, a valorização de conjuntos históricos, criando
espaços especializados para o consumo.
Os governos locais procuram a criação de uma imagem da cidade de alta qualidade e
assumir protagonismo no cenário global a partir da construção de novos espaços
urbanos. Segundo Vainer (2000), o planejamento estratégico nasceu inspirado em
técnicas de planejamento empresarial, e sua adoção pelos governos é justificado pelo
discurso das cidades estarem submetidas às mesmas condições das empresas. O
modelo surge também da necessidade de dar soluções de curto prazo às demandas
urbanas, aliado às questões de recuperar partes da cidade, no meio de carência
financeiras.
Portanto, a cidade é vista como um produto a ser vendido, consolidando-se, o marketing
urbano, como forma relevante dentro do planejamento estratégico na construção de
imagens positivas de cidades. Nesse aspecto, para o sucesso do planejamento, é
necessário escolher um grande evento internacional (Exposições mundiais, Copa do
Mundo ou Olimpíadas), equipamentos culturais de grande porte, junto com a
revalorização de grandes áreas degradadas dentro da cidade.
Colômbia se insere perfeitamente nesse quadro das práticas de revitalização e do
planejamento estratégico. Nos últimos 13 anos, grandes projetos urbanos têm se revelado
como peças fundamentais no arcabouço de um modelo de desenvolvimento urbano e
econômico do país. Projetos de recuperação de espaços degradados nos centros
históricos das principais cidades a partir de programas culturais e educativos, além de
alguns eventos internacionais, têm sido utilizados como estratégia para projetar as
cidades ao mundo.
Atualmente, Medellín é a cidade da Colômbia que mais tem desenvolvido projetos
urbanísticos visando se inserir no mercado das cidades globais. Com diversos eventos de
cunho internacional acontecendo nos últimos oito anos, como o Mundial Categoria Sub 20 de futebol, o governo local fez grandes investimentos para melhorar a imagem de
diferentes áreas e implementar novas infra-estruturas. Tudo isso foi baseado nos modelos
internacionais, utilizando o recurso da cultura como principal instrumento para legitimar a
revitalização de diversas áreas subutilizadas no centro da cidade.
4 MEDELLÍN, A MORTE E O RENASCER DO CENTRO: AÇÕES DE
REVITALIZAÇÃO URBANA.
No final do século XIX, a cidade de Medellín teve um grande processo de
desenvolvimento industrial; as atividades mineiras, cafeeiras, o crescimento da indústria
têxtil e a implantação do transporte ferroviário, consolidaram a região como um importante
núcleo econômico do país. O centro da cidade, peça fundamental nesse processo de
desenvolvimento, passou por intensos processos de transformação, ao igual que muitas
cidades latino americanas no decorrer do século XX.
Nos anos setenta, o centro de Medellín perdeu a importância comercial que o
caracterizava desde inícios do Século XX; a criação de novos pólos industriais e o
fechamento da estação ferroviária, estimularam o abandono por parte de varias
instituições públicas e privadas; edifícios de grande valor arquitetônico e praças, outrora
centros
de
grande
atividade
comercial
foram
gradativamente
abandonados
e
posteriormente ocupados por populações de baixa renda, subutilizando estas para
diferentes atividades informais.
O setor de Guayaquil sempre representou a principal área de comércio da cidade.
Encontra-se configurada por um conjunto de equipamentos e edifícios de arquitetura
Republicana[1], hoje considerados pelo governo como patrimônio histórico da cidade. O
conjunto arquitetônico está configurado por diversos elementos: a Praça de Cisneros, os
edifícios Vasquez e Carré, a passagem Sucre, o antigo mercado municipal e a estação
ferroviária de Cisneros; todos eles possuem um grande valor na formação da identidade
da população Medellinense [2].
Um dos lugares mais representativos do setor de Guayaquil é a Praça de Cisneros, parte
da tradição da cidade ao ser um ícone do comércio de finais do século XIX. A praça
nunca perdeu sua dinâmica própria de lugar de encontro de massas, mesmo após
diversas mudanças, prevaleceu como ponto de referência do setor, sendo o lugar para as
manifestações políticas e populares. O nome da praça é uma homenagem ao Engenheiro
Francisco Javier Cisneros, o construtor da ferrovia da Antioquia. A praça passou por
diversas alterações no decorrer dos últimos 50 anos, diversos planos viários e mudanças
nos usos, levaram à degradação de uma grande parte do setor, refletindo na praça e,
concomitantemente, nos edifícios que a circundavam. Outro fato que marcou sua
decadência foi o fechamento da estação ferroviária e o deslocamento do comércio para
os novos pólos industriais.
Figura 6 – A Praça de Cisneros, Medellín, Colômbia (WWW.BANREPCULTURAL.ORG, 2012)
O esvaziamento refletiu na descaracterização de uma vasta área de Guayaquil,
ocasionando o abandono de muitos edifícios do setor, em detrimento das antigas
atividades, a maioria dela de tipo comercial. Deste modo, casarões, armazéns e hotéis,
ficaram abandonados, motivando a invasão dos prédios que começaram a ser habitados
por população de baixa renda, a maioria dela, habitantes da rua; acelerando ainda mais o
processo de degradação tanto dos edifícios, quanto de todo o setor.
Um exemplo desse processo são os edifícios Vasquez e Carré, considerados pelo
governo como ícones do patrimônio arquitetônico de Medellín. Estes dois prédios foram
construídos pelo arquiteto Frances Charles Carré no final do século XIX, contratado por
uma família cafeeira de classe alta da cidade, a família Vasquez. Naquela época os
edifícios se destacaram no setor pela sua monumentalidade, apresentado detalhes
estéticos característicos da arquitetura republicana da Colômbia, e pela técnica
construtiva utilizada pelo arquiteto.
Figura 7 – Edifícios Vasquez e Carré, Medellín, Colômbia (WWW.VISTAZ.COM.BR, 2012)
O fim de Guayaquil como importante centro de comércio da cidade originou-se quando
em 1952 a prefeitura de Medellín decidiu convidar os urbanistas Paul Wiesner e Jose Luis
Sert, donos do escritório Town Planning Associates [3], para fazer uma proposta do Plano
Piloto de Medellín. A dupla fez uma proposta que visava o desenvolvimento e
ordenamento de uma vasta área da cidade, além de um plano regulador para o futuro
crescimento. O plano urbanístico tinha como base o uso futuro da terra e a criação de
uma racionalidade espacial baseada nas leis internacionais estabelecidas nos CIAM[4].
Assim, a construção do centro administrativo da Alpujarra, proposto no plano piloto, a
racionalidade dos usos no setor e o incêndio do edifício do mercado municipal em 1968,
contribuíram para a descaracterização de Guayaquil. Segundo Ocampo (2010), o incêndio
“casual” do edifício do mercado municipal, construído também pelo arquiteto Carré, foi um
dos acontecimentos que mais marcou a desvalorização do setor de Guayaquil, posto que,
todos os comerciantes foram deslocados para o novo mercado municipal, proposto nos
planos de reestruturação da cidade.
As características do processo de deterioração do setor de Guayaquil foram as mesmas
de outras cidades latino-americanas: a migração de funções para centros comerciais, a
criação de novas centralidades, o advento do Shopping Center e a transformação na
maneira de abordar o espaço público, também foram algumas das causas da crises dos
centros. Assim, como aponta Villaça (1998), o centro tradicional, convertido em velho,
começou a se deteriorar ao abandono das edificações por parte das camadas de alta
renda como local de emprego, diversão, lazer, atividade culturais, compra e moradia.
Portanto, com a saída da população de alta renda, também saíram os investimentos
públicos, e, sobretudo, privados.
Em síntese, o setor de Guayaquil passou por diversos períodos de transformação e
alteração até sua posterior decadência. Isto ficou claro no abandono e destruição de
diferentes ícones arquitetônicos que configuravam o espaço. Vale destacar a importância
do papel do poder público nesse processo de decadência durante a década de setenta.
Os descuidos de sucessivas administrações e políticas públicas equivocadas acabaram
por destruir parte do patrimônio histórico e ponto de referência na construção da memória
da cidade.
4.1 Guayaquil hoje: Revitalização e contradição.
Diante do panorama de degradação do centro, o governo local enxergou no planejamento
estratégico uma possibilidade para o desenvolvimento da cidade. Essa idéia, aliada aos
programas culturais e a questão da defesa do patrimônio arquitetônico, foi a chave para
impulsionar diferentes propostas e mudar a imagem da cidade a partir de diversas
intervenções urbanas, tudo isso com o intuito de posicionar a cidade no circuito do
mercado global.
Para Borja (2005), nos atuais processos urbanos é muito importante a contestação dos
fatores culturais sobre os impactos da globalização e da economia de mercado; dentro de
ditos processos encontra-se inserido a defesa do patrimônio construído, da paisagem, da
população e das suas habilidades, da valorização do convívio urbano (por exemplo, a rua
e o espaço público como elementos fundamentais da cidade).
Nesse contexto, a intervenção urbana do conjunto histórico de Guayaquil adquiriu papel
de destaque, no sentido de melhorar a imagem de Medellín através da reabilitação do
antigo núcleo comercial da cidade. Diversas propostas foram incluídas nos programas de
governo de diferentes administrações.
Após a reforma da constituição colombiana de 1991, o governo criou as leis 388 e 397 de
1997 que originaram os P.O.T[5] (Planos de Ordenamento Territorial), estas leis
forneceram as estratégias e as diretrizes necessárias de planejamento para as
intervenções urbanas na cidade. A partir desse momento os governos locais começaram
a implementar diversas estratégias de gestão de ocupação do solo em diferentes locais
das cidades, principalmente nos centros antigos e nos bairros das periferias. No entanto,
para executar ditas ações, sobretudo nas grandes cidades, foi necessário criar planos
específicos, chamados planos parciais, para cada área a passar por intervenções.
No plano de ordenamento de Medellín, em relação ao setor de Guayaquil, revela-se uma
preocupação pela revitalização através de propostas de preservação do patrimônio
edificado, do incentivo pela circulação de pedestres, a fim de reafirmar o papel como
espaço de sociabilidade. Deste modo, inicia-se uma serie de estudos com vistas a
revitalizar o espaço através da recuperação de edifícios antigos, a inserção de infraestruturas culturais e melhorar a imagem da Praça de Cisneros.
No decorrer de várias administrações municipais, diversos projetos foram propostos no
intuito de recuperar a praça e transformar o entorno, dentre elas, foi apresentada uma
proposta de fazer da antiga praça um grande espaço verde que ajudasse a mitigar os
efeitos da poluição na área central de Guayaquil. No entanto, a maioria foi rejeitada, em
parte pela inviabilidade das propostas.
Em 2002, a prefeitura decidiu fazer as primeiras intervenções na área, seguindo as
diretrizes do plano parcial de Guayaquil. A estratégia inicial foi achar uma solução para o
espaço público e o comércio informal, principalmente aos camelôs que costumavam
trabalhar nos arredores da praça. Posteriormente, decidiu-se fazer a recuperação dos
edifícios Carré e Vasquez através da uma parceria entre a prefeitura e o setor privado.
Figura 8 – Revitalização dos Edifícios Vasquez e Carré, Medellín, Colômbia
(WWW.SKYCRAPERCITY.COM, 2012)
O projeto de reabilitação dos edifícios foi encomendado ao engenheiro Ivan Rodrigo
Assuad e ao arquiteto Laureano Forero. A dupla tentou recuperar os elementos
arquitetônicos que caracterizavam os edifícios; utilização do pátio central, pilares feitos
com tijolo, janelas e portas foram reproduzidas aludindo o estilo original da época da
construção. Neste caso, a iniciativa de recuperar a edificação foi proposta pelo capital
privado, argumentando a importância que os edifícios suscitavam na memória da
população.
Com a parceria público–privada, a utilização atual dos prédios foi dada, por um lado, a
uma empresa privada que decidiu utilizar o edifício Vasquez como sede administrativa,
enquanto que o edifício Carré é atualmente a sede da secretária de educação de
Medellín. Assim, a parceria entre a prefeitura e a empresa privada foi um dos
instrumentos mais importantes dentro do planejamento, utilizado para viabilizar a
construção e revitalização dos edifícios patrimoniais no centro da cidade.
Em seguida, no mesmo ano, a prefeitura lançou o concurso para a revitalização da Praça
de Cisneros. A opção pelo concurso foi justificada pela complexidade dos problemas
enfrentados na área com relação ao contexto imediato e a apropriação inadequada do
espaço. Assim, com o concurso esperava-se que as propostas apresentadas
conduzissem à revitalização urbanística da antiga praça, à conciliação entre a
preservação do conjunto histórico, à qualidade ambiental e à apropriação dos espaços
públicos.
O vencedor do concurso foi o projeto da Praça da Luz, proposto pelo arquiteto Juan
Manuel Pelaez. O projeto propunha uma grande praça com uma sucessão de recantos
rodeados de bambu para o descanso e lazer; além disso, foram propostos uma serie de
elementos verticais iluminados, simbolizando uma grande floresta de luz. Esta proposta
trouxe muitas discussões e críticas por diversos arquitetos e intelectuais do país, ao
evidenciar uma clara intenção de destruição da identidade da antiga praça.
Figura 9 – Praça da Luz, Medellín, Colômbia (WWW.MEDELLIN.GOV.CO, 2012)
Segundo Gonzáles (2006), tal projeto de revitalização tem gerado uma grande polêmica
devido ao pouco entendimento do conceito da proposta, além da excessiva escala com
relação aos edifícios Vasquez e Carré e ao entorno.
O espaço projetado para dar vida à antiga praça, apenas passa a ser um lugar como
muitos na cidade, um espaço de transito; já que o mesmo projeto limita a
intercomunicação e a fluidez, devido aos imensos pilares que são percebidos como
barreiras físicas e visuais. A tentativa da proposta pode ser vista como um processo de
Urbanalização [6] do espaço Urbano, evidenciando uma clara intencionalidade de criar um
ícone, um grande referente da nova imagem da cidade.
Mesmo com as críticas e os desacertos, o projeto tem recebido alguns prêmios em
diferentes eventos de arquitetura, em 2006 a Praça da Luz foi a ganhadora da XV Bienal
de Arquitetura de Quito. XV BAQ 2006.
Assim como a antiga praça desapareceu, o mesmo aconteceu com a passagem Sucre,
localizada no mesmo conjunto de Cisneros; o edifício foi demolido em 2003, em um ato
deliberado da prefeitura de acabar com o patrimônio histórico da cidade, inclusive fazendo
omissão às leis de patrimônio estabelecidas pelo Conselho de Monumentos Nacionais.
Ao invés de recuperar o antigo edifício que tinha sido afetado pelo incêndio de 1968, a
passagem foi demolida para dar espaço à nova biblioteca temática de EPM7. A
justificativa deste “crime patrimonial” foi a deterioração física e o possível risco que
representava para os cidadãos.
Figura 10 – Passagem Sucre (WWW.ELTIEMPO.COM.CO, 2012)
Figura 11 Biblioteca Temática EPM (WWW.EPM.COM.CO, 2012)
Nesse anseio de posicionar a cidade no mercado global, o governo local tem aproveitado
o planejamento como instrumento para alcançar o objetivo. As incursões de novas
arquiteturas no contexto do centro histórico de Medellín têm produzido fortes mudanças
na configuração do espaço. Na nossa perspectiva, o conjunto original da Praça de
Cisneros foi profanado, mutilado, a memória e a identidade da cidade foram desfiguradas.
Assim, as intervenções urbanas justificadas pela estratégia cultural, como a criação da
biblioteca temática, fazem parte das novas formas de agir para assumir um papel de
destaque no mercado globalizado.
5 CONCLUSÕES
Observamos que o processo de degradação nas áreas centrais pode se atribuída, em
parte, às políticas negligentes das administrações que voltam sua atenção às novas áreas
de serviço, isto tudo reflete em altos custos sociais ao incrementar o percentual de delitos,
insegurança e na sucessiva estigmatização da imagem do centro da cidade. Na
revitalização destas áreas, uma das características observadas é a parceria entre o
capital público e privado, que passa a ser um instrumento muito importante dentro do
planejamento para viabilizar a execução das obras urbanas. Ditas operações urbanas nos
centros buscam atrair turistas ao oferecerem atividades dirigidas ao turismo, porém,
muitas vezes esses processos mostram como resultado a banalização da cidade, vista
simplesmente como objeto de consumo.
Em Medellín, uma das premissas no processo de intervenção na cidade foi a questão da
educação e da cultura através de programas impulsionados pela prefeitura. Assim,
diversos projetos urbanos foram desenvolvidos em diferentes pontos da cidade, baseados
em demandas culturais, melhoramento de infra-estruturas educativas, criação de museus,
parques-bibliotecas e a recuperação de áreas centrais que outrora representaram a
imagem do desenvolvimento econômico do país. Isto serviu para legitimar os novos
slogans culturais da cidade: “Medellín La más educada” e “El centro vive”, com isto a
prefeitura visou transformar a cidade num modelo a ser seguido na Colômbia.
Nesse contexto, em ditas ações urbanísticas no centro de Medellín evidencia-se uma
ambiguidade no processo de recuperação da área central da cidade: Por um lado houve a
tentativa de diversas administrações de melhorar a imagem do centro da cidade – que
durante muitos anos esteve prejudicada por diversos fenômenos sociais, políticos e
econômicos, além da marca deixada pelo narcotráfico – com propostas de revitalização
urbana e, por outro lado, nessa pressa por atingir os objetivos propostos, houve um
desacerto em algumas etapas no processo, ao não levar em consideração a estrutura
original do setor e atentar contra o patrimônio histórico da cidade.
Evidencia-se, portanto, o que nós chamamos um duplo processo de tombamento [8],
referindo-se à intenção efetiva de preservar de uma parte do conjunto histórico – nesse
caso, os edifícios Carré e Vasquez – e por outro lado, referindo-se ao derrubamento
físico, a aplicação da “tabula rasa” da Praça de Cisneros e da passagem Sucre,
considerados como patrimônio arquitetônico da cidade.
Contudo, não podemos menosprezar os aspectos positivos das intervenções, posto que,
mesmo sendo impulsionadas por uma condição econômica, conseguiram dar vida a uma
área subtilizada da cidade, retomando o espaço através de múltiplos usos e incentivando
a apropriação de uma parte da população. Aliás, nestes tipos de projetos, é difícil que os
resultados não possuam algum tipo de contradição, já que quase sempre se encontram
submetidos às imposições políticas e econômicas de capitais privados e interesses
burocráticos.
Por fim, muitas intervenções têm tido aspectos positivos e negativos na cidade, diversas
discussões opiniões tem sido geradas em volta das intervenções no centro, por um lado
estão aqueles que defendem o valor histórico e simbólico da área, e por outro, encontramse os que pregam dos benefícios da revitalização do centro como um processo
necessário para posicionar as cidades diante do mundo globalizado.
Temos considerar que estes tipos de ações são as mais complexas dentro do campo da
arquitetura e urbanismo. Assim, quando houver uma tentativa de revitalizar uma área,
implantando novas arquiteturas em conjuntos urbanos consolidados, é importante fazer
uma boa leitura do entorno, das características físicas e sócias; levar em consideração os
aspectos históricos e culturais do território a ser intervindo, tudo isto é relevante no
momento de produzir intervenções urbanas mais coerentes.
REFERÊNCIAS
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Notas
[1] A Arquitetura Republicana na Colômbia se desenvolveu no final do século XIX e surgiu como uma forma
de substituir os conceitos da arquitetura colonial hispânica, por novos estilos plásticos. O estilo foi marcado
pelo ecletismo e a influência de arquiteturas Francesas, Inglesa e italiana.
[2] Gentílico utilizado para a pessoa que nasce na cidade de Medellín.
[3] O Town Planning Associates foi um escritório fundado em nova Iorque, em 1941, pelos arquitetos Josép
Luis Sert e Paul, Paul Schulz e Lester Wiener, e responsável, entre 1945 e 1957, por diversos projetos
urbanos na América do Sul, dentre eles, o projeto para a Cidade dos Motores no Rio de Janeiro.
[4] Congresso Internacional de Arquitetura Moderna.
[5] Os Planos de Ordenamento Territorial na Colômbia surgiram a partir da lei 152 de 1994 – Lei Orgânica do
Plano de desenvolvimento- e a lei 388 de 1997- lei de desenvolvimento territorial. Os planos de ordenamento
se definem como o conjunto de ações político-administrativas, e fornecem ferramentas de planejamento e
instrumentos de gestão do uso do solo, indispensáveis para a realização de operações urbanas.
[6] Tomamos o termo utilizado pelo espanhol Francesc Muñoz para se referir às ações políticas adotadas nas
últimas décadas para promover a regeneração de diversos centros históricos, prevalecendo a imagem, o
consumo e o ócio, como primeiro fator da produção da cidade (Muñoz, 2008, p. 65).
[7] Empresas Públicas de Medellín é a principal fornecedora de serviços públicos essenciais da cidade (Água,
Energia elétrica, Gás, telefone e Tratamento do Esgoto).
[8] Neste caso, utilizamos a palavra Tombamento, que no português serve para designar a ação de
derrubar e, ao mesmo tempo, serve para fazer ênfase no processo de preservação de bens
históricos através da aplicação da lei.

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